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Vale Mais Agosto & Setembro'19

Published by info, 2019-08-01 06:11:00

Description: Vale Mais n.º68

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9 772183 750096 00068 PONTE DA BARCA VIANA DO CASTELO MONÇÃO LINDOSO SENHORA D’AGONIA ANTÓNIO BARBOSA Bairro da EDP A romaria das romarias Serwprewsidwe.nvteafloeima ais.pt 1 esquecido e abandonado maior mudança de Portugal

SERVIÇOS [email protected] 2 www.valemais.pt

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Opinião Editorial 18 | Manuel Pinto Neves Valença e a Cultura Cultura é um conceito extremamente complexo e impos- 44 | Adelino Silva Ponte de Lima - As escolas do povo sível de ser fixado de modo único. Pode ser perspetivado 48 | Emília Cerqueira Tempo de balanço em final de legislatura numa vertente mais elitista ou mais popular. Edward B. Tylor 76 | Armando Fontainhas Na defesa de um produto de excelência definiu-a, mesmo, como “as interligações entre o conheci- 84 | José M. Carpinteira Futuro de confiança para o Alto Minho mento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem Secções como membro da sociedade”. 16 | Saúde O nosso segundo cérebro A par da cultura, a arte é o elemento mais importante no 20 | Desporto Fast - Life & Fast - Football desenvolvimento intelectual e cognitivo de uma pessoa. 44 | Ambiente Radiação solar É uma ferramenta humana de expressar sentimentos e 72 | Turismo Este homem é du nuorte, carago! sensações; por isso, acontece de diversos modos e de 96 | Proteção Civil Incêndios rurais acordo com as culturas existentes. Reportagens Neste contexto, a Pop Art converte-se, nos anos 60, num movimento cultural, um estilo artístico, que tinha, como ob- 06 | GALIZA - ALTO MINHO jetivo, a crítica irónica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo e que, então, já integravam a Uxío Benítez Cultura dominante. Entrevista ao diretor da AECT Rio Minho Na Vila das Artes, local da mais antiga bienal da Península 34 | MELGAÇO Ibérica e daquele que é considerado o melhor museu de 2019, merece-nos atenção, nesta edição, a mostra do que San Payo tem sido, ao longo do tempo, o mais icónico da Pop Art, O maior artista da fotografia era de Melgaço desde Andy Warhol e a produção mecânica de retratos, como o de Marilyn Monroe, à “nossa” Joana Vasconcelos 38 | PAREDES DE COURA que tem, no “Petit Gâteau”, a peça central da exposição. 'Sente a história´ O conceito é, pois, muito amplo. Nesse sentido, quase Grand finale num contraponto, chamamos também, a atenção para o dólmen da Barrosa, em V. P. Âncora, monumento fune- 40 | ARCOS DE VALDEVEZ rário do neolítico e de que bem merece maior cuidado, devido à sua inelidível importância turístico-cultural Peneda Local de peregrinação à procura da renovação Esta edição assinala, também, o 8º aniversário da VALE MAIS. Um percurso conseguido de afirmação na comu- 53 | ESPECIAL nidade alto-minhota e junto dos públicos mais exigentes, com uma informação objetiva, série e credível. Que nos 8.º Aniversário motiva a, cada vez, fazer mais e melhor em prol de um Entrevistas e reportagens mais marcantes projeto que se afirmou pela sua diferença e se consolidou como de referência. 68 | VALENÇA Family party Nesta edição, aproveitamos, porém, para recordar alguns dos trabalhos que, ao longo deste espaço de tempo, consi- derarmos terem sido dos mais emblemáticos do percurso já efetuado. Pese embora a subjetividade inerente aos cri- térios que levaram à seleção dos mesmos, temo-os com dos mais emblemáticos e justificativos de sermos, orgulho- samente, alto-minhotos. Manuel S. Mais de 10.000 pessoas passaram por lá 4 www.valemais.pt foto da capa: @Vitor Ferreira

1 Sem sensacionalismos 2 Com os seus clientes 3 Mantenha-se informado Rigor e isenção Comunique Informação diária Diariamente, destacamos o que de Faça crescer o seu negócio Informação credível, confiável e de mais importante acontece nos nossos publicitando e divulgando os seus interesse público. Confiamos no municípios e na região. Procuramos serviços, produtos ou eventos jornalismo sério, com objetividade trazer o melhor conteúdo informativo dando, assim, mais visibilidade à e isenção na conquista de uma num jornalismo independente e sem sua empresa ou organização. público exigente que procura a sensacionalismos Não fique à espera. Faça acontecer. qualidade na informação. www.valemais.pt 5

Entrevista #Uxíu Benitez Texto :: José C. Sousa Uxío Benítez Diretor da AECT Rio Minho A nossa fronteira causou um enorme prejuízo ao desenvolvimento socioeconómico deste território U xío Benítez Fernández é o diretor da AECT Rio Minho e um dos principais impulsores deste agrupamento. Natural de Goian, Tomiño, tem 40 anos e, desde 2007, que é Tenente-alcalde do concello de Tomiño. É deputado provincial na Deputación de Pontevedra desde 2011, embora tenha estado na oposição entre 2011 e 2015, altura em que ocorre, pela primeira vez na história, uma mudança de poder na Deputación, que passa a ser governada pelo PSdeG-PSOE e BNG. Formado em Química, pela Universidade de Santiago de Compostela ainda trabalhou nessa área algum tempo, num projeto industrial, e como professor, mas aos 27 anos acabou por embarcar pela política. Por ser a cara mais visível deste projeto transfronteiriço, fomos até à Casa do Concello de Tomiño onde, simpaticamente, nos recebeu, e nos falou, abertamente, sobre esta nova entidade. 6 www.valemais.pt

PALCO EDP 22 23 24 agosto DIA 22 AGO PALCO MEO MANIC STREET PREACHERS THERAPY? THE CULT THE WEDDING PRESENT ANNA CALVI TAPE JUNK PALCO EDP DIA 23 AGO PALCO MEO THE OFFSPRING THE SISTERS OF MERCY SKUNK ANANSIE THE HOUSE OF LOVE NITZER EBB CLAN OF XYMOX PALCO EDP DIA 24 AGO PALCO MEO PROPHETS OF RAGE FISCHER-Z GANG OF FOUR GOGOL BORDELLO JAROJUPE LINDA MARTINI NAMING SPONSOR: PREMIUM SPONSORS: SPONSORS: MEDIA PARTNERS: PARTNERS: PRODUCTION: PROMOTERS: V IL AR DE MOUROS www.valemais.pt 7

AMUDANÇADEGOVERNOTORNOU Visit Rio Minho é uma candidatura onde se incluíram-se vá- POSSÍVEL A VONTADE rias ações com o objetivo final de atrair visitantes à Zona do Rio Minho, valorizando todos os produtos endógenos que Não foi à primeira tentativa que este Agrupamento Europeu há neste Rio. de Cooperação Territorial (AECT) se tornou uma realidade. Por volta de 2012/13, a Uniminho - Associação do Vale do A Smart Minho pretende desenvolver uma estratégia com Minho Transfronteiriço-, que era constituída, do lado espa- o horizonte 2020-2030 e que seja um documento estratégi- nhol pela Deputación Provincial de Pontevedra e, do lado co que contenha o que queremos fazer nos próximos anos, português, pela Comunidade Intermunicipal do Vale do Mi- neste território. nho propôs, através desta última, a criação de uma AECT. No entanto, essa proposta foi rejeitada por parte da De- Recentemente, foi aprovada a Red Lab Minho, que preten- putación de Pontevedra, assim como a opção de renovar o de ser uma estrutura de apoio às Eurocidades. convénio da Associação Uniminho. Como a AECT tem de estar ao serviço dos agentes sociais “Em 2015, a Deputación tomou a decisão de terminar, defi- do território, e atualmente há 3 eurocidades (Valença-Tui; nitivamente, com a Uniminho. Mas, nesse ano (2015), dá-se Cerveira-Tomiño e Salvaterra-Monção), o que se pretende uma mudança de poder na Deputación, que passa para PS- é criar uma estrutura técnica de apoio as dinâmicas destas deG-PSOE e BNG, e é aí que eu também passo da oposição eurocidades. para o governo. Há três âmbitos de cooperação transfronteiriça. A coope- Como deputado provincial do partido xudicial de Tui e sendo ração regional, onde se podem fazer projeto e politicas de natural desta zona, devo-me, também, aos interesses destes cooperação a nível regional e que já esta coberta com a atual municípios e, por isso, tinha claro que era necessário impul- AECT Galicia-Norte de Portugal. Depois há a cooperação de sionar um instrumento de cooperação transfronteiriça. proximidade e a cooperação urbana (cidade a cidade). Porque esta província (Galiza) é a região de fronteira mais Esta AECT veio ocupar esta cooperação urbana. povoada, e tem a fronteira mais importante entre Portugal e Espanha. Portanto, esse valor tinha de estar em cima da MAS QUAL É O GRANDE OBJETIVO DA CRIAÇÃO mesa para discussão. DESTA AECT? Tradicionalmente, esta zona foi bastante esquecida, porque A principal razão é as oportunidades que podemos ter se parece que somos o final de algo, possivelmente, pela au- entramos neste projeto. Acredito no futuro e acredito que sência de peso político. Por isso, o valor que eu possa ter, não somos o final nem a esquina de nada, apesar de ter- foi o de voltar a trazer, à discussão, este assunto. mos sido educados assim. Porque, desde pequeno, que, ao ver o tempo na televisão, e ao ver que estávamos numa Disse-o, desde o início, que esse deveria ser um dos objeti- esquina, não percebia porque é que me diziam o tempo em vos do novo governo. Palma de Mallorca ou em Málaga e não o de Viana do Cas- telo que estava ali ao lado. E suponho que em Portugal será Dirigimo-nos, então, à CIM Alto Minho e transmitimos a igual; portanto, parece que aquilo é o fim de algo e que do vontade de criar a AECT, explicando que havia ocorrido outro lado não há nada. um alteração de governo e que agora estaríamos dispos- tos a dar o passo. Em Portugal receberam esta informação Mas a minha/nossa realidade não é essa. A minha realidade com surpresa, porque já não contavam com isto, mas tam- é que eu posso ir a Cerveira, a nado. Portanto, o que eu vejo bém com contentamento. é que se conseguimos eliminar essa visão política, imposta pelos estados centralistas, iremos perceber que não esta- E foi assim que pusemos mãos à obra para constituir este mos no final nem na esquina de nada. Estamos no centro novo instrumento. Passados quatro anos, posso estar satis- de um território entre Vigo e Porto, onde vivem mais de 3 feito de que hoje, os máximos representantes da deputación, milhões de pessoas e onde a sociedade ignora essa visão são conscientes, de que isto era e é, muito importante. política e administrativa. PROCEDIMENTO DE CRIAÇÃO Hoje, 50% dos veículos entre Espanha e Portugal passam DEMOROU DOIS ANOS por esta fronteira e isso é demonstrativo de que aqui existe um realidade social e económica, onde as pessoas se rela- Enquanto se cumpriam todos os requerimentos para a cria- cionam e fazem negócios. ção desta cooperação, situação que levou aproximadamente dois anos, surgiram, também, duas convocatória de Fundos Portanto o que temos é de criar políticas para eliminar essas INTERREG V-A. E apesar da AECT ainda não estar totalmen- barreiras administrativas fomentando a cooperação e demons- te formalizada, vimos aprovada, numa primeira candidatura, trando que temos muitas oportunidades. A fronteira do Rio dois projetos; SMART MINHO e VISIT RIO MINHO, e poste- Minho é uma das que tem mais possibilidades de desenvolvi- riormente, noutra convocatória, o projeto Rede Lab Minho. mento se fizermos as politicas adequadas. Há muitas fronteiras despovoadas, com pouca dinâmica social e económica. 8 www.valemais.pt

Mas essas barreiras são muito grandes. Sim, são enormes.Existem inúmeras barreiras administrati- vas e infelizmente não está na mão da AECT solucioná-las, mas cabe-nos denunciá-las. Por exemplo, um pai de Tomiño pode pegar no filho e ir ao Castelinho a Cerveira. Sem problema. Mas se um professor quer fazer o mesmo com a sua classe da escola já tem de pedir autorização a Madrid. Isso não faz sentido nenhum. De igual modo em Portugal e em Espanha? Sim, apesar da Galiza ter mais alguma independência na hora de decidir, continua dependente de Madrid. Assim como o Alto Minho de Lisboa. A nossa fronteira causou um enorme prejuízo para o de- senvolvimento socioeconómico deste território . Porque se não tivéssemos a desgraça de ter sido fronteira, com essa concepção de separar os estados, seguramente esta região tinha o nível de desenvolvimento socioeconómico que tem o Douro em Portugal ou a Ria de Vigo ou de Arousa, na Ga- liza. Agora compete-nos dar a volta a essa situação. Quanto tempo pode levar a ver-se cumprido um projeto? Muitos, muitos anos. Felizmente, a União Europeia aperce- beu-se destas desigualdades e criou fundos europeus para compensar esses territórios que sofreram por ser fronteira, mas, lamentavelmente, muito desses fundos, estão a ser mal interpretados. Há muitos responsáveis políticos que sabem que é uma irresponsabilidade atribuir dinheiro a coisas e lugares que nada tem a ver com cooperação transfronteiriça. E, segundo me consta, o próximo quadro comunitário está a criar um grande debate onde se comenta que é melhor reduzir o valor dos fundos comunitários, mas que estes se- jam realmente adjudicados as zonas transfronteiriças. Agora o que é completamente absurdo é vestir algo como transfronteiriço quando todos sabemos que não o é. Muitas vezes, trata-se de situações oportunistas que apenas que- rem fazer uma aliança táctica, que não avalia uma coope- ração estável, apenas para fazer um projeto concreto que depois não tem continuidade. Depois, temos, por exemplo, um Laboratório Ibérico Interna- cional de Nanotecnologia, em Braga, onde colocamos uma equipa de gestão transfronteiriço e vestimos aquilo como transfronteiriço, quando todos sabemos que não é assim. Nós abordamos isto, tanto em Bruxelas, como em Lisboa e Madrid, e não acho que nos vissem como uma ameaça, apenas como algo sensato, racionável. www.valemais.pt 9

