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O_MENINO_DO_DINHEIRO_AÇAO_ENTRE_AMIGOS

Published by Tecnologia da Informação - DSOP, 2020-09-28 15:26:29

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Reinaldo Domingos Ação Entre Amigos DE ACORDO COM A EDUCAPÇAÃROA FCIRNIAANNCÇEAISRA Adaptação Infantil: Simone Paulino Ilustrações: Ariel Fajtlowicz

Reinaldo Domingos Ação Entre Amigos EXEMPLMAAIRSESDEVE30NDIMIDLOS

Sobre a coleção: A coleção O Menino do Dinheiro é uma adaptação infantil, embasada na Metodologia DSOP, concebida pelo mestre, educador e terapeuta financeiro Reinaldo Domingos. O material paradidático é composto por seis obras que abordam temas como Família, Diversidade, Sustentabilidade, Empreendedorismo, Autonomia e Cidadania e podem ser usados paralelamente à Coleção DSOP de Educação Financeira para o Ensino Básico – obra didática que contém 15 livros do aluno e 15 livros do professor. Além dos livros, as instituições de ensino que adotam o Programa DSOP de Educação Financeira nas Escolas recebem capacitação pedagógica, workshop de Educação Financeira para os professores e palestra de sensibilização para os pais e a comunidade. Além disso, alunos, pais, professores e gestores têm acesso aos conteúdos exclusivos do Portal Escolas (portalescolas.dsop.com.br), que contém planos de aula, atividades interativas (games) e vídeos. Para mais informações, acesse www.dsop.com.br/escolas ou procure um franqueado de sua região consultando o nosso site oficial www.dsop.com.br/franquia.

Empreender para realizar sonhos... Neste terceiro livro da série, o Menino do Dinheiro e sua turma se unem para enfrentar novos desafios. Mais um ano se inicia na cidade de Casa Branca. Na casa do Menino do Dinheiro, os valores familiares se renovam com a chegada de mais um membro. Na escola, ele reencontra seu amigo Gastão e conhece Vitória, uma menina de cabelos castanhos e covinhas nas bochechas. Unidos, os três passam a enfrentar os desafios da vida. Gastão tem um problema sem jeito que o deixa triste. Vitória sofre um pequeno acidente e precisa encontrar uma maneira de se recuperar. O Menino do Dinheiro, por sua vez, reúne os colegas e decide bolar um plano nota dez para ajudá-los. Em sala de aula, as lições do professor Reimoney ensinam a turma a colocar ideias em prática e transformá-las em projetos de empreendimento. O Menino do Dinheiro mantém sua missão de disseminar a Metodologia DSOP a todos. Vitória tenta repassar para sua mãe essa fórmula mágica que poderá transformar a saúde financeira de sua casa. Gastão descobre que, mesmo tendo dinheiro, existem sonhos que não podem ser comprados. Juntos, os três acabam promovendo uma verdadeira ação entre amigos.

©Editora DSOP, 2016 1ª Edição 2012 ©Reinaldo Domingos, 2012 3ª Reimpressão 2016 Presidente Todos os direitos desta edição são Reinaldo Domingos reservados à Editora DSOP Editora de texto Av. Paulista, 726 – Cj. 1210 – 12º andar Renata de Sá Bela Vista – CEP 01310-910 – São Paulo – SP Tel.: 11 3177.7800 Editora de arte www.editoradsop.com.br Christine Baptista Produção editorial Amanda Torres Ilustração Ariel Fajtlowicz Revisão Daniel Febba Sandra Spada Impressão Intergraf Indústria Gráfica Eireli Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Domingos, Reinaldo O menino do dinheiro : ação entre amigos / Reinaldo Domingos ; adaptação infantil Simone Paulino ; ilustração Ariel Fajtlowicz. -- São Paulo : DSOP Educação Financeira, 2012. ISBN 978-85-63680-29-7 1. Dinheiro - Literatura infantojuvenil 2. Finanças - Literatura infantojuvenil I. Paulino, Simone. II. Fajtlowicz, Ariel. III. Título. 12-05779 CDD-028.5 Índices para catálogo sistemático: 1. Educação financeira : Literatura infantil 028.5 2. Educação financeira : Literatura infantojuvenil 028.5

Sumário Uma grande novidade.................................... 7 Quem somos nós? ........................................... 15 As boas ideias.................................................. 21 Um problema sem jeito.................................... 27 Um lugar no mundo ........................................... 31 Um plano nota dez ........................................... 35 A fórmula mágica ........................................... 41 A missão secreta............................................. 47 Palavra de honra............................................. 51 Espelho, espelho meu... ................................... 55 Desistir é para os fracos................................. 61 Chamada oral .................................................... 67 As melhores coisas do mundo ....................... 73 Lágrimas de alegria ......................................... 77 Especial de um jeito diferente....................... 81



Uma grande novidade Na pequena cidade de Casa Branca, as crianças aproveitavam ao máximo o fi- nalzinho das férias de janeiro, enquanto seus pais saíam para trabalhar e garantir o sustento de suas casas. O Menino do Dinheiro, sempre com um sorriso pendurado no rosto, passeava pelas calçadas do bairro em que morava pedalando uma linda bicicleta que havia ganhado de presente de aniversário. Ele estava ansioso para a volta às aulas. Sentia saudades das lições do profes- sor Reimoney, das travessuras do seu amigo Gastão e das aulas de Arte da dona Constância. Já havia preparado o uniforme e todo o seu material escolar. Sabia que, dali a poucos dias, estaria novamente na sala de aula aprendendo coisas novas, conhecendo outros professores e reencontrando os colegas. Não via a hora de contar a todos uma grande novidade! 7

Reinaldo Domingos O coração do Menino do Dinheiro saltava de alegria ao pensar nas coisas boas que lhe aconteceram nos últimos tempos: aprendeu a poupar suas moedas e a cuidar de seus porquinhos; teve a felicidade de conhecer o professor Reimoney, que lhe contou sobre a Metodologia DSOP; passou a ganhar uma mesada de sua mãe; ensinou seu pai a viver com menos do que ele ganhava; curtiu as férias com a tão sonhada bicicleta que recebeu de presente no seu aniversário; e, para completar, estava radiante com uma grande notícia que iria mudar para sempre sua vida. A semana passou voando e, finalmente, chegou a tão esperada segunda-feira. A tarde estava chuvosa e o Menino do Dinheiro andava pelos corredores da escola procurando sua sala quando avistou Gastão. Ele parecia também perdido no meio de toda aquela confusão de novos alunos e horários do primeiro dia de aula. – Gastão! Que bom reencontrar você, cara! Como foram suas férias? – Eu viajei com o meu pai. A gente ficou uns dias na praia e eu aprendi a surfar! Foi muito legal! E você, o que fez? – Eu fiquei em casa mesmo. Aproveitei o tempo para curtir minha bicicleta e aprendi a pular obstáculos com ela. – Que legal! Quero aprender também. – Ah, sim... Tenho uma grande novidade para contar... Justo naquele momento, a conversa foi interrompida por dona Constância que orientou os garotos a entrar na segunda sala à esquerda, onde encontrariam a professora Socorro iniciando os trabalhos com a turma. Os dois seguiram para a aula. O Menino do Dinheiro estava louco para contar a boa-nova ao amigo, que havia ficado muito curioso. No entanto, teriam de esperar o fim da aula para colocar o papo em dia, pois, naquele momento, a tarefa de classe era mais importante. Dona Socorro dava as boas-vindas à turma: – Boa tarde, pessoal! Bem-vindos de volta à escola! Para quem ainda não me conhece, meu nome é Socorro e este ano eu vou ensinar a vocês Português e Redação. 8

