POSTER INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Avaliação da Satisfação do Paciente Cirúrgico com relação às Orientações Pré-operatórias 78 ____________________________________________________________ SOARES, P.C.1,2 ; ANDRADE, C.E.² ; SCHMIDT, R. L.² ; VIEIRA, M. A.² ; TEIXEIRA, M. R.² ; REIS, R.1,2 1Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata – FACISB, Barretos, São Paulo, Brasil; 2Hospital de Amor de Barretos – Fundação Pio XII, Barretos, São Paulo, Brasil. • INTRODUÇÃO ❑ Amostra ❑ Contexto A amostragem populacional será por conveniência, incluindo 300 pacientes oncológicos internados para cirurgia nos departamentos de O procedimento cirúrgico oncológico não é insular, visto que há Ginecologia, Mastologia, Cabeça e Pescoço, Digestivo alto e Digestivo um processo pré-operatório que não é restritos ao paciente, ou a Baixo (em torno de 50 pacientes por departamento) do Hospital de sua doença, mas compreende os âmbitos emocional, familiar, Amor de Barretos. social e profissional. ❑ Condução Existem também procedimentos e orientações os quais o paciente deve submeter-se para que sejam minimizados os riscos Será aplicado um questionário seguindo a escala Likert de 11 pontos, durante o procedimento e pós-operatório. com 18 itens, que compõe o pré-operatório e terá finalidade de mensurar de forma qualitativa o grau de satisfação, no momento da Acompanhado disso, o Profissional da saúde possui a função de internação (um dia antes da cirurgia). informar ao paciente, de forma acessível, o seu quadro e todo o procedimento cirúrgico, principalmente sobre como ele poderá ❑ Confecção do Questionário participar desse processo. ❑ Justificativa O questionário passou por 3 fases de sua elaboração e aprovação, sendo somente após as mesmas que se deu inicio a etapa de coleta Atualmente, não se têm uma noção clara do processo de de dados: aceitação e entendimento das orientações pré-operatórias do paciente oncológico. 1. O questionário foi enviado para 5 cirurgiões de especialidades distintas convidados a opinarem e sugerirem mudanças caso os • OBJETIVOS mesmos julgassem necessário. ❑ Primário 2. Após a fase 1, um comitê formado pelos 2 pesquisadores principais e por outro médico com experiência em estudos com questionários ● Avaliar o grau satisfação dos pacientes submetidos a cirurgias (CP), avaliaram as respostas dos cirurgiões avaliadores e oncológicas no Hospital de Amor de Barretos, quanto às formularam uma versão final do questionário. Orientações Pré-Operatórias. 3. A versão final do questionário foi aplicada e testada em um grupo ❑ Secundário de pacientes, 5 homens e 5 mulheres, para avaliar a compreensão das perguntas, como um teste piloto. ● Obter respostas qualitativas diante dos procedimentos; ● Avaliar de forma quantitativa e escalonada quais são os ❑ Dados complementares métodos que possuem melhores respostas; Além do questionário, serão coletados dados complementares, como ● Criar um relatório com as respostas coletadas, podendo este, dados sociodemográficos, clínicos e cirúrgicos, formando um panorama sólido que cumpra os objetivos do estudo. auxiliar futuros procedimentos, rotinas e pesquisas; ● Avaliar o grau de satisfação de pacientes de acordo com o tipo • RESULTADOS PRÉVIOS de cirurgia, gênero, especialidade, idade e estágio da doença. Na presente data dessa apresentação o estudo atingiu a etapa de coleta de dados. Sendo assim, foi aplicado o questionário e coletado • MÉTODOS informações complementares em 30 pacientes (sendo desses, 12 de Ginecologia, 10 de Digestivo Baixo, 5 de Digestivo Alto e 3 de ❑ Delineamento do estudo Mastologia). Porém, não há análise estatística até o momento, visto que a aplicação do questionário e a coleta de dados em prontuários é Estudo observacional transversal e prospectivo. insuficiente para resultados prévios confiáveis. Os dados já coletados estão sendo armazenados no RED CAP da instituição. ______________________________________________________
Small molecule diterpene ester reverses resistance to TRAIL-based therapy on human cancer cells mediated by DR5 receptor upregulation and PKCƹ isoform inhibition. Faleiros C1*, Flauzino RMF1*, Alves ALV1, Rosa MN 1, Gomes IFN1, Melendez M2, Reis RM1,3,4 e Silva, VAO1. 79 1Molecular Oncology Research Center, Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazil; 2 Little Prince Research Institut, Curitiba, PR, Brazil. 3 Life and Health Sciences Research Institute (ICVS), School of Health Sciences, University of Minho, Braga, Portugal; 4 ICVS/3B’s- PT Government Associate Laboratory, Braga/Guimarães, Portugal. BACKGROUND AND AIM Cell death induction is a fundamental tool to treat cancer. The tumor necrosis factor-related apoptosis–inducing ligand (TRAIL) selectively induces proapoptotic activity on tumor cells, activating their DR4/DR5 death receptors. However, the acquired resistance after repeated administration of TRAIL restricts its use. Thus, the combination of TRAIL with sensitizing compounds enables reverse resistance representing a promising therapeutic approach. Natural compounds constitute the backbone as single-agent or combinatorial cancer therapy. Recently, a synthetic diterpene ester compound derived from Euphorbia peplus, the ingenol-3-angelate (PEP005, LEO Pharma trade name Picato), was approved by the FDA for actinic keratosis treatment and nowadays its antineoplastic potential has been explored. In the present study, we evaluated PEP005 as a TRAIL-sensitizing compound in human cancer cell lines. MATERIAL AND METHODS The in vitro cytotoxicity of PEP005 (Figure 1) and recombinant TRAIL ligand (rhTRAIL) was assessed by MTS assay on human cancer cell lines models known as sensitive and resistant to rhTRAIL. The effect of PEP005 on DR5 expression was analyzed by western-blot and immunofluorescence. Additionally, the therapeutic effect of rhTRAIL and PEP005 combined treatment was also evaluated on cancer cell lines viability. PEP005 promotes increase of DR5 expression which was also evident in plasma A) B) membrane as evidenced by IF. Figure 1: A) Euphorbia peplus plant. B) Chemical structure of ingenol 3-angelate (I3A,Picato; PEP005). A) B) DAPI Anti-DR5 FITC MERGE DMSO U251 + A549 + DMSO PEP005 (15µM) - - PEP005 (30µM) ++ + ++ - -+ -+ -- -+ RESULTS PEP005 15µM PEP005 and rhTRAIL treatments promote cytotoxicity in human cancer cell lines Figure 4: Effect of PEP005 tretament on DR5 receptor expression in glioma (U251) and lung (A549) human cancer cell lines. A)Western-blot B) Immunofluorescence. The figures are A) PEP005 B) rhTRAIL representative of two experiments performed in duplicate. PEP005 inhibits PKCƹ activity, that generally protects against Fas and TRAIL-induced cell death in glioma. Figura 2: Cell cytotoxicity profile of tumor cell lines after PEP005 (A) and rhTRAIL (B) treatments. Cell viability was assessed after 72 hours of incubation using MTS assay. PEP005 effectively potentiated rhTRAIL treatment, reducing viability of TRAIL- Figure 5: Effect of PEP005 tretament on PKCƹ activity in human cancer cell lines evaluated by resistant and sensitive cell lines. western-blot. The figures are representative of two experiments performed in duplicate. Combinação PEP005+Trail CONCLUSIONS LinRheasgiesntsarnetsiscteelnltelsine SLeinhsaitgievnescsenllslívineies Our results revealed that PEP005 and rhTRAIL combinatory treatment was enhanced in both sensitive and resistant cancer cell lines, TRAIL-based therapy suggesting PEP005 SiHa FaDu H292 U251 A549 SW480 Caski SKMEL19 HCT116 as a TRAIL-sensitizing agent. Collectively, DR5 as well as PKCƹ are specifically regulated by PEP005 and their modulation may play an important role in PEP005 Cell viability (% from veh) 125 mediated chemoprevention or in a possible mechanism of reversal the resistance in 100 TRAIL-based therapy for cancer. 75 FINANCIAL SUPPORT 50 25 0 ((((((((((((((((((PPPPPPPPPPPPPPPPPP666666666666666666EEEEEEEEEEEEEEEEEEhhhhhhhhhhhhhhhhhh))))))))))))))))))PPPPPPPPPPPPPPPPPP++++++++++++++++++000000000000000000000000000000000000TTTTTTTTTTTTTTTTTTrrrrrrrrrrrrrrrrrr555555555555555555TTTTTTTTTaaaaaaaaaaaaaaaaaarrrrrrrrr112212211i2i121i2i12ii12iiiiiiiiiiiillllllllllllllllllaaaaaaaaa555555555555555555iiiiiiiii((((((((((((((((((llllllllluuuuuuuuuuuuuuuuuu111111111111111111111111111DDDDDDDDDMMMMMMMMMMMMM00MMM00MM00000000000000000000000000000000000000000((((((((((((((((((MMMMMMMMM000000000nnnnnnnnnnnnnnnnnn666666666666666666SSSSSSSSSnnnnnnnnngghhhhgghhgghhgghhgghgghhhgghhgghhggOOOOOOOggOOggg)))g))g)))g))g)))))))))))))))))))))))))) 1255uuMM 1255uuMM 1255uuMM 1255uuMM 1255uuMM 1255uuMM 1255uuMM 2155uuMM 2155uuMM PPEEPP000055 PPEEPP000055 PPEEPP000055 PPEEPP000055 PPEEPP000055 PPEEPP000055 PPEEPP000055 PPEEPP000055 PPEEPP000055 Figure 3: Effect of PEP005 and rhTRAIL combined treatment on tumor cell lines viability (MTS). The data were evaluated in biological duplicate. * P <0.05 and *** p <0.0005.
PERFIL DA ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA COM ÊNFASE EM MOBILIZAÇÃO PRECOCE NA UNIDADE DE TERAPIA 81 INTENSIVA PEDIÁTRICA ONCOLÓGICA Leticia Paixão Cardoso; Fernanda Jabur; Eloisa Alves da Silva Costa. Departamento de Fisioterapia Hospital de Amor Barretos INTRODUÇÃO No atendimento multidisciplinar oferecido aos pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o fisioterapeuta se faz presente. Há necessidade de atendimento especializado, de modo que amenize as sequelas do tempo de internação, proporcionando melhor qualidade de vida durante a hospitalização e pós alta. A mobilização precoce está sendo cada vez mais descrita e estudada na população adulta, com resultados otimizados como manutenção ou ganho da força muscular, favorecimento da independência funcional, potencialização do condicionamento cardiovascular e diminuição do período de internação. Entretanto, há poucos estudos na literatura cientifica sobre o melhor tipo de intervenção, duração do tratamento, frequência das atividades e barreiras da mobilização em pacientes pediátricos oncológicos, o qual torna-se necessário a sua caracterização em unidade de terapia intensiva pediátrica oncológica. MÉTODOS Trata-se de um estudo observacional retrospectivo de corte transversal. Após seleção de acordo com os critérios de inclusão, foram analisados prontuários de pacientes admitidos na UTI Pediátrica do Hospital de Amor Barretos nos anos de 2014, 2015 e 2016. RESULTADOS A maioria da população de estudo corresponde a pré-escolares do sexo masculino, diagnosticados com tumores sólidos. No momento da admissão, a neutropenia mostrou-se mais frequente quando comparada a plaquetopenia e o período pós operatório representou o grupo mais expressivo de motivo de internação. Tempo inferior a uma semana mostrou-se mais prevalente, sendo as condutas instituídas antes de 24 horas de admissão com grande variabilidade da frequência semanal. Os pacientes analisados foram submetidos com maior frequência, respectivamente, a sedestação beira leito e transferência para cadeira. Assistência de outros profissionais de saúde na mobilização dos pacientes não foi tão evidente, sendo que apenas Terapeuta Ocupacional e Fonoaudiólogo contribuíram de forma ínfima. Em contrapartida, os pais e/ou responsáveis se fizeram mais presentes nesta iniciativa, mesmo que em minoria. Barreiras intrínsecas e extrínsecas aos pacientes foram identificadas de forma abrangente. Tabela – Análise multivariada da sedestação beira leito com as variáveis estatisticamente significativas (Hospital de Amor Barretos, 2017 – 2018). CONCLUSÃO Conclui-se que há ênfase das estratégias de intervenções utilizadas, sobressaindo-se à sedestação beira leito e transferência para cadeira, e ainda, forte associação da contribuição da equipe multidisciplinar e dos acompanhantes para efetivação das intervenções citadas. Sugerem-se pesquisas futuras prospectivas para que se possa quantificar de forma mais precisa e detalhada os padrões de mobilização, particularmente nesta população tão peculiar.
