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Saúde e Vida_tst

Published by gallasthe, 2021-05-18 18:10:04

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Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva Gráfico 1 – Valores das respectivas cestas coletadas comparando com a cesta do DIEESE, Teresina/PI, 2017 FONTE: Dados de Pesquisa. sas formas de preparo e utilização de cada um deles, estando presen- tes as questões culturais de cada região do país e a possibilidade de haver desperdício de alimentos. De acordo com o gráfico 1, verificou – se que a possível ausência de suprir nutricionalmente as necessidades da família predisposta neste trabalho é o investimento realizado pelo comercio alimentício na quali- dade e quantidade de alimentos. O DIEESE relata que o valor da cesta básica mensal de uma família no mês de abril de 2017 está custando R$397,30, e foi verificado que o supermercado em questão de preço que poderia vir a suprir em quali- dade, mas não em quantidade é o supermercado de número 2, onde a sua cesta foi conferida a R$119,00. Após o Decreto Lei nº 399, onde o mesmo regulamentava o direi- to salarial mínimo para trabalhadores brasileiros, passou a ser estabe- lecido também que o mesmo deveria ser suficiente para a aquisição de 51

Análise nutricional e econômica da cesta básica comercializada em Teresina – PI uma lista de alimentos para completar a ração mínima essencial para a subsistência de uma família de 4 pessoas durante o período de um mês, definindo assim um perfil nutricional da população em geral. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos resultados coletados até o presente momento, obtidos nos cálculos nutricionais da cesta básica, pode – se dizer que a mesma reflete na maior parte do consumo alimentar dos indivíduos, constatando no quadro nutricional da população brasileira, uma grande quantidade de deficiências nu- tricionais em macro e micronutrientes, necessitando de uma mudança na base alimentar proposta tanto pelo comércio como também pelos próprios órgãos responsáveis para um equilíbrio entre os mesmos. Ainda hoje os indivíduos de baixa condição socioeconômica continuam sendo os mais atingidos pelas carên- cias de macro e principalmente micronutrientes. Podendo também destacar que o estudo ainda não foi finalizado levando em consideração possíveis mudanças quantitativas e qualitativas para esse quadro, ressalvando a importância das es- tratégias de educação nutricional para a população nas escolhas alimentares por elas realizadas. O presente estudo ao final total poderá sugerir uma complementação na tentativa de sanar desajustes nutricionais encontrados ao longo dos itens lista- dos. Entrando em consonância com os objetivos expostos, tentou – se oferecer subsídio à construção de uma relação de itens no qual possa colaborar de forma econômica as variações de uma alimentação equilibrada e saudável. REFERÊNCIAS ADAMS, Adriana Paula Giehl; NEDEL, Fábio Germano. Comparação de cus- tos das cestas básica tradicional e saudável ofertadas pelos supermerca- dos de cerro largo/RS. Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da Uri. ISSN 1809-1636. Vol. 12, N.22: p.80-94, Maio/2016. BRASIL. Decreto Lei n° 399, de outubro de 1938. Diário Oficial da Repúbli- ca Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 30 out. 1938. CHAVES LR; SOUSA CMM; MARTINS MCC et al. Estado Nutricional e Consu- mo Alimentar de Idosos Assistidos na Estratégia Saúde da Família. Revista Enfermagem UFPE on line. Recife, 7(12):6780-9, dez.2013. Disponível em: 52

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Análise nutricional e econômica da cesta básica comercializada em Teresina – PI MARTINS, L. A. P.; et al. Cálculo da cesta básica para o município de Pi- racicaba. Disponível: www.old.unimep.br/fgn/economia/cestabasica.doc. Acesso em 15 de outubro de 2016 ás 21h30min. MENDES, K.; PASSOS, K. E. dos; BERNARDI, J. R.; G. Análise da composição nutricional da cesta básica brasileira. Ciênc. saúde coletiva. v. 19, n. 5, p. 1623-1630, ISSN 1413-8123, 2014. MENEZES, M. F. G. de; KRAEMER, F. B.; AGUIAR, O. B. de. Gestão de pes- soas em unidades de alimentação e nutrição. Rio de Janeiro: Rubio, 2013. 96p. MENEZES, M. F. G. de; KRAEMER, F. B.; AGUIAR, O. B. de. Gestão de pes- soas em unidades de alimentação e nutrição. Rio de Janeiro: Rubio, 2013. 96p. Ministério da Saúde Agência Nacional de Saúde Suplementar. Vigitel Bra- sil 2014 Saúde Suplementar: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília, DF 2015. Disponível em: http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Ma- teriais_por_assunto/2015_vigitel.pdf. Acesso em: 19 de Out 2016. PASSOS, K. E. dos; MENDES, K. G.; BERNARDI, J. R. Análise da composição nutricional da Cesta Básica Brasileira. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 5, Rio de Janeiro, Maio 2014. ISSN 1678-4561. PASSOS, Kelly Estarla dos; BERNARDI, Juliana Rombaldi; MENDES, Karina Gia- ne. Análise da composição nutricional da Cesta Básica brasileira. Revista Ci- ências e Saúde Coletiva, 19(5):1623. 1630, 2014. Pesquisa revela hábitos alimentares dos brasileiros. Disponível: http:// www4.planalto.gov.br/consea/comunicacao/noticias/2015/abril/pesquisa- -revela-habitos-alimentares-dos-brasileiros-1. Acesso em:18 de nov de 2016 PORTO, S. B.; FERREIRA, M. V. Cooperativismo e desenvolvimento socioeco- nômico: uma análise de cooperativa de crédito rural de economias solidá- ria- Solicred Benjamin Constant/AM. Cadernos Gestão Social, v. 5, n. 2, p. 323-337, jun./ dez. 2014. ROSA, Ana Paula de Oliveira; BRUNELLI, Ângela Vieira. O Papel do nutricio- nista na busca pelo direito humano à alimentação. Disponível em: http:// 54

Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva www.unicruz.edu.br/seminario/anais/2013/CCS/NUTRICAO/Poster/O%20 PAPEL%20DO%20NUTRICIONISTA%20NA%20BUSCA%20PELO%20DIREI- TO%20HUMANO%20%C0%20ALIMENTA%C7%C3O. Acesso em: 18 de nov de 2016 SALES, R.L.; SILVA, M.M.S.; COSTA, N.M.B; Avaliando o Consumo Alimen- tar por Fotos [CD – Rom], Viçosa: UFV, 2004. SANTOS, Hortencia Francisca Dos ; OLIVEIRA, Lina Silva; ALVES, Wellington Dos Santos. Análise da rotulagem nutricional de alimentos que compõem a cesta básica. Nutrir Gerais, Ipatinga, v. 7, n. 13, p. 1030-1043 ago./dez. 2013. Disponível Em: http://www.unilestemg.br/nutrirgerais/downloads/ artigos/volume7/edicao-13/analise-da-rotulagem-nutricional-de-alimen- tos-que-compoem-a-cesta-basica.pdf. Acesso em: 17 de Nov 2016. SÉRGIO, A. J. BARRETO; DENISE, C. Cyrilli e SILVA, M.F. Análise Nutricio- nal e Complementação alimentar de cesta básica derivada do consumo. Revista de Saúde Pública. Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública. V: 32; N.1. Fevereiro, 1998. P. 29-35. BARROS, Maria Sylvia Carvalho; TARTAGLIA, José Carlos. A Política de Ali- mentação e Nutrição no Brasil: Breve histórico, avaliação e perspectivas. Rev.Alim. Nutr., Araraquara, v.14, n.1, p. 109-121, 2003. LEMOS, Jullyane de Oliveira Maia; MOREIRA, Patrícia Vasconcelos Leitão. Políticas e Programas de Alimentação e Nutrição: Um Passeio pela Histó- ria. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. Volume 17 Número 4 Páginas 377-386; ISSN 1415-2177. 2013. PEREIRA, Cristiane Bastos; SILVA, Rafael Cabral; SANTOS, João Al- meida. A gestão do poder de compra de famílias com renda de um sa- lário mínimo em um cenário de inflação. Revista de Administração do UNISAU– v. 4, n. 6. 2014. PINHEIRO, Anelise Rizzolo de Oliveira. A alimentação saudável e a promo- ção da saúde no contexto da segurança alimentar e nutricional. Revista Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v.29, n. 70, p.125 – 139, mai/ago.2005. VASCONCELOS, Francisco de Assis Guedes de. Combate à fome no Brasil: uma análise histórica de Vargas a Lula. Revista de Nutrição. jul./ago., Campinas,2005. 55

