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Trabalho de Física (para leitura)

Published by luizavillaca2004, 2021-04-14 21:52:39

Description: Trabalho de Física (para leitura)

Keywords: energia nuclear,energia,renovável,eletricidade

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CIEC — CENTRO INTEGRADO DE ENSINO CONTINUADO ÁLVARO MARQUES SILVA ANE BEATRIZ DE ALMEIDA MARQUES EDUARDA VITÓRIA OLIVEIRA LEITE LUÍZA DA SILVA VILLAÇA MARIA CAROLINA FERNANDES DE LUCENA ARAÚJO PEDRO HENRIQUE BARRETO FERNANDES SEMINÁRIO DE FÍSICA ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL BOM JESUS DA LAPA 2021

ÁLVARO MARQUES SILVA ANE BEATRIZ DE ALMEIDA MARQUES EDUARDA VITÓRIA OLIVEIRA LEITE LUÍZA DA SILVA VILLAÇA MARIA CAROLINA FERNANDES DE LUCENA ARAÚJO PEDRO HENRIQUE BARRETO FERNANDES Seminário de física energia elétrica no Brasil Trabalho escrito do seminário proposto à turma do terceiro ano do ensino médio, apresentado à disciplina de física da escola CIEC, Centro Integrado de Ensino Continuado, visando a compreensão acerca dos aspectos das diversas formas de energia elétrica no Brasil. Orientador (a): Professor Anderson Guedes. BOM JESUS DA LAPA 2021

RESUMO Em geral, energia é a relação de trabalho entre elementos de um sistema que provoca transformações nesse mesmo sistema. Para o ser humano, esses elementos produtores de energia podem ser definidos como fontes energéticas. Objetivo: Essa pesquisa analisa os processos relacionados às diferentes fontes da matriz energética no Brasil, mostrando suas vantagens e desvantagens nos âmbitos ambientais, políticos e socioeconômicos. Resultado: Algumas fontes de energia renováveis são consideradas também formas de energia limpa, apesar disso, podem ser caracterizadas pela modificação da paisagem e da biodiversidade, pela remoção de populações, pela desigualdade no acesso aos recursos energéticos e pelo alto custo em investimento e em tecnologia. Por outro lado, quanto às fontes de energia não renováveis, pode-se citar os combustíveis fósseis (de alta eficiência energética e baixo custo, mas elevado impacto ambiental) e os combustíveis nucleares (de alto risco para acidentes nucleares e vazamentos de lixo, de custo elevado e menor nível produtivo, mas menor poluição atmosférica.). Conclusão: Sendo a matriz energética brasileira mais renovável que a matriz mundial — baseada principalmente no uso de combustíveis fósseis —, e sabendo-se que cada fonte energética apresenta prós e contras, é essencial o pesar desses aspectos para a determinação de melhorias na diversidade e na atuação da matriz energética brasileira. Palavras-chaves: Energia. Fonte renovável. Fonte não renovável. Impactos. Matriz brasileira. Energia Nuclear.

ABSTRACT In general, energy is the work relationship between elements of a system that causes transformations in that same system. For humans, these energy-producing elements can be defined as sources of energy. Objective: This research analyzes the processes related to the different sources of the energy matrix in Brazil, showing their advantages and disadvantages in the environmental, political and socioeconomic spheres. Result: Some renewable energy sources are also considered forms of clean energy, despite this, they can be characterized by the modification of the landscape and biodiversity, the removal of populations, the unequal access to energy resources and the high cost of investment and technology. On the other hand, for the non-renewable energy sources, can be cited the fossil fuels (high energy efficiency and low cost, but high environmental impact) and the nuclear fuels (high risk of nuclear accidents and waste leaks, high cost and lower production level, but less air pollution.). Conclusion: Since the Brazilian energy matrix is more renewable than the world matrix — based mainly on the use of fossil fuels — and knowing that each source of energy has pros and cons, it is essential to weigh these aspects in order to determine improvements in diversity and in the performance of the Brazilian energy matrix. Keywords: Energy. Renewable source. Non-renewable source. Impacts. Brazilian matrix. Nuclear energy.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................5 2. DESENVOLVIMENTO .....................................................................................................6 2. 1. HISTÓRIA DAS USINAS ENERGÉTICAS DO BRASIL ...........................................6 2. 1. 1. ENERGIA HIDRÁULICA .....................................................................................7 2. 1. 2. ENERGIA EÓLICA................................................................................................8 2. 1. 3. ENERGIA SOLAR .................................................................................................9 2. 2. ENERGIA RENOVÁVEL ..........................................................................................13 2. 2. 1. TIPOS DE ENERGIA RENOVÁVEIS ................................................................14 2. 2. 2. IMPORTÂNCIA DA ENERGIA RENOVÁVEL ................................................17 2. 3. POTENCIAL E RISCOS DAS USINAS NUCLEARES.............................................19 2. 4. INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE USINAS NUCLEARES .......................20 2. 4. 1. ENERGIA NUCLEAR .........................................................................................20 2. 4. 2. FISSÃO NUCLEAR .............................................................................................20 2. 4. 3. FUNCIONAMENTO DE USINA NUCLEAR ....................................................21 2. 5. DESCARTE DOS RESÍDUOS NUCLEARES............................................................23 2. 6. ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL ...........................................................................26 3. CONCLUSÃO ..................................................................................................................29 4. QUESTÕES ACERCA DE ENERGIA ............................................................................32 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................35

5 1. INTRODUÇÃO Sabe-se que o desenvolvimento da civilização atual é diretamente relacionado à capacidade de obtenção de energia, sendo esta essencial para a evolução e adaptação humana ao meio ambiente desde o período neolítico, marcado pela descoberta do fogo. Com isso, vale ressaltar que, dentre as subdivisões energéticas, é a elétrica — idealizada pela primeira vez por Tales de Mileto — que será tratada ao longo da dissertação, especialmente sobre o que remete à energia nuclear, desenvolvida nas primeiras décadas do século XX. Atualmente, muito se discute quanto aos prós e contras de cada fonte energética, uma vez que, a conversão de recursos em energia implica questões ambientais, políticas, culturais, e socioeconômicas. Através de uma série de pesquisas bibliográficas feitas pelos componentes do grupo, entende-se a necessidade de contribuir ao dinamismo e à potencialidade da matriz energética brasileira por meio de posicionamentos políticos a fim de minimizar danos e riscos que acometem o ecossistema por conta da atuação de usinas elétricas. Ademais, é importante considerar o viés socioeconômico da população, a fim de preservar vidas e experiências históricas, além de trabalhar com a melhoria da empregabilidade e da estabilidade quanto às atividades econômicas relacionadas ao meio energético. Também, há a intenção de relembrar a necessidade da igualdade no acesso a essa energia elétrica e da adoção de medidas para redução do consumo e do desperdício elétrico. O desenvolvimento do trabalho desdobra-se em seis partes. Nele, sob um ponto de vista nacional, busca-se relatar a exploração de diferentes fontes energéticas ao longo da história. De forma que, apresente-se também qual a principal matriz energética do país. Após a exposição de informações sobre as fontes renováveis, os tópicos ramificam-se em torno de uma fonte de energia não renovável (a nuclear), uma vez que os recursos utilizados nesta não são naturalmente reabastecidos. A análise acerca da energia nuclear explora suas vantagens e desvantagens, além de tratar sobre seus processos de instalação, funcionamento e descarte de resíduos. Em seguida, relata-se a questão da energia nuclear no Brasil — sendo este o país com a quinta maior reserva de urânio do mundo. Por fim, a conclusão apresenta os posicionamentos do grupo em relação à temática, além da ilustração do contexto energético através de questões acadêmicas.

