Projeto Político-Pedagógico Colégio Magno/ Mágico de Oz 2020
APRESENTAÇÃO Ao longo de sua história, o Colégio Magno/Mágico de Oz se deparou constantemente com o desafio de publicar seu Projeto Político-Pedagógico (PPP). Não pela falta de um projeto, evidentemente, mas pelo imperativo de conciliar forma e conteúdo: como escrever uma Escola que se faz pela prática, pela ação, pelo pulso diário da vida educativa? Como traduzi-la em um documento repleto de referências teóricas, em linguagem acadêmica, como são, muitas vezes, esses textos? O Magno/Mágico de Oz pode se orgulhar de ter mantido uma linha de coerência em sua presença educativa desde a década de 1970, o que transparece em nossas conversas com as famílias, na formação dos professores, nas reuniões, nos textos internos e de comunicação. Nós sabemos exatamente quem somos. Por isso, esta primeira edição pública de um PPP é um passo institucional de grande importância, que também representa a maturidade de uma Escola quando chega aos 50 anos. Aqui estamos nós, retratados não apenas por nossos ideais de referência, como também pela prática que construímos ao longo do tempo – práticas sempre em revisitação, história em permanente reinvenção, a partir de valores que permanecem. Esperamos que todos entendam este PPP como um documento de trabalho, não como uma constituição ou como um livro de dogmas. Somos nós retratados em nosso percurso, sujeitos a críticas, colaborações, novas ideias e prontos a melhorar, sempre prontos a melhorar. E é com esses olhos que esperamos que leiam todos os capítulos que já estão escritos, e que nos ajudem naqueles que ainda estão por escrever. A história está apenas começando. A Direção 3
Sumário CAPÍTULO 1 – INFORMAÇÕES GERAIS................................................................ 9 1.1. Identificação da Escola..................................................................................9 1.2. Equipe pedagógica e de apoio por Unidade............................................... 12 1.3. Nossa história ............................................................................................ 17 1.4. Nossos alunos............................................................................................. 19 1.5. Recursos e infraestrutura........................................................................... 20 CAPÍTULO 2 – NOSSAS DIRETRIZES PEDAGÓGICAS........................................... 25 2.a. O que é uma boa escola?........................................................................... 25 2.b. O que é um Projeto Político-Pedagógico?.................................................. 27 2.c. Nossos valores institucionais...................................................................... 28 2.d. Nossas competências essenciais................................................................ 29 2.1. O Magno e seus valores............................................................................. 31 2.1.a. Educação em valores...................................................................... 31 2.1.b. Educação em valores...................................................................... 33 2.1.c. Responsabilidade social.................................................................. 35 2.1.d. Protagonismo................................................................................. 37 2.2. O Magno e a educação integral.................................................................. 38 2.2.a. Tempo integral................................................................................ 38 2.2.b. Nossa visão de arte e cultura.......................................................... 40 2.2.c. Educação para a sustentabilidade.................................................. 42 2.2.d. Estudos do meio............................................................................. 43 2.2.e. A educação do corpo...................................................................... 44 2.3. O Magno e a cidadania global.................................................................... 46 2.3.a. Cidadania global............................................................................. 46 2.3.b. Internacionalização......................................................................... 47 2.3.c. O currículo internacional................................................................ 49 2.4. O Magno e a inovação................................................................................ 52 2.4.a. A inovação como projeto............................................................... 52 2.4.b. Lifelong Learning............................................................................ 54 2.4.c. Cultura digital................................................................................ 55 2.4.d. Aprendizagem criativa.................................................................... 56 2.4.e. Formação de educadores............................................................... 58 5
