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AERO_V_TESTE

Published by COMUNICAÇÃO INTEGRADA Cecomsaer, 2015-09-30 12:22:59

Description: Teste AERO_V

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Abr/Mai/Jun - 2015 Nº 244 - Ano 42Voos sob controleNovidade em todo o mundo, os Veículos Aéreos Não Tripulados(VANT) já têm regras para voar no BrasilCOSPAS/SARSAT FAB DO FUTURO AMAZÔNIASistema ajuda a Conheça os projetos UTI aérea prontasalvar vidas de reequipamento para locais isolados





Prepare seu plano de vooEdição nº 244 Ano 42Abril/Maio/Junho - 201512 PROJETOS ESTRATÉGICOS 34 OPERACIONAL Construindo o futuro A nova aviação de helicópteros Conheça os 17 projetos estratégicos da Força Aérea Brasilei- Em plena Amazônia, novos helicópte- ra. Há desde aqueles já com sucessos práticos, como os P- ros da Força Aérea Brasileira demons- 3AM, até iniciativas ainda no papel, como o reabastecedor tram suas capacidades operacionais, conhecido pela sigla KC-X2. Em comum, a escolha por do resgate ao combate. tecnologias de ponta e os benefícios para o País.Veja na FAB TV (youtube.com/portalfab) FAB & INDÚSTRIA DE DEFESA Nesta edição como são fabricados os macacões de voo utilizados pelos aeronavegantes da Força Aérea Brasileira. Os fios do tecido têm propriedade antichama. As 48 peças individuais que compõem o macacão passam por quase 100 operações até se transformarem no produto final. FAB EM AÇÃO O Tenente-Coronel Rubens Balta conversa sobre o perigo das colisões entre aeronaves e animais, como aves e até cachorros. Parte da solução do problema está em questões ambientais, como o fim dos lixões.4 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

Veja a edição digital42 CAPA ENTREVISTA Conheça as regras para os voos não tripulados 8 Indústria Nacional Associação Brasileira das Indús- Novidade no Brasil e no mundo, os Veículos Aéreos Não Tripulados trias de Material de Defesa e (VANT) se espalham por todos os lugares: de estádios de futebol às Segurança (ABIMDE) completa 30 pizzarias, além de operações militares e policiais. Mas, ao contrário anos em 2015. Saiba mais sobre a do que alguns pensam, o Brasil já tem regras para esse tipo de voo. trajetória e os desafios do grupo. ESPAÇO AÉREO 40 Diplomacia do ar Nova legislação facilita o acesso de aeronaves militares estrangeiras no Brasil. Aeronáutica agora recebe os pedidos diretamente. buSCA E SALVAMENTO 50 Um sinal de ajuda vindo do céu Responsável por missões de busca e salvamento em uma área de 22 milhões de km2, o Brasil utiliza um sistema de satélites para salvar vidas. CuLTuRA 60 A História da Aviação em São Paulo Conheça o Museu TAM, onde estão a mostra aeronaves de destaque da história do Brasil, como o hidro- avião Jahú, e também do mundo, como caças da Segunda Guerra.MÍDIAS SOCIAISInstagram Você sabe dizer qual o nome dessa instrução e qual unidade da FAB rea- liza este tipo de treinamento? Acesseo nosso Instagram e descubra!Acesse:www.instagram.com/fab_oficial Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 5



Aos LeitoresMais que o melhor Quando o projeto F-X2, criado para precisam ser pensados juntos ainda Foto de capa do Sgt Paulo Rezendeseleção do futuro caça da Força Aérea na sua fase de concepção. Uma tec-Brasileira, ainda estava em fase de se- nologia desenvolvida para um míssil,leção, muitas perguntas surgiram. Qual por exemplo, pode ser empregada emdos concorrentes era o mais veloz? Qual outro. Uma parceria para a construçãoconseguia levar mais armamentos? Em de um jato de combate pode resultarcombate, quem venceria? Qual era o em facilidades para a manutenção damelhor para o Brasil? frota de transporte. A última pergunta, respondida por É um mundo novo, globalizado,meio de um relatório de mais de 30 mil onde emergem conceitos como trans-páginas, teve ainda três sugestões de ferência de tecnologia, compensaçõesresposta, sendo uma delas, afinal, a ven- comerciais e parcerias industriais. Sãocedora. Que o caça Gripen NG será, sem conceitos presentes na Estratégia Na-dúvidas, um dos mais modernos do cional de Defesa.mundo nas próximas décadas, não hádúvidas. Mas ver este modelo pintado Definitivamente, um novo avião,com as cores da Força Aérea Brasileira ou helicóptero, ou armamento, precisavai muito além do simples voo solitário ser avaliado por critérios que englobemde uma moderna aeronave de combate. planos de toda a Força Aérea, e tam- bém do próprio cenário econômico e Hoje, pensar em uma Força Aérea político-estratégico.moderna, capaz, preparada para o novoséculo, significa pensá-la de maneira É essa lógica integrada, com focointegrada. E não é só de caças que se em proporcionar os mais avançadosfaz as Forças Armadas. Eles precisam sistemas para a Força Aérea e ainda tra-reabastecer, e para isso são necessá- zer vários outros resultados de granderios reabastecedores. Sem pistas, não relevância, que podemos conhecer napodem pousar, daí a necessidade de nossa reportagem sobre o futuro dasistemas de autodefesa para as Bases FAB. O mesmo tema faz parte da nossaAéreas, como a artilharia antiaérea. campanha institucional “ConstruindoÀs vezes, a defesa da soberania não é o Futuro”. E hoje, para construir orealizada por caças supersônicos, e sim futuro, já não se trata mais de apenaspor um imenso quadrimotor preparado olhar o “melhor”. Queremos, mais quepara encontrar um submarino submer- o melhor para sua Força Aérea, para oso. Por isso um avião como o P-3AM. nosso País.E tudo demanda ainda uma logísticaeficiente, daí o KC-390... Boa leitura! Essa integração não se dá também Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcicapenas no campo operacional, na dis- Chefe do Centro de Comunicaçãoposição de forças em um hipotéticoconflito. Os projetos de reequipamento Social da Aeronáutica Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 7

ENTREVISTA8 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

Indústria Aerovisão - A ABIMDE completa 30Renovada anos em 2015. Como o senhor classifica a atual fase da instituição?Prestes a completar 30 anos, a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais Almirante Pierantoni - A ABIMDE de Defesa e Segurança (ABIMDE) encontra-se consolidada como legítimavive um momento único em sua história. representante da Base Industrial de De-Grandes projetos de reequipamento das Forças fesa junto aos três Poderes Constituídos,Armadas, como os caças Gripen NG, o Sistema Federações de Indústrias e das própriasIntegrado de Monitoramento de Fronteiras empresas do setor. A Associação apre-(SISFRON) e o submarino à propulsão nuclear senta, periodicamente, sugestões detêm movimentado o setor. medidas que contribuem para o apri- moramento e crescimento das indústrias Na primeira reunião da ABIMDE, em 1985, que colaboram significantemente para aeram nove empresas. Em 1999, o número era manutenção da soberania do País. Comde 25. Hoje, são 225 associadas. mais de 200 associadas, que cobrem todo o espectro do setor de defesa e O Vice-Presidente Executivo da ABIMDE, segurança, coordenamos a participaçãoCarlosAfonso Pierantoni Gambôa, comemora de indústria, produtos, prestadoras deiniciativas como a criação da Secretaria de serviço, interagimos com a academia,Produtos de Defesa do Ministério da Defesa centros tecnológicos e institutos dee a parceria com a Agência Brasileira de pesquisas os quais geram produtos ePromoção de Exportações e Investimentos serviços que vão desde básicos àqueles(APEX-Brasil). considerados estratégicos. Almirante da Reserva, o entrevistado também Aerovisão – As Forças Armadas temdestaca o salto operacional vivido pela Marinha, vivido um momento de reequipamento, comExército e Força Aérea Brasileira. projetos como o Gripen NG, SISFRON e o submarino à propulsão nuclear. O que CYNTHIA FERNANDES isto significa para a indústria de defesa e segurança do Brasil? Almirante Pierantoni - Estes projetos estruturantes e desafiadores significam o aprimoramento da indústria e das empresas de serviços, as quais devem manter-se no estado da arte para aten- der as demandas das Forças Armadas. Significam ainda a manutenção de uma capacidade laboral altamente qualificada e competente, que contribui para o bem estar da sociedade como um todo. Aerovisão – De que forma a ABIMDE enxerga o projeto de desenvolvimento e aqui- sição dos 28 KC-390 para a FAB? Almirante Pierantoni - O magní- fico empreendimento da Força Aérea, liderada pela Embraer (Associada da ABIMDE), significa para a indústria aeronáutica atingir o grau mais elevado em termos de aeronaves de transporte e que trará benefícios enormes a toda a Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 9

