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Published by nicoledpallin, 2020-06-11 14:14:49

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COVID-19 E A ECONOMIA Aumento de contaminações leva economistas a temer uma recessão mundial. Quais os passos envolvidos num eventual agravamento da crise e o que os governos podem fazer para tentar evitar o pior cenário Texto: Marcelo Roubicek Fotos: Raul cortez 52 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

A

Enfermeiros na linha de frente no combate ao COVID-19 54 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

Na quarta-feira (12), a Organização Mundial da Saúde decretou estado de pandemia do novo coronavírus. A rápida disseminação da doença, batizada de COVID-19, tem levado pânico aos mercados financeiros, refletido em quedas consideráveis consecutivas nas bolsas de valores. No Brasil, apenas na semana útil de 9 a 13 de março, o mecanismo de paralisação do pregão -– o chamado circuit breaker – foi acionado múltiplas vezes, após passar quase três anos sem ativação. Ao redor do globo, economistas e organizações internacionais alertam para riscos de forte desaceleração da economia – ou até de recessão global. Abaixo, o Radar explica os mecanismos que podem derrubar a atividade econômica mun- dial e o que os governos podem fazer para evitar isso. OS PRIMEIROS EFEITOS SENTIDOS A bolsa de valores é um mercado onde se negociam ativos financeiros. Os investi- mentos feitos na bolsa, portanto, não têm como objetivo produzir bens ou prestar serviços para a população ou determinado nicho. Os rendimentos dos agentes da bolsa vêm geralmente da própria negociação de papéis, explorando as variações dos preços. A precificação das ações, por sua vez, depende da expectativa que existe sobre uma empresa e seu desempenho no futuro. Como as percepções podem mudar muito rápido, isso abre espaço para uma grande volatilidade. Mas, além da bolsa de valores, há outros setores da economia que sentem os primeiros impactos do surto da doença. E isso vale para ati- vidades produtivas. As primeiras áreas que sentem o impacto da dis- seminação do coronavírus são as que envolvem diretamente viagens. Companhias aéreas têm reduzido o número de voos e registrado quedas nas recei- tas. O turismo e a hotelaria também têm sofrido com a queda no movimento, antes constante, dos aeroportos e do tráfego aéreo, resposável pelo transporte de milhões de pessoas pelo mundo todo diariamente e atualmente impedidos por conta do surgimento da pandemia que põem em risco todos os passageiros. www.radar.com.br / @revistaRADAR 55

Bolsa de valores chinesa já sofreu queda por conta da pandemia da COVID-19 O QUE ACONTECE COM O CONSUMO Boa parte dos países onde a covid-19 se disseminou com mais força optaram por ações de isolamento, e até quarentena. As pessoas têm sido orientadas a ficar em casa e evitar aglomerações. Economistas ouvidos pelo jornal The New York Times apontam que uma forma de detectar a gravidade da crise é ver como a doença ecoa sobre setores que não estão diretamente ligados à propagação do vírus. O exemplo usado é o da barbearia: quando as pessoas deixam de cortar o cabelo, é um sinal de que os impactos são profundos. As atividades que envolvem juntar muitas pessoas estão sendo suspensas. Pela Europa, jogos de futebol são jogados com arquibancadas vazias e campeo- natos inteiros foram suspensos. A mesma coisa aconteceu nos EUA, onde a NBA – liga americana de basquete – decidiu paralisar a temporada indefinidamente. Da mesma forma, cinemas e teatros têm cancelado sessões. O tradicional carnaval de Veneza também deixou de acontecer. Mas, além das atividades que envolvem aglomerações, a orientação para ficar em casa e o isola- mento dos infectados faz com que as pessoas não saiam de seus lares para con- sumir. Atividades de lazer são limitadas e compras são reduzidas ou adiadas. Já quem fica doente fica impossibilitado de trabalhar. Mesmo quando não há casos confirmados, há empresas que incentivam o trabalho remoto. Quando a pessoa fica em casa, isso pode reduzir a produção e as compras que ela faz. Os comércios, por- tanto, são afetados negativamente em função dos problemas de saúde pública. 56 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

O EFEITO PARA AS EMPRESAS Se diversas firmas têm optado pelo trabalho de casa – o home office –, há empresas que não têm como operar sem funcionários presenciais. Então, quando a doença obriga pessoas a ficar em casa, não é possível manter o nível de produção. É o que aconteceu com boa parte das fábricas chinesas, que ficaram praticamente paralisadas no primeiro momento do surto de coronavírus. Ao mesmo tempo em que aponta para dificuldades produtivas e uma redução da demanda, o momento não inspira confiança para os investidores arriscarem seu dinheiro. A queda do consumo também leva a uma diminuição das receitas, e muitas empresas podem optar por reduzir atividades, ou até fechar as portas. A falta de dinheiro entrando pode levar a cortes de funcionários para conseguir manter o negócio aberto. Com a crise instalada e visível, as pessoas podem se resguar- dar na hora de gastar dinheiro, optando por poupar em vez de comprar, se preparando para cenários pessimistas em que também perdem seus empregos. O efeito negativo pode ser amplificado conforme o consumo cai e as empresas reduzem suas atividades. ‘‘Quando a pessoa fica em casa, isso pode reduzir a produção e as compras que ela faz os comércios são afetados negativamente consequentemente www.radar.com.br / @revistaRADAR 57

