Universidade Federal da Paraíba Cartas...Umedamisetsatcenmrcitipaaomsseednnestíovel
Apresentação Nos estudos que envolvem a “Linguagem”, a comunicação é, quase sempre, o produto final que se espera alcançar. Especificamente no componente curricular “Ensino de Português”, do curso de Licenciatura em Pedagogia do CCHSA/UFPB, somos levados a construir reflexões no campo conceitual da Língua e da Linguagem a fim de que seja possível sua compreensão para os processos de interação entre as pessoas e, consequentemente, seu amplo uso cultural e socialmente. E, nessas reflexões, descobrimos que, dentre os gêneros do discurso anunciados na Língua Portuguesa, a “Carta” continua, para além da comunicação, a expressar ideias, sentimentos e informações, aglutinando, nesse movimento, o conceito de “Língua e Linguagem”. Como mecanismo da língua, sua linguagem verbal, através da escrita, serve para diferentes propósitos sócio- comunicativos, atingindo muitas pessoas a depender do grau de proximidade ou distanciamento entre os interlocutores, o que, consequentemente, implica diferentes estruturas e linguagens em sua composição.
Para a finalidade deste Livro Digital, os autores (alunos e alunas do componente curricular \"Ensino de Português nos anos iniciais do Ensino Fundamental\", sob a orientação da profa. Silvânia L. de Araújo Silva, no período 2020.2) das vinte cartinhas aqui apresentadas se utilizaram de uma escrita livre, descompromissada, que, “sensível”, permite-nos entender como cada um tem se mobilizado em seu “lugar”, em seu “território”, a desenvolver o ensino remoto, a viver sob a égide dos tempos de distanciamento, a superar os desafios e as dificuldades, enfim, a comemorar as conquistas, apesar das dores, das perdas. Convidamos, você, caro/a leitor/a, inspirado por essa leitura, a também escrever cartas e, em suas escritas, encontrar outras e novas liberdades. As organizadoras
Carnaúba dos Dantas/PB, 28 de junho de 2021. Queridos amigos, Quando iríamos imaginar viver o que estamos vivendo? Muitas mortes, pessoas com o psicológico abalado, medos e incertezas. Em março de 2020, recebemos a orientação de voltar para nossas casas, a universidade iria cancelar suas aulas até a situação se normalizar. O que passava na cabeça de todos era a seguinte dúvida: “Quando vamos voltar? As coisas vão melhorar?” Passaram dias e semanas e a situação não melhorou, até que recebemos a notícia que teríamos aulas online. Sempre fui uma pessoa bastante ansiosa, me perguntava todos os dias se eu iria conseguir aprender dessa forma, se minha casa estava preparada para ser um lugar de estudos. Antes das aulas, eu precisava de, no mínimo meia hora, para me organizar e pedir atenção dos meus familiares, coisa que não era tão fácil, brigas e discussões eram frequentes. Conseguir prestar atenção nas aulas era complicado e minha ansiedade passou a ficar cada vez pior. Nos longos dias trancada no meu quarto, eu comecei a refletir sobre meus ganhos, pois, mesmo nas dificuldades
conseguimos tirar algo de positivo. Comecei a enxergar o valor da presença física, antes, eu poderia ter aproveitado mais a companhia de alguém, mas preferia ficar concentrada em um celular. Algumas vezes, não reconhecia os esforços de alguns professores para trazer seus ensinamentos e, nesse período, mesmo com sua rotina sobrecarregada, ligavam a câmera sempre com um sorriso no rosto, prontos para nos ajudar no que fosse possível. Isso é admirável, meu respeito e gratidão não cabem em palavras. Também não me imaginava manipulando outras ferramentas tecnológicas que não fossem as redes sociais, mas aprendi a usar outros meios que foram essenciais para a elaboração das aulas. Por fim, e não menos importante, aprendi a reconhecer a importância da vida, não só Da minha como a dos outros. Hoje, mais de um ano depois dessa nova realidade, o que nos resta é saudades. Quem diria que iria fazer tanta falta a espera do ônibus com os amigos, as conversas do lado de fora da sala, enquanto esperava o professor e as refeições compartilhadas? Realmente, são os pequenos momentos das nossas vidas que valem a pena, mas não paramos para perceber isso. Com muita saudade, Aline Priscila.
Bananeiras/PB, 02 de julho de 2021. José Miguel, Quando estiver lendo essa carta, você já vai ser um rapaz, e tenho certeza que será um belo rapaz. Estou escrevendo essas simples palavras no dia 02/07/2021, as 22h20min, e venho por meio dela falar um pouco de como está nossas vidas nos últimos meses. Desde março de 2020, o mundo inteiro vem sofrendo com uma devastadora pandemia, que desde então vem desfalcando nossas vidas, digo isso, porque todos nós perdemos alguém, seja ele um amigo, um colega, ou pior ainda, um familiar, a cada dia se torna mais doloroso conviver com essa triste doença. Foi também a partir dela que nossas vidas mudaram do dia para a noite, de uma forma que ninguém nunca poderia imaginar. Um certo dia, estávamos todos bem, com nossa rotina normal, eu, sua mãe e suas outras tias, íamos normalmente a universidade, convivíamos diariamente, numa rotina louca de aulas, você ainda era tão pequenininho, e todas nós sonhávamos com o dia que íamos te conhecer, pois, sua mãe estava de licença pra cuidar melhor de você, nos seus primeiros meses de vida.
