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Published by Paroberto, 2020-11-14 05:15:01

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Joaquim Alice ... do mais profundo da (minha) consciência Vilca Marlene Merízio Organização, Introdução e Notas ARTE & LIVROS



... do mais profundo da (minha) consciência

2020 Editora Arte & Livros Rua João Meirelles, 1213 - Apto. 107, Torre C - Abraão | Florianópolis-SC CEP 88025-201 | Fone: (48) 99971-2285 [email protected]

JOAQUIM ALICE ... do mais profundo da (minha) consciência Livro SEIS – Azul escuro Chacra Frontal – Ajna Vilca Marlene Merízio Organização, Introdução e Notas ARTE & LIVROS

© 2020 Editora Arte & Livros Projeto gráfico, capa e editoração: pamalero artes Revisão: Vilca Marlene Merízio Ficha catalográfica A398d Alice, Joaquim ...do mais profundo da (minha) consciência : Livro Seis – Azul escuro Chacra Frontal – Ajna [Recurso eletrônico on-line] / Joaquim Alice; Vilca Marlene Merízio, organi- zação, introdução e notas. – Florianópolis : Arte & Livros, 2020. 98 p. Inclui referências ISBN: 978-65-88719-07-7 (e-book) 1. Poemas. 2. Poesia portuguesa – História e crítica. 3. Filosofia. I. Merízio, Vilca Marlene. II. Título. CDU: 869.0-1 Ficha Catalográfica elaborada por Onélia Silva Guimarães CRB-14/071 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, arquivada ou transmitida por qualquer meio ou forma sem prévia permissão por escrito dos autores. Impresso no Brasil

Sumário Introdução ao Livro SEIS Eu penso, eu vejo, eu decido | 7 Poemas | 15 17 | Momento-elástico Aberto | 47 19 | Espelho mágico O conhecimento | 48 20 | Divina cadência Focar com a mente | 50 21 | Pensar Além da lógica | 52 Bom e positivo | 53 22 | Viagem/caminho Sou feliz | 55 23 | Lançar a semente A tua negação | 56 Análise | 57 24 | Luz benfazeja A diferença... | 58 25 | Quietude Diluo | 59 26 | Too often Holograma_integrador | 60 Fotografo | 61 27 | O melhor passatempo Crê | 62 28 | Ser Em simultâneo | 63 Aceitação | 64 29 | O molde Pequenino | 65 30 | Dantes... O jogo | 68 31 | A unidade Aquele que tu és | 69 32 | Caleidoscópio Ecoar cá de dentro | 70 33 | Unidade/imensidão A fusão | 71 Divagação | 72 34 | Para Gérbera | 73 35 | Querida amiga Parabéns | 74 37 | Verdades de um estranho Paz | 75 Nature boy | 76 40 | P e r e n e 42 | Matutar 43 | Parte 44 | Pensar ... florescer 45 | Meu recanto 46 | Perdido (estou)

77 | Sentir o todo Sendo e estando | 87 78 | Tu Paradigma | 88 Ser ... quem és | 89 79 | Revés – o verso do jogo Sarar feridas | 90 80 | Tua dimensão Positivo/negativo | 91 Apanhado por ti | 92 81 | Universos opostos Aguenta-te | 95 82 | Sabotado – escapatória Tu... és | 96 84 | Como quem lança a corda Referências | 97 85 | Dicas 86 | A riqueza

Introdução ao Livro SEIS Eu penso, eu vejo, eu decido [...] e os escritores criativos são aliados muito valiosos, cujo testemunho deve ser levado em alta conta, pois costumam conhecer toda vasta gama de coisas entre o céu e a terra com as quais nossa filosofia ainda não nos deixou sonhar. Estão bem diante de nós, gente comum, no conhecimento da mente, já que se nutrem em fontes que ainda não tornamos acessíveis à ciência.  Sigmund Freud ... do mais profundo da (minha) consciência é o segundo Joaquim Alice livro que faz parte do Terciário Superior. Na obra de Joaquim Alice, este corpo antropomorfo de escrita contém poemas que “ remetem às características do 6o Chakra ou Chakra Frontal (Ajna), que também é referido como Terceiro-olho, sede de 7 onde o sexto sentido1 humano atua. O sexto chacra liga-se ao tato, ao olfato e ao paladar. Os olhos, ouvidos, nariz, sobrancelhas, face, sistema nervoso central, cérebro e cerebelo, são as partes do corpo que lhe estão associadas. 1 Órgão da clarividência que vê o passado, o presente e o futuro. “Quando os olhos externos fecham, o terceiro olho interior abre e consome a força dos desejos em seu fogo”. JOHARI, Harish. Chacras: centros de energia de transformação. Trad. Maria Epstein. São Paulo: Pensamento, 2010, p. 162.

