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Vale Mais Dezembro & Janeiro'17'18

Published by info, 2017-12-05 11:35:04

Description: Vale Mais n.º58

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9 772183 750096 00058 OLGA RORIZ Vianense é o rosto da dança em Portugal Monção Ponte da Barca Natal ANTÓNIO BARBOSA AUGUSTO MARINHO NUTRIÇÃO & BEM-ESTAR Os partidos estão afastados da realidade ‘Encontrei uma câmara desmotivada Uma alimentação saudável #N.º58 :: #DEZEMBRO/JANEIRO :: #2017 :: #BIMESTRAL :: #PVP 1€1MELGAÇO :: PAREDES DE COURA :: VILA NOVA DE CERVEIRA :: PONTE DA BARCA :: VALENÇA :: CAMINHA :: MONÇÃO :: ARCOS DE VALDEVEZ :: PONTE DE LIMA v::alVeImANaiAs.pDtO CASTELO

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Estamos no mês em que a magia do Natal é incontornável. É uma altura #Opinião de reencontro familiar, de confraternização, do frio próprio desta época do ano se contrapor ao calor de amizade e do convívio, de sons e tons 33 | M. Pinto Neves Volta a ser tempo! próprios, das ruas e praças iluminadas e de troca de presentes. 34 | José M. Carpinteira As opções do Orçamento 37 | Mª Fátima Cabodeira Calam-se as Fontes Por via disso, há mais animação e o comércio ganha mais vida. A mesa 38 | Adelino Silva Ponte de Lima :: A vitória da humildade ocupa, também, um lugar importante, com repastos em que o bacalhau e o 40 | Luís Ceia Dívida pública portuguesa polvo predominam, sem esquecer o bolo rei, as rabanadas e outras doçarias 42 | José Emílio Moreira Uma metáfota intrigante \"O Castelo\" típicas da época. Por via disso, muitas vezes, há tendência para alguns excessos. Atenta, a VALE MAIS deixa algumas sugestões e apresenta, nesta #Secções edição, propostas para um Natal mais saudável sobre esse ponto de vista. Um trabalho de Sara Covas que não deve deixar de ler. 66 | Imobiliário Regras a ter em conta no negócio do seu imóvel No roteiro do que de melhor tem o Alto Minho, apresentamos, nesta 68 | Desporto Quem realmente importa edição, uma inédita entrevista com a vianense Olga Roriz, nome maior da dança em Portugal, e em que esta traz à memória as suas vivências 70 | Ambiente Será que aprendemos a lição? de infância e as ligações à região onde nasceu. Sem deixar, também, o seu espírito crítico em mãos alheias… 72 | Turismo Fogos Florestais :: Portugal no divã Após as recentes eleições autárquicas,o Alto Minho passou a ter dois novos 76 | Crianças As crianças e o mau comportamento presidentes de Câmara, em Ponte da Barca e Monção. Aproveitamos, agora, para os conhecer melhor e aquilatar das suas impressões nesta 78 | Saúde As mudanças de tempo influenciam as dores no corpo fase inicial em exercício de funções. Desde logo, declaram-se confiantes e cheios de esperanças no futuro dos seus concelhos, sem, porém, 80 | Sexo & Amor Tocar demonstrarem algumas e pertinentes preocupações. #Reportagens O Alto Minho não ficou imune à pior época de incêndios de que há memória nas últimas décadas. A VALE MAIS já tinha sido premonitória 18 | Valença & Alto Minho desta triste eventualidade. Em outubro de 2015, advertia-se para Firecamp Alto Minho a probabilidade de irem surgir um maior e mais nefasto número de incêndios e que a mera aposta no combate não era solução. Em junho Valença recebeu a 3.ª edição deste ano, o novo comandante distrital da Proteção Civil mostrava a sua preocupação sobre o que poderia ser o verão nesta matéria. 48 | Caminha Agora, em Valença, decorreu o maior evento nacional sobre os fogos Produções cinematográficas florestais. Nele marcou presença uma das maiores autoridades mundiais na matéria. A que se seguiu, ao longo de uma semana, um Em Caminha a sétima arte está na escola trabalho de campo nos concelhos da região, o Alto Minho Trex, em que se tratou do comportamento 52 | Ponte de Lima dos fogos e gestão de eventos de risco. Sara Soares Manuel S. Limiana distinta em desenho deFoto da capa: DR Veríssimo Dias investigação e doutoramento 58 | Melgaço Consórcio Internacional Melgaço ficou conhecido na primeira pessoa 60 | Paredes de Coura Terra Treme Quando a Terra treme (u) valemais.pt 3

Reportagem #Viana do Castelo José C. Sousa Direitos reservados & Vítor Ferreira OLGA RORIZ IRÁ RECEBER UM 'DOUTORAMENTO HONORIS CAUSA', DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO, COMO DISTINÇÃO NA ÁREA DAS ARTES. SERÁ NO DIA 15 DE DEZEMBRO E TERÁ A PRESENÇA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.Foto :. DR Estela Valente OLGA RORIZ A 8 de agosto de 1955, Viana do Castelo viu nascer uma bailarina. Sim, Olga Roriz nasceu bailarina e ao longo de 42 anos criou uma ampla obra com um perfil e um estilo incomparáveis. 4 valemais.pt

O Teatro Sá de Miranda Fotos :: DR Vítor Ferreira precisa um programadorBailarina e coreógrafa, as suas obras surgem carregadas de metáforas e imagensque fazem conviver mundano e inédito, amor e ausência, vida e morte, tragédia ehumor e onde a fealdade não se mascara, mas surge aos olhos com uma crua belezae simplicidade. O seu método de trabalho questiona o papel da dança contemporâneano panorama cultural, conduzindo à reflexão sobre os seus limites.A Vale Mais esteve à conversa com esta prestigiada vianense que aos dois anos já dançapara “os putos” e aos cinco queria ser coreógrafa, sem saber dizer a palavra.Agora, com 62, tem medo, medo de uma doença que não a deixa dançar mas que lhepermite criar esta arte que, em Portugal, ninguém controla como ela. NASCEU BAILARINAA “Olguinha” frequentou um Jardim de Infantil, desde os dois anos, onde havia umaprofessora que tinha uma aptidão especial para entender os comportamentos das criançase rapidamente comunicou aos seus pais as grandes capacidades que ela tinha para a dança.Inclusive, contam, que a professora dizia ao restantes meninos que, caso dormissem a sestasossegados, a Olguinha dançava. Ou seja, ela era uma espécie de prémio.Claro que os seus pais já se tinham apercebido deste talento em casa.... e foi por isso que a suamãe não hesitou e mudou-se de malas e bagagens para a capital.“Os meus pais levam esta situação muito a sério e quando eu tinha quatro anos a minha mãedecidiu ir viver para Lisboa, comigo e com a minha irmã. O meu pai fica em Viana”.Sócio-fundador dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo o pai ia visitá-las todos os fins desemana, mas só se mudou para lá quando se reformou. A mãe escrevia para o jornal Aurora doLima e tornou-se correspondente à distância.“Se sou bailarina devo-o ao meu pai e a minha mãe. Não tenho dúvidas disso.A minha mãe sempre quis ser atriz, e eu acabei por seu o seu alter ego. Ela viu em mim aquilo que nãopoderia ser. O meu pai era um homem muito sensível e deu-se complemente à causa, ficando sozinho,em Viana. A minha irmã, com esta mudança, passou a odiar-me. Adorava o pai de quem foi arrancadapor causa da irmã mais nova. Agora amamo-nos mas, na altura, ela não gostava nada de mim”. LISBOA, A SELVAQuando chegou à capital, começou por estudar num colégio 'normal', mas que tinha dança. Depoismudou-se para a Escola Margarida de Abreu. Mais tarde, a própria diretora da escola aconselhou, a mãe,a inscrevê-la na escola oficial do Teatro Nacional de São Carlos.“Aqui, já sabia, perfeitamente, que a minha profissão ia ser a de bailarina. Quando se entra num Teatro deÓpera como o São Carlos, com uma mestra russa chamada Anna Ivanova, já não há volta a dar. Passavaquatro horas diárias a dançar. Aquilo é tudo que tu queres e estás no sítio certo”.Mas nada foi fácil.“A formação de bailarina é muito dura. Estive no Teatro São Carlos dos 8 aos 18 anos. Foi muito duropara mim. Doía-me sempre o corpo todo e só queria massagens. Isto não é para todos. Para estares nestaprofissão e preciso ter muito espírito de sacrifício e é necessária muita disciplina e muito rigor.No entanto, esse percurso e essa formação à volta das óperas, da música e das companhias de dança foimuito importante para mim”. valemais.pt 5

Foto :. DR Arménio Belo AS FÉRIAS EM VIANA No final dos anos 80 fez vários trabalhos a solo e percebeu que havia outro método de trabalho, diferente daquele que usavam As férias grandes de Olga Roriz, até aos 15 anos, eram passadas no Alto Minho. na Gulbenkian. “Era a minha liberdade. Em Viana andava literalmente à vontade. Aí tive o “Apesar de já usar alguma dramaturgia, na Gulbenkian não havia meu primeiro namorado e fiz muitos disparates. Em Lisboa não podia fazer muito tempo para improvisar e criar junto com os bailarinos. nada. Era a capital, uma selva diária e a minha mãe tinha muito medo\". Então percebi que, como coreógrafa, queria fazer algo diferente”. “Viana é, para mim, uma terra muito bucólica, linda, onde há um cheiro e uma Entretanto é convidada para ser diretora da Companhia de luz especial. O retrato de Viana do Castelo para quem chega pela Ponte Velha, Dança de Lisboa. depois de sete horas de viagem, é qualquer coisa que não consigo explicar. Essa visão leva-me para a minha infância e para algo de inocente. Quando 1.º PRÉMIO DO CONCURSO DE DANÇA DE vejo essa imagem sinto-me protegida”. OSAKA, JAPÃO (1988); PRÉMIO DA MELHOR BALLET GULBENKIAN COREOGRAFIA DA REVISTA LONDRINA TIME-OUT (1993); PRÉMIO ALMADA (2004); Aos 20 anos passou a integrar o elenco do Ballet Gulbenkian onde acabou por CONDECORAÇÃO COM A INSÍGNIA DA ORDEM ser primeira bailarina e coreógrafa principal. DO INFANTE D. HENRIQUE – GRANDE “É sempre estranho entrar no sítio onde tens os teus ídolos. Eu ia lá para os ver OFICIAL PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA e de repente estás ao lado deles. Essa sensação é muito especial, mas eu ia muito bem preparada porque tinha feito todas as etapas da minha formação”. (2004); GRANDE PRÉMIO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES E MILLENIUM Quando ingressou no Ballet Gulbenkian, Olga, só estava focada em ser BCP (2008); PRÉMIO DA LATINIDADE (2012); bailarina. Apesar disso, já era óbvia a sua paixão pela coreografia. ENTRE OUTROS IGUALMENTE RELEVANTES. “Quando eu tinha cinco anos perguntei a minha mãe: são os bailarinos que “Esse convite fez-me dar o salto da Gulbenkian para a fazem as danças? E ela respondeu; não, isso são os coreógrafos. Então quero Companhia de Dança de Lisboa, onde fui diretora, coreógrafa e ser isso. Nem a palavra conseguia dizer”. (risos) onde iniciei o meu método de trabalho”. O palco é a minha casa. Dois anos depois saiu da Companhia e todos os bailarinos A minha primeira casa. É o quiseram sair com ela. “Todos me disseram para criar uma sitio da vida, da luta do dizer companhia, mas isso, não era tarefa fácil. Tivemos um ano do falar do gritar do cantar de interregno onde, inclusive, sustentei, alguns bailarinos, financeiramente. Até que, em maio de 1995 consigo fundar a do ser forte e do poder minha companhia com muitos dos bailarinos que vieram da Companhia de Dança de Lisboa”. Acontece que, no final de cada temporada, havia ateliês coreográficos. Parece evidente que se fosse inscrever, mas não. Só ao terceiro atelié é que ganhou “Fizeram de tudo para me derrubar e para que não conseguisse. coragem, e porque havia outro bailarino que a apoiou. Esse bailarino era Gagik Sou mulher e nessa altura havia muitas invejas. Tive de ser Ismailian, mais tarde, segundo marido de Olga Roriz. muito forte. Nunca me viram chorar, nunca me viram com dúvidas, embora tivesse imensas”. “No ateliê coreográfico fiz a minha primeira peça sozinha e fui, de imediato, convidada para realizar uma peça para a Gulbenkian. Estreei-me como coreógrafa e nunca mais parei”. 6 valemais.pt

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COMPANHIA OLGA RORIZ DIFERENTES MENTALIDADESEsta Companhia tem sido,ao longo dos anos,uma referência de qualidade profissional “Comparativamente com o meu tempo de aluna, a diferençae artística no panorama nacional e internacional da dança contemporânea. que existe é de mentalidades e de abertura a certas linguagens”.Apesar de só ter sido fundada em 1995, veio dar continuidade a um percurso já “Aquilo que eu tento passar é a liberdade de individualidade desolidificado e de reconhecido mérito artístico e profissional pelo público e pela expressão de cada aluno. O problema que existe, hoje em dia,crítica nacional e internacional. é a falta de disciplina e de objetivos por parte dos alunos. Há demasiadas distrações. Há falta de concentração.Veio servir de campo de pesquisa, experimentação e desenvolvimento doseu método criativo, consolidando a sua linguagem coreográfica com a forte O SEU REPORTÓRIO NA ÁREAvertente teatral e o seu apurado sentido estético, plástico e visual de todas e DA DANÇA, TEATRO E VÍDEO Écada uma das suas peças. CONSTITUÍDO POR MAIS DE 90 OBRAS, ONDE SE DESTACAM AS PEÇAS TREZEUma das características mais marcantes do trabalho da Companhia é a sua GESTOS DE UM CORPO, ISOLDA, CASTAvertente pluriartística. Embora o corpo surja invariavelmente como expressão DIVA, PEDRO E INÊS, PROPRIEDADEmáxima do seu trabalho, aí cruzam-se elementos de diferentes áreas artísticas. PRIVADA, ELECTRA, PETS, A CIDADE, AOs espetáculos da Companhia são o resultado de um processo criativo SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA.alicerçado em referências do universo teatral, literário, cinematográfico,fotográfico e outros que parecem ser tangenciais à arte mas que atuam Eu pergunto: se estás num curso de dança e queres dançar, porigualmente como fonte inspiradora e instrumentos de trabalho. que razão faltas às aulas? Este devia ser o teu sítio de liberdade, mas as pessoas confundem liberdade com ‘eu posso faltar’. A TRABALHOU COM COREÓGRAFOS DE RENOME liberdade é algo completamente diferente. É fazeres o que te dá COMO: ALVIN NOKOLAIS, JIRI KYLIÁN, LOUIS prazer e fazeres bem. Aí está a tua liberdade. FALCO, HANSVAN MANEN, VASCO WELLEMKAMP, Ir a uma aula de dança era a coisa mais fantástica que me KARINE SAPORTA, LAR LUBOVITCH, PETER podiam dar. Em sete anos faltei dois dias. Agora tenho pessoas que faltam dois dias em duas semanas”. SPARLING, ELISA MONTE E CHRISTOPHER BRUCE. O CORPOA Companhia tem, também, a área de formação, visto que, com a entrada nasinstalações do Palácio Pancas Palha colocou-se em prática uma atividade educativa O corpo de Olga Roriz tem dois handicaps. O envelhecimentoorganizada e com uma lógica curricular que é uma extensão dos objetivos artísticos natural e uma doença. “Juntei as duas. Um envelhecimentoda própria Companhia, preenchendo uma lacuna pertinente no ensino, com base de natural, mas com bom aspeto, e fisicamente demasiado ativaação junto de uma companhia profissional, adotando os seus métodos de trabalho e para uma pessoa da minha idade, e uma ‘Arterite das Célulaso seus conhecimentos artísticos e profissionais em atividade. Gigantes’ que despoletou em 2013”. Foto :. DR Paulo Pimenta8 valemais.pt

