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América Feminina

Published by Lisiane Alonço de Medeiros, 2021-10-27 22:18:22

Description: Segunda revista digital do projeto Diversidade & Pluralismo desenvolvido com os estudantes da turma de 2º ano do Ensino Médio do Colégio Vicentino Santa Cecília.

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Resumo Frida Kahlo foi uma famosa pintora mexicana que transformou sua vida através da arte. Reconhecida por seus auto-retratos, a pintora criou seu próprio estilo ao tomar aspectos de sua vida e misturando-os com elementos da natureza e da identidade mexicana. Com idéias revolucionárias e ativismo, ela era uma mulher com uma ideologia política definida, numa época em que as mulheres eram consideradas o \"sexo mais fraco\". Ela se caracterizava por sua liberdade sexual e por enfrentar publicamente temas tabu como a dor, o desgosto e o aborto. É por isso que Frida é considerada hoje um símbolo do feminismo.

Quem foi Frida Kahlo Magdalena Carmen Frida Kahlo Calderón foi uma pintora mexicana, reconhecida por seus autorretratos, a pintora, criou seu próprio estilo pegando aspectos de sua vida, mesclando-os com elementos da natureza e da identidade mexicana. Numa época em que a opinião política das mulheres não importava, Frida Kahlo se tornou, no século 20, um símbolo da cultura popular. Com ideias e ativismo revolucionário, era uma mulher com uma ideologia política definida em uma época em que as mulheres eram consideradas o “sexo mais fraco”. Não era apenas um símbolo da mulher que sofre. Ela representou também a ruptura da imagem da mulher submissa, dedicada apenas ao lar. Era caracterizada por sua liberdade sexual e por confrontar publicamente tópicos tabu, como dor, desgosto e aborto. É por isso que Frida hoje é considerada um símbolo do feminismo.

O que ela representou Frida Kahlo transformou sua vida por meio da arte, peças importantes que descrevem cada uma das etapas de sua vida e que são o reflexo perfeito de como era o mundo na época em que ela vivia. Frida presenciou e participou dos eventos sociais e artísticos mais relevantes da história, passando a fazer parte dela. Sua identidade individual e atitude despreocupada contribuíram significativamente para a representação das mulheres em um ambiente dominado por homens na época, usando sua arte como meio de mudança e opinião.

As mensagens da sua Arte \"Las dos Fridas\" -Mostra a separação entre duas personalidades. Os corações de ambas as representações de Frida que vestem uma com um vestido de renda e a outra com um tradicional tehuana estão expostos e ligados entre si, onde uma das personagens cortou as artérias com uma tesoura, enquanto a outra segura um pequeno retrato de Diego Rivera. \"Unos Cuantos Piquetitos\" -É a tradução do sofrimento emocional de Frida pelas infidelidades de Diego Rivera com a sua irmã Cristina, representado nas desgraças de outra mulher esfaqueada até a morte pelo marido.

\"Hay algunos que nacen con estrella y otros estrellados, y aunque tú no lo quieras creer, yo soy de las estrelladísimas\"

TRÁFICO DE INTRODUÇÃO AO PROBLEMA MULHERES NA AMÉRICA O tráfico de pessoas na América do Sul DO SUL O tráfico de pessoas é uma forma moderna de NOME: RAFAEL escravidão, segundo definição da Organização das Nações Unidas (ONU), que vem combatendo essa RESUMO espécie de crime há mais de uma década. O tráfico de pessoas nas américa do Quem são a maioria das vítimas? sul, em sua maioria mulheres e crianças, ainda é uma triste realidade Na América do Sul, a maioria das vítimas são bastante lucrativa nos dias atuais, que mulheres, seguindo a tendência no resto do envolve redes internacionais de mundo. Isso é o que destaca o Escritório das criminosos. Nações Unidas sobre Drogas e crime em seu Palavras-chave: Tráfico. Mulheres. América Relatório Global de 2020 sobre Tráfico de Pessoas. Lançado em fevereiro de 2021, o estudo cobre 148 ABSTRACT países e uma visão geral dos padrões e fluxos de pessoas em nível global, regional e nacional. Os Trafficking people in the South dados são baseados em casos de tráfico entre 2016 America, mostly women and children, e 2019. is still a very and a lucrative sad reality today, involving international criminal QUAL O DESTINO DELAS? networks. Os tipos de tráfico Keywords: Traffic. Women. America O tráfico de seres humanos consiste em transferir e deter uma pessoa pela força ou coerção, explorando-a, não apenas para fins de trabalho sexual, mas também para mendigar, para filmagem de conteúdos pornográficos ou para o tráfico de órgãos e casamentos forçados. Quem são os culpados? A grande maioria dos criminosos condenados por estes crimes são homens, aproximadamente 63% dos indivíduos, e quase sempre sendo do mesmo país no qual foi processado. Estes dados que a ONU disponibilizou se baseiam em informações de 5,8 mil vítimas que foram registradas dentro da América do Sul, entre os anos de 2012 e 2016. De acordo com o relatório, os pesquisadores reconhecem que esses casos registrados são só a ponta do ''iceberg'', até porque grande parte desses crimes não são detectados e nem registrados.

