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Vale Mais Dezembro & Janeiro'17'18

Published by info, 2016-12-20 06:04:38

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N.º 5 1,45€2 # DEZAEPMEBNRAOS/ JANEIRO’ 16 Dme e2seems 2 valemais.pt 1

A TRANSFORMADORA MONÇÃO E MELGAÇO Origem&Carácter DO ALVARINHO MONÇÃO Rio Minho MELGAÇO Rio Douro PORTO Quis a natureza que o Alvarinho de Monção e Melgaço fosse dotado de uma personalidade e aroma difíceis de igualar. Quis o destino que quem o prova não mais esqueça a singularidade de um sabor que persiste no tempo. É o seu carácter. 2 valemais.pt

PROPRIETÁRIA / EDITORA EditorialCalvolima, Lda.NPC: 506 676 668 NATAL, PAZ #OpiniãoCapital Social: 50.000,00€Sede: Apartado 13 - Portas do Sol, E AS EXPERIÊNCIAS 24 | Sucesso nas Empresas Familiares4950-500 Monção Esta edição, a última do ano, coincide com 26 | 2016 Breve BalançoDIRETOR o mês natalício. Este é um período em que,Agostinho Lima tradicionalmente, se assinala a festa da família, 28 | Adega de Ponte de Lima na Rota do sucesso empresarial em que elementos desta percorrem, muitasDIRETOR ADJUNTO vezes, centenas e milhares de quilómetros para se 30 | E depois das eleiçõesM. del Carmen Calvo encontrarem e abraçarem, trocarem presentes e afetos em ambiente, ainda na mor parte dos casos, 32 | Estou pronto, Senhor!REDAÇÃO de concórdia e de paz.José C. Sousa (diretor) 34 | Vinho Verde Alvarinho e a sua importânciaManuel S. Esta é, por outro lado, uma expressão verbalizada, mas que não é assumida, em muitas situações #SecçõesDESIGN GRÁFICO e com os mais diversos pretextos, por via deJosé C. Sousa interesses escusos ou encapotadas por fanatismos 50 | Crianças Educação Sexual nas crianças do Pré-escolar ideológicos ou religiosos. O Natal poderia e deveria 54 | Agricultura CorrectivosREVISÃO GRÁFICA ser em todos os dias do ano!... 56 | Saúde OzonoterapiaMaria Rosa Gondim 58 | Turismo Travel bloggers Também nestes dias rigorosos – falamos, agora, 62 | Desporto Arbitragem refúgio dos incompetentesCOLABORADORES das condições atmosféricas –, quem não gosta de 64 | Sexo & AMor Sexo e StressAdelino da Silva (opinião) estar junto a uma lareira, numa casa senhorialAo Norte (cinema) com séculos de história, mas com as comodidades #ReportagensBrito Ribeiro (ambiente) dos dias de hoje. A VALE MAIS teve essaCarla Silva (crianças) experiência durante o encontro, algures em Ponte 4 | Sub-RegiãoEusébio Baptista (agricultura) de Lima, com o Conde de Calheiros, o presidente Monção e MelgaçoFátima Silva (opinião) da principal associação nacional de Turismo deJosé Cunha Machado (ensaio) Habitação. Uma conversa, a não perder, em que Origem & Destino do AlvarinhoJosé Emílio Moreira (opinião) este setor foi passado a “pente fino”.José M. Carpinteira (opinião) 10 | CaminhaLígia Rio (saúde) Nesta edição experienciámos, também, outrasLuís Ceia (opinião) situações, bem diversas. Como o veganismo, Caminha e A GuardaNelson Azevedo (turismo) no congresso internacional que decorreuManuel Pinto Neves (opinião) em Paredes de Coura; a história dos nossos Uma vizinhança que multiplicaMaria Rosa Gondim (ensino) antepassados, no Paço de Giela; a de uma parceriasMário Garrido (opinião) escola exclusivamente de ballet, em PontePatrícia Costa (justiça) da Barca; umas bodas de prata teatrais, em 12 | Ponte de LimaPaulo Gomes (desporto) Viana do Castelo; o alvarinho, em Monção eVS Advogados (consultório jurídico) Melgaço; a dos ‘trail runners’, nas montanhas Conde de Calheiros de Cerveira; o intercâmbio transfronteiriço,DEPARTAMENTO COMERCIAL entre Caminha e A Guarda; e o “sonho” acerca Ponte de Lima é a capital [email protected] de comboios, em Valença e “arredores”. Turismo de HabitaçãoT. +351 925 987 617 Tem, pois, em mãos, umaVALE MAIS bem 16 | Viana do CasteloIMPRESSÃO condimentada para o seu Natal!Lidergraf Sustainable Printing Teatro do Noroeste - CDV Manuel S. 25 anos de atividade teatralDISTRIBUIÇÃOVale mais 20 | Arcos de Valdevez Paço de GielaPERIODICIDADEBimestral Momentos únicos de contacto com o Passado... no PresenteTIRAGEM7.000 exemplares valemais.pt 3DEPÓSITO LEGAL338438/12REGISTO na ERC126166CONTACTOST. +351 251 654 927M. +351 925 987 [email protected] SOCIAIS f Pode consultar o Estatuto Editorial em www.valemais.pt O Acordo Ortográfico utilizado pelos colaboradores é da sua exclusiva responsabilidade. Os textos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, não obedecendo, necessariamente, à linha editorial desta publicação. Toda e qualquer informação publicitária apresentada pode conter, eventualmente, erros alheios ao Vale mais, pelo que requer, indubitavelmente, confirmação posterior.

Reportagem #Monção & MelgaçoJosé C. Sousa Direitos ReservadosA sub-Região de Monção e Melgaço começou a ser promovida como ‘A Origem do Alvarinho’. É a primeira vez que, em Portugal, há uma campanha dedicada a uma sub-região deprodução de vinhos, ou seja, uma sub-Região é destacada como sendo válida por si só. Além disso, estes vinhos também serão identificados com um selo de garantia exclusivo.Recorde-se que este plano de promo- Até porque, todos os vizinhos da sub-Região As verdes representam a cultura vínica da ção, liderado pela Comissão de Viti- fazem grandes vinhos. E é isso que torna os Vi- sub-Região e a onda azul representa o rio cultura da Região dos Vinhos Verdes nhos de Monção e Melgaço excepcionais, por- que também caracteriza e influencia o ca-(CVRVV), conta com três milhões de euros que são os melhores” referiu. rácter único destes vinhos.para um período de seis anos, resultantesdo debate mais difícil no vinho português, “Esta campanha aponta, sobretudo, para Em declarações à VALE MAIS ,a diretora con-dos últimos anos, que terminou com o um aumento do valor, ou seja, Monção e tou-nos como está a decorrer a campanha.“Acordo do Alvarinho”. Melgaço nunca será uma região concorren- te pela quantidade, mas sim pelo seu valor, “Apesar da ativação da campanha ser re-A apresentação oficial da campanha decor- criando no cliente a ideia clara de que estes cente, constatamos que o mercado reco-reu no último mês de outubro, no Conven- são grandes vinhos, e, por isso, merecem um nhece a qualidade dos Vinhos Verdes deto dos Capuchos, em Monção. preço mais elevado. Esta comunicação vem Monção e Melgaço. Os primeiros resulta- no sentido de gerar esse valor”, concluiu. dos são extremamente positivos no queCom a assinatura de ‘A Transformadora’, respeita à notoriedade da sub-Região eempresa responsável pela criação do de- “A ORIGEM dos Vinhos Verdes Alvarinho, confirman-sign da campanha, esta promoção detém o DO ALVARINHO” do a nossa aposta estratégica de promoçãoslogan ‘A Origem do Alvarinho’, explora os do território. Esta é uma campanha única,temas ‘Origem e Destino’, ‘Origem e Carác- Monção e Melgaço são o berço dos famo- não só porque tem por objecto vinhos sin-ter’ e ‘Origem e Descoberta’. Pretende su- sos vinhos da casta Alvarinho, considera- gulares e distintivos, mas também porqueblinhar a origem das colheitas de exceção dos o ex-librís deste território e da região é a primeira a nível nacional dedicada aproduzidas, a partir desta casta, num terri- dos Vinhos Verdes. uma sub-Região de produção de vinhos.tório repleto de história e tradição. Temos registado o feedback positivo quer “A Origem do Alvarinho” é assim, natural- de produtores, quer de consumidores”.É NECESSÁRIO mente, a assinatura criada para a marcaRECONHECER A Monção e Melgaço, distinguindo, clara- A título de exemplo, refere o facto de aEXCLUSIVIDADE DOS mente, este como o território de origem e comunicação se estender à certificaçãoVINHOS DE MONÇÃO E excelência dos vinhos da casta Alvarinho. da autenticidade, origem e qualidade dosMELGAÇO vinhos de Monção e Melgaço, através da Nesse sentido, o logótipo desenhado para aposição de um selo de garantia exclusivo.Para Manuel Pinheiro, presidente da CVR- a marca deriva da representação gráfica doVV, é necessário reforçar aquela sub-Região M que liga Monção e Melgaço. “Esse selo é atribuído aos vinhos deste terri-como o território de origem da casta Alva- tório pela Comissão dos Vinhos Verdes, afir-rinho no universo dos Vinhos Verdes. Disso mesmo nos deu conta Carla Cunha, mando um segmento de maior valorização diretora de marketing da CVRVV. dentro do universo que é o 'Vinho Verde'.“Devemos assumir a Sub-Região Monção e Esta comunicação no produto tem carácterMelgaço, não em combate com outras sub-re- O logótipo representa um M que faz a li- permanente e acreditamos que é uma chan-giões, mas na convivência sã de fazer melhor. gação de Monção e Melgaço e a sua forma cela de qualidade superior que valoriza não lembra as terras da sub-Região, Depois, a só os Alvarinhos daquele terroir, como toda4 valemais.pt imagem desdobra-se e tem várias ondas. a Região dos Vinhos Verdes”.

“Contudo, o programa de promoção não Por fim, garantiu que no início de 2017 se- “Assim, começamos por olhar para o pano-se esgota na colocação dos suportes da riam apresentados os primeiros dados quan- rama nacional, onde temos 14 regiões de-campanha: integra diversas ações, algu- titativos referentes ao arranque da campa- marcadas, 56 sub-Regiões de vinhos e mi-mas já iniciadas e outras cuja execução nha, assim como as novidades associadas a lhares de produtores e marcas de vinhos noestá planeada no tempo, como programas este momento de promoção da sub-Região. mercado e fizemos duas perguntas? Quantasde formação dedicados a diferentes públi- sub-Regiões conseguirá o consumidor iden-cos, apresentações à comunicação social CRIAÇÃO tificar? E quantas castas conseguirá nomear?e ao trade, cursos de prova, ativações nos DA CAMPANHA Olhando para este contexto, esta região, emprincipais centros urbanos, programas de particular, é a única que se pode afirmar,relações públicas destinados a sublinhar o A agencia ‘A Transformadora’ foi a responsá- a nível nacional, como Vinho Alvarinho epotencial de reconhecimento estratégico e vel pela criação e design da campanha. Fala- este reconhecimento, já existe no mercado.provas técnicas que potenciem as caracte- mos então com Luísa Carvalho, engenheira No entanto, um dos riscos que poderíamosrísticas diferenciadoras dos produtos víni- publicitária que nos explicou como decorreu correr nesta campanha é que qualquercos de Monção e Melgaço”. a concepção da propaganda. Alvarinho, de uma qualquer região, podia beneficiar dela. Esse risco só podia ser con-“No que respeita à campanha publicitária Uma equipa de cerca de sete pessoas de trariado se falarmos da Origem.a decorrer até o final de 2016, optámos por diferentes áreas, (estratégia e planeamen- Decidimos, então, desenvolver uma campa-diversificar os tipos de suporte e ativar a to, direção de arte, design, redação de nha que nos leva de volta à raiz, que definemesma na imprensa, na rádio, em mupis conteúdos e web design) trabalhou neste a sua personalidade inigualável e que nos(cerca de 1200) colocados nos principais projeto, desde junho. Numa primeira fase leva de volta às suas gentes e à sua história”.centros urbanos e em canais específicos da com apresentação de propostas que foraminternet. Em 2017, avançaremos com no- avaliadas pela CVRVV. Depois, as propos- valemais.pt 5vas abordagens de valorização”. tas iniciais foram discutidas e afinadas até à fase final, onde foi planeado e definido“Toda a campanha é articulada com os pro- uma ação de meios e lançada a campanha.dutores e respectivas associações, pelo queeste trabalho de equipa já começou há longos “Com esta campanha pretendeu-se divul-meses com reuniões e troca de informação gar a região de Monção e Melgaço enquan-muito frequente na sequência da qual se es- to origem do Alvarinho, realçando a ideiacolheu a campanha que neste momento está de que um Alvarinho nascido e criado nes-a ser comunicada. Há reuniões periódicas com ta região tem características próprias queos principais engarrafadores e duas reuniões o tornam único. A notoriedade e reconhe-anuais com o grupo de trabalho Alvarinho. cimento do vinho Alvarinho construiu-se,Neste momento, estamos a fechar o plano para em Monção e Melgaço, ao longo de gera-2017 acolhendo, precisamente, estas sugestões. ções que o cultivaram, acarinharam, aper-Há, portanto, um fluxo de comunicação muito feiçoaram e o viram crescer”.frequente e que se reflete no trabalho contínuodas várias entidades envolvidas”, aferiu.

