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Published by anapaiva, 2016-10-07 13:46:33

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FICHA TÉCNICA ÍNDICEDirector 4-6 > Portugal: único país com balança comercial positivaPedro SilvaRedacção 6 > CTC produz calçado amigo do ambiente 8 > Gaia recebe Portugal FashionAnabela CarvalhoAndreia BarbosaSalomé PintoNuno FerreiraFotografia 10 > Portugal aposta na Rússia índiceArquivo LABOR 11-14 > Mais de 500 profissionais naNuno Ferreira ModacalzadoFernando Aguiar 16-20 > Forte presença lusa na MICAMPublicidade 22-24 > Marca sanjoanense premiadaMariana Tavares nos “óscares” do calçadoMaquetagem/Grafismo 26-36 > “Made in Portugal” conquista lugar ao solAna Paiva - inquérito a 14 empresários da regiãoExecução 38 > GDS recuperaLABORPRESS - Edições 40 > Ventos de mudança na ModaLisboae Comunicação Social, LdaTel. 256 202 600Fax: 256 202 609E-mail: [email protected] Camilo Castelo Branco, 200A3700 S. João da MadeiraImpressãoFIG - CoimbraIMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO, LDA. Rua Dr. Sá Carneiro, nº 107 Apartado 485 3701-914 S. JOÃO DA MADEIRA Tel. 351 256 200 720 fax. 351 256 200 729 email: [email protected] labor revista 3

No sector do calçado Portugal foi o único país europeu com balança comercial positiva em 2006 Exportações cresceram 1,7 por cento, em termos homólogosnotícia Portugal exportou, no primeiro se- mestre de 2007, mais 1,7 por cento de calçado que em igual período de 2006, portar mais de 364 milhões. importa 83 milhões). atingindo os 654 milhões de euros, se- gundo dados da Associação Portugue- Os países de Leste apresentaram igual- Calçado ajuda economia sa dos Industriais de Calçado, Compo- portuguesa nentes, Artigos de Pele e seus Sucedâ- mente “um comportamento deficitário”. neos (APICCAPS). A título de exemplo, a República Checa O sector de calçado também marca atingiu um saldo negativo em 71 milhões pontos na economia portuguesa. São os Foi, sobretudo, na Dinamarca (mais de pares (importa 101 milhões e exporta sectores tradicionais como o vestuário, 24,1 por cento), Espanha (12,4 por cen- 30), a Hungria em 5 milhões (importa 20 o calçado, a cortiça ou o mobiliário to), Bélgica (5,2 por cento) e França (5,2 e exporta 15) e a Roménia, actualmente aqueles que mais positivamente con- por cento) que o volume de negócios um dos principais produtores da Europa, aumentou. tem um saldo negativo de 25 milhões de pares (exporta 59 milhões de pares, mas O calçado português é, segundo a APICCAPS, o único da Europa a apresen- tar uma balança comercial com saldo po- sitivo em 2006. Só no ano transacto, Por- tugal exportou 64 milhões de pares de calçado, no valor de 1166 milhões de euros, conseguindo um saldo comercial positivo de 23 milhões de pares. “A forte vocação exportadora das empresas por- tuguesas permite, assim, que Portugal seja um caso raro no ‘Velho Continente’ “, co- menta a APICCAPS. Em termos globais, a produção por- tuguesa de calçado corresponde a 12 por cento da produção europeia de cal- çado e a 6,1 por cento das exportações. No que toca à quantidade de empresas de calçado, Portugal contabiliza 11 por cento do total europeu. No emprego, assegura 12 por cento. Entre os países europeus com saldo comercial negativo em 2006, destaca- se o Reino Unido em 405 milhões de pares, a França em 337 milhões de pa- res e a Alemanha em 316 milhões de pares, de acordo com a APICCAPS. A surpresa vem dos dois principais produtores de calçado da Europa, que importaram mais do que exportaram. A Espanha importou já 296 milhões de pa- res, enquanto exportou apenas 95 mi- lhões. A tendência da Itália foi no mesmo sentido - ainda que tenha exportado mais de 244 milhões de pares, conseguiu im- 4 labor revista

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notícia tribuem para a balança comercial por- acordo com o relatório trimestral “Nor- va “numa das situações mais favoráveis” tuguesa, que em 2006 registou um sal- te Conjuntura”. Só em volume de negó- dos últimos tempos, com metade das do negativo superior a 18 mil milhões cios, o sector de calçado nortenho cres- empresas inquiridas a afirmarem ter de euros. ceu 15, 8 por cento. Nos mercados ex- actividade assegurada para mais de dois ternos cresceu mais 24,3 por cento. meses. Em termos nacionais, a indústria de vestuário alcançou um saldo positivo de De acordo com o Boletim Trimestral De acordo com o boletim trimestral, mil milhões de euros, seguindo-se a de de Conjuntura da APICCAPS, editada pela primeira vez nos últimos seis anos, calçado com um saldo positivo de 830 pela Universidade Católica do Porto, “em “esta evolução positiva repercutiu-se até milhões de euros, a da cortiça em ter- termos gerais, o segundo trimestre de numa tendência para o crescimento do ceira posição e o sector têxtil em quar- 2007 continuou a tendência de consoli- emprego”. “Não surpreende, portanto, ta. A APICCAPS concluiu assim que “a dação da conjuntura que se tem verifi- que as empresas considerem o estado fileira da moda - que representa sensi- cado nos últimos períodos” no sector dos negócios favorável”, conclui. velmente 20% das exportações nacio- do calçado. nais - continua a ser determinante ao As carteiras de encomendas mais nível do comércio externo nacional e Apesar da produção ter registado al- curtas são, sobretudo, apresentadas deverá, pois, merecer uma atenção re- gum recuo face ao trimestre anterior, pelas empresas direccionadas para o dobrada das políticas públicas portugue- “como é típico desta época do ano, a mercado português. sas”. carteira de encomendas do sector re- forçou-se consideravelmente e encontra- A APICCAPS esperava, porém, para No Norte, o sector do calçado foi a se agora em níveis elevados”. No final o terceiro trimestre “algumas limitações única excepção à degradação económi- do segundo trimestre de 2007, o bole- acrescidas” relacionadas nomeadamen- ca verificada nesta região do País du- tim destacava que a produção assegu- te com a insuficiência de clientes es- rante o segundo trimestre de 2007, de rada pela carteira de encomendas esta- trangeiros e com dificuldades decorren- tes do preço das matérias-primas. Centro Tecnológico prepara nova montra de materiais inovadores Calçado amigo do ambiente e no âmbito do Quadro de Referência Estra- actuação, nomeadamente nas áreas do tégico Nacional (QREN). luxo, ecologia e ambiente, arte e tradi- produtos com efeito barreira ção, saúde, conforto e segurança. Para além de calçado amigo do ambi- são alguns dos exemplares em ente, a exposição apresentará também o Com vários eixos de intervenção, o “Activcalce”, desenhado para melhorar programa pretende mobilizar toda a fi- destaque na exposição activamente o conforto, e produtos com leira, as empresas de base tecnológica e efeito barreira, como é o caso de calçado I&D que trabalham para o sector e vári- “ShoeInov”, que decorrerá em resistente à água, ao fogo, a perfurações as entidades como centros tecnológicos ou pesos. e universidades. Novembro. Ainda no âmbito deste tipo de produ- Em causa estão aspectos como o O “Biocalce” é uma das marcas em tos e levando em conta que a indústria aperfeiçoamento de materiais, a criação evidência na exposição que o Centro Tec- portuguesa fornece muitos exércitos euro- de novos equipamentos para a sua apli- nológico do Calçado (CTCP) está a pre- peus, o CTCP está a desenvolver material cação, implementação de novos proces- parar para o final do ano. O produto foi anti-bala para ser incorporado no calçado. sos produtivos, lançamento de um nú- elaborado a pensar no ambiente, dei- O projecto está actualmente parado, por cleo para qualificação dos quadros en- xando, por isso, de lado as substâncias sobreposição de outras prioridades nos tre empresas, para além da criação de químicas geralmente utilizadas na con- planos do Centro, mas não foi posto de novos modelos de negócio, captando fecção do sapato. lado. novos clientes, diversificando mercados e penetrando em áreas estratégias da Este e outros produtos decorrem do O programa “ShoeInov” dá continui- cadeia de valor. “ShoeInov”, um programa de investiga- dade a acções emblemáticas anteriores, ção, desenvolvimento e inovação incluí- como o FACAP, FATEC e o “ShoeMat”. Pre- O “ShoeInov” é fruto de um investi- do no Plano Estratégico para a Indústria vê a exploração de novos conceitos de mento de 30 milhões de euros do CTCP. do Calçado, a vigorar entre 2007 e 2013 6 labor revista