6 2. DESENVOLVIMENTO 2. 1. HISTÓRIA DAS USINAS ENERGÉTICAS DO BRASIL Muitas pessoas confundem matriz energética com matriz elétrica, mas elas são diferentes. Enquanto a matriz energética representa o conjunto de fontes de energia disponíveis para movimentar os carros, preparar a comida no fogão e gerar eletricidade, a matriz elétrica é formada pelo conjunto de fontes disponíveis apenas para a geração de energia elétrica. Dessa forma, podemos concluir que a matriz elétrica é parte da matriz energética. O Brasil apresenta a maior parte da energia consumida tem origem no petróleo e nos seus derivados, uma fonte não renovável. Muito embora possua uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo industrializado. Aproximadamente 43% da produção de energia no país é proveniente de fontes de energia renováveis, sendo elas a energia eólica, hidráulica, solar e biomassa. Gráficos de matrizes energéticas Brasil e mundo. (2006)

7 2. 1. 1. ENERGIA HIDRÁULICA A energia hidráulica é matriz elétrica predominante no Brasil. Graças à disponibilidade de água no país, que o coloca numa situação bastante confortável no que respeita à produção de eletricidade. No Brasil, a produção da energia elétrica com fonte renovável representa 80,4%, dos quais 65,2% tem origem hidráulica. A grande parte da energia elétrica produzida no Brasil é gerada por usinas hidrelétricas, aproximadamente 70% da energia disponível para consumo, sendo que 40,5% do potencial hidrelétrico do país está localizado na Bacia Hidrográfica do Amazonas, porém é na Bacia do Rio Paraná em que há a maior produção de energia. Isso se deve ao fato de o Brasil possuir muitos rios com grandes extensões, caudalosos, e correndo sobre planaltos e depressões. A primeira usina hidrelétrica do país e da América Latina a fornecer energia elétrica para iluminação pública, a Marmelos-Zero foi instalada no rio Paraibuna, altura da cachoeira de Marmelos, em Juiz de Fora (MG). Potencial elétrico por bacia hidrográfica. Apesar de ser uma fonte de energia renovável e não emitir poluentes, a energia hidrelétrica não está isenta de impactos ambientais e sociais. Algumas causas da construção de usinas são a degradação ambiental, inundação de áreas, destruição de ecossistemas, extinção de espécies, destruição de comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas, que muitas vezes já habitavam aquela região à bastante tempo, além disso aumentam a possibilidades da transmissão de doenças, como esquistossomose e malária.

8 2. 1. 2. ENERGIA EÓLICA O vento é usado como gerador de energia desde a antiguidade em sistemas como o bombeamento de água, a moagem de grãos e a movimentação de barcos. A energia eólica é gerada com a movimentação de grandes turbinas conhecidas por aerogeradores, em formato de cata-vento ou de moinhos. As turbinas são instaladas em regiões onde há os ventos chamados predominantes. Funcionamento das turbinas No Brasil a energia eólica já é a segunda maior fonte da matriz energética. O país chegou à marca de 16 GW no primeiro semestre de 2020. São 637 parques eólicos e 7.738 aerogeradores. Esses dados são possíveis graças ao potencial eólico do país, com destaque às regiões sudeste, nordeste e sul. A primeira turbina de energia eólica do Brasil foi instalada em Fernando de Noronha em 1992. Dois anos depois, entrou em operação a primeira usina

9 eólica conectada ao sistema elétrico integrado do país, na cidade de Gouveia - MG, no Vale do Jequitinhonha. Existem mais vantagens em optar pela adoção do sistema eólico do que desvantagens . Dentre os inconvenientes estão os impactos sobre a fauna, por conta da colisão de seres vivos voadores, e a poluição sonora, as turbinas não são de todo silenciosas e o barulho pode ser ouvido mesmo a grandes distâncias. Mas até esta desvantagem está a ser minimizada pela tecnologia, com uma diminuição do ruído provocado pelos aerogeradores de última geração. Os benefícios são socioeconômicos e ambientais, e vêm do fato dela ser renovável e causar baixo impacto nos locais da sua instalação e operação e não emitirem gases poluentes como o CO2. 2. 1. 3. ENERGIA SOLAR A energia solar é uma energia alternativa, renovável e sustentável que funciona utilizando a luz e do calor emitidos pelo Sol. Pode ser aproveitada e utilizada por diferentes tecnologias, como: aquecimento solar, energia solar fotovoltaica e energia heliotérmica. Os painéis solares produzem eletricidade, que passa por um inversor solar para converter essa energia em corrente alternada, para, então, ser transmitida pelas redes de transmissão de energia e distribuída para o uso em sua casa ou empreendimento. A energia elétrica é produzida em corrente contínua, portanto, eles precisam de um inversor solar para converter esta energia em corrente alternada.

10 A primeira usina solar fotovoltaica a gerar eletricidade em escala comercial no Brasil foi a MPX Tauá localizada no município de Tauá, no sertão do Ceará em agosto de 2011 . A usina tem capacidade inicial de geração de 1 megawatt. A energia solar no Brasil vem crescendo cada vez mais e tem capacidade instalada atual de 8,5 GW. Do total da matriz energética brasileira, 1,6% é produzido através sistemas solares fotovoltaicos. Existem diversos benefícios econômicos e ambientais que estão ajudando a impulsionar o crescimento desta fonte de energia renovável. Um dos benefícios é o fato de o país ter a maior taxa de irradiação solar do mundo, recebe uma insolação superior a 3000 horas por ano, sendo que na região Nordeste há uma incidência média diária entre 4,5 a 6 kWh. Potencial solar do território brasileiro. A maioria das vantagens da energia solar está relacionada com os seus benefícios ambientais. Dentre os principais pontos, destacamos: O fato de ser renovável, ocupar pouco espaço, não emitir poluentes, e ter baixa necessidade de manutenção. Entretanto todo sistema de produção de energia possui o seu lado negativo. Com a energia solar não seria diferente. Dentre as suas desvantagens, podemos citar: custo elevado, dependência climática, baixa capacidade de armazenamento e prejuízos ambientais, apesar de não emitirem poluentes, elas são responsáveis por uma grande mortalidade de pássaros.

