Arcos de Valdevez Chakall rendido à cachena Paredes de Coura Música clássica da creche ao 9.º ano V. N. Cerveira Bienal é a mais antiga da Península Ibérica Ponte da Barca Vassalo promete ‘andar por aí’ Monção Eurocidade será ‘casinha para os noivos’ RegiãoO QUE VIRÁ AÍ? Mais de 600 incêndios antes do verão # N.º55 # JUNHO E JULHO # 2017 # BIMESTRAL # PVP :: 1€1MELGAÇO :: PAREDES DE COURA :: VILA NOVA DE CERVEIRA :: PONTE DA BARCA :: VALENÇA :: CAMINHA :: MONÇÃO :: ARCOS DE VALDEVEZ :: PONTE DE LIMA ::vaVleIAmNaAis.DptO CASTELO
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cTorandtriaçdõietsórias #OpiniãoO verão aproxima-se e, com ele, a fase crítica de incêndios que, 28 | José M. Carpinteira Valorização dos Recursos Florestaisoficialmente, se inicia a 1 de julho. O Alto Minho foi, no ano passado,uma região particularmente fustigada por este flagelo. A área ardida 29 | Mª Fátima Cabodeira Português Suaveatingiu mais de 23 mil hectares. 30 | Luís Ceia Escapadinhas ao Alto MinhoHabitualmente, como refere, nesta edição, o Comandante Distrital daProteção Civil, o ano seguinte é calmo. Todavia, também é costume, 33 | M. Pinto Neves Ainda a violência no desportosem que se saiba porquê (!!!), os anos de eleições coincidirem, também,com os de grandes incêndios. Em que ficamos? Os primeiros sinais não 34 | J. Emílio Moreira Revolução tecnologica . . .parecem encorajadores. Só este ano, no Alto Minho, já se registarammais do que, em 2016, em todo o país. #SecçõesEstamos numa região em que a desertificação se verifica de forma 62 | Nutrição Alimentação e ansiedade . . .acentuada, com tudo o que isso traz em consequência do abandono 64 | M. Imobiliário Portugal está na modado território. O deflagrar de incêndios é algo que, nesse domínio, é, 66 | Desporto Treinador! Sou eu, es tu, somos nósinfelizmente, potenciado! 68 | Ambiente A lição esquecida 70 | Ensino (Trans)Formar ao longo da vidaNo Alto Minho há, porém, quem continue a remar contra a maré. A carne 74 | Crianças O sarampo . . . nos dias que corremda Cachena, uma raça autóctone, deixou até o Chef Chakall fascinado 78 | Sexo & Amor Uma mente saudávelquando a descobriu numa iniciativa da VALE MAIS. Está já certificadacom a Denominação de Origem do Produto e a Confraria está a dar já #Reportagensos primeiros passos. Está-se, pois, a dar destaque a algo que identifica,valoriza e preserva a identidade de uma região, nomeadamente, na área 4 | Valença e Alto Minhodo Parque Nacional da Peneda-Gerês. Um exemplo a ter em conta! Marco DominguesO concelho mais interior da região, pelos acessos que, até agora, o Valenciano comandatem servido, está a dar a volta por cima. E a criar as suas próprias Proteção Civil Distritalcentralidades. Tem uma indústria exportadora que é campeã nocrescimento, é pioneira nas reflexões acerca da paisagem privilegiada 16 | Viana do Casteloque tem e até já o levou à elaboração de um plano sobre a mesma, umpotencial gastronómico que não “fica a olhar” e já passa por caminhos Funicular de Santa Luziacomo o veganismo. Possui, ainda, uma dinâmica cultural poucocomum em terras consideradas de “baixa densidade”. Em Paredes O mais moderno de Portugalde Coura, a música não é só o famoso festival nas idílicas margens doTaboão ou a Escola de Rock. Agora, a todos os estudantes do concelho 36 | Caminhaé dada a faculdade de a aprenderem desde a creche até ao 9º ano. Comresultados espantosos que já se refletem em boas notas escolares ou na Sporting Clube Caminhenseinterpretação de trechos de música erudita em festas promovidas porcrianças e jovens. A reter! Novo Posto Náutico é o desejoEstas e outras são razões para os alto-minhotos estarem “irritantemente 42 | Ponte de Limaotimistas”, com a vantagem de não perderem a noção da realidade e deque ainda existem constrangimentos que os devem preocupar. Como Teatro Diogo Bernardesa desertificação e as consequências que provoca, aos vários níveis. Osincêndios são uma delas! Alicerce basilar na cultura limiana Manuel S. 52 | Melgaço José Marques homenageado pelo Governo valemais.pt 3
Entrevista #Valença_Alto Minho O QUE VIRÁ AÍ?José C. Sousa DR_Vale mais Marco Domingues Valenciano comanda Proteção Civil Distrital'Mais de 600 incêndios antes do verão' O verão aproxima-se e, com ele, a fase De repente, viu-se convidado, pelo Presidente da Autoridade Nacional da Pro- crítica de incêndios que, oficialmente, se teção Civil, para exercer a função de Comandante Distrital da Proteção Civil no inicia a 1 de julho. O Alto Minho tem sido Distrito de Viana do Castelo. uma região particularmente fustigada por este flagelo. Só no ano passado, a área VALE MAIS :: QUANDO COMEÇOU ESTA NOVA FASE DA SUA ardida atingiu mais de 23 mil hectares. CARREIRA?Este ano, neste território, já se registaram mais ocor- Marco Domingues :: Fui convidado pelo presidente da Autoridade Nacionalrências do que em igual período de 2016, em todo da Proteção Civil para exercer a função de Comandante Distrital da Proteçãoo país. Ainda não chegamos ao verão e já foram re- Civil no Distrito de Viana do Castelo no dia 11 de fevereiro e comecei a exercergistados mais de 600 incêndios, só nesta região. Os estas funções no dia 17 seguinte.primeiros sinais não são encorajadores. VM :: COMO SE SENTE?Fomos conversar com o atual responsável pelo Co-mando Distrital da Proteção Civil, nas instalações MD :: Sinto-me orgulhoso por atingir este cargo. É inédito um valenciano ocu-onde este está sedeado, no edifício do antigo Governo par este lugar. Eu sou um operacional do terreno e vivo isto com muita paixão.Civil de Viana do Castelo. Que, na oportunidade, nosmencionou, desde logo, uma tradição contraditória. VM :: PASSOU GRANDE PARTE DA SUA VIDA NO QUARTEL DE VALENÇA. QUE SIGNIFICADO TEM PARA SI?“Habitualmente, depois de um ano crítico, o seguin-te é calmo. Todavia, também é costume, que os anos MD :: É muito especial. Foi lá que me fiz homem e que aprendi muita coisa. Sóde eleições coincidirem com os de grandes incên- tenho palavras de gratidão pelo apoio que me deram e que ainda me dão. É ali que tenho um ombro amigo nos momentos de SOS.dios”. Afinal, O que virá aí? VM :: FALANDO DO SEU CARGO. QUAIS AS ÁREAS DE INTERVEN-Marco Domingues tem 34 anos é natural de Verdoe- ÇÃO DA PROTEÇÃO CIVIL?jo, Valença, e, aos 14, entrou no corpo dos Bombei-ros Voluntários de Valença. MD :: A Proteção Civil é uma panóplia de muitos assuntos. Basicamente, no comando distrital, tentamos congregar sinergias para atingir determinadosPor lá, exerceu as funções de bombeiro, adjunto de fins, no âmbito da proteção e socorro.comando, e, nos últimos meses, assumiu o coman-do desta corporação, de forma provisória e depois4da vsaaleídmaaisd.pot então comandante.
Nós gerimos a questão da emergência e, quando o limite daocorrência ultrapassa o que é a capacidade de resposta local oumunicipal, convergimos com outras entidades que contribuampara o sucesso da missão.Aqui, convergem diversas entidades. A autoridade marítima, ór-gão de polícia criminal, os diversos corpos de bombeiros, entreoutros. No entanto, todos eles têm a sua própria hierarquia e oseu próprio estatuto e independência.Depois, realizamos uma infinidade de tarefas. Segurança contraincêndios em edifícios, avaliação de medidas de autoproteção,inspeções regulares, inspeções extraordinárias, fiscalizações deedifícios, emissão de pareceres técnicos, acompanhamento daocorrência, acompanhamento da condição meteorológica, e umplaneamento diário para os diferentes dispositivos.VM :: TODAS ESTAS ENTIDADES REPORTAMPARA AQUI?MD :: Não necessariamente. Depende daquilo que se esteja a fa-lar. Durante o ano, à 1.º e 2.º quarta-feira do mês temos os cha-mados briefings técnicos, onde juntamos as diversas entidades;ICNF, GNR, Federação Distrital, AFOCELCA; Autoridade Maríti-ma; GIPS e podem, também, estar outras entidades como o INEMa PSP ou a PJ.Nessa reunião é discutido tudo que foi acontecendo durante a se-mana anterior e o que está previsto a acontecer. Harmonizamosprocedimentos, preparamo-nos para o que possa vir acontecer efazemos “a jogada de antecipação”.VM :: COMO ANALISA A EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃOCIVIL ENQUANTO ESTRUTURA AGREGADORA ECOORDENADORA DE FORÇAS PROFISSIONAIS E DEFORÇAS ASSENTES NO VOLUNTARIADO?MD :: Vejo uma evolução muito boa. A Proteção Civil é muitomais que bombeiros e incêndios florestais.Como venho dos bombeiros permita-me que canalize para essaárea a minha resposta. E nesse sentido, vejo um crescimentomuito positivo. Muita mais formação, mais qualificação mas comum handicap; muita perda de mão de obra.VM :: POR QUÊ?MD :: Em parte por ser voluntariado, por ser necessário muito em-penho e muita dedicação e, cada vez mais, os bombeiros são maisqualificados. O voluntariado continua a fazer muita falta, mas a pri-meira linha de defesa deve ser, cada vez mais, profissional. E, antiga-mente, qualquer empregador disponibilizava o seu funcionário paraocorrer a uma situação, hoje em dia, isso já não acontece.VM :: PRESENCIOU ESSAS SITUAÇÕES?MD :: Quando estava no corpo de bombeiros senti isso muitas vezese com muita proximidade. Um funcionário poderá ter uma despe-sa salarial de 30 ou 40€ por dia, no seu emprego, mas pode originaruma produção de milhares de euros. E a ausência dele, no posto detrabalho, dá um grande prejuízo. É tudo isto que está em causa. valemais.pt 5
PROPRIETÁRIA / EDITORA VM :: COMO LÍDER DA PROTEÇÃO O segundo pilar fica a cargo da GNR. É a prevençãoCalvolima, Lda. CIVIL DO DISTRITO QUAIS SÃO ASNPC: 506 676 668 operacional, vigilância e dissuasão de comportamentosCapital Social: 50.000,00€Sede: Apartado 13 - Portas do Sol, ÁREAS DE MAIOR PREOCUPAÇÃO menos responsáveis.4950-500 Monção PARA SI? Por último, o combate, ou seja, a operacionalização quan-DIRETORAgostinho Lima MD :: A Proteção Civil é muito vasta mas, sem do o incêndio acontece. Aí, a responsabilidade é da Autori- dúvida, que a nossa maior preocupação são dade Nacional da Proteção Civil.DIRETOR ADJUNTOM. del Carmen Calvo os incêndios florestais. Ou seja, nós não temos grande intervenção na área da pre-REDAÇÃO Há muito trabalho a venção. Sei que existem ações de queima de fogo controla-José C. Sousa (diretor) montante que neces-Manuel S. sita ser feito e não o é, NÃO TENHO do, só que provavelmente, não em na sua totalidade, ou GRANDES DÚVIDASDESIGN GRÁFICO então, deve ser refor- número suficiente. Não nos pode-José C. Sousa çado continuamente. QUE GRANDE mos esquecer que no ano passado Por outro lado, o nú- PARTE DOS arderam cerca de 23 mil hectares noREVISÃO GRÁFICA mero de ocorrênciasMaria Rosa Gondim é demasiado elevado. INCÊNDIOS TÊM distrito. E volto a recordar que já va- mos com mais de 600 incêndios emCOLABORADORES 2017 e ainda não começou o verão.Adelino da Silva (opinião)Ao Norte (cinema) São demasiadas ocorrências.Brito Ribeiro (ambiente)Carla Silva (crianças) Mas acredito que se MÃO-HUMANA, OU VM :: COMO PERSPETIVAEusébio Baptista (agricultura) fizermos esse traba- POR DOLO OU POR ESTE VERÃO?Fátima Silva (opinião) lho, a fase seguinte,José Cunha Machado (ensaio)José Emílio Moreira (opinião) que é o combate, NEGLIGÊNCIA. MD :: A história, e os dados, di-José M. Carpinteira (opinião) estaria muito maisLígia Rio (saúde) facilitada e não teria zem que, normalmente, não háLuís Ceia (opinião) tantos constrangimentos.Nelson Azevedo (turismo) dois anos críticos. No entanto, es-Noemi Lima (imobiliário)Manuel Pinto Neves (opinião) ses mesmos dados estatísticos também nos dizem que, osMaria Rosa Gondim (ensino)Mário Garrido (opinião) VM :: E FORAM REALIZADAS anos de eleições são críticos. Por isso é complicado.Patrícia Costa (justiça)Paulo Gomes (desporto) AÇÕES DE PREVENÇÃO DE INCÊN- Os dados meteorológicos mostram que levamos um anoSara Covas (nutrição) DIOS FLORESTAIS? extremamente seco, e como disse, já vamos com mais deVS Advogados (consultório jurídico) MD :: O sistema de defesa da floresta contra 600 incêndios, só no distrito de Viana do Castelo, quandoDEPARTAMENTO COMERCIAL incêndios assenta em 3 pilares: no ano passado, em igual período, havia 400 ocorrências,[email protected] em todo o país.T. +351 925 987 617 O primeiro é da responsabilidade do ICNF e éIMPRESSÃO a prevenção estrutural, ou seja, é a prevençãoLidergraf Sustainable Printing no terreno.DISTRIBUIÇÃOVale maisPERIODICIDADEBimestralTIRAGEM5.000 exemplaresDEPÓSITO LEGAL338438/12REGISTO na ERC126166CONTACTOST. +351 251 654 927M. +351 925 987 [email protected] SOCIAISfPode consultar o Estatuto Editorial emwww.valemais.ptO Acordo Ortográfico utilizado pelos colaboradoresé da sua exclusiva responsabilidade.Os textos assinados são da exclusivaresponsabilidade dos seus autores, nãoobedecendo, necessariamente, à linhaeditorial desta publicação. Toda e qualquerinformação publicitária apresentada podeconter, eventualmente, erros alheios ao Valemais, pelo que requer, indubitavelmente,6confirmação pvosatleerimor.ais.pt