cadeia produtiva. A aceitação do projeto locais, em vários estados brasileiros, produtiva. O estreitamento dos laçospor vários países demonstra a qualidade e inúmeras empresas deverão apri- com países da América do Sul, porda aeronave a qual estará apta a cumprir morar seus processos para atender as meio da UNASUL, também contri-com eficiência as tarefas estabelecidas em exigências de um projeto de aeronave buirá para uma maior especialização.seus requisitos. Não resta dúvida que o de última geração.setor aeronáutico brasileiro se beneficiará Aerovisão - Como está a preparaçãomuito com a chegada dos KC-390. Aerovisão – O mercado brasileiro do trabalhador brasileiro para as altas está cada vez mais se especializando em tecnologias? Aerovisão – Como a indústria nacio- produtos aeronáuticos?nal vai se encaixar do projeto dos caças Almirante Pierantoni - O maior pa-Gripen NG? Almirante Pierantoni - Sim, mas trimônio de qualquer organização é a sua não com a velocidade desejada por mão de obra. A prova disto é que o ITA Almirante Pierantoni - Abordando vários empresários de empresas (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)as novas tecnologias e se preparando menores que compõem a cadeia está dobrando a capacidade para formarpara os desafios, semelhantes aos que produtiva. Esperam os empresários engenheiros aeronáuticos. Nota-se na so-foram enfrentados quando da cons- que, paulatinamente, os projetos ciedade maior procura por ensino de altatrução dos AMX. Certamente o projeto caminhem para a nacionalização de qualidade e o trabalhador em diversosgerará uma enorme capacitação a qual partes e peças que configuram os níveis busca o conhecimento tecnológicose refletirá na aviação civil. Estão sen- novos meios aéreos, possibilitando, não somente em nível universitário, masdo criados novos arranjos produtivos assim, o crescimento de toda a cadeia também em nível técnico. Empresas associadas à ABIMDE produzem equipamentos para o Exército, como o sis- tema Astros (abaixo), e para a Força Aérea, como o KC-390 (à direita).10 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

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PROJETOS ESTRATÉGICOS12 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

A FAB do FuturoConheça os 17 projetos estratégicos do Comando da Aeronáutica para garantira capacidade operacional da FAB, o desenvolvimento da indústria nacional e aintegração com a Marinha, o Exército e organizações civis HuMbERTO LEITE Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 13

O verberg, no litoral da África os cronogramas foram estabelecidos de brasileiras no projeto, como a Akaer, que do Sul, fica a mais de sete mil acordo com as necessidades operacionais participa do desenvolvimento das asas. quilômetros de distância da e possibilidades tecnológicas. Já o avião de patrulha marítima P-3AM,cidade de Anápolis, no interior de Goiás. modernizado pela europeia Airbus Mili-Mas em 2015 os dois lugares foram palco “Nos últimos anos, as conquistas tary, teve o seu software de missão criadode alguns dos mais importantes passos foram inegáveis. Mas queremos ter uma em parceria com a brasileira Atech.para a defesa aeroespacial brasileira. Força Aérea ainda mais atualizada, com capacidade de pronta-resposta, ágil, A maior parte dos projetos é condu- Enquanto em Anápolis a Base Aé- proativa e que seja orgulho da população zida pela COPAC, a Comissão Coorde-rea local se prepara para receber caças brasileira”, afirma o Comandante da nadora do Programa Aeronave de Com-Gripen NG no final desta década, em Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar bate. O nome remonta ao caça de ataqueOverberg uma explosão marcou o avanço Nivaldo Luiz Rossato. A-1, desenvolvido nos anos 80 em umade um projeto igualmente importante parceria do Brasil com a Itália. Naquelapara a FAB. Lá está localizado o campo O Comandante lembra da necessida- época, a unidade já trabalhava com ade provas onde, em fevereiro, um dos de de se ter projetos bem definidos, de ideia de não apenas atender aos requi-protótipos do míssil A-Darter destruiu forma a pensar o futuro da frota tanto sitos operacionais da FAB, mas tambémo alvo em um dos testes previstos para em aspectos de desempenho quanto em proporcionar ganhos como a obtençãoo desenvolvimento da arma. treinamento de militares e capacidade de tecnologia por meio da participação de manutenção. “Uma frota moderna do parque industrial brasileiro. Se o Gripen NG já foi descrito e padronizada facilita a adaptação doscomo um dos caças mais modernos pilotos e oferece inúmeras vantagens “Projetos como o F-X2, que objetivado mundo, o A-Darter não faz por operacionais, como o melhor rendimen- manter a soberania do espaço aéreo na-menos: criado para atingir aeronaves to das tripulações e o aproveitamento cional com vistas à defesa da pátria paraa distâncias de até 12 quilômetros, o maximizado das horas de voo”, explica. os próximos 30 anos, podem demandarmíssil consegue realizar manobras que décadas de estudos e avaliações”, ex-o leva a sofrer até 100 vezes a força da Com um planejamento de longo plica o Brigadeiro do Ar José Augustogravidade (100 G). Os caças de combate prazo, os projetos atuais têm como Crepaldi Affonso, que esteve à frente damais modernos não passam de 9 G. principal característica o incentivo à COPAC por ocasião da assinatura do crescente nacionalização. Essa é uma contrato dos Gripen NG, em outubro Ingressar no desenvolvimento de das diretrizes estabelecidas pela Estra- de 2014. “O KC-390, assim como osuma moderna aeronave de combate tégia Nacional de Defesa. helicópteros do H-XBR, são projetosao mesmo tempo em que cria um novo inovadores no mercado mundial, fru-míssil de alta tecnologia não apenas Todas as empresas estrangeiras tos da experiência da Força Aérea emé razoável, mas explica a atual lógica contratadas são obrigadas a fazer com- emitir requisitos e consagram a visão dado Comando da Aeronáutica em seus pensações industriais, comerciais ou FAB no incentivo da indústria nacionalprojetos de reequipamento. Cada ini- tecnológicas ao Brasil. A SAAB, por de defesa”, completa.ciativa tenta complementar as demais, e exemplo, contratada para fornecer os 36 caças Gripen NG, já integra empresasConheça nas próximas páginas os principais projetos estratégicos da Aeronáutica para o futuro: Modernizados, os caças F-5 (à esquerda) são atualmente os principais vetores para a defesa aeroespacial bra- sileira. Na página ao lado, três projetos estratégicos da FAB: o míssil A-Darter, o caça Gripen e o KC-390, de transporte e reabasteci- mento em voo.14 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

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KC-390 América do Sul, por exemplo, apenas sões como lançamento de paraquedistas Em 2015 e 2016, Gavião Peixoto, no o Paraguai, o Suriname e a Guiana não ou pouso em pistas sem asfalto. O focointerior de São Paulo, será o principal ce- possuem o modelo. é realizar voos com maior capacidadenário de uma aeronave criada para voar de carga e reabastecer outras aeronavesem todo o mundo: o KC-390. É o maior A frota da FAB irá cumprir missões em voo.avião já desenvolvido no Brasil, com como operar em pequenas pistas na35,20 metros de comprimento e capaci- Amazônia, transportar ajuda humanitá- Em 13 de março de 2013, a comissãodade para transportar até 23 toneladas ria, lançar paraquedistas, realizar buscas, do projeto KC-X2 selecionou a Israel Ae-de carga. Mais de 50 empresas brasileiras reabastecer outras aeronaves em voo, rospace Industries (IAI) para fornecer asparticipam do projeto, que conta ainda pousar na Antártica e lançar carga em novas aeronaves. Agora, de acordo comcom a colaboração da Argentina, de Por- pleno voo, dentre outras. A expectativa o Comandante da Aeronáutica, a assina-tugal e da República Tcheca. é receber no final de 2016 a primeira de tura do contrato de aquisição depende O voo inaugural aconteceu no dia 3 uma encomenda de 28 unidades, com a de uma posição governamental. “A FABde fevereiro, sob os olhares curiosos de última sendo entregue em 2028. e o Ministério da Defesa entendem adezenas de forças armadas. O fato é que o importância desse avião. Aaeronave temKC-390 tem um objetivo audaz: cumprir KC-X2 uma grande capacidade de carga que vaitodas as missões realizadas pelo C-130 Enquanto o KC-390 irá substituir a nos ajudar em missões de paz, como noHércules, em uso na ForçaAérea Brasilei- frota dos C-130 da FAB, a lacuna deixada Haiti e no Líbano”, afirmou o Tenente-ra desde a década de 60 e atualmente em pelos já aposentados KC-137, versões mi- -Brigadeiro Rossato.serviço em aproximadamente 70 forças litares do Boeing 707, deve ser preenchidaaéreas do planeta. São aproximadamente pelo atualmente chamado projeto KC-X2. O avião escolhido é o Boeing 767-3002.400 unidades em todo o mundo. Na Neste caso, não há a flexibilidade de mis- em uma versão adaptada pela IAI. Com 43,8 toneladas de carga a bordo, o alcanceA FAB aguarda a assinatura de contrato para aquisição detrê s Boeing 767 para missões de transporte e de reabasteci-mento em voo. Um modelo semelhante é utilizado pela ForçaAérea da Colômbia.16 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

