ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 101 c) Pela subordinação de gênero (mulheres vs. homens), de gerações 2703 (crianças vs. adultos; jovens vs. velhos, etc.) e étnico-culturais. 2704 Essas relações sociais geram problemas que demandam pesquisas; 2705 essas pesquisas deverão proporcionar uma nova compreensão, explicação 2706 e interpretação das relações sociais predominantes, de tal maneira que se 2707 criem condições de uma intervenção transformadora. Trata-se de uma 2708 intervenção transformadora que garanta o protagonismo da maioria da 2709 população, ou seja, das camadas da classe popular. 2710 Interessa-se uma transformação que responda aos interesses his- 2711 tóricos das maiorias. Reflete-se sobre os seguintes aspectos, a partir de 2712 práticas, quanto à ação transformadora: 2713 • Que problemas, contradições e dificuldades tem-se encontrado 2714 e como são resolvidos? 2715 - Como se envolvem na ação os pesquisadores profissionais e os 2716 populares? 2717 - Quais são os níveis e/ou as dimensões da ação transformadora? 2718 - Que processos de acumulação de forças se desenvolvem? 2719 - Quais as tendências da ação? 2720 • A partir da análise da prática, elaborar princípios e orientações 2721 que contribuam para o aprofundamento da própria prática em 2722 relação à ação transformadora na Pesquisa-ação, é fundamental. 2723 2724 3.2. O Lócus da Pesquisa e o perfil dos participantes 2725 2726 Partindo da relação da pesquisadora, autora desse estudo, com o 2727 objeto de pesquisa, e do olhar crítico acerca da realidade vivenciada pelos 2728 trabalhadores do campo, participantes do Programa Chapéu de Palha, 2729 apresenta-se o lócus de investigação escolhido, conforme já situado, o 2730 Programa Chapéu de Palha do município de Ribeirão – PE, região da 2731 Mata Sul. 2732 O campo de investigação escolhido para desenvolvimento do 2733 estudo foi uma Escola de Referência em Ensino Médio, do município 2734 de Ribeirão, na qual as aulas do projeto acontecem, com disponibilidade 2735 de duas salas de aulas, suportando 40 (quarenta) alunos cada. 2736
102 Processos Políticos Educacionais 2737 A turma escolhida tendo 25 (vinte e cinco) estudantes do pro- 2738 grama Chapéu de Palha, sendo 15 (quinze) homens e 10 (dez) mulheres 2739 trabalhadores(as) da zona rural, com especificidade no corte de cana. 2740 Para coleta dos dados iniciais e elaboração do perfil dos partici- 2741 pantes da pesquisa, utilizou-se como recurso a entrevista semiestruturada, 2742 tornando possível conhecer detalhes importantes da vida e da prática dos 2743 trabalhadores rurais. Com as informações e método do estudo de caso, 2744 do tipo qualitativo descritivo, a fase de coleta de dados foi vivenciada 2745 durante o mês de dezembro do ano de 2018. A amostra correspondeu a 2746 dois docentes e três discentes participantes do Programa Chapéu de Palha 2747 e que se colocaram à disposição para as etapas seguintes da investigação. 2748 Na categoria de docentes, são do sexo feminino, sendo as únicas 2749 professoras cadastradas no programa, possuindo o curso superior em 2750 Pedagogia e especialização em Educação de Jovens e Adultos. Foram 2751 selecionadas, entre quinze professores(as), por meio de provas com pro- 2752 dução de textos, alcançando maior nota. 2753 Existiram outros estudantes, integrantes cadastrados no Programa 2754 que escolheram outras atividades como o curso de Meio Ambiente,voltado 2755 para práticas de sustentabilidades sociais e ambientais, o qual nesse estudo 2756 não foi relevante, pois os objetivos traçados foram focados na perspectiva 2757 das políticas públicas educacionais, na inclusão educacional e social dos 2758 participantes do Programa Chapéu de Palha. 2759 A partir das discussões que até aqui foram abordadas, é necessário 2760 repensar-se o ensino para esses trabalhadores rurais, o domínio de con- 2761 teúdos e práticas inovadoras ao lecionar as aulas no Programa Chapéu de 2762 Palha pelos professores que precisam ter experiência com a Educação de 2763 Jovens e Adultos – EJA, principalmente por esta se dar em um contexto 2764 específico como o do Programa. 2765 Dessa forma, a importância de se ter especialização em Educação 2766 de Jovens e Adultos, não é, e nem deve ser considerada mera exigência 2767 ou critério de seleção para atuação no Programa, pois o caráter formativo 2768 desses profissionais possibilita um olhar mais amplo acerca das relações 2769 culturais e materiais existentes na vida dos estudantes, segundo Gramsci:
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 103 [...] educação geral se torne parte inseparável da educação 2770 profissional em todos os campos onde se dá a preparação para 2771 o trabalho: seja nos processos produtivos, seja nos processors 2772 educativos como formação inicial, como o ensino técnico, 2773 tecnológico ou superior. Significa que buscamos enfocar o 2774 trabalho como princípio educativo, no sentido de superar a 2775 dicotomia trabalho manual/trabalho intelectual, incorporar 2776 a dimensão intelectual ao trabalho produtivo, de formar 2777 trabalhadores capazes de atuar como dirigentes e cidadãos 2778 (GRAMSCI, 1982, p.84). 2779 Educação e Política não podem caminhar individualmente,precisam 2780 estar juntas para que a sociedade possa dialogar e desfrutar de todas as 2781 bonificações que ambas áreas tem a repassar. Principalmente com uma 2782 Pedagogia de cidadania para a cidadania, o professor precisa ter clareza 2783 de seu papel e contribuir para uma escola democrática. Conforme Silva 2784 et al. (2017, p. 55): 2785 Dentre os papéis fundamentais da escola, está o de possibilitar 2786 ao educando perceber o mundo para além da sua realidade 2787 cotidiana, buscando, dessa forma, contribuir com um processo 2788 de formação que alie o acesso ao conhecimento sistematizado 2789 à capacidade de percepção do mundo para além da realidade 2790 imediatamente dada (SILVA ET AL., 2017, p.55). 2791 No processo de realização da pesquisa, cuja participação contou 2792 com três discentes do Programa Chapéu de Palha, no qual os mesmos 2793 concordaram em participar da pesquisa e tendo como justificativa e 2794 critério, entre uma turma com 25 (vinte e cinco) alunos, foram os mais 2795 solícitos e participativos durante as aulas e oficinas realizadas no projeto. 2796 Qualquer pessoa observa fatos que ocorrem ao seu redor, sua 2797 curiosidade tem a ver com esses acontecimentos que observa e vê. Dessa 2798 observação deriva uma série de conclusões sobre o que a presença de 2799 determinados acontecimentos pode causar. A diferença que pode-se 2800 apreciar entre a observação de senso comum e a observação científica 2801 é que esta última se realiza a partir da premissa de saber aquilo que se 2802 observa, como se observa e por que se observa. 2803
104 Processos Políticos Educacionais 2804 A partir desse processo de observar,foi realizada então uma entrevista 2805 semiestruturada, individualmente, com os três discentes, trabalhadores 2806 rurais do município de Ribeirão – PE, em horários previamente combi- 2807 nados. Para essa coleta de dados, utilizou-se como instrumento de apoio 2808 um gravador de áudio, buscando registrar cada fala e posteriormente 2809 resgatar pontos importantes da entrevista para análise dos dados. A fim de 2810 não expor os entrevistados, na apresentação de algumas das falas obtidas, 2811 será utilizado nomes fictícios (letras do alfabeto), porém identificando o 2812 gênero, a idade e a escolaridade dos participantes, informações necessárias 2813 para traçar o perfil dos participantes da pesquisa. 2814 Geralmente, as estratégias utilizadas para coleta ou geração de 2815 material são várias: observação, entrevista, grupos focais, uso 2816 de material secundário, entre outros. A variedade de técnicas e 2817 referencias evidencia que cada tipo de estudo, teoria ou método 2818 deve adequar-se à compreensão do objeto- que é sempre 2819 sujeito, por trabalharmos com seres humanos (MINAYO; 2820 GUERREIRO, 2014, p. 35). 2821 Com relação a abordagem qualitativa, refere-se a Minayo (2010), 2822 afirmando que este tipo de pesquisa tem o ambiente material em foco e tenta 2823 entender e interpretar os fenômenos com base no seu acontecer natural. 2824 Como estratégia seguinte, houve a realização dos encontros com 2825 os participantes, trabalhando a técnica de grupo focal, cujo objetivo foi 2826 a obtenção de ideias, pontos de vista, inquietações, ou seja, mais infor- 2827 mações através do caráter qualitativo e em profundidade. A partir dessa 2828 metodologia, os dados coletados revelaram as percepções dos partici- 2829 pantes envolvidos, com diálogos temáticos, referentes a participação no 2830 Programa Chapéu de Palha e sua trajetória de vida escolar, nos quais os 2831 trabalhadores expressam suas esperanças em novas conquistas após a 2832 participação no programa. 2833 O recurso utilizado na investigação correspondeu, como alegam 2834 Barbosa e Gomes (1999, p.10), “a uma técnica rápida e de baixo custo 2835 para avaliação e obtenção de dados e informações qualitativas, [...] uma 2836 grande riqueza de informações qualitativas sobre o desempenho de ati- 2837 vidades desenvolvidas [...]”.
