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PAINEL ABRAMED 2019 - VERSÃO PORTUGUÊS

Published by Abramed, 2020-01-30 07:49:59

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099 Uma forma alternativa de contabilizar o número de de serviços de complementação diagnóstica e estabelecimentos de saúde no Brasil pode ser rea- subclasses: laboratórios de anatomia patológi- lizada por meio da Relação Anual de Informações ca e citológica, laboratórios clínicos, serviços Sociais (RAIS)33. A RAIS trata da coleta das informa- de tomografia, entre outros. ções sobre a quantidade dos vínculos empregatí- cios da administração pública e privada e empresas Os dados mostram que existiam aproximada- >> inscritas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica mente 10.722 laboratórios clínicos no país, em (CNPJ) e cadastradas no Instituto Nacional do Se- 201734, com aumento de 80,1% nos últimos guro Social (INSS), fornecendo um conjunto de va- dez anos. Destacou-se o avanço do número riáveis relevantes para compreender a dinâmica do de unidades de serviços de diagnóstico por mercado de medicina diagnóstica, além do número imagem35, que totalizou 5.884 unidades, com de empregos gerados no setor. crescimento de 184,5%, na mesma base de comparação. Por outro lado, a quantidade Por meio das informações disponíveis na RAIS até de estabelecimentos de anatomia patológi- o ano de 2017, foi possível identificar a quantida- ca apresentou redução de 2,0%, totalizando de de estabelecimentos relacionados às atividades 1.303 unidades. Gráfico 29 Número de estabelecimentos relacionados às atividades de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica36 (2007/2017) Fonte: RAIS Estabelecimento. Acesso em 25/6/19. Elaboração Abramed. 10.722 1.303 5.884 453 327 1.040 23 2.315 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 Laboratórios Laboratórios Serviços de Serviços de Serviços de Serviços de Bancos de Atividades não clínicos de anatomia diagnóstico tomografia ressonância especificadas patológica por imagem magnética diálise, células e e citológica quimioterapia, tecidos radioterapia, humanos hemoterapia, litotripsia 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 33 Instituída pelo Decreto nº 76.900, de 23/12/75. Ministério da economia / secretaria especial de previdência e trabalho. 34 RAIS estabelecimentos – dados mais recentes. 35 Considera os serviços: Serviços de Diagnóstico por Imagem com Uso de Radiação Ionizante, Exceto Tomografia, Serviços de Diagnóstico por Imagem sem Uso de Radiação Ionizante, Exceto Ressonância Magnética, Serviços de Diagnóstico por Registro Gráfico - Ecg, Eeg e Outros Exames Análogos, Serviços de Diagnóstico por Métodos ópticos - Endoscopia e Outros Exames Análogos. Considera apenas os estabelecimentos com quantidade de vínculos maior ou igual a 1. 36 Considera o CNPJ exclusivo para as atividades relacionadas.

0100 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED “Expansão do número de estabelecimentos rumo ao interior do país, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. ”Ao analisar o ritmo de crescimento dos laborató- rios clínicos, de anatomia patológica e estabeleci- mentos de diagnóstico por imagem, nota-se na região Norte a maior variação em termos relati- vos, com aumento de 124,1%; 54,2% e 345,2%, respectivamente, entre 2007 e 2017. >> Tabela 16 Número de estabelecimentos relacionados às atividades de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica (2007/2017) Fonte: RAIS Estabelecimento. Acesso em 25/6/19. Elaboração Abramed. Laboratórios ∆ (%) Laboratórios ∆ (%) Diagnóstico ∆ (%) clínicos 2007/ de anatomia 2007/ por imagem 2007/ 2017 patológica 2017 2017 2007 2017 e citológica 2007 2017 2007 2017 Norte 294 659 124,1 59 91 54,2 73 325 345,2 Nordeste 1.181 2.431 105,8 320 333 4,1 279 1.088 290,0 Sudeste 2.542 4.250 67,2 603 540 10,4 1.019 2.721 167,0 Sul 1.383 2.347 69,7 211 232 10 473 1.040 119,9 Centro-Oeste 553 1.035 87,2 137 107 21,9 224 710 217,0 Total 5.953 10.722 80,1 1.330 1.303 2 2.068 5.884 184,5

0101 Com relação ao tamanho, a maioria das empre- sas de medicina diagnóstica no país possuem estruturas familiares, com até quatro emprega- dos. Considerando os serviços de laboratórios clínicos, de anatomia patológica e diagnóstico por imagem, cerca de 90% dos estabelecimentos possuem até 19 empregados. Tabela 17 Número de estabelecimentos de análises clínicas e diagnóstico por imagem, segundo o número de empregados (2017) Fonte: RAIS Estabelecimento. Acesso em 25/6/19. Elaboração Abramed. Tamanho Laboratórios Laboratórios Diagnóstico Serviços de Serviços de clínicos de anatomia por imagem tomografia ressonância (empregados) patológica magnética e citologia 1a4 5a9 6.095 676 3.385 226 132 10 a 19 20 a 49 2.357 275 1.242 109 69 50 a 99 100 a 249 1.272 213 715 67 61 250 a 499 500 a 999 659 105 400 39 49 1.000 ou Mais Total 222 23 93 9 12 96 10 40 2 3 12 1 81 - 6- 1 -1 3- --- 10.722 1.303 5.884 453 327 <

0102 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED Equipamentos de saúde Os equipamentos de imagem e sua evolução tecnológica são essenciais para a melhoria >> na detecção e no diagnóstico das doenças. Ao contrário do que se propaga, as novas tecnologias desempenham um papel essencial na qualidade e na precisão do diagnós- tico, elevando as chances de cura. Outro fator importante é que as novas tecnologias prezam cada vez mais pelo bem-estar dos pacientes, seja por meio de um exame indolor ou na rapidez para a definição do diagnóstico. Segundo dados do CNES, em dezembro de 2018 o número de equipamentos de diagnóstico por imagem apresentou o total de 133.306 equipamentos em uso no Brasil. Os equipamentos de métodos gráficos e óp- ticos, somaram 45.722 e 41.957, respectivamente. O gráfico a seguir demonstra a evo- lução do número de equipamentos a partir de dezembro de 2014, considerando todas as esferas jurídicas (administração pública, entidades empresariais, sem fins lucrativos e pessoas físicas) e apenas os equipamentos em uso em cada período. Gráfico 30 Número de equipamentos de diagnóstico por imagem, métodos gráficos e ópticos em uso no Brasil (2014/2018) Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES. Elaboração Abramed. 133.306 116.483 Número de equipamentos 39.336 45.722 41.957 37.620 Diagnóstico por imagem Métodos gráficos Métodos ópticos 2014 2015 2016 2017 2018

“Ao contrário do que se propaga, as novas 0103 tecnologias desempenham um papel essencial na qualidade e na precisão do diagnóstico, elevando as chances de cura. ”Acerca da confiabilidade dos dados coletados por Considerando o número de equipamentos segundo o meio do CNES, é importante ressaltar que são rele- tipo, nota-se o aumento significativo dos mamógrafos vantes para ações de planejamento, controle e avalia- computadorizados, passando de 456 em 2014 para ção em saúde e deveriam refletir a real situação dos 889 em 2018, aumento de 95,0%. Em contrapartida, o recursos disponíveis. Alguns estudos evidenciaram número de mamógrafo simples e estereotaxia perma- que as inconsistências na base de dados poderiam neceu relativamente estável, com aumento de 3,0% no afetar negativamente análises mais complexas. No mesmo período. Nessa situação, o desenvolvimento e entanto, as principais críticas consistem na defasa- a incorporação de uma nova tecnologia no mercado gem em relação a quantidade de equipamentos exis- de saúde não correspondem, necessariamente, ao au- tentes nos estabelecimentos de saúde entre o período mento do número dos equipamentos disponíveis. >> atual e o anterior e critérios de definição do que é e como se configuram os estabelecimentos de saúde. Gráfico 31 Número de equipamentos em uso no Brasil (2014/2018) Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES. Elaboração Abramed. Ultrassom 39.339 Ressonância 2.511 magnética 4.663 Tomógrafo computadorizado Raio X 27.979 Mamógrafo 889 computadorizado Mamógrafo simples 4.834 e estereotaxia - 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 Número de equipamento em uso 2014 2015 2016 2017 2018 NOTA Não considera os equipamentos de Raio X dentário.