“ORIGEM E DESTINO” “ORIGEM VIRAR DE PÁGINA E CARÁCTER” E “ORIGEM E DESCOBERTA” Para Miguel Queimado, presidente da Associação de Produto- res de Alvarinho Monção e Melgaço (APAMM), esta campanha “Os três temas da campanha falam dessa relação de longa data: pretende afirmar Monção e Melgaço como sendo a origem dos Origem e Destino foca-se nas características da região, Origem e Alvarinhos Portugueses. Carácter na forma como essas características singulares moldam o carácter do vinho, e Origem e Descoberta na experiência de des- “Hoje, temos a primeira sub-Região a ascender a um estatuto pró- cobrir e explorar tudo o que um Alvarinho desta região nos revela. prio e um selo de garantia próprio. Isto é inédito em Portugal e po- demo-nos orgulhar de ser essa primeira sub-Região que consegue A imagem da raiz, transversal aos três temas, tem também uma ter, de uma forma organizada, coordenada e articulada, um selo leitura ampla representando a ligação com a terra, mas também a que consegue identificar os vinhos produzidos em Monção e Mel- importância das raízes enquanto história, cultura, conhecimento gaço. Por outro lado, é importante continuar uma liderança que e património emocional”, concluiu. tem sido apanágio de todos os produtores ao longo dos últimos 60, 70 até 100 anos.Publicidade Virou-se uma página importante na liderança do segmento pre- mium, da região dos Vinhos Verdes, e na real identificação de Monção e Melgaço\". FEZ-SE HISTÓRIA NA COMUNICAÇÃO DOS VINHOS ADVOGADO Armando Fontainhas, presidente da Adega Cooperativa de Mon- ção, afirmou que se fez história na comunicação dos vinhos. Av. Duarte Pacheco, n.º 12 | 4950-454 Monção Tlf./Fax 251 652 880 “Nos últimos 25 anos, e em muito impulsionada pela ação da Ade- ga Cooperativa de Monção, as plantações de vinha, nesta região, Email: [email protected] aumentaram exponencialmente, e a paisagem alterou-se. O pró- prio espaço rural deixou de ser constituído por campos de cultivo com vinhas de bordadura para se produzir uma evolução de quase monocultura de Alvarinho na região de Monção e Melgaço. Esta campanha é uma alteração do paradigma de comunicação deste território. Vamos comunicar as potencialidades próprias e específicas deste local. São práticas culturais e ancestrais que transformam Monção e Melgaço no Terroir único.” 6 valemais.pt

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Esta é uma campanha Devemos assumir a A notoriedade e única, porque tem sub-Região Monção e reconhecimento do vinho por objecto vinhos Melgaço, não em combate Alvarinho construiu-se, com outras sub-Regiões em Monção e Melgaço, ao singulares e distintivos mas na convivência sã de longo de gerações que o mas também porque é cultivaram, acarinharam, a primeira campanha a fazer melhor. aperfeiçoaram e o viram nível nacional dedicada É isso que os torna a uma sub-Região de Vinhos excepcionais, crescer.” produção de vinhos.\" porque são melhores que LUÍSA CARVALHO CARLA CUNHA os outros” A TRANSFORMADORA MANUEL PINHEIRO Directora de Marketing CVRVV Presidente da CVRVV UNIDOS SOMOS MAIS FORTES MELGAÇO FOI PIONEIRO NA PROMOÇÃO DA SUB-REGIÃO “Temos que, em conjunto, promover a excelência deste produto. Unidos somos mais fortes e, mesmo assim, ainda somos pequenos Por seu lado, o autarca de Melgaço, Manoel Batista, garantiu que para a escala que se pretende. o sucesso de Melgaço será o sucesso dos produtores que estão neste território. Portanto, tudo que seja promoção para o Vinho Alvarinho é bom. Vamos perder a exclusividade; portanto, temos de nos afirmar “Qualquer campanha pode ser uma mais-valia para os nos- pela excelência”. sos produtores abrindo janelas de oportunidade no mercado interno e externo”. As declarações são de Augusto Domingues, edil monçanense, à VALE MAIS afirmando ainda que “esta campanha, dizendo que so- No entanto “esta campanha surge do 'negócio' do Alvarinho. Mel- mos ‘Origem’ é declarar, a quem vai consumir os nossosVinhos, que gaço considerou, e continua a considerar, que este processo não procure o original, porque é no original está garantida a qualidade”. foi conduzido da melhor maneira. Não houve aqui nenhum cui- dado por tentar perceber o que era esta sub-Região, quais eram “A partir de agora teremos de uniformizar o critério da promoção. as suas características, especificidades, e quais eram os riscos de Tanto na Feira de Monção, como na Festa de Melgaço, este vocá- fazer as alterações legislativas que foram feitas”, asseverou. bulo terá que emergir\", concluiu. O presidente melgacense reivindica a presença dos municípios nesta estratégia de comunicação.Publicidade YES INSTITUTE [email protected] APRENDEMOS . BRINCAMOS . CRESCEMOS JFuilliiepDe Cawruesz Edificio Via - Sol Fr J | Rua 25 de Abril | 4930-596 Valença - Portugal | tlm. +351 251 825 691 | tlm. +351 938 315 431 8 valemais.pt

Vamos comunicar Temos a primeira sub- Deve haver uma Esta campanha as potencialidades Região a ascender a presença mais dizendo que somospróprias deste local. um estatuto próprio expressiva dos ‘Origem’ é declarar, aSão práticas culturais e um selo de garantia atores do território quem vai consumir os próprio. Isto é inédito nossos Vinhos, que e ancestrais que em Portugal. Podemo- no trabalho procure o original,transformam Monção estratégico desta porque é no originale Melgaço no Terroir nos orgulhar.\" campanha sendo está garantida a único.” essencial que qualidade.\" estejam presentes os municípios.\"ARMANDO FONTAINHAS MIGUEL QUEIMADO MANOEL BATISTA AUGUSTO DOMINGUES Presidente da Adega de Monção Presidente da APAMM Presidente da C.M. Melgaço Presidente da C.M. Monção Publicidade“Deve haver uma presença mais expressiva dos atoresdo território, no trabalho estratégico desta campanha.Claramente, devem estar os produtores mas é essencial quetambém estejam os Municípios. Porque antes de alguémfazer algo pela sub-Região foi Melgaço, o primeiro, aarrancar com uma Festa do Alvarinho promovendo, assim,a sub-Região, os produtos e os produtores.Depois, veio Monção com a Feira do Alvarinho, maisrecentemente, os dois, em conjunto, com o Alvarinho WineFest e finalmente Melgaço, novamente pioneiro, com aFesta do Espumante.Mais do que estarmos à espera que alguém fizesse algopelos produtores fomos nós que fizemos o trabalho queajudou, claramente, a promover a sub-Região, pelo que,voltou a reivindicar uma presença mais significativa dosmunicípios, nesta estratégia\". valemais.pt 9

Reportagem #CaminhaManuel S. Direitos Reservados CAMINHA E A GUARDAUMA VIZINHANÇA QUE MULTIPLICA PARCERIASO relacionamento entre Caminha e A Guarda, com instituições locais”, sublinhando o “trabalho contínuo quelocalidades fronteiriças da foz do Minho, está de boa dignifica a história das duas localidades“. À mesma questão, res-saúde. A VALE MAIS falou com os presidentes destas pondeu o autarca de A Guarda, Lomba Baz: “A relação (…) pode-duas autarquias, Miguel Alves e António Lomba Baz. ríamos qualificá-la como muito cordial. Historicamente, também éVilas piscatórias e balneares, estabelecem parcerias, boa a relação entre os habitantes dos dois municípios. De resto, estatêm um estuário que candidatam a património boa relação e a vontade de estreitá-la pode observar-se no Caminhomundial e, a ligar as duas margens, dipõem, agora a de Santiago que fizemos recentemente e nas andainas que estamosfuncionar regularmente, do ferry boat. a fazer entre Santiago e Finisterra”.SALTO DE GIGANTE O autarca galego lembra, também, iniciativas como a de promoção dos doces guardeses e caminhenses, as caminhadas a Finisterra e oA questão do relacionamento entre as duas localidades foi, pois, a pri- Caminho de Santiago, os eventos musicais e outras atividades, en-meira questão colocada aos chefes dos municípios minhoto e galego. volvendo as duas autarquias, “sobre as quais se trabalha, sobretudo no campo cultural, educativo, desportivo e de promoção comercial”. ESTUÁRIO A PAISAGEM DA UNESCOO edil caminhense, Miguel Alves, garantiu-nos que se deu um sal- A perpetiva é também idêntica relativamente ao modo como veem ato de gigante nos últimos três anos, lembrando, porém, que, “nos candidatura, a paisagem cultural da Unesco, do Estuário do Minho.anos anteriores a este mandato, a Câmara de Caminha manteveuma relação muito fria com os nossos vizinhos galegos que teve, O edil caminhense afirma: “Está a andar muito bem. Segundo ocomo cúmulo, o anunciado encerramento da linha do ferry por calendário estipulado pelos municípios com a Universidade departe de Caminha e o processo judicial que a Câmara intentou Barcelona – nossa parceira neste projeto de dimensão mundial –contra A Guarda. Apesar disso, as populações sempre mantive- até à Primavera de 2017 temos que apresentar o dossiê de candi-ram uma relação cordial e de amizade, sustentado em séculos de datura junto da UNESCO que permitirá que a nossa proposta sejaconvivência, de negócios e de partilha cultural que manteve acesa colocada numa primeira lista indicativa. Este é o primeiro passo.esta chama que nos une”. Os dados históricos, patrimoniais, naturais, sociais, demográficos,“Há dois grandes projetos que juntam as duas localidades que são ambientais, urbanísticos e outros já foram totalmente recolhidoso combate pela manutenção do ferryboat e a candidatura do es- pelos dois municípios e, até ao final do ano, os investigadores vãotuário do Minho a paisagem cultural da UNESCO”. Destaca, toda- apresentar a primeira versão da candidatura para corrigirmos ouvia, que, agarrada a estas duas âncoras, há iniciativas conjuntas, melhorarmos. Entretanto, quer Caminha, quer A Guarda, deram jácomo aquela que, recentemente, levou uma centena de portugue- passos para obter o assentimento à candidatura por parte dos Es-ses e galegos de Santiago a Finisterra. “Além disso, os agrupamen- tados de Portugal e Espanha; foi já preparado um vídeo de divulga-tos escolares de ambos os lados do Minho traçaram uma série de ção que será porta-estandarte desta primeira fase da candidatura.atividades que levarão os nossos alunos a A Guarda e os desta a Isto e as atividades atrás mencionadas têm envolvido as pessoas eCaminha já neste ano letivo. Por outro lado, estão a ser agendados, a sua alma que são alicerces fundamentais do êxito desta candi-para a Primavera/Verão, eventos culturais que consolidem o tra- datura que, ao ser aprovada, colocará os nossos concelhos e o riobalho feito este ano entre as autarquias de Caminha e de A Guarda Minho num mais que justo patamar de excelência mundial“.10 valemais.pt

O seu homólogo de A Guarda corrobora esta informação: “Está em ALTERNATIVA DE COMUNICAÇÃOfase de finalização a redação da proposta que apresentará para en-trar na Lista Indicativa da UNESCO como Paisagem Cultural. As duas Já o homólogo de A Guarda considera: “Faz sentido manter ocâmaras estão a fazer uma re- ferry boat (…) Com umavisão do esboço de proposta pequena manutenção dopara indicar as últimas cor- canal, sobretudo na desem-reções. Contamos ter redigi- bocadura do rio Coura, serádo o documento definitivo possível manter esta comu-em breve para efetuar a sua nicação ”. E critica: “É umaapresentação ao público. Te- lástima que os governosmos previsto aproveitar esta de Lisboa e Madrid não seapresentação para tornar pú- comprometam em manterblico o vídeo promocional da esta via de comunicação.”candidatura com versões emvárias línguas”. Lomba Baz não imagina “queFERRY o ferry deixe de existir e não sejamos capazes de oferecerTRAZ 50 MIL aos cidadãos portugueses ePESSOAS espanhóis uma alternativa”. Propõe, até, que se estudem alternativas como a de “umOs problemas de assorea- barco mais moderno quemento da barra e do ferry não tenha problemas com aboat que liga as duas mar- dragagem do canal e, inclu-gens não levam, porém, os sive, um falso túnel que evi-autarcas a considerarem a NA FOTO, O PRESIDENTE DA CÂMARA DE CAMINHA MIGUEL ALVES COM O ALCALDE DE A GUARDA ANTONIO LOMBA BAZ taria o impacto paisagístico”.hipótese de uma ponte. PESCADORES ANCORENSES COM“O ferry funciona assim sem condicionalismos e vem colocando,ORIGENS EM A GUARDAem média, em cada ano, mais de 50 mil pessoas na vila de Cami-nha. Este ano já fizemos novo desassoreamento e as coisas tendem A última questão colocada foi referente ao intercâmbio entrea normalizar. Esta carreira é importante porque permite o passeio as duas comunidades.dos turistas, mas também a relação comercial e pessoal entre osdois povos. Aproveita Caminha e aproveita o Castro de Santa Tecla, Miguel Alves garante que se tem multiplicado. “Veja-se o que já re-o segundo local mais visitado de toda a Galiza. E beneficia o Ca- feri a propósito da candidatura à UNESCO, mas também o modominho Português pela Costa que tem ao seu dispor uma passagem como temos sabido preservar e incrementar a presença da Galizafácil e previsível. Ao mesmo tempo, A Guarda tem vindo a cum- em Caminha e a projeção desta na Galiza”, lembra, enumerado asprir com os pagamentos acordados, toda a receita do ferry, seja várias atividades que têm congregado os dois municípios.em Portugal, seja em Espanha, vem para os cofres da Câmara deCaminha por mútuo acordo” – refere o edil caminhense. O autarca lembra, nomeadamente, “a recente descoberta de que osRecusando demagogias, este põe de lado a ideia de uma ponte. pescadores da vila descendem de galegos, nomeadamente, guarde-“Podemos questionar o impacto que teria no largo estuário do Mi- ses que assentaram arraiais na zona que hoje é o portinho, até atri-nho, onde deveria ficar colocada, qual a sua relação com a rede buímos o topónimo de Passeio de A Guarda à zona fronteira ao Forteviária dos dois lados e o que diria um Impacto de Estudo Ambien- da Lagarteira. Esta parceria nunca esteve tão viva e é para continuar”.tal, mas fico-me pela expressiva frase do ministro Poiares Maduro Lomba Baz destaca também esta ligação histórica, afiançando que,de um Governo do PSD/CDS que, ainda há não muito tempo, veio nos últimos tempos, estreitou-se a relação entre as duas câmaras ea Caminha dizer o seguinte: no contexto atual, quem andar a ven- os seus presidentes. “De modo que convidamos (Caminha) a par-der a ideia de que se deve construir uma nova ponte sobre o rio ticipar nos nossos eventos, como compete a qualquer concelhoMinho, anda a enganar as pessoas. Não é comum, mas concordo vizinho, e vamos aos muitos convites” feitos por Caminha.com o que disse o ministro do PSD.” valemais.pt 11

Reportagem #Ponte de LimaManuel S. Direitos ReservadosCONDE DE CALHEIROS Ponte de Lima é a capital do Turismo de HabitaçãoPonte de Lima é apontada, por “Na altura, foram selecionadas quatro áreas tomado conta dessas casas, há um ressurgi-muitos, como a capital do Turismo especificas em Portugal, mas aquela que mento. Porém, as condições financeiras sãode Habitação (TH).Ao longo de teve maior relevância foi Ponte de Lima. cada vez mais restritivas.”três décadas, esta modalidade de É aqui que há uma concentração de casasturismo consolidou-se e evoluiu. de família e, ainda, habitadas; depois, por- Sublinha, todavia: “Houve uma particulari-Desde o início, o Conde de Calheiros que na altura também quem estava à frente dade que foi determinante para a sobrevi-é uma figura central, liderando a da Câmara Municipal era o Dr. João Abreu vência do Turismo de Habitação: a TURIHABTURIHAB, associação sedeada neste Lima, entusiasta e pioneiro do TH, tendo e, paralelamente a isso, a criação de umaconcelho e que engloba cerca de 120 colocado a sua Casa do Outeiro ao servi- central de reservas”. Esta integra, também, acasas de todo o país. ço deste turismo. Deu o exemplo para que rede europeia “Europa das Tradições”. outros o seguissem, como foi o meu caso.“Foi há 30 anos, por iniciativa do Governo, Uma forma de recuperar a casa, mantê-la “As casas para funcionarem têm de ter re-que foi lançado este tipo de turismo nas zo- viva e criar um modelo que lhe pudesse dar servas. Uma coisa é fazerem o marketing enas rurais. Eram nestas que se localizavam autossustentabilidade”. uma promoção individual (que não deixaimóveis com património erudito. O objeti- de ter sentido); outra é a promoção de umvo, por um lado, seria recuperar parte dele DONOS DAS CASAS produto, de uma imagem e um conjuntoe, por outro, criar uma atividade económica como os Solares de Portugal – que criamno interior. Isto já se praticava noutros paí- Desde então – reconhece – não houve grande sinergias e, automaticamente, obrigam ases, mas teve o seu cariz de originalidade, expansão a nível do número de casas. “Esta determinadas regras de funcionamento.sobretudo, na forma do apoio financeiro. modalidade de turismo necessita da presen- Criou-se uma rede e esta é hoje, a nível na-Foram criadas linhas de crédito, facilidades ça dos donos da casa. E terem uma dedicação cional, um produto turístico importante\".no sentido de incentivar os proprietários a quase plena ao seu funcionamento tambémdedicarem-se a esta modalidade” – começa acaba por restringir alguns dos imóveis que,por nos explicar o Conde de Calheiros. eventualmente, tivessem hipóteses para tal. Mas verifica-se que as novas gerações têm12 valemais.pt