• Extensão de 3.312 Km2 A Guarda • 375.995 residentes • Situado entre as áreas de influencia de Vigo e Porto • Fronteira mais povoada entre Espanha e Portugal • Maior percentagem (47%) de tráfico médio de veículos entre Espanha e Portugal Mas afinal, o que é uma AECT? O que pedimos foi que nos enviassem projetos que encai- xassem nesta filosofia, e claro, também depende da capa- O Agrupamento Europeu de Cooperação territorial é um cidade de cada concelho em apresentar os que encaixem instrumento regulado por umas normas europeias. Por isso, nesta filosofia. a nível jurídico, aplica-se aos dois estados. Esse é o principal valor que possui. Ou seja, tem valor jurídico para operar nos Por exemplo, uma das situações que encaixa perfeitamente dois estados. é a rede de ecovias que existem junto ao Rio Minho e que se foram fazendo independentemente, mas que agora deve Por outro lado, é um instrumento para fazer politicas de coo- ser um objetivo desta AECT, unificar e criar uma rede de peração transfronteiriça, sério, estável e que se consolide no ecovias e caminhos verdes única para, depois, a oferecer ao tempo. Tem de ser uma referente no território e que possa mundo e aos visitantes. desenvolver políticas e projetos para o território. Será sem- pre o que os agentes políticos e sociais queiram que seja. Por Que projeto considera fundamental? isso, tudo que se queira fazer, no território do Rio Minho, em termos de projetos de união, podem ser apoiados pela AECT. Considero que um dos projetos mais interessantes que te- mos é a consolidação da marca turística Rio Minho. A AECT pretende ser uma voz ativa deste território levando os problemas que aqui existem a Madrid e a Lisboa. Quere- O turismo é um objetivo claro, porque entendemos que te- mos ter uma voz reivindicativa de todos os problemas que mos um território com muitos valores, temos dois países existam, porque temos um Rio Minho com vários problemas num mesmo destino, e o que faz falta é que todos se unam ambientais. em redor desse valor, porque assim a oferta é muito mais valiosa e atrativa do que se for uma oferta individual. Como se gere as rivalidades que existem entre concelhos? Temos de oferecer essa marca ao mundo, e queremos que um turista, seja de que nacionalidade for, que aterre no Ae- Nós fizemos reuniões com todos os presidentes de câmara roporto Sá Carneiro, no Porto, saiba que existe a marca Rio onde explicamos os objetivos desta AECT e das candidaturas. Minho, onde poderá ter umas vistas fantásticas desde o Mon- O discurso é o mesmo. Temos aqui um território que está es- te da Santa Tecla, ou poderás visitar a fortaleza de Valença, truturado ao redor de um fenómeno geográfico como é o Rio ou beber um incrível vinho verde em Melgaço, ou comer uma Minho e que gera uns valores ambientais comuns. Lampreia em Arbo, entre muitas outras situações. Temos de nos vender, ao mundo, com um único território. 10 www.valemais.pt Este marca vai trazer grandes benefícios a esta região.//

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Imobiliário Texto :: Venâncio Fernandes CCoOmMoPuRAse&mVMEeNdDiaAçã! o? O recurso a uma Mediadora Imobiliária para Tomada a decisão de comprar ou vender, todos sabem qual o passo seguinte transacionar uma propriedade deve ser um mais seguro; escolher a Mediadora que melhor serviço lhes pode prestar. exercício de reflexão tão importante como tomar a decisão de comprar ou vender. Em momento algum a decisão é condicionada pelo sentimento de se ter de pagar uma comissão de prestação de serviços. Os agentes destes mercados Existem mercados considerados desenvolvidos como EUA, Canadá, ou sabem, por experiência, que os riscos que correm ao pretenderem poupar esse mesmo França, entre muitos outros, em que esta questão já nem sequer dinheiro fazendo o caminho sozinhos, pode-lhes ser bem mais dispendioso. faz parte da preocupação dos interessados. Infelizmente, em Portugal, ainda não é assim. 600 5 6 14680 n/d 350.000.00€ 100 3 2 C 68.000.00€ 72 450 2 n/d 44.000.00€ AV 2764 :: Vilar das Almas :: Ponte de Lima AV 4419 :: Valença :: Valença AV 4421 :: Cristelo :: Paredes de Coura Quinta do início do século XX, restaurada Apartamento T3 duplex Moinho/engenho junto a riacho 2068 n/d 24.000.00€ 203 323 3 3 A+ 150.000.00€ 528 4 5 1534 F 296.000.00€ AV 4424 :: Linhares :: Paredes de Coura AV 4427 :: Padroso :: Arcos de Valdevez AV 4439 :: Couto :: Arcos de Valdevez Terreno c/ projeto aprovado. Moradia restaurada em pedra Moradia com duas salas e mezzanine 157 3 1 15000 n/d 95.000.00€ 190 3 2 550 D 162.500.00€ 362 1300 4 1 n/d 92.500.00€ AV 4444 :: Vascões :: Paredes de Coura AV 4445 :: V.N. Muia :: Ponte da Barca AV 4463 :: Labruja :: Ponte de Lima Casa de campo com anexos e terreno Moradia T3 com terreno e água própria Quintinha para restauro com terreno 12 www.valemais.pt

No nosso país, ainda prevalece e dá-se ouvidos a pretensos profissionais e até técnicos, salvo raras exceções, não existe razão objetiva, para que não se que, mais não são, do que comissionistas, tentando vender gato por le- contrate o serviço de uma mediadora para comprar ou vender propriedades. bre, e cujo último e único objetivo, é a caça à comissão, fazendo crer que qualquer negócio pode acontecer com qualquer intermediário, e que as Colocar uma placa com o nome e aguardar que apareça algum in- mediadoras essas sim … é que só querem a comissão. cauto, não é Mediação Imobiliária. Por natureza temos a tentação de vestir o papel do “sapateiro que tocava Se para quem vende, esta não será, seguramente, a melhor forma de rabecão” os habilidosos, ou a tendência natural de poupar uns trocos, ig- fazer um negócio justo, para quem compra, os riscos são imensamente norando as consequências. maiores; pagar um preço fora do valor do mercado ou assinar um CPCV sem a certeza da legitimidade de quem promete e o que promete vender. A mercado da mediação, em Portugal, ainda não está completamente maduro, e a atividade não esta devidamente assessorada pelas Associa- No momento da decisão deve ter uma percentagem de ponderação, de ções Profissionais. tal forma elevada, que o leve a considerar que a maior segurança esta no recurso àquela mediadora que já conhecemos pela sua credibilidade, dis- É urgente alterar este panorama, mas cabe também ao cidadão comum, ponibilidade e pelo nível de conhecimentos técnicos a que já nos habituou. em cada momento, tomar aquela que seria a decisão mais correta. Na duvida, opte por ouvir uma segunda opção, mas nunca deixe de optar Partindo do principio que a grande maioria das mediadoras tem nos seus qua- por fazer o seu negócio sem intervenção de mediação…o menos bom, dros profissionais com elevados conhecimentos nas diversas matérias ligadas não acontece só aos outros; de vez enquanto também nos bate à porta. à área da mediação de propriedades, com conhecimentos financeiros, jurídicos 166 5 3 362 E 150.000.00€ 126 2 1 700 IS 75.000.00€ 134 3 1 259 F 82.000.00€ R3270 :: Formariz e Ferreira :: P.Coura R2605 :: Alvaredo :: Melgaço R3114 :: Barroças e Taias :: Monção Moradia de estilo rústico composta por rés-do-chão e 1.ºandar. Moradia toda em pedra para reconstruir. Com terreno de aprox. Moradia com boa localização, a cerca de 10 minutos de Monção. Possui espaço exterior nas traseiras da moradia. 700 m2 e poço. Constituída por 2 pavimentos e rossio em volta da casa. 244 3 2 702 F 160.000.00€ 80 24 14 1995 A 119.500.00€ 129 3 2 D 87.500.00€ R3159 :: Mazedo e Cortes :: Monção R3303 :: Gondomil e Sanfins :: Valença R3276 :: Valença :: Valença Moradia com divisões amplas, rodeada de belas paisagens e espaços verdes bem cuidados. A 5 min. do centro de Monção. Moradia térrea com deslumbrantes vistas sobre a montanha e o Apartamento em excelentes condições, com divisões amplas e rio Minho, a apenas 7 km's do centro de Valença agradáveis vistas sobre a cidade de Valença. 159 2 1 1441 F 48.000.00€ 235 3 1 1667 EX 130.000.00€ 171 3 2 1230 E 215.000.00€ R3272 :: S.Julião :: Valença R3295 :: Sapardos :: V. N. Cerveira R3238 :: Vilar de Mouros :: Caminha Moradia localizada em zona tranquila e com vistas agradáveis Moradia localizada em zona tranquila, com vistas desafogadas Moradia rústica com excelente área exterior e um deslumbrante para o campo. sobre o campo e a montanha. Terreno com poço. jardim, muito bem cuidado. CONFIE EM QUEM MAIS SABE. CONFIE NA CALVOLIMA www.calvolima.com | [email protected] Monção Valença Avenida Porta do Sol, n.º1047 +351 251 654 927 Largo da Esplanada, s/n www.valemais.pt 13 +351 961 661 715 +351 251 002 131

Reportagem #Ponte da Barca Texto :: Manuel S. BesaqirureocdidaoEeDaPbannodoLninaddooso O bairro da EDP no Alto Lindoso, erguido aquando da construção da barragem, destinado aos seus trabalhadores e familiares, parece votado à degradação, com a vegetação a tomar conta do local e, até, parcialmente, da via de acesso às mesmas. Um facto que, recentemente, a VALE MAIS verificou “in loco”. Consituído por diversos imóveis, alguns com rés do BAIRRO NO LINDOSO chão e primeiro andar, o mesmo é propriedade da EDP e, segundo uma fonte que contactamos, Acerca da situação, fonte oficial da EDP apenas nos confir- há cerca de década e meia tentaram passar a sua mou que esta continua a ser a proprietária de diversos ati- propriedade para o Município. A finalidade poderia ser de vos imobiliários na zona de Paradamonte, local a jusante do ordem turística. Outra informação dava conta de que a EDP Lindoso, também junto ao rio Lima ( na freguesia de Britelo) também o tentaria vender, por um preço até 60 por cento e onde, no início do séc XX, se construiu a central hidroeléc- do seu valor, a trabalhadores reformados, mas que não te- trica que viria a ser substituída pela atual barragem do Alto rão existido interessados. Lindoso. É o maior exemplar de arqueologia industrial no concelho de Ponte da Barca. Nada disto foi confirmado, mas, o certo, é que o aspeto, quando lá passamos, era desolador. O facto de barragem O lugar de Paradamonte serviu ainda de campo-base duran- ter sido concluída em 1992 e a circunstância, desde então, te a construção da Barragem do Alto Lindoso, pelo que é dos imóveis se encontrarem desocupados e situados num possível observar, no local, o que foram infraestruturas de local isolado, terá ajudado a que tal se registe. alojamento e de serviços construídas pela EDP, como uma escola, um posto de saúde, pousada e sala de espectáculos. Uma fonte indicou-nos que o avanço da vegetação se deve às chuvas mais recentes, que a teria ajudado a voltar a crescer mais rápido, mas o seu corte já estaria a ser providenciado. 14 www.valemais.pt

Todavia, entre 1948 e 1957, a central funcionava em Não quis, porém, adiantar quais as entidades, no- pleno e foi criada uma espécie de “cidade” para os tra- meadamente se se tratam de regionais ou nacionais. balhadores e famílias. “Começou pela escola, passou aos bairros (como o de Rebolar), capela privativa (de Adiantou, ainda, que parte da manutenção que a Santa Isabel da Hungria), refeitório, posto médico e EDP realiza a estes imóveis “envolve a limpeza da terminou no complexo cultural e desportivo, por onde vegetação envolvente, estando esses trabalhos a de- agora passeamos. Piscina, campo de férias, campos de correr de acordo com o previsto.” jogos, a velha sala de espectáculos, com cinema, e bar, sala de jogos, biblioteca (o Clube de Pessoal da Electri- Não nos foi dada, porém, qualquer resposta concreta cidade de Portugal)”, referia-se, há já quase 10 anos, na sobre planos futuros para o bairro da EDP no Lindoso. “Fugas”, guia de lazer do Público Já na altura era dada conta de a EDP pretendia requa- OUTROS BAIRROS NO PAÍS lificar parte do património ali situado, rentabilizando as velhas estruturas para aproveitar o potencial turístico Segundo apurámos, a EDP tem dezenas de outros da região com um empreendimento de luxo. Como bairros idênticos em todo o país, mas sobretudo na exemplo, era apontado o clube do pessoal e o campo região Norte. A tipologia dos imóveis passava por de férias que iriam ser reconvertidos e este teria direito moradias, armazéns e escolas. Em alguns, porém, a a um picadeiro; a pousada daria lugar a um hotel/spa e opção foi mesmo o de os desativar. novas moradias seriam construídas. Com efeito, durante décadas, uma das preocupa- CONVERSAÇÕES COM ENTIDADES ções da EDP foi a de oferecer alojamento e outras PÚBLICAS infraestruturas aos trabalhadores junto às instalções das barragens, muitas vezes situadas em locais de Uma parte significativa dos imóveis nesta região, difícil acesso. refere fonte oficial da EDP, está a ser utilizada para diversos fins, nomeadamente de carácter social. No As características sociais dos bairros levaram a empre- caso das restantes propriedades, garante, foram en- sa a garantir não só a conservação dos imóveis mas cetadas conversações com entidades públicas, com também a suportar os custos do abastecimento gra- vista a definir a utilização futura das mesmas. tuito de água e luz. Estradão de acesso ao bairro do Alto Lindoso www.valemais.pt 15 Antiga central de Paradamonte

