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MIG - PARECER TÉCNICO

Published by Felipe Duarte, 2020-10-20 14:12:46

Description: Dra. Carolina Souza Neves da Costa CREFITTO-2/139071-F
Doutorado em Recuperação Funcional do Sistema Nervoso Central pela University of Hartford/ UFSCar; Mestrado em Biomecânica e Análise do Movimento pela UFSCar e Graduação em Fisioterapia pela UFSCar. Co-autora do Método Treini e Supervisora Científica do Método MIG

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Dra. Carolina Souza Neves da Costa CREFITTO-2/139071-F Doutorado em Recuperação Funcional do Sistema Nervoso Central pela University of Hartford/ UFSCar; Mestrado em Biomecânica e Análise do Movimento pela UFSCar e Graduação em Fisioterapia pela UFSCar. Co-autora do Método Treini e Supervisora Científica do Método MIG Belo Horizonte, 10 de setembro de 2020 Parecer técnico Método de Integração Global (MIG ®) O MIG ® (Método de Integração Global) não é considerado um procedimento convencional de intervenção terapêutica em crianças e adolescentes com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), trata-se de uma METODOLOGIA alicerçada na prática baseada em evidência pelo qual os profissionais são orientados a partir de diretrizes evidenciadas e efetivas na literatura. O MIG ® é um compilado de procedimentos que permitem o processo de REEDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO DO RETARDO (ATRASO) DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR (ROL DE PROCEDIMENTOS E EVENTOS EM SAÚDE DA ANS/2018) recomendados e baseados nas revisões sistemáticas em Autismo mais bem conceituadas na literatura científica. Assim, não existe a possibilidade de encontrar o nome “MIG” especificadamente em publicações científicas, visto não ser uma modalidade reducionista de uma marca específica e sim uma Metodologia de compilação de diretrizes e fiscalização procedimentos alicerçados nas melhores referências bibliográficas de banco de dados da literatura científica em crianças com Transtorno de Espectro Autista (TEA). Há aspectos importantes que refletem a superioridade do Método de Integração Global (MIG ®) em detrimento de outros tratamentos. Baseando-se em comprovações científicas de estudos de alta qualidade foi que o MIG ® da empresa Treini Biotecnologia foi fundamentado. 1- Terapia Centrada na Família - O uso do estabelecimento de metas direcionadas à família para melhorar a adesão ao tratamento é consistente e amplamente usada para promover a mudança de comportamento em diversas patologias e não muito diferentes, no caso do Espectro Autista essa diretriz é baseada em evidências, visto que o estabelecimento de metas colaborativas entre os terapeutas e o paciente podem resultar em

maior confiança e melhores resultados. A aplicação de metas orientadas pela família aos caminhos da prática mostrou-se crítica para aumentar a motivação da família, a adesão ao tratamento e melhorias de resultados (Bellesheim et al., 2018). O MIG ® é focado no objetivo da família, tendo como princípio o aumento da participação social investigada pela Medida Canadense de Desempenho Ocupacional – COPM. Dessa maneira, a motivação de ganhos de funcionais no contexto da família é obtida e retroalimentada o tempo todo. 2- Multidisciplinariedade – O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é marcado por deficiências qualitativas na interação social, comunicação, padrões de comportamentos e são frequentemente acompanhados por outras comorbidades. O TEA é uma condição heterogênea do desenvolvimento neurológico (ZABLOTSKY ET AL., 2005), e parece surgir de uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais. Habilidades de comunicação e interação social estão prejudicadas nesse distúrbio, e indivíduos com TEA também ter comportamentos repetitivos incomuns e / ou interesses restritos. A condição pode persistir por toda a vida, com grandes implicações para o indivíduo e a família, por isso é necessário uma metodologia de tratamento integral multidiscplinar e que tenham como co-participação com mesmos objetivos baseados nas metas da família e das necessidades individuais da criança. O Método de Integração Global® visualiza a criança como um todo, objetivando explorar e estimular todas as suas habilidades e competências. Assim, como um método multidisciplinar utiliza-se a fisioterapia, a psicologia, a terapia ocupacional, a fonoaudiologia, mas igualmente o método pode ser aplicado juntamente com outros profissionais Musicoterapeuta, Psicopedagogia, Psicólogo, Educador Físico, Nutricionista e Psicomotricista de acordo com as demandas individuais de cada criança. Terapias convencionais isoladas com objetivos desconexos não podem alcançar e sanar todas as necessidades do paciente, somente um programa integrado específico para TEA como o MIG, envolvendo diferentes profissionais visando objetivos funcionais e específicos podem alcançar tais objetivos. 2