11 2. 1. 4. ENERGIA NUCLEAR Energia nuclear ou atômica é a energia produzida nas usinas termonucleares, obtida a partir da fissão do núcleo do átomo de urânio enriquecido, liberando uma grande quantidade de calor gerando eletricidade. A energia nuclear mantém unidas as partículas do núcleo de um átomo, e a divisão desse núcleo provoca a liberação de grande quantidade de energia. O urânio é um recurso mineral não renovável encontrado na natureza, que também é utilizado na produção de material radioativo para uso na medicina, de armamentos como bombas atômicas. O coração das usinas nucleares é o reator nuclear, que usa a energia contida no interior do átomo para, simplesmente, ferver água. Daí em diante, tudo funciona como em uma usina a vapor qualquer, movida a carvão ou petróleo: o vapor d’água gira uma turbina, que movimenta um gerador, produzindo energia elétrica. No Brasil, a pesquisa teórica sobre energia nuclear teve início na Universidade de São Paulo (USP), no final dos anos de 1930. Porem a primeira usina nuclear brasileira entrou em operação comercial apenas em 1985, Angra 1, a segunda, Angra 2, entrou em operação comercial em 2001. O Brasil tem apenas duas usinas nucleares, responsáveis pela produção de 3% da energia consumida no país. A terceira usina, Angra 3, início em junho de 2010, estava previsto para entrar em funcionamento em maio de 2018, porém, em decorrência de interrupção das obras, o início das operações foi adiado para 2024. Dentre as vantagens da utilização da energia nuclear podemos citar: Não emissão de gases poluentes responsáveis pelo efeito estufa; exigência de pequena área para construção da usina; grande disponibilidade do combustível, não há risco de escassez evidente; a grande quantidade de urânio disponível também faz com que a produção desse tipo de energia tenha um baixo custo; pequeno risco no transporte do combustível; pequena quantidade de resíduos; independência de fatores climáticos. Sobre as desvantagens, cita-se: o risco de acidentes como os de Chernobyl e Fukushima; gestão de resíduos nucleares, o lixo nuclear leva muitos e muitos anos para perder sua radioatividade e isso é um perigo; o investimento inicial de uma usina nuclear é muito alto, assim como os das usinas vistas anteriormente; e contrário de outras opções de energia, a energia nuclear não é renovável porque o urânio deve ser extraído e não é regenerado.

12 2. 1. 4. ENERGIA TERMOELÉTRICA A energia termoelétrica é a energia produzida pela queima de combustíveis fósseis sólidos, líquidos ou gasosos. Os principais combustíveis utilizados são o carvão mineral, o óleo diesel, o gás natural, a gasolina e outros derivados de petróleo. Nas usinas, a geração de eletricidade ocorre através da queima do combustível que aquece a água, transformando-a em vapor. Este vapor é conduzido à alta pressão por uma tubulação que faz girar as pás da turbina, no qual o eixo está acoplado a um gerador que “envia” essa energia para o transformador, e a partir daí segue para a rede de distribuição. Depois que o vapor é resfriado retorna ao seu estado líquido e a água é reaproveitada, para ser vaporizada novamente. Esquema ilustrativo do funcionamento de uma termoelétrica. A primeira Central Termelétrica do Brasil, movida a vapor, foi inaugurada em 1883 nos Campos dos Goytacazes, com a potência de 52 kW. Já a primeira Usina Termelétrica do Brasil, movida a carvão mineral deu inicio no seu funcionamento em 1924 em Arroio dos Ratos, operando até 1956. No Brasil há 50 usinas termoelétricas que correspondem a menos de 10% de toda a energia produzida no país. As usinas termoelétricas podem ser edificadas praticamente em qualquer lugar, inclusive próximo de centros urbanos, diminuindo o desperdício nas linhas de distribuição. Além disso, podem ser construídas rapidamente para atender demandas emergenciais a médio e curto prazo, sendo uma excelente opção para países carentes de outras fontes energéticas para gerar eletricidade. Em contraponto a queima de combustíveis fósseis, libera gases na atmosfera e por isso, muitas vezes, as usinas termoelétricas aumentam o efeito estufa e causam impactos ambientais como aquecimento global, chuva ácida.

13 2. 2. ENERGIA RENOVÁVEL As fontes de energia podem ser divididas em dois grupos principais: permanentes (renováveis) e temporários (não renováveis). Energia renovável é aquela proveniente de recursos naturais que são naturalmente reabastecidos, como sol, vento, chuva, marés e energia geotérmica. É importante notar que nem todo recurso natural é renovável, como urânio, carvão e petróleo, que são retirados da natureza, porém existem em uma quantidade limitada. Em 2008, cerca de 19% do consumo mundial de eletricidade veio de fontes renováveis, com 13% provenientes da tradicional biomassa, que é usada principalmente para aquecimento, e 3,2% a partir da hidroeletricidade. A proporção das energias renováveis na geração de eletricidade é de cerca de 18%, com 15% da eletricidade global vindo de hidrelétricas e 3% das demais fontes renováveis de energia. A energia do Sol é convertida de várias formas para formatos conhecidos, como a biomassa (fotossíntese), a energia hidráulica, a eólica e a fotovoltaica, que contêm imensa quantidade de energia, e que são capazes de se regenerar por meios naturais. A geração de energia eólica está crescendo à taxa de 30% ao ano, com uma capacidade instalada a nível mundial de 318 105 mil megawatts (MW) em 2013, e é amplamente utilizada na Europa, Ásia e nos Estados Unidos. No final de 2009, as instalações fotovoltaicas (PV) em todo o globo ultrapassaram 21.000 MW e centrais fotovoltaicas são populares na Alemanha e na Espanha. Centrais de energia térmica solar operam nos Estados Unidos e Espanha, sendo a maior destas a usina de energia solar do Deserto de Mojave com capacidade de 354 MW.

14 A maior instalação de energia geotérmica do mundo é The Geysers, na Califórnia, com uma capacidade nominal de 750 MW. O Brasil tem um dos maiores programas de energia renovável no mundo, envolvendo a produção de álcool combustível a partir da cana de açúcar, e atualmente o etanol representa 18% dos combustíveis automotivos do país. O etanol combustível também é amplamente disponível nos Estados Unidos. 2. 2. 1. TIPOS DE ENERGIA RENOVÁVEIS A energia solar trata-se do uso do recurso natural mais abundante e com maior disponibilidade em todo o planeta; a luz do sol. Dessa forma, a utilização de suas tecnologias pode apresentar grande eficiência na geração elétrica em praticamente qualquer local do planeta. A luz solar permite a geração de energia elétrica através de duas formas principais:  Energia Solar Fotovoltaica: é a transformação da radiação solar diretamente em energia elétrica solar por meio das células fotovoltaicas, que compõem os módulos fotovoltaicos (placas solares) expostos sob a luz do sol. Essa tecnologia, além de ser utilizada em grandes projetos de usinas solares, hoje já se espalha por milhões de lares e comércios pelo mundo por meio dos chamados sistemas fotovoltaicos conectados à rede, que integram a geração distribuída de energia e permitem aos consumidores economizarem até 95% na conta de energia.  Energia Solar Heliotérmica ou Energia Solar Térmica Concentrada: Essa tecnologia, restrita ao segmento de geração centralizada devido ao tamanho do projeto demandando, utiliza um grande número de espelhos coletores que refletem, de forma concentrada, a luz do sol a um ponto específico de uma grande torre central, aquecendo a altas temperaturas materiais específicos que, com sua expansão ou vaporização, movimentam turbinas que geram a energia elétrica.

