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doente não sofre mais da doença original desde o momento em que a dose forte do medicamento age sobre ele, mas acha-se agora, consequentemente, mais doente pela doença medicamentosa semelhante que é mais intensamente difícil de ser novamente extinta2* . * O louvor dispensado, ultimamente, por alguns homeopatas às doses maiores deve-se, ou ao fato de que escolheram potências pouco elevadas do medicamento dinamizado a ser administrado segundo o uso corrente (como eu mesmo fazia há uns 20 anos, por não conhecer outra melhor), ou ao fato de que os medicamentos escolhidos eram homeopáticos e imperfeitamente preparados pelo fabricante. 2* Assim, mediante o uso continuado e em grandes doses de meios mercuriais agressivos e alopáticos contra sífilis, desenvolvem-se doenças causadas pelo mercúrio, quase incuráveis; porém, uma ou diversas doses do preparado à base de mercúrio suave porém ativo, certamente teria curado radicalmente em poucos dias a doença venérea, juntamente com o cancro, desde que não tivesse sido destruído por meios externos (como sempre ocorre com a alopatia). Do mesmo modo, o alopata também ministra casca de quina e quinino, diariamente, em doses muito grandes, para febre intermitente, onde elas estavam bem indicadas homeopaticamente e onde uma pequena dose de China em potência alta teria infalivelmente sido eficaz (nas febres palustres intermitentes e mesmo nas pessoas que não foram afetadas por qualquer doença psórica evidente), produzindo, então, (enquanto a psora se desenvolve simultaneamente) uma doença crônica da China que, se não matar o doente aos poucos, danificando os órgãos internos mais importantes, principalmente o baço e o fígado, o fará sofrer, pelo menos, durante muitos anos, em condições de saúde lamentáveis. Quase não é concebível um antídoto homeopático para tal estado produzido pelo abuso de grandes doses de medicamento homeopático. §277 Em vista disso, e porque um medicamento bem dinamizado, com uma suposta pequenez adequada de sua dose se torna tanto mais salutar, podendo quase beirar o milagre em sua eficácia, quanto mais homeopaticamente correta tenha sido sua escolha, assim também um medicamento cuja escolha tenha sido convenientemente homeopática, deve ser tanto mais salutar quanto mais sua dose for reduzida ao grau apropriado de pequenez, para uma suave eficácia terapêutica. §278 Aqui se apresenta a questão: qual o grau de pequenez mais adequado para um efeito medicamentoso certo e seguro ? Qual deve ser a pequenez da dose de cada medicamento unitário escolhido homeopaticamente para um caso de doença, a fim de conseguir a melhor cura? Resolver esse problema e determinar qual deve ser a dose específica suficiente de cada medicamento para fins terapêuticos homeopáticos, sendo tão diminuta que a mais suave e a mais rápida cura pode ser conseguida, facilmente se pode perceber, não constitui um trabalho de especulação teórica. O raciocínio sutil ou a sofismação capciosa trazem tão poucas informações quanto possibilidades de calcular previamente todos os casos imagináveis. Somente a experimentação pura, a observação cuidadosa da sensibilidade de cada doente e a prática correta podem determinar isso em cada caso particular e seria um absurdo colocar as grandes doses de medicamentos inadequados (alopáticos) da antiga escola, que não tocam homeopaticamente o

lado doente mas apenas atacam as partes não afetadas pela doença, contra o que a experiência pura declara. §279 Essa experiência pura demonstra cabalmente que a dose do medicamento homeopaticamente escolhido e altamente potencializado para o começo do tratamento de uma doença importante (especialmente crônica) não pode, via de regra, jamais ser preparada tão pequena que não seja mais forte do que a doença natural e que não possa dominá-la, ao menos em parte, removendo-a da sensação do princípio vital, já começando, desse modo, a realizar a cura, se a doença não reside manifestamente em uma deterioração considerável de alguma víscera importante (embora pertença ao rol das doenças crônicas e complicadas) e, mesmo, se