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Vale Mais Abril & Maio'19

Published by info, 2019-04-05 04:48:23

Description: Vale Mais n.º66

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VALE MAIS :: N.º 66 FILIPE PEREIRA :: VALENCIANO DESENVOLVE TERAPIA PARA O CANCRO ABRIL/MAIO’19 VIANA DO CASTELO MARTA PAÇO A menina cega que desafia o mar CAMINHA PROTEÇÃO CIVIL Acidente entre aeronave e ferry no Estuário do Minho PAREDES DE COURA CASA DA BIODIVERSIDADE Há 25 espécies ameaçadas ALTO MINHO COMPETÊNCIAS Transferidas para as autarquias FILIPE PEREIRA VALENCIANO DESENVOLVE TERAPIA PARA O CANCRO Visite-nos :: www.valemais.pt INFORMAÇÃO CREDÍVEL, CONFIÁVEL E DE INTERESSE PÚBLICO #N.º66 :: #ABRIL/MAIO :: #2019 :: #BIMESTRAL :: #PVP 1€ www.valemais.pt 1

A MAIOR FORÇA IMOBILIÁRIA DA REGIÃO SERVIÇOS • APOIO NA COMPRA E VENDA DE IMÓVEIS; • APOIO NO ARRENDAMENTO DE IMÓVEIS; • ACOMPANHAMENTO EM PROCESSOS DE FINANCIAMENTO BANCÁRIO; • AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS; • ELABORAÇÃO DE ESTUDOS DE VIABILIDADE ECONÓMICOS DE PROJECTOS IMOBILIÁRIOS; • ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE DIVULGAÇÃO DE IMÓVEIS E DE EMPREENDIMENTO. [email protected] 2 www.valemais.pt

Opinião Daqui até outubro, vamos viver em plena campanha eleitoral e, quiçá, de 18 | Manuel Pinto Neves Pleonasmo Mania algumas greves. 19 | Luís Ceia Comércio local de proximidade 26 | Emília Cerqueira Que país somos e que país queremos? Assim, já no próximo mês de maio vão decorrer as eleições para o Parlamen- 48 | José M. Carpinteira Somos Europa to Europeu e, também aqui no retângulo, as movimentações decorrem com 56 | José Emílio M. Emparcelamento Rural o objetivo de um lugar no exílio dourado em Bruxelas ou Frankfurt. Depois, vamos ter um verão animado, a pensar no mês de outubro e naqueles que se Secções dispõem a “servir o povo”, a troco das devidas \"mordomias\". 08 | Saúde Crossfit: Moda ou perigo? 16 | Desporto Há lodo no cais Neste âmbito, cabe à comunicação social um papel fundamental como 24 | Nutrição Trufas de batata doce com chocolate e coco mediadora para uma informação séria e credível, sem nivelamentos 34 | Turismo Alterações climáticas no Turismo por baixo e sensacionalismos consumidos, sobretudo, por camadas da 50 | Sexo & Amor Desejo Sexual população menos exigentes. Reportagens O papel de mediação e escrutínio tem de ser valorizado, num país em que são parcos os hábitos de leitura, muito abaixo das médias da Europa de 04 | ARCOS DE VALDEVEZ que gostamos de fazer parte. Bem pelo contrário, somos daqueles em que é maior a percentagem de pessoas que se contentam em “informar-se” Candidato às 7 Maravilhas Doces de Portugal pelas redes sociais, despertadoras, muitas vezes, do que há de pior no ser humano. A “maior ameaça à Imprensa livre”, como, ainda recentemente, 10 | ALTO MINHO sublinhou M. Sousa Tavares. Transferência de competência Na realidade, como estas atitudes, o papel desta fica mais limitado. Por um lado, decrescendo o número de leitores, também diminuem os recursos com 36 | PAREDES DE COURA vista a trabalhos que exigem maior aprofundamento, investigação e, até, tempo para reflexão por parte dos profissionais que nela trabalha, formado Casa da Biodiversidade para informar o público e que têm de obedecer a normas éticas e código deontológico. Numa analogia simples, é a mesma diferença, a nível da Saú- 40 | MELGAÇO de, entre um médico e um curandeiro. Festa do Alvarinho e Fumeiro Por outro, sendo, cada vez mais, essencialmente lida pelas elites mais interes- sados em estarem bem informados, a “populaça” vê-se cada vez desinforma- 44 | CAMINHA da, enganada com as redes sociais, as meias-verdades, a irresponsabilidade e/ou impreparação no que se escreve. A desintermediação entre fontes e Acidente entre Aeronave e Ferry audiências é algo que, seriamente, nos deve preocupar. 58 | VALENÇA Já não falamos das fake news e \"pós-verdades\", uma verdadeira “epidemia” que ameaça a democracia e que políticos demagogos e populistas, sabedoras Entrevista a Carlos Filipe Pereira dos meios a que o “Zé Pagode” recorre para se \"informar\", não têm escrúpulos foto da capa: @Ruona em as difundir, através de sites próprios e de partilhas nas redes. E, sem um voto informado, a democracia e a liberdade perdem terreno. A iliteracia jornalística é um facto e verifica-se a vários níveis. Com razão, já se fala em introduzir uma disciplina nas escolas para dar educação neste âmbito. Muitas pessoas nem sabem o que é uma simples ficha técnica de um órgão de informação, uma das condições básicas para distinguir um site de um meio credível e um de fake news. Neste âmbito, a formação e avaliação dos professores para esta função afigura-se-nos como essencial, com critérios de real exigência, nomeadamente, a nível de cultura geral. Também o recente anúncio de um próximo estudo piloto do PISA - que avaliará, a pedido da União Europeia, a educação mediática dos alunos perante o fenómeno global da desinformação - é algo qur deve enaltecido e ter consequênias. Manuel S. www.valemais.pt 3

Reportagem #Arcos de Valdevez Texto :: José C. Sousa BOLO DE DISCOS, CHARUTOS DE OVOS, REBUÇADOS DOS ARCOS E PÃO-DE-LÓ DE SOAJO CANDIDATOS ÀS 7 MARAVILHAS DOCES DE PORTUGAL Oconcurso '7 Maravilhas de Estes foram os doces típicos escolhidos para levar a concurso, ten- Portugal’ vai agora entrar do sido o principal objetivo desta candidatura valorizar e promo- na vertente dos DOCES. ver as especialidades gastronómicas locais, reforçar a identidade e Assim, a competição o sentimento de pertença da população a esta região. promovida pela RTP, este ano, é dedicado ao melhor que se faz na Para João Esteves, autarca local, há sempre um grande dinamismo doçaria tradicional portuguesa e, em torno desta participação. nesse sentido, Arcos de Valdevez candidatou-se com (4) doces típicos. “Penso que isso se deve ao facto de termos estado no primeiro Saõ eles, O Bolo de Discos, os concurso das 7 Maravilhas. A grande projeção que tivemos na edi- Charutos de Ovos, os Rebuçados ção das 7 Maravilhas Aldeias de Portugal e que permitiu que Sistelo dos Arcos e o Pão-de-ló de Soajo. fosse distinguida, galvanizou ainda mais as pessoas e fez com que, nesta edição, existam mais de 900 participações de todo a país”. 4 www.valemais.pt “Arcos de Valdevez vai participar com quatro doces que, sem dúvida alguma, dará visibilidade a esses produtos, sobretudo, àqueles que não os conhecem e não os saborearam, porque nós já sabemos que eles são, no mínimo, maravilhosos. Isso, já nós reconhecemos, agora, é preciso que os outros também o reconhe- çam e que as pessoas venham até Arcos de Valdevez para provar estes doces”.

João Esteves espera que esta visibilidade sirva para valorizar estes Depois de fixada a Lista de 21 doces por cada distrito ou região produtos. autónoma, o Painel de Especialistas faz nova votação para reduzir a lista a 7 doces por distrito ou região autónoma, chegando à lista “Estes concurso também servem para valorizar, ainda mais, os pro- final de 140 doces que serão posteriormente apresentados para dutos locais e a forma como eles são feitos, dando-lhe, também, votação pelo público. visibilidade o que poderá ter um forte impacto no relançar de toda uma economia e num processo de desenvolvimento em torno das Estes 140 doces vão ser reveladas a 8 de maio e são votados pelo empresas que estão ligadas a esta área de doçarias”. público em 20 programas de daytime, a emitir em direto pela RTP, nos meses de julho e agosto. De cada programa na RTP sai um O concurso tem várias categorias e o edil arcuense esta confiante pré-finalista que passa às semifinais. que “mais uma vez, iremos ter uma fortíssima adesão, não só dos arcuenses mas também de todos os amigos destes doces” concluiu. Uma novidade desta edição é a existência de um Grande Júri, órgão de deliberação constituído por 7 figuras do espaço mediáti- AS CATEGORIAS co, que será responsável pela repescagem de 8 candidatos que se irão juntar aos 20 pré-finalistas apurados pelo público, resultando Na edição das 7 Maravilhas Doces de Portugal há sete catego- numa lista de 28 pré-finalistas. rias em análise: Doces de Território, Bolo de Pastelaria, Doce de Colher e Doce à Fatia, Biscoitos e Bolos Secos, Doces Festivos, Estes serão divididos, por sorteio, pelas duas semifinais, nos dias Doces de Fruta e Mel e Doces de Inovação. 24 e 31 de agosto, em dois programas, em direto, na RTP1, trans- mitidos em horário nobre. Em cada semifinal são apurados os 7 Segundo os organizadores do concurso a grande aposta deste doces, aqueles que tenham mais votos contabilizados. Nesta fase ano é na inovação à base de produtos endógenos, incentivando os 7 elementos do Grande Júri assumem grande preponderância, ao empreendedorismo local, sendo que a tradição, a importân- comentando e provando os Doces. cia económica, social e cultural dos doces são também critérios preponderante. A Gala Finalíssima decorre a 7 de setembro de 2019. Dos 14 fina- listas apurados vão ser eleitos 7 doces pelos portugueses como 7 No total foram 907 as candidaturas submetidas a nível nacional, as Maravilhas de Portugal. quais vão ser agora avaliadas pelo Conselho Científico e a lista longa será revelada brevemente. Após validadas todas as candidaturas, um Painel de Especialistas vota para escolher 21 doces de cada distrito ou região autónoma, organizados pelas 7 categorias, sendo 3 de cada categoria, num total nacional que pode atingir os 420 doces. OS DOCES DE ARCOS DE VALDEVEZ REBUÇADOS DOS ARCOS Os Rebuçados dos Arcos sempre fizeram as crianças felizes. Como são muito grandes, as crianças têm de esperar que der- retam na boca para conseguirem voltar a falar e, por isso, são perfeitos para viagens longas. Há também quem os chame “cala maridos”, talvez por iguais razões. São feitos a partir de uma calda de açúcar, muitas vezes aromatizada com casca de limão ou de laranja, ao gosto da do- ceira. Logo que atinge o ponto certo, esta mistura, muito quente, é despejada numa mesa de pedra polida, untada com alguma gordura, e depois cada rebuçado é trabalhado à mão e molda- do na forma de uma vara ou cilindro, sendo depois cortada em pedaços de cerca de 3 cm de comprimento; embrulham-se então em papel de seda de cor clara, cujas pontas são franjadas, uma a uma, com uma tesoura pequena, e depois vendidos à unidade. A receita original, diferente de todos os outros exemplares nacionais pela sua excelente textura, cor e sabor, é atualmente segredo e propriedade da Doçaria Central, de Arcos de Valdevez, onde são feitos pelo menos desde a sua abertura, em 1830. A fundadora, Francisca Doceira, foi deixando a receita e o saber fazer às mulhe- res da família, sendo que ainda hoje a casa é gerida no feminino. www.valemais.pt 5

PÃO DE LÓ DE SOAJO BOLO DE DISCOS O Pão de Ló de Soajo é um doce que se destaca do restante Pão Este verdadeiro símbolo da doçaria arcuense e regional, tinha de Ló Tradicional pela sua textura húmida, o seu sabor e leveza. A como nome primitivo “bolo de claras e amêndoas” ou “bolo de receita é simples, à semelhança dos ingredientes, como em todos camadas”. Com efeito, é um doce composto por doze discos os pães de ló - farinha, açúcar e bastantes ovos, que lhe conferem em camadas, cada um feito com um merengue de amêndoa e uma cor amarela bastante intensa. A dificuldade maior da receita, claras em castelo, que vai ao forno a cozer numas formas rasas, é acertar as quantidades de cada ingrediente, os pontos e o tem- redondas, com pega comprida, parecendo pequenas raquetes po de cozedura, de forma a obter um pão de ló distinto e deli- de metal, mandadas fazer especialmente para este bolo. À parte, cioso, sem perder a simplicidade. O Pão de Ló de Soajo tem uma faz-se um doce de ovos a preceito e, de seguida, basta montar o durabilidade reduzida (+/- 7 dias) para manter a qualidade (humi- bolo, aplicando o doce de ovos entre cada um dos doze discos. dade e textura) reconhecida pelo consumidor há muitos anos. O último leva por cima uma generosa camada de açúcar em pó. A referência atual do Bolo de Discos em Arcos de Valdevez é a A história deste ‘Pão de Ló’ doceira Rosa Maria, que aprendeu a fazê-lo com a falecida Sara Barreiro, uma doceira muito conhecida por ali. Esta senhora, por No início da década de 80, arrastando consigo a sua família, a sua vez, aprendera com Sidónia Ferreira de Araújo Lobato, de D. Teresa regressou a Soajo para gerir a Padaria dos seus pais. O quem era amiga e vizinha. A família Ferreira de Araújo veio para gosto pela pastelaria e os conhecimentos que tinha adquirido du- Arcos de Valdevez em finais do séc. XIX. Provavelmente, já teria rante os anos que passou nos Estados Unidos da América, levaram a receita nessa altura. Em 1932, outro membro desta família, Lu- a D. Teresa a inovar na oferta do estabelecimento que herdara e, dovina, vai para Belém do Pará, no Brasil, e é então que a receita além da broa de milho e do pão de trigo, muito apreciados, co- ganha maior relevância; para Ludovina, levar consigo receitas de meçaram a ver-se bolos nas prateleiras. Na terra dos Espigueiros, casa e depois fazê-las num paradeiro distante, era uma maneira o pão de ló era um dos bolos mais comuns, sobretudo nas épocas de recuperar a família e a memória do seu Portugal. De tal modo festivas, em grande parte pela simplicidade dos seus ingredientes. assim foi que, nas visitas à família em Arcos de Valdevez, o doce Mas oferecer um simples pão de ló não era suficiente para a D. tornou-se presença constante. É por isso que Sidónia começa a Teresa, era preciso algo mais, algo que o distinguisse do pão de fazer o bolo, por tradição, em dias de festa, chegando depois à ló comum, algo que tivesse o seu toque e a sua boa disposição. amiga e vizinha Sara. Tentativa após tentativa, foi-se aproximando da receita do Pão de Ló de Soajo, um pão de ló fofo e leve, com uma côdea muito fina e delicada, de sabor rico e com um toque de humidade que lhe dá uma textura muito própria. O Pão de Ló de Soajo tornou-se assim numa das imagens de marca de Soajo, sendo procurado por pessoas de Norte a Sul do país. E é obrigatório na mesa de Natal e da Páscoa dos Soajeiros! Atualmente, é Debra Abelheira, a filha mais nova de D. Teresa, que está à frente da Padaria de Soajo e é também a guardiã da receita do famoso Pão de Ló, que continua a fabricar de acordo com o legado de sua mãe, cuja memória se mantém bem viva graças a este Pão de Ló que nos delícia. 6 www.valemais.pt

