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Livro digital produzido pela turma da manhã

Published by katia.souza, 2021-08-11 21:05:33

Description: Livro digital produzido pela turma da manhã

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- E, COMO QUEM LEMBRA DE UMA INFORMAÇÃO MUITO IMPORTANTE, DE REPENTE, O PAI DA MENINA DISSE À SUA ESPOSA: - AH! AGORA VOCÊ VAI SABER QUEM É A TAL CABRA CABRIOLA. APOSTO QUE VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM BICHO- PAPÃO!

- SIM! EU JÁ OUVI VÁRIAS HISTÓRIAS SOBRE ELE. - A CABRA CABRIOLA É CONHECIDA EM ALGUNS LUGARES COMO BICHO-PAPÃO – CONCLUIU O PAI QUE, EM SEGUIDA, LEMBROU QUE JÁ ESTAVA NA HORA DE DORMIR.

NO DIA SEGUINTE, A GAROTINHA FOI À ESCOLA E CONTOU PARA SEUS AMIGUINHOS TUDO O QUE TINHA OUVIDO SOBRE A CABRA CABRIOLA. MAS, CLARO, DO JEITO DELA.

- MEU PAI DISSE QUE ELA É HORRÍVEL, TEM UMA BOCA ENORME E DENTES MUITO AFIADOS. LANÇA FOGO PELOS OLHOS, PELO NARIZ E PELA BOCA. QUANDO CHEGA À NOITE, ELA ENTRA NAS CASAS E ASSUSTA AS CRIANÇAS DESOBEDIENTES, AS MENTIROSAS, AS QUE BRIGAM NA ESCOLA E AQUELAS QUE NÃO FAZEM A LIÇÃO. TODOS OS SEUS AMIGUINHOS FICARAM ASSUSTADOS E MAL CONSEGUIAM RESPIRAR.

E A MENINA NÃO PARAVA: - MEU PAI TAMBÉM DISSE QUE, QUANDO OUVIMOS ALGUMA CRIANÇA CHORANDO, É PORQUE A CABRA CABRIOLA DEVE TER APARECIDO NA CASA DA MALCRIADA. MAS NÃO SE PREOCUPEM, EM CASA DE CRIANÇA OBEDIENTE E ESTUDIOSA, ELA NÃO PASSA NEM PERTO.

A HISTÓRIA SE ESPALHOU PELO COLÉGIO, E AS CRIANÇAS, COM MUITO MEDO, COMEÇARAM A SE COMPORTAR COMO NUNCA. ATÉ AS SUAS NOTAS MELHORARAM! E NÃO FOI SÓ ISSO! A CONVIVÊNCIA COM A FAMÍLIA E OS AMIGOS FICOU PRATICAMENTE EXEMPLAR.

OS PAIS E OS PROFESSORES FICARAM ESPANTADOS E NUNCA SOUBERAM O MOTIVO DAQUELA MUDANÇA TÃO RADICAL, MAS MUITO POSITIVA ENTRE OS ALUNOS. JÁ A CABRA CABRIOLA, MUITO TRISTE COM O DESFECHO DESSA HISTÓRIA, CONTINUA ESPERANDO, ATÉ HOJE, PRÓXIMA TRAQUINAGEM.

PREFEITURA DO RECIFE Secretaria de Educação UTEC Cordeiro COMPAZ Ariano Suassuna Curso de Rádio: Produção de Audiobooks Professora Kátia Cabral Edição Keyla Mendonça As imagens e textos deste livro digital foram reproduzidos a partir do livro Turma da Mônica – Lendas Brasileiras – Cabra Cabriola da Editora Maurício de Sousa.







Às minhas três crianças: Álvaro, Porto Neto e Natalie. Para quem criei e contei essa história.

A criança de hoje em dia Na escola cedo aprende As coisas da natureza, E por isso compreende Que os animais da mata A gente nunca maltrata, Nem tampouco a gente prende. Mesmo assim, ainda existem Homens mal acostumados, Que pegam os animais, Na mata capturados, E levam para a cidade Pra viver sem liberdade, Tristes e engaiolados.