A LUTA CONTRA O DADOS DO TRÁFICO PROBLEMA Como funciona? Segundo Rebecca Souza, integrante do Grupo Assessor da Sociedade Civil (GASC) da Percebe-se que a grande maioria dos casos Organização das Nações Unidas para Mulheres registrados de tráfico humano são ou dentro da (ONU Mulheres), a ativista diz que não existem nação da vítima ou da própria região sul- programas que funcionem de acordo para americana, seguindo um padrão mundial, desde as combater o tráfico de mulheres no país. zonas mais ricas, como grandes metrópoles até as Rebecca Souza atua e situa-se no estado do mais pobres, como favelas e vielas. Em 2016, na Pará, o segundo estado brasileiro com o maior América do Sul foram detectados cerca de 0,7 número de exploração sexual infanto-juvenil. vítimas para cada 100 mil habitantes. Mesmo assim, a ONU destaca que quase todos países da De acordo com ela, a região Norte é uma das região sul-americana possuem uma legislação mais afetadas não só pelo tráfico de mulheres, específica sobre o crime de tráfico humano, em mas também pela exploração sexual. Isso se linha com a legislação internacional. deve ao fato de que a rota do tráfico acontece pelo Norte, rumo á outros países sul Dados dos países sul-americanos americanos, como a Venezuela e a Colômbia. Segundo o documento liberado pela ONU, afirma- DESCASO se que o tráfico de menores ocorre GOVERNAMENTAL majoritariamente em países andinos, como Equador, Peru e Bolívia, enquanto o tráfico de “Hoje, não tem nenhuma mobilização a partir de adultos é mais frequentes na Argentina, Chile e o uma estratégia nacional de proteção às crianças nas Uruguai. E pelo tipo de exploração, existem regiões de fronteiras. As legislações não foram variações, desta forma, enquanto no Chile e na alteradas para dar cobertura a essas ações. Para mim Bolívia a maioria das vitimas é destinada a é muito preocupante, porque é um recurso enorme trabalhos forçados e árduos, na Colômbia, que foi gasto, seja financeiro, social ou institucional, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai é mais comum o milhares de pessoas nas 15 cidades onde o programa abuso sexual. foi desenvolvido, para um produto estático. Então é Outras características regionais que foram um quadro de total negligência das autoridades destacadas pelo documento da ONU são que a nesse sentido, elas deixam de cumprir suas imensa maioria das vítimas são exploradas obrigações”, analisa Rebecca Souza. sexualmente (58%), seguida por trabalho forçado O projeto apresenta propostas de trabalho para as (32%). Mesmo assim, é relatado que uma grande cidades fronteiriças do Brasil, Argentina, Uruguai, porção das vítimas são exploradas por formas não Paraguai e Bolívia, no âmbito da agenda da tão frequentes, como adoções ilegais (4%) e Convenção Internacional dos Direitos das Crianças, e filmagem pornográfica (2,5%). Estes dois últimos trazia diretrizes, como o comprometimento dos são mais frequentes em países como Paraguai e governos nacionais na mobilização de políticas Venezuela, mas ocorrem em toda América do Sul. públicas, estimulação de campanhas conjuntas, divulgação de canais de denúncia e a DADOS DO BRASIL implementação de sistemas de gestão de dados sobre o tráfico de crianças e adolescentes. O tráfico de mulheres no Brasil De acordo com o Escrítorio das Nações Unidas para o Combate às Drogas e ao Crime (UNODC), o Brasil é o país sul-americano com a maior taxa de incidência de tráfico de mulheres na América do Sul. Segundo o balanço de dados de denúncias colhidas pelo canal Disque 100, o maior canal de denúncias relativas a casos de violação de direitos humanos do Brasil, ocorreram 175 mil casos de exploração sexual de meninas ainda crianças e adolescentes entre 2012 e 2016, ou seja, quatro casos por hora entre esses anos. Já o Disque 180, canal destinado a receber denúncias de casos de violência contra a mulher, registrou 102 ocorrências apenas em 2018, de acordo com o Ministério de Direitos Humanos. REFERÊNCIAS