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VM :: EXPLIQUE-NOS UM MODO DE ATUA- Por outro lado, o nosso país tem uma tradição de fogo. No Minho, há cul-ÇÃO BÁSICO? tura de fogo nas pessoas. Qualquer coisa é para queimar. Eu tenho meia dúzia de ervas e não faço compostagem, vou queimar. Essa é a cultura e aMD :: O canal de alerta pode chegar de várias for- mentalidade das pessoas.mas. Por exemplo, através do número 117, onde VM :: E A CAPACIDADE DE RESPOSTA DE RECURSOS HUMANOS. É SUFICIENTE?registamos o máximo de informação MD :: Pontualmente, podem não ser. Sobretudo nopossível: o local exato, o que está arder, ATRAVESSAMOS horário laboral.a cor do fumo (é muito importante), ou UMA FASE EMo tipo de luminosidade emitida. Estas No levantamento que fizemos, no distrito de Viana do Castelo, estavam registados 655 bombeiros, queinformações podem-nos ajudar a per- QUE JÁ NÃO HÁ compõe o quadro de comando e o ativo. Desses, 65ceber que tipo de agressividade o incên- BOMBEIROS são Bombeiros Municipais de Viana do Castelo. Oudio tem. Depois de recolhida toda essa seja, no distrito temos 590 bombeiros voluntários divididos por 11 corporações.informação enviamos o alerta para o POR AMOR Àcorpo de bombeiros local. Eles fazem o CAMISOLA E Temos, portanto, que procurar soluções. Algumasdespacho de meios, vão para o terreno,fazem um reconhecimento e começam QUE DEDICAMa trabalhar. Os pontos de situação vão TUDO ÀSsendo reportados, sucessivamente. Sefor necessário são ativados outros meios CORPORAÇÕES. corporações e autarquias já procuraram aproveitan-para ajudar no teatro de operações. do a política das Equipas de Intervenção Permanen-VM :: QUAL AS PRINCIPAIS CAUSAS DE tes (EIP), que tem financiamento de 50% da Autori-TANTOS INCÊNDIOS NESTA ZONA DO dade Nacional da Proteção Civil e 50% das autarquias. Monção, Arcos de Valdevez,PAÍS? e Ponte da Barca têm uma EIP e Ponte de Lima tem duas. Isso agiliza muito os processos em horário laboral e tem sempre resposta para as situações. Para os res-MD :: Apurar as causas dos incêndios é da com- tantes, por vezes, não é fácil.petência das autoridades da Polícia Criminal. VM :: E HAVERÁ ALGUM REFORÇO DE MEIOS HUMANOS E DENão queremos, nem temos competência para EQUIPAMENTOS, NO DISTRITO DE VIANA DO CASTELO?entrar nesse território.No entanto, não tenho grandes dúvidas que gran- MD :: O reforço para Viana do Castelo, Braga e Vila Real está previsto para ade parte dos incêndios têm mão-humana, ou por Fase Charlie, ou seja, a partir do dia 1 de julho. Está previsto que o distrito dedolo ou por negligência. Viana do Castelo receba 13 equipas de bombeiros, de outros pontos do país, num total de 65 elementos. Isso sim é um reforço importante para nós.8 valemais.pt
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O que se pretende é fazer a tal ‘jogada de antecipação’. O que VM :: NOS CORPOS DE BOMBEIROS DO DISTRITO,acontecia no passado é que eles vinham em grupo quando o in- QUE ASPECTOS PODEM EVOLUIR?cêndio já tinha atingido proporções muito grandes e quando jáestava fora de controlo. O que se pretende é que venham em MD :: Acima de tudo, o reforço de pessoal. E, depois, a profis-equipas isoladas que serão aquarteladas de acordo com a dis- sionalização, particularmente, para a emergência. Outro aspetoponibilidade dos respetivos corpos de bombeiros. Depois, vão que deve ser melhorado é a valorização dos voluntários. Porquetrabalhar, lado a lado, com os bombeiros locais. quando se fala de incentivos ao voluntariado, esses, devem ser verdadeiros e não estímulos mascarados.VM :: ESTES HOMENS VIRÃO, COMO AFIRMOU O SE-CRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO INTER- Atualmente, atravessamos uma fase em que já não há bombeirosNA, DE COMBOIO E DE AUTOCARRO? por amor à camisola e que dedicam tudo às corporações.MD :: Sinceramente, não sei o que está vinculado a essa notícia. O Por outro lado, também acredito que os bombeiros voluntáriosque está previsto é que esses homens venham, na primeira viagem, perderam muito com o terminar do serviço militar obrigatório.com os seus veículos. No entanto, ainda haverá mais reuniões com Porque o pessoal que regressava dele já vinha com outro espírito.o comando nacional. Ainda temos de perceber qual é a disponibili- Já tinham assimilado a camaradagem, a entreajuda, o respeito, adade de cedência, de quem fornece a ajuda, e a disponibilidade de cidadania e já vinham treinados e preparados. Havia quem sen-quem recebe. Não nos podemos esquecer que cada corpo de bom- tisse a necessidade de entrar no Corpo de Bombeiros depois debeiros é uma entidade com autonomia própria. O que se pretende sair do serviço militar. Hoje em dia, isso perdeu-se.é congregar sinergias para o sucesso das operações. Permita-me deixar aqui uma pergunta. Quem é que vai pagarVM :: QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS CONSTRANGIMEN- mais de 1000 euros para tirar uma carta de condução de veículosTOS QUE ENCONTRA NO DISTRITO? pesados para servir os bombeiros, sem receber nada em troca?MD :: Falando em constrangimentos, podemos analisar vários É que antes, trazia-se a carta de condução da tropa, hoje não.caminhos. O abandono do território, o lixo vegetativo, os acessos,a falta de sensibilização nas comunidades e a pouca interação Portanto, são muitos os problemas que os bombeiros enfrentamcom os bombeiros locais. No entanto, o maior constrangimento mas, não há dúvidas, que o grande pilar da operacionalidade e doé o elevado número de ignições, que nos leva sempre para os in- que é a proteção e socorro são os bombeiros.cêndios florestais e nos absorvem muito tempo e energia. VM :: PARA TERMINAR, FAÇO-LHE UMA PERGUNTA PESSOAL. COMO VALENCIANO, COMO AVALIOU O FECHO DO SERVIÇO DE URGÊNCIAS EM VALENÇA E A SUA PASSAGEM PARA MONÇÃO? MD :: Olhando aos números e aos dados, a lógica seria que este serviço estivesse em Valença. Ou seja, o número de pessoa abran- gido seria maior se estivesse em Valença. Porque, em Valença, convergem três eixos rodoviários muito importantes. A Nacional 101 de Monção que, por sua vez, liga à 202 de Melga- ço. A Autoestrada A3, a estrada que vem de Paredes de Coura, e ainda, a Nacional 13. Por outro lado, é verdade que, por exemplo, as populações de Melgaço tem um serviço de saúde mais próximo. E quando digo Melgaço também me refiro a Castro Laboreiro, Ribeiro de Baixo e Ribeiro de Cima. Mas, como valenciano, fiquei surpreendido, pela negativa, que depois de tantas manifestações, que pretendiam mostrar que aquele serviço era viável, optassem por encerrar, definitivamente, a entrada no Serviço e Atendimento Permanente (SAP). Trata-se de um serviço competente, com gente e equipamento capaz, que tinha o horário de consulta aberta e que foi encerrado, enquanto, noutros centros de saúde, que também ficaram sem serviço de urgências, essa valência continua ativa. Valença decidiu fechá-la. Não entendo.10 valemais.pt
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Reportagem #Paredes de CouraManuel S. Direitos Reservados EM PAREDES DE COURAaprende-se música da creche ao 9.º anoTURMAS DE MÚSICA DOIS MILHÕES PARA OBRASOBTÊM MELHORES CLASSIFICAÇÕES Neste momento, mais uma centena de alunosParedes de Coura está na vanguarda no ensino da música. Depois são abrangidos pelo ensino articulado. “É quase de, há cerca de nove anos, o ter começado a implementar do 5º individualizado. As aulas de instrumento são dadas ao 9º ano, em colaboração com a Academia deViana do Castelo com dois ou três alunos. Consequência desta aposta (AMVC), está agora a fazê-lo ao nível do pré-escolar e do 1º ciclo. vamos ter obras na escola; ainda não a temos E os resultados já se estão a verificar. Estudantes com melhores preparada com salas específicas, insonorizadas, notas e que sabem ler música, apreciar autores clássicos e para esta realidade. Serão realizadas na pausa letiva deleitar-se a ouvir o melhor do jazz. (verão), suportadas pelo Ministério da Educação, na ordem dos dois milhões de euros”.Tudo isto constituem razões para o contentamento de Ana Paula Fernandes,diretora do único agrupamento de escolas públicas existente no concelho, Na oportunidade, Ana Paula Fernandes regista afrequentado por perto de um milhar de alunos distribuídos por um jardim de colaboração da Câmara de Paredes de Coura.infância, em Mozelos (educação pré-escolar), escola básica de Paredes de Coura(pré-escolar e do 1º ao 4º ano) e EB2,3/S de Paredes de Coura (do 5º ao 12º). “Estamos, para todos os efeitos, a dar mais uma oportunidade de escolha aos alunos. A autarquia“O ensino articulado (5º ao 9º) depende das iniciativa da escola e da reconhece isso, tanto mais que suporta os encargosvontade de ter uma oferta artística que não é do currículo convencional. financeiros de uma oficina de música (iniciação)O protocolo é estabelecido com a AMVC e o Ministério da Educação que que temos no 4º ano. São duas horas por semanafinancia o vencimento dos professores. De instrumento, de classe conjunto em que os alunos fazem uma experiência ao tocare de formação profissional. Temos desde trompas, clarinete, obués, os instrumentos. Há o violino, há o trompete… querfagotes, flauta transversal. Os alunos podem adquirir os instrumentos ou dizer que, de alguma maneira, veem se tem apetênciaalugá-los, a cerca de 2, 5 euros/mês. Muitos deles, têm um valor muito na música, no 4º ano, para a frequentar ao chegar aoelevado. Um fagote custa 1 500 euros. O aluguer é mais viável” – explica a 5º (início do ensino articulado). Tanto que, para estediretora do agrupamento à VALE MAIS. efeito, têm de prestar provas.”12 valemais.pt “Há também a formação musical na educação pré- escolar (chama-se Música e Movimento), ou seja, coloca professores também no jardim de infância.