CAPÍTULO 3 – MATRIZ CURRICULAR: REFLEXÕES GERAIS................................. 59 3.1. Currículo..................................................................................................... 59 3.2. Avaliação formativa.................................................................................... 63 CAPÍTULO 4 – ORGANIZAÇÃO DO TEMPO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL..................................................................................... 65 4.1. A Educação Infantil que queremos............................................................. 66 4.2. O princípio pedagógico do brincar............................................................. 68 4.3. Letramento e alfabetização....................................................................... 70 4.4. Educação Infantil e avaliação..................................................................... 72 4.5. Organização curricular e Projetos................................................................... CAPÍTULO 5 – DIRETRIZES PEDAGÓGICAS: O ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS INICIAIS............................................................................ 75 5.1. O Ensino Fundamental – Anos Iniciais que queremos............................... 75 5.2. Avaliação no Ensino Fundamental – Anos Iniciais...................................... 77 5.3. A Orientação Educacional nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental........ 79 5.4. Matriz curricular e organização.................................................................. 80 CAPÍTULO 6 – DIRETRIZES PEDAGÓGICAS: O ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS FINAIS............................................................................... 81 6.1. O Ensino Fundamental – Anos Finais que queremos ............................... 81 6.2. Avaliação no Ensino Fundamental – Anos Finais........................................ 82 6.3. A Orientação Educacional para os adolescentes........................................ 84 6.4. Matriz curricular – 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.......................... 85 CAPÍTULO 7 – DIRETRIZES PEDAGÓGICAS: O ENSINO MÉDIO.......................... 87 7.1 O Ensino Médio que queremos.................................................................. 87 7.2 Avaliação no Ensino Médio........................................................................ 89 7.3 Matriz Curricular e carga horária............................................................... 90 7.4. O 3º +......................................................................................................... 91 7.5. Matriz curricular do 3º +............................................................................ 92 7.6. Itinerários Formativos do Ensino Médio.................................................... 93 6
ANEXOS O currículo na Educação Infantil........................................................................ 103 2º Ano................................................................................................................ 129 3º Ano................................................................................................................ 165 4º Ano................................................................................................................ 195 5º Ano................................................................................................................ 229 7
CAPÍTULO 1 – INFORMAÇÕES GERAIS 1.1. Identificação da Escola • Nome: Colégio Magno/Mágico de Oz Etapas atendidas: • Educação Infantil; • Ensino Fundamental - Anos Iniciais; • Ensino Fundamental - Anos Finais; • Ensino Médio. Unidade Olavo Bilac Etapas atendidas: Educação Infantil, 1º ano do Ensino Fundamental Endereço: Rua Olavo Bilac, 26 Chácara Flora - São Paulo - SP - CEP: 04671-050 Telefone: (11) 5522-1555 E-mail: [email protected] Unidade Campo Belo Etapas atendidas: Educação Infantil e Ensino Fundamental I Endereço: Rua João de Souza Dias, 851 Campo Belo - São Paulo - SP - CEP: 04618-003 Telefones/Fax: (11) 5041-2566 - 5532-1741 E-mail: [email protected] Unidade Sócrates Etapas atendidas: Ensino Fundamental e Ensino Médio Endereço: Rua Duque Costa, 164 Jardim Marajoara - São Paulo - SP - CEP: 04671-160 Telefone: (11) 5685-1300 E-mail: [email protected] 9
