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DESENGAVETA CORDEL Kydelmir Dantas A “LAIVE” DA PANDEMIA NAS TERRAS DA FANTASIA

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A “LAIVE” DA PANDEMIA NAS TERRAS DA FANTASIA Campina Grande - PB



A interação do Mundo, Neste Século digital, Aproxima as pessoas, Pela rede mundial. Face, Instagram são “correio”, Meet, Whatzapp, e-mail, Tudo pelo social. Quase tudo ia bem Nas terras da Fantasia. Mas o destino, imperfeito, Trouxe o que não se via. O Covid-19 Um vírus que o mal promove Universal pandemia. BRANCA DE NEVE foi quem Criou um grupo fechado. No “feice” e no YouTube Pelas colegas, acessado. Flores dos Contos de Fadas, Que por todas são amadas, No público e no privado. 3

E convocou as amigas, Marcando hora e dia, Pra quem quiser falar, O que quisessem, podia. Mas, por ser bem atual. O assunto principal É o Covid e a pandemia. E abriu logo a “laive” Se explicando assim: - Usar máscara e álcool em gel, É preciso e não é ruim. A vida é bem precioso, Usam Soneca e Dengoso, Mestre, Feliz e o Atchim. Zangado fez confusão, Depois do “novo normal”. Mas, eu mostrei para ele Que o vírus não é legal. Não respeita rico ou pobre, E protegemos um nobre, Dunga... Nosso especial. 4

CHAPEUZINHO e a vovozinha, Ficaram no isolamento. Onde era a floresta, Foi queimada com o intento De um senhor capitalista Pois fez condomínio e pista E blocos de apartamento. Me chamam de comunista! Disse a do capuz vermelho. - O dono do condomínio Não se olha no espelho. Pensa que com seu dinheiro, Vai comprar um companheiro. E o vírus? Não tem conselho. Lembra a “gata borralheira” E a história do sapato? CINDERELA e o Príncipe Qu‟estavam no anonimato. Fizeram investimento, Criam gado e jumento, Cavalo, galinha e pato. 5

- Sabem a minha madrasta, Aquela velha ruim? Juntamente com as filhas, Ficaram longe de mim. Usando o nome de Deus, Com discurso de ateus, O Covid deu-lhes fim! JASMINE, decepcionada, Pois quebrara seus padrões, A paixão agalopada, Dominara as emoções. Descobriu que Aladdin, Fez acordos, “caladin” Com os 40 ladrões. Que antes da pandemia, Tinha dinheiro demais. Recebia rachadinhas Em nome dos marajás. Dividia com a milícia E com uma tal de Alícia, Laranja de generais. 6

A BELA casou com a Fera Que virou um príncipe belo. E o Covid-19 Os isolou no castelo. Sem tomar banho de sol, Só saindo ao arrebol, Estava ficando amarelo. Assim, a Bela falou: - Eu já não aguento mais, De usar álcool nas mãos, Botar máscaras no rapaz. Que foi monstro certo dia, Hoje me ajuda na pia, Mas no resto é incapaz. RAPUNZEL, disse enfática: - Já estou acostumada! Pois muito tempo na torre, Permaneci isolada. Uso máscara e álcool em gel, Tela, tinta e pincel, Não saio daqui pra nada! 7

Só estou sentindo falta E digo, sem brincadeira, De arrumar meus cabelos Com minha cabeleireira. Porque o príncipe, cansado, Deita na cama de lado, Dorme e ronca a noite inteira. ARIEL, „cês lembram dela? A tal Pequena Sereia. Ao saber da pandemia, Disse logo: - A coisa é feia! Do mar Índico ao Atlântico, Em jangada ou transatlântico, O Covid ali campeia. Já não bastavam as sujeiras Dos homens nos 7 mares? Com petróleo, lixo e cinzas Se espalhando pelos ares! Só poluindo as praias, Matas, mangues, samambaias, Ilhas, rios e mais lugares. 8

POCAHONTAS falou junto Com a MOANA e IRACEMA. Defendendo a Amazônia, Pantanal, a Borborema. A Caatinga, mata branca, A Savana, ampla e franca E todo Ecossistema. CLARA CAMARÃO, DANDARA, Batalhavam por igual. Era a guerreira da raça, E a quilombola real. Contra o Covid, insistia: - Pra acabar pandemia? Só vacina especial! E a BELA ADORMECIDA Separada do primeiro Acordou-se um momento Noutro país estrangeiro. Viu qu‟estava no Brasil E, com a emoção a mil, Casou-se com um brasileiro. 9

