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Inventário Pedagógico de Bananeiras

Published by Aline Ferreira, 2021-08-13 23:05:02

Description: Inventário Pedagógico

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FICHA TÉCNICA Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias - CCHSA Programas Institucional de bolsas de iniciação científica (PIBIC/CNPQ/UFPB) Programas Institucional de voluntários de iniciação científica (PIVIC) Programa Responsabilidade Social - UFPB COORDENADORA Vivian Galdino de Andrade BOLSISTA (PIBIC) Thais de Cássia Cavalcanti Ramos VOLUNTARIA (PIVIC) Aline Ferreira da Silva GRUPO DE PESQUISA História da Educação do Brejo Paraibano - HEBP Equipe: Amanda Tavares da Silva, Emanuele Rocha da Silva Arcanjo e Sabrina Castro de Almeida Ilustrações da Capa Imagem I: Igreja Nossa Senhora do Livramento Imagem II: Praça Epitácio Pessoa Imagem III: Túnel da Viração Imagem IV: Estação ––– 2

..........................................................................................6 ........................................................................................9 ...................................................................10 BANANEIRAS CLUBE ..................................................................................................10 3.2 FUNDAÇAÃO CASA DA CULTURA “SEVERINO LUCENA” ..............................12 3.3 CENTRO CULTURAL ISABEL BURITY...................................................................13 3.4 ESPAÇO CULTURAL OSCAR DE CASTRO.............................................................14 ........................................................................................................................16 4.1 MUSEU DESEMBARGADOR SEMEÃO CANANÉIA..............................................16 4.2 MUSEU IVALDO LUCENA ..........................................................................................17 ....................................................................................18 5.1 CINE TEATRO EXCELSIOR/ CINEMA DO PADRE ..............................................18 5.2 CINE EDUCATIVO E O ‘CINE BARLAN’.................................................................20 5.3 PRAÇA EPITÁCIO PESSOA ........................................................................................21 .................................................................................23 6.1 INSTITUTO BANANEIRANSE ....................................................................................23 6.2 COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS ..........................................................24 6.3 E.M.E. F “PROFESSORA EMÍLIA DE OLIVEIRA NEVES”..................................26 6.4 PATRONATO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS .............................................27 6.5 COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS ....................................................29 6.6 GRUPO ESCOLAR XAVIER JÚNIOR........................................................................30 6.7 COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ ROCHA SOBRINHO ................................................32 6.8 E. NORMAL ESTADUAL PROFESSOR PEDRO AUGUSTO DE ALMEIDA ......33 ..................................................................................................................35 7.1 ENGRENHO GOIAMUNDUBA- (CACHAÇA RAINHA) .........................................35 ..........................................................................................36 8.1 CASARÃO DO BARÃO DE ARARUNA .....................................................................36 8.2 CORREIOS E TELÉGRAFOS DE BANANEIRAS ....................................................37 COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁR ...........................................................38 8.3.1 TÚNEL DA SERRA DA VIRAÇÃO .............................................................................38 8.3.2 ESTAÇÃO BANANEIRAS / POUSADA DA ESTAÇÃO ...........................................40 ...............................................................................................................41 3

9.1 CEMITÉRIO MUNICIPAL DE BANANEIRAS .........................................................41 ............................................................................................44 10.1 CACHOEIRA DO RONCADOR ...................................................................................44 .............................................................................45 11.1 IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO....................................45 11.2 CRUZEIRO DE ROMA .................................................................................................48 11.3 CAPELA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS - (Capela do CCHSA)..........................50 .......................................................52 12.1 MERCADO PÚBLICO DE BANANEIRAS .................................................................52 ....................................................................................................54 13.1 MAPA AFETIVO DA CIDADE DE BANANEIRAS...................................................54 13.2 LEGENDAS DO MAPA DE BANANEIRAS DOS LUGARES ENCONTROS........55 14. TABELA DE LOCALIZAÇÃO .................................................................................56 ............................................................................................................58 4

Localizado no Brejo Paraibano, a 136km de João Pessoa, 70km de Campina Grande e 147km de Natal, Bananeiras é uma cidade centenária, berço de cultura, história e patrimônios arquitetônicos. Este fato lhe rendeu o tombamento de seu Centro Histórico, segundo Decreto Nº31.842, de 03 de dezembro de 2010/ IPHAEP. 5

Entendendo os lugares de sociabilidade e memória como “[...]formas de demarcação de espaço e de identificação cultural que consubstanciam o sentimento de pertencer a cidade” (TANNO, 2003, p.1), partimos neste Inventário para apresentar o mapeamento das diversas instituições que existiram na cidade de Bananeiras. Acreditamos que elas são espaços de memória social que precisam ser conhecidos e preservados. Tais instituições são memórias edificadas que, em parte, podem desaparecer no transcorrer do tempo pela ação do homem. Algumas resistem, existem, outras (a maioria delas...) se fazem presentes apenas nos escritos dos memorialistas, que em suas narrativas as tornam conhecidas para as futuras gerações. Viram pedaços de histórias, reminiscências de um passado que quando não registrado pode apagar-se. Em Bananeiras, por meio de uma gama de fontes coletadas, entre elas jornais de época, livros de memória e acervos pessoais, mapeamos e historicizamos algumas instituições de memória, que foram dispostas no quadro a seguir. Quadro1: Mapeamento das instituições de Sociabilidade de Bananeiras CLUBES 1. Clube Charadista Barburin; 2. Clube 8 de Dezembro; 3. Polimnia Club; 4. Bananeiras Clube; - 1939 5. Clube Jaú; 6. Clube dos Vinte; 7. Atalaia Esporte Clube; 8. 20 Sport Club; 9. Clube dos 11; 10. Clube 2 de dezembro; 11. Esporte Clube Xavier Júnior; 12. Clube Agrícola “Dr. José Augusto Trindade”; 13. Clube 4-S; 14. Clube10; 15. Centro popular bananeirense; 16. Primeiro Salão de Leitura da Cidade; GRÊMIOS 1. Sociedade Literária 1º de Maio; LITERÁRIOS, 2. Grêmio Literário Augusto do Anjos; SOCIEDADE E 3. Grêmio Literário Olavo Bilac; ASSOCIAÇÕES 4. Grêmio Literário John Kennedy; 5. Associação Bananeirense de Estudantes Secundários – ABES; 6. Associação Rural de Bananeiras; 7. Associação Atlética Banco do Brasil- AABB; 8. Grêmio Dramático “Francisco Barroso”; 9. Cooperativa Caixa Rural de Bananeiras; 6

BIBLIOTECAS 1. Biblioteca Antenor Navarro; CENTROS 2. Biblioteca Sólon de Lucena; 3. Biblioteca Dr. José Augusto Trindade; CULTURAIS 4. Biblioteca Arruda Câmara; MUSEUS 5. Biblioteca Durmeval Trigueiro; 6. Biblioteca José Antônio Aragão; INSTITUIÇÕES DE 7. Biblioteca Sinésio Guimarães; LAZER 1. Centro Popular Bananeirense; JORNAIS 2. Centro Cultural de Bananeiras; 3. Fundação Casa de Cultura Severino Lucena; - 1987 RÁDIO 4. Fundação Ed. Pedro A. de Almeida; 5. Centro Cultural Isabel Burity; -1991 6. Espaço Cultural Oscar de Castro; - 2009 7. Fundação “Dr Napoleão Rodrigues” 1. Museu Municipal Ivaldo Lucena; - 1991 2. Museu Municipal Simeão Cananéia; - 2007 3. Museu Escolar Círculo de pais e mestres “Leônidas Santiago”; 1. Estádio de Futebol Governador Clóvis Bezerra Cavalcanti; 2. Cine Excelsior; - 1948 3. Praça Epitácio Pessoa; - 1922 4. Praça da Matriz Nossa Senhora do Livramento; 5. Praça Pedro Almeida; 6. Praça Manoel Marcolino Marques (Conjunto Adelson Lucena) 7. Praça João Pessoa 8. Cine Educativo; 9. Cine Barlan; 10. Cinema Educativo “Celso Cirne”; 11. Ginásio “Alcides Bezerra”; 12. Ginásio Estadual de Bananeiras; 13. Praça Coração de Jesus; 1. “O Combate”; 2. “O Mirante”; 3. “Ensaio”; 4. “Labor” - 1897; 5. “Rebento” -1898; 6. “Rebentinho” -1899; 7. “Lápis” -1901; 8. “Cidade de Bananeiras” -1908 e 1940; 9. “Pharol” – 1909; 10. “Momento” – 1934; 11. “Vida Agrícola” -1947 (mudando de nome para “agro-lux”) 12. “Verdade” -1961 13. “Giro” – 1961 14. “O Renovador”; 15. Jornal estudantil “O saber”; 16. “O Momento”; 17. A Cidade 18. Era Nova 19. Encrenca 1. Muricituba; 1. Colégio do Dr. Luiz de Sá Lima; 2. Colégio Borborema; 3. Instituto Bananeirense; - 1914/1915 7

INSTITUIÇÕES 4. Colégio Sagrado Coração de Jesus; -1918 EDUCATIVAS 5. Patronato Agrícola Vidal de Negreiros; -1924 6. Colégio José Rocha Sobrinho; -2005 ENGENHOS 7. Colégio Profº Emília; - 1980 8. Grupo Escolar Umari PRÉDIOS 9. Escola de música municipal Maestro Severino Celestino HISTÓRICOS 10. Escolas municipais mistas CHAFARIZES 11. Escolas supletivas (baixadas do mel) 12. Grupo escolar Miguel Filgueira Filho em Vila de Tabuleiro 13. Escola São José 14. Grupo Escolar de Jaracatiá 15. Grupo Escolar de Lagoa de Matias 16. Grupo Escolar de Gamelas 17. Grupo Escolar “Dr. Dionizio Maia” 18. Escola Municipal João Paulo II em Roma 19. Escola Municipal Lindolfo Grilo na Chã do Lindolfo 20. Escola Normal; - 1984 21. Escola Xavier Júnior; - 1934 1. Engenho Roma 2. Canafístula II 3. coiós 4. Farias 5. Goiamunduba 6. Gamelas 7. Pau D’ Arco 8. Poções 9. Santo Antônio I 10. Santo Antônio II 11. São José 12. Tanques 1. Casarão da família Mendonça em Roma 2. Casarão do Barão de Araruna 3. Casarão das meninas 4. Correio e Telégrafo; - 1835 5. Complexo da Estação (Armazém, Túnel e Estação) 1. Chafariz localizado no Bairro Cassiano Cícero; 1951 2. Chafariz localizado na Rua de Areia; 1951 3. Chafariz localizado no Bairro Paravelho; 1951 4. Chafariz localizado na Rua Alfredo Guimarães 5. Chafariz localizado na Rua Presidente Castro Pinto CEMITÉRIO 1. Cemitério Municipal de Bananeiras. Séc. XX SÍTIOS Umari ARQUEOLÓGICOS Pedra Preta Gruta dos Morcegos PONTOS TURÍSTICOS 1. Cruzeiro de Roma 2. Lajedo Preto 3. Bica dos Cocos 4. Trilhas do Padre Ibiapina 8