3- Veste Terapêutica específica para o TEA – A MIG flex ® - é uma órtese flexível que se baseia nos trilhos anatômicos das fáscias musculares. Sabe-se que o sistema musculoesquelético possui extensivas conexões entre músculos, cápsulas e ligamentos, nas quais proporcionam a existência de uma força de transmissão miofascial, de forma contínua. A arquitetura do sistema esquelético proporciona compressão ao complexo miofascial. Por sua vez, o complexo miofascial proporciona tensão oposta ao sistema esquelético, diante disso o sistema neuromusculoesquelético permite manter a integridade global gerando estabilidade auto-organizada, esse avanço na organização corporal adquirido durante o processo evolutivo permite lidar com vários níveis de tensão/compressão com certos graus de flexibilidade e aplicar a transferência de forças de um local para toda estrutura, baseado nesse princípio foi desenvolvida o vestimenta MIG flex ®, trata-se de um exoesqueleto flexível que segue a arquitetura de músculos e conexões fasciais com objetivo de proporcionar um suporte externo ao sistema musculoesquelético de maneira individualizada. Assim, cada criança possui o seu próprio exoesqueleto e esse sofre pequenos ajustes a cada número de sessões e a criança obtêm ganhos de maneira a otimizar a postura, sem restringir o seu movimento, proporcionando ferramentas para melhor lidar com os desafios da tarefa e do ambiente. Há evidências que crianças com TEA, para resolução de tarefas, devido aos comprometimentos na construção do modelo interno (aprendizagem neuro-sensório-motora); dependem muito mais das informações proprioceptivas e táteis do que crianças típicas (MARKO ET AL., 2015). Assim, diante de vários estudos de casos, temos percebido que a MIG flex® consegue proporcional suporte tátil-proprioceptivo e assim, facilitar o processo de normalização de estímulo sensoriais e seus processos na aprendizagem de habilidades tanto motoras finas quanto de habilidades comportamentais e sociais com num ambiente multidisciplinar. De acordo com a literatura, o uso de vestes terapêuticas de compressão em crianças com TEA é muito comum e usada pelos terapeutas para abordar questões de integração sensorial nessa população. Uma pesquisa com terapeutas 3

ocupacionais indicou que 349 (82%) dos 514 usaram ou continuam a usar intervenções com vestes de compressão em crianças com TEA. A compressão produzida pode acalmar essas crianças, fornecendo informações sensoriais para o tálamo e as áreas sensoriais no lobo parietal do córtex cerebral, resultando em maior atenção funcional para produzir atividades mais intencionais (Sterphenson & Carter, 2009). A literatura contemporânea sugere que a aplicação dessas cargas compressivas cargas externas leva a melhorias moderadas nas características do TEA, como estereotipia, atenção e hiperatividade. Além disso, outros estudos, porém com menor grau de evidência, sugerem que vestes compressivas podem modular as respostas sensoriais de entrada durante movimentações funcionais como caminhada para melhorar o controle geral do movimento Olson & Moulton, 2004; VandenBerg, 2001; Collins, Dworkin, 2011; Hodgetts et al., 2011). 4- Treinamento meta-direcionado e baseado na Teoria de Aprendizagem Motora – O treino meta-direcionado faz parte do MIG®, com um treino específico e repetitivo, ou seja, baseado na tarefa que deseja ser treinada com um objetivo funcional. Baseando-se na Teoria da Aprendizagem, as quais as tarefas são treinadas de maneiras específicas e individualizadas e suas demandas de dificuldades aumentam de maneira estruturadas e progressivas, o MIG® está estruturado. Inicialmente, estratifica a tarefa e a treina em ambiente fechado sem muita influência e variabilidade externas. Posteriormente, com o aprendizado da criança; a variabilidade externa da tarefa aumenta, bem como as demandas cognitivas e sensoriais. É importante salientar que essa estruturação do treino e o controle de estímulos são cruciais para o ganho de mobilidade funcional, mudanças nas conexões cerebrais e principalmente na adaptação da criança; visto que a criação de rotinas e horários reduzem o estresse, ansiedade, aumentam a auto-eficácia, auto-estima e aprimoram o bem-estar psicossocial de crianças com TEA (LANG ET AL., 2010; LOCHBAUM & CREWS, 2003; SOWA & MEULENBROEK, 2012). Até mesmo a ansiedade evocada por respostas sensoriais anormais podem ser melhoradas quando crianças são envolvidas em comportamentos e/ou 4