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E HISTOPATOLÓGICA DOS DERMATOFIBROSSARCOMAS DO HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS-SP 83 Larissa de Matos Fernandes 1, Camila Crovador 2, Vinicius de Lima Vazquez 2 INTRODUÇÃO 1- Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata – Barretos, SP 2- Hospital de Amor – Barretos, SP O Dermatofibrossarcoma (DFSP) é uma neoplasia rara, advinda de tecidos de sustentação. Possui alto potencial de invasão local e alta taxa de recorrência pós-excisão cirúrgica. Apresenta-se como uma placa endurecida de cor violácea, assintomática, que evolui com nódulos protuberantes. Há poucos estudos brasileiros sobre o DFSP. Sendo assim, a caracterização de pacientes poderia contribuir para futuros estudos focados em planejamento terapêutico OBJETIVOS •Caracterizar pacientes portadores do câncer; •Descrever características clínicas, demográficas e histopatológicas; •Descrever a terapêutica empregada e a taxa de recorrência e sobrevida dos portadores MÉTODOS Estudo observacional retrospectivo que analisa dados de prontuário do Hospital de Câncer de Barretos no período de 2005 a 2015 RESULTADOS O banco de dados é composto por 74 pacientes, 4 foram excluídos e 65 pacientes foram avaliados. Prevaleceram: Sexo masculino (53.8%), cor da pele branca (70.8%). Quanto a escolaridade, o ensino fundamental incompleto (38.5%). A principal localização do tumor primário foi tronco (35.4%). A maior parte dos pacientes receberam cirurgia (98.5%) e 7,7% receberam radioterapia adjuvante. 36.5% dos pacientes apresentaram recidiva local da doença. Os dados relativos às recidivas dos pacientes foram apresentados na tabela 1. 100% das recidivas receberam outra cirurgia e em 13% também receberam radioterapia. A figura 1 mostra a resposta ao tratamento da recidiva local. Figura 1:Melhor resposta ao tratamento da recidiva local. Tabela 1: Caracterização clínica das recidivas dos pacientes que apresentaram recorrência da doença no período delimitado. CONCLUSÃO Até o momento, os dados do estudo apontam que a cirurgia continua sendo o método utilizado para o DFSP na nossa realidade, porém com alto índice de recorrência.
Planejamento antecipado de cuidados: um estudo de método misto com médicos e enfermeiros brasileiros especialistas em oncologia Julia Onishi Franco1,2, Carlos Eduardo Paiva1,3,4, Mayara Goulart de Camargos1, Bianca Sakamoto Ribeiro Paiva1,3 1 Grupo de Pesquisa em Cuidados Paliativos e Qualidade de Vida, Hospital de Câncer de Barretos, Barretos, SP; 2 Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata, Barretos, SP; 3 Centro de Apoio ao Pesquisador, Instituto de Ensino e Pesquisa, 87 Hospital de Câncer de Barretos, Barretos, SP; 4 Departamento de Oncologia Clínica, Hospital de Câncer de Barretos, Barretos, SP. 4 Departamento de Oncologia Clínica, Hospital de CâncerOdBeJBEaTrrIeVtoOs, Barretos, SP, Brasil Avaliar o conhecimento dos médicos e enfermeiros de oncologia sobre o planejamento antecipado de cuidados (PAC), a importância que eles atribuem ao tema e as barreiras para sua implementação na prática clínica. MÉTODOS Estudo transversal quantitativo e qualitativo, realizado em um hospital de referência em oncologia no Brasil. Médicos e enfermeiros foram incluídos. Foram realizadas duas fases. A primeira incluiu a análise qualitativa da pergunta “O que é planejamento antecipado de cuidados?”. Na segunda fase, um questionário online, desenvolvido exclusivamente para o projeto, composto por 28 perguntas foi enviado para posterior análise quantitativa e qualitativa. Utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin e o software qualitativo de análise de dados NVIVO versão 11 PRO (QRS International Pty Ltd). As variáveis qualitativas foram comparadas pelo teste do qui- quadrado e as variáveis quantitativas pelo teste t (ou teste de Mann-Whitney). RESULTADOS PRIMEIRA FASE 14 recusas SEGUNDA FASE 176 profissionais foram 162 participantes incluídos (132 96 (72,72%) médicos e 17 abordados (143 médicos e 33 médicos e 30 enfermeiros) (56,6%) enfermeiros enfermeiros) responderam ao questionário Tabela 1. Análise do conhecimento de médicos e enfermeiros sobre PAC Conhecimento Enfermeiros Médicos Total A principal barreira para a implementação da PAC pelos N (%) Resposta N (%) N (%) Sim 1 (3,3%) 6 (4,5%) 7 (4,3%) enfermeiros foi a dificuldade em falar sobre a morte 9 (5,5%) Planejamento Antecipado de Cuidados Parcialmente 1(3,3%) 8 (6%) Não 28 (93,3%) 118 (89,5%) 146 (90,2%) com o paciente ou sua família (10; 59%; p = 0,03). 68% 23 (36,5%) Sim 1 (16,7 %) 22 (38,6%) Diretivas Antecipadas de Vontade Parcialmente 3 (50,0%) 23 (40,4%) 26 (41,3%) dos médicos relataram que o PAC poderia orientar sua 14 (22,2%) Não 2 (33,3%) 12 (21,2%) Sim 1 (25,0%) 10 (50,0%) 11 (45,8%) conduta em caso de emergência (65; 68%; p = 0,036). 4 (16,7%) POLST Parcialmente 0 (0,0%) 4 (20,0%) Não 3 (75,0%) 6 (30,0%) 9 (37,5%) CONCLUSÃO Nossos resultados indicam que enfermeiros e médicos que trabalham no ambiente Apoio financeiro: oncológico possuem conhecimento limitado sobre os PAC e têm várias barreiras no reconhecimento de procedimentos relacionados a eles. Assim, são necessárias educação Processo: 2018/20462-2 profissional contínua e mais pesquisas sobre o tema.
PERGUNTA DA DIGNIDADE DO PACIENTE E QUESTIONÁRIO ESTE SOU EU: TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL 93 Bianca Sakamoto Ribeiro Paiva¹², Bruna Minto Lourenço¹³, Miguel Julião4, Carlos Eduardo Paiva¹²5 ¹Grupo de Pesquisa em Cuidados Paliativos e Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (GPQual) - Hospital do Câncer de Barretos. ²Instituto de Ensino e Pesquisa, Hospital de Câncer de Barretos. ³Faculdade Barretos. 4Equipe Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos de Sintra, Portugal. 5Departamento de Oncologia Clínica - Divisão de Mama e Ginecologia, Hospital de Câncer de Barretos. INTRODUÇÃO Etapa 2 Traduções independentes do português Etapa 3 de Portugal para o português-Brasil; O tratamento do paciente com câncer requer não apenas Síntese de traduções; Retrotraduções; padrões técnicos, mas também o resgate da dignidade Painel de Especialistas humana. A Terapia da Dignidade (TD) é uma breve psicoterapia baseada em um modelo empírico de dignidade Pré-teste com 30 pacientes oncológicos que oferece aos pacientes, a oportunidade de refletir sobre questões importantes para eles, que gostariam de lembrar ou RESULTADOSNº DE DÚVIDAS transmitir às pessoas. A Pergunta de Dignidade do Paciente (PDQ) e o questionário This Is ME (TIME) são ferramentas A avaliação realizada pelo painel de especialistas resultou em clínicas desenvolvidas através da TD que objetivam investigar concordância média acima de 0,8 em relação às equivalências a personalidade, reforçando a dignidade e promovendo semântica, cultural e conceitual. Na etapa de pré-teste, do total atitudes de cuidado baseadas em olhar para as pessoas por de 11 itens do questionário avaliados, 9 (81,8%) tiveram boa quem elas são e não exclusivamente com base em sua compreensão por parte dos pacientes (29). condição médica. Pré-teste dos Instrumentos PD e ESEU OBJETIVO 16 100% Realizar a validade de conteúdo do Questionário de Dignidade do Paciente (PDQ) e do Questionário This Is ME 14 (TIME) para uso na população brasileira. 12 10 MATERIAIS E MÉTODOS 8 Estudo descritivo, metodológico e transversal. O local do 40% estudo é o Hospital de Câncer de Barretos (HCB), na Unidade I (Centro Infusional - Quimioterapia). O estudo 6 seguiu normatização sugerida por Beaton et al. (2000) e Sousa (2011) e consta de 3 etapas: (1) autorização do autor 4 original para realizar o processo de tradução e adaptação cultural ao contexto brasileiro, (2) tradução por meio de duas 13,33% 6,67% 6,67%6,67% 6,67% 6,67% traduções independentes para o Português do Brasil (T1 e T2) 2 6,67% 6,67% 00 e em seguida sintetizadas em uma versão única T12 pelos pesquisadores; adaptação cultural por meio da análise das 0 4567 8 9 10 TOTAL versões original, europeia e a síntese T12, por um painel de PD 1 2 3 especialistas, quanto as equivalências Semântica, Conceitual PD E QUESTÕES DA ESEU e Cultural dos itens do instrumento segundo a média do índice de validade de conteúdo (IVC); e (3) pré-teste com 30 Gráfico 1. Resultados da avaliação da PD e ESEU na etapa de pré-teste. pacientes oncológicos. Contudo, 2 itens precisaram ser revisados, pois causaram dúvidas respectivamente em 2 (13,3%) e 6 (40%) dos participantes. Um novo pré-teste será realizado com mais 11 pacientes para reavaliação desses itens. Etapa 1 Autorização do autor original para CONCLUSÃO realizar a tradução e adaptação cultural Espera-se que a PD e o questionário Este Sou Eu possam apresentar validades de conteúdo adequadas para serem aplicados na prática clínica e contribuir com a compreensão dos profissionais sobre cada paciente, assim como suas individualidades, o que pode influenciar em aspectos terapêuticos desses pacientes REFERÊNCIAS Julião M, Courelas C, Costa MJ, Correia Santos N, Fareleira F, Antunes B, Magalhães S, Faria de Sousa P, Chochinov HM. The Portuguese versions of the This Is ME Questionnaire and the Patient Dignity Question: tools for understanding and supporting personhood in clinical care. Ann Palliat Med. Oct; 7:187-195. Epub May 11, 2018. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine ;25(24):3186-91, 2000. Sousa VD, Rojjanasrirat W. Translation, adaptation and validation of instruments or scales for use in cross‐cultural health care research: a clear and user‐friendly guideline. Journal of evaluation in clinical practice. 2011;17(2):268-74.