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 105 No caso da pesquisa em foco, procura-se entender como e de que 2838 forma o projeto Chapéu de Palha contribuiu numa perspectiva crítica- 2839 reflexiva para os trabalhadores da zona rural, compreendendo as práticas 2840 pedagógicas vivenciadas e seus desenvolvimentos. 2841 Os dados coletados foram relevantes para compreender os discur- 2842 sos que se inserem nos projetos educacionais como políticas públicas, 2843 conforme Bardin (2011, p.47), permitiu “a inferência de conhecimentos 2844 relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas 2845 mensagens”, contribuindo para análise do além da realidade que se 2846 encontra no fenômeno estudado. 2847 Com participação efetiva e socialização de experiências durante os 2848 encontros, para isso, conforme Martinez (2010, p.127),“deveriam come- 2849 çar com o reconhecimento das diferentes situações sociais e repertórios 2850 culturais presentes nas salas de aula e das relações de poder que existem 2851 entre eles”. Diante da necessidade de manter o sigilo das informações 2852 dos participantes da pesquisa, buscando preservar suas identidades e em 2853 consonância com o termo de Livre Consentimento e Esclarecido, o qual 2854 tece para esta pesquisa o direito ao anonimato. Sendo assim o participante 2855 01 será identificado por A, o participante 02 será identificado por B e o 2856 participante 03 será identificado por C. 2857 Na primeira reunião, apresentou-se os objetivos da pesquisa e do 2858 encontro, falando da pesquisa e suas finalidades, na qual os participantes 2859 foram indagados sobre sua concordância em participar do trabalho, bem 2860 como a autorização da gravação de toda a reunião. 2861 Em seguida, houve-se uma exposição dialogada sobre a educação 2862 do campo como garantia de políticas públicas, com o histórico do próprio 2863 Programa Chapéu de Palha, seguida do preenchimento de questionários. 2864 O processo de aplicação dos questionários foi presencial, sem iden- 2865 tificação dos trabalhadores rurais e as questões buscaram coletar outras 2866 informações complementares aos dados obtidos com as entrevistas e 2867 também relacionadas aos momentos de observação participante. Segue-se, 2868 para subsidiar a análise dos dados, trechos das entrevistas, e as inferências 2869 da autora, pesquisadora, realizadas a partir do diálogo entre os dados 2870 sistematizados e momentos informais, com finalidade de desenvolver a 2871 análise e discussão deste estudo. 2872
106 Processos Políticos Educacionais 2873 3.3. Resultados 2874 2875 Com o objetivo de analisar o Programa Chapéu de Palha como uma 2876 política educacional, voltada à formação de indivíduos críticos e reflexi- 2877 vos, lutando por uma educação democrática e não camuflada apenas no 2878 projeto. De acordo com Gadotti (2002, p. 161), “saber trabalhar com as 2879 diferenças, isto é, reconhecê-las, não camuflá-las, é aceitar que, para que 2880 eu me conheça, preciso conhecer o outro”. E nessa direção inicia-se com 2881 as respostas dos próprios estudantes trabalhadores rurais, que são sujeitos 2882 com sonhos e desejos permanentes ao voltar para escola, mesmo que 2883 seja por um período curto, e que em sua maioria são homens e mulheres 2884 desistentes dos estudos, por várias consequências da vida, tendo o trabalho 2885 e sustento familiar em primeiro caso. 2886 Ao observar os depoimentos, chega-se à conclusão que alguns per- 2887 manecem nas escolas públicas do município. A participação no Programa 2888 Chapéu de Palha, acendeu a chama que muitos haviam esquecido, a 2889 importância de estudar e concluir seus estudos. 2890 De fato, quanto mais os oprimidos vejam os opressores como 2891 imbatíveis, portadores de um poder insuperável, tanto menos 2892 acreditam em si mesmos. Foi sempre assim e continua sendo. 2893 Uma das tarefas da educação popular progressista, ontem como 2894 hoje, é procurar, por meio de compreensão crítica de como se 2895 dão os conflitos sociais, ajudar o processo no qual a fraqueza 2896 dos oprimidos se vai tornando força capaz de transformar a 2897 força dos opressores em fraqueza. Esta é uma esperança que 2898 nos move (FREIRE, 2005, p. 126). 2899 Na participação em sala os estudantes se sentem úteis e iguais 2900 perante a sociedade que os discrimina, por estarem aprendendo com os 2901 recursos doados pelo governo como canetas, lápis, cadernos e até mesmo 2902 uma camisa, que chamam de farda escolar. Os professores realizam ati- 2903 vidades no quadro, leituras, trocas de experiências e etc., a vida deles vai 2904 se transformando em descobertas. 2905
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 107 Alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de 2906 técnicas para escrever e ler. Com efeito, ela é o domínio des- 2907 sas técnicas em termos conscientes. É entender o que se lê e 2908 escreve o que se entende. (...)Implica uma auto formação da 2909 qual se pode resultar uma postura atuante do homem sobre seu 2910 contexto. Para isso a alfabetização não pode se fazer de cima 2911 para baixo, nem de fora para dentro, como uma doação ou uma 2912 exposição, mas de dentro para fora pelo próprio analfabeto, 2913 apenas ajustado pelo educador. Isto faz com que o papel do 2914 educador seja fundamentalmente diálogos com o analfabeto 2915 sobre situações concretas, oferecendo-lhes os meios com que 2916 os quais possa se alfabetizar (FREIRE, 1989, p.72). 2917 A realização das oficinas pedagógicas tornou-se necessária para 2918 esclarecimento aos estudantes trabalhadores da zona canavieira e pro- 2919 fessores, que o Programa Chapéu de Palha é uma política pública de 2920 assistência social com foco em escolarização, qualificação e renda familiar. 2921 Nesse contexto, a aplicação de oficinas mostrou um pouco da his- 2922 tória do programa, como a valorização social, econômica e cultural, sendo 2923 importantes para que os participantes do programa se identifiquem como 2924 cidadãos críticos e reflexivos,de direitos e deveres composto por um Estado, 2925 que muitas vezes nega esses direitos e os mostra que devem ser omissos 2926 a novas oportunidades. Através das oficinas, os educandos foram levados 2927 a refletir o importante papel que eles têm, não só como trabalhadores, 2928 mas, especialmente como sujeitos históricos, de transformação social. 2929 Isso porque a sequência da metodologia científica para a execução 2930 dos processos de pesquisa-ação “insere-se na concepção de educação 2931 libertadora, tendo como ponto de partida o diálogo incentivando a par- 2932 ticipação dos setores populares na busca do conhecimento da realidade 2933 para transformá-la”, como alega Baldissera (2001, p. 10). 2934 Neste contexto,o grupo focal enquanto escolha da pesquisa tornou- 2935 -se relevante por ser considerado como um fator primordial para buscar 2936 opiniões, ideias e outras informações a respeito do objeto da pesquisa, 2937 segundo Barbosa e Gomes (1999). 2938 É importante destacar que as oficinas ocorreram no lócus da 2939 pesquisa, na Escola de Referência em Ensino Médio, acontecendo no 2940 horário do expediente (noite), quando ocorrem as aulas, tendo duração 2941 de dois dias consecutivos, com duas horas de debates e discussões sobre o 2942
