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Revista AGIR 11° Edição

Published by AGIR, 2015-01-28 09:07:34

Description: Revista AGIR 11° Edição

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ANO 3 # 11 GOIÂNIA | NOVEMBRO - JANEIRO 2012 www.crer.org.br Crer e m r e v i s ta José Batista Júnior Empreendedor de vanguarda e parceiro do CRER Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique SantilCloRER EM REVISTA 1

2 CRER EM REVISTA

CARTA AO LEITOR Novos serviços à disposição da sociedadeSérgio Daher Caro leitor, finalizamos as atividades de ram inúmeros os que confiaram no projeto deSuperintendente 2011 com a certeza de que os avanços conquis- expansão e estiveram ao nosso lado. Júnior doExecutivo do CRER tados pelo CRER, no transcorrer dos últimos Friboi, como popularmente é conhecido José meses, são de extrema importância para todos Batista Júnior, empresário goiano do ramo de os goianos. Disponibilizar à sociedade 20 leitos frigorífico, foi um dos que acreditaram e que de UTI e um moderno centro cirúrgico, para a ao longo de todo o ano de 2011 esteve ao nos- realização de procedimentos de alta comple- so lado. Em entrevista, o dinâmico empresário xidade, atesta o compromisso de nossa Insti- fala sobre as ações sociais e o compromisso do tuição com o bem-estar e saúde da população. Grupo JBS - Friboi com iniciativas que favo- Esses novos serviços são apresentados nesta reçam a sociedade e a parceria com o CRER. edição, destacando a qualificação dos profissio- nais que prestam os atendimentos, bem como Como em outras edições, marcantes his- a tecnologia dos equipamentos utilizados. tórias de vida são contadas, nas seções Espaço do Paciente, Superação e Perfil do Colaborador, trazen- Crescer é sempre previsto quando se do para próximo de nós exemplos de superação, age com responsabilidade e competência, fé, alegria e dedicação. A leitura dimensiona a ainda mais ao ter importantes parceiros que incrível capacidade do ser humano em se adap- acreditam em nosso trabalho e se oferecem a tar pela busca da autorrealização e da felicidade. colaborar conosco nas novas conquistas. Fo-AGIR EXPEDIENTEEstrutura AdministrativaAssociados Fundadores Miguel Ângelo Cançado Diretor TécnicoAlcides Luís de Siqueira Nabyh Salum João Alírio Teixeira da Silva JúniorDom Antônio Ribeiro de Oliveira Pedro Daniel Bittar CRM/GO 6593Elias Bufaiçal (in memorian) Sizenando da S. Campos JúniorLúcio Fiúza Gouthier CRER EM REVISTAMaria Paula Curado Conselho Fiscal - Titulares Supervisão geral, edição e textosMilca Severino Pereira Marlei Antônio da Rocha Anna Luiza RucasNabyh Salum Paulo César Brandão Veiga jardim Gerente de Marketing - SREPaulo Afonso Ferreira Ruy Rocha de Macedo JornalistasAssociados Beneméritos Suplentes Mayra Paiva - JPGO - 01802Cyro Miranda Gifford Júnior Cyro Miranda Gifford Júnior Thaís FrancoGláucia Maria Teodoro Reis Marcos Pereira ÁvilaHelca de Sousa Nascimento Valtercy de Melo Estagiária em JornalismoJosé Alves Filho Marianne CarrijoMarlei Antônio da RochaMarcos Pereira Ávila Superintendentes Colaboradores SREPaulo César da Veiga Jardim Sérgio Daher Hugo MirandaRuy Rocha de Macedo Superintendente Executivo (diagramação e arte de anúncios)Valéria Jaime Peixoto Perillo João Alírio Teixeira da Silva Júnior Olívia Gomes (secretária júnior)Valtercy de Melo Sup. Técnico de Reabilitação Rodrigo Rocha Claudemiro Euzébio Dourado (contato comercial)Embaixadores do CRER Sup. Administrativo e FinanceiroLuiz Felipe Scolari Divaina Alves Batista Colaborador CENEValéria Jaime Peixoto Perillo Sup. Multiprofissional de Reabilitação Eduardo Castro (fotografias) Fause MusseConselheiros Sup. de Relações ExternasEdward Madureira BrasilJosé Evaristo dos SantosJoaquim Caetano de Almeida NettoCRER EM REVISTA é uma publicação dirigida do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo.Tiragem: 5 mil exemplares. Contatos - fones: (62) 3232-3138/ 3106/ 3050 - [email protected] Site: www.crer.org.brEndereço CRER: Av. Vereador José Monteiro, 1655, Setor Negrão de Lima, CEP 74653-230 - Goiânia - Goiás CRER EM REVISTA 3

ÍNDICE Canal Aberto 6 [email protected] Entrevista O vereador José Batista da Silva, do Poder Legislativo da José Batista Júnior, Empreendedor de Câmara Municipal de Ma- vanguarda e parceiro rimbondo do Estado de Ala- do CRER goas, manisfestou em sessão plenária, apreço pelo excelen- Espaço do te trabalho do Centro de Re- paciente abilitação e Readaptação Dr. 15 Quando o prazer pela vida Henrique Santillo que vem vence as dificuldades sendo desenvolvido em prol 18 das pessoas portadoras de necessidades especiais. Res-Meio ambiente saltamos o quanto é valioso ver que existem profissionais Descarte consciente de comprometidos e hospitais bens qualificados que cuidam cari- nhosamente dessas pessoas. 22 Na certeza de que estaremos sempre juntos na luta e buscaSuperação de um mundo melhor para aqueles que têm tão pouco, O céu é o limite apresentamos votos de apre-TERCEIRO SETOR 5 20 POR DENTRO DO CRER ço e distinta consideração. 5 24 AGENDAPARÁGRAFO ÚNICO Maria José Correia dos Santos 25 PERFIL DO COLABORADOR Presidente da Câmara Municipal deRESUMO 8 26 ÚLTIMO DETALHE Marimbondo - AL14ARTIGOCONHEÇA SEUS DIREITOS 164 CRER EM REVISTA

TERCEIRO SETORFormando valores humanosEscola Internacional de Goiânia integra ações solidárias em seu currículoLúcia OliveiraLevando-se em consideração escola, bem como de brinquedos. Parágrafo Único“ O CRER atravessa uma “ Outra parceria da Escola que intensa transformaçãoque educação vem de berço, mas tam- na quantidade e quali-bém pode ser reforçada no ambiente merece destaque foi estabelecida com dade de seus serviços.escolar, a Escola Internacional de Goi- o Centro de Reabilitação e Readapta- Os 20 leitos de UTIânia jamais poderia se omitir de inicia- ção Dr. Henrique Santillo – CRER, e e o aumento de duastivas solidárias que mudam, mesmo começou por meio de uma excelente para oito salas no cen-que sutilmente, a vida de pessoas que troca de informações e atitudes entre tro cirúrgico habilitamprecisam de atenção. Sim, solidarieda- as duas instituições. Hoje, esse trabalho a Instituição a atenderde também é educação! Somente assim de mão dupla vai além. Os alunos da a população, tanto emserão formados cidadãos preocupados Escola Internacional de Goiânia colabo- números quanto emcom alguma coisa a mais do que a con- ram com projetos desenvolvidos pelo complexidade. Hojequista dos sonhos pessoais, mas tam- hospital. Exemplo foi a mobilização podemos realizar pro-bém com a moral, o senso de solida- dos alunos para a confecção de enfeites cedimentos cirúrgicosriedade e o fortalecimento de valores. utilizados na festa junina do CRER, ofe- eletivos altamente complexos em espe- Há quase 20 anos, a recida aos pacientes, bem cialidades como neu-Escola Internacional de Goi- como para a aquisição de rocirurgia, ortopediaânia ensina a importância produtos comercializados, e otorrinolaringologia,dos conteúdos aplicados em cuja renda é revertida para por exemplo.salas de aula, mas também a manutenção da Instiuição.se dedica a levar o aluno a Dr. Fabriccio Queirozconhecer outras realidades, São atitudes como Correa,colaborando para que ele essas, de cada um em par-se transforme em um su- ticular, que fazem a dife- Especialista em Clínicajeito ativo e consciente, disposto a de- rença quando o assunto é Médica, CRM/GO 8825,senvolver ações em prol da melhoria ajudar! Solidariedade não é compra- sobre o serviço de UTI eda qualidade de vida de outros mais da e valores humanos também não! novos leitos de internaçãonecessitados, seja no aspecto material Tudo é conquista que parte do berço,ou mesmo no campo da atenção e ca- passa pela escola e se concretiza em do CRER.rinho a eles dedicados. No percurso uma personalidade que, certamente,por tal proposta, a Escola Internacio- poderá fazer algo positivo para trans- CRER EM REVISTA 5nal de Goiânia chegou até a Creche formar o mundo. A Escola Interna-Anália Franco, que atende cerca de 100 cional de Goiânia acredita nisso!crianças. A empatia dos alunos pelotrabalho desenvolvido pela creche foi Alunos da Escola Internacional de Goiâniainstantânea, e as ações sociais passa- em visita ao CRERram a ser voltadas para a instituição. Dentre tais ações, feitas espon-taneamente pelos alunos, há algumasque se destacam: confecção de ovosde Páscoa, doação de alimentos arre-cadados nos eventos realizados pela