.... do mais profundo da (minha) consciência Mais precisamente, o 6o Chakra, em sânscrito Ajna, localiza-se no plexo da medula, no plexo pineal e no ponto central da testa, logo acima dos olhos, entre as sobrancelhas, e diz respeito às atividades mentais e ao intelecto do indivíduo. A cor associada é o índigo ou azul escuro. Está ligado à glândula pineal, principal glândula do cérebro cujos hormônios (entre eles, a melanina) regulam e coordenam os níveis de funcionamento de várias outras glândulas situadas em diferentes partes do corpo.2 Todos os outros elementos que constituem os chacras anteriores estão nele presentes sob forma de essência. Possui duas pétalas de lótus. Sua sílaba seminal é AUM. Seu aspecto é a autorrealização. Seu plano mental baseia-se na austeridade. Planeta Regente: Saturno.3 O sexto chacra relaciona-se, principalmente, com os aspectos da função mental e os processos de pensamento. Influencia nossa capacidade de enxergar e de reconhecer o sentido de orientação espacial e os nossos propósitos de vida. Quando bem equilibrado, revela um indivíduo vitalizado, que usa em plenitude sua facilidadde de harmonizar-se com o ambiente em torno. Com essas prerrogativas de paz, a pessoa que tem o seu sexto chacra em pleno funcionamento torna-se pessoa fácil de amar e de ser amado, porque esse chacra é o condutor de quantos estejam perdidos no caminho. Essa forma de amar é uma constante na poesia de Joaquim Alice, conforme a voz do eu lírico nos confidencia: Amo-me em ti, te amo “ e, em ti, 8 me amo. 2 GERBER, Richard. 2006, p. 31. 3 Joahri, op. cit., p.161.

Essa unidade apaziguadora e amorosa provém da Joaquim Alice harmonização do Chacra Frontal com os outros chacras, o que nos permite desenvolver a noção profunda do Eu e a “ compreensão sobre o que somos, por que somos da maneira que somos e por que agimos da forma que nos é inerente e que 9 nos caracteriza. Burila a nossa intuição e inteligência espiritual, aproximando-nos de Deus.4 Por influência deste chacra, a dualidade deixa de existir. A lucidez do pensamento humano pode estar indireta- mente ligada ao nível de excelência em que se encontram as funções deste sexto centro energético. Raios luminosos dele emitidos vão enriquecendo a vida no correr dos nossos dias, manifestando uma força que nos encoraja a enfrentar as situações do cotidiano, aspergindo luzes sobre nossas próprias ações, avaliando erros e fracassos até reconhecermos nossos pontos fortes e fracos, corrigindo-os e/ou transformando-os em virtudes. Pelo contrário, a cegueira espiritual em relação aos efeitos e consequências dos nossos atos é uma das causas importantes de bloqueios de energia no sexto chacra. O sexto chacra, quando em disfunção por tempo prolon- gado, gera desequilíbrio funcional no corpo por falta do senso de visão, perturbando o ponto de vista que nos impede de sentir a realidade à nossa volta, como, por exemplo, quando queremos esconder ou não aceitamos as dores que nos dilaceram a alma. A introspecção quando voltada para a recuperação dos bons hábitos é sempre requerida pelo bom senso. E o silêncio é elemento decisivo para a manutenção de equilíbrio, paz e ordem interior, vetores que levam, incondicionalmente, à unidade cósmica. Joaquim Alice percebe isso: 4 In Chakras. Disponível em: http://henriquetamagiacigana.wordpress.com/ chakras/. Acesso em: maio 2015.

