Important Announcement
PubHTML5 Scheduled Server Maintenance on (GMT) Sunday, June 26th, 2:00 am - 8:00 am.
PubHTML5 site will be inoperative during the times indicated!

Home Explore Telaris 7 ano ciências

Telaris 7 ano ciências

Published by Artur Mineboy, 2023-01-03 01:51:09

Description: leonardoportal-telaris-7-ciencias

Search

Read the Text Version

1 Os continentes em movimento Orientações didáticas Atualmente existem seis continentes: África, Ásia, Antártida, Oceania, Europa e Utilizando um mapa-múndi América. Você vai conhecer mais sobre eles nos estudos de Geografia. como recurso, pergunte aos es- tudantes como poderia ser ex- Observe, na figura 1.2, que os contornos de alguns continentes parecem se en- plicada a presença de um mesmo caixar como peças de um quebra-cabeça. Veja, por exemplo, o encaixe quase perfeito animal na Antártida, na Índia e entre a costa da América do Sul e a da África. Sabemos ainda que os tipos de rocha na África (cor marrom, na figura encontrados nos planaltos brasileiros e africanos são muito parecidos. 1.2) ou de um outro animal na África e na América do Sul (cor A figura 1.2 também mostra que fósseis de um mesmo tipo de animal foram laranja, na mesma figura), con- encontrados em continentes que se encaixam. A figura 1.3 mostra um fóssil encon- siderando que esses continentes trado tanto na América do Sul como na África. são muito afastados. Em segui- da, analise a configuração dos Por que será que isso acontece? continentes nesse mapa-múndi. Verifique se os estudantes reco- Mauro Nakata/Arquivo da editora Fósseis deste réptil terrestre Índia Fósseis deste réptil terrestre nhecem o encaixe aproximado (Cynognathus; cerca de 1,2 m (Lystrosaurus; até 2,5 m de entre a América do Sul e a África. de comprimento) foram comprimento) foram Esse trabalho com o mapa-mún- encontrados na América do Sul e encontrados na África, di permite ao estudante desen- na África. na Antártida e na Índia. volver a habilidade EF07CI16 . África Austrália Ao debater sobre a posição atual dos continentes e as teo- América do Sul rias de deriva continental e tec- tônica de placas, a ênfase não Antártida deve ser nos termos técnicos nem nos mecanismos desse Fósseis deste réptil aquático de Fonte: elaborado com processo, mas no fato de que água doce (Mesosaurus; até 1 m base em KIOUS, W. as placas se movimentam len- de comprimento) foram tamente ao longo do tempo e encontrados no sul da América J.; TILLING, R. I. This de que essa teoria explica um do Sul e no sul da África. dynamic earth: the grande número de fenômenos conhecidos. Esse é um bom 1.2 Representação de como seria a disposição de alguns dos continentes no passado, story of plate tectonics. momento, portanto, para o es- mostrando como os contornos de alguns deles parecem se encaixar. (Elementos Virginia: U.S. Geological tudante começar a deduzir co- representados em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) mo as teorias científicas são Survey, 1996. p. 8. capazes de explicar uma ampla classe de fatos aparentemente SPL/Fotoarena sem conexão entre si. Comente que a descoberta do movimen- SPL/Fotoarena to das placas permitiu ao ser humano compreender as cau- 1.3 Ilustração artística de réptil terrestre (Cynognathus; sas de vulcões, terremotos e 1,2 m de comprimento). No destaque, fóssil do crânio (30 outros fenômenos naturais. cm de comprimento). Esses animais habitaram a Terra entre 245 e 237 milhões de anos atrás. Acredita-se que Explique que as ideias de alguns deles originaram os mamíferos. (Os elementos muitos cientistas e diversos representados na figura não estão na mesma proporção.) dados resultaram no estabe- lecimento de uma teoria bas- As placas tectônicas • CAPÍTULO 1 17 tante aceita no meio científico. Entretanto, é importante res- saltar a natureza provisória da ciência, que pode se modi- ficar ao longo do tempo em razão da descoberta de novos dados, desenvolvendo uma competência específica da BNCC (CECN 1). Atividade complementar Mundo virtual Solicite aos estudantes que realizem uma pesquisa para elencar as Para saber mais sobre a Pangeia e movimento dos continen- evidências para a aceitação da teoria da tectônica de placas: forma dos tes, consulte o site: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2000/05/01/a continentes, fósseis compartilhados entre continentes que atualmen- -terra-inquieta/>. Acesso em: 5 fev. 2019. te são distantes, estratos de solo semelhantes em continentes distin- tos, etc. Peça a eles que façam um registro do resultado da pesquisa e que compartilhem as informações com os colegas. Essa atividade per- mite aos estudantes desenvolver a competência geral da BNCC relativa ao exercício da curiosidade e da investigação científica para resolver problemas e elaborar e testar hipóteses (CG 2). CAPÍTULO 1 – MANUAL DO PROFESSOR 17

Orientações didáticas Deriva continental e tect™nica de placas Deriva: sem direção; um barco à deriva é um barco Ao explicar as ideias de Wegener, Com base nestas evidências – o encaixe do contorno e a semelhança entre rochas sendo levado pela água, reforce o caráter coletivo da cons- e fósseis –, o cientista alemão Alfred Wegener (1880-1930) propôs que há milhões sem um piloto que lhe dê trução do conhecimento científico. de anos os continentes poderiam estar unidos, formando um imenso continente que um rumo. Comente que a teoria da deriva ele chamou Pangeia (do grego pan, “todo”, e gea, “Terra”). Ainda segundo Wegener, em continental era diferente da con- um dado momento a Pangeia começou a se dividir em porções menores, que lenta- Você estudou no 6o ano cepção aceita na época de que os mente se movimentaram até a posição atual dos continentes. Essa ideia ficou conhe- que a litosfera é a parte continentes eram fixos. Com essa cida como teoria da deriva continental. Veja a figura 1.4. sólida mais externa do afirmação, os estudantes fomen- planeta, formada pela tam competências específicas Pangeia Continentes atuais crosta terrestre e pela das Ciências da Natureza, reco- parte superior do manto. nhecendo o conhecimento cien- Designua/Shutterstock 1.4 Reconstrução da posição dos tífico e seu caráter provisório, em continentes em diferentes épocas: de Tectônica: termo de razão da mudança de teorias ao 250 milhões de anos atrás (ilustração origem grega que significa longo do tempo (CECN 1). à esquerda) aos dias de hoje “em construção”. (ilustração à direita). (Elementos Debata com os estudantes representados em tamanhos não quais são as consequências da proporcionais entre si. Cores fantasia.) dinâmica das placas tectônicas para que eles reflitam sobre os Como naquela época os cientistas acreditavam que a litosfera era estática e movimentos da crosta terres- Wegener não conseguiu explicar de maneira satisfatória quais forças faziam os conti- tre, que serão abordados adian- nentes se moverem, essa teoria foi posta em dúvida, pois ideias revolucionárias são te no capítulo. mais difíceis de serem aceitas, mesmo na comunidade científica. Mundo virtual Muitos anos depois, com o estudo de terremotos e com a descoberta de mais evidências, foi possível mostrar que a crosta da Terra é dividida em vários pedaços, que Para saber mais sobre al- formam placas de rochas sólidas. Os continentes e o fundo dos oceanos (o assoalho) gumas propostas na apren- fazem parte dessas placas. Há sete placas maiores e várias menores, todas elas cha- dizagem da tectônica de madas de placas tectônicas ou placas litosféricas. Veja o mapa na figura 1.5. Note que placas, consulte o site: as placas não correspondem aos limites dos continentes. O Brasil, por exemplo, está <https://www.ige.unicamp. mais ou menos no centro da placa Sul-Americana. br/terraedidatica/v10_2/P DF10-2/TDv10_2-90%205. Placas tectônicas pdf>. Acesso em: 5 fev. 2019. Círculo Polar Ártico Banco de imagens/Arquivo da editora 0º Meridiano de Greenwich Placa Placa Norte-Americana Euro-Asiática Placa Placa do Caribe Iraniana Trópico de Câncer Placa das N Filipinas Placa Placa Placa do OL Africana Pacífico de Cocos Equador 0º Placa Placa S Arábica Indo-Australiana Placa do Placa Pacífico Placa Sul- Americana de Trópico de Capricórnio 0 2 820 5 640 km Nazca Círculo Polar Antártico Placa Antártica Limites entre as placas tectônicas Direção do movimento de aproximação e de afastamento das placas tectônicas Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. p.103. 1.5 Mapa com a distribuição das placas tectônicas. Os continentes e os oceanos ficam sobre essas placas. (Cores fantasia.) 18 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera Texto complementar – A teoria da deriva dos continentes A Teoria da Deriva dos Continentes, elaborada pelo alemão Alfred [...], foi uma revolução paradigmática da Geologia. [...] Wegener [...] defendeu que as massas continentais estiveram unidas num único supercontinente e que se separaram gradualmente até alcançarem as po- sições actuais, indo contra as concepções vigentes dos continentes estáticos e das pontes terrestres, que permitiram a migração dos seres vivos. Como apoio ao corpo teórico da sua teoria, apresentou a compilação de várias provas que mostram a deslocação das grandes mas- sas continentais ao longo do tempo. Para defender as suas ideias, Wegener [...] usou dados geodésicos, geofísicos, geológicos, paleontoló- gicos, paleoclimáticos e, ainda, argumentos morfológicos, que originaram a conhecida imagem da junção dos continentes atuais, os quais parecem se encaixar perfeitamente. 18 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

O movimento de uma placa em relação à outra pode ser de afastamento ou de Orientações didáticas aproximação, ou então as placas simplesmente deslizam uma ao lado da outra. Veja na figura 1.5 que as placas Sul-Americana e Africana estão lentamente se afastan- Ao analisar a figura 1.6 com os do, enquanto as placas de Cocos e do Caribe, por exemplo, estão aos poucos se estudantes, destaque os três ti- aproximando. pos de movimento de placas tectônicas que podem ser iden- A velocidade desses movimentos varia de 2 cm a 10 cm por ano. Por isso, é tificados (afastamento, aproxi- muito difícil percebê-los no dia a dia. Ao longo de toda a história da Terra, porém, mação e deslizamento) e peça esse movimento mudou muito o aspecto do planeta, afastando e aproximando os que descrevam o que acontece continentes. em cada um dos movimentos. Para explicá-los, peça auxílio aos Uma das hipóteses para explicar essa movimentação é a de que o calor que vem estudantes paraformarduasfilas do núcleo da Terra aquece o manto: suas partes mais aquecidas ficam menos densas indianas e simular movimentos e sobem, enquanto as partes mais frias descem. Dessa forma, criam-se correntes de afastamento (o que pode gerar que movimentam lentamente as placas tectônicas sobre o manto. Veja a figura 1.6. vulcanismos e, em menor quan- tidade, terremotos e tsunamis), limite entre duas placas aproximação (que provoca alte- SPL/Latinstock ração do relevo com formação de Gary Hincks/Science Photo Libraryplacas tectônicasAdilson Secco/Arquivo cadeias montanhosas) e desliza- mento (gerando rompimentos e da editora falhas que resultam em grande atividade sísmica). Retome a fi- gura 1.5 da página 18, para exem- plificar locais em que ocorre cada tipo de movimento. É importante alertar os es- tudantes quanto à presença de correntes do manto, geradas pela diferença de temperatura e pela ocorrência de derreti- mento de parte da crosta quan- do há o encontro de duas placas, favorecendo a ocorrência de erupções vulcânicas. manto correntes Fonte: elaborado com base em no manto GROTZINGER, J. et al. Understanding Earth. 5. ed. New York: W. H. Freeman. 2006. p. 201. 1.6 Observe nos detalhes as correntes do manto que movimentam as placas tectônicas. As setas amarelas indicam o movimento de duas placas no oceano, e as setas vermelhas indicam o movimento no manto. (Elementos representados em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) Essa explicação sobre a movimentação dos continentes faz parte da teoria da Esses fenômenos têm tectônica de placas ou tectônica global, que afirma que a crosta da Terra é formada maior chance de ocorrer por placas em movimento. Essa teoria também explica o maior número de vulcões e nos limites entre as placas, terremotos em certos locais da Terra e a presença de fósseis e de rochas semelhantes como veremos adiante. em continentes diferentes, entre vários outros fenômenos. As placas tectônicas • CAPÍTULO 1 19 Apesar da consistência científica dos seus argumentos, as críticas à Deriva dos Continente foram mordazes porque Wegener nunca apre- sentou um mecanismo convincente para a movimentação das grandes massas continentais. A sua hipótese de que os continentes se deslo- cavam sobre a crosta – tal como os icebergues se movimentavam nos oceanos –, em resultado da força centrífuga terrestre e do movimento das marés, nunca chegou a persuadir os seus pares [...]. Todavia, embora o motor que formulou para a Deriva dos Continente não fosse cientificamente correto a mesma tornou-se um facto e, mais tarde, foi aperfeiçoada pela mais abrangente Teoria da Tectónica de Placas. CAVADAS, B.; FRANCO, D. A teoria da deriva dos continentes de Alfred Wegener nos manuais escolares de Ciências Naturais portugueses. Entre textos, Universidade Lusófona. Disponível em: <http://repositorio.ipsantarem.pt/bitstream/10400.15/416/1/entretextos_12.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2019. CAPÍTULO 1 – MANUAL DO PROFESSOR 19

Orientações didáticas É importante lembrar que as placas tectônicas continuam a se mover: a América Tsunami: termo de origem do Norte e a Europa estão se aproximando quase 4 cm ao ano; a América do Sul, a cada japonesa que significa A seção Saiba mais oferece ano, se afasta de 2 cm a 3 cm da África. Calcula-se que, daqui a 50 milhões de anos, a “onda de porto”, em aos estudantes a diferenciação América do Sul possa estar unida à Ásia, formando um único continente. referência às ondas que entre termos científicos que resultam de terremotos e podem causar dúvidas. Utilize O movimento das placas pode provocar muitas alterações no ambiente, incluindo cuja altura aumenta à os exemplos apresentados na a distribuição dos seres vivos na Terra. Em curto prazo, terremotos, vulcões e tsunamis medida que elas se seção para diferenciar os dois podem destruir ou modificar o habitat das espécies. Ao longo de milhares ou milhões aproximam da costa. termos (teorias e modelos) e de anos, alterações no relevo e mudanças na latitude de uma região também podem explicar que o rigor de termino- afetar o clima. O encontro de dois continentes também coloca espécies em contato logia é importante para uma com novos competidores. comunicação exata entre os cientistas e mesmo entre a po- Saiba mais Francois Gohier/VW Pics via ZUMA Wire/Fotoarena pulação. Reforce que uma teo- ria apresenta um nível alto de Teorias e modelos confiabilidade, pois consegue explicar uma série de eventos Quando usamos a palavra “teoria”, em ciência, estamos falando de uma explicação que se aplica a diversas circuns- naturais de forma satisfatória, tâncias. A teoria da tectônica de placas, por exemplo, explica o movimento dos continentes e uma série de outros embora não seja uma ideia de- fenômenos. Já com a teoria da evolução, finitiva. Aproveite o momento procuramos explicar como todas as es- para explicar outros termos so- pécies surgiram na Terra; como elas se bre os quais os estudantes pos- transformam ao longo do tempo, origi- sam ter dúvidas, como lei e nando novas espécies; a razão das se- hipótese. melhanças e das diferenças entre os seres vivos; e por que os organismos têm Esse tema permite que o es- adaptações que os ajudam a sobreviver tudante desenvolva diversas e a se reproduzir em seus ambientes. competências da BNCC, como compreender conceitos funda- Quando falamos em modelos, pode- mentais e estruturas explicati- mos pensar em projetos e maquetes vas das Ciências da Natureza, elaborados por engenheiros e arquitetos. bem como dominar processos, Mapas de cidades também são conside- práticas e procedimentos da rados modelos, porque são representa- investigação científica (CECN 2) ções das cidades. Em ciência, modelo é e verificar a importância de ar- uma representação simplificada de algo gumentar com base em fatos, real que ajuda a explicar um fenômeno. dados e informações confiáveis, para formular, negociar e de- Assim, mesmo sem ver as placas tec- fender ideias, pontos de vista e tônicas em movimento, os cientistas se decisões comuns (CECN 5). valem de alguns fenômenos que obser- vam na natureza para construir modelos Se julgar pertinente, este po- que ajudam a explicar a teoria. Ao longo de ser um bom momento para de seu estudo de Ciências, você verá di- propor aos estudantes que fa- versos outros exemplos. Veja a figura 1.7. çam a atividade De olho no tex- to, ao final deste capítulo. 1.7 Falha de San Andreas, na Califórnia, Estados Unidos, 2015. Essa fenda, que se Mundo virtual estende por 1 300 km e resulta do Para saber mais sobre movimento de afastamento entre a placa outros termos que geram dúvidas entre os estudan- do Pacífico e a placa Norte-Americana, tes, consulte o site: <http:// é muito estudada para compreender as cienciahoje.org.br/artigo/ qual-a-diferenca-entre-teoria- placas tectônicas. e-lei-por-que-a-selecao- natural-de-darwin-e-teoria/>. 20 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera Acesso em: 5 fev. 2019. 20 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

2 A formação das cadeias Orientações didáticas de montanhas Sugerimos que, ao abordar a formação de cadeias de mon- Como acabamos de estudar, as placas tectônicas se movimentam. Quando tanhas, deixe claro aos estu- duas placas se chocam, por exemplo, suas margens podem ser comprimidas e dantes que esse é um processo erguidas, originando cadeias de montanhas (cordilheiras). Veja a figura 1.8. longo e que ocorre de maneira lenta e gradual ao longo de mi- corbac40/Shutterstock lhões de anos. Utilize o exemplo da figura 1.9 para mostrar que placa 1.8 Representação da a aproximação de duas placas tectônica formação de cadeias de e o contato entre elas gerou o montanhas. As setas indicam soerguimento das montanhas Supõe-se que foi assim que surgiram as cordilheiras dos Andes (no continente o movimento das placas. do Himalaia. americano), dos Alpes europeus e do Himalaia (no continente asiático). Veja na figura (Elementos representados em 1.9 a localização da placa Indo-Australiana em diferentes momentos (ao longo de tamanhos não proporcionais Caso haja tempo, interesse e milhões de anos) até colidir com a placa Euro-Asiática e formar o Himalaia. entre si. Cores fantasia.) disponibilidade de materiais, realize o modelo experimental SPL/Fotoarena placa Euro-Asiática Mundo virtual citado no Mundo virtual a seguir, para que os estudantes com- 4 Himalaia Himalaia em 30 segundos preendam como ocorre a forma- 3 placa Indo-Australiana – Ciência Tube ção de montanhas. Além disso, 2 em posição atual http://www.cienciatube. a aplicação desse modelo per- com/2009/11/himalaia- mite a discussão sobre o papel posição da placa há em-30-segundos.html dos modelos na compreensão 38 milhões de anos Vídeo que simula de modo de eventos e fenômenos natu- simplificado a formação rais tanto por estudantes como posição da placa há de uma cadeia de por cientistas. 55 milhões de anos montanhas como o Himalaia. Mundo virtual Acesso em: 1o fev. 2019. Cordilheira Para conhecer um mode- transcontinental – lo experimental de formação Pesquisa Fapesp de cadeias de montanhas, http://revistapesquisa. leia o artigo disponível em: fapesp.br/2014/12/29/ <https://www.ige.unicamp. cordilheira- br/terraedidatica/v11_3/ transcontinental/ PDF11-3/Td-113-150-1F.pdf>. Artigo que mostra um Acesso em: 5 fev. 2019. exemplo de formação de 1 posição da placa há cadeia de montanhas que existiu há mais de 600 71 milhões de anos milhões de anos entre o Brasil e o continente 1.9 Placa Indo-Australiana em quatro momentos. Esse processo de aproximação da placa Indo-Australiana africano. em direção à placa Euro-Asiática continua até hoje e ocorre muito lentamente. Devido a isso, a cada ano Acesso em: 1o fev. 2019. as montanhas ficam poucos centímetros mais altas. As placas tectônicas • CAPÍTULO 1 21 Texto complementar – Como e quando surgiu a Serra do Mar A origem da Serra do Mar está relacionada à separação continental entre a América do Sul e África iniciada há 150 milhões de anos com o surgimento do Oceano Atlântico. No processo de separação continental ocorreu um amplo soerguimento em toda a borda leste do continen- te sul-americano no sudeste do Brasil. Este soerguimento ocasionou levantamentos e rebaixamentos de grandes blocos por falhas geológicas. A Serra do Mar corresponde a uma destas áreas elevadas, por ocasião da elevação do bloco ocidental e rebaixamento do bloco oriental da Fa- lha de Santos. Isto aconteceu aproximadamente há 65 milhões de anos e naquela época a Escarpa de Falha da Serra do Mar situava-se a deze- nas de quilômetros a leste da linha de costa atual. De lá para cá estas escarpas ficaram sujeitas à ação da erosão, recuando até a posição atual. MINEROPAR. Geologia do Paraná. Disponível em: <http://www.mineropar.pr.gov.br/arquivos/File/ Paineis_geologicos/SerradoMar2_portugues.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2019. CAPÍTULO 1 – MANUAL DO PROFESSOR 21

Orientações didáticas 3 Os terremotos e os tsunamis Sísmico: do grego seismós, que significa Questione os estudantes so- Os tremores, ou vibrações, da superfície da Terra são chamados terremotos ou “abalo”. Os terremotos e bre a relação entre terremotos e abalos sísmicos. Na maioria dos casos, esses tremores são muito fracos e só é tremores de terra são outros eventos naturais como possível percebê-los com o auxílio de aparelhos. também chamados maremotos e tsunamis. Explique sismos. O aparelho que que os tsunamis são grandes Mas alguns tremores são fortes o suficiente para serem percebidos por nossos mede tremores de terra movimentações de água e que sentidos e podem até causar grandes danos a construções. Nesses casos, pode ser é o sismógrafo. podem ser causados por diferen- ouvido um barulho parecido com o de um trem subterrâneo, explosões ou algo se tes fenômenos, incluindo terre- quebrando sob o solo. O chão começa a tremer violentamente e depois para, dei- motos, erupções vulcânicas, xando um rastro de destruição. furacões, impactos de meteoritos e asteroides. Entretanto, escla- Em 2010, um terremoto de reça aos estudantes que nem enormes proporções atingiu o todos os eventos citados geram Chile, matando mais de 800 pes- tsunamis. soas e deixando outras 20 mil desabrigadas. Um desastre se- Ao analisar as figuras 1.10 e melhante aconteceu no Japão 1.11 e comentar sobre alguns em 2011, quando, além de pro- terremotos, sensibilize os es- vocar milhares de mortes, um tudantes sobre a situação des- terremoto causou danos e con- sas pessoas que perdem todos sequente vazamento de radioa- os bens materiais e, muitas ve- tividade em usinas nucleares zes, até mesmo familiares e (figura 1.10). amigos, estimulando a empatia e a preocupação com outras Em 2017, um terremoto de pessoas. grande intensidade atingiu o centro do México. Veja a figura Pergunte aos estudantes se 1.11. Na ocasião, pelo menos eles conhecem alguém que pre- 224 pessoas morreram em con- senciou algum terremoto ou sequência dos desabamentos. 1.10 Destruição provocada por terremoto no Japão, em 2011. tsunami e, em caso positivo, CrowdSpark/Alamy/Fotoarena peça que compartilhem as ex- Chris McGrath/Getty Images periências. A ocorrência de um tsunami no Brasil é pouco pro- vável, já que não ocorrem aqui terremotos com as caracterís- ticas específicas para sua for- mação. Mesmo assim, é impor- tante alertar os estudantes pa- ra pequenos sinais de tsunamis que podem salvar a vida de mui- tas pessoas, como o rápido re- cuo das águas oceânicas. 1.11 Trabalho de resgate em prédio que desabou no México devido a um terremoto, em 2017. 22 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera 22 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Os terremotos geralmente ocorrem na região de contato entre duas placas Orientações didáticas tectônicas: quando duas placas estão em movimento, elas podem ficar presas uma à outra e, em determinado momento, a força acumulada entre elas pode vencer a Sugerimos que inicie a abor- resistência e liberar uma energia que é transmitida por “ondas de choque”, denomi- dagem do conteúdo desta página nadas ondas sísmicas. Veja a figura 1.12. Essas ondas se espalham pelas camadas explicando aos estudantes que de rocha e provocam os terremotos. O ponto da superfície que fica exatamente a movimentação das placas tec- acima do ponto de origem do terremoto e recebe a energia originada dele é chama- tônicas pode gerar ondas sísmi- do epicentro. cas e que o ponto de origem transmite energia para um ponto VectorMine/Shutterstock da superfície, chamado de epi- centro. Esse termo será impor- epicentro do 1.12 Representação da tante caso os estudantes realizem terremoto movimentação das pesquisas sobre o tema. placas tectônicas dando movimento origem a um terremoto. Chame a atenção para a fi- das placas (Elementos gura 1.12 e explique que as on- representados em das sísmicas são concêntricas tamanhos não a partir do ponto de origem. Em proporcionais entre si. seguida, pergunte se um único Cores fantasia.) sismógrafo conseguiria deter- minar o ponto exato de origem ponto de origem (hipocentro) das ondas sísmicas. ponto de encontro das placas Depois de deixá-los pensar e debater por algum tempo so- ondas bre o assunto, explique que um sísmicas sismógrafo conseguiria apenas determinar a distância até a Quando as ondas sísmicas ocorrem sob os oceanos, enormes massas de água origem das ondas sísmicas, ofe- podem ser deslocadas, provocando ondas gigantescas, chamadas tsunamis ou recendo informações importan- maremotos. Elas chegam a ter mais de 30 m de altura (isso equivale, mais ou tes para alertar e proteger as menos, a um prédio de 10 andares) e atingem velocidades de mais de 800 km/h! populações. Veja a figura 1.13. Mundo virtual Para saber como determi- nar o epicentro de um terre- moto, leia o artigo disponível em: <http://www.if.ufrj.br/~ carlos/artigos/SciAm2012_ ondas_terremotos.pdf>. Aces- so em: 5 fev. 2019. 2 Ondas sísmicas 4 Ao se aproximar da costa, a massa provocam tremores de água forma ondas gigantes. no fundo do mar. Designua/Shutterstock 1 As placas tectônicas 3 O tremor desloca uma grande se movem. massa de água para a superfície. 1.13 Formação de tsunamis. (Elementos As placas tectônicas • CAPÍTULO 1 23 representados em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) CAPÍTULO 1 – MANUAL DO PROFESSOR 23

