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PAINEL ABRAMED 2019 - VERSÃO PORTUGUÊS

Published by Abramed, 2020-01-30 07:49:59

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APabirnaeml ed O DNA do diagnóstico 2019 Publicação Anual | nº 2

Destaques Abramed Receita Despesa Receita bruta do mercado 160,1 bilhões de medicina diagnóstica Total da despesa assistencial 33,6 7,5 – 9,0 7,3 – 9,6 na saúde suplementar bilhões bilhões bilhões Proporção das despesas Saúde suplementar SUS Abramed com exames 21,4% 20,7% 21,0% 2016 2017 2018 Exames de diagnóstico Participação 861,5 milhões Participação das associadas à Abramed na Saúde suplementar na quantidade de exames realizados 480,8 milhões 72% 28% 44% nas associadas à Abramed Outros Total Abramed Outros 934,8 milhões no Brasil laboratórios no SUS Brasil 56% Saúde suplementar Total Abramed na Saúde suplementar Empregos 253,5 milO setor de medicina diagnóstica foi responsável pela manutenção de postos de trabalho em 2018. 11,5% dos empregos na área de saúde estão vinculados à medicina diagnóstica. 56 milAs empresas da Abramed empregam mais de pessoas.

Fontes de receita Estabelecimentos Pacientes As empresas associadas possuem: As empresas associadas atenderam 5,9Público% 13,3Particula%res 457deceimntaragiesm +50 milhões Plano de saúde postos1de.4co3le0ta de pacientes em 2018 80,3% 92deceexnetcrauiçsão 62% 248 Mulheres Outras fontes representam menos de 1%. 38% laboratórios Homens em hospitais Taxa de no show: 14,9% Acesso Glosa e prazo médio Gestão da qualidade 17,5% Percentual médio mensal de glosa: 4 dos exames foram 3,7% certificações retirados/acessados em média por associada pela internet Percentual médio de médicos 4% Prazo médio de recebimento com título de especialistas nas dos exames não 50 a 80 empresas associadas foram acessados dias 89% Investimentos Equipamentos Satisfação Total de equipamentos de Net Promoter Score (NPS) em 2018 As empresas investiram em média diagnóstico por imagem em 2018 82,9% 12,1% 3.544 Manifestações negativas de suas receitas brutas em 2018 dos pacientes: Distribuição dos investimentos em Máquinas e Unidades de 3,8% equipamentos atendimento



Edição revisada

Sumário 007 Conselho de Administração 008 Carta ao leitor 010 A Abramed 1 018 População e demografia 020 População 024 Projeção da população 025 Demografia 025 Envelhecimento populacional 029 Fecundidade, natalidade e mortalidade 031 Expectativa de vida ao nascer 032 Morbidade e mortalidade 2 036 Conjuntura econômica 042 Atividade econômica 045 Mercado de trabalho 3 048 Mercado de Saúde: o privado e o público 053 Estrutura do mercado de saúde suplementar no Brasil 053 Operadoras 057 Receitas, despesas e sinistralidade 058 Prazo médio de pagamento 060 Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças 062 Beneficiários 065 Distribuição por região 070 Taxa de cobertura 073 Taxa de cobertura por faixa etária e sexo 074 Demografia médica 078 Gasto total em saúde 090 O papel da medicina diagnóstica e sua participação no ciclo de cuidados

4 094 Mercado brasileiro de medicina diagnóstica 096 Estabelecimentos de saúde 102 Equipamentos de saúde 106 Médicos com atuação na medicina diagnóstica 108 Mercado de trabalho no setor de medicina diagnóstica 114 Exames necessários para um diagnóstico rápido e preciso – Doenças crônicas não transmissíveis 118 Produção assistencial da medicina diagnóstica 118 Saúde suplementar 120 Sistema Único de Saúde (SUS) 124 Uso racional de procedimentos de diagnóstico: necessidade de equilíbrio entre benefício e risco para o paciente 5 128 Mercado de medicina diagnóstica: Tendências 133 Healthtechs: transformando o acesso à saúde 134 Wearables 135 Inteligência artificial e analytics 136 Interoperabilidade 137 Telemedicina 139 Concorrência e consolidação do setor 140 Novas tecnologias de diagnóstico por imagem e exames laboratoriais 6 142 Painel Abramed 146 Perfil Institucional 158 Recursos humanos 168 Produção assistencial 178 Avaliação dos serviços 183 Desempenho econômico-financeiro 194 Governança corporativa 200 Associados Abramed 248 Metodologia de trabalho 251 Bibliografia

Editores Claudia Cohn - Presidente do Conselho de Administração l Abramed Priscilla Franklim Martins - Diretora-executiva l Abramed Conselho Abramed Ademar José de Oliveira Paes Júnior | Clínica Imagem Claudia Cohn | Dasa Eliezer Silva | Sociedade Beneficiente Israelita Brasileira Albert Einstein Fernando Lopes Alberto | Grupo Fleury Leandro Figueira | Alliar Médicos à Frente Lídia Abdalla | Sabin Medicina Diagnóstica Conteúdo e Redação Álvaro Almeida | Abramed Direção de Projeto Guilherme Ferri | MF Marketing & Business Advisors Projeto Gráfico Laika Design Fotografia Shutterstock Impressão Meltingcolor Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica. A849p Painel ABRAMED: o DNA do diagnóstico / Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica. - São Paulo, SP: ABRAMED, 2019. 256 p. : 21 x 29,7 cm Inclui bibliografia ISBN 978-65-80925-00-1 1. Clínica médica. 2. Diagnóstico. 3. Medicina interna. I. Título CDD 616 Elaborado por Maurício Amormino Júnior - CRB6/2422