108 Processos Políticos Educacionais 2943 objeto de estudo. Contudo, as oficinas pedagógicas tornaram-se um meio 2944 de esclarecimento dos direitos e deveres dos estudantes, relacionando-os 2945 com o projeto. De início, realizou-se uma sondagem sobre a temática, 2946 depois a apresentação, através de leituras textuais, sobre o Programa 2947 Chapéu de Palha. 2948 2949 3.3.1. 1° Trabalhador Rural – Identificado por “A” 2950 2951 Buscando apresentar a compreensão acerca dos dados coletados 2952 e também dos contextos vivenciados no Programa Chapéu de Palha, o 2953 estudante identificado como “A”, inicialmente mostrou-se prestativo e 2954 disposto a participar das atividades da pesquisa, respondendo aos questio- 2955 namentos. Homem, 48 anos, solteiro, aparência simples por não ter tantas 2956 vaidades, com aspecto de mais idade, devido ao trabalho diário debaixo 2957 do sol, sempre morou na zona rural da cidade de Ribeirão, no Engenho 2958 Progresso. Relata que só sabe trabalhar com a terra, nunca teve interesse 2959 de morar na cidade, pois seus pais deixaram-no uma casa no engenho. 2960 2961 Fala do Trabalhador Rural A: “Aqui tenho tudo que preciso, 2962 conheço todos do engenho e todos me conhecem, minha casa é humilde, 2963 mas é minha!” 2964 Segundo Paulo Freire: 2965 Os oprimidos, contudo, acomodados e adaptados, “imersos” 2966 na própria engrenagem da estrutura dominadora, temem a 2967 liberdade, enquanto não se sentem capazes de correr o risco 2968 de assumi-la. E a temem, também, na medida em que, lutar 2969 por ela, significa uma ameaça, não só aos que a usam para 2970 oprimir, como seus “proprietários” exclusivos, mas aos com- 2971 panheiros oprimidos, que se assustam com maiores repressões 2972 (FREIRE.1987, p.19). 2973 O mesmo não concluiu os estudos, relata que interrompeu na 4° 2974 série do ensino fundamental, nunca gostou muito de escola, ia porque a 2975 mãe obrigava. Com 13 anos começou a trabalhar no corte de cana-de- 2976 -açúcar, para ajudar o pai, que sempre consumia bebida alcoólica, perdia 2977 a hora, e “A” trabalhava no lugar do pai. Sua rotina se dava em trabalhar
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 109 no corte da cana e ajudar em casa. Quando ia para o corte, não ia pra 2978 escola, pois o corte iniciava as 07h00 horas da manhã, durava o dia todo, 2979 e a escola era pela manhã. Comentou que as vezes preferia ir para o corte 2980 do que para escola. 2981 Inicialmente me parece interessante reafirmar que sempre vi 2982 a alfabetização de adultos como um ato político e um ato de 2983 conhecimento, por isso mesmo com um ato criador. Para mim, 2984 seria impossível engajar-me num trabalho de memorização 2985 mecânica dos ba-be-bi-bo-bu, dos la-le-li-lo-lu. Daí que 2986 também não pudesse reduzir a alfabetização ao ensino puro das 2987 palavras, das sílabas ou das letras. Pelo contrário, enquanto ato 2988 de conhecimento e ato do criador, o processo de alfabetização 2989 tem, no alfabetizando, o seu sujeito (FREIRE, 2006, p.20). 2990 Fala doTrabalhador Rural “A”: “Quando eu ia pro corte, me sentia 2991 homem, na escola, só via coisas no quadro que não entendia. A professora 2992 era braba e eu era burro”. 2993 Nesse trecho da entrevista percebe-se as relações de gênero, de 2994 idades, de profissões, religiosas, subjetivas, ideológicas. E, especificamente, 2995 leva-se a olhar o interior das instituições educativas, inclusive da escola e, 2996 também, da sala de aula, para perceber o tratamento dado à diversidade 2997 cultural e às formas de trabalhar suas relações. Assim, poder-se-á iden- 2998 tificar as perspectivas - que estão a ser criadas - de interculturalidade na 2999 direção da construção de situações de multiculturalidade, sendo possível 3000 interferir sobre elas, confirmando-as, redirecionando-as, ampliando-as, 3001 consolidando-as. 3002 No interior da sala de aula, esse princípio/conceito freiriano de 3003 multiculturalidade pode, inclusive, contribuir para identificar o tipo de 3004 relações entre os diferentes alunos provenientes de culturas distintas e 3005 perceber as relações entre as diferentes versões escritas e as diversas ver- 3006 sões orais de uma mesma cultura nacional. Essa é uma questão central, 3007 mas pouco trabalhada nos processos educativos escolares. Por isso, está 3008 a exigir uma compreensão maior e mais profunda para reorientar seu 3009 manejo e garantir a aquisição da cultura letrada alfabeticamente pelas 3010 pessoas predominantemente ágrafas. 3011
110 Processos Políticos Educacionais 3012 Mantendo-se no horizonte utópico do projeto pedagógico, Paulo 3013 Freire não abre mão de seu realismo crítico. Não desconhece, portanto, 3014 que seu desejo de uma relação dialógica entre culturas (seu sonho de 3015 interculturaldiade) e a possível construção da multiculturalidade não 3016 eliminam as tensões permanentes que atravessam essas mesmas relações, 3017 assim como suas ambigüidades, conflitos, contradições e as múltiplas 3018 possibilidades, tanto positivas quanto negativas. 3019 Não ignora, também, as negatividades, fraquezas ou debilidades da 3020 cultura, presentes em todas e quaisquer culturas ou traços culturais de uma 3021 mesma cultura.Chama-se a atenção sobre essa problemática,especialmente 3022 baseado nos escritos de Amílcar Cabral (FREIRE, 2002, p. 147-148). 3023 Seguindo com a entrevista, perguntou-se como “A” conheceu o 3024 Programa Chapéu de Palha. O entrevistado relatou logo assim: 3025 3026 Fala do Trabalhador Rural “A”: “O programa que estudamos e 3027 nos dá dinheiro”. 3028 O entrevistado “A”, comenta que conheceu o Programa na própria 3029 usina que trabalha com os colegas, os quais também participaram do 3030 Programa Chapéu de Palha. Relatou que acha bom, porque quando está 3031 fora do período de moagem da cana-de-açúcar, os trabalhadores rurais 3032 ficam sem emprego, e surge esse programa para ajudá-los, com uma 3033 contribuição financeira. Programa no qual precisam ir para escola à noite, 3034 ganham material escolar, uma camisa do programa e até merenda. Porém 3035 não podem faltar, pois se tiver 3 faltas, perdem o que eles chamam de bolsa. 3036 Declarou que se arrepende de não ter se esforçado o bastante na escola, 3037 que esse programa é a última chance de aprender a ler, a escrever e não 3038 se sentir inferior aos demais. No relato do trabalhador “A”, observa-se a 3039 satisfação em participar no Programa Chapéu de Palha. 3040 Os coletivos em movimento sociais afirmam sua diversidade, 3041 tornam presentes suas diferenças. Não apenas se sabem trata- 3042 dos em nossa história como desiguais, inferiorizados porque 3043 diferentes, mas se afirmam e reconhecem diferentes. Fazem-se 3044 presentes com presenças incômodas, nas ocupações, nas ruas, 3045 nas escolas, desocultam-se e se mostram existentes, visíveis 3046 (ARROYO, 2012, p.11).