INSTITUIÇÕES 5. Cachoeira do Roncador RELIGIOSAS 6. Trilha da Caverna 7. Trilha do Moura 8. Trilha da Bica das Almas 1. Igreja Matriz Nossa Senhora do Livramento; - inaugurada em 1865 2. Cruzeiro de Roma - construído em 1899 e inaugurado em 1901 3. Capela de São Francisco de Assis (CCHSA)- 1941 4. Capela São Sebastião - Chã do Lindolfo 5. Igreja São José - Vila Maia 6. Igreja Nossa Senhora do Carmo 7. Capela do Sagrado Coração de Jesus INSTITUIÇÕES 1. Mercando Público de Bananeiras PÚBLICAS MUNICIPAIS Fonte: Quadro produzido pelas pesquisadoras, 2020. Arévalo (2005, p.3), diz que os lugares de memória são “[...] antes de tudo, um misto de história e memória, momentos híbridos, pois não há mais como se ter somente memória, há a necessidade de identificar uma origem, um nascimento, algo que relegue a memória ao passado, fossilizando-a de novo”. Com isso, estes espaços contribuem para a constituição de uma memória social e coletiva, a partir do reconhecimento de algo em comum, de uma determinada cultura histórica. Neste contexto, tais lugares se tornam, assim, um “meio de acesso da sociedade a sua memória formadora, organizadora e portadora de sentidos” (ARÉVALO, 2005, p.4), bem como representam a oportunidade que os indivíduos possuem de se reconhecerem como sujeitos partícipes desta história. A “Memória Histórica” é uma espécie de registro catalográfico, que contém as principais informações coletadas sobre estes lugares. Tais esboços/resumos foram elaborados com registros colhidos nos livros de memória consultados, bem como em notícias de jornais e demais documentos com os quais tivemos contato (Cf. tabelas de fontes no item 2 deste relatório). Neste inventário, o leitor encontrará as memórias históricas dos espaços que encontramos registro nas fontes consultadas, bem como imagens de época que podem apontar subsídios para se pensar estes ambientes. 9

BANANEIRAS CLUBE Localização: Pedro A. B Dantas, s/n. F1: Desenho da Fachada do Bananeiras Clube Fonte: Jornal O Renovador, 27 de dezembro de 1964. A imagem acima retrata a fachada do futuro Clube de Bananeiras, publicada no Jornal Renovação como um espaço recreativo, esportivo e literário, construído para uma cidade “das letras”. A planta era do engenheiro Vauban Bezerra Farias, e surgiu a partir de um desenho adaptado do estudante José Cassiano, é o que anuncia o Jornal O Renovador (27 de dezembro de 1964), semanário local produzido pelo Clube. O Bananeiras Clube (B.C.) existe desde o ano de 19391, e foi criado pelo \"Dr. Agrícola Montenegro, Jamaci Andrade, Cloves Bezerra e José Bezerra, tornando-se palco de muitas reuniões sócio-culturais, encontros literários e festivos\" (SILVA, 2007, p.31). De início se localizava no \"velho casarão da antiga fábrica de cigarros\" (LUCENA, 1965, p.65), recebendo um terreno para a construção de sua nova sede2, que só aconteceria de fato no ano de 1968. Fruto de inúmeras campanhas, divulgadas pelo jornal do clube, os custos com a obra iam sendo coletivamente rateados com a comunidade, como podemos perceber nas notícias publicadas no Jornal O Renovador, entre elas a de 3 de janeiro de 1965: No próximo domingo, 10 do corrente, teremos um Bingo em Benefício da construção da sede do \"Bananeiras Clube\". Os prêmios serão, um garrote, oferta do industrial José 1 Assim cita Maria das Dores Guimarães, em documento aqui já citado, datado de 1983 2 A aprovação da compra do terreno obteve aprovação por meio da Lei Nº 211, de 28 de dezembro de 1962. 10

Rocha Sobrinho; um carneiro e um perú, oferta do fazendeiro Rildo Rocha. Cada cautela será vendida ao preço do Cr$ 1.000. Ajuda a construção do Clube. O jornal \"O Renovador - Semanário do Departamento de Cultura do Bananeiras Clube\" 3 foi um impresso criado pelo Clube para divulgar suas ações. Circulou pelo estado paraibano durante toda década de 1960, anunciando desde os eventos culturais e esportivos aos fatos cotidianos que se desenrolaram na cidade de Bananeiras. De Clube – famoso pelas grandes festas e comemorações - à time de Voleibol Feminino, e Futebol Masculino (o Bananeiras Futebol Clube), era este espaço agregador de múltiplas funções. Ainda sobre a atual sede do B.C., encontra-se localizada na Rua Pedro Almeida, no Centro. Foi inaugurada, no ano de 1968 pelo prefeito Mozart Bezerra, e até hoje resguarda os mesmos traços de sua construção. Ela traz em sua fachada as iniciais \"B.C.\", que construídas em cimento armado sustentam a edificação. Era um sinal de modernidade para os parâmetros arquitetônicos da época, em cidades como Bananeiras. F2 e F3: Fachadas construída na sede oficial do Clube Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa HEBP, 2019. As letras \"B\" e \"C\" da fachada não se encontravam no desenho original (cf. F1), e podem ter sido incorporadas depois ao projeto. Além, da parte esportista o Bananeiras Clube foi um grande difusor de cultura, havia um Departamento Feminino atuante, que promovia eventos festivos (para crianças), recreativos e esportivos (voleibol feminino). O Clube contava ainda com uma madrinha, eleita pela comunidade, que anuncia o jornal O Renovador (3 de janeiro de 1965), com a chamada “Soirée Dançante”, para a eleição da madrinha em uma festa carnavalesca. Ainda dando relevância a festividades que centralizava a figura mulher, o Bananeiras Clube 3 O Jornal se encontra digitalizado e disponível em nosso repositório História da Educação do Município de Bananeiras – HEB, no seguinte endereço: <http://www.cchsa.ufpb.br/heb/contents/arquivos/jornais/o-renovador-1964-1965>. 11

organizava a coroação da Rainha da Colheita, “[...] inegavelmente mais uma das grandes promoções que o Bananeiras Clube preparou para seus associados no decorrer do ano de 1964, a coroação da RAINHA DA COLHEITA que decorreu num ambiente bastante agradável. Abrilhantava a noitada a famosa e aplaudida orquestra \"Los Românticos del Caribe\" (O Renovador, 25 de outubro de 1964). Festas, atividades esportivas, trocas de experiências com times de outras cidades, dentre tantas outras práticas e lazer, fazem referência às memórias que o Bananeiras Clube resguarda em todos os seus anos de existência. Para Tanno (2003, p.1), “Os lazeres são práticas sociais entendidas como ocupação de determinados espaços, com os quais as pessoas identificam-se enquanto indivíduos e grupos sociais devido às redes de relações que são estabelecidas nesses lugares. São formas de demarcação de espaço e de identificação cultural que consubstanciam o sentimento de pertencer a cidade”. É com esta citação que tomamos o “Bananeiras Clube” como um lugar de memória em Bananeiras, espaço de história, tecido nas diversas relações. 3.2 FUNDAÇAÃO CASA DA CULTURA “SEVERINO LUCENA” Localização: Rua Cônego Cristóvão, n° 447. Severino Lucena nascido na cidade de Bananeiras, estudante do Liceu Paraibano, nomeado por meio de concurso público a carreira de telegrafista no Telegrapho Nacional. Filho de Sólon de Lucena ocupou as funções de Chefe de Gabinete do Presidente da Paraíba. Sendo destaque na cultura de Bananeiras, colaborando com o ensino no Instituto Bananeirense, e fazendo parte do Jornal Era Nova. Reconhecida pela Lei municipal n° 003/14 de abril de 19874, a Fundação foi aprovada na administração do prefeito Augusto Bezerra Cavalcanti Neto, como uma instituição de utilidade pública, sem fins lucrativos, dotada de Escola, Museu Biblioteca. Era administrada pelo poeta tabelião Dr. Ivaldo Lucena, que antes de seu falecimento solicitou a transferência da fundação para a Casa de Cultura Isabel Burity em 1991. Estava constituída de objetos históricos e bibliográficos, cujos materiais retratavam a história de Bananeiras, através de fotos, quadros, objetos de madeiras, livros, mobiliários, 4 Informação citada no Relatório Final de Projeto Responsabilidade Social, 2020. Disponível em: ile:///E:/Projeto%20uf%202020/Responsabilidade%20social/Projeto/relat%C3%B3rio%20final%202019- %20corrigido.pdf 12

cerâmicas e porcelanas, que relembravam os tempos no qual a cidade foi alvo no desenvolvimento rural, tendo participado ativamente da economia regional. 3.3 CENTRO CULTURAL ISABEL BURITY Localização: João Pessoa s/n. F4: Fachada do Centro Cultural Isabel Burity Fonte: Arquivo do projeto, 2020 O Centro Cultural Isabel Burity, foi fundado no dia 01 de setembro de 1991, pela administração da prefeita Marta Eleonora Aragão Ramalho. “A colaboração da prefeitura, dos escritores e fundações culturais foram de suma importância para o desenvolvimento das atividades do centro que tinha como objetivos atender estudantes, professores e demais interessados nos diversos aspectos culturais da cidade” (Jornal ‘O Município, Ano I, Número III, agosto de 1992. Pág.2). O Centro localizou-se no antigo prédio do Mercado Público e tinha a preocupação com “o desenvolvimento e a preservação da cultura, proporcionando Cursos, Reuniões, Encontros, Lançamentos de livros, Exposições Fotográfica e de Pinturas, entre outras atividades” (Idem, 1992). A instituição deu continuidade aos trabalhos da extinta fundação “Severino Lucena”, herdando seu acervo e mobiliário. Nele se instituiu a Biblioteca Dr. José Antônio Aragão, uma sala de estudos e o Memorial Ivaldo Lucena. O espaço tinha como objetivo atender estudantes, professores e os interessados em diversos aspectos culturais, desde do atendimento ao público concernente a pesquisas bibliográfica, orientação quanto à elaboração de trabalhos escolares, cursos de pinturas em tela, 13

exposições de telas e fotografias, trabalho na formação de museu histórico. O espaço proporcionou intercâmbio cultural entre as diversas Fundações e escritores objetivando dotar suas dependências de objetivos e livros atualizados e com assuntos diversificados, destacando-se a Fundação Gilberto Freyre, Fundação Menino de Engenho, Fundação Espaço Cultural, FAE, Editora do Exército, Universitária, Abril, entre outras, recebendo total apoio do Escritor José Otavio de Arruda Melo, Humberto Fonseca de Lucena, Mauricio Augusto de Almeida, Eno Teodoro Wank, e do próprio Edilberto Coutinho que sempre auxiliava com suas vindas5. Ainda em sua atuação, trabalhou com a publicação do jornal “O Município”, 6que circulou na cidade durante os primeiros anos da década de 1990. O Isabel Burity se transferiu para o prédio onde hoje se encontra a farmácia da Prefeitura da cidade, situado à rua Coronel Antônio Pessoa, esquina com a travessia Targino Neves, deixando de existir logo depois. Não conseguimos obter mais informações sobre os motivos que levaram a desativação do Isabel Burity, mas acreditamos na possibilidade de uma fusão entre ele, fundado em 1991, e o Espaço Cultural Oscar de Castro inaugurado em 2009, visto que o primeiro desempenhava a mesma função social do segundo. 3.4 ESPAÇO CULTURAL OSCAR DE CASTRO Localização: Rua Henrique Lucena Costa, 21. F5: Fachada do Espaço Cultural Prof. Oscar de Castro Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa HEBP, 2019 5 Jornal “O Município” Ano I- Nº VIII- Bananeiras- Paraíba- Agosto /1992. Pág.2. Disponível em: http://online.pubhtml5.com/vced/nnmi/ 6 Jornal “O Município” Disponível no Repositório HEB-UFPB: http://online.pubhtml5.com/vced/nnmi/ 14