CHARUTOS DE OVOS COMUNIQUE Este doce, de origem conventual, constitui um dos ex-líbris com os seus clientes da doçaria arcuense, usado sobretudo na época da Páscoa e Natal. Os charutos são feitos com massa de hóstia, numa DIVULGUE máquina antiga manual, que envolve um recheio de gemas de ovo e açúcar, fechados em forma de pequenos cilindros, os seus serviços ligeiramente achatados, semelhante a um charuto com 8 a 10 dando visibilidade cm de comprimento e 2 cm de diâmetro, e são cobertos com a sua empresa açúcar branco granulado. Em Arcos de Valdevez, podemos encontrar noutras pastelarias variantes do mesmo doce, com o FAÇA CRESCER acrescendo de amêndoa, chila e raspa de laranja, por exem- plo. Contudo, a receita que permanece como a mais famosa, o seu negócio e que se mantém em segredo, é sem dúvida a receita regista- publicitando da, desde 1963, dos Charutos dos Arcos da Doçaria Central, os seus produtos realizados integralmente de forma manual e com ingredientes e serviços 100% naturais e de produção caseira. Pensa-se que a fundado- ra deste estabelecimento terá aprendido num convento a fazer PEÇA ORÇAMENTO os doces pelos quais a casa é ainda hoje conhecida. [email protected] 00351 925 987 617 sem comprowmwisws.ovalemais.pt 7

Saúde Texto :: Lígia Rio CROSSFIT MODA OU PERIGO? Cada vez mais em voga em A popularidade crescente desta modalidade assim como todo o mundo, o CrossFit é uma as características biomecânicas que incluem vários tipos modalidade desportiva que, de exercícios complexos com intensidades elevadas e, inicialmente concebida para forças por vezes, executados em fadiga (que favorecem os policiais e militares, tem como erros técnicos) levam à preocupação sobre a segurança objetivos melhorar a resistência quanto ao risco de lesões. cardiorrespiratória, força, potencia, No entanto, apesar do forte crescimento, pouco foi velocidade, coordenação, ainda estudado sobre o impacto deste tipo de treino agilidade e equilíbrio. na saúde dos praticantes (não militares) e quais os be- Écostume ouvir-se que o crossfit é para nefícios/malefícios associados à sua prática. “musculados” e causa muitas lesões, Os estudos existentes mostram que a maioria das será mesmo assim? Hoje em dia é prati- lesões são no ombro (devido à quantidade de exercí- cada pela população em geral, de todas cios efetuados no plano acima da cabeça), na coluna as idades. Ganha cada vez mais adeptos pela lombar e no joelhos. E na realidade são as causas de diversidade de exercícios em alta intensida- consulta da maioria dos praticantes que nos procura. de, pela prática em grupo, necessidade de entreajuda e a competição saudável. Inclui exercícios de halterofilismo, ginástica, calisténicos, corrida e remo praticados em regime intervalado de alta intensidade, e podem utilizar-se diferentes materiais como halteres, kettlebells, argolas, etc. Podemos chamar os treinos de Workout of the Day (WOD). O objetivo principal num treino de crossfit pode passar por terminar o WOD o mais rápido possível (As Fast As Possible – AFAP) ou realizar o máximo número de repe- tições (As Many Reps as Possible – AMRAP) num determinado limite temporal. Normal- mente, os WODs duram entre 10 e 30 minu- tos e os exercícios são realizados em circuito. 8 www.valemais.pt

As lesões mais frequentes são tendinosas, lesões A prática de CrossFit, por si só, musculares minor e entorses. Em casos mais não aumenta a incidência de lesão graves, mas também mais raros, são as roturas mais que outras modalidades como tendinosas e ou musculares. halterofilismo, basquetebol e futebol, mas, os planos devem ser adaptados Estudos em crossfiters portugueses mostram ao praticante e às suas condições. que 24,7% dos atletas tiveram lesão que corres- Cada atleta deve ter consciência das ponde a 2,76/1000 horas de treino num período suas limitações (não querer imitar o de 6 meses. vizinho!) e respeitar o corpo de forma Algumas das lesões ocorridas devem-se à má a evitar a ocorrência de lesão. Desta postura na execução dos exercícios, treino com forma, posso terminar, dizendo que fadiga já instalada ou à inexistência de um perío- não é, na realidade, uma moda, mas do de recuperação entre treinos suficiente. sim, uma novidade (relativamente recente), pois o número de praticantes ASSIM, PARA DIMINUIR O RISCO DE LESÃO NOS ATLETAS, RECOMENDA-SE: é exponencialmente crescente, e sim, um perigo, assim como noutra 1 Periodização do treino adaptado à pro- modalidade quando praticado gressividade de cada individuo; desajustadamente. www.valemais.pt 9 2 Respeitar a condição física e clinica do atleta. Para um principiante, iniciar com pou- cas cargas e dar primazia à aprendizagem da técnica de execução dos exercícios assim com WODs individualizados e acima de tudo respeitar limitações físicas e mecânicas. 3 Progressividade no treino de força – co- meçar por fortalecimento dos músculos do core e posteriormente os dos membros. 4 Respeitar a correta execução técnica dos exercícios. Muitas vezes não aconte- ce ou por desconhecimento, por falta de acompanhamento, fadiga ou por excesso de carga. 5 Adequada supervisão por instrutor de crossfit qualificado.

Reportagem #Alto Minho Texto :: Manuel S. GOVERNO PASSA COMPETÊNCIAS PARA AS AUTARQUIAS ACEITAÇÃO É PARCIAL, MAS SERÁ TOTAL EM 2021 O processo de descentralização que o Governo pretende implementar decorre, por fases, até 2021. Neste e no próximo ano, novas funções pode ser assumidas ou recusadas pelas autarquias. Em 2021, todas vão ter que tomar sobre si as mesmas. No Alto Minho, Ponte de Lima, Monção e Arcos de Valdevez foram os municípios em que a recusa foi mais notória, mas, nos restantes sete, a aceitação é apenas parcial. Na definição de competências aceites, numas, os autarcas Um dos facto para aquele que parece ser o pouco entusiasmo tiveram de se pronunciar até 2 de fevereiro e, noutras, com novas competências, tem a ver com o facto do Governo não até final deste mês de abril. No primeiro caso estiveram ter revelado qual o montante que transferirá do Orçamento de Es- competências em áreas como a da exploração de jogos, tado para que os municípios as exerçam, desde já, em áreas como justiça, associações de bombeiros e gestão de habitação, praias, da educação, cultura, ação social e saúde. estruturas de atendimento, vias de comunicação, património do Estado sem uso e do estacionamento público. Agora em abril, Depois, muitos municípios, os de menor dimensão, alegam que serão chamados para se pronunciarem nas áreas da educação, não têm tecido económico e receitas para a sustentabilidade dos saúde, cultura, ação social, policiamento, proteção, saúde animal e serviços. segurança alimentar, áreas protegidas, áreas portuárias, transporte de passageiros em vias navegáveis interiores e segurança contra No Alto Minho, a situação não difere muito da do resto do país. incêndios em edifícios. 10 www.valemais.pt

O edil de Arcos de Por isso, a Câmara e a Assembleia Municipal pelos serviços da Câmara terem dito, mas Valdevez, João Esteves, de Arcos de Valdevez já se pronunciaram so- também porque reconhecemos que não reafirma e reafirmará bre isso no final de janeiro. Não descarta que estão reunidas as condições financeiras, de a importância, também, da vertente finan- recursos humanos, organizacionais, para que é que quanto mais ceira. “Não é só a Câmara dos Arcos e uma isso funcione convenientemente.” próxima a decisão grande parte dos Municípios que o dizem, é estiver das pessoas a própria Associação Nacional de Municípios O edil frisa que, porém, o que se está a melhora a decisão. quando instiga o Governo, numa deliberação assistir diz respeito ou a questões adminis- Nesse sentido, a trans- que toma no princípio de janeiro, a dizer trativas ou de mera gestão de manutenção ferência de competências façam o favor de dizer onde estão as verbas de edifícios ou de pessoal. “Estamos a seria uma grande oportunidade que foi que era suposto existir no Fundo de Finan- transferir só coisas administrativas. Como criada ao Governo e ao Governo que, pura ciamento da Descentralização”, refere. se as câmaras fossem fazedoras de obras e simplesmente, desbaratou, considera o de manutenção daqueles que são os edi- autarca, considerando que os partidos com Lembrando que há custos para os municí- fícios ou outros equipamentos de Estado. maior representatividade votaram a favor, pios e, por isso, tudo tem de ser pensado, As câmaras são órgãos políticos e deve- assinaram um protocolo, criaram condições nota que na importante área da Educação, riam ter capacidade com os respetivos para que ela fosse desenvolvida, mas têm a decisão tem de ser até final de abril, em parceiros locais puderem decidir questões sido “adiantos uns em cima dos outros, Assembleia Municipal. Por isso, aguardava importantes sobre esta matéria”, afere. atrasos nas publicações, indefinições, falta de por novos elementos. Já até final de janeiro, linha de condução.” “não ficamos com nenhuma delas, não só Vila Nova de Cer- as entidades intermunicipais se tinham de Para o presidente da autarquia cerveirense, pronunciar quanto à aceitação da sua en- Fernando Nogueira, “a descentralização veira deu luz verde trada em vigor em 2019. Cerveira aprovou tem de ser acompanhada pela respetiva a aceitação de cinco dos 11, nomeadamen- compensação financeira, sob pena de se à transferência de te três de âmbito municipal e dois inter- colocar em risco a sustentabilidade dos mu- municipal. No primeiro caso, destacam-se nicípios. Nesse sentido, de momento, não competências para o as áreas das estruturas de atendimento ao estão reunidas as condições mínimas para cidadão, da gestão do património imobiliá- a aceitação das competências das restantes órgão municipal nos rio público sem utilização e da gestão das áreas propostas. Esperemos que esta situa- praias marítimas, fluviais e lacustres, tendo ção seja rapidamente ultrapassada”. domínios das estru- sido rejeitados os diplomas nas áreas dos jogos de fortuna e azar, vias de comunica- A lei-quadro que prevê que o processo de turas de atendimento ção, habitação e estacionamento público. transferência de competências seja gradual até 2021, ano em que entra em vigor a ao cidadão, da gestão Por sua vez, a CIM do Alto Minho informou descentralização. Para o futuro, nota o que a proposta consensualizada recaiu chefe do município, Fernando Nogueira, do património imobiliário sobre a aceitação de dois diplomas, nas “tudo depende da posição do Governo áreas da promoção turística e de projetos e se há alguma redefinição no processo, públi- co sem utilização e da gestão financiados por fundos comunitários. nomeadamente ao nível da respetiva com- pensação financeira.” das praias marítimas, fluviais e lacustres. No âmbito da CIM Alto Minho, na qual se insere o Município cerveirense, foi consen- sualmente aceite a descentralização nas áreas da promoção turística e de projetos financiados por fundos comunitários. Em causa estão 11 decretos-lei setoriais enunciados pelo Governo sobre a descen- tralização e sobre os quais as autarquias e Manoel Batista, o edil “Quanto à Educação e à Saúde – ainda variadas. Já no plano prático, acha que melgacense, deu-nos não temos os dados – vamos pronunciar- ainda há que fazer um percurso de criação conta de que a sua mos sobre isso em abril”, referiu-nos. de condições às autarquias para elas se capacitarem. “Sobretudo as mais peque- autarquia assumiu, Face à circunstância de, em 2021, ter de nas que não têm capacidade opara fazer na “primeira leva as assumir todas as competências, assinala frente a um conjunto de competências que de competências”, a necessidade de criar condições para tal. estão aí para serem assumidas. Também assumiu apenas as “É esse o trabalho que estamos a fazer. financeiramente teremos de perceber aqui- da gestão de Vias de Nalgumas áreas faz mais sentido criar mais lo que serão as indicações da tutela para Comunicação, Habitação, condições., noutras não; teremos de fazer que possamos ter condições para agarrar Património Público e apoio às equipas um trabalho de preparação técnica e estru- nas competências todas”. Especificando, de intervenção permanente dos bombei- tural da autarquia”. considera que a “questão coloca-se nível ros”. Depois, na “segunda leva”, quatro financeiro e de recursos humanos, as duas diplomas mais recentes, decidiram assumir Em termos gerais, Manoel Batista concor- áreas em que temos de trabalhar”. a Proteção e Saúde Animal e competências da que as autarquias devam assumir, cada na área da Cultura. vez mais, competências em áreas muito www.valemais.pt 11