O FUTEBOL E A DIFICULDADE DE INSERÇÃO DAS MULHERES VICTTÓRIA FERREIRA, 201/2021 ABSTRACT This article reports on the difficulty of inserting women into the soccer field. The objective of the research is to show the prejudice and the sexism suffered in the day-to-day by women. Starting from the origin of football, from the creation of the female sport to its ban. It will be reported, through an interview with a professional soccer coach, experiences and difficulties in relation to machismo rooted in the sport and in parentheses a personal report. In addition to this, in order to encourage support, there will be a presentation of the greatest players of all time, indications from podcasts and support sites. KEYWORDS: FOOTBALL . WOMEN . DIFFICULTY. RESUMO O presente artigo relata sobre a dificuldade de inserção da mulher no meio futebolístico. O objetivo da pesquisa é mostrar o preconceito e o machismo sofrido no dia-a-dia pelas mulheres. Partindo-se da origem do futebol, da criação da modalidade feminina até a sua proibição. Será relatado, por meio de uma entrevista com uma treinadora profissional de futebol, experiências e dificuldades em relação ao machismo enraizado no esporte e em parênteses um relato pessoal. Em conjunto à isto, a fim de incentivar o apoio, será feita uma apresentação das maiores jogadoras de todos os tempos, indicações de podcasts e sites de apoio. PALAVRAS-CHAVE: FUTEBOL . MULHERES . DIFICULDADES.

ORIGEM FUTEBOL CRIAÇÃO DO FEMININO O mais parecido com o Futebol Segundo a FIFA, a primeira partida atual é um jogo encontrado na oficial entre mulheres foi disputada Grécia, por volta do século I a.C. e no dia 23 de março de 1885, em era praticado por soldados. Porém, Crouch End, Londres, Inglaterra. Os foi na Inglaterra que as regras times foram divididos em Norte e atualmente conhecidas foram Sul, representando as duas partes implementadas. Lá o jogo foi da cidade. Porém a primeira partida sistematizado, o tamanho do de futebol feminino em território campo foi determinado e passou- brasileiro só aconteceu no ano de se a usar a bola de couro cheia de 1921, na zona leste de São Paulo. O ar. Em 1885 o futebol passou a ser jogo foi entre as senhoritas dos jogado profissionalmente, e em bairros Tremembé e Cantareira. E a 1904 foi criada a FIFA. Foi trazido primeira Copa do Mundo só ao Brasil por Charles Miller. ocorreu em 1991, na China.

A PROIBIÇÃO DO FUTEBOL FEMININO ib: museu do futebol - SP O futebol feminino foi proibido no Brasil E como se não bastasse só à por cerca de 40 anos. A partir de 1941, por proibição, milhares de mulheres um decreto-lei nacional que interrompeu foram presas nesta época, por o desenvolvimento da modalidade e tentarem jogar nas várzeas e provocou um apagamento da história dos periferias. Os argumentos para times de mulheres que existiam em todo o esta proibição eram 'a mulher Brasil desde 1920. O Decreto-Lei (3199, art poderá tomar alguma cotovelada 54.) assinado por Getúlio Vargas, dizia que nos seios ou útero e se tornar ‘Às mulheres não se permitirá a prática de infértil ou ter alguma dificuldade desportos incompatíveis com as condições de amamentação.’ de sua natureza, devendo, para este efeito, O fim da proibição só veio em o Conselho Nacional de Desportos baixar 1979, com o fim da ditadura as necessárias instruções às entidades militar, porém o futebol feminino desportivas do país.’ Quando em não teve seu desenvolvimento contraponto, o futebol masculino vivia rápido e em seguida, o que gerou seu auge, e a própria seleção Brasileira já consequências que tentam ser havia participado de 3 copas do mundo. revertidas até hoje. NOVA REGRA EM 2019 A CONMEBOL, responsável pelas Sendo assim, é exigido que os competições internacionais, Libertadores e clubes invistam no feminino, da Sul-Americana, junto com a FIFA, impos um mesma forma que investem no estatuto (art. 23) que diz ‘O solicitante (à masculino, para assim poderem disputar competição) deverá ter uma participar das principais equipe feminina ou associar-se à um clube competições. que possua a mesma. Ademais, deverá ter ao menos uma categoria juvenil feminina, ou associar-se à um clube que possua a mesma.'