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Portugal Fashion muda-se para Gaia Câmara Municipal do Porto negou-se a disponibilizar o apoio financeiro que a organização pedia.notícia A 21.ª edição do Portugal Fashion decorre na Praça do Eixo Atlântico, junto ao El Corte Inglés, em Vila Nova de Gaia, entre 19 e 21 de Outubro. Calçado com desfile próprio A enorme estrutura, com a altura de quatro andares e 1.200 À semelhança de outras edições, o próximo Portugal Fashion metros quadrados de área e com cerca de 700 lugares sentados agendou dois desfiles dedicados exclusivamente ao calçado. Um já começou a ser montada. Depois do Portugal Fashion, esta individual, do estilista oliveirense Luís Onofre, agendado para as espécie de teatro oriundo de Espanha será utilizado no final do 19h00 de sábado, segundo dia do certame, e outro colectivo. próximo mês pelo musical Peter Pan, tendo sido escolhida pro- Neste participarão oito empresas de calçado, entre as quais as positadamente por ser a única que permitirá fazer voar o herói sanjoanenses Sílvia Rebatto e Cohibas. A Aerosoles, Fly London, até à Terra do Nunca. Eject. Dkode, Coox e José Reis Design completam o grupo que se apresenta no domingo, 21, pelas 19h30. Já o evento de moda que inaugura a estrutura ficará na mar- gem esquerda do Douro até 2010. A colecção do estilista sanjoanense, Miguel Vieira, fecha a primeira noite do certame. O desfile tem início pelas 23h30 de O protocolo assinado entre a Associação Nacional de Jovens sexta-feira, 19. Empresários (ANJE) e a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia alega como razões para a mudança “a necessidade do Portugal Destaque ainda para o desfile de Anabela Baldaque, calçada Fashion definir um período mínimo de estabilidade e de confian- pela marca sanjoanense Hard Hearted Harlot. A parceria entre a ça na sua localização”. estilista e a empresa já vem do ano passado. O concelho de Vila Nova de Gaia foi o escolhido, por apresen- Sobe à passerelle do Portugal Fashion às 18h00 do dia 20 de tar, na última década, “uma enorme e consolidada requalificação Outubro. que fazem dele um dos exemplos de maior dinamismo e de mo- dernização infraestrutural em termos nacionais”. A Câmara Municipal do Porto desvaloriza a perda da sede do Portugal Fashion para o concelho vizinho, considerando que “é indiferente em que margem do rio se realiza o evento”. Em comunicado, a autarquia refere que a direcção da ANJE deu a conhecer as dificuldades que enfrentava para concretizar a edição de Outubro do evento. Dificuldades que se prendiam com o facto da ANJE não poder contar com os fundos comunitários do QREN, devido à indefinição do Governo na implementação dos mesmos. Assim, a associação viu-se obrigada a solicitar à Câma- ra Municipal do Porto um apoio de 250 mil euros para a realiza- ção da próxima edição. A autarquia acedeu fazer parte de uma parceria de apoios que viabilizassem o certame, na convicção de que as seguintes edições fossem já asseguradas pelo QREN. Mas, a esta disponibi- lidade, a ANJE terá dito que recebeu da Câmara Municipal de Gaia uma proposta para a realização do Portugal Fashion no seu terri- tório, contra a garantia de um apoio financeiro de 1,5 milhões de euros, ou seja, 250 mil euros por edição. Uma verba que o muni- cípio do Porto não aceitou pagar e que a Câmara de Gaia já negou ter proposto. Segundo declarações do vice-presidente da autarquia gaiense, o município está a negociar com entidades privadas o patrocínio do evento. 8 labor revista