O Menino do Dinheiro - Ação Entre Amigos E continuou: –­ Peguem seus cadernos, pois nossa primeira atividade de produção de texto vai começar já. Quero que escrevam, em vinte linhas, uma redação com o tema “Quem sou eu?”. Dessa maneira, eu posso saber um pouquinho mais sobre vocês. Vamos lá, mãos à obra! 9

Reinaldo Domingos O Menino do Dinheiro coçou a cabeça e pensou que vinte linhas eram pouco espaço para tantas coisas que ele diria à sua nova professora. De repente, reparou na menina de cabelos castanhos, cacheados, sentada ao seu lado. Ela tinha uns buraquinhos engraçados nas bochechas, que só apareciam quando ela sorria. A garota estava com o dedo levantado, pois tinha uma pergunta a fazer para a professora: – Dona Socorro, e se a gente ainda não souber quem a gente é? O que devemos escrever para encher essas vinte linhas? – Como você se chama, querida? – quis saber a professora. – Eu me chamo Vitória – respondeu a menina. – Vitória, não é tão complicado assim. Fale-me de você, dos seus sonhos, do que gosta de fazer para se divertir. A turma finalmente ficou em silêncio e o Menino do Dinheiro começou a fazer sua tarefa:

O Menino do Dinheiro - Ação Entre Amigos Querida Professora, Eu me chamo Reinaldo. Quando nasci, eu era comprido, feio e tinha icterícia, uma doença estranha que deixa a gente com a cara amarela. Desde pequeno, sempre gostei de brincar no quintal e me divertia comprando balas e sorvetes numa barraquinha perto de casa. Nesse tempo as pessoas me chamavam de Reinaldinho. Quando eu completei quatro anos, minha mãe me deu um porquinho e eu passei a colocar moedas dentro dele. Aprendi que se eu gastasse menos na barraquinha de doces e juntasse as moedinhas por um tempo, eu poderia realizar um desejo. Depois que eu descobri isso, comecei a encher mais porquinhos para juntar mais moedas e realizar sonhos cada vez maiores. Foi assim que eu fiquei conhecido como o Menino do Dinheiro. No ano passado, eu conheci um professor que tem o mesmo nome que o meu, Reinaldo. O apelido dele é Reimoney, e ele me ensinou uma fórmula mágica que ajuda as pessoas a organizar o dinheiro delas para realizar sonhos. É uma metodologia chamada DSOP que significa: Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar. Essas quatro palavrinhas mudaram a vida da minha família e eu conto pra todo mundo esse segredo, pois assim mais pessoas vão poder realizar os sonhos delas. Minha mãe conta que eu sempre fui da pá virada e que, desde pequeno, não descansava enquanto não conseguia as coisas que eu queria. Eu acho que ela tem toda razão! 11

Reinaldo Domingos O Menino do Dinheiro olhava para os lados e via os coleguinhas debruçados sobre seus cadernos, cada um contando a sua história. Todos estavam concentrados na tarefa, menos a menina Vitória, que parecia pensativa e não tinha escrito nenhuma linha da sua redação. Ao final da aula, dona Socorro explicou aos alunos que eles receberiam os livros didáticos que a turma usaria durante todo o ano. – Tomem muito cuidado, pois estes livros devem ser devolvidos para que outras crianças possam utilizá-los nos próximos anos. Cada aluno que entregava sua redação retirava um livro e saía da sala. Dona Socorro continuava recomendando carinho e zelo pelo material escolar que era distribuido. Ela alertava que, em caso de perder ou estragar o livro, o aluno teria de comprar um exemplar novo para repor o anterior. Vitória estava triste, pois não tinha conseguido fazer sua redação e pediu à professora que lhe deixasse terminar em casa. Dona Socorro acalmou a menina e permitiu que ela entregasse o trabalho na aula seguinte. Ao ouvirem o sinal que indicava o fim da aula, os alunos foram todos para a quadra. Aquela era uma das melhores horas do dia: a hora do recreio. Perto da cantina, o Menino do Dinheiro se aproximou de Gastão para continuar o assunto de que falavam antes da aula: a tal grande novidade que o deixara tão contente e eufórico. No melhor da conversa, os dois foram novamente interrompidos por um grande barulho seguido de uma confusão no pátio. Correram para ver o que acontecia e perceberam que sua nova colega de sala estava caída no chão. Vitória não havia percebido que havia uma pequena poça de água próxima a uma das árvores. A menina havia escorregado e caído. As crianças ao redor riam, outras tentavam ajudá-la. Seu uniforme estava encharcado e o material escolar que segurava parecia ter sido mergulhado dentro de um pote de sopa de lama. Gastão e o Menino do Dinheiro ajudaram Vitória a se levantar e tentaram, em vão, enxugar e limpar suas coisas. A menina viu o estrago feito no caderno novo, comprado com muito esforço por sua mãe, e no livro, sobre o qual a professora Socorro tinha feito tantas recomendações. 12

O Menino do Dinheiro e Gastão não sabiam o que fazer para ajudar a garota que chorava mais do que a chuva que havia caído horas antes sobre a cidade. Os tais buraquinhos das bochechas de Vitória haviam sumido e dado lugar a uma tristeza sem fim que transparecia em seus olhos. Ela sabia que seus pais não teriam condições de comprar um novo material escolar tão cedo e, desolada, contou aos dois novos amigos que sua família estava passando por um momento de dificuldade. Então, o Menino do Dinheiro prometeu que a ajudaria a resolver o problema. Ele não sabia ainda como ia fazer isso, mas pediu a ela que confiasse nele. O Menino do Dinheiro faria qualquer coisa para ver novamente aquelas duas covinhas se abrirem nas bochechas da pequena Vitória.

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somQousemnós? A caminho de casa, Vitória ia pensando em como contar à sua mãe tudo o que lhe havia acontecido. Chorosa, a menina se perguntava por que seu dia tinha sido tão ruim. Ela havia esperado pelo início das aulas com tanta expectativa e, no fim das con- tas, fora tudo, literalmente, por água abaixo. Dona Eficácia, mãe de Vitória, estava sentada trabalhando em sua máquina de costura quando viu a filha entrar em casa com o olhar tristonho. – Como foi o primeiro dia de aula, pequena? – quis saber dona Eficácia. – Ah, mãe, você nem vai querer saber! – respondeu a menina com ar de muxoxo. – O que houve, filha? Venha, sente-se aqui e me conte o que aconteceu – dona Eficácia puxou uma cadeira para que Vitória sentasse ao seu lado. – Pra começar, eu não sei quem sou eu! – disse a menina com expressão aflita. – Como assim? Explique melhor – pediu a mãe. – Hoje a professora Socorro pediu uma redação com o tema: “Quem sou eu?”. Na minha classe, todo mundo escreveu vinte linhas sobre isso, menos eu. Será que todos os meus colegas sabem explicar quem eles são e eu não sei? – indagou a menina. – Oh minha pequena, esse não é um tema tão fácil assim. É normal que você tenha tido dificuldade. Nós descobrimos aos poucos quem somos, até porque a gente muda um pouquinho com o que vivemos e aprendemos todos os dias – disse a mãe, tentando acalmar o coração da filha.

