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Revista Longevidade em Foco 10

Published by Grupo Longevidade Saudável, 2019-05-09 10:15:19

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mil mulheres, com idades entre 16 e 74 anos. cionamento, eram mais propensos a Segundo os cientistas, do lado masculino, a quei- dizer que perderam o interesse pelo xa da falta de interesse foi maior entre aqueles sexo em algum ponto da relação. com idades entre 35 e 44 anos. Já entre as Para a psicóloga Ana Lúcia Furtado mulheres, o desinteresse era maior na- (CRP 05/15620), especialista em quelas na faixa etária entre 55 e 65 anos. terapia de casais, o resultado apre- No entanto, de acordo com os pesquisa- sentado pela pesquisa britânica dores, não há evidências de que a meno- reforça a necessidade de uma co- pausa fosse um fator causal. municação aberta para aprofundar e manter a intimidade emocional As razões citadas por elas para a falta de e sexual entre os parceiros. “Minha interesse foram, principalmente, a falta de orientação é: converse com o com- comunicação e de conexão emocional com panheiro, aumente as prelimina- o parceiro. “Nossas descobertas realçam res, sinta o outro, o toque da pele, o a importância do contexto relacional na cheiro do cabelo, o sabor do beijo. compreensão do baixo interesse sexual E, se houver problemas na relação em homens e mulheres. Para as mulheres, sexual, fale sobre o assunto, ignorar em particular, a qualidade e a duração da a questão não vai fazer com que ela relação e a comunicação com os seus par- desapareça, pelo contrário, vai criar ceiros são importantes para a manutenção mais problemas”, diz. do interesse sexual”, explica a psicóloga e doutora Cynthia Graham, professora de Ana Lúcia lembra que os re- Saúde Sexual e Reprodutiva na Universidade lacionamentos de longo pra- de Southampton, uma das autoras do estudo. zo nos dão segurança e con- forto, mas o casal deve evi- Facilidade de falar sobre sexo tar que este conforto acabe virando rotina, principal- Os resultados do trabalho também mostraram mente em relação ao sexo. que, tanto entre homens quanto entre mulheres, “A comunicação, verbal ou aqueles que têm facilidade para conversar sobre não verbal, durante o sexo o tema com seu parceiro são menos propensos a está intimamente ligada à perder o interesse sexual. Por outro lado, os par- satisfação sexual. Por isso, ticipantes cujos parceiros tiveram dificuldades para melhorar a relação se- sexuais, mas não quiseram falar sobre o assunto, xual, é preciso trabalhar a e aqueles que não se sentiam felizes em seu rela- comunicação”, finaliza. Revista Longevidade em Foco 51

PTceperaalaurpalraioarkminasl odne Há anos, os cientistas têm tentado desenvolver uma for- ma de transplantar células cultivadas em laboratório moléculas presentes no organismo. E este “co- diretamente no cérebro para tratar o mal de Parkinson. quetel” foi capaz de reprogramar os astrócitos. A doença é resultado da queda de dopamina, neuro- transmissor produzido por células formadas em uma Segundo o professor Dr. Ernest Arenas, do De- área do cérebro chamada substância negra. Com a degene- partamento de Bioquímica Médica e Biofísica do ração destes neurônios, a quantidade normal de dopamina Karolinska Institutet, o projeto vem sendo desen- deixa de ser liberada e, assim, surgem falhas nos mecanismos volvido há seis anos. E os resultados de testes com de controle motor do indivíduo. camundongos com sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson mostraram que a condição Uma nova técnica, que reprograma certas células para subs- dos animais melhorou significativamente. tituir aquelas danificadas, contudo, pode ser a chave para tratar e até reverter a doença. A proposta de terapia é resul- “O tratamento funcionou, reprogramou as célu- tado de um estudo desenvolvido por pesquisadores das uni- las cerebrais e diminuiu os sintomas. Essa é uma versidades Karolinska Institutet, na Suécia, Malaga University, estratégia inovadora e o foco do nosso trabalho na Espanha, e Stanford University, na Califórnia (EUA). foi demonstrar que é possível”, diz Dr. Arenas, que liderou o estudo. Os cientistas estão traba- Durante a pesquisa, publicada no periódico Nature Biotech- lhando, agora, para tentar descobrir se é possível nology, os cientistas conseguiram “transformar” astrócitos, obter em pessoas os mesmos resultados alcan- células cerebrais encontradas em abundância no sistema çados com as cobaias. nervoso central, em neurônios que se assemelham àqueles que produzem a dopamina. O feito foi possível após testes O mal de Parkinson atinge, principalmente, pes- com vários genes envolvidos na produção do neurotrans- soas mais velhas, mas pode surgir antes, como missor. Ao final, quatro dos genes foram misturados com no caso do ator Michael J. Fox, conhecido por sua atuação na trilogia De Volta Para o Futuro, que descobriu a doença aos 30 anos. 52 Revista Longevidade em Foco



fitness eleptarmôrDanaispilaochjsuidtoaiavrosras 54 Revista Longevidade em Foco

Eles estão presentes em nosso dia a dia, do É fácil ver quantas calorias momento em que acordamos até a noite. Os foram queimadas em um dispositivos eletrônicos, como os smartpho- exercício com a ajuda de nes, já estão integrados à nossa rotina. E, nos uma pulseira, um relógio últimos anos, eles têm sido usados cada vez ou um celular mais também durante as atividades físicas. A ten- dência é mundial e o motivo é simples: hoje, é fácil Grandes marcas do mundo de materiais espor- contar os passos durante uma caminhada ou ver tivos também oferecem aplicativos para atletas, quantas calorias foram queimadas em um exercí- como o miCoach, desenvolvido pela Adidas, que cio com a ajuda de uma pulseira, um relógio ou um promete transformar os smartphones em per- celular. Essas informações podem ajudar a avaliar sonal trainer. O app monitora os exercícios e dá o condicionamento físico e estimular a motivação, orientações de treinos, além de analisar os da- melhorando o resultado do treinamento. dos do usuário e oferecer relatórios por meio de gráficos. A popularização destes dispositivos nas acade- Entre as novidades do mercado, podemos des- mias não passou despercebida pelo Colégio Ame- tacar, ainda, as chamadas tecnologias wearable ricano de Medicina do Esporte que, anualmente, (vestíveis, em livre tradução), roupas inteligentes elabora um ranking com tendências, tipos de com diferentes recursos tecnológicos. Um exem- exercícios e novidades que serão destaque no plo são as camisas OM Biometric Smartwear, mundo da atividade física no ano seguinte. As criadas por uma empresa em Montreal, no escolhas são feitas depois de ouvidos milhares de especialistas da área. E os aparelhos eletrôni- cos têm liderado a pesquisa nos últimos dois anos. De olho neste potencial mercado, muitas redes de academias oferecem aos seus usuários uma vasta gama de tecnologias. Na rede Cia Athleti- ca, por exemplo, um dos apps é o Cia On, de fit- ness e musculação, que possibilita o acesso às informações dos treinos prescritos e a vídeos com demonstrações dos exercícios, além de ou- tros serviços. Revista Longevidade em Foco 55

