Jairo F. Machado Havia um paiol apinhado de milho, mais tarde, somente restolho, e uma monteira de ratos escondidos na cumeeira... De sol a sol, de manhã, bem cedo de noite sábado domingo feriado. Ele estava lá, plantando o seu arroz... A enxada, já cansada... Florescia a buganvília escondendo os seus espinhos, que se faziam flores vermelhas, violáceas, que se abriam sorrindo, nos pedindo o perdão... 49
Meninos e poemas A manga ubá, era espada, era guiana, era manga rosa, ou manga crioula. Todas elas numa só... A saracura saracutiava piando alegre à beira do rego o seu entardecer... O Japi latia também latia o Peri. Era uivo era bicho do mato era tatu, era cio, que de longe o vento trazia... 50
Jairo F. Machado As folhas da avenca sucumbiam-se à força do quebranto. E não havia Santo que desse jeito... Comigo-ninguém-pode com ele não podia o mal-olhado, nem o quebranto nem a inveja tampouco podia a maldade. Cabeça de boi no batente da porteira era caveira era oca ninho de corruíra, era freio de mal-olhado alheio... Brincava-se de pique, de esconder, de ciranda-de-roda, de roda. O mundo rodando, a vara girando, os morcegos se batendo nela. 51
Meninos e poemas A estrela cadente de repente caía e não se sabia onde. Nem mesmo, se caía ou se eram sonhos, ou devaneios de menino... O sereno madrugava e fazia-se orvalho que era frio de vestes molhadas de pestes saídas da garganta... Que eram tantas nas auroras da lida... O freio, o barbicacho o cabresto a manta, o arreio o estribo, a barrigueira o rabicho, o pelego o peitoral o loro a pisadura a vida dura o cavalo, o cavaleiro... 52
Jairo F. Machado Tinha-se um leitão de dois brincos que não era leitoa que andava à toa por ali... O garnisé cantava. Antes, subia no moerão pois que era pequeno e grande no discernimento... Ao menos, naquele momento! A mina fluía límpida e fresca, à água, na folha do inhame que o menino sorvia a sede do meio-dia... O sal no embornal. Ele batia no cocho, correndo, vinham os bois lamber o sal que era mineral e que era sagrado: o babado dos bois, no seu dia-a-dia... 53
Meninos e poemas “... Ia-Iá, cadê o jarro O jarro que plantei a flor Eu vou te contar um caso Eu quebrei o jarro E matei a flor...” Foi a primeira música, o primeiro rádio, a primeira vez... No céu azul, passavam-se nuvens aviões... e gaviões, com pintainhos, piando, piando... Às onze-horas... Que era hora de se almoçar e da flor se abrir... 54
Jairo F. Machado Ele mandava que arriassem o cavalo que era pedrês que se chamava Jipe. No morro a pique nenhum outro tinha vez... A égua pampa de corpo malhado que puxava a carroça do leite abençoado e trazia as compras lá pro nosso roçado... A seriema que tinha um tema o seu canto alto bonito de se ouvir, vindo lá das colinas... O café fumegante odor que exalava na gente, o amanhecer. 55
Meninos e poemas Entre uma brincadeira e outra trabalhava-se. Entre um trabalho e outro brincava-se sonhava-se chorava-se sorria-se... O guarda-roupa onde se guardavam, além dos sonhos, baratas, brocas, as traças que roíam os paletós e os vestidos. Os troços guardados esperando algum acontecimento... 56
Jairo F. Machado Os sapatos faziam bolhas nos calcanhares de pó e suor... Os muares, morro acima, morro abaixo... O sol não tinha dó. Dia-Santo, que nunca era Santo! Era somente um dia no meio da semana... Uma ninhada, um gambá. E era uma vez uma ninhada. Nem ovos, nem nada... 57
Meninos e poemas O Mão-Pelada, que era um cão matreiro arteiro de quem nunca se sabia o paradeiro... Cortava-se o cabelo ficava o topete que de nada valia, senão, que era um tufo pro vento incomodar... A malícia que vivia de dormir e, ainda que dormisse, deixava as unhas de fora... 58
Jairo F. Machado No pé da cutieira à beira do caminho o joão-de-barro obrava a casa dos filhotes. Mais tarde, o canarinho vinha chocar no mesmo lugar, que era a árvore do bem-te-vi rajado... O sapé o espinho o pé e os gritos... O abacateiro que vivia de apanhar pra florescer. E florescia de se abundar... Havia um homem grande desengonçado negro de pele e branco de alma... 59
Meninos e poemas A enxurrada levando os barrancos aos trancos e solavancos morro abaixo... O capim-guatemala, onde se cagava, e a jabutirica vinha atrás, que nada sobrava... Acuava-se o cão e já se sabia o que era; fosse no mato, era tatu; fosse no terreiro, era estranho; fosse choramingado, era lobisomem. 60