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 111 Qualquer processo educativo com essa população “terá de se fundar 3047 na consciência dessas realidades” e “não pode reduzir-se a um mero tra- 3048 balho de alfabetização, ou de simples suplementação, o que seria negar a 3049 existência daquele primeiro aspecto geral a que nos referimos”(FREIRE, 3050 1998, p. 28). Ou seja, trata-se não apenas, de gerar uma capacidade mecâ- 3051 nica de decodificação ou de expressão na linguagem escrita. Mas, sim, de 3052 proporcionar, com a aquisição dos mecanismos da leitura e da escrita no 3053 código alfabético, o desenvolvimento das competências da compreensão, 3054 interpretação, explicação e intervenção das/nas realidades que educadores 3055 e educandos, além de estarem inseridos, são por elas responsáveis, tendo 3056 seus produtos e sendo produtores. 3057 3058 3.3.2. 2ª Trabalhadora Rural – Identificada por “B” 3059 3060 O participante “B” é uma mulher, 38 anos, separada, mãe de 2 dois 3061 filhos. Da mesma forma que “A”, também apresenta-se sem vaidades e 3062 acredita que só sabe trabalhar na zona rural. Mora na Usina Estreliana, 3063 a qual realizou-se a pesquisa de campo, na casa pertencente à usina, que 3064 é cedida para os trabalhadores rurais da própria usina. A casa é simples, 3065 com 2 quartos, sala, 1 banheiro e cozinha, o quintal é a usina e os canaviais. 3066 A entrevistada relata que sempre quis estudar, mas primeiro veio 3067 o casamento e depois os filhos. Como desde pequena, sempre morou na 3068 usina, viu seu pai cortar cana e sua mãe ajudar, quando seu pai adoecia, a 3069 mãe que ia realizar as atividades de corte. De acordo com Toledo (2001), 3070 [...] infelizmente [...] a verdade é que as mulheres estão irre- 3071 mediavelmente divididas dentro do sistema capitalista. Não 3072 porque queiramos, mas porque vivemos vidas diferentes. A 3073 mulher burguesa não tem nada a ver com a mulher operária [...] 3074 ela não é explorada. Pelo contrário. Explora outras mulheres e 3075 homens (TOLEDO, 2001, p.9-10). 3076 Fala da entrevistada “B”: “Se minha mãe não fosse cortar as canas 3077 e eu e meu irmão ajuntávamos e amarrávamos, não teríamos o dinheiro 3078 da quinzena que era pra nossa comida”. 3079
112 Processos Políticos Educacionais 3080 Questionou-se como conheceu o Programa Chapéu de Palha e “B” 3081 respondeu que foi na própria usina. Enfatizou que os outros trabalhadores 3082 falaram de uma inscrição na época que não trabalhavam. Na qual era 3083 necessário ir no sindicato dos trabalhadores rurais, realizar a inscrição 3084 pra estudar e ainda ganhavam dinheiro. 3085 A entrevistada relatou que sempre participou do programa, segundo 3086 a mesma: “Pois ganha caderno, blusa e até lanche. É só 2 horas de aula 3087 e passa rápido”. 3088 A visão reducionista com que, por décadas, foram olhados os 3089 alunos da EJA – trajetórias escolares truncadas, incompletas 3090 – precisará ser superada diante do protagonismo social e cul- 3091 tural desses tempos de vida. As políticas de educação terão de 3092 se aproximar do novo equacionamento que se pretende para 3093 as políticas da juventude. A finalidade não poderá ser suprir 3094 carências de escolarização, mas garantir direitos específicos 3095 de um tempo de vida. Garantir direitos dos sujeitos que os 3096 vivenciam (ARROYO, 2012, p.21). 3097 Nessa perspectiva, a participação e a experiência que proporciona 3098 um Projeto como o Chapéu de Palha promovido por um segmento social 3099 incluído indecentemente ou selvagemente, numa determinada ordem e 3100 desordem social, não se explicam apenas pelos fenômenos, mas, sobretudo, 3101 pela interpretação que delas fazem os “beneficiários”. Esses incluídos, 3102 excluídos da ordem social prevalecente estão degradados.Foi-lhes roubado 3103 o que lhes é historicamente próprio, a preeminência da construção do 3104 gênero humano e a liberdade e relações de justiça e equidade. 3105 Essa situação leva ao compromisso de uns com a mudança, ao 3106 comportamento anticivilizado de outros, ao clientelismo ideológico de 3107 terceiros. A se avolumar e prevalecer esses dois últimos tipos de compor- 3108 tamentos, estará em construção a mentalidade do moderno colonizado. 3109 Isto é, o ser humano que já não sabe querer ser um verdadeiro criador, 3110 mas, quando muito, se conforma em ser apenas um imitador, pensa que, 3111 em sua capacidade de imitar, mimetizar, está a criatividade. 3112 É necessário se opor ao desenvolvimento dessas atitudes e posições 3113 pelo estímulo e organização de outras. É fundamental incentivar a cria- 3114 tividade e o surgimento de outras formas organizativas e de ação social.
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 113 A Sistematização,nesse contexto,se revela um instrumento didático 3115 que pode ajudar a desenvolver a capacidade de invenção, de criação, de 3116 cultivo da inteligência crítica, de revolucionar as relações sociais privi- 3117 legiando a dignidade do ser humano, em suas expressões masculinas e 3118 femininas, como referência fundamental da vida. Numa frase, ajudar a 3119 construir a dimensão de humanidade do ser humano. 3120 Assim, defende-se que a preocupação do projeto institucional, 3121 através de seus programas, é com os pobres, os marginalizados, ou seja, 3122 com os incluídos indecentemente na ordem social que se encontram à 3123 procura de sua identidade e de um lugar aceitável numa possível mudança 3124 da atual situação. 3125 3126 3.3.3. 3° Trabalhador Rural – Identificado por “C” 3127 3128 O trabalhador rural entrevistado, “C”, é um homem, jovem de 25 3129 anos, cujo rosto aparentava sofrimento. Apresenta-se abatido pelo tra- 3130 balho pesado, com aparência simples sem vaidades. Mora com os pais, 3131 também na própria usina Estreliana. O pai também trabalhador rural 3132 aposentado do corte de cana e a mãe lavadeira de roupas, que já com 58 3133 anos não trabalha mais, só cuida dos afazeres domésticos. Sobra para o 3134 jovem filho a responsabilidade de completar a finança da casa, pois o pai 3135 é doente e precisa sempre de cuidados. 3136 Perguntou-se ao trabalhador “C”, o por quê da escolha de corte de 3137 cana e não outro trabalho? 3138 3139 Resposta do trabalhador “C”: “Moça, quando comecei a estudar 3140 meu pai ainda trabalhava, mas depois vi que a escola não era pra mim. 3141 Comecei a querer ter meu dinheiro e apareceu emprego no corte de cana, 3142 então fui”. 3143 Para Freire, eles: 3144 Sofrem uma dualidade que se instala na “interioridade” dos ei 3145 ser. Descobrem que, não são livres, não chegam a ser auten- 3146 ticamente. Querem ser, mas temem ser. São eles e ao mesmo 3147 tempo são o outro introjetado neles,como consciência opressora. 3148 Sua luta se trava entre serem eles mesmos ou serem duplos. 3149
114 Processos Políticos Educacionais 3150 Entre expulsarem ou não ao opressor de “dentro” de si. Entre 3151 se desalienarem ou se manterem alienados. Entre seguirem 3152 prescrições ou terem opções. Entre serem espectadores ou 3153 atores. Entre atuarem ou terem a ilusão de que atuam, na 3154 atuação dos opressores. Entre dizerem: a palavra ou não terem 3155 voz, castrados no seu poder de criar e recriar, no seu poder de 3156 transformar o mundo (FREIRE, 1987, p.19). 3157 Com a sociedade capitalista, se conseguir algo melhor só depende 3158 de si mesmo, a conclusão dos estudos é um ponto bastante relevante na 3159 nossa sociedade, que para satisfazer o mercado, você precisa estar pre- 3160 parado e saber o básico como garantia de um bom profissional em sua 3161 área escolhida. 3162 A educação nessa sociedade capitalista, tornou-se mais uma forma 3163 de preparar para o mercado de trabalho. O qual com a formação completa, 3164 esse indivíduo é qualificado e sem ela se torna apenas mais um em busca 3165 de emprego e novas oportunidades. 3166 Além da importância de uma nova perspectiva na produção do 3167 conhecimento, tem se tornado cada vez mais clara a necessidade de que 3168 as camadas da classe trabalhadora se façam protagonistas nessa produção. 3169 Mesmo sendo considerado difícil e complexo esse processo afirma-se como 3170 o único legítimo na tentativa de superar relações sociais de exploração, 3171 dominação, subordinação. 3172 Esse processo de participação das camadas da classe trabalhadora 3173 na produção de conhecimentos tem que ser construído desde as próprias 3174 condições de vida, de trabalho e de escolaridade da maioria da população 3175 mundial. 3176 3177 A ação se faz objeto de conhecimento que se traduz em objetivos 3178 históricos dos diversos setores da classe trabalhadora em seu 3179 processo de se produzir como sujeito político coletivo, dirigida 3180 por sua vanguarda na reorganização da produção econômica, 3181 do exercício do poder e da produção formulação de conheci- 3182 mentos coletivamente, assim como de todos os outros bens 3183 simbólicos (SOUZA, 2007, p. 112).