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Muitas vezes, confunde-se o Turismo de Habitação (TH) com oTurismo no Espaço Rural (TER).“Este último é, por definição, mais associado ao agro-turismo e às ca-sas de campo. O TH nasceu com uma outra característica, a recupe-ração das casas senhoriais, de património erudito e, no fundo, com apresença do dono da casa. O agro-turismo tem características seme-lhantes, simplesmente, muitas vezes, é feito nas dependências agrí-colas, recuperadas, mas não quer dizer que não sejam associadas, àsmesmas, as casas senhoriais. Mas não implica o turismo dentro daprópria casa principal.“O TH tem, no mercado interno, apenas 20 por cento da sua quota.Todavia, a crise não se regista apenas no nosso país, mas tambémnaqueles de onde são oriundos muitos dos seus clientes.“Mas sabemos que os últimos dois anos têm sido de crescimen-to do turismo em Portugal. Esse facto também se reflete na nossamodalidade de turismo” – reconhece o Conde de Calheiros que,porém, ressalva: PELO TURISMO DE HABITAÇÃO JÁ PASSARAM; LORD SPENCER, PAI DA LADY DI; RUUD LLUBERS, O ENTÃO, PRIMEIRO- MINISTRO HOLANDÊS, ANTÓNIO GUTERRES; MÁRIO SOARES; JORGE SAMPAIO; O ATOR JOHN MALKOVICH; O PRÍNCIPE FILIPE DA BÉLGICA, HOJE REI, E O IRMÃO LORIEN...“O TH não é de massas. É um nicho de mercado que se move tam-bém pelo património, pelos jardins, pela gastronomia, pelo vinho.A associação do enoturismo à estadia nestas casas leva a que mui-tas delas acabem por desenvolver a componente agrícola ao níveldo vinho e dos produtos agrícolas”.Os mercados, porém, têm registado alguma oscilação. “Por exem-plo, nos últimos dois anos notou-se um crescimento extraordiná-rio do francês. Também fora da Europa, como é o caso dos EUA eBrasil, da Austrália, há clientelas que nos procuram”.E, afinal, qual é o cliente tipo do TH? “Classes média e alta, en-tre os 40 e 70 anos. Mas também se verifica o interesse dos maisjovens, sobretudo casais, empresários ou profissionais liberais,que procuram estas casas para trazerem a família. Em termos decrianças e filhos, essa estadia é muito mais aprazível do que numaunidade hoteleira – têm espaços verdes, áreas comuns muito maisinteressantes; por outro lado, nota-se que há um outro nicho demercado que são as famílias inteiras. Hoje, uma das dificuldadesque têm é juntarem-se. Uns trabalham em Portugal, outros nosEUA, outros pela Europa, acontece com casais portugueses e es-trangeiros. A única hipótese é, em tempo de férias, puderem ter15 dias juntos. As nossas casas têm as condições ideais. Têm cadavez mais e melhor prestação de serviços, equipamentos, piscina,algumas até SPA, outras situações lúdicas como cavalos, um con-junto de equipamentos e a possibilidade de refeições”.14 valemais.pt

FIGURAS PÚBLICAS CONFISSÕESSão já muitas as figuras públicas, nacionais e internacionais, que O Conde de Calheiros falou-nos também das suas paixões e hobbies.passaram pelo Turismo de Habitação. “Algumas são tão intimas que é melhor nem falar…. mas tenho“O pai da Lady Di, Lord Spencer, esteve aqui em princípios dos uma paixão por viajar, gosto imenso, de conhecer o mundo e asanos 90… mas a primeira figura marcante, que até veio dar origem pessoas. Há lugares que não me importo de regressar mil vezes.a grande parte do relacionamento com o mercado da Holanda, foi Como é o caso de Veneza ou Santiago de Compostela.”o, então, primeiro-ministro deste país, Ruud Llubers, o primeirohóspede da minha casa (Paço de Calheiros). O interessante é que, “Tenho uma proximidade com a Galiza muito grande. É um refú-não estando umas coisas relacionadas com as outras, acabam por gio em termos de destino que me anima e me cultiva.“coincidir... como o do meu filho que casou com uma italiana quetem um castelo, em Itália, também aberto ao turismo... e cuja fa- E onde gostaria de ir e ainda não foi? “Já andei também pelasmília também está ligada à família real da Holanda”. Américas, por África, mas não tive ainda oportunidade de estar no Oriente, isto é, no Japão, na China e na Austrália. É uma curiosidade”.“Também cá esteve várias vezes António Guterres, que foi meucolega no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, e de quem sou “Gosto imenso de andar a cavalo. Mas não há tanto tempo como isso”.amigo pessoal. Numa das vezes foi determinante. Foi quando sedecidiu a passagem da autoestrada A3 em Ponte de Lima. Foi aqui SOU MUITO TRADICIONAL.no Paço de Calheiros. Questão muito polémica que não se decidia. GOSTO MUITO DEMário Soares também esteve cá, foi um dos primeiros que fez umaPresidência Aberta e esteve no Paço de Calheiros. Jorge Sampaio foi, BACALHAU. E ESTE SUGERE-entre todos os políticos, o que mais fez pelo TH, como Presidente da ME SEMPRE O DIA DE NATAL.República. Organizou conferências em Vila Real, foi para as açõese convidou-nos, várias vezes, para deslocações ao estrangeiro, in- COZIDO COM BATATAS Etegrando as missões empresariais que ele próprio desencadeava”. COUVES. REGADO COM O NOSSO FANTÁSTICO AZEITE.\"O ator John Malkovich apareceu cá de surpresa! Outras figuras, SIMPLES. NÃO GOSTO DEforam o Príncipe Filipe da Bélgica, hoje rei, e o irmão Lorien\". COISAS REBUSCADAS.O presidente da TURIHAB garante que se “há turismo que tem fu-turo é o turismo de habitação”. Diz mesmo ser “aquele que melhor “A gastronomia faz parte dos meus hobbies. Por força de, na casa,reflete as tradições, a maneira de estar e de viver de uma determi- desenvolvermos cooking lessons e show cooking com os nossos tu-nada região. VALE MAIS em termos de turismo. Não é mais um ristas. Uma das minhas paixões é o vinho. No Paço de Calheiroshotel de 5 estrelas , um alojamento de luxo, um resort ou um hotel sempre se fez vinho. O meu pai, há cerca de 50 anos, foi um dosboutique; é muito mais do que isso porque, associado ao conforto criadores da Adega de Ponte de Lima. A partir daí, começamos ado alojamento, tem uma história para contar. Pelo próprio dono“. mandar a uva para lá. Há cerca de 4/5 anos, o meu filho também se entusiasmou em fazermos um vinho. Hoje é um dos meus hobbies”.Se no Natal, que se aproxima, as famílias não frequentam o TH, naPassagem de Ano quase todas as casas estão ocupadas. “São as fa- “O sarrabulho não tem nada de verde. É um arroz de sarrabulho,mílias que criam a sua própria animação. Querem ter o seu jantar, uma travessa de rojões e tripa com batatas. Nada de verde. Às ve-o seu próprio espaço de diversão, é uma animação mais íntima”. zes há uma pequena salada que não nos diz nada. Feita com to- mate, vinho do Alentejo e alface, sabe-se lá, de Israel. Na verdade, a única peça verde que tem é o pé de salsa espetado na tripa que vai em cima dos rojões. Precisávamos de alguma inovação. E esta- mos no ano em que conseguimos, para o Minho, o Minho – Região Europeia da Gastronomia. Cujo objetivo é criar alguma inovação na nossa gastronomia”. valemais.pt 15

Reportagem #Viana do CasteloJosé C. Sousa Teatro do Noroeste -CDVTEATRO DO NOROESTE – CDV 25 anos de atividade teatralO Teatro do Noroeste – CDV é a única estrutura profissional, de criação teatral, em atividade, sedeada emViana do Castelo, e a mais antiga, em todo o Alto Minho.Sedeada desde a sua fundação, em 1991, no Teatro Municipal Sá de Miranda, em Lisboa, regressando ao Teatro do Noroeste – bém, por outras localidades e cidades, no Alto Viana do Castelo, o Teatro do Noroeste – CDV em 2006, onde continua, desde então. Minho, um pouco por todo o país e tambémCDV surgiu no âmbito do movimento de des- no estrangeiro. Em 2015, para além de Viana docentralização teatral, ocorrida em Portugal, “Com espetáculos dedicados a todos os ciclos Castelo, apresentámos espetáculos em Mon-no último quartel do século XX. de ensino, assim como aos cidadãos e locali- ção, Cerveira, Ponte de Lima, Valença, Melgaço,Desde sempre orientada para o desenvolvi- dades com mais dificuldades de acesso à frui- Paredes de Coura, Caminha, Arcos de Valdevez,mento de públicos para o teatro, a compa- ção cultural, o Teatro do Noroeste – CDV trou- Ponte da Barca, Barcelos, Braga, Porto, Lisboa,nhia dedica-se à criação artística profissional, xe e semeou, no Alto Minho, as bases para a Almada, Portalegre, Elvas e também na cidade atividade teatral tal como a conhecemos hoje”. de São Paulo, no Brasil.designadamente, ao teatro, mantendo, tam- COMO ESTÁ ESTRUTURADA A COMPANHIA? QUAIS OS PRINCIPAIS MOMENTOS DObém, uma preocupação com a divulgação da HISTORIAL DA COMPANHIA?dramaturgia de autores, portugueses e uni- A equipa técnica e artística do Teatro do No-versais, de teatro clássico e contemporâneo, roeste – CDV é constituída atualmente por Todos os momentos de um projeto culturalregistando uma intensa atividade de digres- 10 profissionais e 4 voluntários, secundados como o Teatro do Noroeste – CDV são relevan-são pelos 10 concelhos do Alto Minho. por mais de 50 participantes em oficinas de tes, na medida em que a manutenção em ativi- teatro de continuidade, dirigidas a seniores dade de uma instituição artística, ao arrepio deFomos entrevistar Ricardo Simões, diretor ar- e jovens, que participam, assiduamente, no todos os constrangimentos que sempre afetam otístico do Teatro do Noroeste – CDV. Natural projeto de teatro comunitário. sector cultural, já é digno de nota. Completar 25de Viana do Castelo, com 37 anos de idade, anos de atividade ininterrupta talvez seja o maisiniciou o seu percurso como ator profissio- ONDE DECORREM OS ESPETÁCULOS?nal quando se estreou, no Teatro do Noroeste importante momento, por agora.– CDV em 1997. Tinha 18 anos e, na época, o Apresentamos, anualmente, quatro a cinco no- E OS ENSAIOS? COMO SÃO?projeto atingia um certo apogeu de cresci- vas produções no Teatro Municipal Sá de Mi-mento e atividade. Teve a oportunidade de tra- randa, abrangendo diretamente um universo Essa é uma pergunta frequente, sobretudo,balhar, esporadicamente, durante dois anos, de mais de 20.000 espetadores de todas as ida- nos mais novos, pois imaginam que “vive-na companhia, depois estudou no Porto e em des. Alguns destes espetáculos circulam, tam- mos” no Teatro Municipal Sá de Miranda e16 valemais.pt

Publicidadeque ali ensaiamos durante dois meses cada novo espetáculo. Esse éum paradigma do passado, em qualquer teatro municipal. Algunsargumentam que ocupamos o edifício tempo demais. Outros quei-xam-se de não haver ali mais datas livres. No TMSM temos, apenas, anossa sede administrativa onde a autarquia nos cede dois gabinetes.No entanto, o Teatro do Noroeste – CDV não preenche nem um terçode todas as datas disponíveis. O problema é outro.Viana do Castelo ainda não dispõe de uma alternativa válida ao espaçodo TMSM, o que afunila todas as solicitações. Um outro auditório, maismodesto e dotado de um palco minimamente apetrechado, resolveriamuitas destas questões e será, seguramente, uma obra futura para acidade. O Teatro do Noroeste – CDV faz o que lhe compete e o que lheé possível para minorar esta situação: somos arrendatários de um ar-mazém na zona da Abelheira, onde concentramos o nosso espólio deguarda-roupa, cenários, adereços e onde temos uma oficina de cons-trução de cenografia e um espaço de ensaios. É aí que ensaiamos osespetáculos até serem finalizados em oito dias de ensaio no TMSM.COMO SE PREPARA UM ESPETÁCULO DE TEATRO?Um espetáculo começa a ser preparado com mais de um ano de antece-dência. É assim que funciona quando somos profissionais. Não quer dizerque não haja outros projetos que vão sendo realizados à medida que sur-gem. Os textos e autores são selecionados de acordo com as linhas progra-máticas do Teatro do Noroeste – CDV: em traços muito gerais, divulgaçãode teatro de autores portugueses e universais, clássicos e contemporâ-neos, para um projeto integrado de desenvolvimento de públicos para tea-tro. Atendendo a estes objetivos, tudo vai daqui decorrendo: da seleção dotexto, ao trabalho prévio que este possa ter; seleção de equipas para o leva-rem a cabo; primeiro ensaio; ensaios; estreia; apresentações; circulação doespetáculo (se assim foi pensado o espetáculo). Tudo isto até ao “fim” doespetáculo que é quando este é apresentado pela última vez.COMO É QUE SE “ENTRA” NA COMPANHIA?Para “entrar” no Teatro do Noroeste – CDV só existe um caminho:por convite. valemais.pt 17

