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Revista_Você+Ed22

Published by Jorge Penedo, 2020-09-24 00:33:47

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EDIÇÃO 022 ANO III JUNHO 2018 R$ 6,00 A construção da igreja de São Pedro Páginas 11 a 13



ÍNDICE 05 A construção da 09 igreja de São Pedro Entrevista: Artigo: Violência: Toninho Carlos novidade ou descoberta? Por: Prof. Dr.Marco Aurélio Borges Costa 14 16 Portraits: A festa dos sonhos de Martha Paiva Por: Gilson Leão Páginas 11 a 13 Frutos da Terra: Professor Florisbello Neves 21 22 Artigo: Marcas Contando Histórias que marcam. Por: João Eurípedes Por: Luciana Fernandes Franklin Leal 26 Páginas 18 a 20 29 Coluna RM E muito confira... Artigo: Os libaneses e a nossa amizade Por: Renato Magalhães Por: Breno Fajardo

editorial Pensando alto EXPEDIENTE Arevista VOCÊ+ segue buscando apresentar aos leitores conteúdos que ofereçam não apenas um entretenimento agradável, mas con- Diretor-Executivo: teúdos que também contribuam para o resgate da memória local Renato Ramos Magalhães aonde pessoas, fatos e situações não se percam nas brumas do tempo. 28 99273-4547 Exemplo disso é um pouco da história da nossa bonita Catedral de São Pedro, que ali dos altos do Morro São João é marco dos mais referenciais Editoração e Design: para a cidade. Para além de outros símbolos naturais que orgulham os ca- Marcelo Mothé choeirenses (o Itabira, o Frade e a Freira, o Rio Itapemirim...), a Catedral afigura-se comoobra arquitetônica de valor, majestosa, de importância tão 28 99907-0254 exponencial que escolhemos fotografia sua, iluminada, de autoria do ca- choeirense Reynaldo Monteiro, para enfeitar a nossa Capa. Como se não Depto. Jurídico/Financeiro: bastasse, registramos que a Paróquia de Cachoeiro foi criada pela lei pro- Rodrigo Magalhães vincial nº 11, de 16 de julho de 1856, com o título de São Pedro das Cacho- eiras do Itapemirim. Na leitura desta matéria, naveguem por curiosidades 28 99975-4344 tantas como a que registra o fato de que o seu “delineador”, o construtor Dr. Waldemiro Bogdanoff, “entregou a sua planta ao ‘Snr.’ Jaime Santos Assessoria Contábil: (avô maternoda nossa Heloisa Magalhães) para o início da construção das Eraldo Luiz Fonseca dos Santos bases desse grande templo, orgulho do povo ‘cachoeirano’”. 28 3521 7031 Na sequência, indagamos: o que é fazer um bom jornalismo? Seria a re- afirmação de fatos que de tão certinhos provoquem no leitor o esboço Jornalista Responsável: de um sorriso de prazer mal disfarçado? Mas, e aquelas abordagens que Renato Magalhães dividem opiniões e que por vezes ocupam o tempo das pessoas suscitan- do divergências? Não somos donos da razão e por isso mesmo inaugura- Mtb-3462/ES mos essa temática na VOCÊ+, abrindo espaço nobre para entrevistar o jornalista Antonio Carlos Dofen, mais conhecido como Toninho Carlos. Impressão: Ali ele responde sobre abordagens instigantes que, suscitarão, sim, no Gracal - Gráfica e Editora mínimo, um cenho franzido... 28 3522-2784 Tiramos por nós, leitores são aves rarae no sentido de que opinião cada um tem a sua. Senão, vejamos: conheço pessoas que têm o hábito de co- Contato/Atendimento: meçar a leitura de jornais pelo final, porque é lá que geralmente se en- contra a seção de obituários(!?); outros procuram entretenimento, para 28 99273-4547 “desanuviar” a cabeça; têm aqueles também que são louquinhos para en- [email protected] contrar temáticas instigantes, que provoquem discussão; e outros ainda, mais low profire, que navegam nas telinhas das diversas plataformas digi- Tiragem: 2.500 exemplares tais e nas páginas dos periódicos de papel à procura de assuntos amenos, Novo Endereço: digamos, que “refresquem a cabeça”... Sim, tem leitor para cada tipo de matéria e enquanto não definirem um modelo padrão de leitura, a VO- Rua Mário Romanelli, Nº 67n CÊ+ vai seguindo com a sua pauta, digamos, eclética, com a licença de Bairro Gilberto Machado Sua Excelência, o Leitor. CEP: 29303-260 - Cachoeiro - ES http://www.revistavocemais.com.br Uma boa leitura. A Revista Você+ é uma publicação O Editor mensal. Seu objetivo é divulgar fa- tos e versões relacionados ao in- teresse de Cachoeiro de Itapemi- rim e região, privilegiando pessoas, acontecimentos, perspectivas e ou- tras temáticas indispensáveis. Prati- camos um jornalismo ético, aparti- dário, atualizado com o seu tempo e, acima de tudo, independente. A Revista Você+ não se responsabiliza pelos artigos assinados, que são de in- teira responsabilidade de seus autores. 4

entrevista Toninho Carlos, um jornalista de verdade! por Renato Magalhães O jornalista Antonio Carlos Dofen, ou simplesmente Toninho Carlos, como é conhecido, criou um estilo próprio de passar informações, e como ele mesmo admite, “ser verdadeiro e não bajular políticos” o torna uma pessoa “indesejável” no meio. Mas ele garante que assim é mais “divertido”. Vamos conferir nesta entrevista concedida com exclusividade. 5

entrevista - Como você se defi- polêmico que um dia Cola Filho e muitos po- ceira, cultural, moral e ne? Que mensagem vo- vou acabar acreditan- líticos que se acham im- política. cê quer passar quando do, sabia? Eu sou ape- portantes. Mas me dou - Você tem feito muitas escreve seus artigos ou nas realista, indepen- bem com todos eles. críticas ao prefeito Vic- posta seus vídeos no Fa- dente e bem informado Jornalista que não qui- tor Coelho (PSB). Sua cebook? e separo o que é notícia ser ser processado vira administração não tem Toninho Carlos – Me de- e o que é coluna social. colunista social. realizações que possam fino como uma pessoa A verdade é que eu me - Mas qual a diferença merecer elogios? Ou vo- bem informada, que divirto com as ditas po- entre jornalista e colu- cê se intitula oposição ao tem em suas fontes um lêmicas, com as pessoas nista social? prefeito? patrimônio valioso. O alienadas e fúteis. Elas Toninho Carlos – Não me Toninho Carlos – Jorna- jornalismo praticado gostariam de estar no refiro aqui à pessoa do lista não deve ser nem hoje é muito social – meu lugar, com a minha colunista social. Refiro- fazer oposição nem es- referindo-se a coluna coragem, transparên- -me a função da infor- tá apegado ao poder. social. Isso aliena o lei- cia e meu jeito firme de mação. Jornalista tem Deve apenas cumprir o tor, o telespectador, e passar as informações. o dever de informar, in- seu papel de informar. as discussões são muito Isso gera credibilidade. formar com precisão, O prefeito já tem todos abrasadas e pouco pro- pesquisar, ouvir os dois os veículos de comuni- veitosas. Alguém ao lados. Coluna Social é cação para divulgar sua - Você se define como tentar te para projetar quem pa- administração. Eu es- uma pessoa bem infor- corrigir ou tirar ga. tou sozinho divulgando mada. Já tomou furo de um sarro com - Seus artigos são muito para a opinião pública o suas próprias fontes? sua gafe trás ligados à política e às ve- que o povo não tem co- Toninho Carlos – Todos a informação zes a economia. Isso não nhecimento. No dia que nós somos passíveis de correta. Isso restringe seu leque de in- eu entender que há algo cometer gafes. Passar é uma tática. formação? relevante para ser no- uma informação que Precisa ter Toninho Carlos – Não. tícia, com certeza não recebemos e acabar le- experiência. Escrevo pra esse públi- medirei esforços para vando um furo. Temos co mesmo. As pessoas escrever. Aguardo an- que assumir e seguir em - Você já foi processado precisam conhecer e sioso por esse dia. frente. Às vezes plan- algumas vezes. Como foi entender os porões on- - Você faz muitas críticas tamos o furo de repor- conviver com este cená- de os ratos corroem to- à classe politica, mas foi tagem em nós mesmos. rio e quem te processou? da nossa base. Estamos pré-candidato a prefeito Um nome errado, um Toninho Carlos – Fui preocupados com a La- pelo MDB. número impreciso e processados18 vezes e va Jato, mas os ratos es- Toninho Carlos – Fa- uma citação que gere venci todos os proces- tão nos porões, são mais ço críticas e oposição dúvida. Alguém ao ten- sos. O que prova a mi- de cinco mil municípios à maioria dos políticos tar te corrigir ou tirar nha tese de que a verda- com suas Prefeituras envolvidos nos escân- um sarro com sua gafe de prevalece, sempre. e Câmaras Municipais, dalos denunciados pela trás a informação cor- Quando eu divulgo uma assessores e assessores Lava Jato. Fui pré-can- reta. Isso é uma tática. informação é porque dos assessores, gover- didato a prefeito e me Precisa ter experiência. tenho provas. Fui pro- nos estaduais e um sis- arrependo de não ter - Você é uma pessoa po- cessado por Ferraço, tema judiciário viciado, ido pra convenção. Abri lêmica e isso não chega a Camilo Cola e Camilo falido. Os números em mão de um projeto por- te trazer desconforto ou valores são menores, que o partido nunca te afastar das pessoas? mas a soma em quanti- sentou comigo pra sa- Toninho Carlos – Já ou- dade é que está levando ber das minhas inten- vi tanto esse jargão de o Brasil a falência finan- ções. O MDB perdeu 6