Por causa desse costume, Certa vez aconteceu Uma história interessante Com um menino que eu Conheci quando criança, E ainda tenho a lembrança De tudo como ocorreu. Seu nome era Daniel, Tinha dez anos de idade, Quando o seu tio, Pedro Chegou à nossa cidade Vindo de uma viagem E trazendo na bagagem Uma grande novidade. O tio falou pra ele: “Este é o seu presente, Que eu peguei numa floresta Onde fui recentemente, E pensei: ―Esse bichinho, Vou levar pro meu sobrinho, Ele vai ficar contente!”

Era um macaco-aranha Bem pequenino e peludo. O pelo preto e macio Parecia de veludo. Daniel, assim que viu, Ficou feliz e sorriu, Pensou: “Como eu sou sortudo!” Então, guardou o macaco Em uma jaula que havia No quintal de sua casa, E era ali que todo dia Daniel alimentava, Com muito jeito cuidava Do bicho que crescia.



Mas, passados alguns meses, As férias, então, chegaram, E Daniel e seus pais Para longe viajaram. Pediram que um vizinho Cuidasse do macaquinho E no avião embarcaram. Eles foram a Manaus Pra fazer uma visita À tia de Daniel, Chamada Maria Rita, Que desde a sua mocidade Morava nessa cidade Moderna, grande e bonita. Aproveitaram também Pra conhecer os locais Que são pontos de turismo E foram nos principais: O teatro e o mercado, O porto movimentado E os centros culturais.





E, para o dia seguinte, Marcaram logo um passeio De barco, no Rio Negro, Que, aliás, estava cheio, Com a sua água escura. Era tão grande a largura Que até dava receio. No outro dia, de manhã, Seguiram na embarcação, Onde um guia explicava Cada trecho da excursão, Mas Daniel nem ligava, Na floresta é que estava Toda a sua atenção. Via as árvores gigantes Que ali nas margens ficavam, Algumas araracangas Que no céu azul voavam, E até um casal de botos Que, igual a dois garotos, Na água escura brincavam.

Aquele foi um passeio Pra ele nunca esquecer. Até índios de verdade Ele pôde conhecer, Mas não imaginaria O que ainda iria Em seguida acontecer. A divertida excursão Já estava terminando, E o barco já estava Para o porto retornando Quando apareceu na frente, Em meio à água corrente, Um grosso tronco boiando.

“Cuidado!”, gritou um homem, “Vamos bater nesse pau!” E o piloto do barco Manobrou depressa a nau. Mas não deu para desviar, Ele não pôde evitar Aquele choque fatal.



Quando o barco se chocou Com aquele tronco imenso, Abriu no casco um buraco Que deixou o barco penso. Passageiros assustados Gritavam desesperados, O ambiente era tenso. Mas, com muita habilidade, O piloto controlou Aquela situação Que ali ele enfrentou. Mesmo muito avariado E com o porão inundado O barco não afundou.

Só que, em meio à confusão, Ninguém tinha percebido Que o menino Daniel Tinha desaparecido. A mãe teve um calafrio De imaginar que no rio Ele tivesse caído. Chamaram pelo seu nome, Puseram-se a procurar, Outros barcos que passavam Vieram para ajudar, Mas, por obra do destino, Naquele dia, o menino, Não puderam encontrar.





Apesar de muitas buscas Que foram empreendidas As chances de encontrá-lo Estavam todas perdidas. Daniel ia boiando Depressa se afastando, Com um colete salva-vidas.

A noite chegou depressa. Já não havia esperança De se encontrar com vida Aquela pobre criança, Mas, enquanto os pais sofriam, Dois índios o socorriam Com destreza e segurança.

Estavam os índios pescando Rio abaixo, bem distante, Quando viram Daniel Passando, naquele instante, Com frio, muito assustado, Porém, com força agarrado Ao colete flutuando. Então, remaram com força E logo o acompanharam. Para dentro da canoa Bem depressa o puxaram. Completando o salvamento, Para o acampamento Daniel eles levaram.