Conselho 07 de Administração “Bons resultados no “O Painel Abramed mercado competitivo compartilha o DNA do de hoje é dependente de elevada performance Dignóstico, visando de gestão, e esta é agregar valor ao sistema impossível ser obtida sem dados confiáveis de saúde brasileiro.” do setor.” Claudia Cohn Ademar José de Dasa Oliveira Paes Júnior Clínica Imagem “A tomada de decisão sem o embasamento “O Painel Abramed contribui para necessário oferece o planejamento um grande risco às de negócios das empresas de medicina organizações. O diagnóstica do país. Painel Abramed traz Comemoramos esse novo contexto a melhor fonte de que ajuda a elevar o informação para os profissionalismo de elo, gestores planejarem chave da cadeia de e executarem suas valor da saúde.” Fernando Lopes principais ações Alberto estratégicas.” Grupo Fleury Eliezer Silva “O Painel Abramed é uma referência como Sociedade Beneficente fonte de informação, Israelita Brasileira retrata os impactos e Albert Einstein a relevância do setor de medicina diagnóstica “Conhecimento que para a saúde da nos torna ainda mais população e para a economia do País.” responsáveis pela Lidia Abdalla sustentabilidade do Sabin Medicina setor. Não há como Diagnóstica retroceder, só nos resta avançar.” Leandro Figueira Alliar Médicos à Frente

08 PAINEL A ABRAMED ABRAMED Carta ao leitor Quando falávamos em 2020, a sensa- Após uma das maiores crises da história do Brasil, ção era de um tempo distante. Aqui es- elevados níveis de desemprego e foco nas eleições tamos, em 2019, cercando esse futuro presidenciais, experimentamos um período de in- quase como presente. Comemoramos flação sob controle. Ainda restava, porém, a des- mais uma edição do Painel Abramed, confiança acerca do ritmo de crescimento, mesmo que traz uma atualização de informa- diante de uma retomada lenta e gradual da atividade ções sobre laboratórios e clínicas de econômica. Diante desse cenário, em 2018 a Agên- radiologia e diagnóstico por imagem, cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registrou os quais refletem o setor de medicina um discreto aumento do número de beneficiários de diagnóstica de forma consistente, pa- planos de assistência médica. dronizada e representativa. A medicina diagnóstica, geradora de empregos dire- A Abramed – Associação Brasileira de Medicina tos e indiretos, investiu em qualidade e na eficiência Diagnóstica criou a publicação “O DNA do diag- como fator de compensação para o aumento de nóstico” para contribuir com o mercado de saúde custos, visando a sustentabilidade do tão complexo na busca por transparência, eficiência com infor- sistema de saúde. A saúde, bem mais desejado pelo mações sólidas utilizadas para análise e tomada brasileiro, possibilita ao país condições para esta jor- de decisão, baseadas em dados reais, e sempre nada de crescimento, amadurecimento e aumento considerando a evolução do cenário político, ma- de produtividade. Neste setor, com muitos atores e croeconômico, de transformações setoriais e de desafios, o diagnóstico cumpre o seu protagonismo tendência nacionais e internacionais. como importante elo dessa engrenagem.

“A medicina diagnóstica, geradora 009 de empregos diretos e indiretos, < investiu em qualidade e na eficiência como fator de compensação para o aumento de custos, visando a sustentabilidade do tão complexo sistema de saúde. ” Há muito tempo, investimento e inovação são pa- dade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), Co- lavras presentes nesse mercado. A ciência e tec- légio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por nologia voam, criando exponenciais oportunida- Imagem (CBR), Sociedade Paulista de Radiologia des, assim como as startups que proporcionam (SPR), e todas as entidades representativas do mais mobilidade, empoderamento do paciente, mercado de saúde. disrupção, transparência e evolução. Neste ca- minho, olhamos para o futuro com grandes ex- Homenagear os agentes da saúde é destacar a pectativas de transformação. essência de nossas ações e discussões cons- Se há dois anos falávamos sobre a necessidade trutivas junto a cada entidade, não só com a de mais confiança, em 2019 podemos afirmar responsabilidade de cumprir e avaliar impactos que a crise impulsionou a aproximação entre os regulatórios da saúde, mas também para formar atores e proporcionou a chance de repensarmos líderes com visão colaborativa. o sistema: pilotos com diferentes modelos de Gostaríamos de agradecer nosso Conselho, que remuneração; qualidade para adicionar valor ao sempre contribuiu assertivamente para a elaboração paciente com desfecho adequado; interoperabili- desta publicação. Ao time da Abramed, nosso agra- dade que garante racionalização com maior cui- decimento pela garra, visão, liderança e dedicação. dado horizontal, e outros que estão por vir. Grandes desafios ainda nos movem. Com saúde, A área diagnóstica tem contribuído de forma as- um país empreende, cresce e gera riqueza. Nos- sertiva com as discussões necessárias voltadas so propósito através dessa publicação é contri- à real sustentabilidade do setor. A integração buir com os nossos associados, com o mercado, com as sociedades científicas tornou-se um e transformar a saúde no Brasil. dos pilares da Abramed, pois acreditamos no Boa leitura! conhecimento gerado na Academia e voltado à prática do mercado. Dessa forma, agradecemos a parceria com a Sociedade Brasileira de Patolo- gia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), a Claudia Cohn Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), a Socie- Presidente do Conselho de Administração Abramed

010 PAINEL A ABRAMED ABRAMED A Abramed A medicina fundamentada na cura passa por diversas eta- >> pas, que incluem o bem-estar físico e mental na jornada de um paciente. Buscar a cura significa saber sobre a doença e então buscar a mais adequada forma de tratamento.

