A PASSAGEIRA CLANDESTINA
AUTORA Sandra Aymone COORDENAÇÃO EDITORIAL Camila Bellenzani Maria Fernanda Moscheta COLABORADORES Ana Maria de Marchi Ariane Oliveira dos Santos Cibele Helena Salvaterra Cristiana Cassanelli Isabela Botaro Luciana Ferreira Maria Eugênia Sosa Patrícia del Pilar Samur San Martin Telma Ramos ILUSTRAÇÕES Pierre Trabbold REVISÃO DE TEXTO Francisco José Couto DIAGRAMAÇÃO Linea Creativa REALIZAÇÃO Fundação EDUCAR DPaschoal www.educardpaschoal.org.br (19) 3728-8129 Todos os livros da Fundação EDUCAR são distribuídos gratuitamente em escolas públicas, instituições e bibliotecas. Esta obra foi impressa em cartão royal 250g/m2(capa) e couché 145 g/m2 (miolo), na Gráfica e Editora Modelo Ltda., no ano de 2004, com tiragem de 5.000 exemplares.
A PASSAGEIRA CLANDESTINA História criada em colaboração com as crianças do Grupo DPaschoal Thalyta Generoso Silva - 12 anos
Apesar de ser domingo, Julinho acordou cedo. Naquela semana, seu pai havia trazido para casa dois grandes recipientes de metal, dizendo que ia usá-los para armazenar água da chuva. Explicou: – A água tratada que sai das torneiras não deve ser desperdiçada! Ela passa por vários processos complicados para ficar limpinha e saudável, e muitas vezes é usada em atividades que nem aproveitam todo esse tratamento. – Quais? – quis saber Julinho. Se para viver é preciso economizar, eu não vou desperdiçar e vou falar para as pessoas fazerem o mesmo, porque quero viver até ficar velhinha e ser vovó. 4 Nayara Cristina da Silva - 7 anos
– Limpar o chão, molhar as plantas e lavar o carro, por exemplo, são atividades em que a água não precisa ser tratada. É por isso que eu trouxe esses latões. Vamos juntar água da chuva e usá-la para essas coisas! Além de não desperdiçarmos, vamos fazer economia, porque a água da chuva é de graça! Julinho gostou da idéia e se encarregou de tomar conta dos latões, tirando a tampa deles sempre que chovesse e depois tampando-os de novo, para não dar chance à dengue. Na noite anterior, a chuva tinha sido das grandes, e o menino estava ansioso para ver se os latões tinham enchido. João é um pequeno produtor do interior. O que sobra de verduras e frutas, ele vende na cidade e reparte com os 5 mais pobres. Lá tem uma mina e ele toma muito cuidado com ela. Ele tem também tambores de lixo e material reciclável. Thauane Silva Leal - 8 anos
Quando chegou ao quintal, no entanto, a surpresa foi grande! Os latões estavam tombados, e sobre eles tinha aterrissado uma nave que Julinho conhecia muito bem: era o cronomóvel, a nave capaz de viajar no tempo, que pertencia a Iuri, o menino do futuro. Apesar da frustração de ver toda a água derramada, Julinho ficou supercontente! Fazia um ano que não via Iuri. Ele vivia aqui mesmo, na Terra, mas no ano 2254, e às vezes voltava ao passado. Numa dessas viagens, tinha conhecido Julinho e seus amigos Serginho, Carolina e Luciana. Vamos ajudar o mundo a se cuidar sem desperdiçar e sim economizar 6 Vitor Mendes do Amaral - 9 anos
Iuri saiu tão zangado do cronomóvel, que nem percebeu a presença de Julinho. Falou para alguém que estava no interior da nave: – Então foi você, né, sua xereta? Viu o que fez? Mexeu onde não devia e quase quebrou meu cronomóvel! Quem mandou entrar aí? Em seguida, foi saindo uma menininha com expressão envergonhada, que respondeu: – Eu sabia que você não ia querer me levar pra passear, por isso entrei escondida... Julinho se aproximou, dizendo: – E aí? Não fala mais com velhos amigos? Tem crianças que não se dão conta do desperdício; colocam comida no prato e não conseguem comer, 7 deixam a TV ligada para as paredes, tomam banho de 30 minutos ou até mais. Suellen Carolina Vilela - 12 anos
