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histórias de uma adolescente

Published by Victor Castro, 2020-08-01 09:56:40

Description: histórias de uma adolescente

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VOL I histórias  de uma adolescente VERIDIANA CASTRO

OLÁ COLEGA, FUI UMA JOVEM, QUE COMO VOCÊ, TAMBÉM TIVE MEUS SEGREDOS. DECIDI COMPARTILHAR ALGUNS, AQUELES QUE ME MARCARAM PROFUNDAMENTE. TALVEZ VOCÊ TENHA PASSADO POR ALGUMA SITUAÇÃO IGUAL OU PARECIDA, OU NÃO. SÃO HISTÓRIAS BASEADAS EM FATOS REAIS E POR ISSO, RESOLVI COMPARTILHAR. NA PRIMEIRA HISTÓRIA, EU ESTAVA COM SEIS ANOS DE IDADE. NÃO ENTENDIA MUITA COISA DA VIDA, MUITO MENOS PORQUE ALGUNS FENÔMENOS ACONTECIAM COMIGO. MEU PAI DIZIA QUE EU ERA MÉDIUM. MAS, NAQUELA ÉPOCA EU NÃO FAZIA IDEIA DO QUE ERA SER “MÉDIUM”. ACHAVA QUE, ELE ESTAVA FALANDO DE COISAS QUE ACONTECIAM COM TODAS AS PESSOAS, SEI LÁ. O QUE IMPORTA É QUE HOJE EU POSSO COMPARTILHÁ-LAS PORQUE COMPREENDI O QUE DE FATO ACONTECIA COMIGO. NA SEGUNDA, EU TINHA ONZE ANOS E CURSANDO O ENSINO FUNDAMENTAL, NA QUINTA SÉRIE DO PRIMEIRO GRAU, HOJE CHAMADO DE SEXTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL. COMO TODAS AS PESSOAS NORMAIS, NESSA FASE DA VIDA TODOS TEMOS MUITOS AMIGOS, BRINCAMOS MUITO, PRATICAMOS ESPORTES NA ESCOLA, FAZEMOS MUITOS TRABALHOS DE GRUPO, TEMOS NOSSOS SEGREDINHOS, ENFIM, TEMOS UMA VIDA BEM DINÂMICA. O FATO ACONTECEU COMIGO JUSTAMENTE NA ESCOLA. A TERCEIRA HISTÓRIA, JÁ COM QUINZE ANOS, CONTO COMO UMA ENFERMIDADE IMPEDIU-ME DE FAZER MUITAS COISAS PELO DESCONFORTO QUE A DOR ME PROPORCIONAVA.  MAS, TIVE UMA VISITA INESPERADA E TAMBÉM MUITO ESPECIAL. ESTA VISITA QUERIDA DEVOLVEU-ME A SAÚDE E FORTALECEU MINHA FÉ. A QUARTA HISTÓRIA, FOI MAIS DIFÍCIL DE ESCREVÊ-LA PORQUE EU CONTO A DESENCARNAÇÃO DO MEU IRMÃO. FOI ALGO MUITO DOLORIDO. ELE ERA APENAS DOIS ANOS MAIS NOVO. EU TINHA 18 ELE TINHA 16. ELE ADORAVA COMPETIR NA NATAÇÃO. TEM VÁRIAS MEDALHAS E ALGUNS TROFÉUS PELAS COMPETIÇÕES QUE PRATICOU. E, CONFESSO, O QUE ME DÓI É QUE EU NUNCA FUI VÊ-LO COMPETIR. NÃO TIVE O PRIVILÉGIO DE TORCER POR ELE. NÃO IMAGINAVA QUE IRIA PERDER SUA CONVIVÊNCIA DE FORMA TÃO BRUSCA E TÃO CEDO. ESTOU CONTANDO ESSAS COISAS, PORQUE, MUITAS VEZES, BRIGAMOS MUITO COM NOSSOS IRMÃOS, MAS QUANDO PERDEMOS SUA CONVIVÊNCIA, SENTIMOS SUAS FALTAS DE VERDADE, E PERCEBEMOS O QUANTO OS AMAMOS.