Orientações didáticas Não é possível prever com muita antecedência quando um terremoto vai aconte- cer, mas há alguns sinais que ocorrem momentos antes de um grande terremoto, como Sugerimos que reflita com os tremores localizados e a liberação de gases por vulcões. Em alguns países com os estudantes sobre o efeito grande número de terremotos, como o Japão, medidas preventivas são tomadas: as dos tsunamis para a população construções são projetadas para suportar ao máximo os abalos, há sistemas de alerta humana e os ecossistemas. e a população recebe treinamento para se proteger durante emergências desse tipo. Sugira a eles que façam uma pesquisa para buscar informa- Como os terremotos podem ser seguidos de tsunamis, as pessoas que vivem ções sobre o tema e que a com- na costa devem ser alertadas para que se desloquem até regiões mais altas, livres plementem com pesquisas de inundação. Mesmo assim, terremotos e tsunamis são tragédias que podem pro- sobre o papel das atividades vocar destruição e muitas mortes. humanas na frequência dos tsunamis, especialmente aque- Logo após o terremoto de 2011, ocorreu um tsunami ao longo da costa do Japão, les com causas meteorológicas. o que causou 18 446 mortes e provocou o deslocamento de milhares de pessoas. A cidade de Natori, na província de Miyagi, foi uma das mais afetadas. Veja a figura 1.14. Pergunte aos estudantes se existem tsunamis no Brasil e re- Kyodo News/AP/Glow Images force que, assim como as diferen- tes magnitudes dos terremotos, há diferentes intensidades de massas de água deslocadas pa- ra gerar os tsunamis. Se julgar interessante, é possível trabalhar neste momento com a atividade De olho na imagem ao final deste capítulo. Mundo virtual Para saber mais sobre a ocorrência de tsunamis no Brasil, consulte o site: <https://www.revistas.usp. br/revusp/article/down load/34843/37582/>. Aces- so em: 5 fev. 2019. 1.14 Ondas de tsunami atingem casas após terremoto na cidade de Natori, na província japonesa de Miyagi, em 2011. A ajuda mundial pode ser necessária para prestar atendimento às vítimas e re- construir as regiões afetadas. Por isso, outros países devem exercer a solidariedade e colaborar, fornecendo ajuda humanitária às populações em situação de risco. O Brasil fica no centro de uma placa tectônica, longe das regiões de encontro de placas. Reveja a figura 1.5. Como estudamos, em locais onde as placas tectônicas se encontram, existe maior chance de ocorrerem terremotos de alta intensidade e com maior frequência. No entanto, pequenos tremores podem ocorrer, com menor frequência, em regiões de falhas geológicas (rupturas) no interior das placas. Toda placa é recortada por pequenos blocos, de várias dimensões. Esses recortes, ou falhas, funcionam como uma ferida que não cicatriza: apesar de serem antigos, podem se abrir a qualquer momento para liberar energia. Costumam ser tremores de pequena intensidade, que geralmente nem são notados. 24 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera Texto complementar – Arrebenta•‹o O que acontece quando o tsunami se aproxima da costa? Ao pe- arrebentação de uma onda na praia. A diferença, no caso do tsunami, netrar em águas mais rasas, vemos que a Eq. (1) [Velocidade do tsu- é sua grande velocidade (na retaguarda, e agora também no topo) e nami = raiz quadrada do produto da aceleração da gravidade pela volume d’água. Em muitos casos, dependendo da conformação do profundidade] prevê uma diminuição da velocidade de propaga- solo marinho na costa, essa corrente ascendente funciona como um ção. Esse efeito, contudo, é mais pronunciado na base da onda, o poderoso aspirador, o que explica a tendência de recuo da água do que desencadeia um movimento do fluido em direção ao topo, que mar numa praia prestes a ser atingida por um tsunami. tende a tomar dianteira em relação à base. É o mecanismo usual de SANTOS, M. L. Tsunami: que onda é essa? Física na Escola, v. 6, n. 2, 2005. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol6/Num2/a04.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2019. 24 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

Essas falhas estão presentes em várias regiões do Brasil. Além disso, às vezes é Orientações didáticas possível perceber, em território brasileiro, reflexos de terremotos que ocorrem em outros países da América do Sul. Pergunte aos estudantes se eles já sentiram algum tremor de Assim como outros países, o Brasil tem centros de monitoramento de ativida- terra ou se já ouviram relatos de des sísmicas que ocorrem em seu território e em outras regiões da América do Sul. algum terremoto no Brasil. Por Um dos locais que opera parte da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) é o Centro de terem sido de pequena intensi- Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). Esse centro mantém um sistema dade, é esperado que poucos es- de detecção automática constante de atividades sísmicas, e a divulgação desses tudantes saibam da ocorrência eventos é realizada em tempo real por meio de mapa e listas. Estudaremos a seguir de terremotos no país. como essa detecção é feita. Estimule os estudantes a rea- Em 22 de abril de 2008, um terremoto foi percebido na região Sul do Brasil lizar uma pesquisa sobre alguns (nos estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná) e em São Pau- casos registrados de tremores lo e no Rio de Janeiro. Em 2014, outro terremoto atingiu a região de Montes Claros no Brasil. Se considerar perti- (MG). Em 2 de abril de 2018, um abalo sísmico com origem na Bolívia foi percebido nente, faça um mapa do país em em São Paulo e em Brasília. Você chegou a presenciar algum desses tremores ou cartolina com a divisão política chegou a ouvir sobre eles nos noticiários? Caso os desconheça, pergunte a um dos estados e peça a eles que adulto do que ele se recorda. indiquem, no mapa, o resultado da pesquisa realizada sobre os Conexões: Ci•ncia no dia a dia terremotos no país. Oriente os estudantes a acessar o site do Terremotos no Brasil Observatório Sismológico indi- cado no Mundo virtual da página Pouco antes das 11h da manhã de 2 de abril [2018], funcionários de prédios altos da avenida Paulista, em São seguinte do Livro do Estudante Paulo, levaram um susto. As edificações começaram a balançar, a ponto de algumas terem de ser evacuadas. Era para buscar os registros de ter- o reflexo de um terremoto [...] no sul da Bolívia. remotos e verificar se existem registros recentes de atividades Por certo, muita gente lembrou da ideia muito difundida de que o Brasil é um país onde esses fenômenos não sísmicas no município da esco- ocorrem. Essa certeza não passa de um mito,no entanto.Tremores são registrados praticamente todas as semanas la. Essa proposta permite com- no território nacional. plementar o trabalho com a habilidade EF07CI15 da BNCC. Segundo o sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), a grande maioria deles não é percebida pela população. [...] Seu colega no Centro, Marcelo Assumpção, coordenador da Rede Sismográfica Brasileira, acrescenta que não existem de fato terremotos no Brasil com a mesma frequência e força dos registrados em outros países mais ativos. [...] Os registros históricos confirmam essas informações. Um dos primeiros brasileiros a sentir e registrar um ter- remoto foi ninguém menos que o imperador D. Pedro 2o, que, às 15h do dia 9 de maio de 1886, percebeu a terra tre- mer sob seus pés, quando se encontrava em seu palácio, em Petrópolis (RJ). Segundo o sismólogo JoséAlbertoVivasVeloso, pesquisador aposentado e ex-chefe do Observatório Sismoló- gico da Universidade de Brasília (UnB), [...] \"imediatamente o monarca quis saber o que de fato tinha acontecido e determinou que se buscassem informações a respeito\". A tarefa coube ao engenheiro Guilherme Schüch (1824- -1908), o barão de Capanema. \"Incentivado pelo imperador, ele coletou e analisou dados de terremotos em todo o país e publicou, em 1859, o primeiro artigo científico sobre o tema no Brasil\", conta Veloso. [...] Esse não foi, no entanto, o primeiro nem o mais forte terremoto já ocorrido no país. Embora não tenha sido re- gistrado por um sismógrafo, mas apenas por evidências e relatos históricos, esse posto cabe a um tremor que teria ocorrido em 1690, na Amazônia. [...] DA SILVEIRA, E. Brasil tem, sim, terremotos – e há registro até de tremor com \"pequenos tsunamis\". BBC News Brasil. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-43671313>. Acesso em: 1o fev. 2019. As placas tectônicas • CAPÍTULO 1 25 CAPÍTULO 1 – MANUAL DO PROFESSOR 25

Orientações didáticas Estudo de terremotos Explique aos estudantes que Dando leves pancadas em um móvel de o conhecimento sobre terremo- Ernesto Reghran/Pulsar Imagens tos permite aos cientistas co- Inked Pixels/Shutterstockmadeira, ouvimos sons diferentes dependen- nhecer características do inte- rior da Terra pela velocidade e do de sua estrutura interna, isto é, de ele ser pelo comportamento das ondas sísmicas. Além disso, reconhe- oco ou maciço. De modo semelhante, os cien- cer os primeiros sinais de ter- remotos permite aos pesquisa- tistas estudam os terremotos (as ondas sís- dores desenvolver métodos mais eficientes para prever es- micas) para obter informações sobre o inte- ses eventos, possibilitando às pessoas mais tempo para se rior da Terra. Esse estudo é feito com vários preparar ou evacuar regiões de risco. Debata esses dois pontos aparelhos – um deles é o sismógrafo. Veja a para mostrar a importância des- se estudo. figura 1.15. Comente com eles que exis- A partir de 1900, surgiram as principais tem cálculos para indicar a mag- nitude de um terremoto na escalas de medição de intensidade de terre- 1.15 A agulha do sismógrafo faz o registro dos tremores. escala Richter. De maneira ge- motos que conhecemos. A mais conhecida é a ral, os terremotos de magnitu- de inferior a 2 são detectáveis escala de Richter (ou escala Richter), desenvolvida pelo físico estadunidense Charles apenas por sismógrafos; acima de 4, os primeiros danos são Francis Richter (1900-1985). percebidos, como vidros que- brados (até o nível 5), queda Quanto maior a intensidade ou magnitude de um terremoto, maior será seu po- de mobiliário (até o nível 6), fendas no chão e queda de edi- tencial de destruição. Mas o nível de destruição depende também de outros fatores, fício (até o nível 7) e danos em larga escala (acima de 7). como a distância e a profundidade da origem do terremoto, as condições do terreno e Mundo virtual os tipos de construção na região. Mundo virtual A escala Richter atualmente varia de 0 a 9,5 pontos. O nível máximo da escala Para saber mais sobre a es- Observatório Sismológico cala Richter, consulte o site: pode aumentar, pois depende do terremoto de maior intensidade ocorrido até o mo- – Universidade de Brasília <http://www.ebc.com.br/infan mento. Desde a criação da escala, o abalo de maior intensidade já registrado ocorreu (UnB) til/voce-sabia/2013/01/como em 1960, no Chile, e alcançou 9,5 pontos. http://obsis.unb.br -funciona-a-escala-richter>. Instituição que, entre Acesso em: 5 fev. 2019. O registro dos abalos sísmicos e o mapeamento das falhas entre placas tectôni- outras ações, monitora e cas ajuda a identificar áreas de risco. Veja a figura 1.16. Assim, é possível estabelecer divulga abalos sísmicos regras para a construção de habitações mais seguras e alertar a população quando há no Brasil. Na página é previsão de terremoto. No caso dos tsunamis, eles podem ser detectados com um possível navegar por um pouco de antecedência por meio de boias especiais posicionadas nos oceanos. mapa interativo que mostra os registros mais 1.16 Coleta de dados de registrador do sismógrafo por meio do uso de um computador, recentes. em Londrina (PR), 2016. Acesso em: 1o fev. 2019. Entrevista com Marcelo Assumpção – Pesquisa Brasil http://revistapesquisa. fapesp.br/2017/07/21/ podcast-marcelo- assumpcao/ Áudio da entrevista na qual o professor Marcelo Assumpção fala sobre os tremores de terra que ocorrem no Brasil e suas prováveis causas. O programa Pesquisa Brasil é produzido pela revista Pesquisa Fapesp e vai ao ar pela Rádio USP – que pode ser ouvida on-line – e é disponibilizado na forma de podcast. Acesso em: 1o fev. 2019. 26 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera Texto complementar – Os antigos vulcões de Minas Quem observa a paisagem montanhosa do Sudeste brasileiro não tem como desconfiar de que nessa região, há cerca de 600 milhões de anos, havia uma longa e alta cadeia de vulcões ativos. Naquela época, a forma e a posição dos continentes eram distintas das atuais e essa cordilheira ficava à beira de um golfo, no extremo de um mar estreito, e se estendia por quase 550 quilômetros, indo de onde hoje fica Teófilo Otoni, em Minas Gerais, até quase o Paraná. No auge de sua existência, seus picos podem ter sido tão impressionantes quanto os dos Andes. Mas talvez nunca se saiba ao certo suas dimensões. Assim como o mar estreito e o antigo continente, essa cordilheira desapareceu, con- sumida pela erosão. O que resta são fragmentos do leito desse mar e das rochas que formavam a raiz profunda da cadeia de vulcões e hoje 26 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

4 Os vulcões Vulc‹o: termo derivado Orientações didáticas de Vulcano, divindade Que imagem você cria em sua mente quando lê esta descrição: “toneladas de da mitologia romana Sugira aos estudantes que rea- rochas derretidas, com temperaturas superiores a 1 000 °C, e nuvens de poeira e que produzia lizem uma pesquisa sobre como cinzas que se espalham pela atmosfera”? relâmpagos, espadas e os vulcões se formam e como se escudos para os outros distribuem pelo mundo. Repro- Não se trata de um cenário de ficção científica, e sim de um vulcão em erupção. deuses. Ele vivia no duza um mapa similar ao das Veja a figura 1.17. monte Etna, um vulcão placas tectônicas da página 18 que ainda está ativo, na e peça aos estudantes que mar- Martin Bernetti/AFP ilha da Sicília, Itália. quem, nesse mapa, os principais eventos de vulcanismo e os ter- 1.17 Nuvem de fumaça formada remotos mais recentes. O objeti- na erupção do vulcão Puyehue, vo é que eles tentem estabelecer no Chile, em 2011. A quantidade a relação entre a maior frequên- de fumaça foi tão grande que cia de terremotos e atividades impediu o tráfego aéreo na vulcânicas e as regiões de con- América do Sul por vários dias. tato entre placas tectônicas. Ao estabelecer essa relação, ficará Para entender o que acontece nos vulcões, imagine a seguinte situação: uma O estudo de vulcões mais fácil os estudantes com- pessoa sacode uma garrafa de refrigerante fechada. Em seguida, ela abre essa garra- também ajuda os preenderem e justificarem as ra- fa repentinamente. Você já sabe o que vai acontecer, não é? A pressão do gás fará o cientistas a investigar o ras ocorrências desses eventos líquido espirrar através da abertura da garrafa. Quanto maior for a pressão dentro da interior da Terra e o no país, desenvolvendo a habili- garrafa, maior será a força com que o líquido transbordará. movimento das placas dade EF07CI15 da BNCC. tectônicas. Os vulcões podem se originar de várias formas. Muitos surgem nas bordas das Mundo virtual placas tectônicas. Por exemplo: um choque entre duas placas pode provocar o derre- timento de parte de uma delas, formando grandes reservatórios subterrâneos de Para saber mais sobre a gases e magma submetidos a altas pressões. Veja a figura 1.18. ocorrência de terremotos no Brasil, consulte o site: <https://www.bbc.com/por tuguese/geral-43671313>. Acesso em: 5 fev. 2019. vulcão limite entre placas David A. Hardy/SPL/Fotoarena Alguns vulcões se formam 1.18 Esquema de formação de um quando uma placa desliza vulcão. O vulcão e as placas estão sobre outra e o atrito aquece representados em corte. (Elementos e derrete a rocha. representados em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) As placas tectônicas • CAPÍTULO 1 27 afloram em Minas. Esses registros estão ajudando os geólogos a entender a origem e a história evolutiva do chamado Arco Vulcânico do Rio Doce. “Nosso trabalho buscou reconstituir a história e o relevo desse conjunto de montanhas”, conta o geólogo Antônio Carlos Pedro- sa Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). [...] ZOLNERKEVIC, I. Os antigos vulcões de Minas. Revista Pesquisa Fapesp. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/03/21/os-antigos-vulcoes-de-minas/>. Acesso em: 5 fev. 2019. CAPÍTULO 1 – MANUAL DO PROFESSOR 27

Orientações didáticas Mas o que é o magma? Sugerimos que comente com Sob a crosta terrestre, a porção superior do manto é formada por rochas derreti- os estudantes que existem in- dícios de atividades vulcânicas das, o magma, que pode subir até perto da superfície e, ao entrar em contato com a antigas no Brasil, pela presença de rochas magmáticas em al- água subterrânea, provocar a formação de vapor. Se a pressão aumentar muito, o guns locais do país. Mostre que, além de formar rochas magmá- vapor acaba rompendo a superfície e então o magma é liberado. Depois de expelido ticas, os vulcões liberam fuma- ça e cinzas vulcânicas capazes do vulcão, o magma passa a se chamar lava (a temperatura da lava varia de 700 °C a de causar problemas de saúde (como problemas no sistema 1 200 °C). Veja a figura 1.19. Além de lava e cinzas, o vulcão expele vapor de água e respiratório), alterações do am- biente e até mesmo morte de outros gases, como o gás carbônico e gases de enxofre. seres vivos pela lava ou pelas cinzas vulcânicas. Um exemplo Os vulcões também participam da formação de rochas no plane- de evento vulcânico marcante ocorreu com a cidade italiana ta. Ao esfriar, a lava transforma-se em rocha ígnea, como estudamos de Pompeia. no 6o ano. Com o passar do tempo e a ocorrência dos processos de Além disso, converse com os estudantes sobre problemas erosão e intemperismo, as rochas ígneas dão origem a solos ricos e vapores de transporte aéreo por conta e cinzas da fumaça e das cinzas vulcâ- férteis, já que as lavas e as cinzas são ricas em substâncias que servem nicas, que atrapalham a visibi- saída de magma lidade e impedem a saída de de adubo para as plantas. Esse é um dos motivos pelos quais se for- cratera pessoas do local em que acon- mam cidades em volta dos vulcões, apesar de não ser seguro. lava teceu a erupção vulcânica. Ammit/Alamy/Fotoarena AB Ao trabalhar a seção Saiba mais, relembre com os estu- rocha ígnea Designua/Shutterstock dantes alguns conceitos vistos (lava que no 6o ano, como as caracterís- esfriou) ticas das rochas magmáticas e da lava e a influência desse 1.19 Em A, vulcão Tungurahua em erupção no Equador, 2016. Em B, esquema de reservatório material na qualidade do solo, corte de vulcão ativo e estrutura interna do vulcão. (Elementos representados de magma tempos depois da erupção. em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) Saiba mais Efeitos das erupções vulcânicas GENNADY TEPLITSKIY/Shutterstock A lava expelida pelos vulcões pode causar um rastro de destruição por onde passa, matando plantas, animais e microrganismos. Mas as cinzas vulcânicas se espalham por milhares de quilômetros quadrados, dando fertilidade ao solo. Os efeitos das erupções podem ainda alterar o clima global, porque liberam gases que favorecem o aumento do efeito estufa, como o gás carbônico. Além disso, de- pendendo do tamanho da erupção e da quantidade de material liberado, as partículas 1.20 Intensa liberação de gases e jogadas na atmosfera podem impedir a passagem dos raios do Sol, formando uma cinzas pelo vulcão Shiveluch, na sombra e impedindo que o calor chegue à superfície. Veja a figura 1.20. Rússia, em 2017. Estima-se que, por causa de suas características, as erupções vulcânicas tenham influenciado muito a dinâmica de certas civilizações, como a do antigo Egito (323 a.C.-30 a.C.): para realizar o plantio e a colheita de alimentos e outros produtos, por exemplo, os egípcios dependiam das cheias do rio Nilo e, como o rio enchia quando chovia em grande quantidade no leste da África, nos anos afetados por erupções vulcânicas, as alterações climáticas prejudi- cavam a cheia do rio, o que trazia impactos enormes para toda a sociedade. Fonte: elaborado com base em CRIADO, M. A. Vulcões contribuíram para o colapso do Antigo Egito. El País Internacional. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/17/internacional/1508227377_259419.html>; Secretaria da Educação. Erupções vulcânicas e seus efei- tos. Disponível em: <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=284>; How Volcanoes Influence Climate. University Corporation for Atmospheric Research. Disponível em: <https://scied.ucar.edu/shortcontent/how-volcanoes-influence-climate>. Acesso em: 1o fev. 2019. 28 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera 28 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Os vulcões ativos do planeta 1.21 A região em destaque no Orientações didáticas mapa representa o Círculo Há certa coincidência entre as regiões onde ocorrem terremotos e onde há vulcões de Fogo, onde ocorre mais da Ao analisar a imagem 1.21, ativos – aqueles que entram em erupção ou que apresentam outros sinais de ativida- metade dos vulcões ativos ressalte a marcação do limite de, como emissão de fumaça. O motivo você já sabe: essas regiões ficam nas bordas do mundo. Na foto, lava de das placas tectônicas em roxo das placas tectônicas. erupção vulcânica no Havaí, e a posição do Brasil no meio em 2018. O rastro de lava de uma placa tectônica. É inte- Mais da metade dos vulcões ativos está na região do oceano Pacífico, no chama- percorreu cerca de 36 mil m2. ressante mostrar aos estudan- do Círculo de Fogo, uma faixa que abrange o sul do Chile, os Andes, a América Central, tes onde fica o Japão no mapa, o noroeste americano, a costa sudoeste do Canadá, o Alasca, o sul do Japão, o leste da pois é um dos países com maior China, as Filipinas, a Nova Guiné e a Nova Zelândia. Veja a figura 1.21. frequência de eventos sísmicos e de tsunamis no mundo. No Brasil não existem vulcões ativos atualmente. Mas, há milhões de anos, quan- do o país se situava em uma área de encontro de placas, erupções vulcânicas origina- Explique aos estudantes que ram ilhas, como as do arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco. o Havaí é um território dos Es- tados Unidos e está representa- Círculo de Fogo do no mapa como um conjunto de ilhas no oceano Pacífico. Banco de imagens/Arquivo da editora OCEANO GLACIAL ÁRTICO N Círculo Polar Ártico OL Explique também que a lava causa grande impacto tempo- S rário, destruindo a vegetação e provocando a morte de ani- culo d 0 3 535 7 070 km mais. No entanto, reforce que a lava, depois de resfriada, po- Trópico de Câncer Cír OCEANO Fogo de tornar o solo mais fértil, fa- Equador PACÍFICOe vorecendo o desenvolvimento de outros organismos. OCEANO ATLÂNTICO OCEANO 0° Limite de placas tectônicas ÍNDICO Região do Círculo de Fogo OCEANO Vulcão ativo na superfície Trópico de Capricórnio ATLÂNTICO Círculo Polar Antártico Fonte: elaborado com base em CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 169. Anadolu/Getty Images Mundo virtual Britannica Escola https://escola.britannica. com.br/levels/ fundamental Nessa plataforma de aprendizagem on-line é possível usar o mecanismo de busca por palavras-chave para encontrar muitas informações sobre placas tectônicas, vulcões, terremotos e tsunamis. Acesso em: 1o fev. 2019. As placas tectônicas • CAPÍTULO 1 29 CAPÍTULO 1 – MANUAL DO PROFESSOR 29