mais do que eu. - Toninho Carlos – Dei- lio Ferrari ia ter uma novação, estagnados - E quais eram suas in- xei colocar meu no- votação pífia, como aca- e cheios de vícios que tenções e por que o MDB me lá. Outro erro meu. bou tendo, e iam jogar a precisam ser corrigidos. perdeu? Nunca tive vontade de culpa em mim. Perdemos empresas Toninho Carlos – Eu ti- ser vereador. Gastei R$ - Você também escreve importantes como Via- nha convicção de que 975,00 na campanha, sobre economia. Qual a ção Itapemirim, Grupo não ganhava a eleição. sendo que aproximada- sua observação sobre o Itacar, Cimento Nassau, O MDB estava desar- mente R$ 500,00 eram momento econômico de a fábrica da Itapuã fe- ticulado em Cachoeiro de gasolina porque fui Cachoeiro e do sul do es- chou, Dadalto, sem falar e desacreditado, assim a Vitória duas vezes e a tado? em outras empresas de como o PT em nível na- Juiz de Fora. Ser verea- Toninho Carlos – Pas- menor porte, mas gera- cional. Mas meu propó- dor nunca foi meu pro- samos por um momen- doras de empregos e sito era ser candidato jeto. Jamais foi e será. to dos mais críticos. renda. Entre empregos e usar o debate na te- Empresas fechando as diretos e indiretos po- levisão para enfrentar No dia que eu portas e nenhum incen- demos arriscar 20 mil a falta de dinheiro e de entender que há tivo chegando. O pro- recolocações no mer- estrutura partidária. algo relevante cesso de esvaziamento cado. Essas perdas, es- Em sendo candidato a para ser notícia, econômico passa pela timo que tenham tido prefeito, sair candidato com certeza não falta de lideranças po- uma média de salário a deputado federal es- medirei esforços líticas. Estamos sem re- na ordem de R$ 3 mil. É te ano e me cacifar para muita coisa. ser uma possível bola da para escrever. vez em 2020. Havia um Aguardo projeto. - Mas por que então você ansioso por abriu mão de ser candi- esse dia. dato? Toninho Carlos – O MDB - Pensou em desistir da que na ocasião ainda candidatura? era PMDB, importou o Toninho Carlos – Eu esta- vereador Júlio Ferra- va tão furioso com a de- ri, que era do PV, e com sorganização do MDB status de presidente da e da falta de comando, Câmara Municipal. Fer- das interferências, que rari mentiu e disse que pensei em renunciar. Ir tinha R$ 3 milhões para pra redes sociais e sol- financiar sua candida- tar os cachorros. Mas tura. Ninguém procu- eu ia fazer isso 72 horas rou saber a verdade, e a antes da eleição. Comu- Executiva caiu no conto nicar o porquê da desis- dos interesses pessoais. tência. Aí podiam dizer Não iria competir com que eu era polêmico. quem dizia ter R$ 3 mi- Ia ser um escândalo. Ia lhões pra gastar na cam- soltar o rojão. Mas um panha. amigo disse para eu não - Aí você acabou sendo fazer isso, porque o Jú- candidato a vereador? 7

artigo Levantando a bola... por Renato Magalhães extensão territorial. Exceto, a qualidade da ges- tão pública... Nosso PIB também não é grande, Arevista VOCÊ+ inaugura este espaço mas estamos com a casa arrumada e as contas para levantar a bola, ou seja, suscitar em dia. questões que por sua natureza inspirem Vejam o Estado do Rio de Janeiro, aqui do nos- opiniões divergentes e discussões saudáveis. so lado: é a segunda força econômica do país Seria bom se elas corressem soltas e informais e hoje está aí de quatro, com as suas finanças como bate-papo de boteco. Por aí... zeradas, de pires na mão e rosto corado de ver- Damos, então, o pontapé inicial. A partir daí, três opções: o leitor esquece o assunto, retorna gonha. A corrupção campeia e à Você+ com a sua opinião expõe sua população à humi- ou toca a bola prá frente lhação. Muitas de suas “autori- com amigos e familiares. dades” atrás das grades. Tudo, Começamos, então, pela por muito tempo, sob as bên- eleição para governador do çãos do governo central. Espírito Santo, em outubro. No reverso da medalha, o nos- Sei, a campanha eleitoral so ES está aqui dando show está apenas começando e de equilíbrio orçamentário, muita água ainda irá rolar com as contas em dia, reser- por baixo da ponte, mas na vas em caixa e equipe de es- opinião da VOCÊ+ o nosso col. Ostenta boas perspectivas Estado está de boa no atual de crescimento. Tem à frente cenário nacional. E aqui me um governador com sua equi- refiro a aspectos adminis- pe em estado de permanente trativos, econômicos, mo- atuação, construindo ações de rais..., enfim, a tudo aquilo desenvolvimento e de morali- que fica colado à imagem da dade estado afora. governança pública. A minha opinião é que dentro Falo sobre Espírito Santo, dos parâmetros desse país em falo no governador Paulo que vivemos hoje, o nosso Estado é uma honro- Hartung. Perdoem-me as opiniões contrárias, sa ilha de exceção. Temos muitos motivos para mas penso que PH vem desenvolvendo perfor- festejar. mance de alto padrão no Estado e que temos E aí, tudo 100% no ES? Opinião cada um tem a servido de modelo em termos de moralidade e sua, mas a VOCÊ+ aplaude de pé o governador. de eficiência. A casa está arrumada e a nossa população de Somos um estado territorialmente pequeno, parabéns. estamos alojados entre as potências econômi- cas da Região Sudeste – Minas Gerais, Rio de Festejemos! Janeiro e São Paulo -, nossa população situa-se ali pela casa dos 4 milhões de habitantes... en- Renato Magalhães é jornalista. fim, tudo aqui é proporcional à nossa pequena 8

artigo Violência: novidade ou descoberta? Prof. Dr. Marco Aurélio Borges Costa de documentação, de investigação policial, da atuação seletiva dos órgãos de controle social. Um dos pontos polêmicos propostos no meu li- Uma situação que me chamou muito a atenção du- vro “Vítimas que Choram: Trajetórias de Coer- rante a pesquisa foi o famoso caso da menina Araceli ção, Acumulação Social e Empreendedorismo Crespo, a menina de dez anos, que foi drogada e es- Violento no Espírito Santo”, publicado pela editora tuprada e cujo corpo foi encontrado em uma vege- Opção em 2016, foi levantar questões acerca do tação perto de um hospital. Em uma das entrevistas aumento da violência, representado principalmente que fiz, com um antigo delegado que atuava na épo- pelo crescimento das taxas de homicídios com des- ca, meu informante disse-me que casos como o de taque nos anos 80 e 90 no estado do Espírito Santo. Araceli eram muito comuns, mas não vinham a públi- Um de meus argumentos é que, durante a Ditadura, co porque as meninas não morriam ou, se morriam, não havia nem transparência e nem sistemas eficien- os corpos não eram encontrados. Como agravante, tes para a contabilização das mortes intencionais havia uma pressão dos setores políticos para que os (até hoje isso é um problema no Brasil). Enquanto a casos fossem abafados porque envolviam figuras da criação do SUS - e na sequência do DATA SUS – re- alta sociedade. O que minhas pesquisas indicam é presentou um grande avanço nesse sentido, ele se que Araceli não foi uma exceção, mas, sim, um episó- deu a partir da área da Saúde Pública. Os sistemas dio que deu errado, no âmbito de uma cruel rotina de contabilidade de homicídios no Brasil no campo entre as altas classes da Grande Vitória. da Segurança Pública continuam desorganizados e Posso dizer que um dos objetivos da pesquisa que re- pouco confiáveis. sultou no livro era dar voz a vítimas caladas. E mostrar, Isso não quer dizer em absoluto que o número de ho- a partir de um registro histórico, que o Espírito Santo micídios não tenha aumentado. Pelo contrário, quer não se tornou violento de repente, por causa de alguns dizer que não sabemos com certeza o quanto aumen- fatores específicos. Era mostrar que a violência no es- tou. Na verdade, essa questão nos faz refletir sobre tado sempre foi uma constante, que se tornou mais o mito de que o Espírito Santo era uma sociedade evidente nos anos 90 devido à melhoria da qualidade pacífica, mas que, de repente, em decorrência da mi- dos dados, da abertura democrática, que permitia criti- gração, da chegada dos “baianos”, ou da urbanização car as questões de direitos humanos e, a partir desses acelerada, nos tornamos um estado violento, um dos aspectos, a emergência dos homicídios como um pro- mais violentos da federação. blema público, como uma questão de política pública, O que pude perceber na pesquisa histórica que fiz é que passa a preocupar a população e a opinião pública que o Espírito Santo sempre foi palco de atrocidades e, consequentemente, pressionar os governantes no de todo tipo. Que, desde a primeira República, o Espí- sentido de enfrentarem essa grave situação. rito Santo não era uma exceção em termos de violên- Nos últimos anos, temos obtido bons resultados, fruto cia. E, dos anos 30 em diante, o que ocorre no Brasil da continuidade das políticas públicas de enfrentamen- em termos de aumento da coerção, cujo objetivo era to das altas taxas de homicídio por diferentes governos. a concentração de capital, também acontece aqui, de Mas é preciso que haja continuidade. Nenhum política formas diferentes, mas igualmente violentas. E o que pública apresenta resultados sem continuidade a longo ocorrem nos anos 50, 60, com o surgimento dos gru- prazo. E estamos falando de vidas humanas, o que torna pos de extermínio no Rio de Janeiro e São Paulo, ocor- a necessidade dessas políticas mais urgentes e gravosas. reu aqui também. Quanto ao período da Ditadura Mi- litar, dizia-se que, pelas terras capixabas a repressão É o que esperamos!! teria sido menor. Não creio. Não foi o que eu percebi. Pesquisas recentes realizadas por colegas da Universi- Prof. Dr. Marco Aurélio Borges Costa é Doutor em dade Federal do Espírito Santo – UFES mostram uma realidade muito diferente. Quantoà violência cotidiana, Ciências Humanas/ Sociologia pela Universidade Federal do Rio de os extermínios, a cultura de higienização social, tudo Janeiro; Professor do Centro Universitário São Camilo – ES; Pesquisa- isso estava muito presente, mas pouco aparecia por dor associado do Núcleo de Estudos em Conflito, Cidadania e Violên- causa da censura, da falta de informação, dos registros, cia Urbana (UFRJ); Membro da Academia Cachoeirense de Letras. 9

charge Ricardo Ferraz Ricardo Ferraz, cartu- nista, capixaba de Ca- choeiro do Itapemirim. Fundador da Associação Capixaba de Pessoas com Deficiência. Sua obra está presente em jornais e revistas do Brasil, América do Sul, África do Sul, Europa, Canadá, EUA e na ONU. 10