ENTREVISTA José Batista Júnior Exemplo de dinamismo e determinaçãoJosé Batista Júnior, ou simplesmente Júnior, como prefere – presidiu por 25 anoso Grupo JBS , primeiro a se consolidar no setor de frigoríficos no Brasil . Júnior falou à Crer em Revista sobre sua trajetória de sucesso à frente da maiorempresa em processamento de proteína animal do mundo, e dos fortes laços fami-liares que norteiam sua marca de realizador de planos ambiciosos e pioneiros, comoa criação do Instituto JBS, responsável por diversas ações com fins sociais, culturaise ambientais. 6 CRER EM REVISTA

“Trabalho, franqueza, simplicidade e confiança são os valores que acreditamos”O Grupo JBS foi o primeiro a se con- setor de couros, fornecendo couro para envolvidas com essas questões e agirsolidar no setor de frigoríficos no as principais indústrias de automóveis de acordo com a legislação ambiental.Brasil, e o primeiro a negociar suas do mundo. Atualmente sou acionista eações em bolsa de valores. Com membro do Conselho da Companhia. Em abril deste ano, o Sr. pôde conhe-aproximadamente 120 mil colabora- cer de perto o nosso Hospital e logo emdores, o senhor acredita que ações de Qual é a palavra-chave de uma inicia- seguida brindou nossos pacientes comvanguarda conseguem transformar tiva empreendedora bem-sucedida? parcerias importantes, 110 mil reaisproblemas em boas oportunidades? em equipamentos de radiologia e for- Trabalho, franqueza, simplicidade e necimento de carne semanal ao nossoNa JBS nós sempre acreditamos que confiança são os valores que acredita- serviço de nutrição e dietética. O queas crises oferecem boas oportunida- mos. Na JBS sempre seguimos um con- tal parceria significa para o Grupo?des para crescer o negócio, a decisão junto de valores e crenças que fizeramde abrir o capital da companhia foi com que nosso negócio se renove e ino- Ficamos muito felizes em poder con-uma inovação no setor, pois buscamos ve a cada dia. Outro fator importante foi tribuir com uma entidade que fazdar transparência às nossas operações sempre manter a família unida, o que um trabalho tão importante e sig-e fortalecer a companhia para expan- fez com que aproveitássemos o melhor nificativo para os goianos. O CRERdir suas operações mundialmente. de cada um dos irmãos e tivéssemos representa o que temos de melhor foco nas nossas metas e conquistas. em atendimento a pessoas, em re-O Senhor pode nos falar um pou- abilitação e readaptação, e por issoco de sua trajetória de sucesso? O grupo possui diversas marcas e é a nos orgulha muito essa parceria. maior empresa em processamento deIniciei minhas atividades na empresa proteína animal do mundo, atuando Poderemos contar com a aju-aos 14 anos, meu pai quando veio de nas áreas de alimentos, couro, biodie- da do grupo também em 2012?Minas para Anápolis começou com um sel, colágeno e latas. Ser pioneiro deaçougue e lá abatíamos um boi por dia, tantas formas já o torna profissional- O CRER, pelo excelente trabalho quedepois quando o presidente convocou mente realizado? vem prestando aos goianos, podetodos os brasileiros para a construção contar com a nossa ajuda também node Brasília, papai viu uma oportuni- Eu presidi a empresa por 25 anos, e fiz próximo ano. A JBS sempre procuradade já que as cozinhas industriais a minha sucessão aos 45 anos com mui- apoiar projetos e serviços vencedo-da cidade livre iam precisar de carne, ta tranquilidade, já que acredito que é res como o que este hospital presta.então começamos a vender carne em importante sempre oxigenar a gover-Brasília. Sempre acordei cedo e traba- nança da companhia. Me sinto com Qual a mensagem que o Sr. deixalhei muito para que o nosso negócio dever cumprido como empresário, mas para os leitores da Crer em Revista?crescesse. Trabalhei em todas as áreas continuo buscando novos desafios.da empresa, já lombei muito boi nas Minha mensagem a todos os leitores écostas, fui ponteiro de boiada, traba- Quais são os projetos sociais do grupo ? que mantenham sempre a esperança emlhei na expedição e no chão de fábrica. dias melhores, confiança em Deus, poisAos 20 anos assumi a presidência da A companhia criou o Instituto JBS Ele sempre proverá o que for de melhorempresa, fornecendo o melhor pro- que tem como principal projeto a es- a todos, e determinação para que bus-duto e a melhor prestação de serviço, cola Germinare, um projeto lindo, quem a conquista de seus sonhos. De-nos tornamos o maior distribuidor de em que 300 crianças tem uma educa- sejo a todos um ótimo natal, e que 2012carne do DF, depois continuamos tra- ção empreendedora onde buscamos seja repletos de alegrias e realizações.balhando e nos tornamos os maiores do formar líderes. Temos projetos tam-Centro-Oeste, depois do Brasil e hoje bém através das unidade produto- CRER EM REVISTA 7somos os maiores do mundo. Presidi a ras junto a comunidade em que estãocompanhia por 25 anos, nesse período instaladas, como o apoio que demoscontribuí para o crescimento da empre- ao CRER e à Vila São Cottolengo.sa e a expansão das operações do Gru-po JBS com investimentos no setor pro- Qual a importância do trabalho social,dutivo e aquisição de companhias e de cultural e ambiental realizado pelodiversos frigoríficos no Brasil e no ex- grupo nas comunidades onde atua?terior. A JBS hoje é líder no mercado deproteína em 5 segmentos: confinamen- É sempre importante cuidar das pes-tos, onde temos 1,2 milhão de cabeças soas, temos a preocupação social ede gado estático, no setor de frango cultural com nossos colaboradores eem que abatemos 8 milhões de frangos com a comunidade. Na área ambientalpor dia, no setor de carne bovina aba- temos diversos projetos e ações sem-temos 80 mil cabeças de gado por dia, pre procurando atender as entidadessomos líderes também em ovinos e no

resumo Heliponto do CRERContribuição Consciência no trânsito No dia 28 de agosto, foi realizado o 1ºNos últimos meses, várias escolas e pouso de helicóptero com paciente no No dia 21 de setembro, Dagoberto Mi-academias se uniram em atividades, heliponto do Hospital. Devido sua si- randa, Terapeuta Ocupacional, Marlamobilizando seus alunos na arrecada- tuação clínica, o paciente, que sofreu Araújo, Fisioterapeuta, Juliana Caldas,ção de recursos para contribuir com um grave acidente automobilístico, Enfermeira, Grasiela Mota, Psicóloga, ea manutenção do CRER. Os colégios veio transferido da cidade de Cáce- Thaís Nasser, Fonoaudióloga, profis-Adventista, no Setor Pedro Ludovi- res, MT, e chegou em uma UTI aérea. sionais do CRER, apresentaram em umaco, Ateneu Dom Bosco, no Setor Oes- No dia 19 de outubro, o helicópte- mesa redonda o tema “Sequelas por aci-te, Eficaz, em Aparecida de Goiânia, ro do Corpo de Bombeiros do Es- dentes de trânsito”. O evento integrouExternato São José, no Setor Oeste, as tado de Goiás também pousou no as atividades da Semana Nacional doescolas Conceito, no Setor Bueno, Inter- CRER para reconhecimento da pista. Trânsito, com o objetivo de apresentarnacional de Goiânia, no Setor Marista, os aspectos físicos, emocionais, fami-e as academias Brava Sport Center, Flex Fause Musse, Superintendente de Relações Externas liares e sociais ligados à reabilitação.Fitness Center, ambas no Setor Bueno, (à dir.) e Renato Urani Stefani (centro), Gestor de Após a apresentação de um vídeo,e Sport Total, no Setor Sudoeste, dispo- Segurança do CRER, recepcionam equipe do Corpo com depoimento de pacientes víti-nibilizaram para revenda, em suas se- de Bombeiros mas de acidentes de trânsito, Divainades, squeezes com o símbolo do CRER. Alves Batista, Superintendente Mul-Durante o longo período de tempo Apresentação do Coral tiprofissional de Reabilitação, desta-seco dos meses anteriores, as garra- do TCE/TO no CRER cou a importância dos debates sobrefinhas de água serviram não só para o trânsito e das iniciativas de edu-matar a sede e amenizar o calor, mas As recepções de exame e consulta do cação para a prevenção de acidentesprincipalmente para oferecer recursos CRER foram palco de duas apresenta- que, pela conscientização de motoris-que contribuam com a continuidade ções do coral do Tribunal de Contas do tas e pedestres, podem ser evitados.dos serviços prestados à sociedade. O Estado do Tocantins, no dia 2 de setem- O Presidente do Conselho EstadualCRER agradece a parceria de todos. bro. O momento cultural faz parte da de Trânsito de Goiás, Anicésio Afon- programação do II Encontro Nacional so de Miranda (foto), ao final das ati-Conselho AGIR de Corais dos Tribunais de Contas, que vidades destacou os altos índices de foi realizado em Goiânia de 1 a 3 de acidentes de trânsito e falou da impor-O Conselho Administrativo da AGIR, setembro. Regido pela maestrina No- tância do CRER no tratamento de re-Associação Goiana de Integralização e emi Zukowski, o Coral do TCE/TO é abilitação das vítimas sequeladas. “OReabilitação, Organização Social gesto- composto por 18 vozes e um tecladista, CRER é orgulho de todos os goianos,ra do CRER, reuniu-se em assembleia Sandro Kruger. Com canções que falam e para orgulho maior ele é referên-ordinária no dia 1º de agosto, passa- de amizade e esperança, o grupo entu- cia”, declarou o Presidente do Cetran.do. Na ocasião foram apresentados siasmou os pacientes e colaboradoresos resultados dos trabalhos recentes presentes. “Que a esperança aqueçadesenvolvidos pela Instituição, além o coração de todos os goianos”, fina-de ter sido discutida a ampliação da lizou a regente do coral tocantinense.atuação da unidade com a expan-são pela qual vem passando o CRER.O Conselho também aprovou, por una-nimidade, a indicação da presidente daOVG, Valéria Perillo, como Embaixado-ra do CRER, proposta em abril. Os con-selheiros atuam como controle direto,por representação, do poder público eda sociedade civil, na direção da AGIR.8 CRER EM REVISTA