Porém, estes não eram os planos de Deus e, de repente, encontramo-nos numa pandemia, no começo eram só 15 dias em casa, para que o vírus, ainda não tão conhecido, não se disseminasse e, assim, foram 15, 30, 50... dias, hoje já faz mais de um ano que estamos nessa situação. Foi diante desse cenário que tivemos que mudar toda a nossa rotina, como já citei anteriormente, uma das mudanças, foi na nossa forma de ensino, tivemos que sair do presencial para o remoto. Uma mudança drástica! Começamos a assistir aulas por vídeos chamadas, tivemos que nos adaptar às novas formas de ensino, que de fato foi muito conturbado, sofremos bastante, assim como os professores, afinal, ninguém estava preparado para tudo isso, entre aulas e atividades uma nova forma de aprender. Hoje, já estamos bem mais adaptados, porém, não quer dizer que ainda não sofremos com as dificuldades que essa maneira de ensino nos traz, pois, não é tão fácil se concentrar e aprender da mesma forma que o ensino presencial. Encerro aqui te dizendo que você veio ao mundo em dias difíceis, mas que diante de toda a distância que esses acontecimentos nos trouxeram, sua tia sempre esteve e vai estar aqui, pra te ver crescer e cuidar de você, mesmo distante, o meu amor por você só cresce. Espero que tudo isso acabe logo, e que a gente possa se ver com mais
frequência, pra sua tia te mimar muito e te ensinar algumas coisinhas pra irritar sua mãe. Com muito amor, Titia Ana Clara.
Cacimba de Dentro/PB, 01 de Julho de 2021. Querida Silvânia, Como você está? Espero que esta carta te encontre bem e com saúde! Venho te trazer as boas novas... Estamos em fim de período (risos) e eu sei que isso não é nada bom. A professora deve estar atolada de trabalhos e mais trabalhos para revisar, imagino que sem tempo para nada. Então, venho te trazer notícias do nosso mundo. Estamos cada dia mais perto de retornamos às aulas presenciais. SIM! Já temos a vacina! Doses de esperança estão sendo espalhadas por todo o mundo. Estamos mais perto de sentir o calor humano outra vez. Breve poderemos nos reencontramos nos corredores da Universidade, nos abraçarmos e reclamarmos do tempo bipolar solanense. O ensino remoto tem sido uma experiencia louca, né? Tanto para você como professora, quanto para mim, enquanto aluna. Temos muitas atividades semanais, é difícil conciliar. Tem sido desafiador. Mas, acredito que para algo que nos pegou de surpresa, estamos tirando de letra. Tive um
treinamento, acredito eu, (risos) estava terminando a minha licença maternidade quando tudo isso começou. Ansiosa para retornarmos. Será um retorno de adaptação, todos nós sofremos muito com tudo que tem acontecido. Perdemos pessoas queridas, estamos lidando com medo, ansiedade, pressão. Mas, isso tudo está perto do fim. Ainda é preciso paciência. Estamos há um ano e meio de pandemia. Algumas coisas mudaram mesmo com as orientações de distanciamento. Foi descoberto que o uso da máscara e de cuidados básicos são estratégias para conter a contaminação do vírus. Os serviços essenciais podem funcionar com mais segurança e os demais ainda com restrições e seguindo os protocolos sanitários. A cada pessoa vacinada, o coração fica quentinho, logo seremos nós. Segundo o Presidente do Brasil, vamos virar jacaré (muitos risos). Mas quem se importa? Tô louca para ser um jacaré vacinado (mais risos), qual o feminino de jacaré mesmo? Bem, sem mais delongas, logo terminaremos esse período e iniciaremos outro, mas esse será especial (mais especial que ele será o período do nosso reencontro), pois, estamos todos esperançosos que será o último que nós nos veremos através de uma telinha, loucos para voltarmos às comilanças de toda
confraternização de final de período. Deixo, através dessa carta, em nome de todos os alunos do Campus III, os agradecimentos por todo carinho e paciência conosco não somente nesse ensino remoto, mas nele em especial, por todo respeito e empatia que tens tido. Obrigada! Um beijo e um abraço caloroso! Com muito carinho, Angela Beatriz.
Bananeiras/PB, 01 de Julho de 2021. Querida amiga Sebastiana, Estou com muitas saudades de você, dos nossos momentos de conversa e das cantorias no caminho da Universidade. Estou bem e espero que você e toda a sua família, aí no Pernambuco, também estejam bem e que, brevemente, possamos nos reencontrar. Aguardo notícias suas. Resolvi te escrever essa carta para contar um pouco sobre a minha experiência no “Ensino Remoto” nesse contexto pandêmico da Covid 19 que estamos vivenciando. Bem, estou a torcer que tudo isso passe logo, pois, não tem sido fácil para ninguém esse momento, a saudade se torna imensa das aulas presenciais, de rever nossos professores e colegas pessoalmente e de toda aquela bagunça que parece que só existe em nossa turma, uma turma que discorda, mas que também se gosta, cada um com sua individualidade, o que torna cada um especial. É, minha amiga, acredito que nos momentos difíceis podemos tirar grandes aprendizados, tenho aprendido muito nesse Ensino Remoto, creio ainda que não apenas eu, mas cada
aluno e cada professor que tem enfrentado as dificuldades, desde aprender a utilizar uma nova ferramenta digital, uma plataforma online ou, até mesmo, a se colocar no lugar do outro, a buscar ajudar em vez de criticar. Isto porque ora se perde a conexão com a internet, as atividades não são enviadas no tempo previsto, a comunicação e interação entre professores e alunos se tornam mais restritas nas aulas virtuais que, por vezes, trazem uma angústia e tantos outros percalços à parte, pessoais também, que estamos sujeitos a vivenciar e que podem nos desestabilizar, mas, quando colocamos a nossa fé em Deus, Ele nos ajuda a passar pelas dificuldades. Então, nunca se teve tanta empatia com o outro como nesse momento e tudo isso tenho aprendido. Essas dificuldades que, muitas vezes, me angustia, mas que por ora têm sido superadas, é um desafio ainda é muito recente, apesar de que já faz mais de um ano que estamos vivendo esse cenário. Assim, tenho aprendido uma coisa nova todos os dias, talvez se estivesse em aula presencial pouco utilizaria as ferramentas e meios digitais que tenho utilizado, e você sabe bem que sempre fui resistente às tecnologias, enquanto você digitava, eu sempre preferia escrever no bloquinho de papel, pois sabe como ninguém da minha luta com os meios e ferramentas digitais, não porque não gostava,
mas porque me sentia insegura, achava que não era algo para mim. Ainda tenho muitas dificuldades, mas me sinto feliz de já ter vencido muitas delas, são superações que, para muitos, podem ser sem importância, mas que para outros são vitórias que, independe de uma nota, é mais um degrau que se conseguiu ultrapassar, pois sabemos que cada um de nós tem em si dificuldades distintas a serem vencidas e que não podem ser menosprezadas. Continuo a aprender, agora com mais curiosidade, pois já me dizia você: “Tem que ser mais curiosa para aprender”. E, sim, você tem toda razão. Peço a Deus que cuide sempre de você e te mantenha sempre com muita saúde. Um grande abraço da sua amiga, Ana Cássia.