104 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED Considerando a disponibilidade de equipamentos em >> uso, tanto na esfera pública quanto na privada, nota- se um vazio nas áreas mais claras do mapa. Segun- do dados do CNES não há disponibilidade de equi- pamentos nesses municípios. Dos 5.570 municípios brasileiros, 1.248 (22,4%) possuem ao menos um equipamento de mamografia. Dentre esses, o número médio de mamógrafos é de 4,7. Do total de 5.723 mamógrafos distribuídos no país em 2018, 11,4% concentravam-se nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, com um total de 652 unidades. Mapa 05 Equipamentos de mamografia por município Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES. Elaboração Abramed. Dezembro 2018 0 >=1

105 Nota-se que a distribuição geográfica dos equipamen- < tos de ressonância magnética e tomografia computa- dorizada não é homogênea no território nacional. En- quanto algumas regiões concentram parte importante da oferta, outras se encontram distantes de qualquer centro de prestação de serviços de imagem. Mapa 06 Mapa 07 Equipamentos de tomografia Equipamentos de ressonância computadorizada por município magnética por município Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES. Elaboração Abramed. Dezembro 2018 Dezembro 2018 0 >=1

106 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED Médicos com atuação na medicina diagnóstica No mercado de medicina diagnóstica é fundamental a existência de profissionais com título de espe- >> cialista e com formação de referência para prover excelência ao médico que assiste o paciente. Os anátomo patologistas, patologistas clínicos, geneticistas, radiologistas, especialistas no diagnóstico por imagem e outros profissionais que atuam no setor têm exercido uma importante função consulti- va em linha com o avanço da tecnologia, tanto no ambiente ambulatorial como no hospitalar. Tabela 18 Características gerais dos profissionais médicos que atuam no segmento de medicina diagnóstica (2017) Fonte: CFM - Demografia Médica no Brasil 2018. Elaboração Abramed. Radiologia Patologia Endoscopia Patologia Medicina Genética e diagnóstico clínica/ nuclear médica por imagem medicina laboratorial 305 0,15 Número de especialistas 12.233 3.210 3.184 1.450 915 0,1% Razão especialista por 100 mil habitantes 5,89 1,55 1,53 0,70 0,44 Percentual sobre o total de especialidades 3,2% 0,8% 0,8% 0,4% 0,2% 1,3% 11,5% Distribuição por região 3,4% 3,1% 4,1% 3,7% 3,1% 58,7% Norte 17,8% 19,8% 17,1% 25,4% 14,3% 19,3% Nordeste 52,9% 54,0% 48,5% 55,5% 56,4% Sudeste 16,9% 13,9% 21,9% 15,6% 9,2% Sul 8,1% 10,6% Centro-Oeste 9,1% 9,1% 8,4% 7,4% 35,4% 64,6% Distribuição por sexo 63,9% 43,1% 71,4% 48,5% 63,8% Masculino 36,1% 56,9% 28,6% 51,5% 36,2% 3,3% Feminino 17,7% 2,2% 22,3% Distribuição por idade 3,9% 9,7% 0,6% 0,0% 2,1% 10,2% ≤ 29 anos 17,5% 13,5% 8,7% 1,9% 14,4% 10,2% 30 - 34 anos 18,1% 13,7% 17,3% 4,3% 17,2% 12,5% 35 - 39 anos 14,6% 10,5% 13,8% 6,5% 18,0% 40 - 44 anos 12,3% 10,2% 13,7% 9,2% 14,6% 7,5% 45 - 49 anos 10,5% 9,8% 14,7% 11,8% 7,9% 50 - 54 anos 12,6% 11,8% 13,6% 8,5% 4,3% 55 - 59 anos 7,8% 10,5% 9,5% 20,6% 5,1% 4,3% 60 - 64 anos 6,9% 7,2% 7,2% 20,3% 6,1% 65 - 69 anos 5,7% 2,6% 11,9% 8,4% 70 - 75 anos 2,7% 5,5%

107 Ressalta-se que as especialidades médicas relacio- nadas ao cuidado da população idosa e às doenças crônicas serão positivamente impactadas pela altera- ção demográfica e pelo perfil epidemiológico da po- pulação. Nesse sentido, haverá uma pressão sobre a oferta dessas especialidades tanto no setor público quanto no privado. Com relação a distribuição, obser- va-se uma oferta desses profissionais principalmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul. Conforme men- cionado anteriormente, a oferta de médicos nessas regiões está associada as melhores condições de emprego, renda e a possibilidade de especialização. Gráfico 32 Proporção de médicos que atuam no segmento de medicina diagnóstica segundo a região (2017) Fonte: CFM - Demografia Médica no Brasil 2018. Elaboração Abramed. 75% 50% 25% 0% Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Norte Patologia Endoscopia Patologia Medicina Genética clínica/medicina nuclear médicina Radiologia laboratorial < e diagnóstico por imagem

108 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED Mercado de trabalho no setor de medicina diagnóstica O mercado de medicina diagnóstica constitui uma A deterioração do mercado de trabalho observa- >> parcela essencial do sistema de bem-estar social, da, especialmente nos anos de 2015 e 2016, não além de gerar empregos e serviços com expressiva impactou na dinâmica do setor de medicina diag- participação na constituição da riqueza do país. Des- nóstica, que mesmo diante da crise econômica foi sa forma, analisar a manutenção dos postos de tra- responsável pela geração de empregos, com uma balho é essencial para compreender a dinâmica do taxa de crescimento anual de 2,9%39, ante uma taxa setor sob o ponto de vista de geração de emprego. do mercado de trabalho negativa de 1,7%. Os la- boratórios de anatomia patológica e análises clínicas Em 2018, o mercado de medicina diagnóstica foi são responsáveis por 49,4% dos empregos do setor responsável pela manutenção de 253,537 mil postos de medicina diagnóstica e os serviços de imagem de trabalho, com expansão de 3,7%, na compara- representam 24,8%, em 2018, segundo dados do ção com 2017. No mesmo período, as atividades CAGED. Os demais serviços de terapia representam relacionadas ao mercado de saúde38 empregaram 25,8% dos vínculos. mais de 2,2 milhões de pessoas. Em conjunto, cor- respondem por 6% dos vínculos formais no Brasil. 37 Dado elaborado a partir do estoque de empregos do setor no ano de 2017 e o somatório das movimentações do ano de 2018. 38 Atividades de atendimento hospitalar, Serviços móveis de atendimento a urgências, Serviços de remoção de pacientes, exceto os serviços móveis de atendimento a urgências, Atividades de atenção ambulatorial executadas por médicos e odontólogos, Atividades de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica, Atividades de profissionais da área de saúde, exceto médicos e odontólogos, Atividades de apoio à gestão de saúde, Atividades de atenção à saúde humana não especificadas anteriormente, Atividades de assistência a idosos, deficientes físicos, imunodeprimidos e convalescentes prestadas em residências coletivas e particulares, Atividades de fornecimento de infraestrutura de apoio e assistência a paciente no domicílio, Atividades de assistência psicossocial e à saúde a portadores de distúrbios psíquicos, deficiência mental e dependência química. 39 CAGR – 2014/2018