reportagemlabor revista 9

Exportações para a Rússia nos 14 milhões de euros Calçado português aposta na Rússiareportagem Oito empresas portuguesas Segundo a Delegação da AICEP em Moscovo, a economia russa após a crise iniciaram uma nova abordagem de 1998, tem evoluído muito favoravelmen- te. O alargamento da UE, por sua vez, per- ao mercado russo, através da mitiu à Rússia tornar-se o vizinho imedia- to da União Europeia e, em consequência participação no grande evento dos bons resultados evidenciados na ver- tente económica, vai constituir novas rela- local do sector, a MosShoes. ções de referência, sendo um mercado de economia ainda em transição, mas com enor- A MosShoes, feira internacional de cal- mes potencialidades, no qual se vão desen- çado de Moscovo, decorreu de 2 a 5 de volver relações económicas duradouras. Outubro e contou com a presença de 8 empresas portuguesas: Aerosoles, Para o sector português do calçado pre- Camport, Candonga, Eject / Prophecy, vêem-se algumas janelas de oportunidade Felmini, Fly London, Missanga e Nobrand. neste mercado, à medida que o poder de compra da população tem vindo a aumen- A procura de novos mercados tem sido tar de forma continuada. Por outro lado, uma prioridade para a indústria portugue- confirma-se um aumento sustentado das sa de calçado que exporta, anualmente, importações de calçado nos últimos anos. mais de 85% da sua produção. Fruto desta estratégia, as exportações de Com 143 milhões de habitantes e um calçado português para a Rússia aumenta- consumo de calçado superior a 180 mi- ram 89,7% de 2004 a 2006 para 14 mi- lhões de euros, a Rússia apresenta para o lhões de euros. Já no primeiro semestre sector do calçado um elevado potencial deste ano há a assinar um novo aumento de crescimento. de 12,5% para 6,1 milhões de euros. CHATRON Apresentou a Nova Identidade Corporativa da Empresa A Chatron apresentou recentemente a sua nova iden- tidade corporativa. Líder em Climatização Industrial a Chatron tem inova- do sempre em busca de novas soluções, mais eficientes e amigas do ambiente. Essa inovação é traduzida na nova imagem de marca da empresa, baseada numa turbina de um ventilador in- dustrial, um denominador comum aos produtos da em- presa. A Chatron lançou uma campanha pu- blicitária a nível nacional para dar co- nhecimento desta mudança: TSF, Expres- so, jornais locais e um Outdoor de gran- de formato em Lisboa são alguns dos meios usados nesta acção. 10 labor revista

Modacalzado e Iberpiel - Feira Internacional do Calçado e Artigos de Pele Madrid recebe mais de 40 expositores portugueses reportagemPaulo Brandão, Miguel Vieira e Luís Onofre Irmãos Cardeiro - Oficina de SoluçõesMais de meio milhar de profissionais marcaram presença Portugal volta a estar em força numa das maioresna maior feira de calçado da Península Ibérica. Portugal feiras internacionais do calçado. Foram 47 as empresasfez-se representar por 47 empresas que ali exibiram as portuguesas que este ano figuraram entre as 670 pre-suas colecções para a Primavera/Verão 2008. sentes na Modacalzado, feira de calçado que decorreu em Madrid, entre os dias 27 e 29 de Setembro. O certame, organizado pela IFEMA, foi inaugurado na labor revista 11

reportagem Stand Muratti Florentino em Madrid Representantes da empresa S.O. Marques manha de quinta-feira pelo Secretário Geral da Industria, ceiro lugar a nível europeu. Turismo e Comércio, Joan Trullén Thomas, e reuniu uma con- Este ano, a feira contou com algumas novidades. Além da siderável representação empresarial do sector do calçado e da marroquinaria. Esta vigésima edição da Modacalzado - mudança do nome, como referido acima, o evento apresen- ou antes Feira Internacional do Calçado e Artigos de Pele, tou-se organizado por sectores. O objectivo foi oferecer aos Modacalzado e Iberpiel, como é agora denominada – serviu, visitantes uma imagem renovada e actual e favorecer, ao aliás, para consolidar a liderança do certame no pódio dos mesmo tempo, os comerciantes. Assim, nos cinco pavilhões encontros comerciais do sector na Península Ibérica e o ter- a sul concentrou-se a Moda Jovem/Casual (como a Mustang, Diesel ou Pepe Jeans), o Calçado Infantil e os artigos de Beppi em Madrid Sérgio Almeida da marca Sónia Patrício em Madrid 12 labor revista

Calçado Anónima em Madrid Virus Moda em Madrid reportagemdesporto, os grandes distribuidores espanhóis de moda, bem marcas espanholas.como fabricantes e importadores, a moda Chic (com marcas Além de Portugal, mais 15 países exibiram as suas colec-como El Dantés, Café Noir ou Joyca), Iberpiel Chic e firmas demarroquinaria de um sector médio alto. Finalmente, no últi- ções para a Primavera/Verão 2008 para os cerca de 20 milmo pavilhão da ala sul - o Glamour – eram exibidas as colec- visitantes, oriundos de mais de meia centena de países, queções apresentadas por Pons Quintana, Pedro García, Jaime por ali passaram durante os três dias do certame.Mascaró e Pura López, entre outros e acessórios de qualida-de. Os pavilhões a norte foram ocupados pelas empresas A Modacalzado volta no próximo ano, sendo que aindaque marcam as tendências. está a ser ponderada uma alteração das datas. Habitualmen- te realizada em Abril, a Modacalzado poderá ser antecipada Com esta nova reestruturação, que pretendeu criar zonas para Fevereiro, eventualmente, para os dias 28 e 29 de Feve-de exposição mais homogéneas, a organização procurou tam- reiro e 1 de Março. No entanto, a a data ainda não foi confir-bém reanimar algumas áreas nobres como o Pavilhão “Star mada. Confirmada está já mais uma novidade: será apresen-Mark”, um espaço que reúne a oferta exclusiva das melhores tado oficialmente o seu novo logotipo, muito mais moderno e concordante com a inovadora estrutura da feira. labor revista 13

Ghibi em Madrid Stand Gino Bianchi em Madridreportagem Exportações portuguesas para Espanha aceleram Com o crescimento das exportações portuguesas neste Valuni em Madrid sector, a presença neste evento, o maior do género na Pe- nínsula Ibérica, afigura-se como fundamental nesta estraté- gia de abordagem ao mercado vizinho. Na última década, as vendas de calçado português para Espanha têm registado uma taxa média de crescimento anual de 23%, tendo passa- do de 13,8 milhões de euros em 1996 para 96 milhões no ano passado. Este crescimento permitiu que Espanha surja já no segundo lugar entre os principais destinos das exporta- ções nacionais, superando mercados de grande relevância como a Alemanha ou o Reino Unido. 14 labor revista

inquéritolabor revista 15

reportagem MICAM – Feira de Calçado de Milão Forte presença lusa na maior feira do mundo Mais de 46 mil profissionais e perto de 23 mil potenciais compradores. A representação portuguesa foi a segunda maior entre as delegações estrangeiras na MICAM. Ao longo de quatro dias (de 20 a 23 de Setembro), a maior feira de calçado do mundo, MICAM, acolheu mais de 1600 ex- positores, na sua maioria de nacionalida- de italiana. Entre as delegações estrangei- ras, a portuguesa foi a segunda mais for- te, com 85 empresários, sendo apenas ul- trapassada pela Espanha, com 120. Reino Unido, França, Brasil e Turquia também ocupam posição de destaque entre os ex- positores internacionais. 16 labor revista