.... do mais profundo da (minha) consciência Na retração e no silêncio serenam as fontes diminui o tráfego reduz-se a intensidade acalma-se o vibrar unifica-se o canto e ... lá no fundo ... apercebo-me do chegar da RESSONÂNCIA DA UNIDADE que tudo integra absorve ... anula VIVIFICANDO... na simplicidade do que é UNO na Harmonia do que É apenas.5 Essa cosmovisão sentida e manifestada pelo poeta açoriano Joaquim Alice coincide com os fundamentos da obra traduzida por C. G. Jung, O Segredo da Flor de Ouro,6 cosmovisão até certo ponto comum a todas as demais tradições filosóficas chinesas, hoje consideradas válidas tanto pela física quântica quanto pelas práticas holísticas. Seu pressuposto inicial é de que o homem é um cosmo em miniatura e ambos, o cosmo e o ser humano, obedecem às mesmas leis (tudo é o mesmo, tanto em cima quanto embaixo). Em “Holograma_Integrador”, Joaquim Alice observa, exatamente como também observaram Joahri e outros mestres: “ 10 5, “QUIETUDE”, poema de Joaquim Alice. Também comungam de tais fundamentos Ken Vilber, Fritjof Capra, Jean-Yves Leloup, Roberto Crema e Pierre Weil e outros. 6 Tai I Gin Hua Dsung Dschi, 1a impressão século XVII, p. 91: “Psique e cosmo comportam-se como mundo interior e mundo ambiente. Portanto, o homem participa por sua natureza de todo acontecimento cósmico e está entretecido a ele, interna e externamente”.

a pessoa que se desenvolveu por meio do sexto chacra tem a possibilidade de revelar a divindade guardada em si e quando reflete o aspecto divino a partir do seu interior luminoso. É tão forte e tão potente o que o meu ser agora sente ... Não pudera ser diferente tudo aqui se faz semente haja força p’ra ir em frente somente crente É por meio da simplicidade e quietude, em especial, pelo silêncio da postura e da conversação, tão caros a Joaquim Alice, que alguns processos vitais, ao manterem-se em harmonia, possibilitam a normalização de todo o sistema orgânico, através de um trabalho de renascimento interior só possível através da movimentação espiral da coluna de luz, que nos liga do centro da terra ao mais alto ponto celestial, fertilizando o campo para germinação da semente divina em outros corações terrenos. Tenho de agir, não fazendo... Terei de fazer... sem agir... Vou amar-te (apenas) Joaquim Alice ... só o suave e gentil pingar do amor, Assim, aos poucos, sem que te dês conta... “ Irá operar o milagre 11 (da mudança/evolução).7 7 “Cegas à Nascença”. Livro OITO.

.... do mais profundo da (minha) consciênciacontemplo o deserto, sinto todo o areal, o calor e a secura... Bem sabendo que sou mero grão de areia, me assumo como tal, ao mesmo tempo que assumo ser também o próprio calor, a secura... e todo o areal.8 O sexto chacra também tem ligação direta com o segundo, o Chacra Umbilical, no que se refere à tendência natural à criatividade no momento da sedução. Em relação aos outros centros energéticos: no quarto chacra (o Coronário), a pessoa evolui através da beatitude, no quinto, através da consciência cósmica e no sexto, a pessoa torna-se verdadeira, una. A realização é atingida “Esse sou eu; eu sou Esse”, e assim corporifica-se o “ser-consciência/bem-aventurança”,9 bem assim como em “Molde”, Joaquim Alice nos apresenta: Neste processo... TÃO SIMPLES ... e, por vezes, tão difícil, chego a converter-me num TU em que... sou (ainda mais) “ EU. 12 O amor engloba a compaixão para com todos os seres, uma empatia e compreensão dos outros, contudo, a liberdade 8 “Unidade/Dimensão”. Livro SEIS. 9 Joahri, op. cit., p. 166.

individual é respeitada, para que a pessoa, tendo vida própria, Joaquim Alice siga seu próprio caminho, sinta e cure a sua própria dor e aprenda lições por conta própria. O máximo que se pode fazer, “ é mostrar o caminho, sugerindo soluções. Em Joaquim Alice isso está patente neste Livro SEIS, onde deixa claro que, se é 13 um com o outro, o outro, da mesma maneira em liberdade, tem direito de crescer, sofrer e evoluir por conta própria, mantendo o seu equilíbrio e “dançando ao som de sua própria essência e assinatura de luz. Seu próprio desenvolvimento e missão leva-o na direção de melhor servir na nova Terra”. Contudo, quer o coração concorde ou não, a mente deve estar sempre pronta a responder às questões do consciente. A teoria dos chacras sugere que à medida que há o amadurecimento espiritual e nos tornamos mais perceptíveis a novos conceitos, ideias e informações, acerca de nós mesmos e dos outros e do mundo que nos circunda, também começamos a mudar o nível espiritual da nossa consciência.10 Talvez, por isso, em dado momento, ao meditar a partir dos poemas de Joaquim Alice, muito especialmente após a leitura de “O esforço que faço’’, eu tenha criado o poema “Sou”, citado logo abaixo, talvez como resposta afetiva à sua provocação lírica, em completa sintonia de almas. ... a quietude e o silêncio/ são o meio... única forma/ de transpor a totalidade (p’ra ti...)/ Consigas tu captá-la, revendo-te/ qual estátua absorta,/ sendo (apenas) capaz de, por momentos ... SER E a resposta pelo poema que, no momento, da minha alma alcançou a voz da escrita, “SOU”: Em quietude e silêncio Estátua absorta Sou! 10 GERBER, op. cit.,p. 85.