Desejamos aos nossos leitores e colaboradoresum Feliz Natal e um 2018 recheado de sucessos valemais.pt 9

E como 2018 é o centenário deste extraordinário homem e a RTP tem um programa de atividades para celebrar esta data, o meu espetáculo encaixa perfeitamente. Estamos a falar de um grande encenador de teatro, de um grande cineasta e de um grande escritor, que escreveu quase todos os argumentos dos seus filmes\". Depois há os concursos de dança que passam na televisão.\"Há médicos que dizem que tenho de ter calma e repousar e há CRIOU E REMONTOU PEÇAS PARA UM VASTOoutros que dizem para fazer exercício. Por isso, faço ginásio e natação NÚMERO DE COMPANHIAS NACIONAIS Ee isso dá-me a sensação de potência e de poder. E se eu perco essa ESTRANGEIRAS ENTRE ELAS O BALLETsensação, a minha cabeça não reage bem. Então faço natação esinto que o meu corpo está lá e tem força. Na parte da doença, além GULBENKIAN E COMPANHIA NACIONAL DEdas enormes dores de cabeça, o que mais tenho é medo”. BAILADO (PORTUGAL), BALLET TEATRO GUAIRA (BRASIL), BALLETS DE MONTE CARLO (MÓNACO), INFLUÊNCIAS E INSPIRAÇÃO BALLET NACIONAL DE ESPANHA, ENGLISH“Inspiro-me em mim própria. Nas minhas vivências, na minha visão NATIONAL BALLET (INGLATERRA), AMERICANdo mundo. Tudo me influência. Mas da forma como eu vejo as coisas. REPORTORY BALLET (E.U.A.), MAGGIO DANZA EClaro que, há muitos anos, ao ver um espetáculo da Pina ALLA SCALA (ITÁLIA).Bausch, fui influenciada. Mas aí qualquer um era, fosse escritor,pintor, realizador, encenador ou coreógrafa. “Há uma parte positiva que é a dança entrar pela casa das pessoas. Agora, que dança? Qual é a qualidade que está ali? E será que todas as pessoas podem dançar?Agora o que é importante é quando vejo alguma coisa que abreespaço à minha imaginação. Isso é o mais importante na arte”. Estes concursos podem ser interessantes como, ao mesmo tempo, se podia dar mais visibilidade a uma boa produção de dança. A DANÇA EM PORTUGAL Por exemplo, quando faço um espetáculo, no momento em que há um pequeno spot\"A nível de criação, a Dança vai muito bem, sempre que as publicitário na televisão o aumento de venda de bilhetes é incrível\".pessoas tenham apoios. PRÓXIMO TRABALHOPor exemplo, a RTP2 tem um programa do Luís Antunes sobreCoreógrafos. Dei por mim a perguntar quem é aquela gente que “Estou a trabalhar nessa peça baseada na obra de Ingmar Bergman que seaparece lá. Vi coisas fantásticas, jovens muito interessantes, chama ‘A meio da noite’. É uma frase de um texto que ele escreveu para oporque o programa é sobre jovens coreógrafos, e estou a filme ‘Cenas da vida conjugal’. Posso adiantar que vai ter vídeo, porque acheidar-me conta de pessoas, que não conheço, e que são muito que era o momento certo para usar imagens. Vou utilizar imagens que fui fazerinteressantes. Fiquei muito contente ao ver estes jovens e sei a ilha de Fårö2, onde ele vivia, e imagens dos próprios interpretes.que grande parte deles são do norte. Estreia no Porto, no Teatro São João, nos dias 27, 28 e 29 de abril, o que acabaPor outro lado, a RTP deixou de fazer produção de dança e em por abarcar o dia mundial da dança (29 abril).relação à cultura nenhuma televisão faz um bom trabalho. Oscartazes culturais passam a altas horas da madrugada e ninguém Infelizmente,este espetáculo ainda não está marcado para Viana do Castelo porquevê e o telejornal deixou de ter a parte de Cultura porque é mais Viana é uma das cidades mais complicadas para agendar e realizar espetáculos.importante “a telha que caiu do prédio” do que o cartaz cultural. É muito difícil, para mim, marcar espetáculos em Viana do Castelo. EnquantoApesar disso, tive a sorte, da próxima peça que vou fazer ser que, para qualquer sítio, pego no telefone, falo com o diretor do teatro, ou com afilmada e reproduzida pela RTP. Trata-se de um peça sobre a pessoa que está a programar e marco o espetáculo, para Viana, não consigo”.obra de Ingmar Bergman. E por quê? Não deveria ser, completamente, o oposto. Não deveria ter as portas10 valemais.pt sempre abertas, em Viana? “Eu acho que o Teatro Sá de Miranda tem de ter um programador, independentemente do executivo que está no poder. É óbvio que a vereadora não consegue fazer e resolver tudo. Viana do Castelo tem uma boa oferta cultural e precisa de assessores à altura e não os tem. Nunca se consegue falar com o responsável e o processo torna-se muito complicado e moroso”. “Há anos cheguei a ter uma coprodução marcada e a poucas semanas da estreia soubemos que tinha sido cancelada. Em toda a minha vida, a primeira vez que isto me aconteceu, foi em Viana do Castelo. Em todos os Teatros do país eu falo com o programador, menos em Viana do Castelo, que não tem. É necessário um programador nesse Teatro.” 1 Dramaturgo e cineasta sueco, diretor de alguns dos mais influentes e aclamados filmes de todos os tempos. 2 Pequena ilha do Mar Báltico situada a alguns quilômetros ao norte da ilha de Gotland, na Suécia.

www.geeEmrdaiflp@. MGoePTTmoS.lG.:gn4p(a1t(0aºeo05n090ln3gdB’355ra6rt4aa.1i4n)dNn),t68cV2ieºd735oa84ei1’,l2aei1a0T8.nu13..2”ccç3íWd1oao4o1m32m90 Toda a equipa da Empolgant Idea deseja-lhe umas Boas Festas!Arquitectura . Design de interiores . Fabrico próprio valemais.pt 11

Reportagem #MonçãoManuel S. DR_ Vale mais Todos os partidos estão muito afastados da realidade C M ANTÓNIO BARBOSA Y Presidente da Câmara de Monção CM MY em grande entrevista CY CMY“Temos acesso a outro tipo de documentação que não tínhamos quando uma questão essencial: neste momento, com o poder resolver as Kestávamos na oposição”. A constatação é de António Barbosa, o novo situações, aquelas que estão na nossa dependência direta, mudapresidente da Câmara Municipal de Monção, em entrevista à VALE MAIS. tudo. Acresce-nos responsabilidade, mas traz-nos também algum contentamento interior.Durante a mesma admite que o seu foco é o planeamento a médio e longo prazoe não medidas avulso. Confessa também que já encontrou surpresas na autarquia, VIDA FAMILIARmas que não se vai pronunciar, publicamente, sobre as mesmas, a menos que seja“atacado por aqueles que estiveram cá durante 20 anos”. Fala também sobre a sua COM ESTA VIDA FRENÉTICA, CASADO, COM DUASatividade pública e as respetivas implicações na vida pessoal. FILHAS MENORES… A FAMÍLIA NÃO SE QUEIXA?É PRESIDENTE DA CÂMARA HÁ POUCO TEMPO. A família já se queixava antes. A minha esposa e as filhas.ISSO ALTEROU-LHE AS ROTINAS? Posso dizer que, depois das eleições - os últimos meses foram muito complicados –, naqueles dias seguintes, estava com aEm termos de alteração de rotinas, diria que não. Quando ainda estava a trabalhar minha mulher, em casa, saíamos da sala para ir ao quarto… enas Autoridade Tributária (Finanças) e era vereador na oposição, sem pelouro, o as pequenas vinham atrás de nós. Porquê? Estiveram muitostempo que dedicava a isto era muito alargado. Saía do meu trabalho e não havia meses na casa dos avós e, a partir do momento que ficaramfins de tarde e noites. A única coisa que diferencia – e essa é grande – é que o outra vez connosco, tiveram o receio de que voltasse a acontecertrabalho era completamente distinto do de estar à frente dos destinos do município. o mesmo. Diria que, agora, as coisas voltam à normalidade.O essencial, o tempo que se investe nestas coisas, é exatamente a mesma coisa. O facto de trabalhar só na Câmara mudou tudo. É muito duranteDedico-me a elas a 100 por cento, independentemente de estar na oposição ou, o dia, mas tentamos retirar aqui algum tempo para aquilo quecomo neste caso, ser presidente de Câmara. Rotinas… diria que a única coisa que gostaria de fazer como, por exemplo, levar as minhas filhasterá mudado é que não estava habituado a uma tal procura de marcação de reuniões, à escola de manhã e ir buscá-las à tarde. Tento compensá-com um conjunto de coisas que são para mim novidade e não existiam enquanto eu las. Como num dia (feriado) em que a minha mulher esteveestava na minha outra atividade. Quanto ao resto, nada que não esperasse. de serviço o dia todo e passei com elas também o dia todo. Acontece, muitas vezes, outra coisa que gostava que nãoTEMPO DE CONHECER OS DOSSIÊS? sucedesse: chegar a casa e elas já estarem a dormir... mas isso já sucedia quando estava na oposição.Muitos já eram meus conhecidos, mas conhecê-los e estar neste cargo ou naoposição é diferente. Tem-se outra visão, acesso a outro tipo de documentação. E12 valemais.pt

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Neste Gabinete temos de pensar já os próximos cinco/seis meses. São muito importantes para preparação do próximo verão. Uma das primeiras grandes preocupações será a defender aquilo que á a parte habitacional. Aquilo que este incêndio mostrou foi que, se no passado aquilo que ardia era mata, agora, pela falta de limpeza, pela desertificação, os efeitos são muito mais devastadores e próximos daquilo que são as próprias vidas humanas. Creio que, numa primeira fase, o objetivo disto, na Proteção Civil, é o de estarmos e garantirmos a segurança das pessoas e de bens. Isto terá de passar muito pela obrigação de limpeza de tudo aquilo que tenha a ver com as imediações da parte habitacional. Depois prepararmo-nos, a médio e longo prazo, noutras áreas, designadamente, a nível da reflorestação e da sensibilização. FIXAR JOVENS FAMÍLIAS OUTRAS QUESTÕES QUE O PREOCUPEM? Criarmos aqui condições diferenciadoras dos outros concelhos a C nível familiar. No sentido de conseguirmos convencer, cada vez mais, as jovens famílias a fixarem-se cá em Monção. Vamos dar os primeiros passos, já bastante acelerados, neste 1º orçamento, relativamente ao apoio, quer a nível dos benefícios, no IRS, para as nossas famílias, quer ao nível da educação, saúde…. mas, para já, não quero adiantar mais.NA VIDA AUTÁRQUICA… NAS SITUAÇÕES COM QUE JÁ SE Iremos dar os primeiros sinais do que prometemos… no sentido MDEPAROU, TEVE OU NÃO SURPRESAS? de fazer de Monção um concelho bom para se viver e para Y as jovens famílias que se querem instalar, enquanto estão no CMJá tive muitas, mas não quero falar sobre isso. Desde não seja atacado por momento de decidir onde construir as suas vidas. MYaqueles que estiveram cá 20 anos. O objetivo é falar sempre do futuro. Foi assim CYque ganhamos a Câmara, foi assim que nos apresentamos aos monçanenses. Haverá um presidente de Câmara que se vai dedicar, como CMY nunca aconteceu, às questões económicas. Que passam por algo K INCÊNDIOS que é essencial. Criar as condições para que os jovens tenham emprego em Monção e com alguma segurança. Esta traz umaNA SEMANA QUE ANTECEDEU A SUA TOMADA DE segunda parte, no sentido de planear alguma coisa que se possaPOSSE, OCORREU, EM MONÇÃO, A CATÁSTROFE DOS qualificar como de futuro. Hoje, com a questão das superfíciesINCÊNDIOS, EM QUE UM TERÇO DO CONCELHO ARDEU. comerciais, não estamos a dar esse sinal à população.QUE TENCIONA FAZER A AUTARQUIA? Este sinal só pode ser dado com a captação do investimentoO plano está sempre muito dependente do que vem de Lisboa. A Câmara, em e a fixação industrial. Temos de resolver dois problemas: o dotermos financeiros, não tem capacidade, nem coisa parecida, para responder Parque da Lagoa que não está, neste momento, cheio, existindoa todas as situações. Temos acompanhado no terreno e feito o levantamento empresas em lista de espera e, portanto, trabalhar rapidamenteexaustivo dos prejuízos, em primeiras e segundas habitações, em anexos, em para perceber porque não estão instaladas quando temosruínas, nos próprios terrenos agrícolas, na questão das explorações animais. Ao território; e a do Minho Park, pois temos rapidamente de termais ínfimo pormenor.! Estamos a reunir com algumas dessas entidades que um espaço que possa ser diferenciador, atrativo para todas assão nossas parceiras da Proteção Civil, para perceber como será o tal Gabinete industrias que se queiram cá fixar. Para isso, precisamos de teracerca desta área, que irei constituir, aqui na Câmara, até final do ano. este problema (do Minho Park )resolvido.14 valemais.pt