011 “Promover o debate com o setor de medicina diagnóstica em benefício da sociedade e para o equilíbrio e sustentabilidade do sistema de saúde. Assim surgiu a medicina diagnóstica, permeando a ” gerar soluções e propostas frente a um novo ce- vida desde sua concepção até os cuidados de finitu- nário de regulamentações, consolidações empre- de na jornada da vida. sariais e de grandes transformações na medicina no Brasil e no mundo. O trabalho multidisciplinar que é contemplado na medicina diagnóstica fundamenta o que entregamos Uma história que nos orgulha ao médico, que fornece os cuidados ao seu paciente Nasce a Associação Brasileira de Medicina Diagnós- e a quem apoiamos com informação consultiva inin- tica – Abramed, uma entidade representativa que terruptamente, em cada etapa do cuidado à saúde. trabalha desde então contribuindo com os órgãos governamentais nas esferas federal, estadual e mu- Para que laboratórios de análises clínicas, anatomia nicipal; agências regulatórias; entidades setoriais patológica, genética e clinicas de diagnóstico por nacionais e internacionais; comunidades médicas e imagem possam contribuir com o sistema de saúde científicas; empresários; operadoras de planos e se- brasileiro é fundamental que tenham foco em qua- guros de saúde; especialistas das empresas asso- lidade, que sigam o caminho do desenvolvimento, ciadas; investidores; representantes dos pacientes; das inovações e estejam suportados por condições indústria produtora de insumos e equipamentos; e infraestrutura regulatória e de gestão que permitam além dos diversos atores da cadeia da saúde. a sustentabilidade desse mercado com propósito de apoiar médico e paciente. A Abramed representa instituições líderes no mer- cado de medicina diagnóstica, reconhecidas pela Promover o debate com o setor de medicina diag- alta qualidade na prestação de serviços, inovação nóstica em benefício da sociedade e para o equilí- tecnológica e conhecidas como referência em práti- brio e sustentabilidade do sistema de saúde foram cas de gestão no mercado, governança, complian- os fatores que fizeram com que, em 14 de julho de ce e responsabilidade corporativa. Sua atuação é 2010, empresas de diferentes portes e atuantes gerida por princípios coerentes às normas legais, < em regiões distintas do país se unissem, visando técnicas e éticas.

012 PAINEL A ABRAMED ABRAMED São pilares da Abramed: Ser modelo de excelência de entidade representativa do setor de medicina diagnóstica. Atuar de maneira objetiva, com união e imparcialidade em todos os assuntos referentes à Saúde Suplementar no Brasil. Influenciar o mercado de diagnóstico na defesa de comportamentos éticos e transparentes.

013 Exercitar o diálogo e a troca de conhecimentos técnico, científico e de gestão entre os associados. Defender os interesses das associadas, sempre dentro de uma conduta ética e de melhores práticas em compliance. Garantir o foco na atenção ao paciente. Representar empresarialmente o segmento de diagnóstico perante órgãos governamentais e regulatórios, estabelecendo agendas positivas com as sociedades científicas do setor. <

014 PAINEL A ABRAMED ABRAMED

015 Ética e a Abramed < Compreendendo o sentido literal da palavra ética do grego ethos, significa “costume”, conjunto de princípios, valores morais e de conduta de um indivíduo ou de grupo social ou de uma sociedade –, parece simples o entendimento quando aplicado a qualquer segmento, inclusive na saúde, nos quais todos os atores do setor deveriam se valer de práticas que propiciassem o pleno alcance da excelência assistencial e a máxima segurança do paciente. Alcançar um sólido comprometimento com a transparência e a integridade, em um segmento com interações complexas, nem sempre sinérgicas, provenientes dos setores público e privado, além de informações desiguais entre provedores, financiado- res e usuários, exige a adoção de hábitos que mantenham as empresas em conformidade com leis, normas e regulamentos e, principalmente, com os valores propagados na missão das instituições e suas associações. No âmbito setorial, práticas de compliance no segmento de medicina diagnóstica contribuem para um mercado mais justo e sadio, com empresas éticas e perenes, gerando melhores resultados na assistência à saúde. Para isso, a Abramed, comprometida com as questões éticas de todos os relacionamentos envolvidos na cadeia produtiva de saúde, criou importantes ferramentas que con- tribuem com o mecanismo de suporte e monitoramento do cumprimento de práticas voltadas primordialmente ao inte- resse dos pacientes e manter a provocação do tema em dos os seus fóruns.

016 PAINEL A ABRAMED ABRAMED Iniciativas Abramed Comitê de Ética Com o objetivo de estimular o setor de medicina diagnóstica a adotar políticas e procedimentos que garantam uma atuação ética e em conformidade com as normas legais, a Abramed formou o Comitê de Ética para direcionamento e aprovação de políticas e diretrizes de compliance no âmbito da Associação, bem como apuração de eventuais relatos de infrações. Código de Conduta Documento que orienta, incentiva e exige de suas associa- das comportamentos e práticas que inspirem todos os elos da cadeia, contribuindo diretamente para que as instituições de saúde se responsabilizem pelo fornecimento da melhor informação diagnóstica aos seus pacientes, elevando as- sim a qualidade da prestação de serviços. Regulamento Abramed de Práticas Concorrenciais Conjunto de normas que esclarecem aos colaboradores da Associação e seus associados o que pode ser discutido e como tratar assuntos setoriais em âmbito associativo, pontu- ando inclusive temas que não são passíveis de abordagem, como informações concorrencialmente sensíveis. Regimento Antitruste Regras para proteger associados frente à legislação de defe- sa da concorrência.