Diretora Geral EQUIPE Myriam Tricate UNIDADE SÓCRATES Diretora Pedagógica Coordenadora Pedagógica – 2º ao 5º ano do Ensino Cláudia Tricate Malta Fundamental Sueli Joana Salgado Diretor Administrativo Coordenador Pedagógico – 6º ao 8º ano do Ensino Maurício Tricate Fundamental Eduardo Francini Diretor Financeiro José Luiz Salles Orientadora Educacional - 2º a 6º anos do Ensino Fundamental COORDENAÇÃO DE SÉRIE Mônica Bayeux UNIDADE OLAVO BILAC Berçário Baby Oz (Supervisoras) Orientadora Educacional - 7º ano do Ensino Silvana Antibas Fundamental a 3ª série do Ensino Médio Margareth Kfouri Maria Raquel Campos Educação Infantil Coordenador Pedagógico – 9º ano do Ensino Sílvia Ramos Fundamental a 3ª série do Ensino Médio e 3º + Regina Célia Carlos Alberto Sassi Jr. UNIDADE CAMPO BELO Full-Time (tempo integral) Educação Infantil Patricia Taubert Andréa Perez COORDENAÇÃO DE ÁREA Ensino Fundamental – Anos Iniciais Linguagens Vera Helena Caetano Eduardo Francini Matemática Carlos Alberto Sassi Jr. Ciências da Natureza Daniela Camargo Fernandes 10
Educação Física Silvana Regina Silveira Scavone Fernando Adrezo Tânia Lopes dos Santos Silva Oscar Magalhães Ciências Humanas BIBLIOTECA Raildo Silva de Alencar Bibliotecária Cátia Aparecida Dias Gonçalves História Camila Koshiba Gonçalves Assistentes de biblioteca Sandra Moura Thomas Inglês Fernanda Regina Alves de Abreu Roberta Tassinari Saraiva Cleonice Floriano Bortolucci Música DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO Roberto Schkolnick Paulo de Camargo Italo Roberto de Amorim Souto DEPARTAMENTO DE INOVAÇÃO Daniel Shigueru Kussaba Morbi Head of Innovation Rodrigo Francisco Messias Fernando Soares Malta Vinicius Cardoso da Silva Ana Paula Piti Azevedo Victor Rodrigues de Almeida Lucas Arnaldo Sugimoto Cuencas Chief of Technology Alexandre Benito Gutierrez GRÁFICA Encarregada de Serviços Gerais Desenvolvedores de Produtos Marisa Auxiliadora de Paula Milton Luiz Ribeiro Junior Ricardo Sugimoto Auxiliar de Serviços Gerais Marcia Regina Banzato Analista de Suporte de Rede Luiz Fernando Eduardo Wolf Encarregado de Artes Ricardo Monteiro dos Santos Produção de Inovação Tânia Lopes dos Santos Silva Revisores Bráulio Augusto Lamego Machado Produção de Conteúdo Cristal Rodrigues Recchia Christiane Toledo Aragão Miriam Takahace 11
Diagramadores SAÚDE Danielle Oliveira Gomes Marcia Maria de Siqueira Braga Médica Rosana Aparecida Bianchi Gongoni Desenhistas Marcelo Leonel Gagliano Enfermeiras Roberto Massaru Higa Elaine Cristina Camargo Da Silva Teruyo Kajiki de Sousa Thaisa Zanon Wodewotzky Impressor Gráfico Auxiliares de Enfermagem João José da Silva Jucimara Santana Sampaio Luciana Olivieri Stschhahn Digitadora Sueli de Azevedo Isawa 1.2. Equipe pedagógica e de apoio por Unidade Coordenadoras UNIDADE OLAVO BILAC Regina Celia Feitosa Vieira Silvia Lucia Caetano Ramos Mariângela Mônaco Calles Assistente de Coordenação Patrícia Garcia da Silva Lourdes Aparecida Nogueira Sabrina Helena de Palma Oliveira Sizara Rejane Almeida Professores Solange Maria Faria Granero Ana Karina Lins Tuany Rafaelle Serafim Fialho Andrea Bucciarelli Andreetta Vesper Valle Olivetti Silva Camilla Grasielli da Silva D Barbanti Carla Maria de Vincentis Chiarelli Auxiliares de Ensino Christianne Lourenço da Silva Carai Adriana Viler Batistini Cibele Andeloce Mikalauskas Kelly Marina Feitosa Andrade Cláudia Egídio de Araújo Barros Munique Ane Soares Nogueira Cristiano dos Santos Araújo Pamela Meireles do Amaral Fabiana Ribeiro Amorim de Oliveira Patrícia Antonele da Silva Flávia Savoia Dias da Silva Cera Patrícia Roschel Grandini Gabriela Costa Paiva Thabata Carneiro de Lima Pedro Luciana Settani Giglio Thabata Rodrigues Pereira Maria Sílvia Brega Ticiane Marsulo Franciozi 12