da aeronave é de aproximadamente 7.400 Caça Gripen demonstrador de tecnologia em voo na Suécia.quilômetros. Isso significa decolar de Bra- A expectativa é a apresentação do protótipo do Gripen NGsília e alcançar Portugal e Espanha, além em 2016, já com a participação de engenheiros brasileiros.de alguns países da África Ocidental,sem escalas. Também é capaz de levar A participação brasileira no projeto binacional entre o Brasil e a África do Sul.240 passageiros, 81 macas de evacuação será reforçada ainda este ano, com a Já em testes, a previsão é de o projeto estaraeromédica ou dez UTIs completas. ida de aproximadamente 100 enge- pronto no primeiro semestre de 2016. nheiros para atuarem nas atividades O projeto prevê a aquisição de três de desenvolvimento realizadas na A parceria para o desenvolvimentounidades. A primeira seria recebida seis Suécia. Das 36 aeronaves compradas começou em 2006 e as empresas brasi-meses após a assinatura do contrato, pelo Brasil, treze serão fabricadas por leiras Mectron, Avibras e Optoeletrô-ainda sem capacidade de reabastecer suecos e outras oito sairão do trabalho nica já recebem tecnologia transferidaoutras aeronaves em voo, mas pronta de brasileiros na Suécia. As quinze pela Denel, da África do Sul. De acordopara missões de transporte. últimas unidades serão inteiramente com a COPAC, é possível perceber fabricadas no Brasil, pela Embraer. que algumas soluções tecnológicas Apesar de o avião ser fabricado no desenvolvidas para o A-Darter já fazemexterior, a indústria brasileira terá par- As aeronaves da FAB também terão parte de outros produtos criados pelaticipação no trabalho de modificar as características próprias, sendo a principal indústria nacional.aeronaves para executar a missão de re- um Wide Area Display (WAD), a serabastecimento aéreo. Das três unidades, desenvolvido e fabricado pela empresa Porém, os brasileiros também tive-duas devem ser convertidas no Brasil. Os brasileira AEL. Trata-se de uma tela ram destaque no desenvolvimento dotrabalhos de manutenção também devem touchscreen de 18,7 por 10,5 polegadas, míssil. Os algoritmos de programaçãoacontecer no Brasil. onde serão apresentados em alta resolu- dos sistemas, por exemplo, foram ção todos os dados de voo e da missão. desenvolvidos por um engenheiro Enquanto o contrato não é assinado, Os pilotos poderão configurar a tela de militar da FAB.a FAB já treina seus pilotos. Entre 2013 acordo com as suas necessidades, comoe o início de 2015, dez pilotos da Força se a cada tarefa distinta o caça tivesse uma A África do Sul, com experiênciaAérea Brasileira tiveram aulas teóricas, cabine específica. de desenvolvimento de mísseis desderealizaram exercícios no simulador e a década de 60, buscou a parceria comcumpriram 150 horas de voo, cada um. Caberá ao Brasil, ainda, o desenvolvi- o Brasil por conta da complexidade doTrês dos aviadores atingiram também o mento da versão biplace, para dois pilo- projeto. O A-Darter tem inovações do-grau de instrutores da aeronave. O trei- tos. Até 2024, a FAB terá em seu acervo 28 minadas por poucos países do mundonamento foi realizado em parceria com a unidades monoplace e 8 biplace. e que não são transferidas quando há aempresa ABSA – TAM Cargo, que opera compra de armamento.versões civis do Boeing 767. A-Darter Uma das armas do Gripen NG já está Com 2,98 metros de comprimento Gripen NG definida: o míssil A-Darter, um projeto e 90 kg de peso, o míssil é testado na Com contrato assinado em outubro África do Sul em caças Gripen C dade 2014, os caças Gripen NG já fazem força aérea daquele país.parte de praticamente todos os planosda Força Aérea Brasileira. A Base Aéreade Anápolis, a 150 quilômetros de Bra-sília, já se prepara para receber todas as36 unidades adquiridas até o momento.Enquanto isso, na Suécia, dois pilotosda FAB estão em fase final de treina-mento na versão C/D do caça Gripen,menos avançadas, porém já com concei-tos semelhantes ao novo avião. A SAAB planeja para 2016 a apre-sentação do protótipo do Gripen NG.Enquanto isso, uma aeronave demons-tradora de tecnologias já realizou maisde 300 voos para testar sistemas. Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 17

Pantsir Caças F-5 poderão se comunicar com os aviões-radar E-99 por meio do datalink Abater aeronaves inimigas não étrabalho apenas dos caças. Na reali- MAR-1 a monitorar os sinais inimigos e traçardade, nas últimas guerras, a artilharia Se as ameaças para os caças podem a sua rota. Caso o radar seja desligado,antiaérea teve um papel de destaque. vir do solo, a FAB também trabalha para uma tática muito comum, o sistema dePara se ter uma ideia, das mais de 20 ae- ter uma arma capaz de evitar o sucesso navegação deve traçar uma rota até aronaves norte-americanas derrubadas dos inimigos nessa arena. Trata-se do posição provável do alvo.pelo Iraque durante a Guerra do Golfo, MAR-1, um míssil voltado exclusiva-em 1991, somente uma foi derrubada mente para a destruição de radares. Assim como o A-Darter, esse projetopor um caça. Sobre a ex-Iugoslávia, Neste caso, o projeto é 100% nacional, recebe recursos da Financiadora de Estu-não houve perdas ar-ar, mas até um sem qualquer participação de empresas dos e Projetos, a FINEP.“caça insível” F-117 foi destruído por estrangeiras.disparos vindos do solo. A primeira fase do desenvolvimento F-5 No Brasil, a artilharia antiaérea é ocorreu entre 1997 e 2010, no Departa- Se Gripen, A-Darter e MAR-1 aindarealizada pela Marinha, Exército e Força mento de Ciência e Tecnologia Aeroes- são projetos para o futuro, o Brasil nãoAérea. Todos têm seus próprios meios pacial, órgão do Comando da Aeronáu- poderia ficar desprotegido até lá. É essade defesa contra as ameaças vindas do tica. A partir daí, as empresas Avibras e a principal necessidade atendida peloar, como os mísseis Aspide e Seawolf Mectron ingressaram na segunda fase, e projeto de modernização dos caças F-5.a bordo das fragatas, os blindados já foram realizados os primeiros testes, Recebidos há 40 anos, em 1975, essesGepard e as baterias de mísseis Igla, inclusive com lançamentos de teste. aviões começaram a ser modernizadosrespectivamente. Agora, o Ministério Contudo, ainda não há uma previsão no início do século XXI.da Defesa pretende realizar a compra para entrada em serviço. A partir de 2006, foram recebidasde um sistema de defesa antiaérea único As principais dificuldades estão no unidades equipadas com um novopara as três forças. desenvolvimento de tecnologias que não radar multimissão, uma cabine com Trata-se do Pantsir-S1, de origem são transferidas por nenhum país. Com mostradores digitais e capacidade derussa. Ele é composto por um veículo o uso de mísseis anti-radar, uma força levar armamentos como os mísseisequipado com lançadores de doze aérea alcança a possibilidade de atuar para combate além do alcance visual,mísseis 57E6, capazes de alcançar 4.600 em território hostil sem sofrer ameaças conhecidos pela sigla inglesa BVR.km/h e atingir alvos a até 20 quilômetros de mísseis longo alcance nem de ser No fim de 2013, a Embraer entregou ade distância e 15 quilômetros de altura. detectado previamente pelos inimigos. última das 46 unidades modernizadas.Também está equipado com um radar de Uma arma como o MAR-1 tem an- Todos estes aviões são provenientesvarredura eletrônico e um sistema ótico tenas capazes de detectar e identificar dos dois lotes recebidos em 1975 e 1988termal. O Pantsir inclui ainda um canhão emissões de radares. Após o lançamento, dos Estados Unidos. Para completar acom dois canos duplos de 30mm capaz de os computadores do míssil continuam frota, em 2007 a FAB adquiriu mais 11disparar até 2.500 vezes por minuto projé- unidades, usadas, vindas da Força Aéreateis explosivos de 970 gramas e utilizadocontra alvos a até quatro quilômetros dedistância e três de altitude. O procedimento para a aquisição foiiniciado em 2013, quando os dois paísesassinaram uma declaração de intenções.O processo já passou pelas fases diagnós-tica e exploratória. Agora, encontra-se naparte final da fase de negociação. Um dos pré-requisitos do projeto é aparticipação da indústria brasileira tantona produção quanto na logística dos siste-mas. Haverá transferência de tecnologiae a aquisição de três baterias antiaéreas,uma para cada Força Armada.18 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