.... do mais profundo da (minha) consciência Capto a luz Incendeio... Vou Voo Infinitamente: porque ÉS e SER me fazes!11 Creio que não há necessidade de mais palavras... Mais uma vez, houve a cocriação por parte do leitor, bem assim como nos permite Umberto Ecco:12 A pragmática do texto permite ao destinatário extrair do texto o que ele [o texto] não diz (mas pressupõe, promete, implica e subentende), a preencher espaços vazios, a unir o que existe nesse texto com o tecido da intertextualidade de que é originário e para onde irá confluir. E aqui fica o desafio implícito de Joaquim Alice: que seus leitores usufruam da leitura, apazigúem-se com a Poesia e escrevam... escrevam... escrevam! Mas, antes disso, vamos à leitura! “Viajem por si a dentro”! Florianópolis, 7 de outubro de 2019. Vilca Marlene Merízio “ 14 11 “Sou”, poema de Vilca Marlene Merízio, criado a partir de “O esforço que faço’’. 2004. 12 In: Leitura do Texto Literário. Lector um Fabula, a cooperação interpretativa nos textos literários. Trad. De Mário Brito. Lisboa: Presença, 1979, p. 7.

Poemas Cada um é perfeito no estado em que se encontra.



Momento-elástico Joaquim Alice Somos um corpo que tem apenas à sua volta “ um campo energético tal, 17 que está em permanente contato com todas as restantes energias existentes. Sentindo-o ou não... somos permanentemente “afetados” (sujeitos à influência) por fluxos de energias que nos perpassam e dos quais (em muitos casos, quiçá, na sua grande maioria) nem estamos conscientes. É algo que espanta, consciencializar esta realidade, ... mas acredito que assim se verifique. Por outro lado, isso já nos permite ultrapassar os limites do horizonte que enxergamos dessa posição ... através da inspiração que (já) daí desfrutamos. E paro... olho-te, atento, ... embora de tudo desligado, como que a ouvir, sentir... saborear o VERBO da tua nova realidade... da qual adivinho já fazer parte... e de que somos um só... único... com possibilidade de entendimento espontâneo, em tempo real...

.... do mais profundo da (minha) consciência... e aí fico, não apenas calado (não!) .... mas num estrondoso silêncio: profundíssimo, vastíssimo, no qual me sinto como que diluir... abrindo-me à minha própria desintegração (liberdade suprema) num gesto gracioso, meigo, virtuoso ... (jamais virtual) que me alimenta mais do que consome ... mas no qual me cumpro por inteiro. E aí fico ... perante a divindade ... que sou eu (também) num tal silêncio ... reverente, frágil ... tão singelo ... enriquecido pelo tesouro fugaz da noção d’eternidade. E o presente, então “palpável” que é (para o espírito), adquire a natureza de “momento-elástico” que, ao passar, permanece (embora passe). ... sim, nessa dimensão, ... te dás conta ... da leveza, da pureza e do amor (que então vivencias) ... “ de que se faz o teu verdadeiro EU ... 18 aquele que partilha e participa da Divindade.