109 Tabela 19 Estoque de empregos no setor de medicina diagnóstica e terapêutica (2014/2018) Fonte: CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Elaboração Abramed. Laboratórios de anatomia patológica e citológica 2014 2015 2016 2017 2018 Laboratórios clínicos Serviços de tomografia 13.712 13.441 12.773 12.734 13.171 95.125 95.756 103.588 107.776 113.111 Serviços de diagnóstico por imagem com uso de radiação ionizante, exceto tomografia 3.308 3.733 4.339 4.521 4.476 Serviços de ressonância magnética 35.886 36.420 39.258 39.301 40.232 3.129 3.156 3.666 5.173 5.271 Serviços de diagnóstico por imagem sem uso de 5.223 5.764 5.961 7.561 7.683 radiação ionizante, exceto ressonância magnética Serviços de diagnóstico por registro gráfico - 1.565 1.739 1.797 1.992 2.329 ECG, EEG e outros exames análogos Serviços de diagnóstico por métodos ópticos - 2.377 2.663 3.009 3.303 3.470 endoscopia e outros exames análogos 14.297 15.202 15.270 16.228 16.469 Serviços de diálise e nefrologia 3.979 4.557 4.832 5.054 5.329 Serviços de quimioterapia 1.190 1.312 1.194 1.264 1.299 Serviços de radioterapia 7.453 7.931 7.886 7.968 8.184 Serviços de hemoterapia 51 73 70 80 80 259 196 222 180 186 Serviços de litotripsia Serviços de bancos de células e tecidos humanos Atividades de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica não especificadas anteriormente 38.456 39.228 32.324 31.267 32.257 Total atividades de serviços de complementação 228.024 233.186 238.205 246.419 253.547 diagnóstica e terapêutica 1.959.703 2.028.038 2.066.002 2.121.573 2.202.673 41.109.693 39.484.142 38.112.779 37.989.350 38.410.428 Total Mercado de Saúde Total Mercado de Trabalho

110 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED Com relação a distribuição do saldo de emprego por >> região, o Sudeste foi responsável por mais da meta- de dos vínculos empregatícios do setor de medicina diagnóstica, representando cerca de 53,2% do total, enquanto o Nordeste representa 18,4%; Sul 13,7%; Centro-Oeste 9,6% e Norte 5,1%, em 2018. Tabela 20 Empregos no setor de medicina diagnóstica e terapêutica, segundo a Região (2018) Fonte: CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Elaboração Abramed. Laboratórios de anatomia patológica e citológica Norte Nordeste Sudeste Sul Centro- Laboratórios clínicos 983 2.020 Oeste Serviços de tomografia 2.767 6.277 17.087 1.124 6.503 22.746 56.039 10.736 Serviços de diagnóstico por imagem com uso 211 835 778 de radiação ionizante, exceto tomografia 1.050 1.602 1.541 5.710 4.767 Serviços de ressonância magnética 110 6.169 22.045 671 457 Serviços de diagnóstico por imagem com uso 1.292 2.741 de radiação ionizante, ressonância magnética 422 923 910 1.673 3.755 Serviços de diagnóstico por registro gráfico 217 251 394 - ECG, EEG e outros exames análogos 474 993 188 353 432 Serviços de diagnóstico por métodos ópticos - 901 497 2.000 2.160 1.777 endoscopia e outros exames análogos 194 4.188 7.443 673 339 Serviços de diálise e nefrologia 50 721 3.402 414 152 Serviços de quimioterapia 1.025 113 568 458 Serviços de radioterapia 570 Serviços de hemoterapia 10 1.016 5.117 19 1 Serviços de litotripsia 0 5 17 3 45 Serviços de bancos de células 664 5 2.944 2.046 e tecidos humanos 161 13.019 34.645 24.374 Atividades de serviços de complementação 3.919 22.684 diagnóstica e terapêutica não especificadas antertiormente 46.635 134.874 Total atividades de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica Total Mercado de Saúde1 83.833 375.459 1.210.802 348.451 184.128

111 Mapa 08 Total de empregos no setor de medicina diagnóstica e terapêutica, e participação percentual segundo a região (2018) Fonte: CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Elaboração Abramed. Norte Nodeste 13.019 46.635 5,1% 18,4% Centro-Oeste Sudeste 24.374 134.874 9,6% 53,2% Sul 34.645 13,7%

112 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED Tabela 21 Empregos no setor de medicina diagnóstica e terapêutica, segundo a faixa etária (2018) Fonte: CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Elaboração Abramed. até 17 18 a 24 25 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 64 65+ Laboratórios de anatomia patológica e citológica 102 2.516 2.415 4.270 2.572 1.218 78 Laboratórios clínicos 9.116 481 Serviços de tomografia 753 22.197 21.782 38.358 20.424 282 11 Serviços de diagnóstico por imagem com uso 36 840 845 1.614 848 172 de radiação ionizante, exceto tomografia 2.941 352 7.614 7.673 14.355 7.125 316 21 Serviços de ressonância magnética 41 1.142 1.050 1.851 850 40 Serviços de diagnóstico por imagem com uso 690 de radiação ionizante, ressonância magnética 65 1.459 1.424 2.551 1.454 12 190 Serviços de diagnóstico por registro gráfico 14 458 462 814 379 12 - ECG, EEG e outros exames análogos 20 551 619 1.280 719 269 88 Serviços de diagnóstico por registro gráfico 21 - ECG, EEG e outros exames análogo 66 1.733 2.460 6.414 3.958 1.750 11 22 66 961 2.165 1.063 431 165 Serviços de diálise e nefrologia 15 162 256 135 18 673 982 494 226 - Serviços de quimioterapia 6 2.741 1.960 1.645 - Serviços de radioterapia - 11 14 Serviços de hemoterapia 38 25 24 158 Serviços de litotripsia 3 16 21 Serviços de bancos de células 67 41 e tecidos humanos 302 5.901 5.628 11.394 5.970 2.904 Atividades de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica não especificadas antertiormente Total atividades de serviços 1.809 45.939 46.601 88.393 47.613 21.922 1.270 de complementação diagnóstica e terapêutica Total Mercado de Saúde1 9.653 270.938 333.709 791.383 491.885 282.454 22.649

113 “A proporção de A análise do contingente de ocupados em 2018, por grupos de idade, mostrou que nas atividades de diag- empregos no setor nóstico os jovens de 18 a 24 anos de idade repre- é maior no grupo sentavam cerca de 18,1% das pessoas ocupadas; no etário de 25 a 39 grupo etário de 25 a 39 anos representavam, aproxi- madamente, 34,7%; e na faixa de 40 a 59 anos esta- anos: 34,7% do total. vam cerca de 18,7% dos ocupados. ” Gráfico 33 Proporção de empregos no setor de medicina diagnóstica e terapêutica, segundo a faixa etária (2018) em % Fonte: CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Elaboração Abramed. 34,7 35,8 30,3 18,1 18,3 22,3 21,9 15,0 18,7 12,3 15,114,1 15,7 12,8 8,6 0,7 0,4 1,0 18 a 24 25 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 64 0,5 1,0 1,2 até 17 65+ Atividades de serviços de complementação Mercado de saúde Mercado de trabalho diagnóstica e terapêutica <

114 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED Exames necessários para um diagnóstico rápido e preciso – Doenças crônicas não transmissíveis As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são a causa principal de mortalidade e incapacidade prematura no Brasil e no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, sete em cada dez pessoas morrem no mundo todos os anos em decorrência das DCNT. Entre as 10 principais causas de morte nos países de alta renda, nove foram decorrentes de DCNT. Em termos absolutos, 78% do número de mortes por DCNT ocorreram em países de bai- xa e média renda. Estudos indicam que a carga dessas doenças pode ser diminuída por meio do controle dos fatores de risco, diag- nóstico precoce e tratamento adequado. Nesse sentido, o controle dos sinais por exames de diagnóstico é um importante instrumen- to, capaz de promover não apenas o bem-estar do paciente, como também reduzir a despesa total com o tratamento de saúde.