Jairo F. Machado O fogão a fumaça o tição. A chaleira de água quente pra qualquer precisão... A foice, o enxadão, a enxada o facão. Foi-se o menino, ficaram as ferramentas... 61
Meninos e poemas O boi de guia o boi de coice a canga a brocha o canzil o carro o carreiro o céu de anil o candeeiro a estrada... O pé de fedegoso que se cobria de flores amarelas onde a mangangá mangava mangona pérfida e perigosa... 62
Jairo F. Machado O cajueiro habitat do jacaió que dava dó. O caga-sebo sebento sorumbático e só... cavando o barranco, modo fazer seu ninho... Chamava-se barbado que era macaco berrando no mato do Zé Birão. Místico arremessando as próprias fezes em quem o incomodasse... 63
Meninos e poemas A caixa de marimbondos lembrava um casco de tatu. Eram pretos, horripilantes de se sentir na carne o ardor do veneno... Eram tetas eram vacas eram éguas eram cabritas eram meninos que se entoavam lúbricos... O arado lá parado; a ferrugem, as lembranças, de um tempo passado de um arador, que havia partido... 64
Jairo F. Machado A vara de ferrão que não mais ferroa nem mais entoa com os gritos do carreiro nem com o canto do carro de bois... O arrebol das manhãs as meninas dos olhos, do menino infante olhando, lá distante, o dia que já vem vindo... O grilo o chilreio, num canto qualquer, não era canto, era chatice... Borboletas azuis, anis, amarelas, flor de lis. Na moça-e-velha, voavam, felizes, ali... 65
Meninos e poemas Era novena: lata d’água na cabeça, braços carregados de flores um morro a pique os pés descalços na poeira, até a cruz à beira da estrada... E velas acesas, no fervor da oração. O açude tomado de capim-colchão. Eram preás eram frangos d’água que viviam por lá. O olho d’água minando noite e dia: era menina era mina nos olhos dele... 66
Jairo F. Machado O anu se aninhava no pé da cambuta, ou, fosse mesmo piorreira. De qualquer maneira o anu preto sabia... O pau-sabão as flores vermelhas atraíam as maritacas que, vez em quando, passavam por ali, em veraneios... Entre o anu-branco e o anu-preto eu preferia o canto do branco; primeiro, porque esse sabia cantar, enquanto o outro só fazia se lamentar... 67
Meninos e poemas O mandiocal entremeado aos arbustos os ninhos da juriti entremeio aos lagartos: havia mandioca ali e um ou outro cará... O pássaro canoro que gorjeava macio no galho da esperta... Da forquilha da atiradeira, o menino mirava o galo-do-campo, se despencando de lá... Nuvens grossas castelos aprumados atrás da serra. O sol se arredando tanto quanto lhe palpitava o coração... A felicidade da chuva chegando... 68
Jairo F. Machado Espinhos benzinho, juá esporão-de-galo faziam chorar tanto quanto o fazia excomungar... Viveiro de arroz mudas brejo revirado. Enterravam-se juntas: as mudas, os homens, os sonhos... Rachar lenha lenha de se rachar pra cozinhar e não faltar tição e tampouco faltar arroz com feijão... 69
Meninos e poemas O café seco o pilão a mão-de-pilão a mão o calo o café torrado o coador o pó o sabor... A cana a garapa a rapa, da rapadura. Porque dura era a vida... O tiziu, que pulava e cantava que brincava de cantar enquanto saltitava... 70
Jairo F. Machado O ouriço que era caixeiro de espinhos que vivia de vadiar. Inofensivo, conquanto não cruzassem o seu caminho. No chão, os pés: a sola grossa no chão duro da estrada... Nos dedos dos pés, a batata-de-bicho, que coçava, que a nossa mãe arrancava à luz de lamparina e se desinfetava, com querosene e cera de ouvido. 71
Meninos e poemas Nos cambitos as perebas e os gritos, quando esbarravam nelas, as pontas de pau e os conflitos... Nas entrelinhas a fiação da luz era luz que se difundia na alegria e na tristeza das canções que saíam do rádio, lá na roça... A taboa se reproduzia nos banhados e nos arredores do açude. Eram painas de travesseiro, esteiras de dormir senão varas de foguete esconderijos de preá, no acuo do cão Japi... 72
Jairo F. Machado Brejaúva touceira única único palmito cercado de espinhos. Prato preferido que se comia ao sabor de frango caipira. Taioba dava à beira do brejo comia-se dela as folhas os talos. Eram aperitivos de brincadeira à beira do terreiro... A rolinha fazia o ninho mais se fingia de fazer: alguns raminhos apenas, o bastante pros ovos caberem. E mal cabiam os filhotes que pouco ela tratava; eles que tratassem de crescer. 73