Canadá. Elas têm sensores inseridos no tecido, que são capazes de monitorar a atividade diária, controlar o movimento, a frequência cardíaca e a respiração. Os dados são mensurados em tempo real e enviados para o smartphone. A camisa pode ser usada para atividades como ciclismo, caminhadas, corridas e musculação, por exemplo. Tecnologia ajuda ou atrapalha? Mas todos esses produtos são imprescindíveis para a prática espor- tiva? A resposta é não. Segundo o especialista em Medicina do Espor- te Dr. Cláudio Frota de Souza (Cremerj 52.538609), o uso constante e a necessidade de vencer limites podem levar a um tipo de obsessão. “Como resultado desse vício em tecnologias de fitness, a pessoa passa o tempo todo olhando para o pulso ou o celular. E perde a cons- ciência do que está fazendo, como está se sentindo, o que está acon- tecendo à sua volta, seja na academia ou ao ar livre”, explica. O médico diz que outra questão importante é quanto à imprecisão de dados, e ressalta que, hoje, muitos fabricantes já admitem que seus aparelhos fornecem apenas estimativas. “Um estudo recente, feito na Stanford University, Califórnia, e publicado no Journal of Personalized Medicine, avaliou sete dos mais vendidos dispositivos. O resultado mostrou um grau de imprecisão de até 93% na mensu- ração de calorias gastas. Os dados dos aparelhos foram comparados com um sofisticado cálculo do metabolismo”, conta.  56 Revista Longevidade em Foco



Não se cheosquceçaodolate! Ele ajuda a manter a saúde vas- De acordo com o resultado da meta- cular e a combater os radicais nálise, publicado no periódico Fron- livres, entre outros benefícios. tiers in Nutrition, o consumo de cho- Estamos falando do chocolate colate amargo beneficia principal- amargo, aquele que tem pelo mente adultos mais velhos e idosos menos 60% de cacau em sua com- que apresentam declínio de memória posição e bem menos açúcar. E, ago- inicial. Ainda de acordo com os pes- ra, surge mais uma boa notícia para quisadores, nas mulheres, o alimento os amantes da iguaria: seu consumo também se mostrou eficaz em redu- diário pode melhorar o funciona- zir alguns dos efeitos do cansaço mento do cérebro em fatores como após uma noite mal dormida. a atenção, a fluência verbal e a me- mória. A descoberta foi feita por Segundo a professora Dra. Valenti- pesquisadores da Universidade de na Socci, do Departamento de Ciên- L’Aquila, na Itália. Eles revisaram a cias Biotecnológicas e Aplicadas da literatura disponível sobre os efei- Universidade de L’Aquila, o estudo tos da ingestão de flavonoides do teve como objetivo descobrir o que cacau, compostos químicos com acontece no cérebro horas após a propriedades antioxidantes e anti- ingestão dos flavonoides de cacau e -inflamatórias. se os benefícios se mantêm quando incluímos o alimento na dieta por um período prolongado de tempo. 58 Revista Longevidade em Foco

seus metabólitos, com vários alvos celulares e moleculares. Ao mesmo tempo, seus efeitos no sistema vas- cular também podem levar a melho- rias no desempenho cognitivo por meio do aumento do fluxo sanguí- neo na substância cinzenta do cére- bro”, comenta. “Nossos resultados sugerem que, Mais cacau, Entre os flavonoides encontrados graças a diversas ações biológicas menos açúcar no chocolate amargo estão as cate- diretas e indiretas, os alimentos de- quinas e epicatequinas, substâncias rivados do cacau possuem o poten- Segundo o nutrólogo Dr. Marcus que são antioxidantes, ou seja, agem cial de combater o declínio cogniti- dos Santos Oliveira (Cremerj combatendo os radicais livres pre- vo, melhorando as funções executi- 606980), a pesquisa confirma des- sentes no organismo. vas, a atenção e a memória. Assim, cobertas anteriores que mostram o cacau pode ser considerado como que o consumo de alimentos ricos O nutrólogo lembra, ainda, que exis- uma nova ferramenta nutracêutica em flavonoides, como o cacau do tem seis tipos de chocolate e o mais interessante para proteger a cogni- chocolate amargo, pode influenciar saudável é o amargo, que tem entre ção. E ele também pode ser promis- de forma benéfica a função cogniti- 60% e 90% de cacau em sua compo- sor no tratamento de problemas va. O especialista lembra que as sição. O alimento é feito com grãos que surgem por causa da insônia, ações biológicas dos flavonoides de cacau torrados, pouco açúcar e como distúrbios da memória e difi- encontrados no chocolate resultam sem adição de leite. “Na hora de culdade de concentração”, explica em cardioproteção, neuroproteção comprar o produto, é bom lembrar Dra. Valentina, líder do estudo. e neuromodulação. que quanto maior a concentração de cacau, menor o teor de açúcar. E “As ações destes alimentos parecem o ideal é o consumo do chocolate estar mediadas pelas interações di- amargo com maior teor de pó de retas dos flavonoides absorvidos e cacau. Até 30 gramas por dia, o con- sumo pode trazer vários benefícios para a saúde”, conclui.  Revista Longevidade em Foco 59