O Espaço Cultural Oscar de Castro, e um ambiente utilizado para diversas ações culturais e turísticas desenvolvidas no município de Bananeiras- PB. Criado no governo de Marta Eleonora Ramalho pela Lei Nº 451, de 06 de Outubro de 2009, o Centro abriga as Secretarias Municipais de Cultura e Turismo, Desenvolvimento Agrário e Pesca, Esporte e Meio Ambiente, o Salão de Eventos Professora Hilda Guimarães, o Teatro Ivaldo Lucena, a Oficina de Artesanato Manoel Rodrigues, a Galeria de Artes Alexandre Filho e a Biblioteca Municipal Dr. José Antônio Aragão. O prédio apresenta fachada remetendo ao estilo arquitetônico moderno do século XX, com linhas que privilegiam tudo o que é simples, caracterizado principalmente nas formas que são básicas e na matéria-prima utilizada, como o concreto aparente, o aço e o vidro. Por sua vez as instalações são amplas e bem arejadas divididas em dois pavimentos. No térreo de entrada localizasse a Galeria de Artes Alexandre Filho, espaço utilizado para exposições de artes, feiras artesanais e gastronômicas. No lado direito fica a Biblioteca “José Aragão”, a Oficina de Artesanato Manoel Rodrigues e o Salão de Eventos Professora Hilda Guimarães. Já no lado esquerdo da entrada, fica o Teatro “Ivaldo Lucena”, com capacidade para 130 pessoas sentadas, palco este utilizado para apresentações teatrais, palestras, encontros pedagógicos, conferências etc. além, da copa e banheiros. No pavimento superior se encontram as Secretarias, uma sala da extinta Filarmônica “Lira dos Artistas” e uma sala de reuniões. 15

4.1 MUSEU DESEMBARGADOR SEMEÃO CANANÉIA Localização: Na praça Adelson Lucena, s/n. F6: Fachada do Museu Desembargador Simão Cananéia Fonte: Domínio Publico7 O Museu Municipal de Bananeiras, tem como sede a antiga residência do Chefe da Estação da antiga Rede Ferroviária Federal, após a execução de sua recuperação, através do projeto aprovado pelo FIC- Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos, do Governo do Estado da Paraíba. O Museu se constitui por seu acervo com peças que representam o desenvolvimento econômico e social do Município e, também a evolução dos meios de transporte e comunicação, além de fatos, pessoas e coisas que lembrem personalidades que contribuíram com essa evolução histórica. O imóvel construído para ser moradia do agente do trem em 1922 e foi destinado para ser o Museu Municipal de Bananeiras passa a ser denominado na gestão de Marta Eleonora Aragão Ramalho a partir da Lei Municipal nº 381, de 20 de dezembro de 2007, em parceria como Ministério da Cultura de “Museu Desembargador Simeão Cananéia” em homenagem ao Ex. Juiz Comarcano, fundador do Colégio Estadual de Bananeiras e emérito defensor da educação e da cultura do local. Seu nome rende homenagem a um cidadão paraibano pertencente à cidade de Remígio, Simeão Cananéia. 7 Disponível em: https://www.facebook.com/museusemeao.cananeia 16

A escolha do espaço para abrigar o primeiro museu da cidade estar atrelada a um prédio que representaria parte da história da cidade, e como algumas edificações do complexo já estavam sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal, nada mais propício para sediar o Museu. O regimento interno do Museu, em seu prefácio datado de 13 de novembro de 2015. Um fato curioso é a dissonância da escrita em vários documentos municipais e páginas institucionais do nome ―” Simeão Cananéia”. No regimento interno (2015) aparece ―Simeão Cananeia, no Inventário: exposto e reserva técnica (2017) e na identificação da placa da instituição (2009) apresenta-se ―” Simeao Cananeia”, e na Lei Municipal de criação da instituição nº.381(2007) mostra-se ―” Semeão Cananéia”. O prédio onde atualmente está localizado o Museu Municipal Desembargador Simeão Cananéia pertence ao conjunto arquitetônico da Estação Ferroviária, que está constituído pelo Túnel da Viração. O Museu possui um pequeno acervo exposto, fruto de doações dos moradores. Ele contempla as coleções de porcelana, móveis de época, artesanatos, peças de uso doméstico, documentos históricos, estátuas religiosas, bustos, quadros, pilões de madeira, máquinas de época, lamparinas, entre outros objetos. Este acervo está disposto em prateleiras, num ambiente sem climatização adequada, alguns deles expostos a poeira e a umidade. Contando com espaços denominados: sala de apresentação, área central, sala dos objetos antigos, sala dos artesanatos, sala de multimidia, espaço de passagem, e área externa. 4.2 MUSEU IVALDO LUCENA Localização: Não encontrada até a finalização desse projeto. A Lei Municipal nº 16/91 de 3 de dezembro de 1991, cria o Museu Municipal e lhe concede o nome de Ivaldo Lucena, com a justificativa de que o Museu é prova do amadurecimento cultural de um povo que reúne marcos referenciais as suas histórias para que serva as gerações vindouras. O Museu Municipal de Bananeiras foi obra pioneiras e muitas vezes isoladas do seu filho Ivaldo Lucena, prematuramente desaparecido. Nada mais justo que o Município encampe esta iniciativa particular, dando-lhe garantia de continuidade na sua obra e na sua memória. O Museu da cidade de Bananeiras nasce com o compromisso de acompanhar e registra a vida da cidade, suas origens e desenvolvimento, seu presente e seu passado até onde for possíveis reflexões fatos e acontecimento que contribuíram e canastro em seu destino. O Museu é um local destinado ao estudo, a reunião e a exposição de objetos representativos da vida da cidade, de peças e obras de arte, documentos e fatos, um lugar destinado a prestar serviços. 17

5.1 CINE TEATRO EXCELSIOR/ CINEMA DO PADRE Localização: Praça Epitácio Pessoa, s/n. F7: Fachada do Cine Teatro Excelsior Fonte: Acervo do projeto, 2020 Em 1940, em Bananeiras havia dois cinemas: um conhecido por 'Cine educativo', pertencente a Escola Agrotécnica Vidal de Negreiros, e o outro “Cine Teatro Excelsior” (ver F5), que pertencia à Paróquia Nossa Senhora do Livramento, matriz da cidade. Ficando assim conhecido como “Cinema do Padre” (COSTA, 2011 p.47). O dinheiro arrecadado na bilheteria era revertido para a Paróquia. Segundo o Livro do Tombo8 registra: Foi inaugurado, nesta cidade de Bananeiras, na primeira semana de outubro de 1948, dia 8, o Cine Teatro Excelsior, pertencente ao patrimônio da Matriz de N. Senhora do Livramento e à Sociedade São Vicente de Paulo9, da mesma Matriz de Bananeiras. Pelo que ficou estabelecido e aprovado em ata, pelos confrades vicentinos, a Sociedade entrou 8 Livro de Tombo do Padre Zé Diniz, Disponível em: https://expressopb.net/2016/05/20/o-livro-de-tombo-do-padre- ze-diniz-2/. 9 Apontado na legislação: Art.1º. a) Sociedade São Vicente de Paulo de Bananeiras, executará melhoramentos no salão de exibições cinematográficas do 'Cine Teatro Excelsior', de acordo com o plano traçado pelo chefe da Edilidade, aumentando sua capacidade para duzentos e cinquenta lugares, devendo para completar os referidos lugares, serem os mesmos preenchidos com cadeiras trivoli. b) Fará alterações nas paredes internas do prédio em referência, modificação no palco ali existente com adaptação própria para colocação de uma tela panorâmica, instalando máquina e projetores de sons novos. c) Remodelará a fachada do referido prédio, de conformidade - com a exigência do poder executivo, fazendo marquise, abertura de porta com lugar apropriado para colocação de cartazes, etc. d) Usará o dito prédio por si ou terceiros sob sua responsabilidade para finalidades exclusivamente sociais, tais como: Cineteatro, reuniões festivas, culturais e etc. (Lei Nº181, de 30 de novembro 1957). 18

com uma parte das despesas, fazendo o mesmo, o Patrimônio da Matriz de Bananeiras, com a condição dos lucros serem divididos em partes iguais. O Cine Excelsior localizava-se na praça central de Bananeiras, defronte ao coreto erigido sobre o canal que corta a cidade. Monsenhor José Diniz acumulava as funções de propriedade e censor. O operador era um rapaz alto, magro, muito querido pela população local, que carinhosamente o chamava ora de Zé Friso, ora de Zé do Padre. (SOARES, 2017, p 20) Com uma única porta de entrada, janelas na parte superior e um pequeno acesso a bilheteria na parte inferior. O prédio era estreito e comprido. As cadeiras (poltronas) eram de madeira, apropriadas para os cone-teatros da época. (SOARES, 2017, p 20). Também existia um pequeno palco e uma sala de projeção. A programação do cinema era composta desde filmes históricos à bíblicos, na maioria em preto e branco. As sessões eram aos sábados e domingos, e tinham a venda dos ingressos anunciadas por meio de uma música característica do cinema. Os filmes vinham em rolos, comumente em número de três. Na maioria das vezes, chegavam a Bananeiras, Moreno (Solânea) e Araruna através das “sopas” de Manuel Soares. Assim sendo, era comum, em épocas de inverno, os filmes começarem atrasados. As sopas, para chegarem a Bananeiras no inverno, tinham que ter os pneus revestidos com malhas de correntes de ferro, como se faz na neve. Isso atrasava as viagens. (SOARES, 2017, p 21) No cinema, denominado “Cinema do Padre”, não era permitido algumas cenas No período da tarde, o padre assistia sozinhos ao filme que iria passar a noite, era quando ele fazia seu trabalho de censura. É por isso que no Excelsior nunca passou uma cena de beijo. Quando Roy Rogers ia beijar a mocinha, aparecia na tela aquela “mãozona”, com aqueles dedões tão conhecidos por todos, e então tome-se vaias e gritos de ladrão, ladrão, e etc. (SOARES, 2017, p 22) A programação deste cinema era mais religiosa, exibindo \"filmes variados, principalmente relacionados a episódios religiosos, a exemplo da Paixão de Cristo na Semana Santa, e o Nascimento de Jesus no mês de dezembro, reforçando o espírito devocionário do mês seguinte, com a tradicional Festa de Reis\" (GONÇALVES, 2011, p.47-48). Os filmes passavam simultaneamente em Solânea e Bananeiras e para que isso acontecesse havia um menino responsável para levar e buscar os rolos de filme Em Solânea a projeção iniciava-se antes. Ao término do primeiro rolo, um menino numa bicicleta descia a ladeira para Bananeiras transportando este rolo para o Excelsior. Voltava imediatamente para buscar o segundo rolo, e assim sucessivamente. Quando havia algum atraso, as pessoas conversavam e algumas até iam para o lado de fora do cinema, fumar e esperar o menino da bicicleta. (SOARES, 2017, p 24) 19