Respostas e ATIVIDADES orientações didáticas Respostas da seção Atividades nas Orientações didáticas. Antes de discutir as ativida- des propostas, sugerimos re- Aplique seus conhecimentos tomar o registro do boxe Para começar feito pelos estudantes 14 Observe o mapa-múndi a seguir. Explique por que daqui a alguns milhões de anos o mapa da Terra provavelmente será no início do capítulo. Peça aos diferente do que é hoje. estudantes que leiam os pró- prios registros e façam as mo- Mapa-mœndi dificações e adequações ne- cessárias para corrigir as res- 90º N 180º 120º O 60º O Meridiano de Greenwich0º60º L120º L180º América postas. Caso julgue necessário, Europa solicite que troquem o registro Banco de imagens/Arquivo da editoraOCEANO GLACIAL ÁRTICOÁsia com um colega. Dessa maneira, Oceania eles podem entrar em contato Círculo Polar Ártico África com diferentes respostas para Antártida a mesma questão e compará- 60º N -las com o próprio registro, va- lorizando as ideias de outras 30º N OCEANO pessoas para a construção de Trópico de Câncer ATLÂNTICO suas próprias concepções. Equador OCEANO OCEANO Aplique seus 0º PACÍFICO PACÍFICO conhecimentos OCEANO N As atividades podem ser usa- ÍNDICO das em diferentes momentos, conforme o professor julgar Trópico de Capricórnio mais adequado, para sistema- 30º S tizar conceitos vistos ao longo do capítulo. OL 1. Essa diferença é esperada 60º S Círculo Polar Antártico S devido à lentaecontínuamo- vimentação das placas tec- OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO tônicas, que promove uma reconfiguração na posição 0 2 620 5 240 km dos continentes. 90º S 2. Resposta na reprodução do Livro do Estudante. Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar (versão web). Disponível em: <https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#mapa2>. Acesso em: 1o fev. 2019. 3. Resposta na reprodução do Livro do Estudante. 1.22 4. Oterritóriobrasileiroestási- 24 Identifique as alternativas verdadeiras, assinalando-as. tuado na região mais central ( X ) A litosfera é formada pela crosta e pela parte externa do manto. da placa tectônica Sul-Ame- ( X ) As placas tectônicas estão em constante movimento. ricana, longe das bordas. ( ) A parte do manto formada por rochas derretidas é chamada de lava. ( X ) A maioria dos vulcões ocorre nas bordas das placas tectônicas. 5. Porque esses países estão ( ) Terremotos têm mais chance de ocorrer em locais distantes das bordas das placas tectônicas. localizados na região de en- ( X ) Os continentes e o fundo dos oceanos fazem parte das placas tectônicas. contro das placas tectônicas ( X ) O choque entre duas placas pode formar cadeias de montanhas. de Nazca e Sul-Americana. ( X ) O deslizamento de uma placa tectônica sobre outra pode provocar terremotos. 6. Porque essas regiões estão 34 Tanto os tsunamis quanto os terremotos costumam ocorrer (assinale a única resposta correta): situadas nos limites entre ( ) em regiões situadas no centro de uma placa tectônica. as placas tectônicas. Como ( X ) devido à movimentação das placas tectônicas. as placas se movimentam, ( ) devido a erupções vulcânicas nos continentes, que provocam deslocamento do magma na direção do litoral. pode haver choque ou atri- ( ) pelo aquecimento das águas dos oceanos. to entre elas, facilitando a ocorrência de tremores e 44 Ao contrário do que acontece em países como o Japão ou o Chile, os terremotos observados no Brasil são, em geral, tsunamis ou a formação e de baixa intensidade. A que se deve essa diferença? erupção de vulcões. 54 Observe o mapa das placas tectônicas (figura 1.5) e responda: Por que os países mais atingidos por terremotos na Amé- rica do Sul são o Equador, o Peru e o Chile? 64 Por que os vulcões e os terremotos são mais frequentes em certas regiões do planeta? 30 ATIVIDADES 30 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Gerson Gerloff/Pulsar ImagensRespostas da seção Atividades nas Orientações didáticas. Respostas e orientações didáticas 74 Identifique os fenômenos que correspondem às descrições abaixo: a) Um forte estrondo. Uma nuvem espessa e escura de vapores e cinzas sobe no ar. Uma pasta quente (de 800 °C a Aplique seus conhecimentos 1 250 °C de temperatura) desce pela montanha. Erupção vulcânica. 7. Respostas na reprodução b) Um som que vai se tornando cada vez mais forte. O chão treme e pode até rachar. Terremoto. do Livro do Estudante. c) Uma onda gigantesca se aproxima do litoral e se projeta em direção ao continente. Tsunami. 8. As chances de ocorrer ter- 84 Quanto mais distante uma região estiver dos pontos de encontro ou de afastamento entre duas placas tectônicas, remotos são menores. menor ou maior é a chance de ocorrerem terremotos? 9. À medida que cavamos 94 O trabalho em minas profundas é difícil. Veja a figura 1.23. Uma das condições para a realização desse trabalho é mais fundo, ficamos mais perto do calor proveniente manter o ambiente refrigerado. Explique por que essa refrigeração é necessária. das partes mais internas da Terra, que são extrema- 1.23 Trabalhador mente quentes. verificando sistema de ventilação em 10. Porque de sua abertura sai mina em Ametista o magma, que fica no inte- (RS), 2014. rior da Terra. 104 Explique por que os vulcões podem ser úteis nas pesquisas sobre o interior da Terra. Investigue Investigue Em alguns pontos do plane- Faça uma pesquisa sobre o item a seguir. Você pode pesquisar em livros, revistas, sites, etc. Preste atenção se o con- ta o magma está localizado mui- teúdo vem de uma fonte confiável, como universidades ou outros centros de pesquisa. Use suas próprias palavras para to próximo à superfície e sua elaborar a resposta. temperatura provoca o aqueci- mento da água subterrânea. ¥ O que é gêiser? Onde ele é encontrado? Como o ser humano utiliza o gêiser em seu benefício? Essa água, quando superaque- cida, jorra em forma de jatos: é De olho no texto o gêiser. A temperatura da água de um gêiser pode ultrapassar Macacos da América do Sul tiveram origem na África, dizem cientistas os 100 ¡C. Na Islândia, onde há Depois de analisar três fósseis de dentes de macacos extintos, encontrados naAmazônia peruana, cientistas encon- muitos gêiseres, essa água quente é bombeada para as ca- traram fortes indícios de que os macacos sul-americanos vieram da África. [...] sas e usada para aquecimento. Os novos fósseis demonstram que os macacos chegaram pela primeira vez no continente sul-americano há pelo me- De olho no texto nos 36 milhões de anos. De acordo com os autores, as características dos dentes fósseis mostram que o macaco – batiza- do pelos pesquisadores de Perupithecus ucayaliensis – tinha muito pouca semelhança com qualquer primata extinto ou a) Resposta pessoal. vivo na América do Sul, mas era surpreendentemente parecido com macacos africanos que viveram na África. b) A origem evolutiva dos ma- A história evolutiva dos macacos no continente é considerada um mistério para a ciência. Como resultado dos movi- cacos da América do Sul, mentos de placas tectônicas,aAmérica do Sul ficou isolada daÁfrica há cerca de 65 milhões de anos.Ainda assim,muitos ou seja, a história evoluti- cientistas suspeitavam que os macacos daAmérica do Sul teriam vindo daÁfrica,depois de uma longa jornada pelo Oce- va dos macacos. ano Atlântico. [...] c) Por meio do estudo de ter- CASTRO, F. Macacos da América do Sul tiveram origem na África, dizem cientistas. O Estado de S. Paulo. Disponível em: <https://ciencia.estadao. remotos e outras evidências com.br/noticias/geral,macacos-da-america-do-sul-tiveram-origem-na-africa-dizem-cientistas,1629578>. Acesso em: 1o fev. 2019. geológicas, descobriu-se que a crosta da Terra é divi- a) Consulte em dicionários o significado das palavras que você não conhece e redija uma definição para essas palavras. dida em placas rochosas b) Qual mistério da ciência é discutido pelo texto? que se movimentam muito c) Como a deriva dos continentes explica o formato complementar entre a costa do Brasil e o litoral oeste da África? lentamente. Há evidências d) Por que essa deriva continental não explica a origem dos macacos na América do Sul? de que, há milhões de anos, os continentes estavam uni- ATIVIDADES 31 dos, formando um imenso continente chamado Pan- geia. Em dado momento, esse continente começou a se dividir em blocos me- nores, que lentamente se movimentaram até ocupar a disposição atual dos con- tinentes. d) Porque os continentes se separaram há 65 milhões de anos e os fósseis de ma- cacos encontrados na Amé- rica do Sul são de apenas 36 milhões de anos atrás. Isso significa que os conti- nentes americano e africa- no já tinham se separado quando os macacos apare- ceram na América do Sul. CAPÍTULO 1 – MANUAL DO PROFESSOR 31

Respostas e Respostas da seção Atividades nas Orientações didáticas. orientações didáticas De olho na imagem De olho na imagem A imagem abaixo retrata um acontecimento histórico: a cidade representada na gravura é Lisboa, capital de Portugal; Depois de analisar a imagem a data é 1o de novembro de 1755. e discutir as questões propostas, oriente os estudantes a elaborar Reprodução/Arquivo da editora uma gravura para representar o mesmo fenômeno e a buscar re- 1.24 Gravura representando um fenômeno ocorrido em Lisboa em novembro de 1755. Artista desconhecido. presentações semelhantes feitas por diferentes artistas, em dife- a) Observe as cores e os traços usados na composição da imagem. Na sua opinião, por que a representação foi feita rentes épocas e locais. Esta pro- dessa forma? posta tem por objetivo estimular os estudantes a valorizar e a fruir b) À esquerda da imagem está representado o mar e à direita está a cidade. O que é possível observar nesses dois as diversas manifestações artís- locais? ticas e culturais, das locais às mundiais, e também a participar c) Que fenômenos estudados neste capítulo estão sendo retratados? de práticas diversificadas da pro- d) Que indicações na gravura confirmam sua resposta? dução artístico-cultural, desen- e) Qual é a causa desses fenômenos? volvendo essa competência geral f) Seria provável uma representação semelhante a essa no Brasil? Por quê? da BNCC (CG 3). Trabalho em equipe a) Resposta pessoal. Espera- -se que o estudante reco- Cada grupo de estudantes vai escolher uma das atividades a seguir para pesquisar em livros, revistas ou sites nheça que os traços, as confiáveis (de universidades, centros de pesquisa, etc.). Vocês podem buscar o apoio de professores de outras dis- cores e as formas como os ciplinas (Geografia, História, Língua Portuguesa, etc.). Exponham os resultados da pesquisa para a classe e a comu- elementos foram represen- nidade escolar (estudantes, professores e funcionários da escola e pais ou responsáveis), com o auxílio de ilustrações, tados indicam uma situação fotos, vídeos, blogues ou mídias eletrônicas em geral. Ao longo do trabalho, cada integrante do grupo deve defender perigosa, de calamidade. seus pontos de vista com argumentos e respeitando as opiniões dos colegas. b) Nomarépossívelvernavios 14 Onde ocorreu o terremoto que causou o maior número de mortes de pessoas? Onde ocorreu o tsunami mais intenso sendo chacoalhados ou afun- deste século? Quais foram os terremotos mais recentes percebidos no Brasil? Localize em mapas as regiões men- dando. Na cidade se obser- cionadas em sua resposta. vam edifícios caindo, fogo, fumaça e muitas pessoas. 24 Ao longo da história da humanidade, alguns vulcões ficaram famosos pelo seu poder de destruição. Sobre esse tema, pesquisem o que ocorreu nas cidades de Pompeia e Herculano, na Itália, e na ilha de Krakatoa, na Indonésia. Localizem c) Terremoto e tsunami. em mapas essas regiões. d) Prédios desabando e gran- 34 Pesquisem explicações dadas pelas civilizações antigas da China e da Grécia para os terremotos. des ondas no mar. 32 ATIVIDADES e) O deslizamento rápido en- tre placas tectônicas, libe- 1. O terremoto que provocou o maior número de mortes – 830 mil Santos, São Paulo, Uberlândia e no Distrito Federal. Auxilie os rando muita energia. pessoas – ocorreu na China, em 1556. Em 2004, tsunamis estudantes a encontrar nos mapas a localização das regiões atingiram o sul e o sudeste da Ásia e causaram mais de 230 atingidas pelos terremotos. f) Não, pois no Brasil ocorrem mil mortes, além de deixar milhões de pessoas desabrigadas. apenas terremotos de bai- Foi o maior tsunami do século, até 2018. 2. No ano de 79 d.C., as cidades de Pompeia e Herculano, na xa intensidade. O país está Itália, foram soterradas por lava e cinzas lançadas pelo localizado no meio de uma Em janeiro de 2017, um tremor de 4,8 pontos foi registrado vulcão Vesúvio, causando a morte de milhares de pessoas. placa tectônica, longe dos no Maranhão. Cidades do Piauí também foram afetadas pelos As ruínas de Pompeia foram desenterradas em 1738 e se limites, onde esses fenô- tremores. Em abril de 2018, um terremoto de 6,8 pontos, com constatou que muitos objetos da cidade estavam em boas menos são mais comuns e origem na Bolívia, foi sentido no Brasil nas cidades de Marília, condições. intensos. Trabalho em equipe Nesta atividade são propos- tas algumas pesquisas. Apro- veite a oportunidade para recomendar aos estudantes que citem as fontes de pes- quisa, colocando o nome do autor, a data e o local onde foi escrito o texto, o tipo de fonte (livro, internet, etc.). Explique que esse procedimento dá oportunidade para que outras pessoas conheçam e utilizem essas fontes. Pode-se apro- veitar ainda para alertar os estudantes de que é preciso tomar cuidado com as fontes da internet, recomendando que busquem sites de univer- sidades, instituições governa- mentais, órgãos de pesquisa e outras fontes confiáveis. 32 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Respostas da seção Atividades nas Orientações didáticas. Respostas e orientações didáticas Aprendendo com a prática Aprendendo com a Nesta atividade vocês vão montar um quebra-cabeça de placas tectônicas. Vejam o que é necessário para realizá-la e prática sigam as instruções. Além de contribuir para o de- Material senvolvimento das habilidades • Caneta EF07CI15 e EF07CI16 , a ativida- • Cola em bastão de tem um caráter lúdico e ajuda • Folha de cartolina a desenvolver as capacidades • Mapa das placas tectônicas (pode ser obtido na internet) motora e de observação. Outro • Tesoura de pontas arredondadas aspecto importante das ativida- des práticas é trabalhar com com- Procedimento petências gerais da BNCC, como 1. Imprimam duas cópias do mapa com as placas tectônicas que vocês conseguiram na internet. Colem uma das cópias as que dizem respeito a exercitar a empatia, o diálogo, a resolução em folha de cartolina. Recortem a borda que não vai ser usada e depois cortem a figura em pedaços – nesse caso, de conflitos e a cooperação (CG 9) os pedaços a serem cortados são as diferentes placas tectônicas. e a agir pessoal e coletivamente 2. Troquem as peças cortadas com outro grupo, mas cada grupo ficará com a cópia não cortada do mapa original. com autonomia, responsabilida- 3. Após montar o quebra-cabeça, com auxílio do mapa da página 18 deste livro, os grupos vão conferir com o original, de, flexibilidade, resiliência e de- fazendo as correções necessárias. O mapa pode não ser exatamente igual ao original do livro, uma vez que, para terminação (CG 10). simplificar, algumas placas podem deixar de ser representadas no mapa. 4. Finalmente, os mapas montados podem ser colocados em um mural da sala. Autoavaliação Ilustranet/Arquivo da editora 1. Realize um levantamento das estratégias adotadas, 1.25 Representação da montagem do quebra-cabeça de placas tectônicas. (Elementos avaliando quais são as mais representados em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) frequentes e quais são as menos frequentes entre o Autoavaliação grupo. Caso algum estudan- te relate não adotar estraté- 1. Como você tentou superar as dúvidas que surgiram no decorrer do capítulo? gias, questione os motivos 2. Em quais atividades você retomou o texto ou as ilustrações e os mapas do capítulo para embasar suas respostas? pelos quais isso ocorreu, 3. Você ficou satisfeito com seu entendimento da atividade prática? Conseguiu relacionar os resultados observados orientando-o a experimentar as diferentes estratégias ci- com o conteúdo trabalhado no capítulo? tadas por outros estudantes nas próximas oportunidades. ATIVIDADES 33 2. Avalie se os estudantes têm o hábito de retomar concei- tos durante a realização de atividades. É importante estimular a leitura e a inter- pretação autônomas, prin- cipalmente de mapas e ilustrações, tanto como uma estratégia de superação de dúvidas quanto como uma prática de embasamento conceitual. 3. Como a satisfação pode ser subjetiva, busque estimular a reflexão sobre as expecta- tivas iniciais e a sua concre- tização após a realização da atividade prática, incenti- vando os estudantes a ava- liar se, durante a atividade, seus pensamentos e suas ações se valiam dos conhe- cimentos construídos ao lon- go do capítulo. O vulcão Vesúvio tornou-se célebre porque suas cinzas acabaram uma queda de temperatura média de cerca de meio grau durante moldando o corpo de muitas vítimas. Aplicando-se gesso nesses o ano de 1884. Só depois de cinco anos, quando toda a poeira ti- moldes, foi possível criar reproduções dessas pessoas, na posi- nha se depositado, o clima do planeta retornou ao normal. ção em que elas estavam no momento do acidente. 3. Para a civilização antiga chinesa, os terremotos eram distúr- bios do cosmos. Na Grécia antiga, Anaxágoras (500 a.C.-428 a.C.) Em 1883, um vulcão da ilha de Krakatoa, na Indonésia, provocou achava que eles eram causados por um excedente de água per- tamanha explosão que ondas de até 40 m de altura invadiram a to da crosta terrestre, enquanto para Demócrito (460 a.C.-370 a.C.) terra e devastaram cidades e aldeias, matando mais de 36 mil a causa era a saturação da Terra com a água. Já para o inventor pessoas. As cinzas cobriram uma área de mais de 800 mil quilô- do primeiro instrumento para detectar terremotos, Zhang Heng, metros quadrados. A poeira lançada na atmosfera se espalhou eles eram causados pelo vento e pelo ar. por toda a Terra e bloqueou parte dos raios do Sol, o que causou CAPÍTULO 1 – MANUAL DO PROFESSOR 33

CAPÍTULO 2 CAPÍTULO A composição da atmosfera e suas Objetivos do capítulo 2 alterações Neste capítulo serão aborda- Wolfgang Kaehler/LightRocket/Getty Images dos assuntos relacionados ao ar. O estudo é iniciado pela compo- 2.1 Urso–polar (Ursus maritimus; 1,8 m a 2,4 m) caminha no gelo no arquipélago de Svalbard, Noruega, 2015. Essa Para começar sição do ar, explorando o fato de espécie e muitas outras estão ameaçadas por atividades humanas que alteram a composição da atmosfera. ele ser uma mistura de gases. 1. De que é formado Nesse contexto, é dada especial Respostas do boxe Para começar nas Orientações didáticas. o ar? atenção ao gás oxigênio e às rea- ções de combustão que eviden- O ar é um dos componentes de extrema importância para a sobrevivência na 2. Qual é a importância ciam a presença desse gás no ar. Terra: nele estão o gás carbônico, necessário na fotossíntese, e o gás oxigênio, ne- do efeito estufa cessário para a respiração de muitos seres vivos. A atmosfera – camada de ar que para a manutenção Em seguida são analisados envolve a Terra – mantém a temperatura da superfície do planeta adequada à vida, da temperatura da os ciclos do oxigênio, do carbono além de filtrar os raios solares. No entanto, como veremos a seguir, diversas ativi- superfície da Terra? e do nitrogênio, dando base pa- dades humanas têm alterado os componentes do ar, abalando o equilíbrio de todo ra que os estudantes possam o planeta. Veja a figura 2.1. 3. Que fenômenos analisar fenômenos naturais e naturais e atividades antrópicos que alteram a com- humanas podem posição do ar. A temática da alterar a composição imagem de abertura deste ca- do ar? Que pítulo é muito emblemática, pois problemas isso pode acompanha reportagens, divul- causar e o que gações científicas e textos em devemos fazer a geral que tratam do aquecimen- respeito? to global. Assim, é esperado que os estudantes percebam a rele- 4. O que causa a vância dos temas tratados no destruição da capítulo. Estimule os estudantes camada de ozônio e a compartilhar o que sabem so- como os seres vivos bre o assunto, relacionando a são afetados por imagem ao título do capítulo. esse processo? Como podemos Habilidades da BNCC preservar a camada abordadas de ozônio? EF07CI12 Demonstrar que o ar 34 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera é uma mistura de gases, iden- tificando sua composição, e Respostas do boxe Para começar discutir fenômenos naturais ou antrópicos que podem alterar 1 O ar é uma mistura de gases: gás nitrogênio, gás oxigênio, gás carbônico, vapor de água, entre outros. essa composição. 2 O efeito estufa mantém a temperatura média da superfície do planeta em torno de 15 °C, temperatura compatível com a vida como EF07CI13 Descrever o mecanis- a conhecemos. mo natural do efeito estufa, seu 3 A respiração e a combustão consomem gás oxigênio do ar e produzem gás carbônico, enquanto a fotossíntese realiza o pro- papel fundamental para o desen- volvimento da vida na Terra, dis- cesso contrário. O ar também tem sua composição alterada pela emissão de gases e materiais particulados dos vulcões, que- cutir as ações humanas da de asteroides, entre outros fenômenos naturais. A queima de combustíveis, de lixo e atividades industriais produzem responsáveis pelo seu aumento compostos que poluem o ar e alteram sua composição. O aumento da concentração de gás carbônico intensifica o efeito estu- artificial (queima dos combustí- fa, resultando em alterações climáticas. Há muitas medidas para amenizar a poluição atmosférica, entre elas: normas para veis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro. EF07CI14 Justificar a importân- cia da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fa- tores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e dis- cutir propostas individuais e co- letivas para sua preservação. Para ampliar o trabalho com o conteúdo, consulte a Sequência Didática dispo- nível no Material Digital do Professor. 34 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