Em Monção, o presidente foi a de não aceitarmos, para já, qualquer O secretário de Estado das Autarquias deu António Barbosa refere delegação de competências”, observou, a perceber que “só há pacote financeiro ser totalmente favorável adiantando que “iremos continuar a rejei- para a Saúde e a Educação. De resto, tar todas as competências do Estado CEN- vocês vão ser a parte administrativa do Es- à descentralização, mas TRAL que estejam a ser delegadas para tado relativamente a essas matérias. Com não está “de acordo os municípios. Por dois motivos principais: uma vantagem evidente, a aproximação na forma como tem não conhecemos o pacote financeiro, as do decisor a quem efetivamente necessita sido feita e com a for- coisas não têm sido feitas de forma trans- dessa proximidade também da decisão. O ma pouco transparente parente e, se não conhecemos aquilo que que é certo é que também não podemos, como este processo tem é o funcionamento daquela competências, com base nisso e, para receber uma, duas sido coordenado. “Quando há não podemos saber também, mesmo em ou 10 competências, por em causa aquilo transferência de competências, as cartas termos dos próprios recursos internos do que hoje fazemos”, lembra. têm de ser colocadas todas em cima da Município, quais seriam as implicações mesa, conhecer exatamente aquilo que que isso teria no dia a dia desta”, explica. O autarca reconhece que, em 2021, todos nos vai ser transferido, o que existe, os vão ter de aceitar as novas competências. encargos que vamos ter com aquilo e nes- Barbosa nota que, por informação que Até lá, tem de “haver um processo de sas competências, também é importante tem, a transferência de competências a transição que tem de ser preparado como perceber se vão ser ou não acompanhadas nível de Saúde não se colocará em Mon- deve ser”. Há que “também perceber o por recursos financeiros”, refere à VALE ção. Sobre Educação, abril será a altura que pode acontecer naqueles que vão MAIS. oportuna para uma decisão. Todavia, não aceita, o que é efetivamente necessário e aceitará competências que custem mais do adaptarmos o Município aquilo que serão “A informação, até à data, nunca foi muito que aquilo que o Estado transfere. as novas necessidades”. clara. Todos os decretos setoriais que entretanto foram saindo, a nossa posição, em relação a todos eles, sem exceção, Vítor Paulo Pereira, o orçamento que temos e que já é muito competências não aceites resumem-se presidente da Câmara rigoroso e com despesas, quase todas, já apenas às matérias da exploração de jogos destinadas. “ de fortuna ou azar, estacionamento público de Paredes de Cou- e vias de comunicação. ra, observa que as Assim, na primeira leva de competên- autarquias têm de ter cias, o Município aceitou a delegação de Na segunda leva, é aceite a área da Cul- alguma prudência e competências em matéria intermunicipal tura, mas recusada a da sanidade animal. nos domínios dos projetos financiados A temática da Educação e da Saúde será sensatez. “As transfe- por fundos europeus e dos programas de apreciada em abril. Todavia, Vítor Paulo rências de competências captação de investimento e da promoção Pereira observa que, na Educação, “é pro- deve ser feita num quadro turística, de acordo com a proposta da CIM vável” a aceitação. onde estejam desenhados quer os recursos Alto do Minho, consensualizada entre os humanos, quer o envelope financeiro. Por 10 municípios. Já no plano municipal, veri- No entanto, o autarca courense avisa isso, os municípios têm que aferir se estão ficou-se a aceitação nos domínios da ges- que “em matéria de descentralização, a em condições, se têm um quadro técnico tão das praias fluviais, da justiça, do apoio porta está aberta e nós queremos entrar. e fôlego financeiro para executar essas às equipas de intervenção permanente E adianta que “até 2021, vamos ter, se competências.” (EIP) dos bombeiros, habitação, instalação calhar, outro processo de transferência de e gestão de lojas de apoio ao cidadão e competências mais profundo”. Por isso, “só aceitamos as competências espaços do emigrante, gestão do patrimó- que consideramos que temos um quadro nio imobiliário público sem utilização. As técnico atual e que não representam um esforço financeiro que possa abalar o 12 www.valemais.pt

Vítor Mendes, presidente Enquanto isso não foi perfeitamente escla- financeira do Município e, consequen- da Câmara Municipal de recido, garante que “não temos condições temente, o trabalho que temos feito ao para puder receber essas competências longo dos últimos anos de rigor orçamen- Ponte de Lima, consi- para 2019”, mas espera que, para 2020, tal, desta gestão que é um exemplo a nível dera que esta, como possa já ter um conjunto de “dados objeti- nacional”. vos para, em consciência, puder aceitar ou praticamente os não, reconhecendo que as competências de Por isso, apenas aceitou duas competên- restantes municípios caráter universal irão passar definitivamente cias no âmbito da CIM Alto Minho e que do país, são a favor a 1 de janeiro de 2021 para as autarquias.” têm a ver com a captação de investimento, da descentralização. os fundos estruturais e a área do Turismo. Todavia, “não pode ser a Vítor Mendes mostra preocupação em “As restantes competências quer sejam de “acautelar aquilo que é o Município de carater intermunicipal, quer sejam munici- qualquer custo” Ponte de Lima, porque temos algum pal, não aceitamos”. receio que, com essa descentralização de “Com os diplomas setoriais que entretan- competências, se não forem transferidos os O edil considera, ainda, que se poderia ir to, foram publicados, não temos objeti- respetivos recursos humanos e financeiros mais longe, nomeadamente com a regio- vamente condições para saber quais são adequados a essa descentralização, possa- nalização, da qual é um defensor. os recursos humanos, as infraestruturas e mos ter problemas financeiros graves que os equipamentos a ser transferidos para pudessem comprometer a sustentabilidade o Município e, acima de tudo, os recur- sos financeiros que estarão afetos a essa mesma delegação ou descentralização de competências”, observa. O município de Caminha Não aderiu a duas. Habitação e vias de visão desconfiada relativamente aquilo olha para a transferência comunicação (estradas nacionais). No que esta previsto e neste momento não de competências como caso da habitação social, temos um con- sentimos que temos as condições. Quanto junto de habitações sociais no bairro dos à gestão de equipamentos culturais, vamos uma oportunidade pescadores em Caminha e em Vila Praia aceitar as competências. para podermos de Âncora e não vimos nas propostas resolver alguns assun- apresentadas capacidade para encontrar Sobre as competências na área da Saúde tos que sabemos que soluções financeiras que nos permitissem e da Educação, vamos avaliar bem. O prin- conseguimos resolver dar resposta. Nas vias comunicação é a cipio é este: se pudermos aceitar, iremos melhor do que a adminis- mesma coisa mas misturado com outras aceitar. E isso irá acontecer se tivermos os tração central. E eu acredito que a partir situações que estamos a debater com as recursos necessários. do território se consegue encontrar mais Infraestruturas de Portugal. soluções do que uma visão que está mais Esta descentralização ainda mete muito distante, por natureza, e que tem uma Somos, no entanto, o concelho do Alto medo ás autarquias. E eu compreendo menor capacidade para o pormenor, em Minho que mais competências aceitou, não porque nem tudo foi bem feito. Mas há varias questões. porque estejamos a espera de um envelo- um receio dos autarcas que parte de um pe financeiro, que nunca vai chegar, mas pressuposto errado. É que esta descen- E por isso defendo esta descentralização porque o que o governo quer, e parece-me tralização não pretende ser boa para as de competências e com franqueza até de- bem, é que tudo aquilo que é gasto em Câmaras Municipais. Isso não vai acontecer. fenso uma regionalização efetiva que olhe determinado tipo de competências passe Mas é boa para as pessoas e é por isso que para o território de outra maneira. a ser atribuído aos municípios para eles aceitamos todas as competências que po- fazerem esses investimentos. demos, porque, trazendo até mais despesa Agora a questão é ver a aplicação prática para a Câmara, mais pressão política e mais dessa descentralização. Olhando para os Depois, sobre Saúde Animal também pro- responsabilidade para o Presidente, a des- diplomas que já foram publicados e para pusemos uma rejeição, porque temos uma centralização vai ser boa para as pessoas. aquilo que eram os prazos de aceitação, o município aderiu a uma grande parte dessas competências, mais precisamente, a 9 delas. www.valemais.pt 13

O Município liderado por No âmbito das Estruturas de Atendimento mentos, tendo-se entendido que os serviços Augusto Marinho rejei- ao Cidadão, Património imobiliário público municipais não se encontravam, no momen- sem utilização e Estacionamento Público, são to, em condições técnicas e de meios para tou, as competências no competências que vão de encontro a estra- atuarem e intervirem nos termos propostos. domínio da exploração tégias anteriormente definidas pela Câmara. das modalidades afins No âmbito das Estruturas de Atendimento ao Recentemente, foram publicados três novos de jogos de fortuna ou Cidadão detém já aquela que é a única Loja diplomas no âmbito da Educação, Cultura e do Cidadão de 2.ª geração do Alto Minho Saúde. “O Governo não pode mensalmen- azar, assim como as das com um serviço protocolado com a Agência te aprovar, de surpresa, novas transferências vias de comunicação, dada para a Modernização Administrativa. (…), pelo que estas últimas deveriam ter a complexidade financei- sido as primeiras e com a respetiva trans- ra que teria de comportar sem qualquer No que respeita ao Estacionamento Públi- ferência dos recursos financeiros fixada em garantia de transferência certa, mas também co, o Município aceitou-a. Nesta primeira sede do Orçamento”, observa a autarquia, porque, entende, se tratam de tarefas e não ronda de competências, a transferência da dando conta de que estão a ser elaborados de competências, desacompanhadas das in- gestão do Património imobiliário público pareceres técnicos para assegurar a viabi- dispensáveis garantias para a sua execução. sem utilização vem dar resposta a uma lidade das competências em áreas como a velha reivindicação, nomeadamente no educação e saúde em 2020. Avisa, porém, Por outro lado, aceitou-as no âmbito das que respeita às antigas Casas dos Guardas que” não poderá tomar decisões que co- praias fluviais, uma vez que já exerce pratica- Florestais, estando o Município a desenvol- loquem em causa a viabilidade prática das mente a todas as competências elencadas. ver estudos para a sua viabilidade turística. novas competências e a sustentabilidade No âmbito da Habitação, considera que a das mesmas apenas porque a Administra- gestão dos bens imóveis destinados a habi- Relativamente às competências do sector da ção Central não as pretende exercer”. tação social que integram o parque habita- proteção e saúde animal e segurança dos ali- cional da administração direta e indireta do Estado constitui uma vantagem. VALENÇA E VIANA DO CASTELO A Vale Mais tentou, por vários meios, e em diversas ocasiões recolher os depoimentos junto dos gabinetes dos autarcas de Valença e Viana do Castelo, sempre, sem sucesso. Por esse motivo, não podemos apresentam aos leitores destes municípios as fundamentações que levaram os seus responsáveis a aceitar ou recusas as determinadas competências. No entanto, aqui ficam as competências que foram aceites e recusadas por estas autarquias. Em Valença, o município público sem utilização; associações de E recusou: habitação; praias marítimas aceitou quatro compe- bombeiros; exploração das modalidades fluviais e lacustres; vias de comunicação; tências. São elas: Gestão afins de jogos de fortuna e azar; justiça. estruturas de atendimento ao cidadão; do património imobiliário estacionamento público. Aceitou as competências jogo; gestão das praias marítimas, fluviais Cidadão; Instituição e Gestão dos Gabine- municipais nos domínios e lacustres integradas no domínio público tes de Apoio aos Emigrantes e aos Centros da autorização de explo- hídrico do Estado; apoio às equipas de Locais de Apoio e Integração de Migrantes; ração das modalidades intervenção permanente das Associações e gestão do património imobiliário público afins de jogos de fortuna de Bombeiros Voluntários; da instalação e sem utilização. ou azar e outras formas de gestão de Lojas de Cidadão e de Espaços 14 www.valemais.pt

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Desporto Texto :: Paulo Gomes HÁ LODO NO CAIS Nada mais há a fazer pelo futebol português. O descredito é total. A ânsia, a ambição e a luta pelo poder de alguns acabou com o prazer e o gosto pelo desporto rei de todos. Infelizmente os adeptos portugueses, porventura será comum noutros países, levam o futebol demasiado a sério quando ele de sério tem muito pouco como se tem visto. Quem serão então os grandes responsáveis pelo estado calamitoso do “nosso” futebol? Será culpa da Liga de Futebol Profissional? Será culpa da Federação Portugue- sa de Futebol? Ou será dos próprios clubes de futebol, principalmente os denominados “três grandes” que se vão habituando a viver neste clima de controvérsias, de vergonha, de terrenos minados, pantanosos, envolto em polémicas, muitas delas com contornos criminosos. Não, a culpa é acima de tudo nossa. Do comum adepto. Daquele que parece não poder fazer nada, mas que na prática pode fazer tudo. Sem adeptos não há futebol. Sem adeptos até os “três grandes” se tornam tão insig- nificantes como aquele grupo de amigos que se junta um dia da semana para fazer a “peladinha”. 16 www.valemais.pt

Não empurremos a responsabilidade para os outros. Estamos também habituados a viver no pântano em que se tornou o futebol português e só nos insurgimos quando algo ou alguém ataca o clube do coração. Pagamos muito e exigimos pouco. Os nossos padrões estão a habituar-se à mediocridade. Temos de parar de fazer das “personalidades medíocres” da nossa sociedade, e são muitas, famosas ou importan- tes. Elevemos os nossos padrões, seja na vida social ou no desporto que tanto adoramos. Estas últimas semanas têm sido de muita azafama para os medíocres do futebol. Tudo serve para aparecer nos meios de comunicação social. E para os meios de comuni- cação social tudo serve para os promover. Vivemos numa época em que tudo tem de ser rápido. Tudo tem de ser consumido em grande velocidade. As notícias são actuali- zadas ao milésimo de segundo mesmo que nada haja para actualizar. O medo de ficar para trás “obriga” a que os mídia tenham cada vez menos escrúpulos. Cada vez são mais os casos de Fake News. De manipulações de opinião publica ao serviço de interesses obscuros. O que importa é lançar noticias, histórias, depois se se confirmam como verdadeiras ou não, logo se vê, a verdade já deixou de ser importante, por isso, arrisca-se. Vivemos num mundo onde a religião o futebol e a políti- ca, todos interligados, servem para nos dividir, para hosti- lizar quem não defende o nosso credo, as nossas cores ou as nossas convicções. Basta dar uma vista de olhos pelas páginas das redes sociais, não interessa qual o tema. É tudo igual. Ou estás comigo ou estás contra mim. Nas páginas relacionadas ao futebol o clima é de guerri- lha. Dirigentes, empresários, amigos de presidentes têm cada vez mais tempo de antena para mostrarem e darem a conhecer aquilo em que são bons. Que é equivalente a nada. Não são bons em nada, exceptuando o serem medíocres, básicos, narcisistas e egocêntricos. Querem aquilo que lhes enche o ego. Atenção. E conseguem. Cul- pa do consumidor. E futebol. E os futebolistas. Os seus treinadores, fisioterapeutas, roupeiros, etc., será que entram neste jogo? Entram sim, mas como suplentes. Que mundo interessante este não é verdade! Lançam-se mentiras na ânsia que se tornem verdades. Escondem-se verdades fazendo-as passar por mentiras. Brilhante. Estu- pidamente brilhante. Evidentemente sou, por vezes, catalogado por alguns como sendo um purista ou até mesmo um lírico do fute- bol, por vezes da vida também. Na realidade, vivo muito bem com esse rotulo, porque para mim o “nosso futebol” não deve ser levado demasiado a sério porque ele de sério tem, na realidade, mesmo muito pouco. “O futebol é a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes da vida” Arrigo Sachi www.valemais.pt 17

