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Livro. História 6 ano

Published by lucasgrisotti15, 2023-07-20 13:35:28

Description: Livro. História 6 ano

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["Cena da Pesagem do Cora\u00e7\u00e3o do Papiro do Livro dos Mortos Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano Outra curiosidade interessante \u00e9 que Pir\u00e2mides de Giz\u00e9 as famosas pir\u00e2mides do Egito, com des- taque para as Pir\u00e2mides de Giz\u00e9 (Queops, No seu livro digital, em Quefren e Miquerinos) n\u00e3o eram templos v\u00eddeos, veja mais sobre o religiosos e nem monumentos feitos com conte\u00fado. o intuito de embelezar a cidade, mas sim t\u00famulos para receber o corpo do fara\u00f3 51 e seus familiares (tanto que o nome das pir\u00e2mides \u00e9 o nome dos soberanos que l\u00e1 foram sepultados). Como este tipo de constru\u00e7\u00e3o chamava muito a aten\u00e7\u00e3o de saqueadores (que sabiam que dentro en- contrava-se todo o tesouro do fara\u00f3), com o tempo este tipo de constru\u00e7\u00e3o foi aban- donada, afinal, nenhum soberano queria correr o risco de ser roubado ap\u00f3s a mor- te! Os t\u00famulos, com isso, a partir da quar- ta dinastia passaram a ser constru\u00eddos mais distantes, no meio do deserto, em um grande cemit\u00e9rio chamado Vale dos Reis. Eram t\u00famulos esculpidos no meio das montanhas rochosas, muito mais dis- cretos e cheio de c\u00e2maras secretas que serviam como armadilhas para poss\u00edveis ladr\u00f5es. Uma importante fonte hist\u00f3rica para o estudo da egiptologia \u00e9 a Pedra de Ro- seta. Encontrada por um soldado de Na-","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva pole\u00e3o Bonaparte durante sua campanha militar no Egito, em 1799, este fragmento de estela foi a chave para a decifra\u00e7\u00e3o dos hier\u00f3glifos, que at\u00e9 ent\u00e3o eram um mist\u00e9rio para os arque\u00f3logos e historiadores. Para se ter uma ideia, muitos estudiosos achavam que estes s\u00edm- bolos n\u00e3o eram uma escrita, mas apenas ornamentos que enfei- tavam templos, pal\u00e1cios e t\u00famulos. Foi gra\u00e7as ao fil\u00f3logo Fran\u00e7ois Champollion (estudioso de l\u00ednguas antigas) que a tradu\u00e7\u00e3o desta escrita foi feita, a partir do texto contido na pedra (o mesmo texto se repetia em hier\u00f3glifo, dem\u00f3tico e grego antigo). Como Champollion era especialista em grego antigo, ele conseguiu atrav\u00e9s das pala- vras-chave Ptolomeu e Cle\u00f3patra, come\u00e7ar a tradu\u00e7\u00e3o do grego para o texto em hier\u00f3glifo e dem\u00f3tico (escrita eg\u00edpcia simplificada, utilizada pelo povo). As pinturas dos templos e t\u00famulos tamb\u00e9m serviram como uma importantes fontes hist\u00f3ricas para se compreender as cren\u00e7a e o cotidiano dos anti- gos eg\u00edpcios. Eles representavam as pessoas com o corpo voltado para frente, mas com a cabe\u00e7a e os p\u00e9s sempre de perfil. In\u00fameras pinturas podem ser admiradas ainda hoje nos templos e t\u00famulos do Antigo Egito, assim como nos papiros com textos sagrados. REGISTRANDO E AMPLIANDO HORIZONTES 1. Qual a import\u00e2ncia dos rios no desenvolvimento das primeiras civiliza\u00e7\u00f5es? 2. A que se refere o termo crescente f\u00e9rtil? 3. O que significa a palavra mesopot\u00e2mia e onde se localiza atualmente esta regi\u00e3o? 4. O que \u00e9 uma cidade-Estado? Pesquise se ainda existe este tipo de configura\u00e7\u00e3o pol\u00ed- 52 tica nos dias de hoje, buscando exemplos.","5. Escreva um pequeno par\u00e1grafo com as informa\u00e7\u00f5es que mais lhe chamaram aten\u00e7\u00e3o Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano sobre cada um destes povos mesopot\u00e2micos: a. Sum\u00e9rios b. Ac\u00e1dios c. Amoritas d. Ass\u00edrios e. Caldeus 6. Explique a import\u00e2ncia dos zigurates para os mesopot\u00e2micos. Nos dias atuais, existe algum tipo de edif\u00edcio que cumpre similar papel religioso? Justifique. 7. Onde se localiza o antigo Egito? Explique a frase \u201cO Egito \u00e9 a d\u00e1diva do rio Nilo\u201d. 8. Explique uma caracter\u00edstica em comum entre a religi\u00e3o eg\u00edpcia e a mesopot\u00e2mica. 9. Por que o Antigo Egito \u00e9 considerado uma teocracia? Ainda existem pa\u00edses teocr\u00e1ti- cos nos dias de hoje? Fa\u00e7a uma pesquisa para escrever os resultados. 10. Por que os eg\u00edpcios mumificavam seus mortos? Como era feito esse processo? 11. Analise o papiro da pesagem do cora\u00e7\u00e3o e explique o significado desse ritual. 12. Qual era a finalidade das famosas pir\u00e2mides Qu\u00e9ops, Qu\u00e9fren e Miquerinos? Horizontal 1. Pedra usada para desvendar os hier\u00f3glifos 4. Primeiro fara\u00f3 que unificou o Egito 5. Rio do Egito 7. Deusa eg\u00edpcia da justi\u00e7a 8. Cidade em que se localizava um bel\u00edssimo jar- dim suspenso 10. O rei ass\u00edrio Assurbanipal mandou construir uma grande\t\t\tem N\u00ednive. Vertical 2. Os eg\u00edpcios acreditavam que as emo\u00e7\u00f5es e os pensamentos provinham deste \u00f3rg\u00e3o 3. Arte de preserva\u00e7\u00e3o do corpo ap\u00f3s a morte 6. Rei que fez um dos mais antigos c\u00f3digos de lei da humanidade 9. Templo mesopot\u00e2mico para louvar os deuses 53","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva Que tal pintar o papiro que mostra o fara\u00f3 fazendo oferendas ao deus R\u00e1? No seu livro digital, em atividades, acesse mais imagens com tem\u00e1- ticas eg\u00edpcias para colorir. 54","COLOCANDO A M\u00c3O NA MASSA Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano O que voc\u00ea acha de ter uma experi\u00eancia de escriba mesopot\u00e2mico, essa t\u00e3o impor- tante classe social que detinha o conhecimento em forma escrita? Ent\u00e3o confira no portal SER a nossa proposta de din\u00e2mica sobre a escrita cuneiforme e m\u00e3os \u00e0 obra! Para esta atividade voc\u00ea ir\u00e1 precisar: 500g de argila fresca; Um palito de churrasco (usado para fazer espetinhos de carne); Jornal; Uma ficha com a tradu\u00e7\u00e3o do alfabeto cuneiforme. No seu livro digital, em atividades, acesse uma ficha com tradu\u00e7\u00e3o do alfabeto cuneiforme. 55","Civiliza\u00e7\u00f5es Cap\u00edtulo Cl\u00e1ssicas: Gr\u00e9cia e Roma 5 Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva MOTIVANDO A PENSAR PROBLEMATIZANDO Agora que estudamos o in\u00edcio das civiliza\u00e7\u00f5es, O termo cl\u00e1ssico \u00e9 uti- com o processo de sedentariza\u00e7\u00e3o do ser humano, lizado como sin\u00f4nimo de forma\u00e7\u00e3o dos primeiros n\u00facleos urbanos e surgi- modelo, algo tradicional e mento do Estado, podemos prosseguir em nossa que nos serve de refer\u00eancia. pesquisa sobre as civiliza\u00e7\u00f5es antigas! J\u00e1 vimos a No entanto, n\u00e3o s\u00f3 a cultura grande civiliza\u00e7\u00e3o Mesopot\u00e2mica, do Oriente M\u00e9- cl\u00e1ssica deve ser valorizada dio, assim como a incr\u00edvel civiliza\u00e7\u00e3o eg\u00edpcia, da como uma importante influ- \u00c1frica. Que tal ent\u00e3o conhecermos duas importan- \u00eancia para a cultura ocidental. tes culturas que se desenvolveram na Europa e que Se pensarmos na culin\u00e1ria, ir\u00e3o influenciar fortemente o modo de vida ociden- m\u00fasica e nos h\u00e1bitos de n\u00f3s tal? Bem vindos \u00e0s Civiliza\u00e7\u00f5es Cl\u00e1ssicas! brasileiros, percebemos o quanto somos herdeiros das Primeiramente \u00e9 importante termos em conta tradi\u00e7\u00f5es ind\u00edgenas e africa- que o termo Civiliza\u00e7\u00f5es Cl\u00e1ssicas, se refere \u00e0s civi- nas. liza\u00e7\u00f5es da Gr\u00e9cia e de Roma do per\u00edodo antigo e que legaram aos Europeus e ao mundo uma forte influ\u00ean- Por que voc\u00ea acredita cia quer seja na literatura, filosofia, manifesta\u00e7\u00f5es ar- que estas influ\u00eancias nem t\u00edsticas e no direito. Elas s\u00e3o referidas sob a mesma sempre s\u00e3o t\u00e3o valorizadas, denomina\u00e7\u00e3o, pois uma \u00e9 considerada herdeira da ou citadas, quanto \u00e0 cl\u00e1ssica? outra, possuindo muitos atributos em comum. A cultura cl\u00e1ssica ainda hoje pode ser percebi- da em nosso cotidiano. A base do sistema jur\u00eddico que utilizamos, por exemplo, \u00e9 o direito romano no qual todas as leis e suas respectivas puni\u00e7\u00f5es est\u00e3o positivadas (escritas). O teatro grego com os famo- sos g\u00eaneros de trag\u00e9dia e com\u00e9dia \u00e9 um referencial n\u00e3o s\u00f3 para pe\u00e7as teatrais, mas novelas, filmes e s\u00e9- ries de televis\u00e3o. A ideia de que corpo e mente est\u00e3o conectados e devem andar lado a lado, afinal corpo s\u00e3o, mente s\u00e3, tamb\u00e9m \u00e9 um belo legado da filoso- fia grega. A pr\u00f3pria l\u00edngua que falamos, o portugu\u00eas, tem origem no latim, do antigo Imp\u00e9rio Romano!","GR\u00c9CIA ANTIGA LINK COM GEOGRAFIA Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano Quando falamos em Gr\u00e9cia Antiga, nos A Gr\u00e9cia Antiga era di- referimos a uma civiliza\u00e7\u00e3o que teve seu in\u00ed- vidida em tr\u00eas por\u00e7\u00f5es ter- cio por volta do s\u00e9culo XII a.C., no territ\u00f3rio da ritoriais principais: Gr\u00e9cia atual Gr\u00e9cia. Assim como os povos mesopo- Continental, Gr\u00e9cia Insular t\u00e2micos, os gregos antigos se dividiam em ci- (composta pelas diversas dades-Estado, ou seja, unidades pol\u00edtico-terri- ilhas do Mar J\u00f4nio e Egeu) e toriais independentes, denominadas de polis. Gr\u00e9cia Peninsular (Pen\u00ednsula Cada polis tinha sua forma de governo e orga- do Peloponeso), como indi- niza\u00e7\u00e3o social. Esta caracter\u00edstica tamb\u00e9m foi cado no mapa: resultado da geografia grega marcada pela presen\u00e7a de relevo que dificultavam a comu- PROBLEMATIZANDO nica\u00e7\u00e3o entre uma polis e outra, promovendo assim uma maior autonomia entre elas. Outra Assim como a cultura semelhan\u00e7a com os mesopot\u00e2micos \u00e9 que das polis gregas era diver- os gregos tamb\u00e9m eram formados por povos sa, em decorr\u00eancia dos po- que ocuparam a regi\u00e3o em diferentes levas vos que a colonizaram, voc\u00ea migracionais. acredita que parte da diversi- dade brasileira tamb\u00e9m pode O mais antigo deles, os cretenses, chega- ser explicada por termos ram por volta de 2000 a.C na atual Ilha de Cre- sido colonizados por dife- ta e l\u00e1 estabeleceram o que os historiadores rentes povos, em diferentes denominam de Civiliza\u00e7\u00e3o Minoica. Os reis regi\u00f5es? desta civiliza\u00e7\u00e3o recebiam o t\u00edtulo de Minos, e eram associados \u00e0 figura do touro, animal mui- 57 to cultuado pelos mic\u00eanicos como s\u00edmbolo de for\u00e7a e poder. Escava\u00e7\u00f5es arqueol\u00f3gicas re- velaram que esta civiliza\u00e7\u00e3o construiu casas e pal\u00e1cios muito bem elaborados, com pintu- ras decorativas retratando animais marinhos e formas geom\u00e9tricas, al\u00e9m de joias e diversas pe\u00e7as feitas de cer\u00e2mica. A civiliza\u00e7\u00e3o minoica teria chego ao fim quando outro povo dominou o territ\u00f3rio: os aqueus, que migraram do norte da Europa e conquistaram de forma violenta a Ilha de Creta. Foram eles que fundaram uma importante ci- dade na Pen\u00ednsula do Peloponeso, Micenas. Ah, voc\u00ea deve estar se perguntando onde fica a Pen\u00ednsula do Peloponeso, n\u00e3o \u00e9? Ent\u00e3o que tal fazermos um link com a geografia para prosseguirmos nossa viagem?","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva Agora que j\u00e1 sabemos um pouco sobre a geografia grega, voltemos ao assunto sobre os povos origin\u00e1rios desta incr\u00edvel civiliza\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m dos aqueus, outros povos migraram para a regi\u00e3o da Gr\u00e9cia, desta vez de origem indo-europeia, como os j\u00f4nios e e\u00f3lios, que ocuparam a Gr\u00e9cia Continental, e os d\u00f3rios que se estabeleceram na Pen\u00ednsula do Pelo- poneso, rivalizando espa\u00e7o com os aqueus. Esta forma\u00e7\u00e3o a partir de povos distintos ir\u00e1 explicar a diversidade cultural das polis gregas. Como exemplo, veremos que a cultura de Atenas, fundada pelos j\u00f4nios, era voltada para as artes, ci\u00eancias e filosofia, enquanto a polis de Esparta, fundada pelos d\u00f3rios, era extremamente militarista, tendo seu cotidiano voltado para a guerra e combates. Bom, mas antes de vermos o que diferenciava os gregos entre si, atrav\u00e9s destas duas principais polis, passemos a ver o que os uniam como civiliza\u00e7\u00e3o: POLIS As cidades-Estado gregas foram a evolu\u00e7\u00e3o dos genos (pequenas comunidades com grau de parentesco comum) que com o tempo foram crescendo e dando origem a um n\u00facleo urbano maior. Cada polis poderia ter sua pr\u00f3pria forma de governo, no entanto elas possu\u00edam uma organiza\u00e7\u00e3o urbana muito caracter\u00edstica entre si. A parte alta da cidade (lembre-se de que a Gr\u00e9cia \u00e9 marcada por seu relevo acentuado) era denominada de acr\u00f3pole, onde se localizava o principal templo religioso e onde os moradores buscavam abrigo em caso de invas\u00f5es inimigas, por ser uma colina geralmen- te fortificada. A parte baixa da cidade, onde encontravam-se as habita\u00e7\u00f5es urbanas e demais edif\u00edcios era chamada de \u00e1sty. Nela encontrava-se um importante elemento da cultura grega, a \u00e1gora, ou pra\u00e7a p\u00fablica, local onde as pessoas se reuniam para comer- cializar produtos, assistir a espet\u00e1culos teatrais e acompanhar as discuss\u00f5es pol\u00edticas da cidade. 