Bananeiras/PB, 29 de Junho de 2021. Olá, Luiz! Meu querido amigo, como você está? Espero que bem. Estou te escrevendo essa carta porque estou com muita saudade, já faz tanto tempo que não te vejo, essa pandemia veio pra nos afastar mesmo, fisicamente, pois, o meu carinho por você, só aumenta, mas que bom que a vacina está chegando e, logo logo, estaremos juntos. Além de não poder estar com meus amigos, com alguns familiares, tenho encontrado dificuldades com o ensino remoto, com essas aulas a distância. Como você sabe, tenho problemas de atenção, não sou tão disciplinada, e essas aulas vieram para me testar mesmo, e logo aqui em casa, que é cheio de gente direto fazendo barulho, fica muito complicado assistir aula, prestar atenção, porém tenho me esforçado para conseguir compreender todas as disciplinas, os professores estão bem compreensivos, e juntos vamos vencendo um dia de cada vez, uma aula de cada vez. Mas que bom que, em meio a todo esse caos que estamos enfrentando, nós estamos aqui, bem, com saúde, não perdemos
ninguém e não tem ninguém da nossa família ou amigo que esteja no hospital. Então, só temos que agradecer a Deus por cada dia que amanhece e orar por aqueles que foram atingidos por esse vírus. É isso meu amigo, fica na paz, te amo ! Abraço de sua amiga, Beatriz.
Bananeiras/PB, 28 de junho de 2021. Querido amigo, É com muita emoção que lhe escrevo esta carta, aliás há quanto tempo eu não lhe escrevo né!? confesso que as coisas aqui no Brasil mudaram bastante desde a última vez que lhe escrevi, por isso, a minha ausência. A pandemia se estende até hoje, um caos generalizado que afeta desde a educação pública ao setor econômico e, principalmente, a área da saúde pública, mas nada comparado ao terror psicológico que todos nós estamos sofrendo devido a tantas notícias ruins, as famílias incompletas... sem contar com as sequelas que a Covid-19 deixa para quem se infectou. Segundo estudos aqui no Brasil, até 80% dos recuperados sentem ao menos um sintoma até quatro meses depois do fim da infecção, casos graves da doença, que exigiram internação e UTI, tendem a abalar mais o organismo no longo prazo. Mas, a verdade é que os episódios leves também podem deixar marcas prolongadas. De fato, não sabemos como será a vida pós-pandemia, mas com o avanço das vacinas ficamos esperançosos que um dia as coisas voltem ao normal. Espero
que saíamos dessa situação seres humanos melhores! Há uma ansiedade, uma angústia frente ao desconhecido, e realmente desconhecido inimigo. Uma ansiedade em relação ao futuro. E, mesmo assim, há que se continuar lutando. Por isso, repito: precisamos sair desse momento melhores! É o mínimo que o Universo nos pede. Eu sei que você andou lendo e se atualizando da situação real do Brasil, e de fato, de início, a Covid-19 era preocupante principalmente para os idosos, atualmente, não se tem idade certa, é triste a realidade em que nos encontramos, aqui em Bananeiras/PB, já perdemos as contas de quantas pessoas conhecidas e queridas morreram. Mas, enfim, chega de notícia ruim. Acabamos de sair do mês da melhor época do ano, o mês de junho, é também o mês do São João, espero que no próximo ano você possa vir me visitar para comemorarmos essa data tão calorosa e feliz; eu e minha família ficaremos felizes em lhe receber em nossa casa. Por fim, deixo-lhe um abraço e um beijo, querido! Brena.