durante o tratamento, todas as outras influências medicamentosas estranhas fossem afastadas do doente. §280 A dose do medicamento que está se mostrando útil sem produzir novos sintomas incômodos deve ser continuada, elevando-se gradualmente até que o doente, experimentando uma melhora geral, comece a sentir de forma moderada o retorno de um ou vários de seus antigos padecimentos originais. Isso indica uma cura próxima através de um aumento gradativo das doses moderadas modificadas, cada vez, mediante sucussões (§ 247); indica que, agora, o princípio vital quase não tem mais necessidade de ser afetado por uma doença semelhante, a fim de perder a sensação da doença natural (§ 148), como também indica que o principio vital, agora livre da doença natural, começa a sofrer simplesmente da doença medicamentosa homeopática conhecida, aliás, como agravação homeopática. §281 A fim de que nos convençamos disso, o doente é deixado sem qualquer medicamento por 8, 10, 15 dias e, nesse ínterim, recebe somente um pouco de açúcar de leite em pó. Se os últimos e pouco intensos padecimentos se devem apenas ao medicamento que simulou os sintomas mórbidos originais da doença, então, esses sofrimentos desaparecerão em alguns dias ou horas. Se, durante esses dias sem medicamento e com regime de vida constante não se apresenta nada mais da doença original, então, ele está muito provavelmente curado. Mas, se nos próximos dias se apresentam ainda vestígios dos antigos sintomas mórbidos, são eles resquícios da doença original que não se extinguiu totalmente e devem ser tratados com altos graus de dinamização do medicamento, na forma já indicada. Para obter-se uma cura, as primeiras doses devem ser, igualmente, de maneira gradativa elevadas novamente, mas bem menores e de maneira mais lenta em doentes em que se percebe uma irritabilidade considerável, do que com os menos sensíveis, para os quais se pode elevar a dose de forma mais rápida. Há doentes cuja excitabilidade é de 1000 para 1, comparada com os de pouca suscetibilidade. §282 Será um sinal certo de que as doses foram muito fortes durante o tratamento, principalmente nas doenças crônicas, se as primeiras doses provocarem o surgimento da chamada agravação homeopática, isto é, o aumento marcado dos sintomas mórbidos originais

primeiramente investigados e, apesar da ligeira modificação de cada dose (mais altamente dinamizada) repetida (segundo § 247), mediante sucussões a cada ingestão* . * A regra, segundo a qual se deve começar o tratamento homeopático de doenças crônicas com as doses mínimas possíveis e apenas gradativamente aumentadas, sofre uma notável exceção no tratamento dos três grandes miasmas, enquanto ainda afetam a pele, isto é, sarna irrompida, cancro ainda não tratado (nos órgãos sexuais, boca ou lábios etc.) e os condilomas. Estes não só toleram como também requerem, desde o inicio, diariamente grandes doses de seus meios de cura específicos em graus de dinamizações cada vez mais altos (talvez até várias vezes ao dia). Não se deve temer, se se adotar tal procedimento, que, como ocorre no tratamento de doenças ocultas no organismo, a dose excessiva, embora extinga a doença, possa dar inicio a uma doença medicamentosa e, pelo uso continuado, a uma doença medicamentosa crônica. Não é este o caso durante a manifestação externa mencionada desses três miasmas, visto que em sua base, pelo progresso diário em seu tratamento, podemos observar e julgar a que grau as grandes doses obstam ao principio vital, dia após dia, as sensações dessa doença, pois nenhuma das três pode ser curada, sem que dêem ao médico, através de seu desaparecimento, a convicção de que não há mais necessidade de tais medicamentos. Visto que as doenças, de um modo geral, são apenas ataques dinâmicos sobre o principio vital, não estando em sua base qualquer princípio material, qualquer materia peccans' (como a velha escola em seu despropósito tem inventado durante milhares de anos e tratado desse modo os doentes sempre para seu prejuízo), não há, também, nestes casos, nada material a remover, nada a retirar, cauterizar, nada a