58","Com o tempo e o crescimento da po- No seu livro digital, em Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano pula\u00e7\u00e3o, as polis gregas passaram a care- Atividades, veja o mapa cer de espa\u00e7o para novas constru\u00e7\u00f5es e das col\u00f4nias gregas. as terras f\u00e9rteis j\u00e1 n\u00e3o davam conta de su- prir todo o alimento necess\u00e1rio para seus 59 habitantes, fazendo com que houvesse migra\u00e7\u00e3o de parte da popula\u00e7\u00e3o para a \u00c1sia Menor e a regi\u00e3o Sul da It\u00e1lia. Estas novas col\u00f4nias, no entanto, mantinham seus la\u00e7os culturais e um estreito v\u00ednculo comercial com suas cidades-m\u00e3es. ECONOMIA A economia grega se baseava na agri- cultura, com destaque para o cultivo das oliveiras, vinhas e trigo, al\u00e9m da cria\u00e7\u00e3o de animais de pequeno porte como cabras e ovelhas e da confec\u00e7\u00e3o de produtos arte- sanais, com destaque para vasos de ce- r\u00e2mica, joias e produtos de couro. Como a comunica\u00e7\u00e3o terrestre entre as polis era dificultada pelo relevo \u00edngreme, grande parte destes produtos era comercializado por via mar\u00edtima, alcan\u00e7ando tamb\u00e9m ou- tros povos do entorno mediterr\u00e2nico, bem como as col\u00f4nias gregas. ARTES No campo art\u00edstico, os gregos antigos s\u00e3o famosos por valorizarem a beleza, a si- metria e a harmonia. O resultado disso pode ser apreciado em suas esculturas, que valo- rizam o corpo humano atrav\u00e9s do realismo no volume, movimento, simetria e riqueza de detalhes. A maior parte das esculturas eram feitas em m\u00e1rmore branco e retrata- vam divindades gregas, her\u00f3is e pessoas de destaque e tinham como objetivo adornar espa\u00e7os p\u00fablicos como templos ou casas da elite. Vale notar que as est\u00e1tuas pode- riam ser admiradas por todos os lados, por serem tridimensionais! Uma outra curiosi-","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva dade \u00e9 que apesar de serem muito famosas e apreciadas, n\u00f3s n\u00e3o temos uma no\u00e7\u00e3o real de sua verdadeira beleza visto que as esculturas No seu livro digital, n\u00e3o eram deixadas com a cor crua do m\u00e1rmo- em v\u00eddeos, assista sobre re, como podemos v\u00ea-las nos museus, mas sim os Deuses do Olimpo. eram coloridas! \u00c9 isto mesmo, elas tinham o tom da pele, olhos, cabelos, roupas e outros elemen- tos todos com cor! O que aconteceu \u00e9 que com o tempo estas obras foram perdendo as delica- das camadas de pigmento natural, gerando a ilu- s\u00e3o de que fossem monocrom\u00e1ticas! Ent\u00e3o que tal usar todos os seus talentos art\u00edsticos para colorir as esculturas ao lado? RELIGI\u00c3O Os gregos, assim como grande parte das culturas antigas, tamb\u00e9m eram polite\u00edstas e tinham seus deuses ligados \u00e0 fen\u00f4menos da natureza como os trov\u00f5es, os maremotos e o fogo. Eles acreditavam que seus deuses e deusas ocupavam o Monte Olimpo, de onde controlavam a vida na Terra, al\u00e9m de terem acesso aos Campo El\u00edseos (nome do para\u00edso onde as almas boas viveriam ap\u00f3s a morte) e o T\u00e1rtaro (inferno para as almas m\u00e1s). Dentro do pante\u00e3o grego, Zeus, deus dos raios, ocu- pava o lugar de divindade principal, seguido por Poseidon, deus dos mares e Atena, deusa da sabedoria e guerra estrat\u00e9gica. Devido a possu\u00edrem centenas de deuses e tit\u00e3s (divin- dades de primeira gera\u00e7\u00e3o) cada polis poderia eleger seu deus protetor e a ele dedicar culto especial. Por exemplo o protetor de Creta era o deus Poseidon, j\u00e1 o da polis de Esparta era o deus Ares e da cidade-Estado de Atenas, lo- gicamente, a deusa Palas-Atena. As diversas hist\u00f3rias da mitologia grega envolvendo deu- ses, semideuses e her\u00f3is tinham um objetivo pedag\u00f3gico, ensinando sobre o valor da per- severan\u00e7a, honra e coragem. Mas ao contr\u00e1- rio da ideia de divindades boas e perfeitas, os deuses gregos possu\u00edam atributos humanos n\u00e3o t\u00e3o bons como o medo, a raiva e a inve- ja. Eles tamb\u00e9m poderiam intervir na vida hu- 60","mana causando-nos sofrimento, apenas por Voc\u00ea precisa ler os livros Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano divers\u00e3o. Por isso os gregos prestavam reve- da s\u00e9rie Percy Jackson e os r\u00eancia e oferendas (de animais e alimentos) Olimpianos, \u00e9 simplesmente para agradar os deuses, conseguindo favores sensacional! e evitando castigos. 61 Como a tem\u00e1tica sobre os deuses gregos sempre atrai muito nossos alunos e alunas, se- lecionamos para voc\u00ea assistir um v\u00eddeo muito especial, assim como uma indica\u00e7\u00e3o de leitura que ser\u00e1 uma verdadeira aventura do Olimpo! SOCIEDADE Cada polis grega tinha sua pr\u00f3pria estrutu- ra social, mas todas tinham em comum possuir uma elite, propriet\u00e1ria das melhores terras, as- sim como uma camada social composta por sacerdotes que disfrutavam de grande pres- t\u00edgio social. A maior parte da popula\u00e7\u00e3o tinha uma vida simples, vivendo como agricultores, pastores, artes\u00e3o e comerciantes. Algumas cidades faziam distin\u00e7\u00e3o entre cidad\u00e3os nas- cidos na polis, ou vindos de outra cidade-Es- tado grega (neste caso os estrangeiros n\u00e3o ti- nham direitos pol\u00edticos). A maioria das cidades aceitava a escravid\u00e3o, quer seja por guerra ou d\u00edvidas. Outro ponto a destacar \u00e9 que as mu- lheres n\u00e3o possu\u00edam o mesmo status social que o homem. A elas eram atribu\u00eddas as tare- fas dom\u00e9sticas e a cria\u00e7\u00e3o dos filhos e, se fos- sem de fam\u00edlia humilde, a ajuda no campo e no com\u00e9rcio. Elas n\u00e3o tinham direitos pol\u00edticos e deviam obedi\u00eancia total ao marido ou ao che- fe da fam\u00edlia, ficando restritas, se seguissem as normas sociais, \u00e0 vida privada. TEATRO E LITERATURA As pe\u00e7as teatrais eram muito populares na Gr\u00e9cia Antiga e tamb\u00e9m eram utilizadas como forma de transmitir ensinamentos, re- flex\u00f5es ou mesmo fazer cr\u00edticas \u00e0 pol\u00edtica e \u00e0 sociedade da \u00e9poca. Existia dois g\u00eaneros teatrais: a trag\u00e9dia e a com\u00e9dia. As trag\u00e9dias","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva eram hist\u00f3rias que possu\u00edam um final triste, no qual o her\u00f3i se entregava a seu sofrimento, uma vez que era apenas isto o que lhe restava, No seu livro digital, segundo a vontade dos deuses. A trag\u00e9dia era considerada pelos gregos o mais nobre g\u00eane- em v\u00eddeos, onde voc\u00ea en- ro liter\u00e1rio e possu\u00eda uma profunda mensagem contrar\u00e1 vasto material filos\u00f3fica. J\u00e1 as com\u00e9dias eram hist\u00f3rias com sobre estes importantes enredos ir\u00f4nicos e com um final feliz. Cuidado, pensadores! elas n\u00e3o tinham o objetivo de serem engra- \u00e7adas em si, como as com\u00e9dias atuais, mas sim de fazerem cr\u00edticas veladas \u00e0 sociedade. Ao contr\u00e1rio das trag\u00e9dias, as com\u00e9dias n\u00e3o envolviam deuses ou her\u00f3is, mas sim homens comuns e temas do cotidiano. Uma curiosida- de \u00e9 que o teatro grego era feito apenas por atores homens que utilizavam-se de m\u00e1sca- ras para representar personagens femininos, visto que \u00e0s mulheres era negada a vida p\u00fabli- ca. No campo liter\u00e1rio, destacam-se o g\u00eanero da literatura \u00e9pica, que conta a saga de um her\u00f3i ou de um povo, no qual destacam-se as obras de Homero, a Il\u00edada e a Odisseia, que contam as aventuras do her\u00f3i Ulysses durante o \u00faltimo ano da Guerra de Tr\u00f3ia, e seu retorno para sua cidade natal, a polis de \u00cdtaca. Estas duas obras, que se complementam, s\u00e3o con- sideradas uma das mais importantes da hist\u00f3ria da humanidade. FILOSOFIA Os textos filos\u00f3ficos da Gr\u00e9cia Antiga at\u00e9 hoje nos servem de inspira\u00e7\u00e3o para pensar- mos sobre temas como a exist\u00eancia humana, a justi\u00e7a, a \u00e9tica e a rela\u00e7\u00e3o entre o p\u00fablico e o privado. De todas as polis gregas, a que mais valorizava e incentivava a filosofia era Atenas, ber\u00e7o cultural dos principais fil\u00f3sofos do per\u00edo- do, como S\u00f3crates, Plat\u00e3o e Arist\u00f3teles. Agora que sabemos este mont\u00e3o de infor- ma\u00e7\u00f5es sobre os gregos antigos, passemos a ver o que de mais caracter\u00edsticos tinham as polis de Atenas e Esparta! 62","ATENAS Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano Atenas se localizava na Gr\u00e9cia Continental e como vimos era uma polis fundada pelos j\u00f4nios, seus primeiros habitantes. Nela, valorizavam-se muito a vida cultural, a matem\u00e1ti- ca, as artes, o teatro e os esportes. Sua sociedade era dividida entre cidad\u00e3os, homens maiores de 18 anos, filhos de pai e m\u00e3e atenienses, metecos, homens livres considera- dos estrangeiros por n\u00e3o serem filhos de pai e m\u00e3e atenienses e escravos, prisioneiros de guerra e devedores. Mulheres independente da classe social n\u00e3o eram consideradas cidad\u00e3s. \t Atenas foi o ber\u00e7o da democracia, ou seja, a ideia de que todo cidad\u00e3o tem direito a participar da vida pol\u00edtica e candidatar-se a cargos p\u00fablicos. O pr\u00f3prio nome desta for- ma de governo j\u00e1 explicita isso. No grego demos significa povo e cracia, governo. Ou seja, um regime onde quem governa e decide \u00e9 o povo! No entanto, como vimos, apenas uma parte da popula\u00e7\u00e3o de Atenas era considerada cidad\u00e3, o que faz com que esta primeira experi\u00eancia democr\u00e1tica n\u00e3o fosse de fato inclusiva. \t Apesar de suas limita\u00e7\u00f5es, a democracia ateniense foi uma experi\u00eancia inovadora em um mundo marcado por dinastias teocr\u00e1ticas que se perpetuavam no poder. Esta forma de governo era t\u00e3o importante para os atenienses que quem ousasse amea\u00e7\u00e1-la instituindo uma tirania (como j\u00e1 havia sido o regime autorit\u00e1rio dos atenienses) corria o risco de sofrer o ostracismo. Ou seja, ser exilado de Atenas por um per\u00edodo de dez anos! As bases da democracia ateniense eram a Bul\u00e9 (conselho de cidad\u00e3os respons\u00e1veis por fazerem as leis) e a Ecl\u00e9sia (assembleia que se reunia para debater e tomar decis\u00f5es). To- dos os homens considerados cidad\u00e3os tinham os mesmos direitos, sendo vedado qual- quer tipo de privil\u00e9gio pol\u00edtico por ser um cidad\u00e3o mais rico ou influente. 