Este ano, também suportado pela autarquia, Ana Paula Fernandes, com Rui Cardoso, coordenador de diretores de turma, e Aida Cunha, diretora dehá um professor que, num 1º ano, faz uma uma turma do 5º ano.coadjuvância com o professor titular. Sempreprofessores da AMVC. Um compromisso do 90 POR CENTO DOS PAIS NAS REUNIÕESMunicípio é que, futuramente, no 2º ano, termostambém um professor a dar em coadjuvância; Em Paredes de Coura há, ainda, algo mais pouco comum. A generalidade dosdepois, num 3º ano…”. pais têm por hábito ir à escola dos seus filhos.LER UM PAUTA, “Temos reuniões mensais, em horário pós-laboral e os pais vêm. As nossas reuniões,OUVIR ÓPERA E JAZZ aqui, do 5º ao 12º, atingem uma frequência média na ordem dos 90%. São pais presentes. Nos meios pequenos podem existir desvantagens, mas têm a de nos“A música exige e desenvolve uma maior capacidade conhecermos quase todos. Isso dá alguma proximidade; o papel dos diretores dede abstração. Está estudado do ponto de vista turma, ao passar a mensagem, é importante. Os pais, em cada um dos períodos, vêm ocientífico e neurológico; quanto maiores foram que os filhos apresentam. Ou seja, estas atividades têm sempre, obrigatoriamente, umas oportunidades de abstração, maior será o dia, à noite (ao fim de cada período), em que os alunos mostram o que aprenderam.”desenvolvimento cognitivo das crianças”- defende adiretora do Agrupamento. PORMENORIZANDOE sustenta: “Nestas turmas aprendem um conjunto “Ou seja, têm audições. Como eles começam em tenra idade, as coisas são maisde regras. Primeiro, a gostar de ouvir (será para a fáceis. São naturais. Não temos dificuldades nenhumas em que os pais adiram.vida toda, mesmo que não sejam profissionais da Temos audições e vêm todos. No final do 5º ano, os meninos já tocam algumamúsica); vão ser gente que sabe ler uma pauta de coisa. E o que acontece? Os pais vêm a diferença entre os que tocam os meninosmúsica, ouvir ópera ou jazz. Também aprendem do 5º e os do 9º. Ou seja, percebem que os seus, um dia, chegarão aquele ponto.”como é que se lida como estar em cima de umpalco. O enfrentar o público é uma coisa difícil e se “Depois há uma série de projetos que desenvolvemos com música e causamse falhar tem de recomeçar (e muitas vezes se vai interdisciplinaridade. Por exemplo, os meninos vão tocar música clássica aosfalhar). Isso ajuda também é ter competências que lares a autarquia transporta-os”. E conclui: “O município tem também umsão transversais às outras disciplinas.” espaço, que é o Centro Cultural, onde fazemos as apresentações públicas, ou seja, há aqui sempre uma interligação entre as entidades”.“A experiência, há nove anos, começou numaturma do 5º ano e, depois, foi-se estendendo aos AUTARQUIA EXPLICA O FENÓMENOrestantes. O objetivo é, daqui a dois anos, haverensino da música, em todos os anos, desde o pré- O total de alunos no concelho é de 1 056. Destes, 846 frequentam o ensino atéescolar ao 9º ano” – adianta. ao 9º ano, 449 dos quais aprendendo música – 75 na creche, 170 no pré-escolar, 57 no 1º ano, 40 no 4º ano e 107 no ensino articulado (5º ao 9º).Uma experiência com resultados positivos a níveldo rendimento escolar. Maria José Moreira é vereadora da Câmara Municipal de Paredes de Coura. À VALE MAIS explicou este fenómeno da música clássica no concelho.“Se consultar as pautas vê que, de uma maneirageral, as turmas de música têm melhores “Até há cerca de três anos, existia só o ensino articulado. Entretanto,classificações. São alunos que desenvolvem esta começamos a desenvolver o projeto de levar a música erudita até ao pré-metodologia porque sabem que têm de investir escolar. Apostamos em todas as instituições de ensino do concelho. Públicaspara obter resultados.” e privadas. O nosso objetivo é que todos os alunos com idade entre os 3 e os 5 anos (fase do pré-escolar) tenham acesso ao ensino da mesma” – começa por Ana Paula, diretora do agrupamento nos dar conta. A rede do pré-escolar no concelho compreende também o setor privado. Este é prestado por duas instituições, a Santa Casa da Misericórdia e a OUSAM - Organismo Utilitário e Social de Apoio Mútuo. valemais.pt 13
O desiderato é, “progressivamente, alargar o acesso a todos os níveis de ensino Nessa medida, aponta situações em que ela própriae às crianças de todas as idades. Este ano letivo, pela primeira vez, temos é testemunha. “Quando assistimos, por exemplo, atambém música nas creches, tudo em protocolo com a Academia. Com uma uma festa de Natal, dos miúdos do pré-escolar, emprofessora especializada em que, quinzenalmente, temos sessões de música vez de se cantar apenas canções infantis, temos jápara bebés, bem como o programa-família destinado a levar a música, esse um espetáculo muito mais enriquecido porque ostipo de formação, à família e aos pais.” alunos conseguem acompanhar uma peça de música clássica com instrumentos, com movimentos,ENVOLVIMENTO DAS FAMÍLIAS com ritmo e, portanto, mostram-se muito mais conhecedores. Isto enriquece os espetáculos”.A vereadora enfatiza, mesmo, o envolvimento das famílias neste processo. A autarca elogia o feed-back dos pais, a dedicação dos professores e dá conta, ainda, da formação“Temos os concertos para a família que acontecem três vezes por ano. Há uma de um coro intergeracional. Na escola e com aorquestra que é interrompida, digamos, de 15 em 15 minutos. E as pessoas vão colaboração das famílias, dirigido pelo maestrotendo contacto com os instrumentos, com as peças que vão sendo tocadas, vão Vítor Lima. Nele se pretende realçar o valor daaprendendo sobre o compositor que está a ser trabalhado; no fundo, trata-se pessoa idosa na sociedade e a importância dastambém de formar públicos para que, futuramente, possamos dizer que temos relações entre gerações diferentes.sempre sala cheia cada vez que um concerto de música clássica é posto em exibição.” Maria José Moreira, vereadora na Câmara Municipal Paredes de Coura“Temos também música no 1º ano e também no 4º ano. A ideia é no próximoano alargarmos ao 2º e 3º ano e, portanto, o ensino da música abranger desdea creche até ao 9º ano de escolaridade”, refere Maria José Moreira.“A autarquia suporta as despesas da creche, do pré-escolar, do 1º ciclo e,também, o apoio ao ensino articulado. Neste, o Ministério da Educaçãopaga uma parte, mas, para que a AMVC se possa deslocar, a Câmara tambémtem de apoiar” – diz-nos.NOVAS CENTRALIDADESNão obstante o projeto se desenvolver numa autarquia interior, o sentimentonão é o de interioridade.“Acreditamos que é possível criar novas centralidades em autarquias mais distantesdos grandes centros. No fundo, trata-se de democratizar o acesso ao ensino damúsica que tem benefícios conhecidos. Acreditamos que o papel da autarquia é ode possibilitar o acesso de todos a este tipo de ensino, independentemente da suacondição sócio-económica.”14 valemais.pt
TESTEMUNHOS DOS SARA ALVES / 1ºPC/5ºA / 11 ANOS /ALUNOS VIOLA D`ARCOHouve estudantes que também nos deram o seu 1- O que me motivou foi pensar que adoraria tocar um instrumento, ir atestemunho. Eis a forma como responderam, concertos e tocar para os meus pais, para lhes demonstrar que gosto mesmoquando confrontados com estas questões: de música. Também porque sabia que, do início ao fim do período de música, os meus pais estariam sempre lá para me apoiar e motivar.1- O QUE TE MOTIVOU A FREQUENTAR OCURSO BÁSICO DE MÚSICA, EM REGIME 2 - É muito bom o facto de ter-mos a oportunidade de saber tocar umARTICULADO, NA AMVC? instrumento, conhecer os professores da AMVC e pensar que, se calhar, algum dia poderemos ser como eles, e as visitas de estudo que realizamos (ao Porto2- MENCIONA TRÊS, OU MAIS, ASPETOS – Casa da Música e a Guimarães – Pavilhão Multiusos) são muito importantesPOSITIVOS PELO FACTO DE FREQUENTA- para a nossa cultura.RES ESTE CURSO. 3- Sim, porque não é todos os dias que nos aparece uma excelente oportunidade3- SENTES-TE UMA PRIVILEGIADA POR de se frequentar uma academia de música e ainda poder experimentar todosTERES ESTA OPORTUNIDADE? os instrumentos; só é pena que não possamos tocá-los todos.4- QUE OBJETIVOS TENS PARA O TEU FU- 4- Eu gostaria de ter duas profissões ao mesmo tempo, mas não dá! UmaTURO? ALGUM PASSA PELA MÚSICA? delas seria tocar viola d` arco e talvez um dia poderei vir a seguir o excelente exemplo dos nossos professores e me tornar uma instrumentista profissional. JOANA DE SOUSA / 4°PC/8°A / 13 ANOS / GABRIELA ALVES/3º PC/7º A / 11 ANOS/ VIOLONCELO CLARINETE 1- Quando estava no 4º ano, estive no Curso de Iniciação Musical e gostei de1 - Sempre gostei muito de música; quando era lá andar. A partir daí comecei a ter uma grande paixão pela música e foi issomais nova e ouvia coros, orquestras ou até mesmo que me motivou a continuar e a matricular-me no Curso Básico de Música emprogramas de música na televisão, ficava (e fico) regime articulado.muito fascinada e com vontade de aprender a fazero mesmo. Mais tarde, quando tive oportunidade de 2- Os aspetos positivos neste curso são o facto de eu, a cada dia, aprender coisasme matricular no Curso de Iniciação Musical, fiquei novas, ganhar também confiança em mim, e, se estiver triste, a harmonia dasmuito entusiasmada em aprender mais e mais. Agora músicas alegra-me.com 13 anos, sendo que cinco deles foram a aprendermúsica, percebi que esta é uma paixão e que me ajuda 3- Sim, pois esta oportunidade permitiu-me ter conhecimentos sobre amuito, não só quando estou menos bem-humorada, música e também tocar um instrumento de que gosto; caso contrário, se nãomas também é uma mais-valia na minha conquista andasse neste curso, nunca teria adquirido esses conhecimentos, nem teria apessoal e profissional. Na minha opinião, para seguir oportunidade de tocar um instrumento.música tem de se ter paixão e não ser uma obrigação. 4 – Quanto aos objetivos que eu tenho para o futuro, nenhum passa pela2 - Existem vários aspetos positivos, tais como a música; quero ir para a faculdade, concentrar-me nos estudos, mas a músicamelhoria da concentração, da memorização, da ficará para sempre no meu coração.insegurança no contato com o público e considerouma mais-valia para o meu futuro. LEONOR MARTINS / 3º PC/7º A / 13 ANOS / OBOÉ3- Sim, porque tive a sorte de frequentar umaescola na qual existe o ensino articulado e não 1 - Sempre gostei muito de música e achei fantástico ter uma oportunidade,necessito de sair do meu local de residência para tão perto de mim, de aprender a tocar um instrumento, saber trabalhar emter formação na Música. grupo e aprender a colocar a voz.4- Eu ainda estou no 8°ano de escolaridade, ainda 2 - Este curso ajuda-me a desenvolver as minhas capacidades de concentração,tenho bastante tempo para refletir sobre esse raciocínio, métodos de estudo e relaxamento.assunto, mas não digo que isso não aconteça,pois é uma área que me cativa bastante. Até 3- Sinto-me muito privilegiada, pois tenho a oportunidade de aprenderposso não seguir essa área, mas é algo que vai música sem ter que me deslocar da escola que frequento, nem prolongar ofazer parte da minha vida. meu horário escolar. 4- Seguir os estudos, tirar uma licenciatura, fazer muitas viagens, trabalhar em algo que goste, continuar com a música na minha vida. valemais.pt 15
Reportagem #Viana do CasteloJosé C. Sousa DR FUNICULARDE SANTA LUZIAO MAIS MODERNO DE PORTUGALO Funicular de Santa Luzia, distinguido com o prémio de InfraestruturaFerroviária do Ano 2013 e com o mesmo certificado em 2014, é o maismoderno de Portugal. Vencendo um desnível de 160 metros, a viagemdura entre seis a sete minutos e é a mais longa de todos os funicularesdo país, com os seus 650 metros.Desde a sua reabertura, em abril de 2007, e até abril de 2017 andaram nofunicular 858.189 passageiros.Só em abril deste ano foram registados 11.464 passageiros e entrejaneiro e abril 19.828 passageiros.O ano que bateu todos os recordes foi o de 2016, com um total de126.752 passageiros e o melhor mês o de agosto do ano passado com40.468 passageiros.Possui duas carruagens com lotação para 25 pessoas, 12 sentadas e 13 em pé.Neste funicular e permitido o transporte de bicicletas para queos ciclistas possam ascender a Santa Luzia e circular nos trilhosexistentes.HISTÓRIAConstruído por iniciativa do empresário e engenheiroportuense Bernardo Pinto Abrunhosa, foi inaugurado a 2de junho de 1923 através da Empresa do Elevador de SantaLuzia.Entre 18 de Agosto e 31 de Outubro de 1944, os ServiçosMunicipalizados de Viana do Castelo assegurarama exploração, com carácter provisório e, em 1945,foi alvo de importantes trabalhos de reparação. Apartir de 6 de agosto do mesmo ano retoma a suaatividade e a partir de 24 de novembro de 1946 asua exploração passa a estar a cargo da CâmaraMunicipal.Em 24 de novembro de 1951 finda o contratocelebrado entre o Estado e o Municípiode Viana do Castelo para exploração doFunicular, sendo o mesmo entregue àDirecção-Geral de Transportes Terrestres,que por sua vez o transferiu para aCompanhia dos Caminhos de FerroPortugueses, a quem coube aexploração pelas quatro décadassubsequentes.16 valemais.pt
No ano de 1988 é concessionado à empresa Somartis, Sociedade CARACTERÍSTICAS DO ELEVADORManufactureira de artigos e artesanato, Lda., por um prazo de 10anos, renovável por períodos sucessivos de 2 anos. DISTÂNCIA :: 650 metrosA 19 de abril de 2001 termina a concessão à Somartis, ficando o DESNÍVEL :: 160 metrosmesmo inativo a partir daquela data, entrando em processo dedegradação. INCLINAÇÃO MÉDIA :: 25%A 28 de Janeiro de 2005 é transferido para o domínio público do VELOCIDADE NOMINAL :: 2 m/sMunicípio de Viana do Castelo e, em meados de 2005, foi alvode uma empreitada de 2,28 milhões de euros que resultou na TIPO DE VIA :: única, com cruzamentorenovação da linha, recuperação dos muros que a ladeiam e ainstalação de duas modernas carruagens. FONTE DE ENERGIA :: ElétricaÉ ainda construído um trajeto pedonal ao longo de todo o percurso ENERGIA DE SOCORRO :: Motor Diesel para o movimento ee instalada nova iluminação elétrica. A renovação concretizada baterias para os sistemas elétricosvisou, de igual modo, o cumprimento das atuais normativas desegurança, dispondo agora de três fontes de energia diferentes SISTEMAS DE TRAVAGEM NO GRUPO MOTRIZ :: normal(elétrica, gerador e bateria) e de quatro sistemas de travagem. (elétrico), de serviço e de emergência (hidráulicos)Desde 5 de abril de 2007 o Elevador de Santa Luzia encontra-se SISTEMAS DE TRAVAGEM NOS VEÍCULOS :: Dois freios de via plenamente reabilitado. (ao carril) hidráulicos FUNCIONAMENTO :: Automático, com um operador. As carruagens trabalham em contrapeso, ou seja, a que desce ajuda a puxar a que sobe, cruzando-se ambas exatamente a meio do percurso. O motor elétrico de 64,5Kw ajuda a vencer a diferença de carga nas cabinas e o desnível do percurso. CAPACIDADE POR CABINA :: 25 passageiros, com possibilidade de transporte de bicicletas, cadeiras de rodas e carrinhos de bebé TEMPO DE VIAGEM :: 7 minutos valemais.pt 17