A partir do projeto de Lei Municipal Nº6, de 7 de dezembro de 1948, a Câmara Municipal de Bananeiras autoriza o prefeito municipal a conceder a Sociedade Vicente de Paula a ocupação de maneira gratuita do prédio, localizado na Praça Epitácio Pessoa, para neste local instalarem um cineteatro. O prédio passou por reforma e esse ficou a funcionar em um prédio da prefeitura do outro lado da praça, voltando ao original no padrão 36mm (Cinemascope10). Atualmente o prédio do cine Excelsior ainda existe depois de uma reforma a fachada foi modificada e o nome foi retirado. Internamente não existem mais as cadeiras, ficando do formato original o único e pequeno palco central. No prédio no dado presente funciona como clube de apoio aos encontros dos escoteiros da cidade. 5.2 CINE EDUCATIVO E O ‘CINE BARLAN’ Localização: Não encontrada até a finalização desse projeto. O cine educativo da Escola Agrotécnica, funcionava nas quartas, sábados e domingos, tendo como principal meio de transporte para seus expectadores dois veículos; um caminhão e uma Marinete. Sobre ele destaca Costa (2011, p.47) O cinema inicialmente na Escola aos sábados e, as vezes quartas-feiras era um programa duradouro e mais disputado que ele, uma vaga na marinete de Mané Migué. Os rapazes da escola mandavam uma banca nesses dias. As donzelas da cidade enchiam de perfume e graça o acampamento do patronato E o denominado “Cine Barlan”, do filho de Manuel Soares11, que era apaixonado por cinema, encontrou uma revista que citava um projetor de filmes para crianças, seu pai comprou para o presentear. O conjunto era constituído por uma caixa de baquelite, contendo uma lâmpada que projetava luz sobre o filme (papel transparente com as imagens desenhadas, nas quais passavam por uma lente de aumento e projetavam-se na tela com dimensões aumentadas) (SOARES, 2017, p 87) O menino logo fundou em seu quarto, no fundo do quintal, o Cine Barlan de Bananeiras. A entrada custava dez tostões, que chamávamos de “dez tões”, mais o menos o equivalente a um real de hoje. O sucesso foi tremendo. A minha mãe, na porta da frente cobrava as 10 O CinemaScope foi uma tecnologia de filmagem e projeção que utilizava lentes anamórficas criada pelo presidente da Twentieth Century Fox em 1953. 11 Até a finalização desse projeto não foram encontradas informações de quem seria. 20

entradas, já tínhamos até uma espécie de ingresso, quanto eu era o operador (rodava a manivela) (SOARES, 2017, p 88) O sucesso do Cine Barlan de Bananeiras foi tanto que seu Manuel Soares teve que proibir seu filho de continuar com as seções a pedido do dono do Cine Excelsior pois a concorrência estava atrapalhando o seu negócio. 5.3 PRAÇA EPITÁCIO PESSOA Localização: Praça Epitácio Pessoa, n/s. A Praça Epitácio Pessoa, situada na rua de mesmo nome, foi construída na parte central da cidade, sendo ponto dos principais eventos do passado até os dias atuais. Teve sua inauguração em 7 de setembro de 1922, (quando se comemorava o centenário da Independência do Brasil), construída às margens do Canal do riacho de Bananeiras, onde contam os historiadores que foi nesta praça o local onde existia uma lagoa, cheia de pacoveiras, originando-se o nome de Bananeiras. F8: Recém construída, Praça Epitácio Pessoa 1922 F9: Vista para a Praça Epitácio Pessoa Fonte: Domínio Público 12 Fonte: Domínio Público13 Revestida de árvores e jardins e fícus Benjamin, localiza-se em seu centro um Coreto (F9), construído ainda no início da década de 1920. Mais, em 1968 seu lugar, foi implantado o Bar do Seixo. Demolido para a atual construção do Coreto de Marcos Ribeiro (F10), assim intitulado segundo Lei Municipal Nº 761, de 10 de agosto de 2017. 12 Disponível em: GENEALOGIA SERTANEJA: BANANEIRAS - PB (FOTOGRAFIAS ANTIGAS) 13 Disponível em: Google Maps 21

F10: Inauguração do coreto, 1922 F11: Coreto que foi inaugurando em 2017 Fonte: Domínio Público14 Fonte: Domínio Público15 Ainda na praça se encontra foi erigido um pelourinho alusivo ao Centenário da Independência, até hoje preservado pelo poder Público Municipal. F12: Escultura de Bananas na Praça, referenciando a cidade. Fonte: Domínio Público16 O local sempre se destacou como sendo ponto de encontro dos bananeirenses, realização de eventos, desfiles cívicos e comemorações eletivas de partidos políticos, parada obrigatória dos turistas. 14 Disponível em: GENEALOGIA SERTANEJA: BANANEIRAS - PB (FOTOGRAFIAS ANTIGAS) 15 Disponível em: Bananeiras - Brejo Paraibano 16 Disponível em: https://www.flickr.com/photos/145397692@N06/31412728940 Acesso em: 04/03/2020 22

6.1 INSTITUTO BANANEIRANSE Localização: Henrique Lucena, 194-280. F13: Fachada do Instituto Bananeirense, no ano de 1921 Fonte: Acervo Revista Era Nova, 1921 Segundo o livro “Memórias de um Brejeiro”, o Instituto Bananeirense foi fundado no começo do século XX, entre 1914 ou 1915. Na área da educação, a obra mais destacada que houve no ano passado, foi a Fundação do Instituto Bananeirense, fundado em 1906, sob a iniciativa de Dionísio Maia, Sólon de Lucena, Francisco Falcão, e Álvaro Carvalho, cujos pioneiros souberam incutir no espirito de cada usuário uma concepção de ensino teórico e prático, transmitindo esses ensinamentos sobre os diversos aspectos. (SILVA, 1997, p.72) O instituto ficava localizado onde atualmente fica próximo ao ginásio o Ramalão, teve uma atuação muito importante e proveitosa na educação de várias gerações de jovens, numa época em que era muito difícil manter, no interior, um educandário daquele gênero em meio tão hostil. O estabelecimento foi uma instituição que teve várias fases de esplendor e hibernação. Em 1919, tendo a frente Dionísio Maia, auxiliado por Pedro de Almeida, Pedro Anísio Maia, Pedro Leão, Cristóvão Ventura, José Fabio, Antônio Rabêlo, possibilitando um desenvolvimento relativo, já amadurecido. (SILVA, 1997, p.72) Tendo em 1922 vendo passar por uma crise que resultou no fechamento do educandário e o abandono do diretor da época o professor Pedro Augusto de Almeida, porém o professor 23

Orlando Miranda Henrique 17com grande esforço reuniu elementos para a difícil e árdua tarefa de reorganizar o instituto. Com a delicadíssima situação o professor Orlando Miranda Henrique, que era um moço culto, idealizado, aceita sua convocação para mister, horando assim o nome de José Sinzenado de Miranda Henrique 18 seu genitor, lançando a grande luta para assegurar ao ‘velho instituto bananeirense’, o conceito e o prestigio que desfrutava as direções anteriores. O Instituto reorganizou-se, em bases educacionais firmes, convocando para o seu corpo docente os elementos mais competitivos, que assegurou conceito e confiança. 6.2 COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS Localização: Dr. Dionísio Maia s/n. F14: Fachada do Colégio Sagrado Coração de Jesus, no ano de 1922 Acervo: Revista Era Nova, 1922 O Colégio Sagrado Coração de Jesus surge a partir da iniciativa das famílias mais abastadas da cidade de Bananeiras na época, intituladas como “Rocha, Coutinho, Anísio Maia e Bezerra Cavalcanti”. Surge em Bananeiras em 1918, numa época de muitas transformações vivenciadas pela cidade, privilegiada com um clima tropical e em determinadas épocas do ano com uma temperatura baixa, típicas de regiões serranas. 17 Até a conclusão desse projeto não foram encontradas maiores informações de quem seria. 18 Criador do Colégio Borborema em 1835 (SILVA, 2016) 24

O Colégio Sagrado Coração de Jesus, foi fundado, no dia 2 de fevereiro de 1918, por iniciativa do cônego Cristovão Ribeiro Ventura, sendo arcebispo da Paraíba e Exmo. Sr. Dr. Adauto Aurelio de Miranda Henrique, cujo dinamismo e boa vontade devemos esse grande empreendimento. (PINTO, [S.l:s.n], p.84) Com o objetivo de educar as jovens do sexo feminino, na área profissionalizante com formação pedagógica nos cursos primário, normal, ginasial e pedagógico, no regime de internato ou externato, lá elas recebiam todos os ensinamentos necessários para utilização na vida profissional, sua pratica de ensino era baseada na religiosidade na instrução e na formação moral. O prédio tornou-se residência das irmãs Dorotéia com a missão de também ensinar as jovens as atividades domésticas e de educação. A capela, que faz parte do complexo, foi construída pelo Padre Malagrida, depois, graças a iniciativa de Leopoldo Bezerra Cavalcanti, Mosenhor Cristóvão Ventura, foi realizada a construção do referido Colégio. Começou a funcionar num prédio de primeiro andar, na praça Coração de Jesus, não satisfazendo plenamente o prédio, mesmo com sede provisória conseguiu o Cônego Cristovão Ribeiro Ventura, com o prefeito, a construção de mais salas de aulas por conta da municipalidade de maneira que melhor possibilitas se a permanência do colégio até fevereiro de 1919, quando foi transferido a sua sede própria embora ainda em construção e que nada obstante as grandes obras realizadas pela atual diretoria. (PINTO, [S.l:s.n], p.85) A história dos Cursos Normais e da Escola Normal em Bananeiras caracterizava-se como um lugar que amplia um modele de educação a partir da diferença sexual. De influência europeia, mais precisamente de orientação francesa, a escola normal tornar-se modalidade de ensino e importante ferramenta na construção do saber, das normas e técnicas indispensáveis para a formação dos professores. O Colégio Sagrado Coração de Jesus foi administrado, pelas Irmãs de Santa Dorotéia ─ irmãs de caridade de uma ordem religiosa que iniciou suas ações ainda no século XIX num povoado situado aos arredores de Génova, na Itália, e que passaram a atuar em diversos países incluindo o Brasil. Tendo como fundadora a beata Paula Ângela Maria Frassinetti nascida em 3 de março de 1809 em Gênova, juntamente com seus quatro irmãos seguiu a vida eclesiástica, abriu uma pequena escola para atender a meninas carentes dando-lhe inicialmente o nome de Instituto das Irmãs de Santa Fé. Logo a instituição se expandiu para Roma, onde foi fundada a Casa Geral, de onde partiram para outras cidades da Itália. As instituições escolares regidas por esta ordem passaram a trabalhar com duas formas de ensino: 1. Por meio de escolas particulares, voltadas para atender as meninas de classe social abastada, e 2. Através do ensino gratuito, ofertado para crianças consideradas humildes, marginalizadas e/ou desfavorecidas. 25