da Jordânia. Elas seguiram direto para e no desenvolvimento e produção de temas. Há a possibilidade até de umo processo de revitalização, no Parque equipamentos de alto valor tecnológico. avião disparar seus mísseis a partir dede Material de Aeronáutica de São dados enviados por outro.Paulo, e de modernização, na Embraer. DatalinkA primeira já foi entregue e mais duas A frota de F-5 ainda terá um novo Chamado de Link BR2, o novoserão recebidas ainda em 2015, todas da reforço tecnológico, a ser recebido em datalink é superior aos sistemas hojeversão FM, para dois pilotos. Em 2016 2018. Trata-se do datalink, um sistema em uso no Brasil por integrar maisserão quatro F-5EM, para um piloto. As que vai permitir os aviões trocarem aeronaves em uma só rede, além dequatro unidades restantes servirão como dados entre si em pleno voo, sem o estações em solo, inclusive para usofonte de peças de reposição. uso de comunicação por voz. Será do Exército e da Marinha. Em 2019 possível, por exemplo, transmitir uma deve ocorrer a integração em quatro A FAB terá, até o fim do próximo imagem, o que permitirá confirmar a caças F-5, quatro A-29 Super Tucanoano, uma frota total de 47 caças F-5EM identificação de um alvo. e em dois aviões-radar E-99. Os A-29,e seis F-5FM. Eles serão os principais A própria lógica do combate aéreo que não contam com radar, poderãovetores de defesa aérea do País até a pode ser modificada. Um caça pode ir ter em suas cabines informações en-chegada dos Gripen NG. em direção aos alvos hostis com seu viadas pelos E-99, capazes de detectar radar desligado, e assim se manter aeronaves a centenas de quilômetros O projeto permitiu não apenas levar fora dos sistemas de alerta inimigos, de distância.a aviação de caça da FAB outra realidade e ainda assim conhecer toda a situa-operacional, mas também desenvolver o ção tática à sua frente, graças a outra O projeto envolve não apenas a aqui-parque industrial brasileiro. Mais de R$ aeronave, mais recuada, transmitindo sição do sistema, mas o seu desenvolvi-375 milhões foram injetados na capaci- todos os dados dos seus próprios sis- mento no Brasil. Por contrato, a empresatação de civis e militares, no desenvolvi- israelense Rafael, fornecedora dos rádiosmento de empresas estratégicas de defesa de comunicação, já transfere tecnologiaEmpresas associadas à ABIMDE produ-zem equipamentos para o Exército, comoo sistema Astros (abaixo), e para a ForçaAérea, como o KC-390 (à direita). Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 19

para militares da FAB e da Marinha, além ópticos para visualização de áreas de a serem recebidas pelo Grupo Especialde civis da empresa brasileira Mectron. interesse tanto de dia quanto a noite, de Inspeção em Voo terão o seu interior com o uso do modo infravermelho. O dominado pelo UNIFIS 3000. O sistema O planejamento prevê instalar o Hermes 900 também conta com um servirá para conferir o correto funciona-Link BR2 futuramente em um maior radar capaz de acompanhar alvos. mento de equipamentos de controle donúmero de aeronaves, incluindo he- Tudo isso já foi usado em diversas espaço aéreo instalados por todo o País.licópteros, aviões de patrulha e de missões reais, como as Operaçõesreabastecimento em voo. Ágata, de combate a crimes em O jato, em si, já é uma realização regiões de fronteira, e durante os da indústria brasileira. Sua cabine tem E-99M esquemas de segurança de grandes novidades como o uso de joysticks A partir de 2002, a FAB teve um eventos, como a Rio+20 e a Copa do no lugar dos manches. O sistema decomponente inédito em suas operações Mundo. Em 2014, pela primeira vez, controle de voo, do tipo fly-by-wire, éaéreas: o avião-radar E-99. Trata-se de um RQ-450 foi utilizado em um exer- inédito para aeronaves de sua categoria.uma versão militar do jato regional cício operacional da aviação de caça, Também há a presença dos Head UpEmbraer 145, mas, ao invés de levar os a Sabre, cumprindo missões focadas Displays, que mostram informações50 passageiros, a tripulação de até oito no controle aéreo avançado e comomilitares atua como um verdadeiro posto posto de comunicações no ar.de comando e controle no céu. O avião se destaca pela imensa antena Em quatro anos, tanto em treina-na sua parte superior: é o radar Erieye, mentos quanto em missões reais, a prin-fabricado pela empresa sueca Ericsson. cipal atividade do Esquadrão Hórus foiFixo, o equipamento consegue visualizar o desenvolvimento de doutrina, istoalvos continuadamente, e pode detectar é, como a FAB enxerga o emprego deaeronaves a até 400 quilômetros de dis- aeronaves deste tipo. Foram identifica-tância, dependendo da altitude do voo e das, por exemplo, situações em que umdo seu tamanho. caça de reconhecimento, ou um avião O projeto de modernização, que irá de grande porte, como o R-99, são maismodificar a designação das cinco aero- eficazes que uma ARP. Por outro lado,naves para E-99M, envolve a atualiza- novas missões passaram a ser realiza-ção do radar e dos sistemas de bordo. das com essas aeronaves.Haverá transferência de tecnologiapara empresas brasileiras envolvidas Com essa experiência, a Força Aéreano projeto e a expectativa é de receber desenvolve agora o projeto de desenvol-a primeira unidade em 2017. vimento de umaAeronave Remotamente Baseadas em Anápolis (GO), essas Pilotada nacional. Primeiro serão constru-aeronaves são utilizadas em todo o ídos três protótipos de um modelo capazterritório nacional. de decolar e pousar automaticamente, além de ter os equipamentos necessários ARP para missões de reconhecimento. Para As Aeronaves Remotamente Pilota- o futuro, o objetivo é ter uma aeronavedas já são uma realidade para a Força deste tipo capaz de realizar missões deAérea Brasileira desde 2010, com o ataque. Empresas nacionais também de-recebimento do primeiro Hermes 450, vem ser envolvidas no desenvolvimentoda empresa israelense Elbit. A frota do de estações de controle em solo.Esquadrão Hórus, baseado em SantaMaria (RS) e único a operar esse tipo de Avião-laboratórioequipamento, é composta hoje por qua- Previstos para começarem a chegartro RQ-450, designação da FAB para o no primeiro semestre de 2016, os LegacyHermes 450, e um RQ-900, a versão mais 500 adquiridos pela FAB serão verdadei-avançada, o Hermes 900. ros aviões-laboratório. Diferentemente da Nenhuma dessas aeronaves opera versão executiva do jato desenvolvidocom armamentos. Elas têm sistemas e fabricado pela Embraer, as unidades20 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

Empresas associadas à ABIMDE produzem equipamentos para o Exército, como o sistema Astros (abaixo), e para a Força Aérea, como o KC-390 (à direita).aos pilotos sem precisar deixar de olhar aéreo, como os de auxílio à navegação. sua frota: doze unidades. Primeiraspelas janelas. Essas tecnologias estão O resultado é maior eficiência para aeronaves militares do Brasil depresentes também no KC-390. aviação civil brasileira. origem russa, os AH-2, conhecidos internacionalmente como Mi-35, No GEIV, os Legacy 500 substitui- P-3AM e AH-2 começaram a ser recebidos em 2009.rão a frota dos turboélices IC-95 Ban- Dois dos 17 projetos estratégicos Os AH-2 Sabre são os primeiros heli-deirante, na função desde 1976. Com aqui descritos já estão plenamente ope- cópteros de combate em operação nascapacidade de voar a mais de 800 km/h racionais. Eles envolvem os helicópteros Forças Armadas brasileiras.em velocidade de cruzeiro, os novos de ataque AH-2 Sabre, já operacionais aaviões poderão sair de sua base, no partir da BaseAérea de Porto Velho (RO), Recebidos a partir de setembro deaeroporto Santos Dumont, no Rio de e os aviões de patrulha P-3AM, todos 2011, os nove P-3AM da Força AéreaJaneiro (RJ), e se deslocarem rapida- sediados na BaseAérea de Salvador (BA). Brasileira devolveram à FAB a capacida-mente para os locais de inspeção. Esses No caso do AH-2 Sabre, em no- de de atuar na guerra anti-submarino,voos são realizados para homologar vembro de 2014, a FAB completou a algo perdido em 1996, com a desativaçãoequipamentos de controle de tráfego dos P-16. A aeronave é equipada com Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 21