Saúde Texto :: Lígia Rio O nosso segundo CÉREBRO Sabia que os intestinos são considerados o nosso segundo cérebro? Que do seu bom funcionamento depende a nossa saúde, quer física quer mental? Arelação entre o intestino e o cérebro é MAS AFINAL POR QUE TEMOS UM “CÉREBRO uma temática emergente na medicina ABDOMINAL”? atual. O papel que as bactérias intestinais exercem na saúde e na doença O papel do sistema nervoso central sobre o intestino há tem vindo a ganhar destaque. muito que é reconhecido, regulando funções gastrointes- tinais. Todavia, mais recentemente se tem apercebido da O nosso trato gastrointestinal tem cerca importância que o sistema nervoso entérico exerce a nível de 5 metros de comprimento dos quais 2/3 central. O sistema nervoso entérico possui cerca de 200 a são intestino delgado. Constitui neurónios, 600 milhões de neurónios que estão presentes nos intesti- terminações nervosas e é o lar de 70-80% de nos. Sim, os intestinos têm um sistema nervoso próprio! células imunológicas. A “FLORA INTESTINAL” NÃO EXISTE… Existem cerca de 100 biliões de micro-organismos alojados no trato digestivo de cada individuo. Hoje sabe-se que as bacté- rias, fungos, protozoários, leveduras e outros micróbios pre- sentes não são plantas e por conseguinte o nome genérico de “flora intestinal” está desajustado e de acordo com a nova ter- minologia deve dizer-se microbiota ou microbioma intestinal. Agora, sabemos que o microbioma intestinal deve ser con- siderado um novo órgão e que as alterações do equilíbrio do ecossistema intestinal – a disbacteriose – está ligada ao aparecimento de vários problemas como obesidade, a dia- betes, a asma, alergias, doença celíaca, eczemas atópicos, 16 www.valemais.pt

todo o tipo de doenças autoimunes, vários tipos de cancro, para além de problemas psicológicos como ansiedade, de- pressão e de doenças mentais. Ou seja, tem a ver com qua- se tudo que nos pode fazer adoecer ou nos impede de ter uma boa qualidade de vida, nomeadamente: MICROBIOMA, DEPRESSÃO, ANSIEDADE E TRANSTORNOS PSICOLÓGICO. Pacientes com estes problemas normalmente apresentam dis- túrbios digestivos – alterações do apetite, prisão de ventre ou diarreias e anormalidade do microbioma. Pessoas com depres- são têm microbiomas diferentes de pessoas sem depressão. Estes transtornos estão relacionados com a falta de lactoba- cillus por exemplo. Esses microrganismos ajudam a manter a camada de muco no intestino que o protege. Quando não estão presentes, essa barreira fica mais fraca e surgem pe- quenas inflamações no intestino – encontradas em 35% das pessoas deprimidas. Algumas bactérias protegem o intestino e produzem efeitos semelhantes a remédios antidepressivos. Talvez no futuro, os antidepressivos possam ser comprados no supermercado, na forma de iogurte! Quem sabe… UMA MAU MICROBIOMA TEM SOLUÇÃO? Sim, a boa notícia é que podemos melhorar o funcionamen- to do nosso segundo cérebro pela alteração do nosso estilo de vida, alimentação, prevenção e tratamento de doenças preexistentes. Uma das formas de manter o microbioma saudável e funcional é através do consumo de pré e probió- ticos, manter uma dieta saudável e em alguns casos trans- plante de fezes, sim é verdade! Vários estudos apontam para a utilidade deste procedimento como terapêutica para inúmeros transtornos, até neurológicos como Parkinson, fibromialgia, esclerose múltipla e autismo. Sabendo-se agora da importância de determinadas bacté- rias no nosso intestino, passa a ser ainda mais importante o cuidado com o uso indiscriminado de antibióticos. Atenção, esta “prescrição” é independente para cada pes- soa, isto porque, tal como a impressão digital, cada pessoa tem o seu próprio microbioma. Não existe no mundo dois microbiomas idênticos. Já nasce connosco e é logo desenvolvido durante o parto normal e a amamentação e vai ganhando as suas próprias características de acordo com os hábitos nutricionais, da medicação, hábitos de cada sociedade e das práticas hi- giénicas de cada meio. As novas descobertas sobre o assunto são muito recentes e carecem de mais investigação. Perceber de que forma os intestinos influenciam o cérebro é um desafio, mas é irrefu- tável que há ligação. Toda a gente já sentiu uma dor de bar- riga com a ansiedade ou borboletas por estar apaixonada. A par disso é importante perceber que a chave pode estar na diversidade de bactérias presentes no intestino e não deixar a vida moderna acabar com ela! www.valemais.pt 17

Opinião Texto :: Manuel Pinto Neves VALENÇA E A CULTURA – I (Passado, presente e futuro) As raízes culturais de Valença são ancestrais, pois remontam a civilizações que passaram pelo Noroeste da Península Ibérica e aqui deixaram a sua marca. Não vou agora falar dos fenícios, dos gregos, dos celtas, dos germânicos, dos árabes ou até dos “vikings”. Porém, há dois grupos que legaram a esta comunidade primitiva alguns dos traços mais fortes: os lusitanos e os romanos. Quanto aos primeiros, e embora tudo continue na nebu- Em meados do século XII, o Condado Portucalense é uma losidade da hipótese, alguns arqueólogos, antropólogos dependência da Galiza. Os cavaleiros galegos, enquanto e pré-historiadores têm procurado demonstrar a filiação empurravam os árabes para o sul, procediam à ocupação étnica dos portugueses nos selvagens que habitaram a militar e traziam consigo a sua língua. Complementando futura “Ocidental Praia Lusitana”, quanto mais não fosse esta acção, regista-se um desenvolvimento das ordens mo- pela nossa indisciplina congénita. násticas, que coincide com uma forte penetração cultural e com um importante movimento reformista. Quanto aos segundos, tudo é muito mais concreto. É um dado adquirido que os romanos por aqui passaram cerca Em Valença a irradiação cultural fez-se à sombra dos de 136 A.C., comandados por Décio Júnio Bruto, deixando mosteiros de Ganfei, de Mosteiró e, especialmente, do de vestígios na agricultura, na exploração mineira, na enge- Sanfins, levando ao desenvolvimento de muitas freguesias nharia de pontes e na cultura militar. do actual concelho valenciano. Porém, a romanização pacificou este território e levou as po- Também a Igreja de Santo Estevão, como sede da comarca pulações a integrarem-se num sistema político que se tradu- eclesiástica de Valença, que abrangeu o território entre o ziu numa obra cultural de grande relevo. Para além dos ves- Lima e o Minho durante um período relativamente longo tígios, mais ou menos apagados, houve uma raiz que ficou (1357 a 1512), marcou a história cultural desta região. a perpetuar a sua passagem: o idioma latino. Ele foi a mais duradoura contribuição desse povo dado que constituiu a Ela foi também sede de uma Colegiada, relevante pela sua base do galaico-português falado nas regiões do Norte e do decisiva participação no apoio dado às medidas tomadas Sul do Rio Minho. Esse legado serviu para a estruturação da por D. João IV, em 1640. língua, do direito, da religião, da cultura em geral. Após a expulsão dos árabes, regista-se, já no século IX, um repovoamento de toda a região setentrional do Minho e, depois da fundação da nacionalidade portuguesa, regis- tam-se esses documentos de valor incomensurável para o estudo da cultura da comunidade: as inquirições e os forais. Eles tiveram em Valença uma importância vital pois, para além de promoverem o povoamento, definiram o estatuto público de direitos e deveres dos seus habitantes, dado neles se inserirem normas do direito penal e judiciário e a regulamentação de matérias respeitantes à vida económica. 18 www.valemais.pt

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Desporto Texto :: Paulo Gomes Fast-Life & Fast-Football Actualmente, todos temos uma forma de viver cada vez mais apressada, onde tudo tem de ser digerido à “velocidade do som”, onde se confunde e mistura informação com conhecimento, onde as novidades tecnológicas e as redes sociais só servem para nos desumanizar, para nos tornar mais individualistas e com uma clara incapacidade de interacção com o próximo. Apesar disso, continuamos a não ter tempo para nada. Um claro contrassenso, não acham? Então fazemos tudo muito mais rápido do que antigamente, é tudo “fast”, “fast food”, “fast knowledge”, “fast thinking”, “fast & furious”, “fast”, “fast”, “fast”, “fast” e mesmo assim não temos tempo para nada! Pais sobrecarregados, filhos completa- “likes” e, por conseguinte, um aumento de ego mente programados para as diversas ac- ou autoestima. Digamos que se não estamos no tividades diárias, fins de semana delinea- “Facebook” ou no “instagram” é porque não dos ao pormenor, férias completamente existimos socialmente. absorventes que nos cansam ainda mais do que o trabalho, tudo registado nos “smarthphones” Tudo isto cada vez mais alimentado por uma co- ou nas “Action Cam”, quase que podemos dei- municação social avida em lançar não noticias, tar a nossa memória fora pois já não nos é mais polémicas, escândalos, informação sem conteú- útil. Parece que a vida se resume a isto. do e qualidade, inverdades, ou seja, faz tudo me- nos a sua verdadeira função a de informar. Sociedade do imediatismo, onde a capacidade de reflexão e de pensamento é facilmente ultra- Esta 'pequena' nota introdutória, serve para fazer passada pela capacidade de agir ou reagir, vi- um paralelismo, que a mim me parece lógico e vendo em função da pressão exercida nas redes razoável, com aquilo que se está a passar no de- sociais, onde, por vezes, não sabemos distin- feso futebolístico no nosso país. Poderá ser gene- guir aquilo que deve ser privado e o que deve ralizado a outros países também, particularmente ser público, tudo para garantir um aumento de interessa-me mais abordar o caso nacional. 20 www.valemais.pt

A época de defeso futebolístico costuma ser bas- INFORMAÇÃO CREDÍVEL, CONFIÁVEL tante animada. Contratações conseguidas, muitas E DE INTERESSE PÚBLICO falhadas, milhões de euros para um lado, dezenas de atletas para outro, etc., etc. Foi e será sempre assim! Na Vale mais realizamos um opinião Faz parte de um enredo novelístico que entretém as jornalismo independente, audiências e por isso é receita de sucesso. sem sensacionalismos e secções juízos de valor. Procuramos cultura A novela João Félix está a ser prato cheio para qua- trazer o melhor conteúdo se toda a gente. De repente um miúdo que andava informativo sobre a região. pelas formações de base e posteriormente para a Diariamente, destacamos antecâmara do futebol “mais a sério”, os Sub-23 do o que de mais importante Sport Lisboa e Benfica, surge como a principal figura acontece nos nossos do mundo futebolístico. municípios e na região. Um clube decide pagar uma cláusula de rescisão INFORMAÇÃO DIÁRIA astronómica, de forma a poder contar com os seus préstimos nos próximos anos. A módica quantia de Informação credível, confiável e de interesse 126 milhões de euros!!! Valor recorde em Portugal. público. Arriscamos no jornalismo mais sério, que A partir deste momento, a vida deste jovem nunca mais poderá ser a mesma. Para o bem e para o mal. vai ao detalhe e evita o sound bite, na conquista As pressões mediática e política apressam-se a tirar de um público mais exigente e que procura a dividendos da situação. É nomeado embaixador da qualidade na informação. sua terra natal. Canais de televisão e jornais apres- sam-se a criar autênticos diários da vida de João Fé- RIGOR E ISENÇÃO lix. Chega-se ao cúmulo de publicar como notícia a conta de um almoço que o jovem pagou aos amigos Contra o jornalismo fast-food de “faca e alguidar” mais chegados. Haja imaginação jornalística para de- leite dos seus acérrimos e acéfalos leitores. O nosso projeto vinga pela diferença e pela qualidade. Com uma objetividade e isenção de que nos podemos orgulhar, não procuramos o like O carnaval chegou fora de tempo este ano. das fake news ou do jornalismo barato de “faca e alguidar” satisfazendo, Um jovem com um potencial tremendo, quer eventualmente, interesses económicos ou políticos. técnica quer fisicamente, transforma-se numa atracção de circo para o todo o país. Um miú- destaques reportagens notícias entrevistas do, ainda com borbulhas no rosto, que só quer fazer aquilo que gosta e sabe, passou a ser o centro das atenções. Não basta noticiar a transferência do jogador João Félix…. Retomo agora aos primeiros parágrafos, em que não tenho dúvida alguma de que vivemos numa so- ciedade “fast”. O crescimento, que deveria ser sus- tentado em bases sólidas, dos nossos, ainda peque- nos homens, tem de, deste modo, de ser rápido e imediato. Não há tempo!! Se porventura, as coisas não correrem bem ao craque, esgota-se esta novela até não interessar mais, depois partir-se-á em busca de mais um “João Félix” qualquer. O marketing sen- sacionalista e explorador vai novamente ajudar. Importante é a máquina continuar a trabalhar. E tem de ser tudo “fast”, muito “fast”. P.S.Vai tudo correr bem miúdo e se por acaso não correr, continuarás a ser um miúdo como todos os outros, cheio de sonhos e ambições e em busca da tua felicidade! www.vvaislietem-naoisse.pmt www.valemais.pt 21

NOVO PRÉDIO NA PRAÇA DA REPÚBLICA, EM MONÇÃO 110 3 2 1200 IS 43.000.00€ R3213 :: Monção e Troviscoso :: Monção Moradia em fase de construção, numa zona habitacional sossegada, a menos de 2 minutos do centro da vila de Monção. R3305 :: Monção e Troviscoso :: Monção 170 3 1 900 F 58.000.00€ Espaços comerciais, apartamentos T2 e T3 com acabamentos de luxo, em novo prédio na Praça da República. R3250 :: Merufe :: Monção Moradia em local calmo e aprazível, com vistas agradáveis sobre o campo. Casa de caraterísticas rurais envolvida por terreno. 300 4 3 684 E € sob consulta 110 5 2 10000 F 150.000.00€ 152 3 2 E 137.000.00€ R3077 :: Vila e Roussas :: Melgaço R2554 :: Longos Vales :: Monção R2830 :: Monção e Troviscoso :: Monção Apartamento no centro de Monção, em excelente estado de con- Moradia luxuosa, de design moderno, com jardim, churrasqueira e Quinta com casa restaurada de 2 pisos. Localizada numa zona servação, com divisões amplas, varandas e garagem. terraça. Localização agradável, com excelentes vistas. recatada com boas vistas para o vale. 83 2 2 B 90.000.00€ 130 3 2 C 140.000.00€ 476 4 3 5100 D 250.000.00€ R3301 :: Mazedo e Cortes :: Monção R2731 :: Mazedo e Cortes :: Monção R2652 :: Monção e Troviscoso :: Monção Apartamento novo, situado em zona calma e com bons acessos. Apartamento com varanda, garagem, cozinha equipada e mobilada, Propriedade constituída por moradia unifamiliar T4, jardim, zona de Com lugar de garagem. localizado no centro da vila de Monção. cultivo, árvores de fruto e pinhal. 180 3 2 600 F 60.000.00€ 165 2 2 460 C 64.000.00€ 130 3 3 1352 EX 172.000.00€ R3133 :: Alvaredo :: Melgaço R2868 :: Moreira :: Monção R3299 :: Monção e Troviscoso :: Monção Propriedade composta por moradia T3 em restauro, casa antiga Moradia rés-do-chão, mobilada e equipada, com jardim, localizada Moradia unifamiliar, totalmente restaurada, a escassos minutos do em pedra para reconstruir e terreno. Vistas para a montanha a 10 minutos da vila de Monção. centro de Monção. Terreno com 1352 m2 e poço. AGÊNCIA DE MONÇÃO 22 www.valemais.pt www.calvolima.com | [email protected]