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Campeões da longevidade Aexpectativa de vida tem aumentado consideravelmente ao redor do mundo nas últimas décadas. Mas alguns países, como Japão e Cinga- pura, que ostentam uma expectativa média de vida superior a 83 anos, se sobressaem quando o assunto é longevidade. E o que diferencia os moradores destas localidades dos demais países? Fatores variados, segundo especialistas, incluindo dieta balanceada, prática de exercícios, convívio social e acesso a um bom sistema de saúde. No Japão, por exemplo, Okinawa, ilha subtropical na região de Kyushu, ao sul do país, é conhecida como a capital da longevidade. A região se tornou uma espécie de centro mundial de pesquisa sobre o assunto. Lá, segundo as estatísticas, para cada grupo de 100 mil habitantes, 50 têm mais de 100 anos de idade. Além da dieta – com muito tofu, batatas, peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, e algas –, os moradores têm outro segredo: manter a mente tranquila. Para isso, muito otimismo e nada de complicar a vida. Outra coisa em comum entre os moradores é a criação de vínculos próximos e sinceros com os vizinhos, além da ingestão diária de pelo menos uma ou duas xícaras de chá verde e da realização de exercícios. Em Cingapura, a expectativa de vida chega, hoje, a 83,1 anos. Com uma das menores taxas de mortalidade infantil e materna do mundo, o país investe na prevenção da saúde, o que contribui, e muito, para aumentar a longevidade de seus habitantes. O país aposta também no cuidado com o Revista Longevidade em Foco 61

na lavoura. Outra razão da longevidade espanhola é a famosa dieta mediterrânea, rica em azeite, le- gumes e vinhos. Mas, além da alimentação, eles guardam, ainda, mais um segredo: a siesta. Entre 14h e 17h o tempo é para almoçar (em casa, incluindo aqueles que trabalham fora) cal- mamente e depois descansar. E para se ter uma ideia de como a siesta é respeitada basta lembrar que, neste horário, em muitas cidades, o comér- cio e as repartições públicas fecham. idoso. Prova disso é o Spice (Singapore Program- Austrália e Coréia do Sul me for Integrated Care for the Elderly, ou Pro- grama de Atenção Integrada para Idosos, em Embora seus habitantes não sigam nenhuma die- tradução livre). O projeto é desenvolvido em ta específica, a Austrália também se encontra en- centros especializados, que funcionam das 7h às tre os países com maior longevidade. Além disso, 19h. Ali, equipes multidisciplinares – formadas por lá as taxas de mortalidade por doenças cardí- por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e ou- acas e câncer são baixas. E uma das razões para tros profissionais de saúde – oferecem de terapia isso é o estilo de vida ativo dos moradores. O país ocupacional a lazer para os participantes, dimi- também conta com um bom sistema de saúde. nuindo idas a emergências e internações. Já a Coreia do Sul, segundo um estudo recente País europeu onde se vive mais desenvolvido pelo Imperial College London em parceria com a Organização Mundial da Saúde, Já na Espanha, que tem a maior longevidade entre deve se tornar, em breve, o primeiro país a ter uma os países europeus, a população alcança uma ex- expectativa de vida superior a 90 anos. Mais uma pectativa de vida de 83,38 anos. E uma caracterís- vez, o segredo da longevidade parece estar na tica comum entre aqueles quase centenários é que dieta, que inclui alimentos fermentados, que favo- eles mantêm o entusiasmo constante com a vida, recem o sistema imunológico, além de muita fibra além de levar a cabo tarefas diárias que já execu- e nutrientes que combatem os radicais livres. Vale tam há anos, como cuidar do jardim ou trabalhar lembrar que os sul-coreanos apresentam uma das mais baixas taxas de obesidade do mundo.  62 Revista Longevidade em Foco



Ush que tal passar as férias no fim do mundo? Farol Les Ecaireurs, apelidado de “Farol do Fim do Mundo”, um dos principais cartões postais da “Terra do Fogo” 64 Revista Longevidade em Foco

uaia Pensando para onde ir nas próximas férias? Nós temos uma dica: Ushuaia, na Patagônia argentina. Por ser a cidade mais ao sul do planeta, ela é conhecida como “Fim do Mundo”. Mas a distância geo- gráfica não significa falta do que ver ou fazer. Pelo contrário. Capital da Tierra del Fuego, Ushuaia aninha-se entre montanhas ao norte e águas ao sul, o que lhe confere uma beleza estonteante e aconchegante. E há atividades para todos os gostos, por céu, terra e mar. E em todas as estações do ano! A melhor forma de chegar a este cenário encantador é de avião. O aero- porto Internacional Malvinas Argentinas e o aeroporto de Santiago, no Chile, têm voos regulares. Mesmo sendo uma cidade de porte pequeno (tem cerca de 50 mil habitantes), Ushuaia conta com restaurantes variados e de ótima qualidade. Entre os pratos típicos (e imperdíveis) estão o cor- deiro patagônico, a merluza negra e o caranguejo real. A rede hoteleira e a infraestrutura do lugar também não deixam a desejar, em comparação às grandes capitais turísticas. Conforto, luxo e tranquili- dade são marcas da grande maioria de hotéis e resorts espalhados pela cidade. Entre os mais badalados estão o Arakur Ushuaia Resort & Spa, Las Hayas Resort e Los Cauquenes Resort & Spa. Para quem preferir, também há excelentes opções de hostels e pousadas, com tarifas mais econômicas. Algumas opções são a Pousada do Fim do Mundo, o Antarctica Hostel e a Hosteria Rosa de Los Vientos. O clima em Ushuaia é oceânico subpolar, então a temperatura no verão é agradável e confortável. Já o inverno é bastante frio. A época é ideal para quem gosta de esquiar e uma dica de estação de esqui é a Cerro Castor, a 26 quilômetros da cidade. Devido à sua localização estratégica, ali, a tem- porada de esqui vai de meados de junho a início de outubro. São 31 pistas para todos os níveis de esquiadores. Revista Longevidade em Foco 65