Quando Iuri viu Julinho, ficou contentíssimo e os dois se abraçaram com força. O menino do futuro disse: – Desculpe pela aterrissagem desastrada no seu quintal. Mas só agora descobri uma passageira clandestina que andou acionando comandos sem que eu visse. – E mostrando a menina, apresentou: – Essa é Valentina, minha priminha abelhuda... Valentina já tinha perdido a expressão tímida. Disse “oi” a Julinho e já foi caminhando com desembaraço na direção da casa, olhando em volta com curiosidade. – Que astronáutico! – exclamou. – Só vi uma casa assim antes no museu! Na minha escola tem reciclagem de lixo e na aula de Artes eu pego garrafas de plástico, rolo de papel higiênico, tampinha de garrafa de metal e transformo tudo isso em arte para mim. 8 Hugo Calles Tavares - 10 anos
As duas crianças foram muito bem recebidas pelos pais de Julinho. A mãe do menino, dona Célia, convidou-os para o café da manhã. Iuri agradeceu e disse que tinham acabado de almoçar em sua casa, e a viagem tinha sido bem rápida, portanto não estavam com fome. Valentina discordou. Sentou à mesa e pediu de tudo: chocolate com leite, pão de queijo, bolacha, torradas, mingau... Tomou um golinho do leite, deu uma mordidinha em cada alimento e nem tocou no mingau. Dando-se por satisfeita, levantou da mesa. Iuri falou: – Não disse? Sabia que ela não estava com fome. Dona Célia teve que jogar as sobras no lixo. Era uma vez uma menina que deixou a torneira aberta e foi ao mercado. Quando voltou, não tinha mais nenhuma 9 gota de água. Daquele dia em diante, ela diz para todo o mundo essa frase: “Quem não desperdiça, tem”. Carolina Soares Medeiros - 11 anos
Num minuto, Valentina já estava examinando os aparelhos da casa. Colocou um CD para tocar, ligou a tevê, o ventilador, o computador, o liquidificador, o aspirador de pó e até um secador de cabelos que encontrou. Acendeu todas as luzes, apesar do dia ensolarado. Os meninos iam atrás desligando tudo, porque ela não parava nem um minuto em cada lugar. Julinho brincou: – Já sei o que sua priminha vai ser quando crescer. Desequilíbrio ecológico! Os dois caíram na risada. Quando Valentina resolveu mexer na máquina de lavar roupa, dona Célia interferiu: Meu pai nasceu num sítio, no interior do Paraná. Seus brinquedos eram improvisados. Brincava de peteca, subir em árvores, pular corda etc. Hoje se gasta muito, até o que não se tem, para comprar brinquedos. 10 Tiago Ferreira - 12 anos
– Querida, que tal tomar um banho? É bom para descansar da viagem. A menina gostou da idéia. Julinho e Iuri resolveram aproveitar os minutos de sossego e telefonaram para Luciana, combinando um encontro na casa dela. Serginho e Carolina também foram avisados. Dona Célia esperou meia hora e, ao ouvir o chuveiro ainda ligado, bateu na porta do banheiro. Quando entrou, viu que Valentina nem tinha tirado a roupa. Enquanto a água corria, ela brincava de fazer espuma com o sabonete na pia. Além disso, tinha colocado creme dental até o cabo em todas as escovas de dente que encontrou! Olhando muito séria para a mãe de Julinho, disse: – Que pena! O sabonete acabou! Arranja mais pra mim? Era uma vez uma família que desperdiçava tudo. No final do mês, o pai ficava muito bravo porque as 11 contas de água e luz ficavam muito caras e não sobrava dinheiro para nada. Tales Alexandre dos Santos Silva - 6 anos
Depois dos abraços e beijos, e da enorme alegria de estarem novamente reunidos, Julinho contou aos amigos que Iuri tinha trazido, sem querer, uma passageira do barulho... Após ouvir tudo o que a menina tinha aprontado nesse pouco tempo, Luciana comentou: – Que coisa! No futuro não ensinam as crianças a evitar desperdício? Será que sempre vai ter gente que coloca no prato mais comida do que consegue comer? Que esse problema possa acabar algum dia é o que todo mundo espera também. Que as lágrimas de fome possam se tornar grandes sorrisos de alegria. 12 Patrick de Menezes Almeida - 7 anos
Carolina acrescentou: Janaina Bueno de Godoi - 11 anos – Da primeira vez que você esteve aqui, contou que na sua época, daqui a 250 anos, a natureza do nosso planeta quase não existia mais. Isso aconteceu porque existem seres humanos que acham normal desperdiçar tudo o que ela nos oferece: alimentos, água, energia, materiais e muitas outras coisas... Quem usa o que tem sem controlar, acaba sem nada. Rúbia Suelen Amorim - 11 anos Meu pai me ensinou que nunca podemos desperdiçar nada. Tomar banho rápido e sem brincadeira, 13 acender a luz só se for necessário e a televisão também. Guilherme Alves da Silva - 8 anos