Opinião Texto :: Manuel Pinto Neves PLEMOANNAISAMO Ultimamente tornou-se usual, nas intervenções públicas, a saudação: “boa noite a todos”. Por isso, decidi trazer a esta página uma breve abordagem sobre a utilização abusiva dos pleonasmos. Éclaro que quando nos dirigimos a uma audiência exemplo, quinta vez!); “adiar para depois” (será pos- estamos a falar para todos e não apenas para sível adiar para antes?); “encarar de frente” (podemos alguns. Aqui, o “todos” é uma redundância e, não encarar por trás ou de lado?); “encontrar outra alternati- faz falta nenhuma na dita saudação. va” (se é outra é uma nova alternativa) Outros pleonasmos, os mais clássicos, são, por exemplo, No entanto há pleonasmos que são perfeitamente acei- “entrar para dentro”, “sair para fora”, “subir para cima”, táveis e que podemos não os considerar redundantes. “descer para baixo”. Qualquer destas expressões é per- Aqui se deixam apenas três exemplos: “certeza absolu- feitamente desnecessária. ta” (nesta expressão, a palavra “absoluta” dá uma maior Nestes casos não vale a pena perder mais tempo tão força à “certeza”, tornando-se aceitável); “vejo com os desnecessários se tornam. meus olhos” (pode-se aceitar que haja coisas que não No entanto há outros que podem deixar algumas dúvi- nos seja suficiente o relato dos outros e queiramos tirar das. Ora vejamos alguns exemplos: “recordar o passa- quaisquer dúvidas); “viver a vida” (é aceitável pois po- do” (será que podemos recordar outro tempo que não demos viver qualquer coisa que não seja a vida). seja o passado?); “pequenos detalhes” (será que os Aqui fica a minha “opinião pessoal” sobre a mania da detalhes poderão ser grandes?); “metades iguais” (será utilização de pleonasmos, que, sendo um equívoco que as metades, seja do que for, não são iguais?). comum da nossa língua, se tornou um verdadeiro vício. Outros pleonasmos, verdadeiras idiotices, são, por Mas, caros leitores, não será que também eu caí numa exemplo, “factos reais” (será que um facto poderá ser ir- “ratoeira” pleonástica? É verdade que, ao escrever real?); “aviso prévio” (será que podemos fazer um aviso neste espaço de opinião, transmito a minha e não a dos sobre alguma coisa depois de ela ter acontecido?); “to- outros. Não é, pois, preciso dizer que ela é pessoal. dos sem excepção” (claro que se são todos não poderá Ainda fui a tempo de ir “de encontro”, quero dizer “ao en- haver excepções). Qualquer destas expressões não faz contro” da utilização correcta da minha opinião para este sentido e torna-se uma clara patetice. número da Vale Mais. Mas ainda há mais. Vamos a elas: “surpresa inespera- da” (se é surpresa e óbvio que é inesperada, pois, caso o não fosse não seria surpresa); “estreia pela primeira vez” (seria bem interessante haver estreias pela, por 18 www.valemais.pt

Opinião Texto :: Luís Ceia COMÉRCIO LOCAL DE PROXIMIDADE NOVAS MEDIDAS Foi com muita satisfação e honra que aceitei o convite do Ex-secretário de Estado Adjunto e do Comercio, Dr. Paulo Oliveira para integrar a Comissão para a Revitalização do Comércio Local de Proximidade, constituída pelo Despacho n.º 7737/2016 publicado no Diário da Republica n.º112 de 14 de Junho 2016. Segundo o referido despacho, “a Comissão tem como missão iden- Em boa verdade, em parte resultante da saída do Sr. S.E.C. do Governo, tificar, avaliar, conceber e propor medidas que permitam promover pouco foi feito daquilo que o relatório apontava como medidas estratégi- a manutenção dos estabelecimentos comerciais de proximidade, cas a implementar. Diria que se reforçou o cadastro das lojas com tradição, em particular dos que se dedicam ao chamado comércio tradicio- processo já na altura em curso no Centro de Lisboa, criou-se o programa nal, nos centros urbanos, e estimular a adoção de desses estabelecimen- para a digitalização do Comercio, liderado pela ACEPI-Associação para tos, bem como fomentar o planeamento ordenado de zonas comerciais, Economia Digital em parceria com a CCP, através de um projeto a nível de forma a preservar as identidades nacionais e locais, valorizar o patrimó- nacional, cuja sede física será em Viana do Castelo, precisamente no edifí- nio arquitetónico, histórico, económico e cultural português e assegurar cio sede da AEVC – Associação Empresarial de Viana do Castelo. Uma vez a competitividade e o emprego através de atração de investimento e de mais, muita coisa ficou na gaveta, esperando por melhores oportunidades. visitantes”. Julho que não poderemos esperar mais, sob pena de uma atividade fun- damental na criação de emprego, riqueza e na sustentabilidade das urbes, O relatório, elaborado pela comissão liderada pelo Dr. André Miranda, venha continuar a seguir a trajetória descendente nos últimos anos. foi entregue dentro dos prazos estipulados e assentava nos pressupostos definidos pelo governo: Não vou anunciar as medidas elencadas, por ser um exercício exaustivo mas, sobretudo por não se ético da minha parte. “O Governo pretende salvaguardar e reforçar o papel do setor do comér- cio local de proximidade, em particular o comércio tradicional, através de Apenas posso prometer que não deixaremos cair em saco roto o trabalho uma estratégia sistematizada que abarque diferentes áreas de atuação, encetado por esta comissão, e tentar convictamente que algumas das atividades económicas, cultura, turismo e planeamento urbano (…). medidas possam abandonar o papel e concretizarem-se. Segundo a metodologia que presidiu à sua conceção foram ouvidas diferen- Se o turismo nas grandes urbes, viabilizou algumas áreas do comércio local tes entidades de Norte a Sul do País, foram recolhidos dados oficiais sobre o de proximidade, o mesmo não se passou nas cidades de pequena dimen- estado da arte e procedeu-se à discussão dos elementos recolhidos. são, assim como nas vilas. O referido relatório colocava enfase em quatro áreas que considerámos O Alto Minho, como todo o País, carecem urgentemente da aplicação de fundamentais para o desenvolvimento do comercio local de proximidade: medidas que constituam um incentivo à revitalização do Comercio Local Inovação e Competitividade; o Espaço Urbano; Preservação  do  Patrimó- de Proximidade. nio,  Produtos  e  Saberes  e Capacitação  Institucional. Enquanto Associação Comercial, estamos a desenvolver esforços e in- fluências para que em breve sejam anunciadas novas medidas que vão de encontro ao propósito do objetivo do relatório, já que o comércio local de proximidade, e o tradicional, estão carentes dessas e de outras medidas. www.valemais.pt 19

Reportagem #Vila Nova de Cerveira Texto :: Manuel S. ESTUDANTES DE MEDICINA ‘RASTREIAM’CERVEIRENSES Promover rastreios gratuitos a um conjunto Ainiciativa decorreu em espaços do centro histórico e no de fatores de risco cardiovascular. Este é antigo bar dos bombeiros, próximo do edifício-sede do o objetivo de uma iniciativa dinamizada Município, entidade que apoiou a iniciativa. Oito jovens pelo Instituto de Ciências Biomédicas de estudantes, do 3º, 4º e 5ºano, faziam os rastreios a pes- Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do soas interessadas e colaborantes. Mediam-lhe a tensão arterial, o Porto que, entre uma sexta-feira e domingo, índice de massa corporal, peso, perímetro abdominal e calculavam esteve em Vila Nova de Cerveira, no âmbito o risco de diabetes. do projeto Medicina na Periferia, já na XV edição, e que decorreu também em mais 11 Isabel Moreira, natural de Vila Pouca de Aguiar e já no 5º ano de concelhos em outros distritos do país. Cerca Medicina, era uma dos jovens estudantes que participou na inicia- de duas centenas de pessoas, sobretudo tiva. À VALE MAIS, observou que já não era a primeira vez que se idosas oriundas das sete IPSS’s locais, foram deslocava a V. N. Cerveira para esta iniciativa. abrangidas por esta iniciativa. A reportagem da VALE MAIS esteve lá e testemunhou. “Este projeto que a nossa Faculdade tem é, no fundo, ir a municí- pio do interior do país que, muitas vezes, não têm tanto acesso a cuidados de saúde e a rastreios deste nível, chegar às populações e tentar intervir ao nível da prevenção”. 20 www.valemais.pt

Assim, “podemos avaliar qual é o seu risco cardiovascular, o de As patologias identificadas são comuns às de outros municípios vir a terem diabetes e outros problemas e alertá-los para irem ao onde “Medicina na Periferia” é desenvolvido, sublinhando que, no médico com mais ou menos pressa, bem como para mudanças no final da ação, os dados, anónimos, são enviados às câmaras muni- seu estilo de vida muito importantes para combaterem doenças cipais, sendo indicados as patologias que mais prevalecem. que podem causar tantas problemas e, mesmo, eventos agudos, como enfarte de miocárdio e AVC.” “É muito importante termos contacto com os doentes. No curso, não há tanto esta oportunidade porque temos muita teoria para A jovem refere que a iniciativa abrange idosos e pessoas de meia aprender. Também enquanto estudantes não tratamos ninguém, idade. “Há muita gente a partir dos 50 anos. Neste momento, estamos só a aprender, e, aqui, apesar de também não tratar- cerca de 40% da população portuguesa tem excesso de peso e mos, podemos ter um grande impacto ao ensinar as pessoas a obesidade, de modo que começamos já a ter faixas jovens com mudarem os seus estilos de vida e as sensibilizarmos para estes muitos destes problemas, como diabetes e hipertensão. Nesse problemas. Até podemos vir a prevenir algumas destas doenças”, aspeto, é também importante intervir em camadas mais jovens de concluiu, sem antes nos confidenciar que, embora ainda não es- modo a prevenir as pessoas de vir a ter a doença”. colhesse a especialidade, quer “ser uma médica de mais contacto com as pessoas”. IMPORTANTE PARA PESSOAS NOVAS IDOSOS COM CUIDADOS NA ALIMENTAÇÃO Observa, a propósito: “Muitas vezes, são os idosos que estão a vir aqui e, muitos deles, já têm diabetes ou hipertensão. Mas também Já o seu colega Bernardo Moreira, também do 5º ano e natural é importante virem pessoas mais novas, seria importante, porque, de Paredes, pretende, no futuro, trabalhar mais nas áreas cirúrgi- se fizessem as mudanças de estilo de vida que nós aconselhamos, cas. Era a sua 3ª experiência no projeto, depois de ter estado em conseguiríamos prevenir que elas venham a ter diabetes e hiper- Cinfães e Lousada. Reconhece que, tal como noutras localidades, tensão. É o nosso grande objetivo ao realizar estes projetos.” V. N. Cerveira “se começa a ver muito idosos que têm cuidados com a alimentação, medem as glicemias e a tensão todos os dias, Como na população rastreada há muitos idosos, nas patologias vão controlando e até conseguem levar uma vida minimamente mais verificadas, estão a diabetes, hipertensão, excesso de peso e, saudável”. mesmo, obesidade. “Todas estas patologias podem ser preveni- das, apesar de terem uma componente genética importante, com Por isso, vê a utilidade desta iniciativa, nomeadamente por se alterações do estilo de vida, nomeadamente exercício físico e fazerem estas medições e se informarem os idosos sobre os seus alimentação”, refere. valores, especialmente aqueles que não controlam tanto os seus valores. “E também para uma sensibilização. Falamos de alimen- Interrogada acerca do procedimento que têm acerca das situa- tação saudável, nos panfletos do rastreio de alguns de cancros, na ções que detetam, Isabel nota as limitações desta ação se resumir vacinação da gripe, sinais de alarme de AVC e de enfarte agudo a um fim de semana. ”Numa hipertensão, não podemos fazer o de miocárdio. Além da parte de rastreio em si, há também uma diagnóstico só com uma medição. Tem de ser em duas alturas sensibilização para a saúde”, acrescenta. diferentes. O que alertamos é, por exemplo, quem nos diz que não é hipertenso, nem diabético, e, depois, tem glicemia ou A maior parte dos idosos que observou estão num lar ou frequen- tensão muito alta. Deve ir ao seu médico de família o mais rápido tam um centro de dia. O jovem estudante de medicina vê nisso possível. Inclusive, se as tensões estiveram tão altas, muito acima uma vantagem. Na sua opinião, pois, nesses sítios, normalmente, do normal, se isso acontecesse aqui, iriam imediatamente para o são melhores acompanhados do que estivessem sozinhos em casa serviço de urgência.” e não tivessem, sequer, aparelhos para estas medições”. www.valemais.pt 21

