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Anuário Brasileiro de Cemitérios e Crematórios

Published by fabio, 2019-10-23 15:26:20

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Anuário Brasileiro de Cemitérios e Crematórios 2009



Diretoria da ACEMBRA anuário 2009 | Sérgio Siqueira Matheus – Presidente Haroldo Moreira Felicio – 1º Vice-Presidente 004 EDITORIAL Pedro Cláudio de Medeiros Bocayuva Bulcão – 2º Vice Presidente 006 HISTÓRICO DO SETOR Gisela Dardengo Adissi - 1º Secretário 010 NÚMEROS DO SETOR Cláudio Gonzaga Bentes – 2° Secretário 016 TECNOLOGIA E GESTÃO Cláudia Schutzer de Magalhães – 1º Tesoureiro 020 GENTE Flávia de Macedo Jabali – 2º Tesoureiro 024 RELACIONAMENTO: CEMITÉRIO X CREMATÓRIO X FUNERÁRIA 030 MEIO AMBIENTE/ RESPONSABILIDADE SOCIAL Diretoria do SINCEP 034 TRABALHO SOCIAL Ercy Cesar de Almeida Soares – Presidente 040 AS ENTIDADES Haroldo Moreira Felício – Vice-Presidente 044 RELAÇÃO DOS ASSOCIADOS Hamilton Coutinho Dias de Souza – 1º Secretário Mayra Perpetua Mendonça Grisólia – 2ª Secretária Cláudia Magalhães – 1ª Tesoureira Sérgio Siqueira Matheus – 2º Tesoureiro ACEMBRA/SINCEP Av. Brigadeiro Faria Lima, 2128 - 12o andar - cj. 1202 Alto de Pinheiros - São Paulo – SP - CEP: 05489-900 Este anuário é uma publicação conjunta da ACEMBRA/SINCEP e PUBLIC Projetos Editoriais, com circulação controlada e dirigida aos empresários do setor. Diretor de Projetos Especiais Gilberto Figueira Diretora Financeira Cleide Antunes Jornalista Responsável Tatiane Almeida MTb 35.266 Colaboradores Osmar Camelo e Priscila Sérvulo Departamento Comercial Marcelo Giordano Sandra Maria Elias Suelen de Moura Revisão Fabiane de Sá Projeto Gráfico e Diagramação Diagrama Marketing Editorial Rua Vergueiro, 981- São Paulo - SP - 015304-002 www. diagramaestudio.com.br Produtor Gráfico Miguel de Oliveira Internet Adriano (Bibi) Projeto Gráfico Felipe Escosteguy Diagramação Anete Garcia, Juscelino Paiva e Rodrigo Clemente Tráfego Raquel Silva Impressão Gráfica Ideal Tiragem 3 mil exemplares |3

editorial | Sergio Siqueira Matheus Presidente da ACEMBRA 4|

anuário 2009 | Ercy Soares Em primeiro lugar, gostaria de destacar que é uma honra estar na presidên- Presidente do SINCEP cia do SINCEP em um momento tão significativo para o segmento. Em 2009, comemoramos os 10 anos de vida do SINCEP e os 30 anos da ACEM- BRA. Entidades que nasceram com o intuito de organizar e profissionalizar o setor cada vez mais com qualidade. Entidades que têm como objetivos trazer diferenciais positivos em gestão para os empreendedores e melhorias no serviço e no atendimento aos nossos clientes. Atuamos em um setor que, em comum com todos os outros, movimenta a economia do País. Porém, tem uma especificidade própria. É um segmento que tem uma das missões mais delicadas da vida. Cuidar da despedida. Cuidar dos trâmites no pós-vida. Enterro? Cremação? Documentações. Tudo realizado de maneira ética e com a preocupação de proporcionar o maior conforto e soluções aos nossos clientes. Atualmente, o segmento funerário vive um momento de franca expansão, que podemos atribuir a algumas razões: 1 - Convergência de atividades: soluções completas Há 20 anos, eram raras as empresas que conciliavam cemitério com os trabal- hos de funerária. Hoje, é cada vez mais comum um empresário de cemitério expandir os negócios e oferecer atendimento completo, como funerária, plano de assistência familiar, opção para cremação etc. 2- Empresas deixam de ser locais: grupos porte Empresas do segmento eram conhecidas por atuar em um determinado bairro, em uma cidade. Hoje, já temos exemplos de atuação interestadual, com um mesmo grupo oferecendo serviços em até três Estados distintos. 3 - Lideranças jovens assumem o comando: renovação do segmento Grande parte das empresas administradoras de cemitérios, crematórios e fu- nerárias tem cunho familiar. Em muitos casos, as lideranças jovens, da segunda e terceira gerações, já participam do comando. E são elas as principais propul- soras para a adaptação do setor aos novos tempos e ao crescimento. Razões como essas desenham um cenário muito favorável, e trazem para o SINCEP grandes responsabilidades e grandes oportunidades. E o que eu desejo, como atual representante, é tornar nosso cenário ainda mais positivo às empre- sas e a toda a sociedade. |5

editorial | Setor de cemitérioS e crematórioS ganha anuário Gilberto Figueira O mês de setembro representa um marco para duas entidades do setor de Diretor de Projetos Especiais cemitérios e crematórios: o Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (SINCEP) e a Associação Cemitérios e Crematórios do Brasil (ACEM- PUBLIC Projetos Editoriais BRA). O lançamento deste anuário vem ao encontro da brilhante trajetória do Sindicato e da Associação, que trilharam, até agora, um caminho repleto de luta e de conquistas para seus associados. Segundo estimativa do SINCEP, existem, atualmente, cerca de 600 cemitérios particulares, que empregam aproximadamente 50 mil pessoas no Brasil. Trata- se de um segmento da economia que deve crescer até 8% ao ano, de acordo com a avaliação do presidente do Sindicato, Ercy Soares. Vislumbrando um cenário de desenvolvimento e inovação nesse segmento, a PUBLIC Projetos Editoriais acredita nesse importante setor da economia e comemora seu ingresso neste segmento com um produto que passa a ser um dos mais importantes instrumentos de informação para os gestores de cemitérios, crematórios, funerárias e profissionais que atuam dentro do segmento cemite- rial e, também, de grande importância para a indústria fornecedora do setor. Especializada neste tipo de publicação, a PUBLIC é responsável pelo projeto gráfico, conteúdo editorial, comercialização, coordenação e elaboração da publicação. Com seu know-how, já editou anuários para diversas entidades, como a ABIMAQ, ABIPLA, ABRALIMP, CEBRASSE, ACRJ, SINDHOSP, entre outras. Com apresentação gráfica criativa e rica em imagens, o Anuário Brasileiro de Cemitérios e Crematórios reúne informações sobre o setor, com textos e depoi- mentos que mostram sua preocupação com o meio ambiente, profissionalização e comunidade em seu entorno. Vocês poderão conferir as ações feitas por al- guns cemitérios em prol das pessoas carentes, numa pequena mostra do que as empresas do ramo cemiterial têm realizado. Também é notório que cemitérios e crematórios utilizam-se cada vez mais das tecnologias no dia-a-dia, seja na administração ou nas tarefas gerais dos em- preendimentos. Não é uma tendência, é uma realidade que agrega valor, quali- dade no relacionamento com os clientes e traz dinamismo para toda a cadeia. O conteúdo desta edição está alinhado ao compromisso das entidades de ofer- ecer apoio e serviços de qualidade aos seus associados, espalhados pelo Brasil. No futuro, um novo anuário trará ao segmento ainda mais informações, inician- do uma nova etapa, destacando números, gestão, profissionalização e outros conceitos que permeiam o mercado. Esperamos ainda, quando da nova edição do Anuário Brasileiro de Cemitérios e Crematórios contar novamente com a par- ticipação das 38 empresas, que acreditaram nesta idéia, e contar também com a adesão de outras empresas, que, por algum motivo, não tiveram condições de participar desta primeira publicação. Desejo uma ótima leitura. 6|



histórico do setor | História do setor de cemitérios e crematórios 8|

anuário 2009 | O lançamento do anuário está em sinergia com o objetivo da ACEMBRA e SINCEP: desenvolver um segmento forte, profissional e gerador de riqueza. A publicação mostra que o setor cemiterial e crematório está comprometido com a prestação de um serviço de excelência, gestão e qualidade, com a sustentabilidade e, principalmente, respeitando as pessoas e dando-lhes a oportunidade de prestar suas homenagens aos que partiram |9