Outra preocupação com relação às empresas no cenário pandêmico é o nível de endividamento. A queda das receitas coloca em xeque a capacidade das firmas de pagar e contrair novas dívidas – mesmo em um cenário de juros baixos. O QUE OS GOVERNOS PODEM FAZER Não há certeza sobre o que irá acontecer na economia com a pandemia de coronaví- rus. Não há garantias de que haverá uma recessão, e muito menos de que o cenário desenhado acima irá se cumprir. Primeiro, porque as ações de saúde pública podem controlar o vírus com rapidez e limitar medidas como quarentenas e isolamentos a um período curto de tempo. Segundo, porque os governos podem interferir na economia e promover estí- mulos que ajudem os setores mais afetados a se recuperar. Para isso, eles podem optar por usar diferentes instrumentos que têm à disposição. A POLÍTICA MONETÁRIA A política monetária – que tem como protagonistas os Bancos Centrais pelo mun- do – conta com dois principais instrumentos. De forma diferente, as duas ações se baseiam no aumento da quantidade de dinheiro que circula na economia. A primeira opção de política monetária é a emissão de dinheiro, que é uma prática amplamente rejeitada entre economistas. Ela costuma ter pouca efetividade no longo prazo e levar ao aumento geral nos preços – causando, portanto, inflação e uma maior crise economica que o imaginado caso a situação não incluísse tais fatores mencionados por expecialistas econômicos e pesquisadores. A segunda opção é reduzir a taxa de juros, buscando estimular o crédito e, con- sequentemente, os investimentos e o consumo. Basicamente, a ideia é que, com o custo menor dos empréstimos, as pessoas vão tomar mais dinheiro nos bancos e usá-lo para compras e negócios. Segundo, porque os governos podem interferir na economia e promover estí- mulos que ajudem os setores mais afetados a se recuperar. Para isso, eles podem optar por usar diferentes instrumentos que têm à disposição. Em 2020, porém, a opção por reduzir taxas de juros está limitada em muitos lugares. Isso porque há países onde os juros estão baixos, ou até zerados e nega- tivos. Assim, há pouco ou nenhum espaço para cortes substantivos nos juros. É o que economistas chamam de “armadilha da liquidez”, causada por uma crise de tais proporções e termo utilizado para se referir a outras crises no passado que marcaram negativamente as economias mundiais. 58 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

Médico com uso de máscaras de proteção em campanha homenageando tais profissionais www.radar.com.br / @revistaRADAR 59

Bolsa de valores de NY vazia por conta da COVID-19 A POLÍTICA FISCAL Na segunda-feira (9), o FMI (Fundo Monetário Internacional) emitiu uma nota recomendando ações de estímulo para ajudar diferentes agentes da economia. As ações incluem aumento de gastos no setor de saúde para aumentar a capacidade de atendimento. A nota também fala em aumento de empréstimos públicos aos bancos, para amortecer eventuais impactos sobre o sistema financeiro. Além disso, são mencio- nados subsídios e transferências para empresas com quedas nas receitas, cortes e suspensões no recolhimento de impostos e aumentos temporários no seguro desemprego mundial. Ações de aumento de gastos do governo compõem opções fiscais que já têm sido colocadas em prática em diversos países afetados pelo coronavírus. Entre os países que optaram por estímulos fiscais estão Itália, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália. As atividades que envolvem juntar muitas pessoas estão sendo suspensas. Pela Europa, jogos de futebol são jogados com arquibancadas vazias e campeonatos inteiros foram suspensos. A mesma coisa aconteceu nos EUA, onde a NBA – liga americana de basquete – decidiu paralisar a temporada indefinidamente. Da mesma forma, cinemas e teatros têm cancelado sessões. O tradicional carnaval de Veneza também deixou de acontecer. Mas, além das atividades que envolvem aglomerações, a orientação para ficar em casa e o isolamento dos infectados faz com que as pessoas não saiam de seus lares para consumir. Atividades de lazer são limitadas e compras são reduzidas ou adiadas. Já quem fica doente fica impossibilitado de trabalhar. Mesmo quando não há casos confirmados, há empresas que incentivam o trabalho remoto. Quando a pessoa fica em casa, isso pode reduzir a produção e as compras. 60 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

O CASO BRASILEIRO Enquanto no mundo há países que cortam juros e aumentam gastos públicos, no Brasil o governo tem reforçado sua priorização de reformas que aliviem os gastos do governo. A aposta da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, é que, equilibrando as contas públicas, o governo irá sinalizar um esforço de melhorar o ambiente de negócios no Brasil. Por essa lógica, isso aumentaria a confiança dos investidores, que se sentiriam mais dispostos a colocar dinheiro no país, apostar em negócios de longo prazo e manter os recursos em solo brasileiro. Alguns economistas também apontam que a eventual aprovação das reformas poderia aliviar as contas do governo e abrir espaço para o aumento do investimento público. A ação fiscal no Brasil é também limitada pela regra do teto de gastos. Resumidamente, o teto limita os gastos reais (ajustados pela inflação) do governo a um nível pré-determinado. Isso significa que, em um ano, os gastos do governo não podem ser maiores que no ano anterior. A regra entrou em vigor em 2017 e tem validade de 20 anos. A atitude do governo de focar nas reformas e manter o teto de gastos para gerar estímulos na economia no momento de crise. O argumento é que o teto deve ser revisto, flexibilizado ou suspenso, para que o governo consiga aumentar gastos e trazer um choque positivo surpreendente à economia brasileira, segundo os especialistas e pesquisadores economicos. ‘‘Em 2020, porém, a opção por reduzir taxas de juros está limitada em muitos lugares. Isso porque há países onde os juros estão baixos,ou até zerados e negativos www.radar.com.br / @revistaRADAR 61