63","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva \t Outro ponto que distinguia Atenas das demais polis \u00e9 que l\u00e1 a escravid\u00e3o por d\u00edvidas foi abolida no in\u00edcio do s\u00e9culo VI a.C., pelo legislador S\u00f3lon, fazendo com que os devedores perdessem seus bens para pagar as d\u00edvidas, mas nunca sua liberdade! Dessa forma, os escravos atenienses passaram a ser apenas prisioneiros de guerra ou escravos comprados de comerciantes estrangeiros. A polis de Atenas atingiu seu auge em desenvolvimento durante o governo de P\u00e9ricles por volta do ano de 450 a.C. Neste per\u00edodo, conhecido como s\u00e9culo de P\u00e9- ricles, Atenas foi palco de grandes obras p\u00fablicas, embelezamento da cidade, incentivo \u00e0 cultura com pe\u00e7as teatrais, festivais, constru\u00e7\u00e3o de gin\u00e1sios, renova\u00e7\u00e3o da frota mar\u00edtima e at\u00e9 subs\u00eddio para que cidad\u00e3os pobres pudessem ter uma vida mais con- fort\u00e1vel. Mas, de todas as obras que mais impressionam deste per\u00edodo, destaca-se a constru\u00e7\u00e3o do Partenon, templo erguido no topo da acr\u00f3pole, em homenagem \u00e0 deusa Palas-Atena, protetora da cidade. ESPARTA Muito diferente de Atenas, Esparta \u00e9 outra importante polis grega que marcou esta civiliza\u00e7\u00e3o. Fundada na Pen\u00ednsula do Peloponeso pelo povo d\u00f3rio, Esparta n\u00e3o teve uma experi\u00eancia democr\u00e1tica de governo, mas sim foi um regime olig\u00e1rquico, ou seja, governado por um seleto grupo de cidad\u00e3os descendentes dos d\u00f3rios. N\u00e3o se assuste, mas em um primeiro momento a pol\u00edtica espartana pode parecer-lhe um pouco complicada! Primeiramente porque eles eram uma diarquia, ou seja, gover- nados por dois reis ao mesmo tempo, ambos com poder vital\u00edcio e heredit\u00e1rio. Al\u00e9m disso havia tr\u00eas importantes \u00f3rg\u00e3os que regiam a pol\u00edtica espartana: a Ger\u00fasia, a \u00c1pela e os \u00e9foros. A Ger\u00fasia era o conselho formado pelos chefes das fam\u00edlias mais poderosas e que, juntamente com os reis, elaborava os projetos de lei. A \u00c1pela era a assembleia de cidad\u00e3os que votava se os projetos de lei seriam aprovados ou n\u00e3o. J\u00e1 os \u00e9foros nada mais eram que cinco membros eleitos para supervisionar traba- lhos da \u00c1pela e da Ger\u00fasia, garantindo assim com que n\u00e3o houvesse desvios nem corrup\u00e7\u00e3o. Ufa! At\u00e9 que n\u00e3o \u00e9 t\u00e3o dif\u00edcil assim entender o sistema pol\u00edtico deles! No que se refere \u00e0 sociedade, no topo da pir\u00e2mide social encontramos os ci- dad\u00e3os que tinham direito a participar da vida pol\u00edtica. Para ser cidad\u00e3o, ou seja, esparciata, era necess\u00e1rio ser homem, adulto e descendente dos d\u00f3rios. Al\u00e9m da vida pol\u00edtica os esparciatas tamb\u00e9m se dedicavam \u00e0 vida militar ocupando altas pa- tentes e morando grande parte do tempo na caserna. Os estrangeiros que viviam na polis compunham a camada social dos periecos, homens livres, mas sem direi- tos pol\u00edticos. Al\u00e9m de pagarem tributos aos esparciatas, deveriam servir ao ex\u00e9rcito espartano em caso de guerra. Por fim, os escravos eram denominados de hilotas e eram considerados propriedade do Estado, devendo fazer trabalhos for\u00e7ados em obras p\u00fablicas e nas terras dos esparciatas. Apesar das mulheres n\u00e3o participarem da pol\u00edtica em Esparta, as que pertenciam \u00e0 elite esparciata desfrutavam de relativo privil\u00e9gio por serem isentas de fazerem trabalhos dom\u00e9sticos (feitos por escravas), e receberem prepara\u00e7\u00e3o f\u00edsica e militar, para em caso de guerra serem capazes de defenderem o lar. 64","Quanto \u00e0s crian\u00e7as espartanas, a vida PROBLEMATIZANDO Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano para elas n\u00e3o era nada f\u00e1cil. Assim que nas- ciam os beb\u00eas eram levados at\u00e9 a Ger\u00fasia Voc\u00ea j\u00e1 pensou que terr\u00ed- para que fossem examinados pelos anci\u00e3os, vel seria se viv\u00eassemos em uma que averiguariam se havia algum tipo de pro- sociedade preconceituosa, que blema f\u00edsico ou incapacidade. As crian\u00e7as descartasse a vida humana sim- consideradas fortes e saud\u00e1veis eram de- plesmente por n\u00e3o se enquadrar volvidas aos pais, mas as que fossem fracas dentro de um padr\u00e3o f\u00edsico? ou apresentassem algum tipo de defici\u00eancia eram mortas, quer seja por afogamento ou Ainda bem que o acesso jogadas dos penhascos. Isto se devia ao fato aos direitos fundamentais, assim da vida em Esparta girar em torno da guerra, e como ao respeito e \u00e0 dignidade por acreditarem que crian\u00e7as com necessida- humana s\u00e3o assegurados pelo des especiais, muito fracas ou pequenas, n\u00e3o Estatuto da Pessoa com Defici- dariam bons soldados. \u00eancia. Mas a dureza n\u00e3o parava por a\u00ed. Os me- No seu livro digital, em Ati- ninos ao completarem sete anos eram se- vidades, veja algumas garantias parados de seus pais e iam viver em acam- previstas na lei. pamentos militares onde passavam por duro treinamento f\u00edsico e psicol\u00f3gico, conhecido 65 como agoge. L\u00e1, os castigos f\u00edsicos eram constantes, a competi\u00e7\u00e3o e rivalidades entre os colegas incentivadas, e os jovens costu- mavam passar frio e receber menos alimen- tos do que precisavam. Tudo isso para que se tornassem guerreiros resistentes, capazes de aguentar a fome, o medo, a dor e o frio. GUERRAS M\u00c9DICAS Apesar de possu\u00edrem governos indepen- dentes entre si, as polis gregas ir\u00e3o unir-se quando o que estava em jogo era a seguran\u00e7a e a soberania do territ\u00f3rio grego. Isto ocorreu no epis\u00f3dio conhecido como Guerras M\u00e9- dicas, entre 500 a.C e 448 a.C. Este conflito teve in\u00edcio quando o Imp\u00e9rio Persa (origin\u00e1- rio do atual Ir\u00e3), expandiu suas fronteiras do- minando as col\u00f4nias gregas da \u00c1sia Menor, obrigando-as a prestar obedi\u00eancia e pagar tributos ao rei persa, Ciro o grande. Atenas n\u00e3o tardou em prestar socorro militar a suas cidades-irm\u00e3s, sendo seguida por outras po- lis. Como repres\u00e1lia, os persas invadiram o territ\u00f3rio grego, dando origem a uma s\u00e9rie de","batalhas que ficaram conhecidas, como LINK COM ATUALIDADES dito anteriormente, por Guerras M\u00e9dicas. Este nome pode nos parecer estranho, A ideia de forma\u00e7\u00e3o de uma mas ele deriva da palavra medos, que era a alian\u00e7a militar em prol da seguran\u00e7a forma como os gregos chamavam um dos comum, n\u00e3o foi algo exclusivo dos povos que habitavam a P\u00e9rsia. Dentre as gregos, mas pode ser visto ainda principais batalhas travadas entre gregos hoje nas rela\u00e7\u00f5es internacionais. e persas, destacam-se a Batalha de Mara- Por exemplo, a Organiza\u00e7\u00e3o do tona, no qual os gregos sa\u00edram vitoriosos, Tratado do Atl\u00e2ntico Norte (OTAN) e a Batalha de Term\u00f3pilas, mais conhecida \u00e9 uma alian\u00e7a militar que congrega como Batalha dos 300, onde os gregos 28 pa\u00edses membros! liderados por Esparta saem derrotados, mas garantem tempo para armar um con- O que voc\u00ea acha sobre este tra-ataque. Ao final deste longo conflito, tipo de alian\u00e7a? \u00c9 compat\u00edvel com os gregos conseguem expulsar definitiva- uma cultura de paz? O que pode- mente os invasores persas, mantendo com mos aprender a com a experi\u00eancia isso a soberania das polis. dos gregos? Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva GUERRA DO PELOPONESO Se por um lado a Gr\u00e9cia saiu vitoriosa das Guerras M\u00e9dicas, por outro, este con- flito ir\u00e1 trazer consequ\u00eancias inesperadas para o mundo grego. Isto porque Atenas liderou a forma\u00e7\u00e3o de uma confedera\u00e7\u00e3o militar entre as polis gregas, denominada de Liga de Delos. O objetivo era reunir solda- dos, navios, armamentos e dinheiro para equipar o ex\u00e9rcito grego para a expuls\u00e3o dos invasores persas. Mas uma vez ter- minado o conflito, Atenas continuou in- sistindo em manter a confedera\u00e7\u00e3o ativa, tomando a dianteira na cobran\u00e7a dos im- postos, al\u00e9m de transferir os recursos da ilha de Delos para Atenas. Isto desconten- tou os espartanos que sa\u00edram da liga e fun- daram sua pr\u00f3pria confedera\u00e7\u00e3o, a Liga do Peloponeso. Dessa forma os gregos se di- vidiram entre polis que apoiavam Atenas e a Liga de Delos e polis aliadas \u00e0 Esparta, com a Liga do Peloponeso. O resultado foi um conflito entre estes dois grupos que teve in\u00ed- cio em 431 a.C. e terminou em 404 a.C., com a vit\u00f3ria da Liga do Peloponeso e conse- quente supremacia dos espartanos. 66","APROFUNDANDO O PENSAR Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano Conquista Maced\u00f4nica e o Helenismo Como diria o grande imperador romano J\u00falio C\u00e9sar, divide et impera! Ou seja, dividir para dominar. Quando um povo deixa de ser unido, e passa a ver mais as diferen\u00e7as do que os pontos em comum, isso causa o enfraquecimen- to da na\u00e7\u00e3o e acaba servindo como momento prop\u00edcio para que inimigos do- minem o povo ou o territ\u00f3rio. E foi exatamente isto o que aconteceu com os gregos! Quando a Guerra do Peloponeso terminou, os gregos haviam perdido muitos homens em batalha, estavam com suas atividades econ\u00f4micas pre- judicadas e sua moral abalada (lembre-se que eles j\u00e1 haviam passado pelas Guerras M\u00e9dicas). Isto tornou a situa\u00e7\u00e3o ideal para que um povo vizinho apro- veitasse a oportunidade para invadir a Gr\u00e9cia e dominar o territ\u00f3rio. Estamos falando da Maced\u00f4nia e de seu famoso rei Felipe II. Felipe II era um grande admirador da cultura grega, em especial da polis de Atenas, e logo contratou um excelente professor particular para educar seu filho, para que se tornasse um imperador justo e forte. Este professor era nada mais nada menos que o fil\u00f3sofo Arist\u00f3teles e o jovem o futuro Alexandre, o grande! Foi no reinado de Alexandre que o Imp\u00e9rio Maced\u00f4nico atingiu sua ex- tens\u00e3o m\u00e1xima, tendo conquistado o Egito, o Imp\u00e9rio Persa, a Mesopot\u00e2mia e partes da atual \u00cdndia! Apesar destas grandes conquistas militares, Alexandre, o grande, morreu muito jovem, aos 32 anos de idade, em uma campanha mili- tar no oriente (possivelmente de febre amarela). Ainda que seu reinado tenha sido breve a difus\u00e3o da cultura grega pelos territ\u00f3rios conquistados e a incor- pora\u00e7\u00e3o de elementos orientais a ela, deu origem a singular cultura helenista, que ainda hoje pode ser apreciada na arquitetura da cidade de Alexandria, no Egito e Antioquia, na Turquia. 67","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva UAU, que viagem longa que fizemos pela Gr\u00e9cia Antiga! Que tal darmos uma revisada antes de passarmos para a pr\u00f3xima civiliza\u00e7\u00e3o cl\u00e1ssica? 1. A que se refere o termo cultura cl\u00e1ssica? 2. A Gr\u00e9cia Antiga possu\u00eda capital? Justifique sua resposta. 3. Quais eram as partes geogr\u00e1ficas da Gr\u00e9cia Antiga? O que ocasionou a forma\u00e7\u00e3o das col\u00f4nias gregas na \u00c1sia Menor e sul da It\u00e1lia? 4. Explique tr\u00eas aspectos que todas as polis tinham em comum. 5. Qual era o objetivo do teatro grego? Qual outra manifesta\u00e7\u00e3o art\u00edstica eles se desta- caram? 6. Por que n\u00e3o podemos afirmar que a sociedade ateniense era igualit\u00e1ria? Quem de fato poderia participar da democracia nesta t? 7. A sociedade espartana era uma sociedade inclusiva? O que poder\u00edamos ensinar aos espartanos sobre viver em uma sociedade plural, onde as diferen\u00e7as s\u00e3o respeitadas? 8. Escreva um par\u00e1grafo comparando a cultura ateniense com a cultura espartana. 9. O que foram as Guerras M\u00e9dicas? Qual a sua rela\u00e7\u00e3o com a Liga do Peloponeso? 10. O que ocasionou a Guerra do Peloponeso, qual parte saiu vitoriosa e qual consequ- \u00eancia este conflito teve para os gregos? Agora que voc\u00ea j\u00e1 est\u00e1 craque em mapas mentais, que tal fazer um em homenagem \u00e0 civiliza\u00e7\u00e3o grega que nos deixou grande legado? Que tal colocar no centro um belo de- senho que represente esta civiliza\u00e7\u00e3o? Capriche na criatividade, aproveite para usar todos os seus dotes artisticos! 68","CRUZADINHA GR\u00c9CIA ANTIGA 1. Principal Templo de Atenas 7. Cidad\u00e3os espartanos 2. Pra\u00e7a p\u00fablica onde os gregos se reuniam 8. Se dedicavam aos trabalhos dom\u00e9sticos 3. Fundaram a polis de Atenas 9. Liga militar liderada por Atenas 4. Deram origem ao povo espartano 10. Venceu a Guerra do Peloponeso 5. Principal deus grego 11. Inimigos dos gregos nas Guerras M\u00e9dicas 6. Nome da parte alta da polis Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano 69","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva ROMA ANTIGA VOC\u00ca SABIA? Agora que fizemos os exerc\u00edcios sobre a Gr\u00e9cia estamos preparados para analisar nos- sa pr\u00f3xima civiliza\u00e7\u00e3o cl\u00e1ssica: os romanos! Roma come\u00e7ou na Pen\u00ednsula It\u00e1lica, como uma cidade-Estado fundada pelos etruscos, que logo foi crescendo, se expandindo at\u00e9 tornar-se um grande imp\u00e9rio. Para entendermos a hist\u00f3ria romana \u00e9 preciso primeiramente conhecermos sua for- ma\u00e7\u00e3o social, que possu\u00eda quatro camadas principais: Patr\u00edcios: elite romana, dona das melhores terras e de grandes propriedades rurais. Acreditavam descender dos fundadores de Roma. Plebeus: homens livres, trabalhavam no campo, com\u00e9rcio e artesanato. Compu- nham a maior parcela da popula\u00e7\u00e3o. Clientes: plebeus que trabalhavam direta- mente para os patr\u00edcios e acabam sendo apadrinhados por eles, desfrutando assim de benef\u00edcios, mas devendo lealdade e obedi\u00eancia. Escravos: prisioneiros de guerra, eram considerados mercadoria, n\u00e3o possu\u00edam direitos e nem podiam se casar sem auto- riza\u00e7\u00e3o de seus senhores. Os plebeus no in\u00edcio de Roma n\u00e3o parti- O s\u00edmbolo da cidade de Roma \u00e9 cipavam da vida pol\u00edtica e ainda eram proibi- a cena da Lupa Capitolina, esta sim- dos de se casarem com patr\u00edcios. Isto ir\u00e1 gerar p\u00e1tica loba amamentando os beb\u00eas? uma s\u00e9rie de revoltas sociais. Vale ressaltar que com o passar do tempo novas classes Parece estranho, mas se voc\u00ea sociais surgiram e mais direitos foram adqui- assistir ao v\u00eddeo, no seu livro digital, ridos por parte dos plebeus. vai entender a origem deste s\u00edmbolo