Há muito passeios que favorecem o contato com a natureza da região. Na foto ao lado vemos a Laguna Esmeralda, acessível por trilhas. E abaixo a ilha de pássaros do mar dos cormorões no Canal do Lebreiro Já para quem preferir viajar no verão, uma ativida- do naturalista britânico Charles Darwin pela Patagônia a bor- de imperdível é visitar a Pinguinera, local para onde do do navio inglês Beagle, entre 1832 e 1835. Foi nesta viagem os pinguins migram nesta época do ano. Diversas que ele, então com 23 anos, começou a formular sua teoria da agências levam os turistas, que têm a oportunidade evolução das espécies. Durante a viagem, é possível cruzar de interagir com estas criaturinhas simpáticas. com baleias, leões, focas marinhas e diferentes tipos de aves – além, é claro, de avistar o famoso Farol do Fim do Mundo. Laguna Esmeralda Subir o Glaciar Martial, principal fonte de água potável de Ushuaia, é outro passeio imperdível. Além de uma vista linda, Não sabe ainda quando ir? Não se preocupe, al- o local oferece atividades de esqui e trekking. Outra dica é o gumas atrações turísticas em Ushuaia não de- tour com o Trem do Fim do Mundo. O trajeto tem cerca de pendem da estação. Aos pés dos Andes e na bei- sete quilômetros e passa pelas principais belezas naturais de ra do Canal Beagle, que divide Chile e Argentina, Ushuaia. A viagem é feita em uma réplica do trem que trans- a cidade abriga o Parque Nacional Tierra del portava presidiários para uma colônia penal instalada na re- Fuego. O local é ideal para fazer trilhas e apreciar gião. O presídio funcionou até 1947 e o local, hoje, abriga o paisagens, admirar lagos cristalinos e seus cená- Museu Marítimo, que conta um pouco sobre os navios e ex- rios de tirar o fôlego. pedições que por ali passaram.   Para quem curte trekking, a cidade conta com diversas trilhas, e uma das mais famosas é a que leva até a Laguna Esmeralda. São cerca de nove quilômetros (entre duas horas e meia e três horas de caminhada) até o lago cercado pelos Andes e de água verde-esmeralda. Outro programa que merece estar na agenda é navegar pelo Canal de Beagle. O passeio serve como uma volta no tempo, para lembrar a viagem 66 Revista Longevidade em Foco



Iodo sséeuugpmuleramateeenreatfapicçiaaãzo Como se sabe, a ingestão de iodo é fundamental para a produção dos hormônios da tireoide T3 e T4, que têm Segundo editorial publicado no Journal significativa influência no processo metabólico. Mas, of Clinical Endocrinology and Metabo- além da glândula, pele, mama, retina, mucosa gástrica, lism, um terço da população mundial próstata e sistema imunológico também precisam cap- está sendo afetada pela deficiência de tar o iodo para um funcionamento saudável. O nutriente con- iodo. A estimativa é que essa deficiên- tribui, ainda, durante a gestação, para o aumento do quocien- cia tenha se tornado um problema de te de inteligência (QI, fator que mede a inteligência humana) saúde pública em centenas de países. do feto, uma vez que a produção adequada de hormônios ti- reoidianos é essencial para o crescimento e desenvolvimento Apesar de farto conhecimento cientí- neurológico, intelectual e cognitivo do bebê. fico sobre a importância do nutriente para a saúde e dos muitos problemas Por outro lado, a deficiência de iodo pode causar bócio, hi- causados por sua deficiência, ainda não pertireoidismo ou hipotireoidismo, além de levar à formação há consenso sobre qual a dose diária de cistos e nódulos na tireoide, mamas, útero, ovários e ideal de iodo para o organismo. Alguns próstata. Para prevenir o problema, a suplementação pode estudiosos da tireoide dizem que a ser o caminho indicado, uma vez que a ingestão dos alimen- dose máxima deve ser de 1 miligrama/ tos ricos na substância, como o sal de cozinha e os frutos do dia. O que parece ser uma discrepân- mar, em geral, não é suficiente para alcançar a quantidade cia, na opinião do médico Ítalo Rachid de iodo que o organismo necessita. (Cremesp 114612), diretor científico do Grupo Longevidade Saudável. 68 Revista Longevidade em Foco

Ele faz uma comparação com a inges- Regressão de nódulos tão do nutriente no Japão, onde, em de mama e tireoide algumas regiões, os moradores rece- bem entre 3 a 14 miligramas de iodo Dr. Rachid lembra que inúmeros estudos já demonstraram por dia, através da dieta, principalmen- que a suplementação de iodo é uma terapia segura e eficaz. te graças ao consumo de algas. “Além Ele explica que, em muitos casos, a taxa elevada de iodo ex- de ser um dos países mais longevos do cretado na urina não está relacionada com a ingestão de altas planeta, o Japão apresenta uma das doses do nutriente, mas, sim, com problemas na sua absorção menores taxas de câncer do mundo. pelo organismo. “Os sistemas captadores de iodo no organis- Então, se o limite máximo diário deve mo, as bombas proteicas transportadoras, captam também ser de 1 miligrama, o país deveria ter os demais halogênios, que incluem, além do iodo, o cloro, o flúor, o bromo e o astato. E o problema é que estes outros muito mais casos de fetos com nó- chegam ao organismo em grandes quantidades, diariamente. dulos, por conta das mulheres que E o excesso destes elementos impede que o iodo, que já re- engravidam e ingerem estas al- cebemos em quantidade insuficiente na alimentação, penetre tas quantidades”, comenta. em seus receptores, sendo excretado na urina”, explica. Para resolver este problema, segundo Dr. Rachid, é necessá- rio repor uma quantidade maior de iodo, num primeiro mo- mento, para provocar a competição com esses outros halogênicos e promover a detoxificação do organismo. “Depois, com a segurança de que estes outros ele- mentos foram expelidos, ajustamos a suplemen- tação para uma dose menor de iodo”, diz. Com relação ao bromo, Dr. Rachid lembra que o elemento é tóxico e inibe competi- tivamente o iodo no organismo. “A pre- sença do bromo, que encontramos em pães e bolos, por exemplo, faz com que o organismo excrete o iodo, levando à deficiência do elemento”, comenta. Dr. Rachid lembra que, exatamente por causa da falta adequada de aporte do iodo, vê-se o aumento no número de casos de cis- tos e nódulos de tireoide, cistos de mama, pro- blemas gástricos e imunológicos, de pele e de próstata. “Porém, em um período de suplementação entre um e dois anos é possível ver a regressão de, pelo menos, 75% e 80% dos nódulos de mama e tireoide”, diz.  Revista Longevidade em Foco 69

Boas ações pamraseaulúhmdoear Visitar um amigo doente, fazer trabalho voluntário ou ajudar alguém necessitado. Quem já doou seu tempo e atenção para outros sem se preocupar em obter nada em retorno conhece aquela sensação de bem-estar que nos invade. Diversos estudos científicos mostram que as ações altruístas não beneficiam apenas quem recebe, mas também aqueles que as praticam. Segundo os cientistas, o altruísmo ajuda a combater o estresse, melhora a saúde do coração, a autoestima e aumenta a longevidade. O motivo? Agir com generosidade estimula a liberação de serotonina, oxitocina e dopamina, substâncias químicas natu- rais em nosso organismo e que estão intimamente ligadas ao sentimento de felicidade. Há até um nome para tal efeito: helpers high (o barato dos generosos). 70 Revista Longevidade em Foco