Análise nutricional e econômica da cesta básica comercializada em Teresina – PI AUTORES Stela da Conceição de Freitas Matos Lima Estudante do 8 semestre do Curso de Nutrição do Centro Universitário Santo Agostinho UNIFSA Email: [email protected] Maryellena da Silva Lopes Estudante do 8 semestre do Curso de Nutrição do Centro Universitário Santo Agostinho UNIFSA Email: [email protected] Luiza Marly Freitas de Carvalho Orientadora do trabalho: Professora Ma.do curso de Nutrição na UNIFSA. Email: [email protected] 56





Desenvolvimento e validação de metodologia analítica para determinação espectrofotométrica de cálcio em alimentos Yngred Marlizy Gomes Nascimento Joelson Ribeiro da Silva Charllyton Luis Sena da Costa INTRODUÇÃO O Cálcio é um mineral indispensável para a saúde do organismo, tem como funções principais construir e manter os ossos dos dentes, participarem da atividade de certas enzimas (trifosfatase de adenosina – contração muscu- lar); participar da formação do coágulo no processo de coagulação sanguínea; afetar a função de transporte das membranas celulares, atuando como estabi- lizador de membranas; auxiliar a transmissão de íons por meio de membranas celulares; auxiliar a síntese, liberação das junções sinápticas; auxiliar a síntese, a secreção e os efeitos metabólicos dos hormônios proteicos e a liberação de neurotransmissores nas junções sinápticas, participam da transmissão nervosa e da regulação dos batimentos cardíacos (PHILLIPPI, 2014). Entre os alimentos, o leite e seus derivados são a maior fonte de cálcio disponível. Porém o cálcio, para muitos que não consomem estes alimentos,

VERSÃO TESTEDesenvolvimento e validação de metodologia analítica para determinação de espectrofotométrica ... estão em uma grande variedade de fontes, como folhas verdes escuras, al- gumas leguminosas, nozes, peixes (BEDANI e ROSSI, 2005). A determinação de minerais e contaminantes inorgânicos em ali- mentos pode ser realizada por diferentes técnicas analíticas. Pode-se ci- tar, entre elas, volumetria com indicadores visuais ou potenciométricos, voltametria de redissolução anódica e técnicas espectrométricas como: espectrofotometria ultravioleta-visível, espectrometria de absorção atô- mica com chama, com forno de grafite, com vapor frio e com gerador de hidretos e espectrometria de emissão atômica com plasma de argônio in- dutivamente acoplado com detecção óptica ou acoplado a espectrômetro de massa. Para a determinação de contaminantes e minerais em alimen- tos, é necessário tornar os analíticos disponíveis em solução por meio da mineralização prévia da amostra e posterior dissolução dos resíduos com ácidos minerais. A destruição da matéria orgânica (mineralização e diges- tão) é geralmente considerada como a etapa crítica da análise, podendo levar a erros no resultado final, devido principalmente à contaminação da amostra ou à perda do analito por adsorção ou volatilização. Existem métodos analíticos para a determinação de cálcio são eles: ácido nítrico para análise de traços de metais, determinação de minerais por espectrometria de emissão atômica por plasma de argônio indutiva- mente acoplado, determinação de cálcio por permanganometria, determi- nação de cálcio por volumetria com EDTA (LUTZ, 2008). Tema Estudo sobre o desenvolvimento e avaliação de metodologia analíti- ca para determinação espectrofotométrica de cálcio em alimentos. Objetivo Geral Desenvolver o método analítico espectrofotométrico para quantifi- cação de cálcio em alimentos. Objetivos Específicos • Identificar a viabilidade técnica da detecção do cálcio em ali- mentos; • Testar a aplicação da técnica proposta para análises qualitativas e quantitativas de cálcio em alimentos; • Realizar procedimentos de validação de aplicação do método proposto para análise de alimentos. 60

Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva Justificativa A análise de alimentos é algo bastante observada devido a impor- tância em saber o que há, quais os nutrientes e a quantidade que nele está contido e assim a qualidade nutricional do mesmo, através disso, podemos partir desse ponto diariamente, no qual são feitas pesquisas envolvendo a química analítica, por meio de técnicas. Desta maneira este estudo está vol- tado para determinação do mineral cálcio, onde os métodos analíticos mais utilizados são ácido nítrico para análise de traços de metais, determinação de minerais por espectrometria de emissão atômica por plasma de argônio indutivamente acoplado, determinação de cálcio por permanganometria, determinação de cálcio por volumetria com EDTA, que irão favorecer ao pesquisador e trazer as respostas sobre as indagações presentes em sua pesquisa, e pelo próprio público. Porém esses métodos mais utilizados os quais foram citados costumam ser caros e alguns energeticamente desfa- voráveis; o que atrapalha para quem deseja chegar aos resultados por um estudo analítico. Segundo os pesquisadores no desenvolvimento de métodos analíti- cos, a etapa de validação requer a investigação da faixa de linearidade de acordo com o objetivo da análise. Além da linearidade, são determinadas a precisão, a exatidão, a  especificidade/sensibilidade, a estabilidade das amostras nas condições de análise e a guarda e robustez. O projeto é importante porque se trata de um desenvolvimento e validação de uma nova metodologia analítica para determinação espectro- fotométrica de cálcio em alimentos, no qual sua diferenciação é a questão do custo e tempo, ou seja, havendo um maior benefício pra quem fizer o uso da mesma, tanto para os pesquisadores que é devido à diminuição do custo financeiro e do tempo da pesquisa contribuindo, dessa forma, para o desenvolvimento de novas ideias relacionadas a métodos analíticos para determinação do cálcio em alimentos, podendo responder aos diversos questionamentos propostos pela sociedade cientifica e acadêmica. A importância do Cálcio Alguns estudos tentam explicar a relação da ingestão de cálcio com doenças crônicas argumenta que o aumento da ingestão de cálcio atenua a sensibilidade ao sal e reduz a pressão sanguínea, principalmente em indiví- duos hipertensos. Quanto ao câncer, evidências indicam que ácidos graxos não absorvidos e bile irritam a mucosa, propiciando a proliferação de células cancerígenas. Nesse contexto, o cálcio pode formar complexos tanto com os ácidos graxos quanto com a bile, tornando-os inofensivos (ZEMEL MB, 2001). 61

Desenvolvimento e validação de metodologia analítica para determinação de espectrofotométrica ... Método Analítico Segundo Silva (2010), método analítico é o processo em que se iso- la um elemento ou composto de uma amostra na forma de uma fase pura ou composição química bem definida, que é então pesado. Segundo Pazzini, Manica (2010), a espectrofotometria é o método de análise óptico mais usado nas investigações biológicas e físico-químicas. O espectrofotômetro é um instrumento que permite comparar a radiação ab- sorvida ou transmitida por uma solução que contém uma quantidade des- conhecida de soluto, e uma quantidade conhecida da mesma substância. Método empregado na análise de minerais em alimentos: Espectrofotometria de Absorção Atômica A espectrofotometria de absorção atômica é uma técnica utilizada para analisar os elementos de uma amostra através do seu espectro eletro- magnético ou de massa. Esta técnica baseia-se na absorção de radiação por átomos livres. Inicialmente, os átomos encontram-se no estado fundamen- tal, apresentando, por isso, uma configuração eletrônica específica. No entanto, a absorção de energia permite que ocorram transições eletrônicas e os átomos passam a estar num estado excitado. Assim, os elétrons dos átomos passam para níveis superiores de energia, regressando posteriormente ao estado fundamental. Estas transições apresentam com- primentos de onda específicos formando espectros de absorção e emissão que vão identificar e quantificar os elementos presentes na amostra em análise. (PERKIN ELMER, 2011) Espectrofotometria A espectrofotometria visível e ultravioleta é um dos métodos ana- líticos mais usados nas determinações analíticas em diversas áreas. É apli- cada para determinações de compostos orgânicos e inorgânicos, como, por exemplo, na identificação do princípio ativo de fármacos (SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE, 2006 ). Procedimentos analíticos em espectrofotometria Análise qualitativa: pela analise da absorvância é possível determinar qual espécie química esta presente na amostra. Também é possível detec- tar contaminações ou processos de decomposição de matérias-primas pela comparação dos espectros de absorção da matéria e do padrão da mesma. 62