MONTE DE SANTA LUZIA Para além do seu valor patrimonial intrínseco, a nível ambiental e histórico-arqueológico, Santa Luzia distingue-se como excecionalEntre finais do século XIX e princípio do XX, a construção do miradouro natural, estrategicamente localizado. A sua extensaElevador é o culminar de um ciclo de intervenções de iniciativa bacia visual permite observar a diversidade do complexo mosaicopública e privada no Monte de Santa Luzia. O conjunto destes da paisagem cultural tradicional do Alto Minho, desde o sectorinvestimentos, promovendo a melhoria das acessibilidades, terminal do rio Lima até ao litoral atlântico, proporcionando, dea qualificação dos espaços públicos e as condições de igual modo, uma perspectiva privilegiada para a interpretaçãoestadia, concorre para o melhor aproveitamento do seu integrada do conjunto urbano vianense.valor patrimonial, potencial turístico e significado religioso,sublimado pela construção do Templo Monumento de Santa A impressiva paisagem observável desde a ‘’varanda Atlântica”Luzia, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, projetado pelo do Monte de Santa Luzia é descrita pela The Nationalarquiteto Miguel Ventura Terra. Geographic Magazine, em 1927, num artigo da autoria de Harriet Adams, como uma das mais belas do mundo, apenasA partir da estação superior do Elevador de Santa Luzia, seguindo comparável aos panoramas avistados dos pontos maisa estrada que prossegue a ascensão do monte, rapidamente elevados do Rio de Janeiro ou do Funchal.alcançamos o nível aplanado onde se encontra implementada asua citânia, habitat de primeira ordem no quadro do povoamento A construção do Elevador veio assim reforçar a atratividade destacastrejo do Noroeste Peninsular, bem como o Hotel de Santa elevação montanhosa, tão próxima das vias de comunicação eLuzia, reconstruído em 1921. centralidades populacionais estruturantes.18 valemais.pt
Sabias?!que a escolagarante transporteEscola CasaInscreve-te emeprami.pt valemais.pt 19
Reportagem #Vila Nova de CerveiraManuel S. DR_José Gomes De 15 de julho a 16 de setembroBienal Internacional de Cerveira A MAIS ANTIGA DA PENÍNSULA IBÉRICAUm total de 206 peças de 149 autores, provenientes de 26 diferentes nacionalidades, foram selecionadas para participar A programação integra, pela primeira vez, aVIII Bienal no concurso internacional que constitui o principal foco da de Jovens Criadores da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa, entre 22 e 30 de julho, queBienal de Arte de Cerveira. Esta realiza-se de dois em dois anos, desde congrega 180 jovens, entre os 18 e 30 anos de idade,1978, e é a mais antiga em toda a Península Ibérica. oriundos de nove países – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, S.Este ano é já a 19ª edição e decorrerá de 15 de julho a 16 de setembro próximo. Tomé e Príncipe, Timor-Leste e o anfitrião, Portugal.Tem como tema “DA POP ARTE ÀS TRANS-VANGUARDAS, Apropriações da DISTINGUIDA COM SELOarte popular”. Através dele, pretende-se chamar a atenção para o choque EUROPEU EFEtecnológico que temos vindo a atravessar, conseguido, através dos séculos,pela identidade das nossas populações.Verificar-se-á, também, a participação de instituições de ensino superior. O A Bienal Internacional de Arte de Cerveira voltouevento envolve ainda as representações das universidades, escolas superiores a ser reconhecida com o selo ‘EFFE – Europe fore politécnicos das áreas artísticas com a apresentação dos seus departamentos Festivals, Festivals for Europe 2017-2018’, sendo umde investigação artística, produção de alunos e professores que fazem parte, dos 53 festivais portugueses apurados.ao mesmo tempo, do conselho científico da Fundação Bienal de Cerveira. “Esta distinção é o reconhecimento internacionalParalelamente às exposições, há, pois, um programa complementar que contempla do trabalho e da aposta nas artes como veículoperformances, conferências e debates, workshops, espetáculos, visitas guiadas e um mobilizador e impulsionador de transformaçõesconjunto de outras atividades. A qualquer momento pode acontecer uma atividade económicas, sociais e culturais”, afirmou, aperfomativa, com dança, música, teatro ou até a poesia a surgir do nada. propósito, o presidente da Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC), o autarca Fernando Nogueira.A artista Paula Rego será homenageada, bem como será prestado um tributo A distinção EFFE Label foi atribuída a 715 festivaisao escultor Jaime Azinheira (1944-2016). Será, ainda, lembrado o legado de europeus, em Wiesbaden (Alemanha), durante oErnesto de Sousa, uma das maiores referências da arte em Portugal, com uma meet-up que reuniu diversos candidatos de todaabordagem, inédita, do estudo visual do seu trabalho fotográfico. a Europa. Os festivais portugueses contabilizaram 53 Labbels, de um total de 62 candidaturas submetidas em categorias tão diferentes como Música, Dança, Teatro, Cinema e outros.20 valemais.pt
FERNANDO NOGUEIRA: Cabral Pinto“SEMPRE A CRESCER” CABRAL PINTO: “CONCURSO VOLTADOO presidente da Câmara Municipal e da Fundação PARA AS INSTALAÇÕES”Bienal de Arte de Cerveira, Fernando Nogueira, mostra-se contente pelo crescimento paulatino, na procura O diretor artístico da Bienal de Cerveira também falou, em exclusivo, àVALE MAISefetiva, e do número de artistas que se inscreveram edemandam a Bienal, assim como pelas obras e os meios QUAL É, PARA SI, A PRINCIPAL NOVIDADE?representados. À VALE MAIS deixou esta mensagem:“Diversidade cultural, qualidade, muita participa- Para além da homenagem que vamos prestar à Paula Rego, que é uma dasção, grande interatividade arte-artistas-visitantes, figurais maiores da arte portuguesa, temos este ano o concurso internacionalprofissionalismo na organização são os ingredien- muito voltado para as instalações. Ou seja, um conjunto de artistas quetes para a cada vez maior projeção da Bienal Inter- concorreram à Bienal com instalações, o que, de alguma forma, também nosnacional de Arte de Cerveira. dá uma nova direção da arte em termos das modalidades e das possibilidadesTemos muitas certezas, e uma delas é a excelência da mesma. Ou seja, há já um conjunto de artistas muito focalizado nestadesta XIX edição que, entre uma programação vertente da instalação. A instalação e vídeo anda à volta de 40% da maioriadiferenciada e de qualidade, vê mais um sonho dos trabalhos.concretizado ao integrar a VIII Bienal de JovensCriadores da Comunidade dos Países de Língua MAS ISTO DAS INSTALAÇÕES É UMA ARTE EFÉMERA?Oficial Portuguesa (CPLP), trazendo cerca de 250participantes, 180 dos quais jovens artistas. É uma É evidente que sim. Normalmente, da instalação fica o registo e pouco mais. Mas égrande honra alargar a bienal mais antiga do país e uma vertente que os artistas estão cada vez mais a agarrar como meio de expressão.da Península Ibérica aos países da CPLP.Interação, descentralização e internacionalização ALÉM DE NACIONAIS, QUAIS OS PAÍSES DA MAIOR PARTE DE ORIGEM DOSsão os três conceitos que devem ser ARTISTAS?permanentemente trabalhados e potenciados.O sonho e o desafio intrínseco aos 40 anos que a Normalmente, são espanhóis. Pela proximidade. Temos muita gente de anosBienal Internacional de Arte de Cerveira assinala, anteriores e outras edições; os espanhóis são aqueles que mais colaboramem 2018, é redefinir linhas futuras quer do certame e mais participam nesta Bienal. Efetivamente, em termos de participantesem si, quer de todo o vasto trabalho da Fundação no concurso, noto que, este ano, atingimos um número de países (31) queBienal de Arte de Cerveira ao longo de 365 dias. ultrapassou os que tínhamos verificado na última Bienal (27). Um record.Quem visita Vila Nova de Cerveira respira arte dentroe fora de portas em qualquer época do ano, mas com O EVENTO VOLTA A CENTRALIZAR-SE NO FÓRUM CULTURAL?a Bienal de Arte eleva-se a intensidade artística deCerveira ‘Vila das Artes’. O interessante é que, este ano, o concurso internacional vai ser todo montadoA Bienal de Arte de Vila Nova de Cerveira é hoje um no Castelo. Uma novidade interessante porque, também, é um aproveitamentoex-libris da cultura regional, nacional e internacional. de um equipamento abandonado e que vamos aproveitá-lo para mostrar a arte.Cabe a cada um de nós continuar este legado.” QUANTO CUSTA A BIENAL? Fernando Nogueira Acho que estamos a fazer a Bienal a um custo muito reduzido. Estamos a fazer quase uma omelete sem ovos. O orçamento, em si, está calculado num valor de 400 a 500 mil euros. Mas, daí, até à realidade vai uma grande distância. A maior parte do financiamento é, porém, da autarquia. valemais.pt 21
Edgar Romão “A Bienal de Jovens Criadores tem sido, ao longo das suas várias edições, um momento, por excelência, onde estes contactos conseguem ser feitos e EDGAR ROMÃO: “OLHAR onde mais construímos esta comunidade de países que é também de povos PARA ESTE PROJETO COM e uma comunidade de jovens” – referiu. MUITA ESPERANÇA” Edgar Romão notou que, “na Bienal de Jovens Criadores, os jovens podem mostrar Entretanto, Edgar Romão, do Conselho Nacional as suas criações que são expressões das suas próprias identidades, de cada um, mas da Juventude e responsável pelo projeto da também do que nos é comum, como CPLP”. Bienal dos Jovens Criadores, em nome de todos os conselhos nacionais da juventude dos países Nessa perspetiva, o desafio e a ideia de vir para Vila Nova de Cerveira lusófonos, sublinhou a premissa da construir “é uma associação natural, pelo menos, da parte da Bienal de Jovens pontes entre os jovens. Criadores, porque sendo esta não competitiva, mas, antes, uma partilha de experiências, permitirá, de forma excelente, aliar a experiência de uma Bienal consagrada e com artistas consagrados, com a juventude que está presente na dos Jovens criadores” O responsável por este projeto acentua que “o nosso desejo – e estou certo de que isso acontecerá – é que de 22 a 30 de julho próximo, os criadores jovens e os mais consagrados presentes da Bienal Internacional de Arte de Cerveira possam conhecer, interagir, dialogar, quem sabe, até criar em conjunto, e, seguramente, influenciar positivamente naquilo que é a expressão da sua arte e da que nos une como comunidade” “Olhamos para este projeto com muita esperança” – concluiu Edgar Romão.22 valemais.pt
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Reportagem #MonçãoManuel S. Direitos Reservados EUROCIDADE MONÇÃO – SALVATERRA SEDE TORNA-SE A “CASINHA PARA OS NOIVOS”Desde o passado mês de maio que a Eurocidade Monção- Salvaterra do Miño tem sede própria. Situa-se na Lodeira, mesmo junto ao Rio Minho, num edifício que já serviu de posto da PIDE, a polícia política que existiu antes do “25 de Abril de 74”, e, mais recentemente e por um período efémero, de cafetaria. Algo que sucede 22 anos depois da inauguração da ponte internacional e dois anos após a formalização do protocolo de constituição da mesma.Desde já, entendeu-se estabelecer reuniões entre Foi, também, já definida a constituição de comissões de trabalho em váriasos autarcas e técnicos dos dois municípios, com áreas (cultura, desporto, educação, juventude, turismo, meio ambiente,periocidade, no mínimo, mensal. De igual modo desenvolvimento económico) com o objetivo de preparar novas candidaturasfica, ficou definida a abertura diária das instalações. aos fundos comunitários, nomeadamente à segunda convocatória doFuncionará de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 POCTEP - Programa de Cooperação Transfronteiriço.e as 13h00 (período de manhã), e na quinta-feira,dia de feira semanal em Monção, entre as 15h00 e Está também definida a realização da SEMANA DA EUROCIDADE. Estaas 17h00 (período de tarde). decorrerá no mês de março, uma data simbólica, já que que foi a 29 de março (de 1995) que foi inaugurada a ponte internacional que liga as duas vilas raianas.Neste horário, haverá uma técnica que poderá fornecerinformação sobre os dois municípios, bem comoprestar esclarecimentos relacionados com questões demobilidade transfronteiriça na vertente social e laboral.24 valemais.pt
INAUGURAÇÃO DA SEDEA inauguração da sede constituiu mais um momento de festa entre os doismunicípios irmãos. Todavia, refira-se, a título de mera curiosidade, queSalvaterra chegou a estar sob domínio português durante um breve período(1643-1659), altura em que decorria a Guerra da Restauração (1640-1668).Desde há muito tempo, porém, que o relacionamento é de amizade ede fraternidade, mesmo relações familiares, de que os atuais edis destesmunicípios são exemplo. Além da população e autoridades locais, acerimónia de inauguração registou a presença do secretário de Estado dasComunidades Portuguesas, José Luis Carneiro, e do vice-presidente daXunta da Galicia, Alfonso Rueda Valenzuela.A Eurocidade Monção-Salvaterra tem como como prioridades, nomeadamente,a realização conjunta de atividades culturais, sociais e desportivas, a valorizaçãodo troço fluvial do rio Minho e a dinamização dos recursos endógenos nocampo enológico, patrimonial e paisagístico.Na “ordem de trabalhos” estará também o empreendedorismo transfronteiriço,a partilha de equipamentos coletivos, garantindo escala e rentabilizaçãofinanceira, e a apresentação de candidaturas a programas comunitáriostransfronteiriços, visando o fortalecimento da atividade turística e económica.EXPETATIVA DOS AUTARCASTrata-se, pois, de consolidar uma relação umbilical. À VALE MAIS, AugustoDomingues, o presidente da Câmara Municipal de Monção, observa que, “noquadro comunitário, existe muito dinheiro para financiar este casamento, estarelação”. Por isso, garante, na sede da Eurocidade estará uma pessoa habilitadaa trabalhar nas diferentes candidaturas ao POCTEP, a “ver se arranjamosdinheiro para coisas que temos em ideia”. Mormente um barco que ligueturisticamente Valença/Tui a Monção/Salvaterra, uma plataforma (ponteinternacional) que permita ligar as duas ecopistas, uma ponte nas Neves quepossa fazer um retângulo inter-ecopistas e até no domínio da qualidade devida e proteção ambiental das nossas comunidades.”O edil monçanense destaca, por outro lado, a importância das relaçõesculturais, nomeadamente o intercâmbio dos alunos das escolas de Monçãoe Salvaterra. “Acabar com algumas barreiras que existem no rio”, aponta eexemplifica com o centro de saúde de Monção que, ao contrário de Salvaterra,tem urgência à noite; os bombeiros monçanenses que vão lá e que podiam, comisso, ser ressarcidos, financiados, tendo sócios na Galiza que lhes permitiriamuma gestão mais facilitada; uma piscina que é utilizada pelos habitantes dosdois municípios, o mesmo com a Biblioteca Municipal, o Cine-Teatro”.“Tudo isto vai ser aqui estruturado. Além disso, os alcaldes de Salvaterrae Monção, com as suas equipas, terão obrigatoriamente de reunir,aqui, uma vez por mês, para estruturarem algumas estratégias para darqualidade de vida às populações.” – explica.CASINHA PARA OS NOIVOS“Antes de assinarmos este acordo, já o fizemos com outro aquando da celebraçãodos 20 anos da ponte. A partir daí, já começamos a trabalhar. Isto, no fundo, éa casinha para os noivos. Andamos a namorar, casamos há dois anos e esta éa casinha que vai evidenciar todas as estratégias no sentido de conseguirmosapoios financeiros, além de outras coisas que possam aqui acontecer. Mas jácomeçamos a trabalhar. Há pouco tempo fomos a Lisboa buscar o projeto daponte que nos possibilite umas plataformas para unir as ecopistas.” valemais.pt 25
