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JA1-L1

Published by Paroberto, 2020-11-13 04:54:46

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Existência inexistente Joaquim Alice ajo como “ outsider19... Sou quem 49 “ninguém-sabe-o-que-é”, quando por perto... me aceitam. (Depois...) ... põem atrás o pé: o incerto, o desconhecido, respeitam!!! Como não sabem o ponto de que é feito este tecido ... [o seguro (conhecido) é mais perfeito] ... é melhor ser esquecido, não considerado e... a “existência-inexistente” sou promovido. 19 Outsider: (do inglês) forasteiro, intruso.

.... do mais profundo de mim Apenas Soubesse eu de antemão tudo o que o mar esconde... Soubesse eu já ... agora (!) o que o Sol tem p’ra dar... e a nuvem longa e esguia, imitando o horizonte... e o pássaro... passando veloz... o som ... (chega-me bem a luz) também. Aqui estou, aqui fico, perco todo o sentido. Estou em tudo absorvido... Sou... qual buraco negro, invertido. Quanto mais tenho, mais dou... Quanto mais absorvo, mais verto... Quanto mais carregado, mais leve... quanto mais sério. mais alegre, mais contente. E enquanto sou tudo isso, nada sou! “ 50

Natureza Joaquim Alice É LÁ... na paisagem... Nessa total beleza... que vou ao meu encontro... parado... em transe... como que me diluindo na magistral NATUREZA. “ 51

.... do mais profundo de mim Fugir (ou amar) É no falar em torrente... é no expressares-te ... sempre em frente... mesmo sem reflexão sendo mesmo capaz (até) d’ acenderes ambos os lados da vela ... que me hás-de ver... FUGIR DESSA “JANELA”. “ 52

Ananás cerebral Joaquim Alice um céu lavado sem nuvens ou nuvens lavadas com muito céu... azul Eu vos aceito sem queixas... atitude partilhada, mesmo quando nublado completamente... tampa cinzenta de nefasta bruma... incômodo aceite que em simultâneo e em uníssono com o todo me obriga a FLORIR ... EU (apenas) “ 53

.... do mais profundo de mimDa casa de cristal deste posto em que me encontro, vejo vida verdejante, ouço o piar das aves, alcanço o mar... distante. Posição de privilégio de que sou grato (bastante). É aqui que encontro o Ser. neste ponto equidistante, alcanço o voar das aves, espaço... vasto e aberto. Ouço o vento na folhagem. Vejo a chuva caindo... move-a o vento, fá-la ir passando em baforadas de tênue fumo.20 Está tudo... perfeito! “ 54 20 Fumaça.

Pétalas de rosa Joaquim Alice os bicos que as pétalas das rosas têm (assim parece), afinal, não são bicos ... nunca foram, ... são antes curvaturas, pétalas que abraçam, com uma boa dúzia delas, o centro, o núcleo, a alma, que lhe brota do caule, que lhe sobe do interior, donde... lá do fundo, chega-lhe a força da terra, do cascalho e do estrume. Bendita esta perfeição que tudo transmuta em alquimia perfeita... Beleza de criação! “ 55

.... do mais profundo de mim O abutre (de vida) paira... só... desesperadamente só... insuportavelmente cheio e farto de si... Ausculta tudo e todos, ronda lá de longe do fundo da sua solidão, auscultando... laivos de disponibilidade no horizonte, qualquer pitada de cheiro a tempo-livre. Descortinada a vítima, lá vem em voo picado, direto, ligeiro, veloz, avidamente num crescendo de contentamento interior, já cheio de inebriante expectativa... Arranjou COMPANHIA!!! Já pode enfim relegar-se novamente para último lugar ... Viver a vida do vizinho não a sua ... Esquecer o sofrimento... Não fora o paradoxo da vida e a alegria ser a exata medida da alienação que opera... sentir-me-ia feliz ... (em plenitude). Resta aguardar que um dia o ABUTRE se canse e venha a acordar ... e, por si adentro, se atreva a voar ... ... em pomares de perfeitos frutos... honestos... e em céu limpo, se venha a alimentar. “ 56