A Companhia convida profissionais de acor- COMO FUNCIONAM AS OFICINAS? TEM ALICERCES PARA CRESCER?do com as suas necessidades. Outra questãoé como se pode ser convidado: respondendo As nossas oficinas regulares de teatro integram o O Teatro do Noroeste – CDV surgiu num con-a uma oferta de trabalho ou por candidatura nosso Projeto Comunidade e abrangem o ATIVAjú- texto que deu origem a algumas das principaisespontânea. Não publicamos tantas ofertas de nior – Oficina deTeatro com Jovens, o ATIVAsénior – companhias de teatro independente do nossotrabalho como gostaríamos, sobretudo, porque Oficina de Teatro com Seniores e o Enquanto Nave- país e pode orgulhar-se de pertencer ao rol da-recebemos muitas candidaturas espontâneas gávamos – Oficina de Teatro com ex-trabalhadores quelas que têm conseguido sobreviver às crises,de atores, músicos, técnicos, figurinistas, ilu- dos Estaleiros Navais deViana do Castelo. mudanças paradigmáticas, transformação sel-minadores, cenógrafos… vagem do sector cultural e artístico, precariza- A primeira integra 20 adolescentes entre os 13 e os 17 ção das condições de trabalho dos profissionaisPRINCIPAIS ESPETÁCULOS REALIZADOS? anos de idade, a segunda abrange 20 seniores cuja do espetáculo e diminuição anual dos apoios do condição para pertencer ao grupo é ser aposentado e Estado às artes em sucessivos governos, que pu-Todas as 130 diferentes produções ao longo de 25 a terceira conta com cerca de 10 elementos e que tem demos testemunhar nos últimos 20 anos, peloanos! Mas para satisfazer a pergunta, aponto al- a particularidade de ter nascido de «geração espontâ- menos. A somar a isto, encontra-se numa “tra-guns espetáculos de diversos criadores que pode- nea» depois de, em 2014, termos feito um espetáculo vessia do deserto” desde 2012.rão ter ficado na memória de muitas pessoas e lu- sobre os antigos Estaleiros Navais deViana do Castelo.gares: “Algazarra na Ribeira”, “O Lugre”, “Rosa do Apesar disso, a companhia conseguiu man-Adro”, “O Inimigo do Povo”, “Com Pêlo do Mesmo EM DEZEMBRO ASSINALAM 25 ANOS ter-se em atividade e, mesmo, aumentar eGato”, “Salta para o Saco”, “Mas Afinal Quem És DE ATIVIDADE? QUAL O BALANÇO E DE diversificar os índices de público. Não faze-Tu, Ó Dona Maria da Fonte?” “Enquanto Navegá- QUE FORMA VÃO ASSINALAR A DATA? mos ainda a programação que gostaríamos,vamos”, “Gato das Botas”, “Anjo Branco”. força das vicissitudes orçamentais, pois de- No dia 6 de dezembro, assinalamos 25 anos de pendemos excessivamente do número de bi-QUE ATIVIDADES DESENVOLVEM? atividade e vamos celebrar com a inauguração lhetes que conseguimos vender e só quem é de uma exposição com curadoria de Paula An- deste sector sabe como isso pode prejudicarO trabalho da Companhia divide-se em três eixos jos, retrospetiva dos 25 do Teatro do Noroeste algumas opções artísticas.principais: Criação Artística, Serviço Educativo e – CDV e que estará patente em diferentes espa-Projeto Comunidade. Isto traduz-se em criação ços do Teatro Municipal Sá de Miranda. Nesse Mas acredito que o Teatro do Noroeste – CDVde espetáculos para públicos diversos, na rea- dia estrearemos a nossa 130.ª criação, “Bodas vai continuar, até porque as pessoas passamlização de workshops temáticos para crianças de Sangue”, de Federico Garcia Lorca, com um mas as instituições ficam.sobre os temas dos espetáculos que criamos, na elenco de mais de 40 atores e músicos. O espe-dinamização de oficinas regulares de teatro para táculo estará em cena até 17 de dezembro, de PROJETOS PARA O FUTURO?adolescentes e seniores e na promoção e funcio- terça a sexta-feira, às 21h30 e aos sábados, comnamento de uma rede cultural de associações duas representações, às 16h00 e às 21h30. Para o futuro, estamos a tentar apresentar umaculturais do Alto Minho denominada TEIA. programação para o ano 2017 e não apenas para COMO VAI A COMPANHIA HOJE EM DIA? três meses, como estamos obrigados a fazer des-A COMPANHIA FUNCIONA TODO O ANO? de que não contamos com apoio do Governo. Atualmente, e desde 2012, o Teatro do Noroeste Será o ano dos 25 anos e gostávamos de quebrarTodas as iniciativas decorrem durante todo o – CDV não conta com qualquer apoio do Gover- esta lógica altamente precária de não sabermosano de uma forma continuada e regular, de acor- no, exceção feita para um projeto que, através da em janeiro o que podemos fazer em abril.do com a nossa matriz de companhia residente intervenção da Câmara Municipal de Viana donum teatro municipal. Por outro, asseguramos Castelo, conseguimos que fosse apoiado atravéscom a Câmara Municipal de Viana do Castelo a do Fundo de Fomento Cultural da Secretaria dedinamização de uma oferta cultural que funcio- Estado da Cultura do anterior Governo. De entãona durante todo o ano e que garante que o Teatro para cá, a provação, a incerteza e a sobrevivên-Municipal Sá de Miranda seja uma casa de portas cia, numa lógica de autoexploração de quantosabertas para todos os cidadãos. trabalham na Companhia, continua.18 valemais.pt

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Reportagem #Arcos de ValdevezManuel S. Direitos Reservados PAÇO DE GIELAMomentos únicos de contacto com o Passado… no PresenteO Paço de Giela, em Arcos de Valdevez, a cerca de 2 km da sede do concelho, é um local emblemático. Está ligado aohistórico Recontro de Valdevez, ocorrido em 1141 e ali recriado em julho último, que opôs os exércitos de Afonso Henriques e de seu primo Afonso VII de Leão e Castela.Classificado como Monumento Nacional desde 1910, foi adquirido “Estamos no interior do Paço. Aquilo que utilizamos como área depela Câmara Municipal em 1999, que o requalifica, investindo 1, 3 mi- entrada é também o único espaço que recebeu um solo ligeiramen-lhões de euros, com financiamento a 80% de fundos comunitários. É te diferente, este granito, porque é um espaço multifuncional. Serveum exemplar único da arquitetura civil privada gótica e manuelina. para várias iniciativas. Com a montagem de uma pequena estrutura realizamos, por exemplo, programas musicais de diverso tipo. É inti-Está aberto ao público desde julho de 2015 – altura em que se assinala- mista, tem algumas cadeiras, não excede os 80 lugares sentados, comram os 500 Anos do Foral de Arcos deValdevez. Proporciona momen- um estudo acústico que foi aqui desenvolvido… todo este vigamentotos únicos de contacto entre o Passado e os novos modelos de aborda- que vemos em cima tem uma dupla funcionalidade: do ponto de vistagem e recuperação/valorização patrimonial. estético e simbólico reproduzir o que era o vigamento original, simbo- lizar isso e… para os espetáculos tem uma enorme vantagem.A afluência de visitantes e as iniciativas ali promovidas têm correspon-dido. Números oficiais indicam a média mensal de um milhar de pes- \"É fantástico à noite com uma iluminação muito ténue!\". Os ves-soas, com o ‘pico’ a ser atingido no mês de agosto (2 mil visitantes) e tígios mais antigos apontam para a existência de uma cerca emaos fins de semana (“compensadas” com visitas escolares à semana). pedra e à qual estava associaado um pequeno torreão. Era um “castelo rural”, fundamental para o controlo de um territórioA VALE MAIS esteve lá, numa visita ciceroneada por Nuno Soares, ar- de fronteira instável desde o início da Idade Média atéqueólogo, responsável pela área cultural no município arcuense, chefe meados do séc. XI.da Divisão Cultural e diretor da Casa das Artes. Um portuense que veioparar há 20 anos a Arcos deValdevez, na sequência do seu mestrado naFaculdade de Letras do Porto sobre a pré-história (megalitismo). Con-fessa-nos que se apaixonou por esta terra e que já se sente arcuense. É,pois, ele, o nosso guia!20 valemais.pt

PROTEÇÃO DAS POPULAÇÕES Publicidade“Coisas tão importantes, como os normandos que entravam com as bar- ASSISTÊNCIA TÉCNICAcas pelos braços navegáveis, eram situações terríveis, bem como as mo-bilizações dos exércitos muçulmanos. Por isso, estes castelos roqueiros RÁPIDO, COMPETENTEde interior têm essa grande função de estímulo e proteção às primeiras E SEMPRE PRONTO PARApopulações que se começam a fixar” – lembra Nuno Soares. REPARAR O SEU APARELHOEm meados do séc XIV foi construída a atual torre, com funções defensi-vas e habitacionais, e, nos finais do mesmo, surge a primeira estrutura es- UM SERVIÇO EM QUE PODE CONFIARsencialmente habitacional. Já no séc XVI, é-lhe acrescentado um segun-do piso, com grandes janelas decoradas ao estilo manuelino. São váriasas modificações que se vão operando desde o séc XVI, áreas de anexo quevão sendo colocadas, para criar maior conforto, maior acessibilidade. Oinício do declínio da casa ocorre já no séc XVIII e XIX.Quem construiu o Paço foram os Lima, “uma família terra-tenente que,localmente, representava a coroa, eram representantes diretos do rei e ti-nham uma grande quantidade de propriedades, rendimentos e poder emtodo o Vale do Lima. No Foral de Arcos de Valdevez (1515), o dignatário éum Lima” – explica o nosso cicerone.Todavia, já no séc XVI, estas zonas térreas eram utilizadas para armaze-namento. Também eram para os criados da casa que viviam sempre nazona de baixo. Os pisos superiores eram dos nobres. Um servia de áreasocial e outro para os quartosNo séc. XX, o monumento já não cumpre a sua função. Está construída acasa dos caseiros, onde agora se situa a receção. “Foi utilizado para guar-da de animais, armazém e celeiro, serviu de lagar e armazém de vinho.Todas estas zonas baixas eram espaços de armazenamento de víveres, decolocação de pipas”. IPHONE 6S PLUS SAMSUNG GALAXY S6 EDGE [email protected] - TLF. 251 654 789 ESTRADA DOS ARCOS, EDF. GRIS; 4950 - 438 MONÇÃO valemais.pt 21

CURIOSIDADES FRUIÇÃO PÚBLICANo séc. XVII, durante a Guerra da Restauração (1640-1668), o O espaço abre diariamente, exceto à segunda. Além de propor-espaço é bombardeado para retirar o contingente espanhol que cionar visitas guiadas, com apoios multimédia, tem ativida-estava lá alojado. “Há até danos que estão registados, há até um des como ioga em família, poesia, teatro ou música, Noites nofosso exterior, de proteção”, sublinha o responsável do municí- Paço, recriações históricas, desfiles de moda, sessões fotográ-pio arcuense. ficas e eventos, a exemplo do que ocorreu recentemente com o do Halloween.Outra curiosidade: “Aqui por baixo temos um brasão da famíliados Limas antigos. Temo-lo tapado (para não desgastar). O que “Há, depois, uma componente muito própria; alguém a contaraconteceu? Os Lima modernos, D. Leonel, que são os que edi- uma história relacionada com Arcos de Valdevez. Temos ati-ficam o Paço no séc XVI, pegaram neste elemento, que vai sair vidades para as crianças até aos 13 anos de idade no períodode um lado qualquer, mas nunca estaria voltado para o interior, das pausas letivas, como na do Natal, Páscoa e Férias Grandes,estaria numa face exterior, coloca-lo aqui, interior, num espaço vocacionadas para a história e a arqueologia. As crianças vêmque não tem a mesma dignidade. Isto vem dizer que aqui have- aqui, são cavaleiros num dia, artífices da pré-história noutro.riam alguns elementos mau resolvidos no passado da família. Trazemos-as, elas desenham alguns elementos que estão aqui,O brasão dos Lima novos está no portal principal”. fazem réplicas de elementos arqueológicos. É uma área muito importante para nós que não temos nenhum Museu Munici- pal” – conclui o nosso interlocutor.ÚNICA EM PORTUGAL“É a única torre medieval existente em Portugal que FUTURO PARQUE URBANOpermite uma pessoa com cadeira de rodas aceder atéela; fizemos um trabalho complexo, inclusive deixar Quando adquiriu o Paço de Giela, a autarquia de Arcos de Valdevezuma plataforma elevatória… “, enfatiza. E acrescen- também o fez relativamente á área envolvente, com vários hectares.ta. “Há todo um percurso que corresponde às atuaisnecessidades de segurança. Tudo isto está aqui pen- O objetivo, segundo apurámos, é também requalificar a mesma área, de modosado… por exemplo, quando fazemos animações, à a transformá-la num parque urbano para a população do concelho e visitan-noite, utilizamos estes espaços para fazermos interli- tes, tendo o Paço de Giela como centro de atividades e apoio a toda a área.gação, às vezes, pequenos teatros. De forma tambémcénica. Como esta janela, que era do quarto principal.Mantivemos os elementos que estavam originais, nãohá cimentos, o que vimos são argamassas pobres quedaqui a meia dúzia de anos têm de ser renovadas. Res-peitamos o que pré-existia, todas as marcas de inter-venção estão bem delineadas”.22 valemais.pt

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Opinião #Luís CeiaSucesso nas Empresas FamiliaresAo se pretender fazer a caracterização económica do Alto Minho forçosamente terá de se ter em conta um tecidoempresarial atomizado, em que a quase totalidade das empresas são de cariz familiar, pois das 23.042 empresasH existentes, 95,79% tem menos de 10 colaboradores e 99,57% tem menos de 50 colaboradores (INE,2012).oje é facilmente aceite A complexidade da gestão das em- ou mais, que pensavam retirar- Assumindo o problema da sucessãopor todos que as PME´s presas familiares resulta da soma -se nos próximos 5 anos, ainda uma importância cada vez maior,são o esteio da econo- das preocupações que decorem da não tinham selecionado o su- são referidas várias medidas que po-mia europeia e da portu- gestão de uma qualquer empresa, cessor. Os empresários apesar dem ajudar a contornar este proble-guesa muito em particular. Todos acrescendo a complexidade das de serem conscientes da dificul- ma: a profissionalização da gestão; areconhecem a importância deste relações familiares, sempre difíceis dade de trabalhar a sucessão e elaboração de um protocolo familiartipo de empresas para a econo- de gerir. Se na primeira geração de lhe dedicarem algum tempo, ondesedeixatraçadaaorientaçãodamia, apesar de o acompanha- de empresários o problema das continuam, no entanto, a fugir empresa em matéria de distribuiçãomento e preocupação pelo seu relações familiares não se coloca, do assunto, considerando que a de dividendos; investimentos; lide-desiderato estar ainda ficar longe pois aqui o fundador ainda detém “sucessão é algo que de momen- rança e valorização dos ativos sociais.do que seria exigível. A maioria o controlo e o ónus da fundação, o to não interessa tocar ou abordar Apesar das dificuldades, o quedestas empresas são de cariz fa- mesmo não se pode dizer nas ge- …não vamos complicar as coisas move um empresário a perpetuarmiliar, sendo responsáveis em rações seguintes. Neste caso, pelo agora”. Colocam-se muito pro- o seu negócio passa essencialmen-Portugal por cerca de 60% do PIB facto do número de interessados, blemas na hora da secessão: que te por poder oferecer uma oportu-e do emprego criado. Ressalve-se, leia-se familiares, aumentar, a filho fica com a empresa? aquele nidade aos filhos e assim tambémque ser pequena ou média não é complexidade da gestão também que acompanhou o pai no dia a conservarem o legado familiar.por si sinónimo de familiar, apon- aumenta. Apenas um número dia da empresa, ou o que foi fa-tando-se o exemplo do Banco muito pequeno de empresas su- zer formação superior e esteve Pelo número de empresas fami-Santander, que embora seja uma pera a primeira geração, 70% não ausente da empresa durante esse liares existentes na nossa regiãodas maiores instituições finan- passa da geração do fundador e período? quem terá o controlo? seria interessante aprofundar aceiras a nível mundial, não deixa apenas 1% supera a 4ª geração. O quem recebe os lucros? como temática da sucessão empresa-de ser uma empresa familiar. Be- drama por vezes é enorme , pois o ocorrem as separações? qual o rial, começando por fazer um le-netton, Zara, Peugeot, Heineken, pior, muitas vezes, não é ficar sem papel dos acionistas que não tra- vantamento exaustivo do numeroJerónimo Martins e Luís Simões, negócio, mas sim ficar sem famí- balham na empresa? prever su- de casos passiveis de aplicação.são outros exemplos mediáticos. lia.Um inquérito feito pela Asso- cessão e requisitos para a suces-A definição de empresa familiar ciação das Empresas Familiares, são; que percentagem de lucros O tema do empreendedorismo eainda diverge entre alguns esta- confirma que 32,6% dos dirigen- devem ser distribuídos como di- da criação de novas empresas, édos europeus, mas de uma forma tes empreendedores, de 61 anos videndos? sem duvida aliciante e por con-generalizada, podem assumir-se sequência desafiante, mas nãocomo familiares, aquelas que na deve desfocar a agenda das em-sua maioria são detidas e geridas presas familiares já existentes, al-por elementos de uma família. gumas delas seculares, que mui-Em suma, são segundo a Asso- to têm contribuído para a riquezaciação de Empresas Familiares, da região.aquelas em que uma família de-tém o controlo em termos de no-mear a gestão, e em que algunsdos seus membros participam etrabalham na empresa.24 valemais.pt

