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Revista Sophia nº 72

Published by Editora Teosofica, 2021-04-01 14:27:08

Description: A Revista Sophia é uma publicação independente da Editora Teosófica, apresentando artigos que vertem sobre temas como filosofia, ciência e religião. Nesta edição:
• Ao leitor: Mentes Claras;
• O silêncio místico – Maurício de Andrade;
• Outra margem do mesmo mar – Mary Anderson;
• A visão dos artistas – Ianthe H. Hoskins;
• A busca da verdade – Marcos Queiroz;
• Viver com inspiração – Tim Boyd;
• Perspectivas da realidade – Sampooran Singh;
• A cadei dos apegos – Walter Barbosa;
• Reencarnação e destino – Sushma Weber;
• O que é real? Radha Burnier.

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www.revistasophia.com.br ANO 16 • Nº 72 R$ 16,00

Editora Teosófica SHUTTERSTOCK novos horizontes para viver melhor 0Pl8iag0ru0ae-6cg1or0má0tp2isr0a: r, www.editorateosofica.com.br

SHUTTERSTOCK Cartas Sophia 72 FREE IMAGES PIXABAY Reflexão e conscientização Ao leitor PIXABAY Mentes claras SHUTTERSTOCK A revista SOPHIA é um meio de acesso pa- PIXABAY ra o desenvolvimento da consciência, seja 4 na espiritualidade, filosofia ou ciência, com artigos para reflexão e conscientização. En- O silêncio místico tre tantos meios usados para propagar ódio, Maurício de Andrade intolerância e separatividade, encontro aqui conteúdos que elevam minha vibração e que 5 de fato contribuem para a prática do amor e da fraternidade no meu dia a dia. Outra margem do mesmo mar Denise Lopes – Praia Grande (SP) Mary Anderson Amor à primeira vista 8 A revista SOPHIA me proporciona felicida- A visão dos artistas de, paz e entretenimento cultural do mais Ianthe H. Hoskins alto nível. Conheço-a desde 2003 e foi amor à primeira vista. Passei a vê-la como um pre- 14 sente espiritual para o mundo. Fiquei encan- tada com tanta profundidade e beleza a um A busca da verdade só tempo. Desde então, sempre a adquiri nas Marcos Queiroz bancas até vir a assiná-la e ter o conforto de recebê-la em casa. Presenteá-la aos amigos é 16 uma grande satisfação, pois é um bem de alta relevância na ajuda à evolução do próximo. Viver com inspiração Além de tudo, é um rico material de pesquisa, Tim Boyd pois faz citações de renomados pesquisadores da espiritualidade, meio ambiente e outros. 22 Maria Aldano de França – Perspectivas da realidade Campina Grande (PB) Sampooran Singh Trabalhar com alegria 24 SOPHIA é uma revista para quem quer des- A cadeia dos apegos complicar o seu dia a dia, transformar sua casa Walter Barbosa num lugar ainda mais tranquilo e gostoso, tra- balhar com mais alegria, cuidar da aparência 32 sem descuidar da essência. Reencarnação e destino Antonia Ribeiro – Salvador (BA) Sushma Weber Sabedoria espiritual 34 SOPHIA é uma fonte de informação e sa- O que é real? bedoria espiritual. Serve não só para mim, Radha Burnier para o meu deleite, para minha informação, como para todos aqueles que têm a felicidade 41 de ter a revista nas mãos. A sua formatação é exemplar, inteligente, objetiva, os autores são excepcionais. Sou muito feliz em ser as- sinante desta revista. Natércia Ribeiro Paiva – Brasília (DF) Para adquirir edições anteriores, fale com a Editora Teosófica pelo telefone (61) 3322- 7843 ou ligue grátis para 0800-610020.

[ AO LEITOR ] Mentes claras Olá! Esta é a SOPHIA nº 72, a para o mundo e para nós mesmos acontecerá conosco? Onde estáva- revista que se constitui num instru- de forma direta e imparcial, sem as mos antes de nossas mães concebe- mento de transformação da cons- distorções geradas pelos padrões rem aquilo que viria a ser os nossos ciência. Não se trata de um meio mentais acumulados? Em outras pa- corpos? Estas perguntas podem não de propaganda, ou de tentativa de lavras, é possível perceber os nossos interessar a muitos que estão no jogo amoldar o pensamento do leitor a próprios condicionamentos e obser- da vida focados unicamente no que qualquer padrão, mas de um espaço var a existência com liberdade na lhes apraz. Todavia, para aqueles de livre investigação que proporcio- consciência? que não se contentam apenas com a na a reflexão transformadora. transitória satisfação material e que Se o escopo de SOPHIA, e da se interessam por tentar desvendar Normalmente a mente humana própria Sociedade Teosófica – que o mistério e comungar com a beleza funciona dentro de determinados é a instituição de onde ela emerge – da existência, são questões funda- padrões. A mente científica, em ge- fosse convencer o indivíduo a adotar mentais. ral, estranha a investigação no terre- o padrão A, B ou C, seria mais um no religioso. A mente dita religiosa, instrumento a contribuir para o con- Para que a investigação seja sé- aqui e acolá, se perde em devaneios e dicionamento da mente humana, ria e direcionada à Verdade, preci- fantasias, em dogmas e superstições. quando o caminho a ser trilhado pa- samos de mentes ágeis, claras, que A mente supostamente filosófica, de rece ser o da libertação de todos os percebam seus próprios condicio- quando em quando, se torna fria e condicionamentos. namentos para que não fiquemos dissociada dos reais problemas que aprisionados nas torrentes de opini- afligem a humanidade, que não são SOPHIA, portanto, reflete o es- ões e respostas fáceis de toda ordem. apenas de natureza material, mas pírito com que foi concebida a sua Repetir algo que não se sabe, que se também do que ocorre no âmago do instituição mãe, a Sociedade Teo- adotou por mera influência alheia ou coração do ser humano. sófica, que é o da livre investigação apenas por experiência própria pas- direcionada à Verdade, atuando com sada, nada tem a ver com a descober- Não é difícil perceber que, por leveza e liberdade nos territórios da ta da Verdade que transforma. causa dos padrões mentais gerados consciência, seja no campo da ciên- ao longo da vida, decorrente das in- cia, da religião, da filosofia, da arte, O fluxo da vida, a sucessão dos fluências, dos caminhos e das opor- do autoconhecimento, ou qualquer acontecimentos e tudo o que ocorre, tunidades que surgiram e que foram outro onde se tente compreender produz contrastes na mente huma- trilhados por cada um, os homens se esse grande mistério que é a existên- na que podem levar ao despertar da dividem conforme o padrão mental cia, porém sem as barreiras que via consciência em progressão infinita. adotado. Suas percepções e visões de de regra são erigidas pelas mentes Se nos interessarmos por esse des- mundo sempre são tingidas e distor- que normalmente atuam em cada pertar, se nos focarmos em tentar cidas por esses padrões. um desses terrenos. compreender a vida e a nós mesmos, grandes transformações ocorrem na É possível tentar perceber os pa- Qual o sentido dessa nossa pas- consciência, que paulatinamente se drões adotados por nós mesmos para sagem pelo planeta? O que sucedeu liberta das agruras e sofrimentos de- transcendê-los e olhar para a vida, com aqueles que morreram? O que correntes da ignorância existencial. FOTO: SHUTTERSTOCK SOPHIA e sua instituição mãe INSTITUTO TEOSÓFICOservem a esse propósito: libertar a Ano 16, nº 72 – Março/Abril de 2018 – Publicação da Ed. Teosófica consciência humana do sofrimento decorrente da ignorância existencial. SIG Q.6, Lt. 1.235, Brasília-DF Solimeire Oliveira Schilling e Mas a descoberta da Verdade liberta- CEP 70.610-460 Zeneida Cereja da Silva dora só pode ser feita pelo indivíduo Fone: (61) 3322-7843 Edição: – você – e por ninguém em seu lugar. E-mail: editorateosofica@ Usha Velasco editorateosofica.com.br Revisão: Vamos investigar juntos? Site: www.editorateosofica.com.br Zeneida Cereja da Silva Um grande abraço. Até a próxima. Tradução: Editor-chefe: Edvaldo Batista de Souza Marcos Luís Borges de Resende Marcos Luis Borges de Resende Projeto gráfico e arte: Diretor da Editora Teosófica Coordenadora editorial: Usha Velasco Zeneida Cereja da Silva Impressão: Conselho Editorial: Gráfika Papel e Cores Marcos Luis Borges de Resende, Distribuição nacional: Pedro Oliveira, Sergio Moraes, Total Express Publicações Valéria Marques de Oliveira, * As imagens utilizadas são de responsabilidade do editor-chefe 4 SOPHIA • MAR/ABR 2018

[ APRENDIZADO ] ‘Omsíislêtniccoio Muitos sons podem silenciar a mente; pense como o som do mar ou ‘de uma cachoeira vai aos poucos nos contagiando, trazendo calma e paz INSTITUTO TEOSÓFICO Maurício de Andrade* o conselho, ou no livro que lemos, nas palavras que escutamos? Qual é a me- Quando desejamos compreender dida para a confiança? Algumas pes- alguma coisa, buscamos referências soas dizem sentir segurança nas pa- em fontes que possam realmente nos lavras de alguém mais experiente ou esclarecer, não deixar dúvidas, fazer- mais velho, em relação ao dilema em -nos mais seguros quanto ao escla- si. Mas cada experiência é totalmen- recimento atingido. Mas qual fonte te única; mesmo os bons conselhos, é verdadeiramente segura? E como, orientações e experiências alheias são longe de sermos cientistas, podemos limitados. Não estou dizendo que não ter a segurança de quem nos ofereceu sejam verdadeiros, mas que ninguém SOPHIA • MAR/ABR 2018 5

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pode realmente descrever de maneira silêncio, onde quer que estejamos. O o próprio silêncio, ou a entrada nas absoluta o gosto que tem uma fruta silêncio (definido como ausência de para alguém que nunca a comeu. interferências sonoras, pausa entre pausas. Dessa forma, muitos sons po- Para alguns a fruta será muito doce, uma nota musical e outra) é aquele para outros estará no ponto; para ou- instante mágico onde o tempo não dem silenciar a mente; pense como o tros ainda, azeda, e assim por diante. tem valor conhecido para a mente, Mesmo que as pessoas concordem e há um estranho vazio, onde habita som do mar ou de uma cachoeira vai em pontos de vista comuns, existe algo às vezes imperceptível. O silên- um diferencial que as faz ser, enten- cio não é totalmente silencioso. Nós é aos poucos nos contagiando, trazendo der e sentir conforme a sua própria que não temos a capacidade de ouvir maneira de vivenciar a experiência. em frequências mais baixas ou mais calma e paz. altas, como alguns animais, os cães ou Somos educados com leis e cul- os morcegos, que usam um sofistica- Assim, os bons conselhos, o livro turas que nos oferecem noções bási- díssimo sistema de sonar. É possível cas; porém, muito mais cabe à nossa que no silêncio conhecido por nosso que lemos ou história do ancião fará inteligência desdobrar esses concei- sistema auditivo existam frequências tos e traduzi-los em um bom senso que possam conduzir nosso corpo a mais sentido e se somará às nossas ex- comum. O bom conselho não exclui um estado alterado de consciência, a renovação e ampliação de seu pró- até mesmo entrar em ressonância periências internas, que não excluem prio conceito. Podemos acrescentar com informações que viajam pela um pouco do que somos em tudo atmosfera. a verdade. Se as palavras trouxerem que existe; assim, continuamente as coisas se tornam novas, embora Em essência, o silêncio mais po- verdadeira paz, pense nelas. Em meio pareçam, à primeira vista, iguais. O deroso não é esse no qual os sons fato de alguém ter escrito um livro cessam momentaneamente; é quan- aos grandes centros urbanos, trânsito, não significa que ele esteja certo; de- do nossa mente silencia. Quando vemos ler vários livros sobre o mes- aqueles pensamentos que tanto nos vozes e todo tipo de alarido, podemos mo assunto. E, quem sabe, escrever perturbam – as contas a pagar, o rela- nosso próprio livro. Isso não quer cionamento que não está certo, a fo- encontrar o silêncio dentro do nosso dizer termos a nossa própria verda- me, os dilemas – insistem em assolar de, mas acrescentar mais ao que já nossos sentidos e o espaço do sagrado ser, o equilíbrio necessário para re- conhecemos, jogando sobre o fato que existe em nós, ficamos envoltos uma nova luz. em frequências invasoras. conhecer a verdade que está além de Para todas as coisas em nossa Como encontrar esse local místi- referências comuns e que pode estar vida, as referências conhecidas são co dentro de nós? Há muitas práticas poucas para definir como absoluto de meditação. Porém, não é apenas contida numa maneira diferente de um único conceito da existência. Há durante os momentos de meditação um local onde possivelmente existam que nossa mente deve estar em silên- ouvir – a pausa dentro do som. referências além daquelas que estão cio, mas sempre que possível. Isso pa- nos livros, nas fórmulas ou em qual- rece impossível, se considerarmos a Todas as coisas podem ser ouvi- quer bom conselho. Esse local é no tagarelice mental; mas é exatamente nos espaços que existem entre todas das na ressonância com o silêncio; “Devemos ler vários as coisas que se dá a criação. Deus es- livros sobre o mesmo tá no silêncio que antecede o som, na podem ser um bom caminho para a assunto. E, quem sa- pausa entre as notas musicais, no es- be, escrever nosso pró- paço entre os átomos e no seu núcleo. verdade comum para todos, e muito prio livro. Isso não quer dizer termos a nossa Entrar no silêncio não é uma além do comum. Em si, a verdade é própria verdade, mas prática para ouvir a si mesmo, pois acrescentar mais ao já fazemos isso todo o tempo. Não incomum aos sentidos da razão, e por que já conhecemos.” devemos buscar o silêncio – ele nos encontra. Não precisamos extinguir isso é difícil identificá-la apenas com nossos pensamentos, pois isso seria impossível. Mas podemos cultivar o que conhecemos. Há pequenos frag- pensamentos que tragam paz e gerem mentos dela espalhados em todas as coisas, e o mais evidente é o silêncio. Ele é o maior sinal de uma presença indelével de Deus que nos faz ques- tionar a nós mesmos e insiste em não deixar que nos sintamos inteiramente sós, se soubermos ouvi-lo. Cabe saber ouvir corretamente, com os ouvidos silenciosos, o conse- lho que vem desse local místico den- tro de cada um, que pode ser evocado ao assistirmos uma folha cair, ouvir as risadas das crianças e o bater do nosso próprio coração. Busque o incomum naquilo que não se ouve nas palavras, mas que pode ser gritante aos senti- dos e realmente ecoar com pleno sig- nificado para a existência humana. O verdadeiro silêncio, enfim, é místico, pois transcende o senso comum da- quilo que se pode ouvir. S FREE IMAGES * Maurício de Andrade é professor, escritor e mú- sico. Atua como consultor de relações humanas e projetos sustentáveis com povos indígenas. 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[ VIDA UNA ] Outra margem d‘o mesmo mar Ao atravessar o Atlântico da Europa para a América, ou o Pacífico da América para o Oriente Médio, encontramos diferenças em paisagens, ‘culturas e idiomas. Essas diferenças contribuem para a maravilhosa diversidade do planeta 8 SSOOPPHHIAIA• • MMAARR//AABBRR22001188