Sítio Salgado de Sousa, 22 de junho de 2021. Olá, tia Neide! Como você está? Estou lhe escrevendo esta carta para conta- lhe um pouco do que tenho passado durante esse um ano e meio de quarentena. Estamos vivendo um período de muitas incertezas. Desde que a Covid-19 surgiu em nossas vidas foi como se o mundo tivesse virado de cabeça para baixo. No início, tia, pensei que, em algumas semanas, tudo voltaria ao normal, não tinha dimensão, da proporção que as coisas iriam tomar. Mas, tudo teve que mudar de um dia para outro. A vida não poderia seguir da mesma forma, os protocolos sanitários tinham que ser seguidos para preservar as nossas vidas e a vida de quem amamos. E, com isso, as universidades foram fechadas. Tantas incertezas surgiram em minha mente. Não só nós alunos estávamos perdidos sem saber como agir, como também os professores que nunca tinham passado por tal acontecido. Foi quando todos, tivemos que ser resilientes, desenvolver uma força que até então, se quer conhecíamos ter. Foi necessário que o ensino remoto fosse instaurado. Nele, os professores, passaram a fazer uso de diversas plataformas, como: Google Meet, Moodle Classes,
WhatsApp e Sigaa, para dar aula. No início, foi bem difícil a adaptação, a esse novo modelo de educação. Não tinha muita interação e confesso que senti muita falta de ver meus professores e colegas, das risadas, da participação, dos debates, da união e do calor humano. Pois, vê-los por fotos no computador, não era a mesma coisa que pessoalmente. Mas tivemos que nos adaptar. O ensino não podia parar, mesmo que para que isso acontecesse, tivéssemos que dedicar mais tempo e esforços para que continuasse vivo em nós o sonho de nos tornarmos pedagogos. Passei a superar, cada dia, as dificuldades que surgiam. Mas, algo aconteceu que me desestruturou, em maio do ano de 2020, meu pai adoeceu e não sabíamos o que estava acontecendo com ele. Pois, estava ficando cada vez mais fraco e com fortes dores. Corremos para fazer os exames. E o pior foi descoberto. Ele estava com um tumor maligno, que já estava afetado outros órgãos. Meu mundo nessa hora desabou. Não conseguia pensar em mais nada, além de cuidar dele. Abri não de tudo, do trabalho, da minha casa e até mesmo de cursar mais disciplinas na universidade. Tudo que mais queria era ajudar minha mãe, ficado com ele no hospital quando ele estivesse fazendo as quimioterapias, e também cuidando dos
meus irmãos enquanto eles estivessem no hospital. Mas, infelizmente, com o resultado da ressonância magnética, foi descoberto que não havia mais nada o que fazer. O câncer já havia se espalhado pelo pulmão, fígado e todo intestino. Meu pai foi desenganado pelos médicos e mandado para casa para viver seus últimos dias ao lado da família. Foi, então, que me mudei para casa de meu pai, para cuidar dele. Era tão difícil, tia, vê-lo daquela forma, respirando por aparelhos e sentindo tantas dores, sem conseguir nem sequer levantar da cama. Passamos a cuidar dele, fazendo todo possível para ajudar. E, em meio a tudo isso, tinha ainda que me concentrar nos estudos, pois, não queria desistir do meu curso. Você, sabe o quanto sonhei e batalhei para cursar o curso de Pedagogia. Eu havia colocado apenas uma disciplina, pois, sabia que não aguentaria mais que isso, e foi tão difícil, não conseguia me concentrar, nem realizar as atividades da forma que eu sempre gostei de fazer. Mas, com muito esforço, batalhando dia após dia, consegui terminar o período. No dia 22 de agosto de 2020, o pior aconteceu. Vi meu pai morrendo na minha frente. Ah, como isso me abalou. Abalou profundamente. E como me reerguer? Se estava totalmente sem forças? Foi, então, que pedi muitas forças a
Deus para que me ajudasse, para que eu pudesse cuidar de minha família que estava precisando tanto da minha ajuda. E Deus me deu a força que precisava. Levantei novamente e comecei a cuidar da minha família e dar todo suporte que eles precisavam. E como tentativa de me reerguer, dediquei-me totalmente aos estudos, coloquei três disciplinas no período seguinte e comecei a estudar como nunca. E foi nesse período que obtive mais sucesso nos meus estudos. Como você já sabe, tia, estudar sempre foi algo que amo fazer e o estudo foi meu ponto de equilíbrio para superar tudo o que estava passando. Passei a produzir vídeos, seminários e até mesmo aula. E, aos poucos, estou conseguindo superar as dificuldades do Ensino Remoto. Eu vi, nas minhas dificuldades e limitações, força para me reerguer. E, hoje, vejo-me muito mais forte e capaz, sinto-me diferente, em todos os aspectos. As perdas, o luto, a pandemia e todos os problemas que esse vírus acarretou, fez com que olhássemos o mundo de maneira diferente, a termos mais empatia, a não olharmos apenas para nós mesmos e a termos mais fé. E, ainda, crer que tudo isso irá passar e que, em breve, iremos poder estar juntos novamente, e que tudo voltará ao normal.
Espero te ver em breve, tia. Mas, mediante tudo isso que estamos vivendo, sei que não posso te ver, só quero lhe desejar que se cuide, fique bem e tenha fé. E mesmo que as coisas estejam difíceis, saiba que Deus é maior e que sempre cuidará de todos nós. Um forte abraço, Calídia
Guarabira/PB, 03 de julho de 2021. Olá, querido Edson! Como você está? Espero que estejas bem e com saúde. Eu, ultimamente, não estou muito bem, tenho me sentido muito instável emocionalmente, isso afeta muitas coisas na minha vida, os relacionamentos pessoais e até os estudos. Sinceramente, não sei como estou conseguindo terminar o período, muitas vezes, até ligo o computador, mas não consigo fazer nada, não me concentro e me sinto muito desmotivada, tenho feito tudo apenas para cumprir tabela, no ultimo instante, não tem sido fácil, acredito que não está sendo fácil para ninguém, obviamente. Eu queria mesmo era que finalmente pudéssemos tirar as máscaras, respirar livremente, não temer os outros, queria poder sair para me divertir com você e nossos amigos, assim como antes, voltar a ir para a Universidade e reclamar da rotina que tínhamos (risos), apesar de estarmos mais perto, agora, que temos as vacinas, ainda me aflijo bastante. No mês passado tive a Covid-19, os sintomas foram leves, mas, ainda assim, muito limitantes, eu posso dizer que sobrevivi
ao mês de junho (risos), resisti, mas, o ultimo ano foi sobre isso, né? Resistência. Eu tenho tentado acreditar em dias melhores, tenho tentado ver o lado bom dos momentos difíceis e, apesar de tudo, das minhas turbulências, tenho buscado ressignificar as situações. Nesse ultimo ano, eu me desconheci, me reconheci, fui imatura, muitas vezes, mas também amadureci bastante. Espero que possamos nos encontrar logo. Com muita saudade, Eline
Solânea/PB, 22 de junho de 2021. Querido Vicente, Há tanto tempo que não nos falamos, queria lhe atualizar sobre as novidades. Estou quase me formando no ensino superior. Sim, mesmo com a pandemia estou estudando, mas não se assuste, é tudo feito através do ensino remoto. Estou estudando assim desde o ano passado. No início, atrapalhei- me, não conseguia prestar atenção nas aulas, até em uma disciplina reprovei, mas fui me acostumando e, hoje, considero meu aprendizado até satisfatório. Estranho, não é mesmo? Como nós nos acostumamos com um mundo tão estranho, fora do normal? Na verdade, não me acostumei, mas tenho que seguir conforme posso. Mas te digo uma coisa, todos os dias me imagino fazendo todas as minhas antigas atividades do jeito que era antes. Andar sem máscara, encontrar pessoas sem medo, ir para a Universidade. O básico não pode ser substituído, a verdade é essa. Com certeza, aprendia melhor e me organizava mais quando tudo estava nos eixos, quando minha casa não era meu único
lugar de atividades e eu não procrastinava tanto, mas, é como eu te disse, tive que continuar com o que tinha, é ruim, mas é possível, às vezes até necessário. No fim, acabei te fazendo um desabafo, desculpe-me, mas nem sempre tenho a oportunidade de fazer isso. Te desejo tudo de bom e espero que estejas feliz. Com amor, Evellin.