Recreacionistas Maria Regina Krambeck Bruna Husz Ricci Nathalia Santos Freitas Daniela Falqueiro Reis Renata de Carvalho Morales EDUCAÇÃO INFANTIL UNIDADE CAMPO BELO Debora Santos Xavier Coordenadora Fernanda Baptista Kamel Andréa Perez Vasconcelos Fernanda Gallo de Oliveira Fernanda Melo Pellegrino Menegário Assistente de Coordenação Gabriela de Sousa Mendes Heidi Caldeira Arvani Luciana Roldan Costa Lima Silvana Oliveira Rezende Professores Adriana Petriccione Recreacionistas Andreza Bianelli de Souza Merlo Gabriela Figueiredo Soares de Santana Barbara Zampini Preto Luciana Hublet Pereira de Souza Beatriz de Lima Zeza Michele Silva Paiva Carla Chimenti Claudia Regina Viola Kawamoto ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS Ione Petroni Isabel Cristina Assunção Marques Coordenadora Joyce Avelino Santos Vera Helena Bolliger Bandeira Caetano Juliana Jesuina Moura Silva Liliane Andrade Pires Mohr Bell Auxiliares de Coordenação Micheli Custodio Patrizia Vautier Teixeira Giongo Patrícia Carvalho Girote Wesley Carvalho de Oliveira Renata Nohra Rosseto Habenschuss Sabrina Gomes Matheu Professores Silvana Oliveira Rezende Adriana Cuccurullo Simone Aparecida Corelli Adriana Pinho Tatiana Feldman Costa Aparecida Magdala de Oliveira Tatiana Vargas Escobar Azevedo Daniela Gomes Abreu Thatiana Ramalho Araujo Reboucas Fernanda de Alcantara Martinhão Thayrine Tieme Honda Marui Karin Betim Paes Leme Rufino Leda Maria Capo Curci Auxiliares de Ensino Lurdes Soares da Costa Cintia Andrade E Silva Patricia Viseu Barrozo 13
Rosana Rodrigues Inspetores Silvia Henriques Cabral André do Carmo Araújo Stella Castaneda Arias Fabrício Barbosa de Trindade Joel Ferreira da Silva Luiz Pedroso Filho UNIDADE SÓCRATES ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Coordenadora Coordenador Sueli Joana Lafemina Eduardo Fernando Francini Orientadora Educacional Orientadoras Educacional Mônica Bayeux da Silva Maria Raquel Cintra de Campos Mônica Bayeux da Silva Inspetores José Carlos de Oliveira Assistente de Coordenação Marli Alves da Silva Patrícia Taubert Professores Auxiliar de Coordenação Ana Paula Petricelli Silva Edson de Moura Andrea Bucciarelli Andreetta Carla Gobernate Fávaro Inspetores Clarissa dos Santos Bitencourth Eduardo José da Silva Claudia Gomes Ferras Emerson Campanha Elaine Cristina Silva dos Santos Eliana Barbosa Maturano Professores Gabriela Valdrigue Alessandra Garcia Vieira Luís Claudio Santos da Silva Alex Marighetti Mariana Giordani Santos Torres Oliveira Camila Koshiba Gonçalves Maristela Della Barba Lopes da Silva Daniela Camargo Fernandes Olga Regina Guedes de Sousa Santos Felipe Antonio Nunes dos Santos Leal Tamara Salomão Miamoto Gisele Aparecida da Costa Silva Vanda Cristina Machado Garcia Guilherme Lazarini Ferreira Viviane de Cunto Fernandes Ivana Almeida Silva Marques Juan Carlos Ramirez Mondejar Monitora Jonas Borsetti Silva Santos Célia Maria Reis Casteleiro Leandro Alcerito Antunes Roque 14
Neide Farias Marcos Cláudio Paulo Rogerio de Oliveira Garrucho Marcos Raphael Raimundo Pashoal Roberta Los Reis Ponce Amieiro Maura Bottcher Roberta Tassinari Saraiva Paulo Renato Minati Panzeri Silvia Torresani Christianini Salazar Renata Godoy de Jesus Thaís dos Santos Oliveira Renato Cintra Castilho Veronica D Agostino Piqueira Ricardo Pante Sergio Kocinas ENSINO MÉDIO Inspetores Everton Silva de Sousa Coordenador Mario Jesus da Silva Carlos Alberto Sassi Junior Washington Barbosa Porto Orientadoras Educacional 3º + Maria Raquel Cintra de Campos Professores Assistente de Coordenação Clodoaldo Lessa Acidiniz Fonseca da Silva Eder Rodrigues Pereira Auxiliar de Coordenação Jemusu Go Takano Reginaldo Soares Correia Marcos Hideaki Ono Raildo Silva de Alencar Professores Adriana Rodrigues De Paula MIDDLE SCHOOL E HIGH SCHOOL Carolina Fernandez Achutti Danielle Capriolli Costa Silva Coordenadora Edson Rodolfo Silva Luiza Rodrigues Dutra Edson Yoshio Aihara Eduardo Orsolini Fernandes Assistente de Coordenação Eldimar Washington Barcellos Liliane de Santana Evelina Maria Chinaglia Navajas Gabriela Ramos Ribeiro Matins Monitores Giselle Fernandes Adrian Chanel Clifton James Ryo Kobayashi Daniela Mitsue Ono Jorge Luiz Assad de Mello Marianne Ruth Silva Jose Marcelo de Oliveira Bussab Michael Adam Mcculley Lázaro Divino Assunção Sabrina Lynde Bohlen Luciano Kenji Nakagawa William Scott Cowie Luís Carlos Pereira Herman Clifton III Márcio Raimundo Fernandes dos Anjos Adam (pegar o nome com Dpto Pessoal) 15