Enfatizando: “Temos reunido, fazemos uma S. Silvestre no fim do ano onde há ALCALDE DE SALVATERRAatletismo que não vai só ao centro urbano de Monção, como ao de Salvaterra.Obviamente que, a partir de agora, estamos com algo mais profundo e Arturo Grandal Vaqueiro, o edil salvaterremse, querimportante, sobretudo com as estratégias de financiamento. A Comunidade um barco turístico que possa navegar nestas águas.Europeia tem dinheiro e vamos buscá-lo com as candidaturas adequadas. “Já imagino um pequeno Douro com visitas àsSobretudo, bebendo alguns exemplos que já estão aí. O mais importante, adegas, circuitos temáticos sobre o vinho Alvarinhoa nível de eurocidades, é a de Verin/Chaves. A técnica que aqui trabalha foi e rotas ecológicas”. Quer também uma ponte comvárias vezes lá no sentido de beber daquela experiência.” Iluminação, pintura e alargamento para as pessoas que a cruzam a pé, a correr ou de bicicleta.Não ignorando os casos de Valença/Tui e Tomiño/Cerveira, AugustoDomingues considera que aquela foi a “forma mais rápida de nos pormos a par À VALE MAIS considera, desde logo, a existência dacom eles”. “Têm feito coisas extraordinárias. Cartão do cidadão da eurocidade sede um importante passo.comum, apoio social comum, utilização hospitalar comum” – aludiu. “Temos um ponto físico onde se podem encontrarBARREIRAS as pessoas, com informação da Eurocidade, das câmaras de Salvaterra e Monção. É, sobretudo,Reconhece, porém, ainda existirem muitos passos a dar. “Como dizia João mas um passo mais em frente para as pessoas seVerde, para casar os pais não lhe deram consentimento. Inclusive há o direito mentalizem que isto também existe fisicamente.”comunitário que têm de se aprimorar no sentido de apoiar as eurocidades.Ainda é muito vago. Temos as AECT, que são regiões de intervenção A partir de agora, “vamos preparar a apresentaçãointerfronteiriça… mas o direito comunitário tem de suportar estas ligações de projetos à União Europeia, fazer uma agendada eurocidade. E acabar com aquelas barreiras todas. Porquê na saúde, cultural única Monção/Salvaterra, um guia turístico eação social e outras áreas, as sinergias de Salvaterra não são utilizadas pelos promover as potencialidades. Quem vier a Salvaterramonçanenses, e as de Monção pelos salvaterrenses?” – questiona. tem de ir a Monção e vice-versa. Porque aqui temos de tudo. O Rio Minho que nos une, a ponte que é umaE adianta: “Temos, inclusive, uma aposta muito grande dos empresários galegos rua, a gastronomia, o vinho, o clima, o castelo, umaque se estão a instalar nas nossas áreas empresariais. Já demos muitos passos, série de coisas que temos de promover.”agora é que temos de abrir completamente…. Não faz sentido uma Europaunida, como pretendemos, e ainda temos escolhos no rio que nos dividem.” “Há grande expetativa. O alcalde de Monção e eu somos filhos da terra, vivemos o rio desdeEm dezembro de 2014, no Seminário Luso-Galaico, realizado em Monção, o pequenos, toda a problemática que houve emalcalde de Salvaterra sugeriu que, no futuro, a eurocidade se possa vir a chamar tempos difíceis. Temos tudo. A população, queMonsal ou Salmon, juntando partes do nome de cada um dos municípios. hoje nos acompanhou, projetos importantes para implementar. Urbanizar, ampliar a ponte, para queAugusto Domingues brinca com isso. “Salmon nunca, só no prato. Monsal, as pessoas a possam cruzar os passeios um bocadoclaro, somos maiores, termos perto de 20 mil residentes, eles têm metade, mais largos, que fique uma rua com flores e bemobviamente que temos de estar em primeiro. Salmon no prato, Monsal sempre”. iluminada, com mais qualidade de vida”.26 valemais.pt
RIO NAVEGÁVEL • Arquitetura e Design de Interiores • Projectos ParticularesO autarca galego refere, igualmente, que há que “tornar o rio • Projectos de Espaços Comerciaisnavegável, daqui a Tui. Já fizemos um estudo sobre a altura • Fabrico Próprioda água, sobre sítios onde se passa melhor, poderá, até,haver uma aplicação para o telemóvel. Temos, já, em vista DESENHAMOS A TUA IDEIA,um barco para isso. Tem de ser um com um fundo quase CONSTRUIMOS O TEU SONHO!plano. O rio, às vezes, tem pouca água. Depois… há o clima,o rio, a paisagem, quintas de vinho, poder navegar pelo rio Edif. Monte Branco . Tuídonum pequeno tour… penso que é o futuro.” Gandra . VALENÇAO autarca salienta, mesmo, que os dois municípios são muito [email protected], designadamente, ao fim de semana. “Temos umparque em Salvaterra que atrai milhares de pessoas, Monção t: 00351 251 821 120também tem as suas coisas; daí quero dizer que, trabalhando t: 0034 674 113 439em comum, podemos evoluir”.Arturo Grandal realça, de igual modo, a importância que osserviços têm em Monção e Salvaterra. “Têm de ser aproveitadosa 100 por cento. Por exemplo, os bombeiros têm de atenderSalvaterra; o Centro de Saúde de Monção quando o de Salvaterrafecha à noite; a piscina climatizada de Monção tem de valer porduas. Não podemos ter outra, a que existe chega para 30 milhabitantes. Ao estarmos tão juntos e com boas relações, temos depromover mais as atividades culturais, educativas, desportivos…tudo como se fosse só uma Câmara.”Queixa-se, porém, da necessidade da lei enquadrar melhor estarealidade. “As populações evoluíram muito, as leis fecharamportas… e têm de ir adiante das populações. O político temde abrir a porta à população e não o contrário. O politico temde pensar o que o povo necessita para o seu futuro e abrir aaporta, por melhores estradas, melhores acessos, para que ascomunidades, tanto de um lado como de outro, tenham umamelhor qualidade de vida.”CHEGARÁ SÓ UMA CÂMARAA concluir a conversa com a VALE MAIS, reavivamos, também, aquestão do nome: Monsal ou Salmon? “Se tirarmos uma foto doar, não sabemos qual é Salvaterra ou Monção. Estão pegados. Éum quilómetro entre as câmaras, 330 metros desde as muralhas.Há que pensar que um dia chegará só uma Câmara. Somos pertode 10 mil pessoas em Salvaterra, das 20 mil de Monção. Um totalde 30 mil. É, pois, já uma entidade importante.”“Chegará um dia em que se poderá chamar Salmon ou Monsal”– alvitra.Entretanto, na rotunda na avenida de acesso à ponte internacional,junto ao Rio Park, foi colocado um motivo alusivo à Eurocidade.Na conceção da mesma, foi pensada uma imagem emsemicírculo, virada a Salvaterra de Miño, acolhendo quemvem da ponte internacional, revestindo o volume com pastilhacerâmica vidrada em cor azul, encimada por uma peça em açocorten com iluminação embutida. valemais.pt 27
Opinião #José Manuel Carpinteira Valorização dos Recursos Florestais Desde sempre, o espaço florestal do Alto Minho Relativamente à gestão e ordenamento florestal proporcionou às suas populações matéria-prima, alimento, é de referir que um dos diplomas atribui aosenergia e proteção. Hoje não é diferente, contudo as alterações municípios uma maior intervenção nos processosda sociedade exigem mudanças na forma de gerir estes valiosos de decisão relativos ao uso do solo. No que toca àrecursos que constituem o património florestal. Os municípios defesa da floresta, destacam-se um conjunto dejogam aqui um papel fundamental na defesa, no ordenamento medidas que visam uma atuação integrada nae na conservação dos recursos florestais. No entanto, exigem-se prevenção, vigilância e combate aos incêndios eoutras medidas. Medidas essas que passam pelo ordenamento uma Proposta de Lei que revê o ‘regime jurídico dasflorestal, alteração da atual forma de gestão dos baldios, apoio aos ações de arborização e de rearborização’ para evitarproprietários florestais e organizações de produtores, captação a expansão da área de plantação de eucalipto.de investimento local e externo e simplificação dos instrumentosde planificação florestal. Somente com a valorização económica Alguns diplomas desta reforma, vão ainda percorrerdos recursos florestais poderemos manter e conservar a verde um caminho importante na Assembleia dapaisagem que identifica o Alto Minho. República. Esperamos um debate político aberto para garantir que a reforma da floresta seja a maisA nível nacional a floresta representa 3% do PIB e mais de 10% das exportações, consensual possível. Aliás, sobre este processo, opor isso, é importante intervir para forçar tomadas de consciência e promover senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo deajustamentos que sejam capazes de garantir a diversidade da floresta e, ao Sousa, afirmou que espera um consenso nacionalmesmo tempo, a viabilidade de uma indústria de primeira importância. e que se passe rapidamente do “papel à realidade” porque “já perdemos tempo demais”.Nesse sentido, o Governo definiu, como uma das suas prioridades políticas,a reforma do setor florestal, no quadro da valorização e coesão do território É minha convicção que para uma floresta de futuro,nacional. Assim, depois de uma ampla discussão pública, o Conselho de Ministros sustentável, deverá ter-se ainda em conta umaaprovou, no Dia Mundial da Floresta, um pacote legislativo que corresponde aos gestão florestal certificada e profissional, encarandograndes desafios da floresta portuguesa, ancorado nas três áreas críticas do setor: e assumindo, as áreas florestais como espaços de usoa titularidade da propriedade, a gestão e ordenamento florestal e a defesa da múltiplo, para atrair e motivar as populações que delasfloresta nas vertentes de prevenção e de combate aos incêndios. vivem, e os que nelas trabalham, nomeadamente, os técnicos florestais, produtores, pastores, apicultores,Em relação aos diplomas que constituem esta reforma destaca-se, na área caçadores, bem como o turismo natureza, entreda titularidade da propriedade florestal, a criação do “Banco de Terras” que outros, que serão sempre os primeiros a preservar, aincorporará todo o património rústico do Estado e o património rústico sem prevenir e a defender a floresta dos incêndios.dono conhecido. Neste diploma está patente que o Estado passa a assumir agestão da propriedade sem dono durante 15 anos. Durante esse período de A execução destas políticas revela-se tanto maistempo, se for descoberta a titularidade dos proprietários, a posse das terras urgente quando consideramos os enormes prejuízosreverte a seu favor, caso contrário, o Estado passa a ser o seu dono. O Estado causados pelos incêndios florestais. E num momentopode ainda gerir diretamente essas terras, ou passar a sua gestão a jovens da maior importância para a preparação do combateagricultores, ou a Entidades de Gestão Florestal, a título provisório. aos incêndios florestais manifesto, aqui, a minha gratidão, solidariedade e confiança aos Bombeiros e aos agentes de proteção civil que nos vão permitir encarar os próximos meses com mais segurança.28 valemais.pt
Opinião #Maria Fátima CabodeiraPORTUGUÊS SUAVE Os legumes, a fruta da época, as leguminosas Ousando cantar na língua materna, o insubmisso Salvadorsempre fizeram parte da alimentação tradicional, Sobral conquistou o Festival da Eurovisão, em Kiev, com uma bela melodia da autoria da sua irmã, Luísa Sobral. No para quem vive no campo. Aliás, a gastronomia palco, deixou um gesto de enternecedora cumplicidade.é tanto mais rica quanto sabe tirar partido dessa Com formação jazística, procurou, contudo, fugir a sazonalidade. estereótipos de géneros musicais – o cantor conhece desde muito novo os meandros dos media -, tendoA confeção de refeições com uma base constituída por interpretado a canção “amar pelos dois”, cuja vitória foiazeite, cebola, alho e tomate fazem milagres gustativos corroborada pelo júri e pelo público.nos países do sul da Europa. Vem isto a propósito dapreocupação crescente com a obesidade infantil em Talvez não seja despiciente a esta vitória o facto de oPortugal, que, segundo estatísticas atuais, tem vindo Fado ser Património da Humanidade, havendo grandesa aumentar, alegadamente devido ao abandono da nomes do panorama musical nacional – Camané,denominada dieta mediterrânica.Salientam os nutricionistas, a sopa e a fruta estão a ser Marisa, Ana Moura, Carminho, etc. - que o têm (e)substituídos por produtos alimentares industrializados, levado aos quatro cantos do mundo. O sentimento,onde imperam os aditivos. como se viu, é uma linguagem universal.Em Portugal, podemos afirmar sem complexos, há uma Foi mais ou menos isso que o Papa Francisco advogou, emgastronomia de excelência, criativa e diversificada, Fátima, no Centenário das Aparições, que se comemorou aque é um verdadeiro hino à simplicidade. E à secular 13 de maio, na Cova da Iria, exortando os fiéis a uma atitudemundividência dos portugueses. Ervas aromáticas de performativa, que se materialize na ação. Na qualidade detoda a espécie são o tempero ideal para usar e abusar nas peregrino – caminhante entre os caminhantes – foi claroementas, agora que os dias se apresentam inteiriços e ao advertir a comunidade católica para a necessidade debuliçosos, a pedir refeições estivais, mais leves e frescas. ir ao encontro dos outros, ajudando sobretudo as franjas situadas nas margens da sociedade.Na era do descartável, sentar-se à mesa – sempre quepossível sem consultar o telemóvel - degustar uma Simbolicamente vestido de branco elegeu a “alvura” comorefeição, acompanhado por outras pessoas, é um manual palavra-chave dos seus acutilantes discursos. E lavrou ode sobrevivência do civismo e uma forma de convocar a seu afeto também em Português.intrínseca comunicabilidade entre os seres humanos. valemais.pt 29