Reinaldo Domingos – E como faz para descobrir, mãe? – perguntou a menina. – A vida sempre nos propõe desafios, e a maneira como cada um de nós reage a eles vai definir quem a gente é – explicou dona Eficácia. Vitória continuou cabisbaixa e pensativa. Sua mãe quis saber o que mais afligia a menina, que então respirou fundo e lhe estendeu o livro e o caderno ainda úmidos e sujos. – Vitória, o que aconteceu com o seu material escolar? – quis saber a costureira. – Pois é, mãe. Eu inventei de levar meu material comigo para o recreio. A quadra estava molhada e eu escorreguei e caí no chão. Todo mundo ficou rindo de mim. Ai, mãe, hoje foi um dia horrível. Eu não devia ter levantado da cama nem saído de casa – disse a menina. – Não diga isso, filha. Levantar da cama todos os dias e enfrentar a vida é uma felicidade, por mais que as coisas pareçam difíceis. Lembra do que lhe falei sobre desafios? – perguntou a mãe. – Eu me lembro – respondeu a menina desanimadamente. 16

O Menino do Dinheiro - Ação Entre Amigos – Pois então! Criança também tem os seus desafios para enfrentar. Esse foi um desafio que a vida colocou no seu dia de hoje. A maneira como você vai reagir a ele vai revelar um pouquinho de quem você é – ensinou dona Eficácia. – E como eu vou reagir a esse problema, mãe? – perguntou Vitória ainda confusa. – Eu não sei, filha. Mas, acredite, a resposta está dentro de você. Vá tomar um banho, depois jantamos e, enquanto isso, vamos juntas pensar em como resolver essa questão, está bem? Vitória passou um longo tempo em frente ao espelho, antes de ir para o chuveiro, pensando em tudo o que sua mãe havia lhe dito. A vida havia lançado a ela um desafio do qual não podia fugir. Queria enfrentá-lo e ser valente diante dos problemas, mas o seu coração estava pequeno, apertado e doía. – Quem sou eu? – perguntou ao espelho. Em sua cabeça só vinha um pensamento: era uma menina sem livro, sem cadernos e sem respostas para suas perguntas. 17

Reinaldo Domingos No bairro vizinho, o Menino do Dinheiro também estava pensativo. Havia prometido à sua nova colega de sala que iria ajudá-la, e, depois do jantar, conversando com a mãe, uma boa ideia lhe ocorreu: – Mãe, eu quero abrir o meu porquinho – disse o menino. – Por que, filho? Ele ainda não está cheio. – Bem, eu sei que só devo abri-lo quando estiver completo, mas tenho um bom motivo para quebrar essa regra. O Menino do Dinheiro contou à dona Previdência todo o drama que sua amiguinha Vitória estava passando e concluiu dizendo que as moedas de seu porquinho talvez fossem suficientes para comprar um livro novo para a menina. – Filho, esse caso é realmente uma emergência, você tem toda razão! Um dos motivos pelos quais a gente poupa dinheiro é justamente para usá-lo quando surge uma necessidade. E a gente deve mesmo ajudar as pessoas quando elas estão em dificuldade. Fico orgulhosa com a sua generosidade! – Então, amanhã, antes de ir à escola, vou passar na livraria pra comprar o livro da minha amiga – disse o Menino do Dinheiro. A mãe assentiu com a cabeça e o garoto já ia saindo da sala quando voltou e quis saber uma última coisa: – A minha amiga tem uns buraquinhos nas bochechas que só aparecem quando ela sorri. Isso é normal? Achei tão engraçado – contou. – Sim, filho. São as covinhas – explicou a mãe. – Covinhas? – repetiu o menino. – Sim. São buraquinhos nas bochechas ou no queixo que surgem no rosto na hora de um sorriso. Nem todo mundo tem – explicou dona Previdência ao filho curioso. – Só as pessoas especiais? – quis saber o Menino do Dinheiro. – Você acha que a Vitória é uma menina especial? – indagou a mãe. – Eu acho – respondeu ele. – Então, deve ser mesmo! – disse dona Previdência sorrindo.

O Menino do Dinheiro - Ação Entre Amigos O menino foi para o quarto feliz da vida! A mãe compartilhava da sua decisão de abrir o cofrinho. Era uma situação de emergência. Em casos assim, ter um pouco de dinheiro guardado ajudava a resolver alguns problemas. Sentia que estava fazendo a coisa certa: além de socorrer a amiga, poderia também voltar a vê-la sorrir com suas lindas covinhas novamente. 19

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Aids ebioaass No dia seguinte, o Menino do Dinheiro chegou à escola ansioso por encontrar Vitória. Ele queria entregar o livro novinho em folha que havia comprado com as moedas que poupara em seu cofrinho. Foi quando o amigo Gastão se aproximou e disse: – Você não vai me contar a tal grande novidade? Fiquei curioso ontem, e você acabou indo embora sem me falar nada. – É mesmo! Gastão, você nem vai acreditar, eu estou tão feliz por isso! – respondeu o Menino com um brilho nos olhos. Nesse momento, ambos viram Vitória chegar, e fizeram sinal para que ela se juntasse a eles. – Vitória, eu tenho uma coisa pra você! Lembra que eu prometi ajudar? – disse o Menino do Dinheiro entusiasmado. – Lembro sim. Mas eu mesma já pensei tanto de ontem pra hoje que acho que minha cabeça vai explodir, e não consegui achar nenhuma solução – retrucou a meni- na, rindo de si mesma. – Olha só, eu tinha um cofrinho onde eu poupava algumas moedas. Ontem eu abri, tirei o dinheiro que tinha lá e usei para comprar um livro novo – disse o Menino entregando o presente a Vitória. – Poxa, nem acredito! Nem sei como agradecer você! – disse Vitória. 21

Reinaldo Domingos – Ah, não foi nada! Você pode sorrir, isso já é legal! – respondeu o Menino do Dinheiro. – Olha, assim que eu puder, eu prometo lhe devolver o dinheiro para que você possa ter de novo o seu cofrinho cheio – disse a menina. – Não precisa. É um presente meu pra você. Faz de conta que é um presente de aniversário adiantado – disse o menino. Gastão interrompeu o papo dos dois, pois sua curiosidade já não cabia mais dentro dele: – Afinal, você vai contar ou não a tal grande novidade? – indagou. – Que grande novidade? – quis saber Vitória. – Cara, tenho de contar! Eu sou o menino mais feliz do mundo! Semana passada eu recebi uma notícia que sei que vai mudar para sempre a minha vida! Uma coisa muito importante! Algo que nem o dinheiro pode comprar. – O que é tão maravilhoso assim? – perguntou Gastão. – Eu vou ganhar um irmãozinho! – Nossa, que legal, parabéns! – disse Vitória. – Pois é! Eu estou tão ansioso para que ele chegue logo. Eu vou ensiná-lo a jogar futebol, andar de bicicleta, colecionar carrinhos, ter cofrinhos, poupar o dinheiro e mais um monte de outras coisas! Tudo o que eu sei, sobre todos os assuntos do mundo, eu vou querer contar para o meu irmão! – disse o menino eufórico. – Seus olhos brilham quando você fala. Parecem dois pequenos faróis no seu rosto – observou Vitória. – Eu tenho pequenos faróis no rosto e você tem covinhas engraçadas! – respondeu o Menino sorrindo. Nesse momento, os dois perceberam que Gastão não havia ficado entusiasmado com a novidade e que, pelo contrário, parecia meio triste. – Gastão, o que foi, cara? Por que você está triste? Não gostou da notícia da chegada do meu irmãozinho? – perguntou o Menino do Dinheiro. – Ah, não é isso. Estou contente por você. É que hoje amanheci com uma dor de dente chata. Mas vai passar. Vamos pra aula? – perguntou Gastão tentando desviar o assunto. 22