FULL-TIME Cleiton Alves Mariano Denilson De Paula Machado Coordenadora Denise De Fatima Righi De Lima Patrícia Christel B. Taubert Fabiola Moraes De Lucca Gabriel Rocha Alves Monitoras Gislaine Marta Mendes Alves Ana Cristina Moreira Tocci Guilherme Assis De Siga Ana Christina Dantas Araújo Jader Cassio da Silva (Judô) Andrea Marques Fontoura Martins Jéssica Vieira Ferreira Denise Perez dos Santos João Victor Lacerda Souza Evelyn da Silva Lima Leandro da Silva Lima Joseane Marques da Silva Leonardo Todeschini Sant´Ana Luciane Riccotta Luiz Antonio Gonzaga Júnior Márcia Marzocchi Luiz Felipe Piasentin Rebouças Samantha Maria Alves Moraes Maysa Pereira Mundim Solange Maria Vieira Lopes Rebeca Israel da Silva Regis Trois de Avila FITNESS Roberval Costa de Carvalho Vanessa Ramos Gazola Coordenador Vitor Marciano de Souza Filho Fernando Gonçalves Andrezo Vivian Cristina Fuentes Chambrone Wagner Tadashi Uchida Monitores Adriane De Souza Silva Romano (Inglês) Instrutores Almyr Ferreira De Souza (Vôlei) Tainá Francis Soares de Souza Ana Maria Mendes Formiga (Inglês) Thiago Da Silveira Nascimento Ana Paula Russo Wormser André Alex Vicente Rodrigues Laboratorista Andréa Correa Airoso (Natação) Adriana Dubas Leal Konno Carla Christina Andrade Lisboa Clayton Dourado Oliveira 16
1.3. Nossa história O Colégio Magno/Mágico de Oz iniciou suas atividades no dia 31 de março de 1970, em uma unidade na rua Barão de Jaceguai, no Brooklin, por iniciativa das educadoras Dalva Veras Viégas e Myriam Tricate, mãe e filha, com a participação de Cláudio Tricate, então marido de Myriam. Com a ideia de uma educação renovada, focada na criança e em seu desenvolvimento integral, aberta ao brincar, às diferentes formas de expressão e à construção da autonomia das crianças, o projeto logo decolou. A Escola começou com apenas três alunas, entre elas, Cláudia Tricate, atual Diretora Pedagógica do Magno/Mágico de OZ e, ao final do primeiro ano, alcançou uma centena de meninos e meninas. Em pouco tempo, a Escola teria 500 alunos e se tornaria, ainda na década de 1970, uma das instituições de ensino de referência da capital paulista. Entre as décadas de 1980 e 1990, o Magno/Mágico de Oz chegou à sua configuração atual, como uma Escola para a vida inteira, atendendo crianças do berçário ao Ensino Médio. Ao longo dos seus 50 anos, o Colégio construiu uma identidade cultural em que permanece a orientação de construir um projeto de ensino que responda às demandas do mundo contemporâneo, sem ficar apenas voltado para o passado, de reconhecer a criança e o adolescente como sujeitos integrais, com diferentes talentos e torná-los capazes de construir seus próprios projetos de vida, num progressivo processo de conquista de autonomia. Essas características fizeram com que o Magno estivesse à frente de muitas inovações pedagógicas que marcaram a educação nas últimas décadas. A Escola foi pioneira na introdução do uso de computadores em sala de aula; no desenho de um projeto de educação integral de livre escolha do aluno, com dezenas de opções; na ênfase do trabalho sobre os esportes e sobre a música, na busca pela internacionalização do projeto de ensino, entre outras faces do trabalho educativo. Todos são traços presentes da Educação Infantil ao Ensino Médio, que só se aprofundaram ao longo da história da Escola. Veja, a seguir, alguns marcos desta evolução. 17
Marcos históricos Unidade Washington Luiz – 1976 1970 – Criação da Escola Introdução de computadores – 1983 1980 – Unidade Olavo Bilac Sistema Magno de Comunicação – 1993 1985 – Unidade Sócrates 1994 – Início do Full-Time Berçário Baby Oz – 1995 1996 – Entrada - Rede PEA-UNESCO Observatório Astronômico – 1997 1998 – Núcleo Ambiental 1998 – Criação do 3º + Unidade Campo Belo – 1998 2016 – Sistema MagLab Espaço Vila Oz – 2005 Escola de referência Google – 2017 18
1.4. Nossos alunos Desde a sua fundação, o Colégio Magno/Mágico de Oz pretendeu ser uma Escola para a vida inteira, ou seja, que pudesse realizar todo o atendimento educacional previsto pela legislação brasileira: Berçário, Educação Infantil, Ensino Fundamental - Anos Iniciais, Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio. Tudo nos períodos regular e integral, com total apoio às famílias. Os alunos do Magno/Mágico de Oz são oriundos, em sua maioria, de famílias moradoras da região Sul de São Paulo, de classes socioeconômicas B e A, com pais que trabalham em empresas e/ou em empreendimentos próprios. Por isso, precisam que a Escola possa oferecer todo o suporte necessário, em um ambiente educativo, seguro e afetivo. Para atender às expectativas das famílias, o Colégio se estruturou como uma Escola completa e integral, com atendimento que vai além do tempo integral existente na maior parte das escolas. O Magno também oferece um curso preparatório