Bernardo reconhece, também, que “estamos um pouco fechados PARA CONTINUAR no nosso curso de medicina, só vemos doentes em contexto do hospital, e, por isso, é importante ver pessoas que, mesmo que Aurora Viães é a vereadora cerveirense com o pelouro da Ação estejam doentes, sejam saudáveis”. “Sabermos como é que é Social. À nossa reportagem dá nota do facto do desafio ter sido viver com uma doença crónica (diabetes, hipertensão). Ao falar lançado pelo ICBAS para vir ao “nosso território e fazer este com estes idosos, temos essa perceção. Como eles controlam a conjunto de rastreios para, no fundo, também aferir se a nossa po- diabetes, a hipertensão, se têm uma alimentação saudável e como pulação tem alguns problemas e dar alguns conselhos”. Algo que podemos ajudá-los, caso não a tenham.” se verifica há já cinco anos consecutivos e se enquadra na política municipal associada à prevenção e à promoção dos hábitos de UM DOUTOR POR MINHA CONTA vida saudáveis. Os idosos iam sendo atendidos e, pelo que deles ouvimos, era “Costumamos ter acesso aos resultados que os alunos vão reco- unânime o sentimento quanto à iniciativa. A octogenária Adelaide lhendo e vão nos dando conta de tensões arteriais mais elevadas, Barroso, de Gondarém, disse-nos, enquanto esperava ser aten- possíveis problemas cardiovasculares, algum excesso de peso… dida, que, através do centro de dia que frequenta, já tinha vindo temos aqui alguns indicadores que nos são dados por este conjun- no ano passado. Frisou que acha positiva a iniciativa e que tem a to de jovens, eles próprios vão dando algumas pistas às IPSS’s que melhor impressão dos jovens estudantes de medicina. também fazemos questão de incluir neste projeto para inserirem cuidados de saúde no hábito e no dia a dia dos nossos idosos que No mesmo sentido se pronunciou Manuel Sobrosa, de Loivo, estão institucionalizados.” que mora com a nora e o filho. Também já tinha vindo em 2018 a idêntica ação. “É bom para a gente saber o que tem ou deixa de As iniciativas, garantiu, são para continuar, até porque são parte ter”. Sublinha, porém, que já tem efetuado diversos exames e até da prevenção e sensibilização dos idosos para determinados hábi- tem “um doutor em Viana por minha conta”. Agora, estiveram a tos de vida saudáveis que a autarquia vê como fundamentais. medir-me a tensão que “subiu um bocado”. Também lhe per- guntaram “que medicação estava a tomar, como me sentia, com No entanto, a autarca reconhece que falta sempre ainda muita C quem morava”. coisa. “Temos procurado, ao longo dos anos, implementar uma M politica de proximidade porque o interior do nosso concelho é Y “Estas coisas servem para nos chamarem a atenção. Tudo ajuda também um conjunto de freguesias que tem alguns problemas de CM alguma coisa”, acrescenta. Nota que já foi até Melgaço numa desertificação e de isolamento de idosos. O objetivo é conseguir MY iniciativa dentro do mesmo âmbito, mas com exames mais por- chegar a estes. Temos alguma dificuldade, que acho transversal a CY menorizados, nomeadamente radiografias. Afirma, porém, que os nível nacional, de muitos idosos que não se querem institucionali- CMY futuros médicos são “boa gente” e que gosta “de ser vigiado”. zar. Não querem sair das suas casas e, nem que seja só durante o K dia, têm esta resposta dos serviços, das IPSS’s, de ir a casa, faze- TÃO BONITOS, FICAVA TODO O DIA COM ELES rem as limpezas e darem apoio na alimentação. É fundamental”. Bem disposta, Maria de Jesus Miranda, que frequenta o centro Aurora Viães nota que, neste aspeto, o trabalho principal da au- de dia de Gondarém, onde convive e toma as refeições, acaba de tarquia tem a ver com o “conseguir que esses serviços de proximi- ser atendida numa unidade móvel estacionado junto ao antigo dade tenham capacidade de dar resposta aos problemas destes bar dos bombeiros. Avisando logo que “se não é para casamento, idosos”. nem para namorar, não interessa a idade”. Já quanto aos jovens estudantes que a atenderem, atirou que “são tão bonitos, ficava PROTEÇÃO DO IDOSO com eles todo o dia”. Já não ligado à questão da saúde, a autarca mostra preocupação Mais a sério, contou-nos que lhe disseram para vir e acha bom com as possíveis situações de burla e violência com os idosos, o atendimento registado. “Eles dizem tudo. A tensão estava sobretudo, que viveem em locais mais isolados. boa, também o sangue e outras coisas. Mas isto não é para uma doença grande, não é um hospital!”, referiu-nos. “Acho isto bem. “É uma questão que acaba por ser transversal nalgumas situações. A gente está tranquila. Eu até estou bem contente. Tive um pro- Felizmente, no nosso concelho, temos muitos poucos registos blema num pulmão, que teria de tira-lo, mas calhou bem, porque desse tipo, mas o casos de burla, muitas das vezes, acabam por está muito bom, tratei-me, fiquei bem, todos os meses verifico.” terminar em problemas de violência. Há Idosos que são agredidos pelas pessoas que estão a tentar burlá-las em relação a deter- Maria de Jesus, que vive sozinha, afiança que tem cuidado com minados produtos. Ainda temos muito que trabalhar na área da saúde e alimentação, nada de fritos e gordura, mas que não proteção do idoso.” pratica exercício físico. “Não sou muito disso. Também não posso porque tenho uma perna aleijada. Cai há anos, fui a França, onde A vereadora garante que a autarquia tem trabalhado, com a GNR, tenho família, e voltei a cair, há pouco tempo. Fiquei pior do que na sensibilização porta a porta. Também com a colaboração das jun- estava” – desabafa. tas de Freguesia. “ Juntamente conseguimos fazer um trabalho de proximidade que tem de continuar, pois há muitos passos para dar.” 22 www.valemais.pt

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Nutrição & Bem-Estar Primeiro coza a batata doce, eu faço sempre no forno Texto :: Ana Rita Lebreiro_NutripontoCome embrulhada em papel de TRUFAS DE alumínio. Tire a pele e reserve. BATATA DOCE Derreta o chocolate em banho c/ CHOCOLATE E COCO maria, partido aos bocados. Quando estiver derretido deite o D-E-L-I-C-I-O-S-A-! leite e mexa, até ficar um \"creme\" Experimente esta nova receita de trufas com batata doce... E ainda por cima com chocolate... é impossível uniforme. não gostar. Acredeite que fica delicioso! Num robot de cozinha deite a Por isso, pegue num bloco e anote... vai fazer sucesso! batata doce partida aos bocados, o chocolate derretido e o coco ralado. Triture tudo muito bem. C Deite numa taça e deixe arrefecer M completamente (pode colocar no Y frigorífico). Ficou cerca de 1 hora. CM Depois junte a farinha de arroz, MY mexa para ficar bem misturado CY (esta adição de farinha é para CMY ajudar a fazer as trufas e evitar K pegar muito nas mãos). Triture a bolacha maria e deite num prato da sopa. Faça bolinhas com as mãos e passe- as pela bolacha maria. Vá repetindo o processo até acabar a massa. Bom apetite!! (rende 47 trufas pequenas) • 200g de batata doce cozida • 200g de chocolate preto 70% • 1/2 chávena de chá de leite sem lactose (ou outro leite ou bebida vegetal) • 50g de coco ralado • 8 colheres de sopa de farinha de arroz • 5 bolachas maria sem açúcar 24 www.valemais.pt

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Opinião Texto :: Emília Cerqueira QUE PAÍS SOMOS E QUE PAÍS QUEREMOS? Este início de ano, com a divulgação dum Acórdão A propósito da nomeação da mulher do Tribunal da Relação do Porto da autoria do Juiz para chefe de gabinete do Secretário Desembargador Neto Moura, onde este tecia alguns de Estado dos Assuntos Parlamen- considerandos que me parecem de todo desajustados tares, o Ministro Pedro Nuno Santos da realidade, o país como que acordou para a dramática veio a terreiro escrever que “nin- realidade da violência doméstica... As redes sociais guém deve ser prejudicado na sua encheram-se me milhares de posts e comentários de vida profissional por causa do marido, da mulher, da indignação coletiva, fizeram-se programas de radio e mãe ou do pai”... televisão sobre a matéria... Esta afirmação, se a encaramos desgarrada do modus O frenesim e o choque coletivos que se levanta- operandi deste governo, até faz sentido, no entanto ram foram de tal ordem que um qualquer ser se a olharmos à luz dos acontecimentos desta legis- que chegasse ao planeta Terra teria a firme latura, compreende-se não passa duma tentativa de convicção de se tratar duma coisa nova, que branquear a realidade desculpando o indesculpável e nunca tinha existido um caso de violência atirar areia para os olhos dos portugueses... doméstica em Portugal. Basta pensarmos nas relações de parentesco, a roçar a Enquanto assistia a toda esta indignação lembrei-me dum spot promiscuidade, com que este governo nos brindou: A televisivo onde o juiz perguntava a um arguido, presumo que filho da vítima, se era culpado e este respondeu que sim, que Ministra do Mar é mulher do Ministro da Administra- era culpado, tal como o irmão, os familiares, os vizinhos e os ção Interna, o Ministro do Trabalho e da Segurança So- conhecidos. Culpados de quê? Perguntar-se-ão espantados en- cial é pai da Ministra da Presidência e da Moderniza- quanto pensam que nada fizeram de mal… Eu digo: culpados ção Administrativa e isto apenas ao nível ministerial, se sim. Culpados deste entorpecimento em que vivemos e nos permite fingir que nunca fomos cúmplices pelo SILÊNCIO. formos aos gabinetes ministeriais seriam necessárias várias páginas para explicar o intrincado de relações Este silêncio “ensurdecedor” coletivo faz-me perguntar: Que país familiares que ligam os governantes desta geringonça. somos e que país queremos? Cabe a cada um de nós escolher. Esta defesa do Ministro, ao vir falar dos “coitadinhos” e injustiçados familiares dos altos dirigentes do governo, é duma falta de vergonha incomensurável, não passan- do duma tentativa de desculpar o indesculpável. Pior ainda, trata-se duma tentativa de legitimar uma de- mocracia genealógica, uma espécie de monarquia do PS como sendo a melhor forma de governo a que podíamos aspirar e onde a prática de favorecimento de familiares ou amigos, na atribuição de cargos ou privilégios por parte de um detentor de cargo público ou de alguém em posição de poder, é vista como “meritocracia”. É este o país que somos, mas será este o país que queremos? 26 www.valemais.pt

Opinião Texto :: M.ª Fátima Cabodeira JOVENS LUTAM PELO PLANETA Ainda que sob o efeito do vento puxado a Quando escrevo estas linhas, uma catástrofe ambiental sem prece- norte, a primavera dá sinais da sua presença dentes abate-se sobre Moçambique e os países vizinhos. O núme- nos tons térreos da copa das árvores.Quase ro de mortos tem vindo a aumentar. Por via do Ciclone Idai, que a terminar, a interioridade do tempo da provocou ventos de 170 km por hora e chuvas intensas, a cidade Quaresma conduz-nos à ressurreição de da Beira foi devastada e outras localidades ficaram fortemente afe- Cristo, na Páscoa, festividade do calendário tadas, com estradas submersas, e sem comunicações. litúrgico que os alto-minhotos assinalam com arreigados rituais festivos do “beijar da cruz”. Em declarações a uma estação televisiva, o escritor Mia Couto, natural da Beira, referiu, visivelmente consternado, que “nenhum Entrámos numa estação que convida a caminhar, conversar e país do mundo tem capacidade para lidar com uma tragédia desta contemplar… a respiração da natureza, o mesmo é dizer o dimensão”. pulsar da própria vida nas suas múltiplas manifestações. Chamados a comentar o fenómeno, especialistas asseveram que Sol, património, paisagem, gastronomia e pessoas genuínas têm as alterações climáticas se farão sentir com mais frequência e de catapultado o setor do turismo nas várias regiões de Portugal, que forma inesperada, pelo que os governos têm de investir no pla- têm para oferecer um tesouro - o da autenticidade das suas gentes. neamento para fazer face a situações de emergência. Não fosse assim, e tudo pareceria artificial, repetitivo e entediante Neste contexto de destruição, ganha acuidade o protesto da como a torrente de imagens postadas nas redes sociais. ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, cuja perseverança já conquistou seguidores em todo o mundo. Em Portugal e, no Conhecer pressupõe mais do que ver ou filmar ou fotografar. Im- distrito de Viana do Castelo, também houve alunos que aderiram plicar estar, sentir o espírito dos lugares e, sobretudo, perguntar. à “Greve Escolar pelo Clima”. Estes jovens estão a exigir aos decisores de todo o mundo medi- das para salvar o planeta. www.valemais.pt 27