O Menino do Dinheiro - Ação Entre Amigos – Eu ainda estou sem caderno. Será que vocês podem me emprestar algumas folhas? – pediu Vitória timidamente. – Claro! Depois pensamos numa maneira de conseguir outro caderno pra você – disse o Menino do Dinheiro, ainda cismado com a maneira como seu amigo reagiu à sua grande novidade. Os três entraram na sala e o professor Reimoney já estava fazendo algumas anotações na lousa. – Bem, turma, o nosso projeto de Matemática deste ano vai ser sobre empreendedorismo – iniciou o professor. – Empreend... o quê? – perguntou Gastão. – Empreendedorismo – respondeu Reimoney. – E o que é isso? – quis saber Vitória. – Empreender é colocar uma ideia em prática. É ter um plano e fazer com que ele se realize. – Empreender não é trabalhar, professor? – perguntou o Menino do Dinheiro. – Sim, é também isso. Empreender é ter uma ideia, colocar ela em prática e depois colher seus resultados – completou o professor. Os alunos estavam em silêncio e um pouco confusos com o assunto. Então, Reimoney decidiu dar um exemplo, pois assim ficaria mais fácil para a turma entender o que, de fato, era empreendedorismo. – Quando eu era criança, meu pai teve a ideia de plantar tomates no quintal da minha casa pensando que assim minha mãe poderia economizar na feira – iniciou a explicação aos alunos. – Ele pesquisou nos livros, anotou os cuidados que se deve ter com uma plantação de tomates e descobriu uma porção de coisas como, por exemplo, que não se pode regá-los frequentemente, pois senão eles racham – continuou o professor. – Depois de um tempo, meu pai percebeu que a ideia estava dando certo. Nós tínhamos tomates para comer a semana toda e ainda sobrava. Foi aí que ele chamou mais dois amigos para ajudar no plantio e no cultivo, e passou a produzir uma quantidade grande de tomates – contou Reimoney. 23

– Meu pai começou a vender os tomates para a vizinhança. Depois, passou a plantar também legumes para vender. E, dessa maneira, nós conseguimos melhorar de vida, reformamos a nossa casa e viajamos nas férias. Tudo melhorou para a nossa família – finalizou o professor. – Então, empreendedorismo é isso? – quis saber Vitória. – Sim, Vitória! Meu pai teve a ideia de plantar tomates. Aprendeu nos livros como fazer isso, começou a cultivar no quintal de casa e o objetivo era que a gente tivesse o suficiente para comer. Ele foi um empreendedor também – explicou Reimoney. – Agora ficou mais fácil de entender, professor. O meu pai também é um empreendedor – disse Gastão. – Ah, é? O que ele faz? Conte para turma! – pediu Reimoney. – Ele teve a ideia de criar um novo refrigerante à base de frutas. Fez vários testes e experiências e chegou a um bom resultado. No começo, ele vendia as garrafinhas na rua com a ajuda dos meus tios. Depois, a bebida foi fazendo sucesso no bairro até que toda a cidade passou a conhecer e a gostar do refrigerante que meu pai inventou. Então, ele criou a marca Geladinho, e hoje vende refrigerantes e sorvetes para todo o Brasil – contou Gastão. – Ótimo exemplo de empreendedorismo, Gastão! – elogiou o professor. No melhor da aula, o sinal tocou convidando todos ao recreio. Antes que as crianças saíssem, o professor avisou que na próxima aula as crianças iriam aprender as lições de empreendedorismo em sete passos. 24

No pátio, os alunos comentavam sobre o assunto da aula e todos pareciam ter sido picados pelo “bichinho do empreendedorismo”. No entanto, Vitória, o Menino do Dinheiro e Gastão não estavam pensando nisso, pois tinham uma questão mais urgente para resolver. O caderno da menina havia se esfacelado na água e ela agora não tinha mais em que anotar as lições de classe. – Vamos pensar juntos – disse o Menino do Dinheiro. – Sabe, eu estava anotando sobre empreendedorismo nas folhas de papel que vocês me emprestaram e me lembrei que meu pai trabalha numa fábrica de papel. Foi aí que eu tive uma ideia, mas não sei ainda se pode funcionar – comentou a menina mais animadinha. – Que ideia? – quis saber Gastão. – Pensei em perguntar ao meu pai se tem sobra de papel lá na fábrica, pois com um punhado de folhas eu posso grampear e formar um bloquinho de anotações – respondeu Vitória. – Ótima ideia! Nós podemos ajudar você. Podemos colorir a primeira página para deixar a capa do seu bloquinho mais bonita! – disse o Menino empenhado em ajudar a amiga. – Podemos fazer umas colagens também – emendou Vitória. Os três ficaram por ali ainda algum tempo planejando a criação de um novo caderno para a menina. Depois, foram até a cantina, compraram seus lanches e fizeram um brinde com copos de suco de uva: – Um brinde às boas ideias! – disseram em coro. 25

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psreomUbmljeemitoa Na casa de Vitória, o agito era grande. O Menino do Dinheiro e Gastão aproveitaram o sábado para ajudar a amiga a construir seu caderno novo. O pai dela havia trazido tanto papel que sobrava da fábrica onde trabalhava que ali havia folhas para fazer cadernos para todo mundo da escola, se preciso fosse. Tesoura, lápis de cor, cola, barbante, grampeador, tudo espalhado pelo chão. O quarto da menina estava uma verdadeira bagunça quando sua mãe entrou com a bandeja de lanches para as crianças. Enquanto comiam, dona Eficácia olhava com carinho para as tentativas de capas de caderno que eles faziam. – Crianças, tive uma ideia que pode ser legal! – disse ela. – Que ideia, mãe? – perguntou Vitória. – Eu tenho uns restos de tecido lá embaixo, e posso tentar colar em papelão para vocês usarem como a capa do caderno – respondeu dona Eficácia. E, assim, a ideia de fazer artesanalmente um caderno ganhou uma nova cara com a sugestão da mãe de Vitória. Um tecido xadrez, azul e branco, foi escolhido pela própria menina que, vendo o resultado final, sorriu radiante exibindo as duas covinhas rasas em seu rosto.