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MONÇÃO DAQUI A 20 ANOS FEIRA DO ALVARINHO JÁ PARA PROFISSIONAISRELATIVAMENTE ÀS OBRAS EM CURSO PELAAUTARQUIA, VÃO CONTINUAR OU VAI PARAR ALGUMA? RELATIVAMENTE À FEIRA DO ALVARINHO, PRETENDE QUE SEJA TAMBÉM UM CERTAMENão quero falar sobre isso. Diria que a questão das obras tem muito a ver com DE PROFISSIONAIS.algo, para mim, essencial. O que pensamos sobre o que queremos de Monçãodaqui a uma década, daqui a duas décadas. Estamos a avançar já para um projeto Isso vai-se concretizar já no próximo ano. Vamos ter grandesque seja estruturante e com tudo o que tem a ver com a parte do casco histórico novidades a esse nível. O investimento está feito. Temos é dee área envolvente. Sabemos exatamente o que vai ser isto daqui a 20 anos. exponenciá-lo, fazermos um alargamento no sentido de permitir um período que seja exclusivo com tudo o que tem a ver comMAS O MÁXIMO QUE PODER ESTAR À FRENTE DA provadores, especialistas e entidades que podem levar maisAUTARQUIA SÃO 12 ANOS!! longe muitas das nossas marcas e o nome do nosso Alvarinho. Este é um dos pilares da economia local. Costumo dizer que,Mas a minha preocupação não são só os 12, oito ou quatro anos que vou cá na Feira do Alvarinho, não se gasta dinheiro, investe-se. Agoraestar. O que me preocupa é que tudo que se faça a nível de obras no casco temos de pensar muito bem de que forma podemos fazer umhistórico, a partir de agora, seja uma coisa planeada. Sabermos exatamente o aproveitamento maior de cada euro lá investido. O que meque vamos fazer. parece, que nos últimos anos, não foi feito.QUE DIZER… NADA DE MEDIDAS AVULSO? Preocupamo-nos muito em fazer uma festa do Alvarinho, esquecendo a vertente económica. Esta passa não só pelo consumoNada de obras em praças e envolventes, em arruamentos e passeios que não imediato durante aquele fim de semana, mas por garantirmos estetenham a ver com aquilo que é o objetivo final, o conjunto. E este tem de estar depois lá fora – com compras, especialistas que falem do vinho, umdefinido já. Para, depois, dizermos todos os anos onde vamos investir. conjunto de pessoas que possam levar a marca do nosso Alvarinho, o de Monção e Melgaço, mais longe. O investimento está feito. Falta,FALA-SE QUE, NESSE CONJUNTO, UMA DAS MEDIDAS se calhar, o salto de qualidade. E esse passará ,obviamente, porPASSARÁ TAMBÉM PELO ALARGAMENTO DA AVENIDA darmos um cunho profissional ao próprio evento.25 ABRIL (A QUE SOBE ATÉ AO LARGO DA ESTAÇÃO)? A ESTÂNCIA TERMAL É UM “BERBICACHO”Poderá ser uma das eventualidades. QUE TÊM DE RESOLVER?16 valemais.pt É um assunto que vamos atacar de forma muito direta. Não quero adiantar pormenores, mas tem de ser resolvido.

PODERÁ PASSAR PELA MUNICIPALIZAÇÃO? Muito daquilo que pode e deve ser feito tem a ver com candidaturas em termos de Património Imaterial. A nívelNão podemos falar em municipalização quando há alguém destas comunidades ribeirinhas, a maior parte dos dinheirosque, por concurso público, tem direito à exploração durante que começam a estar disponíveis relacionam-se com25 anos. Neste momento, temos 10 anos de concessão. candidaturas neste domínio. Este tem a ver com tudo queAgora estamos a falar de uma concessão que não está a não é palpável. Desde o simples facto de estarmos aser cumprida por uma das partes. O que significa que as promover relações transfronteiriças, aproveitamento derendas da concessão não estão em dia e não estão a ser rios e outras circunstâncias. E, mesmo ao nível da própriapagas. Além de eu dizer que – quem lá vai sente isso – as marca, a Eurocidade Monção-Salvaterra pode começar a sercondições em que se encontra, neste momento, o balneáriotermal não são as ideais. trabalhada. Estamos a falar num eixo que já abrange cerca de 30 mil habitantes.(Entretanto, já após esta entrevista, aautarquia deu um prazo de 30 dias, Temos um fator que tem de ser aproveitado.que está a decorrer, para a empresa Enquanto este eixo desde Melgaço atéconcessionária regularizar as dívidas Cerveira/Caminha continua a perderem atraso que, de acordo com aquela, população, do outro lado está a suceder orondam os 100 mil euros) contrário. São núcleos urbanos que estão a aproveitar muito o facto de serem EUROCIDADE E dormitórios da cidade de Vigo. Têm TURISMO crescido muito.E QUANTO À EUROCIDADE O SEU PARTIDO, O PSD, IRÁMONÇÃO-SALVATERRA? ELEGER UM NOVO LÍDER EM JANEIRO. SANTANA OUÉ uma questão importante. Os municípios RIO. QUAL DELES APOIA?se pensam que, sozinhos, poderão fazer alguma coisa, irão passar pordificuldades. Em Monção, em Melgaço, Arcos, Valença, Salvaterra, para Tenho a minha preferência, mas não vou torná-la pública. Já tive essaconvencermos os turistas…. queiramos ou não, por muito que façamos conversa com os próprios candidatos.a nível industrial, muito do futuro passará pela área do turismo. Nãotemos capacidade, isoladamente, de convencer um turista a ficar cinco Neste momento, a questão partidária para mim está muito atrás daquiloou seis dias em Monção. Há que criar programas turísticos que envolvem que me interessa. Que é o meu concelho. Nestas eleições partidáriastoda esta comunidade, desde Melgaço até Viana, aproveitando também nacionais, o nacional vem (afetar) o que tivemos tanto trabalho em uniras sinergias do lado galego, no sentido de vender pacotes que passam, aqui nos nossos concelhos.por dois dias num concelho, um dia noutro, dois num outro…. que sejamatrativos e que tenham alguma abrangência. Não dou a minha opinião pessoal, pois seria tida como a posição pública do presidente de Câmara e da Comissão Politica do PSD Monção. ParaA questão da Eurocidade surgiu, penso, no sentido de estreitarmos as não estar aqui a manietar e a levar as pessoas em determinado sentido,relações com uma entidade que está próxima de nós, aqui encostada iriei afastar-me disso e votar como qualquer outro militante.ao rio Minho, que é Salvaterra do Minho. Faz sentido. Para conseguirmosaproveitar as sinergias, de Monção e Salvaterra, ganharmos escala e Posso dizer que um dos candidatos me convidou para fazer parte dadimensão. Aproveitando um conjunto de procedimentos em termos de sua comissão de honra e não aceitei. Acabei de ganhar as eleições parafundos comunitários que começam a existir para estas circunstâncias uma Câmara, não faz sentido aparecer aos olhos de qualquer cidadãodas eurocidades e começar a trabalhar em conjunto algumas coisas que monçanense já nas lutas político-partidárias nacionais.nos interessam. Esta questão da Eurocidade é muito importante, tem onosso aval e, se calhar, irá avançar a um ritmo que não teve até aqui. Acho que os nosso partidos políticos, da esquerda à direita, têm todos um problema: estão muito afastados daquilo que são a realidades. (…) O PSD é um partido de base local, sempre o foi. É o que o sustenta. E dá-me a ideia de que isto está um bocadinho esquecido. valemais.pt 17

Reportagem #Alto Minho &ValençaJosé C. Sousa Firecamp & José C. SousaValença recebeu, no passado mês de novembro, o Alto Minho FIRECAMP – Jornadasinternacionais sobre fogos florestais. Trata-se do maior evento nacional dedicado ao estudo dos fogos florestais no contexto de riscos e alterações climáticas. Valença recebeu a 3.ª ediçãodo ALTO MINHO FIRECAMPEsta iniciativa, que decorreu no auditório da ESCE – Escola Superior de Ciências Nessa altura, já havia mais de 600 incêndios no país. No total,Empresarias, em Valença, integrou operacionais das diversas unidades de os incêndios florestais consumiram mais de 442 mil hectares ecombate e prevenção e técnicos e responsáveis políticos, num espaço de provocaram mais de 100 mortos e cerca de 300 feridos, no piorexcelência onde se intercambiaram conhecimentos, técnicas e muitas opiniões. ano de sempre em Portugal, segundo os dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).Durante dois dias, Valença foi o centro da investigação, prevenção e combateem matéria de incêndios num evento bienal promovido pela Comunidade No ano anterior, publicamos uma peça onde contamos com aIntermunicipal do Alto Minho. opinião de Emanuel Oliveira, Técnico Especializado em Defesa da Floresta Contra Incêndios e um dos organizadores deste evento,MAS ANTES, UMA PEQUENA CONSIDERAÇÃO e que nos deixava ideias como; “No futuro os incêndios irão surgir em maior número e com consequências mais nefastas”. “ÉNos dias 14 e 15 de outubro, o Alto Minho gritante a pouca ênfase dada na implementação, concertada, dee o centro do país foram fustigados com medidas de prevenção em comparação com o foco mediáticoincêndios de grandes dimensões que se que é dado ao combate”. “Apostar, meramente, no combate,tornaram incontroláveis e que deixaram, não tem sido solução para reduzir os efeitos catastróficos dospor onde passaram, um rasto de incêndios florestais, o que implica uma mudança radical nasdestruição. Quatro meses antes, na VALE políticas de gestão florestal, na prevenção e no combate. RevejaMAIS, edição n.º55, de Junho e Julho, este artigo na edição n.º45 de outubro de 2015.publicava-mos o seguinte título de capa;‘O QUE VIRÁ AÍ?’, referindo-nos aosincêndios florestais e às declarações deMarco Domingues, Comandante Distritalda Proteção Civil.18 valemais.pt

MAS VOLTEMOS ÀS JORNADAS INTERNACIONAIS No segundo dia, uma das apresentações mais surpreendentes foi aSOBRE FOGOS FLORESTAIS Jeremy Bailey, da Nature Conservancy que, com 25 anos de experiência, abordou a evolução das queimas prescritas nos Estados Unidos daChristian Niel Berlinck, coordenador de prevenção e combate a incêndios América. O especialista, natural do Colorado, começou por pedirdo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, do Brasil, um minuto de silêncio em memória das pessoas que morreram emfoi um dos principais oradores destas jornadas. À Vale Mais afirmou incêndios, tanto bombeiros como cidadãos comuns.que o evento mostra que vários países do mundo estão à procura desoluções para a questão dos incêndios florestais, visto que estes estão Depois, continuou afirmando que é necessário queimar tudo que sea ficar cada vez piores e agravados pelas alterações climáticas. “Tem possa queimar, com queimas controladas. Jeremy Bailey faz queimasdiminuído a quantidade de chuvas e a quantidade de dias de chuva por todo o Estados Unidos e com a sua apresentação tentou demonstrare isso deixa tudo mais seco provocando incêndios mais severos”. que o uso destas queimas prescritas acarreta enormes vantagens na“As soluções que temos procurado são muito parecidas e prendem- prevenção dos incêndios florestais. Foi, também, o coordenador dose com a gestão dos combustíveis, com ou sem fogo”. “O que temos programa TREX que se realizou no Alto Minho, logo após estas jornadas.percebido neste seminário é que para além dos técnicos, discutindocomo trabalhar no terreno, também temos a preocupação de formar Um dos mais interventivos no público, foi o comandante dos Bombeirosmelhor e absorver tecnologias que nos ajudem na tomada de decisão”. Municipais de Viana do Castelo, António Cruz, que nos declarou que “este evento acabou por ser uma discussão de ideias e, felizmente,“Além disso, devemos ter as universidades a produzir informações úteis para realiza-se no distrito de Viana do Castelo. Tivemos excelentes oradores,a tomada de decisão em campo melhorando, assim, a eficiência do trabalho”. apresentações fantásticas, onde cada um apresentou o seu pensamento e o seu trabalho, mas em relação à participação do público foram ditos“Fiquei muito surpreendido com a organização deste evento. Pela autênticos disparates que nem me atrevo a comentar”, concluiu.quantidade de países que estão presentes, pelas qualidades técnicas dosoradores e pela quantidade de pessoas que participaram nas discussões”. No final destas jornadas estivemos à conversa com Emanuel Oliveira que nos afirmou que este evento decorreu acima das expectativas.No primeiro dia destacamos, também, a apresentação de Giuseppe “Firecamp já é uma marca a nível nacional e internacional. Temos cáDelogu, investigador especialista em incêndios florestais e antigo gente de Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido, Brasil, Estados Unidos edirigente do Corpo Florestal e de Vigilância Ambiental da Região da Indonésia. Trouxemos as pessoas ao Alto Minho para falar de incêndios eSardenha que falou da formação e evolução das equipas de uso de fogo fogos florestais, quando tod os sabemos quede supressão na Sardenha e Joaquim Chambel, da ANPC - Autoridade isto só acontece em Lisboa ou no Porto”.Nacional de Proteção Civil – que falou da importância dos sistemas de “Depois de um ano nefasto estamosgestão de operações em incêndios florestais”. aqui para falar de fogo, para discutir o problema”. “O que vimos este ano, em Portugal, vamos ver daqui a 15 anos. Aquilo que tenho acompanhado junto dos municípios tem-me permitido entender que este é um problema social, demográfico, e dentro de 15 anos vamos ter situações idênticas. As alterações climáticas estão aí e os cenários poderão ser ainda mais graves. valemais.pt 19