histórico do setor | No Brasil, a cultura funerária sempre teve como mo- riu à ideia e, em 1801, o príncipe regente lançou a primeira delo os costumes europeus. Assim, como se fazia lei colonial referente ao assunto: a Carta Régia nº 18, de 14 em Portugal, no Brasil colonial os mortos eram en- de janeiro, regulamentando as práticas vigentes de sepulta- terrados nas igrejas ou nas imediações delas, reafirmando a mento e combatendo todo tipo de enterros dentro dos limites crença medieval de que, para alcançar a graça de Deus, os urbanos. O príncipe regente só não contava com as resistên- fiéis católicos deveriam repousar seu corpo próximo à casa cias da população e das irmandades. Dele na Terra. Já nessa época, podia-se fazer uma clara distinção entre as Da população, justamente devido àquela mentalidade her- classes sociais mesmo quando se deixava este mundo. Isso dada da Idade Média. Das irmandades, pelo medo de perder porque os túmulos eram hierarquizados conforme as ofertas suas fortunas, de donativos e heranças passadas às institui- que os fiéis dedicavam à Igreja, sendo que alguns mais abas- ções por procuração, ou até mesmo sem, quando o falecido tados compravam o direito de ser enterrados mais próximos não tinha herdeiros. ao altar-mor, além de obter o direito de construir lápides, mui- tas delas destruídas depois da instituição dos cemitérios civis. Em virtude das manifestações contrárias, essa lei ficou ar- Por essa razão, não foi simples o processo de seculariza- quivada por 27 anos. Nem a transferência da corte portugue- ção dos cemitérios no Brasil. A Igreja sempre esteve bastante sa para o Brasil, em 1808, fez com que ela tivesse êxito. A atrelada às decisões políticas e recusava-se a perder esse decisão definitiva aconteceu somente em 28 de outubro de monopólio, que havia se transformado em mais uma fonte 1828, quando D. Pedro I elaborou a lei de estruturação dos de renda. municípios, que dispunha no artigo 66, parágrafo 2º, sobre No fim do Antigo Regime, após a Revolução Francesa, a a recomendação às Câmaras Municipais para elaborar pos- Europa já havia separado os mortos dos vivos, criando os turas relativas ao estabelecimento dos cemitérios fora dos cemitérios ao ar livre, longe dos perímetros urbanos, para recintos dos templos. efeito de saneamento básico. O Brasil colonial também ade- Depois de toda essa resistência, ficou estabelecido que a Igreja enterraria seus mortos e o cemitério ficaria para aque- les que não faziam parte das irmandades. 10 |



histórico do setor | As representações religiosas vêm reforçar a aparente revi- goração do cristianismo no fim do século 19 e início do século PrimeiroS cemitérioS 20. Mesmo com a perda da influência política e a seculariza- ção do Estado que acompanhou a Proclamação da Repú- Os primeiros cemitérios foram administrados pelas autori- blica, a Igreja manteve-se fiel aos seus dogmas tradicionais dades eclesiásticas. Adotou-se o tipo de modelo convencio- diante da morte e da existência espiritual. Desse modo, os nal, isto é, um lugar de enterramento circunscrito em uma cemitérios convencionais seculares guardam em seu bojo área delimitada por muros, cujo portal solene de entrada uma arquitetura sacra. reforça a característica de ser uma instituição fechada. Nor- malmente, o seu loteamento é repartido de maneira quadri- Os túmulos empregam com freqüência fórmulas piedosas culada, com carneiras numeradas, supostamente do mesmo em seus epitáfios, símbolos cristãos nos adornos e imagens tamanho, dispostos nas quadras sucessivamente, permitindo devocionais das mais simples às mais luxuosas. Em todos os a imediata classificação e localização dos mortos no espaço, cemitérios convencionais seculares brasileiros, das grandes refletindo, também ali, as escalas sociais. metrópoles aos centros menores, há pelo menos uma repre- sentação do grupo escultórico que retrata a “Fuga para o Egito” Os cemitérios convencionais seculares no País atingiram e uma escultura da Pietá, apropriada da obra de Michelangelo. sua plenitude no período da Primeira República (1890-1930). Em oposição ao processo de modernidade, esse tipo de ce- Eles preservam em seu território uma arquitetura detentora mitério continuou sendo, por um longo período, o local onde de uma iconografia folclórica e ao mesmo tempo erudita, se operacionalizavam os compromissos essenciais, presen- quando esta se popularizou, revelando representações este- tes nas práticas espontâneas dos fiéis baseados no discurso reotipadas com valor artístico, simbólico e religioso. Os tú- da Igreja Católica Apostólica Romana. mulos harmonizam-se, acentuam uma atmosfera nostálgica, confortadora e afetuosa ao local. Tornou-se então uma insti- tuição cultural, além de religiosa. Fazendo parte, agora, do rol de invenções modernas. I Em 1842, Henrique Henrichen, com base na lei imperial, requereu da Câmara Municipal a construção de um cemitério, recebendo a autorização apenas em 1843. A ACEMPRO foi fundada logo depois, em 1844 por luteranos de origem alemã, com colabo- ração de anglicanos e presbiterianos. 12 |



histórico do setor | refratários. O caixão com o cadáver é colocado quando o for- no ainda está frio. A câmara primária só é posta para funcio- I Crematório Primaveras nar quando a secundária atinge 500 0C. Os gases descem até a câmara secundária através de uma passagem que os cremação: tendência que já conquiStou força para baixo. Após a passagem pela câmara inferior, a Seu eSPaço fumaça sairá pela chaminé isenta de cor, cheiro e agentes poluentes. Um crematório é um forno que reduz cadáveres a cinzas. Para tanto, submete os corpos a temperaturas altíssimas – As cinzas de um adulto pesam entre 1 quilo e 1 quilo e até 1.000oC (um forno doméstico atinge, quando muito, os meio e são recolhidas por uma abertura no forno. Frias, elas 300oC). O processo de cremação leva em torno de uma hora. passam por um ímã, que recolhe eventuais metais, e, por fim, Mas esse tempo pode variar de acordo com o peso da pes- são trituradas para que o tamanho dos grãos fique uniforme. soa: um sujeito magro, por exemplo, demora mais que um obeso, já que a gordura age como combustível e aumenta a Procedimento adotado desde a Pré-História (nossos ante- intensidade do fogo. passados queimavam os mortos para evitar a aproximação de feras), a cremação está longe de ser uma unanimidade Assim que chega ao crematório, o corpo é levado à sala de entre as religiões. Ela é aceita entre cristãos, budistas e es- cerimônia para ser velado. No fim da homenagem, a urna des- píritas; já os judeus e os muçulmanos a proíbem. Em alguns ce (numa alusão ao sepultamento) ou sobe por um elevador, países do hemisfério norte, o número de cremações chega a para depois ser levado ao local onde a cremação será feita. superar o de enterros. Sem abrir o caixão, um profissional passa o detector de me- Tanto no Brasil quanto no mundo, a cremação tem crescido tais portátil na altura do peito do cadáver para certificar-se de significativamente nos últimos anos. Segundo os dados do que não há marcapasso no corpo. O aparelho pode explodir Serviço Funerário de São Paulo, em 1995 houve 2.837 cre- devido à alta temperatura do forno. Também são retiradas as mações e, em 2007, este número saltou para 5.286. Nesse alças de metal e os vidros do caixão. período, dados apontam para um crescimento significativo do número de crematórios, que hoje somam quase 30. Por lei, deve-se aguardar 24 horas após o óbito antes de dar início à cremação propriamente dita. De acordo com Jay- Em Minas Gerais, o Cemitério e Crematório Parque Renas- me Adissi, fundador do primeiro crematório particular de São cer, localizado em Contagem, na Grande BH, tem capacidade Paulo, cerca de 7% dos mortos optam pela cremação, que no para cremar 70 corpos por mês. Ele é o único no Estado a futuro deve conquistar maior número de adeptos. No entanto, realizar esse tipo de serviço. nos crematórios mais procurados, os corpos chegam a ficar até dois dias na fila de espera. Enquanto não são cremados, Adissi, dono do Crematório Metropolitano Primaveras, em eles permanecem em uma geladeira a 0oC. Guarulhos (SP), o primeiro crematório privado no Estado de São Paulo, analisa o setor como ainda sendo tímido, mas A câmara primária é o espaço reservado para o caixão; a com grande expectativa de crescimento. “Isso se deve à secundária tem por função requeimar os gases provenientes cultura, que pouco a pouco vai absorvendo as informações da combustão. Ambos os recipientes são forrados por tijolos relativas à cremação. Em algumas regiões do País, o avanço é mais rápido, como no Sul, mais precisamente em Porto Ale- gre. Na capital gaúcha, 8% dos óbitos já são enviados para cremação”, destaca. eScolha Um dos principais fatores que determina a escolha pela inumação ou cremação é a crença religiosa da família. O Direito Canônico, código que regula as normas de vida da igreja católica, sempre proibiu o ato da cremação. Contu- do, em 1983, o papa João Paulo II fez reformulações no código, e passou a desaconselhar a cremação, mas não proibi-la, o que pode ter repercutido em mais pessoas op- 14 |