Reinaldo Domingos Ao vê-las, o Menino do Dinheiro sentia que sua admiração pela nova amiga se tornava cada vez maior. Na segunda-feira, Vitória chegou à escola e foi a atração entre seus colegas. Todos queriam ver o caderno de pano tão diferente, que não existia nas papelarias para comprar. No final da última aula, várias alunas procuraram Vitória para saber se a mãe dela faria outros cadernos como aquele, pois elas adorariam ter um do mesmo tipo. A menina ficou de conversar com dona Eficácia e dar uma resposta no dia seguinte. Na saída, os três amigos comemoravam o sucesso do caderno artesanal, com orgulho de terem feito aquilo com suas próprias mãos, com a ajuda da mãe de Vitória. – Nem acredito que minha história teve um final feliz! Semana passada eu estava triste e sem esperança. Eu não via saída para os meus problemas e agora estou aqui comemorando. Obrigada pela força, pessoal. Eu não teria conseguido sem vocês! – disse Vitória emocionada. – Agora nossa alegria está completa! Você tem o seu livro novo, o seu caderno recuperado e eu vou ganhar o meu irmãozinho! Tudo está dando certo pra gente! – comentou o Menino do Dinheiro. Nesse momento, Vitória e o Menino perceberam que Gastão novamente murchou. Seu olhar se distanciou dali e seus ombros caíram dando uma impressão de tristeza e desamparo ao garoto. – Gastão, o que você tem, cara? Fala pra gente! Quem sabe nós podemos ajudar! – pediu o Menino. – É! Somos amigos, estamos aqui pra isso! Da mesma maneira que resolvemos a questão do meu material escolar, podemos encarar qualquer outro problema – emendou Vitória. – Sabe o que é, pessoal? Eu estou muito feliz por vocês, mas, no meu caso, ninguém pode fazer nada para ajudar. Eu tenho um problema sem jeito – desabafou Gastão. – Como assim um problema sem jeito? – quis saber Vitória. – Um problema sem jeito é um problema sem solução, sabe? – resmungou Gastão. – Tem certeza que não tem solução? – perguntou o Menino. – Tenho – murmurou o garoto em resposta ao amigo. 28

O Menino do Dinheiro - Ação Entre Amigos – Anda, conta logo, se não tiver solução, pelo menos você vai ter desabafado com a gente – cutucou Vitória. – Bom, o meu problema não dá pra resolver com dinheiro, como o Menino do Dinheiro fez comprando o livro novo pra você, Vitória. Nem dá pra resolver usando material reciclado e criatividade, como fizemos com o seu caderno. O meu problema é que eu nunca vou poder ter isso que o Menino do Dinheiro vai ganhar daqui a alguns meses. Os três ficaram em silêncio por alguns minutos. – Um irmãozinho? – disse a menina, finalmente. – Sim – lamentou Gastão. – Mas, por quê? – quis saber Vitória. – Porque ele não tem mãe – respondeu o Menino. – Poxa, é um problema complicado esse! – constatou Vitória. – Não falei? Um problema sem jeito – disse Gastão ensaiando um muxoxo. – Um problema sem solução – completou o Menino desanimado. – Eu aprendi com a minha mãe que a vida lança desafios pra gente e que isso acontece pra que possamos nos conhecer melhor – comentou Vitória. – Um desafio? – perguntou Gastão interessado naquilo que a menina tentava lhe dizer. – É. Quando eu estava caída no chão, na lama, com meu material escolar destruído, eu também pensei que aquilo era um problema sem solução, mas agora estou aqui, comemorando por ter passado por tudo e por ter saído vitoriosa. Eu aprendi a conhecer um pouquinho mais de mim – explicou Vitória. – O que você está querendo me dizer com tudo isso? – indagou Gastão. – Que talvez a vida esteja lançando um desafio para você. Você não tem um irmão, mas gostaria muito de ter. Esse é o seu desafio e talvez você tenha que enfrentá-lo para depois, lá na frente, sair vitorioso – completou a menina. – É, pode ser. Mas eu não sei como enfrentar isso – respondeu Gastão. – A gente nunca sabe. Até que um dia, a gente acorda de manhã e vem uma ideia na cabeça que pode dar certo – concluiu Vitória. – Se eu pudesse, eu dividiria o meu irmãozinho com você, amigo. Mas vamos pensar juntos, eu acho que pra todo problema tem uma solução. Minha mãe sempre me fala isso – completou o Menino do Dinheiro. 29

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Ummluungadrono Ao chegar em casa, Vitória encontrou a mãe ainda trabalhando em sua máquina de costura. Empolgada, a menina resolveu contar sobre o seu dia: – Mãe, meu caderno novo fez tanto sucesso que você nem imagina! – Que ótimo, pequena! Parabéns! Fico feliz em ter feito uma capa tão bonita pra você! – disse dona Eficácia com um olho na filha e outro na costura. Seu Carreira, pai de Vitória, estava na sala vendo TV. A menina se aproximou e sentou ao seu lado no sofá. – Filha, fico tão orgulhoso de ver você crescendo, aprendendo coisas, ocupando seu lugar no mundo – disse ele emocionado. – Poxa, pai, que bonito isso: “ocupando o meu lugar no mundo” – repetiu Vitória imitando a voz rouca de seu Carreira. Diante de tantos elogios, Vitória achou que era uma boa hora para pedir à sua mãe que confeccionasse novos cadernos para suas amigas: – Mãe, a Manuela e a Clarinha disseram que, se a senhora fizer outros cadernos como o meu, elas querem comprar. O que acha da ideia? Elas iam ficar tão felizes! E nós poderíamos escolher outras estampas de tecidos das sobras de seus clientes.

Reinaldo Domingos – Vender? Humm... não sei se isso vai dar certo – respondeu dona Eficácia. – Por que, mãe? É tão simples, a senhora faz mais alguns e eu levo pra escola. Quem quiser comprar, compra. E assim eu poderei devolver ao Menino do Dinheiro o valor do livro que ele me deu. Dona Eficácia achou justo o objetivo da filha. Tinha gratidão pelo gesto do amiguinho e queria devolver o dinheiro que ele gastou com a filha. Diante disso, a mãe de Vitória concordou em montar mais alguns cadernos com os papéis que haviam sobrado da fábrica onde seu Carreira trabalhava. Ela aproveitaria também os restos de tecidos que sobravam de suas costuras. Juntas, mãe e filha reviraram sacos e mais sacos de pano com diversas formas, tamanhos, texturas, e separavam, pouco a pouco, o que poderia virar uma bela capa de caderno. Seu Carreira, vendo as duas tão concentradas, aproximou-se e disse: – Vitória, a mamãe vai preparar os cadernos enquanto você faz as lições de casa. Estudar é o seu trabalho, é a coisa mais importante da sua vida agora! – Já sei, já sei! Já vou estudar! – respondeu a menina. – Isso mesmo! Estudar bastante, e quando crescer poderá garantir o seu... – disse o pai quando foi interrompido pela astúcia da filha. – “Lugar no mundo”! – completou Vitória, mais uma vez imitando o jeitão de falar de seu Carreira. Algumas semanas depois, os cadernos vendidos pela menina das covinhas já eram assunto por toda a escola. Vitória anotava os pedidos em seu bloquinho e repassava para a sua mãe que, alguns dias depois, entregava-os com os pedidos de cores de estampas que cada aluno escolhia. As coisas começaram a dar certo, e dona Eficácia, com o dinheiro arrecadado, passou a dar uma mesada para a filha. A menina, feliz da vida, pôs-se novamente diante do espelho pendurado em seu quarto. Ficou olhando por algum tempo e não resistiu em indagar mais uma vez: – Quem sou eu? – perguntou mirando o centro do espelho. Por sua cabeça passavam milhares de pensamentos, que se resumiam basicamente em perceber que havia se tornado uma menina cheia de coragem, de ideias e de força para colocá-las em prática. 32