115 Diabetes mellitus De acordo com a American Diabetes Associa- milhões em 2017 para 13,5 milhões de exames tion, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e realizados em 2018, o que corresponde a um Metabologia, a Sociedade Brasileira de Diabetes aumento de 12,4%. No SUS, a variação foi me- e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ nos expressiva, com 39,8 milhões de exames Medicina Laboratorial, o teste de tolerância à realizados em 2018, ante 38,3 milhões em 2017, glicose ou a dosagem de hemoglobina glicada com aumento de 4,0%. podem ser usados para diagnosticar diabetes e pré-diabetes40. A hemoglobina glicada é um Do ponto de vista econômico, o impacto finan- < exame usado para triagem e diagnóstico, e ceiro de hospitalizações atribuídas ao diabetes e pode ser solicitado diversas vezes por ano para suas complicações é de US$ 845,00 em média monitorar pacientes com diabetes tipos 1 e 2. por paciente. O custo médio de internação foi O exame indica a quantidade média de glicose significativamente maior para os homens em to- presente no sangue nos últimos 2 a 3 meses, das as faixas etárias, em média US$ 956,00 ante e auxilia o médico a determinar a eficácia do US$ 746,00 para as mulheres41. Esses montan- tratamento. Se o resultado inicial do exame for tes são ainda maiores quando estimados os cus- incomum, ele deverá ser repetido para confirmar tos financeiros indiretos decorrentes da perda da o diagnóstico de diabetes, e outros exames po- capacidade produtiva. Em contrapartida, o valor dem ser realizados para a identificação de con- médio do exame de hemoglobina glicada42 foi dições relacionadas. de R$ 16,00 em média, segundo os dados dis- poníveis no D-TISS43. Ao analisar esses valores, No mercado de saúde suplementar, o número não há dúvida de que a abordagem preventiva de exames de hemoglobina glicada apresentou no tratamento das doenças tende a reduzir con- um significativo aumento, tendo passado de 12 sideravelmente as despesas em saúde. 40 https://labtestsonline.org.br/conditions/diabetes 41 Disease and Economic Burden of Hospitalizations Attributable to Diabetes Mellitus and Its Complications: A Nationwide Study in Brazil 42 40302075 – Hemoglobina Glicada A1 Total 43 O D-TISS é um painel disponibilizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para consultar dados recebidos por meio do TISS. Valor médio do ano de 2016.

116 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED

117 Doenças cardiovasculares O Holter é um exame utilizado para avaliar as variações do ritmo e da frequência cardíaca que ocorrem em um deter- minado período. Trata-se de um pequeno dispositivo portátil que mede e registra continuamente a atividade do coração por 24 ou 48 horas, dependendo do tipo de monitoramento indicado. Geralmente, o exame é indicado para pacientes de risco, com objetivo de investigar arritmias ou disritmias; sin- tomas de tontura e/ou palpitações ou quando há suspeita de causa congênita. Os resultados do uso de um Holter aju- darão o médico a decidir se há necessidade de realizar mais exames complementares ou na indicação apropriada de um tratamento. Em 2018, foram realizados 1,3 milhão de exames tipo Holter no mercado de saúde suplementar, com aumento de 7,0% na comparação com o ano anterior, quando foram realizados 1,2 milhão. No mesmo período, o SUS realizou 270 mil, com aumento de 5,2% ante 2017. As evidências acerca do impacto econômico de doenças < cardiovasculares (DCV) são escassas. Apesar disso, algumas revisões sistemáticas apontam que as despesas por episódio de doenças cardiovasculares variam entre US$ 500,0044 e US$ 1.500,00, no entanto, a variabilidade entre as estima- tivas foi elevada. 44 The economic burden of cardiovascular disease and hypertension in low- and middle-income countries: a systematic review.

118 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED Produção Assistencial da medicina diagnóstica Saúde suplementar “Mais de 1,6 >> Em 2018, foram realizados mais de 1,6 bilhão de bilhão de eventos eventos assistenciais no mercado de saúde suple- assistenciais mentar, entre os quais destaca-se a realização de realizados no 861,5 milhões de exames complementares, aumento mercado de de 5,5% ante o ano anterior. Os exames de imagem saúde suplementar mais realizados em 201845 foram: radiografia, com em 2018. 31,8 milhões de eventos, seguido por ressonância magnética, 7,9 milhões e tomografia computadoriza- ” da, 7,4 milhões. 45 Considera a lista dos exames que devem ser detalhados pelas operadoras.

119 Tabela 22 Quantidade de exames complementares na saúde suplementar (em milhões - 2015/2018) Fonte: ANS - Mapa Assistencial da Saúde Suplementar 2018. Elaboração Abramed. Quantidade de exames 2015 2016 2017 2018 (%) Partici- complementares na saúde suplementar 18/17 pação 747,0 796,8 816,9 861,5 Exames complementares (em milhares) 6,5 7,1 7,4 7,9 5,5 2018 Ressonância nuclear magnética 6,6 7,1 7,2 7,4 6,7 Tomografia computadorizada 2,7 100,0% Citopatologia cérvico-vaginal oncótica 6,8 6,6 6,3 6,1 0,9% em mulheres de 25 a 59 anos -3,4 0,9% Densitometria óssea 2,2 2,2 2,2 2,2 Ecodopplercardiograma transtorácico 5,0 5,1 5,2 5,2 0,3 0,7% Broncoscopia com ou sem biopsia 0,1 0,1 0,1 0,1 -0,1 Endoscopia - via digestiva alta 3,3 3,1 3,2 3,3 4,3 0,3% Colonoscopia 1,1 1,1 1,2 1,2 5,2 0,6% Holter de horas 1,1 1,2 1,2 1,3 5,5 0,0% Mamografia 5,1 5,1 5,0 5,0 7,0 0,4% 2,3 2,3 2,3 2,3 -0,4 0,1% Mamografia em mulheres de 50 a 69 anos 0,6 0,6 0,5 0,5 1,8 0,2% Cintilografia miocárdica 0,0 0,0 0,0 0,0 -3,1 0,6% Cintilografia renal dinâmica 34,8 34,4 33,1 31,8 5,7 46,0% Radiografia 3,5 3,5 3,4 3,4 -3,7 0,1% Teste ergomêtrico 6,1 6,4 6,5 6,9 -1,8 0,0% Ultra-sonografia diagnóstica de abdome 8,2 7,7 7,0 6,7 5,0 3,7% Ultra-sonografia diagnóstica de abdome inferior 1,0 1,0 1,0 0,9 -5,1 0,4% Ultra-sonografia diagnóstica de abdome superior 1,1 1,0 1,0 1,0 -4,2 0,8% Ultra-sonografia obstétrica morfológica 10,0 11,0 12,0 13,5 -0,6 0,8% Hemoglobina glicada 12,4 0,1% Pesquisa de sangue oculto nas fezes 1,0 1,0 1,1 1,1 0,1% em pessoas de 50 a 69 anos 3,7 1,6% 0,1% NOTA Participação em Mamografia em mulheres de 50 a 69 anos refere-se ao total de mamografias. <