Reportagem #Monção Texto :: Manuel S. ABanrtbóonsioa, edil de Monção “pMaraaioprremsuiddeanntçeaddeaCmâminahraav”ida aconteceu quando fui “Um presidente de Câmara é a tempo inteiro, o que tira também um bocado daquilo que é importante na vida”, considera António Barbosa, lider do município de Monção desde 2017, após quatro anos de oposição. Natural de Monção, freguesia de Barbeita, tem 43 anos de idade, é filho de um chefe de Divisão da Direção de Finanças de Viana do Castelo, subdiretor de Finanças, e de uma notária. Com 43 anos, é o mais velho de três irmãos. Estudou em Monção, continuou em Valença os estudos secundários, formou-se na Universidade Lusíada do Porto, em Economia (1999) e Gestão de Empresas (2017) Funcionário da Autoridade Tributária durante 18 anos, entre 1999 e 2017, foi vereador (pela oposição) em Monção entre 2013 e 2017 e presidente da Câmara desde outubro de 2017. www.valemais.pt 23

QUALIDADE DE VIDA e de apoio mútuo ou, de contrario, é Barbeita. Já nessa altura, era eu que impossível ser presidente de Câmara. fazia os sorteios. Não era o responsá- Que mudanças trouxe a sua vida Muito mais com filhos desta idade. vel do grupo, mas era quem dava um com o exercício político a tempo bocadinho a cara por aquilo. Tínhamos inteiro desde 2017? Apesar disso, acha que vale a pena um grupo muito alargado e que se foi o que ganha perante o que tem de estendendo cada vez mais. Talvez por Não há sábados, não há domingos, abdicar? isso acabou. Passávamos o dia todos não há noites. No trabalho normal, juntos, a fazer o acompanhamento todos têm horário e, fora dele, a vida Oiço toda a gente a dizer que, um dia pascal naquelas casas da gente mais pessoal. Na política, isso não existe. mais tarde, se calhar, vou olhar para conhecida. Depois, à noite, jantáva- Na questão de se puder estar em trás e que não vi os meus filhos cres- mos todos. Como? Cada ano tocava a qualquer lado sossegado sem ter cer. Oiço isso em casa, mas também um do grupo que disponibilizava o jan- sempre alguém que venha questionar. em gente que já teve algumas respon- tar na casa dele e oferecia o cordeiro De uma forma legítima, porém. sabilidades politicas e me diz: “cuida- para toda a gente. Começamos 13 e, do, retire um bocadinho daquilo que no espaço de meia dúzia de anos, isso A maior MUDANÇA que tive na é o tempo que dá à politica e trans- foi crescendo de tal modo que depois minha vida foi desde que me tornei fira-o para a família, porque, daqui a não era só gente de Barbeita. Tornou- presidente de Câmara. Perdi muito meia dúzia de anos, vai olhar para trás, -se ‘impossível’. De tal forma que, no da qualidade de vida que tinha. Mas já cresceram e vai ver que nem teve último ano em que celebramos, chega- trouxe uma coisa que, para mim, tempo para estar com eles”. mos ao espaço para comer e não tínha- conta muito, porque a vida também é mos lugar para nos sentar. feita disso, de realizações pessoais. É Agora, a vida tem de ser feita de equi- uma coisa que gosto, sou apaixonado líbrios. Adoro a minha família, é o mais DROGA EM MONÇÃO pela minha terra e costumo dizer que importante que tenho. Mas gosto mui- tenho prazer de puder ser presidente to também de ser presidente de Câ- No primeiro namorico, que idade tinha? de Câmara e trabalhar para o que mara e de poder ajudar a minha terra. mais gosto, a minha terra. Temos tentado fazer o equilíbrio que Com os 10/11 anos. Muito inocente. Se pretende prejudicar o menos possível calhar, têm mais graça, pois são os mais É pai de três crianças de tenra o ambiente familiar e, ao mesmo tem- puros. Depois a vida vai mudando… idade, uma delas bebé. Como está a po, o próprio trabalho que faço aqui acho que o ser humano é um bocadinho conseguir acompanhá-las e conciliar no município. isso… nascemos de uma determinada isso com a atividade política? forma, quase suscetíveis a receber tudo Como foi a sua infância e juventude?  de uma forma aberta, a informação, o É muito difícil. Diria que, neste caso, conhecimento, tudo o mais. a minha sorte é ter uma Super-Mulher Foi vivida em Monção, mas menos tem- e que acaba por conseguir colmatar po do que é comum nos jovens daqui. Depois, há aquela coisa de se querer ex- aquelas que são as minhas ausências. Estudei cá até ao 9º ano, teria 13/14 perimentar tudo. Monção é, infelizmen- O acompanhamento que faço dos anos e, na altura, não havia quem qui- te, uma terra onde já havia muita droga. meus filhos, infelizmente, não é aque- sesse seguir as áreas das economias… Consegui estar sempre nesses meios e le que seria o mais desejável. Tento e no 10º ano tive de sair de Monção. sair à noite, estar com os amigos, mas minorar alguns desses constrangimen- Fui para Valença. Recordo-me que, da ter uma vivência, diria, muito sã. Isso sig- tos, as minhas ausências, tentando, minha turma aqui de Monção, ser o nifica puder conviver com tudo isso, mas em determinadas horas do dia, ter único que seguiu Economia. Depois sem ter necessidade de a usar. Acho que a certeza de que estou com elas. estive no Porto, entre 1994 e 2015. hoje, para os pais, é cada vez mais difí- Uma das coisas que fiz questão é, de Foram 21 anos no Porto, mas há uma cil esse acompanhamento e a passagem manhã, ser, basicamente, sempre eu coisa que mantive sempre, acho que por aquelas fases que são mais com- a levar à escola (a mais velha com seis é uma característica de monçanen- plicadas. Naqueles tempos, é a minha anos, o do meio com três e o mais pe- ses: nunca ficava no Porto ao fim de opinião, eramos muito mais felizes de queno com um). Aqueles 40 minutos semana. Tínhamos colegas da faculda- forma diferente. Recordo-me que, com de distribuição é um dos momentos de, de outros locais, que chegavam à uma bola de futebol, passávamos o dia de passar mais tempo com eles. sexta-feira e ficavam no Porto. Os de todos juntos; também jogando à maca- Monção, todos eles, chegavam à sex- ca, a contar anedotas, à noite sentados A sua esposa reclama a ausência? ta-feira e, costuma-se dizer, podia vir o a olhar para Espanha…. Papa, era sagrado o regresso a Mon- Muito. Mas tenho a sorte que também ção para estar ao fim de semana com a Também na sociabilização?! sabe que, de outra maneira, ninguém família e os amigos. se pode meter num projeto destes. Se Acho que sim. Sempre fui uma pessoa não houver apoio familiar, então nem Memórias desses tempo de Monção! muito sociável. Diria, até, o seguinte. sequer vale a pena porque com a vida, Acho que hoje, a maioria dos presiden- exigências e o tempo que se tem para Tanta coisa. Recordo-me de uma que, tes de Câmara são pessoas que, à par- a família e aquilo que se prejudica… ou com tristeza, vejo que acabou. As tida, são muito sociáveis. há um relacionamento muito positivo Páscoas! Tínhamos uma tradição em 24 www.valemais.pt

As pessoas, se não têm esta socialização tão fácil, é mais difícil, depois, em termos políticos, de se puder chegar, bater uma porta, estar com as pessoas. Acho que os nossos jovens são completamente dife- rentes do que éramos há 20/25 anos. Então, há 40, ainda mais. Vamos ver o futuro. Nem melhores, nem piores, são uma geração diferente, que nasceu em circunstâncias diferentes, nas tecnologias. Nasceram a ter tudo…. Há 25 aos, e com os meus pais, com muitas possibilidades, sempre fui educado de uma forma muito contida, a ter muito menos do que gos- taria de ter tido. Olhando para trás, vejo isso de uma forma positiva. Acho que a juventude hoje cresce, quase toda, sem ter noção das dificuldades, sem per- ceber que a vida não é um mar de rosas. Às vezes, o que acontece é que os jovens acabam os cursos e só se apercebem disso já nuns determinados patamares de idade. É importante transmitimos isso aos filhos. Como conheceu a que é hoje sua esposa? Conheci-a com 23 anos. É mais nova do que eu seis anos. Foi na porta de uma igreja, no casamento do primo dela, na zona de Famalicão/Barcelos. Foi para aí há 19 anos, no ano que entrei para as Finanças, em Espinho. Somos ambos de Monção. PAI COMO REFERÊNCIA Que sonhava ser quando fosse “grande”? Sempre tive em casa bons exemplos. Depois há sempre aquela coisa da figura paterna. O meu pai sempre foi uma figura muito ativa, ligada também à política, às Finanças e ao futebol. Criou um clube. Olhava um bocadinho para casa e, apesar da minha mãe ser notária, olhei sempre muito para o exemplo do meu pai. Dava por mim a pensar que UM DIA GOSTARIA DE SER assim. O que é certo é que, com 43 anos, já consegui alcançar muito daquilo que há muitos anos pensava. Engraçado que, já com pouco mais de 20 anos, em conversa de café (há quem se vá lembrar), dizia que que um dia gostava de ser vereador, ter um pelouro, poder ajudar a minha terra. Agora nunca me passou pela cabeça ser presidente de Câmara. Quais são os seus hóbis? Costuma ir ao cinema, teatro, espetáculo musical, etc.. ? Que mais gosta? Neste momento, só tenho um hobi, a minha família. O pouco tempo que tenho livre, como é obvio, é es- tar com ela. Estar a tirar, a esse tempo, outro tempo livre que tenha, para outra coisa, qualquer que seja, é complicado. www.valemais.pt 25

Qual é o seu livro de cabeceira? E qual o seu local preferido em Agora, o que ainda ambiciono ter na Monção? vida é puder continuar a ajudar a mi- Leio tudo o que é Imprensa. Gosto nha terra. Essa é uma ambição que te- mais daquela ligada à parte económi- O meu poiso preferido é a minha casa. nho e digo-o em casa, muitas vezes, à ca, gosto de estar informado. Quer De longe. Os cinco minutos que tenho minha esposa. queiramos ou não, o mundo de hoje é para estar sentado no sofá, puder es- global e convém estarmos atentos às tar com a minha cabeça, liberta-me. O DEIXAR MONÇÃO: coisas. Também podem acontecer aqui meu porto seguro é a minha casa. De- MUITO DIFICILMENTE! no nosso espaço, neste territoriozinho pois a família, os pais, os sogros, onde que está aqui escondido. E surgem paramos aos fins de semana, em Bar- Mas admite um dia deixar Monção? muitas vezes, também por aí, ideias e beita e Pias. Há uma coisa muito enrai- outro tipo de situações. Mas nunca fui zada na família, minha e da minha mu- Muito dificilmente. Todos os dias se um leitor apaixonado de livros. Já a mi- lher, há uma união familiar muito forte, ouve gente a dizer que eu vou estar nha mulher é muito mais. gostamos muito de estar em família. cá pouco tempo, vou é ir para Lisboa, para ali e para aqui. Não tenho pro- De criança recordo-me, no entanto, Já na minha juventude, na Passagem blemas em assumir; será muito difícil que devorava livros. Lembro-me da de Ano, uma noite em que as pessoas convencerem-me a sair daqui. Gosto coleção “Uma aventura” de Ana Maria saem, mesmo quando tinha 18, 19 ou 20 muito da minha terra e, nesta, há mui- Magalhães e Isabel Alçada. Depois de anos, sempre foi com família. Hoje não tas áreas onde poderei estar e ajudá-la começar as coisas, tenho de as fazer passo uma que não seja com a família. a continuar a crescer. Esse é que o meu rapidamente… e, quando pegava na Nunca fui muito de rua, mas caseiro e objetivo principal. leitura de um livro daqueles, tinha de o com uma ligação muito forte à família. ler até ao fim. Não o conseguia deixar Para terminar, uma pergunta que para o dia seguinte. Qual é o seu prato preferido? ainda não feita e que gostava que lhe fizesse? Depois, se calhar pela mesma circuns- Gosto muito dos nossos pratos típicos. tância que hoje acontece na política, a Não lhe consigo dizer o prato favorito. Por exemplo, em termos políticos, uma partir do momento que estava a traba- Mas posso dizer três ou quatro que são pergunta que acho que se colocaria é lhar, entre o Porto e querer estar aqui de excelência. O cordeiro à `Moda de que se eu considero que, até ao dia de com os amigos, acabei por começar a Monção’, o cozido à portuguesa (para hoje, as coisas correm melhor ou pior por de parte aquela leitura de cabecei- quem me quiser receber bem), uma do que contava. ra. Agora, gosto muito e ainda tento, de feijoada à nossa moda, com as carnes, vez em quando, ter uma leitura mais lon- de preferência com as sobras do cozi- Volvidos todo este tempo na Câmara ga. Recordo-me dos últimos livros sobre do, arroz de cabidela e a lampreia. (desde outubro de 2017), num projeto o Obama. Percebendo um bocadinho que temos a médio prazo, estamos a como é que chegou ao poder. Gosto E para acompanhar? trabalhar de acordo com o que estava dessa parte mais estratégica. Se calhar, a contar… mas diria que as coisas es- caso tivesse outro tempo… mesmo a Sempre o nosso vinho tinto verde. tão a acontecer mais depressa do que minha mulher continua a ler, mas lê mui- Quem ler esta entrevista e me conhecer, estava a contar. to menos do que lia. Com três filhos, o vai confirmar. Em qualquer circunstân- tempo disponível é muito pouco. cia, sem que me quiserem servir bem, é Temos o projeto há oito anos, planea- darem-me um bom alvarinho ou, se for do, sabemos exatamente até onde E as férias? destas comidas típicas, é um vinho tinto queremos ir. Perdi uma eleição por verde aqui da região. São fabulosos e quatro votos, em 2013. As pessoas não Essa era uma preocupação que tinha com muita margem de crescimento. têm essa consciência, mas, para estar- antes de ser pai. Íamos, escolhíamos mos hoje aqui sentados, entre 2013 e os destinos, misturávamos praia com Que ainda ambiciona ter ou ser na 2017, estive quatro anos em trabalho neve, cidades e locais de visita em ter- vida? intenso no terreno. O 1.º mandato, na mos mais culturais. Hoje, a preocupa- oposição, foram anos intensos e de ção, quando se fala de férias, com fa- Nunca tive muito a ambição do Ter. Acho dedicação, onde deixei de tirar férias mília de cinco elementos, é de um local que todos nós vivemos a vida a querer e de fazer um conjunto de coisas em onde tenhamos tudo e dê o menos tra- sempre Ter mais. O que eu e a minha es- família, a fim de me dedicar ao que era balho possível. Onde as crianças pos- posa falamos em casa é a questão dos a minha vida e o meu tempo à causa sam brincar, onde possamos estar em filhos. Sempre tivemos vontade de ter pública. Por isso, quando eu disse que família, onde possamos descontrair. uma família grande. Já temos 3 filhos, a estava disponível para os 12 anos, con- vida reservará o que poderá acontecer sidero que já se estão a passar oito. Posso dizer que, desde que fomos ou não, não temos a intenção de ter mais Isto é a garantia de que vou ser can- pais, só fomos uma vez de férias para filhos… mas nunca se sabe. A maior ri- didato às próximas eleições. Mais do o estrangeiro. Em meia dúzia de anos. queza que temos é a família, uma família que isso não posso prometer. // Há um fator também importante, o fi- que gosta de estar junta. Que as minhas nanceiro. Férias com três filhos não é a filhas e filho tenham futuro, que possa- mesma coisa que um casal. mos criar condições para que possam ter trabalho aqui em Monção. 26 www.valemais.pt