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 115 Encontra-se diante do desafio de construir uma outra civilização. 3184 Historicamente,a partir da atuação junto às camadas da classe trabalhadora 3185 e, mais ainda, hoje, na era da chamada globalização econômica, diante da 3186 irracionalidade ou da racionalidade da ganância do lucro e da dominação 3187 que se manifesta em episódios como as guerras do Golfo Pérsico e da 3188 Bósnia-Herzegovina, da fome e violência mundiais, se explicita meridia- 3189 namente a necessidade de uma nova civilização. 3190 O conjunto de tantos acontecimentos na esfera mundial, mostra a 3191 necessidade absoluta de transformações econômicas e ideológicas. Estas 3192 só serão possíveis através da ação organizada da maioria da população até 3193 hoje excluída dos benefícios das civilizações. Isso exige desenvolvimento 3194 intelectual dos trabalhadores,para que eles possam fundamentar e dar con- 3195 sistência à sua capacidade de agir e de garantir a direcionalidade da história. 3196 3197 3.4. Análise dos dados com relação a proposta política do projeto 3198 3199 A partir das estratégias metodológicas para coleta e análise dos 3200 dados,considerando os diferentes instrumentos e registros obtidos durante 3201 a pesquisa-ação, percebe-se que os alunos entrevistados, os trabalhadores 3202 rurais, não buscam além do seu mundo. As diversas falas possibilita- 3203 ram inferir que não há consciência de seus contextos, a realidade que 3204 encontram-se é a que lhes trazem mais conforto, além da ideia, de que é 3205 o melhor que podem conseguir. 3206 O ponto de partida da prática pedagógica, nessa perspectiva, deve 3207 ser sempre o mundo humano, em sua complexa configuração histórico- 3208 -cultural com suas contradições, ambiguidades e possibilidades, posição 3209 que já tomara Freire (1975) ao sistematizar suas experiências. Consciência 3210 explicitada em nota de esclarecimento à primeira edição de seu livro 3211 “Educação como prática da liberdade”, quando adverte para o fato de que 3212 seu esforço educativo, ainda que tenha validade para outros contextos,“foi 3213 todo marcado pelas condições especiais da sociedade brasileira”(FREIRE, 3214 1975, p. 35). Além disso vincula a educação à opção que se fizer por um 3215 determinado tipo de sociedade: reflexa, reflexiva, gregária, democrática, 3216 totalitária, de dominados e submissos, de pessoas em construção de sua 3217
116 Processos Políticos Educacionais 3218 humanidade na convivência dos diferentes, portanto, numa intercultu- 3219 ralidade, configurando uma sociedade multicultural. 3220 O atual contexto de globalização, ou como pontua Souza (2007) 3221 em sua teoria, pós-modernidade/mundo, requer um posicionamento dos 3222 educadores e educadoras, bem como das instituições educacionais, esco- 3223 lares ou não, pois um processo educativo, e não domesticador, se faz, algo 3224 absolutamente fundamental. Uma educação que, desvestida da roupagem 3225 alienada e alienante, seja uma força de mudança e libertação. A opção, 3226 por isso, teria de ser, também, entre uma “educação” para a “domestica- 3227 ção”, para a alienação, e uma educação para a liberdade. “Educação” para 3228 o homem-objeto ou educação para o homem-sujeito (FREIRE, 1975). 3229 É, ou não, um princípio válido para os processos educativos necessá- 3230 rios atualmente e perspectiva metodológica para as pesquisas educacionais? 3231 Defendendo uma educação libertadora e uma perspectiva da 3232 Pesquisa-Ação , não se veja aqui nenhum ranço de saudosismo e muito 3233 menos de continuísmo, mas uma tentativa de identificar o caráter clás- 3234 sico do pensamento de Freire, bem como a suposição de que uma nova 3235 experiência e a elaboração de um novo conhecimento têm que potenciar 3236 e aproveitar reflexões e práticas anteriores frente a outros desafios do con- 3237 texto diverso. Supõe-se que a experiência nova utiliza a reflexão anterior, 3238 levando a proposições de novas perspectivas; portanto, aprofundando 3239 sua concepção de educação e explicitando a epistemologia que lhe dá 3240 sustentação, tratando-se, assim, de continuidades descontínuas ou de 3241 descontinuidades numa mesma perspectiva. 3242 A partir dos objetivos buscados nesta pesquisa,de análise do Programa 3243 Chapéu de Palha como uma política educacional, buscou-se caracterizar 3244 o perfil que apresentava esse estudante e trabalhador, na relação escola e 3245 trabalho.Nesse sentido,foi necessário compreender a proposta pedagógica 3246 do Programa Chapéu de Palha,a partir do seu currículo integrado,partindo 3247 das modalidades centrais de eixos temáticos,como disposto nas Orientações 3248 Didático-Metodológicas para Educação de Jovens e Adultos do Campo. 3249 Considerando os referenciais teóricos que subsidiaram o estudo, 3250 entende-se que o processo educativo não deve ser uma superposição à 3251 realidade histórico social a que pretende se aplicar e que o planejamento 3252 de cursos de educação de adultos para as pessoas do campo, deve tomar em
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 117 consideração seus aspectos peculiares.Aspectos esses inseridos,por sua vez, 3253 em alguns dos seus ângulos,em realidades mais amplas: regional e nacional. 3254 Também, é relevante destacar que a educação de adultos não deve 3255 reduzir-se ao simples trabalho de alfabetização, entendendo-se que esse 3256 é e deve ser incluído no processo e que o programa desses cursos, sempre 3257 de acordo com a realidade local, regional e nacional, possa contemplar a 3258 participação dos educandos, em alguns dos seus aspectos. 3259 No que tange as práticas desenvolvidas na formação desses tra- 3260 balhadores, é importante o resgate das falas dos professores, que reflete 3261 o trabalho de interpretação dos objetivos curriculares aos seus objetivos 3262 frente às necessidades educacionais dos trabalhadores do campo, no 3263 sentido de integrá-las ao trabalho. 3264 Dessa forma, evidencia-se que é importante que se dê atenção 3265 ao processo formativo de educadores especializados, com as técnicas 3266 da educação de grupos, com o uso acertado e conveniente dos recursos 3267 audiovisuais no seu trabalho educativo. 3268 Dessa forma, esta proposta se constitui por uma educação que, 3269 constituindo-se na articulação das áreas de conhecimento e 3270 suas tecnologias com o eixo curricular articulador Trabalho e 3271 Educação do Campo, dialogará com os seguintes eixos: eixo 3272 temático I: Trabalho, Produção e suas formas de Organização 3273 do Campo; eixo temático II: Política e Emancipação: Estado e 3274 Sociedade; eixo temático III: Questão Agrária e Organizações 3275 Sociais do Campo e eixo temático IV: Cultura e Territorialidade 3276 (PERNAMBUCO, 2013, p. 4). 3277 Esses eixos, possuem quatro aspectos relevantes quanto às questões 3278 culturais e de identidade: 3279 Eixo Temático IV - Cultura e Territorialidade. Discussão 3280 sobre diferentes conceitos de cultura, seus lugares de produ- 3281 ção e o olhar que eles possibilitam sobre o campo. Refletir 3282 sobre as possibilidades de construção identitária a partir da 3283 dimensão cultural em que o indivíduo se insere. Neste sentido, 3284 propõe-se construir entendimento de territorialidade a partir 3285 de uma dimensão espacial, cultural, econômica e identitária 3286 (PERNAMBUCO, 2013, p. 26). 3287
118 Processos Políticos Educacionais 3288 Com uma sociedade tão seletiva em relação as pessoas, com 3289 características que muitas vezes estão fora dos padrões dos trabalhadores 3290 rurais, têm-se homens e mulheres determinadas a trabalhar, da forma 3291 encontrada por eles(as), para conseguir o dinheiro do “pão de cada dia”. 3292 Para apresentação dos resultados, optou-se apenas pelas informações 3293 das questões centrais que contribuíram para a análise qualitativa e foram 3294 relacionadas com as falas obtidas através das entrevistas com os estudantes 3295 trabalhadores rurais. 3296 Apresenta-se, abaixo na figura 9, a idade desses estudantes no 3297 município. 3298 3299 Figura 9: Idade dos trabalhadores rurais 3300 3301 Fonte: Elaborado pela autora 3302 3303 Identificou-se que 50% dos estudantes do Programa Chapéu de 3304 Palha, tem idade superior a 40 anos, que 30% dos estudantes do Programa 3305 Chapéu de Palha tem idade entre 20 e 20 anos, e a minoria de 10% dos 3306 estudantes do Programa Chapéu de Palha tem entre 18 e 20 anos.