Opinião #Luís CeiaEscapadinhas ao ALTO MINHOApesardecomprar,raramente, ser mencionada como a O turismo em centros históricos, configura-se O Alto Minho cumpre na totalidade principal razão para viajar, como um produto potencialmente capaz de estes requisitos, julgo até pelo magnificoé, contudo, talvez, a mais universal inverter a tendência de desertificação referida no trabalho de regeneração dos seus Centrosdas atividades turísticas, sendo a relatório da Unidade de Missão para aValorização Históricos, pela formação dos técnicosmais importante catividade para do Interior. Perante esta realidade, o turismo quer das Associações Empresariais e dosos turistas internos e internacionais surge como um eixo estratégico de uma política Municípios, recordo a este propósito a(Goeldner, Ritchie e McIntosh, de ordenamento urbano, que necessariamente, pós-graduação em Gestão de Centros2001; Kinley, Kim e Forney, 2002) tem de propor uma oferta competitiva que vá Históricos em Rede promovida pelae de grande importância para de encontro às expectativas dos visitantes e, ao CEVAL que envolveu 18 técnicos doos comerciantes locais (Turner mesmo tempo, contribua positivamente para o território. Estamos preparados, pelo quee Reigner, 2001). Apesar de não desenvolvimento dos centros históricos e para o propusemos ao Senhor Secretário deser para a grande maioria o bem-estar daqueles que neles habitam. Estado Adjunto do Comercio, aquando damotivo principal da escolha do sua visita ao Alto Minho, que o Governodestino, a oportunidade de fazer Considerando que os territórios patrocinasse uma experiencia pilotocompras, influi como fator na Tansfronteiriços: nesta região no sentido de dinamizarescolha do destino dos potenciais um programa anual de promoçãocompradores (Moscardo, 2008). • estão em zonas definidas como de turística externa dos Centros HistóricosOs autores, concluem que mesmo baixa densidade; do Alto Minho, na região na Galiza, ondeaqueles que não viajaram pelo a exemplo das célebres escapadinhasmotivo das compras, acabam • devem fomentar a cooperação galegas, pudéssemos ter na nossa regiãosempre por comprar. transfronteiriça; apoios para a promoção dos mesmos junto da Galiza transfronteiriça.Os centros históricos com riqueza, • que a cooperação transfronteiriça seem recursos naturais, patrimoniais, afirma como a medida mais importante Estes Centros são locais onde interagemculturais e gastronómicos, possuem para acabar com a marginalidade destes recursos naturais, patrimoniais, culturais,características próprias e impares, territórios; gastronómicos de lazer e comerciais; ondeque podem ser mobilizadoras para o se aglutinam as melhores lojas comerciaiscrescimento das atividades económicas • as recomendações do trabalho da Unidade e os restaurantes que espelham o melhordas regiões, em particular das atividades de Missão para aValorização do Interior; da gastronomia regional.associadas ao turismo. • necessitam promover políticas que Não tenhamos duvidas que a aposta fomentem a atividade turística como estará à partida ganha, e pronta para dinamizadora de crescimento económico e criadora de riqueza e emprego; se replicar ao longo do território transfronteiriço nacional • possuem recursos naturais, patrimoniais, culturais e gastronómicos com características próprias e impares a nível nacional.30 valemais.pt
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Opinião #Mário Garrido32 valemais.pt
Opinião #Manuel Pinto NevesAinda a VIOLÊNCIA no DESPORTONos últimos tempos, o clima de “guerrilha” desportiva acentuou-se de uma forma assustadora no nosso país.Na verdade, desde os insultos entre dirigentes e claques até aos As claques representam os apoios físicos dos clubes. irracionais desejos de morte para com os adversários (tornados Nelas, inicialmente criadas apenas para apoiar e inimigos), tudo tem valido, com o apoio insano dos “media”, com o incentivar as equipas durante os jogos, infiltram-objectivo de aumentar as suas audiências. se autênticos profissionais da desestabilização que conduzem à violência. Isto tudo com aEm Julho de 2013, quando escrevi, no nº 19 da VALE MAIS, um “Ponto de Vista” complacência dos dirigentes.com o título de “os incitadores da violência no desporto”, longe estava deimaginar que esta temática voltaria a estar tão actual! Os pretensos “comentadores desportivos” são, salvo raras excepções, indivíduos com formação académicaAos “incitadores” então referidos (governos, “mass media”, dirigentes e claques) superior. Porém, na sua grande maioria, têmacrescentava mais um: os “comentadores desportivos”, nomeadamente do futebol. perspectivas clubistas enviesadas e não conseguem ver a realidade dos acontecimentos que “comentam”.Os governos são responsáveis pela criação de conjunturas propícias a Assim, acabam por ser mais uma acha para a fogueirasituações que levam a violência. A sua intervenção, ou omissão, neste campo das paixões exacerbadas e ajudam, como se isso aindaé condicionada por interesses essencialmente políticos, ficando por meros fosse preciso, a fomentar a violência na área desportiva.processos de intenção e de retórica estéril de propaganda. A violência no desporto não é avulsa. Tem rituais eOs “mass media” são também responsáveis por esta onda de violência. É segue normas elaboradas.sabido que é através da comunicação social que se criam factos inexistentes,fomentadores de paixões, que se agitam sentimentos de rivalidades Como estancar este fenómeno? Não há umadoentias, verdadeiros vulcões prontos a explodir, em vez de se procurar uma resposta modelo. Porém, quando a sociedadeinformação imparcial e apaziguadora. conseguir responder aos anseios básicos das pessoas, humanizando-as, a violência no desporto (e qualquerOs dirigentes são os maiores responsáveis pelo incremento da violência, outra) poderá deixar de ser tema de discussão.suportados nomeadamente pelos meios televisivos, por serem os maisimediatos, e escondidos, muitas vezes, por “profissionais” de comunicação E há ainda mais uma coisa: a aplicação da lei quedos clubes, vulgo “porta-vozes” dos mesmos. As atitudes de alguns destes se encontra em vigor! Se ela for cumprida de formaindivíduos (pseudo-dirigentes) ficam a dever-se a diversos motivos: desejo implacável, e não se continue a “enterrar a cabeçade protagonismo, necessidade de encobrir gestões desastrosas e total na areia”, é bem possível que a violência desportivairresponsabilidade indiciadora de mentalidades egocêntricas doentias. desapareça drasticamente dos nossos quotidianos. valemais.pt 33
Ensaio #José Emílio Moreira A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICAe o fim de muitas profissões tradicionais “OS HUMANOS VÃO TORNAR-SE SUPÉRFLUOS”?Para além das preocupações com o equilíbrio ambiental, visando salvar a E os outros homens? E os jovens, trabalhadores do“MÃE TERRA”, a exigirem uma nova e revolucionária ética comportamental futuro? Serás que os políticos não encontram tempoempresarial, individual e social; com as fragilidades económicas e financeiras para ler, meditar e refletir sobre o futuro, no seumundiais; com a salvaguarda e regeneração da socialização dinamicamente essencial? Ou só lhes interessa estar apetrechadosapropriada dos jovens; com a diminuição das escandalosas assimetrias com soluções rápidas e imediatas que vão aoregionais e sociais existentes; com a defesa da qualidade de vida da chamada encontro do que considerem ser as expectativas“ terceira ou quarta idade” cada vez mais numerosa e mais vulnerável, outra imediatas também dos seus eleitores?questão que me parece dever ser tratada com toda a inteligência, empenhoe compromisso, quer pelo poder político, quer pelo setor empresarial, quer A realidade atual já nos mostra sinais evidentes.pelas instituições universitárias, é a questão da grande revolução tecnológica Ninguém nega a importância das invençõesem curso e a sua aplicação ao mundo do trabalho, com especial realce para tecnológicas que vieram, na maior parte doso alargamento dos domínios da “inteligência artificial” e a robotização nos casos, dar aos homens de todos os tempos novassistemas de produção e serviços, com consequências profundas já conhecidas oportunidades de melhorarem a sua qualidadeou ainda no patamar do possível, a implicarem uma nova organização e de vida, de garantirem o seu sustento com menosocupação dos trabalhadores, onde, para além dos poucos postos de trabalho esforço e perigo, de proporcionarem mais saúde,que vão restando, só os conseguirão ocupar quem dominar o “ saber”, ou mais cultura, melhor relacionamento social.seja, quem atinja uma especialização nos últimos gritos da investigação Relembrem-se os efeitos positivos da revolução dacientífica e sua aplicação tecnológica. “máquina a vapor”, da “máquina a eletricidade” e agora o mundo fantástico da “máquina eletrónica” e o “incontornável” domínio teórico e prático da “inteligência artificial”. As máquinas não se tornaram só companheiras inseparáveis dos trabalhadores como dantes eram os animais nas tarefas agrícolas, nos serviços de distribuição ou de comunicação entre lugares e pessoas;34 valemais.pt
hoje e, cada vez mais, as máquinas mais automáticas, mais complexas e mais PublicidadeMas pela crescente e universal tecnicização daspotentes substituem os trabalhadores: assistimos, para bem e para mal, à forças e meios de produção material ou imaterial,crescente robotização do mundo do trabalho: nos auto-fornos, nos serviços de qual será o destino, o tipo de vida, a angariaçãolimpeza, nas obras de infraestruturas, nas explorações mineiras, nas tarefas de de recursos para aqueles que não têm preparaçãocargas e descargas, nos meios de vigilância e controlo, no mundo automóvel, para manipular as novas e complexas tecnologiasdesde a automação dos carros individuais, a outros veículos coletivos sem e mesmo aos que tendo esse “saber” e essascondutor, como em carros de aluguer, metropolitanos, comboios, aviões, etc. competências não lhes dão acesso à ocupaçãoDaqui a algum tempo, a “Guerra” não vai precisar de soldados: drones, aviões laboral por estarem a mais em relação ás modernase tanques telecomandados ou préprogramados, mísseis nucleares de longo necessidades empresariais ? Que vão fazer os jovensalcance, domínio informático de comunicação e propaganda com mais precisão no futuro? Quem tem dinheiro e saber vai ficare mais eficácia e mais mortes… Até, nas nossas casas, há robôs de cozinha, de com mais dinheiro e mais poder? E os “pobres” delimpeza, etc. Há também restaurantes onde são já robôs que servem os pratos dinheiro e os “pobres” do saber ? E mesmo os ricosaos clientes! Hoje, a agricultura extensiva (e não só!) não é rentável se não for de “saber” que não podem empreender por seremmais ou menos automatizada. A indústria moderna é cada vez mais tecnicizada pobres de “poder”?e computorizada, da mais leve à mais pesada: têxteis, metalurgia, indústriaautomóvel, eletrónica, etc. Mas também, nas profissões mais “mentais”, a O que fazer com os muitos desempregados? Como“invasão” tecnológica está a acontecer em força: na área da finança, seguros, dividir, com justiça, os avultados rendimentoscontabilidade, serviços bancários, estatística, etc. Na medicina já não é só a criados por todas essas novas ferramentas de capitalnível de exames e diagnóstico, mas também a nível de cirurgia, com resultados e tecnologia? Deverão as empresas pagar para aextraordinários na “microcirurgia”. Na comunicação entre os homens, na relação segurança social por cada robô utilizado em vez doespaço-tempo, o 1.º já quase não conta; domina o 2.º elemento cada vez mais trabalhador humano dispensado? Deverá ser criadocurto, dependendo quase exclusivamente da “velocidade”. um subsídio universal mínimo suportado pelos impostos sobre a atividade económica, ou diminuirSerá que, daqui a mais algum tempo, até as escolhas éticas e jurídicas a carga horária laboral para criar postos de trabalhoresultarão de uma decisão proveniente de uma formatação lógico- para a maior parte e mais tempo para a vida pessoal ematemática, bastando introduzir dados e carregar numa tecla, sem ser familiar, para a cultura e para o lazer?preciso pensar muito na escolha a selecionar? Famílias, empresas, escolas e políticos unam-seAté para fazer filhos (criá-los, parece-me mais complicado!) já não serão necessários para pensar a sério o presente e programarem,dois parceiros juntos em ato amoroso ou circunstancial, nem atos sexuais e, mais com bom senso, com humanismo e com esperançapara a frente, possivelmente, nem a fecundação dos óvulos pelos espermatozoides um mundo melhor para todos, de modo a evitar ofará falta, bastando a multiplicação de uma célula corporal e, até com a possibilidade emergir de novos fascismos sociais e políticos, sejade, com tecnologias especialíssimas em engenharia genética, alterar artificialmente a lá onde forem e de que cor se apresentarem.combinação das moléculas do ADN. As“barrigas de aluguer” e a fecundação“in vitro”são já práticas eficazes. E se inventarem “ovos” humanos artificiais? Certamente, não fui capaz de equacionar corretamente este problema. Mas, apesar de tudo,Estes exemplos são apenas alguns de muitos que poderia apresentar. Porém, por caro leitor, o que pensa acerca destas questões?motivos de espaço e, sobretudo, pela pequenez do meu saber, fico por aqui. Apesar de tudo, também, eu acredito que osO que parece certo é que, daqui a 10, 20, 30, 50 anos, só uma pequena parcela homens de boa vontade serão capazes de descobrirda tradicional atividade humana chamada “trabalho” não será dominada pela as soluções que conduzirão a humanidade noaplicação tecnológica e pela sua robotização. Dizem os entendidos que só as caminho da luminosidade racional, da tensão éticaprofissões de criatividade, supervisão e controlo sobrevirão. Assim, em muitas e da solidariedade social.profissões, os homens vão tornar-se supérfluos, inúteis mesmo. valemais.pt 35O empresário, o investidor, se for dominado apenas pela lógica do“capitalismo” no quadro do mercado global, só quer o “máximo lucro”. Daísó vai investir nos meios de produção mais eficazes, mais rentáveis, maisbaratos, menos problemáticos em termos organizativos e psico-sociais . Éuma tentação absorvente e parecendo à primeira vista legítima e normal. Masesses investimentos muito volumosos são feitos, quantas vezes, com grandesisenções fiscais, com empréstimos fortemente bonificados ou mesmo comsubsídios a fundo perdido, dados por todos nós, provenientes dos impostosque, com mais ou menos queixumes, pagamos. Que retorno para a sociedade,se tantas vezes o IRC é subtachado e o n.º de empregos criados é ínfimo? Seráa economia apenas uma atividade que visa apenas o “lucro”? Que sociedadese quer para amanhã, quando aprendemos (e penso que este ensinamentonão caducou…) que é pelo trabalho que todo o homem consegue a suarealização pessoal e existencial e, consequentemente, contribui também paraa organização e bem estar social, dando e recebendo?