Associação Brasileira de Administradoras de Serviço de Assistência Familiar SEMPRE PERTO DE VOCÊ Através da parceria firmada entre os mais influentes grupos de empresários do setor de plano familiar, foi fundada a ABRASAF em 08 de setembro de 2003. Um dos objetivos principais da ABRASAF é promover a aproximação das empresas administradoras de serviços de assistência familiar e suas respectivas atividades, visando um melhor relacionamento entre seus membros, através do estímulo profissional e o objetivo de união. Hoje, a ABRASAF é um sucesso graças ao grupo de empresários da diretoria executiva, que com enorme talento, sabem extrair dos empresários das associadas o que cada um tem de melhor. Assim, através de muito trabalho e dedicação, a ABRASAF se empenha fortemente em fazer com que cada empresa associada, torne-se mais participativa, passando a todas confiança e credibilidade. Rua General Câmara, 05 - Cj. 301 - Centro - Santos - SP CEP: 11010-902 - Tel. (13) 3219.1561 [email protected] • www.abrasaf.com.br

histórico do setor | falecimentos”, revela o presidente do SINCEP, Ercy Soares. “Vemos um cenário com dois fatores que contribuirão para a tando por essa prática. expansão desse serviço: cada ano mais cidades serão ser- Nesse sentido, nunca, em nenhum outro momento da histó- vidas com crematórios instalados e em todas elas o número de famílias optando pela cremação deverá aumentar ano a ria, o destino dos corpos foi tão amplamente discutido com o ano”, conclui. enfoque ambiental como tem sido nos dias atuais. Esse é um fator que pode ser considerado um dos fatores estimulantes Outro fator levado em conta pelos parentes ou responsáveis das mudanças gradativas do modo como nossa cultura tem pela providências pós-morte é o custo, que chega ser seme- lidado com o corpo morto. lhante ao um enterro tradicional e representa uma economia se for levado em conta as despesas do jazigo, por exemplo. No caso de inumação, muito tem sido discutido sobre os efeitos da decomposição de corpos para o meio ambiente. cemitérioS hoje Muitas pessoas consideram a cremação um ato menos ino- fensivo ao planeta se comparado à inumação, e optam por Como em muitos aspectos culturais, os cemitérios acompa- esta prática em defesa ao meio ambiente. nham a história do País. Se nos idos do século 19 o grande debate girava em torno das dualidades Império x República Os investimentos em crematórios têm sido destaque no ou Igreja x Estado, hoje encontramos no centro das atenções segmento, conforme notam as entidades ACEMBRA e SIN- dedicadas ao assunto temas que influem na vida da socieda- CEP. Eles têm sido instalados em cidades que hoje não têm de como um todo: gestão ambiental, sustentabilidade e tec- demanda suficiente para gerar retorno ao capital investido. nologia, por exemplo. É um segmento maduro, que antecipa No entanto, essa antecipação acaba gerando a procura pelo as tendências, a exemplo do 1º Congresso de Cemitérios e público, o que leva ao crescimento de vendas e ao equilíbrio Meio Ambiente, realizado em 1995, muito antes que a pre- econômico. ocupação com a sustentabilidade se tornasse uma questão debatida pela sociedade. “A procura no Brasil todo tem crescido aproximadamente 15% ao ano, mas sobre uma base ainda muito pequena. São Para Ercy Soares, os cemitérios são empreendimentos que 28 crematórios instalados ou em fase final de instalação em tendem à perpetuação, por isso é importante que o empre- todo o País. Nas cidades onde já estão em operação, o cres- cimento tem sido de aproximadamente 30% ao ano, repre- sentando, em alguns casos, um total de até 8% do total de I Estrangeiros chegam ao Brasil e implantam novos cemitérios no país. 16 |

EM PLENA ÉPOCA DO E-BOOK, INTERNET MÓVEL E NA GALOPANTE OFERTA DE ENTRETENIMENTO AUDIOVISUAL, PORQUE UM ANUÁRIO COMO ESTE ? A experiência que se tem ao folhear um Anuário é especial. Vendo as imagens, absorvendo as idéias, sentindo a leveza das páginas, observando os detalhes do projeto gráfico, o leitor se transporta para outro mundo. Nós da PUBLIC não tratamos um Anuário como nostalgia, mas como uma obra de arte. Há 05 anos no mercado editorial e na área de comunicação a PUBLIC PROJETOS EDITORIAIS vem conquistando o seu espaço como uma das mais competentes editoras no cenário nacional. Se a sua entidade ou se a sua empresa deseja uma publicação como esta, fale conosco. Podemos desenvolver uma publicação com o seu perfil e fazer dela um sucesso editorial como a 1ª edição do ANUÁRIO BRASILEIRO DE CEMITÉRIOS E CREMATÓRIOS. Conheça abaixo algumas de nossas publicações: Tel.: (11) 2959-9008 / 2959-9484 Fax: (11) 2959-9167 www.publicbrasil.com.br [email protected]

I Cemitério Parque Jardim São Vicente o crematório”, explica o presidente do SINCEP. “A convergên- cia entre cemitérios e funerárias é outra mudança importante, endedor não tenha uma visão imediatista de retorno sobre o pois, no passado, essa foi uma relação delicada, com algum investimento e pense sempre: “como essa área estará daqui antagonismo entre as duas atividades. Hoje, além de haver a 10, 20 ou 50 anos”. uma comunicação melhor elas acabam se integrando sob a mesma marca ou empresa.” De acordo com uma estimativa do SINCEP, existem atual- mente no Brasil cerca de 600 cemitérios particulares e 6 mil A profissionalização também tem sido uma marca das em- públicos. A consolidação das empresas do segmento é o fator presas do setor. Cemitérios e crematórios que eram adminis- mais notório ocorrido nos últimos dez anos. “Empresas que tradas apenas pelas famílias dos empreendedores, agora são começaram com estrutura pequena, administrando apenas geridas por executivos profissionais, sob modelos de gestão um cemitério, hoje cuidam de dois, três ou mais cemitérios, com base na eficiência e tecnologia. Para o engenheiro Benê, além de terem incorporado os serviços funerários e também da GeCem - Gerenciamento e Consultoria para Cemitérios, a implantação de um novo cemitério requer estudo de viabili- dade técnica e comercial, um minucioso trabalho que precisa ser efetuado com cautela. “Nenhum planejamento de cemitérios é igual ao ou- tro. O grande desafio da implantação consiste no plano de negócios, no qual são englobados: as leis (federais, estaduais e municipais), estudo do entorno, definição do projeto, etapas construtivas, origem da receita, receitas e despesas, fluxo operacional, equipamentos e mobiliários, marketing, normas, regulamentação, regulamento interno, procedimento, contrato de vendas e lançamento do em- 18 |

O Crematório “Classic” DESEMPENHO ALÉM DAS EXPECTATIVAS Fabricado dentro dos mais Nível de qualidade excepcional rigorosos padrões de qualidade combinado com competência profissional para fabricar e segurança e com uma equipamentos e oferecer Garantia limitada de dois serviços dentro do padrão anos, o “Classic” supera de qualidade que você exige. os outros crematórios Insuperável na assistência de sua faixa de preço ao cliente você pode pela sua eficiência no confiar na U. S. consumo de combustível Cremation Equipment e por seus diversos itens e na AI Crematórios & de série. Veja algumas das Incineradores para lhe vantagens que o “Classic” fornecer anos de operação livre oferece! de problemas. DESEMPENHO DO “CLASSIC” CARACTERÍSITCAS DO “CLASSIC” • Cremação de 6 corpos em 10 horas de trabalho • Porta com acionamento elétrico, com dois cilindros hidráulicos • Cremação completa entre 60 e 90min. • Visor na Câmara de Cremação • Não é necessário resfriar o forno entre duas ou • Registro contínuo das temperaturas das Câmaras Secundária mais cremações e Primária (de acordo com as exigências do CONAMA) • Projetado para cremar casos de obesos de até • Monitor de operação colorido, sensível ao toque (touch 360kg screen) - fornecido como padrão • Sistema de operação totalmente automático, • Manual de operação, Monitor de Comando e Treinamento de Operadores em português. operado por PLC. VENDAS, ASSITÊNCIA TÉCNICA, PEÇAS E SERVIÇOS NO BRASIL Rua Clara Fernandes, 41 - São Paulo - SP www.uscremationequipment.com Tel. 11 3961.5142 www.aicrematorios.com.br [email protected]

histórico do setor | preendimento”, explica Benê. Na opinião do consultor, o maior dos desafios refere-se à gestão comercial. Por ser um produto atípico, os vendedores de jazigos, por exemplo, encontram algumas barreiras, nor- malmente culturais. “A GeCem desenvolve um curso de ven- das dedicado ao segmento intitulado Vendedor Vencedor.” trabalho de equiPe A participação na revisão da norma 335 do Conselho Na- cional do Meio Ambiente (CONAMA) foi um marco para o segmento, pois a participação ativa de representantes das entidades trouxe racionalidade à discussão das regras para licenciamento de novos empreendimentos. Essa resolução, do Ministério do Meio Ambiente, de abril de 2003, dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemité- rios, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo decreto I Cemitério Parque Jardim São Vicente - Estrutura Adm 20 |