Um índio levou nos braços Daniel, que adormeceu. Até hoje ele não sabe Direito o que aconteceu, Mas, pelo que me falou, Lembra que só acordou Quando o dia amanheceu. Nessa hora, já havia Outros índios ao seu lado, Que ficam muito alegres Quando o viram acordado. E dentro de uma oca, Ele comeu tapioca E um pouco de peixe assado.



Dos índios, não eram todos Que falavam português. De um grupo de cinquenta, Talvez só uns dois ou três. Por isso, um, que falava, Explicou que ali passava Um barco uma vez por mês. Enquanto o barco não vinha, O jeito era esperar. Muitos dias na aldeia Teria que demorar. Daniel, então chorou Mas, em seguida aceitou O que tinha que passar.



Daniel era um menino Que tinha muita coragem. Esperou sem reclamar O dia da sua viagem, E nunca mais esqueceu Muita coisa que aprendeu Naquele lugar Selvagem. Aprendeu a pegar peixe Por dentro do igarapé, A pesca aruanã, Pacu e tucunaré. Quem lhe mostrava o caminho Era um pequeno indiozinho Que era filho do Pajé.



Aprendeu nomes de ave, De peixes e animais. Cada dia que passava Aprendia um pouco mais. Só lhe doía a saudade De sua casa na cidade, De estar Junto de seus pais.

Às vezes, quando pensava Na sua família ausente, Ele imitava um guariba Com seu grito estridente. Vendo o que acontecia O Pajé sempre dizia: “Ele é índio como a gente!” Um dia, o Pajé chamou Daniel e disse assim: “Tempo de menino branco Nessa aldeia tá no fim. O seu barco não demora. Menino, não vá embora Sem se despedir de mim.” Entendendo que o barco Brevemente chegaria, Daniel, não se continha, Tamanha a sua alegria. Pulava de tão contente, Pois agora, finalmente, Para casa voltaria.

Nessa hora, um indiozinho, Quase chegou a chorar E perguntou ao Pajé: “Ele não pode ficar? Ele agora é meu amigo, Gosta de brincar comigo, Por que tem que nos deixar?” O Pajé lhe respondeu: “Curumim vai entender, Quando estiver maior E puder compreender Que pra todo ser liberto Existe o lugar certo Onde ele deve viver”. “Daniel ficar aqui Seria uma crueldade, Como fazem com os bichos Que levam para a cidade. Por isso, ele deve ir, Para lá se reunir Como seu povo, de verdade.”

Então, no dia seguinte, O barco por lá passou, E com destino a Manaus Daniel nele embarcou. Daniel nele embarcou. Com uns quatro dias mais, Encontrou com seus pais Onde tudo começou.

Quando chegou em Manaus, Houve uma festa no porto. Diziam que Daniel Fora dado como morto, Mas agora regressava Para a família que amava, Gozando todo conforto. Depois de ter retornado Pra cidade onde nasceu, Contou-me toda aventura Que na floresta viveu. Como os índios lhe salvaram E também lhe ensinaram Muitas coisas que aprendeu. Falou-me que, muitas vezes, Na selva estava sozinho E lembrava da família, Seu amor e seu carinho. E ficava imaginando: “Eu acho que estou passando, O mesmo que o macaquinho”.

Ele, então rezava: - Deus, Me ajude a sair desta. Se voltar pra minha casa Eu não vou nem querer festa. Mas eu prometo fazer De tudo para devolver Meu macaco para floresta.

E, de fato, foi assim Que terminou esse drama: No dia em que Daniel Foi dormir em sua cama, Só aceitou se deitar Depois de o pai entregar O macaco pro IBAMA. Do IBAMA o macaquinho, Foi morar em um zoológico, Onde teve tratamento Médico e Odontológico. Lá foi readaptado Pra depois ser libertado Em um parque ecológico.



Daniel hoje é adulto E fala sempre comigo. Ainda gosta de aventura, De brincar com o perigo. Macacos não teve mais, Mas do índios e animais Continua muito amigo.

E você que é criança E leu com muita atenção Não precisa se perder Para aprender a lição De criar cachorro e gato, Enquanto os bichos do mato, A gente deixa onde estão.


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