história A construção da igreja de São Pedro por Margaret Maciel pai, o Historiador Ma- seus leitores uma matéria como filha e sua incenti- Zampirolli noel Gonçalves Maciel e fascinante sobre a cons- vadora, autorizo a publi- seu belo trabalho incan- trução da imponente cação na íntegra, extraí- É de uma responsa- sável do resgate da histó- Igreja de São Pedro, hoje da de seu livro “Voltan- bilidade enorme esta ria de Cachoeiro. É voltar Catedral de São Pedro. do ao Cachoeiro Antigo tarefa que o amigo/ ao passado com muito Uma pesquisa minuciosa, - Volume II.” colunista Renato Ma- orgulho. com detalhes únicos, re- galhães, me concedeu. Com certeza, a Revista latados pelo apaixonado Um presente pra você Falar de meu saudoso Você+ vai apresentar aos Historiador, no qual eu, viajar no tempo! O texto abaixo, em sua íntegra, é de autoria do historiador Manoel Gonçalves Maciel. Foi publicado na 1ª edição, Volume II, do livro “Voltando ao Cachoeiro Antigo”. A reprodu- ção desta narrativa foi autorizada pela filha do autor, Dra. Margaret Maciel Zampirolli, ci- rurgiã-dentista, que mora em Cachoeiro. Me- nina vizinha nossa e cuja amizade ficou con- solidada quando a vimos crescer na Avenida Monte Castelo, próximo de onde fica hoje o Fórum da cidade. Representa especial orgu- lho para nós apresentar este trabalho, porque “seu” Manoelzinho, como era carinhosamen- te chamado por tantos quantos o conheciam, sempre foi um modelo a ser seguido. Eis o texto original: “No princípio do sécu- conseguiu permutar, com lo passado, onde está o o município, o terreno que Mercado Municipal, exis- vinha sendo ocupado por tia a Igreja de São João, dita igreja, pela área de cujo terreno foi doação de terra onde foi levantada Manoel Araújo Machado. a atual matriz de São Pe- Consta que essa igreja de- dro, área esta avaliadaem sabou. 5.158 m2, conforme me- O padre José Bonifácio dição efetuada pelo agri- Parense, em 27 de abril de mensor Orozimbo de Sou- 1918, em entendimento za. com o prefeito da cidade, No dia 25 de julho de 1925, Reynaldo Souto Machado, na passagem da festa de 11

história Santana, o vigário Floren- laboração. O prefeito, em tor Jaime Santos para di- a Comissão. tino Garcia tentou dar iní- consideração aos aspectos rigir os trabalhos, median- Construção dispendiosa, cio às obras para constru- arquitetônicos bem imagi- te a remuneração de Cr$ que só conseguiu ir avan- ção da matriz, mas não foi nados e movido, também, 600,00 mensais. Já estava te graças à coleta de inú- além dos primeiros passos, pelo desejo de ver a cidade ele na construção da cúpula meros donativos e do di- não se sabe por que, tal- dotada de um templo con- do Presbitério, quando so- nheiro arrecadado à cus- vez por falta de recursos digno, deu todo o apoio. fre um acidente mortal. Seu ta de várias rifas e leilões, financeiros, lançou a pedra Em seguida, foi constituída substituto foi o construtor promovidos com prendas fundamental e desistiu do uma Comissão, com reso- José Cocco, que chegou ao ofertadas generosamente intento. lução de se interessar pelo término da obra. pelo povo. Em 1936, o padre José assunto: Diretor – Padre No mês de junho de 1941, No final da construção, fi- Gonçalves, reconhecendo José Garro; Presidente Dom Luiz Scortegangna, caram registradas estas a necessidade de construir – Fernando de Abreu; Se- então Bispo Diocesano do doações: Serviço comple- a nova matriz, moveu uma cretário – Dr. João Gondin Espírito Santo, rezou a pri- to de Alto-falantes, oferta forte campanha, porém, Fabrício; Tesoureiro – Pe- meira missa na matriz ain- de José Cola e Família; a não foi bem sucedido. dro Cuevas Junior; Vogais da em construção e ben- Senhora Lofego ofereceu Em 16 de agosto de 1940, – Átila Vivacqua e Assad zeu a pedra inicial do Altar- o Arago-São Pedro Após- tendo à frente o padre Jo- Abiguenen. -Mor. Paraninfaram as ce- tolo; a Senhora Farid Fe- sé Garro, foi dado impulso No dia 2 de setembro de rimônias inaugurais: Elpí- lix, a imagem Santa Ignêz; aos preparativos da cons- 1940, já existindo em caixa dio Volpini e Senhora, Nair Vicente Garambone, a trução, inclusive, levou às a quantia de Cr$ 600,00, Lopes de Rezende, Pedro imagem de Nossa Senho- mãos do prefeito Fernan- obtidos de devotos, por in- Cuevas Junior e Senhora, ra das Graças; Dr. Dalton do de Abreu, para apre- termédio de Cecília Dutra estes representados por Penedo, José Carlos Bus- ciação, o projeto da obra Lopes de Rezende, foi da- Mario Casotti e Senhora. tamanto, Branca Martins de autoria do engenheiro do novo embalo às obras. Em julho de 1943, Elpídio e Madre Gertrudes de São russo, Dr. Wlademiro Bo- A comissão, então criada, Volpini, João Secchin Ju- José ofertaram, confec- gadanoff, no sentido de ser recorreu às firmas comer- nior e Dirceu Alves de Me- cionado em bronze dou- pleiteada a necessária co- ciais e contratou o constru- deiros passaram a integrar rado, o Sacrário e o Trono. 12

O foro local ofereceu dois O observador de pássaros, segundo o sempre guardou perfeita verossimi- candelabros. Anacleto Ra- Wikipédia, é aquela pessoa cuja ativi- lhança com aqueles naturalistas que ci- mos e Senhora, ofertaram dade e boa parte da sua vida consiste tei no início da frase. A não ser por duas duas serpentinas em bron- na coleta de registros visuais ou audi- prosaicas diferenças: Manoel Gonçal- ze dourado. O crucifixo tivos de aves e pode ser realizada não ves Maciel, historiador de mãos cheias, do Altar-Mor foi ofertado só a olhos nus, mas também por equi- era um observador atento não de pássa- por Mário Casotti. Wilson pamentos que aumentam a capacidade ros, mas da cidade que tomou como sua, Rezende presenteou com visual do observador, como binóculos, Cachoeiro. E o ferramental que utilizava, uma cruz de Procissão. Da- telescópios, câmeras fotográficas... E com grande maestria, era a extraordiná- niel Alcure, Odete Richa, permito-me traçar aqui um paralelo vir- ria sensibilidade do poeta urbano. Fo- Odete Carone, Saguia e tuoso entre o observador de pássaros e calizava e retratava Cachoeiro com tal Filhos, Josefina Barbieri a grande figura humana que foi Manoel nível de minúcias que só o coração apai- e Filhos, Julieta Pimenta, Gonçalves Maciel. Personagem sensibi- xonado e a alma devota poderiam fazer: ofereceram cálice, âmbula, líssima que adotou a nossa cidade como esquadrinhando minuciosamente cada galhetas, patena, lâmpada sua, “seu” Manoelzinho, como era cari- bairro, cada rua, cada personagem, ca- do Santíssimo e Missal. nhosamente chamado por muitos, in- da fato, cada curiosidade próprias da A instituição denominada clusive por mim, seu vizinho por longo nossa cidade, retratando-os em suas Obra do Tabernáculo de período e admirador por toda uma vida, crônicas personalíssimas. Cachoeiro, que era dirigida por Nair Rezende confec- BIOGRAFIA - MANOEL GONÇALVES MACIAL cionou alfaias e as ofertou. Uma toalha de altar e uma 10.06.1917 - 28.07.2005 de comunhão foram ofer- tadas pela zeladora Maria Nasceu em Alegre (ES) e fixou residência Soares. Nita Soares ofer- em Cachoeiro em 1930. Durante toda a tou toalhas com uma alva sua vida exerceu atividades as mais ecléti- de sobrepeliz (vestimenta cas e aqui apresentamos uma breve amos- de linho usada pelos pa- tragem do seu curriculo: dres sobre a batina). Azulino Semprini e Nívia, • Técnico em Contabilidade sua filha, prestaram uma • Funcionário dos Correios e Telégrafos colaboração generosa e ar- (1936-1968) tística: a pintura da abóba- • Telegrafista, em missão de vigilância do li- da da capela-mor, com alu- toral, durante a 2ª Grande Guerra Mundial sões ao mistério da Santís- • Diretor-gerente da Cooperativa de Con- sima Trindade e ao Divino sumo dos Bancários e Funcionários Públi- Espírito Santo. cos de Cachoeiro No dia 20 de junho de • Presidente, em Cachoeiro, do Diretório 1949, o frei Luiz Atienza Municipal do Partido Trabalhista Brasileiro inaugurou, festivamente, • Presidente da Comissão Municipal do MOBRAL a Igreja de São Pedro – a • Participante do Projeto Rondon igreja matriz da cidade de • Professor de 1º e 2º graus de Matemática nos principais educandários ca- Cachoeiro de Itapemirim, choeirenses hoje, na verdade, bastan- • Presidente (fundador) do Instituto Histórico e Geográfico de Cachoeiro te sem expressão inter- de Itapemirim namente, pois afastaram • Cidadão Cachoeirense (Lei Municipal 2.421, de 20.06.1984) dali, talvez a título de mo- • COMENDA – Recebeu a Comenda “Newton Braga”, em 27.06.2000 dernização dos preceitos • Imortal, ocupante da Cadeira nº 26 da Academia Cachoeirense de Letras religiosos, todas as antigas • E na opinião da revista VOCÊ+, uma das grandes personalidades que, en- imagens; modificaram o al- tre tantos, Cachoeiro de Itapemirim já teve a felicidade de adotar. tar e suprimiram tudo que tinha para mostrar e docu- mentar, indiscutivelmente, a sua história.” 13