nº 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto anuário 2009 | em seu Regimento Interno, anexo à portaria nº 499, de 18 de dezembro de 2002, trouxe à tona a necessidade de cada 2003 e que em seus Planos de Encerramentos das atividades cemitério adequar-se a nova norma. devem constar do processo de licenciamento ambiental, nele incluindo medidas de recuperação da área atingida e indeni- Esse se tornou um dos desafios do setor na atualidade. De- zação de possíveis vítimas. pois de 2003, veio a resolução nº 368, de março de 2006, que alterou os dispositivos da resolução nº 335 ,vendo que ha- Pensando mais uma vez à frente, o SINCEP/ACEMBRA via necessidade de revisão, em função das particularidades participa de uma comissão para a adequação da cidade de existentes em áreas de proteção de mananciais, localizadas São Paulo à resolução nº 402, com Ercy Soares, presiden- em regiões metropolitanas, e resolveu publicar mais alguns te do Sindicato, e Célia Wada, coordenadora do Grupo de artigos, um deles a proibição de instalação de cemitérios em Sustentabilidade da entidade. Esse trabalho deve servir de áreas de preservação permanente ou em outras que exijam modelo para várias outras cidades do País. desmatamento de Mata Atlântica primária ou secundária, em estágio médio ou avançado de regeneração, em terrenos cemitérioS em São Paulo predominantemente cársticos, que apresentam cavernas, sumidouros ou rios subterrâneos, bem como naquelas que O primeiro cemitério a céu aberto na cidade de São Paulo tenham seu uso restrito pela legislação vigente, ressalvadas foi construído no fim do século 18, em terreno pertencente as exceções legais previstas. à mitra diocesana, localizado no atual bairro da Liberdade. No centro do terreno ficava a capela de Nossa Senhora Em 2008, mais uma modificação em sua redação, desta dos Aflitos, inaugurada em 27 de junho de 1779; portan- vez destacando que os órgãos estaduais e municipais de to, o cemitério ficou sendo conhecido como dos Aflitos. meio ambiente devem estabelecer até dezembro de 2010 cri- Destinava-se a sepultar indigentes, escravos e supliciados térios para adequação dos cemitérios existentes em abril de e funcionou até a abertura do Cemitério da Consolação, quando foram proibidos os sepultamentos em outros locais. Mais tarde, a Câmara Municipal procurou dar cumprimento | 21

histórico do setor | taj mahal I Cemitério da Consolação, em São Paulo / crédito: Caio Pimenta Palácio Para abrigar um túmulo do Cemitério dos Protestantes da Luz, sugeriu oAlto da Conso- O Taj Mahal é um dos maiores monumentos do mundo lação como o local mais apropriado para o cemitério municipal. e foi eleito em 2007 como uma das sete novas maravi- Em 1856, com base em plantas apresentadas por Frederico lhas do mundo. Construído pelo imperador Sha Jahan Rath, as autoridades decidiram criar o novo cemitério, deter- para abrigar o túmulo de sua mulher no século 17, na minando que não houvesse enterros em quaisquer outros lu- cidade de Agra, que fica na região central da Índia, o Taj gares e resolveram que uma área anexa ao cemitério munici- Mahal é conhecido como a maior prova de amor do mun- pal seria usada para o sepultamento de não-católicos. Devido do, contendo inscrições retiradas do Corão. à crônica falta de recursos, o Cemitério da Consolação só foi consagrado em 30 de junho de 1858. Foi incrustado com pedras semipreciosas, tais como o lápis-lazúli, entre outras. A sua cúpula é costurada com A parte reservada aos protestantes levou mais alguns anos fios de ouro. O edifício é flanqueado por duas mesquitas para ser preparada e os sepultamentos só tiveram início em e cercado por quatro minaretes. 1862. Em 1868, foram feitas duas subscrições junto à comu- nidade protestantes (alemães, ingleses e outros) para a con- à lei de 1828, que determinou a criação dos cemitérios pú- clusão das obras do Cemitério Protestante. blicos, no que foi prejudicada pela falta de consenso com as autoridades eclesiásticas. Em 1845, foi criado um ce- Um dos destaques do cemitério é o colossal mausoléu da mitério contíguo ao Convento da Luz, que também serviria família Matarazzo, o maior da América Latina, que do subsolo para o sepultamento das religiosas e de seus capelães, e ao pico possui 25 m de altura. Tem o tamanho aproximado de seria administrado pelas mesmas. Em 1851, metade des- um prédio de três andares, ocupando uma área de 150 m². se terreno foi cedida para a abertura de um cemitério para É ornamentado por um impressionante conjunto escultório os estrangeiros católicos. Uma parte desse Cemitério dos em bronze italiano, obra de Brizzolara. Segundo jornalistas, Alemães foi reservada para estrangeiros não-católicos, à época de sua construção teria custado praticamente o mes- ficando conhecida como Cemitério dos Protestantes. mo que o Hospital Umberto I. Nesse mesmo ano, foi nomeada uma comissão especial para tratar da criação de um cemitério público e geral, sendo inicial- mente escolhido o Campo Redondo (proximidades da Praça Princesa Izabel) como local adequado para o mesmo. Em 1855, o engenheiro Carlos Frederico Rath, que era o administrador 22 |

anuário 2009 | turiSmo e arte cemiterial Na visão do presidente do SINCEP, Ercy Soares, o turismo cemiterial também é uma oportunidade que começa a ser tra- balhada. Cidades como Paris, Londres, Nova York e até Bue- nos Aires têm cemitérios que estão abertos a visitação, com tours pelos túmulos pagos por turistas que querem ver onde estão enterradas personalidades ilustres ou as verdadeiras obras de arte que são os mausoléus antigos. O Pere-Lachaise, maior cemitério de Paris, é a prova de que o turismo cemiterial deu certo. Além de ser um lugar lin- do, com vista privilegiada da cidade luz, a administração dis- tribui mapas com a localização das pessoas mais importantes enterradas lá, como escritores, pintores e músicos. Entre eles estão o compositor Frédéric Chopin, o criador do espiritis- mo, Allan Kardec, os escritores Honoré de Balzac, os atores Sarah Bernardt e Yves Montand e a cantora Edith Piaf. Nas redondezas, existem cafés e sinalização para que os turistas estejam bem assistidos. No Brasil, o Cemitério da Consolação já conta com ser- viço nesse sentido, oferecendo visitas monitoradas aos túmulos de personalidades ilustres e às obras de arte tu- | 23

histórico do setor | da atual. Os cemitérios, tal como muitos casarões, teatros, linhas férreas e monumentos construídos em meados do mular do cemitério. O público-alvo são estudantes, profes- século XIX e início do XX são testemunhas da história social sores, pesquisadores, turistas, entre outros. Nesse cemi- da Paulicéia de antanho. tério, a visita é feita com acompanhamento de um monitor, que fornece algumas informações sobre as obras de arte Naquele tempo, a cultura do café, então chamado ouro ver- e a história de cada uma das personalidades sepultadas. de, proporcionava vida opulenta para as famílias que aqui se Trata-se de verdadeiro museu. Oficialmente aberto em 15 instalavam, vindas do interior do Estado e também de outros de agosto de 1858, possui túmulos de personalidades como países em busca de novas possibilidades de trabalho ou para Monteiro Lobato, Tarsila do Amaral, Ramos de Azevedo, José ampliação dos negócios e de suas fortunas. Bonifácio de Andrada e Silva (o Patriarca da Independência), Antoninho da Rocha Marmo, Mário e Oswald de Andrade, os Era o momento da Belle Époque paulistana e o ideal de jornalistas Líbero Badaró e Cásper Líbero, além de dezenas vida da elite; era a imitação dos hábitos parisienses, de for- de obras de arte de importantes escultores do século passa- ma que o afrancesamento e a europeização da arquitetura, do, como Victor Brecheret. moda, festas, convenções e também dos sepultamentos e ornamento dos túmulos conferiam à sociedade paulistana o Entreasobrasdeartemaisvisitasestãoaescultura“Osepul- ar cosmopolita, moderno e intelectual esmeradamente alme- tamento”,deVíctorBrecheret,eaindaaréplicadeumacatedral jado. Os cemitérios, então chamados “campos santos”, em gótica, feita em mármore carrara e de autoria desconhecida. meados do século XIX já substituíam as igrejas na prática de A visita monitorada é parte do projeto Arte Tumular, idealiza- sepultamentos. do pelo Serviço Funerário do Município de São Paulo, a par- tir de pesquisas realizadas pelo historiador Délio Freire dos No Cemitério da Consolação, em seus primeiros anos, Santos, falecido em 12 de abril de 2002, para apresentar eram sepultadas pessoas de todas as classes sociais: escra- os cemitérios antigos da capital paulista àqueles que ainda vos, agregados, senhores de escravos, homens livres abas- conservam acervos artísticos e históricos provenientes de tados, pobres e estrangeiros. Após a virada do século, o perfil épocas em que São Paulo era uma cidade muito diferente dos sepultados passou a mudar, assim como se modificavam I Memorial Ecumenico Cristo Rei - Vista Capela Jardim In Memoram 24 |