FREE IMAGES Mary Anderson* SOPHIA • MAR/ABR 2018 Um rio pode formar a fronteira entre dois países – como o Reno, entre França e Alema- nha, e o Mekong, entre Tailândia e Laos. Pode também separar paisagens diferentes, como o Ganges em Varanasi: numa margem vemos edifícios, pessoas, grande atividade; na outra, pântanos, território desocupado e aparente- mente hostil. O Mediterrâneo separa diferentes cultu- ras da Europa, África e Ásia Menor. O mesmo ocorre com os oceanos: ao atravessar o Atlânti- co da Europa para a América, ou o Pacífico da América para o Oriente Médio, encontramos diferenças em paisagens, culturas e idiomas. Essas diferenças contribuem para a maravilho- sa diversidade do planeta. Mas a diversidade também leva frequentemente a incompreen- sões e disputa. A outra margem muitas vezes parece estranha, distante e assustadora. Na vida espiritual, um oceano parece se- parar dois mundos aparentemente estranhos entre si. Assim, o conceito da “outra margem” é usado simbolicamente no contexto religioso. Nos spirituals dos negros do sul dos Estados Unidos, o Rio Jordão separa dos Campos Elí- seos o mundo miserável dos escravos. O Bu- dismo fala da outra margem. O Cristianismo fala deste mundo e da “vida eterna”, o mundo do além. Falamos de Terra e Céu, Samsara e Nirvana, tempo e eternidade – e um rio parece dividi-los. Como podemos atravessá-lo? Há dois tipos de resposta para essa per- gunta. A primeira é a resposta da mente; a segunda é a resposta da intuição. A mente diz: as duas margens são separadas por um rio; você pode atravessar esse rio a nado ou de barco. Essa é a resposta da mente, da lógica, da teologia, da religião ortodoxa, do Budismo Theravada. A intuição se pergunta: será que as duas margens são iguais? Nesse caso você não precisa ir até lá; você já está lá. Você precisa apenas compreender, verdadeiramente saber, não apenas acreditar em teoria. Mas para compreender é necessário um salto quântico. Essa é a resposta da intuição, do misticismo, do Zen Budismo. Há uma piada a respeito de um inglês via- jando pela Irlanda. Ele pergunta a um andari- lho onde encontrar a estrada que leva a Cork. O andarilho responde: “Se eu fosse você, co- meçaria daqui, de onde você está.” Esta é a 9

resposta lógica: devemos usar o que que ele é Buda. Esse tipo de conheci- Na margem onde estamos há mui- BERKELEY ROBINSON /FREE IMAGES temos, isto é, a mente. A resposta da mento não é teórico. É conhecimento tos comerciantes e vendedores ofere- intuição seria: “Se eu fosse você, não verdadeiro, e não questão de opinião. cendo pechinchas atrativas: “Eu lhe começaria daqui.” A intuição já está Temos aqui, mais uma vez, duas mar- transporto no meu barco”; “Você não na outra margem. E há também a res- gens separadas, entre o intelectual e precisa fazer nada, tem apenas que posta de Krishnamurti: ele diz que, o místico? Nós somos ambos; temos pagar o preço”. Devemos pagar como para atravessar o rio, você deve come- um intelecto, do qual estamos cons- quase o fez Fausto: com nossas almas, çar não desta margem, mas da outra cientes, e a sabedoria e a intuição que com nossa independência, com nossa – caso contrário, você permanecerá estão adormecidas em nós. liberdade interior. Esses mercadores na margem da mente, dos conceitos, são os numerosos falsos gurus. Alguns da dualidade, das especulações, dos Podemos dar o salto quântico e de são benevolentes e relativamente ino- preconceitos, e nada disso tem a ver repente estar na outra margem, mas fensivos. Devemos admitir que alguns com a outra margem. isso só é possível se certas condições são úteis. Eles dizem: “Eu lhe ensina- forem atendidas. É difícil, porque é rei a nadar, mas você é que deve que- De um modo ou de outro, deve- preciso que nosso modo de pensar e rer e ser capaz de aprender a nadar, -se sempre estar na outra margem. de viver sejam transformados. Deve- e você deve atravessar nadando.” Os Na verdade já estamos lá, mas não mos nos tornar altruístas e comple- gurus são úteis somente quando a pró- conscientemente. Qual é a diferença tamente honestos com nós mesmos pria pessoa faz o trabalho, esquece o entre Buda e a pessoa comum? Não e com os outros. Como essa transfor- instrutor e ela mesma nada. há diferença, exceto por Buda saber mação pode ocorrer? Compreensão intuitiva O que distingue Céu e Terra, habilidade de distinguir entre o real ou o amor. Aqui também o amor re- Samsara e Nirvana? Para a mente e o irreal, o importante e o não im- presenta o salto quântico para a outra lógica, as duas margens nada têm portante; vairagya, ausência de de- margem. No misticismo cristão, os em comum. Mas, para o insight mais sejo, desapego, não possessividade, passos são conversão (o despertar, a profundo, não há diferença. A mente boa conduta; e mumukshutva, o forte compreensão de que não se pode fa- encontra um caminho com muitos desejo de libertação; deve-se desejar zer de outra maneira); purificação; estágios que leva à outra margem. Os a libertação como um homem que iluminação; a noite escura da alma; estágios são descritos diferentemen- está se afogando deseja respirar. Em e o salto quântico: unificação. te nas várias religiões e tradições, às Aos Pés do Mestre, essa qualificação vezes como condições a serem preen- é chamada de amor. “Quando ele [o Mas há perigos no conceito de chidas ou como qualidades a serem amor] é suficientemente forte no ser passos em um caminho, quer vejamos adquiridas. No Hinduísmo, os passos humano, força-o a adquirir todo o os passos como qualidades a serem são descritos nas primeiras sete ou restante.” O amor é o salto quântico. adquiridas ou estágios de desenvol- oito ramificações do Raja Yoga: proi- vimento. Os conceitos de caminho, bições morais, regras morais, reta No Budismo, há o Nobre Caminho qualidades individuais e estágios são postura, reta respiração, retirada dos Óctuplo: reta percepção, reto pen- imagens mentais. A pessoa é tentada sentidos, concentração, meditação. samento, reta linguagem, reta ação, Esses primeiros sete ramos do Raja retos meios de ganhar a vida, reto “Há certos perigos no Yoga afastam obstáculos externos e esforço, reta atenção ou memória, e conceito de passos em internos. Segue-se o oitavo ramo, o mais uma vez segue-se o salto quân- um caminho. Os concei- salto quântico para o Samadhi – co- tico para a unidade com tudo, isto é, tos de caminho, qualida- nhecer tornando-se um com o que é Samadhi. Fala-se dos seguintes passos: des individuais e está- conhecido, isto é, saber que não há os estágios daquele que entrou na cor- gios são imagens men- outro, não há outra margem. rente; aquele que nascerá novamente tais. A pessoa é tentada apenas uma vez; aquele que alcançará a concebê-los de manei- No Viveka-chudamani, de Shanka- a libertação nesta vida; e aquele que ra literal – do ponto de racharya, as condições para atraves- se libertou do renascimento. vista desta margem.” sar a corrente são descritas de modo semelhante ao que diz o livro Aos Pés No Cristianismo, são exaltadas SOPHIA • MAR/ABR 2018 do Mestre, de Krishnamurti: viveka, a virtudes como fé, esperança e carida- de, mas a maior dessas é a caridade, 10

BERKELEY ROBINSON /FREE IMAGES SOPHIA • MAR/ABR 2018 11

a concebê-los de maneira literal, do para praticar uma virtude diferente a ponto de vista desta margem. O ca- cada dia da semana; na segunda-fei- minho não deve ser compreendido ra, por exemplo, a honestidade; na de maneira mental ou literal, mas terça, a coragem; na quarta, compai- intuitivamente, simbolicamente, em xão, etc. Franklin assinalou que uma profundidade. virtude importante foi esquecida: a humildade. Humildade não significa Se concebermos o caminho de repetir “eu sou um pobre pecador”; forma mundana, será como se es- essa é apenas uma forma de orgulho tivéssemos na escola: teremos que ou de egocentrismo. Humildade é aprender lições, adquirir habilidades, não pensar em si mesmo, esquecer passar por exames. Posteriormente, absolutamente de si. Pode-se resolver em nosso emprego, seremos bem-su- esquecer de si mesmo, ou se esforçar cedidos ou não. Visto dessa maneira, para isso? Quanto mais se tenta, mais o caminho espiritual torna-se uma se fracassa. Querer esquecer de si é carreira; esquecemos o que é impor- ambição, e ambição não tem lugar na tante, e permanecemos definitiva- senda espiritual. Assim, permanece- mente nesta margem. mos nesta margem. Não consegui- mos dar o salto quântico. Portanto, Mesmo o desenvolvimento de a tentativa de desenvolver virtudes virtudes pode ser contraproducente. contém muitas armadilhas. Um amigo disse a Benjamin Franklin Unidade e dualidade Por outro lado, o salto quântico só é a característica desta margem? Du- RYAN MCGUIRE/PIXABAY pode ser bem-sucedido se certas con- alidade, multiplicidade. Mas a unida- dições já se encontrarem atendidas de é a fonte, a origem da dualidade “Para falar um novo sem que estejamos conscientes de- e da multiplicidade. A dualidade e idioma ou tocar um ins- las; desse modo, somos virtuosos sem a multiplicidade formam as caracte- trumento musical, há saber. Se a ambição surgir, não mais rísticas do mundo maravilhoso em um processo de apren- estaremos no caminho espiritual. que vivemos. A unicidade está pre- dizagem. Primeiramen- sente na natureza e se expressa em te aprendemos uma Para falar um novo idioma ou to- harmonia, enquanto o homem não palavra, uma frase, as car um instrumento musical, há um interferir. Infelizmente dualidade e regras gramaticais, processo de aprendizagem. Primeira- multiplicidade são também carac- etc. Nós praticamos e mente aprendemos uma palavra, uma terísticas internas do nosso ser, da aprendemos a partir de frase, as regras gramaticais, etc. Nós nossa consciência. nossos erros.” praticamos e aprendemos a partir de nossos erros. O salto quântico vem Internamente, dividimos o mun- SOPHIA • MAR/ABR 2018 depois, às vezes subitamente. Então do em “eu” e “os outros”. Não perce- falamos o idioma sem erros, sem pen- bemos nossa unidade com todos os sarmos no significado das palavras ou seres e com todas as coisas. Interna- nas regras gramaticais. Ou tocamos mente estamos separados, isolados e fluentemente, e não pensamos nas solitários. Isso leva ao medo, à insegu- notas. A música simplesmente to- rança, à suspeita e à agressão. Somos ca em nós. A outra margem aí está. infelizes nesse estado de divisão, e Não mais estamos conscientes de nós por isso buscamos recuperar a uni- mesmos, embora este seja, na maioria cidade, mas a buscamos nos lugares das vezes, um estado temporário; re- errados. Tentamos nos unir às nossas tornamos à condição anterior assim posses, sejam riqueza, conhecimen- que o pensamento interfere. to ou pessoas. Ficamos dependentes delas. Não apenas nossos sentimen- Qual é a característica da outra tos estão divididos, mas nosso pensa- margem? Unidade, unicidade. Qual 12

mento também. Tendemos a pensar 2. Quando, por um lado, o cami- como um farol atrás, que faz sombra em preto e branco, em conceitos que nho é seguido pela realização (cons- são contraditórios. A libertação não ciente) de atos virtuosos; enquanto e não nos deixa ver as armadilhas. está em nos prendermos, mas em re- por outro, a recompensa é cogitada nunciar, em nos entregarmos – in- – esta é a forma média de renúncia. “Estudar o caminho” é apenas ternamente. 3. Quando toda ação virtuosa é re- uma figura de linguagem, um método O sábio zen budista Huang Po alizada na esperança de recompensa, apontou três tipos de buscador: por aqueles que, não obstante, sabem para despertar o interesse das pessoas do vazio ao ouvir o dharma, e, portan- 1. Quando se renuncia a tudo, to, são desapegados – esta é a forma nos primeiros estágios de desenvol- dentro e fora, corpóreo e mental; inferior de renúncia. quando, como no vazio, não resta vimento. Será a outra margem ape- nenhum apego; quando toda ação A primeira, a mais elevada, é co- é prescrita unicamente por lugar e mo um farol à frente, que torna im- nas um símbolo também? Devemos circunstância; quando subjetividade possível errar o caminho; a segunda, e objetividade são objetivamente es- mediana, é um farol ao lado, que às renunciar à vida externa? Huang Po quecidas – essa é a mais elevada for- vezes ilumina e às vezes não; a ter- ma de renúncia. ceira, a forma inferior de renúncia, é aconselha: “Não se prenda a eventos da vida diária, mas jamais se afaste deles.” Então você estará na outra margem sem sequer notar. S * Mary Anderson foi secretária internacional da Sociedade Teosófica e é autora de artigos sobre teosofia e religião comparada. SOPHIA • MAR/ABR 2018 13

[ CONSCIÊNCIA ] ‘ Aavristiãsotadsos As pessoas que param diante da pintura da Mona Lisa têm diferentes reações. A tela é a mesma para todos; contudo, a resposta varia ‘da muda admiração à enfadada indiferença 14 SOPSHOIPAH• IAM• AMR/AARB/RAB2R0128018

Ianthe H. Hoskins* As pessoas que param diante da pintura da Mona Lisa têm diferentes reações. “Mara- vilhosa”, diz uma; “Que sorriso enigmático”, comenta outra. Uma terceira permanece em silêncio, absorta na contemplação da obra-pri- ma. “Não consigo ver nada nessa obra, vamos andando”, diz uma quarta pessoa. A tela é a mesma para todos; contudo, a resposta varia da muda admiração à enfadada indiferença. Milhões de pessoas passaram sobre a ponte de Westminster desde a época em que Wordswor- th escreveu um poema à majestade do cenário. A cidade passou por grandes mudanças, mas os domos e as torres ainda estão lá, e as jane- las dos prédios ainda refletem a beleza da luz da manhã. Contudo, apenas alguns compar- tilham o enlevo da visão do poeta. Dizemos que artistas são inspirados pe- la natureza, filantropos pelas necessidades da humanidade, filósofos pelas questões não respondidas do universo. Não é verdade. Se o segredo da inspiração estivesse nessas coisas, não seríamos todos tocados por elas de modo semelhante? Natureza, sofrimento e enigmas cósmicos sempre estiveram presentes; se pou- cos sentiram sua inspiração, foi porque eles eram diferentes da maioria. Enquanto o olho repousar apenas sobre a forma e o ouvido ouvir somente a palavra, a alma condicionada, repousando na letar- gia do hábito, buscará inspiração no mundo externo. E buscará em vão, pois a inspiração é uma resposta do interior. A liberdade para criar essa resposta requer que destruamos em nós mesmos aquilo que Krishnamurti chamou de “tela de processos de avaliação”, o nevoei- ro do preconceito e da presunção. A experi- ência dessa verdade está na ênfase colocada por escritores místicos no autoesvaziamento e na abnegação. A história do jovem rico e tristonho porque tinha muitas posses pode ser compreendida como uma alegoria da lição do autoesvazia- mento como precondição para herdar a vi- da eterna. Somente a limpeza do espelho da mente pela brisa da alma e da sabedoria pode PIXABAY nos despertar para os eternos mistérios da verdade, da beleza e da bondade. S SOPHIA • MAR/ABR 2018 * Ianthe Hoskins (1912–2001), escritora nascida na Itália, foi membro da Sociedade Teosófica na Inglaterra. 15