Parceria e Ação Social Cidadão GoianienseA Leroy Merlin, líder varejista do ramo O superintendente executivo do CRER,de construção, agora também é parcei-ra do CRER. No dia 16 de setembro, Sérgio Daher, natural de Piracanjuba, re-cerca de 40 colaboradores estiveramno Hospital para a primeira ação que cebeu no dia 22 de outubro o título hono-marcou o início da parceria. A empresamobiliou e decorou os novos espaços rífico de cidadão goianiense, na Câmarada brinquedoteca e sala de vivência doCRER. Foram doados pela Leroy Merlin Municipal de Goiânia. A sessão solene foiprodutos como papel de parede, per-sianas, televisor, umidificador de ar e prestigiada por autoridades, familiares,diversos brinquedos, num total estima-do em R$ 8 mil. Para o diretor da sede pacientes, amigos e colegas do CRER,da Leroy Merlin em Goiânia, WagnerBarros Arantes, a ação valoriza o envol- Hospital das Clínicas e Hospital de Aci- Sérgio Daher, sua esposa, Idalina, e os filhos Murilovimento dos colaboradores da loja como CRER e sociedade em geral. “Temos o dentados, que lotaram o plenário da Casa. e Ricardo, com a vereadora Cidinha Siqueira,programa ‘Construir e Sustentar’, queé um dos nossos pilares. Escolhemos A vereadora Cidinha Siqueira, autora do autora da propostaajudar o CRER principalmente pelotrabalho sério desenvolvido pelo Hos- projeto, afirmou que a outorga “traduz o reconhecimento ao trabalho e dedicaçãopital”, destacou Barros. A analista deRecursos Humanos da empresa, Cristi- do médico em benefício dos cidadãos goianienses, em especial daqueles com defici-na Maia, afirmou que pretendem con-tinuar contribuindo e acompanhar o ência física”. “O título que honrosamente recebo ratifica meu sentimento de verda-trabalho do CRER. “Esta primeira açãofoi apenas o pontapé inicial. Com cer- deiro goianiense. Me comprometo a continuar trabalhando incessantemente parateza faremos novas ações”, confirmou. desempenhar minha missão”, discursou emocionado o homenageado da noite.Beleza e bem-estar CRER completa nove anosA Tutti Fiori Cosméticos esteve noCRER nos dias 22 de setembro e 18 Uma celebração religiosa conduzida peloe 19 de outubro. Em um espaço rela- Arcebispo Emérito de Goiânia, Dom An-xante, preparado especialmente no tônio Ribeiro, marcou os nove anos dohall do Auditório Valéria Perillo, co- CRER, no dia 23 de setembro, com aslaboradores, voluntários, pacientes presenças do então governador em exer-e acompanhantes se renderam aos cício, José Eliton de Figuerêdo Júnior,cuidados da equipe de profissionais, pacientes, colaboradores, voluntáriosque ofereceram serviços de limpe- e autoridades goianas. Em nove anos, oza e hidratação de pele, maquiagem CRER realizou mais de 5,2 milhões de procedimentos: 8 mil cirurgias, 37,6 mile dicas de beleza. A empresa integra confecções de órteses e próteses, além de dispensar 14.351 aparelhos auditivos.o grupo de Voluntários que Creem. Desde a inauguração, em 25 de setembro de 2002, passou por sucessivos proces- sos de expansão que lhe permitiram sair de quase 9 mil metros quadrados para 27.090. Neste ano, o CRER inaugurou novas alas e serviços do hospital, colocando em funcionamento 20 leitos de UTI e um centro cirúrgico que conta com oito salas para procedimentos de média e alta complexidades, que não eram realizados pela instituição (ver pág. 20). Além disso, outras áreas do hospital foram reformadas e ampliadas a fim de adaptá-las à nova realidade. O CRER também adquiriu no- vos equipamentos que possibilitam oferecer serviços modernos e mais precisos. “Somos coadjuvantes de um processo de desenvolvimento hu- mano, de reinserção na sociedade e de recuperação da digni- dade humana. Nosso serviço vai além da assistência em saú- de, por isso parabenizamos cada um de nossos colaboradores que auxiliam a escrever a história de vida de pessoas que mais precisam.” Sérgio Daher – Superintendente Executivo do CRER “O Crer é uma instituição de referência pelo trabalho prestado e pelo res- peito dado aos pacientes desde a sua entrada até o atendimento final.” José Eliton de Figuerêdo Júnior – Vice-Governador do Estado de Goiás CRER EM REVISTA 9

resumoOrquestra de Violeiros O poder da gentilezade Goiás A jornalista e escritora Rosana Braga levou boas doses de gentileza aos colabora-A Orquestra de Violeiros de Goiás, dores do CRER na tarde do dia 7 de outubro. A convite do CRER, Rosana veio, emcomposta por 26 músicos, homens caráter de cortesia, de Florianópolis, Santa Catarina, especialmente para trazer suae mulheres, e sob a regência do ma- contribuição, em virtude da comemoração do aniversário de nove anos do Hospi-estro Geraldo Alves Pereira, apre- tal. Para um auditório lotado, a palestrante falou sobre o surpreendente poder dasentou-se na recepção principal do gentileza no sucesso pessoal e profissional. Para ela, “esta é uma importante ati-CRER, no dia 30 de setembro. Cria- vidade no processo de busca dos resultados e objetivos que a Instituição procurada em 1982, é considerada uma das atingir”. Rosana é considerada uma das maiores especialistas em relacionamentomais importantes agremiações de e comunicação do País. Atualmente, também cursa Psicologia. Desde 2007, Ro-resgate da música sertaneja de raiz. sana viaja pelo Brasil levando seus conhecimentos sobre a gentileza. No mesmoO repertório composto por músi- ano, a escritora lançou “O Poder da Gentileza – o modo como você trata as pessoascas caipiras autênticas emocionou determina quem você é!”. A publicação teve mais de 30 mil exemplares vendidos.pacientes, que aguardavam atendi- Segundo Rosana, são realizadas uma média de cinco palestras por mês. Ao longomento, e colaboradores da Institui- dos anos, mais de 15 mil participaram e conheceram mais sobre os efeitos da gen-ção, que em uma pausa das suas ati- tileza. “Pra mim, é quase que indescritível a sensação de levar um pouco de afetovidades, prestigiaram a Orquestra. às pessoas. É muito bom saber que podemos sempre nos sentirmos muito mais fe- lizes. Sempre vale a pena”, declarou Rosana, após encerrar sua palestra no CRER.Deputada Federal Rosana Braga fala sobre o poder da gentileza Dinâmica envolve público durante palestraNo mês de setembro, a deputada fe- Dia das crianças Ideral, Rosinha da Adefal (PtdoB - AL),juntamente com o advogado Antônio Para comemorar o Dia das Crianças,Marco Toledo, o assessor parlamentar o Coral Pequenos Aprendizes, da Fra-da Câmara dos Deputados, Luciano ternidade e Assistência a MenoresRios, e o presidente da ADEFAL - As- Aprendizes (FAMA), realizou no diasociação do Deficientes Físicos de Ala- 11 de outubro, uma emocionante apre-goas, Luiz Carlos de Oliveira, fizeram sentação na recepção de exames douma visita ao CRER para conhecerem CRER. Com 33 integrantes, sob a re-o trabalho e a estrutura do Hospital. gência de Micaela Cardoso e acom-A deputada, que também é portadora panhamento de Miguel Ângelo aode deficiência física, luta para transfor- teclado, sete músicas foram apresenta-mar a ADEFAL em uma estrutura física das, em um repertório que incluiu MPB e gospel. Com vozes afinadas, cheiascom a personalidade jurídica do CRER. de alegria e esperança, os talentosos coristas emocionaram todos os presentes.Várias instituições como a ADEFAL O grupo de dança da Instituição FAMA apresentou-se emtêm acessado o link Gestão Transpa- duas músicas, com coreografias de Daniela Aguiar, Professo-rente do site do CRER para se espelha- ra de Dança, que também participou com apresentações solo.rem no modelo de gestão do Hospital. Os profissionais da FAMA, Magna Guimarães, Assistente Social, Fernanda Amaral, Professora do 5º ano, e Lisaneide Melo, Pedagoga, também acom-10 CRER EM REVISTA panharam os alunos para a apresentação no CRER. A instituição socioedu- cacional é filantrópica e mantida pela Loja Maçônica Liberdade e União.