ESTUDO DA AMPLIFICAÇÃO DO ONCOGENE KRAS NOS TUMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS DO TESTÍCULO Pacanhella, MF¹, Cabral, ERM²; Lengert, AVH²; Pinto, MT²; Lopes, LF¹ ²; Reis, RMV²; Cárcano, FM¹ ² ¹ Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata – FACISB. ² Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, Hospital de Câncer de Barretos. 95 RESULTADOS INTRODUÇÃO Tabela 1. Características dos pacientes com TCGT do Hospital do Cancer de Barretos. O câncer testicular é o tumor sólido mais comum em jovens de 20 a 35 anos e é a segunda causa de óbitos em pacientes oncológicos desta faixa etária. Trata-se de uma neoplasia com alto potencial curativo, entretanto, pacientes com doença extra-testicular e de risco intermediário ou alto, podem ter um desfecho desfavorável. Alterações no gene k-RAS tem sido associadas a biologia de maior risco e resistência ao tratamento em diversos tipos de cânceres, sendo o seu papel pouco explorado no câncer testicular. OBJETIVOS Figura 1 - Variacao do numero de copias do gene KRAS em amostras de tecido FFPE. Avaliar a amplificação do gene k-RAS em pacientes com tumor de células germinativas do testículo (TCGT) de risco intermediário/alto e compará-los ao estrato de menor risco. Além disso, avaliar a associação dos casos amplificados com características clínico-patológicas e desfechos clínicos. MÉTODOS Tabela 2- Quantificacao e avaliacao da qualidade das amostras de DNA. Uma coorte retrospectiva tem sido avaliada, composta por 150 casos Tabela 3 - Comparacao dos resultados de CNV das amostras de tecido provenientes do Hospital de Câncer de Barretos. congelado e FFPE com os resultados do TCGA. Até o momento, 58 amostras foram submetidas ao processo de extração e amplificação do DNA e subsequentemente à análise da variação de número de cópias do gene k-RAS. Ademais, foi realizado um teste piloto com intuito de validar o método para amostras parafinadas, submetendo amostras pareadas de tecido congelado e parafinado ao protocolo estabelecido para análise da variação do número de cópias do gene K-RAS. Foram utilizadas amostras de 8 pacientes do Hospital de Câncer de Barretos, que foram enviadas previamente ao grupo The Cancer Genome Atlas Program - National Cancer Institute (TCGA). O material genetico das amostras foi quantificado e sua qualidade e integridade avaliada utilizando o equipamento TapeStation. CONCLUSÃO Concluimos, assim, que nossas amostras de tecido parafinado eram inadequadas para serem submetidas à técnica proposta devido a sua baixa qualidade e integridade do material genético, impossibilitando que o processo fosse realizado de forma integral gerando resultados incongruentes e não confiáveis. Com isso, propusemos à realização da análise da variação do número de cópias do gene k-RAS em amostras de tecido congelado. Para isto, uma nova emenda foi submetida ao CEP e está sendo realizado um screening das amostras presentes em nosso bio-banco, com o intuito de apresentar resultados congruentes e confiáveis.
USO DE OXIGENOTERAPIA DE ALTO FLUXO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA ONCOLÓGICA NO INTERIOR DE SÃO PAULO 102 Leticia Paixão Cardoso; Fernanda Jabur; Thamyres Figueiredo; Andréia Ribeiro Pereira Aguiar de Paula; Daiane Ferreira da Silva. Hospital de Amor Barretos INTRODUÇÃO Nos últimos anos, enormes avanços ocorreram no tratamento das neoplasias, sobretudo devido às novas drogas quimioterápicas, à radioterapia, abordagem cirúrgicas e transplantes de medula óssea. Entretanto, essas novas terapias podem provocar uma série de efeitos colaterais, ocasionando complicações clínicas com risco imediato de vida. Dentro desses recursos disponíveis numa Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Oncológica (UTIPO) encontramos a cânula nasal de alto fluxo (CNAF), que é uma modalidade de apoio respiratório não invasiva que fornece misturas de gases condicionadas (aquecidas e totalmente umidificadas) para pacientes por meio de uma cânula nasal. O objetivo do estudo foi avaliar o desfecho respiratório dos pacientes admitidos na UTIPO com o uso da CNAF e quais são suas principais indicações. MÉTODOS Trata-se de um estudo observacional quantitativo, com coleta de dados retrospectivo. Após seleção de acordo com os critérios de inclusão, foram observados e coletados, informações sobre o diagnóstico dos pacientes, dados clínicos iniciais no momento da internação na UTIP, evolução clínica, qual a indicação para a utilização da CNAF, os dados clínicos durante o uso, se ocorreu complicações e qual o desfecho clínico. O período do levantamento foi de abril de 2017 à dezembro de 2018. RESULTADOS Houve 42 pacientes admitidos na UTIPO que utilizaram a CNAF entre o período estipulado, totalizando 62 episódios de utilização da técnica. A média para a idade foi de 7,58 ± 5,27 anos. Um total de 66,1% das crianças eram do gênero masculino; 61,8% de cor branca, 32,7% de cor parda. A maioria dos pacientes, 72,6%, tinham doença onco-hematológica. A LLA foi o diagnóstico mais prevalente, com 25,8% casos, seguida por LMA, com 22,6% dos casos. Com relação aos motivos clínicos da admissão na UTIPO, destaca-se a insuficiência respiratória (45,2%) como causa principal, seguido por instabilidade hemodinâmica com 27,4% das admissões. A indicação mais frequente para o uso da CNAF foi a Insuficiência Respiratória Aguda hipoxêmica moderada (56,5%), seguido por suporte respiratório profilático pós-extubação (38,7%). O estudo mostrou que 62,9% dos casos apresentaram êxito, enquanto 37,1% (23) apresentaram falha com evolução e necessidade de outro tipo de suporte respiratório.Dentro dos pacientes que evoluíram para intubação com piora clínica e instabilidade hemodinâmica, 34,8 % tinham como diagnóstico LLA, seguido por LMA com 26,1%. Quanto ao desfecho dos casos, foi observado que 77,4% apresentaram resolução do quadro respiratório e foram de alta, enquanto, 22,6% evoluíram com piora clínica e óbito CONCLUSÃO O uso da CNAF dentro da UTIPO se mostrou eficaz, sendo indicado para os casos de insuficiência respiratória aguda hipoxêmica moderada e suporte respiratório profilático pós-extubação, evitando dessa maneira a evolução do quadro. Devido a amostra se apresentar de forma heterogenia não foi possível concluir se existe uma maior eficácia da utilização da CNAF quando comparado com as diferentes faixas etárias dos pacientes.Como a nossa amostra ainda não se faz suficientemente adequada, são indicados novos trabalhos sobre o uso da CNAF em pacientes oncológicos pediátricos.
REALIZAÇÃO DE SHUNT PORTOSSISTÊMICO TRANSJUGULAR INTRA-HEPÁTICO(TIPS) COMO MÉTODO TERAPÊUTICO EM PACIENTE PORTADOR DE HIDROTÓRAX REFRATÁRIO SECUNDÁRIO A CIRROSE HEPÁTICA Autores e co-autores: Caio Fidelis Campos de Aguiar , Mariane Borlido Haddad, Lucianna Magalhães de Almeida e Rafael Souza Gomes: Clínica Médica - Santa Casa de Belo Horizonte/Minas Gerais Hospital de Amor Barretos 108 RESULTADOS INTRODUÇÃO O hidrotórax hepático ocorre quando o líquido ascítico extravasa para a cavidade pleural em pacientes portadores de cirrose hepática, não havendo outras etiologias que justifiquem tal derrame. As manifestações clínicas mais comuns incluem dispneia, tosse não produtiva, dor torácica pleurítica e fadiga, sendo o derrame pleural habitualmente encontrado em hemitórax direito. O tratamento inicial consiste em dieta hipossódica e administração de diuréticos. Nos casos refratários ao tratamento convencional podem ser realizadas toracocenteses seriadas, pleurodese e “Shunt” portosistêmico intra-hepático transjugular (TIPS). O TIPS está indicado nos pacientes com escore Child-Pugh inferior a 13, idade inferior a 70 anos e que não apresentam encefalopatia hepática MÉTODOS: Realizado relato de caso do paciente D.F, 58 anos, masculino, branco, obeso e etilista crônico que foi admitido na Santa Casa de Belo Horizonte em setembro/2017, devido à dispneia, ortopneia e fadiga. O exame físico evidenciava alteração na ausculta pulmonar com murmúrio vesicular abolido em todo o hemitórax direito e ascite leve. À admissão, a radiografia de tórax evidenciava derrame pleural maciço à direita (Figura 1). Os exames laboratoriais não mostravam alterações sugestivas de infecção ou anemia, as sorologias para hepatites B e C eram negativas e ao ecocardiograma a função ventricular era preservada (fração de ejeção de 65%). Apresentava hiperbilirrubinemia e plaquetopenia. A ultrassonografia abdominal evidenciou ascite e esplenomegalia discretas, hepatopatia crônica fibrosante e hipertensão portal. Na classificação de Child- Pugh, o paciente apresentava comprometimento grave (C11). No primeiro dia de internação foram iniciadas as medidas para controle do hidrotórax hepático, consistindo em dieta hipossódica e administração de espironolactona e furosemida, com ajuste das doses, de acordo com a evolução clínica do paciente. Não foi necessária a realização de paracentese de alívio, uma vez que a ascite era leve. Apesar do tratamento instituído, houve reincidência do hidrotórax volumoso, necessitando de toracocenteses seriadas, com drenagem média de 3 litros de líquido por procedimento, com características de transudato, sem células malignas nas amostras. Tal condição motivou a instalação do TIPS (Figura 2). No período pós-TIPS, o paciente evoluiu com encefalopatia hepática, piora da ascite e manutenção do hidrotórax((Figura 3), necessitando de toracocenteses seriadas. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Vários estudos relataram efeito benéfico da instalação do TIPS em pacientes com hidrotórax hepático e outros, por outro lado, descreveram evolução desfavorável. A maioria das séries demonstrou resposta satisfatória em torno de 70 a 80%, sendo melhor sucedida em pacientes com escore de Child-Pugh inferior ou igual a 10. Em uma meta- análise de seis estudos, incluindo 198 pacientes, no período de 10 meses, obteve-se resposta completa ao TIPS em 56% dos casos, resposta parcial em 18% e encefalopatia hepática em 12%. Os preditores de resultados insatisfatórios, após a instalação de TIPS nesta população, são idade avançada, doença hepática subjacente grave e/ou disfunção renal associada, sendo a encefalopatia hepática, o efeito adverso mais comum. Mesmo em pacientes com indicação para TIPS (como no caso do paciente deste estudo) os benefícios a ele imputados podem não ocorrer, gerando necessidade de análise ainda mais criteriosa de sua instalação.