ligar ou cortar, sem fazer com que o doente se torne cada vez mais doente e mais difícil de curar (v. Doenças Crônicas - parte 1), do que ele era antes de serem tocadas as manifestações exteriores destes três grandes miasmas. A influência dinâmica hostil sobre o princípio vital constitui a essência destes sinais externos dos miasmas maligno8 internos que só se pode extinguir pela ação de um medicamento homeopático sobre o principio vital, afetando o mesmo de forma semelhante porém mais forte, privando-o de tal modo da sensação interna e externa do inimigo mórbido de tipo não material que esta já não mais existe para o principio vital (para o organismo), libertando, assim, o doente de seu mal, curando-o. Não obstante, a experiência ensina na verdade, que apenas a sarna, com sua manifestação externa e o cancro juntamente com o miasma venéreo interno, podem e devem curar-se exclusivamente com os medicamentos específicos tomados internamente. Contudo, quando os condilomas já se encontram há algum tempo sem tratamento, necessitam para sua completa cura a aplicação externa de seu medicamento especifico, a par de sua administração interna. §283 A fim de proceder inteiramente de acordo com a natureza, o verdadeiro artista da cura receitará o medicamento homeopático exatamente escolhido e mais apropriado sob todos os aspectos - por isso mesmo - somente em dose muito pequena, a fim de que, caso seja levado, por fraqueza humana a empregar um medicamento inadequado, o inconveniente que dai resulta para a doença seja tão pequeno que possa, pela própria força da vida e mediante a pronta administração (§ 249) do medicamento corretamente escolhido conforme a similitude dos sintomas (e também em doses muito pequenas), ser rapidamente anulado e corrigido. §284

Além da língua, boca* e estômago, que mais comumente são afetados pela ingestão do medicamento, o nariz e os órgãos respiratórios são especialmente sensíveis ao efeito do medicamento sob forma líquida, mediante olfação e inalação através da boca. Porém, toda a pele do resto do nosso corpo recoberta com sua epiderme está sujeita à ação de soluções medicamentosas, principalmente se a fricção foi associada simultaneamente à ingestão. * É admiravelmente eficaz a força dos medicamentos no lactente através do leite materno ou leite da nutriz. Todas as doenças infantis cedem aos medicamentos homeopáticos corretamente escolhidos, ministrados em doses muito moderadas à lactante, sendo, desse modo, bem mais fácil e mais seguramente aniquiladas nesses novos cidadãos do que jamais seria possível em períodos posteriores. Visto que a psora costuma contagiar a maioria dos lactentes através do leite da nutriz, se já não herdaram da mãe, pode-se protegê-los, ao mesmo tempo, antipsoricamente, pelo leite da nutriz que se tornou medicamentoso pelo processo descrito. Mas, para destruir nas mães e no feto a psora, causadora da maior parte das doenças crônicas e quase sempre presente através do contágio por hereditariedade, a providência a ser tomada é instituir na sua (primeira) gravidez um tratamento suave antipsórico especialmente com Sulphur, preparado conforme as instruções dadas nesta edição (§270), a fim de que a posteridade seja previamente protegida. Tanto isto é verdade que as crianças assim tratadas durante a gravidez vêm ao mundo bem mais sadias e bem mais fortes, espantando a todos. É uma nova confirmação da grande verdade da teoria da psora por mim descoberta. §285 Assim, a cura de doenças muito antigas pode ser promovida quando o médico indica também fricções externas (nas costas, braços, coxas e pernas) diárias do mesmo medicamento, que se mostra eficaz para o doente quando aplicado internamente, evitando, porém, as partes doloridas ou afetadas por cãimbras ou erupções cutâneas* . * Assim se explicam as curas maravilhosas, embora raras, em que doentes com deformações crônicas e cuja pele era, não obstante, sadia e limpa, foram curados rápida e permanentemente após poucos banhos cujas partes constituintes (casualmente) eram homeopaticamente adequadas ao mal antigo. Por outro lado, os banhos minerais também