VERSÃO TESTE Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva Validação É um ato documentado que atesta que qualquer procedimento, processo, equipamento, material, atividade ou sistema realmente e consistentemente leva aos resultados esperados. (RDC no 17/2010) Com isso existem alguns paramêros de validação de validação que são eles: Especificidade: É a capacidade que o método possui de medir ex- atamente um composto em presença de outros componentes tais como impurezas, produtos de degradação e componentes da matriz. (OLIVEI- RA, 2012) Linearidade: É a capacidade de uma metodologia analítica demon- strar que os resultados obtidos são diretamente proporcionais à concen- tração do analito na amostra, dentro de um intervalo especificado. (OLIVEI- RA, 2012) Robustez: Para determinar a robustez de um método de ensaio, pode-se recorrer ao teste de Youden. Trata-se de um teste que permite não só avaliar a robustez do método, como também ordenar a influência de cada uma das variações nos resultados finais, indicando qual o tipo de in- fluência de cada uma dessas variações. Convém salientar que quanto maior for a robustez de um método, maior será a confiança desse relacionamento à sua precisão. (INMETRO, 2011) Precisão: é a avaliação da proximidade dos resultados obtidos em uma série de medidas de uma amostragem múltipla de uma mesma amos- tra. Esta é considerada alguns níveis onde o que se enquadra para este es- tudo é a repetibilidade que vem a ser a concordância entre os resultados dentro de um curto período de tempo com o mesmo analista e mesma instrumentação. (OLIVEIRA ,2012) Importância para ciência geral e para a nutrição É de grande valia o método, pois além de toda descoberta para ciên- cia que já é algo para contribuição evolutiva dos processos, formas, técni- cas utilizadas, e pesquisas aplicadas, trata-se de uma nova forma de análise utilizando a espectrofotometria uv-visível onde se observa a presença do cálcio em alimentos contribuindo para linhas de pesquisas nos estudos far- macêuticos, zootecnia, engenharia dos alimentos, nutrição, dentre outras, o que irá proporcionar ao estudante um meio de agregar conhecimentos de forma simples para o mesmo. Aplicando-se a nutrição, tem como foco contribuir para as ciências especificando a química analítica, bioquímica e bromatologia no qual estuda também os alimentos e com finalidade prin- 63

Desenvolvimento e validação de metodologia analítica para determinação de espectrofotométrica ... cipal de conhecer-los, onde estas análises são aplicáveis na avaliação das substâncias nutritivas dos alimentos, o que irá enriquecer e melhorar o aprendizado de uma forma abrangente, sendo para um docente, discente ou pesquisador, além de ser um método rápido, barato e eficaz. METODOLOGIA Tipo de pesquisa Trata-se de um estudo de corte pois é feito um acompanhamento dos dados observados durante um determinado período, com abordagem qualitativa Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de inte- ração) e se valem de diferentes abordagens (GERHARD E SILVEIRA,2009). Observa-se que é pesquisa quantitativa, pois recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isolada- mente (FONSECA, 2002). Local da pesquisa A pesquisa será desenvolvida em uma instituição de ensino superior privada em Teresina-PI, no qual está apta para servir no auxilio e desenvol- vimento da pesquisa. A referente escolha se deve por conta do espaço ser de boa acessibi- lidade dos pesquisadores e em vista de disponibilizar os meios necessários para levantamentos dos dados propostos neste trabalho. Procedimentos experimentais Para instrumentalização da produção de dados foram realizadas prá- ticas laboratoriais do período de abril a maio de 2017, havendo assim a coleta de dados sendo de forma direta com autorização para realização da pesquisa dada pela instituição (Anexo A). Avaliação Preliminar da Viabilidade Primeiramente foram devidamente higienizadas todas as vidrarias utilizadas sendo elas o Becker de 100 ml, bastão de vidro, funil de haste 64

Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva longa de 7,5 cm, pipeta graduada de 10 ml, e balão volumétrico de 50 ml, com sabão neutro, água destilada e logo após com água deionizada. Pe- sou-se 1g de cloreto de cálcio, em uma balança analítica no Becker e de- pois foi feita a dissolução do material e lavado por mais três vezes e assim colocado no balão volumétrico em cada vez que foi dissolvido e lavado e logo após reservado. Desta mesma maneira foram feitas com o nitrato de cálcio e bicarbonato de cálcio. Para analisar o cloreto de cálcio foram utilizadas as cubetas logo após a preparação das soluções-mães, no qual foram higienizadas com álcool a 70%, e colocado diferentes concentrações de solutos (água deio- nizada). Esse processo foi feito primeiramente com o cloreto de cálcio, onde dez cubetas continham uma quantidade de 1 ml do reagente em cada uma delas, mais 20 µl da solução, e por último adicionando10 µl de água deionizada. Esse processo foi feito nas outras nove cubetas, diferen- ciando apenas no acréscimo sempre de 10 µl em cada cubeta, de forma crescente, até chegar à cubeta com o acréscimo 100 µl de água deioni- zada. O mesmo processo foi feito para o nitrato de cálcio de 20 µl de da solução mais, 1 ml do reagente, o que diferenciou foram os volumes de água deionizada em oito cubetas, no qual estão respectivamente nessa ordem de: 10 µl, 50 µl,100 µl,150 µl,200 µl,250 µl,300 µl,350 µl. Análise de Dados Os dados obtidos pelas análises dos teores de cálcio nos alimen- Tabela 1. Carbonato de cálcio (Representa medidas em baixas concentrações) concentrações Fonte: Dados coletados pelos pesquisadores 65

Desenvolvimento e validação de metodologia analítica para determinação de espectrofotométrica ... Tabela 2. Nitrato de cálcio (Representa medidas em altas concentrações) concentrações Fonte: Dados coletados pelos pesquisadores tos relacionados serão tratados por estatística descritiva (Média ± Desvio Padrão)e por estatística inferencial ( Teste T de Student para uma única amostra), tendo como referência os valores utilizados em tabelas de com- posição de alimentos ( TACO e IBGE). Aspectos Éticos O presente trabalho não está sujeito a resolução 466/12 pelo fato em não tratar-se de uma pesquisa relacionada com seres vivos, mas sim, relacionado diretamente a química analítica. Os resultados dessa pes- quisa serão apresentados em sala de aula de uma instituição de ensino superior privada, em apresentação oral e escrita. RESULTADOS E DISCUSSÃO Análises qualitativas Conforme o que pode ser visto, pode-se perceber a capacidade em determinar a presença do analito em diferentes faixas de concentração. De acordo com os parâmetros de validação, por tratar-se de um resultado parcial, só é possível ainda perceber a sensibilidade do método. 66

Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva Foram feitos vários níveis de concentração, por conta da necessidade no processo de validação, que segundo a INMETRO (2011), são no mínimo cinco concentrações, para que se saiba assim a resposta medida. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir deste estudo observou-se que o desenvolvimento e a vali- dação desse método analítico para determinação espectrofotométrica de cálcio, esta obtendo êxito em seus resultados, seguindo todos os critérios qualitativos e quantitativos, sendo assim desta maneira de grande valia para a ciência de forma geral agregando várias áreas, e em especificidade a Nutrição, oferecendo um suporte a mais para estudos que envolvem, por exemplo, a bromatologia, química analítica e bioquímica no qual, são espe- cialidades que envolvem composição nutricional e aporte necessário para um melhor conhecimento sobre tal assunto. REFERÊNCIAS BRASIL, Resolução (RDC) n° 210, de 04 de agosto de 2003. Atualiza as Boas Práticas de Fabricação de medicamentos com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento de novas tecnologias. Diário Oficial [da] Republica Fe- derativa do Brasil, Brasília, DF, 14 de agosto de 2003. BEDANI, R.; ROSSI, E.A.; O consumo de cálcio e a osteoporose. Semina: Ci- ências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 26, n. 1, p. 3-14, 2005. Apostila: Análise Instrumental Orientação sobre validação de métodos analíticos. INMETRO, 2011. FONSECA, J. J. S.Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC,2002. Apostila GUÉGUEN, L. POINTILLART, A. The Bioavailability of dietary Calcium. J Am Coll Nutr 2000;19(2):119S-36S. HEANEY, Robert P. Calcium intake and disease prevention. Creighton Uni- versity, Omaha, NE, USA, 2006. Holt PR: Calcium, vitamin d, and cancer. In: Weaver CM, Heaney RP, editors. 67

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O Conhecimento dos acadêmicos de nutrição sobre os fitoterápicos Laís Moreira de Carvalho Rodrigues-UNIFSA Mykaelly Rhayllany Rosa da Silva Campelo-UNIFSA Francisco Honeidy Carvalho Azevedo-UNIFSA INTRODUÇÃO A fitoterapia baseia-se em uma “terapia que se utiliza de plantas me- dicinais em suas diversas formas farmacêuticas, sem a adição de plantas ativas isoladas, mesmo providas de origem vegetal”. O uso de plantas medicinais no tratamento e na cura de diversas patologias é uma ciência milenar e antiga originando-se desde os primórdios da humanidade. Essa medicina popular de- senvolveu-se do acumulo de informações passada por sucessivas gerações. Conforme a Anvisa (2014), fitoterápicos são produtos obtidos de maté- ria-prima vegetais com princípio ativo, exceto substâncias isoladas, com fina- lidade profilática, curativa ou paliativa, podendo ser simples proveniente de uma única espécie vegetal ou composto quando o princípio ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal. Segundo Rosa et al. (2012) as principais partes de plantas medicinais utilizadas na fitoterapia são a raiz, caule, folhas por pos- suírem substâncias ativas que são empregadas na obtenção do medicamento conhecidos como fitoterápicos.

VERSÃO TESTEO Conhecimento dos acadêmicos de nutrição sobre os fitoterápicos A prescrição de fitoterápicos deve ser avaliada e realizada por pro- fissionais com titulação adequada, um especialista em fitoterapia. Consi- derados medicamentos naturais tem-se a falsa crença de que não existem efeitos colaterais. Sabe-se que esses extratos vegetais se utilizados de for- ma errada possuem inúmeros efeitos colaterais sendo que altas dosagens podem levar a morte do paciente. A fitoterapia é uma MTA (Medicina Tradicional e Alternativa) que tem como emprego o uso dos benefícios desses extratos naturais no pro- cesso de manutenção, cura e promoção da saúde dos indivíduos. Visto pelo SUS (Sistema Único de Saúde) como uma maneira de baratear e ampliar a obtenção dos medicamentos pela população brasileira sendo implementada a fitoterapia na rede médica e hospitalares de saúde, be- neficiando principalmente a população de baixa renda. O Brasil como grande detentor de diversos biomas naturais, tem- se em sua flora uma grande vantagem no manejo, aperfeiçoamento, fabrica- ção e formulação de medicamentos naturais fitoterápicos no tratamento de diversas patologias. Nos últimos anos observou-se a modificação do estilo de vida e o elevado aumento das DCNT (Doenças Crônicas Não- -Transmissíveis) como a obesidade, câncer, diabetes, sendo um problema de saúde pública não somente no Brasil, mas no mundo. A falta de investimento e o desinteresse em pesquisa nos últimos anos na área de desenvolvimento de produtos farmacológico naturais vem acarretando grande déficit financeiro devido a compra de caros medica- mentos e tendo como resultado à falta destes, para serem distribuídos para a população. O nutricionista como parte da equipe multidisciplinar de saúde tem o dever na promoção, prevenção e no tratamento da saú- de do indivíduo ou população associados a manutenção ou melhora do estado nutricional através de uma prescrição dietética adequada e com a utilização dos benefícios desses extratos vegetais buscar a homeostase da saúde do paciente. Tema Fitoterápicos. Problema Qual a relação entre as fontes de informações sobre os fitoterápi- cos e a percepção dos acadêmicos em relação ao potencial terapêutico das plantas medicinais na alimentação? 74

Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva Justificativa Uma grande parte da população brasileira, de classe social de baixa renda, tem uma dificuldade de obter medicamentos prescritos pelos mé- dicos ou desembolsar para serviços hospitalares. Essas pessoas que não tem como arcar com tais custos, a cada vez mais, procuram outras formas de tratamento, como a utilização de plantas medicinais brasileiras, dando preferência aos tratamentos naturais, mesmo com pouco conhecimento sob qualquer aspecto científico (CITADINI-ZANETTE, 2017). Serviços de saúde pública, como o SUS recomendam medicamen- tos fitoterápicos, para aplicações ginecológicas, em tratamento de quei- maduras, úlcera e gastrite, por exemplo, assim como em várias outras patologias. A aplicação de medicamentos fitoterápicos, industrializados ou manipulados, drogas vegetais ou plantas medicinais frescas, são ofer- tadas pela política, onde 12 mil indivíduos são beneficiados anualmente (BRASIL, 2016). É importante que possamos ampliar o acesso ao conhecimento de fitoterápicos, não menos que em áreas de saúde, como a nutrição, que futuramente terão contato direto com pessoas que necessitarão de referências para serem adotados em tratamentos patológicos ou na utilização diária na alimentação, também para a estabilidade dos efeitos terapêuticos e segurança dos indivíduos, participando de forma relevante para o bem-estar da população brasileira. OBJETIVO GERAL • Analisar o conhecimento dos graduandos em nutrição sobre o potencial dos fitoterápicos. Objetivos Específicos • Descrever características sócio-demográficas dos acadêmicos de nutrição. • Correlacionar as principais fontes de informação dos graduan- dos sobre o uso de fitoterápicos na alimentação. • Identificar o grau de informação dos acadêmicos de nutrição sobre as principais plantas medicinais usadas na alimentação e seus efeitos terapêuticos. 75

O Conhecimento dos acadêmicos de nutrição sobre os fitoterápicos METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória com abordagem qualitativa. O campo de investigação utilizado foi uma instituição de ensino superior privada na cidade de Teresina-PI, no qual oferece o curso superior de Nutrição. Os sujeitos da pesquisa foram acadêmicos do curso de Nutrição, que estudam no período da tarde, tratando-se do 2º, 3º, 6º e 7º período, sendo do sexo feminino e masculino, com a idade mínima de dezoito anos. A amostra foi probabilística e serão designadas como “depoente nº”. Para um universo de 142 alunos, considerando erro amostral de 5%, para populações com distribuição heterogênea. O tamanho da amostra foi de 104, baseada no DIMAM 1.0. Os riscos foram mínimos, onde a demanda de tempo poderia causar desconforto, procurando atendê-los da melhor forma e no menor tempo possível, respondendo o questionário no horário que não afetasse suas atividades acadêmicas. Para os sujeitos que participaram da pesquisa o benefício foi o estímulo à reflexão sobre o uso de fitoterápicos na dieta. Para a realização da coleta de dados foram efetuadas por meio de um Questionário Estruturado pelas pesquisadoras, e o preenchimento do do- cumento foi realizado pelos sujeitos da pesquisa, sendo as variáveis nomi- nais e ordinais, como a idade, sexo, os períodos dos estudantes (2º, 3º, 6º e 7º), percepção sobre as fontes e qual a frequência das informações sobre os fitoterápicos pelos acadêmicos. A coleta ocorreu na própria instituição de estudo dos participantes, após a autorização da instituição e aprovação do Comitê de Ética (com o CAAE: 80543117.8.0000.5602 e o Número do Parecer 2.423.413), no período de abril a junho de 2018, durante as visitas realiza- das em sala de aula dos discentes de nutrição. Após a execução das coletas, os pesquisadores verificaram a contagem e o estudo dos questionários para iniciação a tabulação dos dados em programa específico, o programa estatís- tico software Statistical Package for Social Science (SPSS) for Windows versão 16.0 para análise dos dados, quanto aos objetivos e hipóteses criados pelos pesquisadores durante o decorrer da realização do projeto de pesquisa. No presente estudo o intervalo de confiança adotado é de 95%, o ní- vel de significância será estabelecido (0,05). Os resultados alcançados serão exibidos na forma de tabelas e gráficos, em apresentação oral e escrita e o relatório final será enviado ao local da pesquisa. Este estudo adotou como processos éticos a formatação da ABNT (Associação Brasileira de Normas Téc- nicas), e as normas estabelecidas no Manual de Normalização e Estrutura de Trabalho de Conclusão de Curso e no Manual de Trabalho de Conclusão 76

Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva de Curso do curso de Nutrição. Os dados foram colhidos pelas próprias pes- quisadoras, mediante a explicação dos objetivos da pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos sujeitos, que informa so- bre os objetivos, onde o sujeito está ciente da pesquisa, garantia de acesso e liberdade com direito a confidencialidade, sendo que em caso de desistência Tabela 1 - Perfil dos acadêmicos de Nutrição, Teresina.Pi, 2018 Fonte: Dados coletados em pesquisa através do questionário realizado com acadê- micos de Nutrição no período de abril de 2018 isso não causará dano nenhum ao sujeito. O trabalho encontra-se em anda- mento, portanto os resultados apresentados são parciais. RESULTADOS E DISCUSSÃO As características sócio-demográficas dos 104 acadêmicos de Nutri- ção, associados na perspectiva deste estudo apresentam-se na Tabela 1 e são as seguintes: 77

O Conhecimento dos acadêmicos de nutrição sobre os fitoterápicos Conforme a tabela acima, identificamos o perfil da maioria dos gra- duandos de nutrição por sexo, prevalecendo o feminino (84,6%), onde o maior número de alunos encontra-se matriculados no sétimo período do curso de Bacharelado em Nutrição. Resultado similar foi identificado por Moura et al. (2016) e por Oliveira, Mezzomo e Moraes (2018), onde a maio- ria dos sujeitos desta pesquisa é do sexo feminino. Sobre este predomínio no meio acadêmico de saúde, identifica-se que esta é uma tendência mun- dial. Vale destacar que essas mudanças de ingresso das mulheres nos cur- sos de saúde datam o início do século XXI, visto que em períodos passados elas eram conceituadas com perfil impróprio para o desempenho de profis- sões. De fato, as pesquisas apontam a ampliação da influência feminina e a gradativa introdução da mulher no mercado de trabalho do setor saúde, em que já representa mais de 70% da força de trabalho (CARVALHO et al., 2017). A faixa etária compreendida foi de 18 a 59 anos, sendo a média de idade de 23 anos. Caracterizando-se o perfil dos academicos de nutrição pela faixa etária, visto uma prevalência entre as idades de 18-32 anos (94,2%) em todos os periodos observados. A participação dos sujeitos com idade jovem pode ser considerada como fator positivo, pois esses terão maiores oportunidades antecipadamente e perspectiva de progresso. Di- ferente do estudo realizado por Santos e Vilanova (2017), os entrevistados foram representados por adultos, seguido por idosos, afirmando que estes possuem uma maior experiência e quando se refere aos adultos, é associa- do uma maior aderência a participar de pesquisas. Do mesmo modo, pôde-se constatar através da tabela, a renda fa- miliar nos períodos analisados, demonstrando que a maioria dos alunos possuía renda familiar entre 1-2 salários mínimos. Além disso, associa-se Tabela 2 - Conhecimento dos sujeitos da pesqluisa sobre os fitoterápicos. Fonte: Dados coletados em pesquisa através do questionário realizado com acadê- micos de nutrição, no período de abril de 2018 78

Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva o fato dos acadêmicos serem jovens e passarem grande parte do tempo investindo nos estudos e dedicando-se às atividades acadêmicas, dificul- tando a inserção no emprego. Em relação ao conhecimento sobre os fitoterápicos, observaram-se que cerca de 73,07% dos graduandos de nutrição afirmaram conhecer os fitoterápicos e na concepção da minoria 26,92%, não sabem o que significa a palavra fitoterapia conforme pode ser observado no gráfico 7. Resultado semelhante foi encontrado por Faria et al. (2017) e Moura et al. (2016), onde a maioria dos acadêmicos compreende o conceito de fitoterápicos, respectivamente, 88,34% e 75,68 %, indicaram que conheciam o conceito de fitoterapia. O conhecimento a respeito da fitoterapia é de extrema im- portância, pois assim como os medicamentos alopáticos, a fitoterapia pos- sui seus efeitos adversos. De acordo com Nascimento Júnior et al. (2016) quando questionados os profissionais da saúde sobre o conhecimento do Tabela-3 Fitoterápicos conhecidos pelo sujeito do estudo. Fonte: Dados coletados em pesquisa através do questionário realizado com acadê- micos de nutrição, no período de abril de 2018 79

O Conhecimento dos acadêmicos de nutrição sobre os fitoterápicos uso de fitoterápicos, observou-se que 95 do total: 29 médicos, 36 enfermei- ros e 22 cirurgiões dentistas, 6 farmacêuticos e 2 nutricionistas responde- ram que possuía conhecimento sobre fitoterápicos. No caso relacionado as plantas medicinais mais conhecidas, os aca- dêmicos nomearam as seguintes: Erva Cidreira (9,61%), Boldo-do-Chile (7,69%), Chá verde e Mastruz (5,76%), Canela e Laranja (2,88%) e Alcacho- fra, Cacau, Caju, Capim santo, Carqueja, Unha de gato, Erva-mate, Limão- -verde, Melão, Pimenta Vermelha, Quiabo e Tamarindo citados por apenas um indivíduo (0,96%). É importante observar que nem todos os sujeitos foram capazes de informar ou citar algum fitoterápico 50%(n=52). Em um estudo realizado por Vieira (2017), relacionado a utilização de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, podemos observar que algumas plantas citadas no estudo não apareceram na presente pesquisa, porém plantas como erva cidreira, capim santo, hibisco, limão, quiabo e mastruz aparecem em ambos. A erva cidreira, apresentada em destaque também no estudo de Rodrigues, et al. (2017), fitoterápico de grande co- nhecimento tanto popular como científico pelo fato de possuir fim terapêu- tico bastante eficaz. Tabela 4 - Fontes de informações adotados pelos sujeitos do estudo Fonte: Dados coletados em pesquisa através do questionário realizado com acadê- micos de nutrição, no período de abril de 2018 O tipo de fontes de informações mais citados pelos graduandos de nutrição foi à internet com 23,6% visto que os mesmos possuem um maior 80

Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva acesso aos conteúdos de informações científicas no meio virtual. Diferente do estudo feito por Araújo et al. (2014) no qual os participantes relataram Tabela 5 – Potencial dos Fitoterápicos, dados da pesquisa Variável/Categoria Períodos 7º Total % 1 Baixo 2º 3º 6º 10 3 45,9 % Médio 0 11 20 27 70,4 % Alto 2 69 0 46 41,3 % Sem efeito 5 12 9 0 0 00 0% Fonte: Dados coletados em pesquisa através do questionário realizado com acadê- micos de nutrição, no período de abril de 2018 que o conhecimento sobre a utilização de plantas medicinais foi adquiri- do com parentes (84%), amigos (9%), meios de comunicação (televisão – 2,6%), médico (1,5%), revista (1,5%), além de outros (1,4%). De acordo com estudos de Bruning (2012), foram entrevistados profis- sionais da área da saúde no quais seis relatam o acesso as informações sobre os fitoterápicos através do conhecimento popular, dois através de periódicos e quatro de meios de comunicação e outros quatro citaram mais que uma opção. Segundo Araújo (2012) a internet é uma fonte vasta de pesquisas e conteúdo, Tabela 6- Número de acertos considerando o fitoterápico e o seu efeito terapêutico Fonte: Dados coletados em pesquisa através do questionário realizado com acadê- micos de nutrição, no período de abril de 2018 81