Piloto automático Joaquim Alice em castelos... palácios suntuosos, rodeados enfim de tanta gente, vivem eremitas... santos... almas adiadas... sós. Atravessam o deserto sozinhas. Entre a multidão, procuram o distante eco, aquele ... desejada redenção... E vivem assim... um não-viver. Adiadas... para dia incerto ... zumbis d’emoção... doentes terminais do sentimento. Vivem em coma... do que são, deixam-se guiar pelo estático, ligam o piloto automático. “ 57

.... do mais profundo de mim O ego à DERIVA... (como estás), agitada ao vento nefasto de interpretações distorcidas... à deriva... Na agitação e no redemoinho dispersante, deixas-te desgastar pela ilusão, enquanto essa destrói o (teu) ser, envenena o (teu) pensamento, azeda a (tua) atitude, apodrece o (teu) bem-estar, explode o (teu) equilíbrio, aquilo que te parece... erguer-te, o EGO, que tanto acarinhas e no qual te permites confiar cegamente... Nem te apercebes da verdade: alimentas afinal... o teu CARRASCO. “ 58

A crise Joaquim Alice O freio nos dentes tomava, disparava em correria, o pensar descontrolava... como o coração batia! Calor à cara subia, a inundação aumentava, tudo inundava e o vulcão rugia. O descontrolo era imenso, era total a aflição. Calvário demasiado extenso, invisível salvação. O rubor me afogueava, o pensar estava embutido ... ... ... ... bloqueva... ... ... ... ... estava fodido!!! “ 59

.... do mais profundo de mim Vida/respiração respiro pensadamente, pausadamente... conscientemente. Garganta arrastando o ar, gestão da sua ingestão traz-me ao presente... d’imediato... E... eu... sorrio!!! Estou bem, tudo está bem, ... respiro. VIVO! Amo a vida e... é tudo! “ 60

Verde vejo ... e mar azul Joaquim Alice cantas sempre sem parar, ó... tu... aí nos telhados! Gosto do teu visitar(-me). Lembras-me... dos (meus) pastos elevados. Em verdes pastos... elevados, verde vejo... e mar azul... O céu imenso me observa ao deter-me... olhando o sul... Derramado até ao mar, o verde se estende... ilha abaixo... Pequena cidade ao fundo É mesmo aqui qu’eu (me) encaixo. “ 61

.... do mais profundo de mimVerde musgo, fluorescente verde-musgo fluorescente, faixa curva, trajetória... vai ao encontro do sol nascente ... Olhos (!) vejam esta glória... Linda manhã... Estrela ardente! “ 62

Ventos Joaquim Alice Ventos sopram invisíveis... Ventos me deixam estonteado. Faço apenas os possíveis p’ra me agitar... com cuidado. (Contudo) tarefa a não encetar... gênese do torto e enviesado... Tenho é de confirmar, estar bem enraizado. Aguentar firme... na raiz, suportar a agitação como “aquele que diz” estar em pura devoção. “ 63

.... do mais profundo de mim Vento Na toca do biscoito... a do centro, ventanias sopram ... desalmadas. E lufadas de ar puro se me batem, abertas ao rosto sobranceiro. ... E sinto o rasgar da ventania, invisto com o corpo vento adentro, desfaço o fluxo forte ... partindo-o ao meio. Vento, que sopras sem parar, teimoso no caminho que percorres, partido a meio, dividido... certo é... não paras de soprar... Quisera ouvir-te aqui, junto ao meu leito, e da tua força e energia partilhar. “ 64

Valsa da chuva Joaquim Alice numa constância de bailado ... cortinas caindo... em movimentos ondulados, ao longo de pontos verticalizados, evolve, dança, ... cai a chuva, embora fraca... E a cair sem pressa... é linda... Caio com ela, deixo-me ir, deixo estar, aprecio... Embelezo o meu ser nessa valsa milagrosa... Divina! “ 65

.... do mais profundo de mim Uivo ... e um cão uiva agora, insatisfeito, em tom grave (coitado)... Nem percebe que a pequenez do mundo em que se encerra lhe tolhe por completo a liberdade. Foge! Sai! Abandona esse covil onde estás, e que te devora! Liberta-te, anda embora! A vida é bela quando grande e apreciada. Precisas de espaço (melhor) de distância para então poderes ter visão... É que coisas há que nos confinam à pequenez escura do caixão. Por isso, salta, foge, luta... raspa-te! Vem cá acima ter comigo, far-te-ei umas festinhas e seremos como irmãos. “ 66