anuário 2009 | I Cemitério Parque Memorial da Colina - Oratório Central os hábitos da população, principalmente da elite. Aquele que realizou em vida atividades de relevância para a sociedade deveria ter uma morada à altura de sua importância social. Por esse motivo, as famílias e os amigos, a partir da primeira década do século XX, contratavam construtores e escultores de renome, em sua maioria de origem italiana ou com formação na Eu- ropa, como Victor Brecheret, Luigi Brizzolara, Galileo Emendabili, entre outros, para construírem e ornamentarem os túmulos das ilustres personalidades. Esses túmulos ricamente ornamentados ou mesmo despojados testemunham im- portantes fatos da história social de São Paulo e do Brasil, mostrando a quem os visitam alguns detalhes do que era a vida política e cultural daquela época, seus fei- tos e a repercussão na cidade. Da mesma forma, as necrópoles antigas apresentam muitas informações sobre a cidade. Visitar túmulos não é novidade nenhuma. “Os túmulos devem representar apro- ximadamente 70% dos lugares que turistas visitam”, conta Jayme Adissi, ex-presi- dente do SINCEP e fundador do Grupo Parque Primaveras, citando como exemplo o Obelisco do Ibirapuera (também chamado Obelisco de São Paulo) – um monu- mento funerário brasileiro localizado em São Paulo, símbolo da Revolução Constitu- cionalista de 1932; o túmulo de Napoleão Bonaparte, também em Paris; e diversas catedrais no mundo, abrigando ossos e túmulos de famílias inteiras. hoje O setor de cemitérios hoje abrange a venda de jazigos, carneiras, vasos, lóculos, gavetas, flores, placas, serviços de manutenção, sepultamento, exumação, velórios, cerimonial, buffet, limpeza de placas e velórios on-line, bem como administração indireta de lanchonete e floriculturas, enquanto o de crematórios, a venda de crema- ção de corpos, restos mortais e membros, além de urnas especiais, lóculos, cinerá- rios, também o serviços de cerimonial e velório. A estimativa é que existam cerca de 50 mil pessoas trabalhando em cemitérios privados. Trata-se de um segmento da economia que deve crescer até 8% ao ano, segundo avalia o presidente do SINCEP, aumentando mais vagas e disseminado as informações dessa atividade. “Como toda economia mundial, o setor econômico sofreu com a falta de crédito e liquidez do mercado. O ritmo de crescimento arrefeceu e novas condições de paga- mento foram oferecidas pelos empreendimentos. O momento hoje é de retomada de vendas e de crescimento.” | 25

as entidades | Acembra – 30 anos Associação representa militância em prol do setor A ACEMBRA – Associação dos Cemitérios e Crematórios do Brasil é uma sociedade civil sem fins lucrativos, fundada em 26 de setembro de 1979, constituída a partir de uma idéia lançado por Dom Emílio Jordan, no ano de 1966. Na época, havia um Grupo de Trabalho de Cemitérios que tinha, inclu- sive, participação do prefeito José Vicente Faria Lima, cuja gestão terminou em 1969. Desde o início, o objetivo da Associação é congregar entidades jurídicas de direito privado e público, proprietárias, mantenedoras e interessadas em cemitérios e crematórios; conscientizar a opinião públi- ca com relação aos seus objetivos; apoiar e prestigiar pesquisas para o aprimoramento das atividades cemiteriais nos setores sanitário e ecológico; intercâmbio com outras entidades. Em seu estatuto, a entidade tem como proposta principal assistir seus associados, defender seus interesses perante a administração pública e representá-los, nos casos previstos em lei, observadas as normas pertinentes; e esclarecer e conscientizar a opinião pública para os elevados objetivos dos cemitérios e crematórios. 26 |

anuário 2009 | Além disso, está no DNA da ACEMBRA apoiar os empreendimentos na formação de mão de obra especializada, através da promoção de cursos, seminários, encon- tros, palestras e congressos; intercâmbio com entidades congêneres do país e do exterior; promoção e participação em congressos, cursos, encontros, seminários, conferências, que sejam sobre assuntos de interesse da Associação. A ACEMBRA consolidou sua marca ao longo dos anos, tornando-se forte, que preza pelas exigências de qualidade impostas aos seus associados e pela sua in- sígnia, com intuito de garantir um empreendimento do mais alto padrão de serviços, oferecendo periodicamente campanhas promocionais de âmbito público dos traba- lhos desenvolvidos pelos cemitérios, bem como seminários para debater e divulgar as temáticas da área. Para a Associação, essa premissa representa uma contribuição permanente para ajudar os associados a encontrarem soluções adequadas para seus pro- blemas, como elaboração de normas e decretos referente a política funerária e cemitérios e acompanhamento junto aos órgãos competentes; estudo e avaliação referente a legislação ambiental referente a contaminação de solo; assessoria e orientação técnica referente a implantação de crematório; coordenar e ministrar curso para área de vendas dirigido á empreendedores, gerentes e profissionais da área de vendas de jazigos. diretoria acembra – 2007/2010 Sérgio Siqueira Matheus – Presidente Haroldo Moreira Felicio – 1º Vice-Presidente Pedro Cláudio de Medeiros Bocayuva Bulcão – 2º Vice Presidente Gisela Dardengo Adissi - 1º Secretário Cláudio Gonzaga Bentes – 2° Secretário Cláudia Schutzer de Magalhães – 1º Tesoureiro Flávia de Macedo Jabali – 2º Tesoureiro José Lui – Presidente Conselho Fiscal Daniel Gomes Arantes – Membro Conselho Fiscal Hamilton Coutinho Dias de Souza – Membro Conselho Fiscal Heber Amorim Vila – Suplente Maria Aparecida Costa - Assessora de Diretoria | 27

as entidades | SINCEP - 10 anos A história de sucesso do Sindicado dos Cemitérios e Cre- matórios Particulares do Brasil (SINCEP) começou muito antes de 1999, quando ainda era o Sindicado dos Cemité- rios e Crematórios Particulares de São Paulo (SINCESP). O Sindicado nasceu durante Assembléia Nacional realizada na cidade de Campos do Jordão, interior paulista, e represen- ta hoje a atividade econômica dos cemitérios e crematórios particulares do País, com exceção dos Estados do Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Constituído com os objetivos de desenvolvimento tecnoló- gico, estudo, coordenação, prestação de serviços, proteção e representação legal da categoria econômica e o intuito de colaborar com os poderes públicos e as demais associações de classe no sentido da solidariedade social e subordinação aos interesses nacionais, o Sindicato atua na defesa dos in- teresses de seus associados, subsidiando e apoiando-os nas suas dificuldades, sejam administrativas ou jurídicas. Por possuir base interestadual, o SINCEP propõe e incen- tiva a troca de experiências e das boas práticas de gestão, respeitando as particularidades regionais, promovendo anu- amente dois eventos: o Encontro Nacional dos Administrado- res de Cemitérios e Crematórios e o Encontro Nacional dos Cemitérios e Crematórios. Para o atual presidente do SINCEP, Ercy Soares, “a con- solidação das empresas do segmento é o fator mais notório nesses anos. Empresas que começaram com estrutura pe- quena, administrando apenas um cemitério, hoje cuidam de dois, três ou mais cemitérios, além de terem incorporado ao rol de serviços prestados os serviços funerários e também o crematório”. Essa convergência entre cemitérios e funerárias, segundo o empresário, é outra mudança importante. “No pas- sado, essa foi uma relação delicada, com algum antagonismo entre as duas atividades. E hoje, além de haver uma comuni- cação melhor, elas acabam se integrando sob a mesma mar- ca/empresa”, explica. 28 |

anuário 2009 | QUALIDADE E TRADIÇÃO A SERVIÇO DO SEU diretoria SinceP - 2007/2010 NEGÓCIO. • Ercy Cesar de Almeida Soares – Presidente CENTRAL DE VENDAS: • Haroldo Moreira Felício – Vice-Presidente • Hamilton Coutinho Dias de Souza – 1º Secretário (19) 3493.4953• 3493.2418 • Mayra Perpetua Mendonça Grisólia – 2ª Secretária www.casticaiszambello.com.br • Cláudia Magalhães – 1ª Tesoureira [email protected] • Sérgio Siqueira Matheus – 2º Tesoureiro • Nabi Abou El Hosn - Vice-Presidente Regional Norte Av. Pref. Nicolau Marino, 1800 - Rio das Pedras - SP • Magda Sanjad Nagib Abou El Hosn – Suplente Vice- Presidente Regional Norte • José Eduardo Vila – Vice-Presidente Regional Nordeste • Claudio Gonzaga Bentes – Suplente Vice-Presidente Regional Nordeste • Moacir Antunes Junior – Vice-Presidente Regional Sudeste • Lourival Costa Pinto-Coelho – Suplente Vice-Presidente Regional Sudeste • Nilma Ribeiro Cardoso – Vice-Presidente Regional Centro Oeste • Djalma Freitas Junior – Suplente Vice-Presidente Regional Centro Oeste • Gilberto Luis Bergantini – Vice-Presidente Regional São Paulo • José Antonio Fragoas Zuffo – Suplente Vice-Presidente Regional São Paulo • Zolair Trindade de Oliveira – Vice-Presidente Regional Sul • Francisco de Paulo Marchand Bueno – Suplente Vice- Presidente Regional Sul • Carlos Antunes Filho – Conselheiro Fiscal • Ednei Carlos Guassi – Conselheiro Fiscal • José Lui – Conselheiro Fiscal • Gisela Dardengo Adissi – Suplente Conselheiro Fiscal • Antonio Carlos Angélico – Suplente Conselheiro Fiscal • Heitor Ferreira de Laurentys – Suplente Conselheiro Fiscal • Bruno Nascimben Lentini - Coordenador • Ana Maria P. Cafalli - Analista Administrativo Financeiro • Marlene Puzzoni Volpato - Auxiliar Administrativo • Maria Luiza Evangelista - Analista de Cadastro • Anne Freitas Alves de Oliveira - Estagiária | 29