Meninos e poemas O capim-navalha o arranha-gato a malícia a dormideira eram parentes: todos tinham dentes! Corria a enxurrada como chuva entornada... barrenta, apressada, ao longo da estrada. Nuvens escuras trovoada raios relâmpagos oração ramo bento... 74
Jairo F. Machado Angico caixa de marimbondo assombração. Tô fora: você vai, eu fico... Menino mijão, ponha ao sol o seu colchão; e leve o lençol pra lavar e vê se pára de mijar... Lá vai a trouxa lá vai a menina-trouxa. Lá vem a trouxa lá vem a menina-trouxa, que lava a roupa põe pra coarar e ainda passa, engoma sem nunca reclamar. 75
Meninos e poemas Ordenhava-se a vaca... a caneca, derramando espuma, que era leite que era café-com-leite. Era deleite de menino, espumando o bigode... Na dor de barriga, corria-se pra trás da bananeira; era caganeira que mal dava tempo de se agachar... O penico, seu Chico, debaixo da cama, fedia. Mas ninguém era bobo de ir lá fora durante a noite... 76
Jairo F. Machado Cachoeira, roda d’água, moinho: a pedra girando, o milho caindo o fubá saindo... O picuá, a caminho, a broa com café com fé, e sabor da roça... Araruta brevidade levíssima de se desmanchar na boca. Que era pouca pra muitas bocas... Batata assada no borralho, que era doce, saborosa, mas também era... barriga inchada! 77
Meninos e poemas Os girassóis iam girando em busca da luz do sol, amarelo ouro que era o sol do nosso dia-a-dia. Madrugada fria, o galo cantava. Longe, outro respondia, a agonia: era hora de se levantar... Um morro uma baixada uma descida. um caminho: um sol inclemente... Os melros gorjeavam seus cantos e seus encantos, lá no alto da colina, no oco do pau, onde faziam ninhos... 78
Jairo F. Machado O céu estrelado. No terreiro, uma monteira de meninos e meninas, na ciranda de roda... De repente caía uma estrela cadente candidamente rápida insinuando-se nos confins da terra; em algum lugar por ali, em algum lugar... Erguia-se a lua majestosamente sublime apagando as estrelas das ruas do céu onde os olhos do menino caminhavam em sonhos... O Caminho de Santiago, onde caminhavam todas as noites todos os meninos e seus sonhos mirabolantes... 79
Meninos e poemas Havia uma trepadeira de flores azuis perto da janela... Que eram azuis também, tal qual os olhos dela. O relógio na parede que badalava as horas nas horas mais impróprias de se levantar... O fogão a fuligem, o fumeiro, a rapadura o varal de lingüiças defumadas póstumas postergadas... De noite, sob a luz da lamparina o camaleão comia os mosquitos apagados, agarrados, às paredes da cozinha... 80
Jairo F. Machado A coruja, esconjurando, talvez fosse cão passando senão bicho do mato duende, mula-sem-cabeça ou mesmo não fosse coruja: fosse apenas assombração... Gafanhotos à revelia, comiam a sobra do capim. O gado berrando a sede, a fome, e tudo torrencialmente seco; somente os olhos dele nadavam em lágrimas. O sol formando um cenário pálido a suavidade de um campanário semântico no cume da serra... O romântico olhar do entardecer, a luz beijando o capim verde e bois pastando... 81
Meninos e poemas Umas e outras marrecas chegando; às vezes era um bando para dormir ali no açude, na pequena ilha submersa de capim... A moita do sapé o menino descalço no encalço de uma bruaca, vaca fujona qualquer... As galinholas os galinholinhos – pintainhos, que as galinhas criavam... Menino mão-de-pilão socando a bunda no lombo do cavalo trotão... 82
Jairo F. Machado Os meninos quebravam a perna da franga: logo ela consertava. Uma vareta, uma tira de pano, uma dose de paciência, no clamor da ciência... A vassoura erva daninha que abundava nos pastos; a joaninha, passeando nela. Com a vassoura, se varria o terreiro pros moços casamenteiros que vinham aos domingos namorar... O jacu que gorgolejava a voz longe dali no meio do mato vez que era jacu... 83
Meninos e poemas Triste o entardecer lá na roça: pois que o silêncio ia silenciando, aos poucos, o pouco que havia pra silenciar... O sabiá, era o último a se alojar nos arbustos; como se cada noite dormisse num lugar ou não dormisse nunca... O suiriri suirirava primeiro o seu canto; como se tivesse pressa de amanhecer... 84
Jairo F. Machado No outono as folhas caíam; antes, amarelavam antes, envelheciam muito antes de serem fungos eram copas, eram sombras... Alguém gritava de cá acolá respondia o eco a voz que o mato sabia... O rego ia-se manso várzea afora, tortuoso, como se a água não soubesse o caminho, ou primeiro quisesse banhar as enseadas, os urzes, os arrozais, as entranhas do brejo... 85