120 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED Sistema Único de Saúde (SUS) Foram realizados cerca de 3,7 bilhões de eventos ambulatoriais no SUS no ano de 2018. Desses eventos, >> 934,7 milhões foram realizados com finalidade diagnóstica e apresentaram crescimento de 3,6% na compara- ção com o ano anterior. Os dados disponíveis são provenientes do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS, gerido pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Assistência à Saúde, em conjunto com as Secretarias Estaduais de Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde, sendo processado pelo DATA- SUS - Departamento de Informática do SUS, da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde. Tabela 23 Produção ambulatorial no Sistema Único de Saúde segundo o grupo de procedimento (em milhões - 2015/2018) Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Elaboração Abramed Produção ambulatorial SUS 2015 2016 2017 2018 ∆(%) 18/17 Participação 2018 Total 4.116,1 3.986,1 3.978,4 3.657,7 - 8,1 100 % Ações de promoção 626,4 591,4 524,0 307,8 - 41,3 8,4 % e prevenção em saúde 897,0 893,8 902,1 934,8 3,6 25,6 % Procedimentos com - 11,2 37,0 % finalidade diagnóstica 1.628,6 1.523,1 1.523,3 1.352,0 Procedimentos clínicos Procedimentos cirúrgicos 91,9 77,1 65,1 45,8 - 29,6 1,3 % 1,7 1,7 1,7 1,7 2,6 0,0 % Transplantes de orgãos, 5,3 26,7 % tecidos e células 840,2 865,6 925,9 975,3 6,8 0,2 % 0,9 % Medicamentos 5,7 6,1 6,6 7,0 12,1 5,7 27,2 29,6 33,2 Órteses, próteses e materiais especiais Ações complementares da atenção à saúde NOTA Quantidade aprovada por ano de atendimento segundo o grupo procedimento.

121 “Em 2018, foram realizados cerca de 934,7 milhões de exames com finalidade disgnóstica no SUS. Tabela 24 ”Produção ambulatorial do SUS segundo o subgrupo de procedimento (em milhões - 2018) Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Elaboração Abramed. Exames Quantidade Participação Diagnóstico em laboratório clínico 677,2 72,4% Diagnóstico por radiologia 62,6 6,7% Coleta de material 51,8 5,5% Métodos diagnósticos em especialidades 44,6 4,8% Diagnóstico por teste rápido 41,8 4,5% Diagnóstico por ultrasonografia 18,2 1,9% Diagnóstico e procedimentos especiais em hemoterapia 16,4 1,8% Diagnóstico por anatomia patológica e citopatologia 12,1 1,3% Diagnóstico por tomografia 5,3 0,6% Diagnóstico por endoscopia 2,0 0,2% Diagnóstico por ressonância magnética 1,2 0,1% Diagnóstico em vigilância epidemiológica e ambiental 1,1 0,1% Diagnóstico por medicina nuclear in vivo 0,4 0,0% Diagnóstico por radiologia intervencionista 0,1 0,0% Total 934,8 100,0% NOTA Quantidade aprovada por ano de atendimento segundo o subgrupo procedimento. >>

122 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED

123 Considerando os principais exames de imagem >> realizados no SUS, o número de radiografias foi de 55,7 milhões, ultrassonografia 15,7 milhões, tomografia 5,1 milhões, e ressonância magnética 1,2 milhão, em 2018. Gráfico 34 Produção ambulatorial no Sistema Único de Saúde exames de imagem selecionados (em milhões - 2018) Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Elaboração Abramed. 15,7 Ultrassonografia 5,31 Exame citopatológico 55,7 5,3Tomografa 1,2 Radiografia Ressonância NOTA Quantidade aprovada por ano de atendimento segundo o grupo procedimento.

124 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED Uso racional de procedimentos de diagnóstico: necessidade de equilíbrio entre benefício e risco para o paciente Os benefícios da medicina moderna aumentaram consideravel- mente a saúde das populações em diversos países. Todavia, com a melhoria dos cuidados de saúde e o prolongamento da expecta- tiva de vida, as despesas globais com saúde cresceram em ritmo acelerado nas últimas décadas. Nesse cenário, apesar de diversos avanços, coexistem o uso excessivo, a subutilização e o uso inde- vido dos recursos de saúde. O uso excessivo de serviços médicos

125 é caracterizado por meio da realização No entanto, é imprescindível ressaltar que a realiza- de procedimentos ambulatoriais repeti- ção de exames preventivos e o monitoramento de tivos, cirurgias e internações acima da sintomas que apresentam resultados normais nunca média, além da prescrição e utilização devem ser considerados desperdício. Atualmente excessiva de medicamentos, especial- não há disponibilidade de informações clínicas do mente com relação ao uso de antibióti- paciente que permitam ao médico uma associação cos. Trata-se de um fenômeno mundial precisa entre o resultado e o histórico de patologias que eleva consideravelmente os gastos monitoradas. Nesse sentido, é essencial aprimorar dos tratamentos de saúde e necessita as práticas de saúde e estabelecer um conjunto de estabelecer o real benefício ao paciente recomendações acerca da realização de exames sem prejudicar a sua qualidade de vida e de diagnóstico custo-efetivos. Iniciativas como o impactar a sustentabilidade do sistema programa: Choosing Wisely Brasil busca promover de saúde. Algumas análises sistemáti- a comunicação entre médicos e pacientes com ob- cas também demonstram a utilização jetivo de aprimorar a tomada de decisão evitando os além do necessário da realização de riscos potenciais e o uso desnecessário. exames de diagnóstico em diversos pa- íses. Nos EUA, as estimativas de gastos Outro problema relacionado com os gastos crescen- com tratamentos variam consideravel- mente. Algumas projeções indicam que tes em saúde, porém pouco abordado na literatura, representa de 6% a 8% do gasto total com saúde46. Na Suíça, cerca de 14% trata da subutilização, ou seja, da falha em fornecer dos exames de colonoscopia e 49% de endoscopia digestiva apresentaram evi- intervenções médicas efetivas e acessíveis à popu- dências de excesso de uso47. Em outros países da Europa, a realização excessi- lação. A subutilização causa sofrimento a milhões va dos exames de endoscopia represen- tou entre 13% e 33% do total. de pessoas em todo o mundo48 por meio de da- nos físicos, psicológicos e sociais para os pacientes e gera desperdício de recursos para a sociedade. Segundo o livro: “Overtreated – Why too much me- dicine is making us sicker and poorer”, os pacientes recebem os devidos cuidados em pouco menos de 55% do tempo. Ainda segundo o livro, tal fato de- corre, em parte, à falta de coordenação e ausência dos cuidados primários. Ademais, há prevalência de subutilização devido a barreiras de acesso, quando a assistência é negada ou não reembolsada por pla- nos e seguros de saúde. >> 46 Evidence for overuse of medical services around the world. Lancet 2017; 390: 156–68 47 Overuse and underuse of colonoscopy in a European primary care setting. 48 Addressing overuse and underuse around the world.