sensores como um detector de anoma- um interior concebido especificamen- e Missile Approach Warning Systemlias magnéticas, para encontrar grandes te para a missão, incluindo áreas de (MAWS) capazes de detectar a presençaobjetos submersos, como um submarino, descanso. de radares e de mísseis inimigos.e também lançadores de sonoboias,equipamentos que funcionam como uma Ao lado dos P-3AM, os três novos O espaço interno, superior ao deespécie de radar submerso. SC-105 são os principais aviões da FAB modelos como H-60 Black Hawk e responsáveis por garantir o cumpri- H-1H, permite levar no interior do H-36 Acima da água, os P-3AM podem mento do papel do Brasil nos acordos até onze macas e uma equipe de quatroatuar na localização de embarca- internacionais de busca e salvamento. profissionais de saúde. Em missõesções, seja em situação hostil, seja em Como signatário da Organização convencionais, cada H-36 pode levarmissão de busca. Os aviões já foram da Aviação Civil Internacional e da até trinta e uma pessoas a bordo.utilizados para encontrar náufragos e Organização Marítima Internacional,também atuaram em atividades de ca- o Brasil é responsável por uma área O projeto de aquisição dessas ae-ráter ambiental, como a identificação que se estende até o meridiano 10. ronaves para a FAB faz parte de umde manchas de óleo. Radar, sistemas Isso significa uma imensidão sobre o pacote de 50 unidades encomendadaseletro-óticos e um conjunto de recep- Oceano Atlântico. Somado ao território para as três Forças Armadas. São 16tores de sinais eletrônicos ampliam continental, são mais de 22 milhões de para a Marinha, 16 para o Exército, 16o escopo das atividades, em missões quilômetros quadrados sob responsa- para a Força Aérea e duas para uso daque podem durar até 16 horas. bilidade brasileira. presidência da república. Adquiridos usados dos Estados H-36 Até o fim de março de 2015, 15Unidos, dos lotes da US Navy esto- A capacidade da Força Aérea Bra- quinze unidades já haviam sido en-cados no deserto, os P-3 foram mo- sileira em cumprir missões de busca tregues. Já estão próximos à entregadernizados na Espanha pela Airbus e salvamento terá reforço ainda em a unidade operacional da FAB e maisMilitary. Os sistemas de bordo, que 2015. Está programado para o primeiro duas para a Marinha. O cronogramatransformam a cabine numa espécie semestre o recebimento do primeiro de entregas foi ajustado para uma ca-de “lan house”, com seis operadores de helicóptero H-36 Caracal da chamada dência de sete unidades por ano, comsistemas sentados lado-a-lado diante versão “operacional”, que trará equipa- conclusão prevista para 2019.de suas telas. Ali, os militares analisam mentos inéditos no Brasil.desde sinais de rádio captados pelas Pela primeira vez, as Forças Arma- PESE e VLSantenas até os sons submarinos, além das terão um helicóptero com sonda A Estratégia Nacional de Defesa,dos contatos obtidos pelo radar. para ser reabastecido em pleno ar. A publicada em 2008, estabelece três capacidade, hoje presente apenas em setores estratégicos: o espacial, o SC-105 aviões de caça, possibilitará ampliar cibernético e o nuclear. Detalhadas Outro projeto vindo da Espanha o raio de ação para missões como o no Livro Branco de Defesa Nacional,é o dos aviões CASA 295, designados resgate de pessoas no mar. divulgado em 2012, esses projetos fo-na FAB como C-105 Amazonas. Após Os quatro H-36 já operacionais no ram divididos entre as Forças Arma-a aquisição de 12 unidades voltadas Esquadrão Falcão, de Belém (PA), têm das. Cabe à Aeronáutica conduzir ospara missão de transporte, recebidas autonomia de três horas e cinquenta projetos espaciais, com prioridade naa partir de 2006 e atualmente opera- minutos, o suficiente para cumprir capacitação científica e tecnológica docionais nas bases de Campo Grande uma missão deste tipo a aproximada- País e preparar os recursos humanos.(MS) e Manaus (AM), um novo projeto mente 300 quilômetros de distância da Em 2012, foi criada a Comissãoprevê o recebimento de três unidades base. A nova versão poderá multipli- de Coordenação e Implantação devoltadas para missões de busca. car esses números. Sistemas Espaciais (CCISE) para Hoje, dois C-105 estão adaptados Montados no Brasil pela empresa atuar na concretização do Programapara a missão, com janelas em for- Helibras, de Itajubá (MG), os H-36 Estratégico de Sistemas Espaciaisma de bolha para os observadores operacionais são semelhantes aos mo- (PESE). Apesar de ser conduzida pelabuscarem visualmente os sinais de delos utilizados pelas Forças Armadas Aeronáutica, a iniciativa pretendeaeronaves, embarcações ou pessoas da França em missões especiais e em implantar sistemas espaciais de de-desaparecidas. Mas os três novos avi- resgates realizados em combate. Os fesa para as três Forças Armadas, eões trarão equipamentos específicos helicópteros vão contar com sensores também de uso compartilhado parapara a atividade, como sensor de bus- como o Radar Warning Receiver (RWR) atividades civis.ca eletro-ótico, radares aprimorados e O PESE deverá proporcionar ao Brasil serviços como comunicações,22 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

Empresas associadas à ABIMDE produzem equipamentos para o Exército, como o sistema Astros (abaixo), e para a Força Aérea, como o KC-390 (à direita).sensoriamento remoto, meteteorologia, conduz outro projeto voltado para o trou em fase de revisão. Em 2011, foinavegação e monitoramento do espaço. espaço: o desenvolvimento do Veículo concluída a construção do novo SistemaEstão em desenvolvimento, com foco no Lançador de Satélites (VLS-1). O obje- de Plataforma, no Centro de Lança-domínio nacional das tecnologias, tanto tivo é ter a capacidade de lançar satéli- mento de Alcântara, no Maranhão. Oso segmento espacial, que envolve o uso tes de até 380 kg a alturas de superior próximos passos são a integração dode satélites, como o de infraestrutura de a 1.000 km em órbitas equatoriais. VLS-1 à plataforma, realização de umsolo para controle e uso das informações, voo completo e a certificação. O primeiro protótipo voou em 1997 Em paralelo, o Departamento de e, após um acidente ocorrido em 2003Ciência e Tecnologia Aeroespacial com o terceiro protótipo, o projeto en- Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 23

GESTÃOParceria paraa eficiência Esquadrões equipados com helicópteros sua operacionalidade com missões inédi24 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

s AH-2 Sabre e H-36 Caracal demonstram M ais aeronaves no céu. Esse itas no Brasil é o objetivo de um projeto pioneiro que a Força Aérea HuMbERTO LEITE Brasileira pretende implantar a partir de 2017. Por meio de parceria com em- FAB planeja parcerias público-privadas para manutenção presas privadas, a FAB quer otimizar de aeronaves. Objetivo é ter mais aeronaves prontas a manutenção da frota de aeronaves e, para defender o espaço aéreo brasileiro com isso, ter mais aviões prontos para defender o espaço aéreo brasileiro. WILLIAN CAVALCANTI A FAB vai realizar uma Parceria Públi- co-Privada (PPP), tipo de contrato em que o parceiro privado é responsável pela elaboração do projeto, construção e operação da estrutura. O Estado paga pelo investimento inicial e o serviço disponibilizado por um período máxi- mo de 35 anos. “O controle do contrato é feito por meio de indicadores de de- sempenho. Com isso, não precisamos administrar toda a infraestrutura, ape- nas fiscalizar a qualidade do serviço prestado. Ao final do contrato, todo o patrimônio é revertido à União”, explica o Brigadeiro do Ar José Isaias Augusto de Carvalho Neto, Subse- cretário de Contratos e Convênios da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA). A intenção do chamado Progra- ma de Suporte Logístico Integrado é concentrar o efetivo da Força Aérea em sua atividade-fim, ou seja, a de- fesa do espaço aéreo brasileiro. Com isso, militares que hoje trabalham na área de manutenção passarão a atuar diretamente nos esquadrões de caça, transporte, patrulha, reco- nhecimento ou de helicópteros. O projeto já foi aprovado pelo governo federal e agora vai iniciar o Processo À esquerda, manutenção de caça F-5EM da FAB. Com as parcerias público-pri- vadas, civis devem ajudar os militares a manter as aeronaves prontas para suas missões. Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 25

de Manifestação de Interesse (PMI), único, aumentamos a nossa capacida- Acima, avião-tanque da empresaque deve conter estudos de engenha- de de negociação, reduzimos gastos Omega reabastece caças da Realria e demanda, além de modelagens e, principalmente, temos a garantia Força Aérea Australiana. Osfinanceiras, legais e de governança. da disponibilidade de aeronaves. Se projetos de PPP da Força AéreaEm seguida, será feita a licitação para a empresa não cumprir o previsto, Brasileira não vão chegar a esseescolher a melhor oferta. A intenção é recebe sanções. O objetivo é termos nível, concentrando-se na áreaque o contrato seja assinado em 2017. um serviço de qualidade”, afirma o de manutenção. Militares da Major Intendente Robson Maso, chefe FAB, à direita, também continu- “Os projetos dos parques de ma- da Unidade de PPP da SEFA. arão preparados para manter asnutenção da FAB datam da II Guerra aeronaves em operação.Mundial. Queremos superar dificul- A ideia é estabelecer em um únicodades na qualificação de recursos contrato, por um período mínimo dehumanos e na aquisição e gestão de 28 anos, a prestação de manutençãoestoques, além do custo elevado nos programada e não programada, revi-contratos de manutenção, que têm são geral, reparo, assistência técnica,curta duração”, detalha o Coronel In- suporte técnico, treinamento, entretendente Ricardo Franco Pontes Netto, outros requisitos necessários para achefe da Subdivisão de Estruturação frota. Não está descartada a possibi-de Projetos da SEFA. lidade de o contrato incluir aeronaves como o KC-390 e o Gripen NG. Na aviação, “disponibilidade”significa a quantidade de aeronaves Ficarão de fora as aeronaves jáprontas para o voo, ou seja, que não envolvidas em outros contratos deestejam passando por processo de re- manutenção vigentes. E, mesmo nosvisão ou conserto. A meta do programa casos em que a manutenção será feitaé aumentar esse índice. “Com contrato pela empresa contratada, militares da26 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