017 Cartilha de Compliance Guia de boas práticas para o setor de medicina diagnóstica Mais recente iniciativa da instituição, a cartilha foi desenvolvi- da para que associados e demais empresas do setor de me- dicina diagnóstica tenham informação simplificada e objetiva sobre o processo de criação de um programa de compliance, por onde começar e quais pontos devem ser trabalhados. Canal de Denúncias Canal exclusivo (www.canaldedenuncia.com.br/abramed) para comunicação segura e anônima de ações que violem o Código de Conduta e as boas práticas da Abramed, ou le- gislação vigente. Essas denúncias são avaliadas pelo Comitê de Ética para análise e deliberação de encaminhamento, que pode compreender orientação ao associado, ou até mesmo, em casos mais graves, medidas punitivas e por meio de par- cerias com entidades especializadas. Grupo de Trabalho de Governança, Ética e Compliance Formado por integrantes das empresas associadas, o gru- < po tem por finalidade a discussão e avaliação do desenvol- vimento de ações que visem disseminação, capacitação e treinamento de códigos, normas e questões éticas no setor de medicina diagnóstica.



1População e demografia

020 1PAINEL POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA ABRAMED População Em 2018, a população brasileira foi estimada em 208 população reside nos 1.668 municípios do Sudeste >> milhões1 de habitantes. Apesar de expressivo, é inte- enquanto 27,2% se encontram nos 1.794 municípios ressante observar esse número sob alguns aspectos, do Nordeste. Em conjunto, as duas regiões concen- especialmente no que diz respeito a distribuição da tram mais de dois terços da população, enquanto as população residente, considerando os 5.570 municí- demais regiões, Sul, Norte e Centro-Oeste concen- pios do país. Nesse sentido, nota-se que 42,1% da tram 30,7% população brasileira. Tabela 01 Distribuição da população residente e municípios segundo a região (quantidade e distribuição percentual - 2018) Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS. Elaboração Abramed. Nota: 1Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2018. Região População1 % % acumulado Municípios % % acumulado Norte 18.182.253 8,7 8,7 450 8,1 8,1 Nordeste 56.760.780 27,2 35,9 1.794 32,2 40,3 Sudeste 87.711.946 42,1 78,0 1.668 29,9 70,2 Sul 29.754.036 14,3 92,3 1.191 21,4 91,6 Centro-Oeste 16.085.885 7,7 100,0 467 8,4 100,0 - 5.570 100 - Brasil 208.494.900 100 1 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. NOTA 1 Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2018.

021 É importante ressaltar que em 2018 pouco mais da metade da população >> brasileira (57,0% ou 118,9 milhões de habitantes) vivia em apenas 5,7% dos municípios (317) com mais de 100 mil habitantes. Os municípios com mais de 500 mil habitantes (46) concentram 31,2% da população do país (64,9 milhões de habitantes). Há nessas regiões mais populosas, ricas e urbani- zadas, importante presença de médicos e estabelecimentos de saúde. Por outro lado, a maior parte dos municípios brasileiros (68,4%) possui até 20 mil habitantes e abriga apenas 15,4% da população do país (32,1 milhões de habitantes). O mapa a seguir apresenta nas áreas mais escuras os municípios com até 20 mil habitantes. Mapa 01 Municípios com até 20 mil habitantes (áreas escuras do mapa - Brasil - 2018) Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS. Elaboração Abramed. Nota: 1Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2018. Municípios Até 20 mil – 3.808 (68,4%) Acima de 20 mil – 1.762 (31,6%) NOTA 1 Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2018.

022 1PAINEL POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA ABRAMED Tabela 02 Distribuição da população residente e municípios segundo a faixa de habitantes (quantidade e distribuição percentual - 2018) Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS. Elaboração Abramed. Nota: 1Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2018. Habitantes População1 % % acumulado Municípios % % acumulado Até 5.000 4.234.044 2,0 2,0 1.257 22,6 22,6 De 5.001 8.585.515 4,1 6,1 1.203 21,6 44,2 a 10.000 19.290.479 9,3 15,4 1.348 24,2 68,4 De 10.001 a 20.000 33.391.579 16,0 31,4 1.096 19,7 88,0 De 20.001 24.092.419 11,6 43,0 349 6,3 94,3 a 50.000 53.904.350 25,9 68,8 271 4,9 99,2 De 50.001 a 100.000 64.996.514 31,2 100,0 46 0,8 100,0 208.494.900 100 - 5.570 100 - De 100.001 a 500.000 Mais de 500.000 Total NOTA 1Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2018.

023 Mapa 02 Distribuição da população residente segundo o município e região (quantidade – Brasil - 2018) Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS. Elaboração Abramed. Nota: 1Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2018. Habitantes - % de municípios < Até 5.000 – 22,6% 5.001 até 10.000 – 21,6% 10.001 até 20.000 – 24,2% 20.001 até 50.000 – 19,7% 50.001 até 100.000 – 6,3% 100.001 até 500.000 – 4,9% 500.001 até 12 milhões – 0,8% NOTA 1Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2018.