as entidades | SINCEP e ACEMBRA oferecem benefícios exclusivos O sucesso das empresas depende, em grande parte, do conhecimento que os empresá- rios têm do contexto legal, técnico, econômico e político em que as suas atividades. É por esta razão que SINCEP e a ACEMBRA vêm intensificando a prestação de serviços aos associados de todo o Brasil. Atualmente, as entidades recebem uma média de seis consultas diárias, abordando as mais variadas questões, dando o atendimento com respostas qualificadas, rápidas e de grande utilidade a todos que procuram o Sindicato e a Associação para solucionar seus problemas. Com esse trabalho, além de aperfeiçoar a cada dia seus serviços de assessoria e consultoria, o Sindicato e a Associação recebem novas adesões por parte daqueles que descobrem as vantagens de ser um associado. A atuação das consultas é um benefício exclusivo e abrange a área trabalhista, abordando assuntos como banco de horas, demissões e admissões, acordo coletivo, horas extra e regi- mes especiais; a área civil, com informações sobre atestados, guias e contratos; comercial, inadimplência, pagamentos e SCPS – Serviço de Proteção ao Crédito Empresarial; e tributá- ria, no que se refere ao ISS – Imposto Sobre Serviços, IR – Importo de Renda, INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social. 30 |

anuário 2009 | Na área administrativa são informações ligadas a minutas contratuais, concessão, licitação pública, permissão e privati- zação. Os associados também podem saber mais sobre coo- peração técnica, convênios e acordos; pesquisas e estudos, como preços, taxas, custos, cargos e salários, estudo e ava- liação referente a legislação ambiental sobre contaminação de solo; implantação, através de estudos de legislação, servi- ços públicos, código sanitário e código de posturas; e forne- cedores, verificando quais são as novidades, informações de desenvolvimento de produtos e empresas para o setor que tenham qualidade e bom preço. Os profissionais que atuam dentro do SINCEP/ACEM- BRA também estão aptos a dar informações sobre regu- lamentação sobre cremação, planos, contratos, elabora- ção e acompanhamento de normas e decretos referente a política de cemitérios e crematórios junto aos órgãos competentes. De acordo com os presidentes das duas entidades, as dificuldades e os anseios dos associados encontram no SINCEP e na ACEMBRA o foro adequado para os debates em busca de soluções, pois o objetivo maior é o desenvol- vimento do segmento. | 31 EXCELÊNCIA EM PRODUTOS FUNERÁRIOS Púpitos Maca de remoção em alumínio Carro/Plataforma Capela em Madeira Laqueada Jogo luxo Linha completa de descensor hidráulico em aço inox Iluminada com apliques em Bronze alumínio e bronze • Em alumínio c/ regulagem de altura • Em alumínio anodizado com ou sem roda Fornecemos ainda: Carro para urna, caixas e sacos para ossos • Em ferro com ou sem roda • Manual, elétrico ou com batéria Visite o nosso site e conheça toda a nossa linha Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 36 - Boa Vista - Curitiba - PR - Cep: 82560 460 Fone: 41. 3296 1275 | 3344 8302 - www.laidom.com.br • [email protected]

tipos de cemitério | 32 |

anuário 2009 | I Memorial Ecumenico Cristo Rei Cemitério Parque - Jardim Formato Além dos tradicionais cemitérios, alguns conceitos no Brasil são relativamente novos, como diferencial competitivo como o cemitério parque e o cemitério jardim | 33

tipos de cemitério | I Parque Saint Hilaire - Bosque In Memoriam Os cemitérios tradicionais são aqueles com construções acima do solo, com mausoléus e jazigos construídos para espelhar o status social da família titular da sepultura. São fonte de verdadeiras obras de arte, como os cemitérios de São Paulo, que têm obras de artistas renomados do ciclo do café e posteriores. Já os mistos reúnem duas ou mais formas de inumação na mesma área; os paroquiais são cemitérios de pequeno porte localizados junto a igrejas; e ainda há as criptas, que são pequenas áreas subterrâneas localizadas dentro de igrejas ou em campos santos. novoS conceitoS O conceito de cemitério parque é norte-americano. Trata-se de um estilo cuja intenção é igualar as pessoas. Nos cemitérios onde existem túmulos, é fácil identificar a classe social de determinadas famílias, com suas sepulturas ricas e suntuosas. O conceito parque não per- mite essa diferenciação. No fim dos anos 60, quando foi inaugurado o Cemitério Parque Flamboyant, em Campinas, interior paulista, isso representou uma quebra de paradigma. O Padre Chiquinho e o empreendedor Braz Soares Filho foram os responsáveis pela construção do Flamboyant, inspirado no Ce- mitério Morumbi, da capital paulista. Na área, onde atualmente está a região do bairro Gramado, existia a antiga Fazenda Mato Dentro, 34 |

anuário 2009 | onde estavam edificados também empreendimentos imobiliários. Para viabilizar o Cemitério Flamboyant, Braz solicitou uma parceria com a Igreja Santa Rita de Cássia, por intermédio do Padre Chiquinho, quan- do a legislação ainda exigia que cemitérios fossem administrados por entidades religiosas. Depois disso, foi criada a Comunidade Religiosa Santa Rita de Cássia, cujo presidente será sempre um sacerdote. Com 98 mil m², o Cemité- rio Flamboyant começou a disponibilizar espaços para sepultamento em 1968. O primeiro deles, contudo, demorou três anos para acontecer e foi realizado em 14 de setembro de 1971. A partir de então, as resistências à novidade de um cemitério parque começaram a diminuir. Os cemitérios jardins são planejados para proporcionar momentos de paz e tranqüilidade, pois possuem projeto de paisagismo que vão de en- contro a essa premissa. É considerado um novo conceito, que lança mão do modelo norte-americano, onde os jazigos são construídos no subsolo, cobertos por extenso gramado e decorado com belos jardins, transfor- mando a área verde num diferencial agradável aos que o visitam. Além de priorizar a paisagem, os cemitérios jardins não possuem mo- numentos e a única identificação de um túmulo é uma placa de bronze ou granito colocada sobre o solo, sem a presença de arte tumular. Esses cemitérios aparentemente promovem a igualdade entre os homens, sem discriminação econômica. | 35

tipos de cemitério | zões, poços sumidouros, reuso das águas residuárias e ou- tros dispositivos necessários a preservação hídrica em nosso A maioria dos cemitérios particulares construídos hoje no planeta.” Brasil são cemitérios jardime parque. Em São Paulo, são ins- talados em cidades da Região Metropolitana, como em Gua- Os cemitérios jardins foram destaque em duas grandes rulhos, Mairiporã, Cotia, Taboão da Serra, Embu, geralmente transmissoes ao vivo: no enterro do piloto Ayrton Senna e o próximos às rodovias para promover um fácil acesso. no grupo Mamonas Assassinas, cujos espetáculos finais ter- minaram com as imagens em dois cemitérios jardins: o do Segundo Flávio Magalhães, o primeiro cemitério jardim do Morumbi e o da Vila Rio, em Guarulhos. Brasil foi o Cemitério da Paz, inaugurado em 1965. “O projeto de cemitério jardim surgiu acidentalmente. Como engenheiro vertical e projetista, eu já havia rejeitado a construção de um cemi- tério. Entretanto, após um almoço, um amigo tomou conhe- Os cemitérios verticais surgiram como uma solução para o cimento de que iríamos construir um novo cemitério e disse- problema de falta de espaço nas grandes cidades e conquis- me: por que você não faz um cemitério jardim?” taram seu espaço em cidades dos Estados Unidos, Canadá e na Europa. Mantendo os costumes tradicionais, o sepulta- Diante dessa pergunta, Magalhães começou a ter interesse mento é feito em jazigos horizontais estanques de concreto e pedir informações a respeito. “Passando alguns dias ele me armado. Eles existem em dois tipos, os térreos, com cons- mostrou a capa de um catálogo de propaganda do Menphis trução de lóculos acima da terra, mas organizados como um Memorial Park, nos Estados Unidos. Dava para ver o grama- muro e até seis gavetas; e os de múltiplos andares, verda- do sobre as sepulturas e a sua identificação por uma peque- deiros prédios, onde os lóculos distribuem-se pelos andares. na lápide colocada rês ao chão. Essas informações urbanísti- No Brasil, eles já estão espalhados em diversas regiões, mas cas foram suficientes para despertar em mim o interesse em principalmente nas metrópolis, como Rio de Janeiro, São implantar o Cemitério da Paz”, conta. Paulo, Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). “Com essas características e vinculado a nossa preocu- A Memorial Necrópole Ecumênica é cemitério mais alto do pação ecológica, optamos sempre no setor de arborização, mundo, segundo o Guiness Book of the Records. Localizada escolhendo essências típicas da região. Optamos por pavi- mentações drenantes, reservatórios de retardamento de va- I Parque Saint Hilaire - Bosque In Memoriam 36 |