Ao chegar à cidade de Bananeiras o prédio já existia, pertencendo à diocese de Guarabira. O colégio funcionava desde 1918, porém só foi reconhecida pelo “[...] decreto de Nº200, em 19 de outubro de 1931”19 adquirindo personalidade jurídica apenas em 12 de dezembro de 1946. Atualmente o prédio é propriedade da Diocese de Guarabira e encontra-se em funcionamento a Escola Fundamental Profa. Emília de Oliveira Neves da Prefeitura Municipal de Bananeiras. 6.3 E.M.E. F “PROFESSORA EMÍLIA DE OLIVEIRA NEVES” Localização: Dr. Dionísio Maia s/n. F15: Vista frontal da Escola Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa HEBP, 2020. A escola foi inaugurada em 1980, está se chamava Centro Integrado de Educação que posteriormente com o falecimento de uma professora natural de Caiçara, chamada Emília de Oliveira Neves, bastante conhecida na cidade de Bananeiras-PB que lecionou em algumas escolas incluindo a Escola Estadual Xavier Júnior, na qual teve sua vida dedicada à educação e, por isso, quando faleceu em 26 de maio de 1983, o então prefeito, José Francisco de Almeida (Eleito em 1977 a 1983), fez uma homenagem póstuma paraela na qual a escola passou a ser chamada de Escola Municipal de Ensino Fundamental “Prof.ª. Emília de Oliveira Neves”20 19 Lei citada no Livro: Bananeiras Visão do Passada. 1ºed 20 Emília de Oliveira Neves foi uma professora natural do Município de Caiçara, que nasceu em 26 de abril de 1900 e faleceu em 26 de maio de 1983, dedicou sua vida profissional a educação, lecionando em uma escola estadual no município de Bananeiras durante toda a sua vida. (Informações retiradas do PPP da própria esola) 26

Posteriormente com o número sempre crescente de alunos o prédio onde funcionava a escola está não comportou mais o número de estudante o que fez com que o município locasse o atual prédio para o funcionamento da escola. A atual estrutura física da Escola Municipal de Ensino Fundamental “Prof.ª. Emília de Oliveira Neves”, foi fundada em 1917 pelo Cônego Cristovão, Mons. Pedro Anísio, Antônio Barbosa e Alfredo Pessoa Guimarães, para o funcionamento do Colégio Sagrado Coração de Jesus, iniciou-se suas atividades no dia 2 de fevereiro de 1918, dirigida pelas Irmãs da Ordem Dorotéias para a instrução de meninas no internato. Com o tempo acabou fechando as portas no ano de 1975. Pelo fato de ser um prédio antigo, resguarda as características do estilo eclético da época, juntamente, com a capela ao lado, a pintura em tons pastéis denota a história centenária por onde após ser locado funcionaram outras escolas, como por exemplo, o José Rocha Sobrinho, até o EMEON fixar-se naquele local, assim, ambiente carregado de histórias desde ao chão até as paredes. Mantendo suas atividades em Fundamental II — manhã das 7 às 11hrs; à tarde das 13 às 17hrs — e o EJA, comumente, à noite. Atendendo cerca de 1000 (mil) alunos da zona rural e urbana, assim, ofertando 15 salas, uma diretoria, secretária, sala dos professores, auditório, almoxarifado, biblioteca, laboratório de informática, sala de vídeo-áudio, arquivo morto, cozinha, área de lazer e banheiros. 6.4 PATRONATO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS Localização: João Pessoa, n/s. F16: Patronato Agrícola Vidal de Negreiros, 1924 Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa HEBP, 2020. 27

O Patronado Agrícola Vidal de Negreiro, criado em 1924, foi uma instituição responsável por receber memores enviados por juízes de direito, delegados, pais adotivos, entre outros, eram em geral menores que viviam na promiscuidade e recebiam no Patronato formação profissional nas áreas de agropecuária, ensino, pesquisa e extensão rural. Os jovens eram dirigidos ao Patronato não por vontade própria, mas por ordens de terceiros, após alguns anos é que foram matriculados nesta instituição os filhos de agricultores e menores órfãos da região. Essa instituição desde a sua fundação vem beneficiando toda a região nordestina, empresas públicas e privadas, instruindo profissionais em agropecuária (Técnico em agropecuária e agroindústria), além de ministrar curso Pós médio da área agropecuária e outros segmentos) (SILVA, 2016, p.55) O Patronato era um espaço relegado a maioria dos excluídos da sociedade, como a que sofriam pela infância marginalizada, a eles era dado a formação necessária principalmente para o trabalho braçal, como agricultura e pesca. A educação as classes sociais baixas tinham como objetivo principal regenerar a pessoa do vício e do crime, deveria servir como instrumento de moralização do povo e assim também formar aqueles em que as classes mais abastadas se apoiariam para seu próprio engrandecimento. “O Patronato era mais uma casa de reajustamento, senão de correção. Era fechada, por sua finalidade, a convivência da pequena e orgulhosa cidade” (LUCENA, 2003, p.70). O objetivo principal de se criar Patronatos pelo Brasil, surgiu da necessidade que tinha o governo federal de amparar esses memores, que viviam na promiscuidade, marginalizados, para que recebessem ensinamentos básicos de agricultura, criação de animais, mecanização agrícola, estudos pré-militares e de bons procedimentos na sociedade. (SILVA, 2016, p.55) O Patronato Agrícola instituído pelo decreto de 1920, também proclamou as relações sociais e de poder decorrentes desses debates travados sobre modernidade, escolaridade e produtividade no início da República. 28

6.5 COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS Localização: Campus III UFPB, n/s. F17: Entrada do Colégio Agrícola Fonte: Domínio Público Criado pelo decreto de Lei Nº14.118, de 27 de março de 1920 (inaugurado a 7 de setembro de 1924), o nome Patronato Agrícola “Vidal de Negreiros” ministrava o curso primário e a formação para o trabalho agrícola para menores desvalidos. Passou para administração estadual pelo Decreto Nº 20.185, de 7 de julho de 1931, tendo sido modificado o seu regulamento passou a denominar-se como “Instituto Agronômico Vidal de Negreiros”. Em 1934 volta-se para a administração federal, pelo Decreto Nº 24.115 de 12 de abril, obtendo o nome de “Aprendizado Agrícola da Paraíba”. A partir da Lei Orgânica de ensino, pelo Decreto Nº 22.526 de 22 de janeiro de 1947 (publicado no diário oficial de 25 de janeiro do mesmo ano), passou a denominar-se como “Escola Agrotécnica Vidal de Negreiros”. Finalmente em 1964, pela Lei Nº 3.558 de 13 de fevereiro de 1964, passou então a se chamar definitivamente como “Colégio Agrícola Vidal de Negreiros”. Entre suas finalidades estão a promoção da educação profissional nos níveis básico e técnicos, voltado para a formação profissional nas áreas de Agropecuária e Agroindústria, assim como garante a formação de seu corpo discente no Segundo ciclo curso técnico, com duração de três anos expedindo aos que concluírem o diploma de técnico agrícola, com a lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961, diretrizes e bases da educação nacional foram reestruturados os cursos que o estabelecimento ministrava passando os mesmos a denominação de Curso Agrícola (1º ciclo com duração de 4 anos) e o colegial agrícola (com duração de 3 anos) conferindo o diploma de mestre 29

agrícola aos concluintes do 1º ciclo e aos concluintes do segundo ciclo o diploma de técnico. (PINTO, [S.l:s.n], p.88) Patrimônio histórico de Bananeiras, traz em seu interior a residência dos antigos diretores21, fundada em 1922. Ela tinha a finalidade de receber os diretores que vinham de outros estados e não tinham onde morar. No ano de 1940 a casa recebeu uma reforma que expandiu sua estrutura, ganhando mais um cômodo. A Universidade Federal da Paraíba, atual Campus III, passou a compor o cenário do CAVN no ano de 1955, estando a antiga residência dos diretores do patronato, a receber, naquele período, os diretores do Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias – CCHSA. 6.6 GRUPO ESCOLAR XAVIER JÚNIOR Localização: João Pessoa n/s F18: Fachada do Grupo Escolar Xavier Júnior, em 2020 Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa HEBP, 2020. Sendo o primeiro Grupo Escolar construído em Bananeiras, no ano de 1930 com verbas de emergência pelo governo do interventor Antenor Navarro, ao que deram o nome de Grupo escolar Xavier Junior, em homenagem ao jovem advogado que foi vítima de um acidente automobilístico, não era um local apropriado nas proximidades da cadeia, todavia para 21 Atual Centro de Documentação do Campus III. Saiba mais sobre esta Residência no seguinte endereço eletrônico: http://www.cchsa.ufpb.br/heb/contents/menu/acervos-digitais/patrimonio-historico 30

aproveitar as paredes externas inacabada de uma construção iniciada em época da calamidade pública conclui-se aí a construção do referido grupo. (PINTO, [S.l:s.n], p.84) O prédio resguarda as características do estilo eclético da época, o Xavier Júnior foi construído para ser um grupo escolar símbolo de progresso educacional para a época, instituído por meio do Decreto nº 521, de nove de junho de 1934 e inaugurado em 04 de setembro de 1934, em Bananeiras/PB, esta nova organização da instrução estava centrada na escola graduada e seriada, trazido com a proposta de disciplinar o ensino implantando regras, horários e todos os instrumentos necessário para a obtenção de um ensino de qualidade, a escola constantemente estava evolvidas em projetos com a criação, por exemplo, de ‘Clube Agrícola’, associação de ‘Esporte Clube’. Foi no dia 4 de dezembro de 1934, por iniciativa do Dr Gratuliano de Brito, somando forças ao prefeito municipal, Cel. José Antônio da Rocha, que se inaugurou na cidade de Bananeiras, o primeiro grupo escolar, a nível estadual, criado através do decreto nº 521 de 9 de junho de 1934. (SILVA, 2016, p.59). [...] A instituição escolar teve como a primeira diretora a Sra. Maria Gabino Bezerra Cavalcanti, conhecida por Dona Maroca, depois assumiu a professora Emilia de Oliveira Neves e tendo como adjuntas: as professoras Etelvina de Albuquerque Câmara e Alice Ramalho Leite. (SILVA, 2016, p.59) Um novo progresso além da implantação do grupo escolar foi um dos feitos obtido pela professora de grande destaque na cidade Emília de Oliveira Neves então gestora da instituição que com base na iniciativa da criação da Cooperativa Escolar Pe. Gabriel Toscano, a fim de sustentar o Jardim de Infância. (BARBOSA, 1984). Teve início neste local o primeiro Jardim de Infância, inaugurando, a educação escolar pública para as crianças menores de sete anos. No ano seguinte a Professora Maria Gabino, assume o cargo de auxiliar de inspeção técnica, ficando assim, todas as escolas do município, estaduais ou particulares, subordinadas à Inspetora Técnica do Estado. Não obstante a árdua lida de ensinar a ler, escrever e contar, o corpo docente, empenhado em nivelar os conhecimentos dos alunos e contando com a colaboração valiosa dos agrônomos José Damasceno da Silveira e Alfeu Rabelo, fundaram nessa escola o Clube Agrícola Dr. José Augusto Trindade. (SILVA, 2016, p.60) Ainda na direção de Maria Gabino, foi criado o jornal estudantil “O Saber”, um museu escolar, instituído o Círculo de Pais e Mestres “Leônidas Santiago”, o cinema educativo “Celso Cirne”, para arrecadar fundos para suprir as necessidades escolares dos alunos reconhecidamente pobres. Maria Gabino fica à frente da direção escolar durante dez anos, 31