FAB estarão envolvidos no processo. foi aprovado por um comitê formado Para as empresas, um contrato de“Nossos militares não perderão a ex- pelo MPOG, Casa Civil e Ministério PPP possui muitas vantagens. A prin-pertise sobre aquele equipamento. Na da Fazenda. cipal delas é ter um acordo de longoverdade, receberão qualificação espe- prazo (até 35 anos), com a segurançacífica”, garante o Coronel Intendente Uma preocupação do governo é que de receber pagamentos periódicos.Pontes Netto, da Divisão de Licitações não sejam gerados novos gastos. No Com isso, se planejam melhor e fa-e Contratos da SEFA. caso da FAB, a PPP irá substituir um zem investimentos mais consistentes serviço já existente e, provavelmente, no empreendimento. “As empresas A construção de um único centro de forma mais eficiente e barata. Outro podem se utilizar da infraestruturade manutenção ou unidades espalha- projeto de PPP estudado pela FAB visa construída e prestar serviço a ter-das pelo país ainda será definido. “O à gestão de redes de comunicação da ceiros. Parte da receita recebida pelaserviço de manutenção atual é bem instituição. Os próximos passos são empresa é abatida dos pagamentosdiferente. Não é mais necessário des- projetos na área de saúde. que a União teria que fazer”, completamontar toda a aeronave para se fazer o Major Maso.uma revisão completa. Por meio de Para conhecer mais sobre as parce-sistemas informatizados, a vida útil de rias, militares da FAB visitaram proje- Esse modelo de contrato é am-cada equipamento é monitorada pe- tos bem-sucedidos de PPPs pelo País. plamente utilizado em outros países,riodicamente”, explica o Major Maso. “Fomos a um presídio em Ribeirão como Estados Unidos, Portugal e Rei- das Neves (MG) e a um hospital em no Unido. A força aérea britânica, in- Para chegar ao estágio atual, o Pro- Salvador (BA). A qualidade do serviço clusive, tem contratos para reabasteci-grama de Suporte Logístico Integrado prestado é impressionante. Mas essa mento em voo de suas aeronaves. “Porteve que passar por uma dura seleção. qualidade se deve principalmente aos ser um trabalho estratégico, existemPrimeiro pelo Ministério da Defesa medidores. Se a empresa não cumprir cláusulas de confidencialidade que ase depois por uma análise criteriosa os requisitos, não vai receber os paga- empresas são obrigadas a respeitar”,do Ministério do Planejamento, Or- mentos de forma integral”, reforça o finaliza o Coronel.çamento e Gestão (MPOG). Por fim, Coronel Pontes Netto. Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 27

AERONAVES HISTÓRICAS F-80 Shooting Star28 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

O nome Shooting Star, “Estrela Cadente”, foi dado ao F-80 para destacar sua velocidade: 965 km/h.Pouco, para os parâmetros atuais, mas muitopara um avião desenvolvido ainda na SegundaGuerra Mundial. Naquele contexto de guerra,a velocidade também marcou a criação docaça: entre os primeiros desenhos e a entregado protótipo, foram apenas 143 dias. Nãofoi o suficiente para combater na SegundaGuerra Mundial, mas cerca de 75% dos alvosdestruídos pelos norte-americanos no inícioda Guerra da Coreia foi por meio dos F-80. Ocaça também se tornou o primeiro a vencer umcombate aéreo travado entre dois jatos, ao abaterum MiG-15 norte-coreano. Motor: um turbojato J33 Envergadura: 11,81 metros Potência: 4.600 libras Altura: 3,43 metrosVelocidade máxima: 965 km/h Peso máximo: 7.646 kg Comprimento: 10,49 metros Alcance: 2.220 km Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 29

O Brasil receberia suas 33 unidades a partir de 1958, e os manteria em operação até 1967. O Esquadrão Pacau, na época sediado na Base Aérea de Fortaleza, foi a única unidade a operar os caças. Os F-80C foram utilizados para o treinamento de pilotos de caça, e realizavam missões de combate aéreo e de ataque ao solo. Suas principais armas eram as seis metralhadoras calibre .50, mas também podiam levar até 907 kg de bombas e 12 foguetes não guiados de 127mm. As esquadrilhas eram identificadas por naipes de baralho, e cada aeronave possuía um número: na foto, a quarta aeronave da esquadrilha paus. Hoje, dois F-80 estão preservados no Brasil. Este das imagens está no Museu Aeroespacial, no Rio de Janeiro. O outro está na frente da Base Aérea de Fortaleza.30 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

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CIDADE

OPERACIONAL34 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

Prontos para o combateEsquadrões equipados com helicópteros AH-2 Sabre e H-36 Caracal demonstramsua operacionalidade com missões inéditas no Brasil Humberto LeiteA noite não é mais uma obstácu- racional dos helicópteros H-36 Caracal. lo para os salvamentos sobre Na mesma semana, no outro extre- o mar. O Esquadrão Falcãorealizou um treinamento inédito no País: mo da Amazônia brasileira, foi a vez doo resgate sobre a água com a utilização Esquadrão Poti fazer um voo histórico.de óculos de visão noturna (NVG). A Oito helicópteros de ataque AH-2 Sabremissão ocorreu em fevereiro, na Baía do voaram juntos, após decolarem da BaseGuajará, em Belém (PA), e marcou mais Aérea de Porto Velho. A missão serviuuma demonstração da capacidade ope- para treinar as tripulações em exercícios com a participação de várias aeronaves. Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 35

Sobre a selva levar também até 60 foguetes de 80mm tusiasmo e expectativa não só pelos O voo marcou uma demonstração de e oito mísseis ar-terra. integrantes do Esquadrão Poti, maspoder de fogo da FAB. Cada AH-2 Sabre também por toda a Força Aérea Bra-conta com um canhão de 23 mm capaz de O Esquadrão Poti tem 12 aeronaves sileira”, explica o Comandante dodisparar até três mil tiros em um minuto. deste tipo, os primeiros helicópteros Esquadrão, Tenente-Coronel AviadorPara se ter uma ideia, cada tiro de 23mm de combate em operação nas Forças Rodrigo Gibin Duarte. “Quanto maiscausa o mesmo “estrago” de quase 100 Armadas brasileiras. Desde 2009, a nós treinamos e quanto mais próxi-tiros de uma arma calibre 7,62mm, como unidade treina missões como ataque, mos do real tentamos chegar, maisos fuzis utilizados por tropas no solo. O escolta, supressão de defesa aérea inimi- qualificados ficamos para cumprir acanhão do AH-2 também está em uma ga, varredura, apoio aéreo aproximado missão determinada pela Força Aéreatoreta móvel, o que permite ao helicóp- e defesa aérea. e pelo comando superior”, afirma otero atirar em seus alvos de frente ou de Comandante.lado, enquanto se afasta. O Sabre pode “Esta nova realidade da unidade está sendo encarada com muito en-36 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

Hoje sediado em Porto Velho, o Esquadrão Poti,até 2009, estava no Recife. A mudança paraa Amazônia também não impede a operaçãodos helicópteros AH-2 Sabre em outras par-tes do território brasileiro. Eles atuaram, porexemplo, no esquema de defesa aérea duranteos jogos da Copa do Mundo. Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 37