Pablo Fuster Storm | Kayak reportagemWe Do Paulo Brandão “O crescimento de delegações estrangeiras nos últimos cinco nal de Produtores de Calçado Italiano (ANCI). Os números tradu-anos mostra como se tem fortalecido a ligação entre a MICAM e zem-se num aumento da afluência, em cerca de cinco por cento,as indústrias internacionais”, lê-se no comunicado da feira. Neste quando comparados com igual período do ano passado. Segun-sentido, o responsável pelo certame, Vitor Artioli, conlui: “A MICAM do os dados do site oficial da feira internacional de Milão (http:/confirmou uma vez mais as expectativas”. /www.micamonline.com/), a maioria dos visitantes eram proveni- entes do Japão, da Alemanha, Espanha, França, Rússia e do Rei- Cerca de 46.300 profissionais e perto de 23 mil potenciais no Unido.clientes visitaram o certame, organizado pela Associação Nacio-Profession Bottier Shoeart labor revista 17

reportagem CP Coelho Softwaves Ao longo de cerca de 74 metros quadrados, os expositores forma do calçado para ballet e ainda sandálias rasas e de salto apresentaram as suas colecções Primavera-Verão 2008, dentro alto. Para eles, o estilo desportivo dos moccasins é a grande da gama alta e média/ alta. aposta para a próxima estação. Novos modelos, ousados e criativos, prometem ditar as ten- Mais de 20 empresas do EDV dências de moda da estação mais quente do próximo ano. Os pés femininos calçam sapatos elegantes, modelos que imitam a Entre os 85 empresários que representaram o país, na feira internacional de calçado de Milão, mais de duas dezenas estão Próximas edições MICAM: sediados na região do Entre Douro e Vouga (EDV), revela a APICCAPS, a associação representativa do calçado português. De - 28-29 Fevereiro e 1-2 Março de 2008 S. João da Madeira, estiveram presentes 13 firmas, quatro são de - 18-21 Setembro de 2008 Santa Maria da Feira e outras quatro de Oliveira de Azeméis. Rua Alexandre Herculano, 31 | 3700-031 S. João da Madeira | Tel. 256 827 440 18 labor revista

Publicidadelabor revista 19

publireportagem Missanga Miguel Vieira Luís Onofre John Lakes Alain Bastiani Heitor Klein (Abicalçados - Brasil) e Pedro Silva (APICCAPS) Entre as mais de dez indústrias sanjoanenses, destacam-se, que produz calçado Mariano; ou a indústria S. Dias, produtor de por exemplo, a Evereste, que produz a marca com o mesmo sapatos Muratti Florentino, marca que, este ano, ganhou o prémio nome; a Zarco, fabricante da Mackjames; Miguel Vieira; C. P. inovação na categoria “calçado clássico de homem”. Coelho, que detém a marca Pacor; indústria Manuel de Almeida SP 20 labor revista

xxxxxxxxxxxlabor revista 21

MICAM acolhe 5.ª edição Prémios Inovação “Óscares” do calçado portuguêsnotícia Entre as sete marcas lusas distinguidas, uma é Numa iniciativa conjunta do Centro Tecnológico de Calçado de Portugal (CTCP) e o Instituto Nacional da Propriedade Indus- sanjoanense. Muratti Florentino venceu na categoria trial (INPI), os “Prémios Inovação na Fileira do Calçado” distin- guem as empresas que mais se destacaram no último ano. Nesta “Homem-Clássico”, tal como no ano passado. 5.ª edição, estiveram a concurso 51 marcas portuguesas, das quais sete saíram vencedoras. De S. João da Madeira, mas com nome Sete empresas lusas receberam os óscares do calçado portu- italiano, a Muratti Florentino ganhou o óscar na categoria calçado guês, numa cerimónia que, pela primeira vez, se realizou em clássico de homem, prémio obtido também na edição de 2006. Itália, na MICAM (Feira Internacional de Calçado de Milão). Na edição do ano passado, o palco escolhido foi a Modacalzado, em Outras marcas mantiveram também as posições de destaque Espanha. do ano anterior. Uma vez mais, a Aerosoles recebeu o galardão 22 labor revista

Goldmud - Prémio Revelação Eject - Design Senhora Young Fashionde “Melhor Apresentação”. Sediada em Esmoriz e com um volu- “Prémio Revelação” para novas marcas notíciame de negócios superior a 100 milhões de euros, esta marcapossui mais de uma centena de postos de venda por toda a Mas, este ano, houve algumas novidades. No calçado de cri-Europa e Médio Oriente. ança, a Eject, de Felgueiras, cedeu o lugar à Telmee (de Felguei- ras), passando a ocupar o primeiro lugar na categoria “Senhora- No calçado clássico de senhora, as colecções do estilista Luís young fashion”.Onofre voltam a seduzir o júri. No segmento “Homem-youngfashion”, sobressai a Fly London (de Guimarães), também Lançada para o mercado em 2006, e com um estilo “rústico-galardoada na última edição. chique”, a marca Goldmud de Felgueiras ganhou o “Prémio Reve-Luís Onofre - Design Senhora Clássico Fly London - Design Homem Young Fashion Fazemos caminhar o mundo... naturalmente www.lusocal.pt • [email protected] FelgueirasSEDE: Rua da Variante, N.º 1100 • Apartado 4510 FILIAL: Rua Frei António Ferreira Vilaça, N.º 2223700-904 Romariz Carvalhinhos - Margaride • 4610-187 FelgueirasTel.: +351 256 840 090 • Fax: +351 256 840 099 Tel.: +351 255 310 530 • Fax: +351 255 310 539 labor revista 23