rituais repetitivos (MARCO ET AL., 2013), por isso investimento em técnicas de estruturação de treino no MIG®. 5- Enriquecimento Ambiental - O enriquecimento ambiental também faz parte da Metodologia MIG®. De acordo com Reynolds et al. (2010), o enriquecimento ambiental favorece o processo de neuroplasticidade (mecanismo de compensação neural estimulado pelas mudanças de estímulos ambientais) e proporciona redução nos sintomas de autismo em modelos animais para o TEA. Esse princípio se baseia no fato de enriquecer pelo menos um aspecto do contexto da criança (motor, sensorial, cognitivo ou social), proporcionando exploração ativa e voluntária de um ambiente complexo e variável com alto teor motivacional. Aronoff, Hillyer & Leon (2016) evidenciaram a efetividade do tratamento por enriquecimento de ambiente em crianças com TEA, proporcionando ganhos para uma ampla gama de sintomas nessas crianças, incluindo aprendizado, memória, ansiedade, atenção, habilidades motoras, alimentação, sono, processamento sensorial, autoconsciência, comunicação, habilidades sociais, e comportamentos e mudanças bruscas de humor. Woo & Leon (2013) realizaram um estudo randomizado controlado comparando a utilização de protocolo de estímulo de enriquecimento sensório-motor diário com as crianças com TEA e a não utilização de nenhum elemento de enriquecimento ambiental. Os autores verificaram melhora do nível de severidade pela CARS, melhora da cognição no grupo que realizou o protocolo de enriquecimento ambeinta. O MIG® possui protocolos diários de variação ambiental em todas as terapias multidisciplinares seja por recursos áudio-visuais, seja por recursos olfativos e somatossensorias. Tratamentos por enriquecimento ambiental estruturado não fazem parte de terapias convencionais e ainda são pobremente aplicadas de maneira isolada pelos profissionais. 6- Intensividade de Treino – A intensidade do treino, geralmente são 3-4 horas diárias por tempo determinado além das práticas do home program e school program (extra clínica). Linstead et al. (2017) verificaram que alta intensidade e duração do tratamento foram preditores 5

importantes nos ganhos positivos das variáveis de tratamento, colocando o fator intensividade como um dos principais fatores de sucesso. Outro estudo importante (Virués-Ortega, 2010), realizaram uma meta-análise e verificaram que as melhoras de repostas cognitivas, sensoriais e comportamentais que adveêm principalmente do fator intensividade. A criança deve ser estimulada de diversas maneiras diariamente como forma de retensão de aprendizagem e mudança de comportamento, principalmente nos primeiros anos de vida. Salienta-se que a intensividade deve ser acordada com a equipe terapêutica do paciente a fim de alinhar o que seria ideal entre o estímulo da clínica e o estímulo por orientação parental. 7- Suporte Parental e Home Program e School Program – Landa et al. (2018) e Choppin et al. (2018) salientam a importância crucial do suporte parental de crianças com TEA. Esse suporte, por meio de grupos, e empoderamento de informações e orientação de manejo com o paciente é essencial no tratamento efetivo para TEA para promoverem melhor conexão, vínculo positivo e comunicação com seus filhos; assim integrar a participação familiar no processo é de crucial importância (LANDA ET AL., 2018; CHOPPIN ET AL., 2018). Dar suporte aos pais com apoio psicológico e com informações sobre manejo de comportamento da criança possibilita que os pais aproveitem oportunidades do dia-a-dia para intervir ou auxiliar no processo de intervenção. O alicerce parental do MIG® estrutura-se na utilização do home program e school program por meio da utilização do aplicativo MIG + ® Onde os terapeutas conseguem controlar e direcionar o que os pais e professores devem treinar com a criança em casa ou escola e se realmente estão realizando esse treino e suporte parental de coaching sobre o que fazer em momentos desafiadores da criança. Importante evidenciar que o estudo de Aronoff, HIllyer & Leon (2016) foram baseados em home program em crianças com TEA. Os próprios autores salientam a efetividade do envolvimento dos pais na melhora dos sintomas dos filhos, colocando-os como ativos no processo de tratamento dos filhos. Além disso, o aplicativo pode promover 6