para o vestibular, o 3º +, que conta com 600 horas a mais de aula na 3ª série do Ensino Médio e, por fim, uma complementação curricular que equipara o currículo brasileiro ao norte-americano. Os alunos ganham, assim, o direito da dupla titulação, em uma perspectiva de educação internacionalizada. O projeto pedagógico do Magno tem, por essência, preparar o aluno para todos os seus sonhos. A totalidade dos estudantes opta por buscar aprovação nos vestibulares das principais universidades brasileiras e, cada vez mais, também buscam experiências internacionais em universidades de alto nível do exterior. Hoje, o Magno tem alunos que seguem seus estudos universitários nas universidades públicas mais concorridas, como a USP, UNICAMP, UNESP, UFSCAR, bem como em instituições particulares de reconhecida qualidade, como PUC, FGV, Insper, Fei, Mauá, Senac, em todas as áreas, com um perfil muito diversificado de escolhas. Essa variedade de caminhos reflete, justamente, a liberdade e a autonomia construídas pelo Magno. Assim, formou-se uma comunidade harmônica e participativa. Atualmente, uma parcela importante de ex-alunos têm filhos matriculados na Escola, o que mostra o acerto do projeto educativo e a confiança depositada pelas famílias. 19
1.5. Recursos e infraestrutura Nas escolas inovadoras, como o Magno se propõe a ser, a sala de aula é apenas um dos locais da aprendizagem. Existem diversos espaços interdisciplinares, em que os alunos aprendem de forma significativa, por meio da experiência, fazendo links entre a teoria e a prática, desenvolvendo procedimentos científicos, ampliando a percepção da realidade. O uso desses espaços rotineiramente é essencial no projeto pedagógico do Colégio Magno/Mágico de Oz, como nos relacionados à aprendizagem criativa. A rede MagLab é composta por um conjunto de ateliês reconfigurados, para que os alunos desenvolvam projetos que envolvem Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (dentro do conceito de Steam). São espaços makers, dotados de recursos como impressoras 3D, cortadoras a laser e ferramentas; são espaços interativos diversos, que tornam a educação uma experiência significativa, real, autoral e criativa. Há, até mesmo, um laboratório específico para o ensino de Matemática, o MatLab. O Laboratório de Mídias Sociais permite a produção de conteúdos digitais para web, alimentando canais como o Facebook e o YouTube. Da mesma forma, o Núcleo Ambiental e a Vila Oz são iniciativas diferenciadas da Escola que antecipam tendências e são, cada vez mais, importantes para o trabalho educativo do Mágico de Oz. Educadores e alunos também têm à disposição ambientes como Teatro (com som, luz e arquibancada), Sala de Música, Estúdio de Som, Salas de Projeção, Laboratório de Astrofísica e Conference Hall. Bibliotecas As bibliotecas do Magno/Mágico de Oz não são aqueles espaços cerimoniosos, quietos, como se convencionou pensar das bibliotecas. São espaços vivos de leitura, dinâmicos, promotores de projetos e atividades de leitura e, por isso mesmo, frequentados pelos alunos com liberdade e interesse. Além dos clássicos, regularmente são comprados livros que frequentam o topo das listas dos mais vendidos. Ao mesmo tempo, há disponíveis assinaturas das revistas pedagógicas mais importantes, dos títulos que interessam crianças e jovens e também dos principais jornais. São seis bibliotecas voltadas para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio, ou seja, com espaços e títulos especializados conforme as etapas preferenciais de atendimento. Todo o acervo das bibliotecas do Magno pode ser consultado (e reservado) via Internet, pois foi sistematizado em um banco de dados integrado, como as mais modernas bibliotecas. Cozinhas experimentais No Magno/Mágico de Oz há três cozinhas experimentais completas, o que significa dizer que há todos os equipamentos necessários para uma aula: fogão, geladeira, utensílios de toda espécie e, até mesmo, uma estrutura de espelhos, que permite aos alunos acompanhar tudo o que se faz nas bancadas. Todas são utilizadas também em aulas de culinária. Na verdade, cada vez mais a prática culinária é usada para trabalhos em todas as áreas, inclusive em projetos interdisciplinares e formativos. 20