resgate histórico por Gilson Leão Brigadeiro Gastão Gastão “é um dos primos dois anos mais velho do que eu”. que nunca recusou voar para Já os invejei muito pelo simples fato de terem dois anos mais do que eu. Começavam a dirigir mais cedo e perdiam antes a ino- os Triangulos das Bermudas. cência. Podiam ir para Marataízes sozinhos nos finais de semana das invernadas gloriosas e já conheciam de cor a arte de roubar Além disso, em seus vôos, galinhas caipiras de seu Nagib e cabritos do Piquetoti no campo do aeroporto. não era permitida a presença Só que Gastão, mais precoce que todos, começou muito cedo a voar. Foi logo depois que ele extinguiu seu exército maratimba - de políticos, mesmo que fos- o único que tinha capacetes militares originais- e mosquetões da Guerra do Paraguai. O desfecho do valoroso batalhão foi por sem ministros. Desconfia- questões de conflitos com seus soldados, a maioria deles extre- mamente insubordinadas e de péssima pontaria. mos que Gastão lançou um A partir daí Gastão migrou para a Aeronáutica que o recebeu de braços abertos. deles no Mar Cáspio, mas ele Depois que ganhou de João Edson e de Tio Lelé, ambos briga- deiros de alta estirpe, vários mapas de vôos, Gastão montou um negava ter voado pra Arábia. simulador de vôo e passava horas em percursos que eram se- guidos a risca, em tempo real. Usava quepe e óculos de aviador, Depois de aposentado aca- sentava na cabine de comando e decolava. Tia Mimi vivia preo- cupada por que as vezes ele passava horas tão concentrado que bou pousando em Marobá, não levantava nem pra esvaziar a bexiga. Ficava horas fazendo o trajeto que já conhecia de cor - Manaus onde montou uma base aé- X Rio, ou Belém X Porto Alegre- numa simulação tão real que to- dos respeitavam e ninguém, por ordens de Tia Mimí, tinha per- rea recheada de Crustásce- missão de interrompê-lo. Ele gostava de trajetos difíceis e foi dos poucos pilotos brasileiros os, Gracinhas, e lembranças venturosas. Gastão Gonçalves Santos, primo querido Aos americanos, que desde e um dos maiores pilotos brasileiros Santos Dumont nos des- mentem sobre a invenção do avião , credito mais uma mentira: To- dos nós sabemos que o primeiro homem a pisar na Lua foi Gastão. E eu, que participei do seu exército em Marataíses, e o conhecí de perto, tenho certeza que ele está a caminho de MARTE. Quem viver até o término do governo petista...... verá. Nós, os Gonçalves de Itrabo, mostraremos para Mr. Trump que Gastão poderia ter derrotado qualquer das Coréias com um sorri- so nos lábios e uma bomba bem colocada no rabo do Kim Jong....... Para isso bastaria presenteá-lo com um Cadilac. Mesmo que fosse daqueles antigos de Ismael Vivacqua. Talentos Cachoeirenses RENÊ DE OLIVEIRA A história musical de Renê Renê é comparado por todos que conheceram os talentos ca- é impressionante. choeirenses da década de 70 em diante, com o multi-talentoso Praticamente auto didata Marcus Levy. de violão, cavaquinho, gui- Tive a grata experiência de trabalhar com os dois e Renê, sem dú- tarra, contra-baixo, piano vida, completa musicalmente muitas coisas que Levy iniciou, há e gaita, esse monstro es- longo tempo atrás, no circuito musical cachoeirense. panta os mais experimen- Renê, quase largou a música para entrar no ramo empresarial tados artistas que tem a da família, a fabulosa papa de milho eternizada pelo seu sogro, oportunidade de assistí-lo. Agustinho Zampirolli que ganhou mercado e necessita de mão de obra de qualidade. Essa matéria não pretende ser propagandística de Renê, que voltou as lides Felizmente, para o circuito de música da cidade, Renê não se musicais e continua súper requisitado, mas tem o viés midiático de exaltar agora deixou seduzir, e infelizmente seu Zampirolli perdeu um de seus e sempre a Papa Familiar mais gostosa do ES. Quando mais a consumirmos mais braços direito, o braço mais talentoso entre todos nossos violei- tempo manteremos Renê com a viola na mão e o sorriso alegre no rosto redondo. ros, seja qualquer for o instrumento. 14

CONFRARIA MUSICAL DE JERSÍLIO CYPRIANO Ganhei em meados do ano passado um Nesse dia teve banda completa com Betinho, Júnior Dillen, Herbert Cock e Ney Costa. belo presente: o convite de Jersílio Cypria- Show da mais alta qualidade. no para participar do seu encontro sema- nal dos músicos. Fiz carteirinha de sócio e E lembrei das aulas de Bob Fields, vulgo Roberto Campos, czar da economia só falto quando não tem jeito de largar o na época da Ditadura militar : batente no sítio que me escraviza desde a “Jamais confundir Câmera Nikon com Câmara Parlamentar, pois isso iria re- aposentadoria. duzir sensivelmente o preço da maravilhosa geringonça japonesa. “. Levei a câmera e o saxofone, apesar de um Em horas como essas é proibido aborrecimentos ou competições terrenas. acanhamento crônico de tocar em público. Afinal quando se afirma que “a música é o brinquedo de Deus”, constatamos Sempre achei mais fácil me esconder atrás que essa é a nossa mais lúcida religião. da câmera. Jersílio, com as reuniões de quarta você está fundando uma religião. Maravilha, tive o prazer de tocar um impro- São as horas em que nos purificamos e vivemos a plenitude da música, da pu- viso de jazz e bossa com Herbert Cock, que reza de espírito e do engrandecimento pessoal. não via há anos e com Claudio Guimarães, Vamos persistir nesse projeto, amigo velho, porque se a gente não correr antigo componente do conjunto Plaza, atrás , capaz da Câmara nos pegar. além de fazer segunda voz com sua espo- sa Beth, cantora de longa história na noite cachoeirense. Depois disso me escondí por trás da Nikon, e fotografei os amigos se divertindo. Viver o momento é isso: esse país fazendo merda e a gente se sentindo na Dinamarca. Jercílio, nosso generoso anfitrião e Herbert Cock, vio- Cláudio Guimarães e lonista e gaitista que quando aparece faz a alegria da Beth, dois fundado- res da reunião, as- De repente lembrei que Jose Arnaldo síduos e inspirados Alencar virou um cobrão na acordeon participantes da mas ainda não apareceu com ela por Confraria, sempre aquí. Sei que ele toca em audições pri- colaborando com vadas, acompanhado por vários intru- música e petiscos da mentistas que dão shows em Domingos melhor qualidade. Martins e Santa Teresa (?). Montei até uma corrente : Em dias posteriores, apareceram por lá outros cobrões como Ney Costa, https//www.leve a sanfona Arnaldo Maestro Arildo, Júnior Dillen, Renê .com//sanfona do Jose Arnaldo Alencar de Oliveira, Adilson Dillen, e o com- positor e violonista Matheus Percise, que apesar de sua timidez artística, de vez em quando desova lindas compo- sições de sua autoria. 15

A FESTA Vi uma frase que me nais. Como não adjetivar três anos em São Mateus DOS marcou. Considero-a à exaustão esta matéria? e decidiu, após, conquistar perfeita para descre- Nossa personagem é uma Vitória com a sua maison de SONHOS ver aspecto fundamental pessoa de grande ativida- altíssimo estilo no exclusivo DE de uma pessoa que veio ao de, de visão aguçada para e fascinante mundo da mo- mundo para brilhar, Martha os negócios e a família, de da feminina. MARTHA Paiva: “É preciso coragem extremo bom gosto, amiga Mas, antes de qualquer PAIVA para ser diferente e com- dos amigos e, acima de tu- coisa, devo dizer que a es- petente para fazer a dife- do, generosa até não poder trada de vida que percorri rença”. Está aí a Marta, de mais. Estilo, finesse e de- me permite uma distância corpo inteiro. É assim que sign são partes indissociá- saudável do frenesi. O rela- a vejo... veis do seu DNA. to abaixo, portanto, não ex- Martha é uma pessoa cos- Ela nasceu em Mimoso do cede em uma única vírgula mopolita. Ela transcende. Sul, morou por um período ou exclamação a estonte- Difícil descrevê-la dentro em Cachoeiro, encantou- ante festa de aniversário de dos padrões convencio- -nos quando moramos por Martha. 16

Ela aniversariou e FESTE- que Martha ofereceu aos neamente. Toda a paleta de Martha recebeu encanta- JOU!!! (com letras maiús- seus amigos. cores que ornou a recepção doramente cada um dos culas e exclamações) no A festa foi planejada em ca- foi cuidadosamente planeja- convidados. Mimou a to- dia 26 de junho último. A da detalhe e com o máximo da: a harmonia pairava no ar. dos. Cantou, dançou, abra- recepção foi no Cerimonial de esmero. Nenhum, ne- Bolos, doces, salgados e to- çou e beijou cada amigo, Itamaraty, em Vitória. Con- nhum detalhe foi esqueci- da sorte de acepipes mara- cada amiga, como se fosse vidou para a sua festa dos do. Estilo e arranjo do mo- vilharam os convidados, não a última coisa que estivesse sonhos, exatas duzentas biliário encantaram a todos. só pela rica e exclusiva apre- fazendo no mundo. Alegria pessoas que privam da sua Variedades florais, exóticas sentação, mas também pela e prazer transbordando restrita relação pessoal. e sofisticadas, foram colhi- excelência da sua fabricação por todos os poros. Frenesi Dessas, que moram em Ca- das na manhã daquele dia, artesanal. As bebidas, sele- que contagiou a todos. choeiro, não mais que dez... orvalhadas ainda, na região cionadíssimas, atendiam a Tudo lindo demais. Noite Eu não seria capaz de en- de Pedra Azul. Folhas, rama- todos os gostos e preferên- encantada, dos sonhos. contrar todos os superlati- gens e flores de diferentes cias. Uma noite inesquecí- vos para descrever minima- texturas harmonizavam-se vel, digna da aristocracia eu- By Martha Paiva, natural- mente a magia da recepção com equilíbrio e esponta- ropeia. mente... 17