Eu um fantasma? assuntos: desdobramento; imortalidade da alma Eu contava com seis anos de idade. Sempre acontecia algo “diferente” comigo. Eu sempre dormia com meu irmão porque estava sempre vendo e ouvindo coisas que mais ninguém via ou ouvia. Como tinha muito medo de ficar sozinha, dormia com meu irmão. Uma noite, eu ainda não havia pregado o olho. Meu irmão dormia de frente para a porta. De repente eu o vi, sentar-se, todo de branco, ficar de pé e desaparecer pela porta. Eu não tive medo porque ele estava muito calmo e todo branquinho. Olhei para a cama e lá estava seu corpo dormindo profundamente...

O que vou contar agora, deu-se ao inverso. Meu pai era vendedor de livros e viajava muito. Estava sempre fora. Mas, nesta noite ele estava em casa. Já estávamos todos deitados. Sonhei que ouvia muitos barulhos pela casa e levantava para ver o que era. Fui até minha mãe e vi que ela abria e fechava as gavetas do guarda-roupa, sem parar. Batia as portas, falava alto e meu pai a acompanhava em todos esses movimentos. Aproximei-me deles e perguntei por que eles estavam fazendo aquilo tudo. Fazendo tanto barulho. Mas, ninguém me respondia. Eu não entendia porque eles não falavam comigo. Cansada de tentar, decidi verificar que barulho era aquele que vinha da porta da sala. Quando me vi fora da casa, na varanda, percebi que tinha um homem tentando arrombar a porta para entrar na casa. Como não conseguiu seu intento, acabou desistindo e indo embora. Eu não sei para onde fui depois desse momento. Lembro-me apenas de ter tomado o caminho da calçada. Estava um lindo amanhecer. Quando acordei, contei para minha mãe esse sonho. Ela deu um sorriso sem graça e disse que eles haviam mesmo feito muitos barulhos na casa, fazendo as ações que eu descrevera no sonho, porque tentavam espantar um homem que tentava entrar na casa.

Meu protetor - Gabriel Temas: desdobramento; imortalidade da alma; protetores espirituais Quando eu cursava a antiga quinta série do primeiro grau, eu tinha de dez para onze anos, sofri um acidente na escola. Eu e minhas amigas, inventamos um brinquedo, modificando um balanço da escola. Essa modificação resultou no que chamamos de “motorzinho”, porque o balanço ia muito alto e rápido, não sentávamos, mas segurávamos pelas mãos o peso do corpo. Por isso, ficávamos muito vulneráveis à queda quando não aguentávamos o peso do corpo. Aconteceu que, fui no lugar da irmã mais nova de minha amiga, porque sabíamos que ela não suportaria o peso do próprio corpo. Mas, desta vez, eu também não aguentei o peso do meu corpo e quando alcancei certa altura, apaguei. Minhas amigas contam que eu voei alto e cai desacordada. Enquanto meu corpo estava estirado no chão, ouvi uma voz que me chamava. Quando olhei para o lado, um garoto e mais alguns outros jovens que eu não conhecia, me levantaram do chão. Gabriel, assim ele se apresentou, me disse ser o meu protetor. Simplesmente o acompanhei. De repente, vi que alguém carregava o meu corpo para dentro da escola, e eu, Gabriel e os outros jovens, acompanhávamos tudo de longe. Cena interessante de se ver. Ou estranha! Sei lá! Só sei que foi assim!