e tudo far\u00e1 sentido! Analisando as formas de governo de Roma, logo no in\u00edcio estabeleceu-se uma monarquia que governava conjuntamente com um im- 70","portante \u00f3rg\u00e3o, o Senado. O senado era composto Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano pelos chefes das fam\u00edlias mais tradicionais de Roma. Ou seja, apenas os patr\u00edcios tinham chance de parti- cipar deste \u00f3rg\u00e3o que tinha como atribui\u00e7\u00f5es eleger o monarca, discutir e aprovar leis e at\u00e9 vetar as de- cis\u00f5es do rei que n\u00e3o lhe fossem de agrado. Acredi- ta-se que Roma tenha sido governada por sete reis, sendo o primeiro o lend\u00e1rio R\u00f4mulo, fundador da cidade! Um outro importante per\u00edodo da hist\u00f3ria de Roma foi a Rep\u00fablica. O crescente poder do Senado romano fez com que eles depusessem o \u00faltimo rei etrusco, em 509 a.C. Dessa forma foi institu\u00eddo o re- gime republicano que ter\u00e1 como princ\u00edpio a n\u00e3o concentra\u00e7\u00e3o do poder nas m\u00e3os de uma s\u00f3 pessoa, como no caso da monarquia, mas sim a cria\u00e7\u00e3o de cargos p\u00fablicos ocupados por dois ou mais magistrados. Dessa forma Roma passou a ser governada por dois c\u00f4nsules, eleitos por assembleias populares e que tinham mandato de um ano. Cabia aos c\u00f4nsules comandar o ex\u00e9rcito em tempos de guerra, presidir as reuni\u00f5es do Senado e as festividades religiosas. Al\u00e9m do cargo de c\u00f4nsul, o governo republicano era formado pormaisquatroprincipais cargos, conhecidos como magistraturas. Para concorrer \u00e0s magistraturas, era necess\u00e1rio ser cidad\u00e3o romano e ter determinada renda m\u00ednima, dependendo do cargo pretendido. PRINCIPAIS MAGISTRADOS C\u00f4nsules: eram respons\u00e1veis pelo comando dos ex\u00e9rcitos em tempos de \u00c9dis: tomavam conta dos Pretores: eram guerra, al\u00e9m de presidir o Senado e os servi\u00e7os p\u00fablicos (abas- respons\u00e1veis pela Justi\u00e7a. com\u00edcios pela Justi\u00e7a. tecimento da cidade, seguran\u00e7a, pavimenta\u00e7\u00e3o Censores: faziam a contagem da popula\u00e7\u00e3o, das ruas e organiza\u00e7\u00e3o de jogos p\u00fablicos). mantinham controle da conduta do cidad\u00e3o e supervisionavam as despesas p\u00fablicas. Questores: cuidavam principalmente do tesouro p\u00fablico O per\u00edodo da Rep\u00fablica Romana ser\u00e1 marcado por muitos conflitos sociais entre pa- 71 tr\u00edcios e plebeus. Isto porque, como vimos, os patr\u00edcios desfrutavam de privil\u00e9gios e do controle dos cargos p\u00fablicos, o que ir\u00e1 gerar uma s\u00e9rie de revoltas populares, chegando ao ponto dos plebeus se retirarem da cidade de Roma, amea\u00e7ando fundar uma nova ci- dade. Com isso, eles acabam conquistando uma s\u00e9rie de direitos:","494 a.C. Tribuno da Plebe: nova magis- PROBLEMATIZANDO tratura, eleita pelos plebeus para representar seus interesses. Tinham o poder de vetar as Voc\u00ea sabia que assim decis\u00f5es do Senado. como os plebeus lutaram pela conquista de direitos, 450 a.C. Lei das Doze T\u00e1buas: As leis pas- muitos brasileiros e brasilei- saram a ser escritas, de forma que pudessem ras, ao longo da hist\u00f3ria, tam- ser consultadas pelos plebeus. Estabeleceu a b\u00e9m lutaram pela igualdade igualdade jur\u00eddica entre os cidad\u00e3os. social e acesso aos direitos fundamentais? Uma grande 445 a.C. Lei Canuleia: Permitia o casa- conquista foi a Constitui\u00e7\u00e3o mento entre patr\u00edcios e plebeus. Brasileira de 1988, carinho- samente conhecida como 376 a.C. Lei Lic\u00ednia: Determinava que um Constitui\u00e7\u00e3o Cidad\u00e3 e que dos c\u00f4nsules deveria ser plebeu. nos garante diversos direitos fundamentais! 367 a.C. Permiss\u00e3o para que os plebeus Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva pudessem concorrer a todas as magistratu- ras. Fim da escravid\u00e3o por d\u00edvidas. Al\u00e9m das transforma\u00e7\u00f5es sociais, o per\u00edo- do da Rep\u00fablica foi marcado pelo militarismo romano e consequente expans\u00e3o territorial, conquistando toda a Pen\u00ednsula It\u00e1lica, al\u00e9m do territ\u00f3rio grego, de onde trouxeram a cul- tura, os deuses e outros costumes hel\u00eanicos. Dentro deste movimento de expans\u00e3o, os ro- manos entram em choque com os interesses de outro poderoso rival, a cidade de Cartago, na costa norte da \u00c1frica. Esta cidade possu\u00eda o dom\u00ednio do com\u00e9rcio no Mar Mediterr\u00e2neo e foi pelos interesses do controle desta regi\u00e3o estrat\u00e9gica que romanos e cartaginenses travaram um conjunto de tr\u00eas guerras, entre 264 a.C e 146 a.C, conhecidas como Guerras P\u00fanicas. Ao final da terceira guerra, os roma- nos conquistaram definitivamente a cidade de Cartago, e passam a ser os senhores do Mar Mediterr\u00e2neo, chamando-o de mare nostrum (nosso mar). Se por um lado as guerras de conquista trouxeram novos territ\u00f3rios e riquezas para a rep\u00fablica, por outro acabaram por provocar o empobrecimento da plebe que era recru- tada para lutar nas legi\u00f5es romanas, ficando meses distantes de casa, deixando de arar o campo e tendo muitas vezes suas terras in- vadidas. Al\u00e9m disso, a concorr\u00eancia com os 72","produtos das col\u00f4nias e com a m\u00e3o-de-obra LINK COM ATUALIDADES Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano escrava, que aumentava com as conquistas, tamb\u00e9m prejudicava os plebeus empobreci- Estamos vendo que a Re- dos. O resultado foi o endividamento desta p\u00fablica Romana foi marcada por classe social, assim como a migra\u00e7\u00e3o de mui- diversas lutas sociais. A reivin- tos plebeus do campo para a cidade, em bus- dica\u00e7\u00e3o por direitos \u00e9 algo que ca de melhores condi\u00e7\u00f5es de vida. marca a hist\u00f3ria da humanidade, em seus diferentes per\u00edodos. \t Por outro lado, os patr\u00edcios continua- vam concentrando muitas riquezas, pois gran- No seu livro digital, em pes- de parte dos esp\u00f3lios de guerra como terras, quisas, confira quais as manifes- escravos e objetos de valor, ficavam para os ta\u00e7\u00f5es sociais est\u00e3o ocorrendo generais romanos que pertenciam a esta clas- neste momento. se social. O grande abismo entre patr\u00edcios e plebeus ir\u00e1 gerar uma nova onda de revoltas Voc\u00ea concorda com o que por direitos sociais, sendo uma das principais os manifestantes est\u00e3o pedindo? bandeiras a da reforma agr\u00e1ria. Converse sobre isso com sua fa- m\u00edlia e aprimore sua vis\u00e3o sobre o \t Neste sentido, Tib\u00e9rio Graco, eleito momento em que vivemos. Tribuno da Plebe em 133 a.C., lutou para que fosse feita a reforma agr\u00e1ria, ou seja, que o ta- LINK COM O CINEMA manho das terras que cada cidad\u00e3o romano poderia possuir fosse limitado e o excedente Um dos cl\u00e1ssicos do cine- redistribu\u00eddo \u00e0 popula\u00e7\u00e3o pobre. Como essa ma mundial \u00e9 o filme Cle\u00f3patra proposta contrariava os interesses da elite, (1963) que imortalizou a atua\u00e7\u00e3o Tib\u00e9rio e muitos de seus seguidores foram da atriz Elizabeth Taylor no papel assassinados, como forma de atemorizar as desta famosa rainha eg\u00edpcia. Este pessoas que viessem a reivindicar reformas filme se passa durante o per\u00edodo sociais. Mesmo assim, dez anos depois, o ir- dos triunviratos, e nele apare- m\u00e3o de Tib\u00e9rio, Caio Graco, tamb\u00e9m eleito cem os generais J\u00falio C\u00e9sar e Tribuno da Plebe, apresentou mais uma vez o Marco Ant\u00f4nio. Mas, o que teria projeto para a reforma agr\u00e1ria, o que descon- a ver Cle\u00f3patra com a Rep\u00fablica tentou os senadores, levando a mais conflitos Romana e mais especificamente sociais e manifesta\u00e7\u00f5es p\u00fablicas contra o se- com os triunviratos? nado romano (que representava o interesse dos patr\u00edcios). Acesse o seu livro digital, em pesquisas, e confira a resposta. Por fim, n\u00e3o se sabe ao certo de que forma Voc\u00ea vai se surpreender. Caio Graco morreu, se teria sido morto em meio a uma manifesta\u00e7\u00e3o, duramente reprimida 73 pela guarda romana, ou se teria ele mesmo pedido que um de seus escravos o matasse, ao ver que seria preso e julgado pelos sena- dores. Independente das vers\u00f5es, o importan- te \u00e9 lembrarmos que a Rep\u00fablica Romana foi marcada por duros conflitos sociais entre pa- tr\u00edcios e plebeus e que uma das bandeiras levan- tadas, por mais direitos, era a da reforma agr\u00e1ria.","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva Este clima de insatisfa\u00e7\u00e3o popular ir\u00e1 gerar instabilida- de \u00e0 rep\u00fablica, marcando o s\u00e9culo I a.C. como um per\u00edodo de muita viol\u00eancia e instabilidades. A exemplo disso, foram as diversas revoltas de escravos e de povos dominados que exigiam mais direitos ou mesmo a liberdade em rela- \u00e7\u00e3o ao dom\u00ednio romano. Essa crescente onda de revoltas ir\u00e1 fazer com que o ex\u00e9rcito romano se tornasse cada vez mais uma institui\u00e7\u00e3o importante para a manuten\u00e7\u00e3o da ordem, o que far\u00e1 com que os generais ganhassem mais prest\u00edgio e poder. Como resultado, houve a forma\u00e7\u00e3o de um governo co- nhecido como triunvirato. No triunvirato, havia uma alian- \u00e7a pol\u00edtico-militar entre tr\u00eas c\u00f4nsules que governavam conjuntamente. O Primeiro Triunvirato formado no ano 60 a.C. foi composto pelos generais Pompeu, Crasso e o fa- moso J\u00falio Cesar. J\u00e1 o Segundo Triunvirato, formado em 44 a.C. ir\u00e1 ter como c\u00f4nsules os generais Marco Ant\u00f4nio, L\u00e9pido e Ot\u00e1vio. Assim como o primeiro, o segundo triunvirato ser\u00e1 mar- cado por disputas e mesmo guerras entres seus membros, fazendo com que a alian\u00e7a n\u00e3o durasse muito tempo. Ao ven- cer as tropas de Marco Ant\u00f4nio no Egito, o general e c\u00f4nsul Ot\u00e1vio volta para Roma como l\u00edder supremo e \u00e9 aclamado pelo senado recebendo o t\u00edtulo de Augusto, ou seja, divino! Dessa forma, ele se torna imperador romano, dando fim ao per\u00edodo conhecido como rep\u00fablica. O IMP\u00c9RIO ROMANO Nesta nova fase do governo, Roma passou a ter como l\u00edder supremo o imperador, que concentrava todo o poder em suas m\u00e3os e era cultuado como uma divindade. O poder do imperador era vital\u00edcio, por\u00e9m n\u00e3o heredit\u00e1rio. Era o Senado quem o escolhia, apesar de que na pr\u00e1tica o ex\u00e9rcito romano exercesse real influ\u00eancia sobre esta nomea\u00e7\u00e3o. Durante o imp\u00e9rio, Roma atingiu a sua extens\u00e3o m\u00e1xima! Atrav\u00e9s de seu poderoso ex\u00e9rcito, os romanos criam um imp\u00e9rio com mais de 10 milh\u00f5es de habitantes. O com\u00e9r- cio passou a ser uma importante fonte de renda, interligando produtos das mais distantes prov\u00edncias. E para isto os romanos constru\u00edram uma teia de estradas que conectavam Roma ao restante do imp\u00e9rio. O n\u00famero de escravos (conquistados nas prov\u00edncias) cres- ceu e esta passou a ser a m\u00e3o-de-obra predominante do per\u00edodo. Percebendo que o Imp\u00e9rio estava muito grande e que administrar e manter as prov\u00edn- cias sob controle era um grande desafio, Ot\u00e1vio Augusto institui a pax romana, ou seja, um per\u00edodo de paz, em que o foco n\u00e3o era a conquista de novas terras, mas a administra- \u00e7\u00e3o do vasto imp\u00e9rio que havia atingido sua extens\u00e3o m\u00e1xima, ocupando territ\u00f3rios da Europa, \u00c1frica e Oriente M\u00e9dio! 74","O IMP\u00c9RIO ROMANO EM SUA EXTENS\u00c3O M\u00c1XIMA (117 d.C) Extens\u00e3o do Imp\u00e9rio Romano em 117 d.C Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano Ainda no governo de Ot\u00e1vio Augus- to foi institu\u00edda uma outra pol\u00edtica para garantir o controle social: a pol\u00edtica do p\u00e3o e do circo. Nela, eram distribu\u00eddos aos plebeus de forma gratuita o ingres- so a espet\u00e1culos como circos, teatros e lutas de gladiadores, assim como ali- mentos, em especial cereais. Dessa for- ma, tendo divers\u00e3o e alimentos, o que se esperava era evitar que o povo se manifestasse contra a pol\u00edtica do imp\u00e9- rio, o aumento dos pre\u00e7os, a m\u00e1-distri- bui\u00e7\u00e3o das terras e a corrup\u00e7\u00e3o. Uma curiosidade sobre este per\u00edo- do foi a erup\u00e7\u00e3o do vulc\u00e3o Ves\u00favio, no ano 79 d.C, que atingiu a cidade romana de Pompeia. 75","A erup\u00e7\u00e3o foi t\u00e3o violenta que acabou soter- Acesse o seu livro digital, em pes- rando centenas de habitantes, suas casas e seus quisas, e saiba mais sobre as pessoas animais em mais de 6 metros de cinzas e cama- petrificadas pelas cinzas do vulc\u00e3o das de outros detritos do vulc\u00e3o. Ves\u00favio. A maioria dos habitantes mortos no evento eram escravos, que tiveram que permanecer na cidade para cuidar das casas, animais e riquezas de seus senhores (que fugiram da erup\u00e7\u00e3o com esperan\u00e7a de voltar depois). O retorno dessas pessoas nunca aconteceu, pois a cidade foi to- talmente soterrada e petrificada pelas cinzas do gigante Ves\u00favio. Que tal pintar o Coliseu romano? Importante arena de espet\u00e1culos constru\u00edda no reinado do imperador Vespasiano. Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva RELIGI\u00c3O EM ROMA Durante o per\u00edodo mon\u00e1rquico e republicano os romanos eram majoritariamente po- lite\u00edstas, ou seja, acreditavam em v\u00e1rios deuses, tendo em seu pante\u00e3o muitas das divin- dades gregas, com seus nomes em vers\u00e3o romana. Ou seja, Zeus, o principal deus (deus dos raios), passou a se chamar J\u00fapiter, Ares (deus da Guerra) era chamado de Marte, Po- seidon (deus dos mares) de Netuno e a deusa da sabedoria, Atena, era conhecida como Minerva. Essa realidade ir\u00e1 mudar quando na prov\u00edncia romana da Judeia (atual Palestina ou Israel) nasce um menino de nome Jesus. Jesus se apresentou como Messias, o filho de Deus, e passou a pregar o amor, o perd\u00e3o, a miseric\u00f3rdia e a certeza na vida ap\u00f3s a morte e no reino dos c\u00e9us. Em suas prega\u00e7\u00f5es e par\u00e1bolas Jesus criticava a hipocrisia e a gan\u00e2ncia e exaltava os humildes e marginalizados. 76","N\u00e3o iremos adentrar no cristianismo em Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano si nesse momento, pois este ser\u00e1 um dos te- mas do pr\u00f3ximo cap\u00edtulo. O que precisamos 77 saber por hora \u00e9 que Jesus Cristo ser\u00e1 per- seguido e crucificado em Jerusal\u00e9m, por or- dem do governador romano P\u00f4ncio Pilatos. Sua mensagem n\u00e3o havia sido compreendi- da pelos poderosos, quer seja os pol\u00edticos ro- manos ou os s\u00e1bios da lei. Mas apesar de sua crucifica\u00e7\u00e3o e morte, seus seguidores con- tinuaram a propagar sua mensagem, conse- guindo converter cada vez mais pessoas de diferentes regi\u00f5es do imp\u00e9rio. O aumento no n\u00famero de crist\u00e3os pas- sou a ser visto como uma amea\u00e7a ao Imp\u00e9rio Romano, pois eles negavam-se a reverenciar o imperador como divino, al\u00e9m de terem uma cren\u00e7a que rompia com a tradi\u00e7\u00e3o e cultura greco-romana. Por causa disso, os crist\u00e3os foram duramente perseguidos, muitos deles sendo colocados nas arenas romanas para serem mortos em lutas contra animais sel- vagens ou gladiadores. Uma das formas que eles encontraram para celebrar seus cultos de forma discreta foram as catacumbas, salas subterr\u00e2neas onde se sepultavam os falecidos e que possu\u00edam galerias que possi- bilitavam a reuni\u00e3o de um grupo para ora\u00e7\u00e3o. Este cen\u00e1rio ir\u00e1 mudar quando no ano de 313 o imperador Constantino assina o \u00c9dito de Mil\u00e3o, dando liberdade de culto aos cris- t\u00e3os. Isto ocorreu pelo fato da pr\u00f3pria m\u00e3e do imperador Constantino ter se convertido ao cristianismo (antes de morrer Constantino tamb\u00e9m se converte), al\u00e9m da necessidade do imperador de obter apoio dos crist\u00e3os em campanhas militares. Ele inclusive trocou o s\u00edmbolo da armada romana que at\u00e9 ent\u00e3o era a \u00e1guia, para uma cruz. Outro passo muito importante para o cristianismo foi quando o imperador Teod\u00f3sio o institui como religi\u00e3o oficial do Imp\u00e9rio Romano, atrav\u00e9s do \u00c9dito de Tessal\u00f4nica, no ano de 380. Dessa forma, o cristianismo se tornar\u00e1 a religi\u00e3o majorit\u00e1- ria do imp\u00e9rio e ter\u00e1 for\u00e7as para continuar se propagando.","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva CRISE DO IMP\u00c9RIO ROMANO O Imp\u00e9rio Romano manteve-se unificado at\u00e9 o ano de 395, quando por quest\u00f5es administrativas passa a ser dividido em duas partes independentes (cada qual com seu governante): o Imp\u00e9rio Romano do Ocidente, com capital em Ravena, e Imp\u00e9rio Romano do Oriente, com capital em Constantinopla. O Imp\u00e9rio Romano do Oriente tamb\u00e9m ficou conhecido como Imp\u00e9rio Bizantino e ir\u00e1 durar at\u00e9 o final da Idade M\u00e9dia! J\u00e1 o Imp\u00e9rio Romano do Ocidente n\u00e3o ter\u00e1 a mesma sorte e ser\u00e1 marcado por crises econ\u00f4micas e sociais causadas pelo custo elevado do governo para manter o ex\u00e9rcito, a falta de obten- \u00e7\u00e3o de novos escravos que era importante m\u00e3o-de-obra para a economia, e a pobreza que afetava grande parte da popula\u00e7\u00e3o. Dessa forma, os povos guerreiros que habitavam regi\u00f5es n\u00e3o pertencentes ao Im- p\u00e9rio Romano (muitos deles indo-asi\u00e1ticos como os hunos e ostrogodos ou germ\u00e2nicos como os h\u00e9rulos e os sax\u00f5es) viram na fraqueza de Roma a oportunidade perfeita para invas\u00f5es e saques que causariam a destrui\u00e7\u00e3o do Imp\u00e9rio Romano do Ocidente. Vale lembrar que estes povos, por n\u00e3o falarem latim, l\u00edngua oficial do Imp\u00e9rio Romano, eram chamados de b\u00e1rbaros. Foi dessa forma que em 476 o \u00faltimo imperador romano, R\u00f4mulo Aug\u00fastulo foi de- posto por Odoacro, rei dos h\u00e9rulos, pondo fim a um dos mais poderosos imp\u00e9rios da humanidade. 78","APROFUNDANDO A PENSAR A Roma Antiga al\u00e9m de bela arquitetura e PROBLEMATIZANDO hist\u00f3ria nos legou uma importante heran\u00e7a: o Direito Romano. Ainda hoje o sistema jur\u00eddico O que voc\u00ea acredita que da maioria dos pa\u00edses ocidentais \u00e9 norteado simbolizam a venda, a balan\u00e7a pelos valores da vida, liberdade, propriedade e a espada usadas pela deusa e seguran\u00e7a. Al\u00e9m disso, a lei escrita e bem T\u00eamis? definida (positivada) \u00e9 outra caracter\u00edstica herdada desta civiliza\u00e7\u00e3o. Assim, o juiz deve Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano basear a senten\u00e7a conforme o determinado no c\u00f3digo legal, e n\u00e3o simplesmente de acor- do com a sua opini\u00e3o pessoal. Uma curiosi- dade \u00e9 que o s\u00edmbolo da justi\u00e7a, \u00e9 a deusa greco-romana T\u00eamis (deusa da justi\u00e7a) que aparece como uma mulher vendada, segu- rando uma balan\u00e7a e uma espada. Outro legado romano \u00e9 o nosso idioma. Derivado do latim (idioma oficial do Imp\u00e9rio) s\u00e3o origin\u00e1rias estas cinco l\u00ednguas: italiano, franc\u00eas, espanhol, portugu\u00eas e acreditem, at\u00e9 o romeno! Inacredit\u00e1vel, que viagem enorme que fizemos pelas civiliza\u00e7\u00f5es cl\u00e1ssicas! Que tal 79 darmos uma parada em nossos estudos para revisarmos tudo que vimos sobre a Roma Antiga? 1. Quais s\u00e3o as tr\u00eas formas de governo em que se divide a hist\u00f3ria romana? Qual o nome do cargo m\u00e1ximo que governava em cada um destes per\u00edodos? 2. Explique a composi\u00e7\u00e3o das quatro principais classes sociais romanas. 3. Quais eram as principais reivindica\u00e7\u00f5es sociais dos plebeus? E hoje em dia, o que voc\u00ea acredita que \u00e9 a principal reivindica\u00e7\u00e3o social em rela\u00e7\u00e3o ao governo? 4. O que eram as magistraturas romanas? Elas se assemelham a alguns cargos p\u00fablicos de hoje em dia? Justifique. 5. Qual a import\u00e2ncia da Lei das Doze T\u00e1buas. 6. Explique o que foram os epis\u00f3dios: Guerras P\u00fanicas, Pax romana e Invas\u00f5es b\u00e1rbaras 7. O que foi o triunvirato? 8. Qual importante religi\u00e3o surgiu no Imp\u00e9rio Romano e de que forma ela deixou de ser perseguida e passou a ser oficial. 9. Por que \u00e9 correto afirmar que ao final, havia dois Imp\u00e9rios Romanos e n\u00e3o apenas um? 10. Pesquise e escreva um par\u00e1grafo sobre uma contribui\u00e7\u00e3o romana para os dias de hoje. 11. De que forma este grande imp\u00e9rio chegou ao fim?","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva CA\u00c7A PALAVRAS ROMA ANTIGA As palavras deste ca\u00e7a palavras est\u00e3o escondidas na horizontal, vertical e diagonal sem palavras ao contr\u00e1rio. B \u00c1 R B A RO S P V F T T E NWN S C E N S O R N E M A I E OWS N R D U I I DOD LMV T T E T E CUOO OH P E E T V F KWP R T E S T RG NR I L L HA E I WTO \u00cd I I DH I AGGU E R R A S P \u00daN I CA S I O NL E I L BR I I \u00daAOTR I I FE T I EUOE ENEHVON I SODN I U P EWO H U I E T I S O R R S B C A N C S OWE S H N OQ I U P H E I S \u00c9D I TODEM I L \u00c3OEA L J E T EHHCONS T ANT I NOA E B\u00c1RBAROS\t CONSTANTINO\t LUPA\t PLEBEUS\t \u00c9DITODEMIL\u00c3O PATR\u00cdCIOS\t VES\u00daVIO CENSOR\t\t GUERRASP\u00daNICAS\t\t Vamos variar um pouco nossa forma de sistematizar o conhecimento? O desafio agora \u00e9 ao inv\u00e9s de um mapa mental, voc\u00ea resumir os principais aspectos da civiliza\u00e7\u00e3o romana atrav\u00e9s da formula\u00e7\u00e3o de cinco frases com informa\u00e7\u00f5es chave! 1. 2. 3. 4. 5. 80","Cap\u00edtulo Religi\u00f5es Monote\u00edstas: juda\u00edsmo, cristianismo 6 e islamismo MOTIVANDO A PENSAR Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano Uma vez que estudamos nos cap\u00edtulos anteriores as civiliza\u00e7\u00f5es cl\u00e1ssicas, assim como o Antigo Egito e a Mesopot\u00e2mia, estamos em condi\u00e7\u00f5es de aden- trarmos em um tema muito interessante e que diz respeito diretamente \u00e0 reali- dade em que vivemos: o surgimento das religi\u00f5es monote\u00edstas. Vimos que as sociedades antigas eram polite\u00edstas, ou seja, acreditavam em v\u00e1rios deuses, sendo a grande maioria relacionados \u00e0 fen\u00f4menos da natureza. Esses deuses tinham como caracter\u00edsticas comuns o fato de possuirem quali- dades e defeitos, de brigarem e casarem entre si, de aben\u00e7oarem ou mesmo se vingarem dos seres humanos, sendo vistos com isso, como modelo de for\u00e7a, coragem e imortalidade, mas nunca de perfei\u00e7\u00e3o a ser seguida. No entanto surgir\u00e1 no mundo antigo a primeira experi\u00eancia de cren\u00e7a em um \u00fanico Deus, dando origem \u00e0s religi\u00f5es monote\u00edstas que ainda hoje possuem muitos fi\u00e9is. Foi na Mesopot\u00e2mia, mais especificamente na cidade-Estado de Ur, que um pastor de ovelhas ter\u00e1 uma vis\u00e3o que ir\u00e1 revolucionar o modo como a religiosidade ser\u00e1 vivida desde ent\u00e3o. O nome dele \u00e9 Abra\u00e3o e a religi\u00e3o que ser\u00e1 fundada a partir desta experi\u00eancia \u00e9 o juda\u00edsmo. Uma das mais importan- tes fontes hist\u00f3ricas para conhecermos a cultura judaica \u00e9 a Tor\u00e1, correspon- dente aos cinco primeiros livros do Antigo Testamento da B\u00edblia crist\u00e3. Dessa forma, muitos relatos sobre os hebreus se confundem com a vis\u00e3o religiosa deste povo,sendo apropriado compreend\u00ea-los dentro de sua vis\u00e3o de mundo, que passa pela espiritualidade. Por isso \u00e9 importante analisarmos as tr\u00eas principais religi\u00f5es monote\u00edstas de hoje, a partir de suas vis\u00f5es de mundo e de Deus, o que ir\u00e1 requerer de n\u00f3s um exerc\u00edcio de alteridade, ou seja, de procurar ver as coisas sob a perspectiva do outro, de suas cren\u00e7as e concep\u00e7\u00f5es de mundo, ainda que elas possam ser diferentes das nossas.","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva JUDA\u00cdSMO Infelizmente, o povo judeu foi marcado por um triste epis\u00f3dio conhecido como holo- causto, quando o regime nazista perseguiu e exterminou aproximadamente 6 milh\u00f5es de judeus em campos de concentra\u00e7\u00e3o espalhados por toda a Europa. Este evento, ocor- rido na Europa a partir da ascens\u00e3o do nazismo na Alemanha, quando Hitler ganha as elei\u00e7\u00f5es em 1933, n\u00e3o pode ser o primeiro momento em que nos deparamos com o povo hebreu nas aulas de hist\u00f3ria. Os judeus s\u00e3o um povo com uma cultura muito rica e singu- lar, e merecem ser lembrados e reconhecidos n\u00e3o apenas por este epis\u00f3dio terr\u00edvel, mas tamb\u00e9m por toda contribui\u00e7\u00e3o que deram para a cultura ocidental. Que tal ent\u00e3o conhe- cer um pouco mais sobre eles? O juda\u00edsmo \u00e9 a religi\u00e3o monote\u00edsta mais antiga do mundo. Os judeus atribuem sua ori- gem \u00e0 popula\u00e7\u00e3o hebraica, povo semita que habitava a antiga civiliza\u00e7\u00e3o mesopot\u00e2mica e que posteriormente sofreu diversas migra\u00e7\u00f5es pelo Oriente M\u00e9dio e Europa. Abra\u00e3o \u00e9 considerado seu patriarca, a quem foi revelado pela primeira vez que haveria apenas um Deus, entidade criadora, fonte da vida e divindidade a ser adorada. Isto ocorreu enquanto ele pastoreava suas ovelhas nos arredores da cidade-Estado de Ur, na Mesopot\u00e2mia, por volta do ano 2000 a.C. Deus, a quem os judeus atribuem o nome de Jav\u00e9, Jeov\u00e1 ou Yahweh (dependendo da tradu\u00e7\u00e3o), teria pedido a Abra\u00e3o que chamasse sua fam\u00edlia, amigos e todos que acredi- tassem em sua mensagem para deixarem a Mespot\u00e2mia, e rumarem \u00e0 Terra Prometida, Cana\u00e3, onde dariam origem a um grande povo temente a este \u00fanico Deus. Foi desta maneira que os hebreus se dirigiram \u00e0 regi\u00e3o da atual Palestina (ou Israel) e l\u00e1 deram origem a esta religi\u00e3o t\u00e3o importante! 