por Renato Magalhães O fruto é virtude em si mesmo. É a germinação de uma semente, que brota de sua terra. Com o passar do tempo, Professor Florisbello Neves, um apaixonado pelas letras Esta matéria reproduz dados do livro “No fim da manhã – Um pouco antes do meio dia...”. Contém 100 crônicas selecionadas por Sabrina Cypriano, sua neta. O professor Florisbello Neves faz parte de uma casta seleta que enriqueceu a história de Cachoeiro de Itapemirim em diversas áreas da atividade humana. O leitor poderá atestar esta verdade por si mesmo, a partir de insights do que escreveu o saudoso jornalista José Américo Mignoni, em 2005, para quem o professor poderia ser considerado o “Pai da Crônica Brasileira”. Alguns registros de José Américo Mignoni sobre o Professor: • “Fomos honrados com um telefonema da Capital Se- • Mas fez uma exigência que para nós era o maior prazer creta do Mundo! Jersilio Cypriano, nos dando conta do mundo. Ele impôs que escreveria se nós a apresen- de algumas novidades da terra do Itabira, onde o Ita- tássemos. Escolhemos o título, o horário bem no fim da pemirim continua batendo suas águas nas costelas das manhã, um pouco ante do meio-dia. E lá estava: - Neste pedras, para lembrar as lavadeiras do lindo poema do horário a Rádio Cachoeiro apresenta... “no Fim da Ma- velho Braga. O motivo principal envolvia um ente que- nhã”, uma crônica do Professor Florisbello Neves na pa- rido e inesquecível para muita gente e em especial para lavra de José Américo! nós! Professor Florisbello Neves! • Os assuntos eram os mais variados possíveis. E vez por ou- • Pode até ser considerado um exagero, mas para nós tra, prestava uma homenagem, sempre justa, a uma pessoa ele poderia ser o “Pai da Crônica Brasileira”. Pena que que convivia conosco, independente de sua posição social. o Brasil literário não teve a oportunidade que nós Ca- choeirenses tivemos, de conhecer o mestre de Rubem Braga nos velhos idos do “Correio do Sul”. • De uma feita, nos corredores da emissora, sugerimos para que escrevesse uma crônica diariamente. Relutou. Depois insistimos no convite, para finalmente, levando o nome de “No Fim da Manhã”, impor ao mestre o tra- balho de escrever a crônica que só ele seria capaz de escrever em apenas uma lauda, sem erro de Português, sem falha de datilografia e terminando na última linha que o papel pudesse receber. Era impressionante! 18

se frutifica, e se torna em fruto. “Os Frutos da Terra” retratam os rebentos do solo Capixaba. • Diariamente nós o visitávamos e quando lá chegáva- obra literária – sem erros de Português ou datilografia mos, ia logo perguntando: - Então Mignoni! Qual o as- e concluindo na última folha que o papel pudesse acei- sunto para hoje? Discorríamos sobre vários temas para tar. que ele escolhesse um. E o fazia com a sabedoria que • Era assim o meu mestre da crônica! Era assim o meu lhe era peculiar, por conhecer e bastante, todas as nu- grande ídolo! ances do cotidiano Cachoeirense. Colocava o papel na • Era assim essa imortal personalidade da vida de Ca- velha máquina de escrever e, mesmo conversando co- choeiro! Era assim o inesquecível e querido Professor nosco, e trabalhando, escrevendo, produzia mais uma Florisbello Neves!” CRÔNICA – “MEU FILHO”, DE 24.09.71 “Um pouquinho mais de alegria, mais al- ra o qual toda a nossa atenção, nosso cuidado, nossa orienta- guns sorrisos, um abraço mais afetuoso, um beijo e, sobre uma cabeça, a nossa ção serão capazes de moldar os sentimentos e orientar o ca- afeição paternal, neste dia, justamente quando, para nossa imensa satisfação, ráter, a complementação de mais um ano de existência, nos nosso caçula, o Sérgio, está completan- do o seu nono ano de existência, que es- alerta para que façamos o nosso exame de consciência, na peramos pela graça de Deus, seja, pelos anos que lhe forem concedidos, somen- busca de elementos positivos, que possam nos proporcionar te de paz e de felicidades. Nem outra coisa poderemos formular a certeza, a segurança do dever cumprido. em seu favor, pois que será a nossa maior satisfação, assistir ao seu desenvolvimento, e acompanhar a sua trajetória, buscando Olhamos sua saúde, miramos sua conduta, atentamos para os pela dedicação aos estudos, pelo seus amor aos livros, pela sua atenção e amizade para com os mestres, pela sua obediência seus estudos e, vendo-o robusto, conduzindo-se como crian- aos princípios legais que existem no sentido da formação de qualquer cidadão, a sua razão de viver. Esperamos que tal acon- ça carinhosa, amiga de seus pais, de sua irmãzinha, de seus co- teça, para que nos orgulhemos de lhe ter dado a vida, e termos recebido a missão de orientá-lo para as lutas que nem sempre legas, de suas mestras e de todos quanto privam da sua con- são fáceis e nem sempre oferecem fáceis vitórias. Bem sabemos os encargos que advirão para uma criação que vivência, sentimos que não está perdido o nosso tempo, nem está iniciando agora, na idade infantil, o batalhar pelo futuro, que não é somente de um mas, futuro que pertencerá a um que haja sido desperdiçada qualquer parcela de nosso desve- mundo que, tanto poderá ser revestido com a bandeira bran- ca de paz, como também poderá ser mergulhado na mais los, visto que suas qualidade de menino de nove anos, podem horrível das catástrofes, tanto no terreno material quanto no campo moral, com sacrifícios da humanidade. atestar, sem que isso importe em falsas modéstias, que real- Quem possui, como possuímos, um menino de nove anos, pa- mente estamos cumprindo e seguiremos cumprindo o dever que Deus nos impôs, qual seja o de formar um cida- dão digno de si mesmo, de sua família, de sua cidade – Cachoeiro de Itapemirim – e bem digno de ser um brasileiro, tudo fazendo pe- la grandeza de sua Pátria. O Brasil tem, em cada criança, depositada uma esperança. Justamente por isso, resta- -nos dizer ao Sérgio: Cres- ce para o Brasil!” Sérgio Neves 19

valores locais O fruto é virtude em si mesmo. É a germinação de uma semente, que brota de sua terra. Com o passar do tempo, se frutifica, e se torna em fruto. “Os Frutos da Terra” retratam os rebentos do solo Capixaba. BIOGRAFIA FLORISBELLO NEVES Florisbello Neves nais da cidade: Arauto e total. Crôni- Vargem Alta. nasceu em 03 de Correio do Sul. Ocupou cas que eram Pelos caminhos que o des- Julho de 2006 no diversos cargos na área levadas ao ar tino traça, o professor não Distrito de Santa Isabel, administrativa junto aos pouco antes viu seus dois filhos caçulas município de Domingos Prefeitos Raymundo de do meio-dia, seguirem suas duas pai- Martins-ES, filho de um Andrade e Nelo Borelli. no fim da ma- xões: o menino Sergio, o professor de latim José Também foi assessor do nhã. Crôni- jornalismo e a menina Ste- da Fraga Neves Loureiro então Deputado Fede- cas estas, li- la, a educação. e de uma descendente ral Floriano Rubim, além das por José O Professor Florisbello alemã Margarida Apoli- de ter sido Vereador por Américo MIg- faleceu em 07 de Janeiro nária Cristhedas Neves. um mandato, pelo antigo noni e Ruy de 1974 e deixou escrita Formou-se pela Escola partido político “MDB” e Guedes. Em a lápide colocada em seu Normal de Vitória, rece- depois ter ocupado uma 1973, rece- túmulo: “Minha alma pa- bendo o título de Profes- Suplência na Câmara beu com mui- ra Deus, meu coração pa- sor da Língua Portugue- Municipal de Cachoeiro to orgulho a ra Cachoeiro”. sa, ingressando assim, na de Itapemirim. Casou- indicação do carreira do Magistério -se com Resy Machado. então verea- Público. Desse matrimônio nas- dor José de O destino o trouxe para ceram seis filhos: Péri- Alencar, para Cachoeiro de Itapemirim, cles, Augusto, Isith, José, dar nome à trabalhando em diver- Vilma, Paulo e Zulnara. escola do bairro que tan- sas escolas: Colégio Prof. Viúvo, casou-se com Jo- to amou e onde findou Quintiliano de Azeve- ana D’arc Rezende, ten- sua jornada: a Escola Es- do, Bernardino Montei- do mais dois filhos, Stela tadual Professor Floris- ro, Graça Guárdia, onde Matutina e Sergio. bello Neves, localizada exerceu funções de pro- Aposentado do Magisté- no Novo Parque. fessor e diretor. Também rio Público Estadual em Como membro da “Aca- trabalhou na Escola de 1955, dedicou-se então demia Cachoeirense de Comércio de Cachoeiro. a outras paixões: o fute- Letras”, aliás, sua Cadeira Em 1952 foi nomeado bol fidalgo do Cachoeiro está vaga nessa Acade- Inspetor de Escolas, junto Futebol Clube e à Rádio mia, não podia deixar de à Divisão de Ensino Pri- Cachoeiro, onde perma- se sentir orgulhoso por te- mário da Rede Estadual. neceu até a sua morte, rem dado seu nome a uma Apaixonado pela letras, escrevendo uma página Biblioteca da Escola Esta- foi colaborador de jor- diária, cerca de 5.000 no dual Presidente Lubke, em 20