resumoDia das Crianças II Encontro de Corais da Cidade de GoiásAinda para celebrar o Dia das Crianças, O Coral Crer em Canto (foto) participou, em outubro, do 7º Encontro deo CRER recebeu no dia 13 de outubro Corais da Cidade de Goiás, que nessa edição homenageou a professorao talentoso grupo de teatro do Centro regente do Coro da Catedral de Sant’Ana, Darcília de Amorim. O encon-de Educação Profissional em Artes Ba- tro, realizado de 12 a 16, contou com a participação de 30 coros, incluin-sileu França. Foi apresentado o clássico do de Goiás (capital e interior), Ceará, Mato Grosso e Distrito Federal.musical infantil “Os Saltimbancos”. Ospequenos pacientes vibraram e se di- Foto: Heber da Rocha R. Júnior / www.coralsolo.com.br.vertiram com a história do jumento, ca-chorro, galinha e gata. Os personagensinteragiram com o público, o que garan-tiu ainda mais a festa entre a criançada.Videoconferência CRER e Grupo Junior AchievementO CRER transmitiu, pela oitava vez No dia 20 de outubro, o CRER recebeu a visita de 16 alunos do programaconsecutiva, por videoconferência o “Empresário Sombra Por Um Dia” do grupo Junior Achievement. O pro-65° Meeting da AACPDM – Encon- jeto propicia que os estudantes do ensino médio acompanhem e saibamtro da Academia Americana de Pa- mais sobre o dia a dia de uma jornada de trabalho de um profissional. Noralisia Cerebral, realizado nos dias CRER, os alunos participaram de palestras com profissionais que atuam14 e 15 de outubro, em Las Vegas, na área Multiprofissional, como Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia eEstados Unidos. O evento, que acon- Psicologia. A experiência fez com que os jovens tivessem uma visão rea-tece anualmente, reuniu cerca de 200 lista do mercado trabalho e compreendessem de que maneira os conhe-profissionais e estudantes da área de cimentos adquiridos em sala de aula podem ser aplicados na carreira.Medicina Física e Reabilitação no au- Ao final das palestras, o grupo fez uma visita institucional para conhe-ditório da Instituição. Com o apoio cer melhor o CRER. O grupo Junior Achievement tem o objetivo de des-do laboratório Ipsen e Equiplex In- pertar o espírito empreendedor nos jovens através de seus programas.dústria Farmacêutica, o CRER reali- A entidade estimula o desenvolvimento pessoal, proporciona uma visãozou a transmissão, com tradução si- clara do mundo dos negócios e facilita o acesso ao mercado de trabalho.multânea e gratuita aos participantes. Errata Os créditos das fotos da primeira-dama e presidente da OVG, Valéria Pe- rillo, divulgadas na edição anterior da Crer em Revista são de Cristina Cabral. CRER EM REVISTA 11

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(62)3574-9000 CRER EM REVISTA 13

ARTIGOMobilidade Urbana: um desafio do poder público e da sociedade civil na cidade contemporânea Com a calçadas públicas com interesses pri- cabe exercer métodos de aproximação vados. Consequentemente, estaremos da sociedade, e uma rígida fiscalização, expansão do promovendo a revitalização destes com a aplicação da legislação pertinen- espaços e das relações sociais, assegu- te. À sociedade resta cobrar e exigir do fenômeno da rando por lei o direito à acessibilida- poder público o cumprimento da legis- de para o pedestre enquanto cidadão, lação e a realização de investimentos globalização incorporação do espaço da calçada na infra-estrutura urbana, dando ênfa- como via pública de interesse coletivo. se à qualidade de vida de todos os seus contemporâ- habitantes, sem nenhuma distinção. Pelo Estatuto do Pedestre, é ga- nea, a socie- rantido às pessoas com deficiência o “A principal diretriz direito de inclusão social por meio da dade passou garantia à acessibilidade, mobilidade para a implantação des- e a eliminação das barreiras arquite- se Programa Estratégi-Por a integrar os tônicas que criam constrangimentos co é a adequação das grandes cen- à circulação em vias públicas. Nesse calçadas para atenderCidinha tros urbanos, sentido, a lei prevê medidas de ade- o fluxo de pedestre daSiqueira sob o prisma quação de calçadas, que deverão ter cidade, especialmente declividade máxima de 2% do alinha- de crescimen- mento para o meio-fio, que devem do pedestre com ser rebaixados com rampas ligadas mobilidade reduzida.to exorbitante e desordenado, caracte- às faixas de travessia. Também estará proibido o uso de revestimentos que CidinhaSiqueira,psicóloga, pedagoga,rizando assim a intensidade das ativi- formem superfícies inteiramente lisas. vereadora por Goiânia e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cida-dades humanas e o desenvolvimento O Programa Acessibilidade Uni- dania da Câmara Municipal de Goiânia. versal tem como objetivo dar garantiaacelerado das metrópoles brasileiras. ao cidadão do direito de movimentar- se e locomover-se de acordo com asNos últimos anos, o Brasil pas- suas capacidades individuais, livre de obstáculos que limitem ou impeçamsou por diversas transformações eco- o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança. A princi-nômicas e culturais. O fácil acesso pal diretriz para a implantação desse Programa Estratégico é a adequaçãoa rede de consumo automobilístico das calçadas para atender o fluxo de pedestre da cidade, especialmente doproporcionou um verdadeiro engar- pedestre com mobilidade reduzida.rafamento nas vias públicas, gerando Para que se construa uma cidade acessível a todos é necessário que hajaconflitos e disputas de espaço entre uma parceria irrefutável entre a socieda- de e o poder público. Ao poder públicopedestres, ciclistas e motoristas de au-tomóveis. Dessa forma, deslocar-sea pé é um grande desafio, exige con-dições imprescindíveis de acessibili-dade, segurança e conforto, que sãodireitos assegurados pelo Estatuto “do Pedestre (Lei Municipal nº 8.644).É necessário que o poder públicoreavalie e requalifique as vias públicasa fim de ampliar a acessibilidade do pe-destre, proporcionando melhor quali-dade de vida aos habitantes da cidade,além é claro da inclusão social. No casodas áreas urbanas centrais das grandescidades, esta requalificação possibilita-rá na redução de entulhos jogados emvias públicas e utilização irregular das14 CRER EM REVISTA

ESPAÇO DO PACIENTEQuando o prazer pela vida vence as dificuldadesO ano era 1978. Profis- pital. “Eram quinze dias internado e útil e de se dedicar ao trabalho quando quinze dias em casa. Foi um perío- surgem as oportunidades. “Eu procu-sional da então Universidade Católica do que estive totalmente comprome- ro estar em atividade, nunca me dei-de Goiás, hoje PUC – Goiás, Manoel tido, não conseguia me locomover xei acomodar com as situações, tenhoMessias Cerqueiro, na época com 23 de um lado para o outro.” amigos e familiares que possuem co-anos, exercia sua função de escriturá- mércio e sempre que posso eu ajudo”.rio quando começou a sentir dificul- Hoje, paciente do CRER, e total-dade em suas atividades e a perceber mente independente, Manoel Messias Como amante de música, Ma-as primeiras alterações, resultantes de pratica equoterapia e participa de ati- noel Messias também participa douma lesão cerebelar. “O processo foi vidades de educação física. Além dos coral da Igreja Presbiteriana, da quallento e veio progredindo. Tudo come- ganhos físicos, com a melhora de equi- faz parte, tendo já integrado o grupoçou com a perda de movimentos e de líbrio e coordenação motora, e controle de coro da Adfego. Além da melhoraequilíbrio, dificuldades na visão e au- dos tremores por todo o corpo, para da dicção e da respiração, afirma quedição. Procurei um neurologista, que ele a equoterapia também o ajuda a o gosto por cantar também está nanão soube dizer o que era. Fui a outro, minimizar a ansiedade. “O cavalo me harmonia que a música lhe transmite.que desconfiou e pediu uma tomogra- transmite tranquilidade e confiança”,fia, o que na época era muito difícil garante. Participante de grupos de Bem popular, faz amigos poraqui em Goiânia. O exame constatou adultos, outro aspecto importante das onde passa e se oferece sempre a aju-que era lesão cerebelar, uma perda de terapias é o fato de estar em contato dar. Por essa característica há sem-células do cerebelo. O médico me disse com pessoas, poder criar amizades e, pre um familiar que lhe sugere can-que eu tinha que trabalhar com as célu- principalmente, aprender com as expe- didatar-se nas eleições municipais,las ao redor para elas fazerem as duas riências de cada um. “Os grandes pen- ao que responde de forma taxativa,funções, e assim compensar a falta das sadores falam que é preciso se espelhar “a política não é o meu caminho”.outras. E eu estou nesta luta até hoje”, nos exemplos do outro”, declara comrelembra de forma rápida e natural. a propriedade de quem não se deixou Manoel Messias é um exemplo abater pelas dificuldades enfrentadas. de que com fé, leveza e alegria é pos- Após o primeiro ano dos sinto- sível romper os obstáculos de cada dia,mas iniciais, Manoel Messias entrou Ao contrário de permanecer pas- sejam eles quais forem, e tirar sem-em um estágio de “quase coma”, como sivo diante das mudanças que a vida pre uma parcela de aprendizado. “Euele mesmo define. “Perdi todos os mo- lhe impôs, Manoel Messias optou em sempre fui da luta, nunca deixei mevimentos, audição, visão. Fui afastado se adaptar às novas situações e, como abater. Eu penso que todo ser huma-do trabalho por motivo de doença, e destaca, aprendeu que é preciso dar va- no, seja deficiente ou não, ele deve es-depois aposentado pela Previdência lor às mínimas coisas. Durante 20 anos tar sempre em harmonia, deve quererSocial”, relata. Senhor Messias, como é praticou natação na Adfego – Associa- lutar sempre. Viver é bom!”, finalizaconhecido, lembra que durante muito ção dos Deficientes Físicos do Estado em uma autodescrição firme e segu-tempo ficava entre sua casa e o hos- de Goiás e sempre fez questão em ser ra, emoldurada por seu sorriso fácil. CRER EM REVISTA 15