Reportagem #Viana do Castelo Texto :: José C. Sousa MARTA PAÇO A MENINA CEGA QUE DESAFIA AS ONDAS DO MAR Marta Paço é uma menina de 14 anos, natural de Viana de Castelo, e que prova, até aos mais incrédulos, que na vida não há impossíveis. Mas para os leitores que ainda não conhecem o talento que Marta possui, aqui vai. 28 www.valemais.pt

arta Paço é uma menina que nasceu O facto de Marta ser cega e praticar surf é, por si só, cega, devido a uma amaurose congénita motivo de admiração e contemplação, mais então, de Leber (ACL), uma condição rara que quando a vemos entrar no mar e começar a surfar. Foi a isso que assistimos em plena praia do Mlhe retirou 95% da visão. No entanto, Cabedelo, e com bastante vento à mistura. O que sentes ao entrar no mar? “Para mim, o Surf Marta não virou costas aos seus sonhos e é a significa muita liberdade e alegria. Sinto-me livre prova que, com esforço, dedicação e bravura e segura mas sei que, acima de tudo, tenho de ter conseguimos atingir os nossos objetivos. muita concentração”. Dona de uma doçura e uma serenidade que A jovem surfista frequenta as aulas do Clube de contrastam com o mar onde entra, quase a diário, Surf de Viana 3 a 5 vezes por semana, dependendo a Marta tornou-se, à cerca de dois anos, surfista. do horário escolar. Os treino decorrem, cada vez, A Vale Mais quis conhecer este ‘exemplo de vida’ com mais intensidade. A evolução é notória mas e foi até à Praia do Cabedelo, em Darque, Viana do ainda há muito para crescer. Castelo, onde estivemos à fala com ela. Foi no Centro de Alto Rendimento do Clube de Surf de Viana, e debaixo de um dia sol fantástico, que a amável e sorridente Marta nos contou como o surf entrou na sua vida. “O surf surgiu numa brincadeira. Os meus “Ainda tenho muito para evoluir. O principal pais tinham um café perto do Centro de Alto problema, para mim, é apanhar a onda, mas, quando estou na água, confio sempre no Rendimento de Surf de Viana e alguns treinador que está comigo e acredito que ele vai treinadores e membros da direção, que escolher as melhores ondas para mim”. frequentavam o café, começaram- O treinador acompanha sempre a Marta para me a desafiar para experimentar dentro de água. esta modalidade. E eu, que desde “Ele está dentro de água, comigo, e dá-me todas pequena tenho contacto com as indicações verbais que eu preciso. Sobe o mar, porque a minha família, para a prancha, rema, olha a onda e é por essas por parte da minha mãe, são indicações que me vou orientando”. pescadores, não hesitem em vir experimentar”. QUANTO A ÍDOLOS, MARTA NÃO HESITA “ Nunca tive medo nem receio de “Conheci a Chloe Calmon, que é campeã mundial experimentar. E como temos quase de Longboard, quando me estava a iniciar no surf sempre pé, no mar, é tranquilo e ela foi muito importante para mim porque foi para mim. Já os meus pais tem surfar comigo e isso ajudou imenso e motivou. Foi algum receio mas eu acho que, com o maravilhoso para mim, ter estado com ela”. tempo, eles acabaram por superar essa Boa aluna, frequenta o oitavo ano e as disciplinas que mais gosta são Matemática e Físico-Química, situação”. (risos) no entanto, ainda não sabe o que quer seguir, nos estudos. A Marta tem recebido um foco mediático muito “Tenho aulas específicas como Orientação e grande desde o momento em que conquistou a Mobilidade; TIC (tecnologias de informação e medalha de Bronze no Campeonato do Mundo comunicação) e Braille. O Braille ajuda-me na de Surf Adaptado, em La Jolla, na Califórnia, em simbologia especifica da matemática e da físico- dezembro de 2018. E isso nota-se na calma e na química”. moderação com que nos responde às perguntas. Já deste muitas entrevistas? “Bastantes”, responde-nos com o sorriso no rosto. www.valemais.pt 29

Marta paço já está a preparar o Campeonato Europeu de Surf Adaptado (Eurosurf Adaptive 2019) que se vai realizar, entre 20 e 26 de maio, em Viana do Castelo, sendo esta a primeira vez que a prova se vai realizar em Portugal e na Europa. “Ainda não sei o que quero seguir nos estudos, Marta Paço recebeu este a ano a Medalha de Cidadão apesar de saber que tenho de começar a pensar de Mérito da Câmara Municipal de Viana do Castelo. nisso, ainda não decidi o que quero fazer. O Surf irá Foi a mais nova de sempre a fazê-lo. continuar a fazer parte da minha vida mas quero fazer um curso superior”. Com as competições, acaba por passar algum tempo fora da escola, mas isso não é problema. “Os meus colegas, depois, informam-me da matéria que foi dada”. E nos tempos livres? O que mais gostas de fazer? \"Gosto de jogar futebol com os meus amigos, gosto de estar com eles no geral e também gosto de estar com a minha família”. NO FUTURO, QUER CONQUISTAR TÍTULOS E VIAJAR “Quando há uma competição, que me faz viajar e estar vários dias fora, fico muito feliz. Agora quero treinar muito para conseguir participar em mais competições e conquistar mais prémios, aproveitando, também, para viajar e conhecer novas pessoas e culturas. Isso é muito importante para mim”. No dia em que entrevistamos a Marta ela teve uma grande surpresa. Recebeu uma prancha nova e não perdeu tempo em dar-lhe uso. Mas antes foi preciso prepará-la. 30 www.valemais.pt

SURF CLUBE VIANA Oespírito aventureiro desta associação permitiu- Continua, ativamente, a apostar na formação de novos -lhes construir um registo invejável desde 1989, praticantes e no apoio a atletas, assim como na realização ajudando, de forma decisiva, a escrever a histó- de eventos. ria nacional e mundial do surf. PRIMEIRA ESCOLA DE SURF E BODYBOARD EM O SCV ganhou reconhecimento graças à sua excelente PORTUGAL capacidade de organização de grandes eventos, como campeonatos do mundo, europeus, nacionais e regionais. A Escola do Surf Clube de Viana, fundada em 1990, foi a Também tem vindo a distinguir-se pelo seu importante primeira escola de surf e bodyboard em Portugal. A Esco- papel formativo, pelo impulso à pedagogia e ao progresso la e os seus treinadores são reconhecidos pela Federação desta modalidade, através de desporto escolar, de progra- Portuguesa de Surf, Instituto Português do Desporto e mas de inclusão social, de encontros de surf adaptado, de Juventude e Turismo de Portugal. Este centro de treinos intercâmbios, entre muitas outras iniciativas. é utilizado por surfistas de todos os níveis que querem melhorar o seu surf, quer seja para competir ou para Atualmente, o SCV está encarregue da gestão do Centro satisfação pessoal. de Alto Rendimento de Surf de Viana, onde estabeleceu a sua sede. Fundado em 1989, o Surf Clube de Viana (SCV) foi a primeira Escola de Surf de Portugal. www.valemais.pt 31

TAMBÉM ESTIVEMOS À CONVERSA COM JOÃO ZAMITH, Aqui, são aproveitadas as excelentes condições naturais e as O PRESIDENTE DO SURF CLUBE DE VIANA E TREINADOR infraestruturas de excelência que foram criadas. DA MARTA PAÇO. “O surf é um desporto muito singular e é uma atividade desporti- “Temos andado sempre na ‘crista da onda’ no que diz respeito va muito intensa. E o contacto com a água do mar, com o sol são a inovação, organização de eventos, e formação. Na questão do factores que nos dão uma qualidade de vida e de bem-estar que, surf adaptado também fomos pioneiros. Em 1998 demos a pri- para mim, não se compara com treinar num ginásio. meira aula a cegos e daí para a frente temos vindo a aprofundar esta nova área. Ou seja, no desporto de natureza há muitos mais benefícios do que num desporto que se pratica “dentro de portas””. Sócio número 26, João passou por todas as fases do clube, desde atleta, a treinador, técnico, dirigente, e “Qualquer pessoa que queira praticar surf ou bo- agora, presidente. dyboard não hesite e venha experimentar. Não deixem passar as oportunidades. Não tenham “O Clube foi criado aqui em Darque, no Cais medo, por exemplo, de não saber nadar. As Novo e, na altura, a sua criação foi uma nossas aulas são dadas sempre com pé. coisa “muito à frente” (risos). No en- O fato e a prancha flutuam, portanto tanto, sempre tivemos muita sorte não há nenhum risco nesta moda- em ter grandes dirigentes. lidade. Para João Zamith falar de Nós temos uma rapariga, Surf é falar da sua vida. cega, que faz surf, por- tanto tudo o resto é possível”. “Tenho JOSÈ uma vida de- MANUEL dicada ao Surf LOURENÇO e a estruturação do Surf em Portugal. Presidente do Comité É uma grande paixão. E Para-olímpico o clube representa muito sacrifíco, porque somos uma Quem também estave presente direção voluntária, e se não fosse a na CAR, foi José Manuel Lourenço, paixão, não teríamos chegado até aqui. Presidente do Comité Para-olímpico, que aproveitou para deixar uma palavras à Marta. O atleta mais novo do clube é o filho de João. Tem 3 anos e já começa a dar os primei- \"A Marta demonstra, a todos nós, que uma pessoa ros passos nesta modalidade. cega consegue colocar-se em cima de uma prancha e fazer surf. Isso é, de facto, um exemplo que deve ser “O projeto Náutica nas Escolas é o programa ânco- motivo do nosso apoio, da nossa admiração e deve ser ra a nível da formação. Ou seja, o Surf está incluído no divulgado de forma a que outras pessoas com deficiência possam currículo escolar e isso é muito importante. É um projeto que envolve a Câmara Municipal, os Agrupamentos Escolar e os Clubes praticar desporto\". Náuticos de Viana (Clube de Surf, Clube de Vela, Clube de Remo e o Clube de Canoagem). O SURF NÃO FAZ PARTE DO PROGRAMA PARA-OLÍMPICO Estamos a falar de 300 crianças, por semana, que passam por cá e Não tenho dúvidas que o surf entrará no programa para-olímpico, isto, de facto, é o grande ponto de partida para o futuro”. porque o fundamental é que existam atletas, com qualidade que demonstrem que merecem participar nos Jogos para-olímpicos. 32 www.valemais.pt

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Turismo Texto :: Nelson Azevedo ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E TURISMO UMA RELAÇÃO QUENTE (I) Que o Planeta Terra está a aquecer já não é novidade para ninguém; que a razão desse aquecimento tem, para a esmagadora maioria dos cientistas, origens na acção humana parece hoje indisputável; o que sim é hoje mais perturbador é intuir que as consequências das alterações climáticas têm efeitos cada vez mais intensos, mais profundos e mais globais nas actividades humanas. Mas urge também fazer algumas perguntas inquietantes a um sector que representa já mais de 1 em cada 10 empregos no mundo, o Turismo. Que efeitos terão estas mudanças Por outro lado, a progressiva consciência da radicais no Turismo à escala global necessidade de sustentabilidade, isto é, de e nacional? Será que vai alterar os estabelecer um equilíbrio entre aquilo que fluxos dos mercados emissores retiramos do Planeta Terra e aquilo que (origem)? Como está a ser a resposta das repomos pode levar a dois interessantes (e instituições internacionais e nacionais aos difíceis) desafios: por um lado, poderá le- cenários geoclimáticos mais pessimistas? var a um aumento no preço dos transpor- O que é que já aprendemos em Portugal tes, uma vez que se reconhece que o Tu- com os problemas ocorridos em anos rismo é um importante factor de produção anteriores como com os fogos florestais de de gases com efeito de estufa; por outro 2016? lado, para alguns mercados emissores mais afluentes, como Norte da Europa, Alemanha, Os efeitos à escala global EUA ou Canada, “o factor verde” começa a e nacional ser decisivo na escolha do país, da região ou mesmo do hotel. Muitos dos intervenientes Não surpreende ninguém que estamos há anos neste sector (hotéis, restaurantes) começam a assistir a problemas globais com reflexos mais ou menos mediáticos: a Grande Barreira de Coral a pugnar a sua acção por práticas sustentá- (Austrália), Veneza, os Alpes Suíços, o Mar Morto veis e verdadeiramente amigas do ambiente, ou as Maldivas, ou mesmo zonas imensas como concorrendo aos galardões “Green Key- Turismo a Amazónia, os Parques Glaciares no Canadá ou Sustentável”, sendo já 99 hotéis e 17 Alojamentos Argentina e a Flórida têm sofrido perdas ambien- Locais em 2018. Ainda que lento, este será um tais que se reflectem em perdas de visitantes. Mas à processo que contará cada vez mais na organização medida que assistimos, quase impotentes, à magni- e mesmo no marketing turístico. tude de furacões, inundações, secas prolongadas ou mesmo fogos florestais, alguns Estados e organizações A acção dos decisores políticos assume também um internacionais como a Organização Mundial de Turismo papel crucial para enfrentar as novas realidades que reagem de modo a acomodar algumas tendências claras: se aproximam perigosamente. Se é verdade que em com o aumento das temperaturas no verão até limites algumas zonas do globo o peso do Turismo representa desconfortáveis – definido como indo além dos 31ºC- e 30 a 40% do PIB e que a magnitude das mudanças é tal com invernos mais amenos, será previsível que os fluxos se que pura e simplesmente esses locais correm o risco de estendam mais ao longo do ano inteiro, incluindo prima- desaparecerem, como por exemplo as Ilhas Maldivas, com vera e outono; por outro lado, a ocorrência de fenómenos a subida do nível das águas do mar, e de nada valendo as climatéricos extremos (mas mais frequentes) irá condicionar medidas adoptadas pelos governos, a verdade é que hoje importantes fluxos de turistas para locais percebidos como em dia o sector turístico representa para Portugal um factor “mais seguros” a nível de clima. de desenvolvimento inegável por via da receita que gera e pelo volume de empregos criados directa e indirectamente. 34 www.valemais.pt

E se em alguns aspectos nos temos saído muito bem- nota máxima para as campanhas que posicionam Por- tugal para um destino de todo o ano-, a verdade é que não existe uma verdadeira política concertada para fazer face a questões como: - a gestão das linhas de costa, incluindo as praias que so- frem de erosão costeira acentuada, com reflexos no areal disponível e nos perigos de arribas e falésias; - a gestão dos recursos hídricos, quer para defender as actividades de lazer desenvolvidas em contexto dos rios e albufeiras, quer para o abastecimento das populações residentes e visitantes em tempos de stress hídrico (tal qual aquele em que nos encontramos hoje e que ameaça agravar-se a cada ano que passa); - a criação de sistemas e programas de informação e actuação na prevenção de comportamentos durante as ondas de calor, com relevo para crianças e idosos; - a concepção de sistemas de vigilância efectiva das flo- restas e outros espaços naturais onde muita da atractivi- dade do destino Portugal se joga. As alterações climáticas e o Alto Minho Ainda que este assunto não se esgote nesta edição da Vale Mais, duas anotações merecem desde logo relevo: 1. O posicionamento do Alto Minho como uma região que pratica um tipo de turismo sustentável, em respeito pelos valores ecológicos e éticos de coexistência pacífica com a Natureza parece ter boa adesão à realidade e junto de mercados exigentes como o francês, inglês, ita- liano ou americano, cujos números têm vindo a crescer. O produto Natureza – Turismo activo e passivo- encontra adequadas respostas no Parque Nacional Peneda-Gerês, na Reserva Mundial da Biosfera e nos eventos que pon- tuam o calendário anual de eventos; 2. A relativa dificuldade em concertar medidas que promovam uma eficiente gestão dos cursos de água e dos recursos florestais para evitar problemas como a navegabilidade do Rio Minho ou a persistência dos fogos florestais um pouco por todo o distrito de Viana do Cas- telo, o que se reflecte numa perda real imediata e futura de recursos, receitas e oportunidades. Voltaremos a este tema na próxima edição, quando nos estivermos a preparar para o Verão. www.valemais.pt 35