Família andando de máscara de proteção para ir ao super mercado 62 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

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Volta da Licença Maternidade, um lado bom da crise do novo corona vírus Por Fernanda Consorte – Economista-chefe e estrategista de câmbio do banco Ourinvest Atualmente, cerca de 50% das mulheres não permanecem no mercado de trabalho num período de 12 meses após ganharem licença maternidade. Um dos grandes desafios (entre vários) das mulheres no mercado de trabalho, é a volta da licença maternidade. Apesar desse assunto ter evoluído muito nos últimos anos, empresas passaram a ao menos terem discussões sobre o tema; a grande maioria das mulheres ainda se sente insegura, ou pelo ou menos perdida, após meses de imersão em hormônios, noites mal dormidas e choros inconstantes. Essa sensação não é à toa. Segundo dados de uma pesquisa mais ou menos recente da FGV, cerca de 50% das mulheres não permanecem no mercado de trabalho num período de 12 meses após a volta da licença. A maioria destas demissões ocorre por parte do empregador, que entende que a mulher será menos produtiva, colocando o filho em primeiro lugar. E não preciso nem falar, que isso não acontece em absoluto com homens que tem filhos. Eu volto plenamente as minhas funções nesta semana (sem realmente ter parado) da minha segunda licença maternidade. E, se por um lado, volto mais segura na minha posição e local de trabalho, por outro lado, volto no meio da maior crise da história moderna, que certamente terá como consequência um aumento galopante da taxa de desemprego. Digo isto porque embora o nível de incerteza seja assustador – e cabe a nós, sobretudo os que tem como função dar opinião, reconhecer que nada sabemos do que está por vir –, vivemos em um país em que a desigualdade social grita, e que numa crise como essa ela poderá esgoelar. Por outro lado, voltar da licença e seguir trabalhando em casa, seguir com a amamentação e contato intenso com meus filhos gera sim alento. E nesse sentido, pode haver saídas positivas. O Brasil ainda padece de uma lei trabalhista rígida, o que impede o ritmo mais acelerado de avanços na flexibilidade de trabalho comparado ao que vemos em outros países. Segundo o IBGE, somente cerca de 5% dos trabalhadores brasileiros aderem ao home office. 66 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

Desta forma, passada essa pandemia, as empresas repensem custos e conceitos, e percebam que há mais produtividade num ambiente mais flexível. E, nesse cenário, talvez a volta da licença maternidade possa ser mais branda.. Em linhas gerais, acredito mesmo que o momento atual servirá de ensinamentos e talvez maior co- operação mundial, seja na escala governamental como na escala corporativa com relação a saúde das mulheres no ambiente de trabalho e a licença ma- ternidade, tão importante nas fasesiniciais da vida.. www.radar.com.br / @revistaRADAR 67

HOME OFFICE E O CÉREBRO Como o home office impacta o seu cérebro e o que fazer para que seja uma relação livre de neuras e estresse desnecessário durante esse período Texto: Redação Radar 68 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

E Foto: site Prexel

Foto: Google Images O home office se tornou a realidade de muitos durante a quarentena 70 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

Ohome office, ou teletrabalho segundo a fria letra da lei, já faz parte do cotidiano de boa parte dos brasileiros economica- mente ativos durante a quarentena. O espaço físico entre sua cama e o “escritório” encurtou dramaticamente, e seja lá o que sua baia de trabalho se transformou na transição para o lar certamente se confunde com o mesmíssimo espaço que você usa para lazer – ou decompressão, se o linguajar corporativo for mais sua praia. O outro sócio da Venturi é Gildo Pallanca Pastor, empreendedor de Mônaco que é dono da Venturi Automobiles, uma marca de carros elétricos de luxo. Pastor e DiCaprio comandam a equipe homônima desde o começo da Fórmula E, que teve sua temporada inaugural em 2014. O brasileiro Lucas DiGrassi é o atual campeão da categoria. Leonardo DiCaprio tem uma carreira de sucesso no cinema, marcada por filmes como Titanic (1997), Os Infiltrados (2006), A Origem (2010) e O Regresso (2015), pelo qual venceu o Oscar de Melhor Ator. Mas, além do sucesso nas telas, o astro também é conhecido por se engajar com causas em prol do meio ambiente. Ainda em 1998, pouco depois do sucesso de Titanic, ele criou a The Leonardo DiCaprio Foundation, instituição dedicada a proteger o bem-estar de todos os ha- bitantes da terra, incluindo um projeto de proteção à regiões ecológicas ao redor do mundo; programas para monitorar e preservar direitos de territórios indígenas; soluções de energia renovável para controlar a crise climática; um programa especial voltado para o clima na Califórnia, conhecida por sofrer com diversos incêndios naturais anualmente; e inovações tecnológicas para ajudar na conservação da natureza ao redor do mundo. Além da própria instituição, DiCaprio se envolveu com outros grupos como o Natural Resources Defense Council, ong que existe desde a década de 70; a Global Green USA, que faz parte da Cruz Verde Internacional; e a International Fund for Animal Welfare, o Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal. O astro trabalhou por quatro anos e, em 2007, lançou o documentário A Última Hora, seu primeiro filme sobre o tema. www.radar.com.br / @revistaRADAR 71