Transformo Joaquim Alice Absorvo tudo no meu corpo, e o meu corpo tudo integra ao alimentar-me, comendo, bebendo, respirando... Transformo as mais diversas coisas no meu corpo. Corpo diversificado, corpo construído por tudo... (ingerido) Sagrado! “ 67

.... do mais profundo de mimO pintor – o artista alcança o interior... e observa a luz... a paisagem abre-se... e pode-se ouvir a sinfonia das cores, utilizada pelo artista. “ 68

Tudo bem! Joaquim Alice está quedo, tranquilo, calmo, satisfeito, em paz e sossego... Está tudo a correr bem, “sobre rodas”, tudo a andar... Sereno, abranjo tudo e vejo a perfeição circundante. Observo o total, no qual me incluo... Observador observado, estou com tudo e com todos como que paralisado. Mas, afinal, sou ativo, ativante e ativado, o branco, o preto, o cinzento e o mesclado, o brilhante, o colorido, a luz, o sol... e o resultado. “ 69

.... do mais profundo de mimUm céu... e um mar... o primeiro, o céu, em tons de um claro azul, tem faixas e manchas horizontais de brancos diversos (...e conseguiu comprimir as nuvens para junto do horizonte, mais a nordeste). E... curioso... entre o azul constante e tais manchas, como que a demarcar ambas as partes, lá está a linha reta, branca, fina, perfeita (e infinita!), a rasgar o céu de um lado ao outro. (Quem a fez? O vento?... Quem a desenhou?... Um avião? ) O segundo... o mar: a partir do horizonte, é azul bem escuro, depois esverdeia-se até chegar àquele tom verde claro (verde água) em que se mistura já com o ar... Já o contém dentro de si e transformou-se em nova cor. “ 70 Depois... já junto à praia, torna-se branco, caiado e mutante.

Ora verde escuro, Joaquim Alice ora verde água, ora verde acastanhado (quando traz consigo partes de areia)... ... rebenta finalmente, derrama-se pel’areia, que o recebe... ávida e saudosa. Aceita-o (simplesmente), integra-o... (absorve-o) e, nesse ato, de escura... torna-se PRATA, refletindo a luz do céu. “ 71

.... do mais profundo de mim Solto solto, tal papagaio de papel que voa céu acima, guardado apenas pelo olhar da criança que o largou. SOLTO... Voa bem, voa alto, bonito mais que nunca e assim é: na perda ... quando o melhor é ganho e a liberdade conquistada (pelo papagaio). SOLTO p’la criança... Criança e papagaio, ambos em sintonia... SOLTOS! “ 72

Rosa desatada dois metros de ataduras, dezassete voltas/amarras, um nó (apenas). Três pétalas perdidas no processo ... e eis, enfim, LIBERTO... o BOTÃO DE ROSA. Sufocado que estava, agora respira livre, SOLTO... Exala perfume... Feliz! Joaquim Alice “ 73

.... do mais profundo de mim A caverna incomodados é que ficam com a VERDADE aqueles sensíveis à sua LUZ, ao seu vibrar, por mero hábito de viverem em catacumbas onde a escuridão foi-pra-ficar. E... perante aquele iluminado... só de óculos bem escuros se permitem, nele vendo apenas um VULTO tenebroso, frio, desconhecido, até perigoso, abominável. Nem se interrogam sequer... optam por ficar acomodados em sua pequenez e ignorância. ...SEGUROS!!! (pensam), EMBORA CEGOS... ESTAGNADOS. “ 74

Ser quem sou Joaquim Alice permito-me ser quem sou, minha própria identidade a dar-me a mim mesmo mais/maior espaço. Viver-me a mim mesmo em voz alta dá-me oportunidade d’assimilar, de viver-me... bem cá dentro, centrado. “ 75

.... do mais profundo de mimA caminho da distância a caminho da distância... é onde estou! Apartado de paixões (humanas), muito p’r’além... ... sou projetado. Fico viajante... e viajado. Bebo... da Mãe-d’água... da fonte. Sigo viagem... sobre a linha... do horizonte! “ 76