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Opinião #José M. Carpinteira2016 Breve BalançoCom o ano prestes a terminar, chega a hora de fazer um breve balanço sobre alguns acontecimentos ocorridos em 2016. Olhando em retrospetiva, para os últimos 11 meses, verifica-se que foram férteis em acontecimentos extraordinários, desde a política à música. De forma muito simples descrevo quatro factos políticos.1Verdadeiramente extraordinário foi a elei- celamento Agrícola de Monção e Reabertura do provável e despropositado como presidente, ção de António Guterres para Secretário- Tribunal de Paredes de Coura. Assim, ao contrário mas agora é um facto. Donald Trump, magnata -geral da Organização das Nações Unidas. do Governo anterior do PSD/CDS, o Governo do do imobiliário, candidatou-se a presidente e ga- António Guterres foi eleito pelo brilhantismo e PS tem cumprido com o Alto Minho e vai conti- nhou! É agora o 45º presidente dos Estados Uni- lucidez da sua visão. Mas, também, pelas suas nuar a cumprir. dos da América. Entretanto, questiona-se, um qualidades humanas, po- líticas e intelectuais para 3Um facto importante para o mundo foi a pouco por todo o mundo, o desempenho do cargo. assinatura do “Acordo de Paris”,o primei- como é que alguém que é Esta eleição correspon- ro pacto universal, contra o aquecimen- o que é, e disse o disse ao deu ao mais participado, to global. Adotado em dezembro do ano longo de todo o proces- democrático e transpa- passado por 197 países, na Conferência da ONU so eleitoral, consegue ser rente processo de sempre sobre o clima (COP21) em Paris, entrou em vigor eleito presidente da maior na escolha do Secretário- no passado dia 4 de novembro, quatro anos an- superpotência mundial? -geral da ONU. António tes do prazo limite de 2020. A cada cinco anos os A resposta é, certamen- Guterres teve que superar países signatários deverão rever as contribuições te, muito complexa. Mas candidatos que tinham para o combate às alterações climáticas. em democracia os elei- como principais argu- tores votam por diversas mentos a representação 4Outro acontecimento com implicações a motivações e que apenas territorial, o equilíbrio nível internacional foi a eleição inespera- diz respeito à sua cons- geopolítico e a dimensão da de DonaldTrump.Contra tudo e contra ciência. Por isso, não faz de género, o que realça as todos Trump venceu Hillary Clinton e surpreen- sentido censurar os elei- suas qualidades de inde- deu o mundo. Curiosamente para os criadores tores pelas escolhas que pendência e imparciali- dos Simpsons não foi surpresa porque, há 16 fizeram, mas sim avaliar dade para o exercício das anos, num dos episódios da série, Lisa Simpson as alternativas que lhes funções. A 1 de janeiro de era eleita presidente dos EUA e queixava-se que foram propostas. É com- 2017, António Guterres o seu antecessor, Donald Trump, tinha deixado preensível que as pessoas vai assumir um dos mais o país na bancarrota. Era uma piada porque os sem trabalho ou a viver na notórios e prestigiados criadores dos Simpsons queriam alguém im- precaridade, e sem hori- cargos internacionais. zonte de futuro, sejam fa- cilmente contagiadas pela Desejamos-lhe boa sorte! retórica populista. A inquietação maior é quan- do alguém fala contra “o Sistema”, como fez Do-2É de sublinhar a aprovação de dois Orça- naldTrump para cativar os eleitores, fala contra a mentos do Estado, por uma maioria par- democracia. Por isso, a eleição de Donald Trump lamentar de esquerda. Foram momentos continua a suscitar preocupação em muitos de- históricos. E para os que apostavam no medo ou mocratas das mais diversas origens, a começar, no “diabo”, o Governo, da “geringonça”, tem de- como se tem visto, pelos próprios americanos. monstrado que afinal havia outro caminho, com Não se sabe ainda, ao certo, o que fará Donald menos austeridade e mais crescimento. Até a pró- Trump, mas os EUA, a Europa e o mundo preci- pria Comissão Europeia deu, recentemente, um sam de um presidente Trump substantivamente voto de confiança às políticas do governo. Todos diferente daquele que se apresentou na campa- sabemos que o caminho não é fácil, mas agora as nha. O que se passou, nestas eleições, é um aviso famílias podem olhar para o seu dia-a-dia com para o mundo e, em particular, para a Europa. maior tranquilidade. Este Governo está a cumprir Por isso, os líderes europeus têm de agir, com e a devolver a esperança aos portugueses. No Alto urgência, investindo mais nas pessoas, dando Minho podemos constatar esse desempenho, re- prioridade à criação de emprego e ao combate ferindo apenas cinco ações pelo seu simbolismo: às desigualdades. Abertura da Unidade de Cuidados Continuados A ver vamos… de Melgaço; Reforço dos Centros de Atividades Ocupacionais da APPACDM; Adjudicação da Ele- A todos votos de Feliz Ano Novo. trificação e Modernização da Linha Ferroviária do Minho, entre Nine e Viana do Castelo; Empar- 26 valemais.pt

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Opinião #Adelino Silva ADEGA DE PONTE DE LIMA NA ROTA DO SUCESSO EMPRESARIALNasceu em 1959 com a assinatura dos “estatutos fundadores” e edificou-se nos anos de 1961 e 1962, no espaço periurbanoda histórica vila de Ponte de Lima; cresceu, ampliou as suas instalações e passou a integrar a Região Demarcada dosVinhos Verdes e a “sub-região do Lima”, onde pontificam vinhos frutados, frescos e com uma graduação alcoólica mediana.Conquistou os produtores vinícolas do património; a mudança do paradigma de fulgor, Celeste Patrocínio introduziu namunicípio limiano, ganhou prestígio e “gestão estratégica”, na linha das propostas adega limiana um novo “pensamentoexpandiu a sua influência para os concelhos de Michael Porter, com o reforço das estratégico”, que, para além dos princípiosde Viana do Castelo, Ponte da Barca, “vantagens competitivas”, projetando as da eficiência e da eficácia organizacional,Arcos de Valdevez, Vila Verde e Barcelos, suas marcas “premium”, a nível nacional passa por assegurar a autenticidade,ultrapassando hoje os 2000 associados. e internacional, através de um programa a tipicidade, a especificidade, mas de marketing criativo, materializado, também os altos níveis de diferenciaçãoFalamos da Adega Cooperativa de Ponte de entre outras ações, na participação no das caraterísticas dos seus produtos,Lima (ACPL), organização que, em 2008, País e no estrangeiro nas mais prestigiadas promovendo e renovando as suas“bateu no fundo” com um passivo superior feiras, provas e concursos; em suma, a “vantagens competitivas”.aos 6,5 milhões de euros, mas que, a partir performance de excelência e a posiçãodessa data, sob a “liderança estratégica” dominante que agora apresenta esta distinta Com efeito, partindo da vinificação deda jurista-gestora Maria Celeste Oliveira organização empresarial está intimamente uvas provenientes das nobres castas dedo Patrocínio — que introduziu um novo ligada à visão estratégica, às competências linhagem regional, sobretudo daquelas“paradigma de gestão” e uma nova “cultura empreendedoras e organizacionais e ao com uma adaptação perfeita ao perfil dode empresa” — apresenta-se hoje, com modelo de gestão — pró-ativo e eficaz —, “terroir” do vinhedo tradicional da “sub-todo o mérito, como uma organização tudo isto introduzido na ACPL, desde 2008, região do Lima”, a ACPL apresenta no seuliderante, na competitividade sustentada, por Celeste Patrocínio. vasto portfólio, entre outros produtos, ona inovação dos produtos e dos processos “Vinhão”, o “Borraçal” e o “Espadeiro” — node produção, na estratégia, na relação Esta jurista-gestora, profundamente que toca às castas dos “vinhos tintos” — ecom os seus “stakeholders”, nos resultados conhecedora das “ciências e das teorias o “Loureiro”, o “Arinto” e a “Trajadura” —económicos e na “posição exclusiva” dentro das organizações”, bem como dos no que diz respeito às castas dos “vinhosdo hipercompetitivo “cluster do vinho”, tal “labirintos” dos mercados fortemente brancos”.como o define Michael Porter. concorrenciais do “cluster dos vinhos”, nomeadamente das oportunidades, No quadro de uma estratégia deCELESTE PATROCÍNIO: das ameaças, dos pontos fracos e dos internacionalização, atualmente os vinhosNA LIDERANÇA DE pontos fortes, é uma limiana, natural limianos estão presentes nos sofisticadosUMA ORGANIZAÇÃO na freguesia de Refoios do Lima e que e exigentes mercados do Reino Unido, daINOVADORA passou, depois da sua jubilação, do Alemanha, da Holanda, da Polónia, dos topo da alta Administração Pública, ao EUA, do Canadá, do Japão e de Angola.A recuperação da imagem desta serviço do Ministério da Educação, paraorganização no contexto local e nacional, a liderança da ACPL. Neste caso, as “Feiras Novas” poderãoapós um passivo colossal; a liquidação emergir como uma “vantagem exclusiva”,total da dívida à banca e aos associados, ADEGA LIMIANA HOJE capaz de provocar o “efeito alavanca” paraevitando, in extremis, a deslocalização introduzir, em novos segmentos do mercadodas suas instalações e a alienação do seu Sem cortar com as “impressões digitais” e doméstico, os aristocratas vinhos limianos. com o “know-how” de uma instituição que viveu no passado momentos de grande28 valemais.pt

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Opinião #Maria F. CabodeiraE DEPOIS DAS ELEIÇOESHá um filme magistral dos anos 90, cuja ação decorre na alegada “América profunda”, o que quer que isso possasignificar. Estou a referir-me à adaptação do livro “As Pontes de Madison County”, realizado pelo veterano Clint Eastwood, aqui também na faceta de protagonista, a contracenar com Meryl Streep.A banda sonora, a fotografia, as interpre- Não obstante essa plasticidade própria dos tas, por onde passaram figuras das maistações, profundas e subtis, são coinciden- meios televisivos, impressiona a violência variadas áreas artísticas, mas ao que parecetemente maravilhosas. Há uma respiração do discurso utilizado durante a campanha distantes das populações pobres, desencan-lenta, a fazer jus à imensidão da paisagem eleitoral dos republicanos, cujo teor pri- tadas e pouco alfabetizadas que acabarammelancólica e solitária. Para narrar uma mou pela humilhação, desvalorização, ri- por eleger Donald Trump, reivindicandodramática história de amor entre um fotó- dicularização do outro – o que pressupõe infraestruturas: estradas, fábricas, muros…grafo, ao serviço da “National Geographic”, sempre uma ideia de superioridade, e queatraído pela beleza das características pon- a História já provou ser perniciosa -, en- O sonho (americano) não cabe, portanto,tes, e uma dona-de-casa, que tem a parti- contrando-se, por isso, nos antípodas das nestas promessas que defendem um paíscularidade de acontecer não já na juventu- palavras conciliadoras, em favor da digni- virado para o seu próprio umbigo, ambi-de, mas antes na idade maior. ficação do ser humano, que elegeram, re- cionando o progresso material. Neste qua- centemente, António Guterres para Secre- dro, onde ficarão as preocupações com oEscolher entre ficar ou partir é a (con)ten- tário-Geral das Nações Unidas. aquecimento global, os programas espa-são que perpassa o filme e dilacera a per- ciais, o desenvolvimento tecnológico?!sonagem Francesca. Lembrei-me dele após A temida imprevisibilidade (das propostas)o resultado das eleições americanas, que de Donald Trump venceu face a uma Hillary Termino esta crónica, propondo que escu-“contra ventos e marés” deram a vitória a Clinton confiante, corolário da falência das temos os versos de Walt Whitman, no poe-Donald Trump, evidenciando duas visões sondagens e da falta de sensibilidade dos ma “Aos do Este e aos do Oeste”: “Aos dodesencontradas do que deve ser o país; responsáveis da campanha dos democra- Este e aos do Oeste/ Ao homem do Estadouma de natureza conserva- do litoral e da Pensilvânia,/ Ao canadianodora, a vencedora, não secoibindo de revelar inúmeros do Norte, ao sulista que amo,/preconceitos, e outra de cariz Todos com o maior cuidadoliberal. retratados como eu próprio, os/ mesmos germes estão emSegundo tenho lido, mais do todos os homens,/ Acreditoque pela fortuna, o agora Pre- que o principal objectivo des-sidente dos Estados Unidos tes Estados é fundar uma/ so-da América ficou conhecido berba amizade, exaltada, atédo grande público graças à agora desconhecida,/ Por-participação em programas que vejo que ela espera e temde reality shows, também sempre estado à espera, la-designados “telelixo”, por ex- tente/ em todos os homens”.porem perante as câmaras osinstintos mais primários dosconcorrentes.30 valemais.pt

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Opinião #M. Pinto Neves SABIA QUE Estou pronto, • O cantor, compositor, poeta e escritor Senhor! canadense Leonard Norman Cohen nasceu em 21 de setembro de 1934, Em Novembro de 2014, a minha página de opinião intitulava-se “Os insubstituíveis Montreal. e os outros”. Falava do poeta/compositor/cantor Leonard Cohen e dizia que ele completara 80 anos, em Setembro, e publicara, dias depois, um novo álbum. • Passou a se dedicar à música depois dos 30 anos, quando já era conhecido comoPassados dois anos, por coincidência ou não, volto a falar desse canadiano errante a quem eu então escritor de livros de poesia e romances,catalogara no grupo dos raros insubstituíveis. tendo como principal influência o poeta eAgora com oitenta e dois anos, voltou a publicar, passado pouco tempo do seu aniversário, um novo dramaturgo espanhol García Lorca.e derradeiro álbum. E digo derradeiro, porque Leonard Cohen partiu para outra dimensão…Comprei este álbum com a certeza de que iria sentir o mesmo de sempre: mais um trabalho extraordi- • Cohen lançou o seu primeiro álbum -nário. Ouvi-o de um fôlego e fiquei a senti-lo invadir, lentamente, os meus sentidos. No dia seguinte ‘Songs of Leonard Cohen’ – em 1967.voltei a ouvi-lo, com mais calma, e fiquei arrepiado. No primeiro tema ele dizia “I’m ready, Lord” No Reino Unido, esse disco de estreia(Estou pronto, Senhor), como se tivesse a percepção de que a vida se preparava para o abandonar, ficou mais de um ano nas listas decomo se se “levantasse da mesa e saísse do jogo”. álbuns mais vendidos.Interiorizei estas palavras como algo de premonitório. No outro dia, ao ligar o rádio do carro, ouvique Leonard Cohen desaparecera do mundo dos vivos! • O disco - ‘Death of a Ladies’ Man’ – foiMal pude, corri a ler as palavras que o poeta escrevera, qual profeta, sobre a sua musa Marianne, a da marcado por divergências entre Cohencanção, entretanto falecida: “Bem, Marianne, chegou o ponto em que estamos tão velhos que os nossos e Phil Spector, o produtor do mesmo.corpos começam a desmoronar-se e eu penso que te seguirei muito em breve. Fica sabendo que te sigo de Cohen nunca escondeu a sua insatisfaçãoperto e que se estenderes a tua mão conseguirás tocar a minha, penso eu”. E a profecia concretizava-se… como resultado final do disco.Na verdade, a fronteira que separa os que ficam dos que partem é tão ténue que nós, ainda aqui,quase podemos sentir o respirar dos que estão do outro lado. Afinal aqui tudo é tão breve, tão eféme- • Após o álbum ‘Recent Songs’ (1979),ro que, talvez, não seja assim tão difícil partir. Sinto que ninguém parte sozinho, que ninguém fica Leonard Cohen entrou num período desozinho. A fronteira, se calhar, não existe. Nós, os ainda aqui, é que a imaginamos. reclusão, no qual se dedicou à escritaA certeza que aqui deixo, porque a sinto, é que Leonard Cohen não partiu, não partirá nunca. Terá partido fi- e ao budismo.sicamente, mas deixou-nos ficar a imortalidade das suas palavras, da sua música, da sua voz intensa e grave.Ficaremos, com a música de fundo, a ouvir a palavra que voa para lá do pensamento dos sentidos, • O álbum ‘I’m Your Man’, de 1988, foibuscando na sua intemporalidade o caminho certo para atingir o Absoluto. um dos mais aclamados do artista,Leonard Cohen, presente! levando-o a uma extensa turnê pelaO primeiro livro de Leonard Cohen, intitulado Let us compare mythologies, publicado em 1956, contém Europa, EUA e Canadá.um poema (The Warrior Boats” – Os barcos de Guerra), dedicado a Portugal! • Em 2014 editou o álbum, ‘Popular32 valemais.pt Problems’. • No dia 21 de outubro (2016), Cohen lançou ‘You Want It Darker’. • Faleceu a 7 de novembro (2016), com 82 anos, em Los Angeles. O desejo do artista era ser colocado para descansar numa cerimônia tradicional judaica ao lado dos seus pais, avós e bisavós.