024 1PAINEL POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA ABRAMED Projeção da população Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística < (IBGE) demonstram que o crescimento populacional tem desacelerado e a cada ano a população cresce menos. A estimativa é que a população aumente pelos próximos 29 anos, até 2047, quando deverá atingir 233 milhões. A partir de 2048, haverá um declínio e, em 2060, chegará a 228 milhões. Esse fenômeno trará profundas transfor- mações sociais e econômicas. Os motivos e os impactos desse fenômeno no setor de medicina diagnóstica serão detalhados no decorrer do Painel Abramed. Gráfico 01 Projeção da população (Brasil 2010 – 2060) Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Elaboração Abramed. 208 233 228 milhões milhões milhões 200 150 100 50 2010 2020 2030 2040 2050 2060 Total Mulheres Homens

025 Demografia Envelhecimento populacional Envelhecimento acelerado >> O número de pessoas com mais de 60 anos passará de cerca de 28,0 milhões em 2018 para 64,2 milhões em 2048, o que representa um aumento de 129,4%. A pro- porção de idosos, que atualmente é de cerca de 13% da população, passará para 28%. Uma das principais consequências desse processo é a alteração no perfil de morbidade e de utilização dos serviços de saúde. A população idosa é frequente- mente acometida por doenças crônicas, o que demanda um consumo específico de procedimentos ambulatoriais e hospitalares. Segundo o IBGE, as doenças crônicas atingem três em cada quatro idosos no Brasil2. O envelhecimento populacional no Brasil, assim como em diversos países desenvol- vidos, apresenta uma tendência que não demonstra sinais de reversão. No entanto, destaca-se a velocidade desse processo no país. Enquanto a França levou cerca de 115 anos para dobrar a proporção de idosos, o Brasil fez o mesmo em 19 anos. Embora apresente um perfil demográfico semelhante ao dos países desenvolvidos, a infraestrutura e os serviços de saúde disponíveis são muitas vezes insuficientes para garantir o atendimento das demandas de saúde decorrentes das transformações demográficas e epidemiológicas. 2 Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil 2009.

026 1PAINEL POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA ABRAMED Gráfico 02 Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade (2018 – 2048) valores por mil 2018 2048 HOMEM IDADE ∆ (2018|2048) 90 + 129,4% 240 / 1.052 85 a 89 -0.2% 436 / 1.619 80 a 84 -18.5% 882 / 2.764 75 a 79 1.440 / 3.885 70 a 74 2.195 / 5.183 65 a 69 3.103 / 6.517 60 a 64 4.077 / 7.331 55 a 59 5.060 / 7.629 50 a 54 5.878 / 8.025 45 a 49 6.402 / 7.832 40 a 44 7.214 / 7.365 35 a 39 8.148 / 7.155 30 a 34 8.555 / 7.349 25 a 29 8.512 / 7.307 20 a 24 8.716 / 7.036 15 a 19 8.364 / 6.731 10 a 14 7.752 / 6.445 05 a 09 7.432 / 6.206 7.565 / 6.021 0 a 04

027 2018 2048 Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Elaboração Abramed. MULHER TOTAL 2018 2048 492 / 2.277 730 / 2.679 732 3.328 1.310 / 3.990 1.166 4.298 1.937 / 5.089 2.192 6.754 2.744 / 6.324 3.376 8.974 3.720 / 7.516 4.939 11.506 4.721 / 8.053 6.824 14.033 5.686 / 8.104 8.797 15.384 6.416 / 8.273 10.746 15.732 6.880 / 7.878 12.294 16.298 7.665 / 7.304 13.281 15.711 8.514 / 7.021 14.879 14.669 8.741 / 7.155 16.662 14.176 8.556 / 7.067 17.297 14.504 8.578 / 6.762 17.069 14.374 8.076 / 6.437 17.295 13.799 7.430 / 6.151 16.440 13.168 7.105 / 5.920 15.182 12.596 7.222 / 5.0741 14.538 12.125 14.788 11.762 208.495 233.190 <

028 1PAINEL POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA ABRAMED “O processo de transição demográfica no Brasil está associado, entre outros fatores, à redução nas taxas de natalidade e fecundidade. ”

029 Fecundidade e natalidade Menos filhos por mulher >> O processo de transição demográfica no Brasil está associado, entre outros fatores, à redução nas taxas de natalidade e fecundidade. Em conjunto, as alterações dessas variáveis respondem pela formação de um novo padrão demográfico no Brasil, com mudanças na estrutura etária da sociedade e na demanda por serviços de saúde. Nesse processo, destaca-se a redução da taxa de fecundidade (número médio de filhos por mulher) observada nas últimas décadas, passando de 2,33 em 1991 para 1,8 em 2018. Essa redução afeta de forma significativa a estrutura etária, independentemente do nível de mortalidade, levando ao envelhecimento mais acelerado da população, com o aumento da proporção de idosos. Tabela 03 Taxas de fecundidade estimadas e projetadas (Brasil 2000/2060) Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Elaboração Abramed. Estimadas Projetadas 2000 2010 2015 2018 2020 2030 2040 2050 2060 Brasil 2,32 1,75 1,80 1,77 1,76 1,72 1,69 1,67 1,66 Norte 3,14 2,21 2,11 2,03 2,00 1,88 1,83 1,81 1,80 Nordeste 2,59 1,82 1,78 1,75 1,73 1,69 1,67 1,66 1,66 Sudeste 2,07 1,63 1,73 1,70 1,70 1,68 1,65 1,63 1,61 Sul 2,15 1,63 1,77 1,74 1,74 1,72 1,71 1,69 1,68 Centro-Oeste 2,16 1,77 1,90 1,87 1,85 1,80 1,75 1,69 1,63 3 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

030 1PAINEL POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA ABRAMED A redução nos níveis de fecundidade está associada a diversos fa- < tores. Dentre eles, o planejamento familiar e o aumento da utilização de métodos contraceptivos. Essas medidas levam, invariavelmente, à uma redução na taxa de natalidade, que passará de 15,08 nas- cidos vivos em 2010, para 9,29 em 2060. Por outro lado, observa- se uma tendência do aumento na taxa de mortalidade a partir de 2023. Esse aumento decorre da mudança da estrutura etária, com o deslocamento da carga de morbidade e mortalidade dos grupos mais jovens aos mais idosos e, consequentemente, o aumento dos óbitos provocados por doenças crônico-degenerativas que acome- tem essa população. Gráfico 03 Taxas de natalidade5 e mortalidade6 (Brasil 2010 -2060) em % Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Elaboração Abramed. 15,08 12,51 6,36 9,29 2010 2020 2030 2040 2050 2060 Natalidade Mortalidade 4 IBGE - projeção da população por sexo e idade - Indicadores implícitos na projeção - 2010/2060. 5 Taxa Bruta de Natalidade (TBN): Número de nascidos vivos, por mil habitantes, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. 6 Taxa Bruta de Mortalidade (TBM): Número total de óbitos, por mil habitantes, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.