Espelho mágico Joaquim Alice “Eu só posso entender-me a mim mesma quando comento algo contigo”. Só num sentido posso compreender... É o dom cujo exercício me realiza. Em aceitar tal afirmação, sou feliz (tão importante e de tamanha força) É que... ao comentares o que quer que seja sobre ti ... embora o faças comigo, diriges-te a ti. E quem te responde é a mesma pessoa. Dialogas ao espelho, e é este que te fala, ... responde, esclarece, ,,, faz compreender! Tens, afinal (em mim), o ESPELHO MÁGICO: refletir é a missão! “ 19

.... do mais profundo da (minha) consciênciaDivina cadência Cadência que embala suave... morena... bem-vinda agradável querida serena é linda é redonda perfeita DIVINA “ 20

Pensar Joaquim Alice A planura tátil desta folha sentida p’los dedos quando sobre ela deslizam, velozes... é puro engano. Esta folha é tudo menos lisa/plana ... (a planura)... é criada, então, pela rapidez, a velocidade é que a forma. Tal como a água reflete a bala Embora aquela seja mole... e esta, facilmente, consiga penetrá-la, ao prestares atenção... (é que) te deténs, te demoras... afrouxas... abrandas... e é no silêncio de um só ponto no espaço que, uma vez sossegado, ... tudo abranges pensas e és... pensado... “ 21

.... do mais profundo da (minha) consciênciaViagem/caminho Integração é total MAJESTOSA ... é coragem abrangente. Nada se faça sem a mente morna, fria ou quente, ardente... faz-se de novas... e sente. E tudo é matéria-prima p’ra transpores a torrente. Uma vez na outra margem, ainda a secares, ... na aragem, revês (então) o processo e sabes que... tudo-está-em-ti, como o “ti”-em-tudo. Queda-te, assim, ... silencioso... MUDO. “ 22

Lançar a semente Joaquim Alice Ando e desando por aí ... quase à deriva recebo aquilo que vem como oferta... criteriosamente escolhida cumpre-se tal “profecia” É o poder que se faz exercer Só tens que, no intervalo do pensamento, lançar (lá) a semente e aguardar ... que o-que-foi ... passe-a-ser, se transforme ... em É. “ 23

.... do mais profundo da (minha) consciênciaLuz benfazeja A profusão do colorido e a beleza (VIVA) contrastam com a monotonia de alguma tristeza ... quando te remetes à sombra ... vezes há ...em que ... um passo em frente (aquele que desconheces ... mas teu Ser bem sabe! ) ... faz toda a diferença “ 24

Quietude Joaquim Alice Na retração e no silêncio serenam as fontes, diminui o tráfego, reduz-se a intensidade, acalma-se o vibrar unifica-se o “canto”, e ... lá no fundo ... apercebo-me do chegar da RESSONÂNCIA DA UNIDADE que tudo integra, absorve, anula, VIVIFICANDO... na simplicidade do que é UNO, na Harmonia do que É apenas. “ 25

.... do mais profundo da (minha) consciênciaToo often1 Por vezes (too often), esquecido é como estou. A maior parte do tempo, do que realmente sou... já nem sei. ... No entanto, se atentar, mesmo que no meio de gente, consigo descortinar como a verdade mente, não aquela que é pura, mas tão-só a aparente ... não a que é ... mas a outra que construo pr’a mostrar por aí a toda a rapaziada. “ 26 1 Com demasiada frequência.

O melhor passatempo Joaquim Alice O “melhor passatempo” é estar presente no TODO, consciente ... do TODO. Apreciando e sentindo toda a Beleza (em redor), determinado a ver ... de/em tudo... o melhor. “ 27

.... do mais profundo da (minha) consciênciaSer (efetivamente) Vejo através das aparências... Vejo a NUDEZ DO SER (sem poeiras ... nem roupagens) Vejo aquele que serias [(ou estarias sendo... (porque ÉS)], se não estiveras tão concentrado(a) a “jogar” esse papel... convencido(a) como estás que esse teu SER ficou p’ra trás por não haver condições de (poder) SER efetivamente. “ 28

O molde Joaquim Alice Neste processo... TÃO SIMPLES ... e, por vezes, tão difícil, chego a converter-me num TU em que... sou (ainda mais) EU. “ 29

.... do mais profundo da (minha) consciênciaDantes... Dantes, só via aquilo que não gostava, só p’ra isso tinha olhos. Era assim que emprestava aos seres... montes de abrolhos. Agora, ... muito tempo já passado, olho tudo com bons olhos, vejo (a) beleza... em todo o lado. Só a ela devo atenção, só a quero ver a ela, tudo o resto é sermão que me pregas... (ganda vela2!!!) “ 30 2 Ganda vela: grande “seca”, grande sacrifício.