Poucos minutos depois, fui despertada na sala da diretora. Estava meio grogue. Estranho, estava lá fora e logo em seguida, de volta ao corpo. Foi a partir desse momento que senti muita dor nos pulsos. Estavam os dois quebrados. Fui levada para casa. A minha mãe me disse que fui eu quem mostrou o caminho. Engraçado, não consigo imaginar, até hoje, como fiz isso porque estava meio desligada de meu corpo. Não obstante meus dois braços quebrados, meu irmão havia chegado uma hora antes, também com o braço machucado. Resultado daquela tarde, três braços quebrados em casa. Fiquei imobilizada. Colocaram um gesso enorme em cada braço e eu não conseguia fazer absolutamente nada sozinha. Dá pra imaginar, ir ao banheiro, tomar banho, comer, beber, para fazer qualquer coisa eu precisava da ajuda da minha mãe. Percebi que aquela brincadeira, no início, divertida, era muito perigosa. Além de não poder ir para a escola, ainda tive que operar os dois braços porque estavam ficando tortos. O gesso não estava corrigindo os ossos quebrados. Que castigo! As lições que aprendi foram tomar cuidado com brincadeiras, damos muito trabalho para nossos pais, a morte só existe para o corpo físico; temos protetores espirituais que cuidam da gente nos dois planos da vida: na vida diária e no plano espiritual.

Um médico do outro mundo Temas: vidência; imortalidade da alma; fé; amparo espiritual Eu tinha quinze anos de idade e tive a oportunidade de receber um amparo bem especial. Eu gostava muito de estudar e de brincar de vôlei com minhas amigas. Mas, brincar estava ficando difícil porque meu dedinho do pé estava sempre inchado e latejava de dor. Não sei o que aconteceu para ele ficar assim. Não bati, não tropecei, nada, não tinha feito nada que justificasse o inchaço e a dor. Meu dedinho estava incomodando muito e só conseguia calçar sandália em que o dedo ficasse de fora, e, mesmo assim, doía para caminhar. Fiz tratamento médico, inclusive uma pequena intervenção cirúrgica, mas de nada resolveu. Durante a cirurgia doeu muito, paguei um bocado de pecados... Foi terrível! Apesar de tudo, eu mantinha a certeza de que se eu estava passando por aquela situação, era por algum motivo. Em minhas preces eu pedia para o meu protetor espiritual, força, para que eu suportasse a dor. Passaram-se seis meses e o dedinho continuava na mesma, inchado e doendo. EEm casa, todas às sextas-feiras, às vinte horas fazíamos o estudo do Evangelho no lar. Aconteceu que certa noite de estudo, após a leitura e o comentário, eu tive uma visão. Levei um baita susto, pois vi na minha frente a figura de um médico, de barbas, olhos azuis, de maleta e com um belo sorriso me disse: – Por que o espanto, minha filha?! Eu, sem dizer uma palavra, reconheci a presença do meu querido médico dos pobres – Bezerra de Menezes. Continuei sem dar uma palavra. Não me sentia no direito de lhe dirigir a palavra. E ele ainda me disse: – Vou ver o que posso fazer no momento. Então, o vi abaixar-se e desaparecer. No mesmo instante, senti um formigamento que ia do joelho ao dedinho doído. Esse formigamento durou aproximadamente uns dois minutos. Quando parou de formigar, não sentia mais nenhuma dor.

Ainda espantada, não contei o episódio para ninguém. Provavelmente, me chamariam de alucinada, ou desiquilibrada. Fui deitar-me. Em minhas preces, agradeci muitíssimo emocionada ao benfeitor amigo esse cuidado especial que havia recebido. Pela manhã, eu pensava se eu não havia sonhado. Mas, quando olhei para o dedinho do pé, vi que não havia mais inchaço e desde a noite do amparo, também não sentia mais dores. Novamente, com o coração muito feliz, em segredo agradeci ao médico do outro mundo o tratamento carinhoso recebido.