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 119 Os trabalhadores atendidos pelo Programa Chapéu de Palha, em 3307 sua maioria, são adultos que já tiveram uma trajetória escolar, que foi 3308 interrompida,cessada pela evasão,exclusão ou oportunidade de emprego.A 3309 figura 9 comprova, de acordo com a pesquisa, que o perfil dos estudantes, 3310 no que se refere a faixa etária, é entre 40 até 60 anos. 3311 Obrigados pelas sanções negativas da escola a renunciar às 3312 aspirações escolares e sociais que a própria escola lhes havia 3313 inspirado, e, em suma, forçados a diminuir suas pretensões, 3314 levam adiante, sem convicção, uma escolaridade que sabem 3315 não ter futuro (BOURDIEU; CHAMPAGNE, 2013, p. 251). 3316 Nesse aspecto pode-se perceber que a maioria dos estudantes que 3317 frequentam a sala de aula, estão com idade superior a desejada pelas 3318 políticas públicas vigentes. Os mesmos se sentem úteis em participar de 3319 um programa pelo simples fato de poderem adquirir conhecimentos que 3320 lhes foram negados anteriormente, exemplo a não alfabetização. 3321 3322 Figura 10: Gênero dos trabalhadores rurais 3323 3324 Fonte: Elaborado pela autora 3325
120 Processos Políticos Educacionais 3326 Observando a imagem (figura 10) conclui-se que a maioria do 3327 gênero que frequenta as aulas da EJA é masculino. Se comparados os 3328 dados destacados nessa pesquisa com os do MEC, existe grande seme- 3329 lhança nos resultados. 3330 Os elementos classe, raça e gênero se integram na constitui- 3331 ção das identidades dos educandos, aspecto fundamental a 3332 ser considerado na ação educativa, e que moldam sua visão 3333 de mundo e a forma como se relacionam socialmente. Esses 3334 aspectos são produzidos a partir das condições objetivas de 3335 produção da existência. A emancipação dos sujeitos, um dos 3336 princípios norteadores da prática educativa na Educação do 3337 campo, requer necessariamente o reconhecimento das relações 3338 de opressão. Assim, os diálogos se sustentam na vida prática, 3339 no que é palpável e vivido, articulando-se com outras formas 3340 de intervenção, mesmo porque a superação das desigualdades 3341 de gênero requer mudanças nas condições objetivas dos meios 3342 de produção da vida (LEMOS, 2015, p. 9). 3343 Numa das entrevistas, o educando afirma: 3344 “C”: “Comecei a querer ter meu dinheiro e apareceu emprego 3345 no corte de cana, então fui” (trabalhador rural identificado 3346 como “C”). 3347 Demostra outra caracterização que contempla o perfil dos estu- 3348 dantes que participam do Programa Chapéu de Palha, no que se refere 3349 à participação dos homens e mulheres nas turmas. 3350 [...] a desigualdade e a discriminação racial e sexual,a destruição 3351 dos modos de vida de populações empobrecidas, a catástrofe 3352 ecológica e a expulsão de camponeses e povos indígenas dos 3353 seus territórios ancestrais, o endividamento das famílias, dos 3354 pequenos empresários e dos Estados como forma de controle 3355 social e político, a criminalização do protesto social (SANTOS, 3356 2013, p. 9). 3357 O Programa Chapéu de Palha, pode ser entendido como uma das 3358 formas que vincula-se a possibilidade de emancipação dos trabalhadores,
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 121 a um projeto de sociedade justo, como define os anais do 11º Congresso 3359 Nacional dos Trabalhadores Rurais: 3360 Educação do no campo,como política emancipatória,que afirme 3361 o campo e a identidade camponesa, em uma estratégica para 3362 o rompimento das desigualdades e para a construção de um 3363 modelo de desenvolvimento que valorize e garanta direitos aos 3364 sujeitos do campo,respeitando suas demandas e especificidades 3365 (CONTAG, 2013, p. 37). 3366 Na análise da trajetória de vida, buscou-se entender a realidade do 3367 próprio indivíduo, principalmente dos participantes da pesquisa, como 3368 diz Pacheco(1995): 3369 3370 [...] um conhecimento intrínseco aos próprios acontecimentos, 3371 possibilitando-lhes uma melhor compreensão do real, com a 3372 subjetividade que estará sempre presente; pela conjugação do 3373 rigor e da objetividade na escolha, análise e interpretação dos 3374 dados (PACHECO, 1995, p. 17). 3375 Os professores também fazem parte dessa política que agrega aos 3376 estudantes da zona rural, pois desenvolvem um trabalho de conscienti- 3377 zação cidadã e crítica nas aulas, de transformação e de novos estímulos. 3378 A identificação desse profissional é importante para que o Programa 3379 Chapéu de Palha não seja só um complemento ou perda de tempo, e sim, 3380 um diferencial na vida desses estudantes. 3381 “Faço parte do Programa Chapéu de Palha há 3 anos, sou 3382 formada em pedagogia, com especialização em EJA, realizei a 3383 seleção e fui classificada, na maioria das vezes trabalho assuntos 3384 que eles mesmo pedem como: Identidade, preenchimento de 3385 fichas, etc., tudo que ele tem dificuldades no dia a dia deles. 3386 Mas a maioria, pede para aprender o nome completo”. 3387 (Professora 1) 3388
122 Processos Políticos Educacionais 3389 “Os nossos estudantes, são a maioria homens, muitos que nem 3390 família tem. Que por opção para receber a bolsa, vem estudar e 3391 diz que melhor do que ficar sem ganhar nada. Tento, mostrar 3392 que eles podem ir além e continuar a estudar”. 3393 (Professora 2) 3394 Os lugares da prática educativa, as escolas e outras instâncias 3395 existentes num tempo e num espaço,são o campo de atuação dos 3396 professores (os já formados e os em formação).O conhecimento 3397 e a interpretação desse real existente serão o ponto de partida 3398 dos cursos de formação, uma vez que se trata de possibilitar 3399 aos futuros professores as condições e os saberes necessários 3400 para sua atuação profissional (PIMENTA, 2006, p.16). 3401 Ao relatar-se que a maioria dos estudantes do Programa Chapéu 3402 de Palha é do gênero masculino, pode-se observar que muitas vezes o 3403 próprio homem se coloca como responsável pelo trabalho “pesado” nas 3404 zonas rurais, sendo a forma de resolver seus próprios conflitos de falta de 3405 esperança de dias melhores, e ocupando nas práticas de mão na enxada, 3406 quando, o próprio estudo é mais “pesado” do que o trabalho no campo. 3407 Revela-se aqui,talvez,mais um questionamento para futuros estudos.Com 3408 a análise dos dados, desenvolvida na perspectiva da análise de conteúdo, 3409 a concepção de Bardin (2011, p.69) considera essa análise como forma 3410 de “estabelecer uma correspondência entre o nível empírico e o teórico, 3411 de modo a assegurar-nos – e é esta a finalidade de qualquer investigação 3412 – que o corpo de hipóteses é verificado pelos dados do texto”. 3413 3414 3.5. Inserção social da pesquisa 3415 3416 Quanto à inserção social no desenvolvimento da pesquisa,torna-se de 3417 extrema importância para quem opta pela realização da investigação-ação, 3418 o retorno das práticas e intervenções para sociedade, como também uma 3419 contribuição no processo de democratização do conhecimento científico. 3420 3421 Reconhecimento do “Direito à Educação” se concretiza no 3422 direito a aprender por toda vida, o que implica que parcelas