[ REFLEXÃO ] ‘Avbeursdcaaddea Toda religião possui seu lado oculto ou interno e um corpo doutrinário e ritualístico. No âmbito oculto das religiões há muitos pontos ‘em comum; a Teosofia vem nos revelando essas convergências há muito tempo 16 SOPSHOIPAH• IAM• AMR/AARB/RAB2R0128018

PIXABAY Marcos Queiroz* Neste caso, esta “verdade” não estaria afinal nas próprias religiões? Na Sociedade Teosófica está mui- to claro para seus membros, entre os Se recorrermos à filosofia con- quais me incluo, que o lema maior temporânea para sair desse dilema desta filosofia esotérica é a máxima sobre encontrar uma verdade mais que está no seu brasão: “Não há re- confiável que a das religiões, talvez ligião superior à verdade.” O que pa- percebamos uma forma mais madura rece não estar muito claro para nin- de interpretar essa problematização guém é como podemos conhecer o à luz de pensamentos atuais. Dessa que de fato é esta verdade sem recor- forma, pode ser mais fácil obter uma rer a quaisquer dogmas religiosos, fi- solução coerente com o lema que de- losóficos ou científicos. Enunciar que fendemos na Teosofia. não existe religião que esteja acima da verdade não é o mesmo que dizer Filósofos como Michel Foucault, simplesmente que há uma verdade Jean Baudrillard, Jacques Derrida, que está acima e fora das religiões, Gilles Deleuze e Félix Guattari, mes- por falha das verdades reveladas por mo pertencentes a uma “visão de escrituras ou entidades sagradas, ou mundo” ou episteme dita imanente, que a filosofia e a ciência são instru- que busca explicar tudo a partir da mentos mais válidos para a obtenção própria realidade material, se pre- de uma verdade que a religião. ocupam em buscar um regime de validade da verdade enunciada em Antes de discorrer sobre o que suas reflexões, mais do que aqueles poderíamos chamar de “verdade”, que possuem uma epistemologia, precisamos entender como as religi- descrita como vertente filosófica que ões se relacionam com suas verdades. pretende manter em um mesmo pla- Sabe-se que toda religião possui seu no de coerência vários postulados de lado oculto ou interno e um corpo diferentes ramos do saber científico, doutrinário e ritualístico, com códi- filosófico ou das teorias e práticas em gos de conduta externos. No âmbito geral, avaliadas em sua validade cog- oculto das religiões, já se sabe que há nitiva ou descritas em suas trajetórias muitos pontos em comum, muitos evolutivas, seus paradigmas estrutu- deles considerados como verdades rais ou suas relações com as demais incontestáveis. Com os estudos de áreas do saber transcendente. religião comparada, a Teosofia vem nos revelando essas convergências Isto porque aqueles que acredi- há muito tempo. A comparação das tam em informações oriundas de re- religiões, contudo, só será benéfica velações espirituais acabam criando se feita com o objetivo de revelar uma confiança maior nas verdades os pontos convergentes e realçar a que acreditam e que defendem com contribuição que todas elas propor- devoção, em alguns casos sem passar cionam a algum povo ou civilização pelo crivo da razão. Nestes casos, dog- do planeta. mas são admitidos como verdades, mesmo sem seus fiéis terem certeza O propósito dessa comparação ja- absoluta de sua validade. Os filósofos mais deve ser por razões competitivas materialistas consideravam que os ou hierárquicas. De grande interesse equívocos das verdades enunciadas para a Teosofia é identificar essas con- pelos filósofos idealistas não eram fluências nascidas de diferentes fon- apenas de natureza ideológica, mas tes, pois podem apontar para enuncia- também tinham uma origem linguís- dos ou sabedorias que transcendem a tica. Em muitos casos, inclusive, estas razão e o intelecto superior, podendo duas razões se confundiam, consi- ter origem em níveis de consciência derando-se estes desvios da verdade superiores intuitivos e espirituais. como instâncias interpretativas que diferiam dos fatos reais. SOPHIA • MAR/ABR 2018 17

Para distinguir os “fatos reais” do tivos contrários ao nosso progresso. FREEPIXELS “modo como os filósofos construíam Para muitos que seguem presos ALEXANDRA MÜNCHEN/PIXABAY suas ideias sobre estes fatos” surgi- ram, respectivamente, as designa- a um pensamento positivista, típico ções “mundo dos acontecimentos” do século XIX, mas que continua re- e “mundo da representação” – ex- percutindo na atitude acadêmica até pressões equivalentes, na filosofia hoje, a ciência, com seus critérios clássica, a “verdades ontológicas” e metodológicos e experimentais, é a “verdades lógicas”. Portanto, para al- única área do saber capaz de confir- guns filósofos contemporâneos, espe- mar as verdades enunciadas ou elabo- cialmente Foucault, este é o primei- radas teoricamente. Entretanto, é um ro regime de validade das verdades fato conhecido de todos nós o grande enunciadas: distinguir as “palavras” número de descobertas científicas das “coisas”, os fatos de suas inter- que já foram revistas e atualizadas pretações. E, como se não bastassem por equívocos cometidos por pes- estas distinções serem difíceis, por quisadores ou teóricos no passado. O exigir certo domínio da lógica e da que nos garante que novos equívocos linguística, precisamos incluir ainda científicos não serão descobertos no as manipulações deliberadas destas futuro sobre o que se considera hoje verdades com interesses políticos e como “verdade científica”? Equívo- econômicos, numa “sociedade disci- cos, inclusive, por não existirem ins- plinar” ou “de controle”, que detur- trumentos científicos materiais para pam estas verdades por muitos mo- investigar o insondável, o invisível e o intangível. Discursos transitórios Mas a ciência também se equivoca através de teorias que posteriormente “Um cientista afirma por razões menos involuntárias. Um são revisadas ou corrigidas, mas que que os gansos que bom exemplo disso são os fatos que funcionam como verdades transitó- observou ao redor do cercam a confirmação definitiva pela rias, nem sempre fiéis aos seus pró- mundo são todos bran- “ciência” da existência do chamado prios princípios por ausência de uma cos; portanto, todo “Bóson de Higgs”, anunciada histo- atitude ética dos cientistas. ganso é branco. Mas, ricamente no dia 14 de dezembro de se aparecer em algum 2013, depois de já terem ocorrido vá- Outro exemplo, até risível, foi da- lugar um ganso verde, rios pequenos indícios da existência do por Rubem Alves em seu livro Filo- ele poderá afirmar que da até então hipotética partícula do sofia da Ciência, ao explicar a indução a ave não é um ganso modelo padrão da física quântica. Um científica, procedimento que permite e sim um ‘fanso’.” registro dito mais significativo acusou ao pesquisador partir do particular de uma vez por todas a existência da para o geral e, a grosso modo, obter SOPHIA • MAR/ABR 2018 “Partícula de Deus”, justamente no as leis que caracterizam as verdades momento em que a crise econômi- científicas. Rubem Alves criou uma ca ameaçava a retirada da verba que situação fictícia: um cientista afirma manteria as investigações sobre as que os gansos que observou ao redor teorias de Peter Ware Higgs sobre a do mundo são todos brancos; portan- partícula que confere massa a todas to, todo ganso é branco. Esse cientista as outras. Algo bastante conveniente divulga sua conclusão em um artigo. e estratégico, mas quiçá um recurso, Mas, se aparecer em algum lugar um entre muitos ocorridos, em certas ganso verde, ele poderá afirmar, a fim descobertas científicas, historica- de manter intacta sua teoria, que a mente anunciadas como verdades, ave não é um ganso e sim um “fanso”. Com este exemplo é fácil enten- 18

ALEXANDRA MÜNCHEN/PIXABAY der a grande diferença entre o “mun- “verdade” transitória ou repleta de Por sua vez, o saber obtido pelas ar- do da representação”, constructo equívocos. Se a ciência não é a área tes, à luz da filosofia contemporânea, humano teórico e resultante de leis do saber detentora da condição de dar encontra suas verdades fora da razão, humanas descrevendo o ser humano, validade a uma verdade, o que, então, da experiência e da crença, e sim nas a natureza e o universo, e o “mundo seria? A filosofia? Os filósofos con- vivências internas que as percepções dos acontecimentos”, factual, feno- temporâneos que poderiam se bene- e os afetos ou as emoções nos propor- menológico, experimental e resultan- ficiar de seus recursos retóricos para cionam. Neste saber não temos que te de leis naturais que atuam sobre o defender sua área de saber afirmam entender de arte, mas senti-la e tirar ser humano, a natureza e o universo. que, mesmo existindo também uma partido desses sentimentos humanos verdade filosófica, como a filosofia a partir da criatividade e da inspiração Destes exemplos podemos extrair cria conceitos e possui uma versão que vêm de níveis mais profundos do a ideia de que há de fato uma verda- discursiva da realidade, esta verdade ser. Contudo, diferente do que ocorre de que é científica, porém o discurso é também relativa e distinta para di- com a filosofia, este saber está longe sobre esta verdade, que já não é mais ferentes escolas de pensamento. de ser discursivo ou cognitivo, e sim ciência, e sim filosofia, pode ser uma SOPHIA • MAR/ABR 2018 19

20 SOPHIA • MAR/ABR 2018

ALEXANDRA MÜNCHEN/PIXABAY vivencial, mas não menos importante saber científico, das funções sensação numa visão integral do saber. e pensamento; o saber filosófico reú- Esses mesmos filósofos, em sua grande maioria ateus, sequer inclu- ne as funções pensamento e intuição; íram a religião entre as áreas de sa- ber que poderiam confirmar alguma e, finalmente, o saber religioso é con- verdade; entretanto, não há dúvida de que as fontes pelas quais os ensi- sequência da fusão entre intuição e namentos religiosos são produzidos, a “revelação espiritual” e a “sucessão sentimento. Assim, as áreas do saber discipular”, jamais seriam aceitas por alguém que não inclua em seu univer- e as funções da psique não podem so de crenças a transcendência ou a existência de algum Deus. Se alguns nem devem existir separadamente, filósofos acadêmicos possuem uma relação pouco amigável com a reli- numa busca das verdades internas gião, o mesmo ocorre com cientistas. Porém, isso não é uma unanimidade. construídas simultaneamente na Segundo Neil DeGrasse Tyson, nossa consciência, em vários níveis astrônomo considerado sucessor de Carl Sagan, nenhum cientista pode- da existência de nosso ser integral. ria se denominar ateu, porque assim como a existência de Deus não pode Nossa busca da verdade ganha ser confirmada como verdade pela ciência, ela também não pode ser ne- uma grande maturidade se ela nos gada. Sua biografia no Wikipédia tem sido corrigida por ele mesmo muitas permite acessar vertentes integrais vezes, afirmando-se como “agnósti- co” e não “ateu”. No entanto, outros do saber, gradativamente mais sutis, internautas amantes da ciência não se conformam com isso e voltam a invisíveis e outrora inconscientes. incluí-lo entre os ateus, apenas por acharem que a ciência confirma a Buscar, nas várias fontes de onde inexistência de Deus, sem perceber que este pensamento é tão dogmáti- podem vir informações, aquilo que co quanto qualquer crença religiosa. Afinal, provar que qualquer coisa não cada uma delas pode alcançar, pode existe é praticamente impossível, mesmo para as versões mais positi- ser um regime de validade dos pen- vistas da experimentação acadêmica. samentos e das vivências que nos Vimos que estas quatro formas de pensar, criar e buscar a verdade – ci- permitam chegar bem mais perto da ência, filosofia, religião e arte – não são suficientes como instrumentos verdade que nos livra da ignorância, para construir em nós alguma ver- dade superior. Pelo menos separada- e que também nos liberta de visões mente. Segundo Pierre Weil, no livro Rumo à Nova Transdisciplinaridade: de mundo que atrasam nosso desen- Sistemas Abertos de Conhecimento, que combinou estas quatro áreas do saber volvimento espiritual. com as quatro funções da psique de Carl G. Jung, o saber artístico é o fruto Somente um saber que integra as das funções sensação e sentimento; o várias formas de pensar e criar será capaz de alcançar a verdade do lema da Sociedade Teosófica, qualquer que seja o caminho que sigamos rumo a este entendimento. Esta verdade, contudo, não pode ser científica, fi- losófica, artística nem religiosa, mas integrada em todas as áreas do saber humano, que só se encontram separa- das no “mundo da representação”. Es- ta é a mesma verdade que Jesus Cris- to evocou no seu famoso enunciado: “O saber obtido pelas “Conhecereis a verdade, e a verdade artes encontra suas verdades nas vivên- vos libertará” (João 8:32). Portanto, cias internas que as percepções e os afe- se a verdade não estiver em uma re- tos ou as emoções nos proporcionam. ligião, não estará em nenhuma delas, Neste saber não te- mos que entender de mas não por qualquer deficiência das arte, mas senti-la.” religiões, e sim porque a verdade só SOPHIA • MAR/ABR 2018 poderá ser encontrada, em instâncias bem profundas e integradas, dentro de nós mesmos. S * Marcos Queiroz é arquiteto, urbanista e paisa- gista, professor da Faculdade de Arquitetura da UFBA e membro da Sociedade Teosófica na Bahia. 21

[ ESPIRITUALIDADE ] ‘ Viver com inspiração Atos compassivos e amorosos evocam uma resposta de nossa natureza superior, iluminando nossos ‘corações e mentes, que por sua vez permitem-nos agir com percepção e discernimento mais profundos 22 SSOOPPHHIIAA • • MMAARR//AABBRR 22001188

Tim Boyd* a mente constrói e é uma função de Há um aforismo que diz: “Conhe- buddhi, a intuição espiritual. A sabe- cimento é poder.” Essa afirmação tem um certo apelo, porque parece estar doria é como o espaço, que contém de acordo com nossa experiência diária e com nosso senso comum. todas as coisas, define todas as coi- Cada vez que aprendemos uma no- va habilidade ou utilizamos alguma sas, mas não pode ser identificado informação, influenciamos o nosso ambiente para melhor ou pior. Nesse por nenhuma nem por todas elas. É sentido, nosso conhecimento é poder. Mas é claro que conhecimento é um a natureza da realidade. Nas palavras termo flexível, que pode abranger muitas coisas. de Krishna, “tendo penetrado este A palavra conhecimento pode sig- universo com um fragmento de mim nificar uma variedade de coisas – o endereço da farmácia mais próxima, mesmo, Eu permaneço”. Nós expe- os dados de um experimento físico, a descrição do corpo astral. Embora rienciamos isso como a percepção da diferente em conteúdo e qualidade, o processo de obter conhecimento realidade – o irreal conduz ao real. é o mesmo. Os órgãos dos sentidos enviam impressões à pessoa. Segun- A maioria de nós tem a necessi- do a ciência contemporânea, o siste- ma nervoso informa ao cérebro. Na dade de nos movermos para além da tradição da Sabedoria Perene, que reconhece a primazia da consciên- tendência da mente de obter infor- cia, o processo tem um alcance mais amplo. Os jnanendriyas (orgãos do mação, para a função mais profunda conhecimento) transferem nossas percepções para camadas sempre da mente iluminada por buddhi. So- mais profundas do nosso ser. O que começa como uma impressão física mente essa mente reflete a amplidão, torna-se uma sensação, depois um sentimento, e então se combina com criatividade, compreensão, liberdade o pensamento. A característica distin- tiva da informação é que, não importa e compaixão que caracterizam uma qual seja o assunto, a informação não transforma. Na melhor das hipóteses, vida inspirada. é um fenômeno mental. De tempos em tempos encontra- Para aqueles que estão continua- mente engajados no processo de au- mos o termo “círculo vicioso”, que totransformação, há uma hierarquia de percepção na qual o conhecimento se refere a uma ação não inteligente é o primeiro passo. O desabrochar da consciência move-se do conhecimen- que produz reações indesejadas, num to para a compreensão, até chegar à sabedoria. O conhecimento é o cons- ciclo fechado. O maior exemplo des- trutor. Ele fornece estrutura, que é uma função da mente. A compreen- se processo é o conceito de samsara, são dá significado às estruturas que descrito como a roda de nascimento, doença, velhice, morte e renascimen- to. Nossa abordagem à compreensão aplica o mesmo princípio, mas ele poderia ser mais corretamente cha- mado de “círculo virtuoso”. Atos compassivos e amorosos evocam uma resposta de nossa na- tureza superior, iluminando nossos corações e mentes, que por sua vez permitem-nos agir com percepção e discernimento mais profundos. O processo autoiniciado de continua- “Os órgãos dos sen- mente nos colocarmos na presença tidos enviam impres- sões à pessoa. Na de pensamentos e emoções coloridos tradição da Sabedoria Perene, o que come- por amor é o que podemos chamar de ça como uma impres- são física torna-se “viver inspirado” – um processo que uma sensação, de- pois um sentimento, necessariamente resulta na elevação e então se combina com o pensamento.” da visão sintética, da percepção glo- SOPHIA • MAR/ABR 2018 bal, da compreensão oniabarcante e SHTTEFAN/UNSPLASH do senso de unidade a que chamamos compreensão. S * Tim Boyd é Presidente Internacional da Sociedade Teosófica. 23