VERSÃO TESTEO Conhecimento dos acadêmicos de nutrição sobre os fitoterápicos torna-se dinâmico o processo educativo. Nos últimos anos as mudanças tec- nológicas auxiliaram no desenvolvimento social, ampliando o acesso à infor- mação. Na tabela 5, observamos que a maioria dos acadêmicos de nutrição (70,4%) afirmaram que os fitoterápicos possuem potencial médio de efeito te- rapêutico, (45,9%) responderam que o potencial terapêutico é baixo, (41,3%) responderam que o potencial terapêutico é alto e (0%) constataram que os fitoterápicos não possuíam efeito. Diferente do estudo de Badanai, (2011) na qual observou-se que os profissionais de saúde, que quase sempre sem in- formação, acabam prescrevendo fitoterápicos acompanhando de alopáticos por julgar que por serem produtos naturais são isentos de efeitos colaterais. Na tabela 6, considerou o elevado índice de conhecimento sobre o Maracujá (28,63%), seguido pela camomila (25,11%). Esses são semelhantes, com efeitos terapêuticos, popularmente conhecidos e indicados por profissionais da saúde, que associam à redução da ansiedade e calmantes naturais, de acordo com Nascimento Júnior et al. (2016). CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo integra uma pesquisa em andamento, cujo objetivo é ana- lisar o conhecimento dos graduandos de nutrição sobre os fitoterápicos. No qual os resultados preliminares mostram a predominância dos participan- tes são do sexo feminino (84,6%), o maior número de alunos encontra-se matriculados no sétimo período. A faixa etária compreendida foi de 18 a 59 anos, a prevalência de idade foi entre 18-32 anos (94,2 . A renda familiar nos períodos analisados, teve como prevalência a renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos. Em relação ao conhecimento sobre os fitoterápicos, observaram-se que cerca de 73,07% dos graduandos de nutrição afirmaram conhecer os fitoterápicos. Constatou-se que as plantas medicinais mais co- nhecidas pelos acadêmicos foram a Erva Cidreira (9,61%), Boldo-do-Chile (7,69%), Chá verde e Mastruz (5,76%), Canela e Laranja (2,88%). Em relação à fonte de informação, a mais citada pelos participantes foi à internet, visto que o mesmo possui um maior acesso aos conteúdos de informações científicas no meio virtual. A maioria dos acadêmicos de nutrição (70,4%) afirmou que os fitoterápicos possuem potencial médio de efeito terapêutico. Além disso, apresentar o relatório da pesquisa em con- gressos da área e publicá-los em revistas científicas enriquecendo a litera- tura existente, para que seus resultados possam atingir um maior número de acadêmicos que cursam Nutrição e profissionais como nutricionistas, 82

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Descrição da presença de aditivos químicos em produtos ultraprocessados e os riscos à saúde infantil Natiele Bezerra Silva Valéria Magna das Chagas Moura Daniela Fortes Neves Ibiapina INTRODUÇÃO A infância consiste no período mais importante para a formação e estabelecimento dos hábitos alimentares. O contato com a família, o convívio em sociedade, a influência da mídia, as características genéticas e demais fatores são os responsáveis por influenciar as preferências e aversões em relação aos alimentos que irão repercutir de diferentes for- mas ao longo de toda à vida. Por se tratar de uma fase de intenso crescimento e desenvolvimen- to, existe a grande necessidade de se promover uma alimentação adequada com o objetivo de suprir as demandas nutricionais, porém, não é isso que se observa em boa parte dos casos. Gradativamente estão ocorrendo modifica- ções nos hábitos alimentares da população, caracterizadas principalmente pela substituição dos alimentos naturais por alimentos ultraprocessados.

Descrição da presença de aditivos químicos em produtos ultraprocessados e os riscos ... A elevada diversidade e disponibilidade dos produtos industrializa- dos e ultraprocessados levaram a um acréscimo no consumo dos mesmos no Brasil, que acabou incorporando práticas alimentares típicas de outros países, como a ingestão elevada de embutidos, enlatados, bebidas açu- caradas e diversas guloseimas, tendo como justificativa para tal, o baixo custo, durabilidade e praticidade que eles oferecem. Porém, mesmo sen- do deliciosos ao paladar, estes produtos alimentícios não fazem bem ao organismo, geralmente são ricos em gorduras e açucares e pobres em nu- trientes. Além disso, com essas alterações no padrão alimentar, surge pre- ocupações e questionamentos em relação aos aditivos químicos presen- tes nesses alimentos industrializados. De acordo com a Portaria Nº 540 - SVS/MS, de 27 de Outubro de 1997, aditivo alimentar é um ingrediente normalmente não nutritivo adicionado de forma intencional, com o ob- jetivo de melhorar a aparência, aroma, sabor, cor, textura e conservação durante todas as etapas de processamento. Segundo Ferreira (2015), devido as suas variadas funções, os adi- tivos químicos estão sendo cada vez mais inseridos precocemente e de forma elevada na alimentação trazendo sérios problemas de saúde a curto e longo prazo, principalmente para as crianças, que são os maio- res consumidores desses produtos. A indústria investe maciçamente na adição desses ingredientes em alimentos direcionados ao público infan- til, pois ao melhorar as suas características organolépticas torna-os mais atrativos e desejados. Apesar da importância dos aditivos no processamento dos ali- mentos, segundo diversos estudos já publicados, a ingestão de algumas classes dos mesmos, como os corantes, por exemplo, está relacionada com o surgimento de diversos agravos a saúde. Essas consequências ainda são pouco divulgadas e conhecidas pela sociedade ao contrário do marketing destes alimentos que cresce cada vez mais, o que torna imprescindível o conhecimento das propriedades e características des- tes produtos. Diante do exposto, torna-se essencial analisar os produtos ali- mentícios destinados ao público infantil, tendo em vista a sua ingestão excessiva e as consequências que os aditivos alimentares podem trazer, tanto nessa fase, como na fase adulta. Este trabalho tem como objetivo identificar os principais aditivos químicos presentes nos alimentos ul- traprocessados oferecidos às crianças e verificar na literatura científica os riscos que estes esses produtos podem trazer a saúde infantil. 92

Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma pesquisa com delineamento trans- versal, dividida em duas partes, sendo a primeira a análise dos rótulos de produtos alimentícios ultraprocessados voltados ao público infantil quanto a presença de aditivos químicos, e a segunda, a relação dos riscos que os aditivos mais presentes podem trazer a saúde infantil. Inicialmente, para a delimitação da amostra realizou-se uma pesquisa em 5 grandes supermer- cados da cidade de Teresina-Piauí com o objetivo de conhecer os produtos ofertados. Para a escolha dos alimentos utilizou-se os seguintes critérios de inclusão: produtos alimentícios que atendiam a definição e exemplifica- ção de “ultraprocessados” segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira – 2014 e à definição de propaganda/publicidade/promoção co- mercial de alimento destinada a crianças da RDC nº 24/201011, produtos alimentícios que apresentavam em sua rotulagem e/ou marketing comer- cial, aspectos que caracterizam publicidade abusiva à criança conforme a RDC nº 163/2014 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA e produtos ultraprocessados que apresentavam simultaneamente as três marcas escolhidas nos cinco supermercados. Dessa forma, foram selecionadas 3 marcas de 17 alimentos ultraprocessa- dos disponíveis nas prateleiras, totalizando 51 rótulos a serem analisados. Para a coleta dos dados realizou-se uma busca dos rótulos nos endereços eletrônicos (sites) das marcas selecionadas de cada alimento. Algumas marcas não possuíam endereço eletrônico ou não disponibilizavam esta Quadro 1 – Grupos de alimentos e produtos alimentícios analisados. Grupos de alimentos Produtos alimentícios Doces Biscoitos recheado, biscoito tipo “waffle”, bis- coito tipo “cookies”, bolo pronto, cereal matinal, Salgados gelatina, bala de goma, goma de mascar, pirulito Bebidas industrializadas e confeitos de chocolate. Salgadinho de milho e batata frita ondulada. Achocolatado, leite fermentado, iogurte, suco de caixinha e refrigerante. FONTE: Dados da pesquisa, 2018 93