Sobre o mar que embaça os óculos dos pilotos e O resgate noturno sobre a água, rea- tripulantes, comprometendo a execu-lizado por um dos quatro H-36 Caracal ção da atividade”, explica o Sargentojá recebidos pelo Esquadrão Falcão, Marcelo Rodrigues da Silva. Outratambém é uma demonstração da ca- adaptação adotada pelo Esquadrãopacidade de entrar em combate. Para foi a colocação de hastes fluorescen-o Comandante do Esquadrão Falcão, tes, os chamados cyalume, em locaisTenente-Coronel Aviador Marcelo Fil- estratégicos da aeronave, para facilitargueiras de Sena, além do ganho opera- a orientação das equipes.cional para missões em tempos de paz,a unidade aérea também se torna mais O domínio da nova técnica depreparada para períodos de conflito. “O salvamento foi possível graças ao rece-resgate noturno sobre a água com NVG bimento do helicóptero H-36 Caracal,consiste em um enorme ganho para a em dezembro de 2010. Em 2015, apósmissão de CSAR (Combat Search and completar 3,5 mil horas de voo no novoRescue) da Força Aérea Brasileira, uma helicóptero, o Esquadrão Falcão atingiudas principais missões do Esquadrão. a capacidade operacional necessáriaCom o uso da nova doutrina, a FAB para realizar missões de resgate notur-aumenta a sua capacidade de resgatar no sobre a água, operando NVG.tripulações militares e civis em áreashostis, a qualquer hora do dia ou da O Caracal possui autonomia paranoite”, afirma. realizar atividades como esta a uma Um resgate desse tipo não é fácil. A distância de até 300 km da costa. A im-falta de referências visuais em missões portância desse tipo de aeronave nessanoturnas e a natural complexidade dos missão não se dá apenas pela autono-salvamentos sobre a água representa- mia, mas pela presença de um disposi-ram as maiores dificuldades. Apesar da tivo joystick que permite maior precisãoexperiência do Esquadrão em resgate no posicionamento do helicóptero sobrena água em período diurno, diversos o local em que se encontra a vítima.fatores precisaram ser adaptados paraa realização desse exercício. Uma das Os próximos passos são prosseguirprincipais modificações se refere à al- com a formação de mais tripulaçõestura do helicóptero sobre a água para aptas para executar esse tipo de sal-o içamento das vítimas, que teve de ser vamento e continuar com os ensaiosaumentada, devido ao uso do NVG. para o içamento na água com uso de Caso a aeronave fique abaixo de maca. No treinamento foi realizadodeterminada altura, o rotor do heli- um içamento “duplo molhado”, tantocóptero pode gerar um spray de água o homem de resgate quanto a pessoa resgatada são içados juntos, mas sem a38 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão utilização de maca.

A aeronave que realizou essa missãoinédita é uma das 50 encomendadaspelo Brasil, sendo 16 para a Marinha,16 para o Exército e 18 para a ForçaAérea. Quinze já foram entreguesdesde dezembro de 2010.Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 39

ESPAÇO AÉREODiplomacia do ar Entrada de aeronaves militares no Brasil passa por autorização da FAB IRIS VASCONCELLOS“R ealizar o transporte da da América Latina de chegada ou par- acontecer”, informa o Coronel Consorte. Vossa Alteza, o príncipe tida de países europeus. “Quando uma A nova legislação prevê, ainda, Albert II”. Pedidos como aeronave parte da França com destino àesse, do Principado de Mônaco, ocorrem Argentina, ela passa por Cabo Verde, e a obrigatoriedade de se informar odiariamente no Brasil. As autorizações como geralmente não possui autonomia, tempo de permanência no país, aspara o acesso de aeronaves militares deve pousar no Brasil para abastecer localidades por onde transitarão e aestrangeiras no espaço aéreo brasileiro, antes de chegar ao destino final”, explica finalidade da vinda. Um exemplo é aque eram concedidas unicamente pela o Coronel Aviador Valdemar Consorte manutenção de aeronaves estrangeirasPresidente da República, agora são de Junior, da Seção de Sobrevoo do Estado- vendidas por empresas brasileiras,responsabilidade do Ministro da Defesa -Maior da Aeronáutica. como a Embraer. “Um Super Tucanoe poderão ser delegadas ao Comandante estrangeiro pode ficar até dois mesesda Aeronáutica. A legislação que definiu Após os pedidos, toda uma rede de no Brasil fazendo manutenção. Tudoa mudança foi a Lei Complementar 149, comunicação entra em ação. Os estran- isso deve ser autorizado por nós”,aprovada este ano. geiros apresentam dados como país de afirma o militar. No caso de exercícios origem, nacionalidade do avião e tipo da operacionais, como a CRUZEX, o res- A nova lei elimina um canal para a aeronave. Em seguida, o Estado-Maior ponsável pela operação deve comuni-autorização dos pedidos. Só em 2014, faz com que todos saibam que essa car quais são os aviões participantesforam 660 aeronaves estrangeiras mili- aeronave está chegando, desde órgãos e o período que eles vão ficar no país.tares no espaço aéreo nacional. E todas de controle do tráfego aéreo, até Baseselas devem, obrigatoriamente, receber Aéreas, torres de controle, o Comando- Todos os países do mundo têm asautorização para entrar no espaço aéreo -Geral de Operações Aéreas, etc. suas regras, e algumas são semelhantes.do País. É a Força Aérea Brasileira quem Os pedidos geralmente são feito comrecebe os pedidos estrangeiros. Se a aeronave, ao entrar no espaço aé- três dias de antecedência e a duração da reo brasileiro, não conferir com os dados autorização é para um período de quatro A maioria dessas missões, cerca de passados previamente, ela será intercep- dias. Essa é a média mundial. “É impor-70%, é de transporte de autoridades ou tada por caças da FAB e aguardará até o tante termos um bom relacionamentode carga. O restante é pouso técnico, erro ser checado. Só então será autorizada com todos esses países. O Brasil realizageralmente para abastecimento. Por sua entrada. “Por isso que a seção de so- diversos voos para o exterior e precisaexemplo: o Brasil faz parte da rota obri- brevoo funciona 24 horas por dia. A todo passar pelos mesmos processos que eles”,gatória de quase todos os planos de voo o momento situações como essas podem finaliza o Coronel Consorte.40 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

A presença de aeronaves militares estrangeiras é grande em eventos como a Rio + 20, quando Chefes de Estado se encontram no Brasil ou em exercícios militares como a CRUZEX.Com ou sem arma? A nova lei também redefiniu o conceito de forças estrangeiras: “o módulo armado de emprego operacional marítimo, ter-restre, ou aéreo”. Nestes casos, a autorização continua sendo exclusiva da Presidência da República. Como as aeronaves são militares e preparadas para carregar armamentos, o assunto é delicado. A legislação valepara todos os aviões militares de países com os quais o Brasil possua relações diplomáticas e que não sejam beligerantes. A Presidência da República pode, dessa forma, passar para o ministro da Defesa a decisão pelo ingresso no Brasil depessoal ou navio, aeronave e viatura que não se enquadrar no termo de força estrangeira. Já o ministro fica legitimadoa delegar a ação para os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. O ingresso de forças estrangeiras é permitido em diversos casos, como, para participação em programas de aperfeiçoa-mento; atendimento de situações de abastecimento, reparo ou manutenção; e missão de busca e salvamento. Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 41

ESPAÇO AÉREOA tripulação sumiu!Assunto do momento, os voos de aeronaves não tripuladas suscitam aindamuitas dúvidas. Mas já há normas para a atividade no Brasil. Daniel MarinhoEra madrugada em Washington. um vizinho, morador de um casarão 9h da manhã, na etapa de corrida, Uma segunda-feira qualquer do século XVII no bairro adjacente. A o VANT despencou a cerca de dez na cidade que hospeda os com- Casa, porém, tinha nome: Branca. Seu metros de altura sobre a cabeçaplexos governamentais e militares morador também: Barack Obama. da atleta.mais poderosos do mundo. A capitalamericana ainda dormia quando Do outro lado do mundo, algum Warren Abrams, fotógrafo localum objeto quadrangular acoplado a domingo anterior, a triatleta australiana e proprietário da New Era Photography,quatro hélices horizontais decolou Raiji Ogden iniciava mais uma prova da disse que sua aeronave fora “hackeada”:de um apartamento numa área re- Endure Batavia Triathlon em Geraldton, ele não conseguia manter o controle. Seusidencial da cidade. Sem pilotos na Austrália. Seria mais um dia de adre- trabalho para captar imagens ao vivo aoou tripulação embarcados, o nalina e suor na vida de Raiji, mas ela não longo dos 10Km de extensão da provaQuadricóptero DJI - Phantom, cruzou a linha de chegada. Por volta das acabou com a atleta hospitalizada.o “drone” sucesso de vendasdo Natal anterior, que podeser comprado em qualquerloja de departamento ame-ricana ou internet por cercade 500 dólares, alçava maisum voo sobre o Distrito de Columbia. Manuseado a distância a partir deum celular, o VANT (veículo aéreo nãotripulado) fazia imagens dos arredores,quando o piloto perdeu o controle.Não havia muito o que fazer: o robôaéreo ganhou autonomia, definiu umaproa qualquer às cegas e sobrevooupor mais alguns instantes à deriva. Às3h08 perdeu força. Caiu no quintal de42 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