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 123 expressivas da população mais adulta tenham acesso a um 3423 processo de formação que lhes considere como sujeitos; parcelas 3424 essas que ainda são limitadas por projetos e programas de EJA, 3425 geralmente pela lógica do mercado, ou de gerenciamento com 3426 visão de educação apenas como gasto. No que diz respeito à 3427 escolarização, é possível reconhecer algumas conquistas no 3428 campo do direito. Entretanto, quando tratamos de uma con- 3429 cepção mais ampla de educação, estamos apenas engatinhando 3430 (SOARES, 2011, p. 286). 3431 Ao pensar na escola, cabe a reflexão sobre o contexto de processo 3432 de inserção e exclusão nessa instituição. Seus sentidos e significados têm 3433 também uma dimensão de força através da qual os grupos sociais e os 3434 indivíduos qualificam seu saber como saber fazer, saber sentir, saber pen- 3435 sar que lhes permite ser, transformarem-se em sujeitos humanos: sociais, 3436 históricos, coletivos, indivíduos. O ser, ser gente, assumir-se como pessoa 3437 se torna então o lugar da prática. E a transformação da situação/condição 3438 social se constituem, assim, o objetivo imediato. 3439 Nesta perspectiva, os programas comunitários se configuram como 3440 processos pedagógicos que podem propiciar modificações nas representa- 3441 ções sociais dos sujeitos e, portanto, nos modos de conhecer, interpretar, 3442 explicar e intervir. 3443 A sistematização que aqui concretiza-se com as análises e resul- 3444 tados do estudo, tem várias concepções no interior da perspectiva acima 3445 esboçada, configura-se como processos que se concretizam na atividade 3446 sistematizadora ao longo das intervenções institucionais. Esta permite 3447 conhecer os problemas e suas causas de acordo com a interpretação dos 3448 próprios sujeitos, aportar novos elementos e informações para melhorar ou 3449 superar criticamente interpretações anteriores e definir caminhos viáveis 3450 para enfrentar coletivamente os problemas identificados. 3451 A atividade sistematizadora possibilita, assim, aos sujeitos de uma 3452 ação social e/ou coletiva se apropriarem de sua própria experiência pela 3453 construção do sentido de sua vivência nos programas, particularmente 3454 no Chapéu de Palha, que poderá ser ampliada para a existência histórica. 3455
124 Processos Políticos Educacionais 3456 No interior dessas considerações, ganha relevo a distinção entre 3457 sabedoria, conhecimento e ciência. A sabedoria se configura como a 3458 mais ampla expressão da intelecção humana. O conhecimento, um 3459 recorte da sabedoria. E a ciência uma forma particular de conhecimento. 3460 Constituem-se juntamente com as artes nas quatro formas do saber humano 3461 que se distinguem e se conectam. Na sabedoria incluem dimensões cog- 3462 nitivas, éticas, estéticas, técnicas e políticas conforme afirma Souza (2007) 3463 e podem ser agregadas em três grandes grupos: a dimensão cognitiva, a 3464 dimensão instrumental ou operativa e a dimensão ético-político estética. 3465 Cada uma dessas dimensões da sabedoria não pode ser compreendida 3466 isoladamente, nem se encontram, na prática, separadas. 3467 Trata-se de distinções teóricas que permitem identificar a sabedoria 3468 humana na sua complexidade e amplitude. No entanto, pode-se perceber 3469 especificidades em cada uma delas. Mas, é o seu conjunto que conforma 3470 o que aqui está sendo denominando saber ou sabedoria. O saber é, pois, 3471 entendido como o que torna cada um de nós capaz de pronunciar “bons” 3472 enunciados denotativos,“bons”enunciados prescritivos e operativos, assim 3473 como “bons” enunciados valorativos. Possibilita “boas” atuações em rela- 3474 ção a vários objetos do discurso: conhecer, decidir, valorar, transformar 3475 (SOUZA, 2007). 3476 Nessa direção, a sistematização, produz e determina os compor- 3477 tamentos, pois define simultaneamente a natureza dos estímulos que 3478 cercam e provocam, e o significado das respostas a dar-lhes. Em poucas 3479 palavras, a representação social é uma modalidade de saber particular que 3480 tem por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre 3481 os indivíduos. É, pois, no terreno da sabedoria e/ou das representações 3482 sociais que situamos a sistematização enquanto uma forma específica de 3483 produção de sentidos. É uma forma de produção de saberes que permite 3484 a seus sujeitos se apropriarem da própria experiência porque não atinge 3485 apenas a cognição (conhecimento) nem uma modalidade específica de 3486 conhecimento, o conhecimento científico, a ciência, mas se reinventam 3487 como sujeitos históricos. 3488 Ao considerar essa conceituação de sistematização, a partir da 3489 pesquisa-ação,o estudo desenvolvido será não apenas um trabalho científico 3490 acadêmico e sim, conforme proposta formativa da instituição formadora
ETAPAS METODOLÓGICAS E RELATOS 125 e bases epistemológicas defendidas pela autora, optou-se pela publicação 3491 desse livro, conforme afirma Freire (1996, p.16) “quando escrevemos 3492 desenvolvemos nossa capacidade reflexiva sobre o que sabemos e o que 3493 ainda não dominamos”e assim, a busca é pela garantia que essa produção 3494 possa ser compartilhada com profissionais de diferentes áreas, sobretudo, 3495 da Educação. Cabe ressaltar que o objetivo não está focando só em uma 3496 classe específica, mas todos os interessados pelo assunto. 3497 A proposta é que o lançamento do livro, que trará uma significativa 3498 parte desse estudo, se dê na cidade de Ribeirão, o lócus da pesquisa, com 3499 participação dos professore da cidade, principalmente professores da 3500 Educação de Jovens e Adultos – EJA, estudantes da EJA e com os que 3501 diretamente ou indiretamente participaram dessa construção formativa 3502 acadêmica, mas sobretudo humana. Conforme Gil (2002, p. 60), “captar 3503 uma variedade de situações ou fenômenos que não são obtidos por meio 3504 de perguntas, uma vez que observados diretamente na própria realidade, 3505 transmitem o que há de mais imponderável e evasivo na vida real”. 3506
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 3508
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 129 Sabe-se que não há atualidade que não seja processo histórico. 3510 Por isso mesmo, toda atualidade é dinâmica e se nutre de valores 3511 situados no ontem do processo. Não que deva ser a atualidade ou 3512 o presente necessariamente o passado, o que seria a negação da própria 3513 atualidade. A atualidade do ser nacional apresenta uma série de marcas 3514 do ontem, manifestadas no comportamento social do homem e da mulher 3515 brasileiro(a) e mais outras tantas de fisionomia mais recente. 3516 O conhecimento crítico destas marcas demonstrará, aliás, como 3517 muitas, que se formaram lentamente em toda a nossa vida colonial e 3518 que se manifestam em disposições mentais e as mais recentes, como por 3519 exemplo, a emersão do povo na vida pública nacional se vêm fazendo 3520 antinômicas. 3521 Não há como não reconhecer uma antinomia, por exemplo, entre 3522 a inexperiência de autogoverno, que reflete ainda forte ingenuidade na 3523 análise da coisa pública, e o surgimento do povo como interferente no 3524 processo político. Não implica essa constatação, porém, em que, em nome 3525 dessa ingenuidade devesse retirar o povo deste processo, ou reclamar-lhe 3526 a posição incontestável, o que já não parece possível. 3527 Por isso mesmo é que nos refere-se a uma educação com o homem 3528 e não sobre o homem, ou simplesmente para ele. 3529 Assim o é que parece dever da educação de adultos, ser uma edu- 3530 cação que estimule nas pessoas a colaboração, a decisão, a participação, a 3531 responsabilidade social e política. Disposições mentais que refletem uma 3532 categoria do saber que não é apreendida intelectual ou nacionalmente, 3533 mas existencialmente, pelo conhecimento vivo dos seus problemas e dos 3534 problemas de sua comunidade local, pela discussão desses problemas em 3535 suas ligações uns com os outros. 3536 O que o educador deve fazer é despojar-se de qualquer academismo 3537 ou bacharelismo - maneira de verticalidade pedagógica - e debater com 3538 o homem estes problemas de que, de modo geral, ele tem consciência, 3539 mesmo ingênua. 3540