1. HÁ QUANTOS ANOS ESTÁ INSERIDA ENTREVISTA NESTE MEIO? R: 5 ANOS LUIZA LOY BERTOLI - TREINADORA EM 2. QUAL A MAIOR BARREIRA ENCONTRADA UM CLUBE RENOMADO NA CATEGORIA FEMININA - FORMADA EM EDUCAÇÃO E COMO CONSEGUIU ENFRENTÁ-LA? FÍSICA PELA UFRGS R: POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, NÃO TIVE GRANDES BARREIRAS, EM QUESTÕES DE CARGO 4. VOCÊ SOFREU/SOFRE PRECONCEITO DE 3. COMO DECIDISTE SEGUIR ESTA CARREIRA FAMILIARES OU AMIGOS? MESMO COM TANTOS PONTOS NEGATIVOS? R: NÃO SOFRO PRECONCEITO EM R: DECIDI AOS 1 5 ANOS, E NÃO IRIA RELAÇÃO A PROFISSÃO. DEIXAR DE SEGUIR POR QUALQUER DIFICULDADE JA IMINENTE. 5. SENDO TREINADORA DE MAIS DE UMA 6. DENTRO DESSE MEIO, QUAL O TEU MAIOR CATEGORIA, COMO LIDAR COM A PRESSÃO DOS SONHO? JÁ CONQUISTASTE ALGUM? PAIS DAS ATLETAS OU ATÉ MESMO DOS COLEGAS, R: O MAIOR SONHO É DIÁRIO, QUE É OPORTUNIZAR O MÁXIMO DE PARA DAR O SEU MELHOR SEMPRE E NÃO FALHAR, MENINAS A TER VIVÊNCIA NO FUTEBOL, E COMEÇEO A TER ESSE MESMO SENDO NORMAL? SONHO QUANDO FUI CONTRATADA PARA UM CLUBE COM GRANDE R: A MELHOR FORMA DE LIDAR É PESO, E AINDA SONHO EM CHEGAR FAZENDO TERAPIA, MAS O PRINCIPAL EM UMA CATEGORIA DE BASE FOCO É CONSCIENTIZAR OS PAIS QUE FORMAL, MAS AINDA NÃO É UM PROCESSO DE FORMAÇÃO E NÃO PROFISSIONAL. NECESSARIAMENTE AS MENINAS SÃO PROFISSIONAIS OU SEJA NÃO TEM COBRANÇA EM CIMA DELAS. 7. O QUE ESTÁ FALTANDO PARA O FUTEBOL R: ACREDITA QUE ESTAMOS NO CAMINHO CERTO, EM QUESTÃO DE FEMININO SER MAIS CONHECIDO E VALORES E PROJEÇÃO DE PROFISSIONAIS, MAS NÃO PRECISAMOS VALORIZADO, PRINCIPALMENTE NO BRASIL? DAR O PASSO MAIOR QUE A PERNA.

MAIORES JOGADORAS FORMIGA MIRAILDES MACIEL MOTA (03/03/1978 - SALVADOR) - PARTICIPOU DE 7 COPAS DO MUNDO E 7 OLÍMPIADAS, ÚNICA ENTRE HOMENS E MULHERES; RAPINOE MEGAN ANNA RAPINOE (05/06/1985 - CALIFÓRNIA) - BICAMPEÃ DO MUNDO COM A SELEÇÃO E PRO ATIVISTA DOS DIREITOS DAS MULHERES E LGBT’SQIA+; MARTA MARTA VIEIRA DA SILVA (19/02/1986 - ALAGOAS) - 6 VEZES MELHOR JOGADORA DO MUNDO, MAIOR ARTILHEIRA DA SELEÇÃO BRASILEIRA ENTRE HOMENS E MULHERES, FUNDADORA DO GO EQUAL; ADA ADA MARTINE STOLSMO HEGERBERG (10/06/1995 - NORUEGA) - MAIOR ARTILHEIRA DA CHAMPIONS LEAGUE FEMININA (53) E TAMBÉM DETÉM O RECORDE DE MAIS GOLS EM UMA TEMPORADA DA CHAMPIONS LEAGUE (15) WAMBACH MARY ABIGAIL WAMBACH (02/06/1980 - EUA) - EX- JOGADORA, DETÉM O RECORDE INTERNACIONAL DE MAIS GOLS FEITOS (159) NA TEMPORADA (2013) ENTRE HOMENS E MULHERES, ATIVISTA PELA IGUALDADE E INCLUSÃO E CO-FUNDADORA WOLFPACK ENDEAVOR;