\"As aldeias com pouca população, e envelhecida, como vão estar “Em conclusão, a prevenção é a base do combate e ambas devem estarem 2030? Trata-se de uma paisagem que está a ficar sem gente e de mãos dadas para se chegar a resiliência do território e a diminuição dosteremos de saber gerir essas áreas\". incêndios florestais. É premente uma reprogramação dos instrumentos financeiros destinados, exclusivamente, ao sector florestal.Para Emanuel Oliveira, neste seminário, foram discutidas muitassituações que podem trazer algumas melhorias, mas isso, não vai O fogo não deve ser visto apenas do ponto de vista negativo. Umacabar com os incêndios. bom uso do fogo pode ser uma mais-valia na própria prevenção e na proteção de pessoas e bens”.A última pessoa a tomar da palavra foi Jorge Mendes, vice-presidenteda CIM Alto Minho e presidente da câmara municipal de Valença. Para O seminário terminou com a apresentação do Alto Minho TREX por parteo autarca “o combate tem de estar fortemente associado à prevenção de Jose Luis Duce, especialista sénior da “The Nature Conservancy”.mas, quem está no terreno, sente que faltam estratégias, em especialuma orientação clara e ajustada aos diferentes contextos e à evoluçãonatural dos incêndios florestais”. “Como objetivo de ultrapassar algunsconstrangimentos na prevenção estrutural, onde os municípios assumemum papel determinante, o governo anunciou, recentemente, uma linha deapoio de cerca de 50 milhões de euros para se executarem faixas degestão de combustíveis, pelo que, os municípios aguardam que essasverbas cheguem, atempadamente, e antes do período crítico de 2018”.ALTO MINHO TREX 2017Assim, entre os dias 18 e 24 decorreu o Alto Minho Trex, onde foram Para Jeremy Bailey esta iniciativa foi um verdadeiro sucesso, querdiscutidas expetativas, procedimentos de segurança, meteorologia pela capacidade de concretização dos objetivos propostos à equipae comportamento do fogo. Decorreram, também, ações de treino e de cerca de 60 bombeiros, técnicos, forças especiais, grupos deintercâmbio de técnicas de gestão de eventos de riscos e de uso do intervenção e científicos, quer pela partilha de experiências inovadorasfogo controlado em ambientes e ecossistemas diversificados dos dez sobre a cultura local do fogo, a ecologia do fogo e os desafios da suamunicípios do Alto Minho. gestão à escala da paisagem. Já José Luis Duce - especialista sénior da “The Nature Conservancy” em uso e ecologia do fogo - destacouEsta foi a primeira vez que este programa saiu dos Estados Unidos e a diversidade das “cores” do grupo e a capacidade de relacionamentoo Alto Minho teve cerca de 30 organismos participantes, provenientes interpessoal respeitando em todos os momentos as normas e regras dede cinco nacionalidades. Esta ação contou ainda com a colaboração funcionamento na organização e gestão de incidentes (ICS/IMT).das diversas equipas de sapadores florestais e das corporações debombeiros voluntários do território do Alto Minho no acompanhamentodas intervenções realizadas.20 valemais.pt

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Reportagem #ValençaJosé C. Sousa Firecamp & José C. SousaNove motivos para visitar Valença este Natal Pista de Gelo, Chocolate, Duendelândia e Muito Mais Valença oferece um programa mágico este Natal recheado de atividades para pequenos e graúdos entre 1 de dezembro e 7 de janeiro. Valença transforma-se na Cidade Natal, marcada pelos tons, sons e sabores natalícios durante 38 dias. Fortaleza de Chocolate – Uma doce tentação! A Fortaleza de Chocolate adoçará o Natal. Uma oportunidade para deliciar-se com as cascatas, os fondues, os crepes doces e salgados, os waffles, os brigadeiros, as trufas, os bombons, os torrões, as espetadas de fruta, as bombocas, a ginja e tantas outros produtos em que o chocolate é a marca dominante. Duendelândia – O encanto da pequenada A Duendelândia é a oportunidade para os mais pequenos desfrutarem de um mundo mágico, com a Casa do Pai Natal, o percurso Duendaventura com arborismo suspenso, o Bosque Encantado, as pinturas faciais, a modelagem de balões, os atelier's de manualidades, a carta ao Pai Natal e a oferta de rebuçados. O Jardim das Amoreiras, nas Fortaleza, será o palco entre 1 e 17 de dezembro. Pista de Gelo – Uma experiência Única Valença vai proporcionar uma pista de gelo artificial, no Jardim Municipal, entre 1 de dezembro e 7 de janeiro. A pista permitirá a permanência de dezenas de patinadores em simultâneo. Valença Cidade Presépio – A maior Mostra de Portugal A maior exposição de presépios do país desenvolve-se por toda a cidade com instalações originais e pelas montras dos comércios, envolvendo toda a comunidade, entre 1 de dezembro e 7 de janeiro. Mercado de Natal – Valença boas compras Entre 15 e 17 de dezembro decorrerá o Mercado de Natal, na Fortaleza, com venda de artesanato e produtos locais alusivos à época. Comboio de Natal – Viagem pela Eurocidade O comboio turístico percorrerá os centros históricos de Valença e Tui dando a conhecer os principais encantos patrimoniais da Eurocidade e toda animação programa para esta quadra. Concertos de Natal – Sons de Natal Os tradicionais concertos de Natal decorrerão em 10 de dezembro no auditório de Verdoejo, 16 de dezembro na Igreja de Stº Estêvão e em 17 de dezembro no Convento de Ganfei. Recriação Histórica da Natividade Em 8 de dezembro decorrerá a recriação das cenas da Natividade, com um percurso cultural que sairá das Portas do Sol, às 21h. Cavalgata Internacional de Reis A programação encerrará com a Cavalgata Internacional de Reis da Eurocidade em 5 de janeiro, com saída dos Bombeiros de Valença, às 16h00.22 valemais.pt

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Reportagem #Ponte da BarcaJosé C. Sousa DR_Vale MaisÀ conversa com o novo edil barquense AUGUSTO MARINHO 'Encontrei uma câmara desorganizada e desmotivada'Augusto Manuel dos Reis Marinho tem 43 anos e no último dia 1 de outubro Não significa que estes valores só estejam no meio militar, muitoconquistou a Câmara barquense, depois de duas tentativas falhadas (2009 e pelo contrário, mas esse ambiente marcou-me muito. Estive lá2013). Como diz o povo, à terceira foi de vez e, agora, prepara-se para liderar cerca de oito anos ,até passar para o MAI em 2009\".\"um município com indicadores muito preocupantes\". A VALE MAIS conversoucom este economista que deixou a capital do país para servir a sua terra. MAS A SUA VIDA POLÍTICA COMEÇOU ANTES DO MAIFoi aqui que fez a sua juventude e que estudou até ao 12.ºano. Depois, \"Quando estava na Marinha, houve uma alteração à lei e passouingressou no Curso de Economia na Universidade de Coimbra. Concluída esta a ser permitido que militares concorressem a cargos políticos.etapa, entrou na Marinha e, neste momento, é quadro superior do Ministério da Esse facto coincidiu com o convite que me foi endereçadoAdministração Interna (MAI). pelo então presidente da Câmara, o doutor António Cabral de Oliveira, um homem extraordinário, e uma referência para mim.Estudou economia, foi para a Marinha e acabou noMinistério da Administração Interna. Como se faz este Assim, estive nesta Câmara Municipal de 2002 a 2005 comopercurso? vereador a tempo inteiro. A entrada na política dá-se aí. Em 2006, fui convidado para continuar, mas não aceitei e regressei\"Sempre tive um gosto muito particular pelo meio militar e, apesar de não a Lisboa.nunca me ter candidatado para a academia, tive sempre essa vontade. Assimque terminei o curso decidi experimentar esta vida. Servi como Oficial da Em 2009, fui o candidato do PSD, apesar de saber que era muitoMarinha, enquanto economista. Foi uma experiência que adorei e que criou, difícil uma mudança no final do primeiro mandato (PS). Nãoem mim, valores como a disciplina, integridade e isenção, muito próprios de ganhei. Em 2013 concorri como Independente e esse desafiomilitar, e que eu guardo com muito gosto. foi diferente. Ninguém estava à espera, mas fui eleito vereador\".24 valemais.pt

\"Este ano estava convencido que as coisas podiam correr Que surpresas encontrou na autarquia?bem, porque sentia essa necessidade de mudança naspessoas. O executivo estava muito desgastado e com \"Fui vereador, por isso estava por dentro dos assuntos.muitos problemas a nível interno. Confesso que a questão financeira preocupa-me muito, porque temos de equilibrar as nossas finanças municipaisFizemos uma campanha muito assertiva, com tempo, para podermos agir e ganhar capacidade de ação.e fomos para o terreno para melhorar a percepção quetínhamos das situações e falar com as pessoas. Neste momento, estamos, financeiramente, muito mal e com muitos problemas. Vou fazer uma auditoria às contas paraMesmo exercendo as minha funções a partir de Lisboa, se perceber a verdadeira situação e para podermosa minha imagem manteve-se e as pessoas partilhar com a população o estado emreconhecem o meu interesse por esta terra e a que esta casa está.vontade de ajudar. Acabamos por vencer\". Não quero encontrar culpados, queroAs suas rotinas familiares é olhar para o futuro e perceber dee pessoais foram que ponto partimos.completamente alteradas.Como reage a isso? Conto, também, fazer uma auditoria no final dos períodos\"É muito curiosa essa questão. Estava governamentais. Assim, podemosa trabalhar em Lisboa, onde vivia coma minha mulher que é Oficial Superior avaliar e comparar aquilo queda Marinha, e com a minha filha, encontramos e aquilo quede 10 anos. Tinha lá a minha vida deixamos.organizada e desloquei-me para aminha terra para servir, com muito Por outro lado, quero vincar agosto, este desafio. qualidade dos colaboradores que temos nesta casa, que,Isso alterou, e muito, a minha vida familiar. Tomei posse no dia 15 outubro e, depois fruto da desorganização quedessa data, só no fim de semana de 18-19 novembro é que fui a Lisboa. Claro se instalou, não conseguiram desenvolver os seus trabalhosque tenho o apoio delas, caso contrário não teria condições para estar aqui. No e as suas propostas. Eles são a chave do sucesso do nossoentanto, tem sido difícil para mim. concelho.Futuramente, esta situação ira manter-se até porque a minha mulher, atendendo No entanto, o que encontrei foi muita desmotivação de pessoasà especificidade da sua especialidade, não consegue vir para mais perto. e de profissionais extraordinários.Portanto, esta é uma evidencia de que venho, para mudar, e para ajudar, a Nesse sentido, vou avançar, também, com uma reestruturaçãominha terra. Para mim, este é um custo muito elevado e tem de valer a pena. orgânica. Necessitamos organizar a Câmara e ver onde háTem de dar resultados. Porque caso contrário, não estou disponível para pagar necessidades de ter mais pessoas. Organizando-a, teremoseste custo. Só aceito passar por isto e fazer a minha família passar por isto condições para fazer o trabalho que nos propusemos\".se compensar. Se sentir que estou a ser útil, que estou a corresponder aquiloa que me propus\". Vai romper, por completo, com a liderança anterior ou pretende dar continuidade a algunsComo será a sua postura enquanto presidente? trabalhos?\"Trato todos por igual. Sejam juntas de freguesia, associações ou instituições \"Tenho um método de trabalho totalmente distinto do meuou simples cidadãos. Os funcionários são tratados todos da mesma forma e antecessor, com toda a consideração e amizade que tenho pordeposito neles toda a minha confiança. Não mexi em ninguém. Por exemplo, ele. Tenho formas de trabalhar e de pensar totalmente distintas.as secretárias continuam a ser as mesmas. O que quero, verdadeiramente, Essa forma distinta vai ter reflexos em toda a dinâmica doé contar com todos porque só assim faz sentido gerir estas organizações. A concelho. Haverá, portanto, um rotura. Mas será assente nãoquestão partidária não entra nesta casa. Essa questão sempre nos dividiu e na necessidade de romper por romper, mas na mudança dedois dos meus grandes objetivos são; desenvolver esta terra, melhorando as métodos de trabalho e de liderança.condições de vida das pessoas, e unir os barquenses. No entanto,o que está a ser bem planeado,apesar de ter encontradoPor isso, neste gabinete é atendido da mesma forma, com a mesma atenção, muito pouco planeamento, vou aproveitar. Depois, há algumasa pessoa com mais possibilidades e a pessoa com menos. A pessoa mais obras que, em função de prioridades, se pudesse redesenhava-instruída e a menos. Acredito que todos dizem isto, mas eu exerço-o\". as, mas já não posso e há candidaturas que foram submetidas e que mesmo que eu pudesse alterar, não as alteraria. Mas, muito honestamente, encontrei pouco trabalho da casa. Agora temos de definir bem o caminho que temos de seguir\". valemais.pt 25

E que caminho é esse? Qual vai o ser o seu principal foco \"Existem, ainda, uma série de medidas que, antes de as relevar,em Ponte da Barca? quero discuti-las, de forma profunda, com os nossos empresários e comércio tradicional, auscultando-os e ouvindo as suas ideias.\"Quando definimos as nossas prioridades, estas foram sustentadas em factose em indicadores que são muito preocupantes para Ponte da Barca. Um é o Ao mesmo tempo, devemos continuar a aposta no turismo, masíndice de poder de compra per capita. Ponte da Barca é o concelho que tem de uma forma mais pensada. Precisamos de uma estratégiao poder mais baixo do distrito. Mas há 20 anos estava no meio da tabela. concertada para que o turista tenha desejo de conhecer PonteE esta tendência decrescente é preocupante. da Barca, venha e tenha vontade de ficarIsso mostra que estamos empobrecidos. SOMOS O MUNICÍPIO e pernoitar no concelho. Precisamos que oOutra situação é a divida total per capita. COM O MAIS BAIXO GRAU turista fique mais tempo por cá. Aqui, temosO desemprego é outra inquietação. Somos de nos voltar mais para o turismo religioso,um dos concelhos com maior número de DE INDEPENDÊNCIA de montanha e na vertente dos desportos dedesempregados por cada 1000 habitantes. FINANCEIRA DO natureza. Temos de nos voltar, novamente, para o nosso rio. Temos duas albufeiras que podemos DISTRITO, OU SEJA,Depois, somos o município com o mais baixo ISTO É REVELADOR DA potenciar para desportos náuticos. Estas são asgrau de independência financeira do distrito, ou FRAGILIDADE DO NOSSO nossa prioridades.seja, isto é revelador da fragilidade do nosso TECIDO ECONÓMICO Estas políticas permitem fixar população, obtertecido económico. mais rendimentos e depois tenho a ambição deNo seguimento destes indicadores, a nossa aposta é o desenvolvimento visitar os nossos emigrantes e dizer-lhes que fizemos o nossoeconómico, nas suas diferentes concepções. Na sua forma mais clássica trabalho e que podem voltar e investir na nossa terra. Que écom a criação de uma zona industrial. Temos um pequeno polo, que veio do deles também\".mandato anterior, mas temos de ser mais ambiciosos. Não temos apetência E quais são as suas principais preocupações?para nos transformarmos num concelho altamente industrializado, mastemos de ter uma base empresarial que permita às pessoas fixarem-se em \"Há um problema grave ao nível do saneamento básico. TemosPonte da Barca, criar emprego, criar riqueza e dinâmica económica. de melhorar a nossa rede. Também temos problemas noDepois, temos a questão do comércio tradicional. Acabei de tomar uma decisão abastecimento de água e na viação rural que, pela ausência deque teve um impacto muito grande numa parte da nossa vila. Foi a abertura manutenção, está muito degradada\".de uma praça para estacionamento. Resolvemos, de forma significativa, aquestão do estacionamento e aquela zona ganhou uma nova dinâmica. Foiuma medida que custou zero e que revitalizou aquela zona\".26 valemais.pt