ANÁLISE GEOGRÁFICA DA INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE PULMÃO NOS MUNICÍPIOS DO DEPARTAMENTO REGIONAL DE SAÚDE DE BARRETOS 112 Letícia Ferreira Carvalho1,2; Adeylson Guimarães Ribeiro1,2; Allini Mafra da Costa1,2,3; José Humberto Tavares Guerreiro Fregnani2 1 Registro de Câncer de Base Populacional, Barretos Cancer Hospital, Barretos, SP; 2 Instituto de Ensino e Pesquisa, Barretos Cancer Hospital, Barretos, SP; 3 Section of Cancer Surveillance - International Agency for Research on Cancer, Lyon, França. INTRODUÇÃO Segundo estimativa mundial da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), o câncer de pulmão ocupa primeira posição em ocorrência sendo aproximadamente 2,1 milhões de novos casos e apresenta taxa de incidência especifica por idade de 22,5 a cada 100 mil habitantes, ocupando o terceiro lugar. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou que para cada ano do triênio 2020-2022 ocorrerão 30 mil novos casos. Dado este contexto, este trabalho teve por objetivo realizar uma análise geográfica da incidência de câncer de pulmão nos municípios do Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS-V) a fim de identificar a distribuição da incidência e áreas com excesso de risco. MÉTODOS Figura 2. Taxa de incidência bruta e padronizada de câncer de pulmão (2000-2017) no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS-V). A população envolvida no estudo corresponde aos habitantes dos 18 municípios que compõem a DRS-V (Figura 1). Um total de 1255 casos de .Foi identificado excesso de risco para Colômbia, Barretos, Colina, câncer de Brônquios e Pulmões (CID-O 34), compreendidos entre os anos Jaborandi, e Taiúva com risco relativo variando até 2,0 (Figura 3). de 2000 a 2017, foram identificados no Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP-Barretos). Foram calculadas as taxas brutas de incidência e para as taxas padronizadas utilizou-se a população mundial padrão fornecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Realizou-se uma análise espacial para identificar áreas com excesso de risco, através da relação entre casos observados e esperados, sendo os casos esperados obtidos da aplicação de um risco de referência para a DRS-V. Para avaliar a existência de autocorrelação espacial da incidência entre os municípios foi calculado o Índice de Moran Global com uma padronização empírica de Bayes e, sequencialmente, verificou-se a significância do resultado através de um teste com permutações dos valores dos atributos associados às regiões. As análises foram conduzidas utilizando os softwares QGIS 3.10 e GEODA 1.14. Figura 3. Mapa de excesso de risco para o câncer de pulmão (2000-2017) no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS-V). Houve autocorrelação espacial entre as áreas com Índice de Moran Global igual a 0,253 (p = 0,042) para 999 permutações (Figura 4). Figura 1. Localização geográfica do Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS-V). Figura 4. Índice de Moran Global para a taxa padronizada de câncer de pulmão (2000-2017) no Departamento Regional de Saúde (DRS-V). RESULTADOS CONCLUSÃO Os municípios de Colômbia, Jaborandi, Colina e Taiúva apresentaram um quintil mais elevado na incidência padronizada variando de 18,9 a 27,4 (por Os resultados mostraram uma variabilidade na incidência e no risco 100 mil). Menores valores foram identificados em Severínia, Cajobi, Vista de câncer de pulmão, entre os municípios da DRS-V, podendo Alegre do Alto e Taquaral que variaram entre 9,5 a 10,6 (por 100 mil), como contribuir para o direcionamento de estratégias de prevenção. mostra a Figura 2. Projeto Temático: 2017/03787-2 IC: 2019/24142-5
Disparidades nas tendências de mortalidade por câncer de mama no Brasil 115 Isabela Campos Pereira, René Aloisio Costa Vieira, Idam Oliveira-Junior, José Humberto Tavares Guerreiro Fregnani, Allini Mafra da Costa Hospital de Amor Barretos INTRODUÇÃO A Politica Nacional de Atenção Oncológica do Brasil apresenta o câncer como um problema mundial de saúde pública, e o segundo tipo mais frequente, nas mulheres, é o câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, no Brasil ocorrerão 66.280 mil novos casos de câncer de mama, por ano, entre 2020-2022, o que representa um risco aproximado de afetar 61,6/100.000 mulheres. MÉTODOS Entre 1996 e 2016 foram avaliadas as taxas de mortalidade ajustadas por faixa etária e pela população mundial para cada 100.000 mulheres. Todas as análises foram realizadas através do software Joinpoint Regression, versão 4.8.0.1. A análise foi estratificada em dois períodos diferentes para que os dados pudessem ser melhor avaliados e para que as Regiões pudessem ser comparadas entre si dentro do mesmo intervalo de tempo. RESULTADOS Durante o período estudado, ocorreram 231.512 mortes por câncer de mama no Brasil. Houve aumento significativo da mortalidade por câncer de mama feminino na Região Norte (AAPC: 3,5 – IC: 0,9 : 6,1), Região Nordeste (AAPC: 3,3 - IC 1,8: 4,9) enquanto nas Regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste a mortalidade permaneceu estável, quando analisamos o período como um todo (1996-2016), Tabela 1. Ao dividirmos as análises por período, entre 1996-2005, pudemos observar um aumento significativo na Região Sudeste (AAPC: 4,2) e um declínio significativo na Região Sudeste (AAPC: 0,8); as demais Regiões permaneceram estáveis. Entre 2006-2016, Região Norte, Região Nordeste e Região Centro-Oeste apresentaram aumento significativo (AAPC: 2,8), (AAPC: 2,5) e (AAPC: 1,1) respectivamente, enquanto a Região Sudeste e a Região Sul permaneceram estáveis. Tabela 1. Análise da Variação Percentual Anual Média da mortalidade por câncer de mama no Brasil e Regiões com Intervalo de Confiança de 95%. Período Completo Tendência 1 Tendência 2 Local de residência 1996 - 2016 1996 - 2005 2006 - 2016 Brasil AAPC IC AAPC IC AAPC IC 0,5 (-0,1: 1,1) 1,1 (-0,1: 2,3) -0,7 (0,7: 0,1) Região Norte 3,5^ (0,9: 6,1) 4,3 (-0,8: 9,7) 2,8^ (0,9: 4,7) Região Nordeste 3,3^ (1,8: 4,9) 4,2^ (2,0: 6,4) 2,5^ (0,5: 4,5) Região Sudeste -0,5 (-1,2: 0,1) -0,8^ (-1,4: -0,2) -0,2 (-1,3: 0,8) Região Sul 0,3 (-1,2: 1,8) 1,0 (-2,2: 4,4) -0,3 (-0,7: 0,1) Região Centro-Oeste 1,8 (-1,1: 4,9) 2,7 (-3,7: 9,6) 1,1^ (0,4: 1,8) CONCLUSÃO Nessas duas décadas, foi possível avaliar a mortalidade do câncer de mama feminino ao longo do tempo, sendo possível observar aumento em 02 das 05 regiões do Brasil, analisando-as como um todo entre 1996 e 2016. E-mail: [email protected] Processo FAPESP: 2019/12706-1
ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE INFECÇÃO POR HPV-16 E DADOS DEMOGRÁFICOS, CLÍNICOS E PATOLÓGICOS DE PACIENTES COM CÂNCER DE OROFARINGE Maria Thereza Santos Cirino¹,², Laís Machado de Jesus², Camila Marques Schiavetto², Ana Carolina de Carvalho² 1 Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata, FACISB, Barretos-SP. ² Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, Hospital do 119 Câncer de Barretos, Barretos-SP INTRODUÇÃO RESULTADOS Os tumores de cabeça e pescoço são neoplasias que acometem o Parâmetro Categoria N % trato aéreo-digestivo superior, incluindo cavidade oral, faringe e Sexo Masculino 96 92,3 laringe. Juntos, esses tumores estão entre as dez neoplasias mais Etnia Feminino 8 7,7 frequentes em humanos tendo incidência mundial estimada de 74 71,2 630.000 casos ao ano. A patogênese dessas neoplasias é complexa Tabagismo Branco 23 22,1 e envolve desde fatores ambientais até genéticos. Etilismo Pardo 7 6,7 Em um panorama geral, os tumores de cabeça e pescoço Negro 81 77,9 declinaram em incidência nos últimos anos, isso se deve em grande Escolaridade Sim 14 13,5 parte a redução dos fatores de risco tradicionais como etilismo e 9 8,7 tabagismo. Porém, ao passo que a incidência geral apresentou Ex 73 70,9 quedas, as neoplasias do subsítio da orofaringe mostraram Não 16 15,5 incremento em sua incidência, esse incremento foi atribuído a Sim 14 13,6 infecção pro variantes de alto risco do papiloma vírus humano Ex 6 6,6 (HPV). Não 57 62,6 Analfabeto 10 11 Primeiro grau incompleto 0 Primeiro grau completo 6 0 Segundo grau incompleto 4 6,6 Segundo grau completo 8 4,4 Superior incompleto 8,8 Superior completo Tabela 1. Parâmetros sociodemográficos da população de estudo. HPV-16 Características P16-IHQ (sem corte) Gênero Neg. Pos. Neg. Pos. Masculino Feminino P = 0,01 P = 0,03 Tabagismo 33 (97,1) 11 (68,8) 29 (100,0) 15 (71,4) Não Atual\\Ex 1 (2,9) 5 (31,2) 0 (0,0) 6 (28,6) Sítio tumoral Amígdala P = 0,001 P = 0,03 Base da língua Palato mole 0 (0,0) 6 (37,5) 0 (0,0) 6 (28,6) S.O.E* cT estádio 34 (100,0) 10 (62,5) 29 (100,0) 15 (71,4) cT1\\t2 cT3\\t4 P = 0,048 P = 0,145 8 (23,5) 10 (62,5) 7 (24,1) 11 (52,4) 10 (29,4) 1 (6,3) 9 (31,0) 2 (9,5) 6 (17,6) 2 (12,5) 5 (17,2) 3 (14,3) 10 (29,4) 3 (18,8) 8 (27,6) 5 (23,8) P = 0,101 P = 0,020 Figura 1. Leemans et al., Nature, 2018 9 (26,5) 8 (50,0) 6 (20,7) 11 (52,4) OBJETIVO 25 (73,5) 8 (50,0) 23 (79,3) 10 (47,6) Levantamento de dados clínicos e demográficos de pacientes com Tabela 2. Associação entre status do HPV-16 pelas metodologias de carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço tratados no imunohistoquimica e PCR digital. Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital de Câncer de Barretos e avaliar se existe associação com dados moleculares já disponíveis. METODOLOGIA Criação da Ficha Processamento de Coleta Dados Moleculares Identificação Tratamento Seguimento Prontuário médico Lançamento de SisOnco Dados Tabela 3. Curva de Kaplan Meier (KM) da porcentagem de sobrevida global Dados de IHQ estratificada pelos resultados de p16-IHC e DNA do HPV-16. O valor P pré-existentes representa o p obtido a partir do teste de log-rank. Analise estatística CONCLUSÃO Associação entre as variáveis Determinação das taxas de sobrevida Os resultados analisados nos mostraram diferenças no perfil social e também na sobrevida dos pacientes negativos para a infecção Qui-quadrado e Exato de Fisher Curvas de Kaplan-Meier e teste de pelo HPV e aqueles que se mostraram positivos. Essas Log-rank características vão de encontro ao que tem sido descrito em outras populações. Suporte financeiro: Contato do autor: [email protected]
INDISULAM SENSIBILIZA AS CÉLULAS DE GLIOBLASTOMA AO TRATAMENTO DE RADIOTERAPIA Karina dos Santos1 , Carlos Alberto Scrideli2 , Diego Cunha da Silveira Alves da Silva1, Matias Eliseo Melendez1, Thais Moraes1, Viviane O Saito1, Cristiane Pereira Vargas Cousseau1, Silvia Aparecida Teixeira¹,2 125 1Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, Hospital de Câncer de Barretos, Barretos-SP, Brasil 2Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo e-mail: [email protected] INTRODUÇÃO Fração de sobrevida O glioblastoma (GBM), tumor extremamente agressivo, invasivo e Figura 2. Indisulam sensibiliza as células de GBM aos tratamento de altamente resistentes aos tratamentos de radio- e quimioterapia, é radioterapia, de forma dose-dependente. Células U138 tratadas com IS (10 µM), a neoplasia primária maligna mais comum e agressiva do Sistema por 48h, foram posteriormente irradiadas com 0, 2, 4, 6 Gy e incubadas por 14 dias Nervoso Central. O prognóstico desfavorável dos GBMs é, em para a formação de colônias. O gráfico representa a média ±SD de três parte, devido ocorrência de hipóxia e à presença de população experimentos independentes, conduzidos em triplicata. Gráfico ilustra diferenças heterogênea de células tronco tumorais. Em presença de hipóxia, estatística quando comparado tratamento com controles. *P<0.05; **P<0.001 ocorre o aumento da expressão das anidrases carbônicas (CAs) 9 e 12 que pode mediar os mecanismos de resistência dos GBMs aos A BC tratamentos convencionais. Indisulam (IS), uma sulfonamida, tem se mostrado um potente inibidor destas enzimas, favorecendo a Figura 3. A- Posicionamento do animal no acelerador linear. B- Tratamento de resposta terapêutica. Radioterapia com feixe incidindo na região da lesão campo 2x2 cm. C- Monitoramento do animal durante tratamento de Radioterapia. OBJETIVO A BC D Avaliar os efeitos do Indisulam na inibição das CA9 e CA12 e na sensibilização das células de glioblastoma aos tratamentos de radioterapia em modelos pré-clinicos in vitro e in vivo. MÉTODOS As linhagens celulares U87, U138, U251 utilizadas para avaliar o efeito do IS na viabilidade celular, na capacidade clonogênica e na radio-sensibilização das células de GBM in vitro. O modelo in vivo, para a avaliação do efeito sensibilizante do IS foi gerado utilizando a linhagem U87 e camundongos NUDE atímicos (NU/J) (n = 3/grupo). Após 8 dias de inoculação das células tumorais, os animais foram tratados com IS, na dose de 50mg/kg (IP), seguido de doses fracionadas de radioterapia. A evolução tumoral, e os efeitos dos tratamentos, foram monitorados diariamente até a finalização dos experimentos. RESULTADOS AA BC DC % V ia b ilid a d e c e lu la r (% c o n tro le ) 150 __ 24H 100 __ 50 48H __ 72H Figura 4. Imagens ilustrativa de modelo ortotópico de GBM propostos para avaliação da sensibilização das células aos tratamentos de radioterapia. Os animais foram tratados com: A- Controle (somente com o vehiculo); B- Indisulam; C- Indisulam seguido por associação com Radioterapia; D- Radioterapia. 0 4 8 16 32 64 128 256 0 C o n c e n tra ç ã o ( M ) Nossos resultados apresentam evidências do potencial terapêutico Figura 1. Indisulam inibe a proliferação celular de células de GBM. Células U251 do Indisulam, como agente radio-sensibilizante em células tumorais foram tratadas com diferentes doses de Indisulam, e avaliadas, pelo método de resistentes a radioterapia, e pode representar uma estratégia incorporação do BrdU, após 24, 48 e 72 h. No controle foi utilizado o mesmo interessante para melhorar o tratamento dos GBM. volume do veiculo, DMSO.