396 5 2 2863 B 235.000.00€ 468 5 3 1546 E 350.000.00€ 173 3 3 D 125.000.00€ R3294 :: Arão :: Valença R2058 :: Ganfei :: Valença R3273 :: Valença :: Valença Moradia com detalhes tradicionais. Em zona tranquila, a menos de Encantadora moradia em local sossegado, a menos de 4 km's do Apartamento no último andar e com vistas encantadoras sobre 2 km's do centro da cidade. Jardim bem cuidado e espaçoso. centro da cidade de Valença. Valença. Extenso espaço exterior com churrasqueira. C/ garagem. 105 2 2 D 67.000.00€ 306 F 155.000.00€ 226 3 2 1560 G 75.000.00€ R3257 :: Valença :: Valença R3284 :: Caminha e Vilarelho :: Caminha R3282 :: Cristelo-Covo :: Valença Apartamento com boas dimensões e em bom estado. Casa antiga, para recuperar, no caminho de santiago. A 1 km da No centro da cidade. Moradia para restauro, no centro histórico de Caminha, com esboço ecopista do Rio Minho e do centro da cidade. para projeto de dois apartamentos T2 e um T1. 245 4 3 217 E 300.000.00€ 460 3 2 14000 C 420.000.00€ 720 6 7 3000 E 535.000.00€ R3293 :: Valença :: Valença R3119 :: Verdoejo :: Valença R3058 :: Gandra e Taião :: Valença Quinta com 14.000 m2 de terreno localizada na encosta de Verdoejo. Moradia de dois pavimentos, com seis quartos e com acabamentos Moradia geminada, com espaço exterior e localização singular e Possui 3 entradas e está toda vedada com muros altos, em pedra. de luxo, logradouro, piscina e vistas únicas para o Vale do Minho. privilegiada, no centro histórico de Valença. 219 3 2 59 D 165.000.00€ 586 4 3 2384 B 650.000.00€ 273 5 4 513 D 265.000.00€ R3290 :: Campos e Vila Meã :: V.N. Cerveira R3011 :: Reboreda e Nogueira :: V.N.Cerveira R3278 :: Caminha e Vilarelho :: Caminha Moradia exclusiva e especial. Em local sossegado e privilegiado, Moradia c/ vistas para o rio, perto do centro histórico de Caminha. Moradia geminada, em ótima localização e c/ boa exposição solar. rodeado de natureza. Tem anexo c/ cozinha e piscina coberta. De arquitetura moderna, com espaços amplos e luminosos. Composta por 2 pisos, divisões amplas, churrasqueira e garagem 71 2 1 D 56.500.00€ 250 4 3 € sob consulta R3253 :: Seixas :: Caminha R3298 :: Cristelo-Covo :: Valença Apartamento em zona residencial sossegada, com vistas para a foz do Rio Minho. Com garagem fechada. Luxuosas moradia em banda com arquitetura moderna e inovadora. Em zona habitacional tranquila, perto do centro da cidade de Valença. Amplas divisões e excelente luz natural, proveniente das grandes janelas panorâmicas. www.calvolima.com | [email protected]

Cinema 28 documentários de 18 nacionalidades Texto :: AO Norte concorrem ao prémio Jean Loup Passek São 15 longas- metragens e 13 curtas e médias metragens, oriundas de 18 países, que concorrem ao prémio Jean Loup Passek, na edição deste ano doo MDOC - Festival Internacional de Documentário de Melgaço, que decorre de 29 de julho a 4 de Agosto. No total são 28 documentários que apresentam uma refle- As residências cinematográfica e fotográfica PLANO FRONTAL re- xão sobre os temas-chave do festival - identidade, memória cebe mais uma vez 12 jovens cineastas e 3 fotógrafos, selecionados e fronteira - produzidos numa diversidade de países, tais entre vários candidatos nacionais e internacionais, com o objetivo como Bélgica, Suíça, Finlândia, Suécia, Noruega, França, de realizarem quatro documentários e três projetos fotográficos so- Alemanha, Itália, Croácia, Jordânia, Qatar, Síria, irão, Congo, EUA, bre o concelho de Melgaço. Ao longo das anteriores cinco edições Argentina e, claro, Portugal. Além dos prémios internacionais, nove foram já realizados 19 documentários e 8 projetos de fotografia que destes filmes são produções portuguesas que concorrem também ao representam as memórias e a identidade de Melgaço e contribuem prémio de Melhor Filme Português. para um arquivo audiovisual da região. No dia 29 são apresenta- dos, na Casa da Cultura de Melgaço, os quatro filmes realizados em Pela primeira vez, a Federação Internacional de Cineclubes junta-se 2018, e inauguradas as exposições de fotografia. ao MDOC - Festival Internacional de Documentário de Melgaço para atribuir, entre os filmes selecionados para o festival, o prémio D. Quijo- Pelo terceiro ano o MDOC acolhe o Kino Meeting: Encontro Inter- te. Este prémio tem um júri próprio constituído por representantes de nacional de Serviços Educativos de Cinema, que nesta edição se Cineclubes de diferentes nacionalidades e pretende distinguir um dos dedica ao tema dos arquivos, como contributo para pensar a im- filmes a concurso. portância do espólio que Jean Loup Passek deixou ao município de Melgaço. Participam neste encontro instituições nacionais, como é Uma aposta do MDOC desde a primeira edição centra-se na for- o caso da Cinemateca Portuguesa e o arquivo nacional de cinema mação de públicos de várias idades, desde o curso de verão FORA ANIM, bem como o Cineclube de Faro e a Casa Museu de Vilar, e in- DE CAMPO, dedicado em especial a investigadores e a um público ternacionais, entre as quais a Cinemateca da Alemanha, a Filmoteca universitário, às residências cinematográfica e fotográfica PLANO da Catalunha e o Centro Nacional de França do Cinema e da Ima- FRONTAL para jovens cineastas e fotógrafos, às oficinas dedicadas gem Animada. No segundo dia do encontro realiza-se um workshop aos mais novos. orientado pela realizadora Tânia Dinis em que os participantes são convidados a levar os seus arquivos pessoais para explorarem técni- Nesta edição do festival MDOC, o curso de verão FORA DE CAM- cas de apropriação e de recontextualização das imagens. PO realiza-se de 269 de Julho a 4 de Agosto e dedica-se às narra- tivas contemporâneas pensadas a partir de projetos transdiscipli- Tânia Dinis estará também a orientar uma oficina de imagem nares de investigação e de produção audiovisual e de narrativas para um público mais jovem, dos 14 aos 18 anos, durante toda digitais hipermedia e transmedia. a semana do festival. O curso conta com orientadores da Universidade Rey Juan Carlos Esta edição do MDOC - Festival Internacional de Documentário (Espanha), das Universidades Basileiras de São Paulo, Presbiteria- de Melgaço encerra no domingo, dia 4 de Agosto, com a projeção na Mackenzie, Federal do Pará, Federal de Goiás e de outras insti- do filme “Menina”, de Cristina Pinheiro, numa sessão ao ar-livre na tuições de renome internacional. Torre do Castelo de Melgaço. 28 www.valemais.pt

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Publirreportagem #Melgaço Cuidados de saúde de excelência em Melgaço Aclínica Curae abriu portas Quando começou, tinha poucas espe- A clínica oferece no dia 20 de fevereiro de cialidades, mais técnicas do que mé- uma ampla lista 2017. É um projeto inova- dicas, como psicologia, osteopatia, de especialidades dor que conta com inúme- terapia ocupacional, terapia da fala, médicas num espaço ras especialidades médicas, o que a fisioterapia e medicina dentária. No novo, moderno e torna num espaço único no concelho entanto, rapidamente percebeu que com uma equipa de melgacense. a população tinha necessidades difí- especialistas, de ceis de colmatar. excelência. O projeto é de Stephanie Araújo, uma jovem de 30 anos, Psicóloga-Clínica, Foi então que as especialidades se que, apercebendo-se da falta de servi- multiplicaram e a oferta cresceu. ços médicos de qualidade neste conce- Hoje, são mais de 35 as áreas de saú- lho, arriscou e abriu a sua clínica. de que a clínica abrange. 30 www.valemais.pt

Dra. Stephanie Araújo da Costa Podemos afirmar que a clínica possui Psicóloga-Clínica equipamentos de topo em relação a estética avançadas, e algumas máqui- A clínica Curae abriu portas no dia nas são mesmo exclusivas no Alto Mi- 20 de Fevereiro de 2017. nho\", assevera a psicóloga. Trata-se de um projeto inovador, que veio preencher um vazio que Os tratamentos destes equipamen- existia em Melgaço no que se refere tos são combinados com cosméticos a cuidados de saúde de excelência. da FR HAUT. \"As ofertas de saúde eram escassas, São várias as parcerias e protocolos e a ideia era oferecer à população de que possuem. Melgaço e dos concelhos limítrofes esse serviço especializado, cuidado e \"Temos parcerias com a Santa Casa de excelência\", refere Stephanie. da Misericórdia e com a Câmara Mu- \"Neste momento as especialidades nicipal de Melgaço, onde todos os com mais procura são: Dermatologia, utentes, funcionários, quadros admi- Oftalmologia, Psiquiatria, Neurolo- nistrativos e familiares têm 10% de gia, entre outras. Ou seja, são áreas, desconto nas especialidades médicas muito específicas, que não tinham e 25% na estética avançada. oferta no concelho\". \"Fizemos um investimento alto, por- Na área da Oftalmologia e Optome- que todas as máquinas são novas, de tria, temos um protocolo com a Ergo- topo de gama e inovadoras. visão, óptica que está situada no In- termarché de Melgaço, onde o valor da consulta é descontado na compra dos óculos. Além disso, temos parceria com o COAM – Centro Ortopédico Alto Mi- nho – onde oferecemos 10% de descon- to na compra de material ortopédico. Por fim, importa realçar que também possuem acordos com o IMP Diagnos- tics, com a Bebé Vida, onde os pais podem levantar o kit, gratuitamente. Também realizam workshops para os pais e ecografias 4D. HORÁRIO 09h30 – 12h30 e 14h00 – 19h00 Segunda-feira a Sábado www.valemais.pt 31

AM SHAPE MED A tecnologia do futuro... para tratar o presente! A Clínica Curae é o único espaço onde pode ter acesso a este inovador equipamento, no Alto Minho. Trata-se de uma Plataforma tecnológica 5 em 1: Vácuo, Massagem Mecânica, Radiofrequência, Led e Infravermelhos TRATAMENTOS CORPORAIS: Remodelação corporal; Tratamento anti-celulite; Redução de volume; Atenuação de estrias; Refirmar/ Redensificar/ Tonificar; Relaxamento; Drenagem linfática TRATAMENTOS FACIAIS: Lifting facial; Anti-rugas; Tratamento flash - Lifting 24h; Melhoria da textura da pele; Contorno de olhos e lábios. 32 www.valemais.pt

Nutrição & Bem-Estar Texto :: Ana Rita Lebreiro_NutripontoCome SALADA DE BULGUR com hambúrgueres de Grão-de-Bico Precisa de uma salada para levar para a praia ou até mesmo para comer em casa? Aqui deixo uma para acompanhar com uns hambúrgueres de grão. Utilize bulgur como fonte de hidratos de carbono mas se não tiver pode substituir por quinoa ou até arroz. Anote o que vai precisar: Receita para 6 pessoas Primeiro coza o bulgur como se fosse massa, ou seja, uma panela com água e sal. Demora cerca • 110G BULGUR de 10 a 15 minutos. Escorra quando estiver • 1 CENOURA GRANDE RALADA GROSSA cozido. No entretanto, corte o pepino em • 1 PEPINO ÀS RODELAS FINAS rodelas muito finas e coloque-o numa taça com água e • RÚCULA (100G) sal, durante cerca de 30 minutos. • MORANGOS (10 UNIDADES) Numa taça, prepare a salada, deite o bulgur, a cenoura • SAL Q.B. ralada grossa, pepino, um pouco de rúcula e morangos • PIMENTA PRETA Q.B. cortados aos pedaços. Tempere com pimenta, sal, • ORÉGÃOS Q.B. azeite e orégãos. Bom apetite! • AZEITE Q.B. www.valemais.pt 33