A Quinta do Caminho deseja a todos um Feliz Natal MENU DEGUSTAÇÃO MENU TRADIÇÃO ENTRADAS NA MESA Rissois de Camarão ENTRADAS NA MESA Bolinhos de Bacalhau Rissois de Camarão Croquetes de Carne Bolinhos de Bacalhau Rojõezinhos Croquetes de Carne Chouriço Grelhado Chouriço Grelhado Tostas com Patê de Atum Tostas com Patê de Atum Cogumelos Salteados Mexilhões ao vapor SOPA Bacalhau à Brás Creme de Legumes Ameijoas a bulhão pato OU Caldo Verde SOPA Creme de Legumes PRATO PRINCIPAL OU Bacalhau lascado com broa, batatas a mur- Caldo Verde ro e grelos salteados OU PRATO PRINCIPAL Lombo de porco assado no tacho, arroz Lombo de bacalhau com broa, batatinhas a aromatizado e legumes murro e grelos salteados OU SOBREMESAS Vitela assada no forno com arroz aromatizado Strudel de maçã com bola de gelado e legumes OU Bolo de chocolate com coulis de framboesa SOBREMESAS Strudel de maçã com bola de gelado BEBIDAS OU Água mineral e refrigerantes, Vinhos verdes Pêra borracha com crumble de amêndoas e Maduros da casa e café Ou Rabanada de Leite com Molho de Vinho do Porto PVP por pessoa: 15€ (IVA incluído à taxa em vigor) BEBIDAS Água mineral e refrigerantes, Vinhos verdes e Maduros da casa e café PVP por pessoa: 20€ (IVA incluído à taxa em vigor) e um Próspero Ano NovoA caminho de 2018O programa inclui:• Welcome drink• Vip no Quarto• Jantar Reveillon• Brinde 00:00 com passas e espumante• Brunch no dia 01.01.2018Pack 1 noite Valor: 103€Pack 2 noites Valor: 143€Pack 3 noites Valor: 166€10% de DESCONTO sobre o valor total emreservadirectas efectuadas até 31 de Outubro (nãoreembolsável em caso de cancelamento).Condições gerais:- Valor por pessoa, por noite, em quarto duplo- Pagamento: 50% no acto da reserva + 50% até dia 15 Dezem-bro. Reservas após esta data devem ser pagas na totalidade.- Cancelamento: em caso de cancelamento a menos de 15dias ou por não comparência será cobrada a totalidade dareserva.- Crianças: até aos 3 anos - gratuito; dos 4 aos 11 pagam 50%do valor+351 251 821 183 [email protected] www.quintadocaminho.com www.facebook.com/quintadocaminho 27Quinta do Caminho valemLuagisa.rpdta Pedreira - Cerdal 4930-092 Valença

A situação do Orçamento de Estado para os municípios também é uma preocupação? \"Há um trabalho que foi sendo desenvolvido pelo anterior executivo e que eu pretendo dar continuidade. O Orçamento de Estado está a prejudicar o município de Ponte da Barca em muito dinheiro. Isto não é um erro de calculo, mas a base com que foi feito não corresponde à verdade e, desde então, estamos a ser penalizados nas verbas atribuídas as autarquias. Essa estimativa foi feita numa altura em que tínhamos cá várias empresas sediadas, a trabalhar na construção da albufeira do Alto do Lindoso e, à data desse avaliação, surgíamos como o quinto concelho mais rico do país, o que não corresponde, de todo, à realidade. O anterior executivo trabalhou muito para tentar resolver esta situação, conseguiu que um secretário de Estado assumisse o erro, As pessoas são o grande património desta terra\"Por fim, há alguns equipamentos que deveríamos ter e não temos e são mas que teria de ser feita uma alteração á lei das finanças locais. Nomuito importantes na dimensão económica. Desde logo, um Mercado entanto, esse secretário de Estado saiu, em fim de mandato. Esse éMunicipal. Se somos um território rural, temos de tirar proveito da nossa um trabalho que vou continuar e, havendo necessidade de colocar oruralidade, tanto na dimensão turística, como na agrícola e florestal. estado em tribunal, assim o faremos. Não podemos continuar a ser prejudicados em tanto dinheiro\".A nível cultural, temos muito por explorar. Temos técnicos que podem, esabem, dar respostas e deposito neles muita confiança\". O que mais gosta de Ponte da Barca? \"As pessoas. Eu disse isso no meu discurso de vitória. Encontrei, durante a campanha, muito carinho nas pessoas, muito respeito e muita consideração, independentemente das cores políticas. As pessoas são o grande património desta terra, juntando-se à riqueza ambiental que possuímos\". Que mensagem pretende deixar aos munícipes barquenses? \"Participem nesta gestão pública. Estamos aqui para trabalhar com todos e para todos. Apelo às pessoa que participem na gestão, seja da autarquia, seja das associações. Que unamos esforços, coloquemos de lado as questões que, potencialmente nos possam dividir, e foquemo- nos no que nos une e nas nossas necessidades. Assim, conseguiremos ultrapassar as dificuldades que temos e desenvolveremos o nosso território, melhorando a qualidade de vida de todos nós\".28 valemais.pt

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Reportagem #Vila Nova de Cerveira Mais de 400 crianças vão ter AULAS DE REMO Integrada na disciplina de Educação Física, os alunos do 2º e 3º ciclo do Agrupamento de Escolasde Vila Nova de Cerveira passam a usufruir da prática de remo num processo formativo contínuo.Trata-se de uma aposta conjugada das vertentes educativa e desportiva que resulta num protocoloassinado, há dias, entre a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, o Agrupamento de Escolas do concelho e a Associação Desportiva e Cultural da Juventude de Cerveira (ADCJC).Considerando o papel fundamental na formação dos jovens e o grande envolver crianças e jovens num primeiro contacto e impacto da modalidade no concelho, aliado ao projeto educativo experiência com a prática do remo, pelos inúmeros benefícios do agrupamento e à política municipal para o desenvolvimento da reconhecidos ao nível físico, pela vertente formativa e pelanáutica em Vila Nova de Cerveira, mais de 400 crianças a frequentar o partilha de valores”, assegura o edil cerveirense, Fernando2º e 3º ciclo vão iniciar formação no remo, com aulas nas instalações da Nogueira, acrescentando: “É muito importante sentir aADCJC. abertura por parte do Agrupamento para esta interação em torno de projetos de interesse para toda a comunidade”.Numa primeira fase, o protocolo visa as 180 crianças que frequentam asturmas do 5º e 7º anos para, a partir de janeiro, ser alargado aos restantes Com cerca de 80 títulos nacionais conquistados, a Associaçãoanos de escolaridade (6º, 8º e 9º anos), abrangendo na totalidade mais de Desportiva e Cultural da Juventude de Cerveira (ADCJC) é400 alunos. A experiência vigora ao longo do 1º e 2º período do presente uma das referências nacionais remo, com seis dezenas deano letivo, sendo posteriormente analisada a sua continuidade entre as atletas distribuídos pelos diversos escalões (Benjamins,entidades envolvidas. Infantis, Juvenis, Juniores, Seniores e Veteranos).“A valorização dos nossos rios, através do desenvolvimento da vertentenáutica no concelho, é um dos nossos compromissos para este mandato.Há projetos em cima da mesa, mas é altamente gratificante conseguirmos30 valemais.pt

Reportagem #Vale do MinhoOs 13 concelhos da raia minhota - cinco portugueses e oito galegos – formalizaram, no passado mês de novembro, a assinatura anual da Ata de Reconhecimento de Fronteira do Rio Minho. Ata de Reconhecimento de Fronteira do Rio Minho reforça relações entre municípiosFoi em pleno rio Minho, entre Vila Nova de Cerveira e Valença, a bordo Com esta iniciativa pretende-se partilhar e fomentar o de uma fragata da Marinha Portuguesa que os representantes dos intercâmbio de ideias e iniciativas entre os vários intervenientes, municípios portugueses de Caminha, Melgaço, Monção, Valença, Vila com o objetivo de preservar, impulsionar e valorizar este Troço Nova de Cerveira, e dos galegos A Guarda, Arbo, As Neves, Crecente, O Rosal, Internacional. Salvaterra do Miño, Tomiño e Tui reafirmaram as excelentes relações existentes ao nível de cooperação e gestão conjunta do rio Minho. Este evento conta com o apoio da Marinha Portuguesa, da Autoridade Marítima Nacional e da Armada Espanhola. O ato simbólico consolida as ligações institucionais e de amizade entre os municípios ribeirinhos, e destes com as autoridades marítimas em prol de uma cada vez maior valorização ambiental e paisagística daquele rico e vasto troço internacional de água.A cerimónia oficial enquadra-se nos termos do Artigo 25º do Tratado deLimites entre Portugal e Espanha, de 29 de setembro de 1864, quando foireconhecida a linha fluvial do rio Minho que serve de fronteira entre os doispaíses. Foram assinados pelos presentes exemplares em português e emespanhol, e devidamente chancelados com os respetivos selos municipais. Oexemplar português será, posteriormente, remetido ao Ministério dos NegóciosEstrangeiros.É a segunda vez na História do Troço Internacional do Rio Minho (TIRM) que serealiza este evento. O objetivo é valorizar o Rio Minho como um todo. valemais.pt 31

Reportagem #Alto Minho & Galiza Ernani Ribeiro, responsável da empresa Shop Mix e perito em comunicação audiovisual, com 15 anos de experiência no mercado espanhol, explica-nos a importância e a responsabilidade de criar produtos audiovisuais que transmitam a personalidade dos negócios para conectá-los com o perfil de cliente desejado. Tal como refere, é necessário compreender que o mundo comerciale a maneira de comunicar os conceitos está em constante mudança, sendo essencial encontrar profissionais na área que estejam atualizados sobre das ultimas tendências marketing, vendas e comunicação para prestar o melhor serviço. A Shop Mix, empresa especializada neste tipo de serviços, cria produtos que contam a história de cada negócio adaptada à estratégia comercial de cada cliente. Desenvolve todo o trabalho desde a compreensão do conceito e a mensagem a transmitir até ao roteiro, gravação, montagem e divulgação nas redes socias. Beneficia, também, de parcerias na televisão com o Porto Canal e com a Localia TV Galicia, esta última muito relevante para os clientes que desejem internacionalizar e apresentar o seu negócio na Galiza.32 valemais.pt

Opinião #Manuel Pinto Neves Há três anos atrás abordei, nesta publicação, o tema do “1º de Dezembro de 1640” (data da restauração da independência de Portugal). Nessa altura trouxe uma síntese sobre os factores espirituais que levaram, por parte de todas as classes sociais portuguesas da época (nobreza, clero epovo), a um grito colectivo de revolta. Neste número retomo o tema, agora com um resumo sobre alguns dos seus aspectos materiais. Volta a ser tempo!Durante o período de dominação castelhana registaram-se diversos tumul- Entretanto, em finais de Novembro de 1640, teve-se conhecimento,tos e revoltas que mantiveram viva a esperança da Restauração. Desde o em Madrid, do que se preparava. Tornava-se urgente tomar umapronunciamento militar dos Regimentos de Lisboa (1603), passando pelo resolução definitiva sob pena de o Duque de Bragança ser preso oumotim popular denominado por “Revolta das Maçarocas” (1628), e indo até exilado antes do golpe. Nessa altura, todos os conjurados sentiramà popular “Revolta do Manuelinho”, já com Miguel de Vasconcelos a mandar. que só ele poderia ser o Rei.Todos estes movimentos, ainda quesem atingirem os resultados pretendi- Mais do que o efeito da frase atri-dos, mostravam o espírito dos patriotas buída a Dª Luísa de Gusmão (“maise prenunciava a rebelião de 1640. vale ser rainha por uma hora do que duquesa toda a vida”), do queEm 1638, uma conspiração liderada a esquadra do Arcebispo de Bor-pelo Conde de Cantanhede, depois déus e da adesão do Bispo de El-Marquês de Marialva, e herói nas vas, foram as palavras firmes dobatalhas de Linhas de Elvas e de Duque de Bragança o definitivoMontes Claros, começava a ganhar tiro de partida para que Lisboa seforma. As reuniões tiveram lugar decidisse a agir. Depois de ordensnuma sua quinta, onde mais tarde e contraordens, os conspiradoresse levantaria o forte de Alcântara. avançaram resolutamente. AindaO local, junto ao rio, onde os barcos antes de chegaram a Vila Viçosa asbalouçavam tranquilamente, poderia notícias, boas ou más, D. João lan-servir de refúgio ou de ponto de fuga çou o seu grito libertador e, quaseem caso de serem descobertos os sem escolta, partiu para a capital.conspiradores. Porém, esta conspi- Nesse momento, Filipe IV de Espa-ração acabou imprevistamente pois nha começava a perder o Reino deo Conde foi desterrado. Todavia a Portugal, que tentara absorver.semente da insurreição ficara latente. O milagre cumpria-se, porque na alma do povo e na coragem patrió-Apesar de pressionado pelos fidalgos patriotas, apressados em expulsar o tica de muitos fidalgos ainda corria o mesmo sangue que tinha sabidoinvasor, o Duque de Bragança (futuro D. João IV) preferiu esperar o momen- firmar a independência no campo de Aljubarrota. Era ainda a mesmato oportuno, sabendo criar uma autoridade que lhe permitiu restabelecer a gente do Mestre de Avis que gritava, de novo, como em 1385: “Real!autonomia nacional em bases bem sólidas. Real! Por D. João, Rei de Portugal!”O levantamento da Catalunha acabou por dar maior consistência à Que os “conjurados” de hoje, ainda que com outras armas, saibam man-conjura, que avançava cheia de incertezas. D. João, conseguiu uma li- ter o mesmo objectivo de 1640: Preservar a Pátria portuguesa.gação com os espiões franceses do Cardeal Richelieu, e foi recebendoinformações e sedutoras propostas de apoio contra o jugo castelhano. valemais.pt 33