causam de modo muito freqüente prejuízos maiores nos doentes cujas erupções da pele foram suprimidas; comumente, depois de um breve período de bem-estar, o principio vital permite que a doença interna, não curada, apareça em qualquer outra parte do organismo, mais importante para a saúde e a vida, de modo que, às vezes, o nervo ocular ficava paralisado, produzindo amaurose; outras vezes o cristalino se tornava opaco, a audição desaparecia, seguindo-se a loucura ou asma sufocante ou mesmo uma apoplexia vinha pôr um fim nos sofrimentos do doente iludido. Um principio fundamental para o artista da cura (mediante o qual ele se distingue de todos os chamados médicos de todas as escolas mais antigas) é que jamais ele emprega em um só de seus doentes, qualquer medicamento cujos efeitos mórbidos sobre a saúde do indivíduo sadio não tenham sido prévia e cuidadosamente experimentados e estudados por ele (§20.21). Prescrever um meio desconhecido ao doente por mera suposição de que foi um tanto eficaz em uma doença semelhante ou por ouvir dizer \"que um meio foi eficaz nesta ou naquela doença\", é um peso de consciência que o filantrópico homeopata deixará a cargo do alopata. Um genuíno médico que pratica nossa arte jamais enviará seus doentes a um desses inumeráveis banhos minerais, pois, em sua quase totalidade, são completamente desconhecidos quanto a seus efeitos exatos e positivos sobre o

estado normal de saúde do Homem e, quando mal empregados, devem ser incluídos entre os medicamentos mais violentos e perigosos. Deste modo, de mil doentes não curados alopaticamente e enviados cegamente às termas mais famosas, por médicos ignorantes, um ou dois retornam curados por casualidade ou, como é mais freqüente, somente na aparência, proclamando em alta voz o milagre, enquanto centenas deles se esgueiram silenciosamente mais ou menos piores do que antes; aqueles que ficam o fazem para serem enviados dali para o descanso eterno, fato que testemunham tantos cemitérios cheios, circunvizinhos das mais famosas termas+. §286 A força dinâmica do magneto mineral, da eletricidade e do galvanismo não age menos poderosamente sobre nosso principio vital e não é menos homeopática do que os medicamentos propriamente ditos, os quais suprimem doenças mediante sua ingestão, fricção na pele ou inalação, havendo doenças, especialmente as que se relacionam a sensibilidade e irritabilidade, aos desvios da sensação e aos movimentos musculares involuntários, que podem ser curadas por ela. Porém, o modo seguro de emprego das duas últimas, assim como a da chamada máquina eletromagnética, ainda permanece demasiadamente obscuro, para fazer delas uso homeopático. Quando muito, empregou-se até agora a eletricidade e galvanismo somente de modo paliativo, para grande prejuízo dos doentes. Os efeitos positivos e puros de ambos no corpo humano sadio foram, até hoje, ainda pouco testados. §287 Pode-se fazer uso das forças do magneto para fins de cura com maior segurança conforme 9S efeitos positivos de uma poderosa barra magnética com os pólos norte e sul apresentados no ensino puro dos medicamentos. Embora ambos os pólos possuam a mesma força, opõem-se, contudo, mutuamente no seu modo de ação. As doses podem ser reguladas mediante o tempo mais ou menos longo da aplicação de um ou outro pólo, conforme sejam mais indicados os sintomas do pólo sul ou os do pólo norte. A aplicação de uma chapa de zinco polido serve como antídoto a uma ação muito intensa. §288 Nesse ponto, acho ainda necessário fazer menção ao chamado magnetismo animal, ou melhor, ao mesmerismo (como deveria ser chamado, graças a Mesmer, seu fundador), que difere da natureza de todos os outros medicamentos. Essa força curativa, muitas vezes intensamente negada e difamada ao longo de um século inteiro, esse maravilhoso e inestimável presente com que Deus agraciou o Homem, mediante o qual, através da poderosa vontade de uma pessoa bem intencionada sobre um doente, por contato ou, mesmo sem ele e mesmo a uma certa distância, a força vital do mesmerizador sadio, dotado com essa força, aflui dinamicamente para um outro indivíduo, agindo