Reportagem #Paredes de Coura aHmá 2e5aeçspaédciaess Texto :: Manuel S. em Paredes de Coura CASA DA BIODIVERSIDADE PARA DEFENDER INTERESSE DOS LOBOS E DAS PESSOAS “Não existe desenvolvimento sem 450 CRIANÇAS sustentabilidade. Podemos ser competitivos do ponto de vista industrial, mas se não A VALE MAIS esteve numa ação recente na Casa da Biodiversi- cuidarmos da paisagem e da biodiversidade dade, envolvendo o Jardim de Infância de Cristelo, situado já na genética, quer da flora, quer da fauna, Área de Paisagem Protegida. Cristina Araújo, assistente técnica seremos mais pobres e até impossibilitados no serviço educativo do Município, que acompanhou a visita, de qualquer estratégia turística ou outra de deu-nos conta da elaboração de um programa de atividades que afirmação positiva do nosso território”. tem estado a ser preparado com as escolas e que passa por trazer, ao longo do ano, cerca de 450 crianças do concelho, todos os que Aafirmação, de Vítor Paulo Pereira, chefe do Município frequentam o pré-escolar (160) e o 1º ciclo (270). Mas pessoas de de Paredes de Coura, foi proferida durante a visita da escalões etários bem distintos, como os utentes de lares e centros reportagem da VALE MAIS à Casa da Biodiversidade, de dia, também terão visita agendada para esta Casa. recentemente inaugurada pelo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, em Corredouras, na freguesia de Castanheira, já “O objetivo é eles conhecerem um bocadinho as várias espécies no início da Área Protegida do Corno do Bico. que existem aqui na Área Protegida do Corno de Bico; depois centrarmo-nos mais no lobo. É um dos animais que está em pe- Um espaço de apoio e procura de soluções, ao qual as pessoas víti- rigo de extinção e tentamos sensibilizar os miúdos para que eles mas de prejuízos causados pelos ataques dos lobos se possam dirigir. percebam que este não é mau. “Proteger a biodiversidade não é uma opção, é uma questão de sobrevivência enquanto território sustentável e criativo”, refere o edil. Ele ataca os nossos animais domésticos mesmo por necessidade, O imóvel onde se situa pertenceu à Junta de Freguesia local, mas es- para sobreviver. É isso que tentamos incutir com os miúdos. Falar-lhes tava abandonado e degradado. Quando a Câmara pensou em criar a do lobo, como é que ele vive, habitat dele e, no final, jogos interati- nova infraestrutura, equacionou descentralizá-la, “tirá-la” da sede do vos, de forma a que testem ali os conhecimentos. Fazemos sempre concelho e “levá-la” para a aldeia. A sua finalidade passa por receber brincadeiras lúdicas e educativas. Tentamos sempre que eles levem pessoas, ter atividades com as escolas, de Educação, de mediação alguma coisa para puderem fazer nas escolas ou, mesmo, em casa. de conflitos, de Cultura, enfim, um espaço da comunidade. Isto é passarem a mensagem, neste caso, aqui, mais sobre o lobo”. 36 www.valemais.pt Cristina Araújo conta, ainda, que as atividades com os miúdos se focam também noutras áreas e locais, como o Museu Rural, o Centro de Educação e Interpretação Ambiental do Corno de Bico (CEIA) ou no Centro Cultural. “Vamos sempre de encontro aquilo que eles estão a trabalhar na escola e também daquilo que pre- tendemos. Este ano estamos mais focados na Casa da Biodiversi- dade. Os temas têm sempre a ver com o nosso concelho.”

LOBO NÃO É MAU “Isto é uma casa que procura evitar a extinção do lobo. Seria um acontecimento nefasto e triste, pois Paredes de Coura ficava mais No final da visita à Casa da Biodiversidade e em que Vítor Paulo pobre do ponto de visto da biodiversidade”, refere Vítor Paulo Pereira marcou presença - este, antes de ser autarca, foi professor Pereira. “Mas também não poderemos esquecer os lesados. Neste -, este teve oportunidade de efetuar uma preleção às crianças, en- caso, os proprietários que têm tanto trabalho e tentam, a todo o tre os 3 e os 6 anos de idade. No final, quisemos saber um pouco custo, cuidar dos seus rebanhos, alguns deles até são um comple- da ideia que estas levavam consigo. mento importante da sua atividade económica e, depois, acon- tecem os prejuízos (com os lobos); o estado central não é rápido Luciano Lourenço, de 5 anos, disse-nos que ficou a “saber que e diligente a responder e, muitas vezes, os pastores acabam por o lobo não é mau”, o mesmo que Diana Araújo que estava em não receber essas indemnizações. Queremos que quando aconte- pensar em dizer isso aos pais quando chegasse a casa. Já à sua cerem ataques dos lobos, os proprietários e os criadores de gado colega Leonor Barreiro foi possível perceber a ideia, possível numa sejam ressarcidos e indemnizados” criança da sua idade, da necessidade de se preservar o habitat natural e do equilíbrio das espécies LOBO MAU NA INFÂNCIA APOCALÍPTICO OU DANTESCO Tiago Cunha é o autarca courense com a pasta do Ambiente, entre outras. “A ideia de que o lobo é sempre mau começa na “Pode parecer apocalíptico ou dantesco, mas Paredes de Coura, infância. Isso é algo que tens de desconstruir. Junto das crianças e a nível de fauna e flora, tem 25 espécies, não (diria) em ameaça da comunidade. Envolver toda a gente. Este projeto, como outros perigosa, mas que exigem cuidados de preservação. O lobo é, de na Educação, têm uma componente educativa, comunitária e facto, a mais ameaçada”, avisa o edil de Paredes de Coura. científica.” Enfático, o autarca sublinha a importância da sensibilização come- O vereador dá-nos conta de que as sessões de esclarecimento çar pelos mais novos. Reconhece, porém, que há sempre um con- feitas com as crianças são divididas em dois anos de trabalho. flito entre os interesses humanos e os da paisagem (fauna e flora). “Permite um grau zero inicial e outro grau daqui a dois anos, uma avaliação da evolução do que aconteceu. Esta é efetuada pela “Neste contexto, este também é um espaço de diálogo e de concer- associação nacional ALDEIA”, um dos parceiros do projeto e, tação. Os miúdos dizem que é o espaço da Casa do Lobo, mas não embora sedeada em Trás-os-Montes, é dirigida por um ilustre cou- é, é da biodiversidade. Aqui também está presente o Homem. No rense, o veterinário João Brandão Rodrigues, e irmão do ministro sentido de estarmos preocupados na preservação da espécie que é o da Educação. lobo, mas também com os prejuízos com os ataques destes, sobre- tudo quando escasseia o alimento na paisagem”. Reconhece a exis- Há, ainda, a componente de intervenção comunitária, junto das tência de um equilíbrio difícil, um problema que “é nosso e nos diz entidades como a ACHLI – associação de defesa do lobo Ibérico, muito respeito”, o equilíbrio “entre os propósitos da preservação e a ligada ao grupo doa Ventominho (“compensação” das eólicas), e defesa do interesse económicos dos pastores e criadores de gado.” www.valemais.pt 37

que tem como responsabilidade por em prática ações MAPA CONCELHIO DA BIODIVERSIDADE de conservação e valorização do habitat daquele. Esta regista-se através de intervenções de gestão de baldios. Irá Uma situação que permitirá um estudo visando a elaboração existir gratuitamente gerida uma parcela de 140 hectares de um mapa da biodiversidade do concelho de Paredes de pela associação e a rentabilidade será para a comunidade. Coura. Nele constarão todas as espécies ameaçadas e as O abate de madeira é do baldio, mas o trabalho de gestão, que são necessário detalhar melhor. Como existe um plano o caminho que é necessário, as limpezas florestais, a sua de paisagem, junta-se agora o da biodiversidade, o que, de beneficiação, as plantações, o investimento, é todo feito acordo com a autarquia, permitirá implementar uma estratégia por essa associação. turística. Tiago Cunha aponta, ainda, as sessões de esclarecimen- to junto dos pastores para que eles tenham formação Tiago Cunha nota, ainda, que a ideia do projeto surgiu de específica para perceber quais são as regras que têm de forma espontânea, tendo, junto do programa de valorização ser cumpridas para haver indemnização. Nestas estarão do património natural, sido submetida uma candidatura dos presentes elementos do Instituto de Conservação da 170 mil euros visando a reabilitação do antigo espaço da Junta Natureza (ICNF), os vigilantes da natureza. Vão decor- de Freguesia de Castanheira. Para a recuperação propriamente rer Casa da Biodiversidade de Paredes de Coura e em dita do imóvel foram 95 mil, mas depois houve a componente outros locais de concelhos vizinhos, zonas de influência de alguns equipamentos e os móveis fixos da base de campo. do habitat. Há ainda a componente imaterial do projeto, relacionada com Já a parte cientifica tem a ver com um protocolo es- os parceiros, nomeadamente a CIBIO e a ALDEIA. Esta promo- tabelecido com o CIBIO – Centro de Investigação da ve ações de sensibilização, com períodos de dois anos, junto Universidade do Porto, representado por Paulo Célio e da comunidade escolar. De igual modo, há as sessões para Francisco Alvares. A Casa da Biodiversidade tem a com- a população local e a componente documental. “Chegamos ponente pública já referida, mas há uma área que é um à conclusão de que já havia muitos documentários sobre o laboratório onde o CIBIO terá sua base de campo. “Ali animal (lobo), mas nunca um projeto que os protegesse. Que- na parte lateral, onde, pelos menos, cinco investigadores remos documentar o que estávamos a fazer, todo o processo… estejam a trabalhar e a dar suporte cientifico ao projeto. e se correr muito mal, para que ninguém cometa os mesmos Terão contacto com a população e as crianças, tendo erros!”. refere o nosso interlocutor. até já estado em algumas das sessões”, garante o jovem autarca. A componente educativa é, pois, realçada. “As crianças são agentes de mudança do futuro e da comunidade. A célula nu- 38 www.valemais.pt clear da comunidade é a família, elas influenciam as opiniões e as decisões da família, bem como tudo que está à volta deste e da comunidade. A família alargada também é influenciada por elas. Se calhar, todos os projetos que fazemos têm de ter esta componente educativa que é de transformação da comu- nidade”, constata. BRAÇO ARMADO O presidente da Câmara garante: “Isto vai ser, de certo modo, o braço armado do CIBIO. Uma instituição das mais relevantes no estudo da biodiversidade, onde serão feitos doutoramentos, realizados congressos., terá esta vertente do conhecimento puro e duro, mas também a da Educação e transformação que passa pela pedagogia.” “Há muitos concelhos que não têm essa coragem. Para muitos, resolver o problema era matar o lobo ou continuar neste limbo em que a responsabilidade não é nossa, mas do Estado Cen- tral, através do Instituo da Conservação da Natureza (ICNF). Isto custa-nos caro. Muitas pessoas ainda pensam que aquela casa é a de defender a espécie que é o lobo, a todo o custo, sem meter na equação os criadores de gado, os pastores e os seus prejuízos. Mas é o contrário. Criamos a casa para pre- servar o lobo que é uma espécie ameaçada, ficaríamos muito mais pobres sem ela, mas também defender o interesse das pessoas que são lesadas” – conclui.

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Reportagem #Melgaço Texto :: Manuel S. FESTA DO ALVARINHO E DO FUMEIRO PREPARA-SE PARA AS BODAS DE PRATA A Festa do Alvarinho e do Fumeiro José Adriano Lima, vereador com de Melgaço tem, este ano, a sua os pelouros da Economia e Turismo 25ª edição, entre 26 e 28 deste mês de abril. O Município mais da Câmara Municipal de Melgaço, a norte de Portugal, entidade entidade organizadora, sublinhou a organizadora, não quer deixar aposta em reforçar a qualidade do despercebida a efeméride de evento, a nível de espaço, apresenta- um evento que se vem ção e programação. A decorrer num afirmando e já é hoje uma referência, atraindo local junto ao Mercado Municipal, milhares de pessoas de deverá ser aumentada área disponível fora do concelho de Inês Negra e do evento e uma diferente organi- “esgotando zação do espaço interior, de modo a o alojamento possibilitar uma maior e melhor área até Cerveira”. interior. “O local é mesmo, está completamen- te estabilizado, o modelo também, mas vamos tentar fazer uma organi- zação e distribuição dos diferentes stands de forma a dar mais visibili- dade aos que não têm tanta e, ao mesmo tempo, conseguir uma maior área para o evento”, informou-nos o vereador. Será, no total, de 62 o número de exposito- res, sendo 30 de alvarinho, 18 do fumeiro, queijo, compotas e outros produtos locais e, ainda, as já tradicionais tasquinhas. “Vai haver as tasquinhas onde servem os pratos típicos de Melgaço e onde as pessoas podem, também, degustar os nossos produtos locais e os nossos vinhos”, acrescentou. 40 www.valemais.pt