Há muitas outras possibilidades: em Matemática, trabalhar com pesos e medidas, com frações e formas; com produções em Inglês; a química dos alimentos em Química. Por isso, são espaços educativos valorizados. Espaços artísticos e cênicos Tão importantes quanto os espaços tecnológicos são os ambientes para o desenvolvimento de atividades artísticas. Em suas três Unidades, os alunos do Magno/Mágico de Oz têm acesso a ateliês de arte, salas de balé e jazz, estúdio de som, sala de produção audiovisual, entre outros recursos. Fitness O Magno conta com um fitness aparelhado e com profissionais capacitados. Entre as modalidades de exercícios disponíveis estão Musculação, Cardiovascular, Ginástica Funcional, Natação, Hidroginástica e diversas modalidades de atividades físicas, como Alongamento, Supercircuito, Aerokids, Bike, Triatlhon e Corrida de Rua. Há equipamentos modernos como os que se encontram em fitness profissionais. Diversos recursos são utilizados como espaços de aprendizagem. É possível, por exemplo, imaginar aulas sobre o corpo humano, o aparelho cardiorrespiratório, a musculatura, ao mesmo tempo em que se fala sobre a importância do exercício físico para a saúde. Novamente, os projetos transversais e interdisciplinares podem encontrar, num espaço inusitado, um ambiente muito mais estimulante do que apenas a sala de aula. Hortas sustentáveis e sistema de biodigestão Nas Unidades Sócrates, Olavo Bilac e Campo Belo, os alunos dispõem de hortas que integram o sistema de produção de biogás do Magno. Além de gerar alimentos para as cozinhas, as hortas permitem o estudo de processos de desenvolvimento sustentável, já que recebem matéria de compostagem produzida a partir das sobras dos restaurantes e processada em tanques especiais. Complexo poliesportivo O Magno/Mágico de Oz possui um dos maiores complexos esportivos das escolas de São Paulo, o Centro Integrado de Esportes e Educação do Magno. O CIEEM inclui, entre outros: • piscina semiolímpica aquecida • ginásio poliesportivo • sala de ginástica e musculação • sala de dança • parede de escalada 21
Laboratórios de Biologia, Física e Química Quando falamos em laboratórios, podemos pensar que já sabemos exatamente o que encontraremos por lá. Vêm à mente as pipetas, os microscópios convencionais, etc. Mas, recomendamos sempre aos educadores e alunos que ultrapassem essas ideias preconcebidas e conheçam todos os recursos disponíveis em nossos laboratórios. O Magno/Mágico de Oz tem uma tradição forte nesse trabalho. Isso vale para os professores das disciplinas científicas, mas também para os educadores de todas as áreas. Mesmo quem não é especialista pode utilizar esses espaços, pois em cada um deles há profissionais contratados para dar suporte ao professor. Laboratório de Astrofísica Por que uma escola precisa ter um observatório astronômico? Não seria melhor perguntar: por que uma escola, no século XXI, deixaria de ter um recurso tão útil ao ensino como esse? Desde que entrou em funcionamento, o Observatório já permitiu a realização de centenas de estudos em todas as disciplinas, que vão da observação de Marte ao estudo do mapa celeste inscrito na bandeira do Brasil. Posteriormente, o Observatório Astronômico teve seu espaço transformado, permitindo um conjunto mais amplo de atividades, e passou a ser chamado Laboratório de Astrofísica. O telescópio não é, assim, o único instrumento do Observatório: os alunos têm acesso a astrolábio, lunetas e diversos instrumentos que fazem parte da história da Astronomia. Núcleo Ambiental Uma minifazenda no coração de São Paulo, um laboratório a céu aberto. Há muitas maneiras de definir o Núcleo Ambiental e, também, de usufruir desse espaço ímpar. Em uma área de 572 metros quadrados, é possível encontrar animais grandes, como pônei, vaca, ovelhas; animais pequenos, como coelhos; e inúmeras aves, como patos, marrecos, perus, galinhas de várias raças, entre outros. O Núcleo também abriga dezenas de árvores e plantas, temperos, horta, flores, parreiras, e um sistema hídrico, que inclui uma roda d’água e um pequeno lago. Trata-se de um local de observação e, sobretudo, de experimentação e criação. Em meio ao Núcleo há, por exemplo, um completo ateliê artístico, propositalmente integrado ao verde. Há, também, uma arena para a contação de histórias, concebida com o intuito de aproximar o contador e o ouvinte, estimulando a participação ativa e espontânea das crianças. O Núcleo permite o acompanhamento dos ciclos na natureza, do desenvolvimento dos animais, da gestação dos mamíferos, incluindo o aleitamento. Os alunos podem produzir alimentos como queijos, iogurtes, sucos e outros derivados de produtos da natureza, bem como realizar trabalhos sobre sustentabilidade e preservação ambiental, manejo de animais e acompanhar o trabalho de profissionais, como o veterinário. Os animais do Núcleo são renovados a cada dois anos, para que não fiquem confinados por muito tempo. Todos os bichos recebem alimentação adequada, orientada diariamente por profissionais. Há um 22