Serginho concordou e lembrou: – Carolina, você não estava organizando um mural sobre isso com a sua turma da escola? – É mesmo! – lembrou a menina. – Foi um trabalho de Ciências. Fizemos textos e desenhos muito bacanas. Gostei tanto que pedi à professora para guardar comigo. Está tudo aqui em casa! Daniel Gomes Januario Jr. - 3 anos João Paulo Botelho C. Oliveira - 8 anos João, a esposa e os filhos não se importavam com nada, só queriam vida boa. Achavam que seriam ricos para sempre e então desperdiçaram tudo. Que pena! Quanta gente carente poderiam ter ajudado! 14 Eduarda Remelinge da Silva Pinto - 9 anos
– Tenho uma idéia! – disse Serginho. – Vamos pegar esses desenhos e textos e mostrar para a Valentina? Talvez vendo o que outras crianças pensam sobre o desperdício, ela mude de atitude com mais facilidade! Todos gostaram da sugestão e Carolina foi pegar em seu armário a pasta com os trabalhos. Enquanto se dirigiam à casa de Julinho, Luciana comentou: Eduardo Augusto de Almeida - 8 anos Erick Nery Alves - 8 anos Se todos nós economizarmos, nunca irá sobrar, mas também nunca irá faltar; sempre teremos o que precisarmos. 15 Pâmela Raíssa Gomes Carleto - 11 anos
Igor Amorim Pereira - 6 anos – Achei legal esse trabalho, Carolina! Pensar sobre isso é mais uma forma de ajudar a humanidade a ter um mundo melhor no futuro! Se falarmos sobre formas de evitar o desperdício a muitas pessoas, estaremos fazendo mais um bem ao nosso amigo que veio do futuro e a todas as pessoas que virão depois de nós... – Que lindo isso que você disse! – exclamou Carolina, comovida. Murilo Pereira dos Santos - 5 anos Eu e o meu irmão estamos aprendendo a economizar. Como? Procurando ajudar nossos pais, reciclando, economizando energia, cuidando do nosso próprio futuro. 16 Thaynara Barcelos da Rocha - 8 anos
Quando chegaram, encontraram Valentina no meio de uma enorme pilha de papéis amassados. Para distraí-la depois do banho, dona Célia tinha sugerido que ela fosse desenhar um pouco. Como nunca ficava satisfeita com seus rabiscos, amassava os papéis quase em branco, um atrás do outro. Ao ver o primo de volta com os amigos, Valentina largou tudo no chão e quis conhecê-los. Depois de dar-lhe um beijo, Serginho disse: Pâmela Vitória Soler - 3 anos Julia Rodrigues Piva - 1 ano Certo dia Julia e suas irmãs resolveram fazer uma competição para ver quem demorava menos no banho. Nessa simples 17 competição, economizaram mais de 1200 litros de água. Imagine se cada um de nós fizesse a sua parte! Isabella Cirello Alves - 12 anos
– Valentina, você sabia que para fabricar papel é preciso cortar árvores? – É mesmo? – espantou-se ela. – Lá onde eu moro tem muito menos árvores que aqui. Acho que quase todas já viraram papel... – Pois é. – disse Carolina. – Se todo mundo desperdiçar papel como você está fazendo, logo não vai sobrar mais nenhuma árvore no planeta. Valentina olhou envergonhada para a pilha de papéis amassados. Juan Lucas B. Paiato - 4 anos Aprendi na escola que se não economizarmos água hoje, no futuro sofreremos com a falta dela. E água é vida para nós. 18 Marcela de Sousa - 7 anos
Nicole Vieira de M. Vasques - 5 anos – E o desperdício de papel não é o único que prejudica a natureza! – continuou Iuri. – Trouxemos uma porção de desenhos e redações de crianças sobre isso. Quer ver? Valentina ficou curiosa e logo respondeu: – Quero! Enquanto mostravam os trabalhos, os meninos faziam comentários: Nathalia Beatriz de Oliveira - 3 anos Pedro é um fazendeiro muito rico. Ele pensa que com tanto dinheiro, não precisa economizar. Pedro, não desperdice 19 tanto assim, economizar tudo o que temos é bom para o nosso bolso e para nossa vida. Alessandro de Almeida Melo - 8 anos