Reportagem #CaminhaJosé C. Sousa Direitos ReservadosSPORTING CLUBE CAMINHENSE Novo Posto Náutico é o desejoSporting Clube Caminhense foi fundado no dia 14 de Dezembro UM NOVO POSTO NÁUTICO de 1926, tendo sido a filial n.º 49 do Sporting Clube de Portugal. Inicialmente, dedicava-se ao futebol e ao ténis. Foi, nessa altura, Para o presidente, o grande objetivo está bem traçado.que se tornou filial do Sporting. No entanto, no ano 1930, o remonasceu no Sporting Clube Caminhense pela mão de Manuel Augusto “Temos um projeto que será a concretização de umFernandes. Rapidamente se tornou numa potência nacional do remo. sonho. A construção de um Posto Náutico novo. Queremos ter as melhores condições para os atletas,Quisemos saber qual é o estado atual do clube e por isso fomos até a Praça sócios e simpatizantes”.Conselheiro Silva Torres, em Caminha, e, na sede do clube, conversamos comPedro Fernandes, o presidente. “Também para acompanhar o desenvolvimento dos outros clubes, temos de dar este importante saltoNatural de Seixas, entrou para o clube com 9 anos. Hoje, com 38, sonha com e investir no aumento das instalações, capazes dea construção de um novo Posto Náutico, que receba atletas, estágios, sócios e responder aos desafios futuros”.simpatizantes e que seja funcional. “O local seria o mesmo e, numa primeira fase, o im-Durante os anos que passou no clube, Pedro Fernandes foi atleta, treinador, portante é passar aquelas instalações para posse dopresidente e, no primeiro ano à frente da direção (2014), acumulou os três cargos. clube ou do Município, porque, neste momento, isso, ainda não acontece. Ainda não está comprovadoPara além dos projetos e desafios que o clube tem, desde que assumiu os de quem é propriedade aquele local. Temos vindo adestinos desta coletividade, tem procedido à restruturação e aquisição de trabalhar no sentido de perceber a quem pertenceequipamentos que mantenham o clube preparado para abraçar novos desafios. aquela edificação. Tudo indica que seja propriedade da APA -Agência Portuguesa do Ambiente - Ministé-“Todos os dias pensamos em evoluir e queremos sempre mais para dignificar rio Ambiente. Se isso for comprovado, acredito queas cores do Sporting Clube Caminhense”, refere. tudo será mais fácil”, acentuou.36 valemais.pt
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O CLUBE alunos, até ao 9.º ano, possam experimentar as aulas e ter um contacto direto com o remo na água e indoor e, assim, podermos cativar os mais jovens” disse.A aposta passa pela formação. Para o presidente, o projeto tem corrido bem visto que, dia após dia, surgem“Temos investido muito nas camadas de formação. mais jovens interessados em praticar a modalidade.Essa é uma lacuna que existe e que esperamos,daqui a 10 anos, esteja dissipada. Queremos que os TREINOS E PROVASatletas, que hoje estamos a formar, sejam o futurodo clube”, asseverou. As instalações do clube estão abertas todos os dias para quem possa treinar. No entanto, as horas de maior fluxo são das 17h00 às 21h30.Atualmente, o Sporting Clube Caminhense tem,aproximadamente, uma centena de atletas distribuídos “Há treinos todos os dias, dependendo dos escalões. No entanto, o clube estápelos escalões de benjamins, infantis, iniciados, juvenis, aberto todo o dia e podemos treinar a qualquer hora, desde que acompanha-juniores, seniores e veteranos. dos pelo treinador ou seguindo um planeamento de treino”, atesta.Outro objetivo é que os atletas sejam provenientes do “Havendo condições climatéricas favoráveis e o rio estável, a prioridade é treinar naconcelho. “Somos um clube do concelho de Caminha. água. Não havendo estas condições, o treino é indoor, tanto no tanque, como no er-Nesse sentido, temos um protoloco com o Agrupamento gómetro”.de Escolas de Caminha e o Município para que os No que diz respeito às provas, estas são inúmeras.38 valemais.pt
“Na primavera e verão, devido ao clima, decorrem mais; mas, noinverno, dão-se as regatas de maior distância”.As mais importantes são: o Campeonato Nacional de Fundo, comdistâncias de 5 a 6 quilómetros; o Campeonato Nacional de Veloci-dade; e a Taça de Portugal. Destaque, ainda, para as regatas organi-zadas pelos clubes em diferentes zonas do país, durante todo o ano.“Em Caminha organizamos regatas com alguma história. A maisimportante talvez seja a Taça Presidente da República que já vaipara a sua 18.ª edição”, garante.Outra aposta do clube é a Regata de Remo de Mar.“Fomos os primeiros campeões nacionais desta modalidade. In-vestimos em dois barcos de remo de mar e participamos no cam-peonato do mundo”, acrescenta.O REMO NO ALTO MINHO ESTÁ A CRESCER“O remo tem evoluído muito. Temos, bem próximo de nós, doisexemplos disso, em Cerveira e em Viana do Castelo. Antigamente,a forma de trabalhar e de cativar atletas era diferente. Hoje con-seguimos ter muitos jovens interessados na modalidade e isso fazcom que ela cresça”, observa.“No entanto, é necessário material que dê resposta a essa procu-ra. Chegamos a um ponto que queremos mais atletas, mas preci-samos de mais espaço e de mais material para dar essa resposta”. valemais.pt 39
Um barco para um atleta de formação, de um lugar, cha- TÉNIS, NATAÇÃO mado skiff, pode custar, no mínimo, 2500 euros. Os remos E UMA SEDE RENOVADApodem custar cerca de 400 euros. Falando de barcos decompetição, esses valores sobem para 8000 euros. O maior Para além do Remo, o clube também tem uma escola de ténis.barco, o shell (8 com timoneiro) pode chegar, facilmente,aos 50 mil euros”, certifica Pedro Fernandes. “Recebemos o desafio de Rui Teixeira, um profissional da modalidade que trazia boas ideias para implementar. Como nestas instalações já existe umNo entanto, crescer é um objetivo claro”, diz. court de ténis, foi fácil iniciar esta secção. A escola tem-se desenvolvido e hoje temos mais de 20 praticantes, o que nos levará a fazer obras no campo,O líder do clube não tem dúvidas que o clube está no para melhorar, ainda mais, as condições desta modalidade”, declara.topo nacional. “Depois, também vamos estrear a secção de natação. Entendemos que“A nível nacional, a nossa projeção é indiscutível. O Ca- existe essa lacuna no concelho e consideramos que a natação e o remominhense está no topo dos clubes mais emblemáticos devem estar automaticamente ligadas. É impensável um remador irdo país. Este ano participamos numa regata, em Londres, para o rio e não saber nadar”.onde estavam presentes cerca de 400 equipas de todo omundo. Isso é bastante significativo do patamar que este “Como por vezes esse é um medo dos pais, que tem receio que o barco vire,clube já atingiu”. consideremos que faz todo o sentido termos esta valência no nosso clube”.No concelho, o Sporting Clube Caminhense é mesmo uma Por fim, anunciou que a própria sede vai receber obras.bandeira de Caminha. “Pretendíamos fazer algo maior, mas não é possível. A nossa situação“Este clube é uma das maiores forças que o concelho tem. financeira não o permite, apesar de ser bastante saudável e capaz, temosÉ o clube mais representativo do concelho e o remo é a de ser comedidos e não podemos dar passos maiores que as pernas”, diz.modalidade que mais longe leva o nome de Caminha. Sa-bemos que é uma modalidade cara, que implica muitos Finaliza, dizendo: “Não posso deixar de agradecer a ajuda doinvestimentos, mas a história deste clube fala por si e os município, porque, sem ela, esta caminhada era impossível. Fe-êxitos alcançados neste 90 anos são evidentes”, argumenta. lizmente, temos o apoio deles e de entidades privadas e, só assim, é possível comportar uma despesa mensal de, aproxi- madamente, 3 mil euros.”“NÃO TENHO DÚVIDAS NENHUMAS QUE OS REMADORES DEPOIS DE PASSAREM PELOSPORTING CLUBE CAMINHENSE, PELA ADVERSIDADE E PELA DUREZA QUE É TREINAR DIARIAMENTE, ACABAM POR ULTRAPASSAR COM OUTRA FACILIDADE E COM OUTRA DESTREZA, OS DESAFIOS QUE, DIARIAMENTE, SURGEM NA SELVA URBANA” Pedro Fernandes40 valemais.pt
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Reportagem #Ponte de LimaJosé C. Sousa Direitos ReservadosTEATRO DIOGO BERNARDES Alicerce basilar na cultura limianaEste equipamento, situado na Rua Agostinho José Taveira, em Ponte \"A partir daquela última data passou para a proprieda- de Lima, funciona como um espaço de serviço público cultural. Tem de do maior acionista, João Rodrigues de Morais, um programação regular entre os meses de setembro e maio, nas mais brasileiro de torna-viagem, que chegou a explorar ovariadas áreas, destacando-se o teatro, a música e a dança. edifício diretamente e, posteriormente, o foi dando à exploração por arrendamento. Em 1968, os seus her- São da sua responsabilidade a gestão da agenda cultural concelhia, a publicita- deiros decidiram vendê-lo a Aurélio Pereira Fernan- ção e difusão dos grandes eventos, a programação em auditórios, como o Audi- des, que passa a explorá-lo na qualidade de “cinetea- tório Rio Lima e espaços abertos, a organização de exposições e conferências, a tro”, pese embora o cinema já fosse uma realidade no produção de todo o tipo de espetáculos e a planificação da atividade cultural no Teatro Diogo Bernardes desde os tempos do cinema concelho protocolada e em parceria com diversificadas instituições. mudo, então, devidamente acompanhado ao piano\". Procurando saber um pouco mais sobre esta valência estivemos à conversa \"Conheceu os seus piores dias nos anos 80 do sécu- com Ovídio de Sousa Vieira, diretor e coordenador do Teatro Diogo Bernar- lo XX, situação que levou à aquisição por parte do des, desde dezembro de 2013, técnico superior e chefe de unidade orgânica no Município, em 1992, para uma intervenção de recu- Município de Ponte de Lima, instituição na qual trabalha há mais de 30 anos. peração e restauro, ocorrendo a reinauguração em 1999\", conta Ovídio de Sousa. \"Pode considerar-se o Teatro um alicerce basilar na cultura Limiana, quer para o de- senvolvimento de produções e atividades das instituições locais, quer para a fruição REABILITADO E REABERTO e apreciação de produções externas, situação que muito enriquece a população em EM 1999 geral e que, no caso do Teatro Diogo Bernardes, já se estende por muitos quilómetros para além do concelho de Ponte de Lima, incluindo a vizinha Galiza\", afirma o diretor. \"Foi reinaugurado a 4 de março de 1999. UmaVila como Ponte de Lima, tal como a conhecemos hoje, não po-A HISTÓRIA DO TEATRO deria considerar-se uma localidade em pleno desen- volvimento cultural se permitisse que a sua sala de \"O projeto do edifício foi encomendado em 1893 ao arquiteto António Adelino espetáculos de referência continuasse em decadência de Magalhães Moutinho, iniciando-se as obras no ano seguinte, tendo a inau- e praticamente ao abandono, tal como acontecia, e in- guração ocorrido em 19 de setembro de 1896\". felizmente, ainda acontece, com outras salas do país\". \"A partir dessa data e até 1908, o Teatro Diogo Bernardes foi gerido por um con- \"O recurso a soluções alternativas era constante, mas os junto de acionistas que formavam a Empresa Teatro Diogo Bernardes e que de- resultados não podiam ser satisfatórios, principalmen- cidiram dar o nome do poeta quinhentista à sala de espetáculos que fundaram\". te, por não existirem nos anos 80 e 90 soluções técnicas que permitissem realizar determinados tipo de espetá-42 valemais.pt culos noutros espaços, de interior ou ao ar livre\".