Quando em 1944, apoiada por uma aposentadoria digna, deixou a direção sob a responsabilidade da professora Emília de Oliveira Neves, que implantou o espírito de cooperativa nos alunos do estabelecimento, fundando a Cooperativa Escolar “Padre Gabriel Toscano”. (SILVA, 2016, p.60) Emília Oliveira afasta-se de suas funções em 1957, e assumi a direção escolar a professora Vinícia Santa Cruz, que já era professora e orientadora do Ensino Supletivo, ficando à frente da escola até 1961, sendo posteriormente substituída pela professora Raimunda Rodrigues de Lima, conhecida como Dona Clemilda. Visando melhorar a qualidade de ensino e aprendizagem rural, a professora Raimunda criou o Clube 4-S, com orientação das Extensionistas Domésticas da então ANCAR- PARAIBA, que viria substituir o Clube Agrícola “Dr. José Augusto Trindade”. Ainda na direção da professora Clemilda, foi fundado o Esporte Clube Xavier Junior. Deixando a direção em 1972, nas mãos da professora Maria Carmelita Ribeiro, novamente nomeada ao cargo, que deu continuidade às atividades didáticas. (SILVA,2016, p.61) No ano de 1971 o grupo se tornou Escola Estadual ‘Xavier Júnior’, em decorrência da reforma de ensino instituída pela lei federal 5692/7 este atendendo os estudantes do município. Em 1992 a escola tomou novos rumos com a nova direção assumida pela professora Raíres de Araújo Oliveira e vice diretora Josefa do Livramento Vital de Lima, ministrando uma equipe de professores que atendiam na época em torno de 580 alunos. 6.7 COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ ROCHA SOBRINHO Localização: Dr. Dionísio Maia. F19: Fachada do Colégio José Rocha Sobrinho Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa HEBP, 2020. 32

O Colégio José Rocha Sobrinho 22 é um colégio de extremo destaque no município de Bananeiras, a instituição intitulada como José Rocha Sobrinho foi fundada segundo o decreto da 2ª região de escolas estaduais pelo decreto de 2.946/10.11.62 oferecendo o ensino de 1º e 2º grau disponibilizando da 5ª a 8ª serie. Semeão Cananéia foi diretor fundador do Colégio Estadual José Rocha Sobrinho, da Campanha de Educação de Menores e do \"o Renovador\", periódico que circulava na cidade de Bananeiras e foi o juiz da comarca de Bananeiras por vários anos. O colégio se instalou em vários locais até se fixar em 2005 no seu atual endereço na Avenida Pedro Gondim, cidade alta, entre eles o prédio do atual PETI e em 1975 se instalou no prédio do antigo Sagrado Coração de Jesus na rua Castro Pinto, Bairro: Centro, funcionando até a criação de seu atual prédio em 2005. Atualmente foi instalado o projeto escola cidadã integral mais especificamente no ano de 2018, esta atende aos jovens de Bananeiras e municípios circunvizinhos disponibilizando o ensino médio regular e o técnico além de educação a nível médio para jovens e adultos. 6.8 E. NORMAL ESTADUAL PROFESSOR PEDRO AUGUSTO DE ALMEIDA Localização: Conjunto Major José Augusto Bezerra Cavalcante s/n. F20: Entrada da Escola Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa HEBP, 2020. 22 José Rocha Sobrinho foi prefeito do município de Bananeiras, eleito em seu primeiro mandato em 1959 a 1963 e reeleito de 1969 a 1973 (SILVA, 2016). 33

Pedro Augusto de Almeida nasceu em 3 de setembro de 1894, no Engenho Várzea em Areia. Foi nomeado em 29 de janeiro de 1917 ao cargo de Agente Fiscal da Mesa de Rendas de Bananeiras, pelo então presidente do estado Francisco Camilo de Holanda. Tomando gosto pelo ensino, pediu demissão do emprego de Fiscal, sendo em 25 de maio de 1918 Regente do Ensino em Bananeiras. Em sua longa caminhada na educação de também atuou como Diretor do Instituto Bananeirense (SILVA, 1997). Começou suas atividades em 1975, com um curso profissionalizante pedagógico, concomitantemente, ao Colégio Estadual José Rocha Sobrinho, que nesse período se instalou no prédio (endereço) no qual anteriormente funcionava o Colégio Sagrado Coração de Jesus, por iniciativa do Exmº Sr. Governador do estado Dr. Clóvis Bezerra Cavalcanti, nomeado prefeito de Bananeiras entre os anos 1945 a 1946. Em 1982, por conta da grande necessidade de uma estrutura que comportasse os estudantes, o então, em vigência prefeito do município Dr. Augusto Bezerra Cavalcanti Neto, deu seguimento a construção desse novo colégio que tinha por objetivo formar profissionais da educação por meio do magistério, sendo inaugurado em 24 de fevereiro de 1984 na zona leste da cidade. A escola recebe o nome de Professor Pedro Augusto de Almeida, em homenagem a um areiense, nascido em 03 de setembro de 1894, que se dedicou a educação, cursou primeiras letras na sua cidade natal e, posteriormente, estudou no liceu. Por motivos financeiros foi obrigado a mudar-se para Bananeiras, onde ensinou no Instituto Bananeirense, em seguida, tornou-se gestor do mesmo e por motivos políticos o instituto fechou. Como alternativa financeira ingressou na agropecuária dirigindo A. Rocha e Cia, se constituía de um armazém de compra e despolpa de café e arroz. Em 1936, foi nomeado pelo, então, Governador Argemiro de Figueiredo, posteriormente, foi eleito para ocupar o cargo de prefeito da cidade, permanecendo até o ano de 1939, realizou inúmeros feitos em sua gestão, como exemplo, o abastecimento de água na cidade e o cemitério de Solânea. 34

7.1 ENGRENHO GOIAMUNDUBA- (CACHAÇA RAINHA) Localização: Estr. de Goiamunduba n/s. F21: Parte externa do engenho Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa HEBP, 2020. Goiamunduba é o nome de um antigo engenho do município e de um rio tributário do Mamanguape, que corta a zona rural de Bananeiras. Significa “abundância de goiabas”. É um etmo tupi, que deriva de “acoyá” ou “acoyaba.23. Produzindo cerca de 100 mil litros de cachaça por ano, o atual Engenho da Cachaça Rainha, comercializa para o todo Brasil. Ponto Turístico da cidade, o engenho costuma receber visitantes, quem mostra todo o processo de produção da cachaça é o condutor Zé Novo. Por meio dele, o turista poderá entender as etapas do processo, desde o arado até o armazenamento do líquido, ver de perto as máquinas de fabricação, como a moenda original do engenho da Alemanha, do ano de 1877. 23 Disponível em: http://ecoviagem.com.br/brasil/paraiba/bananeiras/ 35

8.1 CASARÃO DO BARÃO DE ARARUNA Localização: Cônego Cristóvão, 447. F22: Fachada do Casarão Fonte: Domínio Público, 2020. Estêvão José da Rocha, Barão de Araruna, foi um fazendeiro e militar brasileiro, tendo sido coronel da Guarda Nacional. Nasceu na Fazenda Serra Branca, Paraíba, no ano de 1805 e faleceu no dia 30 de março de 1874 em Bananeiras, PB. Era de filho de Antônio Ferreira de Macedo e de Ana de Arruda Câmara. (SILVA, 1997). O Governado Imperial concedeu a Estêvão José da Rocha o referido título de Barão de Araruna, em reconhecimento aos seus serviços prestados ao bem-social da região do Brejo Paraibano, pelo Decreto Imperial de 17 de maio de1871. Com uma grande casa situada na parte alta da cidade de Bananeiras, próximo a igreja Matriz, em sua estrutura Possui-a uma grande sala de frente, com ligação para a sala de jantar de igual tamanho, a ligação era feita por um corredor largo. O pavimento térreo dispunha de dois arejados quartos em casa lado, com piso de mosaico azul escuro. Da parte posterior, onde havia extenso terraço assoalhado, descortinava-se a cidade baixa. No terraço, eram servidas as refeições. Por uma escada tinha-se acesso ao andar superior, onde existiam cinco quartos, todos, menos um, possuíam amplas janelas, o quarto escuro, assim existente 36

como reservatório, servia como deposito das apetitosas laranjas de Bebedouro (ALMEIDA, 1978. p.117) Com um grande e bem cuidado jardim, possuía diversos pés de rosas, os preferidos de sua esposa Maria Farias da Rocha e suas duas filhas solteiras, Antônia da Piedade de Maria Ibiapina e Felismina Maria dos Santos Peregrina24. A casa-grande enche de recordações no tempo que veio depois da morte de seus donos. Ainda hoje vive na imaginação dos que sentiram suas intimidades. Com muita riqueza, o Comendador gostava de sua mesa farta: quatro refeições diárias eram servidas: desjejum frugal logo cedo, almoço às dez horas, jantar às quatorze e ceia às dezoito. (ALMEIDA, 1978. p.118) Segundo o livro do Barão de Araruna, o Comendador Felinto possuía um gado que valia três vezes o total inventariado, homem esse muito rico e de grande fortuna mandou construir na cidade de Bananeiras, uma ampla casa, perto da igreja Matriz, quando ainda residia no Jardim. Essa casa trazia o intuito de ser a residência de temporada do Comendador, que permaneceria na cidade durante a festa da padroeira e demais ocasiões especiais. Hoje a casa do Barão de Araruna encontra-se de pé, com sua estrutura conservada, sendo protegida pelo IPHAEP. 8.2 CORREIOS E TELÉGRAFOS DE BANANEIRAS Localização: José Sizenando, 60. F23: Fachada do Correios e Telégrafos de Bananeiras Fonte: Domínio Público 25 24 Informações sobre a família e os filhos do Barão de Araruna no livro de SILVA, Manoel Luiz. Bananeiras sua história, seus valores. Bananeiras. Luz e sombra. 1997 25 Imagem disponível em: http://www.bananeirasonline.com.br/noticias/13/dupla-assalta-agencia-dos-correios-de- bananeiras-veja-video.html 37