Muratti Florentino - Design Homem Clássico Telmee - Design Criançanotícia Aerosoles - Melhor Apresentação Representantes ICEP Milão, APICCAPS e Aerosoles lação”, uma categoria especialmente criada este ano, como con- Desde 2003 sequência do boom de marcas que se registou em Portugal (ver caixa). Esta é, de resto, a grande originalidade na edição dos Boom de marcas óscares de calçado deste ano. Nos últimos quatro anos, os pedidos de registo de Nos últimos quatros anos, os “Prémios Inovação na Fileira do marcas e logótipos no sector de calçado aumentaram mais Calçado” distinguiram várias empresas de calçado, de curtumes, de 200 por cento (de 11 para 25 em 2006). Só no primeiro de componentes para calçado (solas, curtumes, têxteis técnicos, semestre deste ano, foram licenciadas 34 novas marcas e etc.) e bens de equipamento. O júri é constituído por represen- modelos. tantes do INPI, CTCP, Centro de Formação Profissional da Indús- tria do Calçado (CFPIC), da Agência para o Investimento e Comér- Mais curioso é o número de pedidos de registo de mo- cio Externo de Portugal (AICEP Portugal) e da Associação Portu- delos (de calçado e de componentes, em especial de so- guesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele las). Segundo os números divulgados pela APICCAPS, entre e seus Sucedâneos (APICCAPS). 2003 e 2006, houve um acréscimo de 5520% para 281. Os dados evidenciam que, no passado, não era dada especial SP ênfase a esta rubrica. Actualmente, as empresas parecem estar cada vez mais sensibilizadas para a importância do registo do design dos seus modelos, factor que associado à inovação das colec- ções permite colocar a empresa um passo à frente dos seus concorrentes. No primeiro semestre de 2007, foram solicitadas licenças para 235 novos modelos. Em termos gerais, o número de pedidos para registo de marcas, patentes e modelos na filei- ra de calçado aumentou quase dois mil por cento, desde 2003. Números do primeiro semestre deste ano parecem indiciar que essa será uma tendência nos próximos anos. 24 labor revista

inquéritolabor revista 25

Portugal começa a estar na modainquérito Ainda com um longo caminho a percorrer, a marca “Qualidade, design e bom gosto” são a chave do “made in Portugal” tem conquistado a confiança sucesso. junto dos mercados externos, fidelizando clientes e Não querendo desvendar completamente as atraindo potenciais compradores. Contudo, os tendências de moda para a próxima época empresários são prudentes quando avaliam a (Primavera/Verão 2008), algumas empresas lançam posição do produto nacional face às grandes indícios de cores, formas e tecidos que poderão marcas internacionais. Os mais pessimistas criticam marcar o calçado da estação mais quente. a aposta na quantidade e na mão-de-obra barata, Desportivos ou mais requintados, com salto alto e em detrimento da qualidade e da especialização de verniz ou mais simples e clássicos, haverá dos trabalhadores. sapatos para todos os gostos. O LABOR entrevistou os representantes de 14 firmas de calçado da região. A maioria destes 1 - Qual o balanço que faz das feiras que tem empresários faz um balanço positivo das feiras participado? internacionais em que participaram e elegem a 2 - Vai continuar a apostar nas feiras internacionais italiana Micam, de Milão, e a espanhola de calçado? Quais? Modacalzado, de Madrid, como os melhores 3 - Quais vão ser as tendências de moda para a certames do género. próxima estação? Apesar das dificuldades com que se têm deparado, 4 - A marca “made in Portugal” está na moda? sobretudo a concorrência feroz vinda dos países Porquê? asiáticos e do leste europeu, a indústria da região 5 - Qual tem sido a evolução dos negócios nos tem conseguido manter a sua produção. últimos seis meses? 26 labor revista

3 - Muito verniz. 4 - Produzimos qualidade e moda e os clientes confiam mais.António Correia Alves & Filho (Ginita) Albérico Alves1 - Só tenho participado na Micam, em Milão. É uma feira de Armando Silva, SA inquéritoretalhistas. Alexandre da Silva Tavares2 - Para já só na Micam. 1 - Feira Modacalzado, em Madrid. Com as alterações que houve nos stands, a nossa participação melhorou substancialmente.3 - É difícil responder a essa pergunta, porque todos os meses Embora ainda não esteja tudo perfeito, foi bom para os negócios,muda a moda. Há uma agressividade tal nas vendas que há ne- ainda que houvesse menos gente nos corredores, possivelmentecessidade de estar constantemente a criar novos conceitos, para menos visitantes.se poder vender. 2 – Sim, mas com melhores condições. Modacalzado, em Madrid,4 - Podem-me chamar pessimista, mas acho que ainda não está e Micam, na Itália.na moda. É preciso fazer mais, tanto a nível de fabricantes comona APICCAPS, mas sobretudo a nível de qualidade e criação, por- 3 - Formas pouco agressivas, com solas muito finas, sapatosque há muitos produtores que ainda continuam a viver da mão- muito cómodos.de-obra barata. 4 - Portugal não está na moda e tem um longo caminho a percor-5 - Nos últimos seis meses, os negócios têm estado um pouco rer. Tem todas as condições para ser uma marca forte. Era preci-estagnados. Mas estamos a fazer tudo para ter um final de ano so percorrer o mundo todo para fazer negócios e para ter toda amelhor. informação em primeira mão, para, no final, estarmos na linha da frente, ao lado de quem está verdadeiramente na moda. 5 - Tem havido alguma evolução, mas pouca e lenta. António de Almeida, Lda Comforsyst S.A.(Softwaves) Sérgio Almeida Representante: Orlando Santos1 - O balanço é positivo, embora a Micam seja bastante melhordo que a Modacalzado.2 - Vamos continuar. labor revista 27