Foto: Google Images Janelas e ambientes iluminados são melhores para o trabalho em casa Happiness Research Institute, da Dinamarca, pode nos ajudar a entender melhor esse cenário. Um estudo realizado por eles pediu às pessoas que descrevessem uma memória feliz. Nas respostas foram identificados alguns padrões em quase todas as devolutivas, sendo 62% delas tendo ligação direta com aspectos multissenso- riais e 56% emocionais. “Essa fase da quarentena vai ficar marcada na memória das pessoas, mas a decisão sobre como isso vai ser lembrado depende da emoção que cada um de nós vai dar para esses momentos em família. Se conseguirmos oferecer espaços multissensoriais em casa, por exemplo, podemos trabalhar isso de forma estratégia e contribuir com a formação de memórias positivas”, explica Priscilla., que sugere seguir a cartilha abaixo: NATUREZA E A ILUMINAÇÃO Se um ambiente está com pouca luz, por exemplo, a vista ficará mais cansada, po- dendo causar dores de cabeça e estresse. Por esse motivo, ao escolher a iluminação do ambiente de trabalho observe o quanto será necessário de luminosidade para a prática da atividade. Apesar da iluminação natural contribuir para o combate ao estresse, o seu excesso também pode causar o efeito contrário. “Temos que cuidar ainda para que os raios do sol ou a claridade não prejudique a visibilidade pois isso pode gerar dor de cabeça e, consequentemente, influencia no estresse”, alerta Priscilla. Outro detalhe importante é sobre quem permanece muito tempo em ambientes fechados com ausência de luz natural. Segundo Priscilla Bencke, ficar por longos períodos nesses locais faz com que a pessoa não perceba o passar do dia, desco- nectando-se do seu relógio biológico. Como resultado pode haver uma dificuldade maior na hora de descansar ou dormir, ocorrendo a temida insônia e que impacta 72 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

diretamente na produtividade e na saúde. Janelas com vista para a ‘natureza’ ajudam nesse ponto e contribuem, inclusive, para diminuir a frequência cardíaca e reduzir as questões de estresse e cansaço durante as longas horas de trabalho diário, além de ajudar a criar um ambiente prazeroso no home office. Além disso, muito cuidado com os ruídos. Eles são os principais vilões de qual- quer ambiente de trabalho. “É impossível se manter concentrado com o barulho. Pesquisas mostram que diminuímos 40% da capacidade de produção com a pre- sença de barulhos externos. Além disso, a previsão é de que os erros aumentem em quase 30% devido às distrações em ambientes com a presença de ruídos. Como a família toda estará em casa é muito importante buscar um espaço mais reservado para trabalhar”, indica Priscilla. ‘‘Se conseguirmos oferecer espaços multissensoriais em casa, além de estar trabalhando isso de forma estratégica, contribuimos com a formação de memórias positivas www.radar.com.br / @revistaRADAR 73

ERGONOMIA Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 40% das dores lombares resul- tam em problemas mais sérios, causando incapacidade funcional e diminuição da produtividade. Por isso, outro detalhe importante é em relação aos mobiliários utilizados. Apesar de ser um home office temporário - para muitos - é fundamental alguns cuidados. “O ideal para um ambiente de trabalho home office é escolher cadeiras que pos- suem pelo menos três funções básicas: regulagens de alturas do assento e do braço, além de encosto com o apoio para a lombar. Caso a pessoa não tenha esse tipo de cadeira em casa ela pode escolher um assento que permita encostar a lombar na cadeira e deixar a coluna reta. De preferência, que tenha apoio para os braços. E fique atento aos seus limites físicos, como os de postura, e até mesmo psíquicos, evitando transformar o excesso de trabalho em estresse, bem como muitas horas na mesma posição”, indica a arquiteta Priscilla Bencke. Outra dica é sobre o uso do notebook. Muitas horas de trabalho podem gerar desconfortos físicos. “Para evitar que esses problemas influenciem na qualidade de vida acrescente um suporte para notebook com mouse e teclado externo. Dessa forma, vai ser possível trabalhar em uma postura adequada sem queixas e com mais produtividade. Quem não tem o suporte para notebook pode utilizar tempo- rariamente livros para criar uma altura que deixe o notebook na direção dos olhos, permitindo uma postura correta”, aconselha Priscilla. 74 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

Um ambiente confortável de home office pode afetar sua produtividade e trabalho Foto: Google Images www.radar.com.br / @revistaRADAR 75

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O despertar dos CEOs em prol do bem comum do planeta Por Gabriel Petrus - Mestre em Relações Internacionais diretor executivo do ICC Brasil Líderes empresariais do mundo todo passam a liderar um movimento pela reforma do capitalismo e por uma ação mais engajada em relação às políticas sociais. É o próprio planeta que está em risco, e estamos todos no mesmo barco. Em recente carta anual aos seus acionistas, Larry Fink, CEO da BlackRock (maior gestora de ativos financeiros do mundo), dedicou uma seção exclusiva do seu texto para afirmar que, diante das crescentes ins- tabilidades enfrentadas pelo planeta, não é possível mais buscar o lucro sem pensar no propósito. É um sinal definitivo de que estamos em um momento alarman- te, quando parte do setor financeiro passa a vocalizar não apenas uma reforma substancial do capitalismo, como também defender o engajamento dos líderes empresariais nos problemas de suas co- munidades que já sofrem dificuldades em se manter estáveis du- rante qualquer problema que o sistema atual sofre, assim ficando mais e mais fragilizadas. Jamie Dimon, CEO do JP Morgan & Chase, dirigiu-se aos acionistas do seu banco para afirmar que “os CEOs podem e devem se envolver para levar o advocacy para um novo nível”. Dimon ressaltou que a me- lhor estratégia para garantir um ambiente próspero para as empresas é por meio da participação na elaboração de políticas públicas que permitam mais pessoas se beneficiarem do crescimento econômico. A gravidade do momento não se limita à emergência climática – com os novos patamares de temperatura condenando milhares de espécies a extinção – e engloba, desde o tensionamento geopolítico crescente, ao aumento das desigualdades sociais, raiz da eleição de governos populistas que propõe substituir a ordem liberal (imperfeita) pelo caos institucional (imprevisível). As decisões que tomarmos como sociedade a partir de hoje e nos próximos 30 anos – e, certamente, as empresas têm um imenso pa- pel – pesarão como um divisor de águas para o futuro da civilização. Esse conceito é ecoado por Yuval Harari, no seu livro 21 Lições para o Século 21: se não formos capazes de conter o aquecimento global e a proliferação das armas nucleares, e não tornarmos os avanços da tecnologia mais favoráveis que seus riscos, nossa espécie esta- 78 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