Descrição da presença de aditivos químicos em produtos ultraprocessados e os riscos ... rotulagem, neste caso, as pesquisadoras adquiriram os produtos. Os da- dos foram organizados, de forma que fosse possível avaliar quantitativa- mente e qualitativamente a presença de aditivos. Para uma melhor dis- posição dos resultados, os 17 tipos de alimentos ultraprocessados foram separados em 3 grupos descritos no quadro a seguir, sendo especificados como grupo I, grupo II e grupo III respectivamente. A relação dos três aditivos químicos mais encontrados nestes rótulos com os possíveis riscos à saúde foi feita através de pesquisa bibliográfica nas bases de dados do Scielo e PubMed utilizando-se os descritores: “con- sumo alimentar infantil” “aditivos químicos” e “riscos à saúde infantil”. Uti- lizaram-se como critério de inclusão os artigos datados de 2008 a 2018, os que tratavam sobre as classes de aditivos: aromatizantes, corantes e acidu- lantes, visto que foram os aditivos mais encontrados, e os que descreviam quais os riscos que os mesmos podem trazer a saúde infantil. Dessa forma, foram encontrados 25 artigos, dos quais foram utilizados 15 artigos cientí- ficos. Por fim, para a análise estatística dos dados utilizou-se o programa Excel. As variáveis foram apresentadas por meio da estatística descritiva: números e proporções. RESULTADOS E DISCUSSÃO Gráfico 1. Percentual (%) das classes de aditivos com maiores frequências. FONTE: Dados da pesquisa. 94

Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva A partir da análise das rotulagens dos produtos, foi possível identi- ficar quais as 3 classes de aditivos presentes em maior quantidade nestes alimentos (gráfico 1). Sendo elas os aromatizantes, presentes em 98% dos rótulos, corantes (principalmente os artificias) em 67% e acidulantes em 57%. Em um estudo realizado por Pereira et al., (2015), os resultados indi- caram que os aromatizantes também estavam entre os aditivos mais pre- sentes em todas as categorias de alimentos avaliadas. No trabalho realizado por Silva (2016) que analisou produtos alimentícios ofertados à população infantil, e no trabalho de Albuquerque (2012), os aromatizantes também estiveram presentes em grande número dos produtos analisados. Segundo Honorato (2013), os aromatizantes possuem especial im- portância por conferirem propriedades sensórias que caracterizam cada sabor e aroma dos mais diversos produtos. Grande parte do sabor de um alimento é diretamente influenciado pelo seu aroma e em meio a uma grande variedade de opções e novos alimentos surgindo no mercado, são as características diferenciais que vão determinar a aceitação do produto pelo consumidor, no entanto, quando consumidos em excesso, esses aditi- vos podem trazer sérios danos à saúde. De acordo com a Resolução - RDC nº 2, de 15 de Janeiro de 2007 que trata sobre o Regulamento Técnico sobre aditivos aromatizantes, os mes- mos podem ser classificados como aromatizantes naturais e aromatizantes sintéticos, estes compreendem os aromatizantes idênticos ao natural e os artificiais. No presente estudo 78% dos rótulos que continham os aromati- zantes não especificaram qual o tipo de aromatizante estava sendo utiliza- do, o que impossibilitou sua classificação. Segundo Honorato et al (2013), não há perigo de toxicidade nos aromatizantes naturais, já nos artificiais, quando aplicados em baixa dose, não há risco. Quando as doses são elevadas, podem provocar ações irritantes e narcóticas, outros podem produzir toxicidade crônica em longo prazo, sempre que sejam empregados em doses superiores às recomendações. A literatura destaca também que doses elevadas de aromatizantes sin- téticos foram relacionadas, em alguns estudos, a reações de irritabilida- de e narcóticas podendo trazer problemas de retardo de crescimento in- fantil e câncer quando há uma exposição excessiva e prolongada dessas substâncias (POLÔNIO; PERES, 2009; HONORATO; NASCIMENTO, 2011; FERREIRA, 2015). De acordo com Albuquerque (2012), os aromatizantes não preju- dicam a saúde, visto que estes apenas realçam o aroma. Porém, Ferrei- ra (2015) também afirma que doses elevadas de aromatizantes podem 95

Descrição da presença de aditivos químicos em produtos ultraprocessados e os riscos ... trazer malefícios à saúde, inclusive ocasionar irritabilidade e retardo do crescimento infantil. Oliveira et al., (2006) acrescenta que os aditivos químicos como os aromatizantes e corantes podem provocar urticária, angioedema, broncoespasmo e choque em alguns indivíduos. Apesar dos escassos estudos sobre o consumo de aditivos e efei- tos à saúde coletiva, em particular à saúde infantil, a revisão sistemáti- ca da literatura realizada por Polônio e Peres (2009) apontou a criança como um consumidor potencial de alimentos com aditivos alimentares, nomeadamente corantes artificiais. Os corantes que são muito utiliza- dos para colorir balas e caramelos são considerados maléficos à saúde humana (MILITÃO, 2009). A toxicidade dos corantes sintéticos e os riscos que estes podem causar à saúde é objeto de discussão atualmente. Problemas de saúde, como alergias, rinite, broncoconstrição, hiperatividade, danificação cro- mossômica ou tumores, têm sido reportados pela literatura, relacionan- do-os ao uso de corantes (ANASTÁCIO et al., 2016). Estudos recentes mostram que os corantes artificiais são cancerí- genos, podem causar dermatite alérgica e irritação da pele (HAMERSKI, 2013). Há casos comprovados de que uma criança, ao consumir um piru- lito que contenha algum tipo de corante e que seja alérgico a este, pode vir a falecer caso não seja medicada a tempo (MILITÃO, 2009). Os corantes se utilizados em níveis superiores aos permitidos pe- las legislações podem ser tóxicos e as consequências vão desde alergias, hiperatividade, até riscos de câncer (SIQUEIRA et al, 2011). No ano de Gráfico 2. Tipos de corantes presentes nos produtos ultraprocessados analisados. FONTE: Dados da pesquisa 96

VERSÃO TESTE Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva 2013, no Brasil, foi realizado um estudo exploratório-descritivo sobre o uso de corantes artificiais. Foi observado que eles são importantes para a aparência e aceitação do produto, porém estão diretamente relacio- nados com a hiperatividade (SÁ et al, 2016). Segundo Polônio e Peres (2009), quanto à presença de corantes artificiais, sabe-se que essas substâncias podem ocasionar o apareci- mento de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade – TDHA. Alguns estudos demonstraram melhora no quadro clínico da hiperati- vidade em crianças submetidas a uma dieta isenta desses compostos químicos. Os corantes apresentam efeitos agudos em pequeno prazo, já que o consumo dos mesmos apresenta de modo geral alergias de pele, urticária, hiperatividade em crianças e em longo prazo a possibilidade de evolução das mesmas, podendo desenvolver distúrbios comporta- mentais, emocionais e sociais (GUIMARÃES, 2010). Nos gráficos abaixo é possível identificar quais os tipos de corantes presentes nestes alimentos (gráfico 2) e os tipos de acidulantes (gráfico 3). Nas classes dos corantes e acidulantes foi possível observar uma varie- dade nos tipos destes aditivos descritos na composição dos produtos ali- mentícios analisados e dessa forma, os riscos à saúde infantil que cada uma dessas substâncias pode vir a causar foi descrita de forma individual. De acordo com Polônio e Peres (2012), no Brasil, em se tratando de aditivos alimentares, enfrentamos dois problemas: a facilidade de se ultrapassar a IDA de corantes, já que o limite máximo permitido expresso em mg/100g de produto pronto é elevado, e o número de alimentos colo- ridos que são consumidos habitualmente pela população infantil também é alto. E que a indústria de alimentos não respeita a legislação vigente adicionando corantes a produtos que não deveria constar esse aditivo e acrescentando a outras quantidades acima do permitido. Nesta pesquisa, observou-se que o corante encontrado em maior número foi o Azul Brilhante, estando presente em 47% dos 34 produ- tos que contém esta classe na sua composição. De acordo com Barros e Barros (2010), ele pertence ao grupo dos trifenilmetanos sendo muito utilizado em gelatinas, balas e chicletes coloridos. Existem ainda muitos alimentos de cor violeta (gelatinas, sucos, balas e gomas) que são feitos a partir da combinação deste corante com os de outro grupo. Um aspecto acentuado sobre os corantes azuis é que são todos proibidos nos Estados Unidos, mas autorizados na Europa, além de fazer parte de um grupo onde muito se discute quanto a sua real segurança, por isso seu uso é controlado em certos países. Outros corantes citados de forma significativa foram o vermelho 40 e 97