artigo Marcas que marcam. por Luciana Fernandes - Depois de ser criada em cores ela também fica bem em preto e branco ou uma cor única? Opleonasmo acima é completamente intencio- - Se eu publicar o balanço da empresa no jornal e ela nal, para o começo desta conversa. É impor- tiver que aparecer em tons de cinza, ainda ficará boa? tante marcar (de novo!) e tentar garantir o Passarmos por alguns modismos em marcas, como sucesso que uma marca pode e deve atingir. as elipses (usadas para todos os segmentos, mesmo Afinal, o que faz uma marca ser forte? Será o vo- sem sentido ou explicação), as pesadas e horrendas lume de investimentos? Alta credibilidade junto sombras, relevos grossos, símbolos complexos, de- ao mercado? Contar com poderosa estratégia de grades e multicores. Eles eram usadas na maioria das diferenciação? As suas cores e design cuidado- vezes (pasmem!), tudo ao mesmo tempo. Vivemos samente pensados? Tudo isso e muito mais. Não atualmente uma estética mais minimalista, com pou- é de hoje que se estudam os padrões das marcas cos traços, fontes de fácil leitura, símbolos simples, vitoriosas. Inclusive este é o motivo de não serem geometrismos, linhas e formas. É o conceito do “me- poucas as teorias que norteiam a questão. Vocês nos é mais”. Marcas mais simples são melhores vistas, podem encontrar várias delas na internet. Claro, entendidas, decodificadas e gravadas na mente. Tor- eu tenho as minhas, acredito que além do visual, nando-se verdadeiras “identidades” das empresas, uma marca forte tem o valor que agregamos a ela, serviços ou produtos que representam. com o serviço ou produtos ofertados, além dos di- Várias marcas, originárias destes modismos, hoje já ferenciais sobre o seu ramo de negócios. foram reformuladas para se adaptarem a necessida- Trabalho com criação de marcas desde que me en- de do minimalismo e leveza. Outras ainda vão passar tendo como profissional e gosto muito de apreciar por reformulações, ou pelo menos necessitam mes- uma boa marca. Sei criticar ou elogiar uma como nin- mo de uma boa reformulada. guém. Na LFernandes, nossa agência de propagan- A forma de apresentar um projeto de marca hoje da, também trabalhamos para fazer marcas perma- também mudou. Nós, quando fazemos uma marca, necerem no mercado, de forma positiva e destacada. criada a partir de uma conversa “meio psico-analítica” Mas vamos nos ater aqui apenas a um aspecto das com o cliente, apresentamos uma única ideia final. Se marcas: o visual. o conceito apresentado for aprovado, o que normal- Vivemos um tempo em que somos bombardeados mente acontece, é perfeito! Mas se não for, voltamos com informações por todos os lados, ininterrupta- para agência e concebemos uma marca totalmente mente. A maioria delas é deletada de nossos cére- nova. Algumas aberrações em formas de marca que bros após uma noite de sono. Para no dia seguinte vemos por aí, muitas vezes foram criadas a partir da seremos bombardeados, novamente. Para fixar uma fusão de fragmentos de várias ideias de marcas apre- marca no nosso inconsciente é preciso que ela seja sentadas ao mesmo tempo. Elas nascem da exigência simples e funcional. do cliente, que na dúvida da escolha, pede para juntar Cada marca que sai das nossas mãos (nova ou refor- tudo. Mesmo se apresentarmos apenas duas ideias, mulada) precisa responder, positivamente, as ques- e o cliente gostar das duas, a tendência é ele querer tões abaixo: “criar uma” com a fusão delas. Uma verdadeira catás- - Ela é clara? De simples compreensão do seu signifi- trofe, mas que pode ser evitada. cado à primeira vista? Falando nisso, lembrei de perguntar, como está sua - Dá para dizer se é uma loja de roupas, um café ou marca? uma escola? - É fácil de ser reproduzida nos mais diversos usos, Luciana Fernandes é publicitária, designer, artista plás- aplicações e superfícies? - Posso plotar um carro, fazer um anúncio de revista tica, artesã, imortal da Academia Cachoeirense de Letras – ACL. ou assinar uma caneta de brinde com ela? 21

história CONTANDO HISTÓRIAS pelo professor João Eurípedes Franklin Leal O Espírito Santo no Segundo Império Parte dois - (1870 a 1889) OImpério Brasileiro, aprovou-se a construção a Linha Telegráfica Vitória lo solicitaram autorização no seu período final, de uma ferrovia que par- , Itapemirim, Campos ao de construção de uma fer- foi no Espirito Santo tiria de Cachoeiro (maior Rio de Janeiro, por obra do rovia ligando Barra de Ita- marcado por expansão da centro econômico) para engenheiro Cesar Rainvil- pemirim a Cachoeiro. Ca- entrada de imigrantes eu- Pombal (Rive) em Alegre, le, representando imenso choeiro de Itapemirim, co- ropeus, pela interiorização com ramal para a Fazenda avanço nas comunicações mo centro econômico da da população, pelo gran- do Centro (Castelo) e uma e, no sul, foi inaugurado Província, criou, em 1883, de avanço da produção de linha de navegação entre um canal artificial, ligan- o Grêmio Bibliotecário Ca- café e pelas campanhas Barra de Itapemirim e Ca- do o rio Itapemirim ao rio choeirense que foi muito abolicionista e republica- choeiro de Itapemirim. Es- Novo, facilitando acesso à importante, por anos, na na. Os governos provin- ta navegação funcionou, Colônia do Rio Novo, obra formação cultural regional. ciais se mantiveram com as (obra do Capitão Henrique do engenheiro Pinto Pa- Quanto a imigração, no- características trocas de Deslandes), mas a estrada ca. A navegação fluvial, vas e intensas entradas de governantes, que exíguos de ferro somente foi inau- via rio Itapemirim, via rio europeus, especialmente tempos de governo não gurada em setembro de Doce, via rio Santa Maria italianos com a criação das praticavam políticas con- 1887, pelo Visconde de além da navegação costei- colônias do Timbuy (1874) sistentes de administra- Matosinhos e pertencia a ra, teve neste período am- e de Santa Cruz, que tor- ção. Interessante observar Companhia de Estradas plo desenvolvimento, fruto naram depois a colônia de que o Barão de Itapemirim de Ferro Espírito Santo- da expansão agrícola e da Santa Teresa, que no ano (já nesta altura falecido) -Caravelas. Em 1872 foi entrada de imigrantes. Em seguinte recebeu , via Nú- marcava a influência dos instalada em Vitória a Lo- 1881, o Capitão Henrique cleo Conde d’Eu (Ibiraçu) proprietários de terras e ja Maçônica União e Pro- Deslandes, Gil Goulart e novas levas de colonos. A principalmente os interes- gresso que foi importante Manuel Leite Novaes Me- colônia do Castelo (centra- ses do sul, enquanto que entidade a influenciar os os Monjardim representa- destinos da Província. A vam a burguesia de Vitoria febre de construção fer- e arredores. A instrução roviária continuou com a pública era lastimável e possibilidade de ligar Vi- apenas Amazonas e Mato tória a Minas Gerais, via Grosso possuíam menos vale do rio Doce, mas sem escolas e para uma popu- sucesso. Persistia como lação de 70.585 habitan- única ligação entre Vitó- tes, dos quais 51.825 eram ria e Ouro Preto a Estrada livres, havia apenas 1414 Imperial S. Pedro de Alcân- matrículas em escolas tara, inaugurada em 1816. (1872). Neste mesmo ano Em 1874 foi estabelecida 22

da inicialmente em Alfredo 400.000 sacas, e ocupa- a Emancipadora Primeiro inconformados com o Im- Chaves), em 1880, rece- va o 15º lugar na ordem de Janeiro, em Vitória. Em pério criou-se o ambiente beu italianos, mas também de importância da receita 1875 tinha-se uma popula- da propaganda republica- alemães. Sua abrangência nacional. Mas ainda co- ção de cerca de 72.000 ha- na, que teve seu primeiro atingiu o interior na região mo fatos políticos e sociais bitantes dos quais 23.000 e principal centro Cacho- do rio Castelo. A entrada marcantes foram as cam- eram escravos. Em 1883 eiro de Itapemirim onde de imigrantes europeus panhas pela abolição da foi criada a Sociedade Li- Bernardo Horta, Henrique representou a maior trans- escravidão e sequencial- bertadora Domingos Mar- Deslandes, Joaquim Pires formação social e econô- mente ainstalação da re- tins, também em Vitória, de Amorim, Rafael di Mar- mica do Espírito Santo re- pública. O Espírito Santo por Cleto Nunes, Afonso tini, e outros criaram o pri- fletindo, até hoje, em seu recebeu, desde a fase colo- Cláudio e outros. Havia meiro Clube Republicano cotidiano. No final do Im- nial escravos africanos que reação a estas iniciativas em 23 de maio de 1887. pério o café, especialmen- foram ativos participantes principalmente por parte Logo a idéia se propagou te no vale do Itapemirim da construção econômica de fazendeiros. Antes da pelo sul em Muqui, Guaçui, mudou indelevelmente a da província. Tanto o café Lei Aurea (1888), muitas Calçado, Rio Pardo etc. To- economia. A farinha de São quanto o açúcar necessi- alforrias foram feitas, com das áreas cafeeiras. E tam- Mateus, a aguardente, o taram deste trabalho ver- a compra da liberdade dos bém em Vitória. Criaram as açúcar e a madeira eram gonhoso. A verdade é que escravos, mas também Conferências Republicanas a base econômica. O Es- não recebemos propor- por atitudes beneméritas para divulgação das idéias pírito Santo, em 1889, era cionalmente tantos escra- de ordens religiosas e até e o jornal O Cachoeirano o quarto produtor nacio- vos como nossos vizinhos, de fazendeiros, como em aderiu ao movimento. A nal de café, com cerca de Rio de Janeiro, Bahia ou Guaçui, Cachoeiro e São notícia da Proclamação da Minas Gerais mas, mes- Pedro do Itabapoana li- República chegou primeiro mo depois da proibição do bertando seus escravos. A em Vitória, a 15 de novem- trafico de escravos, muito notícia da abolição, em 13 bro de 1889, ao Dr. Muniz se contrabandeou africa- de maio, produziu grandes Freire. Em Cachoeiro de nos para o Espirito Santo. comemorações em Vitória Itapemirim, neste dia, hou- Eles também reagiram em (muito aclamado foi Fran- ve as maiores manifesta- muitas ocasiões fugindo cisco Escobar), Cachoeiro ções, com o povo cantando e criando quilombos em de Itapemirim (João Paulo a Marselhesa e à frente de regiões como S. Mateus, Rios e Antônio Aguirre). todos Bernardo Horta de Cachoeiro de Itapemirim, Havia nesta altura cerca Araujo. Acabou-se o Impé- Anchieta, Araçatiba, Via- de 13.000 escravos no Es- rio e o Imperador Pedro II, na e Serra. Famosa ficou pírito Santo, sendo 7.000 com a família, foi banido e a Insurreição de Queima- em Cachoeiro de Itape- morreu, dois anos depois do, a da Fazenda da Safra, mirim. Em reação à aboli- em Paris, num hotel de se- etc. Em 1869 foi criada a ção da escravidão muitos gunda categoria. Estava re- Sociedade Abolicionista fazendeiros se tornaram lativamente pobre, depois do Espírito Santo, chefiada republicanistas, mas por de governar o Brasil por pelo Dr. Deolindo Maciel, influência do positivismo, 49 anos. Levou um pacote em Cachoeiro e em 1874 da maçonaria e de militares de terra brasileira para ser nela sepultado. Seu fére- tro patrocinado pelo rei da França foi um dos mais con- corridos da época. D. Pedro era sempre chamado como árbitro em questões inter- nacionais da França, Itália e Alemanha. Deixou o Brasil com uma moeda estável e forte, o Réis (Real), a Mari- nha Brasileira era a segun- da maior do mundo (só per- dia para Inglaterra), o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a ter linhas tele- fônicas, Correios e Telégra- fos e o segundo a ter selos postais. 23