anuário 2009 | CEMITÉRIO E VELÓRIO PARQUE DAS PALMEIRAS I Memorial Necrópole Ecumênica Carinho e respeito que o ser humano merece na cidade de Santos, a Memorial começou a ser erguida em 1983 e, atualmente, conta com mais de 14 mil lóculos distribuídos em 14 andares. Pode parecer dife- Av. 53 Particular (final rua 8) s/nº Jd. rente para a população, que ainda precisa se familiarizar às pecuarilidades do seg- Residencial Copacabana mento de cemitérios e crematórios, mas a Memorial é considerado ponrto turístico. Ainda sem prazo de finalização, o novo prédio da Memorial vai ganhar mais 108 m Fone: 19 3523.3345 de altura, o equivalente a uma edificação convencional de 40 andares. Com o novo espaço, a Memorial aumentará sua capacidade para 25 mil lóculos. www.parquedaspalmeiras.com cemitério virtual - inovação Imagine a possibilidade de enviar mensagens de saudade e até mesmo flores virtuais para um amigo que já faleceu. Essa é apenas um das possibilidades que a internet abre para o setor de cemitérios. Porém, no que se refere ao corpo e restos mortais, ainda é necessário do espaço físico. O Grupo Vila, sediado em Natal, no Rio Grande do Norte, apostou nessa área tão inusitada, dando importância aos momentos da vida e oferecendo à família enlutada a possibilidade de realizar um velório virtual. Criado em 2000, o evento é transmitido através de webcams instaladas nas salas de velório. Desta forma, amigos e parentes podem acompanhar, ao vivo, as despe- didas e homenagens ao seu ente querido e enviar condolências eletrônicas através do site da empresa. Em 2007, o grupo lançou o Memorial Eletrônico, com o objetivo de homenagear aqueles que partiram, como mostra de vídeos, imagens, textos ou músicas. O vídeo é exibido durante o velório em uma TV de LCD e, posteriormente, entregue à família em CD-ROM. Todas essas estratégias são coordenadas pelo diretor do Grupo Vila, Eduardo Vila. O site Find a Grave (Ache o Túmulo, numa tradução literal) reúne milhões de túmulos registrados em diversos cemitérios em um só lugar, com fotos e detalhes, como localização, minibiografia e um espaço para deixar flores virtuais. A busca pode ser feita tanto pelo nome do procurado quanto pela data de sua morte ou nascimento, cemitério no qual seu túmulo está localizado e até por categorias, como ator, mágicos e primeiras-damas americanas. | 37

Velórios e cerimoniais | Respeito e dignidade na despedida Assim como os aniversários de 15 anos, casamentos ou bodas de prata nos matrimônios são celebrados com um grande evento, a morte também necessita de uma cerimônia especial. Segundo o presidente do SINCEP, Ercy Soares, a valorização das cerimônias e os velórios mais longos apontam essa tendência. “Hoje, os familiares estão mais preocupados em dar ao ente querido uma despedida com dignidade.” 38 |

anuário 2009 | I Procópio Limousines oferece veículo com novo design para funerais | 39

Velórios e cerimoniais | Nos Estados Unidos, o ritual fúnebre é comum e a Durante a cerimônia, “ao invés de descer, a urna sobe, profissionalização no segmento cresce a passos numa alusão ao caminho para o céu”, conta Adissi sobre largos e transformam o setor numa indústria forte. o ritual que precede a cremação em seu empreendimento. No Japão, Europa ou Índia, os rituais mudam conforme a cul- Nesse crematório, o cliente pode optar por ter mestre de ce- tura de cada país ou crença religiosa, mas todos têm a sua rimônias e transmissão do velório via internet, entre outros forma de homenagear o morto. serviços. De acordo com o empresário, essa sala pode ser No Brasil, embora ainda muito tímida, as manifestações usada tanto para os corpos que serão cremados, quanto para de parentes interessados em promover uma cerimônia para os que serão enterrados no Cemitério Primaveras, mas por seus entes queridos ganham espaço como artifício para ate- algum motivo - chuva, por exemplo - estão sem condições nuar a dor da perda. Os cemitérios e crematórios, cientes de serem sepultados ao ar livre. Após o cerimonial, os funcio- dessa necessidade, apostam na construção de salas de veló- nários do cemitério providenciam o sepultamento no jazigo rio diferenciadas e repletos de funcionalidades. perpétuo da família, ficando aos parentes mais próximos a No Jardim Memorial de Indaiatuba, cidade do interior pau- decisão de acompanhar ou não esse trabalho. lista, há salas de velório luxo e VIP, ambas com decoração moderna e pensada para proporcionar bem-estar na hora Essa mudança de cultura é gradativa. “A população já viu que as cerimônias ocorrem. No anfiteatro do Crematório Pri- em filmes norte-americanos ou velórios de personalidades, maveras, de Guarulhos, as paredes foram pintadas de um como o do Ayrton Senna, do Michael Jackson ou do Papa tom de vermelho e o teto está todo em azul. “Contratamos o João Paulo II, que tiveram grande repercussão e cerimônias cenógrafo Cyro Del Nero, famoso por produzir aberturas do grandiosas divulgadas pela TV, mas ainda não sabem que Fantástico nos anos 1980. No início, quando ele me expôs a alguns serviços são de fácil acesso”, diz Adissi. “Não há como idéia, confesso que achei o vermelho uma cor imprópria. Mas prever quanto essa demanda deve aumentar, mas sim que o resultado surpreendeu-me”, revela Jayme Adissi, do Grupo ela só tende a crescer.” Primaveras. Para o consultor técnico de funerais especiais e serviços cerimoniais, Nelson Pereira Neto, esse é um caminho sem 40 |

volta, que para sua empresa, o Grupo Bom Pastor, já é anuário 2009 | uma realidade. “O funeral é o evento da vida, o último | 41 evento social que a pessoa vai se apresentar para a co- munidade. Por isso, buscamos um diferencial para cada evento, usando uma série de inovações e tecnologias”, elucida Neto. O Grupo Bom Pastor oferece serviços que, na visão de Neto, proporcionam conforto aos familiares. Na gama de produtos está o Funeral Car Deluxe, em par- ceria com a Procópio Limousines, que conta com um veículo especial. “A limusine comporta cinco pessoas, contando o motorista, possui TV que transmite imagens para promover a reflexão e tranquilidade e é equipada com minibar.” Com as despedidas mais longas, surgiram também outras particularidades, como serviço de buffet, hostess e foto-filmagem, possibilidade de tocar músicas durante a cerimônia, exibição de vídeos ou equipamentos audio- visuais, como telão, transmissão on-line, e colocações de flores programadas nos jazigos em datas especiais, como aniversário de morte e no Dia dos Finados. Fornos crematorios A Brucker é uma empresa 100% brasileira e surgiu com uma pro- posta inovadora de fabricar fornos cremátorios com um preço muito mais competitivo, com a mais alta tecnologia garantindo a excelência em seu equipamento. FINANCIAMENTO PELO CARTÃO BNDS EM ATÉ 48 VEZES ACESSÓRIOS AUXILIARES PARA O EQUIPAMENTO • PROCESSADOR DE RESTOS ÓSSEOS • CARRINHO PARA CARGA MANUAL DE CORPOS • SISTEMA DE TRATAMENTO E DEPURADOR DE GASE Fale conosco pelo fone (11) 4221.6877

Velórios e cerimoniais | Plano vida to em cartório, mortuária, arranjo de flores, velas, véu, coroa de flores, carro funerário para remoção e sepultamento, livro O consultor e gestor Januário Rodrigues Neto, consultor e de presença e serviço de higienização, não contemplando as gestor da Associação Brasileira de Administradores de Pla- taxas do cemitério, salas de velório e cremação.” nos de Assistência Familiar (ABRASAF) é cada vez mais co- mum que cemitérios, crematórios e funerárias criem um nú- No entanto, Januário Rodrigues Neto, explica que a gama cleo para oferecer um plano de assistência familiar aos seus de produtos é muito extensa. “Algumas empresas oferecem clientes. lembranças de luto, banner de homenagem, cartões de agra- decimento de presença e ornamentais mais elaborados.” “Normalmente, os planos são divulgados associando a palavra vida e não a morte. As empresas criam sedes com Pensando em se destacar dos concorrentes, as empresas ambientes alegres e priorizam o bom atendimento, destacan- do setor desenvolvem ações exclusivas. A Metropax, de Belo do a morte de forma diferente a do habitual, que é triste. O Horizonte (MG), oferece chuva de pétalas, terapia do luto e serviço de assistência social. A Pax de Minas tem o “Disque objetivo dos planos também é amenizar a dor dos Luto”, com atendimento personalizado aos familiares. No pla- parentes. Há planos que oferecem ape- no de assistência familiar Flamboyant, o destaque fica para a nas os serviços fundamentais, programação de eventos realizados pelo Centro Integrado de como registro do óbi- Assistência à Família Flamboyant (CIAFF), cuja agenda con- templa palestras gratuitas sobre como lidar com o luto, aulas de artesanato e ações de prevenção ao controle do estresse. 42 |