O Menino do Dinheiro - Ação Entre Amigos Foi então que entendeu: – Sou uma empreendedora! – respondeu para si mesma, mirando seu próprio reflexo. Sorriu e completou: – Uma miniempreendedora procurando o seu lugar no mundo! Vitória, estou orgulhosa de você, menina! – riu de si mesma ao constatar que falava sozinha, com as mãos na cintura, diante do espelho. 33

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Unmotpaldaenzo No pátio da escola, o Menino do Dinheiro e Gastão conversavam sobre futebol quando Vitória se aproximou e disse: – Menino, quero lhe entregar isso – a menina estendeu um envelope que segu- rava com delicadeza. O Menino do Dinheiro abriu aquilo com curiosidade e viu algumas notas de dinheiro. Sem entender, indagou à amiga: – Vitória, o que é isso? Que dinheiro é esse? – Nossa, Vitória, você conseguiu tudo isso com a venda dos cadernos? – inter- rompeu Gastão impressionado com a astúcia da garota. – Sim! Quer dizer, o valor das vendas vai para minha mãe, pois é o trabalho dela. Na verdade, eu estou ganhando uma mesada, e por isso já posso pagar ao Menino do Dinheiro o valor que ele gastou quando comprou o meu livro no início das aulas – respondeu ela. – Vitória, eu já disse, você não me deve nada. Aquilo foi um presente. Vou ficar chateado se você insistir! – respondeu o Menino do Dinheiro devolvendo à sua amiga o envelope fechado com as notas dentro. Ela sorriu e agradeceu novamente ao amigo o gesto tão generoso abraçando-o e beijando seu rosto. 35

Reinaldo Domingos Gastão, ainda admirado com a esperteza e a rapidez com que sua amiga con- seguiu divulgar a confecção dos cadernos pela escola, comentou: – É, Vitória, você tem talento, hein!? Vai acabar virando a Menina do Dinheiro. – Seria legal! Mas acho que ainda tenho muito o que aprender com o Menino do Dinheiro e o professor Reimoney para chegar lá – respondeu ela. – Mas está no caminho certo – concluiu o Menino. Nesse momento, o sinal tocou e todos correram para a sala de aula. A professora Socorro já estava a postos para iniciar um novo assunto. No entanto, Vitória e o Menino do Dinheiro mal prestaram atenção, pois esta- vam mais ocupados com uma outra questão. A menina passou um pedacinho de papel para seu amigo, em que estava escrito: Você já reparou que a professora Socorro não tem aliança no dedo? O Menino do Dinheiro nunca havia se preocupado em notar esse tipo de coisa. Porém, observando direitinho, percebeu que Vitória estava certa e prontamente respondeu por escrito: Não ligo pra essas coisas, mas por que você está me perguntando isso? Qual é o problema de não se ter uma aliança? Vitória respondeu com esperteza: Não é problema, pelo contrário, é uma solução... Para aquele problema sem jeito do nosso amigo Gastão! 36

O Menino do Dinheiro - Ação Entre Amigos O Menino não entendia aonde sua amiga queria chegar. O que a falta de aliança da dona Socorro tem a ver com o lance do Gastão querer ter um irmãozinho? Vitória, às vezes, você me deixa confuso, sabia?! E ela, então, concluiu: Se liga! Se a professora namorar o pai do Gastão pode ser que um dia eles se casem e queiram ter um bebezinho! Entendeu? O Menino compreendeu a ideia da colega e ficou entusiasmado: Que legal! Eu não tinha pensado nisso! Vitória rapidamente escreveu em resposta: Podemos bolar um plano! E o Menino do Dinheiro a elogiou: Você é mesmo uma menina esperta! 37

Reinaldo Domingos Vitória sorriu ao ler o bilhete do amigo e o guardou dentro do estojo para, enfim, concentrar-se na aula da futura pretendente do pai do Gastão. Na hora do recreio, os três amigos se reuniram para lanchar e conversar sobre a ideia da menina das covinhas: aproximar o senhor Custódio, pai do Gastão, da professora Socorro. Não seria tarefa fácil! – Vocês estão malucos! Isso não tem a menor chance de dar certo! – suspirou Gastão afobado. – Por que você diz isso? Seu pai deve sentir falta de ter uma namorada – argumen- tou Vitória. – Meu pai é um homem muito ocupado. Ele não pensa nessas coisas. Ele vive para o trabalho – explicou o garoto. – Bom, eu pensei numa coisa que pode dar certo! Um plano nota dez! – interrompeu o Menino do Dinheiro! – Plano nota dez? – indagou Vitória coçando a cabeça. – Sim – respondeu o Menino do Dinheiro. Impaciente, Gastão atropelou o papo dos amigos: – Fala logo que plano nota dez é esse! – Então, você se lembra daquela vez que deu a maior confusão e o seu pai foi chamado para vir aqui na escola conversar com o diretor sobre a nossa briga? – iniciou o Menino. – Eu me lembro. O que é que tem isso? – respondeu o garoto ansioso. – Bem, para que seu pai e a professora Socorro se conheçam, a gente precisa fazer com que ele seja novamente chamado – continuou o Menino do Dinheiro. – Boa! Estou gostando disso! – animou-se Vitória. – E o que faria com que meu pai fosse novamente chamado? – emendou Gastão. – O plano é o seguinte: vai ter prova de Português esta semana, então eu pensei que, se você entregar a prova em branco, sem respostas, a professora ficará preocupada e vai querer conversar com o senhor Custódio – explicou o Menino do Dinheiro. – Isso! Vai chamá-lo para uma conversa. – concluiu Vitória sorrindo. – Uma conversa a sós! – animou-se Gastão. – Isso mesmo! A vida vai lançar um desafio a você – Vitória fazia o discurso que havia aprendido com a mãe para convencer seu amigo. 38

– E tem mais uma coisa! Nem vou precisar estudar pra prova então. Afinal, pra tirar zero nem preciso me esforçar muito, não é mesmo? Olha que legal! – disse Gastão. – É... Mas depois você terá de estudar o dobro para recuperar a nota. Já pensou nisso? – questionou Vitória. – Poxa, é mesmo. Melhor eu não bobear e estudar com vocês desde agora – con- siderou o garoto. – Bom, que venha o plano nota dez então – disse o Menino do Dinheiro empolgado. – Uma ação entre amigos! – concluiu Vitória entusiasmada.