INDICAÇÕES DE MEIOS QUE CONTRIBUEM COM INFORMAÇÕES DO FUTEBOL FEMININO

CIENTISTAS BRASILEIRAS Mulheres que contribuíram no combate à pandemia da COVID-19 Yasmin D'Avila ABSTRACT: Science as many knows has always been a male-dominated field. However, currently, we can be proud that the proportion of men and women scientists is equivalent in the country and the pandemic of the new coronavirus has brought to light Brazilian women scientists who are at the forefront in the fight against the COVID-19 pandemic. They are Ester Sabino, Jaqueline Goes de Jesus, Marisa Dolhnikoff, and Patricia Rocco. Keywords: Women scientists; COVID-19 pandemic; Brazilian science; RESUMO: A ciência como muitos sabem sempre foi um âmbito dominado pelo sexo masculino. Entretanto, atualmente podemos nos orgulhar de que a proporção de homens e mulheres cientistas seja equivalente no país e a pandemia do novo coronavírus trouxe à`tona mulheres cientistas brasileiras que estão na linha de frente no combate à pandemia da COVID-19. São elas: Ester Sabino, Jaqueline Goes de Jesus, Marisa Dolhnikoff e Patricia Rocco. Palavras-chave: Mulheres cientistas; Pandemia da COVID-19.; Ciência brasileira; A ciência, como muitos sabem, sempre foi um âmbito dominado pelo sexo masculino. Quando as mulheres começaram a frequentar faculdades e laboratórios, estavam sempre em minoria e quando participavam da elaboração e realização de um estudo, era comum seu esforço ser desprezado. Em alguns casos, que somente após anos tomamos conhecimento, o seu trabalho não era creditado, os méritos de uma nova invenção ou estudo revolucionário eram permanentemente atribuídos aos homens. O processo de introdução do gênero feminino dentro das áreas científicas demorou séculos para se estabilizar. Inicialmente lhes eram dadas atividades triviais como limpar recipientes e objetos ou traduzir experimentos e textos. E esses trabalhos somente eram dados para as mulheres que continham ligação com um homem da área. Entretanto, atualmente podemos nos orgulhar de que a proporção de homens e mulheres cientistas seja equivalente no país, conforme censo de 2014 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Podemos acompanhar o trabalho de uma parcela dessas mulheres a partir das pesquisas que estão sendo feitas por conta da pandemia do novo coronavírus. A COVID-19 se tornou um desafio para os cientistas e profissionais relacionados à área em todo o mundo. O Brasil não ficou para trás na busca por medicamentos eficazes e o desenvolvimento de vacinas. Temos como destaque à frente no combate as cientistas Ester Sabino, Jaqueline Goes de Jesus, Marisa Dolhnikoff e Patricia Rocco.

Ester Sabino Dra. Ester Sabino é médica, com doutorado em imunologia pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professora associada do Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina da USP. Recentemente liderou o grupo de pesquisa que realizou o sequenciamento completo do genoma do coronavírus (SARS-CoV2) em apenas 48 horas, após o primeiro caso confirmado de coronavírus na América Latina. Essa análise auxiliou na caracterização das semelhanças entre os coronavírus identificados em diferentes países. Após sua façanha Ester Sabino ganhou muita repercussão nas mídias, e a utilizou para defender o investimento na ciência “Foi importante porque era um momento em que os cientistas vinham sendo desqualificados”, \"Não consigo entender. É tão obvio que temos pouco recurso... E é uma área tão importante! A ciência é algo que, se você para de investir, depois fica difícil de retomar. Perde-se uma geração, duas... é muito complexo”, explica. Jaqueline Goes de Jesus Jaqueline graduou-se em Biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, é mestre em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa pelo Instituto de Pesquisas Gonçalo Moniz – Fundação Oswaldo Cruz e doutora em Patologia Humana e Experimental pela Universidade Federal da Bahia. Aos 30 anos, a cientista Jaqueline Goes de Jesus ficou conhecida após ser a responsável por coordenar a equipe liderada pela Dra. Ester Sabino, que sequenciou o genoma do SARS-CoV-2 no início da pandemia no Brasil. Sua defesa sobre a importância dos investimentos e da parceria público-privada com o desenvolvimento científico e a importância do SUS no cenário brasileiro sempre estão evidentes em suas entrevistas, pois, ela se baseia na sua trajetória pessoal e profissional e nas dificuldades que os pesquisadores brasileiros têm encontrado. Jaqueline Goes de Jesus: “Não consigo ver um futuro melhor para o Brasil se o boicote à ciência continuar acontecendo, seja pelo descrédito, seja pelo negacionismo”