inquérito 1 - O balanço é positivo, se considerarmos a participação como poucos anos, baseávamos as nossas produções num único argu- um todo. A posição dos industriais portugueses na projecção do mento, os baixos custos de produção. Hoje, devido principal- calçado internacional tem vindo a aumentar o seu valor pela qua- mente à grande mobilidade de factores, temos países como a lidade das soluções apresentadas. As feiras em muito têm contri- China a darem grandes réplicas de capacidade produtiva ao mais buído para a divulgação do que melhor fazemos, com os buyers baixo preço, o que nos leva a sermos obviamente melhores e a internacionais a demonstrarem o seu reconhecimento e respeito apresentar inovações que nos justifiquem em detrimento de ou- pelo esforço que todos temos despendido no desenvolvimento tros mais baratos. É claro que a projecção do futebol, dos even- dos nossos produtos. Assim, estamos, hoje, num patamar supe- tos internacionais como o Red Bull Air Race, o turismo intensifica- rior, no que se refere a valor acrescentado, aumentando, desta do pelas Low Cost, os vinhos com a recente distinção pela pres- forma, a nossa intangibilidade em contraposição ao que aconte- tigiada Wine & Spirits de quatro nomes portugueses, entre os cia até à alguns anos atrás. 100 melhores vinhos mundiais, contribuem para a nossa divulga- ção. Mas, se pensarmos que estamos a competir com países 2 - Certamente. É absolutamente necessário a projecção interna- como Espanha ou Itália, ficamos muito aquém do seu reconheci- cional para atingirmos um efeito de escala que nos permita ser mento internacional. Não devemos temer ninguém, mas é tam- rentáveis. Acreditamos que a feira ExpoRivaSchuh continuará a bém prematuro pensar que estamos na moda. Tudo a seu tempo. ser, para nós, a mais importante de todas as feiras internacio- nais, pela simples razão de se realizar muito cedo no calendário 5 - Os negócios têm fluído de forma positiva e sustentada, o que do mercado internacional. Permite-nos atingir o mercado antes para nós significa olhar com confiança para o futuro. É fundamen- do ponto de saturação e corrigir alguns desvios até à maior apre- tal muita ponderação no que diz respeito aos investimentos, não sentação internacional, a Micam, que se realiza dois meses de- pensarmos que o investimento por investimento é sempre positi- pois, embora saibamos o risco que se corre de plágio por parte vo pois, como é óbvio, os recursos são limitados e a afectação de empresas que apostam numa estratégia follow the leaders. deve ser feita de forma a dar prioridade aos maiores cash flows. Por outro lado, vemos a conjuntura internacional a agravar-se 3 - Sem dúvida que, no Verão de 2008, veremos muitos metáli- com o crescimento mundial a sofrer uma desaceleração. Temos cos e cores brilhantes. Veremos também formas elegantes que também a conhecida crise do subprime nos EUA, que despoletou derivam do tema Belas Artes e Renascença. um alarme mundial e com repercussões gravosas em vários mer- cados europeus como em Inglaterra, onde a confiança dos consu- 4 - Não penso que esteja na moda, o que existe sim é um maior midores caiu desastrosamente num espaço de poucas semanas. reconhecimento internacional daquilo que se faz por cá. Até há Por último, a nossa perda de competitividade face ao supremo dólar norte-americano, o que torna as nossas exportações cada vez mais caras e simultaneamente menos apetecíveis. Custódio Perfeito, Lda Marina Bettencourt 1 - Micam – positivo Modacalzado – os proveitos não pagam o investimento. 2 – Sim. Micam. 3 - As cunhas; as plataformas (padas), os saltos altos, grossos e finos. As formas redondas, quadradas... Enfim, os extremos... há de tudo um pouco! 28 labor revista

inquéritoAplical - Acessórios para Indústria, Lda Rua do Condestável, 84 - Apartado 507 3700-091 S. JOÃO DA MADEIRA TEFEF. +351.256 202 210 - FAX. +351.256 202 211 Email: [email protected] revista 29

4 – Moda, qualidade, design e bom gosto são conceitos que começam a caracterizar os sapatos “Made in Portugal”. 5 - Estável. Fábrica Calçado Evereste, Lda André Fernandesinquérito EURODAVIL-Indústria de Calçado,Lda 1 - Positivo. Representante: David Manuel Oliveira Braga 2 – Sim. Micam e Modacalzado. 3 - Para além da componente “cor” e “forma”, a moda passa 1 - Não foram muito positivas, apesar de não podermos conside- essencialmente por uma atitude descontraída e leve, própria da rar negativas. estação. O conforto ganha cada vez mais relevância. 2 - Sim. 4 - Ainda não, mas penso que temos evoluído qualitativamente 4 - Houve uma evolução positiva. nesse sentido. 5 - O volume de negócios está estabilizado nos últimos seis meses. 5 - Alguma estabilidade 30 labor revista

M. da Costa e Silva, SA Manuel de Almeida Jorge & FLS Lda inquérito Andrea Silva Augusto Oliveira1 - Positivo. 1 – Positivo, quer pela participação em feiras quer em quaisquer outros eventos internacionais.2 - Sim, sobretudo a Micam. 2 - Sim. De momento nas que temos vindo a participar:3 - Sim, porque os mercados reconhecem que o calçado nacional Modacalzado e Micam.está cada vez mais moda e tem qualidade, sobretudo face aosconcorrentes asiáticos e aos de leste europeu. 3 - Sobretudo linhas clássicas.4 - Positiva. 4 - O “made em Portugal” não está na moda. O que tem vindo a acontecer é que a qualidade dos produtos nacionais começa a ser um pouco mais reconhecida. 5 - Dado os condicionalismos do mercado, no momento actual, tem sido positiva. labor revista 31

por um lado, a consolidação da nossa posição em certos mercados faz com que necessitemos de continuar a aposta em feiras em que já participamos, por exemplo, Première Classe – Paris, por outro, a necessidade de explorar novos mercados, implica investir em novas feiras de moda. A CPH Vision_Copenhaga, Dinamarca será a nossa próxima aposta. 3 - A marca Hard Heart Harlot tem uma abordagem muito própria da moda. É uma marca dirigida a um segmento de mercado muito específico. Nesse sentido, as nossas criações vivem por si próprias, respirando as tendências da moda in- ternacional, mas propondo ao mercado novos produtos, con- ceitos e tendências.inquérito Marca – Hard Hearted Harlot 4 - Dizer que está na moda pode ser um pouco ilusório. Pedro Caria Temos de ser realistas e nesse sentido pode dizer-se que o know how que Portugal tem vindo a adquirir ao longo dos 1 - O balanço que a Hard Heart Harlot faz das feiras em que anos na produção de sapatos traz uma mais valia em relação participou é bastante positivo, contudo sempre realista e cau- a outros países. Hoje em dia, a produção portuguesa está teloso. A reacção do consumidor tem sido bastante favorável associada a valores como a qualidade e a confiança. Nesta às colecções que temos vindo a desenvolver e a apresentar, perspectiva, a marca “made in Portugal” está bem traduzindo-se num aumento do volume de vendas, quer em posicionada, mas ainda há muito caminho a percorrer até a termos de clientes já fidelizados quer de novos clientes. excelência. Em termos de design, de uma forma geral, tem que haver mais investimento, embora já se registem boas 2 - Sim. Para a Hard Heart Harlot é bastante importante a excepções. aposta em feiras internacionais, pois a maior percentagem de volume de negócios da marca reporta-se à exportação. Se 5 - A evolução tem sido positiva, registou-se um aumento no volume de vendas e a conquista de novos clientes. 32 labor revista