Reportagem #Melgaço Texto :: Manuel S. SAN PAYO O maior artista da fotografia era de Melgaço Manuel Alves de San Payo foi um dos maiores mestres da fotografia do século XX. O aclamado escritor Ferreira de Castro considerou-o “o maior artista de fotografia em Portugal e em qualquer parte do mundo”. Era o fotógrafo preferido da elite da capital em meados do século passado, desde Oliveira Salazar a Humberto Delgado. Todavia, o seu nome está longe de ser devidamente conhecido na sua terra natal, Melgaço. Começou por se chamar Manuel Joaquim Alves, mas, mais tarde, acabou por adotar o nome de Manuel Alves de San Payo, em jeito de homenagem à freguesia onde nasceu, S.Paio, e onde viriam a ser sepultados os seus restos mortais. Viveu entre 1890 e 1974. 34 www.valemais.pt

TODO ELE É MOVIMENTO AUTARQUIA PENSA junto à dos pais, vinha cá passar férias EVENTO QUE DÊ NOTA DA com os seis filhos e filhas (só está viva a “Quando trabalha, todo ele é movi- GRANDEZA mais nova, que vive em Lisboa com os mento: ginasta, acrobata, saltador de Manoel Batista, o chefe do netos). “Após estes se casarem, as visi- obstáculos, enquanto os seus olhos de município melgacense, reco- tas passaram a ser mais raras”, observa. psicólogo surpreendem nos mais pe- nhece que não conhece, com quenos cambiantes nos nossos olhos detalhe, a vida e a obra de Sublinha, também, que o seu tio era e mais subtis expressões do nosso San Payo, como “seria bom uma pessoa extrovertida e amiga de rosto. Tudo coroado por uma cabelei- que conhecesse”. Todavia, toda a gente. “Quando alguém vinha ra boémia que parece agitada por um “pelo que já pude ler, sei que lá a casa, era convidada para almoçar ciclone das Antilhas”, referia Ferreira é um homem que em Lisboa ou jantar. Estava sempre disponível de Castro nos idos anos 50 do séc. XX. se notabilizou pela sua ca- para ajudar”, acrescentou. pacidade artística na área da “Entre os anos de 1920 e 1950, Manuel fotografia, que acompanhou Rosalina Alves garante que passou um Alves San Payo foi o melhor sucedido como fotógrafo o ciclo políti- tempo “bonito” com os primos. Re- dos mestres fotógrafos portugueses. co da altura e esteve ligado, corda-se de vários episódios. Um de- Pelo seu atelier passaram, então, as tanto quanto sei, a vários les tem a ver com um ninho de vespas figuras mais notórias da vida nacional, momentos e a personalida- num espigueiro. gente de sociedade, políticos, artistas des muito díspares.” e intelectuais, que San Payo registou “Não poderemos encostá-lo “Secava-se o milho, malhava-se e guar- através sua espantosa qualidade de nem a um lado, nem a outro dava-se em arcas. Como o canastro fi- retratista, largamente divulgada pelas do perfil da vida política da cava vazio, os meus primos iam para lá revistas e magazines”, realça Simonetta altura. Estávamos em perío- brincar e nós também. Um dia, tínha- Luz Afonso, museóloga e gestora cultu- do de ditadura, acompanhou mos lá armada a casa das bonecas e ral, profunda conhecedora da sua obra. os vários momentos políticos vimos, numa trave do telhado do ca- e as grandes personalidades nastro, algo parecido com um grande Valter Alves, um melgacense que da política do seu tempo.” abajur. Era feito por vespas. Tinha uns divide a sua paixão entre a geografia A Câmara Municipal promo- 20 cm de diâmetro. Era uma coisa tão e o aprofundamento da história local, veu uma exposição sobre a bonita, tão bem feita, parecia uma ti- (e nos facultou alguns elementos para sua obra, por volta de 1995, gela colada no teto e depois, redonda, a elaboração deste trabalho) nota que na altura da inauguração da tinha uma espécie de varandas (meias San Payo “é uma personagem um bo- Casa da Cultura. “Teremos luas), tudo à volta, por onde entravam cadinho desconhecida em Melgaço, oportunidade, não tenho as vespas.” no seu lado artístico”. dúvidas, está na mente da Câmara, de fazer algum “Fui contar ao meu pai. Estava cá tam- Nota, porém, que há cerca de duas outro evento que dê nota da bém um tio meu, emigrante na Argen- décadas decorreu, na vila mais a nor- grandeza desta personalida- tina, e o tio San Payo. Este tinha um te de Portugal, uma exposição sobre de do San Payo que saiu de espírito jovem. Pega numa cana e pica este seu ilustre que dali saiu, bastante San Paio, aqui em Melgaço”, aquilo. As vespas saíram todas e uma novo, passou pelo seminário de Braga, garantiu o autarca. picou o meu irmão. O tio Francisco fu- foi para o Brasil (1909-1920) e regres- giu com as mãos a tapar os ouvidos. O sou a Portugal, mas a Lisboa. meu tio San Payo afastava-se e volta- va para picar. Não tinha medo. Mas o “Era aqui onde, profissionalmente, meu pai assustou-se, eram umas ves- mais tempo passava. Vinha ocasional- pas grandes e carregou uma caçadeira mente a Melgaço, para visitar a terra e de pólvora seca, chegou lá e deu um a família”, conta à VALE MAIS. tiro ao ninho. Este descolou-o e caiu inteirinho. Depois o meu tio San Payo FAMILIA RECORDA-O quis saber como era por dentro. Com cuidado, retirou e encontrou o favo Rosalina Alves é sobrinha de San das vespas com as larvas.” Payo e vive na vila de Melgaço. Senta- da numa esplanada desta, fala à VALE “O tio Francisco recuava com medo, MAIS com entusiasmo do seu tio de mas o San Payo foi tirando as larvas e quem guarda memórias que ainda es- dizendo-lhe que era muito boas... Ti- tão bem vivas. rou o favo e guardou aquilo durante muito tempo (a parte de fora). Nunca “Era alto, forte e divertido. Tinha o ca- tinha visto nada assim. Era muito bem belo alto, nunca o cortou à escovinha”, feito” – observa. diz-nos, orgulhosa. Conta-nos mesmo que mandou construir uma casa antiga www.valemais.pt 35

Outra situação, diferente, tem a ver Rosalina Alves lembra também as idas se rincão a que estou ligado de alma e com uma situação aquando da Guerra de Humberto Delgado ao ateliê de seu coração, o grande favor de a integrar Civil na vizinha Espanha e com um epi- tio e de levar a sua secretária, possui- novamente na Nação Portuguesa”. sódio à volta do apelido “San Payo” dora de bom sentido de humor, que o que oficializou no seu nome. Foi no fazia rir. “Aquele era uma pessoa fe- De espírito aventureiro, tinha já 78 Peso, quando efetuava uma viagem de chada e com ar sério”, sublinha. anos quando decide, sozinho, viajar autocarro, em visita à sua terra natal. pelas Américas. Um ano depois, dá CONDECORADO PELO aquela que seria a sua última entrevis- ESBOFETEADO PELA POLÍCIA PRESIDENTE DA REPÚBLICA ta, ao então Diário de Lisboa, intitu- lada “San Payo: 60 anos a tirar retra- Num processo de identificação, um San Payo foi agraciado com o grau da tos”. No 25 de Abril de 1974, dia da agente policial perguntou-lhe como se Ordem de Santiago de Espada por Car- “revolução dos cravos”, encontra-se já chamava e ele disse San Payo. Depois mona, Presidente da República, e alvo gravemente doente, mas alegra-se e para onde ia. A mesma resposta. E de de referências destacadas na imprensa exclama: “Finalmente, finalmente…”. onde era natural. Também igual. “O po- nacional e internacional de então. Morre pouco depois, a 8 de maio, com lícia pensou que estava na brincadeira 84 anos de idade. e deu-lhe uma bofetada. Levou-o para Além de fotógrafo consagrado e reco- nhecido ao mais alto nível, teve expe- o posto. Aqui, o meu tio deu-lhe conta riências como cinéfilo, conferencista e SABIA QUE do seu nome na assinatura de quadros publicista, bem como nas artes plásti- Em 1990, a família doa o lá expostos com fotos de Salazar e Car- cas. A sua atividade profissional trou- seu espólio ao Arquivo mona. O polícia ficou ‘caído’. Depois, xe-lhe conhecimentos e proximidade Nacional de Fotografia, o o tio seguiu até S. Paio e, quando che- com as pessoas das elites políticas, so- qual se encarrega da sua gou, pessoas da Câmara apareceram a ciais e artísticas. conservação e restauro. pedir-lhe que esquecesse o caso.” Já esteve exposto, no- “San Payo não foi um fotógrafo do re- meadamente, no Museu Rosalina Alves assinala: “Mas a madri- gime. O regime é que foi seu cliente”, do Chiado e na Casa de nha do meu tio disse-lhe que não lhe observam Vitória Mesquita e José Pes- Cultura de Melgaço. perdoasse. Ele, todavia, respondeu soa, num trabalho biográfico sobre o que o fazia se na praça em frente ao mesmo. Em diversas ocasiões de mani- edifício da Câmara, e perante várias festou contra a repressão do regime e pessoas, o polícia lhe deixasse dar os seus métodos, bem como em defe- duas bofetadas como aqueles que ti- sa da sua Melgaço. A esse propósito, nha recebido. O polícia não quis. Ao numa carta escrita, em 1963, ao então chegar a Lisboa, fez a exposição ao ministro das Obras Públicas, pedia ministro e o polícia deixou o posto”. “encarecidamente, como natural des- 36 www.valemais.pt

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Reportagem #Paredes de coura Texto :: Manuel S. O Alto Minho associa paisagens idílicas, com grande qualidade ambiental, à notável herança patrimonial quer dos seus espaços monumentais, quer das suas manifestações imateriais, envolvendo a sua História, lendas, costumes, folclore, traje, artesanato, gastronomia e produtos tradicionais. 38 www.valemais.pt

Com Sente a História – Ação Promocional “Música & Património – Novas Abordagens, Novos Talentos”, pretendeu-se valorizar estes elementos diferenciadores do território do Alto Minho enquanto dois ativos fundamen- tais para a sua atratividade turística: por um lado, os principais ativos patrimoniais de natureza material e imaterial, e, por outro, a capacitação dos ativos culturais e artísticos associados à música, possibilitando a valoriza- ção e o reconhecimento de diferentes gera- ções de músicos oriundos ou residentes no Alto Minho, através do desenvolvimento de competências e de novas parcerias, criando ainda condições para valorização pública de novos talentos. Foram 30 concertos em locais históricos dos 10 concelhos do Alto Minho, de 13 Maio de 2018 a 21 de Julho de 2019, com as três linhas de programação – bandas filarmónicas, coros e jovens solistas do Alto Minho em con- texto de música de câmara –surpreenderam o público com Novas Abordagens & Novos Talentos. Assim, o ponto final neste projeto aconteceu no passado dia 21 de julho, em Paredes de Coura, com Mário Laginha, Augusto Canário, Carlos Azevedo, Telmo Marques, o maestro Afonso Alves e mais de 300 músicos divididos em nove coros e uma banda filarmónica que realizaram, no Largo Visconde de Mozelos, o GRAN FINALE,concerto que encerrou o programa “Sente a História”. Neste Grand Finale decorreu a audição completa das 10 canções das lendas do Alto Minho, bem como o Hino do Alto Minho e o lançamento do respetivo CD: “Canções das Lendas e Hino do Alto Minho”. As letras das canções que invocam as lendas da região foram escritas pelo cantor repen- tista Augusto Canário e as músicas são da autoria de seis compositores de referência do jazz à música erudita: Afonso Alves, Euri- co Carrapatoso, Carlos Azevedo, Fernando Lapa, Mário Laginha e Telmo Marques. www.valemais.pt 39

Reportagem #Arcos de Valdevez Texto :: Manuel S. PENEDALocal de peregrinos à procura da renovação É um dos mais concorridos e importantes santuários marianos do norte do País. Sob a invocação de Nossa Senhora da Peneda, localiza-se em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, na freguesia da Gavieira, concelho de Arcos de Valdevez. Um culto que terá a sua origem, segundo a lenda, em 5 de agosto de 1220, com a aparição da Virgem a uma pequena pastora. ERMIDA NO SÉC. XIII mantém a sua traça original, de características mais modes- tas e que dispõe, para alojamento dos peregrinos, de uma Uma pequena ermida terá sido ali implantada no séc XIII e o cul- dezena de quartos. Há também lojas de artigos religiosos, de to foi-se alargando com devotos de Portugal e da Galiza. De tal lembranças e de artesanato, bem como cafés e tasquinhas forma que, já no séc XVIII, ali se iniciou a construção do santuá- para conviver e beber um “copo” ou, mesmo, saborear uns rio, que hoje se enquadra no trecho da serrania e que, ao longo petiscos ou uma ligeira refeição. do ano, atrai milhares de romeiros. O ponto alto é a festa anual que dura uma semana, entre 31 de agosto e 8 de setembro. LENDA A envolvência paisagística do único parque nacional do país Nossa Senhora da Peneda terá aparecido, em1220, a uma proporciona um ambiente festivo e religioso favorável à criança que guardava cabras, sob a forma de uma pomba contemplação, a par de um notável património histórico e branca e ter-lhe-á dito que pedisse aos habitantes da Gavieira arquitetónico, fazendo do local um ponto de passagem obri- para edificarem uma ermida naquele lugar. gatório para muitos romeiros e, mesmo, um destino turístico com características turísticas únicas. Quando chegou a casa, a pastorinha contou aos seus pais, mas estes não acreditaram. No dia seguinte, quando guardava Para apoio aos que a visitam, a Peneda tem uma unidade as cabras no mesmo local, Nossa Senhora voltou a aparecer, hoteleira de duas estrelas e os quartéis, casa em pedra que agora sob a forma da imagem que hoje se conhece. 40 www.valemais.pt