o feedback em vídeos aos pais afim de apoiar uma aprendizagem quanto a interação social e sinais de comunicação igualmente proposto pelo estudo de Linda et al. (2018). Outra aplicabilidade do aplicativo é suporte escolar dessas crianças com TEA, alinhando os objetivos da família e as demandas escolares e de aprendizagem da criança. 8- Técnica de Integração Sensorial e Regulação - Importante salientar que até 95% das crianças com autismo têm anormalidades no processamento sensorial que incluem aumento na busca sensorial, evasão ou respostas diminuídas a alguns estímulos sensoriais e habilidades perceptivas aprimoradas (BEN-SASSON ET AL., 2009). De fato, a reatividade sensorial anormal é incluída nos critérios de diagnóstico atuais do DSM-5 para TEA (APA, 2013). Algumas das anormalidades sensoriais que foram descritos no TEA ocorrem precocemente no processamento sensorial e, portanto, aumentam a possibilidade de que os principais sintomas da TEA possam ser uma resposta à percepção anormal de estímulos sensoriais. Por exemplo, problemas de comunicação e fala podem estar fortemente associadas à falha de percepção audiovisual observada em indivíduos com TEA; sugerindo que problemas sensoriais podem estar subjacentes elementos de sua desordem (KUJALA & LEPISTO, 2014; REYNOLDS, LANE & RICHARDS, 2010). Diferenças em temperamento, personalidade, linguagem e desenvolvimento social em crianças com TEA também parecem estar relacionadas aos seus problemas de sensibilidade a estímulos sensoriais (WIGHAM ET AL., 2015). A técnica de Integração Sensorial se utiliza de modalidades sensoriais para promover auto- regulação, excitação ideal, melhorar a organização comportamental e reduzir a hiperreatividade são altamente recomendadas para crianças com TEA (CASE-SMITH ET AL., 2015; LA GASSE, 2019). As revisões sistemáticas de Case-Smith & Fristad (2015) e Schoen et al. (2019) evidenciaram a importância dessas intervenções e a técnica de Integração Sensorial possui os critérios de intervenção baseada em evidência. 7

9- Intervenção na comunicação e linguagem – Duas técnicas evidenciads na literatura são utilizadas no MIG®: a técnicas de promoção de interação social e comunicação, mesmo que alternativa para crianças com TEA. Sabe-se que 25 a 30% das crianças com autismo não conseguem adquirir o discurso sem direta intervenção. A linguagem é a base de alicerce da interação social bem-sucedida e permite que as crianças comuniquem suas necessidades e influenciem o ambiente em que vivem. A formação de vínculo e a conexão entre as pessoas dependem da capacidade de se comunicar e influenciam diretamente na formação psicológica e comportamental. A linguagem contribui para o engajamento com o ambiente, melhorando as dificuldades educativas e diminuindo a probabilidade de isolamento social. As habilidades de comunicação estão relacionadas a resultados positivos entre os indivíduos com TEA, maior capacidade de comunicação têm sido associados a maior probabilidade em estar empregado, matriculamento universitário e vida independente. Howlin et al. (2004) avaliaram os desfechos adultos de 68 crianças com TEA e constataram que a maioria dos participantes (83%) teve a habilidade lingüística bem abaixo daqueles considerados típicos. Estes indivíduos demonstraram fraca capacidade de comunicação, comportamentos estereotipados, e interesses circunscritos, e maior dependência dos membros da família e apoio à Serviços. Além disso, poucos desses participantes tiveram amigos e vida social, informações obtidas entrevistas, e poucos estavam em emprego permanente. Assim, enfatizam que a capacidade de falar, mesmo algumas palavras, nesta população é o \"único mais importante preditor de desfechos positivos, como redução de sintomas relacionados ao autismo e aumento da socialização nos últimos anos\". Além disso, indivíduos com TEA que possuem maior comprometimento de fala possuem baixos escores de QI, habilidades de socialização fracas, diminuição da motivação para se comunicar, déficits na atenção conjunta e atrasos motores. Igualmente, indivíduos que exibem atrasos na linguagem também não conseguem se orientar mediante a fala de seus próprios nomes e isso indica um déficit mais amplo em reciprocidade social e motivação; refletindo assim, uma 8