Atamento Joaquim Alice Por que este atamento... ... esta brandura... ... ... ... incapacitam os movimentos da vontade? “ 77

.... do mais profundo de mim Aliviado confinado limitado enjaulado nessa toca opto por ser libertado Orgulhado (em vez de humilhado) Considerado (em vez de desconsiderado) Respeitado (em vez de desrespeitado) Tido em conta (em vez de ignorado) E tal ... é como fico aqui sem mais... ALIVIADO! “ 78

Em vão Joaquim Alice qual touro perante o vermelho da capa... tudo esquece e, fixado na cor do que lhe acenam, INVESTE! Logro... logro... logro total, apenas o esforço permanece. No final, frustração, confusão... perdido... não achado, solto ... mas não libertado. Eis que novamente a capa lhe acena E, no vermelho da emoção, se-dilui-toda-a-atenção, ... e volta a investir, volta a sucumbir em VÃO! Deixa-se levar cegamente, transforma-se em vermelha vibração, entra em sintonia, em sincronia, com a provocação, segue a capa, é toureado... TOURO POSSANTE e pesado, besta de força... totalmente manipulado. “ 79

.... do mais profundo de mim Ó, finitude dos meus tempos... .... .... .... faço-me apreciar (em) tudo que vivo “ 80

A vida do presente Joaquim Alice e/ou o presente da vida ... o momento presente abre-se qual flor... e eu... só posso sorrir (consciente). ... consome-se (lentamente)... em circunvoluções majestosas, se esfuma, se desfaz constantemente... ... e eu sorrio alegremente por estar presente ... apenas. “ 81

.... do mais profundo de mim Açor (que passas) agora é como o açor que plana, movimenta-se suavemente, acariciando o ar... Nele suspenso, desliza. Não o sentes, não o ouves, mas ele lá vai suspenso, deslizando em perfeita harmonia: É UM no espaço... no tempo! “ 82

Atendendo a mim Joaquim Alice a quem mais deveria querer? A quem... A todos ouço e atendo (com gozo e com prazer). De todos compreendo necessidades, oportunidades, bens ou potestades... Conveniências, desejos e ocorrências, justa escolha, decisão e preferências... A tal ponto... que deixo de me ouvir ... de atender a mim... “ 83

.... do mais profundo de mim Corrompido (Quando) SEM ALTAR onde depor meu melhor ... fico CORROMPIDO ... e espero, ansiosamente, do exterior, aquilo que apenas CÁ DENTRO pode existir... Realmente, todo o resto... é mero RUÍDO. “ 84

Energia mal aplicada Joaquim Alice afrouxo a garra do medo, que me traz tão assustado. Conheci o tirano bem cedo... Agora... bem mais afastado pelo hábito, que aqui fez o monge, ficou, a vida, mais complicada. Esse medo que vem de longe é só energia ... mal-aplicada. “ 85

.... do mais profundo de mim Calado ... do tamborete... nem som... (Nenhum!) Exilado é como estou nesta ilha, rodeada de ausência. Movimentos de sentidos opostos, qual trânsito quântico que se apresenta – ora como exilado, ora como misturado/socializado – ambos em potência só pelo observador podendo ser fixados. Sou (... e tou), mas é calado. “ 86

A fanfarra Joaquim Alice ... no superficial... é onde te encontras mais afastado do teu ser E também onde a fanfarra é maior “ 87

.... do mais profundo de mim Dependência dependência do dependente... aquele que a gera no outro, em breve, se verá a braços com a gênese da sua dependência. E esse mal contaminado é ação tendente a desaguar no desatino. E, então... terá de aprender a abstinência. “ 88

(Des)sintonias Joaquim Alice fico à nora21 “ (como que) INCONSCIENTE, lavado de responsabilidades, 89 leve... como o vento, seco, morto, incapaz, esquecido, absorto, envolvido nesse torpor, bloqueado (numb)22... Tudo me passa ao lado. não o sinto... Não vejo... tudo sem me aperceber... Tenho mais é que acordar, estar (realmente presente) atento. E recusar tentações, cuidar do ritmo... da qualidade e cor das vibrações, respeitar a harmonia, o fluir... do (e no) interior... 21 À nora: andar desorientado e sem saber o que fazer. 22 Numb: (do inglês) entorpecido, dormente.