Serraria/PB, 30 de junho de 2021. Oi, amiga! Como você está? Espero que estejam todos bem por aí! Aqui, estamos bem, na medida do possível, né! Enfrentando todos os desafios dessa pandemia, o desafio de ficar longe de quem amamos, não poder dar aquele abraço apertado que a gente ama, a dificuldade que é sair para trabalhar com medo, correndo riscos de pegar e trazer doença para casa, mais, enfim, estamos por aqui. Como estão suas aulas? Tá gostando da Faculdade? Confesso que não esperava passar por esse período remoto, está sendo um grande desafio para conciliar todas as matérias, trabalho e serviços domésticos. Mas, quanto à Faculdade, tenho um time de professoras excelentes, bastante compreensivas com os alunos, que estão sempre à disposição para ajudar, e estão conduzindo o período da melhor maneira possível. É uma pena que não nos conheçamos pessoalmente, ia adorar conhecer todas elas e dar aquele abraço, mas quem sabe não possamos em breve, não é mesmo? A experiência de estudar em um período remoto é nova e desafiadora, mais estou me saindo muito bem, com a ajuda da a
família e dos maravilhosos professores que tive até aqui, já estou a caminho do próximo período, e estou muito contente por todo o trabalho feito pela Universidade e pelos professores para que as aulas não parem. Mesmo com dificuldade de acesso à internet e os horários apertados está dando tudo certo, e estou pronta para o próximo período. Um beijo amiga, espero que estejam todos bem aí. Fica com Deus, e se puder me dá uma resposta! Estou morrendo de saudades, em breve estaremos juntas novamente. Atenciosamente, de sua amiga, Giselle Rayane.
Distrito de Roma, Bananeiras/PB, 05 de julho de 2021. Hérico, Acho que vou começar falando que enfrentar a pandemia não tem sido fácil, e isso todo mundo pode confirmar e também que foi de extrema importância em vários setores de nossas vidas. Na minha, em especial, mentiria se falasse que não houve perdas, perdas essas que deixaram uma lacuna no meu coração (creio que nunca vai passar, mas a adaptação é inevitável e se faz necessária). Penso que essa pandemia veio para nos ensinar muita coisa, e se tem algo que eu aprendi foi valorizar melhor a vida. Também estaria mentindo se falasse que foram só coisas ruins, mas nesse um ano e alguns meses tive uma das melhores experiências da minha vida como estudante/profissional e, principalmente, ser humano. Comecei a dar aulas de reforço para crianças de 1° a 5° ano, e pense num desafio eu só sabia o didático (e nem tanto quanto gostaria). Muitas vezes, quis desistir, muitas mesmo; outras, foram dias que queria ficar com todos pra mim, feliz por ver que eu consegui passar algo que eles realmente aprenderam.
Aprendi muito com cada um, cada qual com seu jeitinho e forma única, como demonstram seus sentimentos. Estou feliz, sei que preciso melhorar e muito, mas sei que se não fosse a pandemia não teria tido essa oportunidade e sou muito grata por ela. Mas, engana-se quem acha que só foi sombra e água fresca, não tô muito a vontade com meu desempenho na Universidade, muitas vezes, nas horas das aulas, saia pra fazer unha (isso tem tomado um bom tempo meu, sou manicure há cinco anos, desde que tenho 14 anos, e parar, infelizmente ou felizmente, não é uma opção). Por isso, sinto-me distante, não consigo assimilar nada, absorver os assuntos, sinto falta do meu esforço e da dedicação que eu tenho e não pude demostrar nesse período, prefiro pensar que posso melhorar, tenho uma admiração imensa por todos os professores que se reinventaram porque, meu amigo, é difícil e sou grata por todo esse esforço da parte deles. Espero poder voltar o quanto antes para aulas presenciais. Termino minha carta dizendo o quanto essa pandemia afetou minha vida, com certeza vejo o mundo de uma forma totalmente diferente. O que espero de mim num futuro não tão distante? Com certeza, serei uma professora/manicure mais humana e valorizando cada novo dia, desejo a mim muito
sucesso e realização sem perder a humildade e, principalmente, o caráter. Que a mim chegue toda felicidade do mundo por fazer o que amo! Giselly Alves.