estreita relação entre habilidades sociais e a habilidade de comunicação. Assim, as habilidades verbais são um significativo preditor do desenvolvimento das relações adaptativas e sociais de um indívíduo. Quando uma criança é incapaz de falar, sua capacidade de articular suas necessidades, interagir no ambiente, e beneficiar da educação é negativamente impactados. Os défictes linguísticos também estão associados ajustamento comportamental deficiente, com estimativas de que 31% – 73% ou 40% – 90% de crianças pequenas com déficits linguísticos podem demonstrar dificuldades comportamentais comórbidas. Tais problemas comportamentais, associados ao atraso da linguagem, parecem persisitir desde a infância, adolescência e idade adulta. Assim, é importante atuar preocemente com a Fonoaudiologia na criança com TEA é de fundamental importância. Para isso, tecnicas envolvendo comunicação alternativa e símbolos utilizando de todos os recursos de atividades interativas para promover a comunicação social como Landa et al. (2020) porpoem. Ainda como auxiliar nesse processo, a Musicoterapia igualmente entra no escopo de atividades propostas no MIG®. a Musicoterapia é uma das técnicas terapêuticas com evidências científicas que favorecem a criança com TEA a melhorar suas habilidades sociais, de comunicação verbal e reciprocidade sócio-emocional. Há uma revisão da Cochrane de Gerestsegger et al. (2014), uma das mais reconhecidas plataformas de evidência científica, afirmando a importância da musicoterapia como terapia aliada a equipe multidisciplinar. De acordo com os autores, crianças com TEA que submetem ao tratamento complementar da musicoterapia auxilia na melhora das habilidades de comunicação não-verbal dentro do contexto terapêutico. Adicionalmente, em áreas secundárias de desfecho, a terapia musical pode contribuir para aumentar as habilidades de adaptação social em crianças com TEA e a promover a qualidade das relações entre pais e filhos. Acredita-se que a linguagem não-verbal, por meio da música, permite à criança a acessar suas experiências pre-verbais e interagindo com pessoas verbais, não utilizando palavras propriamente ditas; mas permite em que todos se engajem em um nível emocional, orientado para o relacionamento e 9

vínculo social e emotivo. Além disso, ouvir e selecionar música envolvem um processo interativo de significado individual para aquela criança e aquela família. (Gerestsegger et al. (2014). 10-Terapia Comportamental - Uma das características diagnósticas principais para TEA é o comprometimento nas habilidades sociais (interação social recíproca), comportamente repetitivo e estereotipado (dificuldade de transição, pnesamento literal, interesse restritos) e dificuldades em habilidades adaptativas (habilidades de vida, solução de problema, fazer escolhas). Além disso, há outras demandas que exigem intervenção como ansiedade, distúrbios do sono e da alimentação, transtornos de comportamento e temperamento; potencial agressão dirigida a outros ou a si mesmo. Na literatura, há ainda várias divergências sobre qual o melhor tratamento ccomportamental para crianças com TEA. Atualmente, o MIG® segue duas linhas que são mais bem evidenciadas de resultados: Estruturação do treino intensivo, organizado, como prática repetitiva e as tentativas são em ambientes fechados. Essa linha parece possuir um melhor efeito em crianças mais graves e mais velhas. As vantagens são a alta aquisição de comportamentos e a facilidade de coleta e monitoramento estruturado das tarefas. Nesse caso, essa linha terapia parece ser importante para alguns pacientes e famílias que se beneficiam mais com estruturação de treino comportamental. A segunda linha que o MIG segue é a que estabelece uma aprendizagem em ambiente mais aberto, e o reforço tem relação com a tarefa e com o brincar da criança e direcionado às necessidades da criança, os pais e cuidadores são mais envolvidos nesse processo visto que a aprendizagem são oportunadas ao longo do dia da criança. Sabe-se que sá a primeira linha de tratamento estruturado não possui alta evidência científica principalmente em crianças mais novas e moderadas e leves; baseando- se na revisão sistemática de maior impacto (Chrocane) na literatura científica (Green & Garg, 2018). A literatura recente recomenda que haja uma interação entre as duas linhas. 10