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Ensaio #José Emílio Moreira VINHO VERDE ALVARINHO E A SUA IMPORTÂNCIA NO ENOTURISMO DE MONÇÃO E MELGAÇO Na “Vale Mais” de Agosto, tinha prometido não voltar, tão cedo, a escrever sobre o Alvarinho. Porém, a leitura do interessante artigo de Nelson Azevedo“AsRotasdoVinho/Copo Meio-CheioouMeio-Vazio?”,integradonasuasábiarubricasobreoTurismo,quebrou-meoenguiço, desfez-me a promessa e aqui estou, teimoso ou ingénuo, a retomar temas das minhas paixões já antigas que não acabam de fenecer…I-A RIQUEZA TURÍSTICA DAS REGIÕES DO INTERIORAtualmente o TURISMO é uma das atividades económico-financeirasmais importantes e com forte crescimento, nos últimos anos, em Por-tugal. Movimenta pessoas, traz dinheiro doutras terras e doutros países,dinamiza a economia local e nacional; cria emprego; divulga a históriae a cultura de uma região e de uma sociedade; aproxima idades, raças,crenças, povos e nações.Nestas atividades, muitos setores podem fazer parte duma motivação de visitae dum roteiro turístico: história, arte (arquitetura, escultura, pintura, teatro, mú-sica,etc.), geografia, urbanismo, fenómenos atmosféricos (neve, sol, praia, etc.),gastronomia, artesanato, desporto, etc., etc., etc. Cada terra, cada região tem queescolher e valorizar os argumentos patrimoniais, materiais ou imateriais, que jul-gar mais convenientes para atrair visitantes regionais, nacionais ou estrangeiros.A SUB-REGIÃO DEMONÇÃO E MELGAÇO, formada por dois concelhos bema norte de Portugal, com cerca de 300 quilómetros quadrados de área e cercade 30.000 habitantes residentes que dobram no período estival, fazendo a suamaior fronteira com a Galiza pelo rio Minho, não foge à regra, no seu esforço,quer da sociedade civil, quer dos órgãos políticos autárquicos de procurarem oseu desenvolvimento e bem estar das suas populações, dinamizando tambémeste filão chamado TURISMO.Para tal, recorrem a várias estratégias para mostrarem o seu vasto patrimónioancestral, histórico e cultural: edifícios religiosos, castros, castelos, amuralha-dos, solares, palácios, pontes romanas e românicas, a história empreendedorae aventureira do “comércio de fronteira”, mais denominado por “CONTRABAN-DO” ou da gesta heroica da emigração clandestina dos nossos avós, pais, irmãos,tios, primos e vizinhos…; mostrarem também o seu rico e variado folclore, asfestas e romarias, o comércio dos produtos locais, a sua gastronomia tradicional(lampreia, sável, truta e o salmão do rio Minho e o famoso cabrito ou cordeiro as-sado, no forno de lenha, de formas diferentes e com nomes distintos) e mesmo asuas paisagens inimitáveis, rasgadas por rios cristalinos e seus vales verdejantes,em muitos sítios por entre penhascos graníticos que se erguem nas alturas, tam-bém propícios para o desporto cinegético, pedestrianismo, aventura, etc.Mas cada terra, para além destes “produtos” que podem ter rivais e parecidosnoutras localidades, devem evidenciar-se com ofertas turísticas exclusivas e au-tênticos ex-libris. E MOMÇÃO E MELGAÇO tem, desde há muito tempo, muitoantes de imitações recentes por outros lados, mas dum modo marcante a partirda década de quarenta do séc. passado, um produto que reúne esses requisitos:OVINHOVERDE ALVARINHO.34 valemais.pt

II-DIMENSÃO TURÍSTICA DO VINHO ALVARINHO grande investimento financeiro e logístico) e também o reconheci- mento de que para ter sucesso empresarial, não basta produzir bonsÉ certo que MONÇÃO E MELGAÇO não vivem só de ALVARI- produtos: é preciso, acima de tudo, saber comunicá-los aos seus po-NHO. Mas devem-lhe muito da sua validade económica e fi- tenciais destinatários e atrair compradores e consumidores.nanceira e da sua capacidade de atração turística. O vinho emMONÇÃO E MELGAÇO, como também em muitas regiões do Foi o que se fez, embora ainda não o suficiente, e o que se está fazen-nosso País, é um dos produtos mais importantes da nossa ati- do, apesar de precisar de mais aceleração: participação em certamesvidade agrícola: quer pela sua relevância económico-finan- no país e no estrangeiro; escolha criteriosa de meios especializadosceira: produtores individuais e empresas ( 62 micro, pequenas e adequados de publicidade dirigida a alvos privilegiados; melhoriae médias empresas ),faturação (cerca de 25 milhões de euros), da imagem da rotulagem e das caixas; criação de estruturas corretasemprego, salários, exportação, etc.; quer também pela sua ver- de recepção e provas para visitantes e compradores em cada uni-tente histórica, sociológica e cultural, para além da marcante dade de produção (das 62 empresas vitivinícolas existentes, aindaimagem morfológica e cromática da nossa paisagem. Ou seja: há quem não esteja preparada com estas condições); realização desem o VINHO VERDE ALVARINHO, MOMÇÃO E MELGAÇO, uma FEIRA DE ALVARINHO em cada concelho, já com um enormenas suas paisagens rurais, na sua organização empresarial do prestígio e proveito alcançado no país e no estrangeiro e outra, emsetor primário, na sua gastronomia, na sua vida comercial, na conjunto, em Lisboa, já na segunda edição; reunificação das Rotassua dinâmica social, seriam extremamente diferentes. Grande do Alvarinho de Monção e Melgaço numa só, feita em 2012, e suaparte da nossa identidade coletiva vem-nos do facto de sermos a redinamização em conjunto e em rede ( esperemos que , em breve,ORIGEM, O BERÇO, A TERRA DO VINHO ALVARINHO. Por isso, haja mais e mais adesões, pois, neste momento, das 62 empresas vi-estas forças da nossa realidade já em ação e com muitas poten- tivinícolas existentes, só sete aderiram. Para além destas, A ROTA DOcialidades ainda por explorar, são, hoje, uma grande estimulação VINHO VERDE ALVARINHO conta com a adesão de 12 unidades dedo movimento chamado ENO-TURISMO. alojamento, 15 restaurantes, 4 enotecas/comércio, 9 museus/ cen- tros de interpretação, 4 empresas de animação local e 6 operadorasPara isso, contribuiu muito o já conseguido (embora ainda em turísticas de fora do território da Sub-Região. São locais de mostra efase de maturação) entrelaçamento dos vários agentes econó- provas dos alvarinhos; tem disponível informação diversa sobre osmicos, (hoje mais conscientes e mais profissionais), das associa- alvarinhos e sobre a região; organizam visitas guiadas ao concelhoções do setor (embora seja necessária maior intercomunicação) e aos produtores. Aqui também se vendem para além dos vinhos,e das autarquias locais (Câmaras e Juntas de Freguesia, com outros produtos do artesanato local. O solar do Alvarinho teve, em 2015, 18.00 visitantes e o Museu do Alvarinho, no seu primeiro ano de abertura,2015, teve 10.350 visitas, sendo 2.700 estrangeiros. A reforçar e a beneficiar deste esforço de ENOTURISMO, surgiu uma ótima rede de unidades hoteleiras, de turismo de habitação, turismo rural e vários restaurantes com muito satisfatório nível de serviço e excelente gastronomia. III- À GUISA DE CONCLUSÃO Ainda há muito (mesmo muito!) a fazer e a inovar, sobretudo pelos agentes económicos do setor e pelas empresas de serviços turísticos, (não é só o Douro Vinhateiro que merece ser visitado!), para que os resultados sociais, culturais e económicos do ENOTURISMO DOS VINHOS ALVARINHOS DE MONÇÃO E MELGAÇO sejam crescentes e sustentáveis para benefício de todos. Devemos e queremos servir corretamente o COPO DE ALVARINHO sempre MEIO-CHEIO! Desculpem, porque só disse vulgaridades. Mas, na maior parte da sua história, não é a nossa vida feita de “vulgaridades”? Dito doutra maneira: a vida é feita de realidades e sonhos, de pensamentos e delí- rios. Talvez eu, nesta despretensiosa comunicação, tenha misturado tudo e saiu este rosário de sugestões e provocações. Ai o PDI … Mas, senhores vitivinicultores, senhores comerciantes, senhores hotelei- ros e senhores agentes turísticos, o que importa é analisar todas estas “vulgaridades” que a nossa SUB-REGIÃO DE MONMÇÃO E MELGA- ÇO nos oferece e usar a força da imaginação. Como disse o Padre José Tolentino Mendonça, teólogo, poeta e filósofo, “ A imaginação é uma condição necessária para contactar e conhecer o REAL e para agir sobre ele muito concretamente” Em jeito de conclusão, deixem-me, ao menos, exclamar com brio, embora sem vaidade, que vale a pena visitar Monção e Melgaço e desfrutar, com prazer e proveito, toda a sua vasta riqueza natural, cultural e humana e celebrar, sempre em boa companhia, com uma genuína taça de Alvarinho. valemais.pt 35

Opinião #Tiago Cunha Martins BRUXELAS 18 de Novembro de 2016 Escrever em português. Que saudades. Um prazer para quem o dia-a-dia é passado entre o inglês, o francês, o italianoou o polaco. Que bom que é estar de volta ao meu Alto Minho, mesmo que por breves palavras, para transmitir a vida de estagiário no Parlamento Europeu, em Bruxelas.No momento em que o faço, estou a desfrutar do nosso café e do executa a sua atividade sob mandato do Conselho Europeu, órgãonosso saboroso pastel de nata, na nossa “embaixada não oficial”, este que junta os primeiros-ministros dos 28 países da UE e onde é defina a orientação estratégica do caminho a seguir.Bo café “Le Portugal”. ruxelas é uma cidade fria de outono, com um ritmo próprio Os primeiros dias no Parlamento são semelhantes aos de uma e de contrastes que a tornam cativante. Nota-se uma forte criança quando vai para a escola. Quando cheguei à entrada prin- devoção às batatas fritas e aos wafles. Tem locais de visita cipal senti-me pequeno ao lado do imponente edifício e admirado obrigatória, como a famosa Grand Place, monumental e fre- por ver in loco aquilo que só via na televisão. É uma descobertanética, o manneken pis (uma ‘piquena’ desilusão porque pensava constante de matérias complexas, de como se negoceia e definemque era um ícone imponente mas não tem mais de 30 centímetros), as Políticas comunitárias. Já não acontece muito, mas não foramo Atomium e muitos outros monumentos. Aqui não faltam parques poucas as vezes que me perdi à procura das salas de reuniões ouurbanos, repletos de árvores, flores e animais, em contrasta com os parei admirado a ver Eurodeputados e os seus assessores, os Co-grandes edifícios e as grandes avenidas com transito infernal. missários Europeus e os seus seguranças, ou as múltiplas persona- lidades académicas e empresariais. Vejo também muitos gruposAqui respira-se multiculturalidade. Inúmeros eventos culturais de visitantes, deslumbrados com o que veem, o que me recorda osa acontecer todos os dias, com artistas consagrados ou nas ruas, meus primeiros dias e a grande fortuna de aqui estar.oriundos de diversos cantos do Mundo. Aliás, a cidade é ela pró-pria uma mistura de culturas e tradições, desde a zona de Maton- Não se tem essa perceção, mas o ritmo é acelerado. Não há tempoge, com os seus traços coloridos e extravagantes da cultura africa- a perder porque “time is money”. Os emails começam a circularna. Há por toda a parte comércios e restaurantes turcos, italianos por volta das 7, o pequeno almoço faz-se com debates com ex-e gregos. Isto numa convivência social mais ou menos pacífica, perts, sociedade civil e os chamados “lóbis”. As reuniões começamdependendo da zona onde se vai. E por fim, claro, os tugas. A nos- às 9. Os almoços são de “networking” e as tardes são de mais reu-sa presença é sentida um pouco por toda a cidade, em especial niões. Quando penso que já chega, regresso ao escritório para pre-Flagey, onde moro, e Saint Gilles. parar o dia seguinte, raramente acabando o dia antes das 20/21. Mas para quem corre por gosto, não cansa”.Fez estes dias dois meses que cheguei, com a ilusão de trabalhar aUnião Europeia (EU). Sabem, cresci com o José Esteves Martins a apre- O ciclo de Decisão divide o mês em “cores”. Na semana verde ossentar na RTP os temas quentes da Europa, aquela instituição distante Eurodeputados estão em missões externos, na Europa ou pelomas fascinante, que parece estar um “passo à frente” da vida dos 500 Mundo. As semanas turquesa as Comissões sectoriais reúnem-semilhões de cidadãos europeus. Por isso, quando soube que fui o por- e discutem na especialidade. As vermelhas são em Estrasburgo,tuguês selecionado para o programa Francis Vals Fund, um dos vários cidade francesa que ao longo da história tem saltitado de mãosque existem no PE para formar profissionais de cariz técnico e político, entre a França e a Alemanha e a razão simbólica das do Plenáriosenti que tinha chegado a minha oportunidade. E que oportunidade. e as Votações terem aqui lugar. onde o PE se reúne em Plenário para as Votações. serem aqui. Nesta semana tudo é mais rápido,O Parlamento é a única instituição da EU em que os seus mem- de “moving forward”.bros são eleitos pelos cidadãos. Funciona como o “watchdog” que controla a Comissão Europeia, o “governo sem ministros” que36 valemais.pt

Estou a colaborar na Comissão de Comércio Internacional, Publicidadeonde o tema do momento é o CETA, o Acordo de Comércio e o valemais.pt 37Investimento entre a UE e o Canada, o combate ao Tráfico ilegalde árvores, a política para o Ártico ou as relações da EU com oJapão. É super interessante assistir ao “jogo de influência” entreinstituições, países e lobbies (representantes de associaçõesempresariais, sectoriais e ONGs).É um dia-a-dia absorvente que cria o que se chama Bolha deBruxelas, i. e., a perca da noção de realidade por se estar num“mundo à parte’’ da realidade do dia-a-dia, focado em assuntosglobais que terão impacto futuro e a utilização de uma lingua-gem própria, como o vis-à-vis ou milestone. Adicionado à de-sinformação e os problemas de comunicação entre o que aquise passa e o que é transmitido nos Estados Membros, a Bolhatem tornado a Europa distante dos cidadãos. Não estranho, porisso, a onda de populismo e nacionalismo, que se tem aprovei-tado deste desfasamento para culpar a Europa e os seus líderesde todos os males da Globalização.Mas sabem que mais... é tão bom no final do dia chegar ao meu“canto” no prédio da Pastelaria Garcia e ouvir um “boa noite” ou“então, tá tudo”. E ao fim de semana ainda melhor, que reconfor-to d’alma que é ver o meu Glorioso jogar no “Le Portugal”, junta-mente com a claque de tugas, uma mini e umas castanhas. Dáenergia para continuar a viver intensamente novas experiência,que espero dar novamente conta em futura oportunidade.Despeço-me com um caloroso Feliz Natal, junto dos que maisgostam, e o meu desejo para que tenham um 2017 de sonhoscumpridos.. E, quase me esquecia, por falar em sonhos, em bre-ve vou concretizar um de criança, o conhecer o José Esteves Mar-tins em pessoa, o grande “culpado” desta Jornada inesquecível.