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Amfóárgmicuala Na semana seguinte, Vitória encontrou o Menino do Dinheiro no portão da escola com um embrulho embaixo do braço. Inquieta e sapeca, a menina ficou rondando o amigo tentando descobrir o que estaria embalado por aquele papel brilhante de presente: – Afinal, o que é isso que você está carregando? – quis saber a menina das covinhas. – É um presente, ué! – respondeu o garoto com ar misterioso. – Presente é? E pra quem? Posso saber? – sondou a garota. – Adivinha? – ele indagou piscando o olho. – Não sei, ué! Me conta... – disse ela timidamente. – É pra você, boba – respondeu ele, entregando o pacote para a amiga. Os olhos do Menino do Dinheiro brilhavam como faróis de carro enquanto as covinhas de Vitória pareciam se abrir mais do que de costume ao redor do seu sorriso. A menina abriu o pacote e se surpreendeu com um lindo cofrinho cor-de-rosa em forma de porquinho. O Menino do Dinheiro pretendia, com aquele gesto, ensinar a Metodologia DSOP para sua amiga. Sabia que deveria espalhar aquilo para o máximo de pessoas possíveis, e agora que Vitória tinha uma mesada, já estava mais do que na hora de pensar no que faria com o seu dinheiro. – Vitória, se você quer mesmo se transformar na Menina do Dinheiro, tem algumas coisas que eu posso te ensinar para que isso aconteça – começou ele. 41

Reinaldo Domingos – Que coisas? – ela quis saber. – Se você souber poupar a sua mesada, logo poderá realizar um sonho. Vou explicar melhor. Eu ganhei um porquinho uma vez e comecei a colocar parte da minha mesada lá dentro. As moedas foram se juntando até encher. Aí, eu quebrei meu cofrinho e vi que tinha dinheiro suficiente para comprar o que eu sonhava ter. Até que um dia ensinei isso para o meu pai. Ele também começou a poupar e acabou conseguindo juntar o dinheiro para realizar os sonhos dele. – Por isso que você me deu esse presente? – perguntou Vitória. – É. Assim você pode começar a realizar seus sonhos e também ter dinheiro guardado pra emergências, como foi o caso do acidente com o seu livro. Eu quebrei o meu porquinho pra lhe ajudar. Se a gente poupa o dinheiro, ele fica lá de reserva pra resolver um problema ou nos salvar, se for preciso. – Entendi. Isso é o que você sempre fala da Metodologia DSOP? – retrucou a garota. – Isso mesmo! Na verdade, é uma pequena parte dela – respondeu. O Menino do Dinheiro explicou para sua amiga sobre a metodologia que o professor Reimoney havia lhe ensinado, destacando que aquela formulinha mágica tinha mudado a vida de sua família. – É uma fórmula mágica? – a menina cresceu os olhos cheia de curiosidade. – É sim. Significa: Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar. Por isso que é chamada de DSOP – respondeu o garoto gesticulando com os braços. – Poxa, parece ser um mapa da mina. Mas o que é diagnosticar o dinheiro da gente? Como podemos fazer isso? – É simples! Todos os dias, devemos anotar os nossos gastos num caderno. Dessa forma, no final do mês, podemos ver pra onde vai o nosso dinheiro. Por exemplo, se eu descubro, olhando minhas anotações, que gastei metade da minha mesada com chicletes, posso escolher se quero fazer isso nos próximos meses, se realmente vale a pena ou se tenho algo mais legal pra comprar com esse dinheiro. – Sei... – respondeu a menina, ainda um pouco confusa. – Se eu ganho 20 reais de mesada e gasto 4 reais com chicletes, eu vou matar minha vontade de mascar meu chiclete naquela hora, porém, se eu depositar esses 4 reais no meu porquinho, posso ter algo muito mais bacana no futuro, como uma mochila nova, por exemplo. – Isso, se todo mês você colocar 4 reais lá, não é? 42

O Menino do Dinheiro - Ação Entre Amigos – Exatamente! Então, diagnosticar a mesada é saber qual é o caminho que o seu dinheiro faz. Quando você anota as suas despesas, fica mais fácil enxergar o que é melhor pra você, entendeu? – Entendi. E a parte do sonhar? – quis saber Vitória. – Essa é a mais legal. Podemos fechar os olhos e desejar algo que queremos muito. No ano passado, eu desejava ter uma bicicleta. Passei muitos meses enchendo meu cofrinho de moedinhas pra poder ter essa chance. E, na data do meu aniversário, eu já tinha conseguido juntar o valor que era preciso pra ir até a loja e comprar a minha bike. Mas, no fim das contas, meu pai acabou me dando a bicicleta de presente e eu pude realizar outro sonho­– contou o Menino. – Que legal! Eu também quero sonhar e lutar para conseguir realizar esses sonhos assim como você faz – exclamou a garota. – Aí é que entra a parte do orçamento, que é o terceiro passo da metodologia. A maior parte dos nossos colegas recebe uma mesada e pensa que pode gastar tudo ao longo do mês. Na Metodologia DSOP o orçamento é feito de um jeito diferente – disse o amigo. – E que jeito é esse? – perguntou a menina curiosa. – É fácil. Você escreve num caderno o valor total que ganha de mesada e subtrai o valor que você guardará em seu porquinho pra realizar o sonho. O que sobrar, você usa pra pagar suas despesas, como lanches e outros gastos do seu dia a dia – ensinou o garoto. – Eu ganho 40 reais de mesada. Devo colocar no meu porquinho mais ou menos uns 10 reais por mês?  – quis saber a menina. – O melhor mesmo é você saber quanto custa o seu sonho pra calcular quanto deve guardar por mês. Se você recebe 40 reais e separa 10 reais para o seu sonho, vai sobrar 30 reais pra que você possa usar durante o mês com seus gastos normais – explicou o Menino do Dinheiro. – É, estou vendo que esse orçamento é meio diferente mesmo. Porque a maioria das pessoas primeiro gasta e depois, se sobrar, guarda um pouco. No orçamento DSOP, você guarda primeiro para o sonho e gasta depois, não é isso? – perguntou Vitória. – Isso mesmo! – respondeu o Menino. 43

Reinaldo Domingos – Eu nunca tinha pensado desse jeito. Sinto que isso vai ser muito importante pra mim daqui por diante – disse a menina pensativa. – Aí é que entra o quarto passo que é a esperteza de saber poupar. Ou seja, engordar o seu cofrinho o mais rápido possível. Eu sempre coloco metade da minha mesada num porquinho que tenho em casa e, quando ganho algum extra, como no Dia das Crianças, quando minha avó sempre me presenteia com algumas notas. Eu deposito tudo lá. Não gasto com balas, figurinhas, chaveirinhos e outras coisas que meus colegas adoram comprar. – É por isso que te chamam de Menino do Dinheiro! Você é mesmo muito esperto e pensa umas coisas que não vejo os outros garotos da escola pensarem. Obrigada por me ensinar tudo isso. Nunca vou esquecer. – Não precisa me agradecer. Só me prometa que, um dia, você irá comprar três porquinhos como esse que estou te dando agora. Você deve entregar cada um deles a pessoas que você acha que estão preparadas para aprender sobre a Metodologia DSOP. Quanto mais pessoas pudermos ajudar, melhor – concluiu o Menino do Dinheiro já caminhando em direção à sala de aula. O professor Reimoney fazia algumas anotações no quadro enquanto os alunos ainda se acomodavam em suas carteiras. O assunto “empreendedorismo” continuava sendo tema da aula da turma. – Hoje vamos conhecer alguns passos para que uma pessoa se torne empreendedora. É importante que vocês acompanhem atentamente. Então, não copiem ainda, apenas ouçam: 1° passo: Gostar do que faz! – Qualquer ideia que a gente tem na cabeça e decide colocar em prática deve ser algo que nos deixe feliz. O sucesso de um trabalho depende muito da nossa vontade, do nosso desejo de que aquilo se torne realidade. Nós temos de ser apaixonados pelos projetos de empreendimento que escolhemos. O ideal é transformar nosso projeto em uma missão. Por isso é tão importante gostar do que se faz. 44