A greve dos caminhoneiros e a sua avaliação pelas lideranças empresariais locais O Brasil atravessa momentos difíceis na política, na economia, na avaliação dos brasileiros que não conseguem empregos e que acumulam dívidas que vão se tornando impagáveis... A recente greve dos caminhoneiros foi um estopim nesse barril de pólvora e lideranças locais comentam esse cenário. A greve dos caminhonei- período. reflexos no país. Man- nários em sua economia ros durou de 21.05.18 Até o momento em que a tivemos a publicação e difíceis de serem re- a 29.05.18, normalizan- revista VOCÊ+ iniciou a desta matéria porque o parados. Escolhemos al- do-se paulatinamente. sua circulação, muita no- Brasil vivenciou dias de gumas lideranças locais Colhemos as opiniões vidade provavelmente grande apreensão, acu- para analisarem esse ce- abaixo no entorno desse aconteceu, com graves mulando prejuízos bilio- nário. Em minha opinião, este foi o primeiro grande grito contra o ex- Neste momento da instalação da greve dos caminhoneiros, o Bra- cesso desenfreado das contribuições e tributos impostos à po- sil amarga uma economia em baixa, cenário propício para quem pulação brasileira. Registro um fato marcante que me chamou compra e não para quem vende (lei de mercado). Essa realidade a atenção: a classe política, em sua imensa maioria, deixou o engloba também a questão do frete, aonde a oferta supera em Presidente da República sozinho, no olho do furacão. Marcan- muito a procura (baixa circulação de mercadorias e, consequen- do atuação no cenário midiático, apenas alguns Ministros. E temente, de cargas, de fretes), Some-se a isso, muitos outros fato- acredito que haja política rasteira nisso... Na intensa mobiliza- res que contribuíram para a sua eclosão: a) num passado recente ção popular que se espalhou indistintamente pelo Brasil, ele- (2013, por exemplo) o governo estimulava no limite a aquisição vadíssimos impactos econômicos negativos foram registrados. de caminhões novos, a juros baixíssimos de 2,5% a.a.; b) como Que este seja um sinal de alerta às autoridades para repensa- consequência, empresas renovaram suas frotas com caminhões rem o Brasil, colocando-o em um patamar de respeitabilidade novos, vendendo os velhos para caminhoneiros autônomos, fa- diante dos seus cidadãos e da comunidade internacional. to que aumentou exponencialmente a oferta de fretes e a conse- quente baixa dos valores/tonelada transportada; c) no Brasil as RUBENS MOREIRA rodovias, que têm custo mais caro de transporte, predominam e Presidente do Sicoob Sul por ali circulam em torno de 80% das cargas transportadas, em detrimento das ferrovias; d) no caso da falta de transporte, uma O Movimento de Greve dos Caminhoneiros, além de causar da- equação fatal: no setor rural, muitas mercadorias são perecíveis nos imediatos à economia, provocou o desabastecimento em mé- no curtíssimo prazo, causando desabastecimento nos centros dia de 50% de produtos em todos os segmentos: comércio, indús- de distribuição (CEASAs e congêneres), prejudicando as famílias tria e serviços, causando, até o presente momento, um prejuízo e, paradoxalmente, favorecendo os transportadores “a botarem de 40% de queda nas vendas do comércio. Também contribuiu pressão” nas negociações; e) a carga tributária no país, cada dia para gerar um ambiente de incertezas que afeta negativamen- se torna mais insuportável e com baixíssimo retorno de benefícios te a recuperação da Economia, a qual tinha uma estimativa de à população, mantendo as pessoas cada vez mais insatisfeitas e crescimento de 5,4% para 2018 e agora a projeção mais otimista dispostas a apoiar quem protesta, neste caso os caminhoneiros... aponta uma queda para 4,7%. E por ser cidade polo, Cachoeiro Finalizamos dizendo que a crise atual nos transportes é boa por- sofre um dano maior porque tem em seu entorno 12 cidades lo- que serve como alerta séria aos governantes; pena que ao mesmo calizadas a menos de 50 km daqui. Os consumidores dessa re- tempo se torna ruim por causa dos desvios de finalidade provoca- gião fazem parte de suas compras em Cachoeiro e disso estão dos por oportunistas e baderneiros, para quem “quanto pior, me- impossibilitados, em função da falta de combustível. lhor”. Está aí uma fatura difícil de o Governo saldar! FRANCISCO CARLOS MONTOVANELLI WINSTON ROBERTO SOUZA VIEIRA MACHADO Presidente da ACISCI Diretor da empresa Winston Transportes 24

Registro o prazer enorme de estar tendo esta oportunidade A greve dos caminhoneiros começou por conta de reivindicações de me manifestar sobre a situação atual do nosso país e prin- justas. A situação enfrentada por eles, de custos elevados e fretes cipalmente com relação à grave dos caminhoneiros. Julgo-a baixos, era insustentável e chegamos a isso por conta de políticas muito justa. Tenho experiência própria das dificuldades e públicas errôneas e erráticas dos governos passados, tais como: sofrimentos que as empresas de transportes e os caminho- (I) priorização do modal rodoviário para os transportes de cargas neiros autônomos passam para sobreviver: sofrem com tri- (decisão tomada há muitos anos); (II) incentivos à produção da butação excessiva, pedágios com valores irreais, estradas em indústria automobilística, especialmente caminhões e (III) incen- péssimas condições de tráfego, combustível que chega a re- tivos à renovação e ampliação da frota de caminhões, com finan- presentar mais de 60% do valor do frete recebido... A mobili- ciamentos facilitados e juros altamente subsidiados (estas últimas zação foi e ainda está muito forte. No meu entender a greve dos governos de 2003 para cá). Isso tudo causou uma expansão da alcançou grandes conquistas: redução de 10% de desconto frota de caminhões que não foi acompanhada pelo crescimento da no preço do óleo diesel na bomba, isenção do pagamento de economia correspondente, por causa da recessão e da fraca reto- pedágio para o eixo suspenso, estabilidade no preço por 60 mada do crescimento, aviltando os fretes. Entretanto, o movimento dias e outras. Neste país, manifestações legítimas de classes grevista deveria e deve ter limites – os caminhoneiros obtiveram o via-de-regra são contaminadas por interesses escusos de po- resultado que esperavam (medidas do Governo Federal) e a greve líticos e por pessoas que não pertencem à classe, agindo de já deveria ter acabado. O que nos parece é que outros agentes as- forma agressiva e desrespeitosa para desestabilizar o Gover- sumiram essa “greve” com interesses diversos das justas reivindica- no. Entendo que chegou a hora de os Governos assumirem e ções dos caminhoneiros. Outro limite, esse até mais importante, é tomarem uma postura séria para colocarem o País nos tri- o sofrimento que esse movimento vem impondo à sociedade como lhos. “PRECISAMOS DE ORDEM E PROGRESSO”. um todo (produtores, industriais, comerciantes, escolas, hospitais e população em geral) – neste caso, a “greve” já ultrapassou todos LUIZ CARLOS NEMER - Presidente do MESSES os limites aceitáveis. Para o setor sucroenergético nacional e, claro, (Movimento Empresarial do Sul do Espírito Santo) para as indústrias do setor no Espírito Santo, os resultados são ex- tremamente graves. ANTONIO CARLO DE FREITAS Diretor Superint. e de Negócios da Usina Paineiras S/A Nesses dias de paralização dos caminhoneiros – o que en- No setor de Rochas Ornamentais o impacto da paralisação dos tendemos como legítimo direito -, inclusive com apoio de caminhoneiros foi significativo. Consideradas as exportações, muitos agricultores, o setor do agronegócio capixaba, em no período do movimento, deixamos de embarcar mercadorias especial o de Cachoeiro de Itapemirim, vivenciou uma expe- de valor estimado entre 20 e 25 milhões de dólares. O impac- riência amarga, não diferente de todos os setores de nossa to nas vendas do mercado interno foi ainda maior e isso não economia que “pararam” totalmente. No agro, temos uma considera, por exemplo, o volume de insumos necessários e que particularidade que nos difere de outros setores: os nossos deixou de circular. As empresas do setor sofreram com a falta produtos são perecíveis e por serem assim, têm uma logís- de suprimentos e com a impossibilidade de escoar a produção, tica de transporte própria. Sem conseguir entregar horti- quando realizada, o que levou a paralisação de diversas empre- frutigranjeiros, leite, animais para o frigorífico etc... Agri- sas. O movimento já terminou, mas o retorno à normalidade, cultores familiares a empresários, tiveram perdas imensas. com o restabelecimento dos ciclos operacionais das empresas, Essas perdas vão custar empregos, renda familiar, dívidas ainda demandará tempo, além do fato de que retomamos a agrícolas acumuladas e, mais uma vez, a conta cairá na ca- caminhada acompanhados pela reoneração da folha de paga- beça do agricultor. Os bens de consumo serão entregues a mento e a perda, quase total, para as empresas exportadoras, seu tempo, mas especificamente a produção rural perdida do incentivo proporcionado pelo programa reintegra. (leite, frangos, suínos, folhas e verduras), essa ninguém vai “O Reintegra - Regime Especial de Reintegração de Valores pagar. Já perdemos e agora é contar os “mortos e feridos” e Tributários para as Empresas Exportadoras - é um programa iniciar a luta pela nossa recuperação. criado pelo governo para incentivar a exportação de produtos manufaturados. Seu objetivo é devolver de forma parcial ou in- WESLEY MENDES tegral o resíduo tributário existente na cadeia de produção de Presidente do Sindicato Rural de Cachoeiro de Itapemirim bens exportados. CELMO DE FREITAS Diretor do Sindirochas 25

social por Renato Magalhães CURTINHAS Sabrina é uma princesa! Filha de Jefferson e Mar- Ricardo Ferraço, tha Paiva. Tempos bons senador aqueles de São Mateus, quando vimos a Sabrina Teve o seu processo crescer. Hoje, quase so- no STF, a cargo do ministro teropolitana, ela é em- Luiz Roberto Barroso, presária de sucesso em arquivado por Salvador. Administra com insuficiência de desenvoltura e compe- fundamentos e tência, uma das principais ausência de provas. lojas de roupas femininas e acessórios de primeirís- x sima linha naquela cida- de. Sem adjetivos para MURAD’S mostrar ao leitor toda a doçura e beleza da nossa Continua liderando a concentração de querida Sabrina. maiores formadores de opinião por m² André Baptista Maga- de Cachoeiro. E de lhães é meu amigão, detentores de “furos” âncora emocional e ne- jornalísticos também... to primogênito. O cara vai, no modo intercâm- x bio, para a Alemanha em agosto deste ano. Prefeito Prevista em um ano a Victor Coelho sua permanência em terras germânicas... e, Devendo um plano engrenando, fica por moderno e exequível lá para continuar seus de desenvolvimento estudos em padrões para Cachoeiro. mais do que europeus, Projetos de alto alemães! Como é que nível não têm, vai ficar o seu avô aqui, necessariamente, meu querido André? custos tão elevados assim que não caibam em nosso Orçamento Municipal. 26