126 4PAINEL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA ABRAMED O equilíbrio para estas questões consiste, entre ou- O cuidado nas afirmações para não gerar movimen- tras medidas, no empoderamento dos pacientes e tos que impactam na redução por si só de exames no pleno conhecimento e autonomia para o exer- e procedimentos de diagnóstico requer fundamenta- cício da medicina. Dessa forma, paciente e médico ção voltada ao desfecho da saúde do paciente, caso poderão ampliar a capacidade de diálogo e decisão contrário pode causar danos irreversíveis. sobre as melhores possibilidades de tratamento, mi- nimizando os riscos com melhores resultados em Segundo o relatório de auditoria operacional do Tri- saúde sem desconsiderar os limites financeiros de bunal de Contas da União49, uma das principais cau- cada agente do setor. sas para imprevisibilidade da atenção oncológica é o despreparo da atenção primária para rastrear os A medicina diagnóstica e a análise da correlação casos de câncer, refletindo no diagnóstico avançado com a gestão sustentável do sistema e da saúde da doença. O relatório demonstra que 53,9% dos populacional não podem ser analisadas conside- pacientes com câncer de mama no Brasil foram rando apenas os números absolutos observados no diagnosticados em estadiamento avançado, está- curto prazo. A prevenção já foi comprovadamente gios 3 e 4. Para fins de comparação, nos Estados demonstrada como um pilar fundamental da busca Unidos, um estudo encontrou o resultado de apenas pela sustentabilidade do setor. Portanto, não é ape- 7,3% nos estágios avançados. Além das mudanças nas a variação do número de exames realizados que no estilo de vida, a redução nesta taxa é influenciada, demonstra o desperdício. especialmente, pela realização exames preventivos. Gráfico 35 Estadiamento no momento do diagnóstico – (Brasil 2010 / EUA 2004) Fonte: TCU. Elaboração Abramed. 45,6% 39,5% 41,4% 25,7% 15,2% 12,5% 2,2% 5,2% 7,6% 5,1% 4 0123 Estágio de detecção - estadimento Brasil EUA 49 Política nacional de atenção oncológica <



128 5PAINEL MERCADO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA: TENTÊNCIAS ABRAMED

129 5Mercado de medicina diagnóstica: Tendências

130 5PAINEL MERCADO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA: TENTÊNCIAS ABRAMED “As empresas que atuam na área de saúde buscam continuamente a garantia da qualidade por meio do aumento da eficiência e da inovação. ”

131 Mercado de medicina diagnóstica: Tendências O mercado de medicina diagnóstica é um dos que mais >> evolui e inova a cada ano. O avanço de tecnologias per- mite que os exames de diagnóstico - clínicos e de ima- gem - sejam realizados em grande escala, em menor tempo, com melhor qualidade e precisão. Diversos fato- res têm impulsionado a expansão desse mercado, entre os quais se destacam: a modernização dos equipamen- tos, novas ferramentas e técnicas de gestão, a demanda por novos exames no mercado, a oferta de serviços com elevado nível de qualidade, automação dos processos, integração dos sistemas de tecnologia da informação e inovações na área de genética, entre outros. Não obstan- te a esses avanços, diversas tendências são apontadas para o setor de medicina diagnóstica nos próximos anos,

132 5PAINEL MERCADO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA: TENTÊNCIAS ABRAMED entre eles: Healthtech - com ampla utilização de wearables e inteligência artificial; nova tecnolo- gias laboratoriais; e a utilização da telemedici- na. Todas essas tendências apontam para um cenário de fortalecimento e desenvolvimento do setor nos próximos anos, com o surgimento de diversas startups da saúde focadas em so- luções nos diversos segmentos que permeiam os cuidados do paciente. Startups na saúde realidade pesquisa gestão de virtual clínicas homecare diagnóstico wearables robótica por imagem genômica saúde dados do inteligência terapias mental paciente e artificial digitais análise de risco telemedicina internet da impressão saúde da medicina em 3-D mulher gerenciamento nutrição relacionamento de doenças com pacientes As empresas que atuam na área de saúde bus- < cam continuamente a garantia da qualidade por meio do aumento da eficiência e da inovação com elevados investimentos na comparação com outros setores da atividade econômica.

133 Healthtech: transformando acesso à saúde O mercado de saúde está se transformando por cientes e acompanhamento nutricional por meio meio de inovações tecnológicas e soluções capa- de aplicativos, entre outros. zes de otimizar processos e entregar mais valor aos pacientes. O tema Healthtech descreve um conjunto No artigo “A revolution in health care is coming”, pu- específico de aplicações de tecnologia para resolver blicado recentemente, a revista The Economist des- problemas gerais de eficiência e restrições de custo tacou que tecnologias utilizadas por meio do smar- na prestação de cuidados de saúde e está associado tphone permitem que as pessoas monitorem sua a diversas inovações, incluindo a tecnologia usável própria saúde e tenham acesso aos seus próprios (wearables), IA (inteligência artificial) e analytics, pro- registros médicos. Isso permite minimizar as inefi- movendo um conjunto de oportunidades. Com a uti- ciências no tratamento médico e também fornecer lização de ferramentas digitais, inteligência artificial e dados para ajudar a treinar os algoritmos médicos. outras tecnologias, as Healthtechs visam melhorar a Segundo estimativas do UBS existem mais de 150 experiência dos pacientes. Exemplos mais comuns mil aplicativos relacionados a saúde em 2018 e fo- dessa evolução tratam da incorporação de novos ram investidos mais de US$ 30 bilhões50 no finan- benefícios aos pacientes; aumentar a produtivida- ciamento das atividades de Healthtech. A revista de das empresas, utilizar inteligência artificial para Forbes, estima que o mercado de aplicativos de AI analisar exames de imagem; gerar informações para healthcare alcance cerca de US$ 1,7 bilhão até em tempo real para tomada de decisões mais efi- o final de 2019. Gráfico 36 Número de aplicativos para saúde em sistemas operacionais Fonte: UBS Switzerland AG and UBS AG – junho de 2018. Elaboração Abramed. 100.000 Google Play 80.000 60.000 Apple app store 40.000 20.000 0 50 https://www.cbinsights.com/ <

134 5PAINEL MERCADO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA: TENTÊNCIAS ABRAMED Wearables Os avanços no desenvolvimento de sensores e das interativos para facilitar reabilitações domiciliares na técnicas de análise de dados criaram novas possibili- fisioterapia; Avaliação de eficácia: sensores que per- dades na utilização dos wearables na saúde. Trata-se mitem avaliar com precisão o desenvolvimento e a de dispositivos móveis com funções de microcontro- eficácia de exames ou terapias; Detecção precoce: ladores e transmissão wireless de dados. Os wea- combinando sensores corporais e monitores de ati- rables podem melhorar a qualidade e os hábitos de vidade, a tecnologia pode ser usada para detectar vida de seus usuários, além de proporcionar diversas sintomas e mudanças diversas no estado de saúde. informações capazes de auxiliar a prática da medici- na51. Esses dispositivos podem ser integrados a vá- Segundo estudo recente, o número de wearables co- < rios acessórios como relógios de pulso que utilizam nectados ao redor do mundo saltará de 325 milhões múltiplos sensores e são normalmente integrados (2016) para mais de 830 milhões em 2020. Mais que em um sistema que transmite os dados coletados qualquer outra categoria de wearable, os dispositivos por vários sensores corporais ou ambientais em um de pulso serão os mais comuns, com mais de 170 único aparelho. Atualmente, a maioria dos wearables milhões de unidades vendidas só em 2020. Neste podem ser classificados em cinco categorias: Mo- ano, a venda dos “relógios inteligentes” equivalerá a nitoramento de saúde e bem-estar: sensores que quase metade de todos os wearables distribuídos. examinam os dados fisiológicos. Supervisão de se- gurança: dispositivos capazes de detectar quedas; Reabilitação domiciliar: combinada com recursos 51 https://usemobile.com.br/wearables-setor-da-saude/