O prédio dos Correios e Telégrafos é uma construção datada de 1835. Foi considerado um dos primeiros estabelecimentos do nordeste a empregar o serviço do “escravo carteiro” (assim era chamado o negro cativo encarregado de conduzir os malotes postais para diversos lugares)26. Ainda permanece com a mesma estrutura arquitetônica e desempenhando a mesma função. Compreende um edifício de piso térreo, de fachada simétrica elevado do nível da rua por uma calçada que regula seu piso em relação à ladeira, tornando mais fácil o acesso aos cadeirantes. No meio do frontispício está a porta principal do prédio, feita em madeira com duas folhas. Cercando a porta está um entalhe em relevo como simulacro de pedra bruta e acima da porta se encontra um relevo semelhante a um brasão cercado de folhas. Oito janelas completam a parte funcional do edifício, sendo quatro à direita da porta e quatro à esquerda. As janelas estão emolduradas em duplas divididas por colunatas de cima a baixo da fachada. Suas janelas são em duas folhas de madeira, possuindo também um relevo inferior a elas. Dois níveis de cimalhas estão sobre todo o frontispício na parte superior. No centro, acima da porta da porta principal, figura o brasão dos correios. Um vaso decorativo é o elemento mais alto no qual culmina a fachada. COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁR 8.3.1 TÚNEL DA SERRA DA VIRAÇÃO F25: Túnel Ferroviário já desativando Localização: Santa Teresinha, 582. F24: Túnel Ferroviário em 1922 Fonte: Domínio Público27 Fonte: Domínio Público 28 26 Disponível em: http://ecoviagem.com.br/brasil/paraiba/bananeiras/ 27 Disponível em: Tunel de Bananeiras -- Tuneis ferroviários da Paraíba (estacoesferroviarias.com.br) 28 Disponível em: http://historiaferroviariaparaibana.blogspot.com/2016/03/visita-ao-tunel-da-serra-da-viracao.html 38

A construção do túnel sob a Serra da Viração se deu no ano de 1918, onde o transporte principal da época era o trem de ferro que fazia transporte de produtos agrícolas, passageiros, mercadorias de uma cidade para outra, sendo assim o trem o meio de transporte mais importante para o Brejo. Em 1922 o trem passou a serem transportados até a cidade de Bananeiras ‘Seus vagões eram fabricados em madeira de lei trabalhada no estilo colonial, bancadas paralelas onde o passageiro se sentia orgulhoso viajar deslumbrando a paisagem que surgia em curva da estrada’. (SILVA,2019, p.47). Bananeiras vivia o sonho da estrada de ferro para ligá-lo aos centros consumidores da região com o restante do país. Em 1912, o comboio ferroviário chega à Vila de Camucá, atual Borborema, e em 1915 deu-se início a construção que tinha um percurso total de seis léguas partindo da Vila de Camucá (Borborema).29 (SILVA, 2019, p.151) O trem chega em Bananeiras em 22 de setembro de 1922, após a construção do referido túnel, sua inauguração aconteceu em 7 de setembro do mesmo ano, com a presença do Presidente Sólon de Lucena e autoridades federais, estaduais e municipais. A construção de ferrovias não deveria ter “o intuito de proporcionar lucros diretos ao Estado”, mas aproveitar os lucros indiretos advindos do incremento econômico proporcionado pela rede ferroviária. O trem grande conquista para da época abrilhantava os olhos dos seus passageiros, nele [...] um vagão restaurante, repleto de mesinhas fixas, anexas às janelas e bem forradas, destinadas as refeições dos passageiros ao meio-dia e lanches necessários para os mesmos. O restaurante era bem sortido de todo tipo de comidas, bebidas, e refrigerantes à disposição das pessoas que tinham mais condições e viajavam na primeira classe, especialmente. (SILVA, 1999, p.84) Sendo uma grande conquista havia suas divisões de primeira e segunda classe, já as pessoas que viajavam de segunda classe se contentavam em se alimentar de pão com banana, jogando a casca sobre o lastro dos vagões, sem nenhum senso de limpeza e higiene. (SILVA, 1999, p.84). Atualmente o trem está desativado e encontrasse no local um hotel de grande visitação turística onde além de conhecer o túnel onde passava o trem, os visitantes desse local pode conhecer o Museu Simeão Cananéia, e ter uma vista belíssima da cidade. 29 Elevado à categoria de município com a denominação de Borborema, pela lei estadual nº 2133, de 18-05-1959, desmembrado de Bananeiras. Sede no antigo distrito de Borborema. Constituído do distrito sede. Instalado em 10-11- 1959. Informação disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/paraiba/borborema.pdf 39

8.3.2 ESTAÇÃO BANANEIRAS / POUSADA DA ESTAÇÃO Localização: Alcides Bezerra, 180. F26: Estação em 1925 F27: Pousada da estação atualmente Fonte: Domínio Público30 Fonte: Domínio Público31 A Estação de Bananeiras deve sua inauguração em 1925 pela Great Western, como ponta de linha do ramal de Bananeiras. Mas, sua construção deve início em 1922, porém, somente em 30 de julho de 1925 a estação de Bananeiras foi aberta. Depois da linha ferra se desativada em 1967, a antiga estação, o prédio, foi transformada na Pousada da Estação, onde sua arquitetura externa foi preservada. Uma outra parte que chama atenção do antigo complexo rodoviário, e que além da pousada da estação, temos uma restaurante, que é o primeiro restaurante boutique da região. De acordo como portal eletrônico: Paraíba Criativa32,“um detalhe a se atentar é que o cliente pode almoçar, e se quiser, pode adquirir alguma peça do restaurante, pois, tudo que está dentro do estabelecimento está disponível à venda’’. Ou seja, o restaurante e a pousada da estação atrair um fluxo de visitante e turista, que além do conforto que estes estabelecimentos proporcionam, ponderam, ver uma pouco do resgate histórico da cidade de Bananeiras, sentir momento nostálgicos, do antigo complexo ferroviário. 30 Disponível em: Bananeiras -- Estações Ferroviárias do Estado da Paraíba (estacoesferroviarias.com.br) 31 Disponível em: POUSADA DA ESTAÇÃO (BANANEIRAS): 110 fotos, comparação de preços e 61 avaliações - Tripadvisor 32 Paraíba Criativa – a cultura paraibana no mundo da economia criativa é um Programa de Extensão do curso de graduação em Turismo, do Centro de Comunicação e Artes (CCTA), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), classificado pelos editais do PROEXT 2013, 2014, 2015 e 2016, do MEC – Ministério da Educação / SESu – Secretaria de Ensino Superior, organismo do Governo Federal. Disponível em: Paraíba Criativa (paraibacriativa.com.br) 40

9.1 Cemitério Municipal de Bananeiras Localização: Conjunto Major Augusto Bezerra, n/s. O Cemitério de Bananeiras está localizado no Conjunto Major Augusto Bezerra, que recebe este nome em homenagem ao prefeito Augusto Bezerra Cavalcanti, prefeito de Bananeiras entre os anos de 1947 a 1951. Estima-se que sua construção – enquanto tal – se deu ainda no século XIX, haja vista túmulos encontrados datados do ano de 1903. O primeiro cemitério municipal se situava ao lado da Igreja Matriz Nossa Senhora do Livramento, tendo sido removido, por questões sanitárias e de higienização do espaço urbano para onde atualmente se situa. Se torna válido destacar que durantes as décadas de 50 e 60 do sec. XIX, o Brasil estava tomado pelo surto de diversas epidemias, como a tuberculose, a varíola e a malária, doenças comuns também na Paraíba devido ao clima seco da região. Humberto Nóbrega, em seu livro “Evolução Histórica de Bananeiras” (1968, p.14), anuncia em 1862 a cólera que invadia a cidade, causando “[...]1.792 óbitos verificados em Bananeiras”. A existência do primeiro cemitério de Bananeiras data dos idos de 1856, é o que aponta Silva (1997, p.150), quando cita “O Cemitério, construído em 1856, localizava-se próximo à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Livramento, ao lado esquerdo da nascente. Com o tempo veio a se instalar no planalto, no lado direito da antiga estrada principal, cujo terreno pertence à família Rocha”.Em meados do século XIX, é comum encontrar notícias de cemitérios situados próximo às Capelas, assim também encontramos a Igreja de Nossa Senhora da Guia33, localizada em Lucena, na Paraíba. Ainda no atual cemitério municipal da cidade, se encontra a Capela do Divino Espírito Santo, local em que se deu o primeiro sepultamento existente no cemitério. 33 Saiba mais sobre ela em: https://www.destinoparaiba.pb.gov.br/ondeir/igreja-de-nossa-senhora-da-guia-em- lucena-guarda-historia-centenaria/. Acesso: 18 de junho de 2021. 41

F28: Capela Cemitério Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa HEBP, 2020. Apontam os relatos informais que ela estaria datada ainda do ano de 1837, sendo anterior ao próprio cemitério, e que foi construída pelo Cap. Antônio Alves da Rocha. Supomos que ela estava situada em alguma propriedade privada da família Rocha, que posteriormente cedeu o terreno para a construção do cemitério. Os Rocha, a que Silva (1997) também faz referência, advém de Estevão José da Rocha, o famoso Barão de Araruna, família de posses de Bananeiras. Ramalho Leite, em coluna escrita para o Blog Cariri Ligado34, cita: O túmulo do Comendador Felinto, construído com mármore de Carrara, fica à esquerda de quem entra, próximo à capela, no campo santo de Bananeiras. Os restos mortais do Barão de Araruna devem ter se perdido quando da construção da Igreja Matriz e extinção do cemitério ali existente. Mas não duvidem, o Barão de Araruna existiu! Felinto Florentino da Rocha35 era filho do Barão de Araruna e dele herdou suas terras. Seu túmulo se encontra no atual cemitério da cidade. Em sua lápide consta: “Cel. Felinto Florentino da Rocha nasceu a 22 de novembro de 1837. Casou-se a 8 de dezembro de 187236. Falleceu a 5 de maio de 1913” (Túmulo da Família Rocha, 2021). Ainda nela consta a data de construção da sepultura de 1914. Narra Maurílio de Almeida, no livro “O Barão de Araruna e sua Prole” (1978, 34 Disponível em: https://www.caririligado.com.br/o-barao-de-araruna-existiu-2/. Acesso: 18 de junho de 2021. 35 Filho do Barão de Araruna, “Felinto Florentino da Rocha, foi depois Comendador da Ordem das Rosas, por ato da Princesa Imperial, d. Isabel, em nome do Imperador Pedro II. Felinto assumiu a posição política do Barão e multiplicou seus bens. Ao falecer, seu inventário contou 46 propriedades em Bananeiras, 2 em Serraria, 4 em Guarabira, 10 em Araruna, 1 em Campina Grande, 1 em Picuí e 6 no Rio Grande do Norte”. Informação disponível em: https://www.caririligado.com.br/o-barao-de-araruna-existiu-2/. Acesso: 18 de junho de 2021. 36 Com Úrsula Emília da Rocha. 42

p. 148) sobre as características do túmulo: “Ali, seus despojos permanecem em mausoléu branco, construído com mármore de Carrara”. Ainda sobre seu falecimento, cita Almeida (1978, p. 147): O tombo da árvore A árvore robusta, mas cansada, caiu...e nunca mais se levantou da terra! A morte chegou três dias após o derrame fatal, a cinco de maio. Abrir-se-ia novo túmulo para recolher os despojos de um homem que dera de si ao trabalho, à família, à sociedade com o sentimento empenhado no trato do bem florescente em sua terra. A cidade cobriu-se de luto. 43