Perfil sociodemográfico e comportamentos de risco de uma amostra de pacientes em follow up tratados em um hospital oncológico do interior paulista 127 INTRODUÇÃO Natália Vinhando; Débora Rebollo de Campos Hospital de Amor Barretos Nos últimos anos, o progresso no tratamento do câncer infantojuvenil aumentou significativamente. Hoje, Comportamentos de Risco a sobrevida em: Drogas Ilícitas 19,7% dos participantes já Países desenvolvidos – 80% experimentaram e 7,1% fazem uso atualmente Brasil – 64% Bebida 84,5% dos participantes já Alcoólica provaram e 65% fazem uso atualmente Hospital de Câncer Tabaco 38% dos participantes já Infantojuvenil de Barretos – Nutrição usaram e 18,5% fazem uso 55,3% atualmente As neoplasias malignas e o seu tratamento Dos pacientes de 16 a 19 predispõem os jovens sobreviventes a uma variedade anos: 37,5% apresentam de efeitos tardios, que podem provocar altas taxas de diagnóstico nutricional de morbimortalidade para essa população. Essas taxas sobrepeso podem ser potencializadas pelo envolvimento dos jovens sobreviventes em comportamentos típicos da idade, incluindo o uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas, má alimentação e sexo desprotegido. MÉTODOS Dos pacientes com idade acima de 19 anos: 25,4% apresentam diagnóstico nutricional de sobrepeso, Trata-se de um estudo transversal, descritivo e seguido por 12,7% de obesidade grau I prospectivo, com abordagem quantitativa realizado no Hospital de Câncer de Barretos. A amostra foi definida Sexualidade 87,3% dos participantes já por conveniência, a coleta de dados se deu por meio de iniciaram as atividades um questionário estruturado e a análise dos dados foi sexuais e 54,9% utilizam realizada através do SPSS, v21. A pesquisa seguiu a atualmente algum método resolução 466/2012. contraceptivo RESULTADOS CONCLUSÃO Dos 71 pacientes abordados nesta pesquisa, Conclui-se que os adolescentes e adultos jovens, 52,1% foram do sexo feminino. A faixa etária dos sobreviventes do câncer, se envolvem em atitudes participantes variou de 16 a 39 anos. Cerca de 67,6% características da faixa etária como o uso de drogas autodeclararam-se brancos, 73,2% eram solteiros, lícitas e ilícitas, má alimentação, início precoce da 45,1% são católicos, 80,2% são procedentes da região sexualidade/sexo desprotegido. Essas contribuições sudeste do país e 35,2% tem ensino superior proporcionam a compreensão das peculiaridades e incompleto. demandas dos sobreviventes oncológicos, podendo auxiliar a equipe multiprofissional no planejamento do Um percentual de 50,7% trabalham atualmente. cuidado e assistência prestada e em orientações para o Cerca de 16,9% dos participantes relataram que o fato reestabelecimento da vida social desses indivíduos. de terem se submetido a um tratamento oncológico no passado dificultou a contratação em um emprego. Osteossarcoma foi o diagnóstico mais prevalente com 26,8% e o tempo fora de terapia teve uma média de 10,86 anos.
Análise do xenoenxerto das linhagens H292 de Adenocarcinoma de Pulmão e da resposta ao tratamento com Afatinib 130 Priscila Neves Bernécule1,2, Renato José Silva Oliveira 1,2, Mayara de Cassia Luzzi2, Mônica de Oliveira Leal2, Rui Manuel Reis2, Silvia Aparecida Teixeira2 1Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata – FACISB, Barretos, São Paulo, Brasil 2Hospital de Câncer de Barretos, Barretos, São Paulo, Brasil INTRODUÇÃO/OBJETIVOS 2000 H292-G12D-CTRL 1800 H292-G12D-T O câncer de pulmão tem se destacado como um problema de saúde pública 1600 mundial devido à sua alta letalidade. O principal tipo celular é o de não pequenas Volume Tumoral (mm3) células (85%) (NSCLC – non small cell lung cancer) sendo o adenocarcinoma 1400 (50%) o tipo histológico mais frequente. Os adenocarcinomas apresentam diversas mutações genéticas, sendo a mutação do gene KRAS a mais frequente. A presença 1200 de mutações em KRAS está associada à ausência de resposta as terapias alvo mais utilizadas atualmente, como os fármacos anti-EGFR (gefitinibi, erlotinib). No 1000 entanto, uma nova geração de fámarcos anti-EGFR tem surgido como Afatinib e Alitinib. Assim, os objetivos desse projeto é implementar modelo in vivo 800 utilizando as linhagens de adenocarcinoma de pulmão H292 parental (H292-WT) e transformadas (H292-G12D e H292-G12S), bem como avaliar e comparar a 600 resposta aos tratamentos utilizando as drogas Afatinib e Alitinib. 400 MÉTODOS 200 A A O modelo de xenotransplante heterotópico foi gerado utilizando células H292 parental (WT) e transformadas (G12D e G12S) e camundongos da linhagem 0 NUDE/Balb C, com 8 semanas e de ambos os sexos. Os animais foram divididos 1 3 5 8 10 12 15 17 19 21 23 25 28 30 32 em grupos controles e tratados com 6 animais por grupo. Após indução anestésica, foram inseridas uma quantidade 2.5x106 células das linhagens WT, G12D e G12S Data (em dias) inoculadas no subcutâneo, na região do flanco direito do animal. O acompanhamento do animal foi realizado 3 vezes por semana. Durante o 600 acompanhamento o bem-estar do animal é avaliado, os pesos registrados e a massa tumoral medida com paquímetro. Os animais que atingiram tumores com volume H292-WT-CTRL entre 50 a 200 mm3, foram agrupados randomicamente para formar os subgrupos tratados e controle. Os grupos controle receberam apenas o veículo (metilcelulose 500 H292-WT-T 0.5%), enquanto o grupo tratado está recebe uma dose de Afatinib de 50mg/kg/dia Volume Tumoral (mm3) 400 (VO), três vezes na semana, durante três semanas. 300 RESULTADOS 200 Os resultados parciais desse estudo, ilustram a capacidade tumorigênica das células H292 (Figura 1), sendo que, os modelos gerados com a linhagem G12D evoluíram 100 em tempo menor (≠2 semanas) ao observado para as células WT e G12S. Além disso, foi observado diferença no tempo para a evolução tumoral entre os sexos, B sendo detectado primeiro nos machos. Em relação ao tratamento, os animais da linhagem G12D apresentaram redução do volume tumoral, assim como para 0B linhagem WT (Figura 2A e 2B). Entretanto, para os animais da linhagem G12S não 1 3 5 8 10 12 15 17 19 22 24 26 28 30 32 foi observado efeito do tratamento (Figura 2C). Em relação ao peso dos animais, um dos critérios de avaliação de toxicidade, não foi observado alterações significativas. Data (dias) 1400.0 Volume Tumoral (mm3) 1200.0 H292-G12S CTRL 1000.0 H292-G12S - T 800.0 600.0 400.0 200.0 C 0.0 1 3 5 8 10 12 15 17 19 21 23 25 28 30 32 Data (dias) Figura 2- Efeito do tratamento in vivo com Afatinib. Camundongos NUDE (NU/J), portadores de tumores xenográficos originados a partir da injeção subcutâ nea de linhagem H292-G12D (A) H292WT (B) e H29212-GS (C), e que foram tratados com Afatinib (50mg/kg).) Figura 1- Fotos representativas ilustrando em (A) - inoculação de células tumorais na região CONCLUSÃO subcutânea, do flanco direito de camundongo NUDE (NU/J); (B) - potencial tumorigênico da linhagem transformada H292-G12D; (C) - Imagem ilustrativa de animal em tratamento com Os modelos in vivo gerados ilustram a capacidade tumorigênica das linhagens Afatinib. A imagem foi obtida utilizando microtumógrafo (Micro-CT, Bruker) do Biotério_CPOM. H292 (WT e transformadas) e confirmam o efeito anti-tumoral da droga Afatinib para as linhagens G12D e WT. Entretanto, deve-se salientar que são resultados parciais, necessitando aguardar a finalização dos experimentos. Assim, com este modelo espera-se contribuir para um melhor entendimento do adenocarcinoma de pulmão com mutação KRAS. Referências 1. Xie H, Lin L, Tong L, Jiang Y, Zheng M,Chen Z, Jiang X, Zhang X, Ren X, Qu W, Yang Y, Wan H, Chen Y, Zuo J, Jiang H, Geng M, Ding J. AST1306, a novel irreversible inhibitor of the epidermal growth factor receptor 1 and 2, exhibits antitumor activity both in vitro and in vivo. PLoS One 2011, 2. Instituito Nacional do Câncer. Estimativas 2020- Incidência de Câncer no Brasil. Disponível em: www.inca.gov.br/numeros-de-câncer, 3. Silva-Oliveira RJ, Silva VA, Martinho O, Cruvinel-Carloni A, Melendez ME, Rosa MN, de Paula FE, de Souza Viana L, Carvalho AL, Reis RM. Cytotoxicity of allitinib, an irreversible anti-EGFR agent, in a large panel of human cancer-derived cell lines: KRAS mutation status as a predictive biomarker. Cell Oncol 2016.
ESTABELECIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE UM NOVO MODELO DE RESISTÊNCIA À CISPLATINA EM TUMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS Eduardo Ramos Martins Cabral1; Giovanna Maria Stanfoca Casagrande1; Mariana Tomazini Pinto1; Luiz Fernando Lopes2; Rui Manuel Reis1; André van Helvoort Lengert1 1 Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, Hospital de Câncer de Barretos, Barretos, Brasil. 2 Hospital de Câncer Infanto-juvenil de Barretos, Barretos, SP, Brasil. INTRODUÇÃO 132 RESULTADOS Os Tumores de Células Germinativas (TCGs) correspondem a um grupo de neoplasias raras, que acometem A linhagem celular JEG3 resistente apresentou um IC50 significativamente maior (p<0,05) de mais frequentemente regiões gonadais. Até a década de 70, o tratamento padrão para os TCGs era a ressecção aproximadamente 8 vezes em relação à linhagem parental. A linhagem parental apresentou um IC50 igual a 2,45 μM cirúrgica, no entanto, somente pacientes com tumores em estádio I eram curados. A partir de então, os tratamentos (DP ± 0,5), enquanto a linhagem resistente mostrou um valor de IC50 igual a 18,98 μM (DP ± 5,4) (Figura 2). adjuvantes com combinações de drogas começaram a ser testados em busca de melhores respostas na sobrevida de pacientes com doença avançada. A busca por um tratamento mais efetivo culminou no desenvolvimento de a) b) combinações incluindo a cisplatina. Todavia, a resistência à cisplatina tem sido a principal limitação no tratamento dos TCGs e consequentemente um desafio para a clínica desses tumores. Sabe-se que inúmeros fatores, em níveis Figura 2 – Resposta das linhagens JEG3 parental e JEG3 resistente o tratamento com cisplatina, celulares distintos, determinam os mecanismos envolvidos no processo de resistência à cisplatina, no entanto sua verificada pelo ensaio de viabilidade celular. a) Viabilidade celular das linhagens JEG3 parental e base molecular é pouco conhecida. Uma vez que os mecanismos intrínsecos à capacidade de resposta dos TCGs à resistente em função do log da concentração de cisplatina. b) Determinação do IC50 das cisplatina ainda não foram completamente elucidados, o estabelecimento de novos modelos para estudo da linhagens JEG3 parental e resistente. resistência à cisplatina podem fornecer informações pertinentes sobre os mecanismos envolvidos no processo de resistência, podendo servir futuramente como modelo clínico para a avaliação de novas estratégias terapêuticas. As linhagens celulares JEG3 parental e resistente não apresentaram diferenças na apoptose e na distribuição do ciclo celular nos tempos de 24 e 72 horas. É possível observar que ambas as linhagens apresentam taxas basais de MÉTODOS apoptose e ciclo celular muito semelhantes (Figura 3). Cultivo celular a) Foram utilizadas células da linhagem celular JEG3, derivada de um coriocarcinoma humano. As células foram b) cultivadas em meio DMEM 10% e 1% P/S, em condições ideais de cultivo. O controle do crescimento celular foi realizado por meio de microscópio invertido de fase e condições de aspecto celular, coloração e turbidez do meio de cultivo foram avaliados regularmente. Ensaio de viabilidade celular A viabilidade celular foi avaliada com o Cell Titer 96 Aqueous One Solution Cell Proliferation Assay. Um total de 5 x 10³ células foram semeadas por poço, em uma placa de 96 poços, com 100 μL de meio DMEM 10% e mantidas em condições ideais de cultivo. Após 24 horas de incubação, as células foram tratadas com oito diferentes concentrações (0; 0,5; 1; 5; 10; 15; 30 e 50 μM) da droga cisplatina. Após 72 horas, o tratamento foi interrompido, as células foram incubadas com o reagente MTS por 3 horas e a absorbância foi lida a 490 nm em leitor de placa de ELISA. Os valores brutos das absorbâncias foram convertidos em porcentagens e normalizados em relação às absorbâncias das amostras controle tratadas apenas com NaCl 0,9%. Por fim, foi realizada uma análise de regressão não linear pelo programa Graphpad Prism versão 5.01. O ensaio foi realizado em triplicata experimental e duplicata biológica. Estabelecimento do fenótipo de resistência à cisplatina Para o estabelecimento da linhagem JEG3 resistente à cisplatina, utilizamos a estratégia de exposição das células ao fármaco, com doses incrementais, por um período de 9 meses, segundo esquema da Figura 1. Figura 3 – a) Gráfico de barras indicando a distribuição e porcentagem de apoptose para as linhagens JEG3 parental e resistente nos tempos de 24 e 72 horas, com FL1 indicando a marcação FITC e FL2 a marcação PI. Logo, FL1-A - e FL2-A - indicam células viáveis (Q4); FL1-A + e FL2-A - indicam apoptose inicial (Q3); FL1-A - e FL2- A + e/ou FL1-A + e FL2-A + indicam apoptose tardia (Q1 e/ou Q2). b) Distribuição do ciclo celular nas linhagens JEG3 parental e resistente, nos tempos de 24 horas e 72 horas. Os ensaios mostram que a linhagem JEG3 resistente possui, consistentemente, uma maior capacidade de migração e invasão quando comparada à linhagem parental, evidenciando um perfil mais agressivo (Figura 4). a) b) Figura 1: Estratégia de tratamentos da linhagem JEG3 com a droga cisplatina para estabelecimento da linhagem resistente Fluxograma da metodologia Linhagem celular Figura 4 – Representação microscópica dos ensaios de migração e invasão. a) Imagem microscópica representativa das linhagens JEG3 parental e resistente para o ensaio de migração em aumento de 5,6x. b) Imagem microscópica representativa das linhagens JEG3 parental Linhagem JEG3-P cultivada em meio DMEM 10% e 1% P/S, a e resistente para o ensaio de invasão em aumento de 5,6x. 37 ºC, 5% CO2 e 90% de umidade. O número de colônias da linhagem resistente mostrou-se duas vezes maior, comparada à linhagem parental Estabelecimento do fenótipo de resistência (Figura 5a). Os dados foram confirmados quando o corante cristal violeta foi eluído em ácido acético e as absorbâncias lidas em um comprimento de onda de 570nm, confirmando o aumento significativo (p < 0,001) no Estabelecimento de um modelo de resistência à cisplatina número de colônias da linhagem JEG3 resistente em relação à linhagem parental, após 15 dias em cultura (Figura 5b). para a linhagem JEG3, com a estratégia de exposição das foi possível observar também uma diferença morfológica entre as colônias das duas linhagens, visto que a linhagem células à droga cisplatina, com doses incrementais. parental apresentava células mais arredondadas e colônias mais delimitadas e uniformes, enquanto a linhagem resistente apresentava células mais alongadas e consequente menor uniformidade nas colônias (Figura 5c). a) b) Caracterização da linhagem resistente c) Caracterização da linhagem JEG3-R por meio dos ensaios funcionais de proliferação, migração, invasão, formação de colônias, apoptose e ciclo celular. Ensaio de apoptose Ensaio de ciclo celular Ensaio de migração Ensaio de invasão celular Ensaio de FC Figura 5 – Ensaio de formação de colônias. a) Imagens representativas do ensaio indicam aumento do número de colônias das linhagens JEG3 resistente em comparação com a linhagem JEG3 parental, coradas com cristal violeta e gráfico de barras apresentando a média da quantificação absoluta do número de colônias. b) Gráfico de barras indicando a O ensaio para identificação O ensaio para a observação Para o ensaio de migração, A propriedade de invasão A proliferação e quantificação direta e indireta das colônias, demonstra diferença significativa entre o número de colônias formadas nas linhagens JEG3 parental e resistente. c) Alterações de apoptose foi realizado das fases do ciclo celular foi as linhagens JEG3 parental e das linhagens foi avaliada sobrevivência das linhagens morfológicas entre as colônias das linhagens JEG3 parental e resistente, em consequência da exposição a doses incrementais de cisplatina, por 9 meses. As imagens foram obtidas em citômetro de fluxo, realizado por citometria de resistente foram incubadas pelo ensaio em matrigel foi avaliada por meio do em aumento de 4x, 15 dias após o plaqueamento. utilizando-se FITC Annexin V fluxo, no qual as células em câmaras bipartite do com a utilização do BioCoat ensaio de formação de Apoptosis Detection Kit I, foram marcadas com 7-AAD. tipo transwell, conforme Matrigel Invasion Chambers. colônias dependente de CONCLUSÃO segundo as orientações do instruções do fabricante. ancoragem. fabricante. O estudo mostrou que a linhagem JEG3 resistente possui um perfil mais agressivo quando comparada à linhagem parental, apresentando uma maior capacidade de migração e invasão; assim como um grande potencial para formar novas colônias a partir de células individuais e isoladas. Além disso, não observou-se alterações significativas na distribuição do ciclo celular e apoptose. Finalmente, através da avaliação morfológica das linhagens, acredita-se que processos como a EMT podem estar relacionados com o surgimento da resistência à cisplatina neste modelo. Assim, com o estabelecimento deste novo modelo de resistência em TCG, abre-se o caminho para novos estudos, com os quais espera-se melhor caracterizar e compreender os mecanismos envolvidos no fenótipo de resistência neste tipo tumoral.
A associação entre ancestralidade genética e os resultados do rastreamento colorretal na população de rastreamento do Hospital de Câncer de Barretos Jun Porto1; Mariana Bisarro dos Reis1; Lucas Viza de Amorim2; Gustavo Noriz Berardinelli3; Maraisa Cristina da Costa4; Ana Carolina Laus1; Denise Aparecida Cruz Rocha4; Edmundo Mauad2; Rui Manuel Reis1; Denise Peixoto Guimarães5 1Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, Hospital de Amor de Barretos; 2Departamento de Prevenção, Hospital de Amor de Barretos; 3Centro de Diagnóstico Molecular, Hospital de Amor de Barretos; 4Núcleo de Apoio aos Pesquisadores, Hospital de Amor de Barretos; 5Departamento de Endoscopia, Hospital de Amor. 133 INTRODUÇÃO A adesão à colonoscopia foi de 92,8% (78/84). A intubação cecal obteve sucesso em 100% das colonoscopias. O VPP do FIT para adenoma foi de 52,6% (41/78), 15,4% (12/78) para No Brasil, o câncer colorretal (CCR) é o terceiro tipo mais comum. Recentemente, o Hospital adenoma avançado e 5,1% para câncer. de Câncer de Barretos (HCB) implementou um programa de rastreamento de CCR baseado A ancestralidade genética dos participantes incluídos apresenta uma proporção média de em FIT. Os fatores sociodemográficos e a ancestralidade genética da população pesquisada 67,5% para componentes genéticos europeus, 17,4% para africanos, 7,3 para asiáticos e são fatores importantes para orientar uma melhor organização e estratégias futuras deste 7,8% para ameríndios (Figura 3), indicando uma alta proximidade ao perfil genético europeu. programa. O objetivo deste projeto é determinar a ancestralidade genética dos participantes A heterogeneidade das proporções de ancestralidade de indivíduos é alta, implicando em do rastreamento de CCR do HCB e correlacionar com os desfechos (adenomas, adenomas um aumento do desvio padrão (Tabela 1 e Figura 2 e 3). avançados e câncer), fatores de risco e características sociodemográficas. MÉTODOS Entre novembro de 2017 e maio de 2019, 721 participantes do programa foram incluídos ao Figura 3: Perfil de ancestralidade individual doa 721 participantes agrupados por resultado de FIT: componente europeu (EUR), estudo. Características sociodemográficas e étnicas, fatores de risco, comorbidades, teste africano (AFR), asiático (EAS) e ameríndio (NAM). fecal imunoquímico (FIT), colonoscopia e os dados anatomo-patológicos foram coletados após a inclusão ao estudo. Os componentes de ancestralidade foram analisados a partir de DNA de buffy coat. A amplificação dos 46 marcadores de ancestralidade, que consistem em polimorfismos de inserção-deleção (INDELs), foram realizados por uma PCR multiplex, seguida de uma análise de fragmentos realizada por ABI 3500 xL Genetic Analyzer (Applied Biosystems). O controle de qualidade e a inferência de ancestralidade foram realizados utilizado GeneMapper v.4.1 e Structure v.2.3.4 respectivamente (Figura 1). Os partipantes com FIT positivo foram classificados pela lesão mais avançada em ordem descendente de severidade: câncer (n=4), adenoma avançado (n=12), adenoma precoce (n=41), lesão serrilhada séssil (n=1), pólipo hiperplásico (n=5) e sem lesões significativas (n=15). Câncer e adenoma avançado foram comparados aos outros desfechos e nenhuma diferença estatística foi observada (Tabela 1) (p=0,058). Tabela 1: Comparativo entre as ancestralidades por grupos de achados colonoscópicos. Componente de Normal n=20 Adenoma precoce n=41 Cancer e adenoma ancestralidade (média ±dp) avançado n=16 Figura 1: Fluxo da metodologia utilizada para estimar a ancestralidade genética. Africano (17,6 ± 14,1)% (13,3 ± 14,1)% (17,1 ± 16,9)% Ameríndio (8,6 ± 6,0)% (6,4 ± 4,3)% (7,7 ± 7,8)% RESULTADOS Asiático (6,8 ± 4,4)% (7,0 ± 7,4)% (4,3 ± 1,6)% Europeu A ancestralidade genética foi determinada em 721 indivíduos, sendo 187 (25,9%) do sexo (67,0 ± 18,7)% (73,2 ± 17,1)% (70,9 ± 16,2)% masculino, 534 (74,1%) do sexo feminino, com idade média de 56,9±4,3 anos, com origem de 14 estados, com maioria de São Paulo (72,3%, Figura 2), seguido por Minas Gerais Uma associação significativa foi observada entre a ancestralidade europeia e as (12,3%) e Goiás (9%). A cor de pele autodeclarada revelou 421 brancos, 261 pardos, 31 autodeclarações branca e parda, ancestralidade africana e negra e ancestralidade asiática e negros, 6 amarelos e 1 indígena. Tabagistas e ex-tabagistas compreendem 39,8% dos amarela (Tabela 2 e Figura 4) (p<0,001). participantes e 62,4% possuem IMC > 25kg/m². Entre os 721 participantes, 14 (1,9%) possuíam amostras fecais de baixa qualidade, sem resultado e 74 (10,3%) participantes não Tabela 2: Teste comparativo dos componentes de ancestralidade prevalentes por cor de pele autodeclarada. retornaram o teste FIT. As amostras são compostas por 84 (13,3%) de indivíduos com FIT positivo e 548 (86,7%) com FIT negativo. Cor autodeclarada Componente de ancestralidade Percentual do p-valor* mais prevalente compontente (média ±dp) < 0,001 < 0,001 Branco (n=421) Europeu (75,7 ± 14,5)% < 0,001 Pardo (n=261) Europeu (61,1 ± 20,1)% < 0,001 Negro (n=32) Africano (59,2 ± 21,1)% Amarelo (n=6) Asiático (78,0 ± 22,8)% *Teste de Kruskal-Wallis Figura 4: Gráfico 3D da associação de 3 proporções de ancestralidade (africana, asiática e europeia) pela cor autodeclarada. Figura 2: Distribuição dos participantes do programa de rastreamento por estado e as proporções gráficas das estimativas de CONCLUSÃO ancestralidade. A ancestralidade genética da população de rastreamento de CCR apresenta uma grande APOIO miscigenação com a predominância de componentes europeus, não havendo correlação entre a ancestralidade genética com os desfechos do programa de rastreamento. Porém, houve uma associação significante entre a raça autodeclarada e a ancestralidade genética.