15 A energia eólica é a geração elétrica através da força dos ventos, na qual hélices com duas ou três pás são fixadas no topo de altas torres e giram conforme a intensidade dos ventos, produzindo energia através da força motriz gerada nas turbinas. Essa tecnologia, que também permite a geração pelo próprio consumidor através de micro torres eólicas, se espalha mais na geração centralizada devido à disponibilidade de sua fonte (ventos), bem mais restrita que a luz solar. A energia hídrica conta com a fonte renovável mais utilizada no Brasil através das grandes usinas hidrelétricas, que respondem por mais de 60% da matriz elétrica do país. Nessa tecnologia, a energia elétrica é gerada por grandes turbinas instaladas nas barragens das hidrelétricas, que são movimentadas pela força das águas represadas dos rios e liberadas conforme a necessidade de geração. Biomassa é a geração através da queima de materiais orgânicos, como o bagaço da cana-de-açúcar, mais comum no Brasil, ou também o álcool, madeira, palha de arroz, óleos vegetais, entre outros. Embora a queima desses materiais libere gases poluentes na atmosfera, ela é considerada uma forma limpa de geração devido ao fato de que essa quantidade de CO² é absorvida no cultivo desses materiais, zerando os impactos ambientais.

16 A energia geotérmica é a geração de energia por meio do calor interno da terra, através de usinas instaladas próximas a regiões onde esse calor se encontra mais próximo à superfície. Através de dutos especiais, uma grande quantidade de água é injetada no subsolo, a qual é expelida na forma de vapor através desses mesmos tubos e alimenta turbinas que geram eletricidade. Por último, energia maremotriz ou oceânica é o uso da força das ondas e marés já para a geração elétrica, através de grandes torres subaquáticas instaladas próximas ao litoral e que, por meio de hélices acopladas a elas, geram energia ao serem movimentadas pela força da água.

17 2. 2. 2. IMPORTÂNCIA DA ENERGIA RENOVÁVEL As energias renováveis são fontes de energia limpa, inesgotáveis e cada vez mais competitivas em relação às tradicionais. Elas diferem dos combustíveis fósseis principalmente em sua diversidade, abundância e potencial para uso em qualquer lugar do planeta, mas acima de tudo porque não produzem gases de efeito estufa – que causam mudanças climáticas – e poluem menos o meio ambiente. Seus custos também estão caindo, enquanto a tendência geral de custo para os combustíveis fósseis é na direção oposta, apesar de sua volatilidade atual. 1. Mudanças Climáticas O desenvolvimento de energia limpa é vital para combater as mudanças climáticas e limitar seus efeitos mais devastadores. 2014 foi o ano mais quente já registrado. A temperatura da Terra aumentou em média 0,85°C desde o final do século XIX, afirma National Geographic em sua edição especial de novembro 2015 sobre as alterações climáticas. Enquanto isso, cerca de 1,1 bilhão de habitantes (17% da população mundial) não têm acesso à eletricidade. Igualmente, 2,7 bilhões de pessoas (38% da população) usam biomassa convencional para cozinhar, aquecer e iluminar suas casas – com sérios riscos à sua saúde. 2. Acesso para todos Um dos objetivos estabelecidos pelas Nações Unidas é conseguir o acesso à eletricidade para todos até 2030, uma meta ambiciosa, considerando que, até então, de acordo com as estimativas da AIE, 800 milhões de pessoas não terão acesso à eletricidade, se as tendências atuais continuarem. 3. Vantagens das energias renováveis As energias renováveis não emitem gases de efeito estufa nos processos de geração de energia, tornando-se uma solução mais limpa e viável para evitar a degradação ambiental. A maior parte das fontes de energia poluentes é finita, esgotável. As reservas de petróleo e gás vão chegar ao fim algum dia, o que pode causar um impacto global que causaria um colapso. A energia renovável, pelo contrário, não explora os recursos naturais dessa maneira. Ela se aproveita de fontes inesgotáveis, que podem ser aproveitadas sem impacto.

18 4. Economia De acordo com o Fórum Econômico Mundial, em alguns países, a indústria de energia renovável atingiu o chamado ponto de inflexão. Isso significa que ela custa o mesmo – ou até menos – do que as fontes poluentes. 5. Geração de empregos O aperfeiçoamento constante do setor de energia renovável, o tem tornado cada vez mais competitivo. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a indústria de energia renovável já gera mais empregos que as de combustíveis tradicionais e poluentes. 6. Criação de novas tecnologias Por mais que a indústria de energia renovável venha se aperfeiçoando cada vez mais, muitas das tecnologias envolvidas são novas. Consequentemente, há um incentivo à inovação, pesquisa, e criação de novas tecnologias. 7. Desenvolvimento econômico A redução dos custos, geração de empregos e inovação tecnológica são especialmente importantes: são fatores essenciais para que uma nação seja mais competitiva. 8. Menor impacto ambiental O impacto ambiental é menor do que o provocado pelas fontes de energia com origem nos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), uma vez que não produzem dióxido de carbono ou outros gases responsáveis pelo “efeito estufa”. Gráfico comparativo sobre a porcentagem das fontes renováveis na matriz energética entre os países membros do BRICS, no ano de 2013.

19 2. 3. POTENCIAL E RISCOS DAS USINAS NUCLEARES Antes de apresentar o potencial elétrico das usinas nucleares, vale ressaltar que ela representa 10% da produção mundial de energia, segundo o relatório Electricity Information, publicado pela International Energy Agency (IEA), em 2018. Contribuição de cada fonte na matriz energética mundial, pela IEA. Mesmo sendo considerada uma fonte não renovável, as fontes de urânio já identificadas são suficientes para suprir de 60 a 100 anos de operação das usinas existentes no mundo. Ademais, usinas nucleares modernas utilizam apenas da fissão nuclear de minérios radioativos, sendo o urânio o mais utilizado, entretanto, a fusão nuclear é o ponto mais promissor considerando os depósitos de hidrogênio que existem de forma abundante nos mares. Além do grande potencial de expansão a energia nuclear é considerada limpa durante a sua produção, sendo que a maioria dos reatores nucleares emite apenas vapor de água inofensiva para a atmosfera, ademais, a quantidade de energia produzida por apenas uma pastilha de dióxido de urânio corresponde a aproximadamente a vinte e dois caminhões de óleo diesel em quantidade de energia que pode ser gerada. Ao contrário de muitas fontes renováveis (como a solar que não pode ser gerada à noite ou o vento que não pode ser gerado sem vento), a sua produção é enorme e constante durante centenas de dias seguidos, corresponde a 90% do ano, excluindo paradas programadas para recarga ou manutenção.