[ PESQUISA ] ‘Pdearsrepaelicdtaivdaes A natureza, em seu ato de abençoar, incluiu na psique humana um potencial oculto para entender ‘a vida diretamente, independentemente dos termos abstratos e lineares do pensamento representativo 24 SSOOPPHHIAIA• • MMAARR//AABBRR22001188

FREE IMAGES Sampooran Singh* SOPHIA • MAR/ABR 2018 O homem é um ser que vive simul- taneamente em duas dimensões: o co- nhecido (as matrizes espaço-tempo-cau- sação, o finito, o transitório, efêmero) e o desconhecido (o perene, o infinito, o eterno, o imortal). O conhecido constrói caos, conflito, dualidade; leva à tensão nervosa, ao aumento da pressão arterial, à autodestruição. Porém, se o conhecido é observado – ou, nas palavras de Albert Einstein, se sua exploração é levada a ca- bo com “observação objetiva e compreen- são”, há um salto quântico do tempo para a eternidade, da atividade para a inação, do movimento para o não movimento, da fala para o silêncio verbal. A mente pessoal é uma energia con- dicionada movendo-se através do corpo, monitorada pelo cérebro, operando por meio dos sentidos. O cérebro é sempre condicionado por nossa resposta, expe- riência e conhecimento (informação). É o centro de todas as ações, de todo pen- sar; assim, pensamento e pensar levam ao condicionamento. É a percepção que pode produzir uma transformação radical dentro de nós. A mente, no sentido uni- versal, é não dual; é um domínio além do tempo e do espaço, onde somente há frequências. A consciência universal se expressa na mente como um salto quân- tico da experiência fragmentária para a percepção da totalidade, da unidade. Maurice H. Wilkins, Prêmio Nobel de medicina em 1962, escreveu: “A ciência progride em grande parte pela combina- ção de dois aspectos: a abertura mental e o seguimento de conceitos abstratos. Abstração envolve excluir e restringir, que é o oposto de abertura mental. A ciência sempre põe mais ênfase sobre essa abstra- ção e restrição, sobre os procedimentos analíticos e sobre o papel do intelecto como distinto de intuição e sentimentos. O lógico e racional é um elemento muito importante na ciência. A ciência, como se apresenta hoje, não nos revela muita coisa a respeito da verdadeira natureza dos seres humanos. A ciência é uma ativi- dade humana. Ela não pode ser separada de todas as virtudes e valores.” 25

A ciência busca o materialismo sabedoria se atrofia; o conhecimento uma ruptura direta com a doutrina para o conforto humano. Wilkins prolifera, mas a sabedoria definha. materialista e comportamentalista acrescentou que “as dimensões mo- há muito estabelecida, que dominou ral, espiritual e outras são normal- O neurocientista Karl Pribham a neurociência durante muitas déca- mente retiradas da ciência”. afirmou: “A ciência do cérebro deve das. Em vez de rejeitar ou ignorar a lidar com a percepção da percepção. consciência, a nova interpretação dá As aplicações científicas elevaram Ela não pode mais se dar o luxo de iso- pleno reconhecimento à primazia da os padrões de vida de milhões de pes- lar aquela parte do mundo que cha- percepção consciente interior como soas além da expectativa. Tem havido mamos de subjetiva.” Roger Sperry, uma realidade causal.” um crescimento fantástico do conhe- Prêmio Nobel em fisiologia e medici- cimento, mas a busca por armas de na em 1981, falou sobre a importância Sperry escreveu também: “Quan- guerra também levou o ser humano dessa área negligenciada da ciência: o do o cérebro é integral, a consciência a uma vida extremamente perigosa. estudo da experiência humana subje- unificada dos hemisférios direito e O velho hiato entre conhecimento e tiva. Ele apontou um desenvolvimen- esquerdo constitui mais do que as sabedoria foi ampliado perigosamen- to profundo: “Os conceitos atuais propriedades individuais dos hemis- te. O conhecimento cresce, mas a da relação mente-cérebro envolvem férios separados.” Assim, esses estu- 26 SOPHIA • MAR/ABR 2018

dos trouxeram à baila a questão da mundo natural não existe cor nem consciência de uma maneira nova. som; não há textura, padrões, beleza, Ele acrescenta: “Quando as partes odores. Em suma, nenhum dos fatos se unem num novo todo, esse todo objetivos sobre os quais geralmente exibe características – propriedades embasamos nossa realidade é funda- emergentes – que não podem ser pre- mentalmente válido.” ditas como uma regra nova a partir das partes, e que não se pode explicar O neurocirurgião canadense inteiramente em termos das partes.” Wilder Penfield acrescentou: “Nossas mentes e nossos cérebros não são ab- Um outro Prêmio Nobel, o neu- solutamente a mesma coisa. A mente rofisiologista britânico John Eccles, experiencia e o cérebro registra a ex- também enfatiza a necessidade de periência.” A mente é independente e se lidar cientificamente com a área sinérgica em relação ao cérebro. Pen- negligenciada da percepção cons- field afirmou que a mente existe em ciente interior. Eccles toca a ilusão toda parte: “Supor que a consciência sensorial com uma afirmativa sur- ou a mente possui uma localização preendente, mas irrefutável: “Que- é uma barreira para se entender a ro que vocês compreendam que no neurofisiologia.” Diálogo experimental SHUTTERSTOCK A humanidade está presa numa um salto quântico de uma estrutura crise sem precedentes. Isso quer dizer simbólica para uma estrutura não “A ordem do universo que a pessoa precisa se observar mui- dual. O pensamento não dual é sinér- pode ser a ordem de to cuidadosamente. Como afirmou J. gico ao pensamento dualista, pois nossas mentes. Tudo Krishnamurti, “se não soubermos ler para haver descoberta, em qualquer que experienciamos este livro [a nossa história], vamos campo, precisamos de um potencial como realidade ma- destruir a nós mesmos”. mais elevado de energia quântica de terial nasce da men- percepção ou consciência. A desco- te condicionada, que A ordem do universo pode ser a berta acontece no reino perene. A por sua vez é a ex- ordem de nossas mentes. Tudo que intuição está além de nossas observa- pressão de um reino experienciamos como realidade ma- ções, percepções e lógica. A intuição invisível além do es- terial nasce da mente condicionada, é a percepção direta no cérebro, sem paço e do tempo.” que por sua vez é a expressão de um mediação do aparato sensorial. reino invisível além do espaço e do SOPHIA • MAR/ABR 2018 tempo, um reino revelado pela ciên- A natureza responde ao diálogo cia como a mais elevada frequência experimental, de modo que a pessoa de energia e informação. A fonte in- explora cada pensamento com com- visível de tudo que existe não é um preensão e observação subjetivas. vazio, mas o próprio ventre da criação Observamos cada pensamento e ja- (a inteligência suprema). mais deixamos que um deles escape sem observar sua natureza. Essa ob- A natureza, em seu ato de aben- servação permite que o pensamen- çoar, incluiu na psique humana um to permaneça em suspenso e que a potencial oculto para entender a vi- mente se torne silenciosa. A desco- da diretamente, independentemente berta ou intuição nasce na mente dos termos abstratos e lineares do silenciosa; assim ela se expressa co- pensamento representativo. A per- mo insight. Somente o insight pode cepção indireta é conhecimento sim- descondicionar o cérebro e permitir bólico, enquanto a percepção direta o seu florescimento. é descoberta, intuição, compreensão crítica da verdade. Não é um proces- O físico D. S. Kothari escreveu: so passo a passo; ela se dá quando há “Novos teoremas, a não ser que sejam 27

triviais, são primeiramente ‘descober- ciência com criatividade. Quando se PIXABAY “A visão ou a audição, tos’ e depois comprovados. A desco- percebe o fato, a “verdade objetiva” o olfato ou a respiração berta é um insight, não um processo e a ignorância do “mundo subjetivo” são movimentos no rei- passo a passo. Em seguida vem um (interior), a mente está engajada em no da não dualidade, relato racional de uma descoberta, a “invenção”. Se a pessoa simultane- ou da percepção direta. prova, que não precede a descoberta.” amente percebe o mundo subjetivo Toda atividade na natu- (interior) e o mundo objetivo (ex- reza é percepção direta. Ainda segundo Kothari, “as des- terior), então a mente está engajada Mas a atividade artificial cobertas fundamentais que se apro- em descoberta. As descobertas sur- é percepção indireta, e fundam na natureza das coisas são o gem como lampejos intuitivos. Isso está no campo dualista.” resultado de intuição e fé incomuns, sugere que a ciência subjetiva, que e não de uma lógica fria”. Segue-se invariavelmente não está perceptiva SOPHIA • MAR/ABR 2018 daí que “todas as grandes descober- do conhecedor (sujeito), mas sim do tas surgiram do reino da perenidade; conhecido (objeto), pode regenerar assim, a investigação científica não é a mente para ser criativa. A ciência atividade cerebral e coleta de infor- objetiva é uma busca pelo materia- mação, mas a busca da perenidade, lismo. Ela segue uma parte, por isso da divindade, do campo de vida. Uma é limitada. Se essa observação conti- devoção altruísta, inabalável à verda- nuar durante um longo tempo, a ci- de e ao uso do conhecimento para a ência objetiva dará um salto quânti- elevação do homem – expressão hie- co para a ciência subjetiva; a ciência rárquica superior da consciência – são subjetiva levará consigo a intuição, a as únicas vocações de um cientista.” perenidade, a totalidade, a unidade, o não dual e a estrutura não conceitual De acordo com Maurice H. de referência do continuum mental. Wilkins, “a investigação de mente A dimensão da pesquisa subjetiva é aberta feita pelo cientista não é algo ciência-educação-ética-saúde. peculiar à ciência em si, mas é carac- terística da boa maneira de viver para A visão ou a audição, o olfato ou a os seres humanos em geral”. Wills W. respiração são movimentos no reino Harman completa: “O reino da ciên- da não dualidade, da percepção direta. cia convencional lidou com o mundo Toda atividade na natureza é percep- da experiência externa e negligen- ção direta. Mas a atividade artificial é ciou todo o mundo da experiência percepção indireta, e está no campo humana interior, de onde surgem dualista. Viver no presente e no agora todos os nossos sentidos de valores, cura; e viver no passado e na dualidade significados, metas, etc.” suprime a sensibilidade perceptiva do ser humano e realça a doença. Prigogine afirmou que “o compor- tamento de uma realidade não está re- A ciência objetiva move-se de um lacionado às nossas crenças, às nossas fato a outro. Se o fato é observado du- ambições ou às nossas esperanças”. E, rante um longo período de tempo, a de acordo com Erwin Schrödinger, energia quântica potencial do objeto “um quadro do mundo moderadamen- é realçada e isso causa um salto quân- te satisfatório só pode ser alcançado ao tico através do “horizonte do evento”. alto preço de nos retirarmos da foto- Os físicos dão esse nome à fronteira grafia e recuarmos para o papel de um que divide nitidamente qualquer coi- observador indiferente”. sa que permaneça dentro da velocida- de da luz e qualquer coisa mais rápida E. F. Schumacher disse: \"Nossa do que a velocidade da luz. Em outras tarefa é olhar para o mundo e então palavras, divide o campo do tempo e vê-lo como um todo.” David Bohm o reino perene. A velocidade da luz concluiu que “observar a natureza é absoluta; é como uma muralha que com um certo tipo de objetividade nenhum objeto consegue alcançar e poderia ser chamado de ‘o germe da atravessar. À medida que nos apro- atitude científica’ ou do temperamen- to científico”. Também exploramos a 28

ximamos da muralha, o tempo re- (consciência universal) dentro do reino subjetivo é a mesma. duz-se, a massa aumenta e o espaço mundo observado (dimensão subje- Fred Allen Wolf escreveu: “Esta- torna-se curvo. Isso implica em que tiva). Nosso diálogo só será bem-su- um salto quântico é dado do campo cedido se for retirado do interior da mos começando uma nova era de per- externo para o reino interior; quando natureza. Assim, tanto a consciência cepção, a era da consciência quântica, surge no reino do campo interior ele universal quanto a dimensão subje- do átomo consciente. Ao olhar para é aniquilado ou fica em suspensão, tiva estão ‘dentro da natureza’. Nada dentro de nós, podemos ser capazes de e a verdade subjetiva é percebida. A existe de objetivo para se observar, e resolver os problemas que nos afron- consciência cósmica observa a si mes- a consciência universal está percep- tam na fronteira final – a fronteira do ma por si mesma. O sujeito atinge a tiva da ‘subjetividade absoluta’, ou espírito humano.” Parece que explorar totalidade da vida. ‘mundo subjetivo’. A energia quân- o salto quântico a partir do intelecto tica potencial da consciência tanto até a inteligência, ou a “simbiose de ci- Ilya Prigogine afirmou: “É a fí- na consciência universal quanto no ência e espiritualidade”, pode resolver sica que pressupõe um observador todos os nossos problemas. SOPHIA • MAR/ABR 2018 29