A unidade Joaquim Alice Na observação e aceitação da diversidade é possível descortinar a UNIDADE “ 31

.... do mais profundo da (minha) consciênciaCaleidoscópio Atingir a serenidade, a paz, o sossego interior ... cuidando da sanidade e da sobriedade emocional (geral), geras em ti e propagas... simetria caleidoscópica magnífica e nela, ... construção de átomos (positivos) ... em cadeia. “ 32

Unidade/imensidão Joaquim Alice ... e nessa imensidão, qual DEUS... por me tornar ilimitado, é nesse “sentir” da infinitude que me sinto centrado (em mim mesmo). É nessa imensidão, que tomo consciência dessa tal UNIDADE... coisa que desnorteia: contemplo o deserto, sinto todo o areal, o calor e a secura... Bem sabendo que sou mero grão de areia, me assumo como tal, ao mesmo tempo que assumo ser também o próprio calor, a secura... e todo o areal. “ 33

.... do mais profundo da (minha) consciênciaPara PARA! não mais contribuas para o caos... Para!!! Atenta na beleza da sinfonia da qual participas. Teu instrumento é lá... e só então... que oferece o som mais puro ... ... ... Acredita. ... ... ... Torna a harmonia palpável na pureza do diamante, refração da luz que invoca o mais distante ... é o amor que o produz eternamente durável, imutável no TODO. ... Agora, avança ... “ 34

Querida amiga Joaquim Alice (na exata medida...) “ da tua concentração, da tua insistência em explicares 35 ao pormenor aquilo que sentes, da tua cegueira para lançar olhares noutra direção, do teu “focar” os efeitos ... sem estares sequer atenta às causas ... ... é sim! ... ... nesse teu expressar da atitude-que-te-veste que tua concentração se revela ... na ... EXATA MEDIDA ... da tua necessidade em permaneceres atolada nessa peçonhenta lama; tal como diz o outro: “só não poderás aguentar mais... quando não puderes aguentar mais...” (Curioso) o que revelas, querida amiga, é que ainda podes aguentar. E, no que a isso diz respeito, sou completamente alheio ... nada posso fazer, senão ouvir-te com amor, escutar-te com atenção, embora vendo como te bates... de momento, de forma aparentemente inconsequente.

.... do mais profundo da (minha) consciênciaResta-me a satisfação de saber-te em evolução, cada vez mais forte, e mais próxima do momento em que “não puderes aguentar mais”. E, só então te determinarás a soltar essa questão, deixá-la para trás ... e .... seguires em frente. Como estou aqui PRONTO, AO TEU DISPOR, TOTALMENTE, até algo desejoso que me procures em busca de ajuda... para, então, te refletir a (tua) real imagem... que, de momento, desconheces. “ 36

Verdades de um estranho Do meu desatino e desconforto Joaquim Alice (falho de palavras), de minha confusão... “ bem que podes retirar a medida (exata) do meu transtorno... 37 por em ti encontrar (por fim) a concretização do desejo que já enterrara, fizera-lhe o luto e quase esquecera por completo... Deixasses-me estar como dantes... Bem melhor teria sido! Querido amigo do coração, és meu carrasco e, se sinto o teu doce amor... paciente e infinito... também o sinto como suave veneno que me destrói... Estalo por dentro, “parto-me-toda”... A segurança que sentia nas vastas raízes criadas agora fica em causa, ao me fazeres olhar... e ver... o terreno pouco firme onde as instalara. Vislumbro, por instantes, a dimensão (imensa) da tarefa que me espera... e assusto-me! Fico em pânico! Prefiro nem olhar (como se de precipício imenso se tratasse).

Mas, por outro lado, sei (porque sinto) teres razão. Com mestria (do melhor dos amores), soubeste descobrir-me... Melhor: levar-me a mim própria (imagina!). Fiquei comigo defrontada... coisa estranha... num misto de prazer e de (quase) horror. O primeiro, pela nova descoberta, do mais puro e profundo de mim própria... O segundo, pelo que tenho vindo a ser (e ainda sou). .... do mais profundo da (minha) consciência Sei quão certo estás: meu Deus! Meu Carrasco, és o melhor e o pior em simultâneo; és o juiz que me absolve e me condena... duma assentada... E o medo me toma, e assalta. Quero agradecer-te... e matar-te... Quero ver em ti Deus, mas ao olhar-te ... já o vermelho te pinta de Diabo ... Agradeço ao Universo cruzares meu caminho... Abomino teres-me “tocado”. Por tudo isso, é que te quero p’ra mim... amar-te! Mas sei, e sinto que ao fazê-lo nos condeno, a ambos. “ O que sinto por ti é poço fundo ... cheio de ambiguidades. 38 O que em mim despertas ... são VERDADES!!!