031 Expectativa de vida ao nascer A expectativa de vida ao nascer aumentou cer- precocidade na detecção das doenças. Em 2018, < ca de 30 anos entre 1940 e 2018. O aumento na a expectativa de vida ao nascer foi de aproxima- expectativa de vida trará grandes impactos na damente 76,3 anos no Brasil, em 2018, segun- estrutura dos serviços de saúde no Brasil, com do dados do IBGE. Em 1940, a expectativa de ênfase no desenvolvimento de novas técnicas de vida da população era de 45,5 anos: 42,9 para diagnóstico, a fim de se obter maior precisão e homens e 48,3 para mulheres. Gráfico 04 Expectativa de vida ao nascer (Brasil 1940/2018) Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da DinâmicaDemográfica e Tábua completa de mortalidade para o Brasil – 2017. Elaboração Abramed. Total Mulheres Homens Expectativa em anos 80 79,8 76,3 72,7 70 60 50 48,3 45,5 40 42,9 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2016 2017 2018 1940 5,40 5,50 5,80 6,20 6,10 7,70 7,90 7,40 7,14 7,10 7,06 Diferença entre os sexos (em anos)

032 1PAINEL POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA ABRAMED Morbidade e mortalidade O Brasil experimentou intensas transformações na principais causas de morte no Brasil indica o aumento sua estrutura populacional e no padrão de morbidade decorrente de doenças associadas ao envelhecimen- e mortalidade nas últimas décadas, com modifica- to da população. ções na composição da mortalidade por grupos de causas. Entre 1940 e 1960, o Brasil reduziu pela me- O primeiro estudo de carga de doenças para a popu- >> tade a taxa bruta de mortalidade, caindo de 20,9 para lação brasileira, realizado em 1998, revelava que as 9,8 mortes para cada mil habitantes. A análise das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) eram Tabela 04 Óbitos por Capítulo CID-107 (Brasil 2007-2017) Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Elaboração Abramed. Capítulo CID-10 Rank ∆ (%) ∆ (quantidade) 2007 2017 2017 2007/2017 2007/2017 Doenças do aparelho circulatório 308.466 358.882 1º 16,3% 50.416 221.821 2º 37,4% 60.330 Neoplasias (tumores) 161.491 158.657 3º 21,1% 27.625 155.620 4º 48,9% 51.122 Causas externas de morbidade e mortalidade 131.032 5º 28,8% 17.802 79.662 6º -10,5% Doenças do aparelho respiratório 104.498 71.822 7º 22,9% 8.422 66.052 8º 19,4% 12.328 Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 61.860 54.874 9º 121,1% 40.470 10º 90,0% 8.929 Sint. sinais e achad. anorm. ex. clín. e laborat. 80.244 38.786 11º -20,2% 22.169 21.458 12º 17,4% 18.373 Doenças do aparelho digestivo 53.724 12.858 13º 10.995 14º 7,1% 5.440 Algumas doenças infecciosas e parasitárias 45.945 15º 15,8% 1.910 6.622 16º 146,5% Doenças do aparelho geniturinário 18.301 6.100 17º 56,0% 733 5.912 18º 16,0% 903 Doenças do sistema nervoso 20.413 1.874 19º 51,7% 3.625 -26,9% 2.123 Algumas afec. originadas no período perinatal 26.898 179 259 19 Transtornos mentais e comportamentais 10.948 61 7 Malf. cong. deformid. e anomalias cromossômicas 10.262 Doenças sangue órgãos hema.t e transt. imunitár. 5.719 Doenças da pele e do tecido subcutâneo 2.475 Doenças sist. osteomuscular e tec. conjuntivo 3.789 Gravidez parto e puerpério 1.615 Doenças do ouvido e da apófise mastóide 118 Doenças do olho e anexos 26

033 responsáveis por maior parcela da carga de doença no país, seguidas >> das doenças infecciosas e causas externas. Em 2017, o conjunto das DCNT foi responsável por cerca de 62,2% das mortes, seguido das cau- sas externas 12,1% e infecciosas 4,2%. Entre 2007 e 2017 houve o au- mento de 28% no número de mortes causadas por DCNT. Gráfico 05 Quantidade de óbitos por Capítulo CID-10 (Brasil 2017) Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Elaboração Abramed. 60.330 51.122 50.416 Neoplasias Doenças do Doenças do aparelho respiratório aparelho circulatório 27.625 22.169 Causas externas de Doenças do morbidade e mortalidade aparelho geniturinário 18.373 17.802 12.328 Doenças do Doenças Doenças do sistema nervoso endócrinas aparelo digestivo nutricionais e metabólicas 8.929 Algumas doenças infecciosas e parasitárias 77 CID-10 - A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como Classificação Internacional de DDooeennççaass –– CCIIDD 1100)) éé ppuubblliiccaaddaa ppeellaa OOrrggaanniizzaaççããoo MMuunnddiiaall ddee SSaaúúddee ((OOMMSS)) ee vviissaa ppaaddronizar a codificação de doenças e outros problemas relacio-- nados à saúde. A CID 10 fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, qquueeiixxaass,, cciirrccuunnssttâânncciiaass ssoocciiaaiiss ee ccaauussaass eexxtteerrnnaass ppaarraa ffeerriimmeennttooss oouu ddooeennççaass.. AA ccaaddaa eessttaaddoo ddee ssaaúúddee éé aattrriibbuuííddaa uummaa ccaatteeggoorriiaa úúnniiccaa àà qquuaall ccoorrrreessppoonnddee uumm ccóóddiiggoo CCIIDD 1100.. 88 OO ccoonncceeiittoo ddee ddiiaaggnnóóssttiiccoo pprreeccooccee éé ààss vveezzeess cchhaammaaddoo ddee ““ddoowwnn--ssttaaggiinngg””..