– Vocês sabiam que 97% da água que existe no mundo é salgada? E que dos 3% de água doce, mais da metade está nas geleiras? A água que pode ser usada pelas pessoas é só 1% do total! – falou Serginho. Diogo Thomás C. Pinheiro - 10 anos Gabriele Cândido de Souza - 12 anos Desde cedo eu aprendi com meus pais a dar valor para tudo o que eu tenho. Na escola, falo para meus colegas não deixarem resto de comida no prato, porque isso não é inteligente. 20 Yara Caroline Pan - 9 anos
Luiz Fernando Barbosa Passos - 6 anos – Falando em porcentagem, sei uma também. – disse Julinho. – 35% do lixo produzido na cidade de São Paulo, por exemplo, são materiais que poderiam ser reciclados, como papéis, vidros, latinhas e plásticos. Quer dizer, se as pessoas separassem e encaminhassem isso para a reciclagem, haveria 35% menos lixo! Cada um se preocupando, e os colegas conscientizando, Pedro Benatti - 7 anos desperdício não haverá e nada a nós e aos outros faltará! 21 Caroline Dallacorte - 12 anos
Carolina falou: Rosaine Maximino Barros - 9 anos – Olhem que incrível essa frase que eu encontrei numa revista: “Se no almoço e no jantar você deixar 50 gramas de alimento no prato, em 1 ano terá desperdiçado 36 quilos e meio de alimentos. Essa quantidade é suficiente para alimentar 91 crianças com uma refeição de 400 gramas”. Pedro Botelho C. Oliveira - 11 anos Nessa turma tem uma menina muito esperta que mobiliza os moradores a separar o lixo. O lixo que dá para reciclar, ela leva para a escola, e com o resto ela ensina a fazer adubo orgânico para hortas e jardins. 22 Aline Martines Ortegoza - 8 anos
Luciana teve uma idéia: – Lembrei de uma história bem conhecida que mostra como o desperdício pode prejudicar a gente! Quem adivinha qual é? Todos se puseram a pensar, mas estava difícil. Valentina deu as opiniões mais absurdas. Disse: Danielle Mauricio Miano - 7 anos Vitor Silva Schwendler - 10 anos Desde meus seis anos de idade, meu avô do coração me pergunta: “Você é das que fazem 23 acontecer, ou espera acontecer?” E eu respondo: “Eu sou das que fazem acontecer”. Cada um de nós, juntos ou sozinho, pode agir tentando proteger a vida. Marcella Cristina Cicala Magalhães - 10 anos
– É a da Branca de Neve! Ela desperdiçou a maçã comendo só um pedacinho! – E depois: – Não, não, é a de João e o Pé de Feijão! A mãe dele desperdiçou os feijões jogando tudo pela janela! Leonardo Henrique A. de Souza - 2 anos Jessica Caroline Hoas - 10 anos Há muitos anos atrás havia uma cidade chamada Feliz. As pessoas, acostumadas a ter fartura, gastavam água em abundância, deixavam todas as luzes da casa ligadas e não poupavam comida. Um certo dia acordaram e o país estava em crise... 24 Franciele G. dos Reis - 12 anos
Letícia Queiroz da Silva - 10 anos Todos rolavam de rir com as idéias malucas da menina, que ainda insistiu: – Ah, já sei! É a dos Três Porquinhos! O Lobo desperdiçou toda a palha quando assoprou a casinha! Luciana resolveu contar. – É a história da Cigarra e da Formiga! A Formiga trabalhava e economizava alimento para o inverno. A Cigarra não guardava nada, só cantava, e se deu mal... – É mesmo! – concordou Iuri, que conhecia essa fábula. Papai e mamãe me ensinaram que não devemos ter o olho maior do que a barriga; devemos colocar no prato somente 25 o que vamos comer. Eles sempre mostram que enquanto eu estou comendo, há muitas pessoas que estão com fome. Karina Signorette de Melo - 8 anos
Mesmo antes de acabarem de ver tudo, perceberam que Valentina era esperta e que só se comportava de forma errada porque ninguém tinha tido uma boa conversa com ela. A menina entendeu bem depressa que, em nossos pequenos atos do dia-a-dia, podemos ficar atentos e fazer a nossa parte pela preservação do planeta. Como? Não deixando a luz acesa em cômodos vazios, não lavando calçada com a mangueira, não deixando a torneira aberta enquanto escovamos os dentes, não jogando materiais recicláveis no lixo comum... e mais um milhão de coisas que vamos descobrindo à medida que mudamos de atitude. OÃREV ONREVNI ORLGIÂXNOICO LIXO RECICLÁVEL PILHAS Quando o homem passa na minha casa, minha mãe entrega tudo o que tem para reciclar. Eu acho isso muito legal porque ajudamos a natureza e também ajudamos o homem a sustentar a família dele. 26 Jessyca Pummer Silvestre Leite - 7 anos