135 Inteligência Artificial e Analytics A capacidade de armazenar, recuperar e analisar dados so de documentação e acesso às evidências científi- de saúde de forma eletrônica está no centro do tema cas, além do desenvolvimento de modelos de previsão Healthtech. O diagnóstico assistido por inteligência ar- e antecipação de eventos hospitalares. Por fim, permi- tificial (IA) pode considerar todas as evidências médi- tirá o compartilhamento do conhecimento e de novas cas disponíveis, identificar patologias com exatidão e descobertas na medicina. fornecer atendimento personalizado, melhorando os resultados do tratamento frente a existência de inúme- A geração de informações considerando aspectos < ros dados em saúde, ainda pouco explorados. Dessa qualitativos e quantitativos requer a utilização eficiente forma, a utilização de IA deverá aumentar a precisão, de um conjunto de dados. Dessa forma, será possível considerando todos os dados e informações dispo- tomar decisões baseadas em evidências para fins de níveis de exames similares, em vez de considerar os planejamento, gerencialmento, medição e aprendiza- resultados de forma isolada e não comparativa. Nesse gem. A utilização de analytics tem auxiliado profissio- sentido, softwares de inteligência artificial são capazes nais de saúde na previsão, diagnóstico e tratamento de incorporar o histórico familiar, fatores de risco e re- de diversas doenças reduzindo o custo e com uma sultados de diversos exames para auxiliar no diagnós- melhora na qualidade do serviço prestado. Algumas tico de diversas doenças. O termo analytics refere-se à estimativas apontam que a aplicação de técnicas de possibilidade de construir um raciocínio sistemático por mineração de dados pode gerar uma econômica de meio dos dados disponíveis. Dessa forma, as técnicas US$ 450 bilhões por ano no sistema de saúde dos de análise de dados possibilitarão melhorias no proces- Estados Unidos52. 52 A Systematic Review on Healthcare Analytics: Application and Theoretical Perspective of Data Mining.

136 5PAINEL MERCADO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA: TENTÊNCIAS ABRAMED Interoperabilidade Um desafio relacionado à tecnologia da informação um quadro clínico de forma que permita ao pato- < no segmento de medicina diagnóstica é a ausência logista clínico ou patologista radiologista interpretar de interoperabilidade ou a incapacidade de diferen- os resultados ou apontar se o exame de diagnóstico tes sistemas de tecnologia da informação e aplicati- necessita de complementação ou maior detalha- vos de software se comunicarem, trocarem dados e mento. Por fim, a utilização da interoperabilidade nos utilizarem as informações que foram armazenados e sistemas da tecnologia em saúde pode ser uma es- transmitidas no passado. A falta de interoperabilida- tratégia eficaz para alcançar melhorias na gestão e de pode impedir o fluxo do processo de diagnóstico, nos cuidados assistenciais ofertados de forma inte- pois tende a limitar ou atrasar o acesso aos dados grada e certamente reduzirá despesas assistenciais disponíveis para tomada de decisão clínica. Quando e custos de gestão. os sistemas de saúde não compartilham dados, a in- formação clínica e diagnóstica pode ser inadequada se não estiver disponível, demandando a necessida- de de realização de novos exames e procedimen- tos para assegurar a conduta adequada. A adoção inconsistente e lenta de padrões, particularmente entre organizações que não estão sujeitas a progra- mas de certificação EHR (Electronic Health Record) dificultam e podem inviabilizar a interoperabilidade. Outra questão diz respeito a interface entre o EHR e os sistemas de informação (HIS, LIS, RIS etc.) de laboratório e radiologia que geralmente possuem informações clínicas insuficientes para estabelecer

137 Telemedicina Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a ender os fatores que determinam o seu desen- telemedicina é definida como uma ciência em cons- volvimento, apontou que a telemedicina é rela- tante evolução, que incorpora os avanços tecnológi- tada como custo-efetiva em 73,3% dos casos cos e se adapta as necessidades de atendimento e cobertos pela literatura55, enquanto os efeitos ne- saúde da sociedade moderna53. A telemedicina tem gativos são responsáveis por apenas 5,6% dos grande potencial para superar as barreiras regionais estudos selecionados. O restante 21,3% dos es- no acesso dos serviços de saúde e restrições orça- tudos analisados apresentam efeito neutro com mentárias enfrentadas, principalmente, por países relação ao uso da telemedicina como redutor em desenvolvimento. O avanço das tecnologias de custos na saúde. Premissas que têm forte im- informação está revolucionando constantemente a pacto na relação custo-efetiva das soluções de forma de comunicação entre as pessoas. Assim sen- telemedicina relatadas pelos estudos incluem: a do, constituem um importante instrumento capaz de distância entre paciente e profissional de saúde minimizar os problemas de acesso, equidade, qua- mais próximo; tempo requerido por consulta e lidade e custo-efetividade, enfrentado por diversos custo de uma visita de médica. países e seus sistemas de saúde. A oferta de servi- ços de saúde em regiões com infraestrutura limitada A utilização da telemedicina é realidade em di- < pode ser disponibilizada por meio da telemedicina, versos países desenvolvidos mesmo diante das proporcionando o acesso entre paciente, médicos e barreiras e dificuldades associadas à implemen- outros profissionais de saúde (2ª opinião médica). tação. De um modo geral, a expectativa é que os procedimentos online sejam mais baratos que os Nos Estados Unidos, a quantidade de consultas presenciais o que pode resultar na redução dos realizadas por meio de telemedicina aumentou de custos em saúde e evitar os desperdícios. Nes- 206 em 2005, para 202.374 consultas em 201754. se sentido, a Telerradiologia está regulamentada A maior parte desse aumento ocorreu nos últimos desde 2009, e atualizada em 2014 por meio da anos, com uma taxa média anual de crescimento resolução CFM Nº 2.107/2014. Trata-se de um composto de 261% de 2015 a 2017 e 52% entre conjunto de normas com objetivo de garantir o 2005 e 2017. A média de idade dos pacientes aten- uso ético e legal – que é a prática de transmis- didos é de 38,3 anos, sendo 63,0% do sexo femini- são de imagens radiológicas de pacientes entre no e 83% residiam em áreas urbanas. A conclusão diferentes locais para a produção de um relató- do estudo é que a regulação acerca da cobertura rio médico, uma segunda opinião de especialista e políticas de reembolso tem influenciado positiva- ou uma revisão clínico-radiológica. Sua utilização mente a demanda por consultas na telemedicina. está pautada na distância como fator crítico para o envio de imagens radiológicas com o propósito Outro estudo realizado com objetivo de analisar de emissão de relatório como suporte as ativida- o mercado de telemedicina na Europa e compre- des médicas desenvolvidas em locais isolados. 53 WHO - World Health Organization. 54 Trends in Telemedicine Use in a Large Commercially Insured Population, 2005-2017. 55 Market study on telemedecine.