A desencarnação do meu irmão Temas: desencarnação, vida após a morte, reencarnação, laços de família Tudo começou quando eu senti um aperto enorme no peito e sentia em meu coração que algo ia acontecer. Algo grave como a perda de alguém muito próximo. Pensei que seria o meu pai. Eu estava com dezoito anos e meu irmão com dezesseis quando ele sofreu um grave acidente de carro. Ele, que vou chama-lo de Luiz, e outro amigo estavam no banco de trás. Um pneu estourou e o motorista, outro amigo, perdeu o controle do carro, que capotou várias vezes. Luiz e o amigo do banco de trás, foram arremessados para fora do carro e se machucaram muito. Meu irmão ficou mais de trinta dias em coma, entre a vida e a morte. Fiquei arrasada! Minhas apreensões estavam se confirmando... Meus pais não tinham muitos recursos financeiros e precisei trabalhar para ajudar meu pai a colocar em casa o necessário. Foi uma época muito difícil. Minha mãe teve que ir para outra cidade para que Luiz recebesse o tratamento necessário. Após longos seis meses, minha mãe volta com Luiz para casa. Infelizmente, devido a gravidade do acidente, meu irmão ficou com graves sequelas: dificuldade na fala, na locomoção e trêmulo, mas tinha a memória preservada e as funções cerebrais normais, graças a Deus. Minha mãe não nos contou, mas depois viemos, a saber, que ele ficou com cinco coágulos no cérebro e que podiam desaparecer ou, romper. Um ano após o acidente, estávamos todos na chácara, para passar o fim de semana e Luiz pediu para nadar na represa. Como estava acostumado a ir sempre, ele foi e logo em seguida, meu irmão menor, Paulo, iria. Quando Paulo chegou lá, não encontrou Luiz e voltou para a casa depressa e apreensivo. Saímos todos correndo para procurá-lo. Meu tio correu para a represa com Paulo e um amigo e eu ficamos procurando pela estrada que liga a casa à represa. Paulo o encontrou debaixo d’ água, desacordado. Estava no raso. Correria e tentativa de reanimá-lo, mas nada. Meu irmão foi levado às pressas para o hospital, mas segundo o laudo do médico, ele já estava “morto”, quando chegou lá. Enquanto levavam ele para o hospital, ouvi uma voz suave que me pedia para ficar calma, porque não havia mais nada a ser feito. De onde vinha aquela voz, eu não saberia dizer, mas tinha a certeza de que estávamos amparados por “conhecidos do outro mundo”. Quando meu tio voltou do hospital, confirmando a desencarnação de Luiz, profunda tristeza abateu-se sobre nossa casa, e em meu coração, um vazio enorme. Sabe, às vezes, brigamos com nossos irmãos, mas quando perdemos a convivência de algum, por qualquer motivo, percebemos o quanto o amamos e o quanto nos faz falta. Passados dois dias, minha tia recebe uma mensagem mediúnica do meu irmão. Luiz dizia que estava sendo cuidado no plano espiritual e que foi ele quem pediu para que sua desencarnação fosse dentro da água. Apesar de estarmos muito tristes, houve um consolo. Sentíamos que futuramente nos reuniríamos de novo.

Mas, em menos de uma semana, comecei a sentir a presença dele, sentia o que ele sentia, percebia o que ele estava pensando ou querendo me dizer. Eu podia ouvi-lo. Podia conversar com ele, mas não podia falar para meus pais. Ele permaneceu em casa, um tempo. Participou do Evangelho e depois de um mês ele veio se despedir. Com muito amor, abraçou-me e disse que iríamos nos separar por um tempo, mas como nós já havíamos vivido juntos como irmãos em outras vidas passadas, iríamos nos reencontrar futuramente. Outra despedida. Agora, mais doída. Porque agora teria que conviver com sua ausência.

Ele não me disse para onde iria, mas que estava tranquilo e aprendendo muitas coisas novas. Deixou-me. Nunca me esqueço daquela noite. Ainda ouço suas últimas palavras. Porque resolvi contar essas coisas?! Para dizer que precisamos aprender a valorizar os momentos em que podemos estar com quem amamos. A morte não existe, mas a separação momentânea pode trazer-nos tristeza e solidão. Por outro lado, sabermos que essa separação é momentânea, nos consola e fortalece, enchendo nosso coração de esperança e de certeza de reunião outra vez.


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