20 O principal risco da energia nuclear são os acidentes que podem ocorrer acarretando a grandes catástrofes, entretanto, as medidas atuais de segurança não podem evitar acidentes geográficos (terremotos e tsunamis) pode apenas tentar minimizar os estragos. Outro ponto negativo é o lixo produzido, sendo que os resíduos radioativos são muito poluentes, mortais tanto para o ambiente quanto para a população e levam milhares de anos até a degradação total. Além de não possuir um forma de descarte totalmente eficiente. Um ponto que ilustra o problema com descarte foi o acidente com césio-137 ocorrido em 13 de setembro de 1989 em Goiânia. 2. 4. INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE USINAS NUCLEARES 2. 4. 1. ENERGIA NUCLEAR Em primeira instância, de forma resumida, que o funcionamento de usinas tradicionais, para a produção da energia elétrica, baseia-se no acionamento de turbinas através da combustão de algumas substâncias como, por exemplo, o gás natural, o petróleo e o carvão. Ao tratar-se das usinas nucleares, o processo de produção da energia elétrica fica a cargo da fissão dos átomos de urânio que geram uma série de reações nucleares. Para que possamos entender o processo de fissão nuclear, é necessário que se conheça alguns pontos básicos da química como explica o professor e físico da UFRN, Elton Carvalho: “Os átomos são formados por três tipos de partículas: os prótons (com carga elétrica positiva), os nêutrons (com carga elétrica zero) e os elétrons (com carga elétrica negativa). Os prótons e nêutrons formam o núcleo do átomo e são responsáveis por praticamente toda a sua massa. Os elétrons são duas mil vezes mais leves que os prótons e orbitam o átomo na chamada eletrosfera. O que determina o elemento atômico é seu número de prótons: o hidrogênio tem um próton, o oxigênio tem oito e o urânio, 92. Os prótons, com carga positiva, se repelem eletricamente e que, em distâncias muito curtas, prótons e nêutrons se atraem pela força nuclear fazendo com que os nêutrons tenham o papel de estabilizar núcleos que tenham mais de um próton.” 2. 4. 2. FISSÃO NUCLEAR A fissão nuclear, em suma, se caracteriza pela quebra de um núcleo de um determinado átomo originando outros núcleos. Tal quebra acontece pelo bombardeamento de nêutrons sobre o referido núcleo esse, por sua vez, deve ser considerado físsil, ou seja, possui

21 tamanho e propriedades que suportam as reações nucleares. O núcleo então bombardeado acaba por gerar dois outros núcleos atômicos e nêutrons, e a partir dessa fissão uma considerável quantidade de energia é liberada na forma de calor. Quando os nêutrons gerados pela primeira fissão encontram os novos núcleos, esses também os fissionam promovendo uma reação em cadeia. Processo de fissão nuclear. A fissão do núcleo de urânio é um dos melhores exemplos ao se tratar de reações nucleares. Sendo bombardeado por um nêutron, o núcleo do átomo de urânio gera dois novos núcleos sendo eles de bário e criptônio, e nêutrons. No entanto, as reações de fissão não obedecem necessariamente a lei da conservação das massas que, por sua vez, afirma que a soma das massas dos produtos de uma reação é igual a soma das massas dos seus reagentes. Esse fato acaba sendo justificado por Einstein ao relacionar em sua equação (E = mc²) energia e massa, assim, pode se considerar que parte da massa fora transformada em energia liberada. 2. 4. 3. FUNCIONAMENTO DE USINA NUCLEAR Em uma usina nuclear encontra-se o reator, um conjunto de estruturas que viabilizam a produção de energia elétrica. Inicialmente, no interior do reator as barras de combustíveis que possuem isótopos fissionáveis originam uma serie de reações em cadeia (fissão nuclear) liberando uma imensa quantidade de energia na forma de calor. Esse calor esquenta a água que movimenta circularmente ao redor do núcleo do reator. Essa água a mais ou menos 300

22 graus Celsius se desloca para um gerador de vapor e aquece uma outra água transformando-a em vapor que movem as turbinas que, por sua vez, fazem funcionar um grande gerador elétrico produzindo a energia elétrica. O vapor produzido no processo é condensado em torres de refrigeração e reciclado pelo núcleo do reator, assim a produção de energia nuclear se torna constante, considerando o sistema fechado, ou seja, as usinas nucleares tornam-se fonte de uma espécie de energia renovável. Outrossim, nos diversos reatores, a 'população' de nêutrons, que mantém a reação em cadeia, é controlada mediante materiais que facilmente absorvem os nêutrons, como o cádmio, e o boro, comumente usados em forma de barras. Essas barras são introduzidas no reator e absorvem os nêutrons, desacelerando, por conseguinte, a reação e reduzindo a saída de energia do reator. Se as barras forem removidas, a reação se acelera novamente. Mas as barras são colocadas em posição tal que permitam ao reator produzir uma taxa de reação estacionaria. Vale ressaltar que uma blindagem se faz necessário para proteger o público e os operadores do reator contra os nêutrons e os raios gama emitidos pelos produtos de fissão. O tipo de blindagem mais frequente é o formado por um paredão de concreto com vários metros de largura. Frequentemente, por dentro desse paredão, coloca-se ainda uma chapa aço para reduzir a velocidade dos nêutrons rápidos que a atravessam, diminuindo a energia liberada do concreto. Funcionamento de uma usina nuclear.

23 2. 5. DESCARTE DOS RESÍDUOS NUCLEARES Denomina-se resíduo nuclear, radioativo ou atômico qualquer lixo oriundo de elementos, naturais ou artificiais, cujos átomos presentes nos núcleos emitem radiação de forma espontânea — ou seja, elementos radioativos. Além de comum nas áreas de agricultura, engenharia, indústria e medicina, é classificado em níveis conforme a toxicidade, portanto:  Resíduo de baixo nível (LLW— Low Level Waste).  Resíduo de nível intermediário (ILW — Intermediate Level Waste).  Resíduo de alto nível (HLW — High Level Waste). 1. Elementos radioativos da tabela periódica. 2. Símbolo internacional indicador da presença de radioatividade. A maior parte do lixo nuclear presente no mundo é produzido pelas usinas nucleares, contendo dejetos altamente tóxicos (em níveis ILW e HLW), aumento a necessidade de manuseio correto desses resíduos. O contato com esses rejeitos é maléfico à saúde, sendo responsável pelo surgimento de diversas doenças e pelo aumento da mortalidade. Sabe-se que, devido à capacidade de penetração dos raios gama, a radiação pode causar queimaduras corporais, destruição e mutação de células. Nesse processo, as células humanas são destruídas pelo calor ou transformadas em íons (átomos carregados), sofrendo fragmentação depois de ionizadas. Outro tópico importante sobre o depósito de lixo nuclear é a poluição radioativa dos oceanos, fenômeno não tão recente causado majoritariamente pelo Reino Unido e pela antiga União Soviética. Atualmente, cerca de 90% dessa radiação provém do vazamento de barris de lixo no Atlântico Norte, afetando a qualidade de vida e das relações ecológicas e aumentando o risco cancerígeno.