Disse à criança ir ao lugar de Roussas, VIA MARIANA LUSO-GALAICA PADRE CÉSAR MACIEL a fim de lhe trazerem uma mulher que DESDE 2017 estava paralítica há 18 anos, de nome, SANTUÁRIO É MAIS CONHECIDO Domingas Gregório, que, ao chegar perto A Via Mariana é um itinerário de peregri- NA GALIZA DO QUE NO PORTO da Senhora, recuperou a saúde. nação que percorre os santuários maria- nos da antiga Gallaecia, num total de 382 O padre César Maciel é o capelão do A mesma lenda reporta também a uma km, entre Braga a Muxía e dividido por Santuário da Peneda e, em declarações passagem anterior, por volta de 716 ou 17 etapas, passa também pelo da Pene- à VALE MAIS, notou que a Confraria tem 717, quando os cristãos, fugidos dos da, onde ocorre o final de uma (iniciada procurado recuperar os espaços do san- sarracenos, terão deixado uma imagem no Soajo) e se inicia outra (até Melgaço). tuário. escondida entre as fragas da Serra da Peneda. O projeto foi idealizado em 2017 pelos “Uma das prioridades, neste momento, é a galegos José António de la Riera e Luís recuperação interior do santuário. A nível SANTUÁRIO do Freixo. A VALE MAIS entrevistou elétrico e de iluminação, de videovigilância este último. e de todos os meios para que possa ter Com a construção do santuário, a afluên- alguma segurança. Bem como dar uma cia ao local teve um forte impulso. Além Têm como promotores imagem renovada”, referiu-nos. do templo-Igreja, concluída em 1875, comunidades de montes, e o escadório das virtudes, com esta- de moradores, associações O religioso adiantou, ainda, que, “a nível tuária que representa a Fé, Esperança, de moradores, associações espiritual, procuramos ter boas condições Caridade e Glória, datada de 1854, há o culturais e outras agentes para os peregrinos; que as celebrações, terreiro dos evangelistas e a escadaria, sociais do de trajeto. De onde nomeadamente na altura das festas, com cerca de 300 metros e 20 capelas são e que envolvimento? tenham toda a dignidade que merecem. temáticas, estas com cenas da vida de Esse tem sido um dos pontos fundamen- Cristo. As comunidades de montes em mão tais. Agora, claro, que isto é um trabalho comum, Paróquias e associações culturais que precisa de ser aprofundado”. Nota, ainda, para a coluna encimada são o embrião da Via Mariana. As primei- pela imagem de S. Miguel Arcanjo que ras são do Condado Paradanta, A Cañiza, E como tem evoluído o afluxo de pere- se ergue no patamar da escadaria, junto Covelo e Fornelos de Montes. Todas estão grinos? – questionámos. “Não podemos ao largo que recebe e guia os romei- conscientes da importância do fenómeno fazer afirmações quanto a isso, não temos ros. Já ao fundo, numa praça circular, do peregrino para combater a ruína e a nada que possa aferir o seu número”. situa-se um pilar que terá sido oferecido desertificação do meio rural. Também para pela rainha Maria I de Portugal. preservar o património material e imaterial Mas qual a perceção que existe? – insis- que está a ficar esquecido. Depois junta- timos. “Que os peregrinos, cada vez, são Uma das capelas ostenta uma inscrição ram-se professores universitários e criou-se menos! Isso é derivado da localização do que, disseram-nos, atesta ter ela sido um conselho assessor. Finalmente, os santuário, aqui no alto destas montanhas, oferecida por um rei do antigo estado municípios galegos, todos entusiasmodos e ser visitado (maioritariamente) pelos pe- etíope, a Abissínia. pela proposta. Só um ficou de fora. regrinos destes concelhos (mais próximos) que estão em desertificação. Isso também se nota na vida do santuário, há menos frequência nesse sentido.” No entanto, o “continua a ser muito visita- do e também continua a ter um problema, que não é recente, o ser desconhecido em muitas partes do nosso país. É mais conhecido em Espanha – Vigo ou Ourense, por exemplo – do que no Porto. Esse é um dos handicaps do próprio espaço.” Ainda quisemos saber se, na sua opinião, a Via Mariana pode ou não impulsionar o Santuário da Peneda, mas parece não existir grande entusiasmo quanto a isso. “Não sabemos! Todo este processo da Via Mariana foi desenvolvido à margem do santuário. Tivemos apenas conhecimento através da comunicação social. Por isso, não sei” – respondeu, lacónico. www.valemais.pt 41

De igual modo, desde os primeiros transfronteiriço. Durante séculos, milhares Enquanto apoio aos peregrinos, estamos momentos registamos o apoio do Mu- de galegos acodem, todos os anos, à a criar centros de acolhimento comunitá- nicípio e funcionários de Melgaço, mais Peneda e outros tantos portugueses vão rios (Parada de Achas em serviço, Estacas tarde a Cultura dos Arcos de Valdevez à Franqueira. em obras, Aguasantas e Milagros de Amil e Ponte da Barca, também freguesias en projecto), centros municipais (Touvedo, como Goaes, Neiva, Portela de Vade, A beleza íntima desta terra minhota, co- Parada de Achas e Orbelhido em obras, Ventoselo de Sampriz e Touvedo. munitária e mista que nunca quis saber Bainhas e Berdoias em serviço), centros das fronteiras. paroquiais ou diocesanos (Sameiro, Soajo, Em Portugal, foi determinante a implica- Amil ou Aguasantas). Combinamos, com ção da Diocese de Braga que, de imedia- CARAVANA EM particulares, casas privadas comprome- to, compreendeu as possibilidades pas- AGOSTO tidas com um trato preferencial para torais e de colaboração entre paróquias e Peregrinos Acreditados (por enquanto, dioceses de um lado e outra da raia. Que iniciativas promocionais no Soajo, Peneda, Bustelos, Portasouto, e de apoio aos peregrinos têm Campo Lameiro, Cuntis e Zás) Nota, ainda, para a Diocese de Tui, que previstas? valorizou muito positivamente a importân- Sendo uma iniciativa que tem a cia dos santuários marianos como focos Já no mês de março começou um gru- devoção mariana na sua génese, da mais remota devoção familiar, alheios po de 100 caminheiros de Vigo fazendo como tem articulado a sua às fronteiras políticas ou eclesiásticas. troços da Via Mariana, um domingo por atividade com as instituições mês. Chegaram a Melgaço, em junho, religiosas católicas? Porquê o final do trajeto em e reiniciam em setembro. Também Muxia? em setembro começa em Braga outro Políticos e padres foram “marginados”, grupo de Pontevedra inicialmente, da seleção do percurso para Por ser o Santuário Mariano do Final do evitar interesses de qualquer tipo que po- Mundo, na Costa da Morte. Final ou iní- Estamos a organizar, juntamente com pa- deriam interferir na qualidade do Patrimó- cio, juntamente com Sameiro de Braga, dres, dioceses e municípios o desfile da nio Viário. Só, conselho de sábios estava centro espiritual da Galaecia há séculos. Caravana Peregrina e Arriera do Padre autorizado a sugerir uma mudança. Blas, Associação de Amigos do Caminho Por enquanto, há uma linha troncal com o de Santiago - Via de la Plata (ACASAN). Velhos caminhos pelo descuido, substi- centro (Km 0.00) no Sameiro. Aspira a se Começa no dia 4 de agosto, com uma tuídos hoje por estradas alcatroadas para converter numa rede que alcance os San- procissão de Braga para o Sameiro, no acesso aos santuários, foram incluídos no tuários de Os Milagros e O Corpinho, em dia 5, de Arcos para Ponte da Barca, e nosso percurso e entregues aos cuidados Ourense, Agonía, de Viana, A Lapa, em dia 6, em Melgaço. As dificuldades dos de Paróquias e Municípios. Também esta- Trancoso, no Caminho Torres, Guadalu- caminhos impedem a passagem das car- mos a recuperar, com trabalhos voluntá- pe, em Pontevedra e Cáceres, Peha de ros pelos trilhos da Peneda Gerês. rios, os caminhos “monacales” e veredas Francia, em Salamanca, Os Remedios, em ou caminhos reais ocultos por silveiras Peniche... e porque não, algum dia, tam- Oito carruagens da Tradición Arriera e eucaliptos, que também queremos bém Fátima. Mesmo que este não precise transportam a imagem do Apóstolo, erradicar junto à Via Mariana. de nós para preservação ou divulgação. juntamente com outros que encenam antigos ofícios, comércio, cultura, Criamos um Código de Boas Práticas Quantos santuários a via apostolado. Este ano acompanhamos que convida populares e administrações percorre e, neste contexto, que a imagem da Virgem Branca-Senhora para erradicar práticas nocivas com o lugar ocupa o da Peneda? Tem das Neves, Padroeira de Fuenterroble meio ambiente (depósitos de lixo, meios albergue aqui? de Santiago e, desde já, também da Via mecânicos que destroem a calçada, uso Mariana Luso-Galaica. indiscriminado de alcatrão ou concreto). São 10 santuários, na Galiza, e três em Portugal, por enquanto. A Peneda, junta- Cerca 150 peregrinos acompanham os O reitor do Santuário de A Franqueira foi mente com A Franqueira, são de espe- carros, juntamente com populares das nosso anfitrião desde o primeiro minuto. cial relevância pelo tradicional carácter localidades por onde passam. O arcipreste de Montes e Mondariz assu- miu a responsabilidade da comunicação 42 www.valemais.pt com a diocese e a paróquias.

HÁ CEM ANOS Cortejo conduzindo uma mulher que fez a promessa de ir dentro de um caixão à Senhora da Peneda, 1912, Foto do “Sr. Conde Bobone” In: Caldas, José Luiz de (1918). A Senhora da Peneda. In O. Xavier Cordeiro (dir.), Novo Almanach de Lembranças Luso-Brazileiro para o anno de 1 919, (pp. 77-78). Lisboa: Parceria António Maria Pereira, Livraria Editora. A Senhora da Peneda Soltam cantigas poéticas, admiráveis, as delicias ruidosas do vira e da caninha lindíssimas, como esta: verde, ora entre amigas e conversados, ora “Antes que comecem as vindimas e desfo- com guapas hespanholas, que ali affluem. lhadas – dois quadros cheios de luz e encan- Á Senhora da Peneda to da festejada vida campestre – é que pas- Nos leva meigo luas, A graça da vida aroal distribui por ali os seus sam bandos e bandos de romeiros de dez Sendo o nosso pegureiro melhores beijos, as suas mimosas caricias, léguas em redor, a caminho da Peneda. Nos tempos do verbo amar. a sua mais enternecida crença, o seu mais expansivo prazer. Parece até que um côro Num anceio confortável de devoção e De mistura com toda esta jovialidade alacre, uníssono de vozes, quer ridentes e satisfei- regozijo – os traços mais característicos como que espadanando-se em gaiatices e tas, quer sentimentaes e sinceras, se levanta da alma popular – elles lá vão, quer entre alegria santa, fervilha a devoção por essas para o Azul immenso, bemdizendo a ventura os crepes immensos da noite, quer illu- veredas montanhosas. São pessoas que ali intima da vasta família campesina. minados por pérolas de luar, para o local vão sem falla; outras sem comer nem be- festivo, agreste, longinquo, que, embora ber; e ainda outras com velas de cera e va- E, decorridos alguns dias de constante rodeado por montanhas enormes e brus- liosas promessas; enquanto lá muitos peni- diversão amiga, elles lá voltam, com bra- cas, ali arrasta innúmeros campesinos. tentes sobem a longa escadaria de joelhos çados de carqueja e cobertos de pó, para ou dentro de caixões. É a fé arreigada do os seus lares tão simples, trocando os Formam-se os grupos. Recordam-se pro- povo humilde a expandir-se sinceramente pandeiros pela enxada, mas sempre com messas. Rejubila o coração em impulsos em manifestações comoventes. um êxtase de satisfação bemdita a aca- d’uma alacridade louçã, virtuosa, querida. lentar-lhes os peitos e um sorriso casto a Juntam-se cachopas esbeltas com seus Mas, por outro lado, o aspecto da romaria reflorir momento a momento nas pétalas namorados. Prepara-se uma esturdia. E, é deveras interessante e único, com varias carminadas de garrulas moçoilas.”// por fim, lá seguem por caminhos invios patuscadas, as mais alegres travessuras, e e pedregosos, atravéz dos tufos rígidos de tojo e urze, em franca galhardia, com sacolas á cabeça e um sorriso nos lábios. São longas horas de inalterável folguedo, sempre abrilhantado affavelmente pelo som dos pandeiros e harmónicas, e pelo trovar metálico, suave, encantador, de ra- parigas garbosas com pernas roliças ao vento, que então suspira de volupia casta, e arrecadas sobre o peito – o altar mais divino, com o brilho do jaspe e o perfume do mangericão, dos seus conversados. TERRENO COM 3594 m2 Para construção de dois edifícios Possibilidade de permuta 700.000.00€ VALENÇA www.valemais.pt 43

Reportagem #Ponte de Lima Texto :: Adelino Silva APosnetsecdoelaLsimdoa povo Fundadas na década de 60 do século passado, a 1965 – O ANO DA ESCOLA TÉCNICA “Escola Técnica de Ponte de Lima” (ETPL) e a “Escola Depois de cinco anos numa procura incessante de instalações, levada Preparatória António Feijó” (EPAF), a cabo pela edilidade limiana, esse objetivo só viria a ser alcançado hoje a funcionar com denominações no mandato do novo presidente da Câmara, que havia entrado em e tipologias de ensino diferentes, funções em 17/06/1964: o médico Álvaro Vieira de Araújo, que viria a resultam de uma transformação administrar o município, com uma lucidez extrema, até 1974. estrutural renovadora da política educativa, delineada pelo Estado Já no mandato do ministro Galvão Teles, em 10/12/1965, após a aqui- Novo sob o prisma do pós-guerra, sição pelo município do histórico Paço do Marquês, a ETPL deu início, com o ministro Pires de Lima a sob a sábia e apaixonada direção de Joaquim Pissarra — uma per- tutelar a Educação. sonalidade inconfundível — a um dos seus níveis de ensino: o “ciclo preparatório do ensino técnico” Na vila limiana, a ETPL, concebida como “escola de ensino técnico profissional”, foi criada, num espírito de modernidade, no final do ano de 1960, pelo Decreto 43401, de 15/12, conferin- do-lhe o diploma fundador, da responsabilidade do ministro Leite Pinto, três níveis/modalidades: o “ciclo preparatório”, o “ensino complemen- tar agrícola” e o “ensino de formação industrial orientada para as profissões eletromecânicas”. 44 www.valemais.pt