Ao mesmo tempo que Jaqueline Goes de Jesus está na linha de frente no enfrentamento da Covid-19 Jaqueline encontra tempo para ajudar a popularizar a pesquisa científica por meio de entrevistas e das suas redes sociais. Com mais de 160 mil seguidores no Instagram e outros 15 mil no TikTok, ela produz e publica vídeos educativos. Marisa Dolhnikoff Marisa é médica pneumologista e pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), foi uma das primeiras a iniciar os testes em pacientes que morreram infectados pela COVID-19. Para entender como o coronavírus afeta o corpo humano, em meio de tantos casos, a médica iniciou uma técnica pioneira de Autópsias Minimamente Invasivas (AMI). Assim, foi possível conhecer o vírus, para que fossem propostos medicamentos para seu combate com mais rapidez, dando chance de reduzir a mortalidade pela doença e entender de que forma a infecção causada pode afetar o corpo a longo prazo. Para colher as amostras para a biópsia, eles usaram agulhas, como as usadas em pessoas vivas, para acessar os tecidos do pulmão e de outros órgãos, mas foram guiados por imagens feitas num ultrassom portátil, sem a necessidade, portanto, de abrir o corpo e expor os profissionais ao vírus. ‘‘Embora a autópsia seja o retrato de um momento específico, do quadro mais grave da doença, ela nos possibilita investigar os mecanismos envolvidos nas perdas funcionais, como nas fibroses ou cicatrizes pulmonares, causadas pelo novo coronavírus’’, explica. Patricia Rocco Patricia Rocco é professora e chefe do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É considerada uma das maiores autoridades do Brasil na pesquisa e entendimento de patogêneses e desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para doenças respiratórias. Iniciou seus trabalhos com a COVID-19 em abril de 2020, no início da pandemia no Brasil. A partir de estudos sobre o novo vírus, até então pouco conhecido, a médica começou a testar possíveis tratamentos eficazes para a COVID-19.

Rocco também coordenou pesquisas acerca da utilização da nitazoxanida, medicamento antiviral capaz de reduzir a carga viral em pacientes com até 3 dias de infecção. Logo após, iniciou estudos com a injeção do cultivo de células tronco com apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em pacientes com a doença. A pesquisa, que ainda não passou por testes com placebos para que seja confirmada sua eficácia, pode melhorar a inflamação causada pelo vírus. Ela pode ser capaz de impedir a fibrose pulmonar em pacientes e conter complicações causadas por bactérias comuns em ambientes hospitalares, especialmente em Centros de Terapia Intensiva (CTI). A importância da ciência para o Brasil Acompanhar o esforço extraordinário dessas cientistas para chegar em resultados tão promissores, feitos em pouco tempo, com conhecimento sobre o coronavírus e recursos escassos, nos motiva a crer cada vez mais na ciência brasileira e na capacidade que nossos profissionais detêm. No entanto, para nos inserirmos, além das áreas que já dominamos, como país precisamos incentivar economicamente a ciência, pois os recursos destinados à área vêm diminuindo progressivamente. De acordo com o PROIFES-Federação em 2019, o valor investido foi pouco mais de R$ 4 bilhões, o que ainda é bastante se comparado aos investimentos realizados em 2020 até o momento: R$ 2,7 bilhões, menos da metade dos R$ 5,7 bilhões previstos. E, se depender do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) para 2021, a redução do orçamento para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) será ainda maior. A proposta enviada pelo governo à Câmara dos Deputados em agosto deste ano prevê somente R$ 2,735 bilhões para todas as ações do MCTI. Para mudarmos nosso atual cenário, devemos educar a população e conscientizá-los de sua importância, pois a ciência somente os beneficia. Ao fazer isso estimulamos nossos futuros cientistas a se interessarem e lutarem por essa área que até o início da pandemia era pouco discutida e levada tão abertamente ao público. Referências Fontes das informações das cientistas: Profissão Biotec - Ester Sabino e Jaqueline Góes de Jesus Dot.Lib - Marisa Dolhnikoff e Patricia Rocco


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