rá condenada à extinção de um sistema já colapsado há muito tempo e esperando por crises cada vez maiores e mais catastróficas a sociedade e ao planeta terra.. Essa mudança de postura dos CEOs para o engajamento em campanhas transformacionais não é apenas necessária, como também dese- jada pela população. O papel transformacional dos líderes foi revelado no ano passado pela pesquisa Edelman Trust Barometer, que mede a confiança da população nos principais agentes sociais. A maioria dos respondentes afirmaram que os CEOs devem tomar a liderança para a mudança das políticas, ao invés de apenas esperar que os governos ajam. www.radar.com.br / @revistaRADAR 79

TOM CRUISE NO ESPAÇO Um filme no espaço com Tom Cruise? Em qualquer outro momento soaria como um boato infundado, mas próprio o administrador da NASA confirmou a informação Texto: Carlos Cardoso Fotos: John Mills 80 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

Foto: Raul cortez

Foto: Imagens do filme Oblivion Tom Cruise em filme Oblivion que se passa no espaço 82 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

Anotícia caiu como um foguete brasileiro, e a princípio todo mundo desdenhou, afinal de contas, um filme no espaço, filmado lá em cima com Tom Cruise em pessoa? Com certeza uma missão impossível, a NASA jamais aprovaria, etc, etc, mas quando Jim Bridenstine, Administrador daquela quitanda confirmou, Segundo o site Deadline, Tom Cruise estaria planejando fazer um filme no espaço. Não um documentário, não um reality show, um filme, de verdade, de ficção (você entendeu). Imediatamente escuta-se um barulho de freada, os custos envolvidos são muito altos. Imaginando uma equipe mínima, Tom Cruise e um diretor/cameraman são dois lugares. A NASA paga aos russos US$86 milhões por assento numa Soyuz. Como Tom e o Diretor irão em uma Dragon Crew da SpaceX, o valor é mais em conta, mas não muito. A estimativa é que cada viagem custe US$55 milhões por pessoa. Só aí temos US$110 milhões. O preço estimado por lançamento pode chegar a US$160 milhões, se colocarmos no pacote o foguete, a cápsula, sete as- tronautas e as barrinhas de cereal. O custo de permanência na Estação Espacial internacional por pessoa é de US$312.500,00. por hora! Se Tom e o Diretor ficarem 10 dias na ISS, o que costuma ser a permanên- cia mínima quando fazem troca de tripulação, isso significa mais US$150 milhões na conta do tal filme. US$260 milhões e só temos algumas dezenas de horas de imagens. Então não vai acontecer? Calma, ninguém está dizendo que não vão fazer um filme no espaço. OK, não há roteiro, ideia ou mesmo estúdio por trás, ainda, se o Tom Cruise diz que quer fazer um filme no espaço, não vai faltar gente com- prando a ideia. Que, aliás, nem é nova. Quando foi filmar Apollo 13, Ron Howard ficou decepcionado quando descobriu que a NASA não tinha uma \"câmara de antigravidade” para treinar astronautas, então teve que apelar pro Plano B: Bo- taram todo mundo no Cometa Vômito, construindo cenários da cápsula dentro do avião e treinaram os atores, que se movimentaram em queda livre, como os astronautas de verdade. www.radar.com.br / @revistaRADAR 83

Foto: NASA Cápsula espacial Spacex da NASA que está em órbita a mais de um ano Apollo 13 sequer pode ter sido o primeiro filme a usar voos parabólicos para filmar cenas em queda livre, a primazia vai para o filme educativo The Ura- nus Experiment 2, que em 1999 incluiu uma cena de 20 segundos entre Sylvia Saint e Nick Lang, que infelizmente apesar de ser o clímax do filme (literal e metaforicamente) é por demais anticlimática.A principal desvantagem de usar um avião em trajetória parabólica é que você só consegue no máximo uns 25 segundos para filmar sua cena, e como Tom Cruise provavelmente não vai filma minha lua de mel, é preciso mais tempo. E no espaço tempo não é problema, afinal você está caindo o tempo todo. Não há dúvida que os custos envolvidos serão (desculpe) astronômicos, e é muito mais marketing do que necessidade, Gravity, embora tenha sérios problemas cien- tíficos, visualmente é um filme magnífico. Que o digam os astronautas da NASA, assistindo dentro da ISS um filme passado na ISS, e provavelmente pensando que o lugar precisa de mais Sandra Bullock. Tom Cruise fazer um filme no espaço não é um capricho de uma estrelinha de Hollywood que quer toalhas coloridas e frutas frescas no camarim. Ir ao espaço é uma atividade extremamente perigosa que exige toneladas de dinheiro e muito investimento emocional e profissional. É claramente um sonho de um sujeito que passou a vida inteira se superando -Tom tirou brevê de piloto comercial- e que agora quer ir além, audaciosamente aonde nenhum ator jamais esteve. Precisamos de heróis, precisamos de exemplos. Tom Cruise promovendo inte- resse pela ciência, dando continuidade ao trabalho de Matt Damon em Perdido em Marte é essencial. Nós só vamos sobreviver como espécie, só temos esperança de curar doenças, eliminar a fome e a pobreza, se identificarmos e desenvolvermos ao máximo o potencial de cada um. 84 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