Solânea/PB, 26 de junho de 2021. Cara amiga Mayara, Quanta coisa foi modificada! Esta pandemia veio e mudou tudo ao nosso redor, tivemos que nos adaptar com uma nova rotina e novos meios para estudar. Eu sei que não está sendo fácil, tanto para nós, como para os professores. Tudo está sendo desafiador, estamos nos reinventando e aprendendo a lidar com esse cenário a cada dia. Estamos vivendo como bem diz o ditado popular “Engole o choro e dá o teu jeito”, tem dias que nossa saúde mental, não está legal, às vezes, é um parente que está doente, é o número de mortes excessivo, as preocupações com nossos parentes e amigos, o medo de contrair a doença, a ansiedade; e temos que seguir a vida, cumprir com as obrigações do cotidiano, as atividades acadêmicas, as quais tem alguns professores que não querem nem saber se passam diversas atividades para serem entregues em um prazo curto, sabendo que dependemos de internet e, às vezes, não temos acesso. Sair de casa, hoje, não é uma coisa simples, mudou todo nosso dia-a-dia, até para trabalhar está difícil, muitas vezes, perdemos até a concentração, devido as preocupações e o excesso de
informações nos deixam anestesiados, precisando desligar um pouco das mídias e descansar nosso corpo e mente, sem contar na distância que estamos tendo de pessoas que amamos. E isso tudo para nos proteger e proteger ao próximo também! Quem diria que aqueles 15 (quinze) dias que iríamos ficar em casa se resultariam em mais de um ano, estudando no ensino remoto? Inicialmente, tínhamos apenas que enviar atividades e, hoje, estamos tendo vídeo conferência com os professores, tendo acesso à diversas plataformas para envio de atividades, a casa dos professores se tornando cenário para as aulas online, nós alunos, reinventando-nos com diversas maneiras para apresentar trabalhos. Dias desafiadores e difíceis, estudar em casa exige mais de nós, pois, estamos em um cenário que envolve a convivência familiar. Quando iríamos imaginar que isso ia acontecer, que sentiríamos tanta saudade de estarmos juntos, da conversa olho a olho, do abraço, do carinho das pessoas, das idas e vindas todos os dias à universidade, das apresentações de seminários? Mas, em meio a tudo isso, temos que tirar proveito de algo, pois, pudemos perceber o quanto somos dependentes de Deus e que nada vale de bens materiais, quando o mais importante é a saúde de todos. O incrível, minha amiga, é que os dias ficaram curtos, as horas voam, não dá tempo mais para nada, quando percebemos, já
acabou o dia e, às vezes, não dá para concluir o que planejamos fazer. A vida está acelerada, temos que viver um dia de cada vez, vivendo como fosse o último. Sigo com pensamento positivo e com muita fé que isso vai passar e logo estaremos juntas novamente, ficando na história um momento que vivemos, mas que Deus nos abençoou e temos vencido. Espero, após tudo isso, ver você e todos os colegas de sala para que, em nossa formatura, estejamos contando história, as nossas histórias, as quais, em meio a toda essa pandemia, tem- nos feitos firmes e vencedores. Com carinho, Hellen Cristina.
Dona Inês/PB, 14 de junho de 2021. Oi, José! Como vai você? Comigo está tudo bem. Faz tanto tempo que nos falamos que tenho muitas coisas pra te contar eu estou no 4° período da Faculdade. Infelizmente, devido a esta pandemia, estou estudando através do ensino remoto, você me conhece e sabe que eu gosto e prefiro estudar presencialmente porque eu me concentro e aprendo melhor, além de vários outros fatores como internet, enfim... Mas, por outra parte, o ensino remoto está me proporcionando ficar mais tempo com a minha família e me sinto um pouco mais a vontade para responder os professores durante às aulas. E deixando minha prática um pouco de lado, conte-me como está sendo sua experiência na Faculdade? Na sua tão Faculdade dos sonhos? Como está a sua família? Então, amigo, é um prazer escrever essa breve carta para você e espero que, depois que essa pandemia passar, possamos nos encontrar. Um forte abraço, José Esaú.
Cacimba de Dentro/PB, 02 de julho de 2021. Querido Henrique, Espero que estejas bem! Primeiramente, quero dizer que sinto falta das nossas conversas, as coisas por aqui não são as mesmas sem você. Estou te escrevendo para desabafar um pouco, estamos vivendo tempos difíceis, sei lá, depois dessa pandemia, é como se tudo estivesse cinza, pergunto-me se algum dia teremos a vida e o mundo que tínhamos. Mas, acho que não, infelizmente, as marcas desse período irão permanecer por muito tempo entre nós, por isso, devemos nos adaptar e, apesar de tudo, encararmos essa situação com uma perspectiva de esperança. Mas, me conta, como está sendo a sua vida na nova cidade? A sua família está bem? Como é a sua nova escola? Falando sobre estudos, o que você acha dessa forma de ensino que estamos tendo? Eu, particularmente, reconheço que o ensino remoto foi a melhor solução para o momento pandêmico, mas, não posso deixar de lado as minhas aflições. No início, senti muita dificuldade para me adaptar a este modelo de ensino, e, sinceramente, ainda não me adaptei, mas, nesse momento já estou mais familiarizada, por isso, percebo que o ensino remoto tem pontos positivos e negativos, um ponto positivo é que não
preciso mais acordar muito cedo nem me deslocar para outra cidade para assistir aula. Além disso, a maioria dos professores e das professoras tem muita empatia e entende que não está fácil, ajudam-nos dando mais prazos para o envio de atividades e compreendem quando não temos condições de assistir aula, mas, nem todos são assim, alguns pedem muitas atividades, e nem sempre conseguimos nos disciplinar para dar conta. Enfim, muitas vezes, a correria acaba sendo sinônimo de Universidade e, ai, junta isso e o momento que estamos vivendo, o que acaba resultando em alguns problemas emocionais. Durante esse período, vivo muito estressada e tenho insônia com frequência, acho que tudo está me afetando de alguma forma, mas vou vivendo uma coisa de cada vez, na esperança que dias melhores virão. E, você como passou esse período? Aguardo o seu retorno! Beijos! Josefa Micássia.
Arara/PB, 03 de julho de 2021. Olá Luana, Tudo bem com você e com a sua família? Quanto tempo não nos vemos pessoalmente, né? Desde que fomos surpreendidos por essa pandemia do corona vírus em nossa vida, as nossas rotinas mudaram. Olha, amiga, com a graça de Deus, meu bebê nasceu e nós ficamos bem. Foi muito tenso dar à luz no início da pandemia, e também não poder receber visitas dos familiares. Ele já está com mais de um ano de idade e meu outro filho já está ficando um rapazinho. Ah, Lu, desde do início da pandemia que quase não saio de casa, só se realmente for necessário. Mas, vejo diariamente as pessoas passando, muitas vezes, sem máscaras e causando aglomerações, isso é frequente, basta olhar as redes sociais. Eu, nesse tempo, Luana, quase não visitei meus pais. Eu sinto falta deles, mas, entendemos que o momento ainda não é apropriado para visitas. Mainha e eu sempre nos falamos, mas, painho continua sem gostar muito de falar com celular, e acabamos sentindo mais saudades. Minhas irmãs e sobrinhas estão bem, meus amigos de lá também. Só peço que Deus os proteja e guarde.