82","Se quisermos saber mais sobre a hist\u00f3ria No seu livro digital, em Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano dos hebreus (que posteriormente passam a v\u00eddeos, assista: ser chamados de judeus) encontraremos uma A hist\u00f3ria de Izaque. boa fonte nos cinco primeiros livros da B\u00edblia A hist\u00f3ria de Jos\u00e9 do Egito crist\u00e3, que correspondem \u00e0 Tor\u00e1 (um dos livros e, A hist\u00f3ria de Mois\u00e9s. sagrados dos judeus). L\u00e1 \u00e9 poss\u00edvel encontrar- mos hist\u00f3rias muito especiais e comoventes 83 como a da esposa de Abra\u00e3o, Sara, que n\u00e3o conseguia ter filhos e por milagre foi m\u00e3e de Isaque, j\u00e1 em idade avan\u00e7ada; a de Jos\u00e9 do Egito, que foi vendido como escravo por seus pr\u00f3prios irm\u00e3os, mas que acabou se tornando o homem de confian\u00e7a do fara\u00f3 e que poste- riormente deu abrigo e salvou a vida de seus familiares, assim como a de Mois\u00e9s, a quem fo- ram confiados os Dez Mandamentos de Deus. Estas historias,al\u00e9m de conterem li\u00e7\u00f5es valiosas como a perseveran\u00e7a, a f\u00e9 e o per- d\u00e3o, tamb\u00e9m nos ajudam a entender um pou- co mais sobre a cultura e a hist\u00f3ria hebraica. Por isso selecionamos um material extra muito interessante que explica um pouco mais sobre estes epis\u00f3dios. De todos eles, o \u00caxodo e as Di\u00e1sporas marcaram a espiritualidade judaica e seu modo de vida de uma maneira muito forte, sen- do considerados um elo na hist\u00f3ria de todos os judeus, independente de onde morem e do ramo do juda\u00edsmo ao qual pertencem. \u00caXODO Uma vez que o patriarca Abra\u00e3o fundou o juda\u00edsmo e passou a habitar com seus seguido- res em Cana\u00e3, o povo hebreu continuou a lou- var apenas a um Deus e a manter a sua cultura atrav\u00e9s de casamentos entre fam\u00edlias que com- partilhavam da mesma f\u00e9 e da perman\u00eancia na terra que consideravam prometida por Deus. No entanto a paz entre eles ser\u00e1 abalada, ap\u00f3s aproximadamente tr\u00eas gera\u00e7\u00f5es, quando por volta de 1700 a.C, as terras de Cana\u00e3 passam por um per\u00edodo de grande seca e escassez de alimentos, o que colocou em risco a sobrevi- v\u00eancia dos hebreus neste territ\u00f3rio.","Como resultado eles resolveram migrar LINK COM GEOGRAFIA para um pa\u00eds vizinho, o Egito, que por ter um rio perene ofereceria melhores condi\u00e7\u00f5es de vida Voc\u00ea sabe o que \u00e9 um rio para a sua subsist\u00eancia, at\u00e9 que a situa\u00e7\u00e3o em perene? Cana\u00e3 se normalizasse e suas terras voltas- sem a serem f\u00e9rteis e produtivas. Logo de in\u00ed- Rios perenes s\u00e3o aque- cio, os hebreus foram muito bem recebidos, at\u00e9 les que n\u00e3o secam, servindo porque o governo eg\u00edpcio estava na m\u00e3o dos de fonte de \u00e1gua o ano todo. hicsos, um povo invasor que havia conquistado Um dos principais rios pere- temporariamente o poder no Egito, derrotado nes do mundo \u00e9 o rio Ama- seu ex\u00e9rcito. Os hicsos n\u00e3o viam nos hebreus zonas, juntamente com o rio uma amea\u00e7a, muito pelo contr\u00e1rio, acredita- Nilo. vam que deixando-os permanecerem no terri- t\u00f3rio ganhariam-os como aliados. No seu livro digital, em v\u00ed- deos, assista e saiba mais so- A quest\u00e3o \u00e9 que este cen\u00e1rio ir\u00e1 mudar bre os principais rios perenes quando anos depois os eg\u00edpcios conseguem do mundo. expulsar os hicsos e retomar o poder. Nes- Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva se momento eles olham os judeus com des- confian\u00e7a, por terem se estabelecido em seu territ\u00f3rio justo no per\u00edodo em que eram do- minados por outro povo, al\u00e9m de n\u00e3o com- partilharem da mesma f\u00e9. Lembremos que os judeus foram o primeiro povo monote\u00edsta da hist\u00f3ria e que a concep\u00e7\u00e3o de ser Deus uma divindade \u00fanica parecia muito estranha aos povos da \u00e9poca, em especial aos eg\u00edpcios que como vimos adoravam a v\u00e1rios deuses. Al\u00e9m desse estranhamento, como se n\u00e3o bastasse, o fara\u00f3 via no crescimento das fa- m\u00edlias hebraicas uma amea\u00e7a, pois acreditava que eles poderiam querer tomar o poder, ou apoiar um poss\u00edvel retorno de povos invaso- res. Come\u00e7a assim um dif\u00edcil per\u00edodo da his- t\u00f3ria hebraica conhecido como Cativeiro do Egito, que durou aproximadamente 400 anos, per\u00edodo este em que sucessivos fara\u00f3s ir\u00e3o escravizar os hebreus e impedir que deixas- sem o Egito, de volta \u00e0 Cana\u00e3. At\u00e9 que nasce um menino, por volta de 1300 a.C., cujo destino segundo a Tor\u00e1, ser\u00e1 li- bertar o seu povo desta situa\u00e7\u00e3o. O nome dele \u00e9 Mois\u00e9s, e os eventos relatados a seguir mar- caram fortemente os hebreus e sua tradi\u00e7\u00e3o. Quando do nascimento de Mois\u00e9s, havia um decreto que ordenava que todo menino 84","hebreu deveria ser afogado pelos guardas eg\u00edp- LINK COM CINEMA Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano cios no Rio Nilo, evitando assim o crescimento da popula\u00e7\u00e3o hebraica. Os judeus acreditam Que tal conhecer um que Mois\u00e9s foi poupado, pois segundo a Tor\u00e1, pouco mais sobre a vida de sua m\u00e3e corajosamente o escondeu, colocan- Mois\u00e9s, esta figura t\u00e3o impor- do-o em uma cestinha que iria flutuar pelo Rio tante na hist\u00f3ria do juda\u00edsmo? Nilo at\u00e9 ser encontrada pela pr\u00f3pria filha do fa- Recomendamos o filme O ra\u00f3, que sensibilizada ao ver o beb\u00ea dentro dela, Pr\u00edncipe do Egito. Que tal pro- acabou adotando-o como filho. gramar uma sess\u00e3o cinema em casa, com toda fam\u00edlia e Mois\u00e9s quando adulto, ainda segundo a com direito a pipoca? Tor\u00e1, teria tido uma revela\u00e7\u00e3o divina, tendo Deus dito-lhe que ele era hebreu, e que sua mis- s\u00e3o seria conduzir o seu povo de volta \u00e0 terra prometida. Mois\u00e9s a partir de ent\u00e3o cria cora- gem, enfrenta o fara\u00f3 e foge com os hebreus de volta \u00e0 Cana\u00e3, cruzando o Mar vermelho e diri- gindo-se ao deserto do Sinai. Inicia-se assim o epis\u00f3dio conhecido como \u00caxodo. O \u00caxodo compreende o per\u00edodo de apro- ximadamente 40 anos em que o povo judeu migrou pela Pen\u00ednsula do Sinai de volta \u00e0 terra prometida. Este foi um per\u00edodo dif\u00edcil de muitas prova\u00e7\u00f5es, pois viver em migra\u00e7\u00e3o pelo deser- to n\u00e3o era nada f\u00e1cil. Muitos desentendimentos ocorreram e os hebreus precisaram manter-se unidos, fortalecendo os seus la\u00e7os na f\u00e9. Ainda segundo a Tor\u00e1, foi durante este pe- r\u00edodo que Mois\u00e9s recebeu do pr\u00f3prio Jeov\u00e1, os Dez Mandamentos, um conjunto de normas que ir\u00e1 influenciar fortemente o mundo ocidental. Ilustra\u00e7\u00e3o dos Dez Mandamentos recebidos por Mois\u00e9s. 85","\u00c9 claro que a chegada dos hebreus \u00e0 Terra Prometida n\u00e3o foi nada f\u00e1cil. Al\u00e9m dos 40 anos no deserto, quando o povo finalmente chegou \u00e0 Cana\u00e3, o territ\u00f3rio havia sido ocupado por outros povos como os cananeus que estavam no territ\u00f3rio com suas casas e planta\u00e7\u00f5es, h\u00e1 muitos s\u00e9culos (lembre-se de que os hebreus permaneceram mais de 400 anos no Egito!). Infelizmente esta situa\u00e7\u00e3o gerou uma s\u00e9rie de conflitos armados para a conquista do territ\u00f3rio por parte dos hebreus. Durante este per\u00edodo de adapta\u00e7\u00e3o e conquista da Terra Prometida, os hebreus se dividiram em dois reinos, o reino de Jud\u00e1 e o reino de Israel, o que enfraqueceu seu poder de defesa, fazendo com que em 722 a.C o reino de Israel fosse conquistado pelos Ass\u00ed- rios e seus habitantes deportados para trabalharem em diferentes regi\u00f5es deste imp\u00e9rio mesopot\u00e2mico. Do mesmo modo, o reino de Jud\u00e1 foi conquistado em 586 a.C., quando os babil\u00f4nicos obrigam-nos a migrar para a Babil\u00f4nia, onde viveram outro epis\u00f3dio de escravid\u00e3o: o Cativeiro da Babil\u00f4nia, onde permaneceram por quase 50 anos. Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva RETORNO \u00c0 CANA\u00c3 E DI\u00c1SPORA Quando os persas conquistaram o Imp\u00e9rio LINK COM A ATUALIDADE Babil\u00f4nico os judeus puderam retornar \u00e0 Terra Prometida, onde l\u00e1 permaneceram at\u00e9 outro Se interessou pelo tema? imp\u00e9rio conquist\u00e1-los, o Imp\u00e9rio Romano. O Ent\u00e3o confira no seu livro imperador Tito mandou destruir Jerusal\u00e9m digital, em v\u00eddeos, assista e em 70 d.C e promoveu um triste epis\u00f3dio da entenda mais sobre o contexto hist\u00f3ria hebraica: a di\u00e1spora, ou seja a ex- da cria\u00e7\u00e3o do Estado de Israel. puls\u00e3o de todos os judeus de seu territ\u00f3rio sagrado, for\u00e7ando-os a expalharem-se pelo mundo da \u00e9poca. Voc\u00ea compreende agora porque havia tantos judeus morando na Ale- manha e em outros pa\u00edses da Europa \u00e0 \u00e9poca da Segunda Guerra Mundial, quando foram v\u00edtimas do holocausto? Apesar deles possu\u00edrem uma terra que, segundo suas tradi\u00e7\u00f5es, \u00e9 o local onde devem habitar e viver, eles ficaram muitos s\u00e9culos distantes de Cana\u00e3, pois haviam sido suces- sivamente dominados e expulsos deste territ\u00f3- rio. O retorno do povo judeu \u00e0 Terra Prometida (atual Israel ou Palestina) s\u00f3 se dar\u00e1 ap\u00f3s a Segunda Guerra Mundial, quando a ONU (Or- ganiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas) cria o Estado de Israel, em 1948, permitindo aos hebreus o retorno a este territ\u00f3rio reivindicado historica- mente por eles. 86","Infelizmente, assim como quando os judeus retornaram do \u00caxodo \u00e0 Terra Prometida, Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano esta regi\u00e3o n\u00e3o havia ficado desabitada, pelo contr\u00e1rio, era a p\u00e1tria dos palestinos, outra na\u00e7\u00e3o importante, muito religiosa e com cultura diversa \u00e0 dos judeus, o que gerar\u00e1 uma s\u00e9rie de atritos e at\u00e9 conflitos b\u00e9licos entre eles. Situa\u00e7\u00e3o esta que perdura at\u00e9 os dias de hoje sendo este territ\u00f3rio palco de epis\u00f3dios de disputas pol\u00edticas, religiosas e militares entre estas duas na\u00e7\u00f5es. REGISTRANDO E AMPLIANDO HORIZONTES Agora que voc\u00ea conhece um pouco mais sobre a origem e a hist\u00f3ria do povo judeu, que tal revisar tudo que vimos, afinal, quanta coisa aprendemos! 1. Qual origem \u00e9 atribu\u00edda ao povo judeu, e por que esta religi\u00e3o se difere das demais do per\u00edodo antigo? 2. Como se chamava o povo que deu origem ao juda\u00edsmo e qual o nome do livro sagrado onde grande parte da de sua hist\u00f3ria foi registrada sob um ponto de vista religioso? 3. Onde se localiza Cana\u00e3, por que esta terra era t\u00e3o importante para os judeus e o que ocorreu para que eles a deixassem e migrassem para o Egito? 4. Explique o que foi os epis\u00f3dios: a. \u00caxodo; b. Di\u00e1spora. 5. Qual a import\u00e2ncia de Mois\u00e9s na hist\u00f3ria do povo hebreu? 