imPlantação de cemitérioS – não anuário 2009 | exiStem ProjetoS iguaiS | 43 Com sua expertise de mais de 20 anos, o engenheiro An- tonio Benedito Pinto, consultor da GeCem, conhecido como Benê, “não existem dois projetos iguais para cemitérios”, isso porque suas análises normais, como topografia de terreno, altura de lençol freático, terreno pedregoso, dependem da região onde se encontram. “Também são levados em con- ta as características no que se refere ao entorno do terre- no. Portanto, para que a implantação de um cemitério possa financiar-se plenamente, desde o início é necessário que o projeto de implantação obedeça a uma seqüência de ativida- des, envolvendo desde a elaboração do plano de negócios, passando pelo projeto adequado ao município, até o treina- mento de vendas dos colaboradores.” Para o consultor, o mercado ainda é altamente carente de ofertas. “Os levantamentos realizados pelo GeCem indicam que 80% dos municípios não possuem mais espaços nos ce- mitérios públicos, ou não há o mínimo interesse ou vocação dos órgãos públicos de investirem no nosso segmento.” Como a GeCem tem participado ativamente no mercado, impLaNtaçÃo & GestÃo De CemitÉrios A “GeCem” é pioneira no seguimento de Consultoria e Nossa empresa presta os seGuiNtes serviços: Gerenciamento de Cemitérios no Brasil, prestando serviços profissionais para cemitérios Públicos e Particulares. proJeto: • Projetos para: Cemitérios Parque - Vertical - Compacto. Constituída em 1986 é uma empresa voltada exclusivamente • Ossários. para o ramo de cemitérios, formada por profissionais com • Crematórios. larga experiência adquirida ao longo desses anos. impLaNtaçÃo: • Assessoria para elaboração de editais. • Elaboração de Plano de Negócios. • Formação de Equipes de Vendas. • Curso de Vendas. GestÃo: • Gerenciamento de Cemitérios: Pleno ou Parcial. • Terceirização. • Parceria proDutos eXCLusivo GeCem: • Cemitério Compacto. • Plano de Assistência Familiar Integrado - P.A.F.I • Clube GeCem - Consultoria On-Line Tel: (11) 9134-2008 Site: www.gecem.com.br e-mail: [email protected]

Velórios e cerimoniais | por meio de transferência de know-how, adquirindo tadas para o bem-estar dos deficientes físicos tam- e desenvolvendo soluções ao longo dos anos, Benê bém são importantes para o funcionamento de um acredita que algumas inovações socioculturais nos cemitério comprometido com a comunidade que per- projetos dos cemitérios precisam ser contempladas, tence. “Considero essencial a prática de ações que como a introdução de atividades recreativas infantis, visam à economia de energia, como instalação de como um espaço para desenvolvimento de ativida- sensores elétricos e economia de água e reguladores des junto com monitores, enquanto os pais e paren- em torneiras e chuveiros.” tes visitam seus entes queridos, biblioteca infantil e fraldário. O grande desafio na implantação dos cemitérios, na opinião do consultor, está em elaborar um plano Ações como coleta seletiva de lixo, incinerador de negócios, no qual são analisados leis, estudo para queima de resíduos poluentes, instalação de do entorno, definição do projeto, etapas construti- poços coletores para controle de contaminação, sis- vas, origem das receitas, receitas e despesas, fluxo tema viário interno – realização de obras e serviços operacional, equipamentos e mobiliários, marketing, de acessibilidade na administração e no campo, vol- normas, regulamentação, contratos de vendas, até 44 |

anuário 2009 | chegar o lançamento do empreendimento. “No que se refere à gestão, a GeCem desenvolve um programa de objetivos e metas, que são implantadas por um plano de ação, normalmente renovável a cada seis meses. O maior desafio a ser vencido no início das operações está no setor comercial. Por se um produto atípico, os vende- dores devem ser treinados como vendedores de jazigos.” Como produto novo no mercado, Benê cita o cemité- rio compacto, um projeto desenvolvido por sua empre- sa, “que inova completamente o sistema operacional de cemitérios, tendo como complemento o Plano de Assis- tência Familiar Integrado (PAPI), que além de cobrir os gastos com funeral, cobre também a destinação final em cemitérios”. Outro ponto essencial é o relacionamento do cemité- rio com o governo. “As empresas devem manter em sua gestão uma obediência rígida as leis, sejam elas munici- pais, estaduais ou federais. Bem como participar de reu- niões e eventos promovidos por entidades representati- vas do setor, como o SINCEP e a ACEMBRA, visando às correções e melhoria no relacionamento entre o público x cemitérios e crematórios.” | 45

Velórios e cerimoniais | sOéfucnuerallodo A morte do astro da música pop não deixou dúvidas de que a o segmento cemiterial é criativo, podendo atender os mais diversos pedidos de familiares e amigos. Com gastos da ordem de US$ 1,4 milhão, cerca de R$ 2,8 milhões, o funeral de Michael Jackson mostrou ao mundo como essa ocasião pode tornar-se especial. 46 |

anuário 2009 | I Crédito: Coventry Telegraph | 47

Velórios e cerimoniais | Ocantor Michael Jackson foi enterrado no dia 4 de setembro, no cemitério Fo- rest Lawn, nos arredores de Los Angeles, Califórnia, depois de mais de dois meses de sua morte, em uma cerimônia privada apenas com a presença da família e amigos. Seu funeral foi assistido por cerca de 200 convidados, num ambiente envolto de segurança, presença restrita da imprensa e com as câmeras de TV sendo desligadas após a chegada do caixão. O enterro em Glendale começou mais de uma hora atrasado e o cortejo fúnebre contou com 31 carros, que comportavam família e amigos. A idéia era que o evento ocorresse no dia 29 de agosto, quando o cantor teria completado 51 anos, mas a data foi adiada para dar mais tempo à família para preparar a cerimônia, dada a importância da ocasião. Além dos pais de Michael Jackson, Katherine e Joe, irmãos Randy, Jackie, Tito, Jermai- ne e Marlon, dos filhos - Prince Michael, 12 anos, Paris, 11 anos e Prince Michael II, 7 anos estavam no local celebridades como a atriz Elizabeth Taylor, o ator Macaulay Culkin e o produtor musical Quincy Jones. Como é costume nesse tipo de cerimônia, um representante religioso transmite uma mensagem aos presentes e, depois, eles também tem a oportunidade de compartilhar suas lembranças e sentimentos sobre o ente querido. Com Michael Jackson não foi dife- rente, conforme foi divulgado nos meios de comunicação americanos. Parentes e amigos puderam falar sobre ele ou apenas dizer algumas palavras de despedida. 48 |

anuário 2009 | I Crédito: Frazer Harrison/Getty Images Funeral dourado Um dos destaques do evento foi caixão do cantor, que segundo a imprensa era folheado a ouro. Claro, por ser uma celebridade, outros cuidados foram tomados: as ruas próximas ao cemitério, por exemplo, foram fechadas, assim como o espaço aéreo perto do local. Essas 200 pessoas receberam um convite de nove páginas com fotos da vida do “rei do pop” assim como algumas de suas reflexões. Os custos da cerimônia serão cobertos pelo espólio de Jackson, após decisão judicial que favoreceu pedido da mãe do cantor, Katherine. “Os gastos são extraordinários, mas Michael Jackson era extraordinário”, disse o procurador Jeryll Cohen, a imprensa na ocasião. Segun- do informações fornecidas pela CNN, os gastos atingiram a cifra de US$ 1,4 milhão, cerca de R$ 2,8 milhões. O valor corresponde aos gastos com segurança, organização do trânsito, equipe de limpeza e outros serviços. Aproximadamente US$ 1,1 milhão foi gasto com os mais de 4 mil policiais que trabalharam na segurança do Staples Center, do cemitério Forest Lawn e de outras áreas que estavam ocupadas por fãs e jornalistas. Na verdade, o artista contou com dois funerais, visto que meses antes, no dia 7 de julho, foi exibido ao público, repleto de flores e com um quatro com sua foto ao lado. Uma homenagem ao Michael Jackson foi realizada no Staples Center. Assistida por 30,9 milhões de norte-ame- ricanos pela televisão, segundo dados divulgados pela empresa Nielsen Media Research, que mede níveis de audiência, o evento marcou o primeiro evento de despedida do astro. | 49

Velórios e cerimoniais | Dados da Nilsen detalharam que a homenagem foi transmi- tida ao vivo durante cerca de três horas, por 19 cadeias de televisão americanas. O índice de espectadores só foi supe- rado nos EUA pelo enterro do ex-presidente Ronald Reagan, em 2004, e pelo funeral da princesa Diana, em 1997. Ainda ocorreu depois do enterro, uma recepção pós- funeral, reunindo a família e alguns amigos comparece- ram num restaurante italiano Villa Sorriso, em Pasadena, cerca de 12 quilômetros do cemitério. cemitério daS eStrelaS O corpo do cantor foi enterrado em um dos túmulos do Terraço Sagrado do Grande Mausoléu do cemitério, uma edificação construída com o estilo arquitetônico italiano do século XIII e onde as criptas têm muros e solos de concreto armado. O local possui segurança reforçada, monitorado por câmeras e vigias, e de acesso restrito. I Crédito: France Presse 50 |


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