Eu não posso deixar de comentar com você da minha alegria em ver a Universidade se adequando através das aulas remotas, com essa nova realidade que, de acordo com o noticiário dos jornais, não se tem previsão de uma possível “vida normal” nem tão cedo, não se sabe quando tudo isso passará. Mas, para mim, o fato de ver os professores de ouvir a voz deles, de responder a chamada, de ter que entrar em contato com os colegas para organizar os trabalhos, já me traz alegrias. Quase não abro minha câmera, mas, sinto-me privilegiada a cada aula que assisto. Ah, esse semestre uma das professoras sugeriu a construção de um caderno, algo bem semelhante ao ensino presencial, isso fez com que me dedicasse ainda mais. Eu continuo estudando o máximo que posso, mesmo com as dificuldades do dia a dia para conciliar a rotina de casa com os estudos. Também percebo por parte dos professores uma preocupação em organizar tudo da melhor forma possível, além de disponibilizarem materiais para uma melhor compreensão. Outro ponto importante é a compreensão com os alunos, com relação às atividades, à conexão de internet etc. Eu tenho gostado de cursar as disciplinas de forma remota, não substitui o presencial é claro, mas, sei que tudo que os professores podem estão colocando em prática. Estou preocupada com os estágios, Lu. Depois, conta-me se você conseguiu cursar
algum. Eu não matriculei nenhum de forma remota. Quero aproveitar aqui para te agradecer pelo seu carinho e apoio quando meu esposo teve Covid-19, não posso deixar de agradecer sua ligação, suas palavras e seu apoio aqueceram meu coração naquele momento tão difícil. Algo que só uma pessoa muito iluminada como você poderia fazer. Eu confesso, minha amiga, que ainda não consigo escrever o que vivi nesses dias, mas de uma coisa eu tenho certeza, Deus está e esteve todo o tempo conosco. Ele cuidou de cada detalhe, protegeu-nos e abençoou. Olha, jamais duvide do Poder d’Ele. Deus é Perfeito, eu não tenho palavras, Luana, que sejam capazes de expressar minha gratidão a Ele, pois, Ele fez e faz maravilhas. Lu, Deus abençoe sua vida, sua família, seus sonhos e que você continue sendo essa menina encantadora, de coração gigante. Assim que você puder me dê notícias suas. Cuide-se! Um abraço apertadinho minha amiga, Josileide
Dona Inês/PB, 08 de junho de 2021. Caro amigo Jorge, Meu amigo! Eu estou nesse isolamento social há mais de 15 meses e ele traz saudade e reforça a importância da companhia, do carinho, do amor e da demonstração de afeto. A cada dia de quarentena que passa, sentimos mais falta da nossa família, dos nossos amigos, do toque de carinho, das viagens e do bate papo. Nesse momento tão crucial, não podemos deixar que a distância física nos separe. Meu querido amigo, com você, aprendi que a experiência de uma amizade verdadeira é uma das coisas mais importantes da vida. Seu apoio e carinho, sua companhia e cumplicidade são muito importantes, e apenas desejo que a nossa amizade se mantenha pela vida toda. E mesmo que não seja sempre igual, que seja sempre sentida da mesma forma. Nunca esqueça que sua amizade é tudo para mim, amigo! Jorginho, durante esse ano de 2021 está sendo muito difícil, fiquei desempregado, estou me sentindo depressivo por estar sem trabalho, só em casa, com a perda de muitos conhecidos... como está sendo difícil esse período de pandemia! Sem poder sair, isso tem dificultado muito na busca por um novo emprego.
Já falei de mim, mas, gostaria de saber como você tem passado nesse período de pandemia. Porque sei que as dificuldades são grandes, mas, graças a Deus, estamos vivos e vamos superar mais essa dificuldade. Um forte abraço do seu amigo, Josinaldo Ferreira.
Guarabira/PB, 26 de junho de 2021. Saudações querida amiga, Te escrevo esta carta para saber notícias suas e de sua família, já faz tanto tempo que não escreves e nem vens nos visitar devido esse vírus que tem deixado um vazio em tantas famílias. Estou com saudades amiga, saudades de nossas conversas longas. Aproveito também para te contar como estou, são tantas coisas que nem sei por onde começar. Meu pai não tá bem, teve que fazer uns exames e Deus abençoe que não seja nada demais. Eu já estou em minha casa própria, e tantas coisas mudaram, mas, isso te conto depois. Deixa eu te falar sobre como vão meus estudos, você me perguntou da outra vez e acabei nem falando. Você sabe que curso Pedagogia na UFPB, pois bem, minha amiga, apesar de muitas escolas terem parado com a pandemia, a Universidade está funcionando de forma remota, sabe. Te confesso que não tem sido nada fácil, não é fácil conciliar o estudo estando dentro de casa, com filho e marido chamando, comida no fogo. Em geral, tenho que ficar horas na frente de computador ou celular, lendo, assistindo aula, é exaustivo, sem falar que às vezes pedem para ligar a câmara e você sabe que não gosto muito dessas coisas. Além disso, muitas vezes a internet não ajuda e passei um tempinho aí com
problema no meu antigo notebook, aquele que fazia anos que eu tinha. Ele resolveu pifar quando eu mais precisei. Ainda bem que veio um tal de um auxilio instrumental me ajudar a comprar outro computador. Além disso, o psicológico não tem ajudado, altero de humor rápido, choro com facilidade e, às vezes, para não dizer na maioria das vezes, não consigo me concentrar nas atividades. Estamos assim não por opção, mas porque a realidade não nos favorece, temos que tentar viver em um normal que não é normal, se é que me entende. Estudar assim não é nada legal. Fico imaginando como estão os professores tendo que aprender a usar tantas tecnologias. Não vou mais tomar seu tempo, diga a sua mãe e suas irmãs que mando um forte abraço, estou com saudades delas também. Não deixe de me dar notícias, viu? E quando essa pandemia acabar, quando esse vírus nos permitir viver um pouco mais livremente, quero que venha me ver ou vou aí te visitar, até porque ainda não conheço sua casa nova. Abraços e beijos, minha amiga, que papai do céu te abençoe. Nos veremos logo, assim espero. Sua amiga de sempre, Márcia Alves.