1 A composiç‹o do ar Orientações didáticas No 6o ano você conheceu algumas propriedades do ar. Estudou que ele é formado Sugerimos que inicie a aula de matéria e por isso tem massa. Veja a figura 2.2. Nela podemos observar que os relembrando com a turma que o balões flutuam no ar. Isso acontece porque eles estão cheios de ar aquecido. Como a ar é uma mistura de gases. É es- quantidade de ar (massa) dentro do balão permanece constante e, ao ser aquecida, se perado que eles já saibam que expande, o ar de dentro do balão apresenta uma densidade menor do que o ar de fora, no processo de respiração dos que está mais frio. É por essa razão que os balões conseguem voar. animais o gás oxigênio presente no ar passa para a corrente san- André Dib/Pulsar Imagens guínea e o gás carbônico é eli- minado com o ar expirado. Esse 2.2 Balão de ar quente sobrevoando a Chapada dos Veadeiros em Alto Paraíso de Goiás (GO), 2018. conhecimento pode ser utilizado como forma de contextualização Você se lembra de quais são os gases que compõem o ar? Dois deles estão pre- para iniciar o assunto. sentes no ar em maior quantidade: gás nitrogênio e gás oxigênio. Veja na figura 2.3 Explique que, além desses dois gases, existem outros que com- como essa proporção pode ser representada em um gráfico. põem a atmosfera; analise com a turma o gráfico da figura 2.3. Como visto no 6o ano, esse tipo de Banco de imagens/Arquivo da editora Em seguida, questione os es- gráfico é chamado gráfico circular, gráfico Volume de gases no ar atmosférico seco tudantes sobre o motivo pelo qual os balões flutuam no ar. Anote de setores ou, ainda, gráfico de pizza. Ob- outros (1%) todas as hipóteses no quadro e serve que o círculo está dividido, a partir discuta coletivamente cada uma, construindo argumentos que pos- do centro, de acordo com os valores de sibilitem confirmar ou refutar ca- da hipótese. Dessa forma, os cada categoria. O gás nitrogênio, que é o estudantes desenvolvem algu- mas competências gerais e es- gás mais abundante, ocupa a maior par- oxigênio (21%) pecíficas da BNCC, como exercitar a curiosidade e recorrer à abor- te da área do círculo. dagem própria das ciências para investigar e elaborar hipóteses O ar também contém uma proporção nitrogênio (78%) para resolver problemas (CG 2). menor de gás carbônico e outros gases, Se julgar pertinente, faça uma comparação com um copo de além de uma quantidade variável de vapor água com gelo. O gelo flutua na água porque é menos denso (a de água. mesma massa ocupa mais es- paço) do que a água líquida. 2.3 Proporção de gases existentes no ar seco Apesar de esse comportamen- (sem vapor de água). Em 100 L de ar, há 78 L to ser uma exceção (compor- tamento anômalo da água, já de gás nitrogênio, 21 L de gás oxigênio e que, no estado sólido, os demais somente 1 L de gás carbônico e outros gases. materiais tendem a apresentar uma contração de volume), es- se é um exemplo simples e co- tidiano que pode ajudar os estudantes a sedimentarem o conceito de densidade, que se- rá fundamental no estudo das Ciências da Natureza. Fonte: elaborado com base em GRIMM, A. M. A atmosfera. Departamento de Física Ð UFPR. Disponível em: <http://fisica.ufpr.br/ grimm/aposmeteo/cap1/cap1-2.html>. Acesso em: 1o fev. 2019. A composição da atmosfera e suas alterações • CAPÍTULO 2 35 controlar a emissão de gases que aumentam o efeito estufa; reflorestamento de áreas degradadas; controle das queimadas 35 (em lavouras, pastagens e florestas); preservação de florestas; transporte coletivo de qualidade. 4 A camada de ozônio é destruída principalmente pelos clorofluorcarbonos (CFCs), usados na produção de refrigeradores e apa- relhos de ar condicionado, por exemplo. A destruição da camada de ozônio aumenta a incidência de raios ultravioleta do Sol sobre a superfície da Terra, deixando os seres vivos mais expostos aos efeitos nocivos desses raios e sujeitos a doenças co- mo o câncer de pele e a catarata. O governo pode, por exemplo, planejar a substituição das substâncias nocivas à camada de ozônio por outras e adotar políticas de incentivo à substituição de equipamentos de refrigeração antigos. Os cidadãos devem ficar atentos ao destino de aparelhos antigos com CFCs: ao consertar um desses aparelhos, é preciso ter certeza de que a empresa contratada recolhe o gás, em vez de liberá-lo para o ambiente. CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR

Orientações didáticas Saiba mais Você verá ao longo do estudo de Ciências e de A leitura de gráficos é uma Gráficos Matemática que os habilidade que deve, sempre que gráficos são muito possível, ser estimulada. Suge- Os gráficos são muito comuns em livros, jornais e trabalhos científicos. Eles nos ajudam a importantes para rimos que peça aos estudantes visualizar e compreender melhor várias informações. No mundo do trabalho, diversos pro- analisar e comparar que leiam, individualmente e em fissionais leem e compõem gráficos para entender os mais variados tipos de situação, como diversos tipos de dados. silêncio, a seção Saiba mais. na economia ou no meio ambiente. Em seguida, questione o que Você viu na página anterior um gráfico de setores. Conheça agora outros dois tipos de compreenderam da leitura e, gráfico: o de colunas e o de linhas. após a acolhida das respostas, faça com os estudantes a lei- No gráfico de colunas, há duas linhas – uma horizontal e outra vertical – chamadas eixos. tura dos gráficos apresentados O eixo horizontal é separado em categorias. No eixo vertical é indicada uma quantidade. nas figuras 2.4 e 2.5. Aproveite Cada coluna, portanto, indica a quantidade referente a cada categoria. Veja a figura 2.4. esse momento para avaliar os conhecimentos deles sobre os Volume de gases no ar atmosférico seco diferentes tipos de gráfico e a interpretação dos dados. Caso Banco de imagens/Arquivo da editora 90 21 2.4 Gráfico de colunas julgue necessário, realize um 80 78 Oxigênio representando a proporção de trabalho com o professor de % do volume 70 gases no ar atmosférico seco. Matemática e utilize os dados 60 As colunas devem sempre ter a do gráfico da figura 2.4 para 50 1 mesma largura e a distância construir um gráfico de setores 40 Outros entre elas deve ser igual. (“pizza”) e os dados da figura 30 2.5 para a construção de um 20 Fonte: elaborado com base em GRIMM, A. gráfico de colunas (com seis 10 M. A atmosfera. Departamento de Física colunas: 1960, 1970, 1980, – UFPR. Disponível em: <http://fisica.ufpr. 1990, 2000 e 2010). 0 br/grimm/aposmeteo/cap1/cap1-2.html>. Nitrogênio Acesso em: 1o fev. 2019. O gráfico acima é outra representação das mesmas porcentagens que apareceram na Partes por milhão: figura 2.3. refere-se a quantas partes de um No gráfico de linhas, os pontos referentes aos dados são conectados por linhas, ressal- determinado tando as mudanças de um determinado processo ou fenômeno. No exemplo da figura 2.5, componente existem podemos perceber o aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera medido em em 1 milhão de partes partes por milhão (ppm) nas últimas décadas. da mistura. Concentração de gás carbônico na atmosfera no Observatório de Mauna Loa (EUA) Banco de imagens/Arquivo da editora 400 2.5 Gráfico de linhas representando a mudança na concentração de gás Partes por milhão (ppm) 380 carbônico no ar com o passar dos anos. Cada ponto do gráfico 360 corresponde à média anual. Os dados foram coletados no observatório de 340 Mauna Loa, no Havaí, EUA. 320 Fonte: elaborado com base em Trends in 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 atmospheric carbon dioxide. NOAA Earth Ano System Research Laboratory. <https://www. esrl.noaa.gov/gmd/ccgg/trends/full.html>. Acesso em: 1o fev. 2019. 36 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera Texto complementar – Interpretação de gráficos: atividade social e conteúdo de ensino Os gráficos se apresentam como uma ferramenta cultural o método empregado para se estabelecer a relação entre os va- que pode ampliar a capacidade humana de tratamento de in- lores quantitativos. O modo mais utilizado está vinculado ao formações quantitativas e de estabelecimento de relações entre diagrama linear, onde a partir da correspondência entre os ele- as mesmas. A apresentação gráfica é frequentemente associada mentos de cada eixo são estabelecidos pontos que são unidos à coordenação de informações quantitativas dispostas em dois por segmentos de reta [...]. eixos perpendiculares; um horizontal (chamado eixo dos x ou abscissa) e um vertical (eixo dos y ou ordenada). Convencio- Existem também os chamados gráficos de barras que confrontam nalmente, os gráficos podem ser classificados de acordo com quantidades por meio de figuras que se assemelham a barras, cuja largura geralmente é constante e não tem nenhuma relação com as 36 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

Gás oxigênio e combustão Atenção Orientações didáticas Mesmo tendo fósforo ou isqueiro, um astronauta não poderia acender uma vela O fogo pode ser muito É importante que os estudan- na Lua. Você sabe por quê? perigoso e se espalhar tes identifiquem o termo com- rapidamente. Não bustão como sinônimo de queima Para responder a essa pergunta você precisa saber que para um material queimar brinque com isqueiros, e compreendam que esse fenô- é necessária a presença de gás oxigênio. Na Lua não é possível acender o fósforo, o palitos de fósforo ou meno só ocorre em presença do isqueiro ou a vela porque lá não há gás oxigênio. velas. gás oxigênio. O processo de queima é também chamado de combustão. Na combustão, a in- Mundo virtual A combustão é um fenômeno teração do gás oxigênio com outras substâncias, chamadas combustíveis, libera gran- presente no cotidiano e é espe- de quantidade de energia em pouco tempo. A energia da combustão é usada, por Prevenção a incêndios rado que os estudantes não te- exemplo, nos fogões para cozinhar os alimentos. O combustível no fogão é o gás de – Prefeitura de Itanhaém nham dificuldade em citar situa- cozinha. Veja a figura 2.6. (SP) ções ou locais em que ocorre. http://www.itanhaem. Questione-os sobre a importân- Koldunov/Shutterstock sp.gov.br/noticias/2015- cia desse fenômeno para as mais 01-19-Prevencao_a_ variadas atividades humanas, incendios_comeca_por_ como o preparo de alimentos, o cuidados_basicos_dentro_ aquecimento de residências e o de_casa.php transporte (uso de combustíveis Texto com automobilísticos). recomendações para prevenir incêndios dentro Ao abordar a figura 2.7, expli- das residências. que aos estudantes que a para- Acesso em: 1o fev. 2019. fina queima quando se aproxima da chama no pavio, transforman- 2.6 A combustão está presente em várias situações do dia a dia, como quando preparamos alimentos. do-se, principalmente, em gás carbônico e água. Se julgar per- Agora observe a figura 2.7, que mostra a mudança no tamanho de uma vela con- tinente, esclareça aos estudantes forme ela queima. Para onde vai a parafina? que uma parte da parafina não sofre combustão, mas apenas Vectorpocket/Shutterstock derrete (fenômeno físico). Essa é a parafina que geralmente so- 2.7 Quanto mais tempo bra quando o pavio já foi comple- uma vela permanece tamente consumido. Isso ocorre acesa, menor ela fica. porque essa porção de parafina (cuja quantidade varia de acordo A combustão transforma o combustível (nesse caso, a parafina) em outras subs- com a qualidade do pavio e a pu- tâncias, principalmente gás carbônico e vapor de água. Quer dizer, a combustão é uma reza da parafina utilizada na con- transformação química ou uma reação química. fecção da vela) não ficou próxima o suficiente da chama, não atin- A composição da atmosfera e suas alterações • CAPÍTULO 2 37 gindo a combustão. quantidades, enquanto que, a altura ou comprimento varia em fun- (e.g., valores monetários) ou valores quantitativos relativos, como é Vale a pena ressaltar que o gás ção da magnitude dos valores representados. o caso dos gráficos de porcentagens. [...] refletir sobre a necessidade carbônico e a água são formados de abordagens pedagógicas mais efetivas para o ensino e a aprendi- quando a combustão é completa, Um outro tipo refere-se aos gráficos de setores ou setograma, re- zagem de gráficos. Uma vez que o reconhecimento da importância ou seja, quando ocorre em pre- presentado por um círculo cuja área é dividida em regiões propor- deste tópico nos currículos escolares dos vários níveis de ensino, sença de gás oxigênio suficiente cionais a determinadas quantidades. pressupõe e exige um melhor aprofundamento dos diversos proces- para a formação do gás carbôni- sos envolvidos na interpretação dos gráficos. [...] co. Caso contrário, pode ocorrer De um modo geral a natureza dos dados numéricos apresenta- a combustão incompleta, com a dos pelos gráficos pode ser representativa de quantidades absolutas formação de monóxido de carbo- no e carbono (fuligem). MONTEIRO, C. E. F. Interpretação de gráficos: atividade social e conteúdo de ensino. Disponível em: <http://www.ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/docs_22/carlos.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2019. Atenção Nesse tópico é tratado o as- sunto da combustão e por is- so é muito importante alertar os estudantes a não manipu- larem fogo, na escola ou em sua residência. Acidentes domésticos en- volvendo o fogo são potencial- mente perigosos e podem colocar em risco a vida dos estudantes e daqueles que estiverem próximos. Sugeri- mos que, sempre que possível, reforce os alertas de seguran- ça indicados no livro e esteja sempre atento a qualquer in- dicativo de manipulação inde- vida, sobretudo de fogo e de objetos perfurocortantes. CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR 37

Orientações didáticas Para que um automóvel funcione, por exemplo, é preciso que ocorra a combustão Mundo virtual da gasolina ou do etanol dentro do motor. Uma peça chamada vela solta uma faísca É importante que os estudan- responsável por iniciar a combustão, que então libera a energia necessária para gerar O cientista que tes percebam que a combustão movimento. Veja a figura 2.8. desvendou o mistério da é uma forma de obtenção de água – Ciência Hoje das energia, seja para assar um bo- Ody_Stocker/Shutterstock Crianças lo, seja para alimentar a rede http://chc.org. elétrica de um município. br/o-cientista-que- desvendou-o-misterio-da- Pergunte aos estudantes o agua/ que conhecem sobre a geração O texto conta um pouco de energia elétrica. Acolha as da história de como o respostas e explique, utilizando cientista Lavoisier a imagem 2.9, como se dá o estudou o fenômeno da processo de obtenção de ener- combustão. gia elétrica em uma usina ter- Acesso em: 1o fev. 2019. melétrica, enfatizando o papel da combustão no processo. Se julgar interessante, e hou- ver recursos disponíveis, é pos- sível, neste momento, trabalhar com o texto indicado no Mundo virtual do Livro do Estudante. 2.8 A fumaça que sai do escapamento dos carros é resultado da combustão que ocorre no motor. Uma faísca faz com que o combustível reaja com o gás oxigênio do ar, provocando uma explosão. A energia liberada por combustão também é utilizada em usinas termelétricas. Você vai aprender mais Nelas, a energia da combustão de carvão ou petróleo, por exemplo, é utilizada para fer- sobre usinas termelétricas ver a água e produzir vapor, que movimenta turbinas e gera eletricidade. Veja a figura 2.9. e outras fontes de energia no 8o ano. Fabio Colombini/ Acervo do fotógrafo 2.9 Usina termelétrica Presidente Médici, em Candiota (RS), 2017. 38 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera Texto complementar – Usina termelétrica convencional Definição Uma usina termelétrica pode ser definida como um conjunto de obras e equipamentos cuja finalidade é a geração de energia elétrica, através de um processo que consiste em três etapas. Nas usinas térmicas convencionais, a primeira etapa consiste na queima de um combustível fóssil, como carvão, óleo ou gás, transfor- mando a água em vapor com o calor gerado na caldeira. A segunda consiste na utilização deste vapor, em alta pressão, para girar a turbina, que por sua vez, aciona o gerador elétrico. Na terceira etapa, o vapor é condensado, transferindo o resíduo de sua energia térmica para um circuito independente de refrigeração, retornando a água à caldeira, completando o ciclo. 38 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

O ciclo do oxig•nio Alguns organismos, como Orientações didáticas certas bactérias e fungos, Você sabe por que não podemos viver sem o gás oxigênio? A maioria dos seres não dependem do gás Além da combustão, é essen- vivos, incluindo os seres humanos, usa esse gás para liberar a energia armazenada oxigênio para obter cial que os estudantes compreen- nos alimentos. O processo de liberação de energia do alimento com o uso do gás oxi- energia. dam o papel fundamental do gás oxigênio na manutenção da vida gênio é chamado de respiração celular aeróbia e ocorre dentro das células. Aeróbia: do grego aeros, dos seres vivos aeróbios. As plantas, as algas e certas bactérias, além de realizarem a respiração celular que significa “ar”. O gás oxigênio está presente aeróbia, ainda realizam a fotossíntese. Esse processo utiliza água e gás carbônico do em uma série de processos bio- químicos, sendo um dos com- ambiente – para a produção de açúcares, usados como Swapan Photography/Shutterstock ponentes-chave do metabolismo da maioria dos organismos vivos. fonte de alimento por esses organismos – e, como produ- Utilize o tempo que julgar ne- to, libera gás oxigênio. O gás oxigênio produzido pelos or- cessário para explorar com os estudantes o esquema que re- ganismos fotossintetizantes e esses próprios organismos presenta o ciclo do gás oxigênio no planeta Terra, na imagem são consumidos também pelos animais e por outros seres 2.11, evidenciando sempre o papel desse gás na manuten- vivos, como os fungos. Veja a figura 2.10. ção da vida, tanto nos ambien- tes aquáticos (dissolvido na No processo de decomposição, bactérias e fungos água) quanto nos terrestres. obtêm energia a partir de restos orgânicos, como pedaços de plantas e animais mortos. Observe na figura 2.11 como o oxigênio circula na na- tureza: ele é produzido pela fotossíntese e consumido pela respiração dos seres vivos, na combustão e na decompo- sição. Trata-se do ciclo do oxigênio. Veja também que, nos 2.10 Em um aquário, por exemplo, os peixes (a espécie da foto ambientes aquáticos, as algas microscópicas são os princi- mede cerca de 5 cm de comprimento) aproveitam o gás pais organismos fotossintetizantes. oxigênio produzido pelas algas e também se alimentam delas. Luis Moura/Arquivo da editora oxigênio atmosférico combustãoozônio respiração e decomposiçãooxigênio atmosférico fotossíntese respiração celular e decomposição respiração e decomposição fotossíntese algas microscópicas Fonte: elaborado com base em The Oxygen Cycle. University of Illinois Urbana-Champaign. Disponível em: <http://butane.chem.uiuc.edu/pshapley/Environmental/L29/4.html>. Acesso em: 1o fev. 2019. 2.11 Representação esquemática simplificada do ciclo do oxigênio. Enquanto a respiração, a decomposição e a combustão consomem gás oxigênio, a fotossíntese repõe esse gás na atmosfera. Além disso, parte do gás oxigênio é transformada em gás ozônio na atmosfera, pela ação dos raios ultravioleta. (Elementos representados em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) A composição da atmosfera e suas alterações • CAPÍTULO 2 39 Como funciona 39 A potência mecânica obtida pela passagem do vapor através da turbina - fazendo com que esta gire - e no gerador - que também gira aco- plado mecanicamente à turbina - é que transforma a potência mecânica em potência elétrica. A energia assim gerada é levada através de cabos ou barras condutoras, dos terminais do gerador até o transformador elevador, onde tem sua tensão elevada para adequada condução, através de linhas de transmissão, até os centros de consumo. Daí, através de transformadores abaixadores, a energia tem sua tensão levada a níveis adequados para utilização pelos consumidores. FURNAS. Sistema Furnas de geração e transmissão. Disponível em: <http://www.furnas.com.br/hotsites/sistemafurnas/usina_term_funciona.asp>. Acesso em: 7 fev. 2019. CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR

Orientações didáticas No 6o ano, vimos que a estratosfera é a camada de ar acima da troposfera. A troposfera é a camada de onde os seres vivos retiram o gás oxigênio para sua res- Explore com os estudantes piração e, no caso das plantas, o gás carbônico para a fotossíntese. a ilustração que representa as camadas da atmosfera na figu- Na estratosfera, que vai de cerca de 15 quilômetros a mais ou menos 50 qui- ra 2.12, dando especial atenção lômetros de altitude, além de gás nitrogênio, há uma quantidade muito pequena à estratosfera, camada em que de gás oxigênio. Há também maior concentração do gás ozônio. Nessa camada, ocorre o equilíbrio entre o gás parte do gás oxigênio é transformada em outro gás, o ozônio, ao ser atingida pela oxigênio atmosférico e o ozô- radiação ultravioleta do Sol. Ao mesmo tempo, ocorre a transformação inversa: o nio, mencionados na figura 2.11 ozônio é transformado em gás oxigênio também pela ação dos raios ultravioleta. da página 39. Caso seja neces- Essas duas transformações químicas vão ocorrendo de forma contínua e simultâ- sário, retome informações so- nea, mantendo em equilíbrio a camada de ozônio na estratosfera. Reveja a figu- bre as camadas da atmosfera ra 2.11, na página anterior. Mais adiante, veremos que certos produtos químicos do capítulo 4 do 6o ano. podem acelerar a destruição do ozônio e isso pode causar danos aos seres vivos. Veja a figura 2.12. shooarts/Shutterstock exosfera satélite satélite 500 km termosfera mesosfera 80 km estratosfera 50 km avião a jato camada de ozônio 25 km avião 15 km troposfera balão 2.12 A maior concentração de ozônio está entre 20 km e 35 km de altitude. (Elementos representados em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) 40 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera Texto complementar – Estrutura da atmosfera A atmosfera é constituída de cinco camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera. O ar se torna mais rarefeito quanto mais distante da superfície terrestre, e é por isso que os alpinistas normalmente levam oxigênio com eles quando escalam altas montanhas. A troposfera é a única camada em que os seres vivos podem respirar normalmente. • Troposfera - As condições climáticas acontecem na camada inferior da atmosfera, chamada troposfera. Essa camada se estende até 20 km do solo, no equador, e a aproximadamente 10 km nos polos. • Estratosfera - A estratosfera chega a 50 km do solo. A temperatura vai de 60 °C negativos na base ao ponto de congelamento na parte de cima. A estratosfera contém ozônio, um gás que absorve os prejudiciais raios ultravioleta do Sol. Hoje, a poluição está ocasionando “buracos” na camada de ozônio. 40 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

O ciclo do carbono Denis Larkin/Shutterstock/Glow Images Orientações didáticas Você já tomou água mineral gasosa ou gaseificada? Em sua opinião, de 2.13 Bolhas de gás carbônico Para que os estudantes com- que são formadas as pequenas bolhas dessa água? Veja a figura 2.13. Existem em um copo com água preendam a vastidão da pre- águas minerais naturalmente gasosas; outras são gaseificadas artificialmen- mineral gaseificada. sença do elemento carbono, se te. Em ambos os casos, o gás que forma as bolhas é o gás carbônico, como julgar pertinente, divida a turma nos refrigerantes. em grupos e peça a cada um que faça uma pesquisa e ela- O gás carbônico é encontrado naturalmente na atmosfera e faz parte de bore um cartaz com desenhos um ciclo da natureza conhecido como ciclo do carbono. Veja a figura 2.14. ou recortes de objetos, animais, vegetais ou minerais que con- Uma parte do carbono da Terra está nos compostos minerais – como tenham carbono. Eles devem aqueles presentes nas carapaças de organismos com concha, como as ostras e perceber que todos os seres os caracóis; ou no esqueleto de crustáceos, como caranguejos e lagostas. No vivos apresentam compostos próximo capítulo, vamos conhecer um pouco sobre esses organismos. de carbono, mas enfatize que eles deverão entender melhor Outra parte se encontra ainda na forma de depósitos orgânicos fósseis – como sobre átomos e moléculas no o carvão mineral, o petróleo e o gás natural. Essas reservas de carbono se origina- 9o ano. ram de vegetais e de outros organismos que foram soterrados e, durante centenas de milhões de anos, estiveram sujeitos a grandes pressões das camadas de sedi- No dia da apresentação e so- mentos. Essas formas de carbono voltam à atmosfera como gás carbônico principal- cialização dos cartazes, discuta mente pela queima de combustíveis fósseis. com os estudantes a abundân- cia desse elemento e explore a Como você viu nas páginas anteriores, esse gás é usado pelas plantas, pelas algas figura 2.14, que ilustra o ciclo do e por certas bactérias na produção de açúcares pela fotossíntese. Ele é também um carbono no planeta Terra. dos gases liberados na respiração, na decomposição e na combustão (que ocorre em fábricas, em veículos e na queima de florestas, por exemplo). Mundo virtual gás carbônico Para saber mais sobre ci- clos globais de carbono, nitro- Luis Moura/Arquivo da editora gênio e enxofre, consulte o artigo do Caderno Temático fotossíntese n. 5, maio/2001, sobre Quími- respiração e decomposição ca Ambiental no site: <http:// qnesc.sbq.org.br/online/ fotossíntese cadernos/05/quimica_da_ respiração e decomposição atmosfera.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2019. respiração celular e decomposiçãoalgas microscópicas combustão carvão mineral Fonte: elaborado com base em The carbono cycle. University Corporation for Atmospheric Research. Disponível em: <https://scied.ucar.edu/carbon-cycle>. Acesso em: 1o fev. 2019. 2.14 Representação esquemática simplificada do ciclo do carbono. Pela respiração, pela decomposição e pela combustão, o gás carbônico é lançado no ambiente. Pela fotossíntese, ele é consumido. (Elementos representados em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) A composição da atmosfera e suas alterações • CAPÍTULO 2 41 • Mesosfera - O topo da mesosfera fica a 80 km do solo. É muito fria, com temperaturas abaixo de 100 °C negativos. A parte inferior é 41 mais quente porque absorve calor da estratosfera. • Termosfera - O topo da termosfera fica a cerca de 450 km acima da Terra. É a camada mais quente, uma vez que as raras moléculas de ar absorvem a radiação do Sol. As temperaturas no topo chegam a 2.000 °C. • Exosfera - A camada superior da atmosfera fica a mais ou menos 900 km acima da Terra. O ar é muito rarefeito e as moléculas de gás “escapam” constantemente para o espaço. Por isso é chamada de exosfera (parte externa da atmosfera). IAG-USP. As camadas da atmosfera. Disponível em: <http://www.iag.usp.br/siae98/atmosfera/estrutura.htm>. Acesso em: 7 fev. 2019. CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR

Orientações didáticas O ciclo do nitrog•nio nódulos com SPL/Fotoarena bactérias O ciclo do nitrogênio encerra Vimos que o gás nitrogênio é o encontrado em o estudo dos ciclos biogeoquí- micos deste capítulo. maior quantidade no ar. O nitrogênio é um elemento Após a leitura conjunta do químico fundamental para a vida, mas poucos seres raiz texto desta página com os es- tudantes, explore a figura 2.16, vivos são capazes de absorvê-lo da atmosfera. Um que ilustra o ciclo do nitrogênio, dando especial atenção ao pa- grupo específico de bactérias, que pode ser encon- pel das bactérias e dos fungos decompositores. trado nas raízes de certas plantas, é capaz de fazer É importante que os estu- isso, incorporando o nitrogênio em compostos que dantes compreendam o papel desses microrganismos, pois podem ser usados pelas plantas. Veja a figura 2.15 . é possível que ainda associem esses seres exclusivamente a Esse processo é chamado fixação do nitrogênio. A par- agentes causadores de doen- ças, os patogênicos. Esclareça tir desses compostos, as plantas produzem proteínas que os microrganismos que cau- sam doenças serão vistos no e outras substâncias que formam seus corpos. Poste- 2.15 Nódulos com bactérias fixadoras de nitrogênio associados às capítulo 6. riormente, essas substâncias são aproveitadas pelos raízes de uma planta do grupo das leguminosas (como o feijão e a animais que comem plantas e, então, pelos outros seres soja). As bactérias são seres com uma única célula e não são visíveis a Atividade vivos ao longo das cadeias alimentares. olho nu, mas podem formar conjuntos, ou colônias, que são visíveis, complementar como esses nódulos. Se julgar necessário, solicite Quando os animais e as plantas morrem, parte dessas substâncias que contêm aos estudantes que pesquisem atividades humanas que utili- nitrogênio é transformada pela decomposição em substâncias mais simples (compos- zam microrganismos. É inte- ressante que eles produzam tos nitrogenados), que podem novamente ser usadas pelas plantas. um texto próprio a partir das informações pesquisadas. Re- Como vimos no 6o ano, a decomposição realizada por bactérias e fungos é um force que eles devem buscar informações em fontes confiá- processo muito importante para o ambiente. É pela ação dos seres decompositores veis e apresentar suas fontes ao final do texto. Um exemplo que os elementos químicos, como o nitrogênio, são reciclados na natureza. Outra é o site da Secretaria da Educa- ção do Paraná, disponível em: parte das substâncias que contêm nitrogênio é transformada em gás nitrogênio por <http://www.ciencias.seed.pr. gov.br/modules/noticias/article. certas bactérias do solo e volta para a atmosfera. Desse modo, o nitrogênio é recicla- php?storyid=559>. Acesso em: 7 fev. 2019. do na natureza por meio do ciclo do nitrogênio, como mostra a figura 2.16. Essa atividade permite a rea- gás nitrogênio lização de um trabalho em con- na atmosfera junto com Língua Portuguesa e pode contribuir para o desen- compostos nitrogenados Plantas absorvem compostos Luis Moura/Arquivo da editora volvimento de competências nitrogenados do solo. relacionadas ao uso da lingua- compostos gem escrita para se expressar nitrogenados Bactérias fixadoras e partilhar informações. transformam o gás Bactérias transformam Organismos compostos nitrogenados decompositores nitrogênio em (bactérias e fungos) compostos nitrogenados. de volta em gás devolvem compostos nitrogênio. nitrogenados para o solo. solo Fonte: elaborado com base em GALLO, L. A. Metabolismo do nitrogênio – ciclo do nitrogênio. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Disponível em: <http://docentes.esalq.usp.br/luagallo/nitrogenio.htm>. Acesso em: 1o fev. 2019. 2.16 Representação esquemática simplificada do ciclo do nitrogênio. (As bactérias são microscópicas. Elementos representados em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) 42 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera Texto complementar – O nitrog•nio e o ciclo do nitrog•nio As plantas requerem certo número de elementos além daqueles que obtém diretamente da atmosfera (carbono e oxigênio sob a forma de dióxido de carbono) e da água do solo (hidrogênio e oxigênio). Todos estes elementos, com exceção de um, provêm da desintegração das rochas e são captados pelas plantas a partir do solo. A exceção é o nitrogênio, que representa 78% da atmosfera terrestre. Embora as rochas da superfície terrestre constituam também a fonte primária de nitrogênio, este penetra no solo, indiretamente por meio da atmosfera, e, através do solo, penetra nas plantas que crescem sobre ele. Entretanto, a maioria dos seres vivos é capaz de utilizar o nitrogênio atmosfé- rico para sintetizar proteínas e outras substâncias orgânicas. (Ao contrário do carbono e do oxigênio, o nitrogênio é muito pouco reativo 42 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

2 A destruição da camada Orientações didáticas de ozônio O texto desta página aborda um conteúdo com diversos as- A ciência e a tecnologia podem tanto melhorar a qualidade de vida das pessoas pectos importantes a serem trabalhados com os estudantes, quanto causar sérios problemas. Na década de 1930, a criação de um grupo de gases dentre os quais ressaltamos: chamados clorofluorcarbonos (CFCs) foi uma inovação tecnológica que parecia ter • A importância dos estudos científicos para o conheci- apenas vantagens. mento do planeta, do seu fun- cionamento e dos impactos Os CFCs não eram inflamáveis, não eram tóxicos nem corrosivos e passaram a que as ações antrópicas cau- sam ao meio ambiente. ser usados em frascos de inseticidas, desodorantes e outros produtos na forma de • A necessidade da constan- sprays (aerossóis). Eram usados também em aparelhos de ar condicionado e geladei- te avaliação dos impactos ambientais causados pelas ras, na produção de espumas de sofá e de colchões, entre outras aplicações. atividades humanas. Porém, após alguns anos, pesquisas científicas começaram a indicar pro- • A importância do pensamen- to crítico, que permite ao blemas decorrentes do uso desses gases. cidadão conhecer e se posi- cionar diante das mais va- Na década de 1970, o mexicano Mario José Molina (1943-), o estadunidense riadas situações. Frank Sherwood Rowland (1927-2012) e o holandês Paul Josef Crutzen (1933-) No início, o alerta sobre a • O reconhecimento de que destruição dessa camada os avanços tecnológicos descobriram que os gases CFCs e outras substâncias contendo cloro, flúor ou bromo foi considerado exagerado podem, além de benefícios por outros cientistas. imediatos, trazer problemas estavam destruindo a camada de ozônio. Na estratosfera, sob o efeito dos raios Posteriormente, por essa que impactam no ambiente descoberta, os três e na qualidade de vida das ultravioleta do Sol, os CFCs aceleram a transformação do ozônio em gás oxigênio. cientistas ganharam o populações. prêmio Nobel de Química Observe a figura 2.17. em 1995. • A relevância da união entre países para chegar a acordos Formaram-se assim os chamados “buracos na camada de ozônio”, regiões Mundo virtual e compromissos na tentativa de solucionar problemas am- em que a concentração de ozônio diminuiu. Como essa camada absorve parte Proteção da camada de bientais. ozônio – Ministério do dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol, nas regiões com menor concentração de Meio Ambiente Sugerimos iniciar a aborda- http://www.mma.gov.br/ gem do tema perguntando aos ozônio os raios ultravioleta passam em maior intensidade, atingindo e prejudi- clima/protecao-da- estudantes o que sabem sobre camada-deozonio a destruição da camada de ozô- cando os seres vivos. Medidas de proteção da nio. Acolha as respostas, escla- camada de ozônio e de reça dúvidas que possam surgir A maior incidência de raios ultravioleta na superfície da Terra intensifica o nú- combate ao e, caso julgue pertinente, reto- desmatamento que o me as ideias iniciais dos estu- mero de casos de câncer de pele e de catarata (problema nos olhos que afeta a visão). Brasil está adotando para dantes, verificando possíveis seguir a Política Nacional mudanças nos conceitos. Os raios ultravioleta também afetam outros seres vivos e podem até matar algas sobre Mudança do Clima. Acesso em: 1o fev. 2019. ibrary/Latinstock que produzem alimento e gás oxigê- nio nos ecossistemas aquáticos. Science Photo L concentração de ozônio menor maior 2.17 Representação da concentração de ozônio na atmosfera em 2016. O continente no centro da figura é a Antártida. Os tons azulados representam menor concentração de ozônio. Observe a escala. (Cores fantasia.) A composição da atmosfera e suas alterações • CAPÍTULO 2 43 do ponto de vista químico, e apenas certas bactérias e algas azuis possuem a capacidade altamente especializada de assimilar o nitrogênio da atmosfera e convertê-lo numa forma que pode ser usada pelas células. A deficiência de nitrogênio utilizável constitui muitas vezes, o principal fator limitante do crescimento vegetal. O processo pelo qual o nitrogênio circula através das plantas e do solo pela ação de organismos vivos são conhecidos como ciclo do nitrogênio. GALLO, L. A.; BASSO, L. C. O nitrogênio e o ciclo do nitrogênio. Disponível em: <http://docentes.esalq.usp.br/luagallo/nitrogenio.htm>. Acesso em: 7 fev. 2019. CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR 43

Orientações didáticas Recuperaç‹o da camada de oz™nio O dia 16 de setembro é o Dia Internacional para a Sugerimos que faça a leitura Várias reuniões internacionais foram realizadas para decidir sobre a redução da Preservação da Camada conjunta do texto sobre a recu- produção e do consumo não apenas dos CFCs, mas também de outras substâncias de Ozônio, em peração da camada de ozônio, destruidoras da camada de ozônio (SDOs), como o tetracloreto de carbono e o bro- comemoração à data de ressaltando a importância da meto de metila. assinatura do Protocolo de responsabilidade individual nas Montreal. questões ambientais, o que con- Em setembro de 1987, o Brasil e outros 196 países assinaram o Protocolo de tribui para um resultado positivo Montreal, tratado internacional que estabeleceu metas de eliminação de SDOs. Em para todos. Esse momento é in- 1990, foi instituído o Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Mon- teressante para desenvolver a treal, para dar assistência técnica e financeira aos países em desenvolvimento. competência geral da BNCC: “Agir pessoal e coletivamente com Os CFCs e outras substâncias nocivas começaram então a ser substituídos na autonomia, responsabilidade, indústria por gases alternativos, que não destroem a camada de ozônio ou são menos flexibilidade, resiliência e deter- nocivos a ela. minação, tomando decisões com base em princípios éticos, de- Além disso, no Brasil e em outros países, houve políticas de incentivo à substitui- mocráticos, inclusivos, susten- ção de equipamentos de refrigeração antigos, além de treinamento de profissionais táveis e solidários” (CG 10). para coletar os gases durante a manutenção de equipamentos com CFCs. Neste contexto, é importan- Desde que o Protocolo de Montreal entrou em vigor, as emissões de CFCs te que os estudantes percebam diminuíram e a camada de ozônio está se recuperando, uma vez que o ozônio se que são protagonistas da cons- forma constantemente a partir do gás oxigênio. Reveja a figura 2.11. trução de seus conhecimentos e devem ter consciência sobre O desenvolvimento de uma tecnologia como a dos CFCs, inicialmente atraente, é suas escolhas, cientes dos im- um exemplo de quão complexas e desconhecidas são as relações estabelecidas no pactos que podem causar. ambiente. Esse é também um exemplo de como, diante de uma crise, vários países podem unir esforços e chegar a acordos em busca de soluções. Se julgar pertinente, como atividade de contextualização, Além das providências governamentais, cada um de nós deve contribuir para a peça aos estudantes que rela- preservação da camada de ozônio. tem uma experiência em que tenham presenciado a resolu- Alguns substitutos dos CFCs ainda agridem, mesmo que em menor grau, a ção de um problema por meio camada de ozônio ou então colaboram para intensificar o efeito estufa. Assim, ao da união entre as pessoas da consertar ou substituir aparelhos refrigeradores, devemos nos certificar de que a família ou da comunidade. empresa contratada recolhe o gás, em vez de liberá-lo para o ambiente. Veja a figu- ra 2.18. Se for necessário descartar um aparelho velho, devemos procurar serviços de coleta especializados, que também disponham de equipamentos adequados para o recolhimento dos gases, que podem ser reutilizados. ermess/Shutterstock 2.18 O descarte de refrigeradores e aparelhos de ar condicionado antigos deve ser feito de forma adequada, para que os gases contidos nesses equipamentos não escapem para a atmosfera. 44 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera Texto complementar – Padrão de consumo atual é insustentável para população de 7 bilhões O sistema socioeconômico construído e adotado pela humanidade desde a Primeira Revolução Industrial, em 1750, possui um padrão de consumo insustentável para um mundo com 7 bilhões de pessoas como o atual, e mais ainda para a população que se estima que habi- tará a Terra daqui a poucas décadas, de 9 a 10 bilhões de indivíduos. A afirmação é do professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física (IF) da USP [...]. [...] O professor afirma não ver maior desafio para a ciência e a humanidade do que as mudanças climáticas, pois elas colocam em xeque nos- sa estrutura socioeconômica e nosso modo de viver. “Ainda tem gente que diz não acreditar nas mudanças climáticas, como o presidente 44 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

3 O efeito estufa e o Mundo virtual Orientações didáticas aquecimento global Centro de Ciência do A temática do aquecimento Sistema Terrestre – global é cada vez mais presen- Efeito estufa e aquecimento global são expressões muito usadas nos meios de Instituto Nacional de te nos meios de comunicação comunicação. Mas essas expressões têm significados diferentes. Pesquisas Espaciais tradicionais e em redes sociais. (INPE) Por esse motivo é possível que O efeito estufa é um fenômeno natural que contribui para manter a temperatura http://www.inpe.br/ os estudantes apresentem um média da superfície da Terra em torno de 15 °C. Sem ele, essa temperatura seria de ensino_documentacao/ conhecimento prévio sobre as 18 °C abaixo de zero. Portanto, o efeito estufa é importante para manter as condições difusao_conhecimento/ causas e consequências do do planeta compatíveis com a vida. cartilhas_didaticas.php aquecimento global. Cartilhas sobre mudanças Já o aquecimento global se refere ao aumento da temperatura média da super- climáticas, biodiversidade, Sugerimos que inicie o tópico fície da Terra. Veja as figuras 2.19 e 2.20. Os cientistas acreditam que o aumento da sustentabilidade e outros questionando os estudantes temperatura ao longo das últimas décadas ocorra por causa da intensificação do problemas globais. sobre o que entendem por aque- efeito estufa. Medições feitas por satélites são algumas das evidências que com- Acesso em: 1o fev. 2019. cimento global e efeito estufa. provam que a Terra retém cada vez mais o calor emitido pelo Sol. Acolha as respostas e, em se- guida, selecione um estudante Ismar Ingber/Pulsar Imagens para realizar a leitura em voz alta, para a turma, dos três pri- 2.19 Termômetro marcando meiros parágrafos desta página. temperatura alta no Rio de Janeiro (RJ), 2014. Em seguida, faça a mediação de um debate entre as respos- tas oferecidas pelos estudantes e o texto apresentado no livro, pontuando as diferenças e as semelhanças entre as informa- ções. Ao final, certifique-se de que os estudantes compreen- deram que os dois conceitos (efeito estufa e aquecimento global) estão intimamente re- lacionados, embora tenham sig- nificados diferentes. RukiMedia/Shutterstock 2.20 Termômetro marcando temperatura alta no verão de Granada, Espanha, 2017. Grande parte dos cientistas concorda que esse aumento tem como principal causa determinadas atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis para a obtenção de energia. O aumento da temperatura média acarreta diversas alterações climáticas que ameaçam a sobrevivência de várias espécies, incluindo a espécie hu- mana. Vamos conhecer um pouco mais esses dois processos. A composição da atmosfera e suas alterações • CAPÍTULO 2 45 eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas ele representa grandes interesses, assim como qualquer presidente. Não é uma questão de acreditar ou não, não é religião. As mudanças estão aí.” O professor ainda chama a atenção para um dilema ético causado pelas mudanças climáticas: “Temos o direito de causar a extinção em massa de inúmeras espécies que dividem o planeta conosco?”. De acordo com Artaxo, 40 bilhões de toneladas de gases estufa são lançadas na atmosfera todos os anos, uma taxa que ainda está em ascensão. Isso já gerou um aumento de 1oC na temperatura média do planeta – no Brasil, o aumento foi de 1,5o a 1,8o, uma mudança crítica para ecossistemas como a Amazônia. SMIRNE, D. C. Padrão de consumo atual é insustentável para população de 7 bilhões. Jornal da USP. Disponível em: <https://jornal.usp.br/universidade/padrao-de-consumo-atual-e-insustentavel-para-populacao-de-7-bilhoes/>. Acesso em: 7 fev. 2019. CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR 45

Orientações didáticas O efeito estufa Mundo virtual É importante que os estu- Você já visitou um local como o representado na figura 2.21? Principalmente em Efeito estufa – dantes compreendam que o regiões de clima mais frio, algumas plantas tropicais são cultivadas em estufas. Laboratório de Química efeito estufa é um fenômeno Ambiental (USP) natural e que só se torna um A luz do Sol atravessa as paredes transparentes da estufa e aquece o solo e o ar https://www.usp.br/ problema ambiental quando internos. Como o ambiente é fechado, esse ar quente não escapa, mantendo o am- qambiental/tefeitoestufa. amplificado pela emissão de biente interno mais quente do que o externo. htm gases, como o gás carbônico. Informações sobre efeito Pergunte aos estudantes se já estufa, aquecimento visitaram uma estufa de plan- global e várias outras tas e qual é a sensação de entrar questões ambientais. nela. Depois do compartilha- Acesso em: 1o fev. 2019. mento das experiências dos pixinoo/Shutterstockluz do Sol calor estudantes, utilize a figura 2.21 Luis Moura/Arquivo da editora para fazer o paralelo da ação 2.21 Representação da da atmosfera no aquecimento dispersão do calor em do planeta com a ação do vidro uma estufa de vidro. para o aumento de temperatu- ra no interior da estufa. Fonte: elaborado com base em Energy: The Driver of Climate. Climate Science Investigations (CSI). Disponível em: <www.ces.fau.edu/nasa/module-2/how-greenhouse-effect-works.php>. Acesso em: 1o fev. 2019. Mundo virtual Veja agora o que acontece com a Terra. Observe a figura 2.22. Para realizar com os estu- Assim como ocorre na estufa, a luz do Sol atravessa a atmosfera e aquece a dantes uma atividade prática Terra. Uma porcentagem do calor é refletida e não consegue escapar para o espaço, que simula o efeito estufa, sendo retida por certos gases da atmosfera. O principal gás que retém a energia consulte o site: <http://www. térmica é o gás carbônico, além do vapor de água. Esse efeito da atmosfera cienciamao.usp.br/tudo/exi sobre a temperatura da Terra é chamado efeito estufa. bir.php?midia=lcn&cod=_geo cienciassimuladordoef>. Aces- so em: 7 fev. 2019. 3 Outra parte é retida na 2 Parte desse calor é refletida atmosfera, aquecendo tanto pela atmosfera mais a superfície. quanto pela superfície e retorna para o espaço. 1 Parte dos raios do Sol atravessa a atmosfera e aquece o planeta. 2.22 Representação esquemática simplificada do efeito estufa. (Elementos representados Fonte: elaborado com base em Climate Processes. Virtual em tamanhos não proporcionais entre si; as distâncias não são reais. Cores fantasia.) Koshland Science Museum. Disponível em: <https://www. koshland-science-museum.org/explore-the-science/earth- lab/processes>. Acesso em: 1o fev. 2019. 46 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera 46 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

O aquecimento global Mundo virtual Orientações didáticas O aumento no número de indústrias e veículos no mundo representa um pro- Centro de Previsão do Se julgar pertinente, explique blema ambiental. Essas são as principais fontes emissoras de gás carbônico na Tempo e Estudos aos estudantes que o aqueci- atmosfera, porque na maioria dos casos há queima de combustíveis fósseis, como Climáticos – Instituto mento global é evidenciado por o carvão e o petróleo. Veja a figura 2.23. A maior parte desse gás carbônico não é Nacional de Pesquisas medições de temperatura fei- absorvida pela fotossíntese e fica na atmosfera. Reveja a representação do ciclo Espaciais (INPE) tas no decorrer de um longo do carbono na figura 2.14. http:// período. Isso é necessário por- videoseducacionais.cptec. que a análise de períodos cur- Sérgio Pedreira/Pulsar Imagens inpe.br/ tos pode induzir a erro, já que Vídeos educacionais a temperatura do planeta pode sobre mudanças ser muito influenciada por even- ambientais globais. tos climáticos pontuais, como Acesso em: 1o fev. 2019. o El Niño. 2.23 Trânsito de veículos e Se comparássemos, por exem- pedestres em avenida de plo, o ano de 2008, que teve tem- Salvador (BA), 2017. A queima peraturas “normais”, com o ano dos combustíveis libera gás de 1998, excepcionalmente quen- carbônico, que contribui para te em decorrência do El Niño, po- o aquecimento global. deríamos concluir erroneamente que o planeta está passando por Como consequência desse aumento da concentração de gás carbônico na atmos- um resfriamento global. fera, o efeito estufa se intensifica, causando o aquecimento global, que é a elevação da temperatura média do planeta. O aquecimento global decor- rente de ação antropogênica é Outros fatores que contribuem para o aquecimento global são os desmatamen- defendido pelo IPCC (sigla em tos e as queimadas. Veja a figura 2.24. As plantas retiram gás carbônico do ar durante inglês para Painel Intergover- a fotossíntese: quando elas são removidas, mais gás carbônico permanece na atmos- namental sobre Mudanças Cli- fera. Boa parte do gás carbônico retirado do ar pelas plantas é transformada nas máticas) e endossado pela substâncias que formam o corpo delas. Quando ocorre queimada de florestas, o car- maioria das organizações que bono das plantas é liberado na atmosfera sob a forma de gás carbônico. estudam o clima. André Dib/Pulsar Imagens Mundo virtual 2.24 Área desmatada e Para debater com os es- queimada para plantação tudantes alguns argumentos de mandioca em Mâncio dos cientistas céticos do Lima (AC), 2017. aquecimento global e as jus- tificativas científicas sobre A composição da atmosfera e suas alterações • CAPÍTULO 2 47 o aquecimento global, con- sulte o site: <https://skepti calscience.com/translation. php?lang=10>. Acesso em: 7 fev. 2019. Para saber mais sobre as pesquisas de aceitação da tese do aquecimento global pelos cientistas e em artigos científicos, consulte os sites: <http://mudancasclima ticas.cptec.inpe.br>; <http://www.mma.gov.br/ index.php?ido=conteudo. monta;idEstrutura=169>; <http://www.ipcc.ch/> (em inglês); <http://www.pnas.org/ content/pnas/107/27/12107. full.pdf> (em inglês). Acesso em: 7 fev. 2019. CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR 47