Dimensões ocultas Os relacionamentos são um desa- po. Ao terminarem os desequilíbrios FREE IMAGES fio e uma resposta interconectados psicológicos há renovação, renasci- entre duas pessoas, “você e eu”. Rela- mento, novidade, frescor, alegria. “Relacionamento cionamento significa comunhão sem Essa renovação está no reino perene, significa comunhão medo, liberdade para a compreensão que é a dimensão oculta do homem. sem medo, liberdade mútua, para se comunicar diretamen- para a compreensão te. O que existe é amor, e não respon- Muitos físicos eminentes percebe- mútua, para se co- sabilidade ou dever. Só pode haver ram o aspecto intuitivo da descoberta municar diretamente. verdadeiro relacionamento quando científica. Fritjof Capra afirmou que O que existe é amor, existe amor e compaixão. O amor “Einstein experienciou a teoria da re- e não responsabili- só existe quando existe autoesque- latividade antes de a formular. Bohr dade ou dever.” cimento, quando existe comunhão experienciou a mecânica quântica completa, não entre um ou dois, mas antes de a ter formulado. Feynman SOPHIA • MAR/ABR 2018 comunhão com o mais elevado. O re- esclareceu a teoria do campo quân- lacionamento existe quando a pessoa tico e Chew experienciou a teoria se deleita na pesquisa subjetiva. S-matriz antes de as formularem. (...) Feynman tinha a física nos ossos.” No modo psicológico, ou no mo- Ken Wilber afirmou que “a intuição do simbólico dualista, existe uma re- acontece no reino perene onde não vocação da memória passada ou de há espaço ou tempo, somente even- projeções futuras, e a pessoa jamais tos (ou frequências). Galileu ensinou está no presente. Há isolamento inva- que a mera aceitação dos estímulos riável. O modo científico lida com o que vêm do ambiente e que resulta materialismo sem perceber o sujeito no acúmulo de memória no cérebro do conhecimento; lida com as partes, é insuficiente para o nosso propósito. e jamais toca o relacionamento. A ci- Ele nos ensinou, por meio de sua pró- ência subjetiva lida com a totalidade, pria realização, que os experimentos a unidade da vida, e assim todo rela- propositadamente designados são de cionamento é santo e sagrado. importância vital na descoberta da verdade oculta na natureza. Ele fez A vida é um desafio (objeto) e perguntas endereçadas à natureza e resposta (sujeito, memória evoca- conseguiu receber respostas direta- da) constantes. O desafio é sempre mente da natureza. Ao assim fazer, novo e a resposta é sempre velha. ele precisou apenas de dispositivos O velho (pensador) absorve o novo bastante simples.” (pensamento) e modifica-o. Existem superposições coerentes de teias di- Hideki Yukawa escreveu: “Sem- ferentes – ou, em outras palavras, o pre se pressupôs o poder da intuição, velho se enxerta no novo. Tanto o de que os gênios tanto gregos quanto pensador quanto o pensamento es- chineses, dos tempos antigos, eram tão no mesmo potencial de energia fartamente dotados. Parece que o quântica e são um. ponto importante seria o equilíbrio ou a cooperação entre intuição e Einstein afirmou que temos que abstração.” A dimensão oculta do ser explorar os desequilíbrios psicoló- humano é a intuição, e não a lógica gicos (complexo pensador-pensa- fria do intelecto. mento) por meio da observação e da compreensão objetivas, que são um A quietude da mente só surge potencial mais elevado de energia quando não existe processo de isola- quântica do que o modo psicológico. mento através de acúmulo, mas uma Observe o pensamento até o seu fim, compreensão completa de todo o que fluirá para a perenidade. O fim do processo do relacionamento. Quan- pensamento significa o fim do tem- do a mente está aquietada, equili- 30

brada, contrabalançada, ela está no amor é transformação de momento a perene, a realidade está aqui e agora, reino do perene. Na quietude não momento. Assim, a dimensão oculta há projeção de pensamentos, ideais, do ser humano é a perenidade, a re- e o agora não pode ser compreendido conceitos ou aquisições, e assim há alidade, a ciência subjetiva. perenidade. por aquele que está preso na rede do Para compreender todo o movi- O amor não é diferente da verda- mento da vida, ou realidade, é preciso tempo. É a verdade que liberta, e não de. O amor é aquele estado em que o a suprema inteligência – não a inte- processo mental, como o tempo, ces- ligência do pensamento, de livros ou o esforço que ele faz para se libertar. sa completamente. Quando o tempo de conhecimento, mas a inteligência termina, aparece a perenidade. Quan- de amor e compaixão, com a sensibili- A verdade não é cumulativa; ela é de do há amor, há revolução, porque dade que lhes é inerente. O eterno, o momento a momento. S * Sampooran Singh é cientista e autor de vários ensaios sobre a integração entre ciência e espiri- tualidade. Vive em Chandigarh, na Índia. SOPHIA • MAR/ABR 2018 31

[ CONSCIÊNCIA ] A cadeia dos ‘ apegos Enquanto não lidarmos com a disfunção básica da mente – o apego ao passado e ao futuro e a negação do presente – os problemas apenas ‘mudarão de figura. Não há salvação dentro do tempo. Você não pode se libertar no futuro 32 SOPSHOIPAH• IAM• AMR/AARB/RAB2R0128018

Walter Barbosa* O tempo psicológico difere do tem- A auto-observação é considerada po de relógio porque se alimenta de uma técnica fundamental para a re- alização de mudanças. Ela permite expectativas. É uma pressão que nos descobrir a causa de muitos sofrimen- tos, e, a partir daí, agir para evitá-los. projeta para o futuro, por ambição ou E uma dessas causas – talvez a maior delas – é o apego. ansiedade, deslocando-nos das pessoas O apego surge quando tomamos e atos deste momento, impedindo-nos “situações de vida” como a própria vida. Assim, não deixamos que as si- de sentir, de desfrutar sua importância, tuações sigam seu caminho no deter- minismo cíclico que gera, alimenta e de vivê-lo integralmente. Nas situações destrói todas as formas, como simples instrumentos de aprendizagem para de prazer e dor, ele se apresenta nas nosso ser. conhecidas sensações de “encurtar-se” Qual é a base da auto-observação? É a existência de entidades indepen- e “alongar-se”, respectivamente. Quem dentes dentro de nós – o observador e o observado – em consequência de ser- não viveu a dor de cabeça ou a dor de mos feitos de espírito e matéria, sendo esta responsável pelo fornecimento de dente que “durou um século”? veículos para a consciência e de um campo onde ela pode obter “experi- “Talvez seja difícil reconhecer que ências e liberação”, segundo Patanjali. o tempo é a causa do nosso sofrimento Naturalmente não percebemos a existência das tais entidades separa- ou de nossos problemas. Acreditamos das enquanto não praticamos a auto- -observação e a meditação, pois, do- que eles são causados por situações minados pela matéria, pensamos que somos ela mesma, como corpo físico, específicas em nossas vidas, e, de um emoções e mente. ponto de vista convencional, isso é uma Há 2.600 anos o filósofo indiano Patanjali afirmou: “O sofrimento que verdade. Mas, enquanto não lidarmos ainda não chegou pode e deve ser evi- tado”, sendo que “a causa daquilo que com a disfunção básica da mente – o deve ser evitado (o sofrimento) é a união do vidente com o visto”. Em ou- apego ao passado e ao futuro e a nega- tras palavras, a causa do sofrimento é a escravização do vidente ao visto, do ção do presente – os problemas apenas observador ao observado, do espírito à matéria. mudarão de figura”, ensina o escritor Auto-observar-se é uma prática Eckhart Tolle. “Não há salvação dentro difícil, senão impossível, sem a mu- dança de alguns valores. Em princí- do tempo. Você não pode se libertar no pio porque ela requer uma parada – ou pelo menos uma desaceleração futuro”, completa ele. – do rolo compressor que nos cerca, apontando continuamente para a im- Então, onde podemos nos libertar portância da “casca” em detrimento da “essência”. Esse rolo é alimentado e eliminar a cadeia infindável dos ape- pelo tempo psicológico. gos? Na única dimensão real do tempo: o agora. Na plenitude dele – liberado o “observador” da cadeia dos julgamentos e das expectativas – perceberemos o conjunto mente-emoção como algo in- dependente de nós, mas cuja vitalidade é sugada das forças de nosso Eu, tornan- do-nos seres divididos, atormentados, pois o que devia ser a ferramenta manda em nosso lugar, induzindo a separativi- dade, dependência, ódio, solidão. Libertos dessa escravidão, sentire- mos então as coisas à nossa volta como parte da vida única, extensão de nosso próprio ser, tornando-se vazia qual- quer posse diante dela. Aí fica tam- bém claro o motivo pelo qual o apego gera sofrimento: nenhum é gratuito, mesmo o mais elevado, pois tudo que retemos também nos paralisa, também SHUTTERSTOCK nos aprisiona. S * Walter Barbosa é escritor e membro da Sociedade Teosófica de Campo Grande. SOPHIA • MAR/ABR 2018 33

[ TRANSFORMAÇÃO ] ‘ Reencarnação e destino Aspirações e desejos tornam-se capacidades; pensamentos repetidos tornam-se tendências; vontade de agir torna-se ação; experiências tornam-se sabedoria; experiências dolorosas tornam-se ‘consciência. Consequentemente, moldamos nosso destino à medida que vivemos nossa vida, momento a momento Sushma Weber* cem um outro conjunto de evidên- Como escritor, ocultista, livre- SHUTTERSTOCK cias para o estudo tanto do karma -maçon e quarto Presidente Inter- A reencarnação como um fato quanto da reencarnação. Em nossa nacional da Sociedade Teosófica, da natureza e como uma doutrina época, o trabalho de Ian Stevenson, Curupumullage Jinarajadasa escre- desapareceu da mente dos europeus que dedicou quarenta anos de sua veu: “À medida que evolui, a vida tem durante a Idade Média, e, por isso, vida à documentação científica da seus estágios. Primeiro, ela constrói deixou de influenciar o desenvolvi- memória de vidas passadas de crian- formas de matéria ultrafísica, a que mento do povo ocidental. Entretanto, ças em todo o mundo, proporciona posteriormente damos o nome de vi- enquanto isso, as várias religiões do numerosas evidências. da ‘elemental’. Depois, com as experi- Oriente a abordavam como um ensi- ências de sua construção passada, ela namento fundamental. Na Índia e no A pergunta que se poderia fazer ‘anima’ elementos químicos em com- Egito, estava na raiz da ética. Entre os é: o que reencarna? Mais uma vez, binação, tornando-se a alma-grupo judeus, era uma doutrina abordada Annie Besant explica: “Na filosofia mineral. Depois, constrói protoplas- comumente pelos fariseus. Desco- esotérica, a teoria da reencarnação ma, anima formas vegetais, e após brimos também que essa doutrina foi assegura a existência de um princípio isso, num período posterior, anima ensinada pelos padres da Igreja pri- vivo e individualizado, que reside e formas animais. A seguir temos o es- mitiva, como o fizeram os gnósticos anima o corpo do ser humano, e que, tágio como ser humano. A vida agora e os neoplatônicos. na morte do corpo físico, passa para constrói indivíduos capazes de pensar um outro corpo, após um intervalo e amar, capazes de autossacrifício e Annie Besant escreveu: “Tam- maior ou menor. Essas sucessivas idealismo. (...) E o ser humano não é bém não é Schopenhauer o único vidas corpóreas estão unidas como o último elo da cadeia.” filósofo do intelectual e místico povo pérolas engastadas num cordão, sen- alemão que aceitou a reencarnação do o fio o princípio vida, e as pérolas Jinarajadasa assinalou ainda uma como um fator necessário na natu- nele engastadas as vidas humanas diferença essencial entre a evolução reza. Pode-se alegar que as opiniões separadas.” da matéria e a evolução da vida: “Em- de Fichte, de Herder, de Lessing cer- bora a matéria evolua do homogêneo tamente têm algum peso no mundo Outro aspecto da vida humana para o heterogêneo, do indefinido intelectual, e esses homens veem para o qual a reencarnação aponta é para o definido, do simples para o na reencarnação uma solução para o que na literatura teosófica chama- complexo, a vida não evolui assim. A os problemas que de outro modo -se o plano divino, que é a evolução. evolução da matéria é um rearranjo; seriam insolúveis.” A reencarnação é necessária porque a evolução da vida é um desvendar e nós, seres humanos, somos parte do um desabrochar. (...) A evolução da Foi em 1923 que pela primeira processo de evolução. Aprender a vida não é um receber, mas um dar. vez Edgar Cayce ministrou uma de respeito dos estágios de evolução po- Pois por trás da própria vida, como suas palestras sobre reencarnação. deria ser considerado como estudar seu coração e alma, está algo ainda As milhares de “Leituras sobre a o mapa de nossa viagem à meta últi- maior, uma consciência.” vida” que fez enquanto viveu forne- ma, também chamada de iluminação. 34 SOPHIA • MAR/ABR 2018

“Na Índia e no Egito, a reencar- nação, como doutrina, estava na raiz da ética.” SHUTTERSTOCK SOPHIA • MAR/ABR 2018 35

A Lei do peito do mapa da evolução humana é pensamento, sentimento ou ação têm Karma crucial para a continuidade de nosso seus efeitos correspondentes, que por desenvolvimento e ajuda a gerenciar sua vez tornam-se causas para futuros A reencarnação é um processo e criar o destino não apenas para o efeitos, e o ciclo continua. Pode-se que afeta todos os organismos vivos. nosso eu individual, mas também dizer que um dos propósitos da re- A vida através de sucessivas corpori- para toda a humanidade. Ajuda-nos encarnação é encontrar uma maneira ficações ascende a capacidades mais a tomar nossa evolução em nossas de sair desse ciclo de causa e efeito, plenas e mais nobres de pensamento próprias mãos, em vez de esperar que a roda de nascimento e morte. Algu- e sentimento. Reencarnação e evo- a natureza siga seu rumo. mas das causas postas em movimento lução são como as mãos direita e es- manifestam-se como efeitos somente querda do que poderíamos chamar de A reencarnação não pode ser con- quando as condições são adequadas “o grande arquiteto”. Aprender a res- siderada sem a Lei do Karma, também para sua fruição, que poderia ser nu- conhecida como a Lei de Causa e Efei- ma vida futura. Isso pode ser melhor to. As causas ou forças postas em mo- compreendido se visualizarmos todo vimento por uma pessoa através de 36 SOSPOHIPAH• IAM• AMR/AARB/RAB2R0128018

“À medida que evolui, a o universo como uma expressão de bindo aos hábitos, às ações e reações vida tem seus estágios. energia, pois estamos lidando com automáticas, muitas vezes ignorando Ela anima elementos forças e seus efeitos. a pequenina voz da consciência e os químicos em combina- lampejos de sabedoria. ção, tornando-se a al- Durante uma vida, cada um de ma-grupo mineral. De- nós age como um transformador; a Se tudo que experimentamos é pois, constrói protoplas- energia universal penetra em nós, pa- energia, qual poderia ser nossa ati- ma, anima formas vege- ra ser transformada em serviço ou em tude para com as circunstâncias que tais, e após isso, num dano. Jinarajadasa afirmou: “Aspirar, enfrentamos segundo o nosso des- período posterior, anima sonhar, planejar, pensar, sentir, agir – tino? Se uma vida vivida sem o co- formas animais.” tudo isso significa pôr em movimento nhecimento de causas e efeitos tem forças dos três mundos; e, segundo certas consequências segundo a Lei, SOPHIA • MAR/ABR 2018 o uso que fazemos dessas forças, nós então uma vida vivida com a percep- ajudamos ou atrapalhamos. Ora, to- ção da Lei poderia ter consequências das as forças que usamos, de todos diferentes. Isso significa que, como os planos, é a energia do logos; nós seres humanos autoconscientes, po- somos apenas transformadores des- demos aprender a administrar nossas sa energia.” atuais circunstâncias e a criar outro conjunto de circunstâncias (ou des- Atualmente, a maior parte da hu- tino) benéfico não apenas para nós manidade é capaz de funcionar nos mesmos, mas também para toda a três planos de existência: os planos criação. Agimos com a compreensão físico, astral (emocional) e mental. de que o gerenciamento da energia Esses planos da natureza são com- do logos que flui através de nós pode postos da matéria correspondente, ser orientado para ajudar na compre- da matéria grosseira no plano físi- ensão de nossa responsabilidade para co à matéria mais sutil no astral, e com o todo. à ainda mais sutil no plano mental. No entanto, a maioria de nós está A palavra destino tem três signi- plenamente consciente apenas no ficados: 1) o futuro que aguarda uma plano físico. Experimentamos o pla- pessoa ou coisa; fado; sorte; sina; 2) no astral através de sensações, senti- conjunto de eventos predetermina- mentos e emoções, e somos capazes dos ou inevitáveis; e 3) o poder ou de usar a matéria mental quando nos agente último que predetermina o engajamos em pensamentos concre- rumo dos eventos. Pode-se, portanto, tos e abstratos. inferir que o destino é formado tanto pelo imutável quanto pelo que pode A energia mental que vertemos ser criado para influir no destino fu- em nossa vida diária forma imagens turo. Dentro de cada um de nós está o mentais que se tornam causas que poder para suportar e resolver nossos atuam segundo a Lei do Karma: desafios e criar nosso futuro destino com conhecimento e sabedoria. Aspirações e desejos tornam-se capacidades O mais importante é aceitar a vi- Pensamentos repetidos tornam-se da como ela é. Nossa resistência às tendências circunstâncias atuais seria dissolvi- Vontade de agir torna-se ação da e ficaríamos mais relaxados para Experiências tornam-se sabedoria encontrar uma maneira de romper o Experiências dolorosas tornam-se padrão e abandonar as circunstâncias consciência que nos mantêm presos num ciclo aparentemente interminável. Isso Consequentemente, moldamos requer um esforço consciente para nosso destino à medida que vivemos estudar a Tradição-Sabedoria, nossa nossa vida, momento a momento, na própria vida; meditação, revisão e maior parte das vezes seguindo o ca- reflexão diárias; e serviço como um minho de menor resistência e sucum- modo de vida. 37