Há duas opções: Você pode se esconder no reino das trevas da ignorância, do medo e da superstição, achando que cada raio é uma ameaça e cada percalço um castigo, ou pode fazer parte do Reino da Ciência, aonde aprendemos, erramos, aprendemos com os erros e melhoramos. A escolha é sua. Ele não deu detalhes, mas o tuíte veio na esteira de uma reportagem da Deadline, publicação especializada de Hollywood, segundo a qual Cruise está trabalhando com Elon Musk, empreendedor da Tesla e da SpaceX, para fazer o que seria o pri- meiro longa-metragem filmado no espaço. A aventura proposta está nos estágios . Segundo o site Deadline, Tom Cruise estaria planejando fazer um filme no espaço. Não um documentário, não um reality show, um filme, de verdade, de ficção (você entendeu). Imediatamente escuta-se um barulho de freada, os custos envolvidos são muito altos. Imaginando uma equipe mínima, Tom Cruise e um diretor/cameraman são dois lugares. A NASA paga aos russos US$86 milhões por assento numa Soyuz. Como Tom e o Diretor irão em uma Dragon Crew da SpaceX, o valor é mais em conta, mas não muito. A estimativa é que cada viagem custe US$55 milhões por pessoa. Só aí temos US$110 milhões. O preço estimado por lançamento pode chegar a US$160 milhões, se colocarmos no pacote o foguete, a cápsula, sete as- tronautas e as barrinhas de cereal. O custo de permanência na Estação Espacial internacional por pessoa é de US$312.500,00. por hora! Se Tom e o Diretor ficarem 10 dias na ISS, o que costuma ser a permanên- cia mínima quando fazem troca de tripulação, isso significa mais US$150 milhões na conta do tal filme. US$260 milhões e só temos algumas dezenas de horas de imagens. ‘‘Precisamos de mídias populares para inspirar novas gerações de engenheiros e cientistas, que vão transformar os ambiciosos planos da NASA em realidade www.radar.com.br / @revistaRADAR 85

Então não vai acontecer? Calma, ninguém está dizendo que não vão fazer um filme no espaço. OK, não há roteiro, ideia ou mesmo estúdio por trás, ainda, se o Tom Cruise diz que quer fazer um filme no espaço, não vai faltar gente com- prando a ideia. Que, aliás, nem é nova. Quando foi filmar Apollo 13, Ron Howard ficou decepcionado quando descobriu que a NASA não tinha uma “câmara de antigravidade” para treinar astronautas, então teve que apelar pro Plano B: Bo- taram todo mundo no Cometa Vômito, construindo cenários da cápsula dentro do avião e treinaram os atores, que se movimentaram em queda livre, como os astronautas de verdade. Apollo 13 sequer pode ter sido o primeiro filme a usar voos parabólicos para filmar cenas em queda livre, a primazia vai para o filme educativo The Ura- nus Experiment 2, que em 1999 incluiu uma cena de 20 segundos entre Sylvia Saint e Nick Lang, que infelizmente apesar de ser o clímax do filme (literal e metaforicamente) é por demais anticlimática.A principal desvantagem de usar um avião em trajetória parabólica é que você só consegue no máximo uns 25 segundos para filmar sua cena, e como Tom Cruise provavelmente não vai filma minha lua de mel, é preciso mais tempo. E no espaço tempo não é problema, afinal você está caindo o tempo todo. Não há dúvida que os custos envolvidos serão (desculpe) astronômicos, e é muito mais marketing do que necessidade, Gravity, embora tenha sérios problemas cien- tíficos, visualmente é um filme magnífico. Que o digam os astronautas da NASA, assistindo dentro da ISS um filme passado na ISS, e provavelmente pensando que o lugar precisa de mais Sandra Bullock. Tom Cruise fazer um filme no espaço não é um capricho de uma estrelinha de Hollywood que quer toalhas coloridas e frutas frescas no camarim. Ir ao espaço é uma atividade extremamente perigosa que exige toneladas de dinheiro e muito investimento emocional e profissional. É claramente um sonho de um sujeito que passou a vida inteira se superando -Tom tirou brevê de piloto comercial- e que agora quer ir além, audaciosamente aonde nenhum ator jamais esteve. Esse filme será muito bem-vindo. Não pelo ineditismo em si, mas por sua capaci- dade de maravilhar e inspirar uma nova geração. Vivemos tempos obscuros, aonde jornais de grande circulação entrevistam astrólogas para falar sobre pandemias, aonde líderes religiosos criticam nossa “dependência da ciência”. Precisamos de heróis, precisamos de exemplos. Tom Cruise promovendo inte- resse pela ciência, dando continuidade ao trabalho de Matt Damon em Perdido em Marte é essencial. Nós só vamos sobreviver como espécie, só temos esperança de curar doenças, eliminar a fome e a pobreza, se identificarmos e desenvolvermos ao máximo o potencial de cada um. noticiou a Deadline na segunda-feira (4). A parceria pode ser um marco enorme tanto na história do cinema quanto na das tecnologias e ciências, proporcionando um resultdo nunca visto antes na história. Representantes de Cruise não responderam de imediato a um pedido de co- mentário. Tom Cruise, astro da franquia Missão: Impossível hoje com 57 anos, é conhecido por seus filmes ousados e por gravar suas próprias cenas de ação. Ele pilotou caças no iminente Top Gun: Maverick, dependurou-se do lado de fora de um avião decolando em Missão: Impossível – Nação Secreta (2015) e escalou o arranha-céu Burj Khalifa de Dubai – o edifício mais alto do mundo – em Missão: Impossível – Protocolo Fantasma (2011). A filmagem de Missão: Impossível 7 foi interrompida em fevereiro, quando a epidemia de coronavírus se espalhou pela Itália. Mais tarde, a doença provocou a suspensão de filmes e séries de televisão e o fechamento dos cinemas. 86 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