034 1PAINEL POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA ABRAMED

035 “Em 2017, o conjunto das DCNT foi responsável por cerca de 62,2% das mortes, seguido das causas externas 12,1% e infecciosas 4,2%. ” Alguns estudos buscam estimar os gastos diretos com o < câncer no Brasil. Em um levantamento realizado com dados do Ministério da Saúde9, estima-se que o custo econômico do câncer no Sistema Único de Saúde (SUS) alcançou R$ 1,1 bilhão, em 2005. Esse montante considera os gastos com cirurgias, quimioterapia e radioterapia, com exceção dos gastos com prevenção e promoção. Quase uma década depois, o custo foi estimado em R$ 2,5 bilhões, em 2014. Outro estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontou que os custos econômicos diretos do câncer no Brasil passaram de R$ 1,6 bilhão, em 2009, para R$ 3,3 bilhões, em 2015. Segundo o relatório de auditoria operacio- nal do Tribunal de Contas da União10, a análise das Apacs11 processadas em 2010 revelou que 60,5% dos pacientes fo- ram diagnosticados em estadiamento avançado, níveis 3 e 4. Ainda segundo o relatório, a situação mais grave foi observa- da nas neoplasias de brônquios e pulmões, que alcançaram 87,9% dos casos com estadiamento 3 e 4. 9 https://www.femama.org.br/2018/br/noticia/custo-do-cancer-mui- to-alem-do-preco-a-necessidade-de-considerar-o-impacto-de-novas-tecnolo- gias-na-vida-dos-pacientes. Acesso em 15/7/2019. 10 Política Nacional de Atenção Oncológica / Tribunal de Contas da União; Relator Ministro José Jorge. – Brasília: TCU, Secretaria de Fiscalização e Avaliação de Programas de Governo, 2011. 11 Autorização de procedimento ambulatorial no SUS.



2Conjuntura econômica

038 2PAINEL CONJUNTURA ECONÔMICA ABRAMED Conjuntura econômica O ano de 2017 marcou o início da recuperação da ati- “O crescimento vidade econômica brasileira após o período de reces- econômico são observado no biênio 2015-2016. Com a melhora depende da do desempenho do setor agropecuário, o Produto solução de Interno Bruto (PIB) cresceu 1,1%, segundo dados do diversos entraves IBGE. No entanto, a aparente recuperação não se estruturais e de concretizou em um ciclo de crescimento sustentável produtividade. e, no ano de 2018, a economia repetiu a mesma taxa de crescimento: 1,1%, impulsionada principalmente ” pelo setor de serviços. A evolução desse ritmo de crescimento depende da >> solução de diversos entraves ao desenvolvimento do país, entre os quais se destacam: os problemas estru- turais, considerando o sistema tributário, o ambiente de negócios e, especialmente, as finanças públicas, com destaque para a reforma da previdência. No cur- to prazo, sem a solução desses entraves, dificilmente o país voltará a crescer de forma sustentável.

039 < Nesse cenário, a incerteza quanto ao ritmo de expansão da atividade econômica, com- < binada com o fraco desempenho do mercado de trabalho e a redução da renda das fa- mílias, deverão promover uma lenta recuperação de diversos setores da economia rela- cionados ao mercado de saúde, especialmente com relação ao número de operadoras de planos de saúde e beneficiários de planos de assistência médica. O esgotamento aparente do ritmo de crescimento do mercado de saúde suplementar está fortemente associado ao fraco desempenho da atividade econômica. Os gráficos a seguir indicam as expectativas do mercado segundo o relatório Focus do Banco Central, considerando o desempenho do PIB, taxa de câmbio, IPCA12 e taxa Selic. Nota-se que as expectativas da taxa de crescimento da atividade econômica foram se deteriorando desde o primeiro trimestre de 2019. O mesmo ocorreu com as projeções de inflação (IPCA) e taxa de câmbio. 12 Índice de Preços ao Consumidor

040 2PAINEL CONJUNTURA ECONÔMICA ABRAMED Gráfico 06 Projeções do mercado – PIB, taxa de câmbio, IPCA e Selic (Relatório Focus Banco Central) PIB (% de crescimento) 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 IPCA(%) 4,4 4,2 4,0 3,8 3,6 3,4 set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago

041 Fonte: Banco Central do Brasil – Relatório Focus – 5/8/2019. Taxa de câmbio - fim de período (R$/US$) 3,95 3,90 3,85 3,80 3,75 3,70 3,65 Meta Taxa Selic - fim de período (% a.a) 9 8 7 6 5 set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago 2019 2020 2021 2022 <