Acelerando a evolução Quantas qualidades consigo de- pessoas pensam, não como agem, e Os objetivos da Sociedade Teosó- senvolver nesta vida atual? Seria negligencia as emoções. fica apontam para a necessidade de possível conscientemente trabalhar elevar nosso centro de consciência sobre meu caráter para modificar A socióloga Monika Aldet recru- da mente funcional, dualista, para a certas fraquezas, em vez de esperar tou cidadãos “sênior” para desenvol- mente superior, intuitiva e não dua- que as circunstâncias atraiam mi- ver uma escala de sabedoria “tridi- lista. Como escreveu Annie Besant: nha atenção para elas? Todos nós mensional”, que mede os domínios “Ora, a intuição deve ser o elemen- temos forças e fraquezas; perceben- cognitivo, reflexivo e emocional. to distintivo da ‘raça vindoura’. O do nossas forças, frequentemente Na estrutura por ela criada, a esfera conhecimento certamente, o inte- buscamos circunstâncias que farão emocional envolve sentir compaixão lecto certamente, mas devem estar uso delas. É o caminho da menor re- pelos outros e ser capaz de lidar cons- subordinados à qualidade espiritual sistência, um modo natural de fazer trutivamente com a adversidade. Em superior, que compreende a unida- as coisas. No entanto, se pensarmos defesa de seu modelo, Aldet assinala de na diversidade e, portanto, vem a em nossas vidas, concluiremos que que Jesus, Buda, Maomé, Gandhi, realizar o Eu divino no homem. Esse muitas circunstâncias com as quais santos cristãos e mestres zen per- é o próximo passo adiante, levando tivemos que lidar desenvolveram cebem uma verdade mais profunda, em consideração a consciência. (...) novas qualidades. Elas desafiaram podem transcender a subjetividade e A faculdade chamada sabedoria vê a nosso sentido mesmo de existência considerar eventos objetivamente, a unidade em meio à diversidade. (...) e nos arrancaram da nossa zona de partir de múltiplas perspectivas, com É por causa dessa [fraternidade e conforto. As lições aprendidas ao compaixão pelos outros. unidade] que, na Sociedade Teosófi- enfrentar esses desafios podem ter ca, a Fraternidade Universal é o úni- moldado nosso caráter. E, à medida O psicólogo norte-americano co reconhecimento que pedimos de que crescemos em sabedoria, acele- Robert Sternberg afirma: “Tolice é o nossos membros. Pois desde o início ramos nossa evolução. que surge quando estamos desequili- somos um grupo de seres humanos brados – confiando somente em al- espalhados por todas as outras nações Paul B. Bates, um pioneiro na gumas de nossas faculdades, conside- civilizadas do mundo, que conside- psicologia do desenvolvimento pa- rando apenas alguns interesses ou fo- ravam a Fraternidade como nosso ra a vida, fundou o Berlin Wisdom cando exclusivamente consequências, grande elo de união, e como o tipo Project, para estudar a sabedoria sejam de curta ou de longa duração.” da civilização do amanhã.” em laboratório. Ele e seus colegas definiam sabedoria como “habili- Tanto a pesquisa científica quanto Ao apoiar as atividades da Socie- dade altamente valiosa e notável no as tradições espirituais apontam para dade Teosófica nos níveis local, nacio- lidar com problemas fundamentais o fato de que aqueles que desenvol- nal e internacional, nós, como mem- relacionados ao significado e à con- vem uma perspectiva e uma sabedo- bros, devemos estar prontos para duta de vida”. Eles descobriram que ria holísticas são parte de um quadro sacrificar tempo, dinheiro, esforço e aqueles cujas respostas demonstra- maior que se move na vanguarda do energia, cumprindo com nosso dever, vam aspectos de sabedoria (como re- caminho evolutivo. seja agradável ou desagradável, sob conhecimento factual e processual, aplauso ou culpa, elevando-nos aci- perspectiva, tolerância e aceitação Muitos de nós encontramos ma dos interesses pessoais por amor de incerteza) tendiam a ser menos ressonância nos ideais e princípios à Teosofia. Assim fazendo, estamos egocêntricos e a ter menos interes- apresentados pela Teosofia ou Sa- nos preparando para o próximo es- se na busca de uma vida prazerosa e bedoria Divina. Nosso destino nos tágio evolutivo da humanidade. Não confortável. Em vez disso, eles foca- colocou em contato com eles e nós temos que deixar que a natureza siga vam em crescimento, insights pesso- nos filiamos à Sociedade Teosófica. seu caminho; podemos criar nosso ais e valores como proteção ambien- No entanto, frequentemente es- próprio destino aqui e agora. S tal, engajamento social e bem-estar quecemos que esta é, em primeiro dos amigos. No entanto, o projeto lugar, uma oportunidade para ace- * Sushma Webber é escritora, artista gráfica e mem- tem seus críticos; eles afirmam que lerar nossa evolução; em segundo, bro da Sociedade Teosófica na Nova Zelândia. a pesquisa mede o modo como as uma responsabilidade com relação à organização fundada para permi- tir que as pessoas saibam que a Te- osofia existe. 38 SOPHIA • MAR/ABR 2018

“Jesus, Buda, Maomé, Gandhi, santos cris- tãos e mestres zen percebem uma ver- dade mais profunda, podem transcender a subjetividade e con- siderar eventos obje- tivamente, a partir de múltiplas perspecti- vas, com compaixão pelos outros.” SOPHIA • MAR/ABR 2018 39

[ CONEXÃO ] O‘ que é real? Nos textos hindus, sugere-se que os rios, as montanhas e toda a natureza expressam tanto do ‘divino esplendor quanto o Supremo deseja revelar, pois nossos olhos são incapazes de ver mais 40 SSOOPPHHIIAA • • MMAARR//AABBRR 22001188

SHUTTERSTOCK Radha Burnier* SOPHIA • MAR/ABR 2018 Toda manhã uma jovem mulher con- tava para seu filho, de cerca de seis anos, uma história do Panchatantra, um anti- go conjunto de lendas que se acredita ser precursor das fábulas de Esopo. A criança não aceitava nenhum trecho onde era di- to que o animal havia morrido. Nenhum animal, segundo seu ponto de vista, de- veria morrer; por essa razão ele corrige a narração e diz: “Não, mamãe, ele não morreu, ele fugiu para a floresta.” Recentemente, uma reportagem de jornal mostrou uma criança de três anos que sofreu um acidente; sua mãe, enquan- to dirigia num penhasco durante uma tempestade, saiu da estrada, e o carro caiu no mar de uma altura de trinta metros. A mulher morreu afogada, e a criança foi lançada na água gelada em seu assento. Permaneceu lá por cerca de doze horas e sofreu apenas um pequeno enregela- mento. O menino contou que dois anjos alados vestidos de branco cuidaram dele, que por isso não teve medo nem se sentiu desprotegido. Ele repetiu essa história a todos que indagaram. Muitas crianças choram quando suas mães choram ou quando veem outra pes- soa chorando. Talvez a consciência ino- cente no jovem corpo, com poucas expe- riências na vida material, instintivamente sinta que algo está errado quando alguém está infeliz. A maioria das crianças é atra- ída por outros seres inocentes, tanto por outras crianças quanto por animais, par- ticularmente animais jovens. Esse estado de inocência geralmen- te se perde quando a criança cresce e se torna adulta, e o modo de vida moderno não ajuda o jovem a preservá-lo. A repe- tida observação de violência na televisão, por exemplo, ajuda a destruir o instintivo senso de unidade que elas possuem. As crianças, como é bem sabido, preci- sam de proteção e cuidados durante muito mais tempo do que os animais. Isso pode ser parte do plano da natureza para desen- volver a sensibilidade nos seres humanos. O jovem animal, deixado por sua própria conta, é forçado a lutar pela sobrevivência, o que inclui desconfiar, temer, ser agres- 41

sivo e desenvolver outros comporta- ma existência. Mas também não é “A maioria das mentos peculariares, que conspiram crianças é atra- para introduzir a astúcia e a compe- real, porque é apenas uma parte, não ída por outros tição em sua vida. Quando há insegu- seres inocentes, rança e medo, desenvolve-se a agres- o todo. É um meio, por assim dizer, tanto por outras são; o medo impele a mente a planejar crianças quanto maneiras de se defender e de superar através do qual algo muito mais vas- por animais, par- os outros. Assim, a consciência perde ticularmente ani- sua inata delicadeza. to pode ser vislumbrado. No entanto, mais jovens.” A maioria de nós tem atitudes que tipo de mente e de coração con- SOPHIA • MAR/ABR 2018 duras, e, se formos honestos, desco- briremos quando e como elas ocor- seguem ver o esplendor além das for- rem – como é perdida a inocência da infância e a qualidade de viver mas externas? A consciência privada em unidade com as outras criaturas. Todos nós temos a possibilidade de de inocência certamente não conse- experimentar os aspectos mais sutis da vida, até mesmo de perceber pre- gue. A criança que recua ao ouvir que senças angélicas; todos nós podemos reconhecer o valor de todas as formas os animais morrem provavelmente de vida. Essa sensibilidade é um meio de distinguir instintivamente entre está muito mais próxima da verdade certo e errado. Irromper em choro ao ver a infelicidade de alguém, algo que da vida do que o adulto que percebe os psicólogos podem descartar como infantilidade, ou se recusar a ver os tudo em relação à sobrevivência, ao animais como fatores de comodidade, cujas vidas podem ser exterminadas conforto e às vantagens pessoais. sem problema, são sinais de pureza e inocência interiores. Certamente os seres humanos são Será que o mundo é mesmo real? parte do mundo natural, mas por en- Esta é uma pergunta frequente entre pensadores e estudantes sérios. Será quanto nós nos tornamos alienígenas. que as montanhas, os rios, as estre- las, as árvores e os animais – isto é, o Perdendo a inocência, nós nos exila- mundo da natureza – são reais? Pro- vavelmente são, pois são parte da vi- mos do paraíso e escolhemos viver da una, da realidade una fora da qual nada existe. Por outro lado, uma vez num mundo de máquinas, guerras, que o mundo natural é apenas uma parte da realidade total, ele pode ser ambição, posses e outras “atrações”. relativamente – mas não absoluta- mente – real. Nos textos hindus, su- Esse mundo de maldade, que é produ- gere-se que os rios, as montanhas e toda a natureza expressam tanto do to do pensamento humano, é irreal, divino esplendor quanto o Supremo deseja revelar, pois nossos olhos são porque está baseado em percepções incapazes de ver mais. distorcidas e em falsos valores. On- Apenas um fragmento da reali- dade está manifestado como univer- de maya é parte inerente? Não nas so, sendo o imanifestado a sua parte maior. Assim, o mundo da natureza árvores, nos animais e na terra, mas não é irreal; ele é parte dessa supre- no olho do observador, que vê tudo como objetos a serem possuídos ou explorados. Aqueles que viam o rio e a montanha como presenças divinas, viam a mesma água e a mesma mon- tanha que nós, mas nós os reduzimos a nada mais que matéria. Por isso, a importância da clara percepção não pode ser superestima- SASIN TIPCHAI/PIXABAY da. O endurecimento da mente pre- cisa terminar. Se isso já ocorreu, pelo menos agora devemos prestar aten- ção à qualidade de nossas respostas e ao desenvolvimento da sensibilidade, que é diferente de sentimentalismo. As pessoas que falam efusivamente sobre as coisas podem imaginar que são mais sensíveis do que os outros, mas os grandes videntes não se deixa- vam envolver em sentimentalismos; eles viam a realidade. S * Radha Burnier (1923-2013) foi escritora e presi- dente internacional da Sociedade Teosófica. 42