Descrição da presença de aditivos químicos em produtos ultraprocessados e os riscos ... o amarelo tartrazina, presentes em 32% destes produtos. Dentre os aditi- vos mais genotóxicos existentes estão os pertencentes ao grupo “Azo”, um derivado nitroso capaz de ocasionar reações de hipersensibilidade e tem sido foco de estudos de mutagênese e carcinogênese por produzir, após ser metabolizado pela microflora intestinal, amina aromática e ácido sulfaníli- co, compostos com alto potencial cancerígenos (MOUTINHO, BERTGES; AS- SIS, 2007; FREITAS, 2012). Segundo Gomes (2012), dentre os corantes que fazem parte desse grupo estão a tartrazina e o vermelho 40, encontrados em alimentos como sucos artificiais, balas, gelatinas, iogurtes, refrigerantes e outros produtos coloridos artificialmente. Entre os corantes “azo”, a tartrazina tem o maior respaldo sendo re- lacionada com diversas reações de hipersensibilidade como urticária, asma, náusea, anafilaxia, vômitos, dermatite, dor de cabeça, eczema, angioede- ma, bronquite, renite e broncoespasmos. Em doses elevadas induz à lesão no DNA em estômago, cólon e bexiga urinária possibilitando o surgimento de câncer em longo prazo (FREITAS, 2012). Além disso, pode desencadear hipercinesia, distúrbios de comportamento, e eosinofilia (POLÔNIO, 2010). De acordo com Dall’ Agnol et al (2013), uma grande parcela da popu- lação mundial apresenta alguma reação adversa à tartrazina, principalmen- te quando ingerida precocemente antes de um ano de idade. Em alguns países da Europa a tartrazina foi proibida devido aos seus efeitos deletérios, porém no Brasil esse é um dos corantes mais aplicados em alimentos, es- tando presentes na maioria dos produtos industrializados. A tartrazina, já conhecida como causadora de várias alergias alimentares é proibida em muitos países, mas ainda utilizada no Brasil não só em alimentos como tam- bém em medicamentos (BARROS; BARROS, 2010). Segundo Anastácio et al (2016), a tartrazina vem sendo estudada desde os anos 70 nos Estados Unidos, sendo descoberto, nesta época, seu potencial de desencadear efeitos adversos quando consumida. Por isso, desde a década de 80, a Food and Drug Administration - FDA exige que o dito corante esteja listado no rótulo de todos os produtos que a contem. Tal imposição foi seguida pela Anvisa no Brasil, sendo uma obrigação o alerta da presença da tartrazina em rótulos desde 2002. Uma pesquisa que analisou a concentração de tartrazina em alimen- tos consumidos por crianças e adolescentes observou uma média signifi- cativa em grande parte dos alimentos industrializados comuns entre essa faixa etária e, observou também que as quantidades de tartrazina encon- trada em sucos em pó e pó para gelatina encontravam acima dos valores preconizados pela legislação (PIASINI et al., 2014). Crianças hiperativas apresentam hipercinesia, irritabilidade, impul- 98

Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva sividade, déficit de atenção, consequentemente, dificuldade de aprendiza- gem e excesso de distração. Quando não corretamente assistidas, ficam propensas a desenvolverem distúrbios comportamentais, emocionais e so- ciais além de levarem o transtorno para a vida adulta (GUIMARÃES, 2010; SOUZA; FRIGHETTO; SANTOS, 2013). A ligação direta entre aditivos alimen- tares e hipercinesia despertou a atenção científica após resultados de que 40% das crianças hiperativas ou que apresentavam distúrbios de aprendiza- gem amenizavam tais sintomas (PIASINI et al., 2014). Segundo Sá et al (2016), dentre os aditivos alimentares relacionados ao Transtorno de déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), prevalecem os corantes, e destes a tartrazina foi o mais implicado. A exclusão dos co- rantes artificiais na dieta de indivíduos com TDAH teve efeitos estatistica- mente significativos, com melhora dos sintomas teste transtorno, sendo as crianças o público mais afetado, em razão do consumo potencial de alimen- tos com aditivos e da imaturidade do sistema imune e gastrointestinal. Outros pesquisadores também apontam que a tartrazina, juntamen- te com outros corantes são altamente consumidos em merendas escolares e estão presentes em diversos alimentos consumidos pelo público infantil. Interessantemente, pesquisas indicaram que, 60% das crianças, de um gru- po testado, consumidoras de alimentos com alto teor destas substâncias têm maior tendência a desenvolver hiperatividade. A maioria das crianças Gráfico 3. Tipos de acidulantes presentes nos produtos ultraprocessados analisados. FONTE: Dados da pesquisa 99

Descrição da presença de aditivos químicos em produtos ultraprocessados e os riscos ... inicia o consumo de produtos com a presença de tartrazina antes dos 2 anos de idade, e o pó para gelatina era introduzido até 1 ano em 95% dos casos. (PRADO; GODOY, 2003; SCHUMANN; POLÔNIO; GONÇALVES, 2008; MATSUO et al., 2013). Por fim, além das classes de aditivos citadas, também foi encontrado em quantidade significante os acidulantes, sendo o ácido cítrico (76%) e o ácido fosfórico (10%) os mais presentes. O ácido cítrico, um dos acidu- lantes mais comumente usados na indústria de alimentos, pode agir como redutor do pH. Alguns sintomas provocados pela administração de grandes doses de ácido cítrico e citratos assemelham-se aos da deficiência de íon de cálcio, isto é, aumenta a atividade geral, aparece hiperpnéia, vaso-dilata- ção periférica, salivação, convulsões clônicas e tônicas. (SILVA; ROSA; BOAS, 2009; PIRES; MACHADO, 2013). Além disso, segundo Polônio e Peres (2009) e Ferreira (2015) devi- do ao excesso de acidulantes, como o ácido fosfórico, pode haver princi- palmente nas crianças, descalcificação dos dentes e dos ossos, levando ao enfraquecimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo foi possível observar que na maioria dos produtos ali- mentícios ultraprocessados infantis analisados foram encontrados diversos tipos de aditivos e o mais preocupante foi a grande quantidade de aditivos presentes, muitas vezes, em um só produto. Os aditivos mais encontrados foram os aromatizantes, corantes e acidulantes. O consumo em excesso desses alimentos pode ocasionar diversos problemas de saúde nas crianças, por serem as principais consumidoras destes produtos e por sua imaturida- de gastrointestinal. Entre esses problemas pode-se destacar: alergias, com a presença de urticária, angioedema, broncoespasmo e choque, Transtor- no do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, retardo do crescimento infantil, vários tipos de câncer, descalcificação dos dentes e dos ossos, que levam ao enfraquecimento, entre muitos outros. Sendo assim, torna-se imprescindível que haja uma redução no con- sumo desses alimentos e um incentivo ao consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, tendo em vista que estes são considerados saudáveis e contribuem para um adequado crescimento e desenvolvimen- to nessa fase tão importante da vida que é a infância. 100


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