de diversas maneiras: enquanto substitui no doente a força vital deficiente em vários pontos de seu organismo, em outros, onde a força vital se acumulou em demasia, causando e mantendo indescritíveis padecimentos nervosos, desvia-a, suavizando-a, distribuindo-a eqüitativamente, extinguindo principalmente o distúrbio mórbido do princípio vital do doente e substituindo pela força vital normal do mesmerizador que age poderosamente sobre ele, por ex., velhas úlceras, amaurose, paralisias parciais etc. Muitas curas rápidas aparentes realizadas por magnetizadores animais de todos os tempos dotados de grande força

natural pertencem a essa categoria. Mas a ação da força humana comunicada a todo o organismo se evidencia de modo mais brilhante na reanimação de algumas pessoas que permaneceram algum tempo em morte aparente, mediante a vontade muito poderosa e muito acolhedora de um indivíduo em pleno gozo de sua força vital* , um tipo de reanimação do qual a história aponta vários exemplos. Se o mesmerista de um outro sexo é capaz, ao mesmo tempo, de um benévolo entusiasmo (mesmo degenerando na beatice, fanatismo, misticismo ou sentimentalismo altruísta), então, ele estará ainda mais em condições, mediante essa conduta filantrópica e abnegada, de, não somente, dirigir a força de sua bondade predominante exclusivamente ao objeto carente de sua ajuda, mas também como que ali concentrá-la, assim operando, por vezes, aparentes milagres. * Especialmente uma dessas pessoas que são poucas entre os Homens e que, além de uma grande bondade e perfeita força física, possui o desejo sexual muito moderado ou nulo e nas quais, portanto, a grande qualidade de sutis fluidos vitais, que em todos os Homens está pronta a ser empregada na formação do esperma, está prestes a transmitir-se a outras pessoas, através do poderoso contato. Conheci alguns magnetizadores com grande poder que possuíam todas essas características peculiares. §289 Todos os tipos mencionados de prática do mesmerismo baseiam-se num afluxo dinâmico de maior ou menor força vital no paciente, sendo conhecidos, por isso, como mesmerismo positivo* . Contudo, uma prática oposta do mesmerismo merece ser chamada de mesmerismo negativo, pois age de modo contrário. A essa categoria pertencem os passes que são empregados para despertar do sono sonambúlico, bem como todos os processos manuais que foram catalogados sob o nome de acalmar e ventilar. Essa descarga, através do mesmerismo negativo da força vital acumulada em excesso, em partes isoladas do organismo de pessoas não debilitadas, se faz de modo mais certo e mais simples, efetuando-se um movimento rápido do alto da cabeça até a ponta dos pés com a palma da mão direita estendida paralelamente a uma distância de cerca de uma polegada do corpo2* . Quanto mais rápido for esse passe, tanto mais forte será a descarga. Assim, por ex., por ocasião da morte aparente de uma senhora, até então sadia3*, ocasionada pela suspensão repentina da menstruação, em virtude de um intenso abalo psíquico, a força vital acumulada provavelmente na região precordial, através de tais passes negativos rápidos, é descarregada e retoma o equilíbrio em todo o organismo, resultando, imediatamente, o restabelecimento4*. Assim também um passe negativo suave, um pouco menos rápido em pessoas muito sensíveis, suaviza a excessiva inquietação e a insônia com ansiedade, que provêm, muitas vezes, da aplicação de um passe positivo muito forte, e assim por diante. * Apresso-me em lembrar aqui, que quando me referi à força curativa segura e enérgica do mesmerismo positivo, não me reportava a seu abuso altamente reprovável em que, mediante passes desta espécie, repetidos a cada meia hora, de hora em hora ou mesmo diariamente, produz-se, em doentes de nervos débeis, esse monstruoso transtorno de toda personalidade humana que se chama sonambulismo e clarividência (clairvoyance), no qual o Homem, subtraído do mundo dos sentidos, parece pertencer mais ao mundo dos espíritos - um estado profundamente antinatural e perigoso, por meio do qual muitas vezes se tentou, em vão, curar doenças crônicas.