24 Segundo estudo realizado pelo Greenpeace — ONG mundial com foco em meio ambiente — em 2020, as crescentes montanhas de lixo nuclear em torno do mundo possuem potencial de desencadear uma imensa crise global. A tese indica que boa parte das instalações que armazenam resíduos nucleares apresenta-se quase saturada. Além da incapacidade de lidar com o excesso de resíduos, o documento aponta outros problemas na manutenção e na segurança desses estabelecimentos, como riscos de incêndio, de contaminação ambiental e de ataques terroristas. De acordo com Shaun Burnie, especialista em energia nuclear do Greenpeace da Alemanha e coordenador do estudo citado (2020) “mais de 65 anos se passaram após a autorização do uso de energia nuclear, porém nenhum país consegue ainda afirmar qual a solução para gerenciar os resíduos radioativos mais perigosos que são gerados durante a operação.”. A forma mais segura para tratar esses resíduos não reutilizáveis é através do armazenamento em recipientes específicos para ser empilhado e descartado em piscinas de resfriamento — repositórios — revestidas por materiais isolantes como o chumbo e o concreto, devendo permanecer no local por um período longo e variável de lixo para lixo, até ser considerado de radiação inativa. Esquema do tratamento de resíduos nucleares.

25 Armazenamento do lixo nuclear. Existem outras formas de tratamento deste tipo de lixo, como o armazenamento em depósitos ou no local de produção. Por vezes, os mais radioativos são lacrados em recipientes de vidro e, posteriormente, em tambores, para que sejam enterrados no subsolo. No descarte:  Não se mistura rejeitos líquidos com sólidos.  Deve-se usar vestimentas adequadas e futuramente descartadas.  Deve-se coletar materiais contaminados pela radiação.  Deve-se ocorrer a etiquetação e identificação dos resíduos. Barris de lixo nuclear para descarte. No Brasil, a Lei 10.308 de 2001 é a lei que trata sobre os resíduos radioativos. Nela, encontram-se especificações acerca dos tipos de depósitos, da seleção e construção dos locais, licenciamento, administração e operação, da remoção e da fiscalização dos rejeitos. Estabelece também os custos, remunerações e recolhimento de tarifas, as indenizações, a responsabilidade civil e as garantias relativas às essas instalações.

26 2. 6. ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL O Brasil tem apenas duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, responsáveis pela produção de 3% da energia consumida no país — em comparação, a usina hidrelétrica de Itaipu gera 15%. Angra 1 entrou em operação comercial em 1985 e, Angra 2, em 2001. A construção de uma terceira usina, Angra 3, foi iniciada há 35 anos, tem 62% das obras executadas, mas atualmente o canteiro encontra-se paralisado. A instalação das usinas em Angra levou em conta a proximidade tanto do Rio como de São Paulo. Dessa forma, é mais fácil transmitir a energia produzida para os grandes centros de consumo. Além disso, estar perto do mar é importante, já que é preciso muita água para resfriar o sistema — vale dizer que essa água não entra em contato com a radioatividade. Vista aérea das usinas de Angra 1 e Angra 2, envoltas pelo mar e floresta de Angra dos Reis. Estrutura de Angra 2: 1 a 4 — turbinas e geradores, 5 — reator, 6 — piscina de combustível usado, 7 — barreira de contenção de aço, 8 — barreira de contenção de concreto, 9 — sala de controle, 10 — administração.

27 Em uma usina nuclear, a energia é gerada pelo processo de fissão nuclear do urânio - ou seja, a quebra dos átomos — que ocorre dentro de uma estrutura chamada de reator. Uma pequena pastilha de urânio enriquecido, com o tamanho de uma bala, é capaz de produzir a mesma eletricidade que 22 caminhões tanques de óleo diesel. \"O combustível nuclear é o mais denso que o homem pode utilizar, ou seja, uma pequena quantidade produz muita energia\", explica Guimarães. O combustível usado no reator é formado por centenas dessas pastilhas. É um material radioativo, que se torna ainda mais radioativo com o processo de fissão. \"Um acidente nuclear é basicamente o vazamento do material radioativo\", explica Roberto Schaeffer, professor do Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). \"É muito mais provável que outras barragens no Brasil se rompam do que ocorra um acidente em Angra. Ainda assim, me assusta mais um acidente em Angra, devido à possível severidade\", opina. Segundo Guimarães, \"a prática da indústria prevê uma probabilidade de acidente severo, com liberação de material radioativo para o ambiente, na ordem de um a cada um milhão de anos\". O físico e mestre em engenharia nuclear Luiz Pinguelli Rosa, professor emérito do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ, reconhece que existem diversos dispositivos para evitar que material radioativo vaze para o meio ambiente. \"Mas (essa tecnologia) falhou em Three Mile Island (acidente nuclear nos Estados Unidos, em 1979), em Chernobyl e em Fukushima (acidente nuclear no Japão, em 2011). Desde então houve um avanço, mas não foi definitivo\", avalia. As usinas brasileiras são de um tipo diferente de Chernobyl. O reator usado em Angra 1 e Angra 2 é chamado PWR, onde o processo de fissão é controlado com água pressurizada. É o tipo de reator mais utilizado no mundo. Já o reator de Chernobyl usava grafite para controlar o processo. Depois de uma explosão de vapor, o grafite incendiou, enviando radioatividade para atmosfera. O fogo demorou oito dias para ser controlado. \"São tecnologias completamente diferentes. O acidente que ocorreu em Chernobyl é impossível de ocorrer em um reator PWR, porque água não pega fogo\", explica Pinguelli. \"O que pode ocorrer (no reator PWR) é uma explosão de vapor, que espalhe material radioativo no ambiente\", completa o pesquisador. Há uma série de procedimentos de segurança para evitar que uma explosão como essa ocorra. Por isso, é algo \"muito pouco provável, mas não quer dizer que seja impossível\".

28 Caso algo ocorra, o sistema conta com barreiras de contenção sucessivas, para que o material radioativo não se espalhe para o ambiente externo. Em usinas como as de Angra, a quantidade dessas barreiras de contenção é superior à que existia em Chernobyl. Primeiro, as pastilhas combustíveis têm uma estrutura molecular de barreira, para reter os produtos gerados na fissão, que são radioativos. Essas pastilhas, por sua vez, ficam dentro de um tubo feito de uma liga metálica especial, que também visa bloquear a saída de radiação. Os tubos são posicionados no interior do vaso reator, feito de três centímetros de aço especial \"projetado para resistir ao mais sério acidente\", segundo a Eletronuclear. Em Angra 1, só a tampa do reator pesa cerca de 40 toneladas. Ela teve que ser trocada, porque se descobriu que o material de que era feita era suscetível à corrosão sob tensão. Não havia nenhum sinal de deterioração, mas por medida de segurança, foi substituída. Por fim, o reator está dentro de uma estrutura com de 70 centímetros de concreto e uma camada de aço. Outro tipo de acidente possível - embora também improvável - é qualquer situação externa que comprometa a estrutura onde fica o reator, comprometendo as barreiras de contenção. É o caso de uma queda de avião no local. \"A região de Angra está em uma das rotas de aviação mais movimentadas do mundo (a ponte aérea Rio-São Paulo). Então, existe o risco de um avião cair ali\", diz Schaeffer. Por exemplo, a rota aérea entre o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, e o Aeroporto de Galeão, no Rio de Janeiro, passa a cerca de quatro quilômetros de Angra 1 e Angra 2 - segundo os trajetos exibidos no site FlightRadar24.com. Um terremoto ou maremoto nas proximidades também poderia abalar as estruturas do reator. É o que ocorreu com a usina de Fukushima, o maior acidente nuclear desde Chernobyl. Após um maremoto, foi formado um tsunami, que atingiu a usina, comprometendo os geradores de energia que eram usados para resfriar o sistema. Em consequência disso, ocorreram falhas - como derretimento e explosões nos reatores - que espalharam material radioativo. O Brasil, porém, não tem histórico de terremotos e maremotos. Mesmo assim, após o acidente de Fukushima, a Eletronuclear fez verificações de segurança em Angra, reavaliando a capacidade da estrutura de lidar com intempéries naturais.