Opinião #José Manuel Carpinteira É o terceiro Orçamento do Estado aprovado pela ‘Geringonça’, a tal soluçãogovernativa que poucos, à esquerda e à direita, lhe previam alguma longevidade ou algum êxito. Só que na diversidade programática, dos partidos que apoiam esta solução, tem havido a sabedoria de dar supremacia às convergências em detrimento das divergências. As opções do OrçamentoA estabilidade política é crucial para a recuperação da confiança. A recuperação da confiança é determinante para a Porque o nível dramático de destruição provocada pelos incêndios recuperação do investimento. A recuperação do investimento obrigam a uma resposta urgente às populações afetadas e à re-é essencial ao crescimento económico e à criação de emprego. E só com construção dos territórios devastados. O ano de 2018 será, simul-crescimento e emprego é possível recuperar o rendimento e consolidar taneamente, do arranque das reformas estruturais da floresta e dode forma sustentada as finanças públicas. A economia portuguesa sistema de gestão integrada dos incêndios rurais e da execuçãoregista o maior crescimento desde o início do século, sustentado no da estratégia para a valorização do Interior. O Estado e sociedadeemprego, no investimento e na confiança. Pela primeira vez nos últimos como um todo não podem esquecer os territórios devastados pelosdez anos, o país cumpriu as metas orçamentais e registou o défice mais fogos e todo o Interior desertificado, mas não prometam de mais.baixo da nossa democracia. Estes resultados só foram possíveis porque Estamos cansados disso. Como diz o filósofo José Gil “é preciso agir,o Governo soube conduzir com equilíbrio os diferentes objetivos mas agir pensando. É preciso pensar, mas pensar agindo. Habitua-orçamentais e porque a economia respondeu positivamente às novas mo-nos a pensar, a pensar e a gostar de pensar, e a julgar até quepolíticas com mais crescimento e mais emprego. basta pensar para que tudo se resolva. Não chega pensar”.Para o Orçamento de 2018 o Governo beneficia da credibilidade conquistada na Neste contexto, esperamos que os próximos Orçamentos do Esta-execução dos orçamentos anteriores e da confiança sustentada nos resultados do sejam mais amigos do Alto Minho e que promovam mais justiçaeconómicos alcançados. Será um Orçamento de continuidade e de futuro, que social e mais coesão económica. Acreditamos que os investimentosprossegue a recuperação de rendimentos dos portugueses e da melhoria das con- previstos - nas Escolas, dos dez municípios; na Unidade Local de Saú-dições de investimento. de do Alto Minho (ULSAM); na eletrificação da Linha Ferroviária do Minho, de Nine a Valença; nos acessos rodoviários, nomeadamenteContudo, o ano de 2018 será inevitavelmente a Paredes de Coura; na qualificação e acessos ao porto comercial demarcado pela prioridade de mobilizarcentenas de milhões de euros Viana; na prevenção e proteção do Litoral Costeiro e no Par-para acudir às populações e que Nacional da Peneda-Gerês - são investimentosaos territórios dizimados importantes e necessários para o reforço dapelos fogos florestais competitividade e do desenvolvimentode 17 de junho e 15 do Alto Minho.de outubro.34 valemais.pt

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Opinião #Diana PereiraFormação de Agente de Cooperação Transfronteiriça da Xunta da Galicia A Cooperação transfronteiriçaMeio para a potencialização da região do Alto Minho e da GalizaNo sentido de chegar junto dos cidadãos, a Fundación Galicia, lança o Desde Melgaço a Ponte da Barca, devem ser enumeradas asprojeto LIDERA, onde cria a figura do agente de cooperação transfronteiriça várias iniciativas de cooperação que municípios, associaçõesimpulsionada pelo POCTEP, numa formação em Xinzo de Limia, em Outubro, ou empresas apresentam na sua programação cultural ecom o objetivo de informar sobre os programas de financiamentos para a nas dinâmicas empresariais. Na formação várias pessoascooperação entre cidadãos da fronteira. destacaram a capacidade dos portugueses na inovação, criatividade, profissionalismo e de serem “desenrascadores”,Numa altura em que se ouve o lema “Juntos somos mais fortes” é criada a figura algo que os espanhóis não o são, isto segundo eles. Estesdo agente de cooperação transfronteiriça, que contribui para o desenvolvimento programas que menciono acima, podem ser aplicados nestede atividades e programas de financiamento para a cooperação entre os contexto, eles podem aprender connosco e vice-versa em várioscidadãos e entidades públicas e privadas dos dois lados da fronteira. campos profissionais.A mais valia desta figura de cooperação, reside na possibilidade de informar a Passando para uma visão empresarial, estes programas sãopopulação sobre estes programas muitas vezes desvalorizados, no entanto a ótimos para a captação de novas ideias e na aprendizagem de egrande diferenciação que se deve apostar é na demonstração da capacidade com jovens que pretendem criar o seu próprio negócio ou formarde cooperação da nossa região, que se pode ser tida como privilegiada pela parcerias. Já ao nível associativo, ajudam na sua dinamização,história, cultura e a proximidade. interação e projeção. No contexto territorial, permitem uma melhor promoção da cooperação entre os cidadãos que vivemPRIMEIRO GRUPO DE AGENTES DE COOPERAÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA na fronteira, principalmente entre o Alto Minho e a Galiza.36 valemais.pt

Opinião #Maria Fátima CabodeiraCalam-se as Fontes O final de cada ano é um momento em que A falta de água decorrente da denominada “seca extrema”, se faz o balanço pessoal e, numa escala mais que atinge o interior do país e o Alentejo, devido à ausência prolongada de precipitação, é um problema premente a abrangente, social do que de relevante se exigir soluções estratégicas de médio/longo prazo. Há passou no país e no mundo. municípios a conta gotas.Em Portugal, está ainda muito presente o rasto de destruição deixado pelos Presentemente,tem-se falado muito de futuro,tanto na Websummit,incêndios de Pedrógão Grande e do dia 15 de outubro, que totalizam 100 mortos. em Lisboa, como no Fórum que a Autarquia do Porto organiza anualmente, em novembro. E houve uma temática em destaque:Trata-se de uma ferida profunda que demorará o seu tempo a cicatrizar. a da inteligência artificial, que não sendo nova, atraiu as luzes daAs alterações climáticas deixaram de ser mera retórica dos atores políticos ribalta (leia-se os media) por via da apresentação de robots falantes,mundiais, tendo-se manifestado de modo trágico. cujas feições e expressões são similares às dos humanos.Das cinzas brota, no entanto, uma esperança inabalável, em virtude do (des) O conceito da IA foi introduzido nos anos 50 do século XX, noempenho de voluntários, instituições e ações de angariação de fundos para período subsequente à II Guerra Mundial. Na prática, esses estudosajudar as famílias e empresas fustigadas pela intempérie e, bem assim, o pioneiros abordaram a possibilidade de sistemas artificiaisterritório a reerguer-se. estarem apetrechados com funções consideradas inteligentes.Um território que tanto pode ser o cenário de um conto de fadas – veja-se a No nosso dia-a-dia, somo confrontados com inúmeras máquinasrota das “Aldeias de Xisto” – como um lugar distante e desolado. a debitar palavras, mas no papel de entrevistadas e a responder a perguntas, com um discurso concertado, já não é assim tão vulgar.Neste contexto, há localidades a adotar medidas preventivas, que passam pordecidir conjuntamente, num louvável diálogo pedagógico e intergeracional, que Em tempo de quadra natalícia, o novo ano já espreita noespécies de árvores devem ou não ser plantadas nos terrenos florestais. horizonte. Janeiro brindar-nos-á com o ténue crescimento dos dias, que é sinónimo da constante renovação da esperança.Pode parecer uma gota de água no oceano, mas esta atitude é bemreveladora de que algo mudou na mentalidade de algumas populações. Desejo aos meus leitores felizes festas.Planear é, agora, a palavra de ordem. valemais.pt 37

Opinião #Adelino Silva O “25 de abril de 1974”, dos “Rapazes dos Tanques”, havia ocorrido há pouco tempo e, no ar, corriam influxos de utopias entusiasmantes onde se pretendia alfabetizar, em “massa”, o povo do nosso mundo rural. PONTE DE LIMA A vitória (1) da humildade . . .Numa comunidade agro-pastoril, algures no Minho, depois de várias sessões com uma …(2) DE UM “CILINDRO”presença massiva de camponeses, as utopias deram lugar às distopias e os “adultos” iniciam CHAMADO CDSuma “deserção” inexplicável de um curso experimental de alfabetização, dirigido por umajovem “bolseira”, seguindo os métodos revolucionários de Paulo Freire. Vem isto a propósito de um texto por nós escrito há dois anos — com uma dialética disruptiva —Perante a “desistência”, um representante da universidade responsável pela realização dessas sobre Gaspar Martins (GM) a que juntamos, hoje,utopias dos “capitães de abril”,interveio no final da missa dominical,e,depois de muita perseverança, a alusão à serena vitória, nas últimas “autárquicas”,o mais venerado ancião lá se chegou à frente da multidão e, em nome de todos, atirou: de Vítor Mendes (VM) e do CDS, sem esquecer João Mimoso de Morais.“Nós gostamos muito da menina que mandaram para a nossa terra. Mas ela anda a dizer-nosque aqui precisamos de água canalizada, de eletricidade, de esgotos e de um centro de saúde, Dizíamos, nesse texto, que GM era um “políticomas, … Senhor Doutor, aquilo que nós precisamos mesmo,… mas mesmo,… era de … uma estratega”, levando as forças da oposição alata de tinta branca para podermos pintar o muro do nosso cemitério!” emaranharem-se nos “labirintos“ das “manobras táticas” esquecendo-se de, em tempo útil,A universidade indagou do porquê do refluxo do projeto, estudou, testou e identificou os conceberem a “estratégia certa”; e ainda que,quadros concetuais, os métodos e as técnicas, não só para a “revolução das letras”, mas em todo o período do “pós 25 de abril”, essastambém para a “intervenção comunitária”. Os cursos passaram a ter sucesso e serviram de mesmas forças nunca conseguiram conciliar a“vanguarda” à criação, dentro do Ministério da Educação, de uma nova dinâmica de Educação “estratégia adequada” com as “pessoas certas”de Adultos que viria a marcar, de forma inimitável, toda a década de 80. para conquistar a Câmara Municipal.38 valemais.pt

Passaram apenas dois anos, algumas dessas forças, sempre investidasde uma presumida superioridade moral e intelectual, e recorrendoao vulgar e superficial conhecimento oferecido pelo “senso comum”,incapaz de interpretar e transformar a realidade, continuaram a utilizar ovelho e estafado “paradigma tático” — retórico e disfórico —, com maisde 40 anos de uso, criticando tudo — mas mesmo tudo —, o que saíssedo executivo de VM e GM,…desde a poda de uma árvore, às couves deum jardim, à estética de um açude, às águas e ao areal do Lima, aos“trampolins” (que, afinal, não funcionam)…… (3) E DE VÍTOR MENDES E GASPAR MARTINSA velha “educação de adultos” — com uma abordagem holística e deintervenção, na esteira de Paulo Freire — já não existe, mas em outubro,o povo limiano, de pensamento livre, aplicou nas “urnas” o conhecimentoutilitário que havia experimentado nos bancos da escola: a “prova dosnove” e a “prova real”.A “prova dos nove” certificou, em “alto-relevo”, mais uma vitóriahegemónica de VM e da sua equipa (com o apoio dos principais“senadores” limianos: Alberto Moreira, Fernando Calheiros, FranciscoAbreu Lima, Gaspar Castro, Gaspar Martins e José de BarrosGonçalves); a “prova real” demonstrou, com evidência irrefutável,como GM “trocou o passo” aos seus fiéis opositores, oferecendo-lhes, em palco aberto, mais uma magistral lição de “estratégia”: “saiude cena” (ao nível do município…), mesmo ao “cair do pano” — massaiu, “quando”, “como” e nas “condições” em que quis!Existem várias hipóteses para as “vitórias ininterruptas” do CDS epara “derrotas intermináveis” das oposições, mas aqui destacamosuma: talvez as oposições limianas (onde também se inclui aetnocêntrica “Irmandade dos Sábios”…) não tenham passado oteste “epistemológico” que cruza as “variáveis” que “mexem” comas “expetativas” de um povo e estejam, ainda, na fase “geocêntrica”de Ptolomeu (“escolhemos os melhores dos melhores”, dizem…)— a fase dogmática, prévia à da “lata de tinta branca para pintar omuro do cemitério”. E já lá vão mais de 40 anos!…É que — à luz do “conhecimento científico” atual — háinstrumentos teórico-metodológicos e técnicos, disponibilizadospelas Ciências Socias, que “ajudam” a interpretar a realidade(social, cultural,…) e a realizar as “mudanças comunitárias”. Se éque elas não estão em curso!... valemais.pt 39