6. Escolha um dos t\u00f3picos abaixo para fazer uma pesquisa e compartilhar os resultados com seus colegas, durante a corre\u00e7\u00e3o da tarefa: a. P\u00e1scoa Judaica; b. Bar Mitzvah; c. Comida Kosher; d. S\u00edmbolos do juda\u00edsmo: o quip\u00e1, a estrela de Davi e o Chanuk\u00e1; e. Shabat. CRISTIANISMO A segunda religi\u00e3o monote\u00edsta que surgiu no mundo, tamb\u00e9m \u00e9 origin\u00e1ria do per\u00edodo antigo, h\u00e1 aproximadamente dois mil anos atr\u00e1s, e possui muitas coisas em comum com o juda\u00edsmo sendo inclusive, em grande parte, uma das continuidades hist\u00f3ricas dela. Tra- ta-se da maior religi\u00e3o do planeta (acredita-se que cerca de 30% da popula\u00e7\u00e3o do globo 87","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva seja crist\u00e3). Para entend\u00ea-la precisamos Pergaminho da Tor\u00e1 ter em mente que os judeus acreditam na Quip\u00e1 (ou kip\u00e1), s\u00edmbolo judeu usado pelos homens e que revela\u00e7\u00e3o de que Deus enviaria um mes- representa rever\u00eancia \u00e0 Deus. sias, uma pessoa muito especial que iria salvar o povo de Israel e libertar a humani- dade da opress\u00e3o. Para que se soubesse quem seria o messias, foi escrito na Tor\u00e1 uma s\u00e9rie de sinais: deveria nascer na Terra Prometida e ser judeu, descenden- te do rei Davi (um importante rei judeu) e ser um homem justo, capaz de operar milhagres. A Hist\u00f3ria de Jesus, que segundo os crist\u00e3os \u00e9 o messias enviado por Deus, \u00e9 muito conhecida pela maioria de n\u00f3s, pois vivemos em um pa\u00eds em que a maio- ria da popula\u00e7\u00e3o \u00e9 crist\u00e3 ou convive com devotos desta relig\u00e3o. Por isso estamos familiarizados com a hist\u00f3ria da sagrada fam\u00edlia, Jesus Maria e Jos\u00e9. Neste senti- do, segundo a tradi\u00e7\u00e3o crist\u00e3, Maria, uma jovem judia que estava prometida em ca- samento a Jos\u00e9, teria recebido a visita do anjo Gabriel que anunciou que ela estaria esperando o filho de Deus, que traria a salva\u00e7\u00e3o para o mundo. O nome dele de- veria ser Jesus (Yeshua em hebraico, que significa salva\u00e7\u00e3o). O Natal, importante festa em nossa cultura, celebra justamente o nascimen- to deste menino, que veio de forma muito humilde, nasceu em uma manjedoura, en- tre os animais, na periferia de Bel\u00e9m, na Palestina. O esposo de Maria, Jos\u00e9, era carpiteiro e apesar de ser muito simples tinha ascend\u00eancia do rei Davi. Por isso, ao acolher Jesus como seu filho, passou a ele esta ascend\u00eancia, fazendo com que mais um dos sinais referentes ao messias se concretizasse. Assim como a hist\u00f3ria dos judeus tem como importante fonte hist\u00f3rica seu livro sagrado, a Tor\u00e1, o cristianismo ter\u00e1 a B\u00edblia como fonte para conhecermos a vida de Jesus Cristo e dos primeiros anos 88","da Igreja. \u00c9 inclusive interessante ressaltar que os dez primeiros livros da B\u00edblia crist\u00e3 cor- Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano respondem \u00e0 Tor\u00e1 judaica. Dessa forma, a hist\u00f3ria de importantes eventos da f\u00e9 judaica como a vida de Abra\u00e3o, a ida do povo hebreu para a terra prometida, o \u00eaxodo e os dez mandamentos est\u00e3o todos na B\u00edblia crist\u00e3 (na parte do Antigo Testamento). N\u00e3o pode- mos esquecer, inclusive, que o pr\u00f3prio Jesus Cristo era judeu. Isso mostra como as reli- gi\u00f5es podem estar muito mais pr\u00f3ximas umas das outras do que pensamos, o que \u00e9 mais um motivo para respeitarmos as formas como cada cultura concebe a Deus. Voltando \u00e0 hist\u00f3ria de Jesus, ele levou uma vida humilde, caminhando pela regi\u00e3o da Palestinha para pregar em seus serm\u00f5es e par\u00e1bolas a import\u00e2ncia do amor ao pr\u00f3ximo, do respeito e da caridade para com os mais pobres e necessitados. Jesus sempre aco- lheu os pecadores, perdoando-os e dando testemunho do infinito amor de Deus por n\u00f3s. Em seus belos serm\u00f5es ele deixou-nos mensagens de esperan\u00e7a e humildade, como no famoso Serm\u00e3o da Montanha, que vamos conferir abaixo: Jesus, vendo a multid\u00e3o, subiu a um monte, e, assentando-se, aproxi- maram-se dele os seus disc\u00edpulos; e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo: \u201cBem-aventurados os pobres de esp\u00edrito, porque deles \u00e9 o Reino dos c\u00e9us; bem-aventurados os que choram, porque eles ser\u00e3o consola- dos; bem-aventurados os mansos, porque eles herdar\u00e3o a terra; bem- -aventurados os que t\u00eam fome e sede de justi\u00e7a, porque eles ser\u00e3o fartos; bem-aventurados os miseri- cordiosos, porque eles alcan\u00e7ar\u00e3o miseric\u00f3rdia; bem-aventurados os limpos de cora\u00e7\u00e3o, porque eles ve- r\u00e3o a Deus (...)\u201d Mateus, 5: 1-9 Infelizmente, como j\u00e1 vimos anteriormente, a regi\u00e3o da Palestina foi marcada no per\u00edo- do antigo por fortes tens\u00f5es com outros povos, tendo sido dominada na \u00e9poca de Cristo pelo Imp\u00e9rio Romano, que transformou-a em sua prov\u00edncia, obrigando seus habitantes a pagarem impostos \u00e0 Roma, assim como limitando a liberdade do povo judeu. Isto acabou fazendo com que Jesus, que pregava o reino dos c\u00e9us e o amor ao pr\u00f3ximo, acabasse sendo visto como uma ame\u00e7a. Jesus dizia que o verdadeiro reino era o de Deus, que se conquista ap\u00f3s a morte e que n\u00e3o havia t\u00edtulos ou riquezas terrenas que pudessem compr\u00e1-lo. Muito pelo contr\u00e1rio, a gan\u00e2ncia e a indiferen\u00e7a dos homens afastavam seus cora\u00e7\u00f5es do verdadeiro amor de Deus. Isso por si s\u00f3 passou a ser visto com desconfian\u00e7a pelas autoridades da \u00e9poca. 89","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva Al\u00e9m disso os judeus, assim como os de- mais seguidores de Cristo, se negavam a reco- nhecer a divindade dos imperadores. Lembre-se Busto do Imperador Constantino. de que um dos t\u00edtulos dos imperadores romanos era Augusto, que significa divino. Dessa forma, Jesus Cristo foi considerado uma amea\u00e7a, pre- so e levado ao governador romano P\u00f4ncio Pila- tos, respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o da Palesti- na \u00e0 \u00e9poca. Sua crucifica\u00e7\u00e3o e morte no Monte Calv\u00e1rio, deveria ter servido de alerta a todos os seus seguidores. Mas ao contr\u00e1rio, o n\u00famero de pessoas que passou a acreditar nos seus ensi- namentos s\u00f3 cresceu, fazendo surgir, com isso, a segunda religi\u00e3o monote\u00edsta da hist\u00f3ria, o cris- tianismo. Por fim, apesar de muitos crist\u00e3os terem sido perseguidos pelo Imp\u00e9rio Romano, sen- do mortos nas arenas de gladiadores, pouco a pouco a mensagem de Cristo foi adentran- do \u00e0 elite romana, fazendo com que grande parte dela tamb\u00e9m se convertesse \u00e0 nova f\u00e9. Dessa forma, o imperador Constantino no ano de 313 d.C concedeu liberdade de culto aos crist\u00e3os (ou seja, n\u00e3o seriam mais persseguidos) atrav\u00e9s de um documento, o \u00c9dido de Mil\u00e3o. J\u00e1 o imperador Teod\u00f3sio em 380 d.C adota a religi\u00e3o crist\u00e3 como a oficial do imp\u00e9rio, atrav\u00e9s do \u00c9dito de Tessal\u00f4nica. Como consequ\u00eancia, em menos de quatro s\u00e9culos, o que antes era uma religi\u00e3o persseguida, cuja principal figura havia sido condenada de morte na cruz, agora triunfava como a pr\u00f3pria religi\u00e3o do estado romano. REGISTRANDO E AMPLIANDO HORIZONTES Opa! Depois de tanta hist\u00f3ria chegou novamente o momento de sediment\u00e1-la atrav\u00e9s de nossos exerc\u00edcios de revis\u00e3o. 1. Em qual regi\u00e3o surgiu o cristianismo? Qual era a religi\u00e3o seguida pelos pais de Jesus, Maria e Jos\u00e9? 2. Qual \u00e9 o livro sagrado para os crist\u00e3os e qual a sua rela\u00e7\u00e3o com a Tor\u00e1? 3. No que acreditam os crist\u00e3os, e por que Jesus foi persseguido e condenado \u00e0 cruz pelo Imp\u00e9rio Romano? 90","4. O que Jesus Cristo dizia em suas prega\u00e7\u00f5es que podem nos servir para construirmos Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano uma sociedade mais fraterna? 5. O que determinavam os documentos \u00c9dito de Mil\u00e3o e \u00c9dito de Tessal\u00f4nica? 6. Pesquise o significado da P\u00e1scoa para os crist\u00e3os (o que eles comemoram nesta data). ISLAMISMO O islamismo \u00e9 a terceira religi\u00e3o monote\u00edsta do mundo e a segunda maior em n\u00famero de fi\u00e9is com quase 2 bilh\u00f5es de seguidores. Esta importante religi\u00e3o surgiu na Pen\u00ednsula Ar\u00e1bica, no Oriente M\u00e9dio, por volta do ano 570 d.C. \u00c9 interessante notar que assim como o cristianismo, o islamismo tamb\u00e9m tem suas ra\u00edzes na religi\u00e3o judaica. Abra\u00e3o, o patriar- ca dos hebreus, teve v\u00e1rios filhos. Um deles se chamava Isaque e dele temos a linhagem dos patriarcas do juda\u00edsmo e do pr\u00f3prio Jesus Cristo. J\u00e1 de seu outro filho Ismael, atri- bui-se a linhagem que deu origem ao Isl\u00e3. \u00c9 por isso que o livro sagrado dos isl\u00e2micos, o Alcor\u00e3o (ou Cor\u00e3o) contem v\u00e1rias passagens da Tor\u00e1 e da Biblia, como a hist\u00f3ria de No\u00e9 e o dil\u00favio, o Cativeiro do Egito e o nascimento de Cristo. Isto s\u00f3 refor\u00e7a a ideia de que devemos ver as religi\u00f5es sob o ponto de vista do que elas tem em comum, buscando um di\u00e1logo harm\u00f4nico e respeito \u00e0 forma como cada cul- tura vive a sua espiritualidade. O in\u00edcio do islamismo se deu quando Maom\u00e9 (ou Muhammad em \u00e1rabe) que era um mercador que comercializava produtos de diferentes regi\u00f5es da Pen\u00ednsula Ar\u00e1bica em Meca, teve uma vis\u00e3o com o anjo Gabriel (o mesmo que na B\u00edblia se refere a Maria), en- quanto meditava no Monte Hira. Segundo o Cor\u00e3o o anjo revelou a Maom\u00e9 que existia apenas um Deus (a qual os isl\u00e2micos passam a chamar de Al\u00e1) e que ele seria o \u00faltimo profeta a revelar o monote\u00edsmo aos povos pag\u00e3os. 91","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva Caberia ent\u00e3o \u00e0 Maom\u00e9 divulgar esta verdade, em especial aos povos \u00e1rabes que ainda viviam o polite\u00edsmo. Se por um lado a convers\u00e3o dos bedu\u00ednos (tribos semin\u00f4mades que viviam no deserto) n\u00e3o se deu com dificuldades, o mesmo n\u00e3o pode ser dito quando Maom\u00e9 foi pregar em Meca, importante cidade onde uma elite mercantil coroaxita vivia da comercializa\u00e7\u00e3o de est\u00e1tuas de deuses e outros artigos religiosos. Foi por isso que no ano 622 do nosso calend\u00e1rio Maom\u00e9 e seus seguidores tiveram que fugir de Meca para Yatrib (poteriormente batizada de Medina, cidade do profeta) para escapar de um ataque dos coroaxitas que n\u00e3o toleravam a presen\u00e7a de Maom\u00e9 e o que ela sinificava para seus neg\u00f3cios. O nome deste importante epis\u00f3dio da hist\u00f3ria isl\u00e2mica \u00e9 H\u00e9gira. Foi por causa desta fuga que Maom\u00e9 entra em contato com os l\u00edderes locais de Yatrib, conseguindo alian\u00e7as, al\u00e9m da conver\u00e7\u00e3o de centenas de pessoas que passaram organizar-se entorno da ideia de ummah, comunidade na f\u00e9 isl\u00e2mica. Desse modo, ele e sua mensagem se fortaleceram e no ano de 630, com um ex\u00e9rcito em torno de 4 mil homens, o profeta pode voltar \u00e0 Meca, onde n\u00e3o encontrou resist\u00eancia para permanecer e divulgar o islamismo. Consolidava-se, com isso, esta importante religi\u00e3o que passou a propagar-se pelo mundo da \u00e9poca, em especial pelo norte da \u00c1frica e Oriente M\u00e9dio. Um ponto interessante a salientar em rela\u00e7\u00e3o ao islamismo, \u00e9 que assim como a reli- gi\u00e3o crist\u00e3 possui v\u00e1rias vertentes (cat\u00f3lica, luterana, batista etc) os isl\u00e2micos possuem mais de uma forma de viver sua f\u00e9, estando divididos em diversos grupos, cuja principal vertente s\u00e3o os sunitas e os xiitas. Ap\u00f3s a morte de Maom\u00e9, em 632 uma parte de seus seguidores defendia que o seu sucessor deveria ser escolhido dentre os parentes do profeta e que apenas o Alcor\u00e3o era fonte do conhecimento sagrado. Para este grupo, que ficou conhecido como xiitas, o cali- fa deveria ser o genro de Maom\u00e9, Ali ibn Abu Talib. J\u00e1, para um segundo grupo, o sucessor de Maom\u00e9 deveria ser eleito dentre seus seguidores, al\u00e9m de aceitarem um outro grupo de escritos, a Suna, como fonte da doutrina isl\u00e2mica. Este grupo ficou conhecido como sunitas e elegeram Abu Bakr como califa. 92","Apesar de possu\u00edrem diferen\u00e7as, por Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano seguirem o Alcor\u00e3o e os ensinamentos do profeta Maom\u00e9, xiitas e sunitas tem Tipos de v\u00e9us isl\u00e2micos. em comum a ideia de que pertencem \u00e0 ummah, assim como os cinco pilares da f\u00e9 isl\u00e2mica: 1. Shahada: Professar a f\u00e9 de que exis- te apenas um deus, Al\u00e1, e Maom\u00e9 \u00e9 seu profeta. 2. Salah: Rezar cinco vezes ao dia vo- lado para Meca, a cidade sagrado do islamismo. 3. Zakat: Fazer caridade ou dar esmo- la aos necessitados. 4. Jejum: No nono m\u00eas do calend\u00e1rio isl\u00e2mico, o Ramad\u00e3, deve-se fazer je- jum do nascer ao p\u00f4r do sol. Mulheres gr\u00e1vidas ou que estejam amamentan- do, idosos, crian\u00e7as e doentes s\u00e3o dispensados do jejum. 5. Hajj: Todo fiel que tenha sa\u00fade e condi\u00e7\u00f5es financeiras, deve peregri- nar para Meca ao menos uma vez na vida. A visita \u00e0 cidade sagrada deve ser um momento de profunda ora\u00e7\u00e3o, exame de consci\u00eancia e convers\u00e3o. Al\u00e9m dos cinco pilares, os isl\u00e2micos quer sejam sunitas, xiitas ou outras cor- rentes minorit\u00e1rias, possuem outros pon- tos em comum. Um que chama aten\u00e7\u00e3o aos que n\u00e3o seguem esta religi\u00e3o \u00e9 o fato de muitas mulheres cobrirem a cabe\u00e7a com um v\u00e9u de diferentes estilos. Esta op- \u00e7\u00e3o recomendada \u00e0s mulheres do Isl\u00e3 se deve ao fato de considerarem o cabelo e outras partes do corpo como bra\u00e7os, pes- co\u00e7o e pernas, algo de foro \u00edntimo, que n\u00e3o deve ser visto por pessoas que n\u00e3o sejam familiares. \u00c9 por isso que muitas mulheres cobrem a cabe\u00e7a ao ficarem menstruadas (quando deixam de ser crian\u00e7as, segunda a religi\u00e3o), assim como usam roupas de manga comprida e cal\u00e7as ou saias que cubram as pernas. 