Ao fazer uma cológicos e físicos que resultam de no organismo, combatendo assim o boa ação, um comportamento generoso. processo de inflamação, o que ajuda o circuito de Quando praticamos uma boa ação, a diminuir o envelhecimento. Por ou- recompensa o circuito de recompensa do cérebro tro lado, o estresse crônico pode ter do cérebro relacionado à sensação de prazer é um efeito prejudicial nas artérias e relacionado ativado, e isso aumenta a autoestima levar à hipertensão e a doenças car- à sensação de e reduz o estresse e a ansiedade. E diovasculares”, comenta. prazer é ativado, o altruísmo também ajuda a melho- reduzindo rar os sistemas imunológico e car- Gentileza em o estresse diovascular, favorecendo a longevi- qualquer idade e a ansiedade. dade”, explica Dr. David R. Hamilton, doutor em Química. Dr. David Hamilton Um estudo recente sobre o tema foi Bondade X estresse Dr. Hamilton afirma, ainda, que prati- realizado por pesquisadores da Uni- car boas ações é bom para todos, não versity of British Columbia, no Cana- Autor de oito best-sellers sobre a importa a idade. No caso de pessoas dá. Eles trabalharam durante seis relação entre mente e corpo, in- mais velhas, por exemplo, a dedicação meses com pacientes que sofriam cluindo os livros The 5 Side Effects de algumas horas a um trabalho vo- com altos níveis de ansiedade. Du- of Kindness (Os Cinco Efeitos Colate- luntário foi relacionada a benefícios rante o período do estudo, os volun- rais da Gentileza) e Why Kindness is como mais sentimento de felicidade tários tinham que praticar atos gen- Good for You (Por que a gentileza é e de satisfação em viver. Já crianças tis para outras pessoas pelo menos boa para você?), Dr. Hamilton diz na pré-escola que demonstram em- seis vezes por semana. As ações in- que a bondade e o estresse são patia estão propensas a reagir melhor cluíam abrir a porta para alguém, como duas pessoas em uma gan- a uma situação de estresse. fazer tarefas para outras pessoas, gorra: na medida em que um lado ler o jornal para pacientes interna- sobe, o outro desce. “No estudo com crianças, o intuito dos e pagar o almoço para um amigo. foi monitorar os sinais fisiológicos, Ele lembra que, quando enfrenta- incluindo os batimentos cardíacos e Ao final da pesquisa, os cientistas mos situações estressantes, o or- o tônus vagal, indicador do funciona- descobriram que fazer coisas agra- ganismo, em resposta, aumenta a mento do sistema nervoso parassim- dáveis para os outros levou a um liberação de hormônios como o pático, que atua na regulação emo- aumento significativo no humor po- cortisol e a adrenalina. Mas, quan- cional, comunicação, interação social sitivo dos participantes, que tam- do praticamos uma boa ação, o or- e manejo de estresse. A experiência, bém relataram maior satisfação em ganismo libera a oxitocina, produ- que envolvia doar uma moeda para seus relacionamentos familiares e zida em resposta a sentimentos de uma outra criança pobre, mostrou em sua vida social. conexão que surgem por meio de que aquelas que doaram a moeda atos de bondade. tinham um nível mais elevado de res- “Este é mais um estudo que reforça posta vagal, o que está relacionado o que trabalhos anteriores já haviam “A oxitocina é cardioprotetora. E tam- ao manejo adequado de estresse e à constatado sobre os benefícios psi- bém reduz os níveis de radicais livres adaptação ao meio. Isso reflete em melhor saúde física”, explica.  Revista Longevidade em Foco 71

Deficiência Você, certamente, sabe o quão importante é o ferro para de ferro o bom funcionamento do organismo. Um estudo recen- pode estar te, contudo, pode adicionar mais um item à lista de be- associada nefícios da substância para a saúde. Segundo a pesquisa, à surdez publicada no Journal of the American Medical Association, pessoas com anemia por deficiência de ferro têm duas vezes mais chances de perda auditiva em relação aos indivíduos com níveis normais de ferro. E a associação ocorre em dois tipos de surdez: a perda auditiva neurossensorial (causada por danos no ouvido interno ou no nervo que liga o ouvido ao cérebro) e a condutiva (problema no ouvido médio ou externo, que impede que o som seja conduzido de forma clara). Para realizar o estudo, os cientistas contaram com a partici- pação de cerca de 305 mil voluntários, com idades entre 21 e 90 anos. Metade dos participantes era formada por homens com idade média de 50 anos. Entre os indivíduos anêmicos, todos tinham problemas de audição. Segundo a doutora em Ciências Biomédicas Kathleen Schie- ffer, líder da pesquisa, o próximo passo é entender melhor essa correlação e descobrir se o diagnóstico e o tratamento precoces da anemia podem reverter a perda da audição. “Embora o corpo armazene pequenas quantidades de ferro para casos emergenciais, ficar muito tempo com baixos níveis de ferro pode levar à anemia ferropriva, condição em que os glóbulos vermelhos não possuem hemoglobina suficiente para transportar a quantidade necessária de oxigênio para os te- cidos do corpo”, alerta Dra. Kathleen, que atua na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual da Pensilvânia. A anemia ferropriva leva à perda de peso, diminuição da ener- gia, dores de cabeça, tonturas, falta de concentração e de ar e é um dos distúrbios nutricionais que mais tem aumentado em todo o mundo. Uma das razões para isso é o consumo exagera- do de alimentos industrializados, pobres em nutrientes. Vale lembrar que a perda auditiva neurossensorial é perma- nente e pode ocorrer em adultos (principalmente em pessoas mais velhas e aquelas que passam pela exposição prolongada a ruídos altos) e em crianças e bebês (neste caso, os fatores causais incluem anomalias congênitas ou infecções). 72 Revista Longevidade em Foco