Avaliação da expressão dos fatores de transcrição Snail e Slug nas linhagens de tumores de células germinativas Ramos L.P1,2, Lengert A.V.H.1, Cabral E.R.M. 1, Casagrande G.M.S 1 Tufi L.M.B. 1,2 , Pereira L.A.B. 1,2, Evangelista A.F. 1, Lopes L.F. 1, Reis R.M. 1, Pinto M.T. 1. 1Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, Hospital de Câncer de Barretos. 2Faculdade de Ciências de Saúde de Barretos- Dr. Paulo Prata. INTRODUÇÃO A transição epitélio-mesenquimal (EMT) é um processo no qual as células epiteliais perdem as suas características e adquirem fenótipo mesenquimal. Essa transição pode ser induzida pelos fatores de transcrição Snail e Slug e está associada com diversas doenças incluindo o câncer. Entretanto, o papel da EMT nos tumores de células germinativas (TCGs) ainda não foi investigado. OBJETIVO Avaliar a expressão de Snail e Slug em diferentes linhagens de TCGs. MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado uma análise in silico para avaliar a expressão de Snail e Slug em TCGs, bem como a coexpressão desses fatores com os marcadores da EMT e com os genes responsáveis por processos biológicos associados a transição. As análises foram realizadas na plataforma cBioPortal (www.cbioportal.org) utilizando um banco de dados com 149 pacientes com TCG. Em seguida, quatro linhagens celulares de TCGs (NTERA-2, JEG-3, 1777N e 577MF) foram cultivadas e avaliadas quanto a expressão dos marcadores da EMT e dos fatores Snail e Slug por PCR em tempo real. RESULTADOS As análises in silico revelaram que diferentes tipos histológicos de TCGs apresentam perfis de expressão gênica distintos em relação aos marcadores da EMT (Figura 1). Dentre os fatores de transcrição Snail e Slug, o fator Slug apresentou um impacto significativo na sobrevida livre de doença (Figura 2). Figura 1. Perfil de expressão dos genes relacionados com EMT nos pacientes com Tumores de Células Germinativas. As colunas representam os pacientes com os diferentes tipos histológicos de TCG e as linhas representam os genes avaliados. A coloração do cluster é gerada pelos valores de expressão de acordo com a chave no topo da figura. 0. Controle (4) 1. Coriocarcinoma (1) 2. Carcinoma Embrionário (5) 3. Neoplasia intratubular de células germinativas (3) 4. Carcinoma embrionário e teratoma misto (6) 5. Seminoma (3) 6. Teratoma (4) 7. Tumor do saco vitelinico (4). Figura 3. Análise da coexpressão dos fatores de transcrição Snail e Slug com os genes relacionados ao processo de EMT. As colunas são organizadas de acordo com os genes relacionados a EMT e as linhas representam os fatores Snail e Slug. A coloração do cluster é gerada pelos valores de expressão de acordo com a legenda. Figura 2. Sobrevida dos fatores de transcrição Snail e Slug em pacientes com TCG testicular. Os gráficos representam a sobrevida livre de doença dos pacientes com TCG testicular em relação a expressão dos fatores de transcrição Snail e Slug, através da estimativa das análises estatísticas de Kaplan-Meier, considerando o p-value. A coexpressão dos fatores de transcrição Snail e Slug com os marcadores Figura 4. Análise da expressão dos marcadores da EMT nas linhagens de Tumores de Células Germinativas (TCGs). dos processos biológicos associados a EMT foi avaliada. Observou-se uma A expressão gênica dos marcadores da EMT Snail, Slug, E-caderina, TGF-β, Vimentina, Fibronectina, N-caderina, COL1A1 correlação positiva de Slug com esses marcadores e uma correlação negativa e α-SMA foi avaliada por PCR em Tempo Real nas linhagens celulares de TCGs, incluindo as linhagens de carcinoma com Snail (Figura 3). embrionário (1777N e NTERA-2), coriocarcinoma (JEG-3) e teratoma maduro (577MF). *p≤0.05. As análises de expressão de Snail e Slug por PCR em tempo real estão de acordo com as análises in silico, no qual apresentaram resultados opostos em uma mesma linhagem (Figura 4). Ainda, os marcadores E-caderina, TGF-β, Vimentina, Fibronectina, N-caderina, COL1A1 e α-SMA foram avaliados e dentre as quatro linhagens, a 1777N foi a que apresentou uma maior associação com a EMT. CONCLUSÃO A expressão dos fatores Snail e Slug em TCGs são opostas e a expressão dos marcadores da EMT varia de acordo com o tipo histológico.
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E DA HISTÓRIA FAMILIAR DE PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL EM IDADE JOVEM 146 Kercy Fram de Jesus de Sena Pereira; Natalia Campacci; Henrique de Campos Reis Galvão; Edilene Santos de Andrade; Edenir Inez Palmero Hospital de Amor Barretos INTRODUÇÃO O câncer colorretal (CCR) é a terceira neoplasia que mais atinge a população mundial e a segunda maior causa de mortes por câncer em todo o mundo. Cerca de 70% a 80% de todas as neoplasias colorretais são de caráter esporádico, enquanto cerca de 20% a 30% dos casos apresentam padrão hereditário ou familial. Considerando a alta incidência e mortalidade por CCR em todo o mundo e que uma idade jovem ao diagnóstico é uma das principais características associadas às síndromes hereditárias, propomos o presente estudo que visou realizar uma caracterização clínica, histopatológica e de história familiar de pacientes portadores de câncer colorretal com história familiar sugestiva de Síndrome de Lynch e diagnosticados em idade inferior a 35 anos. MÉTODOS Departamento de Critério Clínico: Oncogenética CCR diagnosticado em idade jovem (18 a 35 anos) Critério Molecular: • Tumores com Estabilidade de Microssatélites (MSS) ou • Tumores com Instabilidade de Microssatélites (MSI) e com ausência de mutações na linhagem germinativa dos genes da via de reparo MMR RESULTADOS Dados Sociodemográficos e Características Características Moleculares História Familiar Clinicopatológicas Sexo N (%) Status MSI N (%) Relato de história familiar N pacientes MSS (%) Feminino 17 (63%) 23 (85,2%) Positiva 21 ( 77,8%) Idade média ao diagnóstico (SD) 30 (3,6) MSI 4 (14,8%) Média de familiares com câncer Média (Min- Localização tumoral N (%) Max; SD) Cólon esquerdo 20 (74,1%) Cinco tumores mais frequentes N 2,6 (1-9; 2,5) Tipo histológico 18 (66,7%) Proteínas com Imunohistoquímica negativa Adenocarcinoma NOS CCR N familiares 21 (77,8%) MSH2+MSH6 (%) Grau de diferenciação tumoral 19 (70,4%) MLH1+PMS2 3 Mama Baixo grau Próstata 21 (45,6%) 8 (17,4%) Estadiamento do tumor 1 SNC 6 (13,0%) III e IV 6 (13,0%) Pólipos 5 (10,8%) Conclusão A partir do presente estudo foi possível identificar nas amostras alguns indícios (tais como idade jovem ao diagnóstico e história familiar de câncer), que apontam para a presença de um possível componente hereditário que pode estar relacionado ao desenvolvimento e progressão dos tumores observados nos probandos e seus familiares. A compreensão dos mecanismos moleculares subjacentes ao desenvolvimento da CCR em idade jovem ajudará a individualizar as estratégias de triagem e o gerenciamento desse grupo de alto risco. Este estudo teve o apoio do PRONON/MS, Hospital de Câncer de Barretos. Kercy: [email protected] Edenir: [email protected]
O efeito de Warburg em carcinoma de pulmão de pequenas células: caracterização da expressão de proteínas relacionadas ao metabolismo glicolítico em amostras preservadas em meio líquido 157 Ayra Daneluzzi Quinelato1, Murilo Bonatelli2, Paula Roberta Aguiar Pastrez2, Adhemar Longatto-Filho2,3,4, Céline Pinheiro1,2 1- Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata, 2- Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, Hospital de Câncer de Barretos, 3- Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, FMUSP, Brasil., 4- Universidade do Minho, UMINHO, Portugal. INTRODUÇÃO RESULTADOS O câncer de pulmão de pequenas A padronização do processamento das amostras para realização de ICC revelou células (CPPC) afeta em média que a marcação imunocitoquímica para GLUT1 demonstrou ser mais adequada 200.000 pessoas em todo o mundo a em lâminas obtidas por cell block (Figura 1), quando comparado a cada ano, sendo equivalente a 15-20% processamento no BDPrepStain (Figura 2), permitindo distinguir a localização de todos os casos de carcinoma de celular dos marcadores. Durante a construção dos cell blocks, cortes citológicos pulmão. Possui como causa principal o e coloração com H&E foram ocorrendo perdas, encontrando-se disponíveis para tabagismo e seu diagnóstico a ICC 40 amostras pareadas, 4 normais e 4 tumorais, referentes a 28 pacientes. geralmente é tardio, com alta mortalidade. Há décadas, foi observado que tumores sólidos obtêm energia principalmente a partir da glicólise, mesmo em condições aeróbias, e, portanto, recentemente, essa desregulação do metabolismo energético foi reconhecida como uma característica fundamental (hallmark) do câncer. OBJETIVOS Figura 1. Imunocitoquímica utilizando o anticorpo anti-GLUT1 em amostras obtidas pela técnica de cell block. A: amostra tumoral (paciente 147); B: amostra normal (paciente 147). Ampliação 400x. Avaliar a expressão de proteínas relacionadas ao metabolismo glicolítico em amostras de câncer de pulmão de pequenas células obtidas por meio de lavado brônquico armazenado em Surepath e associar os resultados obtidos aos dados clínicos e patológicos. MÉTODOS Figura 2. Imunocitoquímica utilizando o anticorpo anti-GLUT1 em amostras obtidas pelo PrepStain. A: amostra normal (paciente 145); B: amostra tumoral (paciente 145); C: amostra normal (paciente 147); Foram incluídos 45 pacientes, com D: amostra tumoral (paciente 147). Ampliação 400x. coleta de dados clínicos e patológicos, processamento das amostras de lavado brônquico de câncer de pulmão de pequenas células e respectivo pulmão contralateral armazenado em Surepath (totalizando 90 amostras). Será realizada avaliação da expressão de GLUT1 e CAIX por imunocitoquímica (ICC) e, por fim, análise estatística utilizando o SPSS. CONCLUSÃO Foi observada uma importante perda de material biológico durante o processamento das amostras preservadas em meio líquido, sendo que o processamento das amostras por meio de cell block mostrou ser mais adequada para realização de ICC. Após realização da ICC, espera-se encontrar uma expressão aumentada de GLUT1 e CAIX nas amostras tumorais, colaborando para o entendimento do perfil metabólico do CPPC, com possíveis implicações clínicas futuras. Bolsista CNPq (ref. 120105/2019-5)
AVALIAÇÃO DA DOR MUSCULOESQUELÉTICAEM CUIDADORES DE PACIENTES ONCOLOGICOS PEDIATRICOS. 161 Isabela Mendes da Silva¹.; Fernanda Jabur ²; Leticia Paixão Cardoso²; Vânia Mara da Silva ²; Gabriela Rodrigue de Asssis². ¹ Residente de Fisioterapia do Hospital Câncer de Barretos (Hospital de Amor). ² Fisioterapeuta do Hospital de Câncer de Barretos (Hospital de Amor). Introdução • A principal queixa de dor verificada pelo QNSO (41,7%): Com a hospitalização, os acompanhantes precisam adaptar-se a uma rotina diferente, o que pode gerar Cervical uma exaustão. Além disso, a família tende a diminuir seus cuidados e voltar sua atenção somente para a • 54,2% destas mulheres criança diagnosticada com câncer, com isso foram impedidas de realizar aumentado a exaustão, o estresse e as dores alguma atividade doméstica musculares. (SILVEIRA; ANGELO; MARTINS, ou de lazer. 2008; NOBREGA, 2010) Região Lombar A atuação da equipe multiprofissional tem como A atividade física das cuidadoras foi correlacionada intuito de oferecer um suporte e orientações para como fator de risco significativo, verificando o esses cuidadores, pensando que qualquer fato que aparecimento de dores após internação das prejudique a vida do cuidador pode influenciar no cuidadoras que realizavam atividade física de seu cuidado com a criança. (AMADOR et al., 2013) forma regular quando estavam fora do ambiente hospitalar. Método Trata-se de um estudo realizado com cuidadoras Cuidadoras dos pacientes com principais dos pacientes oncológicos pediátricos internados no setor da enfermaria clínica, do tumores hematológicos transplante de medula óssea e centro de intercorrência ambulatorial, do 7º ao 14º dia de apresentaram maior sobrecarga, internação. porém sem associação com a dor Questionários aplicados: musculoesquelética. Conclusão Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) O surgimento de dor na região dos ombros foi Escala de Zarit Burden Interview, a Escala Numérica da Dor correlacionado com a ausência de atividade física durante as internações hospitalares, reforçando a Questionário Sócio demográfico. importância de ser realizado atividade física nas cuidadoras durante as internações. Resultados Parciais O fisioterapeuta durante esse tempo poderia atuar com estratégias de prevenção e redução • Foram coletadas até o momento 24 cuidadoras. dessas dores, promovendo bem-estar físico e emocional, favorecendo o cuidado dos pacientes durante as internações. Aguarda-se o término da pesquisa para conclusão completa.