Drone, VANT e ARP Assunto do momento, as aerona- de busca e defesa civil, aero-robôs “Drone” é apenas um apelido emves não tripuladas ainda ensaiam os industriais, patrulha de fronteiras, inglês, um termos genérico, sem am-primeiros voos para sua consolidação distribuição de medicamentos e paro técnico. Em português, “drone”no meio civil. De baixo custo, fácil alimentos, combate a incêndios, ins- significa zangão, zumbido.acesso e simples manuseio, a demanda peção de plataformas de petróleo,pelos pequenos Veículos Aéreos Não policiamento, roteamento aéreo de A terminologia oficial no Brasil éTripulados vem aumentado a cada dia. sinal de internet, são apenas alguns VANT - Veículo Aéreo Não Tripulado.Organizações governamentais, em- exemplos - ao menos das boas inten- É a tradução do acrônimo consagradopresas privadas, profissionais liberais, ções de uso da tecnologia - que ainda pelas organizações reguladoras doentidades de pesquisa, empresas de vão compor os céus muito em breve. transporte aéreo internacional, o UAVvigilância, entusiastas e grupos de inte- (Unmanned Aerial Vehicle).resses diversos já vislumbram projetos Porém, muitas dúvidas ainda per-futuristas sob a égide de hexacopteros sistem. Até certo ponto, é compreensí- Segundo a legislação atual, carac-e octocopteros antes só imaginados na vel, já que a tecnologia começou a ser teriza-se como VANT toda aeronavepelícula da ficção científica. popularizada recentemente e todos projetada para operar sem piloto a bor- os países, sem exceção, ainda buscam do, possuindo carga útil embarcada, Fotografias e filmagens em am- compreender o fenômeno e as soluções como uma câmera de filmagem, porbientes hostis, entregas de encomenda mais eficazes para uma regulamentação exemplo. Alguns “drones” utilizadosem residências, atividades agrícolas, da atividade. Mas, ao menos no Brasil, como hobby, sem qualquer tipo demapeamento de imagens 3D, moni- o voo tripulado não está desguarnecido carga útil, enquadram-se na legislaçãotoramento meteorológico, missões de orientação oficial. referente aos aeromodelos e não a de um VANT. Já entre os VANT, há dois tipos di- ferentes. O primeiro, mais conhecido, é a Aeronave Remotamente Pilotada - ARP (ou RPA - Remotely-Piloted Aircraft). Nessa condição, o piloto não está a bordo, mas controla aeronave re- motamente de uma interface qualquer (computador, celular, controle remoto etc). Aoutra subcategoria de VANT é a chamada “Aeronave Autônoma”, cujo voo é programado por computadores e não possui piloto remoto. No Brasil, e em muitos outros países, Aeronaves Autônomas ainda são proibidas. A ARP, enfim, é a terminologia correta quando nos referimos a ae- ronaves remotamente pilotadas de caráter não recreativo. Em outras palavras, ARP é o que queremos dizer , na grande maioria das vezes, quando nos referimos a drones. A designação de uma ARP independe de sua forma, tamanho ou peso. Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 43

Autorização em dois passos Portaria DAC nº 207 - Aeromodelos Qualquer objeto que se desprendado chão e seja capaz de se sustentar na http://www2.anac.gov.br/biblioteca/atmosfera – com propósito diferente portarias/port207STE.pdfde diversão – estará sujeito às regrasde acesso ao espaço aéreo brasileiro. AIC Nº 21/10 – VANT: Normas GeraisOs “drones” precisam de autorizaçãodo Departamento de Controle do h t t p : / / p u b l i c a c o e s . d e c e a . g o v.Espaço Aéreo (DECEA) exatamente br/?i=publicacao&id=3499como as aeronaves tripuladas. A regra geral para aeronave tripu- RBHA 47lada ou não é a mesma: é imprescindí-vel a autorização para voar. A exceção, http://www2.anac.gov.br/biblioteca/rbha/rbha047.pdfsão os voos que tenham por fim lazer,esporte, hobby ou competição: nes- RBHA 91se caso, seguem as normas para osaeromodelos. A Portaria DAC nº 207 http://www2.anac.gov.br/biblioteca/rbha/rbha091.pdfestabelece as regras para a o aeromo-delismo no Brasil: não são permitidosvoos em áreas densamente povoadas,nem próximo a aeroportos ou áreassensíveis a ruídos, como hospitais,escolas e templos. Também não devemvoar a mais de 120 metros do solo. Já para as Aeronave RemotamentePilotada (ARP), de grau de complexi-dade maior, o DECEA emitiu a Circu-lar de Informações Aeronáuticas nº21, de 2010, especialmente dedicadaao tema. Há ainda o Código Brasileirode Aeronáutica, os RBHA (Regula-mento Brasileiro de Homologação Ae-ronáutica) e os RBAC (RegulamentoBrasileiro de Aviação Civil). Antes de voar, porém, é precisoautorização da ANAC e do DECEA. RBAC 21 http://http://www2.anac.gov.br/biblioteca/resolucao/2011/RBAC21EMD01.pdf RBAC 45 http://www2.anac.gov.br/transparencia/pdf/RBAC%2045.pdf44 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

Emissão de CAVE para VANT ANAC Para operar uma Aeronave Remota-http://www2.anac.gov.br/biblioteca/IS/2012/IS%2021-002A.pdf mente Pilotada (ARP) primeiramente é necessário a certificação/autorização daFormulário para Autorização de Voo do DECEA ANAC. Agência divide os usos de ARP em duas modalidades: experimental ouhttp://www.decea.gov.br/www/wp-content/uploads/2015/01/ com fins lucrativos.DECEA-Formulario-VANT.docx Para a operação experimental de um ARP, um Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) deve ser solicitado à ANAC. O CAVE é emitido para um número de série específico de uma ARP, portanto não é possível obtê-lo sem a apresentação da aerona- ve. O certificado permite apenas para voos não comerciais, ou seja, sem fins lucrativos. Já para operar uma ARP com fins lucrativos, um requerimento devida- mente embasado deve ser encaminhado à ANAC, destacando as características da operação pretendida e do projeto da ARP. Deve ser assegurado que o nível de segurança seja compatível com os riscos associados à operação. O documento será analisado, caso a caso, pela área técnica da ANAC e apreciado pela Diretoria Colegiada, responsável pela autorização. Vale lembrar que nenhuma opera- ção de Aeronave Remotamente Pilota- da civil poderá ser realizada no Brasil sem a devida autorização da ANAC, seja ela em caráter experimental, com fins lucrativos ou que tenha qualquer outro fim que não seja unicamente o de lazer ou esporte. Seja com um complexo sistema de dados, como o utilizado pela Força Aérea (à esquerda) ou apenas um controle remoto com antena, toda ARP é controlada do solo e deve seguir as normas do controle de espaço aéreo. Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 45

Acima, controladora de tráfego DECEA Serviço Regional de Proteção ao Voo deaéreo em um dos quatro Centros Com autorização da ANAC, deve- São Paulo (SRPV-SP).Integrados de Defesa Aérea -se contactar o DECEA. A solicitaçãoe Controle de Tráfego Aéreo de autorização de voo deve levar em A solicitação deverá ser encaminha-(CINDACTA): as aeronaves não conta a localidade em que se pretende da ao respectivo órgão regional, confor-tripuladas devem seguir todas as voar, já que o espaço aéreo brasileiro me a região a ser voada. A solicitaçãonormas do controle de tráfego. é dividido em sub-regiões aéreas de de voo deve ser encaminhada ao órgão responsabilidades de diferentes órgãos regional, via fax, por meio do envio de operacionais, subordinados ao DECEA. formulário próprio preenchido. Esses órgãos são os quatro Centros Integrados de DefesaAérea e Controle de O voo ainda poderá ser indeferido Tráfego Aéreo (os chamados CINDAC- caso o DECEA detecte algum risco TA), que atuam diretamente no controle para a segurança ou possibilidade de dessas regiões (as chamadas FIR - Flight interferência em procedimentos pré- Information Region - Região de Informa- -existentes, como rotas de aeronaves ção de Voo) que preenchem a totalidade comerciais ou militares. do espaço aéreo do País. Há ainda outro órgão, que recebe as solicitações de voos Nova legislação na área que compreende as terminais O DECEA, em parceria com outros aéreas do Rio de Janeiro e São Paulo: o órgãos brasileiros e estrangeiros, deve- rá lançar publicar novos regulamentos46 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão

ainda em 2015. O objetivo é permitir Para o chefe da Seção de Plane- mais aspectos associados à operaçãoo voo das aeronaves, mas sempre de jamento de Operações Militares do desses equipamentos que se fazemforma segura e controlada. O tema DECEA, Tenente-Coronel Jorge Hum- necessários”, afirma.encontra-se em análise pelo DECEA, berto Vargas Rainho, o Departamento,pela ANAC, pela Agência Nacional de em consonância com outros órgãos No âmbito da ANAC, uma novaTelecomunicações (ANATEL) e pela responsáveis, vem trabalhando a fim legislação referente à operação de ARPOrganização de Aviação Civil Inter- de viabilizar continuamente a inserção com fins lucrativos está em pauta. Seránacional (OACI), agência vinculada à dos VANT no espaço aéreo do País precedida de audiência pública, ocasiãoOrganização das Nações Unidas (ONU) com segurança, do mesmo modo que em que os interessados poderão ler aque estabelece princípios de navegação o faz com as aeronaves tripuladas. “O minuta e submeter comentários à ANACaérea internacional. novo documento deverá contemplar para aprimoramento da proposta, se assim desejarem. Aerovisão Abr/Mai/Jun 2015 47

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buSCA E SALVAMENTOSinal de ajudaMacapá 810,00 Km Belém São Luiz Fortaleza NatalBrasil Recife Salvador Rio de JaneiroPortoAlegre 50 Abr/Mai/Jun 2015 Aerovisão


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