29 3. CONCLUSÃO Após as pesquisas executadas acerca do tema, segue a elaboração do parecer de cada componente acerca das percepções e opiniões quanto ao potencial e à realidade da matriz de energia no Brasil. Ademais, nesse mesmo texto, contém uma sugestão em prol do aumento da capacidade de geração de energia elétrica no Brasil. ÁLVARO MARQUES SILVA: Após toda a pesquisa e estudo a energia nuclear mostrou-se bastante promissora e apesar dos perigos rompeu com a visão inicial criada a partir das catástrofes históricas. O Brasil apresenta um grande potencial nuclear considerando suas grandes reservas sendo a sétima maior reserva do mundo, entretanto a apresenta um baixa produção de energia possuindo apenas duas usinas nucleares. A produção de energia nuclear no Brasil é deixada de lado por conta dos grandes cursos d’água, dando preferência a produção hidrelétrica. Um fator para aumentar a produção de energia no Brasil de forma eficiente séria desmistificar os conceitos sobre energia nuclear, além de investir no setor de pesquisa nuclear para que se torne um setor eficiente com uma forma de descarte mais adequada e com uma possível fonte quase inesgotável (fusão nuclear que utiliza hidrogênio como combustível). ANE BEATRIZ DE ALMEIDA MARQUES: Fica cada vez mais claro que no futuro as fontes limpas de energia terão um papel fundamental no setor elétrico. Atualmente, quase todos os países do mundo buscam formas de variar sua matriz energética. Quando o assunto é a utilização de fontes renováveis, o Brasil está acima da média mundial. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em 2016, mais de 40% da energia consumida no Brasil era proveniente de fontes renováveis. A média mundial divulgada pela EPE foi de 14%. As principais fontes de energia do Brasil, atualmente, são: energia hidroelétrica, petróleo, carvão mineral e os biocombustíveis, além de algumas outras utilizadas em menor escala, como gás natural e a energia nuclear. O petróleo é utilizado para a geração de energia para veículos motores, através da produção de gasolina, óleo diesel, querosene. Além disso, também é responsável pelo abastecimento de usinas termoelétricas. É a principal fonte de energia brasileira. As principais bacias petrolíferas são: Bacia de Campos, a maior do Brasil; bacia de Santos, Bacia do Espírito Santo e Bacia do Recôncavo Baiano. Em meio à crise energética brasileira, cresce a busca por soluções rápidas que revigorem os atuais meios de geração de eletricidade e eliminem a possibilidade de apagões. Soluções rápidas e mágicas, porém, não

30 existem. Existem, sim, soluções elaboradas depois de anos de estudo, como um trabalho do professor Secundino Soares Filho, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Junto com sua equipe, ele desenvolveu dois softwares que podem melhorar em 5% o rendimento energético das usinas hidrelétricas, fonte de 92% da eletricidade do país. Outra possibilidade de aumentar os tão necessários megawatts está em auferir melhor aproveitamento da extração de energia elétrica do bagaço e da palha da cana-de-açúcar. Também fora dos tradicionais sistemas de geração de energia elétrica, uma nova tecnologia deve, nos próximos anos, ganhar espaço em residências, hospitais e pequenas indústrias. São as células a combustível, equipamentos que funcionam com hidrogênio puro ou extraído do gás natural. Outra boa notícia são dois novos produtos desenvolvidos na Unicamp e na Universidade de São Paulo (USP) que devem baratear a produção de equipamentos de sistemas de energia solar. EDUARDA VITÓRIA OLIVEIRA LEITE: É fato que a energia nuclear possui suas vantagens, mas será que o preço a ser pago pelo uso dessa energia é compensável? Os riscos que se ocorrem pelo uso de energia nuclear são muito grandes e comprovadamente catastróficos, pois o uso dessa energia gera vários prejuízos, como o acúmulo de lixo nuclear radioativo, lixo esse que deve ser armazenado em locais seguros e isolados, acidentes nucleares e problemas ambientais, onde podemos citar o acidente em Chernobyl, na Ucrânia que ocasionou milhares de mortes, e a cidade tomada pelo ar radioativo o acidente de Fukushima Daiichi (Fukushima I), no Japão, que causou uma evacuação do local e mais de 1600 mortes. LUIZA DA SILVA VILLAÇA: Embora o potencial brasileiro em relação ao abastecimento de urânio (levando em conta que a fissão nuclear de 6g desse elemento produz energia o suficiente para uma pequena residência por um dia completo.), seria inviável basear a matriz energética nacional na energia nuclear, devido a diversos fatores, entre eles, a necessidade por espaços físicos ociosos, o alto custo de instalação, o risco de instabilidade geopolítica, o risco de poluição radioativa, o baixo índice de empregos gerados e o aumento das tarifas de energia elétrica. Além disso, a adoção da energia nuclear no país poderia agravar a tendência de “intransparência” e indisponibilidade pública da indústria nuclear, o que, diretamente, afeta a democracia social e aumenta os riscos de falhas em segurança, controle, fiscalização, monitoramento, manutenção e legalidade nessas usinas. Observando-se a possibilidade de diversidade na matriz energética brasileira, urge a mudança nos modos de produção e consumo da energia elétrica, com foco no investimento e na promoção das fontes limpas e

31 renováveis, seguindo medidas eficazes para a sociedade e para o meio ambiente, assim como sugere o guia de “[R]evolução energética”, proposto pelo Greenpeace. MARIA CAROLINA FERNANDES DE LUCENA ARAÚJO: É notável que no Brasil a maior parte da energia é gerada a partir dos recursos naturais, como água, sol e vento. Sabe-se que todos os tipos de energia têm benefícios e malefícios, entretanto os pontos negativos do uso da energia nuclear supera os pontos positivos. Para aumentar a capacidade de geração de energia elétrica no Brasil, acredito que deve-se explorar mais de recursos naturais não esgotáveis e que geralmente causam pouquíssimos danos a natureza, como a energia gerada a partir da força dos ventos e da luz solar . PEDRO HENRIQUE BARRETO FERNANDES: Portanto, considerando o que fora mencionado acima, percebe-se que a energia nuclear é vantajosa em relação às outras formas de energia, pois é considerada uma energia limpa, ou seja, não emitem poluentes na atmosfera não alterando a dinâmica climática do planeta. Além disso, seu potencial de fornecimento de energia pode atender grandes demandas e não depende de fatores externos como o clima. As usinas nucleares também são econômicas na proporção de material utilizado por energia gerada. Em contrapartida, o aquecimento de ecossistemas aquáticos, a dificuldade no descarte dos resíduos radioativos (lixo nuclear) e os riscos de acidentes nucleares como o de Chernobyl são aspectos que ainda geram debates acerca da utilização, em larga escala, de energia nuclear. Porém, ao confrontarmos as vantagens e desvantagens desse tipo de energia, torna-se importante ressaltar, que os seus benefícios energéticos gerados superam suas desvantagens, devendo então, a partir de incentivos necessários ampliar a construção de usinas nucleares para o maior enriquecimento do potencial energético nacional.