Meninos e poemas O cupim cupinzeiro multiplicando nos pastos infaustos como tumores cancerígenos na superfície da terra senhores de si... Capim-gordura, capim-jaraguaia, capim-navalha, capim-de-angola, capim-colchão, hoje só braquiária... Papagaio, que era pau pássaro pipa promissória homem falador fasquias de bambu papel colorido que voa no espaço que também era sonho de menino... 86
Jairo F. Machado Erva-doce erva-cidreira erva-do-espírito-santo erva-santa arnica pata-de-vaca alfavaca alecrim manjericão macaé benzimento simpatia ervas santas... Quebranto mal-olhado inveja disenteria espinhela-caída torção asma, picada de cobra: tudo se benzia! 87
Meninos e poemas Óleo de rícino numa das mãos na outra, o ovo cru, pra se cheirar. Havia-se de engolir o purgante sem vomitar, havia-se de engolir, pra se desconstipar... Foice machado enxó foram-se... Enxada enxadão ferrão foram-se... Arado faca de cortar arroz serrote foram-se... 88
Jairo F. Machado O sol, que era ouro a chuva, que era prata que não era exata. Era queimada era secura de face avermelhada... A rã coaxava anunciando a chuva que a gente acreditava... O acauã piava anunciando a morte, que a gente esconjurava... O eito o trabalhador a ordem a ser cumprida. Na comprida lida, os calos da mão, o cabo da enxada... O homem o eito o sujeito sujeitando-se... 89
Meninos e poemas A brisa passando: como tudo passa como tudo é temporário nessa vida... Escalava-se um morro escalava-se uma goiabeira escalava-se uma mangueira escalava-se a infância inteira... Urgente, vinha a tempestade nas tardes dos dias. O seu coração tremia mais de medo que de felicidade... 90
Jairo F. Machado A galinha garnisé o galo garnisé face à natureza de serem miúdos, eles se gostavam: a dona, a galinha, o garnisé, e os pintainhos... Da erva-vassoura ou mesmo do alecrim, fazia-se a vassoura amarrava-se com embira de bananeira, o cabo de madeira leve e se varria... e se varria... Um ou outro transeunte, passava lá na estrada. Uns gritavam dando notícias; outros, nem notícias davam... 91
Meninos e poemas Lá vinha o estranho, peregrino, de saco às costas. Os cães latindo as portas fechando os meninos olhando pelas gretas... Uma sobra de comida, era o que ele queria. Cachorro doido, no mês de agosto mês de cio mês de desgosto de alarido de se sair pelos caminhos, feito doido varrido... Disseram que é caduquice que é velhice que não tem jeito... 92
Jairo F. Machado Falava-se errado, ou, não se falava: intimidava-se. O mel da abelha que era mirim que tinha colméia ali na coiceira da porta do paiol de milho... Vergavam-se os galhos os bambuzais os sapezais os arrozais o vento penteando, as peraltices dos vendavais... Vez em quando chovia gelo. Vez em quando, chovia... 93
Meninos e poemas Goiabas bicho-de-goiaba goiabada no tacho. Os respingos esparsos que doíam que longe, já se sabia... A terrina sobre a mesa o doce de mamão espelhado ou ralado o queijo o paladar... que lenbrava o seu aniversário. O pé de carambola florido; a carambola adstringente, ácida, e que a gente nem dava tanta bola pra ela... 94
Jairo F. Machado A coiceira, o batente a porteira que se batia de longe se ouvir de longe saber que vinha gente... O pernil assado posto à janela da cozinha, para esfriar, como prenda como prece de quermesse. Os gatos oh, gatos dos infernos... – Ela mandava matar! E depois se arrependia... 95
Meninos e poemas O rato roía o queijo e roía o arreio, roía o milho, roía a madeira, roía a ratoeira. Até os sonhos, o rato roía... As formigas carregadeiras à noitinha... a noite inteira as folhas as flores a caminho, todas em fileira... Coice de vaca coice de égua coice de régua coice de mula coice... 96
Jairo F. Machado Porta-seios sovaqueira anágua calcinha larga. Naquele tempo, nem se faziam sobrancelhas; nem se barbeavam os pentelhos; nem se passava batom; nem se olhava nos olhos, nem se olhava... Moça direita, moça casamenteira... ... havia-se que adivinhar. Caminho trilho arrastão tronqueira zigue-zague porteira menino... 97
Meninos e poemas João-de-barro joão-bobo, joão-teneném, joão-ninguém, jões..., todos jões! Ledo engano engodo ledice menino sem-vergonhice... Marrã leitão porca cachaço capado lingüiça... 98
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