E, se por um lado te agradeço... por outro te abomino. Joaquim Alice Traíste meu desejo... de encontrar alguém... capaz deste feito: descobrir-me a mim, ... ao verdadeiro EU apresentar-me. E a tua certeza é tal... sem qualquer margem p’ra dúvidas ou hesitações, que até me irritas... Detesto tudo isso! Chegas ... e descerras-me sem-cerimônia (embora com extremo cuidado, atenção e, vá lá: ... amor ), fico nua! Tal como sou-de-origem... fórmula de que perdi o rasto e os traços, em cuja ausência absoluta a viver me habituara. E agora és tu... praticamente um estranho, que “CHEGA-VÊ-E-VENCE!”, com descontração, rapidez, honestidade, inocência ... qual criança a quem não resiste ... NUNCA ... a verdade! “ 39

.... do mais profundo da (minha) consciênciaPerene Ficas, pois, embotada, tal faca cega (...não corta!), entopes o (teu) percurso ficas à nora... desorientada... sentes-te... “cata-ventos” (inconsciente das causas ... conheces só os efeitos), pressões são tantas... cada vez maiores e rodas ... giras, estonteada. Angústia é o que sentes... desespero, desatino, o exterior é que te move, ... faz-te rodopiar... com violência, por vezes nada próprio nem adequado ao teu íntimo, náuseas (até) irrompem de súbito... tudo se agrava, estás apanhada... em “parafuso”, “ tendes a deixar-te guiar por ventos 40 que trazem rótulo: “agite, antes de usar”.

E, nessa confusão, Joaquim Alice ... ao te ocorrer recolheres-te “ (no teu íntimo), logo te sentes repelida 41 pela parte de ti da qual foges... desde há bastante tempo, polaridade negativa, pois se a mente é teu descanso, ao meditares e em paz... (em meditação és tu própria, inteira, equilibrada, completa) quando fora desse nível, se transforma em teu carrasco, ... inconsciente do que faz.. Tem, pois, atenção constante, mantém guarda, esteja atenta, traz a paz sempre contigo, mas acerta na clareza... Sê já desembaraçante, conseguirás assim, talvez, separar o joio do trigo e os teus movimentos não serão já do exterior comandados, mas antes/sim do universo inabalável, constante, seguro... estável... daquilo que tu ÉS: perene!

.... do mais profundo da (minha) consciênciaMatutar Passo tempo a matutar... por vezes, também, quando vivo, é minha forma de estar em paralelo... sem crivo. “ 42

Parte Joaquim Alice Em troca do meu amor, que posso querer? Que me atrevo a pedir? Talvez amor (de volta), ou talvez não, quem sabe? Mas afinal o que pretendo ... é só que partas, leve e certeira... Que te conduzas! “ 43

.... do mais profundo da (minha) consciênciaPensar ... florescer Na arte do pensar me estou a exercitar: penso direito, penso esquerdo, penso ambos! Evito aquele... linear. Equilíbrio dos opostos, fio da navalha, ando nele a aprender ... CRIATIVIDADE ... LIBERDADE ... o FLUIR na arte do pensar, ... o florescer. “ 44

Meu recanto Joaquim Alice Meu recanto sagrado não tem local (é cá dentro!), em nenhum sítio se encontra (é no interior!), está sempre presente, embora, nem sempre, o ache em cada momento. “ 45

.... do mais profundo da (minha) consciênciaPerdido (estou) estou perdido, já sem tempo ... flutuo no intemporal... sensação de estar solto... divagando... em sítio nenhum, ... mas por todo o lado, como se fora possível existir ... apenas... no plano mental. “ 46

Aberto Joaquim Alice Em cada momento e ao teu redor tudo coexiste ... no seu melhor Estejas tu ABERTO atento e concentrado livre como o vento como o mar espraiado “ 47

.... do mais profundo da (minha) consciênciaO conhecimento Venho de novo ao meu poiso, ao local p’ra meditar. Cá me encontro e estou em PAZ; de me conhecer... sou capaz. Deixo o mundo todo à espera, tudo... em banho-maria. Vim aqui em romaria p’ra melhor me conhecer. Nem tudo que luz é ouro, mas a noite (já caiu)... Luz... só a que faço e a dou gratuitamente. p’ra me conhecer... Sou capaz de tudo... “ rumo ao centro. 48


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