Copilotos no tratamento Com maior acesso à informação, pacientes desejam participar da tomada de decisão sobre as escolhas terapêuticas Afacilidade no acesso às infor- As fontes de informações na inter- mações sobre saúde na web net vão desde revistas científicas vem mudando a dinâmica do eletrônicas a websites oficiais do relacionamento médico-pa- governo. Assim, mesmo sem forma- ciente. Cada vez é mais comum ção na área de saúde, o paciente a presença, nos consultórios, de pa- começa a assumir um papel de “co- cientes que demandam dados deta- piloto” no tratamento. Para muitos lhados acerca de sintomas, diagnós- médicos, a mudança é bem-vinda, ticos e tratamentos. Eles querem pois, ao compartilhar a decisão de saber mais sobre prós e contras das qual tratamento, terapia ou medica- opções terapêuticas e possíveis mento é mais indicado, o paciente efeitos colaterais de drogas. Enfim, pode aderir melhor às recomenda- participar mais ativamente da toma- ções médicas, engajando-se no cui- da de decisões. dado com a própria saúde. 74 Revista Longevidade em Foco

Para muitos Por outro lado, alguns médicos re- por exemplo, publicaram um traba- médicos, a parceria clamam que é preciso muito tempo lho sobre a confiabilidade e preci- é bem-vinda, pois, durante a consulta quando os pa- são das informações acessadas na ao compartilhar cientes chegam com anotações ob- internet para cinco questões pedi- a decisão sobre tidas em diferentes sites a respeito átricas comuns. Eles analisaram um o tratamento, dos sintomas que estão sentindo. total de 500 sites. O resultado do o paciente se estudo mostrou que as informa- envolve mais De olho neste cenário, a classe ções mais confiáveis foram obtidas no cuidado da científica tem desenvolvido estu- junto a sites do governo e que 55% própria saúde dos para mensurar quão confiáveis dos sites de notícias forneceram são as informações sobre saúde na conselhos corretos. internet. Pesquisadores do Depar- tamento de Pediatria da Universi- dade de Nottingham, na Inglaterra, Revista Longevidade em Foco 75

se engaje no tratamento. A não ade- são pode resultar no insucesso do tratamento”, explica. Para otimizar o atendimento ao pa- ciente que chega ao consultório com informações obtidas na inter- net, o médico, além de atualizar seus conhecimentos constantemente, precisa colocar em prática uma abordagem diferenciada em termos de atendimento clínico diário. “En- tre outras coisas, o profissional deve oferecer o máximo de informações ao paciente para ajudá-lo a se posi- cionar no caso da tomada de uma decisão compartilhada, por exem- plo”, diz Dr. Rachid, que é presiden- te da Sociedade Brasileira para Es- tudos da Fisiologia – Sobraf. Empoderamento ções, recursos e autoridade aos Quanto ao paciente que chega com do paciente pacientes, eles se tornarão mais várias indagações, para Dr. Rachid, ativos e responsáveis por suas de- esta é uma boa oportunidade para Nesta Medicina moderna, um novo cisões, com melhores resultados o médico ouvir e tirar informações termo ganhou espaço: empowerment para a prevenção de doenças. que o ajudem a conhecer os valores of pacient, ou empoderamento do do paciente, para poder ajudá-lo a paciente, em tradução livre. O con- Para o diretor científico do Grupo escolher a melhor maneira de acom- ceito é definido como o processo de Longevidade Saudável, Dr. Ítalo panhar e tratar sua saúde. ajudar a pessoa a se tornar mais Rachid (Cremesp 114612), o médi- autoconfiante e resiliente, para am- co deve estar disposto a ouvir o “É sempre importante que os pa- pliar o controle sobre os fatores que paciente sobre sua realidade, sua cientes se informem, mas uma face afetam sua saúde. O empoderamen- rotina diária e hábitos, para, juntos, fundamental desse avanço na disse- to do paciente pressupõe, assim, definirem a terapêutica que melhor minação da informação é a intera- que, se médicos e demais profissio- se enquadra dentro da sua necessi- ção entre paciente e médico. O pro- nais de saúde fornecerem informa- dade. “Essa comunicação é impor- fissional precisa estar disposto e tante, pois é preciso que o paciente interessado a ouvir as informações que o paciente queira discutir com ele. Mas o médico também precisa atualizar-se constantemente, pois, a cada dia, surgem novos conheci- mentos”, conclui.  76 Revista Longevidade em Foco



Saúde bucal cuidados podem evitar doenças cardiovasculares e câncer “O alto nível de inflamação na boca aumenta a possibilidade de substâncias inflamatórias no san- gue. Estudos mostram, por exemplo, que indivídu- Cuidar da saúde dos dentes e da gengiva é os com doença periodontal têm níveis sanguíneos fundamental para quem busca uma vida elevados de proteína C-reativa, um marcador in- longa e saudável. A conclusão aparece em flamatório ligado ao aumento do risco de doenças diversas pesquisas científicas, que apon- cardiovasculares”, comenta o professor da Uni- versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). tam para a forte relação entre a saúde bu- Além da higiene diária e da visita regular ao den- cal e o bem-estar do restante do corpo. A doença tista, a saúde bucal pode ser mantida com a ajuda periodontal, infecção crônica na gengiva, de ori- de alguns compostos, como o chá verde. Pesquisa gem bacteriana, por exemplo, foi relacionada por da Faculdade de Odontologia de Bauru, ligada à pesquisadores da Universidade de Boston a um USP, mostra que a bebida protege contra a ação risco maior de linfoma não-Hodgkin, câncer no da enzima Metaloproteinase da matriz (MMP), que sistema linfático. Publicada no International leva à erosão da camada mais interna do dente. Journal of Cancer, a pesquisa envolveu mais de 51 mil pacientes com periodontite crônica, que “A MMP é ativada no organismo pelo pH ácido foram acompanhados durante oito anos. encontrado em alguns alimentos e líquidos”, expli- Outro trabalho, realizado por cientistas da Uni- ca Dr. Moraes. Além disso, segundo ele, as cate- versidade de Harvard, mostrou que pacientes com quinas (nutriente de ação antioxidante) do chá histórico da doença têm um risco maior para cân- exercem atividade antibacteriana contra alguns cer de pâncreas. O estudo durou 18 anos e envol- dos principais microrganismos por trás da cárie. veu mais de 48 mil pacientes. E a periodontite já E algumas vitaminas também contribuem para a foi associada a outras patologias, como o diabetes, saúde oral. A vitamina C ajuda a manter o tecido a endocardite (inflamação do endocárdio) e a ate- da gengiva saudável. Já o ácido fólico reduz a rosclerose, como lembra o cirurgião-dentista e inflamação e o sangramento gengival. E a vitami- professor Dr. Bruno Guerreiro de Moraes. na D ajuda a evitar a gengivite.   78 Revista Longevidade em Foco