ESTAR NUMA SUB-REGIÃO REVISTA VALE MAIS E NÃO EM DOIS CONCELHOS JORNALISMO Embora se registe, como seria de esperar, a pre- sença maioritária dos produtores de alvarinho DE REFERÊNCIA de Melgaço, a presença de Monção tem vindo a afirmar-se ano após ano. “As pessoas hoje em dia qualidade encaram perfeitamente o espirito de que estão prestígio numa sub-região, e não em dois concelhos diferen- tes, com algumas coisas que os unem”, observa Numa altura em que os mass media vivem referência José Adriano Lima. tempos difíceis, a VALE MAIS consegue Vão também realizar-se sessões de showcooking, afirmar-se, consolidar-se e distinguir-se. provas comentadas de vinho, momentos de ani- Prestigiou-se e prestigiou o jornalismo, mação musical, além de um conjunto de atividades marcou a diferença, tem agenda própria e, com paralelas. “No fundo, as pessoas que nos visitam ela, tornou-se um marco de referência que a poderão estar ali, mas também, por exemplo, distingue no panorama da Imprensa. desenvolver uma atividade desportiva, como a descida de rafting no rio Minho”, referiu. EXCLUSIVOS Todavia, não quis adiantar, já, os nomes dos chefs Entrevistas e Reportagens para as sessões de showcooking e espetáculos Realizamos entrevistas e reportagens numa musicais. “Já temos isso mais ou menos fechado, mas ainda estamos a ultimar algumas contratações. agenda própria que muito nos prestigia. Vamos tentar fazer um pouco diferente. Por um lado, assinalar a data, mas também proporcionar O ORIGINAL uma oferta reforçada aqueles que nos visitam”, adiantou. É SEMPRE MELHOR QUE A CÓPIA O nível de investimento deverá andar pelos dos anos A Vale mais tem feito um jornalismo de referência ao divulgar anteriores, mas “ainda não está fechado”, bem como várias situações em que acaba por ser seguida por outros a programação. “Nem o número de participantes, orgãos de comunicação. Alías, idênticas situações se pasam nem o investimento total , mas não aumentou nada com a nossa linha gráfica. de significativo em relação a anos anteriores porque, pelo contrário, temos tentado ganhar eficiência e com o mesmo dinheiro ou menos fazer mais e me- lhor”, garantiu José Adriano Lima. A Festa do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço começou, em 1995, por se apresentar como uma mostra de produtos locais para as populações lo- cais. Rapidamente se tornou numa festa reconheci- da a nível nacional. Em 2009, o Turismo de Portu- gal reconheceu o seu Interesse para o Turismo. Vários produtores de alvarinho, de fumeiro e de produtos locais apresentam ali as potencialidades, as riquezas e as especialidades da região, permitin- do construir uma oferta integrada para o visitante que busca um contacto mais próximo com um terri- tório de excelência. opinião reportagens secções entrevistas revista valemais Numwqwuiwos.vqauleempaeirsto.pdte4s1i

Fotorreportagem #Vítor Ferreira Teatro Diogo Bernardes Ponte de Lima ESPECTÁCULO TRISTÃO E ISOLDA Nélia Pinheiro e Gonçalo A. Andrade Companhia de Dança Contemporânea de Évora Tristão e Isolda é uma proposta de linguagem multidisciplinar entre a dança e o teatro onde a arquitetura de cena potencia um discurso contemporâneo sobre a condição humana. Com excertos musicais de Wagner, articulados com a música original criada pelo compositor César Viana, a peça revisita o clássico da ópera, adaptada a uma versão mais atual. O espetáculo decorreu no passado dia 23 de fevereiro, no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima. 42 www.valemais.pt

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Reportagem #Caminha Texto :: José C. Sousa ACIDENTE ENTRE AERONAVE E FERRY NO ESTUÁRIO DO RIO MINHO \"Zonas de fronteira requerem mecanismos específicos de salvamento e socorro\" Estuário do Rio Minho. Caminha. 10h00. Uma aeronave que estava a realizar operações de recolha de água no Rio Minho para combate a incêndios colide com o Ferry boat. Há múltiplos feridos e os meios de resgate e salvamento são prontamente acionados. A tragédia sucede mesmo no meio do rio e ao local acorrem várias entidades de Portugal e Espanha. Comando Distrital de Operações de Socorro de Viana do Castelo (CDOS); Capitania do Porto de Caminha Este simulacro, que decorreu na manhã do passado dia 15 e o Comando Local da Polícia Marítima de Caminha de março, pretendeu testar todas as ações de salvamento e socorro necessárias e implicou a realização/análise de múltiplos a Armada Espanhola através da Comandância Naval cenários de socorro. del Miño e a Agencia Gallega de Emergências (AXEGA) e uma O exercício foi planeado através da simulação de um embate série de agentes da proteção civil, portugueses e espanhóis entre uma Aeronave e o ferry e a partir daí decorreu toda a estão, tanto em terra, como no rio, a tentar unir esforços e a operação. Desembarque de passageiros; o INEM teve de dar articularem-se da melhor forma possível. assistência aos feridos; o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras Este bem que podia ser um cenário calamitoso de um aciden- teve de identificar as pessoas que não eram de nacionalidade te que pode acontecer a qualquer altura e, claro está, sem portuguesa; a Segurança Social articulada com o Serviço Muni- qualquer aviso prévio. Mas não é. É um exercício, uma simula- cipal de Proteção Civil do município de Caminha teve de ajudar ção que levou mais de cinco meses a ser preparado. Sim, cinco as pessoas que ficaram sem os seus bens e as entidades men- meses. Porque conforme afirma o Capitão do Porto e Coman- cionadas anteriormente trataram do salvamento com motas de dante da Policia Marítima de Caminha, Pedro Cervaens Costa, águas, equipas de mergulho, lanchas, barcos, entre outros. “a cooperação transfronteiriça funciona, temos é de aliviar a Para Pedro Cervaens Costa o mais importante foi praticar to- parte burocrática que isso implica”. das estas valências e articular as relações entre os dois países para estas ações. 44 www.valemais.pt

“Nas zonas de fronteira temos muita gente mas a articulação ações sejam mais eficazes no terreno. Este foi um grande 107 operacionais de 16 entidades portuguesas e espanholas ainda não é a melhor e é nisso que temos de trabalhar mais. “pontapé de saída” onde houve vontade de várias organi- zações e agora temos muito por onde trabalhar” asseve- Aperfeiçoar a articulação entre meios português e espanhóis e rou o comandante do porto de Caminha. tentar perceber as lacunas que cada lado tem e o que po- demos pedir mais rapidamente a um ou a outro e agilizar o Também Marco Domingues, Comandante Operacional Dis- empenho destes meios no terreno. Essa agilização tem de ser trital (CDOS), acredita que ha muito por onde melhorar. mais fácil de executar e não podemos estar sujeitos a tanta burocracia. Isto foi o que sentimos nos preparativos para este “Como já foi referido agora temos de nos sentar e fazer o exercício que duraram mais de 5 meses. debriefing deste exercício. E só depois disso é que poderemos procurar soluções para melhorar o trabalho de cada entidade”. ZONAS DE FRONTEIRA REQUEREM MECANISMOS ESPECÍFICOS “ Há sempre coisas que correm menos bem e o objetivo destes exercícios também é esse, identificar as situações “A melhor forma de melhorar esta articulação é sentarmo-nos que correm menos bem. Neste caso, acredito que as coisas e conversar para tentar criar, para as zonas de fronteira, algo que temos de potenciar tem a ver com articulação numa específico. Porque estas zonas têm de ser tratadas de forma zona de fronteira. Isto verifica-se em várias matérias e em diferente. É necessário criar mecanismos de forma a que estas várias áreas” concluiu. www.valemais.pt 45

Um dos olhares mais atentos a todo o exercício foi o de Miguel O ferry tem capacidade para 140 passageiros e este é um trabalho Alves. O Presidente da Câmara Municipal de Caminha esteve de preparação que é nosso dever, e de todas as instituições, fazer, presente no simulacro e referiu que, este exercício teve, para o para encontrarmos soluções num território particularmente difícil município de Caminha, três vertentes essenciais. pela necessidade de conjugar esforços entre Portugal e a Galiza. Hoje fizemos isso, fizemos bem, e agora estamos mais preparados “A primeira é tratarmos deste ‘espelho de água’, que permite a do que estávamos ontem”. recolha de água, aqui, no Rio Minho. Só temos 3 zonas de água interiores (que devem ter um espelho de água de 1500 metros, O exercício teve dez pessoas linear, com a profundidade certa, sem obstáculos), no país. Este, desembarcadas. \"Supostamente\", seis o do Vouga e do Sado. Nós temos essa valência que serve, não só Portugal, como também, a Galiza, e temos de estar preparados feridos ligeiros, um ferido grave, que para situações destas”. foi desembarcado pela embarcação da policia marítima, e que foi assistido pelo “Em segundo lugar, esta embarcação (ferry boat) é do município INEM e depois o mais crítico de todos de Caminha e tem 8 tripulantes que precisam estar preparados para situações de emergência. que foi evacuado de helicóptero do Guarda Costeira espanhola, diretamente, Hoje, tiveram a oportunidade de treinar com estes operacionais, com todas estas instituições, e para nós isso é muito importante”. para o hospital. “Em terceiro lugar e, para mim, a mais importante. Em 2015 a travessia do ferry boat foi recuperada pela Câmara Municipal e desde então já passaram 420 mil pessoas entre Portugal - Espa- nha. E só no último ano 90 mil pessoas fizeram esta travessia. Isto quer dizer que nós temos de estar preparados para reagir bem e, coordenadamente, a qualquer tragédia que pode acontecer. 46 www.valemais.pt

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Opinião Texto :: José Manuel Carpinteira EUSORMOOPS A As eleições Europeias, do próximo dia 26 de maio, têm vindo a ganhar acrescida importância, porque nunca a União Europeia que ajudámos a construir esteve em situação tão perigosa. Por um lado, o “Brexit”, processo da saída do Reino Unido da União Europeia, tornou-se um nó que não desata. Votação atrás de votação, um acordo que não é aprovado e uma data que deve esticar. Por outro lado, e um pouco por toda a parte, os movimentos populistas, sobretudo da extrema-direita nacionalista e xenófoba, exploram toda a espécie de descontentamentos e fomentam a insegurança e o medo. São estes sinais de perigo que ameaçam e fragilizam a Europa. Por isso mesmo, as próximas eleições Europeias vão ter uma importância especial. AUnião Europeia é a primeira federação de Estados A alternativa que os progressistas europeus propõem visa re- livres e soberanos que salvaguarda a identida- novar as políticas em torno dos valores europeus e que a União de cultural de cada país e se assume como casa Europeia assuma o seu papel de referência global em favor da comum e sem fronteiras dos povos europeus. Mas paz, estabilidade e na defesa de uma globalização mais justa. também um espaço de liberdade e de prosperi- Quero acreditar que o facto de haver cada vez mais jovens com dade, proporcionando aos seus cidadãos condições de vida e pensamento europeu isso possa significar esperança num futuro direitos sociais sem paralelo no mundo desenvolvido. Contudo, positivo para a Europa. desgraçadamente, a Europa está a ser capturada por políticos populistas e sem escrúpulos que pretendem fazer esquecer Em Portugal a integração na União Europeia fez a diferença na que a Europa é um sucesso histórico na reconciliação de um qualidade de vida dos portugueses, transformou o nosso País continente devastado pelas guerras e na manutenção da paz e significou um salto enorme em termos de progresso e desen- durante seis décadas. A Europa pode ter muitos defeitos, mas volvimento. Mas também na liberdade de circulação e criação ainda é uma referência nos direitos humanos, democracia e de oportunidades para todos, sobretudo para os mais jovens, liberdade. por isso defender a Europa é defender Portugal. E defender Portugal é defender a Europa dos ataques externos, mas tam- É certo que o desenvolvimento económico da União Europeia bém daqueles que, dentro da própria Europa, põem em causa não chegou de forma justa a todos os Estados, regiões e popu- os valores democráticos com soluções autoritárias. lações. E também é verdade que todos os grandes problemas da globalização ao terrorismo, das migrações às alterações Assim, nestas eleições para o Parlamento Europeu devemos climáticas, dos paraísos fiscais ao desenvolvimento sustentável escolher os candidatos que defendam os valores fundamentais exigem mais e melhor cooperação entre os Estados-membros da Europa e é justo dizer que o PS sempre defendeu esses e mais investimento europeu. Por isso, a Europa precisa de valores. Votar PS, nestas eleições ao Parlamento Europeu, mudar e de fazer bastante mais e melhor para corresponder significa votar em defesa do projeto europeu, mas significa à legítima expectativa dos seus cidadãos. Manter tudo como também votar na mudança que a União Europeia precisa e na está não é opção. defesa dos interesses de Portugal. É preciso fazer na Europa o que se fez bem em Portugal, como disse Pedro Marques. 48 www.valemais.pt

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Sexo & Amor Texto :: Laura Couto DESEJO SEXUAL A libido de uma pessoa, ou o designado apetite sexual é muitas vezes definida como o interesse pelo sexo. Este interesse é comandado por uma série de factores internos, tais como as necessidades fisiológicas e psicológicas e os impulsos emocionais. Uma libido saudável, no entanto, pressupõe a satisfação prévia de outras necessidades, como a alimentação e o descanso. Uma vez satisfeitas estas últimas, o desejo de proximidade física e emocional surge com força. O PODER DA LIBIDO Normalmente, há um conjunto de factores a apontar: problemas de saúde, stress, perturbações hormonais, problemas na relação, Uma mulher com uma libido elevada tem as suas necessidades medicamentos, falta de autoestima, e experiências sexuais negati- primárias satisfeitas, pelo que está pronta para se dedicar a outras vas, todos podem ter um impacto negativo na nossa libido.w dimensões da sua vida, como o sexo e os relacionamentos. Mas a libido não afeta só a nossa vida sexual – é um poderoso anti- COMO FORTALECÊ-LA depressivo que influencia outros aspetos da nossa vida, como a nossa força emocional e criativa. Um mito frequente é que se perde o desejo sexual com o avanço da idade. Embora seja vulgar homens e mulheres sofrerem uma SEM VONTADE diminuição de apetite sexual com o passar dos anos, a verdade é que este não tem um limite de idade. Mesmo uma pessoa com uma libido alta tem dias menos intensos. Em dias normais, apetece-lhe rasgar a camisa ao seu companheiro, mas Embora não possamos evitar o passar dos anos, podemos contro- há alturas – se teve um dia mau, ou se estiver cansada e stressada, por lar os factores que afectam a nossa libido. Vigie os seus níveis de exemplo – em que pura e simplesmente não tem vontade de sexo. stress, alimente-se bem, descanse bastante, faça exercício físico e tenha cuidado com o consumo de álcool e medicamentos. Com Uma vez que a libido é afectada por tantos factores, pode ser estes cuidados simples, a sua mente manter-se-á livre para desfru- difícil detectar a causa específica da falta de desejo sexual. Mas tar do sexo com todos os seus benefícios físicos e psicológicos. encontrá-la é o primeiro passo para revitalizar a sua vida sexual. 50 www.valemais.pt


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