Refinamento de uma escala de barreiras e estigmas em relação aos Cuidados Paliativos. 164 MORAES, Júlia de Pauli1; PAIVA, Carlos Eduardo2; MINGARDI, Mirella3; LOURENÇO, Bruna Minto4; PAIVA, Bianca Sakamoto Ribeiro5 1Discente do curso de Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos – Dr. Paulo Prata 2Médico Titular do Departamento de Oncologia Clínica do Hospital de Câncer de Barretos; Coordenador do Programa de Pós-Graduação Acadêmica em Oncologia do Hospital de Câncer de Barretos 3Enfermeira; Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Oncologia do Hospital de Câncer de Barretos 4Discente do curso de Psicologia da Faculdade Barretos 5Pós doutora em Cuidados Paliativos; Docente do Programa de Pós Graduação em Oncologia do Hospital de Câncer de Barretos; Coordenadora do Grupo de Pesquisas em Cuidados Paliativos e Qualidade de Vida INTRODUÇÃO Na fase de pré-teste, com 20 pacientes, houve dificuldades de compreensão entre os itens adicionados (item 23 - 16 (80%) pacientes Os cuidados paliativos tem como objetivo promover assistência e item 24 - 10 (50%) dos pacientes não compreenderam) e enunciado multidisciplinar a pacientes e familiares, diante de uma doença que da escala ( 2 (10%) não compreenderam) . Desta forma, o enunciado ameace a vida. Entretanto, pacientes podem apresentar barreiras e da escala foi modificado e os itens 23 e 24 foram retirados, mantendo estigmas em relação aos cuidados paliativos. Assim, nosso grupo de 22 itens como no desenvolvimento original. pesquisas desenvolveu uma escala denominada \"Escala de Barreiras e Estigmas em relação aos Cuidados Paliativos (EBE-CP22)\". OBJETIVOS Após modificações, a escala foi aplicada a dois pacientes em um pré teste 2, para verificação da compreensão do novo formato da escala, • Realizar o refinamento da EBE-CP22 para avaliação de pacientes apresentando 100% de compreensão de todos os itens e do enunciado. oncológicos. CONCLUSÃO MÉTODOS • Após adaptações, a escala EBE-CP22 apresentou boa validade de Estudo descritivo, metodológico, constituído de três etapas conteúdo quando avaliada pelo comitê de especialistas e aplicada aos pacientes na fase de pré-teste. 1ª etapa - Avaliação do comitê de especialistas, os quais analisaram a escala seguindo critérios de equivalências semântica, cultural e • A pesquisa segue em andamento para avaliação das propriedades conceitual. psicométricas. 2ª etapa - Consenso entre os pesquisadores do estudo, que avaliaram os itens com modificações sugeridas pelos especialistas 3ª etapa - Pré-teste com 20 pacientes. Durante esse período foram avaliadas as características sociodemográficas e clínicas dos pacientes incluídos e aplicada a escala com avaliação da compreensão dos itens. Além disso, os pacientes apontaram se o item era confuso ou embaraçoso e se sugeririam alguma alteração para que ficasse mais claro. RESULTADOS Após avaliação da escala por cinco especialistas e consenso dos pesquisadores do estudo com IVC:0,80, a EBE-CP22 que anteriormente apresentava 22 itens, passou a ter 24, sendo dois adicionados por sugestão dos especialistas.
Avaliação do potencial tumorigênico da linhagem primária de glioblastoma HCB151 em camundongos Nod-Scid-Gamma 173 Higor Vinicius Lourenço Firmino1,2, Adriana Cruvinel Carloni2, Renato José Silva Oliveira 1,2, Mayara de Cassia Luzzi2, Mônica de Oliveira Leal2, Rui Manuel Reis2, Silvia Aparecida Teixeira2 1Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata – FACISB, Barretos, São Paulo, Brasil 2Hospital de Câncer de Barretos, Barretos, São Paulo, Brasil Introdução Resultados Os glioblastomas (GBMs) caracterizam-se pela alta agressividade, resistência às modalidades terapêuticas vigentes e baixa sobrevida dos pacientes (12 a 14,6 meses). A dificuldade no tratamento destes tipos tumorais têm direcionado para busca de novas abordagens terapêuticas de forma personalizada. Uma ferramenta promissora, que tem direcionado a busca destas novas modalidades terapêutica, são os modelos PDX (Patient Derived Xenograph). Esses modelos, desenvolvidos a partir de amostras de tecido tumoral dos pacientes ou de cultivo primário, têm indicado papel importante na descoberta de novos biomarcadores e direcionado as novas abordagens/estratégias terapêuticas, principalmente em doenças em que as opções clínicas são limitadas. Objetivo Volume tumoral (mm3)Figura 2. Modelos PDX (Patient Derived Xenográfico) gerados a partir das células primárias obtidas de amostra de tecido tumoral coletada de paciente com diagnóstico de glioblastoma que foi submetido à Estabelecer modelos xenográfico ortotópico e heterotópico de GBM cirurgia. As células foram cultivadas in vitro e inoculadas em camundongos Nod-Scid-Gamma. Fotos utilizando a linhagem primária HCB151 com o objetivo de avaliar a ilsutrativas demonstrando o perfil tumorigênico das células primárias HCB151 em animais inoculados com capacidade tumorigênica das células em formar tumor in vivo. (A e B) 2,5x106 e (B) 1x106 células. (Acervo pessoal) 240 animal 1 210 animal 2 180 animal 3 150 Materiais e métodos 120 90 As células HCB151 foram obtidas de amostra de paciente do sexo 60 masculino no momento da cirurgia, no qual foram foram expandidas em cultura e criopreservadas a -80°C. Para gerar o modelo PDX, as 30 células foram cultivadas in vitro e inoculadas em camundongos Nod- Sid-Gama provenientes do Biotério-CPOM (conforme ilustrado 0 abaixo). 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 Dias volume tumoral (mm3) 240 animal 1 210 animal 2 180 animal 3 150 120 90 Paciente masculino, 65 anos, diagnóstico GBM 60 30 0 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 Dias Figura 3. Células primárias HCB151 apresentam perfil tumorigênico em camundongos Nod-Scid- Gamma (NSG). Gráfico ilustrativo demonstrando a capacidade tumorigênica das células HCB151 e a evolução tumoral em modelo xenográfico, heterotópico que foram gerado a partir da inoculação de (A) 1.106 e (B) 2.5x106 células HCB151 no subcutâneo de camundongos NSG. Tecido tumoral cultivado in vitro, Conclusão Estabelecimento de células HCB151 Os resultados parciais demonstram perfil tumorigênico das células 2.5x105 5x105 1 x 106 2,5x106 HCB151 in vivo. Para a evolução tumoral, o período aproximado foi de 60 dias, indicando um perfil característico do subtipo de GBM Modelo Ortotópico Modelo Heterotópico Inoculação intracerebral Inoculação no subcutâneo flanco direito Referências 1. Carloni CA. Estabelecimento e caracterização citogenética e molecular de culturas primárias de glioblastoma. Dissertação de Mestrado. 2013; Aldape K et al. Challenges to curing primary brain tumours, Nature Reviews Clinical Oncology, 2019; 2. . Jung J, Seol HS, Chang S. The Generation and Application of Patient-Derived Xenograft Model for Cancer Research. Cancer Research And Treatment, 2018. Figura 1 . Desenho experimental ilustrando as etapas realizadas para gerar o modelo PDX.
Levantamento de dados clínicos de pacientes com cancer de orofaringe tratados no Hospital de Câncer de Barretos Jessica Cambrea Joauquim Martins¹,2; Raiany Santos Carvalho¹; Maria Thereza Santos Cirino¹,2; Ana Carolina de Carvalho¹ ¹ Hospital de Amor, Barretos-SP, Brasil. ² Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos – Dr Paulo Prata, Barretos-SP, Brasil. 187 1. INTRODUÇÃO 3. RESULTADOS a. Caracterização clínica dos pacientes O câncer de cabeça e pescoço é a oitava neoplasia mais Figura 1 -. Sexo : (0) Figura 2 - Tabagismo: (0) Nunca (49, frequênte no mundo, sendo o carcinoma de células escamosas Feminino (90, 11,1%), (1) 6,0%), (1) Ativo (594, 73,2%), (2) ex- (CEC) responsável por 90% dos casos. Os principais fatores de Masculino (721, 88,9%). tabagista (143, 17,6%), (99) Ignorado (25, risco são o tabagismo, etilismo e a infecção persistente por 3,1%). variantes de alto risco do vírus do papiloma humano (HPV). Os tumores HPV-positivos e HPV-negativos apresentam características biológicas, clinicas e demográficas diferentes. Na última década houve uma mudança na tendência dos sítios de acometimento da doença, onde um aumento no número de casos de orofaringe e uma diminuição nos demais sítios foram evidenciados, tendo como justificativa a diminuição do tabagismo e etilismo e um aumento de infecções por HPV. Em muitos países já se tem confirmação dessa nova tendência enquanto no Brasil há uma escassez de estudos sobre o tema Objetivo: Avaliar a prevalência de câncer de orofaringe positivos Figura 3 – Frequência de casos de CEC de orofaringe positivos e negativos para HPV no Hospital de Amor (HA), um hospital de referência no para HPV por ano de diagnóstico. Brasil. 2. MÉTODOS Estudo de coorte retrospectivo Figura 4 – Frequência de CEC de orofaringe associados ao HPV por gênero e ano de diagnóstico. Seleção de pacientes (n=797) Maiores de 18 anos, com diagnóstico de CEC de orofaringe, tratados no HA no período de 2008 a 2018 Detecção de HPV e coleta de dados clínicos • Figura 5 – Sobrevida câncer-específica estratificada pelo status de p16 (p-valor<0,0001). Teste de imunohistoquímica (IHQ) para p16, coleta de dados a partir dos b. Sobrevida global estratificada por tabagismo e status de HPV prontuários e sisOnco e armazenamento na plataforma RedCap. Análise estatística no SPSS versão 21 Medidas de tendência central (média e mediana) das variáveis contínuas e as frequências das variáveis categóricas. Curva de Kaplan Meier e teste de log-rank para estimar sobrevida. • Figura 6 – Sobrevida global em 5 anos estratificada por status de HPV e tabagismo. 4.CONCLUSÃO O estudo mostra, pela primeira vez, a prevalência de CEC de orofaringe de acordo com o status de HPV num hospital de referência no Brasil. A maior prevalência de tumores HPV negativos e pacientes do sexo masculino tabagistas ou ex-tabagistas , além de uma maior sobrevida em 5 anos em pacientes HPV positivos são resultados obtidos que vão de encontro com a tendência mundial já relatada em outros estudos. Diferente da tendência mundial apontada, este estudo encontrou uma prevalência menor de HPV positivos, no entanto, observou-se uma crescente incidência desses tumores, principalmente entre as mulheres, indicandoa necessidade de haver políticas públicas de educação sexual mais efetivas. A sobrevida global estratificada por tabagismo e statudos de HPV mostra que o tabagismo pode ser considerado um importante fator de risco isolado, fato que ainda carece de investigação e aponta a importância de haver um estudo mais detalhado do impacto deste habito no manejo clínico dos pacientes. Apoio financeiro: Contato: [email protected]
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