10.1 CACHOEIRA DO RONCADOR Localização: Entre os municípios de Bananeiras, Borborema e Pirpirituba. F29: Queda de água na Cachoeira do Roncador Fonte: Domínio Público37 Localizada entre os municípios de Bananeiras, Borborema e Pirpirituba, a Cachoeira do Roncador foi instituída Área de Proteção Ambiental (APA) pelo Governo do Estado em 2006. Conforme decreto publicado no Diário Oficial, a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) é a responsável pela administração da APA. A Cachoeira do Roncador é um lençol d’água que desaba de uma altura de 45m, graças a uma depressão formada no curso médio (com mais de 10 pequenas quedas d’água nas pedras) do rio Bananeiras, que nasce na mata da Universidade Federal da Paraíba- Campus III em Bananeiras. 37 Imagem disponível em: https://www.mochileiros.com/topic/997-cachoeira-do-roncador/ 44

11.1 IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO Localização: Praça da Bandeira, 417. F30: Fachada da Igreja Matriz Nossa Senhora do Livramento Fonte: Domínio Público A freguesia de Nossa Senhora do Livramento, foi criada pelo Conselho Provincial, tendo à frente o Padre Francisco de Oliveira Chacon, envidou esforços junto ao Bispado de Olinda e Recife para que se elevasse a Freguesia. E para cumprir uma promessa feita, Gregório ergueu uma pequena capela de taipa, que com o passar do tempo veio a desmoronar, quando Missionário Hermenegildo Herculano Vieira da Cruz, edificou a Igreja Matriz, com a ajuda do Poder Público, do povo religioso, moradores do povoado como o Comendador Felinto Rocha, dos Maias Guedes Pereira e tantas outras figuras exponenciais, e do próprio Padre José Antônio Maria Ibiapina através de suas missões, e teve sua inauguração em 1861. A Matriz também conta com um casarão ao seu lado, que servia para dar suporte aos padres que ali habitavam e para receber crianças que viviam na rua. Este casarão é datado no ano de 1865, onde hoje continua a dar suporte para os padres que exercem sua vocação na matriz. Atualmente a Matriz localizada no mesmo local, conserva a mesma estrutura na sua parte externa, preservando a mesma linha arquitetônica, no seu interior sofreu modificações nos altares laterais, e o piso principal antigo de azulejos decorados foi trocado por cerâmicas. A pia batismal foi 45

substituída por um vaso simples de mármore. Foi eliminado o consirtorium-dependência que existia por traz, na parte superior do altar-ambiente que servia para acomodação dos sacerdotes e residência dos padres auxiliares em atividades pastorais. E o parlatório, ou parlamento, onde os padres faziam a homilia das missas, foi retirado. O Altar-mor e o forro em madeira trabalhada com pinturas sacras na nave principal, retratando a arquitetura do período neoclássico conservando os mesmos trações do passado centenários permanecem intacto, com nichos as suas laterais onde ostentam belas imagens e outras relíquias religiosas. As palmeiras reais que enfeitavam a frente da Matriz, que servia como descanso dos fiéis nos dias de romarias, procissões e missas dominicais, foram demolidas para deleite de certos moradores da Praça da Matriz, o Padre e o Poder Público Municipal foram sensibilizados para a retiradas das referidas palmeiras depois de muitos anos de plantadas. Isso aconteceu em 1950, após moradores sentiam-se prejudicados pelas palhas e frutos que caiam nas calçadas, e com isso fizeram um baixo assinado ao Prefeito Antônio Coutinho Filho que exercia função na época. F31: Fachada da igreja Matriz Fonte: Acervo Pessoal de Edinaldo Pinto Junior, 2020 O Padre José Diniz em 1952 colocou a imagem de Nossa Senhora das Graças em frente a Matriz, ela foi adquirida no Rio de Janeiro pela Paróquia. O objetivo era de preservar a fé entre os fiéis e ao mesmo tempo de guardar a cidade. Nas torres gêmeas da Igreja estão localizados os sinos e o relógio de origem alemã que foi doado pelo pedreiro Firmino. Seu carrilhão faz acionar 46

o címbalo do sino a cada 15 minutos, meia hora e a cada hora do dia, com o intuito de informar que o tempo não deixa de passar. A festa da Padroeira constituía acontecimentos religiosos e social de singular relevo: Durava dez dias, indo de 28 de dezembro a 6 de janeiro, dia de Nossa Senhora do Livramento. O início era solenizado com o hasteamento da bandeira da Virgem no mastro alto fincado em frente do templo. A cerimônia da descida da bandeira era realizada a tarde, perante as autoridades e a gente mais representativa do meio social. A música e as girândolas davam ar comunicativo aos movimentos do povo derredor (ALMEIDA, 1978. p.123) Com grande prestígio a festa da Padroeira Nossa Senhora do Livramento da Matriz da cidade de Bananeiras, era marcada: A cidade era despertada na manhã do dia de início das festas pelo toque de alvorada, entoado pela banda de música do Picuí ou da Capital. Ao lado da igreja, ao meio dia, novos acordes da banda, com o ajuntamento do povo contente. Á noite, a novena acompanhada pelos maiorais do café. (ALMEIDA,1978. p.124) Hoje a festa da padroeira é mantida como tradição da cidade, reconhecida pelo projeto de Lei nº 620 de 2019, como Patrimônio Histórico, Cultural e Bem Imaterial do Estado da Paraíba, essa tradição é transmitida as novas gerações, a devoção a Nossa Senhora do Livramento movimenta centenas de pessoas, atualmente os festejos tem início no dia 27 de dezembro com a romaria saindo da Igreja de Santo Antônio da cidade de Solânea com destino a Igreja Nossa Senhora do Livramento onde ocorre a Missa. Os festejos se dão por mais dez dias em que nove são destinadas as novenas assumidas por comunidades diferentes a cada noite, finalizano no dia 6 de janeiro com programação para todo o dia com a missa de manhã, procissão no fim da tarde e por último a Missa Campal movimentando devotos de toda a cidade, municípios vizinhos e até mesmo filhos de Bananeiras que moram em outros estados retornam à cidade nesse dia. 47

11.2 CRUZEIRO DE ROMA 38 Localização: Propriedade Lagoa de Matias, n/s. F32: Vista do Cruzeiro de Roma Fonte: Domínio Público39 O Cruzeiro Jesus, Maria e José conhecido atualmente como Cruzeiro de Roma localizado na propriedade denominada de Lagoa de Matias pertencente ao senhor João Rodrigues Neves, foi construído em 1899 e inaugurado em 1901, no século XX, sendo o primeiro monumento da região, onde foi construído posteriormente a capela cujo padroeiro também é a sagrada família e a porta santa. O local se tornou Distrito de Roma a partir da lei municipal Nº 150/98 de 22 de dezembro de 1998.40 O Cruzeiro de Roma é considerado um ponto da referência religiosa para os fiéis e referência turística para quem deseja ter uma vista panorâmica da região, podendo alcançar visualmente cidades vizinhas, por estar situado num relevo considerável. O cruzeiro tem como padroeira a sagrada família, por isso sua denominação de Cruzeiro de Jesus, Maria e José, sobre a qual não se é muito utilizada pelos nativos da região. A capela da Sagrada Família foi construída em 1907, após oito anos da construção do cruzeiro, pelo proprietário rural de Lagoa de Matias o senhor João Rodrigues Neves, por meio de uma promessa após ter recebido uma graça de Padre Cicero, em seus relatos o senhor João 38 Informações Coletadas no Repositório HEB- UFPB, Disponível em: http://www.cchsa.ufpb.br/heb/contents/arquivos/educacao-patrimonial/cruzeiro-de-roma/cruzeiro-de-roma.pdf 39 Disponível em: Cruzeiro de Roma, em Bananeiras: monumento religioso centenário (paraondeir.blog) 40 Decreto de Lei Nº 150/98, disponível em: http://online.pubhtml5.com/lzxh/dyhh/#p=21 48

teria ido a pé para o Juazeiro, cujo o objetivo da construção da capela era para que as pessoas pagassem suas promessas no cruzeiro já que muitos não podiam se deslocar para o Juazeiro, no Ceará. F33 e F34: Capela da Sagrada Família Fonte: Domínio Público41 A porta Santa foi construída no ano de 2000 e inaugurada em 15 de abril do mesmo ano por motivo das festividades do Jubileu pela Dioceses de Guarabira na reponsabilidade de D, Antônio Muniz e por intermédio do Papa João Paulo II, 1978-2005, da Cracóvia, Polônia, para marcar o início do século e de um ano santo, representando grande importância para os romeiros e peregrinos. F35: Porta Santa Fonte: Domínio Público42 41 Disponível em: Uma visita à cidade de Bananeiras - Revista Deguste 42 Disponível em: Uma visita à cidade de Bananeiras - Revista Deguste 49

O Cruzeiro de Roma fica a aproximadamente 13 km do centro da cidade e está situado a 550m de altitude, no topo de um chapadão intermediário da Cordilheira da Borborema. No topo do lugar é possível avistar cinco municípios da Paraíba, as cidades circunvizinhas que estão situadas no Vale do Mamanguape e do Camaratuba no Rio Grande do Norte, além da estátua de Frei Damião em Guarabira. O complexo religioso: Cruzeiro, Capela e Casa de acomodações dos peregrinos, está situada a uma altitude de 550 metros acima do nível do mar e do mesmo lugar se deslumbra os municípios encravados no Vale do Mamanguape na Paraíba e do Vale do Camaratuba no Rio Grande do Norte, possibilitando uma visão completa dos vales e depressões com cultura e subsistência irrigadas, psicultura em escala comercial, reserva hídrica abastecendo as cidades de Belém, Pirpirituba, além de oferecer momentos de calmaria, encontros dos fiéis em orações através das pastorais. (SILVA, 2016, p.90) A vista panorâmica vista do alto, garantem além da riqueza histórica e religiosa, uma visão plena para os encantos naturais e a beleza do lugar fazendo jus aos monumentos que garantem por si só os registros fotográficos dos vales do brejo paraibano. Os restos mortais do fundador da capela do Cruzeiro de Roma, João Rodrigues Neves, está situado abaixo da referida, com a descrição do seu tumulo cravada em aço na parede interna da capela. 11.3 CAPELA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS - (Capela do CCHSA)43 Localização: Pedro de Almeida, 503-541. F36: Fachada da Capela São Francisco de Assis- (Capela do CCHSA/CAVN) Fonte: Domínio Publico44 43Informações coletadas no repositório digital HEB-UFPB, disponível em: http://online.pubhtml5.com/vced/uszg/ 44 Informações disponíveis em: https://capeladesaofranciscodeassiscavn.blogspot.com/2018/07/a-capela-nos-dias- atuais_3.html 50


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