93","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva Este costume tamb\u00e9m vigorava entre os judeus e os crist\u00e3os, pois era um entendimen- to muito antigo de que o corpo da mulher deveria ser preservado, pois assim preservaria-se a pureza de sua alma. Um exemplo disso \u00e9 que nas imagens de Maria, m\u00e3e de Jesus Cristo, ela sempre aparece com vestido longo, mangas compridas e v\u00e9u na cabe\u00e7a. As freiras ca- t\u00f3licas tamb\u00e9m trajam h\u00e1bitos que muitas vezes cobrem suas cabe\u00e7as e corpo. Com o tempo, no entanto, esta percep\u00e7\u00e3o de pureza foi se modernizando e hoje em dia muitas freiras deixarem de utilizar o h\u00e1bito (nome da vestimenta t\u00edpica que possui o v\u00e9u), assim como passou a ser facultativo \u00e0 maioria das mulheres do Isl\u00e3 o uso do v\u00e9u (comexce\u00e7\u00e3o de pa\u00edses que adotam a sharia, lei isl\u00e2mica e que por isso s\u00e3o mais radicais no aspecto religioso). Outro ponto interessante \u00e9 que os isl\u00e2micos n\u00e3o devem desenhar o profeta Maom\u00e9, pois isto \u00e9 considerado ofensa grave, mesmo que o desenho tenha como finalidade enal- tec\u00ea-lo. Muitos isl\u00e2micos inclusive seguem a risca a proibi\u00e7\u00e3o de representar qualquer animal ou ser humano, pois estes s\u00e3o cria\u00e7\u00f5es divinas, cabendo apenas a Al\u00e1 a sua auto- ria. \u00c9 por isso que a arte isl\u00e2mica \u00e9 muito conhecida pelas pinturas geom\u00e9tricas, cheias de curvas, linhas e folhagens, conhecidas pelo estilo arabesco. Dessa forma, \u00e9 poss\u00edvel adornar os templos e edif\u00edcios com lind\u00edssima arte, sem desrespeitar os preceitos da f\u00e9. REGISTRANDO E AMPLIANDO HORIZONTES Opa! Depois de tanta hist\u00f3ria chegou novamente o momento de sediment\u00e1-la atrav\u00e9s de nossos exerc\u00edcios de revis\u00e3o. 1. Explique a origem do islamismo dizendo quem foi seu fundador, no que acreditam e onde surgiu esta religi\u00e3o. 2. Qual o nome do livro sagrado isl\u00e2mico? Esta religi\u00e3o tem alguma rela\u00e7\u00e3o com as duas religi\u00f5es monote\u00edstas que estudamos anteriormente? 3. Qual foi o importante evento que marcou o in\u00edcio do calend\u00e1rio isl\u00e2mico? 4. Quais s\u00e3o as duas principais vertentes do islamismo? No que elas diferem entre si? 5. O que representa a palavra ummah? Cite dois aspectos que todos os isl\u00e2micos tem em comum. 6. Por que a arte isl\u00e2mica valoriza formas geom\u00e9tricas,linhas e folhagens? 7. A partir do que aprendemos neste cap\u00edtulo, escreva um par\u00e1grafo sobre um ponto em comum e outro de diferente entre as religi\u00f5es judaica, crist\u00e3 e isl\u00e2mica. Depois com- plemente explicando a import\u00e2ncia de reseitarmos as diferentes religi\u00f5es. 8. Agora que tal coloriar a arte em estilo ar\u00e1bico? No seu livro digital, em atividades, acesse o conte\u00fado cheio de imagens em estilo \u00e1rabe prontas para serem pintadas! 94","3Unidade Mundo Medieval e civiliza\u00e7\u00f5es Pr\u00e9-Colombianas","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva Civiliza\u00e7\u00f5es da Cap\u00edtulo Am\u00e9rica: Maias, Astecas e Incas 7 MOTIVANDO A PENSAR LINK COM GEOGRAFIA Que tal continuarmos nossa viagem hist\u00f3rica, As primeiras civiliza\u00e7\u00f5es saindo um pouquinho do contexto da Europa e do que iremos estudar neste Oriente M\u00e9dio, para investigarmos as principais cap\u00edtulo se situam no terri- civiliza\u00e7\u00f5es que ocuparam o continente americano? t\u00f3rio que os ge\u00f3grafos de- Lembre-se que vimos no cap\u00edtulo 3 que a Am\u00e9rica nominam de Mesoam\u00e9rica. recebeu seus primeiros habitantes h\u00e1 aproxima- Meso em grego significa damente 25 mil anos atr\u00e1s, atrav\u00e9s de migra\u00e7\u00f5es meio, portanto fica f\u00e1cil de- feitas pelo Oceano Pac\u00edfico e pelo Estreito de Be- duzir que estas civiliza\u00e7\u00f5es ring. Tamb\u00e9m vimos que no Brasil estabeleceram- se desenvolveram na Am\u00e9- -se culturas ind\u00edgenas muito ricas e diversificadas, rica Central, mais especi- mas que tinham em comum a pr\u00e1tica da ca\u00e7a e ficamente em El Salvador, coleta de alimentos, a vida em meio \u00e0 natureza, a Belize, Guatemala e partes confec\u00e7\u00e3o de objetos de cer\u00e2mica e instrumentos da Costa Rica, Nicar\u00e1gua e feitos com madeira, ossos e pedras, assim como a Honduras. Tamb\u00e9m faz par- divis\u00e3o do trabalho de acordo com o g\u00eanero. te da Mesoam\u00e9rica a regi\u00e3o sul do M\u00e9xico, como pode- O que ainda n\u00e3o te contamos \u00e9 que em nos- mos ver no mapa abaixo: so continente tamb\u00e9m estabeleceram-se culturas que se assemelham ao Antigo Egito, Mesopot\u00e2mia e Roma, pois formaram um Estado organizado, com dinastias, classes sociais, cobran\u00e7a de im- postos, obras p\u00fablicas e at\u00e9 mesmo guerras impe- rialistas (para subjulgar e dominar povos menores). Mas antes de iniciarmos nossos estudos sobre estes povos t\u00e3o sofisticados, \u00e9 importante conhe- cermos dois conceitos. O primeiro vem da hist\u00f3ria e \u00e9 referente \u00e0s civiliza\u00e7\u00f5es pr\u00e9-colombianas, ou seja, a todos os povos que se desenvolveram na Am\u00e9rica antes da chegada do navegador Crist\u00f3v\u00e3o Colombo, em 1492. O segundo \u00e9 Mesoam\u00e9rica e para melhor compreend\u00ea-lo \u00e9 preciso fazermos um link com a geografia, no box ao lado.","Agora que voc\u00ea j\u00e1 sabe o que \u00e9 Mesoam\u00e9rica, que tal colorir esta regi\u00e3o no Mapa. Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano APROFUNDANDO O PENSAR A \u00e1rea que voc\u00ea acabou de colorir, ou seja, a Mesoam\u00e9rica, ser\u00e1 palco das primei- ras civiliza\u00e7\u00f5es que ir\u00e3o se formar nas Am\u00e9ricas. Sobre elas ainda sabemos pouco, pois s\u00e3o muito antigas e mais registros arqueol\u00f3gicos s\u00e3o necess\u00e1rios para que possamos conhec\u00ea-las melhor. No entanto, selecionamos o que tem de mais recente nos estudos sobre estes povos para voc\u00ea ficar por dentro: 97","Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva OLMECAS Acredita-se que seja a primeira grande Ficou curioso ou curiosa para civiliza\u00e7\u00e3o da Mesoam\u00e9rica, sendo consi- saber como \u00e9 o Bloco Cascajal? derada a \u201cm\u00e3e\u201d de todas as outras civiliza- \u00e7\u00f5es da regi\u00e3o. Esta cultura se desenvolveu Ent\u00e3o acesse o seu livro digital, na regi\u00e3o centro-sul do atual M\u00e9xico h\u00e1 em pesquisas, e confira os miste- aproximadamente 1500 a.C, mas sua influ- riosos s\u00edmbolos que at\u00e9 hoje intri- \u00eancia principalmente pelo com\u00e9rcio, pode gam os arque\u00f3logos! ser encontrada por toda a Mesoam\u00e9rica, com obras de arte esculpidas em pedra que remetem ao estilo olmeca. Esta cultura se organizava em cidades- -Estados, cada qual governada por um so- berano, que dispunha do apoio da nobreza e elite sacerdotal. De tradi\u00e7\u00e3o religiosa po- lite\u00edsta (acreditavam em v\u00e1rios deuses) os olmecas teriam sido os pioneiros a utiliza- rem sacrif\u00edcios de animais e possivelmente tamb\u00e9m de seres humanos, como forma de agradar a seus deuses, renovando com isso as chuvas, as colheitas e o equil\u00edbrio do uni- verso. A eles tamb\u00e9m \u00e9 atribu\u00edda a introdu- \u00e7\u00e3o do n\u00famero zero, e as primeiras formas de calend\u00e1rio e sistema de escrita. E por falar em sistema de escrita, traba- lhadores de constru\u00e7\u00e3o civil encontraram na regi\u00e3o de Verazruz (sudeste do M\u00e9xico), em meio \u00e0s obras para a constru\u00e7\u00e3o de uma es- trada, o que acredita-se ser a evidencia mais antiga de escrita no nosso continente: o Blo- co Cascajal. Esta evid\u00eancia consiste em uma t\u00e1bua de pedra (serpentinita) no qual est\u00e3o gravados s\u00edmbolos que pertenceriam \u00e0 es- crita olmeca, que data do primeiro mil\u00eanio antes de cristo. Assim como grande parte das escritas pr\u00e9-colombianas, ainda n\u00e3o se sabe exatamente o significado de cada s\u00edm- bolo, pois muitos s\u00e3o abstratados, mas acre- dita-se que alguns glifos do Bloco Cascajal se refiram a alimentos como milho, peixes e outros animais. Outro mist\u00e9rio que envolve os olmecas s\u00e3o as colossais cabe\u00e7as humanas, escul- pidas em pedras de basalto que chegam a 98","pesar at\u00e9 40 toneladas! Mais de 17 cabe\u00e7as gigan- Dialogando com a Hist\u00f3ria \/ 6o ano tes foram encontradas em s\u00edtios arqueol\u00f3gicos ol- mecas, que datam de mais de 900 a.C. Estas ca- be\u00e7as n\u00e3o possuem corpo, e a grande maioria foi esculpida em blocos \u00fanicos de pedra. Duas teo- rias s\u00e3o as mais aceitas acerca do significado des- tes monumentos: seriam uma homenagem a seus principais soberanos ou a representa\u00e7\u00e3o de deu- ses. Outro ponto intrigante \u00e9 que estas cabe\u00e7as usam misteriosos capacetes. E voc\u00ea, o que acha que pode significar estas obras de peso? TOLTECAS Mais uma importante civiliza\u00e7\u00e3o, os toltecas s\u00e3o origin\u00e1rios do Norte do M\u00e9xico e estenderam seus dom\u00ednios at\u00e9 a regi\u00e3o central deste pa\u00eds. Ao contr\u00e1rio dos olmecas, os toltecas desenvolveram um governo unificado com capital na bela cidade de Tula (loca- lizada a 80 quil\u00f4metros da Cidade do M\u00e9xico) que possu\u00eda pal\u00e1cios, \u00e1reas desportivas, grandes est\u00e1tuas em pedra e templos em forma de pir\u00e2mides. A sociedade era dividida basicamente em dois grupos sociais: a elite, composta pela nobreza, sacerdotes e mi- litares e o povo, restante da popula\u00e7\u00e3o composta majoritariamente por camponeses e artes\u00e3os. A agricultura era a base da economia tolteca, com destaque para o cultivo do milho, feij\u00e3o e amaranto. Eles tamb\u00e9m se destacaram como grandes artes\u00e3os fazendo objetos de metal, cer\u00e2mica e pedra, que eram comercializados atrav\u00e9s de uma extensa rede comercial com povos de regi\u00f5es mais distantes. Ainda no que se refere ao campo art\u00edstico, se destacaram por colossais est\u00e1tuas feitas em honra a seus guerreiros. Estas est\u00e1tuas foram batizadas com o nome de Atlantes. Esculpidas em pedra, chegava a me- dir 4,5 metros de altura e a pesar mais de uma tonelada. O que levou a civiliza\u00e7\u00e3o tolteca a seu decl\u00ednio e posterior desaparecimento ainda \u00e9 um mist\u00e9rio. Acredita-se que por serem guerreiros violentos e terem ambi\u00e7\u00f5es militaris- tas teriam sido alvo rebeli\u00f5es de povos dominados, pois vest\u00edgios arqueol\u00f3gicos indicam que a capital Tula em algum momento foi saqueada e queimada, tendo seus habitantes com isso, migrado para outras regi\u00f5es. 99","Agora que j\u00e1 conhecemos duas importantes ciliviliza\u00e7\u00f5es, muito antigas e que in- fluenciaram fortemente a cultura dos povos da Mesoam\u00e9rica, podemos passar para as duas principais civiliza\u00e7\u00f5es que se desenvolveram nesta regi\u00e3o. Cole\u00e7\u00e3o Hist\u00f3ria Reflexiva MAIAS Os maias foram uma civiliza\u00e7\u00e3o que se O Cenote Samul\u00e1 em Valladolid , Yucat\u00e1n, M\u00e9xico. organizou em cidades-Estado, espalhadas pela Mesoam\u00e9rica, em especial nas regi- \u00f5es do atual M\u00e9xico, Guatemala, El Salva- dor, Honduras e Belize, entre os anos de 1800 a.C a 900 a.C. O fato de viverem em cidades aut\u00f4nomas significa que eles nun- ca foram um imp\u00e9rio unificado ou possu\u00ed- ram uma capital, mas sim desfrutavam de uma cultura comum e alian\u00e7a pol\u00edtica entre as elites de cada cidade. Tamb\u00e9m poderia haver guerra entre as cidades-Estado por disputa de recursos naturais ou intrigas pol\u00edticas. Os principais centros maias eram as cidades de Tikal, Cop\u00e1n, Palenque e Chichen Itz\u00e1. Herdeiros dos olmecas e toltecas, ti- nham na agricultura a sua base econ\u00f4mi- ca, cultivando principalmente milho, feij\u00e3o, diversos tipos de pimentas e agave. As cidades-Estado eram governadas por um rei que recebia o t\u00edtulo de ajaw, e passava a ser visto como representante dos deuses. O poder era passado de pai para filho, for- mando com isso dinastias reinantes. A sociedade maia era hierarquizada, tendo no topo da pir\u00e2mide social o rei, a nobreza e os sacerdotes, e no outro extre- mo o povo, composto majoritariamente por camponeses, que sustentavam o imp\u00e9rio pagando tributos atrav\u00e9s de g\u00eaneros agr\u00ed- colas. No que se refere \u00e0 religi\u00e3o, eram polite- \u00edstas e tinham como principais deuses Itz- mana, deus dos c\u00e9us e Ixchel, sua esposa e deusa das chuvas. Acreditavam que para haver a renova\u00e7\u00e3o da vida na Terra era ne- cess\u00e1rio aplacar a f\u00faria dos deuses atrav\u00e9s 100"]


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