artigo Você sabia que Dr. Roberto Caproni o seu consultório Graduado em ou a sua clínica Odontologia e pode estar doente? em Administração de Empresas. Um consultório ou uma clínica interage com o mercado, o meio externo, gerando Pós-graduado resultados para você. Os resultados esperados são o financeiro, a qualidade de vida em Marketing e o prestígio social, em outras palavras, a prosperidade por meio do seu trabalho. e Psicologia. Especialista em Se esses resultados estão aquém do esperado, é porque o seu consultório ou a sua franquias pela clínica está doente. Para tratar essa doença, precisamos fazer um diagnóstico Franchising organizacional, identificando o problema e propondo a solução. University. Estes são os problemas mais comuns que você pode estar enfrentando: 1 . Trabalha muito e não tem o retorno financei- 6 . Os clientes acham os seus preços caros. Tem ro esperado. dificuldade para fechar os tratamentos. 2 . Vive estressado e sem qualidade de vida. Não 7 . Os clientes particulares sumiram. O seu tem tempo para você, para a sua família e maior problema são os planos de saúde. Tem para as pessoas que ama. medo de abrir mão dos convênios. 3 . Tem dificuldades com a sua equipe. Sente-se 8 . Está perdendo clientes para a concorrência, inseguro em delegar atividades e funções. que, na maioria das vezes, é antiética e desleal. 4 . Investiu muito no seu aprimoramento técni- 9 . Quer melhorar o seu resultado financeiro e co e profissional. É um profissional reconhe- a sua qualidade de vida. Não quer mais sofrer cido, mas precisa de ajuda com a gestão da com a insegurança das crises na economia. sua clínica. Acha que está perdendo muito tempo e dinheiro com erros. A administração é uma ciência que faz o diagnós- tico e propõe soluções para os problemas enfren- 5 . Tem um bom resultado, mas está sobrecar- tados por um consultório ou por uma clínica, otimizando os seus resultados. regado, com uma agenda lotada e com fila de espera. Revista Longevidade em Foco 79

aBmonigs os e aliados da saúde Pesquisa científica mostra que crianças que convivem desde pequenas com cães e gatos têm menos risco de desenvolver asma 80 Revista Longevidade em Foco

Eles são bons companheiros, trazem alegria E para os pais que preferem não ter bichinhos e muitas vezes se tornam “parte da família”. em casa com medo de que os filhos venham a Mas os animais de estimação também po- desenvolver alergias, aqui vai um bom motivo dem ser bons amigos da saúde. Vários es- para mudar de ideia: crianças que vivem com cães tudos científicos já mostraram que ter pets e gatos em casa têm 15% menos risco de apre- em casa ajuda a reduzir o estresse, o sentimen- sentarem asma, doença crônica que leva à infla- to de solidão, a ansiedade e a depressão, entre mação e ao estreitamento das vias aéreas, difi- outros benefícios. De acordo com pesquisado- cultando a respiração. res, isso acontece porque passar um tempo brincando ou acariciando os animais ajuda o A constatação é de pesquisadores da Universi- organismo do humano a produzir mais hormô- dade de Washington, que avaliaram cerca de 450 nios como a ocitocina, a prolactina e a seroto- crianças moradoras de áreas pobres nas cidades nina, que melhoram o humor. de Saint Louis, Baltimore, Boston e Nova York. Todas tinham pelo menos um dos pais asmático A falta de exposição a alergênicos ou alérgico, o que significa que elas tinham um e germes na primeira infância risco maior de desenvolver a doença. E todas pode reprimir o desenvolvimento conviviam com animais de estimação. As crianças do sistema imunológico. foram acompanhadas do momento do nascimen- to até os sete anos de idade. Dr. Leonard Bacharier Ao final do estudo, publicado no Journal of Aller- gy and Clinical Immunology, do total de partici- pantes, menos de um terço tinha sido diagnosti- cado com asma. O professor Dr. Leonard Bacha- rier, um dos líderes da pesquisa, diz que, quando a criança convive desde pequena com os pets, ela desenvolve um sistema imunológico mais forte. O efeito, no entanto, não acontece entre adultos que já sofrem de alergias. Revista Longevidade em Foco 81

Exposição aos alergênicos da Universidade de Nebraska, nos Estados Uni- dos, com crianças em idade pré-escolar, mostrou “A falta de exposição a alergênicos e germes na que aquelas que tinham um cão em casa apre- primeira infância pode reprimir o desenvolvimen- sentavam menos estresse comportamental, com- to do sistema imunológico, fazendo com que ele paradas às crianças sem a companhia do pet”, diz. fique entediado quando exposto posteriormente”, explica Dr. Bacharier, que é pediatra com espe- Segundo Dr. Barros, a alergia a gatos e cães não cialização em alergias e sistema imunológico. tem origem nos pelos dos animais, mas na saliva e nas secreções das glândulas sebáceas. Quando O médico ressalta que o resultado da pesquisa se lambem, os pets depositam alergênicos nos não quer dizer que passar a ter animais vá curar pelos e aí surgem as reações alérgicas em algu- a asma de crianças que já apresentam a doença, mas pessoas. Ainda de acordo com o médico, a mas, sim, que ter um gato ou cão em torno do seu falta de ar, o chiado no peito e o cansaço são filho pequeno não é ruim. sintomas característicos da asma. “Nosso estudo está de acordo com a hipótese da E, para aqueles que vivem em áreas rurais, o higiene, segundo a qual a exposição melhora nos- contato das crianças com animais de pequeno sa tolerância a agentes alergênicos, como os en- e grande porte também as protege de alergias, contrados em pelos de gatos e cães. Essa informa- segundo um estudo da Universidade de Wis- ção pode ser importante para os casais que estão consin, em Madison (EUA). A pesquisa, publica- esperando um bebê ou planejam ter um”, explica. da no Journal of the American Medical Associa- tion, envolveu mais de 500 crianças. Segundo o Dr. Bacharier lembra que a pesquisa mostrou tam- resultado, aquelas que moravam no campo bém que o estresse e a depressão materna, ava- apresentavam 50% menos risco de rinite alér- liadas por meio de questionários respondidos gica e erupções cutâneas.  pelas mães, foram associados ao aumento do ris- co de asma nas crianças. O mesmo ocorreu com os filhos de mulheres que fumaram durante a ges- tação. Neste caso, os cientistas mediram os níveis de cotinina (metabólico da nicotina) no sangue do cordão umbilical no momento do nascimento. Menos estresse comportamental Na opinião do pediatra, alergista e imunologista Dr. Renato Barros (Cremerj 464830), a pesquisa reforça descobertas anteriores sobre os benefí- cios de ter um pet em casa para a saúde das crian- ças. “A convivência com cães e gatos tem muito a ensinar aos nossos filhos. Um estudo anterior, 82 Revista Longevidade em Foco