Opinião #Luís Ceia A discussão do orçamento de estado, na generalidade e posteriormente na especialidade é sempre matéria considerável sensível, sendo-o ainda mais quando o governo que o propõem não tem maioria absoluta.DIVIDA PÚBLICA PORTUGUESAA matéria é difícil de ser consensual dado o espectro Somos neste momento a terceira maior divida tao alargado da nossa composição parlamentar. pública em função do PIB n Europa (132,4 %) De uma coisa porém não restam dúvidas, com os apenas sendo superados pela Grécia e pela Itália, sendo a média da EU a 28 de 83%.constrangimentos impostos por Bruxelas, nomeadamente Se nos recordarmos que em 1995 esse valorno que se refere á divida publica, e não havendo um aumento era apenas de 58,2%,temos razoes suficientes para nos assustar quando a conjunturaevidente das receitas, poderemos dizer que sendo o lençol curto, internacional for mais desfavorável: taxas de juro maiores, euro mais valorizado face aoa opção é claramente politica, ou tapamos os pés ou a cabeça; dólar e preços do Brent em alta.ou seja, ou temos uma politica mais redistributiva do ponto Neste momento Esta sim, deveria ser a verdadeira cada português, preocupação da classe politica, preocupar-de vista social, ou favorecemos as actividades que provém o se com a gestão para além dos ciclos mesmo à eleitorais enão obcecada com osinvestimento reprodutivo. nascença, já e resultados de curto prazo. Esta é uma devedor de uma das muitas matérias estruturais onde seJulgo que a preocupação não se deveria concentrar tanto por verba próximo dos impunha um pacto de regime entre asaqui, mas sim por aquilo que o orçamento de estado esconde principais forças parlamentares.ao cidadãos porventura menos informados, o valor da divida 23.000€publica e o impacto quer da sua amortização, assim como do Os partidos teriam a obrigação de nospagamento do serviço dessa divida. informar qual o seu posicionamento face a esta matéria que pode comprometer oGrande verdade é que neste momento cada português, mesmo futuro de várias gerações. Não seria umà nascença, já e devedor de uma verba próximo dos 23.000€. bom princípio, impor um calendário com objectivos mensuráveis para esta reduçãoA tendência deste item nos últimos anos tem sido de subida, e, eventualmente, renegociar o valor destao valor situa-se nos 250 mil milhões de euros, com as divida junto dos credores para que estaconsequências nefastas que tal desiderato pode vir a ter no geração não possa,pela sua incompetência,orçamento, sempre que as taxas de juro venham a subir, aliás hipotecar o sorriso das vindouras?como se espera nos próximos anos.40 valemais.pt

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Ensaio #José Emílio Moreira IMPRESSÕES DE UMA LEITURA Franz Kafka,(1883-1924), judeu checo, foi um escritor de língua alemã, considerado por muitos críticos como um dos escritores mais influentes do séc. XX. Dos seus romances e contos, os mais conhecidos são “O Processo” e “A Metamorfose”. Mas “O Castelo”, editado postumamente, é também uma obra de grande nível literário, que merece serconsiderada um “clássico” da literatura do séc. XX, mesmo tendo ficado inacabada, pois segundo o seu amigo e editor Max Brod, Kafka não chegou a escrever o capítulo final. Uma metáfora intrigante “O CASTELO” de Franz KafkaCONTRA A ANGÚSTIA QUE COABITA COM A VIDA DO HOMEM, HÁ LUGAR PARA A ALEGRIA E PARA A ESPERANÇA?Apesar de, no meu remanso rural, ir lendo autores contemporâneos, nacionais e do Castelo) é correto. Só os motivos é que são obscuros…». Mas K.estrangeiros, de vez em quando, sinto uma atração por ler ou reler obras de eras é orgulhoso. O seu orgulho ôntico revolta-se contra este estado deanteriores . “O CASTELO” é um desses casos: li-a na juventude. Agora, reli-a, com coisas. Ele, por outro lado, crê também, na bondade do Castelo, naoutros anos em cima, com outra experiencia feita, com vivência mais madura de existência da sua justa administração. Mas não quer viver naquelaproblemas que são de todos os tempos. Assim, caros leitores de VALE MAIS, vou ignorância lastimável dos da aldeia.repartir convosco a impressão desta minha releitura. Acaba por não se preocupar com a agrimensura. O Castelo é a sua 1 :: O ROMANCE única preocupação, mais do que qualquer pessoa. Impossibilitado de lá chegar sozinho, faz tudo para que, através de mensageiros, lheUm estranho chega a uma determinada aldeia, obedecendo ao convite que lhe seja concedida audiência. Nada. Nenhum mensageiro é bom. Estesfoi afeito pela administração do Castelo, do qual a aldeia depende, para exercer a intermediários parecem que ainda o afastam ainda mais. No fundo,profissão de agrimensor. Logo de início é mal recebido. Mais tarde é informado de existiria o Castelo como o pintavam? Não será uma aparência, umaque não faz falta nenhuma na aldeia. Não só porque não há qualquer trabalho de visão alienadora construída só na mente dos habitantes? Haveráagrimensura a executar, mas porque, sobretudo, é um estrangeiro. algum “senhor” no castelo e, neste, uma justa administração como creem? Não, alguma coisa existe… A verdadeira câmara para alémUma carta, enviada do Castelo, liga-o à aldeia e ao Castelo. Na aldeia, é rejeitado. de tudo, para além de todas as antecâmaras, existe, mesmo vedadaPorque o querem expulsar se o convidaram? Foram ordens do Castelo que a nossa entrada nela, pela tremenda burocracia reinante.o chamaram. E sejam quais forem, na aldeia, não se discutem, aceitam-sesimplesmente. K., o herói, procura ir, então, ao castelo pedir explicação. Queria saber K. parece desanimar. Porque não ir embora? Não. Ou ali ou em ladopor que o chamaram, ter a certeza se o chamaram mesmo, qual a sua missão, nenhum. Aquela incerta certeza gerava-lhe terrível angústia, mas,o sentido da sua profissão, o sentido e o alcance da sua vida ali. Mas se o não a par dela, profunda esperança: “é preciso combater para avançar,aceitavam na aldeia, também o impediam, por todos os meios, de chegar ao Castelo. sobretudo quando se vem de baixo, lá bem do fundo…é preciso aproveitar tudo que ainda inclui uma réstia de esperança”Aqui começou, propriamente, o seu drama: o Castelo estava à vista, mas oscaminhos eram difíceis, tortuosos, variados e, engraçado, quanto mais o fixava, mais Sozinho ou com intromissão de intermediários não conseguiuo Castelo se afundava em crepúsculo… a aldeia era administrada pelo Castelo. descobrir as várias vias de acesso ao Castelo. Mas sabendo queAlguns “senhores” e vários funcionários desciam à aldeia para tratarem dos seus os “senhores” ou seus funcionários vinham á aldeia, concorda fixar-assuntos. Apesar disso, porém, entre os senhores do Castelo e a aldeia, havia um se lá. Para sobreviver, aceita um novo emprego, o de contínuo daabismo inultrapassável. Todos os habitantes da aldeia temiam o Castelo. Ninguém escola. Não só para sobreviver! Procura dar sentido também aoé atendido. Vivem numa submissão terrível. Mas ninguém ousa dizer um “não”, amor humano, constituindo um lar com Fried, a empregada danem conhecer ou penetrar no Castelo. É exigida sempre submissão. Os do Castelo sala de bebidas do Albergue dos Senhores. Procura dar sentido àsdominam e quem não lhes obedece sofre as consequências, como aconteceu, relações com os outros habitantes, esforçando-se por se enraizar alipor exemplo, a Amália e sua família por causa daa sua recusa( aparentemente) na aldeia, naquele ambiente tão complicado, tão fora deste mundo,honrosa ao convite (aparentemente) imoral de Sortini. tão estranho para ele, como ele para a aldeia. Mas a pacatez dum emprego e da promissora família não o sossega. Este desgraçadoImoral, injusto? Não. O povo afirmava que lá se praticava plenamente a justiça. O ainda não é feliz! A preocupação de, por qualquer meio e emúnico e sempre culpado é o povo. « tudo o que faz KLAN ( ou outro qualquer senhor qualquer lugar, atingir o Castelo, consome-o cada vez mais. Tudo42 valemais.pt

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o resto está subordinado a esta procura. Mas que lhe importava? Porque Para si, caro leitor, foi este o resumo que consegui fazer, em duas páginas enão se contentava viver como os outros? Não seriam eles felizes? K. meia, das cerca de quatrocentas da edição que li e reli.rejeitava essa comodidade ignorante. Não quer viver por viver, indiferenteao governo que o controla. Podia contentar-se com o emprego na aldeia, 2 :: QUAL O SIGNIFICADO DESTE ROMANCE?construir um lar feliz e viver despreocupado. Mas não aceita tal vida. Querviver. Quer viver bem consciente do que vive e de como vive. Quer conhecer Qual o significado desta obra de F. KAFKA ? Qual a mais ajustadapessoalmente o Senhor da vida, tratar de eu para tu o assunto que lhe interpretação deste romance? Que nos quis dizer o autor, apesar de escritainteressa. Para isso, não teme sacrificar a própria vida e a própria felicidade, e pulicada uma obra, esta já pertence mais ao leitor do que ao escritor?ficando perenemente como um desgraçado estrangeiro, renunciando ao Qual a sua mensagem? Creio bem que lendo apenas esta obra, não somosviver pacato e descontraído do comum dos homens. capazes de compreender toda a sua intencionalidade e plurivalência.Estava ali integrado entre a aldeia e o Castelo. Deles dependia. Ambos pareciam Em Kafka, vida e obra confundem-se. Por isso, temos de recorrer a outrasseus inimigos, no fim de contas, os seus únicos inimigos e, por outro lado, os obras ou biografias para compreender mais profundamente “O CASTELO”.únicos baluartes do seu CASTELO INTERIOR. Mas, numa revolta angustiada É um caso em que o biografismo é essencial à compreensão da obra.e firme, desafia as burocracias, os “senhores”,os lugares reservados…Tambémna aldeia, os Senhores o evitam, como aconteceu na esquisita cena do trenó. Como interpretar “O Castelo”? Crítica social? Não se revolta K. contra asPorque não se mostravam? Isso ainda o torturava mais. Atraíam-no e fugiam- injustiças e contra aqueles enfadonhos burocracismos que são tidos mais emlhe ao mesmo tempo. Falhada a tentativa de atingir Klam sem intermediários, conta do que os próprios homens? Não será K. o tipo judeu que, estranho eaceita o intermediarismo de Fried ou mesmo da família Barnabás. Fica rejeitado em qualquer parte, se sente incapaz de se integrar em qualquer meiotambém embasbacado com a descrição da engrenagem do Castelo feita por e se refugia voluntariamente e involuntariamente na solidão? RepresentaráOlga. Era misterioso, mas K. quer compreender! esta obra um momento psicossomático de Kafka, em que ele transvasa para K. o seu introvertismo doentio, a sua incapacidade de viver em relação? OuNem Fried, nem mais ninguém o ajudam. E antes que Fried o abandonasse, já significará a dicotomia dilacerante da luta no interior do “EU”, dividido entre oele a tinha abandonado realmente. O amor humano só tinha, par K., sentido que se quer adaptar à realidade circundante e quotidiana e o que está semprecomo meio de atingir o Castelo. (amor por uma pessoa em si mesma, sentia-se em procura angustiante do que não é e quer ser, do mistério e do absoluto?incapaz!). Fora disso, que outro valor terá tal amor? E as relações que procurou Ou numa perspetiva mais religiosa, a sua busca angustiada do “ Castelo” nãotravar com os outros de que lhe valeram? Também, nada. Tudo meios ineficazes! significará a procura constante e desesperada do sentido da vida, de Deus e do seu Reino, das relações Homem- Deus?A vida definhava-se-lhe, as energias faltavam-lhe. Só aquela incertacerteza lhe restituía, momento a momento, uma estranha força que ainda Qual a interpretação mais verdadeira? Parece-me que, concordandolhe mantinha a vontade de viver, mesmo só. Sim, outra vez só. E é só que com o que diz Artur Morão, na obra e vida de Kafka há um todoque julga chegada a sua hora, finalmente, de ser atendido. Tremenda ilusão! constituído por um momento religioso, um momento psicossomático,Encontrou, por engano, um funcionário interessado pelo seu caso, mas um momento psicológico e social…Mas, em “O Castelo”, creio eu queafinal, incompetente para resolver-lho. Não passava de outro fracasso! o que mais domina é o “momento religioso”. Todos os outros, emboraDepois o patético espetáculo da distribuição das atas. Tudo por causa dele, também focados, são-no, contudo, num plano secundário, ou antes, numdo sempre intruso. Não! A verdade acenava-lhe , mas não se revelava. Por plano subordinante a realçar ainda mais o problema religioso.cima, veio ainda a nova recusa dos estalajadeiros. Só Pepi o queria ajudar.Como? Para quê? Tudo ineficaz…repelido do Castelo, afastado do amor, Segundo Max Brod, amigo e editor das obras de Kafka depois da suarejeitado pelos outros, que lhe restava? morte, “ O Castelo” é um romance eminentemente simbólico. “O Castelo” representa, na linguagem curiosa dos símbolos do romance, a Direção Divina,Não tem “fim” o ROMANCE, como não tem fim, para K., esta luta e esta solidão a Graça; a aldeia, com os seus habitantes, significa a Terra-Mãe, os destinosque, apesar de tudo, é sempre banhada por um raiozinho fugidio de esperança. humanos. O amor, a amizade, a impotência para amar, a sede de viver e, simultaneamente, a impossibilidade de viver, a exigência de comunhão comEis o conteúdo “sensível”, literal, de O CASTELO. À primeira vista, parece não o homem e com Deus ( e a mesma impossibilidade da mesma comunhão)passar de uma história estranha, passada num ambiente estranho, vivida e o apelo irresistível à solidão mais absoluta, eis os problemas que K. sentiupor personagens estranhos, que é descrita com certa simplicidade até, sem e expressou. K. tem uma fé viril num mundo absoluto. Ao lado da fé nograndes factos aparatosos ou ações “heroicas”. Antes, pelo contrário, quase absoluto, chega-se à consciência de K. da insuficiência humana.tudo parecia banal; apenas o drama (aparentemente escusado) revolvia ointerior de K. e dá o verdeiro alento a “O CASTELO”.44 valemais.pt