Estudo #José Cunha Machado DEMOGRAFIA DO ALTO MINHO A variação da fecundidade No passado dia 18 de Novembro, no âmbito das I Tertúlias da Saúde do Hospital Conde de Bertiandos, realizadas em Ponte de Lima e organizadas pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho, tivemos a oportunidade de participar numa mesa intitulada “Horizonte 2040 – Prospetiva Demográfica e Social: Medidas para enfrentar a redução da natalidade”, na qual apresentamos alguns elementos sobre a recente evolução da natalidade/fecundidade em Portugal.Publicidade As principais conclusões que emergem da A nossa intenção, neste artigo, é proporcio- do Castelo tem-se mantido ligeiramente aci- análise da evolução da fecundidade, numa nar aos residentes em cada um dos municí- ma de 1,2 filhos por mulher em idade fértil, perspetiva puramente demográfica, cen- pios do Alto Minho alguma informação sobre enquanto Valença se manteve ligeiramente tram-se na redução da proporção de mu- como tem variado a fecundidade no seu lo- abaixo deste mesmo valor. lheres em idade fértil (mulheres com idades cal de residência. Com este objetivo, iremos compreendidas entre os 15 e os 49 anos com- analisar para cada município a evolução dos Já nos restantes municípios a situação tem sido pletos) em resultado do envelhecimento da níveis de fecundidade por idade e do índice mais variável: Melgaço e Paredes de Coura regis- população, na quebra acentuada dos níveis sintético de fecundidade, em três momentos tavam em 1995 valores acentuadamente reduzi- de fecundidade e no adiamento à materni- temporais, 1995, 2005 e 2015. dos, muito próximos da unidade, mas depois de dade, daqui resultando a inevitável redução uma ligeira recuperação, o número de filhos por do número de nascimentos. Como se pode observar, no conjunto de gráfi- mulher em idade fértil voltou a descer; Ponte da cos apresentados, cada município apresenta Barca, por sua vez, registou uma descida mais De tal modo que, nas últimas quatro décadas, o características distintivas na forma com tem acentuada em 1995. índice sintético de fecundidade desceu de 2,8 fi- variado a fecundidade, mas também apre- lhos por mulher para 1,3, muito abaixo do limiar sentam algumas similaridades. Globalmente, a generalidade dos municípios da renovação geracional (ou seja, para que uma registava em 2015 níveis de fecundidade infe- mulher seja substituída na geração seguinte por Observa-se que, para os momentos tempo- riores aos registados a nível nacional, se bem uma filha é necessário que cada mulher, em mé- rais em estudo, metade dos municípios regis- que em metade deles já nascera menos de um dia, tenha 2,1 filhos). Por outro lado, a média da taram evoluções progressivamente decres- filho por mulher em idade fértil. idade da mãe no momento do nascimento do centes do índice sintético de fecundidade: primeiro filho subiu acentuadamente, passando Arcos de Valdevez, Caminha, Monção, Ponte O adiamento à maternidade pode ser cons- de 24 para 30,2 anos, entre 1975 e 2015. de Lima e Vila Nova de Cerveira. tatado a partir da observação dos níveis de fecundidade por idades. Como se pode ob- Naturalmente que esta evolução ocorreu, Contudo, os municípios de Caminha e Vila servar, na larga maioria dos municípios, en- embora de forma diferenciada, em todo o ter- Nova de Cerveira foram aqueles que regista- quanto as fecundidades mais elevadas, em ritório nacional. Registe-se que o Alto Minho ram reduções mais significativas neste perío- 1995, se situavam no grupo etário dos 25 aos já registava em 1995 um índice sintético de fe- do: no caso de Caminha, o número de filhos 29 anos completos, vinte anos depois, as fe- por mulher em idade fértil passou de 1,57, cundidades mais elevadas já estão no grupo cundidade iguSaalnadroa Gre. Fgriasntacisdcoo atualmente em que era o mais elevado em 1995 para o con- etário dos 30 aos 34 anos. junto dos municípios, para 0,98; já no caso de PortugalA,dvooguadaseCjéda. ,Pronf:e49s65t0aP sNuIFb: 2-05r1e35g7i9ã0 o nasciam, Vila Nova de Cerveira, a redução foi de 1,44 As únicas exceções encontram-se nos mu- em média, 1,3 filhos por mulher. Atualmente, para 0,87 filhos por mulher. nicípios de Paredes de Coura e Valença. Em no Alto Minho, apenas nascem 1,1 filhos por Paredes de Coura, em 1995, ainda era muito mulher em idade fértil, quase metade do ne- Por seu lado, os municípios de Arcos deValdevez frequente a maternidade ocorrer antes dos cessário para a renovação geracional. e Monção também registaram valores progres- 25 anos e, embora também esteja presente o sivamente decrescentes, mas já registavam em respetivo adiamento, os níveis mais elevados Sandra G. Francisco 1995 índices sintéticos de fecundidade bastante de fecundidade ainda se situavam, em 2015, Advogada | Céd. Prof: 49650P reduzidos, pelo que a redução não foi tão signi- abaixo dos 30 anos. Já em Valença os níveis ficativa. Em contrapartida, o município de Ponte mais elevados de fecundidade, ao longo dos Rua das Andorinhas n.º 216, Edf.VeigaVelha, bloco A, 3º de Lima posiciona-se numa situação intermédia últimos 20 anos, mantiveram-se entre os 25 4950-854 Monção visto que, em todos os momentos em análise, e os 29 anos completos, embora os níveis de aparece entre os municípios com índices sintéti- fecundidade também sejam muito elevados Tel. 258 028 440 - Fax 258 092 475 cos de fecundidade mais elevados (1,55 em 1995 no grupo etário seguinte. [email protected] perto do 1,57 de Caminha, 1,35 em 2005 e 1,13 em 2015, relativamente próximo de Viana do Ao longo dos últimos meses, temos esboçado Castelo, Valença e Melgaço). neste espaço algumas das características da demografia alto minhota, com particular en- Os municípios de Valença e de Viana do Cas- foque no detalhe municipal. Sendo este o úl- telo foram aqueles que registaram menores timo artigo do 2016, estamos disponíveis para variações neste período, pois já registavam receber sugestões dos leitores sobre trabalhos valores muito reduzidos em 1995, mas que de índole demográfica que gostariam que fos- se mantiveram nos anos mais recentes: Viana sem abordados no decurso do próximo ano. 38 valemais.pt Fica aqui registado o nosso contacto: [email protected]

OS NÍVEIS DE FECUNDIDADE NOS MUNICÍPIOS (ENTRE 1995 E 2015) valemais.pt 39

Reportagem #ValençaManuel S. Direitos Reservados VAI HAVER UMA “NOVA” LINHA DO MINHOTudo se perspetiva, neste momento, para que em 2019 haja já uma “nova” linha ferroviária do Minho, após a eletrificação De acordo com as Infraestruturas de Portugal, a modernização e modernização dos troços Nine(Famalicão)/Viana do Cas- e eletrificação daquela ligação vai permitir “triplicar” a capa-telo/Valença. Do lado espanhol, existe o compromisso de ajustar cidade de circulação, com mais comboios por dia, passandoo calendário das obras, até à fronteira de Tui, às intervenções a dos atuais 15 para 20, de maiores dimensões, de 300 para 750realizar até Valença. metros, mais rápidos e confortáveis.Desta vez, o “sonho” pode mesmo transformar-se em realidade. A propósito, Jorge Mendes considera que “Valença foi dos primeirosConforme referiu Jorge Mendes, o edil valenciano, à VALE MAIS, a lutar pela eletrificação e modernização da linha do Minho, umana cerimónia que recentemente decorreu na Estação Ferroviária obra fundamental para o reforço do posicionamento geoestratégicode Viana do Castelo, com a presença de Pedro Marques, ministro desta cidade e da euro-região.”do Planeamento e das Infraestruturas, efetuaram-se três adjudi-cações fundamentais para a sua concretização. Implicam um in- Já o seu homólogo de Viana do Castelo, José Maria Costa, lembrou,vestimento global de 83,2 milhões de euros, financiados em 59,2 aquando do ato de adjudicação na Estação Ferroviária desta cida-milhões de euros por fundos do Ferrovia 2020, além de uma com- de, que, em 2011, a CP anunciou que pretendia encerrar a ligaçãopartição de 24 milhões de euros do Orçamento de Estado. entre Valença e Vigo a partir do dia 10 de julho desse ano e, na altu- ra, por iniciava de presidentes da Câmara, autarcas e empresáriosUma delas foi a da criação de uma subestação elétrica para a linha da região norte, em uníssono, condenaram e o fim desta ligação.do Minho, entre Nine e Valença. A outra, a adjudicação da ligaçãode Nine a Viana do Castelo. E uma outra correspondente à sinalé- Uma reunião da Comissão Executiva do Eixo Atlântico, váriastica (sinalização automática que pode passar a ser gerida através reuniões com membros do Governo português, do regional dade Campanhã) de todo a linha, desde Nine até Valença. “Falta ad- Galiza, do Governo de Espanha, embaixadores, Comissão Euro-judicar, em 2017, a eletrificação definitiva da linha Viana/Valença” peia resultaram em compromissos traduzidos nas conclusões– observou Jorge Mendes. em duas cimeiras ibéricas e uma reunião realizada em Viana do Castelo,. Desta também saiu uma declaração apelando para aTodavia, ainda este mês, “deve ser assinada a consignação dessa “Modernização da Ligação Ferroviária Internacional Porto/Vigo,eletrificação para, em 2017, se iniciar a obra e, em finais de 2018/ para potenciar a euro-região Norte de Portugal – Galiza”. Surti-inicio 2019, estar concluída.” ram, portanto, os efeitos desejados com a assinatura do contrato – lembrou, na oportunidade.40 valemais.pt

PublicidadeLIGAÇÃO COM ESPANHAJá questionado sobre as ligações a Espanha, o presidente da Câma-ra Municipal de Valença explica a “necessidade de eletrificar des-de a ponte internacional até Guillarei e de se corrigir ali algumascoisas, nomeadamente, a tensão elétrica deles que é diferente danossa. São requisitos que têm de uniformizados. “Mas está tudo,também da parte do Governo espanhol, decidido” – garantiu.Até lá, a ligação mais rápida, entre Vigo e o Porto, é no comboio“Celta” que iniciou a sua exploração comercial em julho de 2013,registando, atualmente, paragens em Valença, Viana do Castelo eNine. Os 175 quilómetros, que separam as duas cidades, são per-corridos em duas horas e 15 minutos, quando, anteriormente, de-moravam mais de três horas.Ainda a propósito deste “Celta”, o secretário-geral do Eixo Atlânti-co, Xoan Mao, defendeu, já em finais de novembro, a necessidadede ser realizada uma investigação ao contrato de aluguer do mes-mo, por considerar ser “excessivo” o pagamento de cinco milhõesde euros ao ano pela composição.“Acho que o preço que Portugal está a pagar pelo material é exces-sivo”, afirmou o secretário-geral deste organismo que agrega 38municípios portugueses e galegos.Já quanto ao percurso, Xoan Mao defende que “tem que haver umtraçado novo” do lado de Espanha que esta previsto pelo Governoanterior deste país. “Estamos agora a dirigir todos os trabalhos aoGoverno espanhol para conseguir o compromisso desses 30 qui-lómetros novos”, afirmou.“Espanha oferece eletrificação de oito quilómetros dos 30 que háentre Valença, Tui e Vigo. E nós dizemos: ‘não serve’”, concluiu osecretário-geral do Eixo Atlântico. valemais.pt 41

Um ano ao serviço da regiãoProprietário de uma Farmácia em Melgaço, Dermatologia e as Consultas de Nutri-Orlando Gonçalves, licenciado em Ciências ção. “As pessoas preocupam- se, cada vezFarmacêuticas, desenvolveu um espaço mais, com a saúde e o bem-estar, e é mui-de saúde concebido, estrategicamente, no to bom ver que confiam na qualidade doscentro de Monção. nossos serviços”, refere.O conceito é oferecer, aos utentes, um O primeiro ano desenvolveu-se dentro dasvasto leque de valências de saúde e de expectativas, sendo que a clínica averbouestética, num único espaço. cerca de 700 utentes. No futuro, o plano é dar mais visibilidade à imagem física daAssim, a 2 de novembro de 2015 nasceu clinica, aproveitando a sua boa localizaçãoa MAISCLINIC. Há um ano ao serviço e facilidade de estacionamento, estandoda região, a clínica pretende ser uma receptivos à integração de novos serviçosreferência na área de saúde para a po- e especialidades, beneficiando do espaçopulação de Monção e dos concelhos vi- moderno provido de excelentes condiçõeszinhos, incluindo Espanha. físicas e técnicas.Orlando Gonçalves afirmou à VALE MAIS A MAISCLINIC proporciona recursos deque “a diversidade de especialidades alta tecnologia e técnicas inovadoras, atra-faz de nós os mais completos da região vés de vários serviços de saúde e de esté-apostando, claro está, na qualidade dos tica corporal, prestados por uma equipamédicos e especialistas”. Segundo o pro- especializada, que trabalha em articulaçãoprietário, as especialidades mais procura- e complementaridade, de modo a obter osdas são a Dentária, Psicologia, Podologia, melhores resultados.ESPECIALIDADES • Pediatria - Dra. Emília Monteiro; • Psicologia - Dra. Rosa Saraiva;• Análises clínicas - Grupo LabMed; • Psiquiatria - Dra. Filipa Araújo;• Electrocardiograma - Grupo LabMed; • Podologia - Dra. Sofia Costa;• Ginecologia/obstetrícia – Dr. Cipriano Oliveira; • Acupuntura - Terapeuta José Vilarinho;• Medicina Dentária – Dra. Virgínia Fernandes; • Depilação laser - Ana Martins e Mizé Mendes;• Medicina Geral - Dr. Manuel Ruíz; • Estética avançada - Enf. Moreno;• Nutrição - Dra. Valéria Caldas; • Naturopatia - Terapeuta José Vilarinho;• Oftalmologia - Dr. Sérgio Azevedo; • Reiki - Terapeuta José Vilarinho;• Ortopedia - Dra. Francisca González;• Osteopatia - Prof. Dr. Carlos Salgado;42 valemais.pt