CONHEÇA SEUS DIREITOS Cursos qualificam pessoas comdeficiência para o mercado de trabalhoOmercado de trabalho para Em Goiânia, existem diver- Para obter informações sobre sas Associações que oferecem cur- cursos de qualificação profis-as pessoas com necessidades especiais, sos de qualificação profissional des- sional destinados às pessoascomo prescreve o Ministério do Traba- tinados às pessoas com deficiência : com deficiência, os interessadoslho e Emprego (MTE), felizmente, tem Associação dos Deficientes Físicos podem contatar:apresentado avanços nas últimas déca- do Estado de Goiás (Adfego), Asso-das. Hoje, é possível observar a presen- ciação dos Deficientes Auditivos do Associação dos Deficientes Fí-ça eficiente de pessoas com deficiência Estado de Goiás, Associação dos De- sicos do Estado de Goiás (Adfe-em várias áreas, seja como profissio- ficientes Visuais do Estado de Goiás go) – (62) 3202-3313nais liberais, servidores públicos ou (Advego), Associação das Mulherestrabalhadores dos setores de produção. Deficientes Auditivas e Surdas de Associação dos Deficientes Goiás (Amdasg), Associação dos Pais Auditivos do Estado de Goiás Conforme a legislação traba- e Amigos dos Excepcionais (APAE) – (62) 3202-2845 / 3134lhista - Lei nº 8.213/91, art. 93, as empre- e Associação Pestalozzi de Goiânia.sas com mais de 100 funcionários de- Associação dos Deficientesvem respeitar a regulamentação acerca O responsável pelo departa- Visuais do Estado de Goiás (Ad-das cotas, ou seja, destinar entre 2 e 5% mento de seleção da Adfego, Jaire Reis, vego) – (62) 3092-3132de suas vagas a trabalhadores com al- conta que a associação oferece cursosgum tipo de deficiência ou reabilitados de informática básica e possue par- Associação das Mulheres De-pela Previdência Social. As deficiências cerias com o SENAI e SENAC para o ficientes Auditivas e Surdas deexistentes podem ser física, auditiva, encaminhamento ao mercado de traba- Goiás (Amdasg)visual, intelectual e múltipla. A condi- lho. A Advego oferece cursos de libras, – (62) 3284-3601 / 3202-3134ção de pessoa com deficiência deverá serigrafia, pintura e oficina de costura.ser comprovada por meio de laudo A APAE disponibiliza diversos cursos Associação dos Pais e Amigostécnico médico ou certificado de reabi- nas áreas de auxiliar de marcenaria, au- dos Excepcionais (APAE)litação profissional, emitido pelo Insti- xiliar de jardinagem, auxiliar de copa/ – (62) 3226-8000 / 3532-6900tuto Nacional do Seguro Social (INSS). cozinha, higienização e conservação de ambiente, pintura e acabamento em Associação Pestalozzi de Goiâ- Esta é uma oportunidade para peças decorativas. A Associação Pesta- nia – (62) 3515-5665a pessoa, que possui algum tipo de defi- lozzi de Goiânia qualifica profissionaisciência, mostrar capacidade para desen- nas áreas de auxiliar de cozinha, lim- Fonte: Site do ministério do trabalho e emprego (MTE)volver atividades como qualquer outro peza e marcenaria, e segundo a peda-profissional dentro de uma instituição, goga da Instituição, Daniela França,desde que sejam respeitadas suas li- responsável pelo encaminhamento aomitações e lhe sejam oferecidas con- mercado de trabalho, esta é “uma opor-dições de acessibilidade ou recursos, tunidade para aqueles que desejam ad-para que este trabalho seja realizado. quirir experiências e enriquecer o cur- rículo”. Todos os cursos são gratuitos. Segundo o site do Ministério Para se inscrever, o interessado deve en-do Trabalho e Emprego, apesar da fis- trar em contato com as Associações.calização da lei, muitas vagas ficam emaberto nas empresas devido a falta dequalificação dos candidatos e a ausênciade acessibilidade nos locais de trabalho.16 CRER EM REVISTA

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MEIO AMBIENTEDescarte consciente de bens Projeto Cata-Treco, da Prefeitura de Goiânia, recebe adesão da população e colabora com a preservação ambientalH oje, com o cresci- rios, acumulando mais lixo e ani- veitá-los, vendê-los ou doá-los. De mais que favoreçam à proliferação 26 de julho, data do início do pro-mento da população e alta do con- de doenças, dentre elas a dengue. jeto, até 20 de outubro foram rece-sumo, o excesso de lixo tornou-se bidas 1.903 solicitações, tendo sidoum problema grave nas grandes Todos os equipamentos e atendidas 1.864 delas. Com a gran-cidades. Em Goiânia 320 mil tone- móveis recolhidos na casa das pes- de participação da população aoladas são produzidas por ano, e 1% soas são encaminhados a 13 coope- projeto, foram realizados três mu-é de eletrodomésticos e móveis jo- rativas cadastradas no Programa tirões para atender às solicitações.gados fora, que vão parar no ater- Goiânia Coleta Seletiva (PGCS),ro sanitário. Neste porcentual está responsáveis por verificar o estado “O Cata-Treco obteve umacomputado também o que é reco- dos produtos que podem ser reu- adesão impressionante. O númerolhido às margens ou dentro dos tilizados ou reciclados. Após esse elevado de ligações está associado àcórregos e em lotes baldios. Parte procedimento elas poderão reapro- consciência dos goianienses em cui-desses objetos poderia ser reforma-da e o restante ser desmontado e Fotos: Luciano Magalhãester seus materiais reaproveitados.Para evitar o desperdício, a Pre- Equipe do projeto Cata-Treco durante coleta de bens domésticos inservíveisfeitura, por meio da Companhiade Urbanização de Goiânia (Co-murg), criou o Projeto Cata-Treco. O serviço colocado à disposi-ção da população coleta todo o tipode bem residencial que não maisinteressa ao proprietário, como fo-gão, sofá, computadores, geladei-ras, cama e outros. Mesmo aquelesobjetos inservíveis são recolhidos,já que seus componentes, comometal, madeira e plástico, podemser reciclados e gerar renda. O ob-jetivo é facilitar o descarte, evitan-do que esse tipo de resíduo termineem lotes baldios e nas margens dos18 CRER EM REVISTA

dar melhor do local em que moram Caminhão da Comurg recolhe e transporta materiais Solicitaçãoe de preservar o meio ambiente. A coletadosPrefeitura soube mostrar à popula- Para agendar a coleta dosção a importância de fazer o descar- tecido e espuma deteriorados. A bens inservíveis, os interessadoste consciente de lixo e bens inserví- terceira categoria é a dos perigo- devem ligar para 3524-8555 ouveis e a população mostrou-se muita sos, cuja reutilização ou recicla- 0800-6460-156. A partir desse conta-sábia em acatar as ideias e praticá- gem não é possível porque repre- to é gerada uma ordem de serviçolas”, avaliou Luciano Henrique de sentam riscos à saúde pública. para que a equipe responsável efe-Castro, presidente da Comurg. tue a coleta do material, que tem Jornal O Popular - Veiculado no dia 21/11/2011 ocorrido em um prazo aproximado “Além de reaproveitarmos de três dias após a ligação. Atual-materiais que são de grande utili- mente três caminhões, devidamen-dade para quem precisa (no caso, te identificados com as logomar-os integrantes das cooperativas) cas do Programa Goiânia Coletae de gerarmos trabalho e renda, Seletiva e do Projeto Cata-Treco,com o Cata-Treco estamos evi- estão envolvidos no transportetando um sério impacto no meio dos eletrodomésticos e móveis.ambiente. Prevenimos o descarteincorreto, às margens e dentro demananciais ou em lotes baldios,e reduzimos o volume de lixo en-caminhado ao aterro sanitário”,arrematou o presidente, ao desta-car o objetivo principal do Projeto. Tratamento e Triagem Os bens domésticos inserví-veis (BDIs) são encaminhados di-retamente às cooperativas, ondeé feito o trabalho de triagem, di-vidindo-os por tipo e categoria.O primeiro tipo corresponde aosmóveis e componentes (sofás, ca-deiras, mesas etc) e o segundo, ele-trodomésticos (geladeiras, micro-ondas, fogão, computadores etc). Os dois tipos são subdivi-didos em três categorias. A pri-meira é a dos recuperáveis, querecebem tratamento de acordocom os princípios de reutiliza-ção e reciclagem. Nesta categoriase enquadram todos os móveis eeletrodomésticos que podem seraproveitados de alguma forma,seja para reforma ou desmonta-gem e reciclagem de componentes. Na categoria dos não-recu-peráveis, são incluídos aquelesobjetos e materiais que não têmqualquer aplicação, ou seja, queprecisam mesmo ser descartadosno aterro sanitário. Nesta catego-ria enquadram-se, por exemplo, CRER EM REVISTA 19