E no planalto central Montou a sua mansão. O marido, um político De rachadinha à mão. Ela tinha um contrato E o cumpria, de fato, Com uma fábrica de colchão. E na “laive” ela dizia, Cochilando, coitadinha: - Aqui mesmo no Brasil O tal Covid não tinha. Pois ouvira um prepotente Dizer na TV... Somente: “Isto é uma gripezinha!” Todo mundo vai morrer! Quem nunca disto sabia? Tendo porte de atleta, Não respeita pandemia. Se vão morrer... E daí? Não sou coveiro daqui. Por mim. Morrem todo dia! 10

Branca de Neve retorna Dizendo: - Muito obrigada. Agradeço as meninas Por me terem acompanhada. Pro bate-papo, o convite, Anotei cada palpite E a “laive” será gravada. Lembrando que a pandemia Ao mundo todo arrasa. Desconhecer a ciência É coisa que só atrasa. Se „inda não tem a vacina, Vamos seguir nossa sina, Dizendo assim: FIQUE EM CASA! 11

Ilustração Sarah Silva Formato 12 cm x 19 cm Coordenação Patrícia Rosas Edição Michele Ribeiro PROJETO DE PESQUISA Fundação Carlos Chagas Apoio do Itaú Social © Desengaveta Meu Texto www.desengavetameutexto.org

Antônio Kydelmir Dantas de Oliveira Nascido a 06/09/1958. Professor, agrônomo, pesquisador, escritor e poeta, de Nova Floresta - PB, filho da professora Angelita Dantas de Oliveira e do agricultor Manoel Batista de Oliveira (Seu Né). É pai de Joaquim Adelino e João Daniel. Estudou o curso Primário no Grupo Escolar Dep. José Pereira; o ginasial no Ginásio Agrícola de Currais Novos-RN (1971-74); Técnico em Agropecuária pela Escola Agrícola de Jundiaí, em Macaíba-RN (1975-77); graduado em Agronomia pela UFPB- CCA-Campus II em Areia-PB (Turma 1984.1); Professor no CAVN - Colégio Agrícola Vidal de Negreiros, em Bananeiras-PB (1985-87), cedido à esta instituição pela Secretaria de Agricultura do Estado da Paraíba, como Engenheiro Agrônomo; Técnico da Petróleo Brasileiro S.A. (1987-2016) em Mossoró - RN; Colaborador Técnico dos Projetos de Extensão do Curso de graduação em Biologia, da Universidade Federal de Campina Grande – Centro de Educação e Saúde – UFCG-CES/campus Cuité-PB, como Professor Voluntário (2017). Aposentado, atualmente é agricultor no Sítio Chã da Bulandeira, que fica no município de Jaçanã-RN, fronteira com a PB. Publicou: Artigos e Crônicas, ligados à Cultura nordestina, ao Cinema e ao Meio Ambiente, em jornais e revistas especializadas; também: Ensaios, Cordéis e Livros. Dentre os livros: Filarmônica José Batista Dantas: 30 Anos de Glória (1995); Mossoró e o Cangaço (1997); Severino Ferreira: O Assum Preto da Viola (1997); Os Três Pilares da Música Popular Nordestina

(1998); Retalhos & Remendos (com Wanderley Azevêdo) -2001; Luiz Gonzaga e o Rio Grande do Norte (2012); Filarmônica José Batista Dantas: 50 Anos, 1965 - 2015; Trio Mossoró: Uma Antologia (2017); Galos de Campina (com Bráulio Tavares e Jessier Quirino) – 2018; Jackson do Pandeiro na Literatura de Cordel (2019); Zé Ramalho na Literatura de Cordel (com Aurílio Santos) - 2019. Sócio das seguintes entidades culturais: • Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC; • Instituto Cultural do Oeste Potiguar – ICOP; • Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte – IHGRN; • Poetas e Prosadores de Mossoró – POEMA; • União Nacional de Estudos Históricos e Sociais – UNEHS – São Paulo; • Consultor do Espetáculo histórico-musical CHUVA DE BALA NO PAÍS DE MOSSORÓ (2009 a 2017); • Conselheiro do Evento CARIRI CANGAÇO. • Academia Norteriograndense de Literatura de Cordel – ANLIC. • Academia de Cordelistas do Vale do Paraíba – ACVPB. 2017 – Recebeu a Medalha Cultural Vingt-Un Rosado, outorgada pela Câmara de Vereadores de Mossoró, pelos serviços prestados à cultura e a história da cidade. 2019 - Homenageado como “Escritor Vivo” na FLIREDE - Festa Literária da Rede Estadual de Ensino: Leitura Literária e Identidade Cultural 2019, da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba - 4ª Região (sede Cuité), que engloba 12 municípios.



- Kydelmir Dantas © DesengavetaMeutexto.org