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Reportagem #Ponte da BarcaJosé C. Sousa José C. Sousa & CMPBMariaEJosãcoo: 3l0aandos ea enBsinaarldlaençta clássica AS AULASAEscola de Ballet da Câmara Municipal de Ponte da A escola é frequentada por alunas desde os três até aos 30 anos e Barca conta com mais de três décadas de existência está dividida por faixas etárias e pelo nível de frequência na escola. agrupando, atualmente, cerca de 140 alunos. E digo ‘alunas’ porque, num universo de 147 alunas, há apenas dois meninos.Promovendo o ensino da dança clássica, a professora MariaJoão Basto leciona na Escola de Ballet de Ponte da Barca há, “Dos três aos cinco anos estão divididos pelo nível 1 e 2. Depois asensivelmente, 30 anos. idade e a continuidade dos módulos faz a diferença de classe para classe” assevera a professora.A escola visa o ensino e a divulgação da dança clássica junto domaior número de crianças e jovens, no sentido de os formar e Os alunos são, maioritariamente, de Ponte da Barca, mas tambémdivulgar uma arte que os possa enriquecer, culturalmente. os há de Arcos de Valdevez, e Vila Verde. Dado o seu elevado número há aulas todos os dias, com blocos de 90, 60 e 45 minutosDesde 2014 a funcionar na Casa da Cultura, a Escola de Ballet dependendo das idades.participa, regularmente, em espetáculos e apresentações, por elaorganizados ou em colaboração com outras instituições, dentro e “Quando há atividades públicas passamos para a parte dosfora do concelho de Ponte da Barca. ensaios e os horários são feitos de acordo com as coreografias a desempenhar”, explica-nos a professora.No dia em que celebrava dois anos nas novas instalações a VALEMAIS foi ver como decorre uma aula e esteve à conversa com Maria OS ESPETÁCULOSJoão Basto, a principal responsável pelo sucesso desta escola. Todos os anos há um espetáculo, no verão, no final do ano lectivo.Natural de Braga, onde estudou no Conservatório de Música, deu Depois há também espetáculos no Dia Internacional da Dança,aulas em diversos lugares até chegar a Ponte da Barca, corria o ano outro no Auditório da Casa das Artes, em Arcos de Valdevez, e umde 1987. De lá para cá foram muitos os momentos de destaque no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima.nesta escola, mas o que mais a satisfaz é o facto do legado dodança clássica passar de geração em geração. ESTUDAR DANÇA CLÁSSICA“Grande parte das alunas que frequentam a Escola de Ballet são “O que realmente pretendo é que a dança clássica chegue aofilhas de ex-alunas. E isso marca-me muito. É o reconhecimento maior número possível de alunos e que todos possam ter ade que esta formação lúdica, na área artística, marcou as pessoas”. possibilidade de frequentar a Escola de Ballet. No passado estivemos um pouco limitados pelo espaço físico, mas isso, felizmente, é uma situação ultrapassada”.44 valemais.pt

“Depois, preocupa-me que alguém que queira seguir os seus estudos Publicidadea nível profissional reúna as condições para tal”. Prova disso é que noano passado uma aluna desta escola fez as provas de admissão numaescola em Londres e entrou; e este ano uma jovem de 13 anos quequer seguir esta área foi admitida numa Academia em Braga”.RECONHECIMENTO DO MUNICÍPIO“Ter e sentir o reconhecimento e o afeto de Ponte da Barca deixa-me também realizada”.A escola tem bases para crescer, tanto a nível de alunos comode projetos, mas o futuro passa por tentar manter a escola como máximo de qualidade possível. “A minha maior ambição é nãodecepcionar algo que dura há mais de três décadas, aqui, emPonte da Barca\".VEREADORA DA CULTURA, SÍLVIA TORRES, ENALTECEOS ATRIBUTOS DA PROFESSORA MARIA JOÃO.“A Escola de Ballet para o município de Ponte da Barca representauma oferta cultural muito importante que ao longo dos anos seconseguiu afirmar graças ao empenho e profissionalismo daprofessora Maria João”.“A Maria João é reconhecida por todos os barquenses e o municípiotem esta gratidão para com ela. O seu factor humano e profissionalé fundamental e, em 2014, aquando da inauguração da Casa daCultura, no dia do município, a professora foi agraciada com aMedalha de Mérito Cultural”.“Como não podia deixar de ser, a Escola de Ballet é muitoacarinhada pelos barquenses. Há um orgulho enorme porque aescola consegue integrar crianças não só de Ponte da Barca, mastambém de concelhos vizinhos, e, quando há alguma atividadeenvolvendo a Escola de Ballet, nota-se a presença da pessoas”. valemais.pt 45

Reportagem #Vila Nova de Cerveira Cerveira Team TrailDesporto e beleza natural como simbiose perfeitaA paixão pelas paisagens naturais queVila Nova de nha, vocês estão a desempenhar um papel muito importante pelaCerveira oferece e o entusiasmo pelo trail levou um grupo presença humana na floresta e os inúmeros benefícios subjacen-de cerveirenses a constituir o Cerveira Team Trail – Clube tes”, disse ainda Fernando Nogueira.Celtas do Minho. No final, a equipa ofereceu ao autarca a camisola oficial do Cer-São já cerca de 50 os ‘trail runners’ que, além da força e von- veira Team Trail. tade de superar desafios pessoais, têm como objetivo a pro- moção de Vila Nova de Ceveira pelo desporto e contacto TAÇA IBÉRICA DE TRAIL INCLUÍDA com a natureza, estimulando o desenvolvimento de práti- NO CAMPEONATO NACIONAL DAcas de vida saudáveis e dinamizando a partilha de experiências MODALIDADE.desportivas. Com o slogan ‘razões que nos fazem correr’, a equipatem participado em várias as provas do Norte e Centro do país, Pretendendo que a prática do Trail, em Vila Nova de Cerveira, te-subindo por diversas vezes ao pódio. nha um evolução significativa, o Município já organizou duas edi- ções da Taça Ibérica de Trail. Para a autarquia a aposta foi ganha,Este ano, a equipa, apesar de estar a dar as primeiras dezenas de confirmada pela duplicação do número de participantes, de umquilómetros, já é um caso sério. De dois elementos iniciais, já são ano para o outro, oriundos de vários pontos do país.cerca de 50 permanentes, entre mulheres e homens, de várias ida-des. De treinos informais saudáveis passaram para competições Pela excelência das condições naturais e técnicas, a Taça Ibéricaoficiais. de Trail, que se disputa na primeira quinzena de maio, em Vila Nova de Cerveira, já despertou o interesse da Associação de TrailCom a integração nos estatutos do Clube Celtas do Minho, esta Running de Portugal que anunciou que, em 2017, a prova Ultra‘comunidade de corredores’ cerveirenses foi recebida, nos Paços 50km’s passará a contar para o Campeonato Nacional da moda-do Concelho, pelo presidente Fernando Nogueira e pelo vice-pre- lidade.sidente Vitor Costa. Um dos elementos diferenciadores para a prática do trail em VilaFernando Nogueira agradeceu o dinamismo do grupo em torno Nova de Cerveira é a dureza dos percursos pelas caraterísticas na-da promoção de Cerveira pelas muitas provas em que participam, turais que apresentam, sendo uma prova muito técnica e apelativaanunciando que, em breve, a autarquia concederá o apoio neces- que se constitui como um verdadeiro desafio a todos os atletas. Asário, além de um espaço para a criação de uma sede do trail. “Para título de exemplo, e numa escala de dificuldade de 1 a 4, o Trailalém da prática de desporto privilegiando a natureza e a monta- Curto 21km’s já foi classificado com o grau 4.46 valemais.pt

PressDelta_Natal_20,5cmX27cm_AF.pdf 1 10/11/16 11:30 Publicidade C M Y CM MY CYCMY K valemais.pt 47

Reportagem #Paredes de CouraManuel S. Direitos Reservados Fiona oaks em paredes de coura ULTRAMARATONISTA VEGETARIANA COM 3 RECORDES MUNDIAISMais de duas centenas de pessoas marcaram presença no Congresso Internacional “Paredes de CouraVegetariana 2016”, a 2ª edição de uma iniciativa promovida pela Associação Quinta das Águias e Município courense que, recentemente, decorreu no Centro Cultural da vila localizada no centro do Alto Minho.Entre as várias presenças nacionais e internacionais, destacamosa da inglesa FIONA OAKS. que obteve três recordes mundiais demaratonas. Em 2013 venceu a Antarctic Ice Marathon e o NorthPole Marathon. Foi a primeira vegetariana a terminar a temívelMaratona des Sables, que é descrita como “a mais árdua corridaa pé no planeta” e que implica correr seis maratonas consecutivasno Deserto do Sahara, carregando, numa mochila, às costas, todosos seus mantimentos para a semana.Tem 48 anos de idade e é vegetariana desde os seis. Perdeu umarótula devido a uma doença quando tinha 17 anos. Em 2012, foiconsiderada a Mulher Inspiradora do Ano, pelo Daily Mail, o quelhe trouxe preciosos apoios e fundos para o Tower Hill Stables Ani-mal Sanctuary, em Essex, que dirige e onde alberga cerca de 400animais domésticos resgatados da indústria agro-pecuária.À CONVERSA COM FIONA OAKSQUAIS AS DIFICULDADES DE UMA MARATONISTA DA PRO-VA MAIS ÁRDUA DO MUNDO? E QUE PREPARAÇÃO E DIETAALIMENTAR EFETUOU PARA CONSEGUIR RESISTIR ÀS DI-FICULDADES?É uma preparação longa, efetuada durante a vida. Não pode serde repente. Precisa de uma grande endurance. Durante a prova,corro duas maratonas por dia. Subindo e descendo dunas quepodem ter 800 feet (perto de 250 metros) e chego a suportar tem-peraturas de 55 graus. Tive que levar tudo o que precisava numamochila, às costas.E NESSES DIAS, QUE DIETA PRATICA?O equivalente a duas mil calorias por dia. Levo só coisas básicas.Como barras de proteínas, frutos secos e alguns grãos. É a pre-paração antes do evento, a dieta que então tenho, que permiteultrapassar essas dificuldades.UMA ATLETA VEGAN ESTÁ NAS MESMAS CONDIÇÕES DAQUE PRATICA UMA DIETA MAIS CONVENCIONAL?Absolutamente. Não preciso de mais… Em cima, Fiona Oaks no Congresso Internacional de Paredes de Coura e, em baixo, durante uma prova48 valemais.pt

DEFENDE QUE O MAIOR PROBLEMA DA HUMANIDADE É ASUSTENTABILIDADE. QUER FALAR UM POUCO DISSO?Não podemos continuar a viver da forma como estamos a utili-zar os recursos do planeta. Dessa forma, não haverá futuro paraas nossas crianças... como adultos somos responsáveis não sópor tomar conta delas agora, mas também por tomarmos contae protegermos o seu futuro.Tornei-me vegetariana quando era criança, devido ao meu amorpelos animais. Mas, neste momento, tenho uma visão mais alar-gada e estou preocupada também com a minha própria saúde,com a dos outros e com a do ambiente e do planeta.O veganismo é como um puzzle em que, constantemente, colo- Vereadora Maria José Moreira intervindo ao lado de Ivone e Joep Ingen Housz.camos diversas peças para o constituir.ESTÁ LIGADA A UMA INSTITUIÇÃO QUE ALBERGA À VOLTADE 400 ANIMAIS REGATADOS. COMO É QUE É ISSO?É muito difícil. Muito duro. Trabalho desde as 3h30 da manhã, EMPENHO DA AUTARQUIAos sete dias da semana, sempre. Os únicos dias em que não estoué quando tenho alguma maratona. Idêntica posição tem Maria José Moreira, vereadora da Educa- ção e Cultura na Câmara Municipal. Considera que a “ligação aoTEM APOIOS? vegetarianismo e à alimentação vegetariana surge em Paredes de Coura de uma forma muito natural”. Pela vontade de colaborar daAgora, sim. Anteriormente era tudo às minhas custas. Associação Quinta das Águias, pela vontade política do Município e “a capacidade de sonhar, de ousar, de desafiar”. “À primeira vista,COMEÇOU A PRATICAR ALIMENTAÇÃO VEGAN AOS 6 E AOS poderia parecer que este não seria o tipo de evento traçado para o17 FICOU SEM UMA RÓTULA. COMO É QUE UMA ATLETA, sucesso, mas a verdade é que tem sido” – observou.QUE TEM DE TER UMA CAPACIDADE FÍSICA ACIMA DA MÉ-DIA, SUPEROU ISSO?Essencialmente, a minha determinação é com o bem estar dos Destaca, também, o envolvimento e a ligação à comunidade. ”Te-animais. Mesmo os médicos acham estranho que consiga, sem a mos aqui os produtos locais à venda, que se enquadram na ali-rótula, fazer este desporto de forma tão intensa, mas é a minha mentação vegetariana; é por isso que já há produtores com alhei-determinação e o pensar no amor pelos animais que me move. ras vegetariana, as nossas escolas colaboram connosco e levamosComo, noutro plano, o da atleta etíope Feyisa Lilesa (e o seu pro- o congresso vegetariano também até elas. Esta é uma iniciativatesto nos Jogos Olímpicos, contra os planos do governo de usar as que existe porque há também instituições na comunidade queterras da tribo Oromo para conseguir expandir a capital, Adis- connosco colaboram” – acrescentou.-Adeba, expulsando os nativos). A vereadora – que nos confirmou já a realização, no próximo ano, daDESAFIO À QUINTA DAS ÁGUIAS 3ª edição desta iniciativa - realça, ainda, os voluntários que ajudam à concretização da iniciativa, dos motivos de atração da mesma eNa oportunidade, VALE MAIS falou também com Ivone Ingen os palestrantes, como Kip Andersen, co-produtor do documentárioHousz, psicóloga e vegetariana, presidente da Associação da “Lowspiracy” que versa a indústria alimentar e os seus interesses.Quinta das Águias, local onde se fomenta o vegetarianismo e a de-fesa da vida animal. Explicou-nos que foi o chefe do municípiocourense, Vítor Paulo Pereira, que lhes formulou o convite paraorganizarem o evento, cuja 1ª edição decorreu em 2015.”Dissemos logo que sim, mas foi uma aventura e, depois de olha-mos um para o outro (o marido, com quem partilha a proprieda-de que dá o nome à associação), perguntamos como vamos sairdisto, nunca organizamos nada” – referiu-nos. Esperavam 50 a 70pessoas, mas vieram logo 200, o que os levou a quererem repetir aexperiência.Nesse sentido, destaca o empenhamento da autarquia, do Agru-pamento Escolar, da EPRAMI e de muitas pessoas preocupadascom uma vida mais saudável, o ambiente e o planeta. “Há umacoisa que nos agrada mesmo muito, é que há muitas pessoas, masmuitas mais das que houve no ano passado aqui de Paredes deCoura. E do Minho. Embora estivessem aqui pessoas do Norte aSul do país. E de Espanha e outros países. É um evento que está atrazer grande dinâmica para a região.”Ivone Ingen Housz com Joep Ingen Housz; à esquerda, e Maria Pinto Teixeira, Ana Galvão e Maria José Moreira, à direita valemais.pt 49

Publicidade Crianças #Carla Silva Em cada cultura a questão da sexualidade é tratada de maneira diferente. Quando deparamos, na educação infantil, com manifestações sexuais das crianças ficamos horrorizadas, pois não estamos preparadas para encarar esses fatos como algo “normal” que faz parte do desenvolvimento das mesmas. As respostas às suas perguntas não devem ser ignoradas, devemos usar o bom senso ao responder, não sendo extremistas: fantasiar ou explicar tudo. Em muitos momentos a manipulação de genitais, ou outras formas de expressão, incomodam mais aos adultos do que as crianças. Elas começam a descobrir o seu corpo e, depois, que a curiosidade inicial passar, a atenção da criança voltar-se-à para outras coisas que lhe chamem a atenção. As crianças estão cercadas por informações erotizadas que vão desde os programas de TV, amigos, pais, roupas, músicas, etc.. Como negar essas informações que estão cada vez mais presentes em suas vidas? O mais importante é não ter medo de lidar com o tema No ensino Pré-Escolar, o tema é trabalhado, como tantos outros, havendo orientações da tutela sobre isso. Paralelamente às suas vivências e aprendizagens em contexto escolar, devemos ter sempre em conta que o seio familiar, pela carga afectiva que envolve, é sempre um meio de aprendizagem por excelência, pelo que é importante os pais e restantes adultos lidarem com o tema de uma forma natural, tendo cuidado com palavras e/ou atitudes que possam ser observadas pela crianças e que, depois, ao serem interrogadas pelas mesmas (as crianças são muito curiosas!) não respondam, como infelizmente muitos fazem :”isso não é para a tua idade; isso são coisas de adultos”. Se não for em casa, será na escola ou junto de alguém que os ouça e responda…a informação acaba sempre por chegar e o ideal é que seja no contexto certo.50 valemais.pt


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