32 4. QUESTÕES ACERCA DE ENERGIA (UFABC) ENERGIA NUCLEAR Rosa de Hiroxima Da rosa da rosa Pensem nas crianças Da rosa de Hiroxima Mudas telepáticas A rosa hereditária Pensem nas meninas A rosa radioativa Cegas inexatas Estúpida e inválida Pensem nas mulheres A rosa com cirrose Rotas alteradas A anti-rosa atômica Pensem nas feridas Sem cor sem perfume Como rosas cálidas Sem rosa sem nada Mas, oh, não se esqueçam Vinícius de Moraes. O poema refere-se à Rosa de Hiroxima como “radioativa, estúpida, inválida”, destacando os efeitos nocivos da radioatividade, um dos subprodutos da energia nuclear e que pode vazar para o ambiente através do lixo atômico ou por acidentes, como o que ocorreu na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia. Entre as vantagens da energia nuclear, que compensam os perigos de possíveis acidentes, destacam-se: a) o fato de ser renovável, não causar grandes impactos ambientais, como as hidrelétricas, e não ser fonte de conflitos entre países, pois não é uma fonte finita. b) a presença, na geração de energia, tanto de capitais privados como estatais, pois as usinas nucleares são investimentos de baixo custo e retorno rápido. c) o combustível (urânio enriquecido) é relativamente barato, a geração de resíduos é pequena e não há geração de gases que intensificam o efeito estufa. d) a abundância do combustível (urânio) em todo o mundo, o baixo custo de implantação de usinas nucleares e a tecnologia acessível aos países pobres. e) o controle internacional sobre a geração de energia nuclear e a legislação ambiental rígida, que restringem a construção de usinas pelos países que não seguem as normas. GABARITO: LETRA C.

33 EXPLICAÇÃO: a) Falso – A energia nuclear não é renovável, uma vez que não utiliza recursos que são naturalmente reabastecidos, e é uma grande razão de conflito entre países, devido ao risco de produção de munição nuclear. b) Falso – O custo de investimento na construção, operação e manutenção de usinas de energia nuclear apresenta valores extremamente elevados, apesar do baixo custo de produção. c) Verdadeiro – O urânio é um elemento químico relativamente barato, a geração de resíduos em uma usina nuclear é pequena, apesar de altamente tóxico e perigoso. Durante o processo de obtenção de energia nas usinas nucleares, não é gerado nenhum gás potencializador do efeito estufa, como, por exemplo, dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4). d) Falso – As reservas de urânio não são presentes em abundância de em todo o mundo, os custos de instalação e operação de usinas nucleares extremamente altos, de forma que essa tecnologia seja inacessível para países pobres. e) Falso – A ineficácia da legislação ambiental e a falta de inspeção por órgãos de controle internacional ocasionam a existência ilegítima de usinas nucleares em alguns países. (ENEM, 2010) Deseja-se instalar uma estação de geração de energia elétrica em um município localizado no interior de um pequeno vale cercado de altas montanhas de difícil acesso. A cidade é cruzada por um rio, que é fonte de água para consumo, irrigação das lavouras de subsistência e pesca. Na região, que possui pequena extensão territorial, a incidência solar é alta o ano todo. A estação em questão irá abastecer apenas o município apresentado. Qual forma de obtenção de energia, entre as apresentadas, é a mais indicada para ser implantada nesse município de modo a causar o menor impacto ambiental? a) Termoelétrica, pois é possível utilizar a água do rio no sistema de refrigeração. b) Eólica, pois a geografia do local é própria para a captação desse tipo de energia. c) Nuclear, pois o modo de resfriamento de seus sistemas não afetaria a população. d) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia solar que chega à superfície do local. e) Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é suficiente para abastecer a usina construída. GARABARITO: LETRA D.

34 EXPLICAÇÃO: A estação que deverá ser instalada deve atender aos recursos e demandas do município. A pequena extensão territorial inviabiliza a instalação de grandes estações, e as noções sobre as atividades econômicas do município sugerem a preferência por formas de energia elétrica de baixo custo. A localização de difícil acesso da cidade induz ao uso de uma energia com necessidade mínima de manutenção. Relembrando a alta incidência solar durante o ano todo e o desejo por menor impacto ambiental, a melhor forma de obtenção de energia seria a fotovoltaica, através do uso de painéis que captam a energia proveniente do Sol.

35 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GREENPEACE, 1971. Organização não governamental ambiental. Disponível em: www.greenpeace.org.br. Acesso em 31 março 2021. RECICLA SAMPA, 2018. Resíduos nucleares podem desencadear crise global. 04/05/2020. Disponível em: https://www.reciclasampa.com.br/artigo/residuos-nucleares- podem-desencadear-crise-global. Acesso em 31 março 2021. Disponível em: https://pt.energia-nuclear.net/que-e-a-energia-nuclear/residuo-radioativo. Acesso em 31 março 2021. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/. Acesso em 31 março 2021. Disponível em https://www.todamateria.com.br/lixo-nuclear/. Acesso em 31 março 2021. Disponível em https://conhecimentocientifico.r7.com/elementos-radioativos/. Acesso em 31 março 2021. Disponível em: https://www.eletronuclear.gov.br/Sociedade-e-Meio-Ambiente/Espaco- do-Conhecimento/Paginas/Energia-nuclear-no-mundo.aspx# Disponível em: https://www.eletronuclear.gov.br/Sociedade-e-Meio-Ambiente/espaco- do-conhecimento/Paginas/Energia-Nuclear.aspx Disponível em: https://www.portal-energia.com/energia-nuclear/ Disponível em: https://www.portal-energia.com/vantagens-e-desvantagens-da-utilizacao- da-energia-nuclear/ Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48683942 Disponível em https://canaltech.com.br/ciencia/depois-de-chernobyl-entenda-como- funciona-uma-usina-nuclear-141939/ Disponível em https://blog.biologiatotal.com.br/fissao-e-fusao-nuclear-o-que-sao- diferencas-e-aplicacoes/ Disponível em https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/lei-conservacao-massa.htm Disponível em http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/nuclear/nuclear.htm Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/quimica/producao-energia-nas-usinas- nucleares.htm


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