130 Processos Políticos Educacionais 3541 Um dos fatores que enfraquece os processos educacionais é a falta 3542 de uma base científica. Salienta-se, ao lado da ausência de pesquisas, a 3543 necessidade do planejamento e da supervisão, bem como a importância da 3544 mudança na formação e aperfeiçoamento dos professores.Especificamente 3545 em relação à pesquisa educacional, insistia-se tanto na necessidade de 3546 pesquisa, antes de qualquer mudança curricular, e na formação do pro- 3547 fessor quanto na importância de conhecer cientificamente a situação 3548 da educação nas áreas marginais: as causas da evasão, da reprovação, as 3549 necessidades dos indivíduos e comunidades. 3550 Mas a hipótese, por mais plausível que seja, esquece a questão 3551 central da práxis pedagógica: a profissionalização de seus trabalhadores 3552 - por meio da estruturação de planos de cargos, carreira - e remuneração 3553 adequadas e respeitadas pelas autoridades e pela sociedade. 3554 De quaisquer maneiras, todo o debate desenvolvido, nas décadas 3555 de 1970 e 1980, impulsionou o surgimento dos mestrados e doutorados 3556 em Educação na América Latina quase sempre vinculados às questões do 3557 Planejamento e das Políticas Educacionais. A consolidação dos programas 3558 de pós-graduação no campo pedagógico proporcionou um aumento sig- 3559 nificativo das pesquisas educacionais na América Latina e, especialmente, 3560 no Brasil, sobretudo com a criação da ANPEd (Associação Nacional de 3561 Pesquisa e Pós-Graduação em Educação), surgida nessa época. 3562 Mas o aumento da capacidade investigativa – ao analisar a questão 3563 pelo ângulo da quantidade de centros de pesquisa, pesquisadores, publica- 3564 ções - não tem tido a incidência desejável no nível das políticas públicas 3565 de educação escolar bem como da educação profissional e social. Ainda 3566 se é muito vulnerável e a intervenção, reduzida. Os países que atingiram 3567 níveis significativos em suas pesquisas educacionais, pelo desenvolvimento 3568 econômico que conseguiram, hoje, passam por situações críticas: reduzi- 3569 ram bastante os investimentos e têm tido dificuldades de consolidar na 3570 região uma democracia estável que garanta qualidade de vida à maioria 3571 de suas populações. 3572 Não se conseguiu ainda nem mesmo um avanço significativo 3573 nos processos de aprendizagem e muito menos na qualidade de vida da 3574 população, apontam as políticas econômicas. É verdade que a melhoria da
CONSIDERAÇÕES FINAIS 131 qualidade de vida da sociedade não depende diretamente da escolarização, 3575 mas essa pode contribuir para que isso ocorra. 3576 Por outro lado, não se pode deixar de perceber que os desafios 3577 dos processos de ensino-aprendizagem, no novo contexto internacional, 3578 requerem um novo enfoque para a educação escolar. E pensa-se que um 3579 dos enfoques que pode contribuir é o que na América Latina se tem 3580 denominado de Educação Popular. De qualquer maneira, supõe-se que 3581 a pesquisa educacional é uma ferramenta importante no processo da 3582 construção da qualidade social requerida atualmente para a escola e para 3583 outros processos educativos.No entanto,isso depende do enfoque utilizado. 3584 Os cursos e programas para estas zonas de educação de adultos, 3585 devem ser, em parte, planejados com os alunos e responder à sua realidade 3586 existencial. 3587 As considerações finais deste trabalho, apresentam o cenário de 3588 como se dá o processo Político Educacional no Programa Chapéu de Palha 3589 do município de Ribeirão – PE, e como esse contribui com a inclusão 3590 educacional dos trabalhadores do campo. Com este estudo, verifica-se 3591 que o programa faz sua parte como políticas públicas na inserção social 3592 de indivíduos trabalhadores da zona rural canavieira de Pernambuco. 3593 Reconhece-se a importância do projeto não só na ajuda financeira, 3594 mas também como as oportunidades que são apresentadas de melhoria na 3595 auto estima, nas descobertas de aprendizagem e nas trocas de experiências 3596 no contexto social que os estudantes vivem e trabalham. Encontra-se nessa 3597 pesquisa indicadores, comprovando, que as políticas públicas funcionam, 3598 quando realmente aplicadas com os seus objetivos. 3599 O Programa Chapéu de Palha, sem intencionalidade cria nesses 3600 estudantes trabalhadores da zonas canavieiras, a motivação de continuar 3601 a estudar com trajetória dos mesmos sonhos que ainda não foram alcan- 3602 çados. Os programas de escolarização, contribuem nas políticas públicas 3603 de educação do campo, no qual o Estado já tem contemplada, através da 3604 Lei nº13.533 de 23 de junho de 2015, uma vez que incluiu a educação 3605 do campo nas suas diversas dimensões e distinguindo escola do campo 3606 de educação popular, sendo a educação popular a vivência e aprendizado 3607 do cotidiano. 3608
132 Processos Políticos Educacionais 3609 Destaca-se que o público alvo dessas politicas é a sociedade, para 3610 que a mesma possa ser a principal mediadora de seus avanços e mudanças 3611 necessárias para o bem comum. Juntamente com análise de três tipos 3612 de contextos de políticas públicas que o Estado expõe para sociedade, 3613 a primeira como influenciadora, a segunda política como produção e a 3614 terceira como práticas efetivas para sociedade. 3615 Essa investigação conduziu a reflexão de como as políticas públicas 3616 educacionais, quando executadas de formas concretas produz resultados 3617 para a sociedade, mesmo que seja na sala de aula ou além dela, tudo é 3618 válido para que as mudanças aconteçam e sejam conquistas no campo da 3619 Educação, de acordo com a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes 3620 e Bases. 3621 Os resultados desta pesquisa evidenciam um perfil do estudante 3622 trabalhador da zona rural, que possui de 30 até 60 anos, em sua maioria 3623 homens que por motivos de desistência dos estudos na juventude, buscam 3624 dar continuidade nos estudos depois da participação no Programa. Que 3625 essa pesquisa, seja apenas um ponta pé inicial de outras pesquisas que 3626 virão, principalmente no campo de políticas públicas educacionais, cujas 3627 mudanças são constantes e a cada governo. 3628 Por final, é válido considerar que esta discussão não seja esquecida 3629 no campo acadêmico, podendo contribuir para novas formulações de 3630 políticas públicas educacionais voltadas para o contexto dos indivíduos 3631 excluídos pela sociedade capitalista.
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