2* Que a uma pessoa a ser magnetizada positiva ou negativamente não é permitido absolutamente vestir seda em qualquer parte do corpo é uma regra já conhecida; menos conhecido, entretanto, é o fato de que, se o próprio mesmerizador estiver sobre um tecido de seda, poderá transmitir sua força vital ao doente de modo mais completo do que se mantiver seus pés apenas no chão. 3* Dai, um passe negativo, especialmente muito rápido, ser sempre extremamente prejudicial a uma pessoa cronicamente débil e de pouca vitalidade (LEBENSARM). 4* Um camponês, jovem robusto de dez anos de idade, por motivo de ligeira indisposição, recebeu de manhã de uma magnetizadora vários passes muito fortes com as pontas de ambos os polegares do epigástrio até ao redor das costelas inferiores, ficando, no mesmo instante, pálido como se estivesse morto e caindo em um tal estado de inconsciência e imobilidade que nada conseguiu despertá-lo, sendo quase dado por morto. Fiz com que seu irmão mais velho lhe aplicasse um passe rápido negativo desse o topo da cabeça, sobre o corpo até os pés e imediatamente recobrou a consciência, são e salvo. §290 A essa categoria pertence também, em parte, a chamada massagem feita por uma pessoa vigorosa e benévola em um indivíduo que foi doente crônico, que, embora curado, encontra-se em lenta convalescença, sofrendo ainda de enfraquecimento, digestão débil e insônia. Ele segura separadamente os músculos dos membros do doente, peito e costas, comprimindo-os e, como que batendo moderadamente, a fim de, com esse procedimento reanimar o princípio vital, de modo que a reação deste restabeleça o tônus dos músculos e dos vasos sanguíneos e linfáticos. A influência mesmérica é, naturalmente, elemento principal nesse procedimento de que não se deve abusar em pacientes ainda portadores de um psiquismo sensível. §291 Os banhos de água pura se prestam, em parte como paliativos, em parte, como meios de auxílio homeopaticamente úteis na restauração da saúde em males agudos, bem como na convalescença de doentes crônicos recém-curados, devendo-se levar em conta a condição dos convalescentes e a temperatura dos banhos, a duração e a repetição dos mesmos. Eles proporcionam, contudo, ainda quando bem aplicados, apenas mudanças físicas benéficas no organismo doente, não constituindo, por si mesmos, verdadeiros medicamentos. Os banhos mornos de 250 até 270 R servem para despertar a irritabilidade adormecida da fibra responsável pelo entorpecimento da sensação nervosa num morto aparente (afogamento, congelamento, asfixia). Embora apenas paliativos mostram-se, muitas vezes, amplamente eficazes, principalmente quando associados à administração de café e fricções, podendo prestar ajuda homeopática em casos em que a irritabilidade nervosa está distribuída e acumulada de maneira muito desigual em alguns órgãos, como em certos casos de espasmos histéricos e convulsões infantis. Do mesmo modo, agem homeopaticamente os banhos frios de 10 a 60R na convalescença de pessoas com calor vital deficiente curadas de doenças crônicas por medicamentos, mediante imersões instantâneas, repetidas após, com mais freqüência, como restauração paliativa do tônus da fibra exaurida. Tendo isso em vista, tais banhos deverão ser mais demorados, durando até minutos, com temperatura cada vez mais baixa. São um paliativo

que, por agir apenas fisicamente, não estão associados à desvantagem de uma temida reação oposta, como ocorre nos paliativos dinamicamente medicamentosos.


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