O Menino do Dinheiro - Ação Entre Amigos 2° passo: Planejar e organizar! – Para colocar um plano em ação é preciso fazer uma lista com os itens necessários para que a nossa ideia se realize. Se o seu projeto é produzir alguma coisa, fabricar algo, é importante anotar o material que precisamos, onde é mais barato comprar, calcular em quanto tempo conseguimos fazer os produtos, pensar onde venderemos e para quem. Além disso, é fundamental saber quanto gastamos no total e por quanto venderemos o nosso produto. 3° passo: Saber se relacionar com as pessoas – Para que as coisas fiquem mais fáceis na hora de colocar um plano em prática, a dica é ter simpatia e tratar bem os nossos colaboradores. Colaboradores são as pessoas que vão nos ajudar a realizar nossa missão. Por exemplo, o moço que vende frutas para a empresa Geladinhos é um fornecedor, pois ele fornece (vende) maçã, uva e limão para que os funcionários da fábrica de refrigerantes e sorvetes possam preparar o produto. As crianças da escola que vão até a cantina comprar os geladinhos são os clientes. Portanto, o moço da banca de frutas e as crianças colaboram com a Geladinhos. Depois da breve explicação, o professor Reimoney tirou as dúvidas da turma e avisou que havia mais quatro passos a serem estudados, mas que ficariam para a aula seguinte. Pediu à turma que revisasse o conteúdo dado em sala de aula e fizesse as tarefas propostas no capítulo de empreendedorismo de suas apostilas. Na saída, os três amigos combinaram de estudar em grupo e também aproveitariam o encontro para falar do plano nota dez. Eles tinham uma missão a cumprir e talvez aquelas lições do senhor Reimoney os ajudassem mais do que imaginavam. Seriam aqueles passos também alguma espécie de fórmula mágica para que eles pudessem alcançar o que pretendiam? 45



Asemcrisestãao No dia seguinte, logo pela manhã, os três amigos se encontraram na biblioteca da escola. Leram e releram juntos as lições que explicavam os três primeiros passos do bom empreendedor. Para ficar mais fácil, decidiram usar como exemplo a ideia de Vitória e sua mãe na confecção dos cadernos. – Bom, a ideia ou plano é: criar cadernos artesanais, vender e conseguir dinheiro para realizar os nossos sonhos e melhorar a vida de nossa família – iniciou a menina. – O primeiro passo é gostar do que se faz, e eu acho que a sua mãe já deu esse passo, pois, como ela já era costureira, imagino que ela adora trabalhar com tecidos, linha, agulha e tudo mais. Estou certo? – perguntou o Menino do Dinheiro para sua amiga. – Sim! Minha mãe adora costurar! Ela fica tão feliz quando faz roupas novas que chega a perder a hora e fica até de madrugada entretida com o trabalho lá na sala – contou a menina. – E o segundo passo? O que diz aí no caderno, Gastão? – o Menino do Dinheiro passou a bola para o amigo. – Aqui diz que devemos planejar e organizar. Ah, tem também de fazer uma lista de coisas – respondeu Gastão ainda sonolento. Não estava acostumado a estar na escola tão cedo.

Reinaldo Domingos – Bem, essa lista é complicada – constatou a menina. – Devemos também tomar nota dos lugares onde sua mãe compra o material que usa – o Menino lia as tópicos com interesse. – Eu não sei onde a minha mãe compra linha, agulha, cola, barbante, mas o que posso dizer é que o principal nós temos em casa, sem custo, que é papel e tecido que sobram dos trabalhos dos meus pais – respondeu Vitória. – O próximo item da lista é: quanto tempo leva para fazer o produto? – inda- gou Gastão. – Ah, minha mãe faz dez cadernos por semana. Eu levo sempre nas segundas- -feiras pra escola – esclareceu a menina. – A próxima é: onde os cadernos são vendidos e para quem? – foi a vez do Menino perguntar. – Ah, essa é fácil! Nós vendemos na escola para os alunos – respondeu ela como se as palavras estivessem mesmo na ponta da língua. – E quanto vocês gastam para fazer um caderno e por quanto vendem? – finali- zou Gastão. – Ah, não sei quanto é gasto, mas nós vendemos cada um por R$ 10,00 – encerrou Vitória. – Agora vem o terceiro passo que é o relacionamento com as pessoas – avisou o Menino. – Ah, eu acho que nós não fazemos isso – lamentou a garota das covinhas. – Eu acho que está na hora de você pedir alguns conselhos ao professor Reimoney para que o seu empreendimento com a sua mãe possa crescer e dar certo – aconselhou o Menino do Dinheiro. – Boa ideia! Vou falar com ele sim e também vou explicar pra minha mãe esses passos que estamos aprendendo – disse a menina. Passado algum tempo, os três terminaram as lições de casa e decidiram conversar sobre o plano nota dez: – Ontem, na aula, o professor disse assim: “Para colocar um plano em ação é preciso fazer uma lista com os itens mais importantes para que a nossa ideia se realize!”. Vocês se lembram disso? – quis saber Vitória. – Sim. Isso faz parte do segundo passo que é planejar e organizar – respondeu o Menino. – Isso quer dizer que precisamos organizar o nosso plano nota dez! – concluiu a menina. 48

O Menino do Dinheiro - Ação Entre Amigos – Devemos fazer uma lista? – perguntou Gastão. – Eu acho que sim. Vejam aqui – disse a garota escrevendo no caderno alguns itens. Plano: fazer com que o senhor Custódio conheça a professora Socorro e possa se apaixonar por ela, para que o Gastão, algum dia, possa ter um irmãozinho. Lista de itens importantes: 1. Gastão deve entregar a prova de Português em branco. 2. A professora Socorro vai chamar o senhor Custódio para conversar. 3. Eles vão se conhecer e podem se apaixonar. 4. Gastão pode convidar a professora Socorro para jantar um dia em sua casa. 5. O Menino do Dinheiro telefona e tira Gastão da mesa deixando os dois sozinhos para conversarem e se conhecerem mais. Vitória parou de escrever e ficou pensando com a caneta nas mãos. Nada mais vinha em sua cabecinha cheia de ideias. – E aí? O que mais? – quis saber Gastão. – Não sei. Eu acho que nós não podemos fazer mais do que isso. Se eles começarem a namorar será ótimo, mas nós não podemos obrigá-los, não é? – concluiu Vitória. – É verdade! Só podemos torcer para que dê tudo certo – constatou o garoto. Os três amigos guardaram as anotações e foram até a cantina, pois já era hora de almoçar e, logo mais, estariam em sala de aula com dona Constância. Durante a refeição, comentaram o quanto seria engraçado se o professor de Matemática ficasse sabendo que suas lições estavam servindo não só para o empreendedorismo, mas também para realizarem o superplano nota dez. Sentiam-se super-heróis em missão secreta e viam no professor Reimoney um grande aliado, ainda que ele mesmo nem imaginasse isso! 49


O_MENINO_DO_DINHEIRO_AÇAO_ENTRE_AMIGOS

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