POR DENTRO DO CRERCRER cresce e oferece novos serviços Além de ampliar sua capacidade física e de atendimento,Hospital passa a contar com UTI e moderno centro cirúrgicoN o dia 27 de março de do serviço de enfermagem, Janine quadro de colaboradores do Hospital. de Paula, acompanhou a implanta- UTI -2008, o CRER iniciava as obras do seu ção dos novos serviços do CRER. De acordo com o Ministérioousado projeto de expansão. Com “O Hospital cresceu de uma vez”,pouco mais de cinco anos de fun- afirma Janine, ao falar também da da Saúde, UTI’s são unidades hos-cionamento, a Instituição planejou responsabilidade técnica e social pitalares destinadas ao atendimen-a ampliação da área física e implan- da Instituição que cresce a cada dia. to de pacientes graves ou de riscotação de novos e importantes servi- que dispõem de assistência e acom-ços, dentre esses o Centro Cirúrgico A estrutura do Hospital panhamento médico ininterrup-e a Unidade de Terapia Intensiva - atende todas as exigências técni- tos. No CRER, a UTI foi projetadaUTI, além do serviço de internação cas necessárias para oferecer se- a partir da necessidade de oferecerque teve sua capacidade ampliada. gurança e serviços de qualidade à suporte avançado de vida a pacien- sociedade. O hospital conta com tes agudamente doentes com insta- No dia 28 de julho deste ano, instalações e equipamentos mo- bilidade clínica e com potencial deo CRER recebeu o primeiro paciente dernos que garantem aos pacien- gravidade. Em alguns casos, o pa-na Unidade de Terapia Intensiva. A tes mais conforto no tratamento. ciente em fase aguda da doença émesma possui capacidade instala- encaminhado a UTI para que possada para 20 leitos, sendo dois destes Outro importante aspecto iniciar seu tratamento de reabilita-de isolamento para acomodar pa- dos serviços prestados pelo CRER, ção o mais rápido possível, quandocientes em precaução de contato. A conforme destaca Janine, é a inova- necessário e com condições clínicas.UTI é um ambiente de alta comple- ção, dinamismo e responsabilidadexidade, reservado e único no am- de todas as equipes que integram o Segundo Aline Vaz, super-biente hospitalar, onde é realizadomonitorização completa e vigilân- Wanessa, ao centro, Janine (à dir), Aline (à esq) e parte da equipe de enfermagem do CRERcia 24 horas por dia dos pacientes. Um dia após a inauguraçãoda UTI, o novo Centro Cirúrgico doCRER também entrou em funciona-mento. No primeiro dia de ativida-des, 29 de julho, foram realizadas oitocirurgias, dentre essas tenotomia,alongamento de tendão, tenoplas-tia, tratamento cirúrgico de pé tor-to congênito, artroscopia de joelho eartroplastia de quadril, entre outras. O serviço de internação tam-bém foi contemplado com o projetode expansão do CRER. Antes da am-pliação, o Hospital contava com 62leitos para internação. No dia 4 deagosto, 71 novos leitos foram aber-tos. A enfermeira e coordenadora20 CRER EM REVISTA

visora de enfermagem em UTI, a te fique em observação durante as 120 primeiros diasestrutura é “muito importante para duas primeiras horas após a cirur- de funcionamento:o avanço terapêutico”. No entanto, gia, sendo acompanhado e monito-é um período onde a rotina impõe rado por uma equipe de enferma- UTI:o afastamento do paciente com os gem e um médico anestesiologista. 141 pacientes foram admiti-familiares e amigos, situação que dos, sendo 8,5% são cirúrgicosé amenizada pelas visitas diárias. A nova estrutura do Cen- e 91,5% clínicos. Desse total,“No CRER, implantamos ações que tro Cirúrgico do CRER possibilita 141 pacientes, são:fortalecem o tratamento humani- que sejam realizados procedimen- - 35,6% acidente vascular cere-zado ao paciente e os estimulam na tos de média e alta complexida- bral (AVC) esquêmicorecuperação. O horário de visitas, des, antes não feitos no Hospital. - 20,2% traumatismo cranio-por exemplo, é acompanhado por encefálico – TCEpsicólogos e assistentes sociais. A Serviço de Internação - 11,5% AVC hemorrágicoreunião com a família é acompanha- O CRER oferece serviço em - 3,8% outros neurológicos:da pelo médico e enfermeiro res- ambiente de internação para trata- - 21,2% causas respiratóriasponsável pelo turno”, explica Aline. mento clínico, cirúrgico e/ou de re- - 1,9% cardíacos abilitação, com assistência integral, - 5,8% outros. Para a supervisora de enfer- humanizada e especializada. Os pa-magem, “a atuação profissional da cientes internados em processo de CENTRO CIRÚRGICO:equipe de terapia intensiva propicia reabilitação recebem atendimento Foram atendidos 854 pacien-mais qualidade no tratamento dos clínico adequado às suas necessida- tes, que geraram 1.741 proce-pacientes, bem como aos familiares, des, com o objetivo de intensificar dimentos cirúrgicos. Os maisque sentem-se tranquilos pela ação o tratamento multidisciplinar, com recorrentes são da Ortopediaintegrada do corpo de profissionais”. intervenções terapêuticas e orien- e da equipe de Otorrino. tações para promoção da saúde. A UTI do CRER , assim como Todos os apartamentos de in- CRER EM REVISTA 21todos os outros serviços, foi equi- ternação são compostos por doispada com aparelhos de ponta. leitos cada e são equipados com arCada leito é composto por quatro condicionado, cama com regulaçãobombas de infusão, monitor mul- automática, frigobar, banheiro priva-tiparamétrico, ventilador pulmo- tivo e TV Monitor LCD 32 polegadas.nar, dentre outros recursos de alta Os pacientes internados notecnologia. A unidade possui duas CRER contam com cuidados da equi-centrais de monitorização para con- pe médica e de enfermeiros 24 horastrole dos parâmetros de todos os por dia. Os que estão em processo depacientes internados. A estrutura reabilitação e permanecem internadostambém conta com aparelhos por- no Hospital são atendidos pela equi-táteis de Raio -X e ultrassonografia. pe multiprofissional (fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, A UTI do CRER foi implanta- fonoaudiólogos, entre outros) no lei-da para atender pacientes do Sistema to, uma forma de garantir praticida-Único de Saúde em sua totalidade. de e conforto durante o tratamento. Com a expansão, o setor de Centro Cirúrgico internação passou a contar com três O novo centro cirúrgico do postos de enfermagem, que funcio-CRER possui oito salas, sendo duas nam como estrutura de apoio paracom sistema de fluxo laminar, uma os médicos, enfermeiros, terapeutasespécie de barreira de proteção, e demais profissionais. Os antigose sistema de monitorização para apartamentos passaram por umavideoconferência, além de uma ampla reforma a fim de padronizarsala de recuperação pós-anesté- a estrutura oferecida aos pacientes.sica – RPA, presentes em poucas Atualmente, o CRER tem capacida-unidades hospitalares em Goiás. de para 111 pacientes internados. Em breve, serão, no total, 135 leitos. As salas de RPA, confor-me explica Wanessa Barcelos, en-fermeira responsável pelo CentroCirúrgico, permitem que o pacien-