De acordo com Chapin et al. (2018), as intervenções de maiores sucessos em crianças com TEA pre-escolares, se baseiam em 5 pilares: 1- Terapia que promovam conexão de amizade, e sensibilização de vínculo entre pares; ou seja, terapia em grupos são importantes, com a mediação da Psicologia tanto em sessões individuais como em grupo 2- Utilizar de atividades funcionais e de significado para a criança, que sejam de interesse pessoal e individual para cada criança; 3-Apoio a comunicação alternativa em todas as atividades da criança - esse suporte deve ser efetuado conjuntamente com o Terapeuta Ocupacional e com o Fonoaudiólogo. 4- Utilizar de atividades interativas para facilitar a comunicação social, como a utilização da Musicoterapia 5- Utilização de suporte para pais promoverem melhor conexão, vínculo positivo e comunicação com seus filhos; assim integrar a participação familiar no processo é de crucial importância com a utilização do aplicativo MIG +. Acreditamos que terapias convencionais isoladas não podem alcançar esses alicerces. Somente um programa integrado específico para TEA como o MIG®, envolvendo diferentes profissionais visando objetivos funcionais e específicos para uma determinada criança e família; e dando suporte aos pais e cuidadores podem oferecer o melhor tratamento com evidência científica e ainda, com melhores resultados no bem-estar social, na diminuição do estresse e ansiedade, aumento da auto-estima, e ainda favorecem a diminuição de movimentos estereotipados com melhora da atenção, desempenho de tarefas cognitivas, habilidades de comunicação e diminuição de comportamentos auto-prejudiciais. Salienta-se também que o MIG ® possui o Studio MIG ® que é dotado de ambientes e elementos que são feitos de maneira que intencionalmente se interliguem, novamente respeitando o princípio de enriquecimento e variação ambiental e práticas estruturadas de aprendizagem motora: - Sala Fisioterapia/Fitnnes Esteira, bicicleta, plataforma vibratória, pesos, bolas suíças, equipamentos específicos e rolos para alongamentos ativos podem alcançar o objetivo funcional desejada pela família. A melhora da estrutura e da função corporal acontece através do ganho de força muscular, amplitude de movimento, diminuição do peso corporal, ganho de capacidade aeróbica e resistência. A atividade física, ou treino de habilidades funcionais, por si só, sendo ela estruturada 11

ou não, já foi evidenciada como um método eficaz, em crianças com TEA, na melhora da capacidade aeróbica, aumento de força, melhora do controle motor e aptidão geral, e ainda secundariamente no bem-estar social, na diminuição do estresse e diminuição de movimentos estereotipados com melhora no desempenho de tarefas cognitivas, habilidades de comunicação (CAMPOS ET AL., 2019). - Salas de Instabilidade Controlada e sala de Controle Estimulatório - Espaços de imersão de diversos contextos que proporciona níveis de variação ambiental e de experiências sendo controlado o nível de exposição de variabilidade e intensidade de estímulos à essa criança. A proposta é aumentar o nível de variação ambiental e demandas sensórias, com intuito de desafiar os vários sistemas aferentes (vestibular, proprioceptivos, tátil e visual). Sala de controle estimulatório – neutra, 1 paciente para 100% de assistência terapêutica - treinamento de novas habilidades e sala de instabilidade controlada - distratores, 1 paciente para 50% de assistência terapêutica - treinamento de semi-independência. - Sala de fixação. Ambiente no qual a criança brinca e realiza suas atividades sozinha, o terapeuta fica do lado de fora monitorando a execução das tarefas através de uma televisão ou janela com bloqueio interno. Uso de distratores, 1 paciente para 0% de assistência terapêtica – Treinamento de independência. - Ginásio de Integração Sensorial e Regras Sociais - Arena com equipamentos de Integração Sensorial com o intuito de trabalhar as demandas sensoriais e os distúrbios de modulação sensorial ou algum tipo de desordem ao nível do processamento sensorial. Essa areana composta de gaiolas interligadas permite também suporte e utilização dos equipamentos de bloqueio visual parcial ou total de territórios, em razão disso, pode ser trabalhado desenvolvimento de habilidades e competências entre duas ou mais crianças de maneira estruturada tendo no início o afastamento entre elas e ao final a aproximação com limites executivos. Uso de distratores, 2 ou mais pacientes, treinamento de independência social, assistência de 50% de assistência até 0% de assistência. 12