042 2PAINEL CONJUNTURA ECONÔMICA ABRAMED Atividade econômica Desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) A economia brasileira cresceu 1,1% em 2017 e 2018, após dois anos de retração: 3,5% em 2015, e 3,3% em 2016. Em 2017, houve forte influência do setor agrope- cuário, que cresceu 12,5% ante 0,1% no ano seguinte. Em contraposição, o setor industrial, com redução de 0,5% em 2017, cresceu 0,6% em 2018, enquanto os serviços aceleraram de 0,5% para 1,3% e impulsionaram o crescimento no período. Apesar de positivo, os resul- tados dos últimos anos ficaram muito abaixo das expec- tativas e o ritmo atual de recuperação está sendo mais lento que em episódios anteriores. >> Gráfico 07 Evolução PIB (2011/2019 estimado) em % Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. Elaboração Abramed. 4,0 1,1 1,1 1,4 3,0 1,9 0,5 -3,5 -3,3 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

043 Nesse contexto, o mercado de saúde suplementar, que havia experi- < mentado mais de 10 anos ininterruptos de expansão do número de be- neficiários, foi impactado pelo desempenho da atividade econômica e mais de 3 milhões de pessoas perderam o plano de saúde entre 2014 e 2018. Nota-se que, apesar de negativa, a variação do número de beneficiários foi menor que a queda do PIB. No entanto, a recuperação do setor ainda depende da retomada do mercado de trabalho e da re- dução das incertezas que atrapalham as decisões de investimento das empresas e de consumo das famílias. O número de beneficiários de planos privados de saúde é um indicador essencial para compreender aspectos relevantes do sistema de saúde, considerando a participação expressiva no financiamento dos gastos com saúde. Gráfico 08 Variação do PIB e do número de beneficiários de planos de assistência médica – (Taxa acumulada em doze meses - dez13/mar19) Fontes: Sistema de informações de beneficiários - SIB/ANS/MS-Tabnet - Extraído em 4/6/19. Contas nacionais trimestrais: Indicadores de Volume e Valores Correntes - IBGE – janeiro/março 2017. Elaboração Abramed. 2,0% 1,0% 0,0% -1,0% -2,0% -3,0% -4,0% -5,0% 0,5% 1,9% 1,1% 1,1% 0,3% -1,0% -3,5% -2,5% -3,3% -3,3% dez 14 / dez 13 mar 15 / mar 14 jun 15 / jun 14 set 15 / set 14 dez 15 / dez 14 mar 16 / mar 15 jun 16 / jun15 set 16 / set15 dez 16 / dez 15 mar 17 / mar 16 jun 17 / jun 16 set 17 / set 16 dez 17 / dez 16 mar 18 / mar 17 jun 18 / jun 17 set 18 / set 17 dez 18 / dez 17 mar 19 / mar 18 PIB Beneficiários de planos de assistência médica

044 2PAINEL CONJUNTURA ECONÔMICA ABRAMED

045 Mercado de Trabalho “A taxa de O mercado de trabalho apresenta uma trajetória de re- desocupação cuperação moderada, refletindo o desempenho da ati- permanece em vidade econômica nos últimos dois anos. Na compara- patamar elevado. ção anual, a taxa de desocupação passou de 13,1% em 2017, para 12,5% no trimestre encerrado em dezembro ” >> de 2018. No entanto, apesar da melhora, a taxa de de- semprego permanece em patamar elevado quando comparada com anos anteriores. Nesse período a po- pulação desocupada alcançou mais de 13.177 milhões, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Do- micílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE. Gráfico 09Taxa de desocupação (%) Taxa de desocupação das pessoas de 14 anos de idade, ou mais (2012/2019) Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Elaboração Abramed. 14 13,7 13,1 12,5 12 10 8 6 4 2 - 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

046 2PAINEL CONJUNTURA ECONÔMICA ABRAMED Não obstante a tímida redução da taxa de de- >> semprego, destaca-se o aumento do número de empregados com carteira assinada no setor pri- vado após quatro anos em queda. A PNAD Con- tínua, mostrava que o país tinha 33.136 milhões de pessoas com carteira assinada ao final de abril de 2019, ante 32.655 milhões no mesmo período de 2018. Nesse período foram gerados 481 mil postos de trabalho formais. Mesmo diante desse avanço, as contratações sem carteira assinada seguem em ritmo mais acelerado, alcançando 11.217 milhões ante 10.849 milhões, na mesma base de comparação, com saldo positivo de 368 mil contratações. É importante ressaltar que nes- se tipo de contratação geralmente não são oferta- dos os mesmos benefícios do emprego com car- teira assinada e o rendimento mensal do trabalho é 37,2% menor, em média R$ 1.364,00. Gráfico 10 Pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas como empregado no setor privado COM e SEM carteira de trabalho assinada (exceto trabalhadores domésticos - em milhares) Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Elaboração Abramed. 37.000 12.000 36.000 11.000 3.5000 10.000 34.000 9.000 33.000 32.000 8.000 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Com carteira assinada Sem carteira assinada

047 Os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) também < apontam um cenário favorável, caracterizado pela geração de aproximadamen- te 540 mil novas vagas com carteira assinada em 2018, e de 165 mil no primeiro trimestre de 2019. Os principais setores responsáveis pelo aumento do número de postos de trabalho são os mais intensivos em mão-de-obra: serviços e in- dústria de transformação. Gráfico 11 Saldo do emprego celetista por trimestre (2014/2019) Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. Elaboração Abramed. Saldo emprego celetista (série com ajustes)600.000 399.737 400.000 -12.587 -303.129200.000 -39.040- 243.216 -200.000 164.256 -400.000 -600.000 -800.000 -1.000.000 2014 2015 2016 2017 2018 2019 1o trimestre 2o trimestre 3o trimestre 4o trimestre

048 3PAINEL MERCADO DE SAÚDE: O PRIVADO E O PÚBLICO ABRAMED


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