SUPERAÇÃO O céu é o limite Conheça a história do primeiro piloto brasileiro a voar com próteseE“ de Helicóptero no Aeroclube de Goiás. mento na vida do meu filho e na nossa”, u nasci para voar. Pra mim, A carreira do comandan- conta o pai. A mãe lembra com lágrimas o que vale é tirar os pés do chão”. A daquela noite. “Quando o vi no Hugo, afirmação de Carlos Alberto Vascon- te Babau era conduzida pelo ta- disse a ele que o amava muito e não que- celos Santoro, 24, traduz ao pé da len to e compet ên cia do piloto, que ria tê-lo encontrado daquela forma”. letra sua paixão pela aviação. Pilo- tinha consolidado reconhecimento Apesar da dor, toda a família, amigos to profissional de helicóptero desde no âmbito profissional. Em maio de e pessoas ligadas à aviação se reuniram os 20 anos, quando obteve a carteira 2010, no entanto, um inusitado epi- no hospital em solidariedade ao jovem de piloto privado, Carlos não escon- sódio mudara o percurso de Carlos piloto. “Cerca de 150 pessoas aguarda- de seu entusiasmo com a profissão. Alberto. Ao voltar de uma festa com vam notícias do Carlos Alberto no hos- O interesse pela aviação, se- um amigo, o veículo em que estavam pital. Foi uma mobilização que impres- gundo Carlos Alberto, surgiu ainda na rodou na pista e chocou com uma ár- sionou até a equipe médica”, diz o pai. infância. Ele conta que sempre rece- vore. Com a batida, Carlos, que es- beu motivação da família, em especial tava com o braço para fora do car- Logo após a cirurgia, Carlos do pai, Carlos Almir. A mãe, Francisca ro, sofreu esmagamento e fratura recebeu a visita de uma psicóloga. A Cláudia, assistente social, lembra que exposta do cotovelo e antebraço direito. notícia da amputação foi, surpreenden- quando pequeno o filho preferia ir para temente, recebida por ele com naturali- o aeroclube do que para a praia. Car- Carlos Alberto foi conduzi- dade. “Ela me disse que hoje em dia exis- los Alberto e os irmãos Rafael e Márcia do imediatamente para o Hospital de tem muitas opções de próteses e bons Patrícia, piloto profissional de avião e Urgências de Goiânia (Hugo). Os mé- recursos terapêuticos. Eu só pensava na jornalista, respectivamente, nasceram dicos adiantaram à família que dificil- minha profissão. A primeira coisa que e cresceram em Fortaleza, capital ce- mente o braço seria recuperado. Numa pensei foi em voltar a voar”, lembra. arense, terra natal da mãe. Em 2001, tentativa de confortá-lo, Carlos Almir o pai de Carlos, que é zootecnista, foi foi surpreendido pela lucidez e sere- A surpresa para a família e transferido para Goiânia, para onde a nidade do filho. “Pai, eu sei que per- amigos veio em poucas horas. Após família se mudou e vive desde então. di meu braço”, disse. Babau recorda, a cirurgia, Babau mandou recado a De um carisma indizível e sem manifestar lamentação alguma, quem lhe aguardava: “Eu jamais vou senso de humor aguçado, Carlos Al- que já sabia que havia perdido o bra- deixar de voar. Nada vai me tirar da berto, ou Babau, como é chamado en- ço quando chegou ao Hugo. Sem outra aviação. Avise aos meus amigos que tre família e amigos, decolou cedo na possibilidade, o piloto foi submetido já estou com saudades”. A mensagem profissão. Aos 20 anos, o comandante a uma cirurgia para amputação tran- otimista foi estímulo e amparo para as Babau já se tornava um profissional sumeral – o paciente perdeu a mão, pessoas que também sofriam com o mo- bem sucedido da área, com o reconhe- o antebraço e parte do braço direito. mento. “Percebemos que mesmo dian- cimento e mérito que merecia. Além de te da perda e da dor, Carlos manteve a piloto, Carlos Alberto tornou-se cedo “Ao longo dos meus 56 anos, serenidade e aceitação”, pontua a mãe. professor das turmas de Piloto Privado esse foi o momento mais difícil da mi- “Meu filho saiu do hospital conforta- nha vida, mas confiamos em Deus e do por ele mesmo”, completa o pai. 22 CRER EM REVISTA na Medicina. Iniciava ali um novo mo-

Passado pouco mais de um mês do aciden- trabalho, acompanhou o voo pelo telefone e emocionou-se muito. “Sempre acreditamos que ele conseguiria, mas pen-te e depois de passar por mais dois procedimen- samos que levaria uns três ou quatro anos”, estimava o pai.tos cirúrgicos, Carlos Alberto iniciou seu tratamen- Foram necessários mais alguns voos de readapta- ção, todos feitos com o instrutor ao lado, e alguns ajustesto de reabilitação no CRER. A princípio, além das nas próteses. Segundo o tecnólogo em eletromecânica do CRER, Alysson Campos, o paciente foi o grande responsávelfisioterapias, foi encaminhado também para sessões de te- pelo sucesso das tentativas. “Nós fazíamos as próteses con- forme as orientações dele, que ia para o aeroclube testar erapia ocupacional. No entanto, apesar de ser destro, o pa- voltava com as sugestões de ajustes”. O terapeuta Dagoberto também destaca que o paciente foi o condutor do tratamen-ciente adaptou-se sozinho com facilidade e rapidamente to. “Ele apresentou uma capacidade incrível de enfrenta- mento dos problemas, determinante para sua superação”.tornou-se independente nas atividades de vida diária. O que A perfeição e precisão nos movimentos foi con-Carlos realmente ansiava era voltar a pilotar helicóptero. quistada na quarta, e definitiva, versão da prótese. No primeiro dia no CRER, o terapeuta ocupa- “Hoje eu ganhei o meu braço de volta”, disse emocio- nado ao pai, ao voar com a prótese. “Esse foi o momentocional que o acompanhava, Dagoberto Miranda, cha- que mais me marcou. Tive a certeza de estar reintegra-mou o pai e disse que precisavam recolocá-lo para do à aviação. Não tive insegurança alguma”, comemora.fazer o que amava: voar. Então, pai e filho foram apre-sentados à equipe da Oficina Ortopédica do CRER. “Na Com a prótese definitiva, o comandante Babau ini-Oficina, percebemos pessoas com um humanitarismo ex- ciou seu processo junto à Agência Nacional de Aviação Civiltraordinário, muito empenhadas em ajudar meu filho”. (Anac) para rechecar sua carteira de piloto privado profis- sional. No Centro de Medicina Aerospacial - Cemal, na ci- O desafio, tanto para Carlos quanto para a equipe do dade do Rio de Janeiro, Carlos Alberto obteve o CertificadoCRER, era grande. Nenhum outro paciente havia sido reabili- de Capacidade Física, que atesta que o piloto não apresen-tado a pilotar helicóptero. Nessas aeronaves, o piloto senta- ta limitações para exercer a profissão. Segundo ele, não háse à direita para manter a mão mais forte, que é geralmente a registro no Cemal de nenhum outro piloto de helicópterodireita, no cíclico em tempo integral. O cíclico, conforme expli- protetizado. Carlos Alberto, que desde o acidente pesquisaca o comandante Babau, serve para direcionar o helicóptero. casos semelhantes aos dele, acredita que é o primeiro e único piloto brasileiro de helicóptero a voar com prótese no braço. Mesmo com toda a adversidade da situação, a deter-minação e força de vontade de Carlos Alberto o impulsiona- No último dia 4 de dezembro, um examinador e umram em busca da concretização desse novo objetivo. Os pro- médico da Anac estiveram em Goiânia para realizarem o voofissionais do CRER empenharam-se em ajudá-lo. A equipe de teste que verificaria as condições técnicas e práticas paratécnica da Oficina Ortopédica se reuniu e foi, várias vezes, até revalidação da carteira de piloto privado de Carlos Alberto.o aeroclube de Goiás conhecer de perto o funcionamento do Pouco mais de meia hora foi o tempo suficiente para ele pro-helicóptero e a necessidade real do piloto. Carlos não queria var que, mesmo com a prótese, continua apto a pilotar he-que a aeronave fosse readaptada, e sim, o seu braço direito. licóptero, com a mesma segurança e habilidade de sempre. Com a aprovação e o recheque, o comandante Babau já an- Após algumas tentativas de adequação, o que até seia o próximo passo: checar a carteira de piloto comercial.então era improvável, mas muito desejado, aconteceu. Oprimeiro teste com a prótese ocorreu no dia 01 de setembro,exatos quatros meses após o acidente. Como todos os mo-mentos importantes na vida de Carlos Alberto, o primeirovoo com a nova prótese foi acompanhado pela família. “Agente chorava muito. Foi um momento de muita emoção”,recorda a mãe, que lembra também que o pai, por motivo de Fé, força de vontade e família Além de voltar a pilotar helicóptero, importante conquista, Carlos Alberto está muito além dos fatos e das pala- ele dirige carro, moto e, com a ajuda dos amigos e um pe-vras narradas. É difícil retratar a sutileza e serenidade comas quais o rapaz enfrentou o processo de readaptação e, prin- queno improviso, voltou até a tocar violão. “O que mudoucipalmente, os novos desafios. O piloto, apesar de ter perdi-do parte do braço, não perdeu o sorriso e alegria de viver. pra mim foi só a forma como faço as coisas. Até hoje não Um exemplo de superação e simpatia, Carlos Alber- encontrei nada que não conseguisse fazer”, impressiona.to demonstra uma incrível e contagiante vontade de vivere seguir em frente. “Eu não tenho o direito de ficar triste, Vale lembrar que a prótese desenvolvida para Carlosprincipalmente pela família, amigos e instrução que tenho.Agradeço a Deus pelos 22 anos que eu tive o meu braço”, Alberto é usada exclusivamente para pilotar. “Em momen-expressa o jovem, com uma sincera e comovente serenidade. to algum ele se preocupou com alguma outra prótese que “Não encaramos como castigo, tinha que acontecercom uma pessoa com a fortaleza espiritual do Carlos Alber- não fosse para uso profissional”, declara o pai. O espírito deto, até para servir de encorajamento para outras pessoas”,declara a mãe. Para o pai, a forma natural com que Carlos superação do competente e enérgico piloto impressiona a to-Alberto aceitou suas mudanças é produto de uma fé adqui-rida ainda na infância. “Só fé e Deus conseguem dar essa dos. De forma hábil e muito segura, Carlos Alberto não de-sustentação que ele apresentou. Passamos por um momentoúnico, de muita dor, mas também de muita fé e carinho da monstra limi-família. Ele nos mostrou que é um edifício de fé”, sinteti-za o pai. A mãe, de voz mansa e firme, completa: “A ori- tação algumagem da força dele é a mesma que a nossa: fé em Deus”. ao pilotar a Com muita tranquilidade e bom humor, Carlos Alber-to nunca se deteve a fazer algo e foi muito além dos limites. aeronave e até fazer mano- bras radicais. Difícil não se entusiasmar ao vê-lo co- mandando um voo. A impres- são que fica é que para o pi- loto o céu é o Ao lado dos pais e da irmã, Carlos Alberto se diverte único limite. com a pequena Paola, sobrinha e afilhada CRER EM REVISTA 23