Orientações didáticas Também intensificam o aquecimento global o vapor de água e o gás metano na atmosfera. Este último é produzido em alguns tipos de decomposição de matéria É possível que os estudantes orgânica, em plantações de arroz e na fermentação do alimento no sistema digestório se surpreendam com o fato de de certos animais ruminantes, como o gado bovino. Veja a figura 2.25. as criações de gado contribuí- rem para o aquecimento global. Chico Ferreira/Pulsar Imagens Caso deseje explorar mais esse assunto com a turma, oriente-os 2.25 Alimentação de gado bovino a buscar informações, em fon- leiteiro em Ganhães (MG), 2018. A tes confiáveis, sobre a pecuária criação de gado também contribui e as mudanças climáticas. para o lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera. Nesse momento pode-se tra- balhar com os estudantes al- O aquecimento global pode provocar a elevação do nível dos mares devido ao Mundo virtual gumas competências derretimento do gelo nas montanhas e dos mantos de gelo na Groenlândia e na An- específicas de Ciências da Na- tártida, que se localizam sobre terra firme. Com isso, grandes áreas do litoral poderão Painel Brasileiro de tureza, como avaliar aplicações ser inundadas, deixando muitas pessoas desabrigadas e contaminando reservatórios Mudanças Climáticas e implicações políticas, so- de água doce nas regiões costeiras. (PBMC) cioambientais e culturais da http://www.pbmc.coppe. ciência e de suas tecnologias Também estão ocorrendo mudanças climáticas globais importantes, com maior ufrj.br/pt (CECN 4). É interessante, por- número de fenômenos climáticos extremos: ondas de forte calor, secas e inundações Criado nos moldes do tanto, que os estudantes con- mais frequentes. IPCC, o papel do PBMC é sigam relacionar diferentes reunir, sintetizar e avaliar fatos, desenvolvendo alterna- Todas as previsões sobre as consequências do aquecimento global dependem informações científicas tivas aos desafios do mundo das medidas tomadas no presente em relação, por exemplo, às emissões de carbo- sobre os aspectos contemporâneo. no, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC (sigla relevantes das mudanças em inglês). Esse órgão das Nações Unidas produz relatórios periódicos sobre o aque- climáticas no Brasil. A Atividade cimento global, tomando como base as pesquisas de 2 500 cientistas do mundo todo. página traz notícias sobre complementar Veja a figura 2.26. como situações climáticas anormais Solicite aos estudantes buscar JACQUES DEMARTHON/AFP (ondas de frio e de calor, informações sobre os relatórios estiagem, etc.) afetam do IPCC e sobre as reuniões mun- diferentes regiões do diais para a discussão de proble- planeta. mas ambientais e medidas Acesso em: 1o fev. 2019. globais para minimizá-los. Orga- nize os estudantes em grupos e oriente cada um a buscar infor- mações sobre um aspecto desse tema e trocar as informações obtidas para aumentar o reper- tório sobre o assunto. O conhecimento sobre esse tema permitirá aos estudantes debater criticamente notícias e reportagens divulgadas na mí- dia, estimulando-os a repensar atitudes e a exercer a cidadania em prol do ambiente e das ge- rações futuras. 2.26 Reunião de comemoração do aniversário de 30 anos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O evento ocorreu em março de 2018, na França. 48 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera 48 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Controle do aquecimento global Mundo virtual Orientações didáticas Em 2015, 195 países assinaram o Acordo de Paris, comprometendo-se a tomar Carona a pé Este momento pode ser inte- medidas para conter o aquecimento global. A meta estabelecida foi que o aumento http://caronaape.com.br ressante para consolidar o apren- não ultrapasse 2 °C – com esforços para limitá-lo a 1,5 °C – em relação aos níveis Projeto que tem como dizado e fornecer aos estudantes medidos antes da industrialização. objetivo sensibilizar e a possibilidade de executar al- capacitar os membros da gumas ações sobre os proble- Boa parte dos gases de efeito estufa acumulados atualmente na atmosfera re- comunidade escolar que mas ambientais citados neste sulta de emissões a partir da Revolução Industrial (a partir de 1750), sobretudo pelos moram próximo a capítulo: destruição da camada países desenvolvidos. As consequências atingem as gerações atuais e futuras, mos- percorrer juntos o trajeto de ozônio, aumento do efeito trando quanto é necessário reverter essa situação. até a escola. estufa e aquecimento global. Acesso em: 1o fev. 2019. De acordo com dados do IPCC, desde o início da Revolução Industrial, a con- Explore com os estudantes centração de gás carbônico no ar aumentou mais de 30% e é a maior dos últimos Eólico: do grego aíolos, as imagens apresentadas, re- 800 mil anos. significa “aquilo que se fletindo sobre a eficiência de relaciona com o vento”. medidas coletivas para o com- Pode parecer que 2 °C não fazem diferença, mas estima-se que, se esse valor for bate ao aquecimento global. ultrapassado, os efeitos serão muito piores. Por isso, o ideal é que na segunda meta- Ismar Ingber/Pulsar Imagens Explique-lhes que outras alter- de deste século a emissão dos gases de efeito estufa diminua radicalmente. Várias nativas para reduzir a emissão medidas têm sido discutidas e gradualmente postas em prática, como: de gases que contribuem para o efeito estufa serão estudadas • desenvolvimento de equipamentos mais eficientes, no 8o ano. Também no 8o ano que consumam menos energia; serão vistos mais detalhes so- bre o estudo do clima e sua re- • captura e armazenamento do gás carbônico emi- levância socioambiental. tido por indústrias; Sugerimos que a turma seja • ampliação das fontes de energia com menor emis- organizada em três grupos e que são de gás carbônico, como a energia hidrelétrica, cada um seja responsável por eólica, solar, etc. Veja a figura 2.27; pesquisar e desenvolver painéis sobre ações individuais impor- • redução do desmatamento e das queimadas e tantes que reduzam os impactos reflorestamento de áreas desmatadas; ambientais causados pelas ações humanas. Deixe cada gru- • construção de casas e edifícios que aproveitem a 2.27 Painéis solares usados em iluminação de rodovia po responsável por um tipo de iluminação e a ventilação naturais; em Duque de Caxias (RJ), 2018. impacto: produção industrial, transporte, alimentação. Orien- • melhorias no sistema de transporte coletivo. Veja Ismar Ingber/Pulsar Imagens te os estudantes a pensar em a figura 2.28. ações simples, como consumir mais alimentos in natura e me- Além dessas medidas coletivas, muitas delas de- 2.28 Ônibus híbrido, movido a nos alimentos industrializados; pendentes de políticas públicas implementadas pelos eletricidade e hidrogênio no optar por produtos com menos governos, existem atitudes que podem ser tomadas Rio de Janeiro (RJ), 2014. O embalagens e de produtores lo- por cada um de nós. Veja alguns exemplos e reflita projeto foi desenvolvido pelo cais (afinal, a produção de em- sobre o que você pode fazer. Laboratório de Hidrogênio balagens e o transporte de da Universidade Federal do mercadorias afetam o meio am- • Evitar o consumo excessivo e o desperdício, pois Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ). biente); sempre que possível, a produção e o transporte dos bens de consumo locomover-se sem utilizar meios produzem gases que contribuem com o aumen- de transporte que utilizem com- to do efeito estufa. bustíveis fósseis; etc. • Economizar energia: apagando as luzes de cômodos desocupados, desligando Promova uma discussão du- aparelhos que não estão em uso, tomando banhos mais curtos, etc. rante a exposição dos painéis pela turma e, se for possível, • Dar preferência ao transporte público ou, em caso de necessidade de veículos exponha-os em locais de socia- particulares, participar de caronas entre as pessoas de seu convívio. O uso de lização com a escola e a comu- bicicletas como meio de transporte em locais seguros também ajuda a diminuir nidade, ressaltando a importân- a quantidade de veículos motorizados em circulação. cia da divulgação desse tipo de informação. A composição da atmosfera e suas alterações • CAPÍTULO 2 49 Além das medidas coletivas, reforce com os estudantes a importância das medidas indi- viduais, contribuindo para a au- tonomia e o protagonismo da construção de seus conheci- mentos. CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR 49

Orientações didáticas Conexões: Ci•ncia e sociedade O texto da seção Conexões: Aquecimento global: o consenso Ciência e sociedade trata de um tema atual: as notícias falsas Estima-se que o aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera tenha se iniciado com a Revolução que circulam frequentemente Industrial, no final do século XVIII. A razão disso é que foi naquela época que o trabalho artesanal, ou seja, feito e com muita velocidade na in- manualmente pelas pessoas, começou a ser substituído pelo trabalho com o uso de máquinas movidas a combustível. ternet. Com essa rápida disse- Como você já sabe, a queima de combustíveis libera na atmosfera gases que contribuem para a intensificação do minação de informações, é de efeito estufa. suma importância preparar os estudantes para conseguirem Análises do clima indicam que, desde 1880, nove dos dez anos mais quentes ocorreram no século XXI. Além do avaliar com criticidade cada no- aumento da temperatura, também é maior a rapidez com que esse aumento ocorre: desde 1850, a temperatura tícia. O pensamento crítico em vem subindo em velocidade quatro vezes maior do que antes. relação a informações falsas protege o indivíduo e também Esses e outros dados são usados para compor um relatório sobre o aquecimento global, feito pelo IPCC. O órgão a sociedade, uma vez que a pes- analisa centenas de trabalhos científicos e considera milhares de séries de dados: alterações na temperatura da soa que consegue distinguir atmosfera e na concentração de gases de efeito estufa ao longo do tempo; alterações na proporção de água líquida informações de boatos terá e de gelo em diferentes regiões; redução no calor que tem escapado para o espaço nas últimas décadas; aumento mais critério na hora de com- da temperatura dos oceanos e subida do nível dos mares; entre outras informações. partilhar o que recebe. Mas você já deve ter visto, principalmente em mídias sociais, pessoas que negam o aquecimento global. O que Oriente-os a procurar sempre pensar sobre isso? as informações em sites confiá- veis, como de universidades, Primeiro, é importante sempre verificar se a fonte de uma informação é confiável. Para isso, uma boa ferramenta órgãos governamentais e cen- é a consulta de sites de universidades ou outros centros de pesquisa. Essa verificação é fundamental porque, muitas tros de pesquisa. Essa orienta- vezes, as pessoas acreditam em informações falsas e as compartilham de forma muito rápida. Veja a figura 2.29. ção vale não apenas para temas científicos, mas também políti- jakkaje808/Shutterstock cos, religiosos, econômicos ou qualquer assunto pelo qual te- nham interesse. Alerte-os a ter sempre cuidado ao compartilhar mensagens, dessa forma desen- volvendo competências gerais da BNCC de apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversi- dade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica (CG 8). 2.29 Com a internet as informações podem se espalhar muito rapidamente. Por essa razão, é importante ter cuidado com notícias imprecisas, duvidosas ou falsas. Com relação ao aquecimento global, é comum a circulação de análises e críticas que não foram publicadas em revistas científicas especializadas sobre o tema. A publicação nessas revistas é importante para que as hipóteses e observações possam ser checadas e avaliadas por outros cientistas, dando credibilidade às informações. Para a maioria dos pesquisadores de ciência do clima, há evidências suficientes de que está ocorrendo um aqueci- mento global causado principalmente pelas atividades humanas. Essa conclusão é endossada por várias organizações científicas que estudam o clima. 50 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera 50 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

4 Poluiç‹o do arMK photograp55/Shutterstock Em 1991, por exemplo, a Orientações didáticas Ricardo Teles/Pulsar Imagenserupção do monte A poluição do ar ocorre quando a Pinatubo, nas Filipinas, É importante que os estu- quantidade de certos gases e partículas reduziu a temperatura em dantes compreendam que po- sólidas no ar atinge níveis nocivos para os grandes áreas do planeta luente pode ser definido como seres vivos. Ela pode ser consequência da em cerca de 0,5 oC ao qualquer substância que altere queima de combustíveis (gasolina, diesel, longo de um ano. o equilíbrio do ambiente. carvão, lenha, etanol, etc.) e da queimada de florestas e matas. Essa é a chamada Assim, além das atividades poluição antrópica, porque resulta da humanas, fenômenos naturais ação humana. Veja a figura 2.30. também podem ser responsáveis por lançar poluentes na atmos- 2.30 Queimada em Canaã dos Carajás (PA), 2017. fera. Todavia, é preciso deixar cla- A composição do ar muda em áreas ao redor de ro que a poluição atmosférica queimadas: o ar torna-se mais seco e rico em gás com a qual convivemos atual- mente é majoritariamente resul- carbônico e outros compostos. tado das atividades humanas. Mas a poluição do ar também pode ser causada por fenômenos naturais, como Atividade as erupções vulcânicas ou a chegada de cometas e asteroides à Terra. Além de grande complementar quantidade de gás carbônico, os vulcões lançam outros gases, como o dióxido de en- xofre, e partículas de cinzas, que também são poluentes. As cinzas bloqueiam parte Caso julgue pertinente, soli- da luz solar e podem provocar diminuição da temperatura. cite aos estudantes que pes- quisem em fontes confiáveis Ao atingir a superfície da Terra, cometas e asteroides levantam uma nuvem de hipóteses para o desapareci- poeira e cinzas que altera a composição da atmosfera, podendo provocar mudanças mento dos dinossauros. climáticas. Em certos momentos da história da Terra, eventos como esses causaram a extinção de muitas espécies em um curto intervalo de tempo (em termos geológicos, No dia combinado para a en- “curto” significa algo até 100 mil anos). trega, por escrito, das pesqui- sas, faça a mediação de uma No fim do Cretáceo, por exemplo, há cerca de 65 milhões de anos, ocorreu uma discussão sobre o que foi pes- extinção em massa que eliminou cerca de 85% das espécies. Veja a figura 2.31. Uma quisado. Esta pode ser uma boa das teorias mais aceitas supõe a queda de um asteroide com cerca de 10 km de oportunidade para desenvolver diâmetro. O forte impacto levantou uma nuvem de poeira e cinzas que bloqueou competências específicas re- parte da luz solar e deixou o planeta escuro e frio por cerca de dois anos. Além disso, lacionadas à compreensão de o abalo provocou intensa atividade vulcânica, que cobriu imensas áreas com lava. conceitos fundamentais das Ciências da Natureza e ao do- mínio de procedimentos da in- vestigação científica, de modo a ter segurança no debate de questões científicas (CG 2). 2.31 Representação artística da Terra atingida pelo asteroide que provocou a extinção em massa de um grande número de espécies. (Elementos representados em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) A composição da atmosfera e suas alterações • CAPÍTULO 2 51 CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR 51

Orientações didáticas Fontes de poluição antrópica A gravidade dos problemas de saúde causados pela Sugerimos iniciar a aborda- Um dos gases que poluem o ar é o monóxido de carbono, um gás incolor e sem poluição atmosférica gem do tópico da página solici- cheiro, eliminado pelo escapamento de veículos. Ele é muito perigoso porque se com- depende da concentração tando aos estudantes que citem bina com a hemoglobina – proteína do sangue que transporta o gás oxigênio pelo de produtos tóxicos e do quais fontes de gases poluentes organismo –, podendo prejudicar a oxigenação sanguínea. tempo de exposição ao conhecem. Em seguida, ques- ambiente poluído. Idosos e tione-os sobre ações que podem A queima de carvão mineral e de derivados de petróleo por indústrias e veí- pessoas com problemas ser tomadas, tanto individual culos libera diversas substâncias que irritam os olhos e podem causar ou agravar respiratórios, como quanto coletivamente, para re- doenças respiratórias. Entre essas substâncias estão a poeira e a fuligem (que são alergias, bronquite, asma e duzir tais emissões. partículas muito pequenas de material) e gases com nitrogênio e enxofre. enfisema, são o grupo mais prejudicado. Acolha as respostas, escla- Esses gases ainda podem formar ácidos que, ao se combinarem com a água da reça dúvidas que possam sur- atmosfera, resultam em neblinas e chuvas ácidas. A acidez varia, mas pode chegar a gir e, caso julgue pertinente, destruir plantações e florestas, corroer prédios e monumentos e acabar com a vida em para sensibilizar a turma sobre certos ambientes aquáticos. Veja a figura 2.32. a gravidade desse problema ambiental, peça aos estudan- O que devemos fazer tes que realizem uma pesquisa sobre os efeitos da poluição É muito importante que o governo, as empresas e indústrias, a sociedade e cada atmosférica na saúde humana um de nós adotemos medidas para reduzir a poluição do ar. Veja a seguir algumas ações e exponham as informações coletivas que podem amenizar esse problema. obtidas. • Produzir veículos que lancem menos poluentes no ar, seja pela instalação Essa proposta de trabalho de filtros e outros equipamentos, seja pela maior eficiência no uso do promove o desenvolvimento combustível. das competências CG 2, CG 7 e CG 10. • Manter o motor dos automóveis sempre regulado. • Estudar o trânsito de cada região e propor melhorias na circulação dos veículos 2.32 Estátua corroída pela para evitar congestionamentos. chuva ácida no parque Buenos Aires, • Investir no sistema de transporte coletivo, especialmente nos transportes em São Paulo (SP), 2015. que incluem veículos movidos a combustíveis menos poluentes, como o etanol ou o gás natural. Transportes movidos a energia elétrica, como o Daniel Cymbalista/Pulsar Imagens metrô, podem ser ainda melhores. • Orientar e fiscalizar indústrias em relação à instalação de filtros e equipamen- tos antipoluentes. • Manter sob permanente observa- ção os níveis de poluição do ar, re- duzindo ou interrompendo as ati- vidades poluidoras se necessário. • Diminuir o uso de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) e aumentar o uso das fontes de energia menos poluentes, como a energia eólica, a solar e a hidrelé- trica. • Criar áreas verdes e de lazer em centros urbanos, pois muitas plan- tas podem atuar como barreira antipoluentes. 52 UNIDADE 1 • Terra: Os movimentos da crosta e a atmosfera 52 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

ATIVIDADES respiração: a retirada do gás carbônico do ar e a li- Respostas da seção Atividades nas Orientações didáticas. beração do gás oxigênio para a atmosfera. Aplique seus conhecimentos 6. Estratosfera. Porque ab- sorve parte dos raios ul- 1 Usando apenas um copo e um pouco de água gelada, como é possível demonstrar que o ar contém vapor de água? travioleta do Sol, que 2 Qual é o gás necessário para que ocorra o fenômeno da combustão? poderiam causar danos aos 3 Quais são as duas principais substâncias produzidas quando ocorre uma combustão? seres vivos. 4 O professor fez o experimento ilustrado a seguir. 7. Porque parte do gás oxigê- nio inspirado é absorvida Ilustrações: KLN Artes Gráficas/Arquivo da editora AB C pelo corpo e utilizada na respiração celular. 2.33 Uma vela 8. Resposta pessoal. acesa apaga ao 9. Essas medidas geralmen- ser coberta por te são necessárias quando um copo. (Cores a taxa de radiação ultra- fantasia.) violeta está muito alta. O aumento da radiação pode a) Explique por que a vela coberta pelo copo se apaga rapidamente. ter sido provocado pela b) Se o copo fosse maior, o tempo até a vela se apagar mudaria? Seria maior ou menor? Por quê? destruição da camada de c) Em relação à concentração de gás carbônico no ar dentro do copo, você esperaria que ela fosse maior em B ou ozônio por CFCs e outros gases. em C? 5 Os seres vivos que dependem do gás oxigênio para respirar estão constantemente retirando esse gás do ar e lan- 10.Os animais obtêm essas substâncias ingerindo as çando gás carbônico na atmosfera. Que fenômeno garante que o gás oxigênio disponível para a respiração dos seres plantas ou outros seres vi- vivos não acabe? vos. As plantas absorvem, 6 Em que camada da atmosfera há maior concentração de ozônio? E por que a camada de ozônio é importante para a pelas raízes, substâncias vida na Terra? com nitrogênio produzidas 7 O ar que entra em nossos pulmões quando inspiramos contém cerca de 21% de gás oxigênio. Já o ar que sai quando ex- por bactérias que fazem a piramos contém aproximadamente 16% desse gás. Explique por que existe essa diferença na proporção de gás oxigênio. fixação desse gás no solo. 8 Escreva uma pequena redação utilizando todas as palavras do quadro abaixo: 11. a) Espera-se que o dese- ozônio raios ultravioleta CFCs geladeira nho do estudante tenha câncer sprays destruição ar-condicionado os elementos ilustra- dos na figura 2.22. 9 No fim do ano 2000, os 120 mil habitantes de Punta Arenas, cidade situada no extremo sul do Chile, foram avisa- dos para não saírem de casa entre 11 h e 15 h. Caso tivessem de sair, deveriam usar óculos escuros, filtro solar, b) A vida na Terra depende roupa de mangas compridas e chapéu para se protegerem. Crie uma hipótese para explicar por que as medidas das condições climáti- eram necessárias. cas proporcionadas pe- lo efeito estufa, como 10 Como os animais obtêm substâncias com nitrogênio se eles não conseguem utilizar o nitrogênio do ar (gás nitrogê- uma temperatura mé- nio)? E as plantas, como elas obtêm nitrogênio? dia de 15 °C. O que pre- cisa ser combatido é o 11 É comum ler em jornais e revistas impressos ou na internet textos que defendem que temos de combater o efeito aumento desse efeito, estufa. que vem causando al- a) Faça um desenho para explicar o efeito estufa. terações climáticas, b) Explique por que não devemos combater o efeito estufa, mas sim evitar que ele aumente. como o aumento do ní- c) Que ações humanas contribuem para o aumento do efeito estufa? vel dos oceanos, entre outras mudanças. ATIVIDADES 53 c) Os exemplos mais im- Respostas e orientações didáticas 4. a) Porque o gás oxigênio que existe dentro do copo é consu- portantes são a queima mido pela combustão da vela. Quando esse gás acaba, a dos combustíveis fós- Aplique seus conhecimentos queima é interrompida. seis e as queimadas. Essas atividades con- 1. Quando enchemos um copo com água gelada, em pouco b) Se o copo fosse maior, o tempo até a vela se apagar também tribuem para o aumen- tempo ele fica coberto de gotículas de água na parte de seria maior, porque haveria mais gás oxigênio disponível. to da concentração, na fora. Essa água estava presente no ar na forma de vapor atmosfera, de gases e se condensa ao entrar em contato com a superfície fria c) Em C, porque, ao mesmo tempo que a queima da vela con- que causam o efeito es- do copo. sumiu gás oxigênio, foi produzido gás carbônico. tufa. Além disso, o des- matamento faz com 2. Gás oxigênio. 5. A fotossíntese, realizada por plantas, algas e certas bacté- que diminua a captação 3. Vapor de água e gás carbônico. rias. Nesse processo ocorre o inverso do que acontece na do gás carbônico do ar pelas plantas. CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR 53