Cápsula espacial Spacex da NASA que está em órbita a mais de um ano Foto: NASA www.radar.com.br / @revistaRADAR 87

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Sophia Amoruso autora do livro #GirlsBoss Por Bruno Astuto Foto: Raul Cortez Sophia Amoruso poderia ser chamada de ‘Cin- derela da tecnologia’. Em 2006, então com 22 anos, a americana abandonou os estudos e a casa dos pais, rodava os Estados Unidos de carona revirando lixo nas ruas, furtava lojas e trabalhou em funções medíocres só para ga- rantir o seguro-saúde. Ao mesmo tempo, ela decidiu explorar seu interesse por moda vintage e abrir um brechó virtual no eBay - nascia então a Nasty Gal (algo como ‘garota indecente’ em tradução livre, inspirada num disco de Betty Davis de 1975 - não a atriz, mas a elegante can- tora que Atenta às oportunidades de compra e venda, ela passou a usar amplamente as redes sociais. As vendas se multiplicaram. Em 2012, a marca vendeu US$ 100 milhões. Dois anos depois, foi inaugurada a primeira loja física em Los Angeles – hoje já são duas –, e Sophia co- manda 350 funcionários. A história da Cinderela urbana acaba de ser lançada no Brasil através do livro #GirlBoss (editora Seoman), um misto de autoajuda e guia de negócios. A Nasty tem um séquito de leais seguidoras entre as mulheres da faixa dos 20 anos – mais um de um milhão de seguidores no Facebook e mais de 600 mil no Instagram, fazendo das redes sociais sua maior aliada. “A empresa hoje atrai mais de sete milhões de visitas ao mês. A comunicação é uma ferramenta impor- tante e temos abraçado todas as oportunida- des de plataformas inovadoras. A presença de Nasty Gal é muito forte em mídias sociais e realmente olho para os nossos seguidores para entender o que eles querem e até os convido a tomar decisões”. CEO da NastyGal Sophia Amoruso e escritora do best-seller #GirlBoss www.radar.com.br / @revistaRADAR 89

DE UMA VIDA SIMPLES, PASSANDO PELO Foto: Capa do Livro Girls Boss LIXO E ATÉ MESMO PEQUENOS FURTOS. COMO E TORNOU UMA CEO DE SUCESSO? COMO SURGIU A IDEIA DE CONTAR SUA Eu realmente tive que aprender que roubar HISTÓRIA NUM LIVRO? e não trabalhar duro não é a forma de viver. Muitas garotas no meu Instagram imploram por Para mim foi uma grande lição. Não me orgulho um emprego e eu gostaria de contratar todas. do que fiz, mas era importante para aprender. Mas o melhor que posso fazer é dar dicas de Sempre aprendi com os meus erros e consegui como conseguir um emprego ou criar seu pró- isso trabalhando duro. Uma das minhas frases prio negócio contando que tipo de pessoa eu favoritas é a de George Bernard Shaw que diz: gostaria de contratar. A minha história não é \"A vida não é sobre encontrar-se. A vida é sobre tradicional, mas eu aprendi um monte de coisas a criação\". Acredito que a sociedade gasta ao longo do caminho que eu quero compartilhar. muito tempo seguindo regras. Claro, quebrei um monte delas, mas também cresci a partir delas e foram transformadas em experiências positivas. E essa é, provavelmente, a maior lição a aprender com a minha história. COMO VOCÊ DEFINIRIA O SUCESSO? Sucesso é um conceito assustador, porque ele tem fim. Acho que somos todos capazes de criar sucessos em nossas vidas todos os dias. Se algo não der certo e você aprender com o erro, você ainda foi bem sucedido. QUAIS FORAM AS MAIORES DIFICULDADES QUE VOCÊ ENFRENTOU? Focar. Quando você começa a ser uma grande empresa, você tem que permanecer fiel a quem você é e ficar ligado à essência da sua marca. Você não quer ficar presa em reuniões a maior parte do tempo. Você quer ter tempo para ser criativo, com visão de futuro e olhar além. Você precisa de tempo para nutrir todas as facetas de um negócio e isso pode ser muito difícil, mas com o tempo você se adapta. VOCÊ VIU UMA GRANDE OPORTUNIDADE QUANDO COMEÇOU NASTY GAL? Nunca fui treinada e nunca pensei, “oh, aqui está uma grande oportunidade”. Foi muito in- tuitivo e tudo centrado no que os meus clientes respondiam online. No eBay eu trocava tudo, desde o transporte à logística. E-commerce significa que qualquer um pode ter uma loja online, mas se tornou um espaço muito maior e, como comecei cedo, tive vantagem.Nem todos construíram uma marca, uma vida. HOJE VOCÊ É A CHEFE DE UM VERDADEIRO IMPÉRIO. QUAL A DICA PARA INICIANTES? Sempre acreditar no potencial e oportunidade de fazer algo grande em sua vida. Imaginação existe em todos nós, basta criar coragem e sonhar alto. E não tenha medo de se sentir so- zinha e deixe seus pensamentos serem seu guia. 90 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