agenda Parcerias Agos / NovJaneiro>>> Academia Brava Sport Center Grupo Junior Achievement Academia Flex Fitness Center Grupo MPLCurso Avançado de Ressonância Magnética do Academia Sport Total HospfarSistema Músculo Esquelético Allergan Ipsen Asmego Jornal Diário da ManhãData: 20 a 22 de janeiro de 2012 Audix Aparelhos Auditivos Jornal O HojeLocal: Auditório do CRER – Goiânia - GO AVM Faculdade Integrada Jornal O RepórterInformações: [email protected] / (62) 3232- B & F Medical Jornal Tribuna do Planalto3538 Baiano Folhagens e Verduras Laboratório Teuto Brasileiro Bambuí Negócios Imobiliários Lamash Moda BrancaFevereiro>>> Bernafon Leites Piracanjuba Blue Tree Towers Leroy Merlin18° Congresso Mundial de Ergonomia, Congres- Bolachas Mabel Maconso da União Latino-Americana de Ergonomia e Castro’s Park Hotel Meta Hospitalar16° Congresso Brasileiro de Ergonomia Catral Mil Esportes CDCS MultmedicData: 12 a 16 de fevereiro de 2012 Centro de Educação em Natural StepLocal: Centro de Convenções – Recife - PE Artes Basileu França Organização das VoluntáriasInformações: www.coffito.org.br/agenda Cevel do Judiciário - OVJ Cirurhelp Orquestra de VioleirosMarço>>> Colégio Adventista de Goiânia de Goiás Colégio Ateneu Dom Bosco Ortho PauherXIII Congresso da SPMFR - Sociedade Portugue- Colégio Eficaz Ossursa de Medicina Física e de Reabilitação Colégio Externato São José Ottobock Colombu’s Restaurante Palestrante Rosana BragaData: 08 e 10 de Março de 2012 Comfort Suites Flamboyant Panificadora MoreiraLocal: Hotel Cascais Miragem - Cascais - Portugal Conab PerfinasaInformações: www.congressospmfr.org / pmfr@ Conselho Estadual de Trânsito Polior Produtos Ortopédicosspmfr.org de Goiás- Cetran Pousada dos Pirineus Coral do TCE/TO Rabelo CalçadosX Curso de Cirurgia de Ombro e Cotovelo Coral Pequenos Aprendizes Receita Federal / FAMA Renauto NissanData: 15 e 16 de março de 2012 Coral Solo da Cidade de Goiás Restaurante Casa BuffetLocal: Instituto de Ensino e Pesquisa / Hospital Sírio- Creme Mel Sorvetes Rio Quente ResortsLibanês Bela Vista – SP Crispim+Veiga San Marino Suíte HotelInformações: (11) 3155-8800 / secretaria.iep@hsl. Deltronix Som & Ciaorg.br Drogaria Primavera Tend Tudo Equiplex Indústria Farmacêutica Tutti Fiori Cosmético Escola Conceito Unicom Escola Internacional de Goiânia Vanguarda Floricultura Mata Verde Viação Paraúna Fraldas Kisses Grupo JBS – FriboiMaio>>> Convênios atendidos no CRERHospitalar 2012 Affego Geap19ª Feira Internacional de Produtos, Equipamen- Amil IMAStos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Labo- Casbeg Ipasgoratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios. Cassi Plan-Assiste Celgmed Saúde CaixaData: 22 a 25 de maio de 2012 Correios SENAPREVLocal: Expo Center Norte - São Paulo - SP CREA SUSInformações: www.hospitalar.com Fassincra Unimed Fusex24 CRER EM REVISTA

PERFIL DO COLABORADOR“Mãe, olha lá o Thiaguinho!” Com carisma e profissionalismo,colaborador cativa pacientes e colegas de trabalhoE m outubro de 2004, em melhor de tudo, por trás de toda mon- carinho que recebemos dele, lá apren- tanha há um paraíso, depois da difi- demos a trabalhar”, relembra comuma seleção para maqueiros da Supe- culdade há a recompensa”, conclui. serenidade, deixando transparecer arintendência de Multiprofissional do saudade pelo avô paterno, já falecido.CRER, Thiago Souza Oliveira foi admi- Admirador da força que iden-tido como colaborador. Sua atribuição tifica nos pacientes do CRER, Thiago Hoje com a situação familiarprincipal era lidar diretamente com os também tem sua história familiar mar- mais estável, Thiago planeja voltar apacientes que participavam da Avalia- cada por superações e por fortes laços estudar na intenção de realizar umção Global e do Grupo de Orientação, de amor. Quando criança, com quase curso superior em Administração.bem como com a equipe de profissio- 05 (cinco) anos de idade, presenciou o “Assim que terminei o segundo grau,nais que realizavam tais atendimentos. afogamento do pai, Evanor Bento de com dezesseis anos, comecei logo a“Na recepção eu tinha que chamar os Oliveira, no rio Araguaia, enquanto trabalhar”, justifica-se. Ao lado da na-pacientes, mas era tanta vergonha que tentava salvar a vida de um filho. Com morada, Ana Cristina Damásio, quea voz mal saía”, lembra Thiago, que a perda precoce, ficaram sem o am- conheceu no CRER, quando ela traba-desde o início ficou carinhosamente paro do provedor da família, Thiago, lhava no Serviço de Atendimento aoconhecido por Thiaguinho. “Os pa- seus dois irmãos também pequenos, Cliente, seus momentos de lazer sãocientes percebiam minha vergonha Alessandro Bento e Anderson Diogo, divididos no cuidado com os cincoe me ajudavam muito, com o tempo e a mãe, Divina Souza Rosa. Desde cachorros da família, idas à igreja, aoeles mesmo se apresentavam, e ainda então, a família passou a viver tem- cinema, ao shopping, ou mesmo noalguns me davam dicas – fica mais no pos difíceis, entretanto uma pessoa foi preparo de refeições em casa. “Não seimeio, fale um pouco mais alto. Depois muito marcante para a superação dos cozinhar, mas gosto de dar os meusdesses anos melhorei bastante, mas problemas. “Minha mãe saía para tra- palpites. Sempre fica muito bom”, jus-ainda hoje sou muito tímido,” destaca. balhar e deixava os filhos pequenos tifica sua participação, também um na oficina mecânica do meu avô, que pouco tímida, no preparo dos pratos. Atualmente, Thiago exerce a ajudava no nosso sustento. Além dofunção de Agente Administrativo daCoordenação de Atendimento a Pa- Alegria por estar entre os amores. Thiago com a mãe, Divina, e a namorada, Ana Cristinacientes Ambulatoriais. “Meu papelé quase de mediador entre médicose pacientes, o que me permite fazermuitas amizades. Há pacientes doCRER que conheço desde quando en-trei aqui, e posso dizer que a amizadeé o mais importante de tudo. Às vezes,quando saio, é comum ouvir algumpaciente dizer – mãe, olha lá o Thia-guinho!”, relata com a alegria de quemconquistou um verdadeiro tesouro. Querido pelos pacientes e pelosseus colegas, Thiaguinho destaca queo trabalho no CRER é uma grande es-cola, já que percebe principalmentena dedicação das mães, a quem cha-ma de “mãezinhas”, um amor imen-so, ânimo e alegria pelas conquistasalcançadas por seus filhos. “O CRERme ensina que é preciso focar no lado CRER EM REVISTA 25

últimodetalhe No CRER, crescer é natural, como ilustra a fotografia de Flávia Ferreira, Auxiliar de Formalização de Pes- soal do CRER. [ ENVIE UMA IMAGEM DE UM DETALHE DO CRER PARA O E-MAIL [email protected] E PARTICIPE DESTA SEÇÃO]26 CRER EM REVISTA

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