Respostas e Respostas da seção Atividades nas Orientações didáticas. orientações didáticas 12 Um automóvel com o motor ligado, dentro de uma garagem fechada, pode provocar a morte de uma pessoa em um Aplique seus período de aproximadamente 10 minutos. Justifique essa afirmação. conhecimentos 13 Explique por que o uso de transporte coletivo (como ônibus, trem e metrô), no lugar do carro, contribui para a redução 12.Porque a concentração de da poluição do ar. monóxido de carbono no ar pode atingir níveis mui- 14 Quais gases da atmosfera correspondem às características descritas abaixo? (Um gás pode corresponder a mais de to elevados e, conforme uma característica.) esse gás é inspirado, ele a) Forma a maior parte do ar. Gás nitrogênio. se combina com a hemo- globina do sangue, blo- b) É absorvido pelas plantas no processo de fotossíntese. Gás carbônico. queando o transporte de gás oxigênio no organismo. c) É absorvido pelos seres vivos no processo de respiração. Gás oxigênio. 13.Um ônibus transporta mais d) É o principal responsável pelo aumento do efeito estufa. Gás carbônico. pessoas que um carro. Po- de-se imaginar, por exem- e) É liberado pelas plantas na fotossíntese. Gás oxigênio. plo, trinta pessoas indo ao trabalho, todas em um ôni- f) É produzido pelos animais durante a respiração. Gás carbônico. bus, e trinta pessoas indo ao trabalho, cada uma em g) É eliminado pela transpiração das plantas. Vapor de água. seu carro. Os trinta carros 15 Explique a afirmativa: “O efeito da atmosfera sobre a temperatura da Terra pode ser comparado ao que acontece em vão poluir mais o ar do que um ônibus. uma estufa de plantas”. 16 Assinale as afirmativas verdadeiras. 14. Respostas na reprodução do Livro do Estudante. ( ) Os clorofluorcarbonos (CFCs) são perigosos porque podem destruir a troposfera. ( ) A camada de ozônio absorve todos os raios ultravioleta emitidos pelo Sol. 15. Assim como a estufa de ( X ) Os clorofluorcarbonos (CFCs) eram muito usados em aerossóis, geladeiras e aparelhos de ar condicionado. plantas, a atmosfera deixa ( ) A destruição da camada de ozônio é chamada de efeito estufa. passar a luz do Sol, mas ( X ) Se os clorofluorcarbonos (CFCs) continuassem a ser usados, o número de casos de câncer de pele aumentaria. retém na superfície do pla- 17 A figura abaixo mostra um esquema simplificado do ciclo do carbono. neta boa parte do calor re- cebido do Sol. gás carbônico 4 KLN Artes Gráficas/Arquivo da editora 1 na atmosfera 3 16. Respostas na reprodução do Livro do Estudante. 2 17. a) 1. combustão; 2. res- 2.34 Representação simplificada do ciclo do carbono. (Elementos representados em tamanhos não proporcionais entre si. Cores fantasia.) piração; 3. respiração; a) Identifique as etapas indicadas pelos números. 4. fotossíntese. b) Qual dos processos indicados está contribuindo para o aumento do efeito estufa? b) O de número 1 (com- 18 De tempos em tempos, o tanque de gasolina de um carro precisa ser reabastecido, ou então fica vazio. Para que o bustão). carro se locomova, o que acontece com a gasolina armazenada no tanque? Se ela não permanece lá, para onde vai? 18. A gasolina foi queimada, transformando-se em gás 19 Em 1 000 litros de ar, há quantos litros de gás nitrogênio, de gás oxigênio e de gás carbônico, aproximadamente? carbônico e vapor de água (e outros gases), que são 54 ATIVIDADES eliminados pelo cano de escape do carro. 19. 780 litros de gás nitrogê- nio, 210 litros de gás oxi- gênio, 0,3 litro de gás carbônico. 54 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Respostas da seção Atividades nas Orientações didáticas. Respostas e orientações didáticas 20 Veja a seguir os principais gases que compõem as atmosferas de dois planetas do Sistema Solar. Aplique seus Porcentagem dos principais gases das atmosferas dos planetas conhecimentos Vênus Marte 20. a) Não, porque não há gás oxigênio na atmosfera Componente Proporção Componente Proporção desses planetas. Gás carbônico 96% Gás carbônico 95% b) Maior, porque as propor- ções de gás carbônico na Gás nitrogênio 4% Gás nitrogênio 2,7% atmosfera de cada um desses planetas são mui- Fonte: elaborado com base em NASA. The Composition of Planetary Atmospheres. Disponível em: to maiores do que na da <https://spacemath.gsfc.nasa.gov/earth/10Page7.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2019. Terra. 2.35 21. A medida deve diminuir a poluição do ar, já que o nú- a) Os seres humanos conseguiriam respirar nesses planetas sem equipamento apropriado? Por quê? mero de veículos que circu- b) O efeito estufa nos dois planetas deve ser maior ou menor do que na Terra? Por quê? la nas ruas pode diminuir. 21 Algumas cidades, como São Paulo (SP), adotam um sistema de rodízio de carros e caminhões: em cada dia da sema- na, veículos com determinados finais de placas são proibidos de circular em regiões centrais da cidade durante os 22. A queima de combustíveis horários de pico. Que efeito essa medida deve ter sobre a poluição do ar? intensifica o efeito estufa 22 A partir da Revolução Industrial (que você vai conhecer melhor no capítulo 9), começamos a usar intensivamente o e aumenta a temperatura carbono estocado durante milhões de anos em forma de carvão mineral, petróleo e gás natural, para gerar energia, na superfície do planeta. para as indústrias e para os veículos. Que efeito isso causou e continua causando na temperatura do planeta? 23 A partir do que você aprendeu sobre chuva ácida, explique por que podemos dizer que “a poluição não tem fronteiras”? 23. Como as nuvens se movi- mentam, a chuva ácida for- Investigue mada em uma região pode precipitar-se em outra área Faça uma pesquisa sobre os itens a seguir. Você pode pesquisar em livros, revistas, sites, etc. Preste atenção se o muito distante. conteúdo vem de uma fonte confiável, como universidades e outros centros de pesquisa. Use suas próprias palavras para elaborar as respostas. Investigue 1 Quando balões de aniversário (bexigas) estão cheios com ar, eles não sobem na atmosfera, porém sobem quando 1. a) Gás hélio. estão cheios de certo gás atmosférico. b) Porque esse gás é me- a) Que gás é esse? nos denso que o ar. b) Por que, nesse caso, o balão sobe? 2. Porque o gás carbônico que 2 O sabor de um refrigerante com gás muda quando a garrafa (ou lata) fica aberta por algum tempo. Por que isso estava dissolvido no líqui- acontece? do se desprende, alterando o sabor do refrigerante. 3 Que gás presente na atmosfera é usado em letreiros luminosos? 4 Por que, mesmo se você tivesse madeira seca e um isqueiro, não poderia acender uma fogueira na Lua? 3. Neônio. 5 Qual é a vitamina cuja síntese é promovida pelos raios ultravioleta e qual é sua importância para o organismo? 4. Porque na Lua não existe De olho no texto atmosfera nem gás oxigê- nio. O texto a seguir descreve um fenômeno que ocorre em algumas cidades. Leia com atenção e em seguida faça o que 5. Vitamina D, que atua na ab- se pede. sorção de cálcio pelo orga- nismo. O cálcio é importante A inversão térmica para a formação dos ossos. Em algumas cidades, às vezes, é possível observar no horizonte a poluição concentrada e, logo acima desse bloco de ar amarronzado, o céu azul livre de nuvens. A poluição é tão distinta que parece existir uma linha fina transparente divi- dindo a atmosfera. Essa concentração de poluentes ocorre, geralmente, quando há uma inversão térmica. Ela acontece quando a umidade do ar está baixa e o céu praticamente sem nuvens nem vento. É mais comum durante o inverno no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. No Nordeste ocorre, praticamente, o ano todo. ATIVIDADES 55 CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR 55

Respostas e Respostas da seção Atividades nas Orientações didáticas. orientações didáticas Quando há inversão térmica, o ar frio (mais denso) fica aprisionado próximo ao solo, pressionado por uma camada de De olho no texto ar quente (mais leve).A falta de vento e de umidade também impede a dispersão do ar.Assim, os poluentes emitidos por veículos e indústrias vão se acumulando entre cerca de um e três quilômetros acima da superfície. a) Resposta pessoal. situação normal inversão térmica b) Inversão térmica. Resposta pessoal. A questão estimu- Ilustrações: Julio Dian/Arquivo da editora ar mais frio ar frio la a curiosidade do estudan- ar quente te, fazendo-o refletir sobre ar frio os fenômenos que observa ar quente em seu dia a dia. ar frio c) A inversão térmica ocorre quando a umidade do ar 2.36 Por causa da inversão está baixa e não há ventos. térmica, os poluentes ficam junto ao ar frio, próximo do d) A falta de vento e de umi- solo. (Elementos dade impede a dispersão representados em tamanhos dos poluentes. Assim, eles não proporcionais entre si. se acumulam entre cerca Cores fantasia.) de 1 e 3 quilômetros acima da superfície. Fonte: elaborado com base em O que é, o que é? Revista Fapesp. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/08/10/o-que-e-o-que-e-9>. Acesso em: 4 fev. 2019. e) Quando não há inversão térmica, o ar realiza um mo- O fenômeno foi batizado como inversão térmica porque o ar próximo ao solo é,de modo geral,quente,e não frio. Quan- vimento cíclico: o ar frio do não há inversão térmica, o ar realiza um movimento cíclico na atmosfera terrestre: o ar frio desce, esquenta perto do desce e se aquece quando solo,fica mais leve e sobe quente. Os ventos e as nuvens colaboram para essa movimentação e,dessa maneira,os poluen- se aproxima do solo. Esse tes ficam diluídos pela atmosfera, e não aprisionados próximos à cidade. ar aquecido fica menos denso e sobe. Os ventos e Fonte: DIAS, M. A. F. S. O que é, o que é? Inversão térmica. Revista Fapesp. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp. as nuvens também possi- br/2012/08/10/o-que-e-o-que-e-9>. Acesso em: 4 fev. 2019. bilitam essa circulação. a) Consulte em dicionários o significado das palavras que você não conhece e redija uma definição para essas palavras. De olho na imagem b) Qual é o fenômeno descrito pelo texto? Você já observou esse fenômeno na região onde você mora? c) Que situações são necessárias para que o fenômeno descrito aconteça? Na primeira foto, a queima- d) O que acontece com os poluentes emitidos por veículos e pelas indústrias durante esse fenômeno? da na floresta libera gás car- e) Em situações em que o fenômeno descrito não acontece, como ocorre a circulação do ar? bônico, que aumenta o efei- to estufa, causando aque- De olho na imagem cimento global e desequilí- brios climáticos. A segunda As duas fotos a seguir estão relacionadas a um mesmo tema, importante para o equilíbrio do planeta e tratado neste foto mostra um avanço do capítulo. Explique qual é esse tema e qual é a conexão dele com cada uma das figuras. mar, que pode ser também provocado pelo derretimen- Ricardo Azoury/Pulsar Imagens Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens to de geleiras devido ao aquecimento global. 2.37 Queimada na floresta amazônica em Rio Branco (AC), 2016. 2.38 Quiosque em barranco que está sofrendo erosão marinha As queimadas liberam gás carbônico na atmosfera. por avanço do mar em Itanhaém (SP), 2018. De olho nos quadrinhos 56 ATIVIDADES a), b) e c) Respostas na re- produção do Livro do Estu- Trabalho em equipe chentes, ou de chuvas muito fortes que causem deslizamentos dante. de terra. Outro fator alarmante é o excesso de radiação. 1. De acordo com os níveis de poluentes, as autoridades podem d) Espera-se que o estudante decretar estado de atenção ou estado de alerta. No primeiro 2. Essa atividade pretende manter os estudantes atualizados e considere que deva questio- caso, recomenda-se às pessoas apenas que evitem andar de conscientes sobre o aquecimento global. A resposta vai depen- nar as fontes das informa- carro na área atingida; no segundo, fica proibida a circulação der do que estiver ocorrendo em relação a esse problema na ções consultadas pela de veículos na área entre 6 horas e 21 horas. Se a poluição au- época da pesquisa. Entre as medidas individuais, podem ser ci- pessoa. Devemos sempre mentar ainda mais, a circulação de veículos é proibida nessas tadas: economizar energia elétrica, evitando o desperdício e o buscar fontes confiáveis, co- áreas: é o estado de emergência. Também podem ser decreta- consumo excessivo (apagando a luz de cômodos desocupados, mo organizações científicas. dos estado de atenção, alerta e emergência em caso de en- desligando aparelhos que não estejam em uso, optando por lâm- É importante verificar se as informações contam com o apoio da maioria dos espe- cialistas na área em questão. O estudante também pode apresentar dados de com- provação do aquecimento global para confrontar os dois pontos de vista. e) Resposta pessoal. 56 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

a) A expressão “teoria da conspiração” refere-se à suposição b) O personagem que considera o aquecimento global uma teoria fósseis (indústrias e usinas de que há um planejamento (ou uma conspiração) por parte de da conspiração também não acredita na existência dos dinos- mais eficientes, etc.); a cap- grupos poderosos para esconder ou criar certos fatos. sauros, que é um fato comprovado cientificamente pelo estudo tura e o armazenamento de de fósseis. gás carbônico emitido por De olho nos quadrinhos indústrias; a ampliação das fontes de energia com me- © Armandinho, de Alexandre Beck / Acervo do cartunistaLeia com atenção a tira abaixo. Ela mostra uma situaçãoResponda às questões: nor emissão de gás carbô- comum no cotidiano: alguém questionando teorias emba- nico, como a energia sadas em estudos científicos. a) Pesquise o que é “teoria da conspiração”. hidrelétrica, eólica, solar, b) Qual é o componente de humor da tira? etc.; o reflorestamento e a 2.39 c) Qual é a relação entre o aumento na concentração redução do desmatamento e das queimadas; a constru- Fonte: BECK, A. de gás carbônico na atmosfera e o aquecimento ção de casas e edifícios pro- Armandinho. Dispo- global? Que problemas ambientais o aumento da jetados para haver bom nível em: <https:// concentração desse gás no ar pode causar? aproveitamento da luz solar; tirasarmandinho. d) O que você diria a alguém que concluiu, a partir de melhorias no sistema de tumblr.com>. Acesso informações obtidas na internet, que não existe transporte coletivo; a elimi- em: 4 fev. 2019. aquecimento global? nação da produção e uso de Respostas da seção Atividades nas Orientações didáticas. e) Alguns governantes de países em desenvolvimen- alguns substitutos dos CFCs to acham que não devem ter metas de redução que, embora não agridam a Trabalho em equipe da emissão de gás carbônico porque precisam se camada de ozônio, intensi- desenvolver e porque os países desenvolvidos po- ficam o efeito estufa. Cada grupo de estudantes vai escolher uma das ativi- luíram muito mais no passado. O que você acha dades a seguir para pesquisar em livros, revistas ou sites dessa questão? Procure ler a respeito e discuta o Mundo virtual confiáveis (de universidades, centros de pesquisa, etc.). assunto com os colegas. Vocês podem buscar o apoio de professores de outras dis- Para mais informações ciplinas (Geografia, História, Língua Portuguesa, etc.). Ex- c) Quanto maior a concentração desse gás na atmosfera, mais sobre o consumo de HCFCs ponham os resultados da pesquisa para a classe e a comu- intenso é o efeito estufa, o que provoca o aquecimento do pla- e ações de proteção à cama- nidade escolar (estudantes, professores e funcionários da neta com a consequente elevação do nível dos mares, causando da de ozônio, acesse: <http:// escola e pais ou responsáveis), com o auxílio de ilustrações, inundações nas regiões litorâneas, além de efeitos climáticos www.protocolodemontreal. fotos, vídeos, blogues ou mídias eletrônicas em geral. Ao extremos e outros desequilíbrios no clima da Terra. org.br/site/>. Acesso em: longo do trabalho, cada integrante do grupo deve defender 8 fev. 2019. seus pontos de vista com argumentos e respeitando as 2 Procurem notícias recentes sobre o aquecimento glo- opiniões dos colegas. bal: previsões dos cientistas sobre os efeitos das mu- Autoavaliação 1 Façam uma pesquisa para saber em que situações danças climáticas em diferentes regiões geográficas, incluindo o que pode ocorrer no Brasil e o que está 1. Avalie as estratégias dos es- uma cidade ou um estado pode decretar estados de sendo feito para minimizar as emissões de carbono, tudantes e verifique se eles alerta, de atenção, de emergência e de calamidade e os danos que o aquecimento global pode provocar. foram capazes de solucionar pública em decorrência da poluição do ar e de fenô- as dúvidas sozinhos. Se ain- menos climáticos. 3 Busquem alternativas que têm sido desenvolvidas para da houver questionamentos substituir o uso dos CFCs em suas mais variadas apli- dos estudantes, esclareça cações. Tentem descobrir quais são os potenciais pro- os pontos de dificuldade e blemas causados por essas alternativas e o que está oriente-os a superar dúvidas sendo feito no Brasil para diminuir esses problemas. futuras utilizando as estra- tégias apresentadas. 4 Organizem uma campanha para divulgar as medidas individuais e coletivas para combater o aquecimento 2. Estimule os estudantes a global. Utilizem os argumentos estudados neste capí- avaliar as atividades coti- tulo para ajudar a conscientizar as pessoas sobre as dianas e elencar quais delas graves consequências socioambientais das alterações contribuem para alterar a climáticas. composição do ar. Com isso, busca-se exercitar a refle- Autoavaliação xão e a análise crítica de situações corriqueiras com 1. Você teve dificuldade para compreender algum dos temas estudados no capítulo? O que você fez para superar essa base nos assuntos discuti- dificuldade? dos no capítulo. 2. Com base nos assuntos deste capítulo, cite atividades que você realiza diariamente que contribuem para a alteração 3. Espera-se que os estudan- da composição do ar. Reflita sobre os efeitos diretos e indiretos dessas atividades e proponha medidas que possam tes tenham clareza sobre reduzir esses impactos. a distinção entre os dois conceitos e sobre as rela- 3. Você compreendeu a diferença entre efeito estufa e aquecimento global? Qual é a relação entre eles? ções entre eles. Caso ain- da haja dúvidas, retome o ATIVIDADES 57 texto do capítulo para dis- cutir possíveis dúvidas. padas e aparelhos mais eficientes, por exemplo); dar preferência embora ainda causem danos. Os HCFCs foram então substi- ao transporte coletivo ou não poluente, como o transporte a pé tuídos pelos hidrofluorcarbonetos (HFCs), que não têm efeito ou de bicicleta; usar carro a etanol em vez de a gasolina, etc. sobre a camada de ozônio. Os HFCs, no entanto, interagem 3. No final da década de 1970, o CFC usado em sprays foi sendo com os gases de efeito estufa e podem contribuir para o aque- substituído por gases derivados do petróleo, como o butano cimento global. O Brasil já não produzia CFCs há muito tempo. e o propano. No entanto, esses gases são inflamáveis e po- Uma medida um pouco mais recente, de 2010, foi a suspensão dem contribuir com o aumento do efeito estufa. Começaram da importação dos gases CFCs. a ser usados então os hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs). 4. Entre as medidas coletivas podemos mencionar: o uso de equi- Esses gases são muito menos nocivos à camada de ozônio, pamentos que utilizem de modo mais eficiente os combustíveis CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR 57

Orientações didáticas OFICINA DE SOLUÇÕES Elementos representados em tamanhos não proporcionais entre si. Para iniciar a abordagem do Formas de reduzir Cores fantasia. esquema, sugere-se que sejam relembrados rapidamente com O efeito estufa ocorre naturalmente no planeta Terra em função os estudantes os conceitos da presença de gases, como gás carbônico, metano e vapor de água abordados no capítulo 2, veri- na atmosfera. A ação do ser humano tem intensificado esse fenô- ficando se ainda restou alguma meno, causando aumento nas temperaturas médias globais, o que dúvida. Acolha as dúvidas e dis- tem provocado mudanças no clima. cuta novamente o conteúdo não compreendido. camada de ozônio Em seguida, solicite aos es- Ilustrações: Michel Ramalho/ tudantes que façam a leitura do Arquivo da editora esquema, pedindo que obser- vem atentamente as informa- incidência de raios solares ções textuais e as imagens, e que escrevam possíveis dúvi- Camada de gases que contribuem para o efeito estufa. das ou apontamentos que quei- ram expressar sobre o conteú- A elevação da temperatura média do planeta em alguns do abordado. Peça a algum dos graus é muito perigosa, mas não só pelo aquecimento da estudantes que exponha suas Terra. O maior problema é que essa alteração provoca anotações em voz alta para a mudanças profundas em todo o clima. Mesmo um aumento turma, acolha e responda a es- pequeno nas temperaturas altera, por exemplo, a umidade e ses apontamentos e dúvidas. a velocidade dos ventos. Sugerimos que questione os Mudanças climáticas decorrentes do estudantes com a seguinte per- aquecimento global têm afetado gunta: “Qual assunto é aborda- animais que vivem em condições do nesse esquema?”. Espera- extremas, como os pinguins. -se que eles respondam que está relacionado com a inten- 58 OFICINA DE SOLU‚ÍES sificação do efeito estufa, suas causas e formas de redução. Caso eles não cheguem a essa conclusão, instigue-os, relem- brando alguns conceitos traba- lhados durante o capítulo 2, até que cheguem à conclusão es- perada. Nesse momento, deixe que os estudantes sejam os protagonistas da construção do próprio conhecimento. Relembre como ocorre o efeito estufa, alerte-os nova- mente de que esse fenômeno ocorre naturalmente, porém as interferências humanas podem intensificá-lo. Solicite que ob- servem como ocorre o efeito estufa analisando as ilustra- ções e como o ser humano po- de intensificar esse fenômeno. Após essa breve análise, questione os estudantes: “Quais são os problemas gerados pela intensificação do efeito estu- fa?”. Deixe que eles exponham seus apontamentos e possíveis dúvidas, acolha e explique quais são os problemas que podem ser causados por essa intensi- ficação. Sugerimos que utilize os exemplos que estão contidos no esquema e, caso julgue ne- cessário, extrapole-os. 58 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Veja no gráfico a seguir as porcentagens de emissão de gases de Consulte Respostas e efeito estufa por setor econômico. orientações didáticas Conheça algumas soluções que Emissões globais dos gases de efeito estufa visam reduzir a emissão de gases É importante que nesse mo- por setor econômico do efeito estufa. mento seja realizada, com os • Calculadora de carbono estudantes, a leitura do gráfico 6% 24% construção http://www.neutralizecarbono.com. que explicita quais são os res- 10% 25% energia br/nc/calculadoradecarbono/ ponsáveis, no setor econômico, 14% transporte • A força dos ventos para gerar pela liberação dos gases que indústria energia intensificam o efeito estufa. Per- 21% eletricidade e aquecimento http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/ gunte aos estudantes se eles agricultura, silvicultura e cgilua.exe/sys/start. conseguem exemplificar formas outros usos da terra htm?infoid=1372&sid=9 de diminuir a liberação desses • Plante uma árvore gases. Peça que eles anotem Fonte: elaborado com base em Painel https://www.sosma.org.br/ esses apontamentos e, caso Intergovernamental de Mudanças participe/plante-uma-arvore/ haja disponibilidade e recursos, Climáticas, 2014. Acesso em: 4 fev. 2019. solicite que acessem os sites indicados no boxe Consulte. Ve- 1 rifique se conseguiram associar as soluções apresentadas por O que já existe? eles com as que estão sugeri- das nos sites. O uso de combustíveis alternativos (etanol, biodiesel) libera menor Em seguida, explicite algu- quantidade de gases de efeito estufa; mas soluções que já são utili- as fontes de energia alternativa zadas para a diminuição desse (solar, eólica) diminuem o uso de fenômeno e aproveite para per- combustíveis fósseis. guntar aos estudantes se eles acham que apenas essas solu- 2 ções são suficientes para a re- solução do problema. Espera-se Parte da luz solar que atinge as cidades é absorvida pelos telha- Ilustrações: Michel Ramalho/Arquivo da editora que eles respondam que não. dos das casas e convertida em energia térmica 1 . É possível reduzir Então, nesse momento, solicite esse aquecimento pintando os telhados de branco, que reflete melhor que algum deles se disponha a a luz, preenchendo a cobertura com plantas 2 ou instalando placas ler suas sugestões de controle solares que geram eletricidade ou calor para aquecer a água, diminuin- para esse fenômeno. Utilize os do o consumo de energia elétrica. A cobertura com plantas também exemplos que estão contidos retém parte da água das chuvas e reduz seu escoamento para o solo. no esquema para demonstrar alguns tipos de controle e, caso Propondo uma solução Na prática julgue necessário, extrapole-os. Construa a maquete de uma casa 1. Quais são as diferenças entre a casa proposta na sua maquete e o lugar em Após isso, proponha aos es- incorporando ideias para reduzir a tudantes a realização da ativi- emissão de gases de efeito estufa. que você mora? E em comparação com as casas mais comuns na sua cidade? dade proposta no boxe Propondo Lembre-se de reunir várias uma solução, cujo principal ob- estratégias no seu projeto para que 2. Quais são as dificuldades na construção de casas como a que você projetou? jetivo é ajudar os estudantes a essa casa se torne o menos poluente 3. Observando os projetos dos seus colegas, você adicionaria outras soluções à sua consolidar o conhecimento ob- possível, considerando sua construção tido ao longo do estudo. Por fim, e o padrão de vida de seus moradores. maquete? solicite aos estudantes que res- pondam às questões propostas 4.Exponha sua maquete para a escola e a divulgue em feiras de ciências ou em na atividade Na prática. meios de comunicação mais amplos. Você pode compartilhar suas ideias, por Espera-se que os estudantes exemplo, tirando fotos da maquete e publicando em um álbum de fotos on-line. consigam expressar o que foi compreendido com a realização OFICINA DE SOLUÇÕES 59 da atividade; que consigam re- lacionar o que é necessário pa- ra a melhoria das residências da região; e que, a partir da ob- servação das maquetes cons- truídas, verifiquem apontamen- tos que poderiam ser aperfei- çoados na própria maquete. Promova um debate com a tur- ma para verificar esses apon- tamentos. Esse momento é im- portante para que os estudan- tes consigam construir seu co- nhecimento de modo crítico. CAPÍTULO 2 – MANUAL DO PROFESSOR 59