.... do mais profundo de mimQuero outros paradigmas quero outro(s) paradigma(s), sinto este(s) já velhote(s), desajustado(s)... jurássico(s). O mundo tem mais dimensões e eu preciso de mais, as que tenho são poucas. sinto-me limitado nesta camisa-de-forças. Quero bater asas... e não consigo por estar confinado neste cubículo de paredes demasiado próximas, castrantes... Mas broto... qual rebento pujante deste lodo peçonhento e pegajoso, movido por esperança (ainda) cega, mas... com vida própria (e imparável)... “ 90

Crueldade Joaquim Alice Quero resistir... me esforço, ... pretendo ser melhor, construir, contribuir pra o subir (o evoluir ) de meu povo. “ 91

.... do mais profundo de mim Bombeiro Na escola desta vida, todos aprendemos a arte do bombeiro... A vida nos presenteia (permanentemente) com os mais diversos FOGOS (situações) que necessitamos aprender a apagar... ou a controlar... “ 92

Encalho Joaquim Alice Porque, em caso de escolha... “ simplesmente: encalho! Embotado, que fico, 93 perante miríades de hipóteses inesgotáveis... infinitas. Perco-me... desencontro-me, disperso-me pelo vácuo, no qual se precipitam as sinapses neuronais... parecem tomar (todas) meros bilhetes de ida, em seu trajeto/viagem. Autêntica hemorragia deste fluxo neuronal... sem garrote... não estanca! ... consciência dele é necessário tomar para ACEITÁ-LO... assim o fazendo enfraquecer, desintegrar... e, qual fênix renascida, transformo o vácuo... em VIDA... sentida, e agora, com maior ânimo e consciência, vivida.

.... do mais profundo de mim Chuva (Pancada d’água) oblíqua... é como passas, cais toda vertical. Riscas... de esguelha. Da tua queda, os sinais no asfalto, nas paredes e na telha... CHUVA! Oblíquos é como caem estes pingos imensos, irmãos em paralelo, unidos pelo vento em seu sopro... “ 94

Muralha grande da China Joaquim Alice tão vasta no interior, que é o meu... que apenas a pressinto, nem lhe vejo os contornos, sei que está lá (apenas)... Circunscreve o meu agir, limita-me (em silêncio) despercebidamente. Escolho noite sem luar para me afoitar. Abordo-a (ao de leve), subo-a d’olhos cerrados... e deixo-me cair do outro lado, certo de haver outros caminhos que irei explorar. “ 95

.... do mais profundo de mimO tubarão branco mero normal de forma, na rigidez gelada do metal, assim é... Oculto, mal encontrado, seco de lágrima... de leve zanga, amuo e tirania. Na astúcia, breve e lesto qual enguia... ... no trato, áspero e até desconcertante! A despropósito, revela o seu mau gosto, sordidez e até veneno... ... ... ... Couraçado... ... bunker23 fechado ... traindo, assim, sem medo, o próprio ser. “ 96 23 Bunker: abrigo fortificado (tradução livre).

O meu filão Joaquim Alice ... em procura, no exterior... onde me perco em azáfama auto-inflingida, é onde (meu Deus!) sou criador do sufoco, d’aflição e da corrida... Ligeiro, passo à tangente, apenas toco, sem me aperceber, que a solução... lá se encontra... para este desatino de sofrer. Quero ser capaz ... ..., obrigar-me a fazer uma paragem, ... onde me encontre... e, tranquilamente (meu Deus!), mude de margem, de perspectiva e/ou dimensão (que importa o termo?). Só quero conhecer-me, estar comigo, deparar com o mais íntimo (de mim): o meu... FILÃO!!! “ 97

.... do mais profundo de mim Sexo já (cá) estava eu encantado pelo que sentia, pelo que pensava... mas sabendo que devia... ficar calado! Era o social. Era todo-o-mundo que a isso me obrigava. Estranhamente, eu via toda a gente ignorando, fugindo ao tema, afastando-se do que mais era importante (o sexo...) Maior força possuía segundo o lema: “quanto maior... mais ignorado”. Ia, lá, em criança, compreender tamanha dessintonia?!... “ 98


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