- Espaço MIGflex ® - montagem e colocação individual do exoesqueleto e realização de ajustes (calibração e alinhamento). A utilização da MIGflex® permite o ganho de estabilidade corporal, facilitação de movimentos corporais e maior independência para a realização de atividades funcionais. - Sala de musicoterapia. Ambiente que permite facilitar a comunicação e socialização através de estímulos sonoros, ritmicos e gestuais - Sala de proteção. Espaço destinado ao controle de crises de agitação psicomotora. Salienta-se que o Studio MIG ® é dotado de ambientes e elementos que são feitos de maneira que intencionalmente se interliguem, novamente respeitando o princípio de enriquecimento e variação ambiental e práticas estruturadas de aprendizagem motora. Todas as clínicas credenciadas com a Metodologia MIG® possuem obrigatoriedade em ter todos os espaços preparados para os procedimentos evidenciados na literatura como foram relatadas, bem como todos os profissionais passam por cursos e são habilitados em tais técnicas, sob pena de exclusão de credenciamento. A Treini Biotecnologia® igualmente acompanha e fiscaliza as avaliações, programas de tratamento e anualmente propõe atualização às clínicas, sempre trazendo técnicas e novas evidências científicas. O Método MIG® foi fundamentado nas principais práticas de altas evidências científicas atualizadas, testadas e amplamente referenciadas em crianças com TEA. A prática centrada na família, o treinamento de atividades de automanutenção, autocuidado, a facilitação da inclusão social e escolar, a variabilidade e enriquecimento ambiental, o programa domiciliar estruturado (Home Program e School program), o uso de técnicas para reorganizar o processamento sensorial e os comportamentos motores e o ajuste no sistema neuro- musculoesquelético são elementos fundamentais na aplicação da metodologia MIG®. Nenhuma outra metodologia ABA, DENVER OU TEACCH possui os procedimentos encontrados no Método de Integração Global (MIG ®), a saber: 13

1) Stúdio MIG – painel, pranchas e placas de fluxograma, sala de controle estimulatório, sala de instabilitade controlada, sala de fixação, arena de integração sensorial e regras sociais, musicoterapia, fisioterapia/fitnnes e sala de proteção. 2) Aplicativo MIG ® - programa domiciliar e escolar – supervisão profissional 3) MIG Flex (Exoesqueleto) 4) Equipe multidisciplinar treinada nos vários pilares científicos que fundamentam a metodologia. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS E LITERATURA RECOMENDADA APA. American Psychiatric Association, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, American Psychiatric Association, Washington, DC, USA, 5th edition, 2013. Aronoff E, Hillyer R, Leon M. Environmental Enrichment Therapy for Autism: Outcomes with Increased Access.Neural Plast. 2016;2016:2734915. Epub 2016 Sep 18. Ben-Sasson, A., L. Hen, R. Fluss, S. A. Cermak, B. Engel-Yeger, and E. Gal, “A meta-analysis of sensory modulation symptoms in individuals with autism spectrum disorders,” Journal of Autism and Developmental Disorders, vol. 39, no. 1, pp. 1–11, 2009. Campos et al. (2019): Exploring the Role of Physiotherapists in the Care of Children with Autism Spectrum Disorder, Physical &Occupational Therapy In Pediatrics, DOI: 10.1080/01942638.2019.1585405 Esposito G, Venuti P, Apicella F, Muratori F. Analysis of unsupportedgait in toddlers with autism. Brain Dev. 2011;33(5):367-373. Gallese V, Keysers C, Rizzolatti G. A unifying view of the basis of social cognition. Trends Cogn Sci 2004; 8: 396–403. Gidley Larson JC, Bastian AJ, Donchin O, 14

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