Mais tarde, Serginho lembrou-se de perguntar: – Iuri, você acabou não contando por que motivo veio ao passado desta vez! Qual era sua missão, afinal? Iuri respondeu, meio sem graça: – Não tinha missão nenhuma. Meu pai proibiu viagens ao passado para não desperdiçar combustível. Só poderei vir quando houver um motivo muito forte. – Ué, então você desobedeceu ao seu pai? – estranhou Julinho. – O pior é que não! Eu estava só limpando o cronomóvel e não vi quando essa danadinha entrou. Foi ela que acionou o programa de viagem no tempo! Todos olharam espantados para a “danadinha”, que fez a maior cara de inocente... Todos na Vila do Jaguari gostavam de ter água, mas não preservavam o rio. Ana e sua turma decidiram fazer um 27 protesto, chamando a atenção de todos, que se conscientizaram e pensaram melhor no que estavam fazendo. Ana Caroline Vieira Guimarães - 12 anos
Quando chegou a hora da despedida, Carolina disse a Iuri: – Se o seu pai começar a lhe dar bronca, diga que a viagem foi útil para a Valentina aprender a parar de desperdiçar! Ela até já se comprometeu a ensinar tudo aos seus coleguinhas! Enquanto isso, Valentina não parava de abraçar e beijar mil vezes cada um de seus novos amigos. Iuri, que já tinha se despedido, ficou impaciente: – Chega menina! Desse jeito vai gastar todos os seus beijos! Mas dona Célia a defendeu: – Deixe disso, Iuri! Beijo e carinho são coisas que a gente pode dar à vontade, sem medo de desperdiçar! Depois de ver um pouco de televisão, eu vou dormir. Mas antes passo no banheiro para escovar os dentes. Uso pasta, escova e...? Água de novo! Aí percebemos que desde que levantamos até irmos deitar usamos muita água, por isso temos que economizar. 28 Mylena Ferreira Lopes - 11 anos
O TEMPO E O ESPAÇO Os nomes dos personagens Iuri e Valentina, as crianças que viajam no tempo, são uma homenagem ao primeiro homem e à primeira mulher que realizaram viagens no espaço. Em abril de 1961, o cosmonauta russo Yuri Gagarin voou na órbita do nosso planeta e disse a frase que ficou famosa: “A Terra é azul!”. Sua nave se chamava Vostok 1. Em junho de 1963, Valentina Tereshkova, também russa, cumpriu sua missão na Vostok 6.
Cuidando dos Recursos Naturais Solidariedade, respeito ao semelhante, ao diferente, ao meio ambiente e à coletividade são atitudes que construímos, principalmente, nas situações vividas em nossa vida cotidiana. Por isso, a família, a escola, o bairro são tão importantes como contextos para o aprendizado e para o exercício dos valores. O Concurso “Desenhe, Pinte, Conte” foi criado pela DPaschoal/Fundação EDUCAR com o objetivo de contribuir com essa troca de informações e experiências entre adultos e crianças, no que se refere às questões da atualidade. Entre essas questões, “O Desperdício” foi escolhido como tema da edição 2004 do concurso. Sem perceber, às vezes nos acostumamos a muitos atos de desperdício em casa, no trabalho, na sociedade. A conseqüência mais imediata do desperdício é a econômica, pois pagamos por algo que não estamos usando, e certamente esse dinheiro poderia ser empregado em algo útil. Mas o que causa maior preocupação são as conseqüências que esse tipo de atitude pode acarretar a médio e longo prazo. É preciso ter consciência de que corremos o risco de assistir ao esgotamento das reservas de água doce do planeta, além de ver o lixo crescer de tal forma que, um dia, não haverá mais espaço físico para ele. Para criar as obras artísticas - desenhos e textos - necessárias à sua participação no concurso, as crianças foram levadas a refletir sobre as diversas formas de desperdício e sobre as atitudes corretas a assumir. Como sempre, a atuação dos pais foi de grande importância, informando e incentivando seus filhos. Mais uma vez, parabenizamos a todos pela qualidade dos trabalhos apresentados, que mostrou o envolvimento e a profunda compreensão da importância desse tema. Ficam aqui nossos sinceros agradecimentos. Fundação EDUCAR DPaschoal
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