1968 - O ANO DA ESCOLA PREPARATÓRIA — o imortal poeta-embaixador que, integrado no movimento literário Parnasianismo, glorificou as terras do Lima —, ca- Na alvorada do ano de 1967, o ministro Galvão Teles, bendo a sua instalação, como primeiro diretor, a uma perso- seguindo os estudos concetuais progressistas efetuados nagem inesquecível: o mestre Manuel Maria Ferreira Vieira. no consolado de Leite Pinto, dá um passo em frente na uniformização do “ciclo preparatório” e cria, através do PROMOÇÃO DA MOBILIDADE SOCIAL DL n.º 47480, de 02/01, o “ciclo preparatório do ensino secundário”, modalidade que passa a substituir, tanto o Estas duas escolas emblemáticas — a ETPL e a EPAF — vi- “1.º ciclo do ensino liceal”, como o “ciclo preparatório do riam a formar, com jubiloso brilhantismo, milhares de estu- ensino técnico profissional”. dantes e foram, insofismavelmente, os estabelecimentos de ensino que, através de um extraordinário impulso educativo Este novo modelo organizacional passou a vigorar no e formativo, mais efeitos produziram na segunda metade do ano letivo de 1968/69, já depois de ter sido criada em século XX, na transformação comunitária e na mobilidade so- 1968, por Galvão Teles, uma nova tipologia de escola — cial, sobretudo no município limiano. a estruturante “Escola Preparatória do Ensino Secundá- rio” (Decreto n.º 48572, de 09/09). O “CPES”, ainda viria a conviver, em paralelo, com outras duas modalidades de ensino criadas por Galvão Teles, em E aqui, mais uma vez, sob a liderança do eminente médi- 1964 e 1965: o “ciclo preparatório TV” — Telescola — (1.º co-autarca, a edilidade limiana lá foi, com invulgar obstina- e 2.º anos), gerado em 1964 pelo DL n.º 46136, de 31/12 ção, em busca de mais um edifício para instalar este novo (funcionou, via TV, de 1965 a 1987 e por videogravador até estabelecimento de ensino que, por força da inovadora ao ano 2000), e, também, o “ciclo complementar do ensino reestruturação do sistema educativo, se autonomizou da primário” (5.ª e 6.ª classes), concebido em 1965 pelo DL n.º ainda jovem ETPL. 45810, de 09/07 (com início em 1966/67). As instalações foram encontradas na Rua Vasco da Gama, A Escola Técnica, depois Escola Secundária, contribuiu para hoje Rua do Arrabalde, num imóvel datado do início do o declínio e o encerramento das duas escolas privadas que, século XX e pertencente a uma distinta limiana — Beatriz desde a década de 50, disponibilizavam o ensino liceal na vila Fernandes Lima — passando ali a funcionar, a partir do limiana: o “Colégio D. Maria Pia” (feminino) e o “Externato ano letivo de 1968/69 — e durante 10 anos —, o novo Cardeal Saraiva” (masculino). “ciclo preparatório do ensino secundário” (CPES). DUAS ESCOLAS, UM PRESIDENTE Nasceu, assim, a cinquentenária “Escola Preparatória António Feijó”, cujo patrono foi escolhido por consenso Na constelação de personagens que “fundaram” e “instala- ram” as tão celebradas “escolas do povo” emerge um nobre limiano, o médico-autarca Álvaro Vieira de Araújo (1927-1982), personalidade que ainda hoje é motivo de inestimável consi- deração na sociedade limiana, demonstrada num torvelinho de emoções, quando dele se fala: pelo seu trabalho generoso e humanista no campo da medicina; pela sua ação apaixonada como promotor incansável do desenvolvimento do concelho e de cada um dos seus munícipes. A sua morte, aos 55 anos, provocou um sentimento de irrea- lidade, ainda hoje latente junto do povo “mais velho” que ele tanto amou e promoveu. www.valemais.pt 45

Ambiente Texto :: Brito Ribeiro RADIAÇÃO SOLAR Com o verão chega, Os raios ultravioleta A (UVA), contri- Os cuidados a ter com a exposição aos geralmente, um período buem para o envelhecimento preco- raios solares devem ser redobrados no de férias, de descanso e ce da pele, e os raios infravermelhos, caso de crianças, pois tem uma pela de descontracção. Tempo responsáveis pelo aquecimento e pela mais fina e mais sensível, pelo que a bar- de carregar baterias, na temperatura ambiente, mas que rece- reira ao sol é pouco eficaz e os raios ul- praia ou no campo, mas bido em excesso e continuamente na travioleta penetram mais facilmente. O sempre aproveitando os pele, danificam o colagénio, contribuin- processo de pigmentação que protege apetecidos raios solares. do também, para o envelhecimento. a pele das crianças, está ainda pouco desenvolvido, a transpiração é pouco Portugal é dos países da Europa com Apesar de Portugal ser um país com abundante, aumentando a sensibilidade mais tempo de sol por ano; nesta épo- muito sol, existe uma percentagem mui- às variações de temperatura, às queima- ca o turismo de sol e praia invadem o to elevada de crianças com insuficiência duras solares e à desidratação. litoral, mais a sul que a norte, porque de vitamina D, estando directamente nem todos gostam das nortadas e das relacionado com uma mudança do estilo Estas agressões solares durante a infân- águas frescas do oceano. de vida, com aumento do sedentarismo cia alteram irreversivelmente o sistema e redução de atividades ao ar livre. de defesa cutâneo, os danos celulares A exposição solar controlada, traz são definitivos e ao longo da vida essa benefícios para a saúde ao nível das Estima-se que a exposição diária ao pessoa terá sempre uma pele vulnerável. doenças dermatológicas, da estrutura sol, do rosto, pescoço e braços, duran- óssea e da saúde mental. te 15-20 minutos, é suficiente para a Os cremes protectores serão sempre produção da quantidade adequada de uma protecção adicional, mas é neces- As radiações emitidas pelo sol podem vitamina D. Porém, o vidro e os pro- sário reter, que a melhor solução passa ser benéficas para o corpo humano, tetores solares bloqueiam a produção por uma exposição progressiva, evitar as mas também podem encerrar riscos. de vitamina D e as nuvens podem fil- horas de maior intensidade solar, man- Além da luz visível, o sol emite múltiplas trar uma parte dos raios solares, mas ter-se hidratado e alternar pequenos pe- radiações não visíveis, por isso mais trai- as queimaduras são sempre possíveis, ríodos de exposição, com descanso nas çoeiras e perigosas. Destas destacam- mesmo com o tempo nublado. sombras e ambientes mais frescos. -se os raios ultravioleta B (UVB), impres- cindíveis para a produção de vitamina Desenganem-se se pensam que apenas D, mas responsáveis por queimaduras, na praia é necessário ter cuidado com danos no DNA e cancro cutâneo. a exposição exagerada ao raios solares. SABIA QUE A quantidade de UVB aumenta em 4%, de cada vez que subimos 300 metros de altitude. Também o poder de reflexão é diferente se estivermos perante neve (85%), areia (17%), água (5%) ou relva (3%). Desta maneira, na montanha, sobretudo com neve, aumentam exponencialmente os perigos inerentes aos raios UVB, devido à altitude e à reflexão. 46 www.valemais.pt

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Opinião Texto :: Emília Cerqueira Tempo de balanço EM FIM DE LEGISLATURA É INEVITÁVEL FAZER UM BALANÇO Segundo o governo, onde tudo está bem, Aquilo que temos é um povo contribuinte esmagado onde os portugueses deixaram de viver 1comOas maior carga fiscal de sempre no sobressalto quotidiano dos cortes nas serviços públicos degradados e arrasados. pensões ou nos salários, na incerteza do 2 O país ultrapassado e cada vez mais atrasado em aumento de impostos ou do encerramento de relação aos seus parceiros europeus; serviços, de melhoria dos serviços públicos, de 3 O interior queimado e abandonado, reformismo zero grande aposta no investimento público ou ainda concretizado e o futuro adiado. no desenvolvimento do território ou diminuição 4 A maior dívida pública de sempre, das assimetrias territoriais, diminuição da divida 5 O menor investimento público das últimas décadas, pública, controlo do défice público, melhor 6 O país a divergir da Europa, saúde, melhor educação, melhor justiça… 7 O Serviço Nacional de Saúde abandonado; E todo um rol de realizações em prol do desenvolvimento Ou seja, ao contrário do que nos vendem, temos um país de Portugal que nos leva a crer que estamos no pelotão onde os portugueses que esperam e desesperam, pela da frente do crescimento e do desenvolvimento da consulta ou a cirurgia que é adiada ou cancelada, que União Europeia. Ora cada um de nós sabe que esta visão esperam e desesperam pelo comboio, o autocarro ou irritantemente otimista, como diz o Presidente da República, o barco que se avariou, pela pensão de reforma que a não é realista…melhor fosse pelo bem de todos nós porque Segurança Social não pagou. o que é bom para Portugal é bom para todos nós. Um que Governo tirou a todos. Para satisfazer a exigência Infelizmente esse otimismo do governo não corresponde à de alguns, acabando assim, a falhar com todos, em que pela realidade do país nem reflete o que foi a ação do governo sobrevivência da geringonça tudo foi suportável, tudo é ao longo destes 4 anos, antes se está de falar de um “país branqueado, tudo é menorizado… virtual”, “para a fotografia”, “pintado de cor-de-rosa”, em que o Governo “fez tudo bem”, mas que é desmentido Em jeito de balanço direi que foram 4 anos perdidos…. e diariamente pela realidade. Portugal adiado. 48 www.valemais.pt

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Consultório Jurídico Texto :: VS Advogados mNoaviooreresgaicmoemdpoasnhados Questão: A minha mãe foi recentemente diagnosticada pelo psiquiatra com demência. Ultimamente, tem feito compras compulsivamente e gasta dinheiro de forma descontrolada, de maneira a que até já contraiu diversas dívidas. Há algo que a família possa fazer para pôr travão a esta situação insustentável? ACaro leitor, O acompanhamento é decidido pelo tribunal. Pode ser requerido personalidade jurídica adquire-se no momento do pelo próprio ou mediante autorização deste, pelo cônjuge, pelo nascimento, sendo-lhe inerente a capacidade jurídica unido de facto, ou por qualquer parente sucessível. Quando ou a capacidade de gozo de direitos. Diferentemente, o beneficiário não esteja em condições de dar autorização, o a capacidade de exercício de direitos apenas se adquire tribunal pode supri-la. Já o Ministério Público pode requerer o com a maioridade ou com a emancipação, por via do casamento. acompanhamento mesmo sem autorização do indivíduo. No início No entanto, um indivíduo que seja maior de idade pode não ter a do processo, a pessoa é sempre ouvida pelo juiz, que determina a plenitude do exercício dos seus direitos, em consequência de uma realização de exames médicos destinados a comprovar a situação deficiência física ou intectual, que seja de tal modo dificultante do que afeta a pessoa, e os melhores meios de apoio e tratamentos. discernimento físico e psíquico que possa justificar uma restrição específica dessa capacidade de direito. O acompanhante terá de ser maior e é escolhido pelo Nas últimas décadas verificou-se uma melhoria substancial das acompanhado, ou pelo seu representante legal. Se a pessoa mudar condições de vida e, por conseguinte, um aumento da esperança de ideias, pode pedir ao tribunal a alteração da pessoa que exerce média de vida das pessoas. De forma a dar resposta às alterações as funções de acompanhante. As suas funções são gratuitas, sem na realidade social do país, em fevereiro último entrou em vigor o prejuízo de alocação de despesas. O acompanhante presta contas regime do maior acompanhado, que veio substituir o regime anterior ao acompanhado e ao tribunal, quando cesse a sua função. das interdições e inabilitações, flexibilizando e adequando melhor aquelas figuras às necessidades e circunstâncias atuais da vida. O acompanhamento limita-se ao necessário, só pode atingir Este novo regime destina-se a indivíduos que, por razões de saúde, direitos pessoais e a celebração de negócios da vida corrente, se deficiência, ou pelo seu comportamento, estejam impossibilitados a lei ou decisão judicial o impuser. No exercício da sua função, o de, plena, pessoal e conscientemente, exercer os seus direitos acompanhante deve privilegiar o bem-estar e a recuperação do e cumprir os seus deveres. O objetivo do regime é preservar a acompanhado. Deve, por isso, visitá-lo, no mínimo, uma vez por autonomia de que a pessoa ainda dispõe e, se possível, aumentá-la. mês (pode haver outra periodicidade que o tribunal considere Não haverá lugar a acompanhamento se os deveres de assistência mais adequada). Além disso, o acompanhante deve abster-se de e cooperação bastarem para a proteção da pessoa. agir em conflito de interesses com o acompanhado. Paula Viana & Janine Soares O tribunal pode nomear mais do que um acompanhante para diferentes Largo 5 de outubro nº 22, 4940-521 Paredes de Coura :: Av. 31 de Janeiro nº 262, 4715-052 Braga funções, permitindo, assim, uma melhor adequação das necessidades da vida do acompanhado às possibilidades dos acompanhantes. 50 www.valemais.pt O acompanhamento cessa ou é modificado mediante decisão judicial. O tribunal deve rever as medidas de acompanhamento em vigor de acordo com a periodicidade que constar da sentença e, no mínimo de cinco em cinco anos. Quanto ao regime processual, o processo de acompanhamento de maior passou a ter caráter urgente, o que significa que tem de ser tramitado com a máxima brevidade, passando à frente de todos os processos que não são urgentes e continuando a correr durante o período das férias judiciais. Caso o indivíduo não sofra de qualquer problema de saúde, de deficiência ou comportamental, pode prevenir uma eventual necessidade de acompanhamento, efetuando um mandato, isto é, um contrato, através do qual confere a outra pessoa poderes para agir em seu nome caso, no futuro, precise dessa ajuda. Este contrato pode ser revogado a qualquer momento.


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