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O que o jogo do pôquer ensina sobre polarização Por Celso Toledo - Doutor em economia pela USP e diretor da LCA Consultores A democracia não será admirada se não der conta com um mínimo de ordem e justiça dos problemas que aflingem o povo. Em 1990, Larry Diamond publicou um artigo sobre três paradoxos da de- mocracia. O primeiro trata da tensão permanente entre conflito e consenso. Não há democracia sem confronto de ideias, mas o sistema só funciona se as partes forem capazes de chegar a um acordo. O segundo contrapõe repre- sentatividade e governabilidade. De um lado, é preciso governar em nome de todos, sem ser capturado por grupos de interesse. De outro, o governo tem que ter energia para decidir e agir. A tentativa de agradar gregos e troianos tende a gerar paralisia. O terceiro paradoxo opõe consentimento e efetividade. Governos só são legítimos com o ok dos governados, mas estes precisam perceber vantagens ao delegar o poder. A democracia não será admirada se não der conta com um mínimo de ordem e justiça dos problemas que afligem o povo. O dilema é que para isso acontecer é preciso promover reformas impopulares que, ao mudar regras e mexer com direitos e privilégios, põem em risco a legitimidade e, por tabela, o consentimento – especialmente em países menos desenvolvi- dos e heterogêneos. É preciso sorte para misturar corretamente os temperos que produzem democracias estáveis e fecundas – como em um Dry Martini, um tiquinho a mais ou a menos de vermute estraga a coisa. É admirável, portanto, que vários países democráticos tenham pro- gredido após a Segunda Guerra, mas a julgar pelo naipe dos líderes que vem ganhando eleições é provável que a sorte tenha acabado. Dizem que as democracias tropeçam porque os governos não ouvem o povo, mas na era das redes sociais sem filtros, o embaraço pode ser justamen- te o oposto – ao invés de temperar os exageros individuais, saindo pelo meio, o sistema tem caminhado para as pontas e o eleitor mediano deixou de ser representado. Em 2001, o jurista e escritor americano Cass Sunstein publicou um livro chamado Republic.com no qual vislumbrou um mundo marcado pela desunião, onde países e grupos de indivíduos viveriam isolados em enclaves virtuais. Não deu outra. Vinte anos depois estamos atolados em uma condição paradoxal em que um instrumento extraordinário que permite acesso imediato ao es- toque de conhecimento produzido pela humanidade serve para emburrecer, transformando o direito de livre expressão em uma das maiores ameaças ao 92 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

Em 2001, o jurista e escritor americano Cass Sunstein publicou um livro chamado Republic.com no qual vislumbrou um mundo mar- cado pela desunião, onde países e grupos de indi- víduos viveriam isolados em enclaves virtuais. Não deu outra. Vinte anos depois estamos atolados em uma condição paradoxal em que um instrumento extraordinário que permite acesso imediato ao esto- que de conhecimento produzido pela humanidade serve para emburrecer, transformando o direito de livre expressão em uma das maiores ameaças ao funcionamento das democracias. www.radar.com.br / @revistaRADAR 93

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Lições que podemos tirar de uma pandemia global Por Nicole Danzo - Estudante de Design com ênfase em Comunicação na ESPM Perante o momento atual da pandemia do COVID-19 todos estamos sendo impactados de alguma maneira seja psicologicamente ou fisicamente O stress e o acúmulo de preocupações são os maiores vilões nesse momento tão atípico que estamos passando, é preciso encontrar modos de se manter em movimento e ocupado, seja limpando a casa, levando os pets domésticos para passear, arrumar aquele aparelho velho que está encostado no canto da casa há muito tempo, essa é a hora de ocupar a mente. A maior parte da população vem sofrendo com a falta de dinheiro e o baixo giro econômico, deixando famílias e empresas falidas, porém não podemos desistir e deixar de encontrar maneiras de nos sustentar, mesmo que seja com o mínimo possível. Nesse momento é preciso ser altruísta, e ajudar os menos desfavorecidos, comprando ou doando alimentos, materiais de hi- giene, roupa, de microempresas ou de pessoas com baixa renda que foram extremamentes afetadas com a pandemia. Grandes empresas com grandes negócios podem sim passar por dificuldades no momento atual, porém a probabilidade dessa empresa já consolidada no mercado quebrar completamente durante a pandemia é bem mais imprová- vel do que aquela microempresa que ganha uma pequena parcela perto de uma já com renome. Nesse momento é de extrema necessidade olhar para o próximo e ajudar da maneira que for possível. Tenho grandes amigos donos de restaurante que são bem vistos pela sociedade de classe A;B que estão entregando mar- mita para as comunidades menos desfavorecidas. Amigas, donas de lojas de roupas, doando vestimentas para comunidades. No entanto, num momento atípico como esse é de extrema necessidade que sejamos altruístas e termos em mente que há pessoas ao nosso redor sofrendo muito com esse conflito. 96 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

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MARCAS APÓS A PANDEMIA A empresa de pesquisa de mercado IPSOS realizou um levantamento qualitativo para ajudar as marcas durante a pandemia da COVID-19 Texto: Paulo Rubens Fotos: Jack Cox 98 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1

S Foto: Raul cortez

Lojas Tifanny & Co. fechadas durante a pandemia 100 Radar Abril 2020 EDIÇÃO 1


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