Solânea/PB, 29 de junho de 2021. Minha queria amiga Vanessa, Tudo bem? Espero que sim. Que saudades de você! Hoje, ao invés de te mandar uma mensagem, resolvi escrever uma carta, e o que vou te dizer é uma realidade que você viveu e vivencia no momento. O ensino remoto nos pegou de surpresa, tivemos que nos readaptar do dia para noite e aprender novas coisas para (sobre)viver nesse momento. A tranquilidade é algo que faz parte do teu ser, já eu sou completamente o oposto e cheio de diversas particularidades, como você mesmo diz: \"Você é o tipo de pessoa que vai contra a lógica\". Nessas aulas, vivi um milhão de sentimentos, alguns dos quais talvez não consigo nem descrever. O cansaço e a preocupação infelizmente se faziam presentes e as quedas de internet nem se fala, um dos momentos mais difíceis foi quando quase toda a minha família testou positivo para a Covid-19 e mesma a distância você se preocupou e tornou-se “presente”. Já te contei diversas vezes de quanto os professores exigem mais dos alunos no ensino remoto do que presencialmente. Pensei em desistir, mas não te falei, pois, você sabe como é difícil para mim falar sobre os meus sentimentos e questões pessoais, mas, carregar esse
peso sozinho é exaustivo. Acredito, que assim como você, eu me esforcei ao máximo, fiz o meu melhor e continuo na esperança de superarmos esse momento. Te desejo muito amor, sucesso e prosperidade nesse novo ciclo que se inicia em sua vida. Abraços! Por agora, é tudo. Me despeço com uma enorme saudade e sigo na esperança de nos reencontrarmos. Beijos e abraços! Mateus Vitor.
Bananeiras/PB, 30 de junho de 2021. Oi, querida Adriana! Como você está? Espero que bem, essa pandemia veio para bagunçar toda nossa estrutura mesmo, está tudo um caos, desde março de 2020 quando a grande maioria das instituições públicas e privadas trouxeram a escola para dentro de casa, ficou tudo muito complicado, pois, foi necessário uma pandemia para percebermos que a escola não se resume apenas a um prédio. É um desafio constante o ensino remoto para mim, às vezes falta a internet, falta o ânimo, falta a coragem, falta foco, é uma superação para nós aqui em casa, a rotina não tem sido fácil, pois, além dos meus estudos, tenho que auxiliar minhas duas crianças que também estão neste modo de ensino. Além disso, tem os problemas com os nossos aparelhos, tenho que dividir o computador com eles, as vezes tenho que abrir mão de uma aula minha para ceder para meu filho que faz o ensino fundamental, muitos tem sido os desafios para o ensino e a aprendizagem com essa pandemia. O isolamento social em si, tem sido complicado, muito desgastante para todos, o medo sempre presente em nossas vidas,
mas, apesar de tudo, seguimos feito malabaristas, nos reinventando a cada dia, nos ajustando as novo normal, aprender a lidar com as aulas síncronas é como se nós estivéssemos sido transportados para a tela de um computador. O diálogo com os professores é feito de forma quase monologa, ou seja, não existe, pois, a maioria de nós resiste em abrir as câmeras e interagir com os professores. No ensino remoto, perdi a referência do espaço escolar, aquela rotina da Universidade, de viajar todos os dias para outra cidade, do contato com os colegas, tudo isso faz muita falta, tive que me reorganizar e também reorganizar as crianças. É muito complexo este método de ensino, porém, faz-se necessário para o cenário que vivemos, acredito que redescobrimos aprendendo como utilizar a tecnologia para promover a aprendizagem, não foi fácil, mas temos nossas conquistas, aos poucos professor e aluno estão se adaptando a novos comportamentos, experimentando formas de ensinar, vencendo os desafios, espero que tudo isso esteja perto do fim, tenho esperança que dias melhores estão por vir. Bem, estou por aqui, encarando os desafios que a pandemia nos trouxe, mando um grande abraço, vou esperar sua carta me contando como está sua rotina com o ensino remoto também. Um abraço, Taciana.
Solânea/PB, 28 de junho de 2021. Olá, Juliana! Tudo bem com você? Estou te escrevendo, porque estou com muita saudade e queria te contar como está sendo minhas aulas. Lembra de quando eu reclamava de ter que ir a Universidade? Você não tem noção do quanto estou sentindo falta, sabe que com a pandemia da Covid-19, as aulas foram suspensas, então, tivemos que nos adaptar ao ensino remoto, mas deves estar se perguntando, o que seria esse ensino remoto. Bom, vou te contar um pouquinho, estamos tendo aulas online, acreditas? Quem, um dia, imaginou que sairíamos da sala de aula presencial para uma sala virtual? Pois, é bem assim que funciona, nós entramos em um determinado horário por um link, que acessamos pelo notebook ou celular, enviados pelos professores e temos a aula, para fazermos as atividades, que é de forma virtual, isso quando a internet ajuda né! Sem contar que fico pensando nas pessoas que não tem as mesmas oportunidades que eu, o quanto é difícil para “entrar nessa era virtual”, sem contar no socioeconômico, o emocional e as consequências que vieram com a pandemia. Vou te falar, não é fácil, tem dias que fico aperreada demais,
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