138 5PAINEL MERCADO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA: TENTÊNCIAS ABRAMED “Quando os sistemas de saúde não compartilham dados, a informação clínica pode ser imprecisa ou inadequada. ”

139 Concorrência e consolidação do setor O mercado de Medicina Diagnóstica movimenta Sob a ótica concorrencial, o mercado de medicina < entre R$ 42,0 e R$ 43,7 bilhões por ano e se des- diagnóstica é constituído por um grande número de taca no segmento de saúde, tornando-se atrativo empresas de origem familiar, de pequeno porte e para a realização de investimentos considerando os alguns grupos maiores. Nos últimos anos verifica- diversos fatores socioeconômicos, demográficos e se a redução sistemática no número de laborató- epidemiológicos que favorecem o crescimento e o rios constituídos por marcas próprias e estrutura desenvolvimento do setor de saúde no Brasil. O se- familiar. Nesse sentido, observa-se um movimento tor manteve o ritmo de expansão mesmo diante da de regionalização, por meio de fusões e aquisições perda de dinamismo da atividade econômica e do com o fortalecimento de marcas locais que podem arrefecimento do mercado de trabalho, benefician- oferecer maior condição de sustentabilidade. do-se, em maior escala, pelo aumento do número de beneficiários de planos de assistência médica “O mercado entre os anos de 2003 e 2008. Houve expressivo crescimento do emprego e renda, inflação baixa e de medicina crédito farto, favorecendo a demanda doméstica e diagnóstica o desenvolvimento de diversos setores. movimentou entre R$ 42,0 O mercado vem passando por profundas mudan- e R$ 43,7 bilhões ças, impulsionado pelo surgimento de novas tecno- no último ano. logias e pela implementação de técnicas e serviços, capazes de processar exames de diagnóstico de ” maneira mais eficiente e com escala, favorecendo a consolidação do mercado. Nesse segmento, há im- portantes economias de escala, ou seja, o custo dos insumos associado a baixa demanda por exames é significativamente maior, em termos per capita, que o necessário para atender uma parcela maior de pacientes. Não obstante, algumas empresas encon- tram dificuldade no acesso as novas tecnologias. Ademais, há necessidade de acreditações, certifi- cações de qualidade, que têm muito peso no mer- cado e geralmente apresentam custo elevado. Por fim, o segmento é extremamente regulado e algu- mas ações necessárias para atender as normatiza- ções demandam elevados recursos financeiros.

140 5PAINEL MERCADO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA: TENTÊNCIAS ABRAMED Novas tecnologias de diagnóstico por imagem e exames laboratoriais De ultrassonografias a exames de ressonância A medicina personalizada representa um dos maio- >> magnética e tomografia computadorizada, os ra- res avanços no campo dos exames laboratoriais. diologistas necessitam e utilizam imagens médicas O gráfico a seguir sintetiza o avanço tecnológico para diagnosticar doenças adequadamente e com no setor. Com o desenvolvimento das tecnologias precisão. O avanço tecnológico introduz novos equi- de sequenciamento de DNA e nos processos de pamentos de imagem capazes de utilizar dados ba- produção de dados nos últimos anos, os custos seados em inteligência artificial. Em conjunto, esses diminuíram e a produtividade aumentou. Além de equipamentos tendem a ampliar a assertividade das melhorar a eficiência dos testes grandes volumes análises médicas e ampliar a probabilidade de de- de dados genômicos foram reunidos nas últimas tecção precoce de patologias. A análise por meio de duas décadas enquanto o preço do sequenciamen- conceitos de big data está revolucionando os servi- to caiu drasticamente. ços de saúde em geral, inclusive em imagens médi- cas. O desenvolvimento contínuo de big data e data “O volume de mining proporcionará aos profissionais de radiologia informações em tempo real durante a realização do dados de imagens exame, minimizando os erros e proporcionando cui- médicas está dados mais personalizados. crescendo exponencialmente O volume de dados de imagens médicas está cres- e necessita de cendo exponencialmente e necessita de soluções soluções de de armazenamento. As estimativas indicam que os armazenamento. dispositivos do mundo produzirão um total de 35 zettabyte de dados de imagem até 2020 . Muitas ” inovações na área da saúde dependem da melho- ria do compartilhamento e da segurança dessas informações. Nesse sentido, o blockchain permitirá o compartilhamento de forma segura por meio de uma solução integrada, acessível a pacientes, pres- tadores e médicos. 46 Scanning the Future of Medical Imaging.

141 Gráfico 37 Custo por Genova (US$) vs. Produção (2001-2019) Fonte: National Human Genome Research Institute (NHGRI). Elaboração Abramed. 95.263.072 743.402.711 100.000.000 10.000.000 1.000.000 100.000 10.000 16.200 1.301 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Custo por Genova (US$) Produção (MebiByte - 1 MiB = 220 bytes) A utilização da genética pode melhorar a precisão do diagnóstico de doenças graves < e complexas e proporcionar um plano de prevenção mais assertivo e individualizar a abordagem com cada paciente. A medicina personalizada permite a adequação do tratamento médico ao paciente considerando suas características e necessida- des de cada durante todas as fases do tratamento, incluindo prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento. Entre as diversas indicações, os exames podem ser utilizados para: – Identificar mutações gênicas responsáveis por uma doença já diagnosticada; – Determinar a gravidade e o prognóstico de uma doença; – Guiar a conduta terapêutica; – Identificar mutações gênicas que aumentam o risco de desenvolvimento de doenças; – Identificar mutações gênicas que podem ser transmitidas entre gerações; – Mapear condições tratáveis em recém-nascidos; – Direcionar com precisão o aconselhamento genético da família.

142 6PAINEL PAINEL ABRAMED ABRAMED

143 6 Painel Abramed

144 6PAINEL PAINEL ABRAMED ABRAMED

145 Painel Abramed O Painel Abramed é um importante estudo que apresenta informações de < forma organizada, precisa e consistente sobre um grupo relevante de insti- tuições que atuam no mercado de medicina diagnóstica no Brasil. O prin- cipal objetivo desta publicação é contribuir para a transparência setorial e o desenvolvimento do mercado de saúde, por meio de uma visão retrospec- tiva e apontando as tendências do setor. “O principal objetivo desta publicação é contribuir para a transparência setorial. ”

146 6PAINEL PAINEL ABRAMED ABRAMED Perfil institucional As empresas associadas à Abramed atuam em diversas >> áreas de medicina diagnóstica – análises clínicas, anato- mia patológica, genética e imagens clínicas. Nota-se uma participação expressiva nas atividades de diagnóstico por imagem, com atuação de 88,2% das associadas neste seg- mento57 em 2018. Gráfico 38 Participação nos segmentos de medicina diagnóstica - (2018) Fonte: Painel Abramed. Elaboração Abramed. 41,2% 47,1% 64,7% 88,2% Endoscópicos Teleradiologia Anatomia Diagnóstico Patológica por imagem 58,852,9 % 70,6% % Métodos Genética Gráficos Análises Clínicas 58,8% Medicina Nuclear 57 Uma empresa pode atuar em mais de um segmento. Por esse motivo o somatório não corresponde a 100%.

147 Gráfico 39 Participação nos segmentos de medicina diagnóstica (2018 ordem crescente) Fonte: Painel Abramed. Elaboração Abramed. Métodos 41,2% endoscópicos 47,1% Teleradiologia Genética 52,9% Medicina nuclear 58,8% Métodos gráficos 58,8% Anatomia patológica 64,7% Análises clínicas 70,6% Diagnóstico por imagem 88,2% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

148 6PAINEL PAINEL ABRAMED ABRAMED “Nota-se uma expressiva >> participação no atendimento ao mercado privado, cerca de 88,2% entre as empresas associadas. ” Gráfico 40 Participação por área de atendimento (2018) Fonte: Painel Abramed. Elaboração Abramed. 47,1% 41,2% Fornecimento Atendimento de apoio a hospitais a outros públicos laboratórios 88,2% 58,8% 5,9% Atendimento ao Atendimento a mercado privado hospitais privados Atendimento ao segmento odontológico


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