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18/10/07, é que começamos a elaborar novos produtos. 4 - A marca “made in Portugal” começa a ser conhecida nos mercados europeus como sinónimo de qualidade. Mas lamento que ainda não esteja a ser dado o devido relevo por quem de direito, para que o “made in Portugal” seja mais conhecido. 5 - Mantemos a mesma facturação com uma ligeira subida. Netos – Fabrica de calçado, SA José Netoinquérito 1 - Nós só participámos na Micam. em Milão. Mas o balanço que fazemos para esta feira é positivo, pois todos os contactos pre- vistos foram realizados, acrescendo uns contactos novos que poderão dar frutos no futuro. 2 - Sim, vamos continuar a apostar na Micam e, possivelmente, Pinho, Rodrigues & Cª Lda (Vannel) noutras feiras internacionais. Américo Pinho 3 - Nesta altura, ainda é cedo para dar uma opinião indicadora 1 - A participação nas feiras, ao longo dos anos, tornou-se bas- das tendências da moda para a próxima estação, visto que só tante positiva. Apesar de, inicialmente, a participação nas feiras depois da Lineapelle, em Bolonha, que se realiza de 16/10/07 a 34 labor revista

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se traduzir sobretudo numa fase de implementação da marca, 2 – Sim. Essencialmente a Modacalzado. neste momento, verificamos que as feiras têm ganho um papel preponderante para atingir a estratégia da empresa. 3 - É difícil conseguir prever o que vai suceder na próxima esta- ção. Será necessário sondar durante os próximos meses. A moda 2 - A aposta em feiras internacionais é um dos target da empresa, é imprevisível. que se encontra, neste momento, vocacionada para o mercado internacional, representando em exportações cerca de 70 por cento 4 - De todo. Começamos agora a ganhar o prestígio que há muito do seu volume de negócios. Deste modo, enquanto o mercado nos é merecido, mas ainda há muitas pessoas com mentalidade: nacional não voltar aos seus anos de ouro, a estratégia da em- “em Portugal não há qualidade”. presa passará sempre pelo mercado internacional e a presença em feiras torna-se essencial, porque, actualmente, já se traduzem 5 - Igual aos seis meses anteriores. num canal de comercialização, existindo uma carteira de clientesinquérito oriundos de feiras anteriores que procuram o stand Vannel, para realizarem as compras de calçado. Iremos apostar nas mesmas feiras internacionais da actualidade, nomeadamente, na feira de Milão (Micam) a de Nova Iorque (Fanny) e a de Las Vegas. As três têm tido um papel predominante na estratégia da empresa, no- meadamente, na procura de novos mercados, com vista a au- mentar as exportações da empresa. 3 - De facto, este é um assunto com o qual nos debatemos Zarco - Fábrica de calçado, Lda diariamente. “Made in Portugal” é, para alguns países, sinal de Armando Santos prestígio, qualidade e eficiência. Todavia, para outros traduz-se no inverso e, como tal, dependendo do mercado (dos países), 1 - Tendo em conta que o nosso tipo de produto se destina a um onde a empresa está inserida, isso pode trazer vantagens ou nicho de elevada exigência, tanto ao nível da qualidade como do desvantagens. Por isso, muitas empresas estão a abrir espaços serviço, participamos em poucas feiras, que se concentram mais comerciais fora de Portugal, por forma a criarem uma marca “made em três feiras por época. Relativamente ao nome das feiras, julgo in Italy” ou “made in Spain”. Esse será, a médio prazo, um dos não ser relevante aqui responder. objectivos da nossa empresa, todavia, e uma vez que estamos a exportar bastante para diversos países, tais como Itália, Rússia, Estados Unidos, Lituânia, Grécia, entre outros, não existe a ne- cessidade de recorrermos no imediato a esta medida. 5 - A evolução tem sido muito favorável, sobretudo devido ao mercado externo. Considerando o mesmo período homólogo, face ao ano anterior, registamos um acréscimo considerável no volu- me de negócios da empresa. 2 - Sim, claro que sim. A própria permanência numa feira, com uma imagem de marca, personalizada, é sempre muito importan- te. É algo que é valorizado feira após feira. Isto tudo claro asso- ciado ao marketing directo e indirecto relativamente ao produto e ao cliente. 3 - Relativamente a tendências, não somos uma empresa de moda nem dedicada a tendências. O nosso tipo de sapato é pensado e concebido para o homem que não gosta de se exibir a não ser para ele mesmo. Quando usa um “objecto de arte”, ele entende o conceito e sabe o que é realmente eterno e bonito. S. Dias Lda 4 - Não acho que esteja na moda. Temos sim alguns bons criado- Sérgio Sousa res, mas, infelizmente, não são esses que são projectados para representar Portugal no seu melhor. E falo ao nível de qualidade, 1 - No nosso caso, é difícil falar do sucesso das feiras em que originalidade e criatividade. Para responder melhor, Portugal ain- participamos, a nível geral. Na Micam, deparamo-nos com menos da é visto como um país de fabrico em quantidade e não pela visitas do que o habitual. Já na Modacalzado sucedeu exacta- qualidade. mente o contrário. 5 - O segredo é e será sempre a Alma do Negócio. 36 labor revista