Cachoeiro tem sim os seus Patri- Thiers Turini e Wagner Queiroz, do Studio Matri mônios Imateriais Culturais. Em minha lista particular, destaco Fernando Cypriano é daquelas raras pessoas que a gente guarda do lado es- um: Os Velhinhos – no melhor querdo do peito. Tão novo e tão meu amigo. Sabem aquelas pessoas dedica- dos sentidos - da Praça Jerônimo das, disponíveis, elegantes no trato? Pois é... taí o Fernandão. Ele e Manoela Monteiro. Eles estão sempre ali Viana – funcionária de carreira do Sicoob Sul, linda e meiga que só... - casaram- “naquele” banco, conversando -se no último dia 9. Serão muito felizes, tenho certeza. sobre assuntos seus e que cer- tamente muito os diverte. Exce- A Galeria Praça Shopping tá que ção apenas para quando chove tá! Durante o mês de maio, duas e dias mortos, como feriados e lojas cheias de charme iniciaram as finais de semana. Há os que não suas atividades ali – uma em frente falham; outros, parecidos com da outra. O casal Tita (filha da Zoé, aves de arribação, somem sem ex-Banco do Brasil) e André inau- mandar recado e reaparecem gurou a Luli Flor, especializada em quando dá na “veneta” ou a saú- Cosméticos e Perfumarias. Fazem de permite. Dia desses dei uma consultoria e pronta entrega. Mar- paradinha técnica ali e anotei cas famosas estão ali: Eudora, Na- nomes e idades de alguns pre- tura, Jequiti, Avon e outras por vir. sentes: Darci Romanelli, 97 (o Uma graça! Já Daniele Costalonga e decano); José Ramos, 87; Juracy Janaina Martini, com a sua Concei- Correa, 75; Valci Pedro de Sou- to Acessórios, estão acontecendo e za, 75; Danilo Machado, 70... impondo estilo com produtos des- Sim, tem outros, mas nesse tal colados e cheios de charme. Tempos dia só encontrei esses. Que bom de crise? Não para quem acredita no que me lembrei de falar sobre que faz e em sua capacidade empre- isso aqui na Coluna: me deu or- endedora. Vamos prestigiar. gulho e muita satisfação! No tempo do Conjunto Plaza, em Cachoeiro, ele era o Marquinhos Resende. Hoje, morando em Portu- gal e atuando no circuito interna- cional da música, é Markos Resen- de. Ele veio ao Brasil para o casa- mento do seu filho André Resende – belo mancebo – com a atriz global Isis Valverde, em festa estrelada dia desses, no Rio de Janeiro. Nos- so abraço ao ilustre visitante, mais uma celebridade que Cachoeiro não se cansa de produzir. 27

OEncontro de Em- Encontro de Empresários presários, que já Feijoada e Emoção é uma tradição, completou no dia 19 de maio oito anos. É um evento que reúne men- salmente empresários de nossa cidade e do sul do estado, com o objeti- vo de interagir, colocar a conversa em dia, atu- alizar as notícias e as informações do nosso mercado e comunidade. Em maio, aconteceu no dia 24, no Jaraguá Tênis Clube, com presença de cerca de 120 pessoas, entre convidados, em- presários e imprensa, que saborearam uma deliciosa feijoada do Buffet Dom Garcia. O homenageado do mês foi Geraldo Carva- lho, pela brilhante tra- jetória e dedicação en- quanto esteve presen- te em suas atividades empresariais e pelos50 anos como fundador do Lions Clube Cachoeiro. Sendo maio o mês das mães, foi homenagea- da Marluci Eiras, como exemplo de mãe, em- presária e empreende- dora de sucesso, e tam- bém pela sua bela traje- tória de vida. O evento é organiza- do pelos publicitários Marcos Jacob e Jua- rez Marqueti e tem o apoio da Acisci, Cofril, Escritório Sergio Soa- res, Sicoob Sul, Events Macchina, Unimed Sul Capixaba, Mimos Delí- cias, Kurumá, Casa das Tintas, BRK Ambiental, Jaraguá Tênis Clube, Divan Móveis, Rozane Barreto, HG2 Studio eDom Garcia Buffet. 28

artigo Os libaneses e a nossa amizade por Breno Fajardo K-rim Lima. Lembro que ele adorava comer kibe crú, homus, kafta e tabule. Lembro, tam- Don Pedro II visitou por duas vezes o bém, que só exerceu atividades relacionadas Oriente Médio. Em uma delas, em 1876, ao comércio. desembarcou em Beirute. Apaixonado As principais famílias libanesas que se ins- pela cultura árabe e como forma de aproxi- talaram em nossa região e ajudaram no de- mar os dois países, realizou um tratado entre senvolvimento local, estão por aqui até hoje. Brasil e Líbano. Permitiu a imigração libanesa São elas: Hatun, Kfuri, Deps, Chamon, Assad para nosso país. Os libaneses, comerciantes Abiguenem, Marão, Aridi, Alcure, Tannure, por natureza, foram os únicos imigrantes que Latufe, Abrahão, Sily, Misse, Haddad, Mansur, possuíam o salvo-conduto para transitar en- tre cidades por todo território nacional como Ayoub, Carone, Aarão, Mus- vendedores ambulantes. si, Chein, Nemer, Mourad, Daquela época a figura do Chatak, Malek, Nassar, Bas- “mascate”, também popular- sur, Surif, Massad, Melep, mente conhecido como “cai- Sabra, Almokdice, Abib, Said, xeiro-viajante”. Cade. Os libaneses que vieram en- Com o passar do tempo, os tre 1882 a 1940, para tra- filhos e netos destes pio- balhar, não buscavam, como neiros libaneses estudaram, outros imigrantes, as pro- capacitaram-se profissio- priedades agrícolas. Dedi- nalmente e tornaram-se cavam-se, preferencialmen- advogados, médicos, en- te, ao comércio e pequenas genheiros, jornalistas etc. indústrias. Afinal, essa era a Aos poucos, atendendo a vocação natural deles. um mundo mais dinâmico, Com o crescimento da pe- adaptaram-se e, aos poucos, quena cidade de Cachoeiro deixaram o comércio. Essa de Itapemirim, os libane- então cultura libanesa, pas- ses, com toda sua bagagem sada de pai para filho, diver- cultural, assumiram muita sificou-se. importância no desenvolvi- Hoje, passado tanto tempo, a presença destes mento das áreas social, econômica, política, libaneses continua viva em nossa sociedade. arquitetônica, filantrópica e até gastronômica. Mostra-nos como a integração cultural pode Muitas destas famílias libanesas instalaram-se ser benéfica para se construir uma agradável no bairro Guandu, o qual, não por acaso, pre- cidade para se viver. Se no passado vieram em serva até hoje um dos comércios mais fortes busca de trabalho e melhores condições de da cidade, assim como edificações que preser- vida, hoje defendem os valores culturais que vam traços da arquitetura libanesa. trouxeram consigo e, por essas e outras, me- Entre outras, uma das características que a co- recem todo o nosso reconhecimento e a nossa munidade libanesa cultivava era a união familiar, amizade. uma inata vocação comercial e o astral elevado. Na gastronomia tenho lembranças de infância Breno Fajardo é Advogado da convivência com meu avô paterno Abd-el 29

sabor À mesa com... Renata Fiório Lembro-me da primei- com o Sr. Vicente, e degustar os seus pratos, foi a ra vez que ouvi falar do simplicidade, lá o pescado era o que mais importava. Guaramare, o melhor res- Assado na brasa, com pouco sal, um luxo!!!! Certa- taurante de pescados do Bra- mente todo o rico sabor dos pescados capixaba fo- sil. Um dia pude ir lá conhecer o ram valorizados por este homem do bem, que hon- Sr. Vicente Bojosvski, idealizador de rou nosso Estado, e deixa saudade. cada detalhe do ambiente e de cada prato, artista, da Lá me apaixonei por seu molho a base de manteiga culinária e da pintura, falecido em 2015. Hoje o res- que realmente faz a diferença no prato. Tudo com taurante está fechado. manteiga fica maravilhoso. Foi realmente maravilhoso. Acho que minha empolga- Resolvi compartilhar 3 receitas, tal como constam ção comoveu o Sr. Vicente, e ele me presenteou com no livro, conforme a foto segue abaixo. 2 livros: Graramare, no mundo de Vicente Bojovski, e Alma de Artista, ambos da Flor & Cultura Editora. Renata Sabra B. Fiorio Nascimento - OAB/ES 305-B Mas o que mais me marcou na experiencia de estar (28) 3518-2160 / 999187520 ARROZ À GUARAMARE / MOLHO DE ALHO / MOLHO DE MANTEIGA ARROZ À GUARAMARE MOLHO DE ALHO “Numa panela refogue todos os ingredientes: a manteiga, “Pique o alho bem pequeno, coloque bastante azeite, um o pimentão amarelo, a cenoura cozida (ambos cortados pouco de vinagre, sal e pimenta calabresa, misture bem o em cubos pequenos) e as passas escuras sem carroço, molho e adicione salsinha picada.” acrescente o arroz cozido e mexa bem.” OBS: eu uso 3 dentes de alho, uma xicara de azeite, meia OBS: para calcular a quantidade: o arroz já deve estar xícara de vinagre, uma pitada generosa de sal e não uso pi- pronto, para cada xícara de arroz 1 colher de sopa de ca- menta, pois não posso, substituo por nós moscada e uma da ingrediente acima. colher de sopa de salsa. MOLHO DE MANTEIGA “Numa frigideira coloque duas colheres grandes de mar- garina de boa qualidade, uma colher de manteiga com sal, e uma colher de azeite de oliva,. deixe derreter e adicione uma pequena colher de mostarda de Dijon. Deixe ferver e adicione duas partes de água de batata, alcaparras médias a gosto e salsinha picada. Este molho serve para peixe, la- gosta e camarão.” Pra mim este molho vai bem com tudo, salada, pão italia- no, e salada de batata. Coloque 4 batata médias já picadas para cozinhar em pouca água (apenas para cobrir as batatas, sem sal). Quando estiverem cozidas, separe a água para fazer o mo- lho de manteiga, depois regue as batatas com o molho, e sirva, salpicado com salsinha picada. 30




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