“A capacidade do Teatro Diogo Bernardes é de 281 espectadores”\"Hoje, podemos afirmar que o Teatro Diogo Bernardes tem (mesas de som e de luz, projetores convencionais, robótica, microfo-sido um espaço de primordial importância no contexto do nes, colunas de som, tripés, quilómetros de cabos, estrados, equipa-desenvolvimento cultural local, regional e, sem quaisquer mentos de segurança, etc.), de maneira a que tudo esteja planificadosombras de dúvidas, nacional\", diz. e, se possível, pré-montado aquando da chegada dos próximos téc-QUEM REALIZOU ESSA REABILITAÇÃO? nicos das companhias e dos grupos de música\".\"Desde a sua aquisição, em 1992, o \"Um espetáculo de pouco mais de uma hora pode demorar cinco diasTeatro Diogo Bernardes passou a ser “É UM EQUIPAMENTO QUE a montar com três turnos diáriosgerido diretamente pelo Município (manhã, tarde, noite), apenas coma quem se devem as obras de reabi- FAZ UM AUTÊNTICO SERVIÇO intervalos para as refeições\".litação e todo o trabalho desenvol- PÚBLICO DE CULTURA, SE \"O maior e mais relevante trabalhovido, desde então, na programação ATENDERMOS AO ALTO NÍVEL num teatro é aquele que oscultural e nas demais atividades que espectadores não veem\".ali acontecem\", assevera. DOS ESPETÁCULOS QUE OFERECE \"A par de tudo isto, é necessárioGERIR O TEATRO RELATIVAMENTE AOS PREÇOS tratar sempre da programação, se\"O Teatro Diogo Bernardes é gerido DOS BILHETES PRATICADOS” possível com meses de antecedên- cia, da contratação, das cabimen-pelo Executivo Municipal em tudo tações, procedimentos e autori-quanto respeita aos investimentos e coordenação geral. zações superiores das despesas, das licenças de representação, dosComo Diretor Artístico e Coordenador Geral, cabe-me a direitos de autor, do alojamento e da alimentação das pessoas quemim preparar as propostas de programação a apresentar integram os distintos espetáculos, da conferência de facturas, das re-ao responsável pela Área da Cultura na Câmara Municipal quisições de materiais e equipamentos técnicos, da manutenção doque, depois de apreciar e discutir as mesmas da forma que edifício, dos equipamentos e da maquinaria de cena, ou seja, todaentender mais pertinente, tem, como não podia deixar de uma logística e trabalho minuciosos que obrigam a que um teatroser, a palavra final sobre a programação proposta e que foi trabalhe praticamente todos os dias, se tivermos em atenção quealvo de uma ponderação inicial por parte das direções ar- apresenta os espetáculos aos fins-de-semana\", conta.tística e técnica, do Teatro Diogo Bernardes\".\"Sublinhe-se que todo o investimento na programação doTeatro Diogo Bernardes, bem como no contínuo apetrecha-mento técnico é, totalmente municipal, não havendo, nestemomento, nenhum apoio externo, quer do poder central,quer de fundos comunitários, como já existiu no passado\".\"A exceção poderá ser a implementação da bilheteira onli-ne, que se espera para breve e que mereceu aprovação doNorte 2020 através de uma candidatura da CIM – Alto Mi-nho que irá dotar vários equipamentos dos municípios quea integram com um Sistema de Bilhética Intermunicipal\".\"Tão importante como a programação propriamente ditaé o investimento nos meios técnicos de som e de luz quepermitam concretizar os espetáculos com meios próprios esem recurso a entidades externas. O Teatro Diogo Bernar-des também alberga recursos humanos qualificados, numaequipa muito curta (10 pessoas), mas extremamente coesa\",explica o responsável.TRABALHO DE BASTIDORES\"Num teatro há sempre que fazer. É como um organismo valemais.pt 43vivo que temos que alimentar todos os dias, sobretudo sepretendemos uma programação continuada e variada.A mudança dos riders técnicos de som e de luz, entre es-petáculos, implicam um estudo e dedicação ao longo dasemana, depois de se arrumar os equipamentos usadosdurante o fim-de-semana, que muitas vezes é pratica-mente tudo que existe dentro do Teatro Diogo Bernardes
ESPETÁCULOS RAMPA DE LANÇAMENTO DE NOVOS ARTISTAS \"Quando fazemos programação e direção artística de uma sala, de even- tos externos ou de um festival, como o Festival Percursos da Música, que \"A par de projetos que já se afirmaram nos diferentes decorre, anualmente, em julho, em várias artérias da vila, sempre ao ar panoramas artísticos, estamos abertos a criações emer- livre e que também é da inteira responsabilidade do Teatro Diogo Ber- gentes, bem como às produções locais, ou seja, o Teatro nardes, temos a preocupação da qualidade, de analisar profundamente Diogo Bernardes tem que funcionar como rampa de o que existe no mercado para que os espectadores possam selecionar, lançamento de novos artistas\". aprender a gostar e a procurar a cultura como um bem essencial para a construção da sociedade e para a cidadania\". \"Atente-se, também, às coproduções que temos efectuado ao nível do teatro, com outros equipamentos congéneres, \"Neste ano, desde 19 de setembro de 2016, em que comemoramos os instituições e companhias, que têm dado excelentes resul- 120 Anos do Teatro Diogo Bernardes, elevamos a fasquia e apresentamos tados na promoção e evolução culturais\". um leque de espetáculos que podemos considerar dos melhores que se produziram em Portugal nos tempos mais recentes, da magia ao teatro, \"Além disso, temos ações de Serviços Educativos com alu- da dança contemporânea à música, do teatro infantil às intervenções na nos do primeiro ciclo do ensino básico realizadas na escola rua, não esquecendo que também temos investido em projetos interna- e no teatro e, também, com os grupos de teatro de ama- cionais, os quais contribuíram sobremaneira para o enriquecimento cul- dores do concelho, cujos espetáculos/exercícios finais são tural de Ponte de Lima, para a programação em geral e para aquilo que o apresentados e incluídos na programação normal\". Teatro Diogo Bernardes apresenta, em particular\". OUTRAS ATIVIDADESOvídio de Sousa com Rita Redshoes no Teatro Diogo Bernardes \"Estamos a apresentar exposições no bar, ensaios em ho- rários pós laborais na área dos Serviços Educativos para os grupos de teatro de amadores, apresentações de livros, visi- tas de escolas, cerimónias solenes do Município, apoio aos eventos externos ao edifício do teatro e, brevemente, fare- mos parte da Lethes Art | Mostra Internacional de Arte Con- temporânea de Ponte de Lima, com apresentação de uma instalação no foyer do Teatro Diogo Bernardes\", concluiu. “Há uma publicação, que se encontra em execução, sobre os 120 Anos do Teatro Diogo Bernardes, da autoria de José Sousa Vieira, a qual será apresentada ao público aquando do encerramento das comemorações, em setembro próximo” 44 valemais.pt
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Fotorreportagem #Vitor Ferreira #Espetáculo \"Uníssono - Composição para cinco Bailarinos\" #Teatro Diogo Bernandes #Ponte de Lima #12maio2017Uníssono – Composição para cinco bailarinos testa três ideias principais, a partir dos diferentes significados de declinação: a ideia de recriação de sentidos a partir de uma matriz; a ideia de que a vida é um caminho para a morte, ou o declínio do homem; e, finalmente, a ideia de que é impossível declinar a representação humana na arte, sob pena de se recusar a própria arte.\" Direcção Artística | Victor Hugo Pontes46 valemais.pt
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Entrevista #Ponte da Barca Manuel S. Direitos ReservadosNA POLÍTICA DESDE OS 18 ANOS VASSALO ABREU deixa Câmara de Ponte da Barca “VOU CONTINUAR A ANDAR POR AÍ”No Alto Minho, Vassalo Abreu é um “dinossauro” na política. Com 17 anos comecei a trabalhar num escritório Prestes a completar 67 anos de vida, está na política desde os e, aos 18 anos, fui parar a Paredes de Coura como 18 anos e é, há 12, presidente da Câmara de Ponte da Barca. funcionário de Finanças (aspirante provisório).Em todo o Alto Minho, é o único que, por já ter atingido o limite de Os meus irmãos andavam já todos na escola,mandatos autárquicos, não se recandidata. Oportunidade, pois, para chegou a altura da minha irmã ir para o colégioum balanço sobre a ação e o pensamento de alguém que, todavia, e os rendimentos do meu pai não davam parapromete continuar a andar por aí. ter todos a estudar. Naturalmente fui eu, o mais velho, a ter de ir trabalhar.” – conta. É o mais velho de cinco irmãos filhos de um sargento da Guarda Fiscal. “Nasci nas Marinhas, (Esposende), casei em Paredes de Coura e agora sou da Ponte da “Estive em Paredes de Coura até aos 34 anos, onde Barca” – conta-nos, bem disposto. casei e nasceram as minhas filhas. Andei na tropa, dois anos dos quais em Angola. Em janeiro de 1985 “Sou de origem humilde, mas tive a felicidade do meu pai ter decidido que vim parar a Ponte da Barca como chefe de Finanças. os filhos não iam ser lavradores ou pedreiros e os colocou a estudar. A minha Daqui fui para Braga, onde estive durante sete anos. ‘licenciatura’ foi o antigo curso geral do comércio.48 valemais.pt
Cheguei ao topo da carreira, também estudei muito cumpri dois mandatos, depois fui eleito vereador em 1982, pela APU, e saípara lá chegar e, entretanto, em 2001, morando em junho de 1984…. aquilo pouco me dizia. Regressei ao PS em 1991 e, emem Braga, fui desafiado para ser candidato do PS, 1997, fui candidato à Assembleia Municipal aqui em Ponte da Barca, apesar deaqui em Ponte da Barca. Os meus adversários do morar e trabalhar em Braga. Tive um interregno enquanto chefe de Finanças ePSD questionavam, com razão, que eu não era, não não podia ser candidato, depois fui aqui vereador durante quatro anos.”morava e não trabalha em Ponte da Barca”– recorda. LEGADO MARCANTE“Bem... não ganhamos as eleições, mas o certo éque o resultado foi muito animador. Entretanto, Algumas obras, como a ponte de Lavradas/Padreiro, são emblemáticas davendi o apartamento que tinha em Braga, sua gestão. Todavia, o autarca prefere também recordar outro do seu legado.comprei um em Ponte da Barca, vim viver para “Aquilo que mais me satisfaz, enquanto presidente da câmara, é que, quandocá e chefiar o serviço de Finanças de Arcos de cá cheguei, estávamos em último lugar ao nível da cobertura na ação social.Valdevez. Entretanto, fiz concurso para técnico Faltavam instalações condignas na Educação, estávamos em último lugar ade administração tributária principal e, quando nível distrital; neste momento, estamos na linha da frente no Norte. Temosestava em condições de ser colocado como diretor centros de dia, creches, lares, unidades de cuidados continuados, numadistrital de Finanças, fui eleito presidente da percentagem superior… temos dois centros escolares de excelência (EntreCâmara. Tinha concorrido novamente em 2005. Ambos os Rios e Crasto, vamos, agora, fazer obras no da vila, embora jáEstou agora no último mandato “ – sublinha. tenhamos construído mais um pólo). Ao nível dos equipamentos desportivos, quando cheguei, devia ser o único concelho do distrito que não tinha umVassalo Abreu conta-nos os momentos mais campo relvado. Neste momento, o Estádio Municipal é considerado aquelemarcantes como presidente de Câmara. com melhores condições. Temos três pavilhões gimnodesportivos no concelho, a primeira loja do cidadão de segunda geração do país, a primeira“Ando na política desde os meus 18 anos. O meu loja interativa de turismo da zona norte”.professor de política chamava-se Inácio Machado,filho de Bernardino Machado, natural de Paredes de Como obras de relevância, “temos o quartel da GNR, novo, onde está oCoura e que foi Presidente da República. De modo corpo de intervenção distrital agora sedeado, uma biblioteca municipalque, em 1969, eu e um grupo de amigos já eramos da de nível 4 (escala de 0 a 5) que é tida como das melhores do país, o CasteloOposição Democrática. Fui eleito, pela primeira vez, e a Porta do Lindoso são centros de visitação para milhares de pessoas,em Paredes de Coura, para a Assembleia Municipal, temos o centro interpretativo Fernão de Magalhães, na loja interativa depela FEPU (e não pelo PS, embora tenha sido turismo, e outro no Castelo de Lindoso.”fundador da secção, mas estava ‘zangado’), valemais.pt 49
DESTINO TURÍSTICO DE EXCELÊNCIA COISAS ATRAVESSADASO Turismo é uma prioridade para o autarca barquense. “No 1º mandato (4 “Tenho coisas que levo atravessadas. A primeiraanos), o objetivo focava-se nas questões da Ação Social e da Educação; já a tem a ver com o facto do meu concelho ter sidopartir do 2º mandato, definimos, como primeira prioridade, fazer de Ponte prejudicado, ao longo de muitos anos, por ter ada Barca um destino turístico de excelência. Temos a felicidade de estar no barragem do Alto Lindoso. Em termos de Fundocoração do Parque Nacional da Peneda-Gerês, Reserva Mundial da Biosfera de Equilíbrio Financeiro estamos a ser espoliados,declarada pela UNESCO, é um dos 14 parques transfronteiriços mundiais que em média, em cerca de um milhão de euros/ano.o é. O Turismo da Natureza tem tido uma atratividade fantástica. Em Ponte da Nenhum Governo conseguiu resolver isso. TodosBarca, nos últimos dois anos e pico, foram construídos dois hotéis de quatro prometem” – lamenta.estrelas, reaberto um outro de duas estrelas, foram licenciadas, pela Câmara,63 casas de turismo de habitação e turismo rural. Além disso, temos aquele E acrescenta: “A outra é a ligação a Braga. Emque é considerado o 3º melhor parque de campismo da Europa, o de Entre 2008, apresentei um caderno reivindicativo aoAmbos os Rios, são publicações internacionais que o referem.” então primeiro-ministro, José Sócrates, para me recandidatar. Eram cinco páginas. E tudo aquiloEnfatizando: “O Turismo da Natureza é a nossa grande indústria. Todos os dias, que na altura reclamei, foi cumprido, excetose vê gente de todo o mundo muito atraída pelo Parque Nacional da Peneda- esta ligação. Que é uma necessidade absoluta,Gerês. Mas não só. Temos o outro circuito, o do românico, com três mosteiros sobretudo a variante a Vila Verde. Uma das ligaçõesromânicos. Em S. Martinho de Castro temos mais um glamping [campismo de para fazer era a Braga-Monção. Nunca foi feita.luxo]. De um casal que andou a andar a volta ao mundo durante 15 anos e se Queremos agora a melhoria das acessibilidades àfixaram aqui. Temos muito estrangeiros já a ficaram residência aqui.” fronteira da Madalena. Os espanhóis já têm isso feito, tenho as assinaturas deles (quase 2 mil) emPor outro lado, “em Ponte da Barca existe o maior efetivo de gado barrosão e que reclamam a melhoria da ligação. Até porque auma gastronomia de excelência. Quem gosta de lampreia, vem cá. O mesmo autoestrada fica já em Celanova.”para uma posta barrosã com aquele arrozinho...”. Na oportunidade, enfatizouainda a ligação à diáspora e os “saltos qualitativos” também verificados, no Em tempos não muito distantes, Vassalo Abreusetor cultural, num concelho “com cor, sabor e tradição” afirmou que Lisboa continua mais longe de Ponte da Barca que esta de Lisboa. “Sou regionalista confesso, a favor da descentralização, e aquilo que digo aos membros do Governo, sobretudo aqueles com quem vou50 valemais.pt
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