UNIDADE 2 Rita Barreto/Fotoarena Competências da BNCC O biguatinga (Anhinga anhinga) é uma ave aquática, que mede cerca de 1,20 m de envergadura e vive Gerais em diferentes regiões do Brasil, como no Pantanal. • CG 1, 2, 4, 6, 7, 9 e 10 60 Específicas de Ciências da Natureza • CECN 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8 Para ler a descrição das compe- tências gerais e específicas de Ciências da Natureza da BNCC, consulte as Orientações Gerais do Manual do Professor. Capítulos que compõem esta unidade Capítulo 3 – Ecossistemas terrestres Capítulo 4 – O ambiente aquá- tico e a região costeira Capítulo 5 – Condições de saúde Capítulo 6 – Doenças trans- missíveis Objetivos da unidade Nesta unidade, serão estuda- dos os ecossistemas e os orga- nismos que os compõem, explorando características de cada um e algumas relações entre ambiente e seres vivos. Além disso, serão trabalhados aspectos relacionados à vida e à saúde dos seres humanos, como indicadores de saúde, nu- trição e doenças. Principais conceitos da unidade Classificação dos seres vi- vos, clima, ecossistemas ter- restres, biomas, ecossistemas costeiros e aquáticos, zonas fótica e afótica, plâncton, néc- ton, bentos, indicadores socioe- conômicos, discriminação, nutrição, nutrientes, epidemias, vacinas, doenças virais, doen- ças causadas por microrganis- mos, verminoses. 60 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2

UNIDADE Ecossistemas, Orientações didáticas impactos 2 ambientais Ao iniciar esta unidade, traba- e condições lhe com a turma os elementos Respostas das questões de saúde retratados na imagem de aber- de sensibilizaçao nas tura. Peça aos estudantes que Orientações didáticas. A variedade de espécies é chamada identifiquem os seres vivos que biodiversidade. aparecem com mais ou menos Nesta unidade vamos conhecer a destaque na imagem (ave e plan- biodiversidade dos ecossistemas tas). Se julgar interessante, pro- brasileiros e os principais fenômenos que ponha a eles que criem hipóteses os ameaçam. Veremos também como para explicar as relações entre alguns organismos podem afetar nossa os seres vivos representados. É saúde e como a ciência tem contribuído provável que os estudantes con- para a saúde individual e coletiva. sigam identificar que a ave está se preparando para levantar voo. 14 Em duas ocasiões, em 2015 e em 2019, Então, chame a atenção dos es- ambas em Minas Gerais, barragens de tudantes para os pés da ave e mineradoras romperam-se, despejando peça a eles que leiam a legenda. no ambiente um enorme volume de Eles devem conseguir relacionar lama. Escreva sobre os possíveis efeitos o formato dos pés do animal da catástrofe em longo prazo com base com seu hábito aquático, des- no que você sabe sobre cadeias crito na legenda. alimentares. Antes de iniciar as questões, 24 Como a falta de água e de alimentos faça uma pergunta norteadora, de qualidade pode afetar a sociedade? por exemplo: “Por que a água O que pode ser feito para que todos é importante para a vida e por tenham acesso a direitos básicos como que devemos preservá-la?”. esses? Planeje uma campanha para Se julgar necessário, retome o compartilhar essas informações. conceito de cadeias alimenta- res para explicar os efeitos se- quenciais da poluição ou da falta de água. Em seguida, trabalhe com as questões de sensibilização apre- sentadas. Isso pode ser feito individualmente ou em duplas. O trabalho com essas perguntas visa desenvolver competências gerais da BNCC relacionadas ao exercício da empatia e da coo- peração, bem como a constru- ção de argumentos baseados em informações confiáveis. 61 Questões de sensibilizaç‹o 1 Resposta pessoal. Espera-se que o estudante reflita so- 2 A falta de água e de alimentos de qualidade afeta a saúde bre possíveis implicações causadas por grandes trans- das pessoas, principalmente o desenvolvimento de crian- formações no ambiente. Ainda que a lama não seja tóxica, ças. Existem muitas formas de lidar com esse problema, ela altera a composição da água, interferindo na vida dos como a distribuição de água potável e alimentos, ou mesmo organismos que habitam esse ambiente. A lama pode im- a criação de programas que garantam uma renda mínima pedir, por exemplo, que as algas recebam luz suficiente para que as pessoas consigam usufruir de direitos básicos. para realizar fotossíntese, impactando toda a cadeia ali- Com o planejamento da campanha o estudante vai refletir mentar. sobre propostas e comunicá-las a outras pessoas. UNIDADE 2 – MANUAL DO PROFESSOR 61

CAPÍTULO 3 3CAPÍTULO Ecossistemas terrestres Objetivos do capítulo Hans Von Manteuffel/Pulsar Imagens Neste capítulo, serão estuda- dos os grupos de seres vivos e 3.1 Cutia (gênero Dasyprocta sp.; cerca de 50 cm de comprimento) se alimentando na ilha de Marajó (PA), Para começar algumas características que per- mitem classificá-los de acordo 2015. Esse animal contribui para a reprodução das castanheiras na Floresta Amazônica, enterrando 1. Como as chuvas e a com a história evolutiva e a re- temperatura variam lação de parentesco entre os as sementes dessa árvore. Respostas do boxe Para começar nas Orientações didáticas. ao longo do ano no diferentes grupos. Posteriormen- local onde você te, serão explorados, ainda, os Observe na figura 3.1 um pequeno mamífero conhecido como cutia. Esse animal mora? Você se ecossistemas terrestres e suas se alimenta das sementes da castanheira, uma árvore comum na Amazônia e que pode lembra de alguma características, especialmente chegar a 50 metros de altura. catástrofe natural, os existentes no Brasil, relacio- como secas ou nando o meio físico com as di- As cutias abrem os frutos da castanheira e enterram suas sementes, as casta- inundações na região ferentes espécies que habitam nhas, voltando depois para comê-las. Muitas sementes, no entanto, não são encon- onde você vive? essas localidades. tradas pelos animais e podem germinar e se desenvolver em novas castanheiras. Esse é um exemplo de interação entre animais, plantas e ambiente que ocorre na 2. Você conhece Habilidades da BNCC Floresta Amazônica. Vamos conhecer agora as características desse e de outros plantas e animais abordadas ecossistemas brasileiros e dos grupos de organismos que vivem nesses ambientes. que podem ser encontrados em sua EF07CI07 Caracterizar os prin- região? cipais ecossistemas brasileiros quanto à paisagem, à quanti- 3. Quais ecossistemas dade de água, ao tipo de solo, brasileiros você à disponibilidade de luz solar, conhece? Que à temperatura etc., correlacio- plantas e animais são nando essas características à encontrados neles? flora e fauna específicas. 4. Que características EF07CI08 Avaliar como os im- tem uma planta que pactos provocados por catás- vive em clima muito trofes naturais ou mudanças seco? nos componentes físicos, bioló- gicos ou sociais de um ecossis- 62 UNIDADE 2 • Ecossistemas, impactos ambientais e condições de saúde tema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, altera- ção de hábitos, migração etc. Orientações didáticas A imagem de abertura e as per- guntas do boxe Para come•ar po- dem ser usadas para verificar os conhecimentos prévios dos estu- dantes sobre os temas que serão desenvolvidos ao longo deste ca- pítulo. Destaque características perceptíveis na figura 3.1, como a luminosidade, o solo e a dispo- nibilidade de alimentos para esti- mular a curiosidade sobre fatores do meio físico que afetam a fauna e a flora de dada região. Para ampliar o trabalho com o conteúdo, consulte a Sequência Didática dispo- nível no Material Digital do Professor. Respostas do boxe Para começar 1 e 2 Respostas pessoais. A primeira e segunda questões de- nos estados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul; a Mata pendem do local em que o estudante reside. de Araucárias, uma floresta temperada do sul do Brasil; e a Ma- 3 Respostas pessoais. É possível que o estudante conheça a ta dos Cocais, que ocorre em regiões do Nordeste. Floresta Amazônica, que é a maior floresta tropical do mundo; 4 Plantas de clima seco apresentam características que di- a Mata Atlântica, situada ao longo da costa brasileira; a Caatin- minuem a perda de água, como folhas reduzidas. Muitas ga, situada no Nordeste, em região de clima semiárido; o Cer- dessas plantas podem armazenar água na raiz, ou em ou- rado, que ocorre no Brasil central; os Pampas, ou Campos tras estruturas, e apresentar raízes longas, que absorvem Sulinos, que ocorrem no Rio Grande do Sul; o Pantanal, localizado água de camadas profundas do solo. 62 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2

1 Os grupos de seres vivos Orientações didáticas Os cientistas agrupam os seres vivos com base em semelhanças no corpo, no fun- 3.2 O esquema abaixo ajuda Para introduzir o debate sobre cionamento e no desenvolvimento do organismo, no modo de reprodução e por seme- a compreender que há uma classificação dos seres vivos, lhanças entre seus genes. No 9o ano você vai ver que a classificação biológica procura hierarquia entre os grupos, pode ser realizada uma associa- formar grupos de organismos que descendam de um mesmo grupo de ancestrais por indo do mais geral, o reino, ção com o cotidiano dos estu- meio do processo de evolução. para o mais específico, dantes questionando-os, por a espécie. exemplo: “Como vocês encontram Os seres vivos podem ser divididos em reinos; os reinos podem ser divididos em as bananas e/ou os guardanapos grupos menores, os filos; estes em classes; depois em ordens, famílias, gê- reino no supermercado?”. Espera-se neros e espécies. Veja a figura 3.2. que os estudantes compreen- filo dam que existe uma classifica- O reino dos animais, por exemplo, está dividido em vários filos. ção de produtos por setores, No filo dos cordados (Chordata, em latim), por exemplo, encontram-se, classe seções, prateleiras, etc. Explique entre outros, os animais que apresentam coluna vertebral. Nele estão inclu- aos estudantes que os produtos ídos o ser humano, os sapos e muitos outros animais. Veja a figura 3.3. ordem estão separados por categorias. Assim, as bananas estarão jun- Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo família Banco de imagens/Arquivo da editora to com as demais frutas, e os guardanapos estarão com os gênero outros itens de cozinha. Esses exemplos indicam a importância espécie da classificação para facilitar a busca e identificação de itens e 3.3 Pererecas (Hypsiboas albomarginata; medem cerca de 5 cm de auxiliam a compreensão de uma comprimento) da Mata Atlântica em Ilhéus (BA). Elas fazem parte do mesmo das razões que levou ao estudo filo que nós, seres humanos. da classificação biológica dos seres vivos. Cada filo, por sua vez, pode ser subdividido em grupos menores, chamados de Após esse momento, aborde classes. Exemplo: o filo dos cordados inclui, entre outras: a classe das aves e a clas- o tema da classificação dos se- res vivos em cinco reinos. Pro- se dos mamíferos. cure instigar a curiosidade dos estudantes, fazendo levanta- As classes são divididas em ordens. Na classe dos mamíferos, por exemplo, estão mentos como: “Vocês sabem como os seres vivos são clas- a ordem dos carnívoros (onças, gatos, lobos, cães, leões, etc.) e a ordem dos prima- sificados? Poderíamos classi- ficar os seres vivos pela cor ou tas (gorilas, chimpanzés, ser humano, etc.). schubbel/Shutterstock pelo tamanho?”. Utilize as figu- ras 3.2, 3.3 e 3.4 para ilustrar Cada ordem é dividida em famílias. A ordem dos car- aos estudantes como os seres vivos podem ser organizados nívoros, por exemplo, engloba várias famílias, como a dos em grupos de acordo com suas semelhanças físicas. Explique canídeos (família dos lobos e dos cães); e a dos felídeos que, atualmente, as caracterís- ticas genéticas também são (família das onças e dos gatos). Veja a figura 3.4. levadas em conta para o estudo do parentesco entre os orga- Uma família é composta de gêneros. Na família dos nismos. Exponha para eles que esse assunto será tratado com felídeos, estão o gato doméstico e o gato selvagem mais detalhes no 9o ano, fazen- do uma relação entre a classi- europeu, que pertencem ao gênero Felis, enquanto o ficação dos seres vivos e Evolução. leão e a onça-pintada fazem parte do gênero Panthera. Cada gênero pode reunir várias espécies: no gênero 3.4 Cães e gatos pertencem a duas famílias diferentes. Mas eles Panthera encontram-se a onça-pintada (Panthera onca), apresentam muitas semelhanças e por isso são classificados o leão (Panthera leo) e o tigre (Panthera tigris). na ordem dos carnívoros. Ecossistemas terrestres • CAPÍTULO 3 63 Atividade complementar mesma lógica, com categorias inclusivas e categorias especí- ficas. Como exemplo de uma organização que os estudantes Para desafiar os estudantes a classificar objetos do cotidia- podem propor, há: Reino: objetos da escola; filo: material esco- no, relacionando-os com as categorias taxonômicas, pode ser lar; classe: material de pintura; ordem: tipos de lápis; família: realizada uma atividade lúdica em sala de aula utilizando ob- lápis de cor; gênero: lápis de tonalidade vermelha; espécie: lá- jetos da escola. Peça aos estudantes que estabeleçam catego- pis vermelho-claro. rias de classificação e que disponham os objetos seguindo a CAPÍTULO 3 – MANUAL DO PROFESSOR 63

Orientações didáticas EspŽcies No 9o ano, veremos que algumas espécies podem Ao abordar o conceito de es- De forma simplificada, podemos dizer que espécie é o conjunto de organismos ser divididas em pécie com os estudantes, expli- capazes de, na natureza, cruzar e gerar descendentes férteis. Assim, todas as onças- subespécies. que que pode haver controvérsias, -pintadas, por exemplo, pertencem à mesma espécie porque cruzam entre si e podem A nomenclatura da deixando claro que a ciência não gerar filhotes férteis, isto é, filhotes que também serão capazes de se reproduzir. subespécie é trinomial. é composta de verdades absolu- Veja a figura 3.5. Exemplo: Caiman tas e está em constante pro- crocodilus yacare, o cesso de modificação. jacaré-do-pantanal. Explique que os nomes cien- Alamy/Fotoarena tíficos em latim são usados pa- ra a comunicação entre os Vladimir Wrangel/Shutterstock 3.5 Onça-pintada (Panthera Dmitri Gomon/Shutterstock cientistas. Por exemplo, alguns onca), até 1,90 m de estudantes possuem apelidos, comprimento, com seu mas não é adequado para o pro- filhote. Ambos pertencem fessor usar um apelido do es- à mesma espécie. tudante para falar com os pais, que podem desconhecer o ape- Cada espécie recebe um nome científico composto de dois nomes, sempre lido. Se o professor chamar ape- escritos em latim ou adaptados para essa língua. Assim, a espécie humana é cha- nas o primeiro nome dos mada de Homo sapiens; a bananeira, de Musa paradisiaca; a espécie mais comum de estudantes na chamada, por barata é a Periplaneta americana, etc. A primeira palavra do nome científico da espé- exemplo, pode haver dois estu- cie corresponde ao nome do gênero e é escrita com inicial maiúscula. Assim, o gato dantes com o mesmo nome, selvagem europeu (Felis silvestris) e o gato-da-selva (Felis chaus) pertencem ao mes- mas se forem usados o nome mo gênero. Veja a figura 3.6. e os sobrenomes, será mais difícil haver uma falha na co- AB municação. Por centenas de anos os cientistas agruparam os seres vivos conhecidos em 3.6 Em A, gato selvagem Assim, o nome popular de apenas dois reinos: o animal e o vegetal. Mas, com o desenvolvimento do microscópio europeu (Felis silvestris) e, em uma espécie é o seu “apelido”, e o aumento do conhecimento sobre os seres vivos, ficou claro que vários organismos B, gato-da-selva (Felis chaus). e pode variar, dependendo do não podiam ser enquadrados em nenhum desses dois reinos, e a forma de classifica- Ambos medem, em média, contexto. Por exemplo: cachorro, ção se transformou. Veja a seguir alguns representantes de cada grupo, de acordo com cerca de 65 cm de cão, au-au, dog (em inglês), etc. uma classificação em cinco reinos. comprimento, são nomes populares; já o nome desconsiderando a cauda, e Canis lupus familiaris é o nome científico da espécie dos cães e pertencem ao mesmo gênero. apresenta consenso entre os cientistas. Outro exemplo é o da 64 UNIDADE 2 ¥ Ecossistemas, impactos ambientais e condições de saúde planta Manihot esculenta, co- nhecida popularmente como mandioca, macaxeira, aipim, etc. É importante ressaltar que o nome científico é composto de um binômio que deve estar grafado em itálico ou estar sub- linhado com o primeiro termo com a letra inicial maiúscula e o segundo termo com as letras minúsculas. Mundo virtual Para realizar uma ativida- de com os estudantes para reforçar a importância da no- menclatura científica, con- sulte o site da Secretaria da Educação do Paraná, dispo- nível em: <http://www.cien cias.seed.pr.gov.br/modules/ conteudo/conteudo.php? conteudo=309>. Acesso em: 12 fev. 2019. 64 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2

Reino Monera SPL/Fotoarena Orientações didáticas Neste reino estão as bactérias. Veja a figura 3.7 Bactérias em imagem obtida em microscópio eletrônico SPL/Fotoarena Inicie a explicação sobre o 3.7. Os organismos desse reino são unicelulares e e colorida artificialmente. Cada bactéria tem cerca de sistema de classificação pelos não apresentam um núcleo celular organizado: o 3 micrometros de comprimento, o que equivale a 0,0003 cm. Johannes Dag Mayer/Shutterstock cinco reinos, lembrando que os material genético não está envolto por uma mem- reinos Monera, Protista e Fungi brana, mas disperso no citoplasma. Muitas bacté- 3.8 Algas unicelulares vistas ao microscópio óptico possuem características úni- rias são decompositoras, participando da recicla- (aumento de cerca de 130 vezes). cas, não sendo nem plantas gem de compostos na natureza; algumas são nem animais. parasitas e causam doenças em outros seres vivos. 3.9 Alguns cogumelos podem ser diretamente consumidos Vamos conhecer doenças causadas por bactérias pelo ser humano, como o da foto (Agaricus campestri; Antes de caracterizar os cin- no capítulo 6. 5 cm a 10 cm de diâmetro na parte mais larga). co reinos da classificação bio- lógica, informe aos estudantes Reino Protista Ecossistemas terrestres • CAPÍTULO 3 65 que os seres vivos nem sempre foram classificados segundo Os protistas que se alimentam de outros or- esse sistema. Utilize este mo- ganismos são chamados protozoários e são todos mento para desenvolver a unicelulares. Muitos protozoários causam doen- CECN 1, que trata de compreen- ças em seres humanos, como veremos no capí- der o conhecimento científico tulo 6. Neste reino também estão as algas – tan- como provisório, cultural e his- to as unicelulares como as multicelulares –, que tórico. Antigamente, a classi- realizam a maior parte da fotossíntese nos am- ficação era mais simples e os bientes aquáticos. Veja a figura 3.8. Conhecere- seres vivos eram divididos em mos mais sobre os organismos dos ambientes apenas dois reinos: animal e aquáticos no próximo capítulo. vegetal. Porém, alguns orga- nismos não se encaixam nes- Reino Fungi sa classificação. Pergunte aos estudantes, por exemplo: “O Engloba os fungos, como cogumelos e bolo- que são bolores e cogumelos? res. A maioria é multicelular e todos são hetero- Como eles são classificados?”. tróficos. Lembre-se de que organismos hetero- Alguns cientistas classificavam tróficos não são capazes de produzir seu próprio os fungos como plantas porque alimento. Esses organismos precisam se alimen- eles se desenvolvem sobre o tar de outros seres vivos. solo e não se movem ativa- mente. Porém, os fungos não Juntamente com as bactérias, os fungos são fotossintetizantes, mas participam da decomposição da matéria orgâni- se alimentam de outros orga- ca, como estudamos no 6o ano. Também vimos nismos (são heterotróficos). que eles podem ser usados pelo ser humano na Por essas e outras caracterís- produção de medicamentos e alimentos como ticas, passaram a ser classifi- pão e queijo. Veja a figura 3.9. Alguns são para- cados no reino Fungi. Desta sitas e podem causar doenças em outros seres forma, o sistema de classifica- vivos, inclusive no ser humano, como veremos ção foi alterado e ainda sofre no capítulo 6. modificações. Procure apre- sentar os reinos, destacando Atividade complementar melos venenosos e é difícil diferenciá-los dos demais. Aproveite pa- características perceptíveis ra incentivar o registro e a produção textual neste momento. Se nas figuras 3.7, 3.8 e 3.9. Sugerimos iniciar esta atividade questionando os estudantes com julgar interessante, essa proposta pode ser trabalhada com maior a seguinte pergunta: “Por que não se deve colher e consumir qual- profundidade, levando à produção de materiais que podem ser com- Em seguida, ao tratar do reino quer tipo de cogumelo na natureza?”. Eles podem, então, pesquisar partilhados com a comunidade escolar. Monera, reforce que nem todas no próprio livro ou em outras fontes e descobrir que existem cogu- as bactérias provocam doenças e que muitas delas agem, por exemplo, na reciclagem da ma- téria orgânica, contribuindo pa- ra o equilíbrio ecológico. Da mesma maneira, aborde os rei- nos Protista e Fungi informando que nem todos esses organis- mos causam doenças e que mui- tos são importantes para o equilíbrio ecológico. Destaque ainda que algumas leveduras do reino Fungi são utilizadas na produção de alimentos, medi- camentos e outros produtos. CAPÍTULO 3 – MANUAL DO PROFESSOR 65

Orientações didáticas Reino Plantae Briófita: vem do grego bryon, “musgo”, e phyton, Antes de explicar as caracte- Na figura 3.10 podemos observar samambaias (à esquerda) e uma cobertura “planta”. rísticas dos diversos grupos de verde sobre as rochas. Essa cobertura é formada por musgos, pequenas plantas que plantas exemplificados nesta fazem parte do grupo das briófitas. Já as samambaias pertencem ao grupo das pteri- Pteridófita: Pteris vem do página e na seguinte, procure dófitas. grego e significa ”feto”; a retomar a figura 3.2 para relem- folha nova da planta tem brar a hierarquia entre os grupos Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo uma forma parecida com de seres vivos. Em seguida, aju- a de um feto no ventre de os estudantes a identificar materno. as características gerais do rei- no Plantae. Por exemplo, pergun- 3.10 Rochas recobertas por te: “O que as plantas têm em musgos (até 5 cm de altura) comum?”; “Como elas obtêm e samambaias (as maiores energia para sobreviver?”. Men- chegam a 3 m de cione a presença de clorofila e comprimento) ao redor de a fotossíntese, retomando al- uma queda-d'água na Mata guns conceitos vistos no 6o ano Atlântica, no Parque Nacional e nos anos iniciais do Ensino de Itatiaia (RJ), 2017. Fundamental. As pteridófitas atingem tamanhos maiores do que as briófitas. Veja a figura 3.11. Ao fazer a comparação entre Isso se dá porque, ao contrário das briófitas, nas quais o transporte de água e nutrien- os principais grupos de plantas, tes ocorre de célula a célula, as pteridófitas apresentam vasos condutores de seiva. cite as estruturas dos vegetais, Você estudou no 6o ano que esses vasos podem transportar a água e os sais minerais como: caule, raiz, folhas, frutos extraídos do solo para as folhas (seiva do xilema) e as substâncias orgânicas produzi- e flores, para que o estudante das nas folhas para o resto da planta (seiva do floema). Esse tipo de transporte, mais se familiarize com a nomencla- rápido e eficiente, possibilita a essas plantas atingirem um tamanho maior. tura e as características dos grupos. Se possível, mostre aos Andre Dib/Pulsar Imagens estudantes imagens ou exem- plares de algumas partes de organismos, como musgo, fo- lhas de samambaia, flores, fru- tos e sementes diversas. Esclareça aos estudantes que a reprodução das plantas e de outros organismos será estudada no 8o ano. Faça a análise das figuras 3.10 e 3.11, relembrando a im- portância da água para o desen- volvimento das plantas. Ao relacionar características dos seres vivos com aspectos do ambiente, o estudante conse- guirá desenvolver aos poucos a habilidade EF07CI07. 3.11 Samambaiaçus (Dicksonia sellowiana; cerca de 5 m de altura) em Passos Maia (SC), 2016. 66 UNIDADE 2 ¥ Ecossistemas, impactos ambientais e condições de saúde 66 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2


Like this book? You can publish your book online for free in a few minutes!
Create your own flipbook