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Feira alemã volta a ganhar terreno no sector do calçadonotícia Novos conceitos, estratégias de Cubes” também atraíram particular inte- resse. marketing inovadoras e uma Aposta no brilho “A disposição que se sente nos corre- e nas cores fortes imagem actualizada conferiram à dores é a melhor prova de que a GDS/ GLS e Global Shoes estão cada vez me- De acordo a Couromoda.com, a moda GDS/GLS e Global Shoes & lhor. Tanto o comércio como a indústria da GDS/GLS apostou em novas napas, bri- chegaram à conclusão que as coisas es- lhos e metalizados. A paleta de cores tra- Acessories um novo momento. tão a acontecer em Düsseldorf e voltam a balhou com tons mais fortes como o ama- olhar para nós com grande interesse”, relo, vermelho, azul-marinho e verde. Mais de 30 mil compradores de mais afirmou o responsável pela Messe A temporada de Primavera/Verão 2008 foi de 80 países passaram pelas feiras de cal- Düsseldorf GMBH, Werner Matthias definida com três temas: Essential, Bionic çado, artigos em pele e acessórios, GDS/ Dornscheidt, em balanço. Os expositores e Stimulation. GLS e Global Shoes & Acessories, que de- e compradores chave voltaram a correram em Düsseldorf, na Alemanha, Dusseldorf, disse, e o número de grandes Essential prima pela simplicidade. Usa entre 14 e 16 de Setembro. Depois de um retalhistas com volume de vendas anuais cores neutras e o brilho é mais discreto. periodo mais conturbado, o balanço do de mais de 10 milhões de euros duplicou. Neste tema, o minimalismo está em alta certame mantém a tendência de cresci- “Devemos continuar nesta direcção nos e ganha destaque em cortes feitos à laser mento registado em edições anteriores. próximos meses, desenvolvendo e forta- e o uso de acrílicos e materiais0 transpa- lecendo, em conjunto com os expositores rentes, principalmente nos saltos. Cerca de 1.400 expositores, originári- e com as associações, a importância da os de 45 países, exibiram na Alemanha GDS como uma plataforma de informação Em Bionic, une-se a natureza à alta as suas colecções de sapatos e malas para e encomendas central na Europa”, conti- tecnologia. O nylon e os metalizados sur- a Primavera/Verão de 2008. nuou Dornscheidt. gem lado a lado com outras matérias-pri- mas como o algodão. A paleta de cores Uma sondagem da organização indica Compradores importantes de compa- aposta nos vários tons de verde, no ama- que nove entre dez visitantes avaliaram nhias como Breuninger, Carpe Diem, relo e no caqui. Combinar é a palavra- as três feiras como boas e muito boas. Zumnorde (todas na Alemanha), chave deste tema. Setenta por cento dos compradores apre- Stiefelkönig (Áustria), Manwood (Holanda), ciaram o programa paralelo, que inclua Notabene (Dinamarca), Shelly’s Stimulation aposta nas cores fortes e vários desfiles de moda, painéis de dis- (Grãbretanha), SJ International (EUA) ou nos volumes. É uma moda com adrenali- cussão e apresentações. Os segmentos Barney’s (Japão) reuniram informação ou na e muito optimismo. Tons de amarelo, “Prime Square”, “Wellness & Comfort”, fizeram encomendas em Düsseldorf. verde, azul-marinho, laranja e roxo são “Exclusivity”, “Young Fashion” e “White realçados como fontes de energia. Portugal foi um dos países que regis- tou o maior contingente de visitantes. 16 empresas portuguesas marcaram presen- ça no certame, entre as quais a Aeroso- les, John Lakes, Lucilia, Vieira & Lima lda e LUNIK. Citada pela organização, Rosário Ro- cha, proprietária da cadeia de lojas de calçado e marroquinaria Haity, no Porto, confessou encontrar na GDS marcas in- ternacionais inovadoras que não encon- tra em Espanha ou Itália. “Descobrimos, por exemplo, companhias fantásticas da Suécia e da Finlândia. Além disso, gosta- mos da boa organização e da apresenta- ção cuidada da feira”, disse a empresá- ria. O regresso a Düsseldorf é já no próxi- mo mês de Março, de 14 a 16. 38 labor revista

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reoprtagem Mais de 20 criadores mostraram colecções na ModaLisboa Com nova designação e sob o tema “Move”, ocorreu na Cidadela de Cascais de 11 a 14 de Outubro a 29ª edição da ModaLisboa|Estoril. O tema escolhido é “símbolo de movimento, da mudança da iniciativa de Lisboa para Cascais”, ex- plicou a mãe da ModaLisboa, Eduarda Abbondanza. A “mudança de residência” vai decorrer, pelo me- nos, nos próximos três anos, abrangendo cinco edi- ções do evento, depois de um período de alguma instabilidade na capital, segundo a organização. As colecções de Luís Buchinho, aforest-design, Katty Xiomara e Filipe Faísca foram apresentadas no primeiro dia do evento. Seguiram-se Dino Alves, Ale- xandra Moura e Miguel Vieira. José António Tenente, Maria Gambina, Ana Salazar, Pedro Mourão, Aleksandar Protich, Lidija Kolovrat e a marca Lion of Porches protagonizaram o dia três, cabendo o encer- ramento desta 29.ª edição a Lara Torres, Ricardo Dou- 40 labor revista

rado, Nuno Gama, Anabela Baldaque, Ricardo Luís Onofre, e realizaram-se, pela primeira reportagemPreto e ADD.UP - Osvaldo Martins e Nuno vez, os off-rooms, onde era possível ad-Baltazar. quirir peças únicas para este Outono/In- verno, desenhadas, na sua maioria, pelos Mais Primavera do que Verão e com designers presentes no certame.menos cor. É assim que se avizinha a pró-xima estação, a julgar pelas colecções apre- Destaque ainda para a Fábrica de Cal-sentadas pelos melhores criadores portu- çado da Mata - Men’s Devotion, cujos sa-gueses. As alteração climáticas parecem ter patos complementaram a colecção davindo para ficar e já se manifestam nas estilista Alexandra Moura.novas tendências da moda portuguesa, quenão dispensou os casacos das suas linhas. A noite de Miguel VieiraPreto, branco, cinzento, amarelo e begeforam as cores mais vistas em Cascais no Perante uma sala lotada, ao segundoúltimo fim-de-semana. dia do ModaLisboa|Estoril, Miguel Vieira mostrou uma colecção de silhuetas clássi- O certame ficou também marcado pelo cas que jogam com a dualidade de com-desfile de comemoração dos 30 anos de primentos e a mistura de drapeados,carreira da cabeleireira Lúcia Piloto, pela plissados e volumes, onde o negro foi maisapresentação da colecção da brasileira, uma vez protagonista.Isabela Capeto, guest designer deste ano,e pela estreia na ModaLisboa do colectivo Inspirado pelo brilho e luz da noite,White Tent, formado por Ei Ei Kyaw, Evu Miguel Vieira apresentou “One Night”: sai-Tabakova e Pedro Noronha-Feio. as e vestidos longos para elas, e fatos cintados e smokings para eles. Equilíbrio Nesta edição foi ainda retomado o na conjugação de materiais naturais e sin-showroom “Fashion and Must- Haves” – téticos, brilhantes e mates, transparentes“moda e objectos que permitem uma ven- e opacos.da integrada e transversal” -, um espaçocomercial dedicado a profissionais do sec- Colares maxi, cintos largos e estreitos etor, entre os quais o estilista oliveirense, malas deram um toque final à colecção.labor revista 41

A sua Agência OP. Alvará n.º 391/82 de Viagens e Turismopublicidade Av. da República, 418 – 4450-237 Matosinhos - PortugalTelef.: 229 397 970 PPCA • Fax: 229 397 979 • E-mail: [email protected] 42 labor revista




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