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Histórias Sentidas (excerto)

Published by D'Almeida ©, 2017-07-03 04:38:15

Description: Editor: Edição de Autor * Autor: Maria Fernanda Gonçalves Tia © * Capa: D'Almeida Ateliê © Foto Diva Almeida © D'Al Art Photo © * Paginação, arte final, impressão e acabamento: D'Almeida Ateliê

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HISTÓSReInAtSidas





Ficha Técnica Título Original Histórias Sentidas AutoraMaria Fernanda Gonçalves Revisão Pela Autora Capa D’Almeida AteliêImpressão e Acabamento D’Almeida Ateliê Edição de Autor Maio 2016

HISTÓSReInAtSidasS



Índice 9 12A partida 14Gostou do desafio 18Tudo é possível 20Mentira 222011 = A Crise 24Nasce o sol… começa o dia!... 28Os pensamentos da avó Celeste 32O Padre Abel 36Quando o pensamento é feitiço… 40Um passeio de saudade 42Os bancos da praça 44O labirinto da vida 47A esperança não morre 70O Vendaval 74Quando o sonho voa… 76O tempo que resta… 82O entardecer do destino… 85E tem de ser assim? 86O que é isto? 89O Sol brincalhão 91Balanço à vida 93Oração do Santo que não há… 95Recordo a Nazaré… 97O tempo que passa!!! 99Terra virgem 101Imaginação 103Filosofias do Tio Belmiro 105O cisne 107Começa a manhã 109O sonho 111O passeio 113O sono que não vem…E o futuro aconteceu

Trilogia 118Matilde 121Entre o sonho e a realidade 123Desejos 125Descendo a serra 127Mais um dia… 129Hoje apetece… 131Dia da Mãe 133Os três Mandamentos… 135A solidão 138O que falta? 140O dilema 142Lucas 144O bichano 146Reflectindo… 147A amizade 149Só 152Rosinha!... 153Reflectindo 155As confissões da Joana 157Regresso 159A avó rezingona 163O Canto da Sereia 167A força do querer 169Regresso 171As recordações de Emília 173Uma volta ao tempo que passa 175Recordar 177O sino da aldeia 179Eu e o passado tão presente 181As recordações de Camila 184

Dedicatória Aos amigos pela disponibilidade e incentivo onde busco aousadia de pôr no papel os devaneios que o sonho permite eos desabafos que a alma liberta. Aos familiares pela paciência com que acompanham ociclo ambicioso que me leva a escrever. Não sou nem quero ser uma escritora pretensiosa e muitomenos uma pretensiosa escritora. Alinhavo umas letras que saem palavras, abro os espíritosà magia duma leitura que pode ou não tocar a sensibilidadede alguém. Aos 88 anos calam fundo as críticas apenas simpáticas oua sinceridade duma aceitação positiva. É a vida nas suas fases boas ou más que tento retractarnos contos e reflexões que, teimosamente, volto a entregar àVossa generosidade.



A partida I – Um dia, sentada na soalheira da porta olhava o céu quelhe parecia uma linda estampa polvilhada de brilhantes espa-lhados num manto que – imaginava ela – iria envolver o seucorpo, quando chegasse a hora de adormecer. Sentiu a azáfama da mãe na cozinha e intimamente sentiua revolta invadir a sua mente: a cozinha, as panelas e os tachosseriam os horizontes a que podia aspirar. Foi para a cama e o sono não chegou. Tanta coisa passou no seu pensamento e apenas uma delasse manteve colada à sua mente!... Tinha que sair para descobertas que na sua terra e no seioda família nunca iriam materializar-se. – Saiu cedo do quarto logo que a manhã rompeu. – Dispôs-se a enfrentar os pais. Calma e serena mas determinada, comunicou-lhes que nes-se mesmo dia partia para Lisboa ao encontro de uma amiga quelhe prometera um lugar de acompanhante de um paraplégico. Não sabia o que ia encontrar mas bastava-lhe saber queera uma possibilidade de trabalho e outros voos. Ia conhecer arealidade que a esperava. Os pais consternados com a rebeldia e preocupados com aaventura que lhes parecia sem futuro, tentaram demovê-la. Nada foi suficiente para alterar a vontade de mudança quevingou forte e resoluta na sua determinação. – Foi. Voltou no outro dia entusiasmada e esfusiante. Era ofuturo, era uma vida nova!... Passados os dias de preparativos sempre a ouvir as queixase recriminações, partiu. |9|

– Os primeiros dias foram de reflexão e a adaptação aoambiente de mudança que sentiu à sua volta. Tudo era diferente da pacatez da sua terrinha perdida nomeio da serra. – Não mais o coaxar das rãs nas noites de verão. – Não mais o pipilar dos passarinhos a dar os bons dias. – Não mais o copo de leite fresco e o pãozinho saído doforno, tomado na soleira da porta. – Não mais a aragem fresca e suave que batia no rosto e aacordava definitivamente. Agora tudo era barulho e movimento… Atordoada procura-va serenar e aceitar a realidade. O doente que a esperava tinha apenas 16 anos. Uma brincadeira de adolescente correu mal e o acidenteaconteceu. Numa tempestade de emoções aquele jovem debatia-seentre a esperança e o desespero. Confinado à realidade duma cadeira de rodas, os horizon-tes limitados aos muros do jardim, o sol mesmo a brilhar era“magro e sombrio”; o dia a palpitar de bulício… era o “infernoaterrador”. A revolta era patente em todas as palavras em todos osgestos. Susana temeu não ser capaz de apaziguar aquele adoles-cente revoltado, descrente, agressivo e desorientado. Começou por aceitar com naturalidade aquelas manifesta-ções destrambelhadas e às vezes até desproporcionadas eofensivas. Cedo percebeu que o desconcertava quando num simplesmas bem vincado olhar mostrava o quanto estava magoada. Aprendeu a linguagem do olhar a que ele parecia ser sensível. | 10 |

Quantas vezes um simples olhar susteve um gesto ou umapalavra mais amarga. Afinal ela própria estava a aprender, a sentir e a lidar com asituação que se descobria a cada momento. | 11 |


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