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www.sEondecreçieos dda aSocdiedeadteeTeoosósficoa nfoiBcraasil .org.br CAPITAIS Florianópolis-SC [email protected] dos Amores). CEP: 88330-468. Tel: • Loja Florianópolis: Av. Madre • Lojas Conde de Saint Germain, Ji- 9987-1797. Reuniões: quinzenal- Aracaju-SE Benvenuta, 1295, s. 1, Santa Mô- narajadasa, Nirvana, Perseverança mente, dom. 17h30. E-mail: marcia- GET Virtudes: R. Alexsandro Oliveira nica, CEP 88.035-000. Tel: (48) e Rio de Janeiro: Av. 13 de Maio, nº [email protected] Porto, 115, Sta Luzia. CEP: 49045- 99960-0637 (Adolfo). Reuniões 3ª, 13, s. 1.520, Centro, CEP 20053- Bragança Paulista-SP 750. Tel: (79) 8802-1012/8875-2875. 19h. E-mail: teosofica.florianopo- 901. Tel: (21) 2220-1003. • Loja Alaya: Alameda Polônia, 9, E-mail: teosofiaemaracaju@gmail. [email protected] • Loja Conde de S.Germain: Jardim Europa, CEP 12916-160. Tel: com. Reuniões: ter. 19h, sab. 15h. Fortaleza-CE reuniões 2ª, 14h. 4032-5859. Reuniões: 6ª, 20h. E- Brasília-DF • Loja Unidade: R. Rocha Lima, 331- • Loja Himalaia: Tel: (21) 2717-0982. mail: [email protected] SGAS Q. 603, cj. E, s/nº, CEP 70200- A, Centro. CEP: 60135-000. Tel: (85) • Loja Jinarajadasa: reuniões 3ª, Campina Grande-PB 630. Tel: (61) 3226-0662. 99828-2714. Reuniões: sáb. 16h, 14h. Site: www.bloglojajinarajada- • Loja Sírius: R. Santa Cecília, 692, • Loja Alvorada: Reuniões 6ª, 19h30. dom. 9h. Site: lojateosoficaunidade. sa.wordpress.com Santo Antônio. Tel: (83) 3322- • Loja Brasília: Reuniões 4ª, 19h. com.br / www.facebook.com/lojate- • Loja Nirvana: reuniões 6ª, 17h. 8934/8847-5367. Reuniões: dom., E-mail: lojabrasilia@sociedadeteoso- osoficaunidade. E-mail: contato@ • Loja Perseverança: reuniões 5ª, 16h30. E-mails: get.sirius@socie- fica.org.br lojateosoficaunidade.com.br 14h. E-mail: stlojaperseveranca@ dadeteosofica.org.br e bruno.san@ • Loja Fênix: Reuniões 3ª, 19h. Goiânia-GO gmail.com. Site: www.lojaperseve- globo.com E-mail: lojafenix@sociedadeteosofi- • GET Sophia: R. 220, nº 287, rança.blogspot.com Campinas-SP ca.org.br s. 5, Setor Coimbra. Tel: (62) 3954- • Loja Rio de Janeiro: reuniões • Get Lótus Branco: R. Dr. Antonio • Coordenadoria das lojas de 4535/8266-6768/3642-0136/8195- sáb., 15h30. Carlos de Sousa, 118, Jd. Novo Brasília – programação pública con- 0552/3293-4416. Reuniões sáb., Salvador-BA Chapadão. CEP: 13063-450. Tel: junta: sáb., 14h30 a 21h30. 17h. E-mail: sociedadeteosofica. • Loja Kut-Humi: R. das Rosas, 646, (19) 98292-1524. E-mail: getlotus- Belo Horizonte-MG [email protected]. Parque Nossa Senhora da Luz, [email protected]. • GET Belo Horizonte: Av. Afonso João Pessoa-PB Pituba. CEP: 41810-070. Tel: (71) Reuniões: 4ª, 19h. Pena, 748, 26º andar. CEP: 30130- • Loja Esperança: R. Arquiteto Her- 3353-2191/9919-1065. E-mail: teo- Cataguases-MG 300. Tel: (31) 3464-4310 / 9264-2005. menegildo Di Lascio, 468, Tam- bahia@sociedade teosofica.org.br. • Loja Unicidade: R. Cel João Du- E-mail: [email protected]. Reu- bauzinho, CEP 58042-140. Tel: (83) Site: www.sociedadeteosofica.org. arte, 78, s. 204. CEP: 36770-000. niões: qui., 19h às 20h30. 3246-1478, 9117-4488, 8866-5051. br/teobahia. Reuniões: sáb., 16h. Tel: (32) 3421-4448/(32) 3421-1567/ Campo Grande-MS Palestras públicas sáb. 17h. E- São Paulo-SP (32) 9982-1123 e (32) 9984-1164. • Loja Campo Grande: R. Pernambuco, mail: lojaesperança@sociedade • Loja Liberdade: R. Mituto Mizu- Reuniões: 3ª, 19h30, e 6ª, 18h30 824, São Francisco, CEP 79010-040. teosofica.org.br -moto, 301, Liberdade, CEP (membros). E-mail: nascimentos- Tel.: (67) 3025-7251/9982-8106. Maceió-AL 01513-040. Tel: (11) 3271-3106. [email protected] Reuniões: sáb, 18h. E-mail: lojacam- • GET Maceió: R. Prof. Sandoval Reuniões: 6ª, 20h. Site: teosofia- Caxias do Sul-RS [email protected] Arroxelas, 432, ap. 502, Ponta liberdade.org.br. E-mail: • Loja Jehoshua: R. Itália Travi, 813 • GET Flor de Lótus: R. Tinhorão, 672, Verde. CEP: 57035-230. Tel: (82) [email protected]. fundos, Rio Branco, CEP 95097- Cidade Jardim, CEP 79040-630. 3377-0297/9997-8351. E-mail: Facebook: www.facebook.com 710. Tel/ Whatsapp: (54) 99194- Tel: (67) 3028-6548 / 9637-7525. [email protected]. /lojateosoficaliberdade. 8537. Reuniões: 1º e último do- Reuniões: 3ª e 6ª, 19h. E-mail: Reuniões: sáb., 16h. • Loja Raja Yoga: R. Mituto Mizu- mingo do mês, 15h. E-mail: teoso- [email protected] Palmas-TO moto, 301, Liberdade, CEP 01513- [email protected]. Site: www.teoso- Cuiabá-MT • GET Palmas: Q. 101 Sul, cj. 1, 040. Tel: (11) 3271-3106. Reuni- fiars.com.br. Facebook: facebook. • GET Annie Besant: R. Venezuela, lt. 6, s. 408, Ed. Office Center. ões: 4ª, 20h. E-mail: samiracarnei- com/teosofiars 231, Santa Rosa, CEP 78040-370. CEP 77.015-002. Tel: (63) 3215- [email protected] Criciúma-SC Tel: (65) 9.8115.8425 / 9.8107.1687 0936/9951-0459/8139-3218/8415- • Loja São Paulo: R. Mituto Mizu- • GET Mabel Collins: Cx P. 263, / 9.8128.3144. Reuniões quinzenais: 3122. Reuniões sab., 15h30. moto, 301, Liberdade. Reuniões: CEP 88801-970. Tel: (48) 3433- 6ª, 20h. E-mail: castilho.radiotera- E-mails: [email protected], dom., 17h. E-mail: celiapetean@ 0380/9904-2080. Reuniões: [email protected] [email protected] e gui.nut@ uol.com.br 1º sáb. do mês, 15h, na R. Barão Curitiba-PR hotmai.com Vitória-ES do Rio Branco, 549 (perto do Sindi- • Loja Libertação: R. República Ar- Porto Alegre-RS • Loja Blavatsky: Av. Princesa Isa- cato dos Mineiros). gentina, 2.056, 11º andar, s. 115, • Loja Dharma: R. Voluntários da bel, 35, CEP 29.010-361. Tel: (27) Juazeiro do Norte-CE Água Verde, CEP 80.620-010. Tel: Pátria, 595, s. 1408. CEP: 90039- 3235-1545/3314-5381/9608-5694. • GET Padre Cícero: R. Santo (41) 3088-8140 / 9968-7625 / 9646- 900. Tel: (51) 3225-1801. E-mail: Reuniões: 3ª, 6ª e sáb., 19h. E- Agostinho, 300, Biblioteca Pública 5853. Cursos de Introdução: 2ª, [email protected]. mail: [email protected] e Municipal, CEP 63.010-167. Tel: (88) 19h30 às 21h. Palestras públicas: br. Site: www.lojadharma. org.br. [email protected] 98808-4808. Reuniões sáb., 16h. sáb., 16h às 18h. Reuniões mem- Reuniões: 4ª, 20h (membros); sáb., E-mail: [email protected] bros: 3ª, 19h30 às 20h. E-mail: liber- 15h às 18h30 (público). OUTRAS CIDADES Joinville-SC [email protected] Recife-PE • Loja Shanti-OM: R. Waldemaro • Loja Paraná: R. Dr. Zamenhof, 97, • Loja Estrela do Norte: R. Diogo Águas de São Pedro-SP Maia, 130, CEP 89202-260. Tel: (47) Alto da Glória. CEP: 80030-320. Tel: Álvares, 155, Torre, CEP 54420- • GET Águas de São Pedro: R. 3433-3706. Reuniões: 4º dom. do (41) 9646-5853. Reuniões: 2ª, 19h 000. Tel: (81) 3459-1452. Reuniões: Pedro Boscariol Sobrinho, 95, SP. mês, 19h. E-mail: marilenawolf@ (membros); 3ª e sáb., 16h (público). dom., 16h. E-mail: lojaestrelado- CEP: 13525-000. Tel: (19) 3482- yahoo.com.br • GET Dario Vellozo: R. 13 de Maio, norte@sociedade teosofica.org.br 1009. Reuniões: 5ª, 20h. Juiz de Fora-MG 538, Centro, CEP 80510-030. Reu- Rio de Janeiro-RJ Balneário Camboriú-SC • GET Juiz de Fora: R. Padre Ca- niões: 2º e 4º domingos, 15h30 às • Loja Augusto Bracet: Av. Treze de • GET Luz no Caminho: Centro fé, 195, 4º andar, Salão de Festas, 17h30. Tel: (41) 3352-7175, 9979- Maio, 13, sala 1520, Centro, CEP: de Treinamento Yoga Sadhana, bairro São Mateus, esquina com 7970, 9675-8126. E-mail: claturis- 20053-901. Tel: (21) 2569-9978. Av. Rui Barbosa, 30 (continua- Av. Itamar Franco, CEP 36.016-450. [email protected] Reuniões: 6ª,15h. E-mail: fcarrei- ção da Estrada da Rainha, Praia Reuniões 2ª, de 19h a 20h30. 44 SSOOPPHHIIAA • • MMAARR//AABBRR 22001188

Tel: (32) 99810-6667. E-mail: teoso- FRED FOKKELMAN [email protected] • Loja Estrela D’Alva: Av. Barão do O que é a Rio Branco, 2721, s. 1006, Centro. CEP: 36025-000. Sociedade Teosófica Tel: (32) 3061-4293. Reuniões: 2ª, 4ª, sáb., 18h15. E-mail: therezafcarva- A Sociedade Teosófica foi fundada em Nova Não há religião [email protected] Iorque, em 1875, por um grupo que inclui a russa Londrina-PR Helena Blavatsky e o norte-americano Henry Olcott, svueperrdioraà de • GET Lumen: R. Raja Gabaglia, 1020, seu primeiro presidente. A sede internacional foi Jd. Quebec. CEP: 86060-190.Tel: transferida para Chennai, na Índia, onde se en- Esse é o lema da (43) 3027-2623/9121-3375/9916- contra hoje. A Sociedade tem sedes em mais de 60 Sociedade Teosófica. 0099/9911-8142. E-mail: tarsiladome- países e divide-se em Seções Nacionais formadas Mas a Sociedade não [email protected] e ivguerrini@ por Lojas e Grupos de Estudos. se impõe como por- hotmail.com. Reuniões: 4ª, 19h. tadora da verdade; o Niterói-RJ A Sociedade Teosófica estrutura-se sobre o prin- laço que une os teó- • Loja Himalaya: R. da Conceição. cípio da fraternidade universal e a livre investigação -sofos não é uma 99, s. 207, Centro. CEP 24020-090. da verdade. Seus objetivos são formar um núcleo da crença comum, mas Tel: (21) 2710-3890/2611-6949. Reu- fraternidade universal da humanidade; encorajar o a investigação da ver- niões: 2ª, 18h. estudo de religião comparada, filosofia e ciência; dade em relação às Piracicaba-SP investigar as leis da natureza e os poderes latentes diversas religiões, à • Loja Piracicaba: R. Sta Cruz, 467, Al- no homem. filosofia ou à ciência. to. CEP: 13416-763. Tel: (19) 3432-6540. Reuniões: 3ª e 5ª, 20h. E-mail: lojapi- Membros de diversas religiões se filiaram à 45 [email protected] Sociedade, mantendo suas tradições. Considerando Praia Grande-SP que ela não é uma religião nem uma seita, somente o • Get Thoth: R. Dep. Laércio Corte, respeito à liberdade de pensamento torna possível a 1090, Vila Caiçara. CEP: 11700-000. convivência harmônica que favorece a investigação Tel: (13) 3474-5180. Reuniões: 3ª, e o aprendizado. 19h30. E-mail: get.thoth@sociedade teosofica.org.br A origem da palavra theosophia é grega (“sabedo- Ribeirão Preto-SP ria divina”). Quem primeiro utilizou esse termo foi • Loja Paz Profunda: R. João Pentea- Amônio Saccas, em Alexandria, no século III d.C, do, 38, Jardim Sumaré, CEP 14020- que, juntamente com seu discípulo Plotino, fundou 180. Tel: (16) 3237-5109/98138-5148/ a Escola Teosófica Eclética. Esses filósofos neoplatô- 3916-4231. Reuniões: sáb. 16h. E- nicos não buscavam a sabedoria apenas nos livros, mails: [email protected] e mas através de correspondências da alma com o [email protected] mundo e a natureza. A Sociedade Teosófica moder- São Caetano do Sul-SP na, sucessora dessa antiga escola, almeja a busca da • GET do Grande ABC: R. Mare- sabedoria não pela crença, mas pela investigação da chal Deodoro, 904, Sta. Paula. CEP: verdade que se manifesta na natureza e no homem. 09541-300. Tel: (11) 4229-7846. Reu- nião 3ª, 20h. E-mail: getdograndea- [email protected] São Jos é dos Campos -SP • GET Ishvara: R. Augusto Edson Ehlke, 150, Vila Ema. CEP: 12243- 110. Tel: (12) 3901-7424/3208- 6693/98877-8112/99163-1685/99137- 9085. Reuniões 3ª, 19h30. Endere- ço p/ correspondência: R. Ricardo Monteiro, 147, Jardim Renata, CEP 12245-110. Email: getishvara@gmail. com. FB: facebook.com/Loja Teosofica Vida Una • Loja Vida Una: R. Madre Paula de São José, 163, Vila Ema, CEP 12.243- 010. Fone: (12) 3941-7173/99712- 2349. Reuniões 2ª, 19h15. E-mail: [email protected] Três Pontas-MG • GET Una Verdad: Rod. 167, km 11, entre Santana da Vargem e Três Pon- tas, CEP 37.190-000. Fone e whatsa- pp: (35) 99936-1396. Reuniões públi- cas 3ª, 20h. E-mail: getunaverdad@ gmail.com Timbó-SC • GET Timbó: R. Luxemburgo, 118, Das Nações. CEP: 89120-000. Tel: (47) 3382-2264/9957-1236/3385- 3068/9993-0797. Reuniões: 6ª, 19h. E-mail: [email protected] SOPHIA • MAR/ABR 2018

ECdonithoeçraaas Tpuebloicasçõóesfidca a Eu Prometo – Palavras A Doutrina O Homem, sua Origem A Conquista da a Jovens Discípulos do Coração e Evolução Felicidade C. Jinarajadasa Annie Besant N. Sri Ram Kodo Matsunami “De certa forma, vocês No texto “A Doutrina do “O homem é o micro- Conquistar a realização são jovens, mas de outra Coração”, que dá título a este cosmo que reflete em sua interior e viver plenamente é maneira, não são apenas livro, Annie Besant aborda constituição o macrocosmo.” o que o homem mais deseja. jovens, mas almas. (...) Não as etapas do despertar inte- Este livro é uma investigação De que depende a nossa feli- são os corpos que o Mestre rior. “O desastre paira sobre sobre o enigma do homem. cidade? Qual é o segredo da faz de discípulos, mas sim as aquele que faz depender a O que ele é? Qual a sua juventude? Como alcançar o almas. Vocês nunca devem sua fé das parafernálias ex- origem? Como se processa a equilíbrio da mente e do cor- esquecer que são almas”. ternas e não da paz da vida evolução? Trata-se de uma po? Na busca de respostas a interna”, diz ela, na abertura boa introdução à antropolo- essas questões essenciais, o Este livro é dirigido aos desta pequena obra clássica. gia teosófica, onde o homem autor apresenta um estudo jovens que escolheram tri- O volume inclui dois outros é visto como um peregrino profundo da mais conhe- lhar o caminho espiritual e valiosos textos de Besant: “A espiritual, uma chispa divina cida escritura sagrada do enfatiza a necessidade de de- Vida Teosófica”, que estuda e uma inteligência em busca Budismo, O Dhammapada, senvolver as quatro grandes a reencarnação e o karma, de uma maior expressão da do qual seleciona 65 versos, qualidades do discipulado: e “Revelação, Inspiração e sua natureza mais sutil. interpretando-os de maneira semblante radiante, pala- Observação”, onde a autora clara e acessível. vras corajosas, pensamen- chama a atenção dos estu- N. Sri Ram, autor de Em tos alegres e nobres realiza- dantes para a distinção entre Busca da Sabedoria e Pen- Ler este livro é descobrir ções. O autor cresceu sob a literatura revelada, litera- samentos para Aspirantes ao um lado novo da vida, que influência desses conceitos tura inspirada e literatura Caminho Espiritual, lançado trará ao leitor uma visão teosóficos e usou um estilo que registra observações por esta editora, aponta nes- mais abrangente do mundo atraente e simples para falar clarividentes. te livro um horizonte amplo e o ajudará a se relacionar aos jovens. para a existência humana. melhor com todos os seres. www.editorateosofica.com.br 46 SOPHIA • MAR/ABR 2018