Má alimentação causa uma em cada cinco mortes no mundo Uma em cada cinco mortes no mun- do está associada à má alimenta- ção. O alerta vem de pesquisado- res que participaram do estudo Global Burden of Disease (Carga Global de Doença, em tradução livre), publicado na revista científica The Lancet. A pesquisa, maior estudo de fatores de risco de mortalidade em todo o mundo, teve como base dados epidemiológicos e observacionais ob- tidos em 195 países e foi coordenada por cientistas do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington. De acordo com os pesquisadores, a alimentação incorreta, com deficiên- cia de frutas, cereais, frutos secos, vegetais, legumes, ômega 3 e grãos é, hoje, o segundo maior fator de ris- 84 Reviista Longevviidade eem Foco

co para a morte precoce, só perdendo para o tos de baixo valor nutritivo, mas ricos em gor- tabagismo. O estudo adverte que o consumo dura, de alta densidade calórica. E isso ocorre frequente de alimentos como os embutidos no mundo todo, inclusive no Brasil, onde a (salsicha, linguiça, mortadela, presunto e sa- obesidade aumentou em 60% na última déca- lame), enlatados, industrializados (como pizza da”, comenta Aline. ou lasanha congeladas) e frituras está relacio- nado a diversas doenças, como as cardiovas- A nutricionista lembra que o consumo regular culares, hipertensão, diabetes, câncer, osteo- de feijão, considerado um alimento básico na porose, além da obesidade. dieta do brasileiro, diminuiu de 67,5%, em 2012, para 61,3%, em 2016. Além disso, apenas Entre as bebidas, o refrigerante e o suco em um entre três adultos consomem frutas e hor- pó – que, além de grande quantidade de açú- taliças cinco vezes na semana. “Hoje, um em car, contêm diversas substâncias artificiais e cada cinco brasileiros está acima do peso, mes- muito pouco valor nutricional – também são mo que tenhamos, recentemente, adotado vilões nessa história. O alerta serve inclusive hábitos alimentares mais saudáveis, consumin- para refrigerantes diet, que, embora não con- do mais hortaliças, frutas e fibras”, avalia Aline. tenham açúcar, têm em sua fórmula adoçan- tes como o aspartame, feito com três substân- De acordo com a nutricionista, a melhor forma cias químicas: ácido aspártico, fenilalanina, e de evitar doenças relacionadas à má alimen- metanol. Esse último componente é bastante tação é dar preferência a alimentos frescos e tóxico, já tendo sido ligado por cientistas a preparados em casa, evitando aqueles proces- vários problemas de saúde, incluindo a dege- sados. Fazer exercícios e manter outros hábi- neração dos neurônios. tos saudáveis, como não fumar nem beber em excesso, também é importante. “Essas são as Obesidade avança no Brasil chaves para a saúde e a longevidade”, diz Aline. Segundo a nutricionista clínica funcional Aline A especialista ressalta que vários estudos Labes (CRN 2000.100.386-5), o estudo mos- científicos já mostraram que a obesidade está tra a rapidez com que as doenças relacionadas relacionada a diversos tipos de câncer, como à obesidade estão se espalhando pelo mundo, o de mama, o do fígado e o da tireoide, entre incluindo o Brasil. outros. E lembra que alguns alimentos podem ajudar a evitar a doença, como o brócolis, os “A nossa alimentação vem mudando drastica- aspargos, a couve-flor e outros vegetais cru- mente ao longo dos anos. Estamos trocando cíferos, que são ricos em sulforafano, compos- os alimentos naturais pelos processados. E to que, além de propriedades anticanceríge- adotando novos hábitos, baseados em alimen- nas, ajuda a combater a artrite e as doenças cardíacas e renais.   Reviista Longevviidade eem Foco 85

Terapia genética para tratar o câncer Cada vez mais o tratamento de câncer se torna personalizado. E um passo importante neste técnica consiste em extrair células T (muitas vezes sentido é a terapia genética, em que células chamadas de soldados do sistema imunológico) do do sistema imunológico do próprio paciente sangue, que depois são modificadas. são reprogramadas para atacar o tumor. As células são modificadas geneticamente em labora- Segundo o Dr. Carl June, diretor do Centro de Imu- tório para reconhecer o câncer e destruí-lo, e depois noterapia da Universidade da Pensilvânia, para re- devolvidas à corrente sanguínea. A técnica vem programar as células T é usada uma forma não ativa sendo pesquisada há décadas, mas apenas recente- do HIV, o vírus da AIDS, que transporta o material mente a agência norte-americana Food and Drug genético novo. O processo “superalimenta” as célu- Administration (FDA) autorizou seu uso. O trata- las T, que atacam as células B leucêmicas, após lo- calizarem uma proteína chamada CD-19. mento será aplicado em pacientes com leucemia Como o tratamento destrói não apenas as células B linfoide aguda, um tipo de câncer do sangue e da leucêmicas, mas também as saudáveis, que ajudam medula óssea que afeta os glóbulos brancos. a produzir anticorpos, os pacientes precisam de A autorização foi obtida pela farmacêutica Novartis, tratamento para protegê-los contra infecções. Por com base no resultado de um estudo envolvendo isso, regularmente, eles recebem infusões de imu- 63 pacientes submetidos à terapia entre abril de noglobulinas. Quanto a outros possíveis efeitos 2015 e agosto de 2016. Deste total, 52 – ou 82,5% colaterais, para detecta-los os pacientes que parti- dos pacientes – entraram em remissão (quando não ciparam do estudo serão acompanhados por 15 se tem mais evidências de que exista o câncer). anos. De acordo com Dr. June, a terapia celular por CAR T-cell é um tratamento que precisa ser pensa- Denominado CAR T-cell, o tratamento foi desenvol- do e estudado de forma específica para cada pacien- vido por pesquisadores da Universidade da Pensil- te. Por enquanto, porém, a técnica está disponível vânia em parceria com a indústria farmacêutica. A apenas nos Estados Unidos.  86 Revista Longevidade em Foco




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