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essencia

Published by robertags, 2017-08-06 10:59:37

Description: essencia

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José Alberto Vieira 51 Às vezes, vejo o beme não sinto nada de novo. Às vezes vejo o mal e finjo que não vejo.

52 Flor(em)essência Medo, medo, medo. Oh, ódio! Oh, inverno! Oh, desespero! Oh, estação lunar! Sem ninguém poder estender a mão. Compreender. Ajudar.

José Alberto Vieira 53... pensamentos de pedra invadem meu sossego...

54 Flor(em)essência Mal começa o dia a preguiça matinal, a cama desfeita, a cara não lavada, o café da manhã, consolo! Lá fora o sol, o carro à espera, os óculos, um sorriso e uma nova marca para fumar. E as pessoas: olhares toscos do amanhecer.

José Alberto Vieira 55Inconsciência do saber Insutileza do querer.Roubo do pensamento alcance extremo: loucura.

56 Flor(em)essência O pensamento é a fala do saber.

José Alberto Vieira 57 Satisfação do tempo num rosto estático: Morte. Queda da máscara num sorriso: Amor!

58 Flor(em)essência Na reflexão, a luz oscila ou muda apenas de sentido, sem mudar de direção? Mas o meio em que se propaga a luz continua o mesmo se estou com alguém.

José Alberto Vieira 59 Pensamentos alheios inundam meu coração. Mas há um que mais me ilude,o meu próprio: há amor no caminho!

60 Flor(em)essência Ideias banais momentos perdidos no espaço estrelas compassos terra nós trancados dentro de nós batalhas guerras a vencer futuro branco/guardanapo...

José Alberto Vieira 61 sumiu o amor lixa cogumelo rádio rim rrr rr r ...rrrrrrrrrrrrrrrrrr!

62 Flor(em)essência Amor, amor, amor... Chamei mil vezes amoooor... Apareceu você. Seio aconchegante... Meu pensar, meu pesar. Você fez novamente o que a minha serena razão não explica.

José Alberto Vieira 63 Foguete luz lágrima perfume DESATINO DES-ATINO DES-A-TINO DE-SA-TI-NONesta noite não posso ter você

64 Flor(em)essência Quero saber, saber, saber, saber, saber até... MORRER (ou começar a viver?)

José Alberto Vieira 65 HÁ TEMPO. HÁ TEMPOS...Há tempo em que ajoHá tempo em que durmoHá tempo em que pensoHá tempo em que penso em ser felizHá tempo em que penso em JesusHá tempo em que O vejo preso a uma cruzHá tempo que eu sou euHá tempo que não sou ninguémHá tempo que procuro alguémHá tempo que ouço conselhosHá tempo que confio nelesHá tempo que dizem quem devo serHá tempo que choroHá tempo que perdooHá tempo que ensinoHá tempo que eu não aprendo nadaHá tempo que não sei o que fazerHá tempos em que penso na históriaHá tempos em que fui enganadoHá tempos em que sou rei

66 Flor(em)essênciaHá tempo que penso nas mulheresHá tempos em que as faço felizesHá tempo que penso mudar de vidaHá tempo que estou na adolescênciaHá tempos em que penso que sou eu o malucoHá tempo que não sou ninguémHá tempos em que querem que seu seja alguémHá tempos em que penso no bemHá tempos em que sou felizHá quem pense no que eu deveria serHá quem pense que dou prazerHá momentos em que eu sou eu mesmoHá momentos em que me querem assimMas maior é o tempo de eu estar só

José Alberto Vieira 67Modos de metamorfose crianças desiludidas não suportei Preconceito medo a isso ultrapassei Medos desespero chorei Metamorfose coletiva vida renascida espíritos renovadosmodos bem empregadosMas o medo do dia a dia do furor do trabalho da miséria e da fome continua...

68 Flor(em)essência S.O.S um coração um desejo estridente um grito um tiro tudo guardado com fungos só o grito ainda rói

José Alberto Vieira 69 DANÇA Um covarde Um herói Não sou um não sou outro sou os dois em simultâneo

70 Flor(em)essência Olho nos teus olhos a boca seca o coração em pasmo ... descubro-me a sorrir ... Bah! Eu te amo Eu te amo, baby Baby, deixa que eu te pegue te carregue no colo devagarzinho... Como tu gostas Que estranhos que bons esses sentimentos Salmos de amor Salvos pelo amor SALMOS!

Sobre o autor O autor, aos 17 anos, apaixonado por jovem açoriana,descobre no amor a força para enfrentar os desafios da ad-olescência, durante sua permanência na Ilha e São Miguel(Arquipélago dos Açores, Portugal), cujos costumes austerosdiferenciam-se dos seus habituais devaneios poéticos. Con-sciente da dor que o aflige, indaga-se sobre a razão das mu-danças a ele impostas por questões familiares relacionadas aestudo e trabalho. E se pergunta: “Quem eu sou?” Para a simesmo responder: “Sou o mistério do Sol”. Assim é mesmosua vida: “dissolvida”. Quando consegue juntar os seus “eus”,constantemente fragmentados, revela que os caminhos queservem à humanidade devem ser construídos passo a passo,com otimismo, confiança e eterna bem-aventurança.

José Alberto Vieira, nascido em Flo- rianópolis/SC (25/08/1970), estudou no Colégio de Aplicação (UFSC). Em Ponta Delgada/Portugal concluiu o ensino médio (1992) e foi Auxiliar de Laboratório de Biologia Universi- dade dos Açores (1988-1990). Menção Honrosa: Concurso Nacional de Fo- tografia do Instituto Nacional para Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores (INATEL, 1989), Açores/Portugal. Aprovado Vestibular Administração (UNIVALI/SC, 1996). Atualmente dedica-se à música.Flor(em)essência: escritos da adolescência sãopoemas de expressão amorosa e de esperança,mas também de rebeldia e contestação, traduz-indo a pureza do autor catarinense, vivendo noArquipélago dos Açores na década de oitenta,surpreendido pelos afetos próprios da juventudeaté o acolher da incompreensível manifestaçãodo seu “eu dissolvido” pela esquizofrenia, justa-mente quando os anseios pela vida universitáriae pelo trabalho o empolgavam e a impossibili-dade físico-mental o subjugava.


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