Compre pelo cartão de crédito (aceitamos todas as bandeiras). Peça pelo correio, pelo e-mail [email protected] ou ligue grátis para 0800-610020 Contos Mágicos O Fim da Divindade A Vivência da O Idílio do da Índia Mecânica Espiritualidade Marie Louise Burke John David Ebert (comp.) Shirley Nicholson Lótus Branco Este livro tem a simpli- Neste livro, oito pensa- Que aspectos da sua vida Mabel Collins cidade aparente das coisas dores de diferentes áreas podem mudar para melhor? realmente profundas. Os compartilham um pensa- De que modo isso poderia Este romance ocultista seis contos mostram como mento multidimensional e ocorrer? Neste livro você narra a trajetória da alma se dá, na prática, a busca não dogmático sobre as mu- encontrará sugestões para humana, da inocência inicial da sabedoria divina, e por danças radicais que têm alte- fazer um programa de ação à sabedoria eterna. É a histó- que uma sincera simplici- rado nossa maneira de olhar espiritual na vida diária, ria do desenvolvimento dos dade de coração – ao lado o mundo: Deepak Chopra envolvendo estudo, medita- poderes psíquicos e espiri- de uma mente alerta – é (A Ioga do Desejo); Ruper ção, auto-aperfeiçoamento tuais de um jovem sacerdote mais importante do que a Sheldrake (O Envelheci- e serviço. A autora coloca ao egípcio, numa época em que erudição superficial. mento das Células e a Física alcance de qualquer cidadão a antiga religião de mistérios dos Anjos); Stanislav Grof as práticas milenares que le- estava degenerando em cul- Os contos são também (O Nascimento, a Morte e o vam ao autoconhecimento, à tos de magia negra. Traz uma parábolas que descrevem que está Além); Lynn Mar- disciplina com criatividade e história contada em todas as o drama humano da busca gulis (A Evolução de Gaia); à busca da sabedoria eterna. eras, entre todos os povos: pelo divino e eterno, inte- Ralph Abraham (Os Alicer- Desse modo, a vida de cada a tragédia da alma. Atraída ressando leitores de oito a ces do Caos); Brian Swimme um de nós pode passar a fa- pelo desejo, ela se submete oitenta e oito anos de idade (Deus e o Vácuo Quântico); zer parte do grande esquema ao pecado; confrontada con- com as surpreendentes ex- Terence McKenna (A Etno- de evolução espiritual da sigo mesma pelo sofrimen- periências do discipulado botânica) e William Irwin humanidade, que avança, to, pede auxílio ao espírito de Hari, o leão, Sri Nag, a Thompson (A Imaginação clara e irreversivelmente, ao interior, que a redime; no cobra, e Niranjan, o erudi- da Cultura). longo dos milênios. sacrifício final, completa sua to, entre outros. missão e lança bênçãos sobre a humanidade. Setor de Indústrias Gráficas – SIG, Quadra 6, Lote 1.235 47 Brasília-DF – CEP 70.610-460 – Fone: (61) 3322-7843 SOPHIA • MAR/ABR 2018

peça pelo número!Para comprar os livros da Editora Teosófica, L0i8g0u0e-6g1rá0t0is2:0 1. A Chave para a Alcance de Todos - Shirley M. e K. H.: 53,00 58. Investigando a Teosofia - H. P. Blavatsky: Nicholson: 16,00 39. Cartas dos Mestres Reencarnação - John 39,00 21. A Voz do Silêncio - H.P. de Sabedoria - C. Algeo: 27,00 2. A Ciência da Astrologia Blavatsky: 15,00 Jinarajadasa: 41,00 59. Karma e Dharma - e as Escolas de 22. As Escolas de Mistérios 40. Chegando Aonde Você Annie Besant: 26,00 Mistérios - Ricardo – O Discipulado na Nova Está - A Vida de Meditação 60. Luz e Sombra – Lindemann: 53,00 Era - Clara Codd: 37,00 - Steven Harrison: 33,00 Elementos Básicos de 3. A Ciência da Meditação - 23. As Leis do Caminho 41. Clarividência - C.W. Astrologia - Emma Costet Rohit Mehta: 35,00 Espiritual - Annie Besant: Leadbeater: 33,00 de Mascheville: 18,00 4. A Ciência do Yoga - I. K. 21,00 42. Conhece-te a Ti Mesmo 61. Luz no Caminho - Taimni: 49,00 24. Aos Pés do Mestre - J. - Valdir Peixoto: 16,00 Mabel Collins: 13,00 5. A Conquista da Krishnamurti: 13,00 43. Contos Mágicos da 62. Meditação – Sua Felicidade - Kodo 25. Advaita Bodha Deepika Índia - Marie Louise Burke: Prática e Resultados - Clara Matsunami: 25,00 – A Luz da Sabedoria não 24,00 M. Codd: 17,00 6. A Doutrina do Coração - Dualista - Adi Shankara 44. Consciência e Cosmos 63. Meditação Taoísta Annie Besant: 21,00 Swami: 31,00 - Menas Kafatos & Thalia – Métodos para Cultivar 7. A Luz da Ásia - Edwin 26. Além do Despertar - Kafatou: 35,00 a Saúde da Mente e do Arnold: 26,00 Textos do Mestre Hakuin 45. Dentro da Luz - Cherie Corpo - Thomas Cleary 8. A Potência do Nada - sobre Meditação Zen: 26,00 Sutherland: 33,00 (comp.): 24,00 Marcelo Malheiros: 23,00 27. Aos que choram os 46. Desejo e Plenitude - 64. Meditação – Um Estudo 9. A Técnica da Vida Mortos - C. Jinarajadasa Hugh Shearman: 15,00 Prático - Adelaide Gardner: Espiritual - Clara Codd: [livro de bolso]: 13,00 47. Deuses no Exílio - J. J. 24,00 23,00 28. Apolônio de Tiana – Van Der Leeuw: 18,00 65. Meditações – Excertos 10. A Sabedoria Antiga - Sábio, Profeta e Renovador 48. Educação, Ciência e das Cartas dos Mestres de Annie Besant: 39,00 dos Mistérios - G. R. S. Espiritualidade - P. Krishna: Sabedoria - Katherine A. 11. A Sabedoria Oculta na Mead: 25,00 35,00 Beechey (comp.) [livro de Bíblia Sagrada - Geoffrey 29. Aprendendo a Viver a 49. Em Busca da bolso] - 15,00 Hodson: 69,00 Teosofia - Radha Burnier: Sabedoria - N. Sri Ram: 66. Momentos de 12. A Senda Graduada 33,00 28,00 Sabedoria - H. P. Blavastky para a Libertação – 30. Aspectos Espirituais 50. Escritos Esotéricos [livro de bolso]: 15,00 Instruções Orais de um das Artes de Curar - Dora - Subba Row - em 67. Não há outro caminho Lama Tibetano - Geshe van Gelder Kunz: 45,00 lançamento: 58,00 a seguir - Radha Burnier: Rabten: 20,00 31. Através do Portal da 51. Estudos Seletos em 28,00 13. A Senda para a Morte - Geoffrey Hodson: “A Doutrina Secreta” - 68. O Alvorecer da Vida Perfeição - Geoffrey 23,00 Salomon Lancri: 24,00 Espiritual - Murillo Nunes de Hodson: 20,00 32. Autobiografia de 52. Eu Prometo – Conversa Azevedo: 26,00 14. A Suprema Realização Annie Besant - em com Jovens Discípulos - 69. O Aperfeiçoamento do Através do Yoga - Geoffrey lançamento C. Jinarajadasa [livro de Homem - Annie Besant: Hodson: 31,00 32. Autoconhecimento - bolso]: 13,00 25,00 15. A Tradição-Sabedoria Marcos Resende: 18,00 53. Fotos de Fadas – As 70. O Caminho do - Pedro Oliveira e Ricardo 34. Autocultura à Luz do Fotografias de Cottingley Autoconhecimento - Radha Lindemann: 25,00 Ocultismo - I. K. Taimni: -Edward L. Gardner: 18,00 Burnier [livro de bolso]: 16. Autobiografia de Annie 43,00 54. Fundamentos da 13,00 Besant: em relançamento 35. Autorrealização pelo Filosofia Esotérica - H. P. 71. O Chamado dos 17. A Vida Espiritual - Annie Amor - I. K. Taimni: 22,00 Blavatsky: 16,00 Upanixades - Rohit Mehta: Besant: 29,00 36. Bhagavad-Gita - Trad. 55. Fundamentos de 37,00 18. A Vida Interna - C.W. Annie Besant: 15,00 Teosofia - C. Jinarajadasa: 72. O Despertar da Visão Leadbeater: 41,00 37. Cartas dos Mahatmas 39,00 da Sabedoria - Tenzin 19. A Visão Espiritual da para A. P. Sinnett, vol. I. – 56. H. P. Blavatsky e a Gyatso, 14º Dalai Lama: Relação Homem & Mulher - Escritas pelos Mahatmas Sociedade para Pesquisas 25,00 Scott Miners (comp.): 35,00 M. e K. H.: 53,00 Psíquicas - Vernon 73. O Despertar de uma 20. A Vivência da 38. Cartas dos Mahatmas Harrison: 25,00 Nova Consciência – Ideias Espiritualidade – Uma para A. P. Sinnett, vol. II. – 57. Introdução à Teosofia - Centrais de “A Doutrina Proposta Prática ao Escritas pelos Mahatmas C.W. Leadbeater: 15,00 Secreta” - Joy Mills: 19,00 48 SOPHIA • MAR/ABR 2018

74. O Fim da Divindade Leadbeater: 25,00 98. Pensamentos para Margem - Ravi Ravindra: Mecânica – Conversas 86. O Poder Criativo, Clara Aspirantes ao Caminho 25,00 Sobre Ciência e Codd: 23,00 Espiritual - N. Sri Ram: 112. Teosofia como os Espiritualidade no Fim de 87. O Poder da Sabedoria - 23,00 Mestres a Veem - Clara Uma Era - John David Ebert Carlos Cardoso Aveline: 27,00 99. Pérolas de Sabedoria Codd: 35,00 (comp.): 35,00 88. O Poder da Vontade - Sri Ramana Maharshi: 113. Teosofia Prática - C. 75. O Hino de Jesus – Um e seu Desenvolvimento 27,00 Jinarajadasa: 21,00 Rito Gnóstico - G. R. S. -Swami Budhananda: 100. Pistis-Sophia - Trad. 114. Teosofia Simplificada - Mead: 13,00 16,00 Raul Branco: 49,00 Irving Cooper: 23,00 76. O Homem, sua Origem 89. O Segredo da 101. Preparação para o 115. Três Caminhos para a e Evolução - N. Sri Ram: Autorrealização - I. K. Yoga - I. K.Taimni: 25,00 Paz Interior - Carlos Cardoso 19,00 Taimni: 20,00 102. Princípios de Aveline: 27,00 77. O Idílio do Lótus 90. O Teatro da Mente – Trabalhos da S. T. - I.K. 116. Tudo Começa com Branco - Mabel Collins: Uma Filosofia do Cosmo Taimni: 17,00 a Prece - Madre Teresa de 23,00 e da Vida - Henryk 103. Procura o Caminho - Calcutá: 23,00 78. O Interesse Humano - Skolimowski: 25,00 Rohit Mehta: 25,00 117. Um Estudo Sobre N. Sri Ram: 25,00 91. Os Ensinamentos 104. Raja Yoga - Wallace a Consciência – Uma 79. O Lado Oculto das de Jesus e a Tradição Slater: em relançamento introdução à psicologia - Coisas - C.W. Leadbeater - Esotérica Cristã - Raul 105. Regeneração Humana Annie Besant: 41,00 em lançamento Branco: 57,00 - Radha Burnier: 21,00 118. Vegetarianismo e 80. O Milagre do 92. Os Ideais da Teosofia - 106. Rumo ao Discipulado Ocultismo - C. W. Nascimento - Geoffrey Annie Besant: 25,00 - J. Krishnamurti: 19,00 Leadbeater e Annie Besant: Hodson: 16,00 93. Os Mestres e a Senda - 107. Sabedoria Antiga e 21,00 81. O Mundo Oculto - A. P. C.W. Leadbeater: 70,00 Visão Moderna - Shirley 119. Você Colhe o que Sinnett: 35,00 94. Os Mestres e suas Nicholson: 35,00 Planta - Antonio Geraldo 82. O Natal dos Anjos Mensagens - Raul Branco: 108. Saúde e Espiritualida- Buck: 17,00 - Dora van Gelder Kunz - 22,00 de – Uma Visão Oculta da 120. Vida e Morte de 13,00 95. Os Sete Temperamen- Saúde e da Doença - Krishnamurti - Mary Lutyens: 83. Ocultismo Prático - tos Humanos - Geoffrey Geoffrey Hodson: 20,00 39,00 Helena Blavatsky: 15,00 Hodson: 20,00 109. Sete Grandes 121. Viveka-Chudamani – A 84. Ocultismo, 96. Os Sonhos - C.W. Religiões - Annie Besant: Joia Suprema da Sabedoria - Semiocultismo e Pseudo- Leadbeater: 20,00 39,00 Shankara: 31,00 ocultismo - Annie Besant: 97. O Verdadeiro Trabalho 110. Shiva-Sutras - I.K. 122. Yoga – A Arte da 16,00 da Sociedade Teosófica - Taimni: 37,00 Integração - Rohit Mehta: 85. O Plano Astral - C. W. Sri Ram: 16,00 111. Sussurros da Outra 45,00 Recorte ou tire cópia deste cupom e envie para Editora Teosófica SOPHIA 72 Setor de Indústrias Gráficas - SIG Q. 6, lote 1.235 - Brasília-DF - CEP 70.610-460 Mar/Abr 2018 Desejo adquirir as publicações nº Por meio deste cupom ou do site www.editorateosofica.com.br, na seguinte forma de pagamento: Cartão VISA nº ________________ Validade: ___________ Titular: ____________________________________________________ Cheque nominal à Editora Teosófica Depósito bancário: Banco do Brasil, Ag. 3476-2, Conta 40355-5 FRETE – ATÉ 3 LIVROS = R$ 15,00 Desejo assinar SOPHIA por um ano (6 números) por R$ 91,00 ACIMA DE 3 LIVROS = R$ 18,00 Por dois anos (12 números) por R$ 172,00 Por três anos (18 números) por R$ 238,00 Nome: _____________________________________________________ Data de nasc.: _____________ CPF: ______________________ Endereço: __________________________________________________ CEP: ___________ Cidade: __________________ Estado: ___ Fone (com.): ___________________ Fone (res.): ___________________ E-mail: _______________________________________________ SOPHIA • MAR/ABR 2018 49


Revista Sophia nº 72

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