O absoluto existe, mas é incomensurável á vida humana (“O Castelo”incomensurável à vida da aldeia). É o acontecimento fundamental de K..É este eterno mal entendido entre Deus e o Homem que provoca Kafkaa representar constantemente essa desproporção com a imagem de doismundos que nunca se podem compreender. “Por isso, comenta o amigo deKafka, o mundo divino torna-se, para nós, como um terreno transcendente,estranho no sentido mais verdadeiro da palavra. A vontade de Deus soa aosnossos ouvidos como sendo ilógica, isto é, contrária à nossa lógica humana,da maneira mais grotesca. Sim, parece-nos cruel, até imoral”. Recorde-se,por exemplo, o convite de Sortini a Amália. Parece que entre o mundo dajustiça de Deus e o mundo da ética humana, existe uma larga fenda e daínasce espaço para a angústia ( semelhança com o filósofo Kierkegard que, no seu livro “Temor e Tremor” apresenta o paradoxo entre o impulso deobediência de Abraão ao pedido de Deus para que sacrificasse o seu Própriofilho –Fé- e a repulsa a matar o seu descendente—ética paternal humana).E uma inconsolável complicação causada pela intromissão burocrática deintermediários cheios de malícia e veneno sempre a impedir o bem, maisaprofunda e alarga essa fenda. Para Kafka, é só no íntimo do indivíduo quepersiste o sentimento fundamental e vivificador que, de modo misterioso,liga o homem ao reino transcendente de Deus. E é só neste sentimentomisterioso que nasce, para K.,o traço de alegria no mundo e na vida.K. tenta chegar a Deus através da comunhão com os homens. Mas nãosoube ir até ao fundo desse segredo. Não compreendeu nem a amizade,nem o amor. K. no romance, e Kafka, na vida não se casaram (eu nãoquero dizer que só no casamento se compreende o amor e a amizade!!!).No fundo, K. não consegue amar a mulher por ela mesma. Desde que nãosirva como meio para se atingir o absoluto (Fried, só enquanto servia de“ponte” para o Senhor do castelo!) era rejeitada. Parece que a realidade davida assustava-o. Se, por um lado, desejava romper o seu isolamento real,por outro, sentia um real pavor de se dar a outro. O homem sente-se só nomundo e plenamente responsável por si mesmo. Só ele, através dele, podeencontrar o “Além”(O Castelo). Só por mera ilusão, é que julgava chegar láatravés do outro. Segundo Artur Morão, “este metafísico da solidão humanasabe que o homem é incapaz de responder ao homem”.K. sentia que, no íntimo de si mesmo, ele (e todo o homem que vem a estemundo) é inabordável e que não há uma chave para as salas desconhecidasdo nosso próprio castelo…Quem é que, em O Castelo, penetrou na alma de K.?Não só a sua ideologia, as suas individuais características psicossomáticas,ou o individualismo do homem moderno, mas sobretudo, como diz MaxBrod, “a sua natureza judia com o sentimento de repulsa por todos oshomens é que lhe dá aquela experiência de isolamento humano. É sempreum estranho, um estrangeiro”. E assim, surge-nos em Kafka, um universode solidão de luta entre o amor e o isolamento definitivo, um universo deangústia e de medo, universo de imagens e símbolos angustiantes.Mas esta obra de Kafka representa só a sua vida pessoal, ou possui amesma complexidade que a vida humana autêntica de todo o homemenfrenta em todos os lugares e em todos os tempos?Será mais “objetiva” esta minha impressão da leitura de “O Castelo”? Umaobra literária ou filosófica é tantos mais rica quantas mais interpretaçõesprovocar nos seus leitores. Caro leitor de Vale Mais, leia também esta obra deKafka e partilhe a sua impressão. Ficaremos todos mais ricos em sabedoria! valemais.pt 45

Estudo #Alto Minho José Cunha MachadoProfessor Auxiliar do Departamento de Sociologia da Universidade do Minho DEMOGRAFIA DO ALTO MINHOInvestigador do Centro de Investigação de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho A Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência editou muitorecentemente a publicação Regiões em Números 2015/2016 proporcionandovasta informação sobre processos formais de educação e formação, para cada uma das regiões e concelhos do território continental.O efeito danqauseebsrcaoldaes natalidadeUma análise rápida dos dados referentes à região alto minhota mostra-nos a forte Com exceção dos concelhos de Viana do Castelo (-2,4%) e Vilaevolução negativa, para a década que integra os anos letivos de 2006/2007 até Nova de Cerveira (-6,5%) todos os restantes concelhos alto2015/2016, quer no número de alunos a frequentar os estabelecimentos de ensino minhotos registaram perdas muito significativas no número delocais, quer no número de estabelecimentos existentes em cada um dos concelhos. alunos: Melgaço, -24,1%; Monção, -20,9%; Paredes de Coura, -20,8%; Arcos de Valdevez, -19,4%; Ponte de Lima, -16,9%; Caminha, -16%;No curto período de 10 anos, as escolas do Alto Minho perderam quase cinco Valença, -15,3%; Ponte da Barca, -15%.mil alunos, passando de 39 458 em 2006/2007 para 34 469 em 2015/2016,correspondendo a uma perda de alunos superior a 12,5%. Consequentemente, No caso dos estabelecimentos de ensino a situação é muitoos estabelecimentos de ensino sofreram também uma forte redução passando semelhante,liderando a perda destes estabelecimentos os concelhospraticamente para metade dos existentes dez anos antes: dos 350 anteriormente de Ponte da Barca (-77,8%), Vila Nova de Cerveira (-68,2%), Ponteem funcionamento restam apenas 180. de Lima e Melgaço (ambos com -66,7%), Monção (-65,4%). Por seu lado, os estabelecimentos de ensino foram reduzidos para metadeProcedendo a uma observação mais pormenorizada desta perda de alunos, nos concelhos de Arcos de Valdevez (-55,2%), Paredes de Couranomeadamente no que concerne aos níveis de ensino, verificamos que as maiores (-50%) e Valença (-45,5%), enquanto as perdas menos acentuadasreduções se registaram no ensino básico, entre 2006/2007 e 2015/2016: -21,4% se registaram em Caminha (-16%) e Viana do Castelo (-23,8%).no 1º ciclo (de 10 115 para 7 954), -16,1% no 2º ciclo (de 5 471 para 4 589) e -16,5%no 3º ciclo (de 8 980 para 7 496). Em contrapartida, se é verdade que, na década Indubitavelmente, a contínua redução da taxa de natalidadeem causa, os alunos do ensino secundário aumentaram 2,7%, tal apenas aconteceu nos anos futuros, a manterem-se os registos atuais, terá comodevido ao elevado volume de alunos neste nível de ensino registado nos anos letivos consequência a redução de alunos, a redução de estabelecimentosentre 2008/2009 e 2010/2011. Desde este período até 2015/2016 as perdas de ensino e também a inevitável redução de professores. Torna-se,aproximaram-se dos 25% (passando de mais de 12 000 alunos para 9 por isso, cada vez mais imperioso promover medidas que permitam241). Por fim, registe-se ainda o decréscimo dos alunos em educação combater esta situação, sejam nacionais ou locais.pré-escolar, os quais passaram de 5 894 para 5 189 (-12%). Num momento em que regressamos à discussão da natalidade,Procedendo, agora, a uma leitura destes dados a um nível mais local, apraz-nos registar a conclusão de uma investigação desenvolvidadada a especificidade de cada um dos municípios do Alto Minho, pelo Doutor Fernando Cabodeira, tendo como ponto forte opodemos observar nos gráficos apresentados as modificaçõesregistadas em cada um dos concelhos quanto ao número de tema da natalidade: Alto Minho: Horizonte 2040 – Prospetivaalunos a frequentar os diferentes níveis de ensino, comparando Demográfica e Social (Que Presente para o Futuro?). Sendoos anos de 2006/2007 com 2015/2016 e acrescentando o este um assunto premente, voltaremos à sua discussão.registo das respetivas variações.Embora se observe que, globalmente, os concelhos alto-minhotosrefletem o efeito regional, registamos que as perdas, nos concelhosde Melgaço e Monção, são acentuadas em todos os níveis de ensino,o que fez com que nestes concelhos os estabelecimento de ensino setenham reduzido para apenas um terço na última década (em Melgaçopassou-se de 12 para apenas 4 e em Monção de 26 para 9).46 valemais.pt

Alunos a frequentar os diversos graus de ensino, por municipio, entre os anos letivos 2006/07 e 2015/16valemais.pt 47

Reportagem #CaminhaManuel S. Direitos Reservados Alunos fazem produções cinematográficas EM CAMINHA a Sétima Arte está na EscolaEm Caminha, o cinema está na escola. Um ateliê sobre a sétima arte, com As Casas da Areia, realizada com base num guião construído a partiratividades práticas, está a funcionar na sede do Agrupamento de Escolas Sidónio de uma história de António Pedro, figura fundamental da renovaçãoPais. É frequentado por alunos do ensino secundário. do teatro português no séc XX e que viveu a maior parte da vida em Moledo (Caminha).Existente há dois anos e integrada no projeto do Plano Nacional de Cinema, ainiciativa compreendeu já diversas ações, desde exercícios cinematográficos, “A fundamentação inicial, para aderirmos ao projeto, era focar oworkshops e, até, sessões de cinema para os idosos. núcleo destas atividades nos alunos de artes visuais e, também, em línguas e humanidades – em relação a escrever um guiãoJoão Araújo é o professor-coordenador desta atividade e, na companhia de jovens e a adaptação ao cinema de obras literárias. Centramo-nos,deste ateliê, fala com orgulho do projeto. A VALE MAIS quis saber como é e foi fundamentalmente, nesses cursos.”até à escola, onde esteve à conversa com o próprio, bem como de jovens que afrequentam. Por via disso, foi apresentado aos alunos de artes visuais a possibilidade de frequentarem essa oficina. Houve quem mostrasse interesse, mas COLABORAÇÃO DE JOAQUIM DIABINHO “não podia ser uma oficina muito aberta, ou seja, ter muitos elementos, pois a componente prática, as saídas ao exterior, etc., a logística era mais“Foi uma proposta que surgiu em 2016-2017, temos a colaboração de um especialista complicada”. Tem, agora, nove alunos a frequentá-la.de cinema que já foi animador noutras instituições, em Lisboa, muito prestávele conhecedor, o Joaquim Diabinho (que tem ligações a Caminha, pelo contextofamiliar)” – começa por nos referir, destacando, desde logo, uma curta metragem,48 valemais.pt

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Caminha terá sido, a par de Barroselas, pioneira no Alto Minho nesta atividade NÃO GOSTAR DE CINEMA DE EFEITOSdo Plano Nacional de Cinema nas escolas. Todavia, neste momento já há mais E COISAS PLÁSTICASduas escolas, em Monserrate (Viana do Castelo) e Arcos de Valdevez, segundonos informaram. Luís Pereira, 19 anos de idade, é um dos alunos mais entusiastas da oficina de cinema.O intercâmbio, para já, não foi ainda implementado, apesar de tentativas. Jáquanto ao cineclube de Caminha, o Locus Cinemae, já foram desenvolvidas “Integrei-me muito bem nesta área. No primeiro workshop elaboramos aalgumas atividades. “Por exemplo, as apresentações do produto final de um curta metragem e falamos sobre história do cinema”, diz-nos, sublinhando aworkshop, a tal curta-metragem (9 min) Desesperadamente à Procura de perspetiva diferente do cinema que esta atividade lhe permitiu.um Filme, uma ironia a propósito do cinema, em que chegamos a fazer umaapresentação pública”. “Não gosto tanto de cinema cheio de efeitos e coisas plásticas. Gosto mais de trabalhar as verdadeiras funções que o cinema tem, a de documentar ouJá quanto às “Casas da Areia”, realizou-se uma apresentação pública no representar uma realidade, qualquer que seja, desde que usada com planos,auditório da Biblioteca Municipal, também em colaboração com o cineclube sempre com referências da história.” – observa.local. No ano anterior, decorreu uma atividade em colaboração com o Centrode Formação do Vale do Minho, no 80º aniversário da Guerra Civil de O ateliê permitiu-lhe, pois, ter outra “noção das coisas”, designadamente, deEspanha. “E eles também colaboraram connosco nessa ação de formação, como “tudo é feito e de todos os processos que vão dar a um conteúdo”.trazendo um filme”, sublinha João Araújo. Sofia Bento, com apenas 16 anos, não é menos entusiasta. “Inscrevi-me no anoAinda sobre a guerra civil, deslocou-se a Caminha, por iniciativa do cineclube, passado, no primeiro workshop, trabalhos todos juntos na elaboração do filme,um realizador galego que apresentou um filme sobre Camposancos (A foi uma maneira de percebermos o que acontece nos bastidores. TrabalhamosGuarda), mesmo em frente à vila da foz do Minho. Ali existiu, na altura, com as câmaras, fizemos os cenários, o argumento que não foi completamenteum ‘campo de concentração’ sediado num antigo colégio de Jesuítas. Foi, oficial, pensamos em tudo, os professores ajudaram em coisas mais técnicas,pois, utilizado como prisão franquista. Era para esta que vinham os antigos chegamos todos a uma conclusão e fomos assim para um lado mais cómico”,soldados da coluna republicana das Astúrias”. conta-nos, referindo-se ao short movie (curta metragem).50 valemais.pt Sofia confessa, ainda, que “nunca tinha trabalhado assim nesta escala e acho-a muito interessante. Sempre quis fazer uma coisa deste género e trabalhar com as câmaras, saber como gravar as cenas, tudo por detrás de um filme. Acho que aprendemos bastante com a experiência e é tudo uma mais valia”. Quanto ao seu futuro no mundo do cinema, ambos gostavam, de uma forma ou outra, de o seguir. “Pessoalmente, já tinha filmado. Gosto desta área e a essência do cinema é a fotografia. Tenho a minha máquina que dá para gravar”, refere Luís Pereira. Que tem Stanley Kubric como realizador de referência. “Gosto muito do como retrata e dos temas que fala. No grande filme Odisseia do Espaço revolucionou….”, enfatiza. Já Sofia prefere não apontar nomes. “Do cinema em geral, não tenho assim nenhum tema que goste especialmente, mas quando vou ver um filme, agora, aprecio a sua cinematografia. Não é tanto a história, mas também como consigo ver por detrás, como é que tudo é feito. As cores, os cenários e as cenas são coisas que agora já aprecio mais. O meu olhar mudou um bocadito” – assevera. E prossegue: “Vou para a Faculdade, noutro curso, mas acho que é uma coisa que sempre quero fazer assim, aparte, mesmo que seja com amigos, não muito profissional, mas uma cena…”. Sofia conta, ainda, que quer seguir design de comunicação em Belas-Artes, observando, porém, que “esses cursos, às vezes, integram fotografia, cinema, animação. Por isso, acho que vão sempre de encontro uma coisa à outra”. Sobre o que mais têm gostado nesta contacto com o cinema, Luís aponta “o gravar, a parte técnica”. Já a colega destaca a capacidade adquirida de se “desenrascar com as câmaras e as filmagens”.


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