veterinário responsável pela orientação de dois tratadores e pelo acompanhamento de todos os animais, que são vacinados e fazem exames clínicos sistematicamente. São muitas espécies que podem ser reconhecidas e até classificadas pelos alunos. Além dos animais que vivem no Núcleo, é grande o número de aves que aparecem à procura de frutas e insetos que se encontram no local. Lá, todos aprendem, sobretudo, que para respeitar o ambiente e desenvolver a ética da sustentabilidade, é preciso aprender muito sobre as maravilhas da natureza. Rede MagLab Quem pensa em tecnologia, pensa em computadores, mas não é só isso. Além dos próprios computadores pessoais, há diversos outros recursos que podem se tornar instrumentos de grande importância para o professor, seja por ampliarem as possibilidades de pesquisa, seja por motivarem os alunos a partir de mídias e linguagens que já fazem parte do cotidiano. O Magno possui diferentes espaços de inovação: laboratórios de informática, de robótica, espaço maker, dotado de impressora 3D e outros recursos que permitem aos alunos desenvolverem atividades que unem o conhecimento conceitual à materialização de projetos reais. Trata-se, na verdade, de uma rede integrada de espaços direcionados a uma educação não convencional, voltada para o aprendizado mão na massa e para o desenvolvimento do pensamento criativo. Vila Oz A Vila Oz foi concebida para que as crianças possam vivenciar e representar simbolicamente a experiência de viver na cidade. No mercado, na casinha, na oficina mecânica, no lava-rápido, na padaria, na peixaria, no salão de beleza, no metrô, enfim, em todos os espaços as crianças podem viver simbolicamente a experiência da vida adulta. Isso implica realizar tarefas com autonomia, tomar decisões, fantasiar, explorar o que imaginam ser a vida dos adultos. No mercado, é possível aprender sobre consumo, alimentação, fazer contas para o troco, escrever lista de compras. No mecânico e no posto, pode-se trabalhar relações, serviços e trânsito. E no Cabeloz, vê-se estética, beleza, hábitos urbanos e saúde. Os espaços, totalmente equipados para que as crianças extrapolem suas fantasias, são também flexíveis. Por exemplo, a clínica pode ser uma maternidade, uma clínica pediátrica, uma clínica veterinária ou até uma clínica oftalmológica. Todos os ambientes são minuciosamente planejados. No consultório de dentista há até a típica cadeira reclinável em que os pacientes são atendidos. A Vila Oz é continuamente repensada e ganha novas construções, como o Banco Oz e, mais recentemente, uma estação de metrô. Em cada contexto, tudo está preparado para que as crianças brinquem e dramatizem as situações típicas vividas nesses ambientes. 23
Demais espaços diferenciados Além dos espaços diferenciados, laboratórios e bibliotecas, o Magno/Mágico de Oz entende todos os seus espaços como ambientes potencialmente educativos, e são estruturados para esse fim. Desse ponto de vista, por exemplo, merecem destaque: • Sala de Esgrima • Sala de Música • Laboratório de Mídias Sociais • Sala de Xadrez • Sala de Dança • Sala dos Professores • Parque da Educação Infantil • Parque do Ensino Fundamental • Conference Hall • Salas ambiente do 3ª+ • Salas do High School 24
CAPÍTULO 2 – NOSSAS DIRETRIZES PEDAGÓGICAS 2.a. Projeto Pedagógico O que é uma boa escola? Diante de tantas demandas, expectativas, projetos, mudanças, torna-se cada vez mais complexo definir o que é uma boa escola – aquilo que, em última instância, instituições como o Magno/Mágico de Oz querem ser. Mas, em vez de simplesmente elencar um conjunto de características, sempre importantes, podemos e devemos buscar o olhar daqueles a quem a escola serve: as famílias, ou seja, pais e alunos. Desse ponto de vida, uma boa escola é aquela que amplia nossas possibilidades de nos tornarmos adultos realizados e felizes, dentro das expectativas e dos sonhos de cada um. Isso significa dizer que a boa escola busca a melhor correlação entre excelência acadêmica e formação humana integral. Excelência acadêmica implica dar valor ao conhecimento, formar cidadãos que valorizem a ciência, a cultura, o saber, que dominem um conjunto de conhecimentos essenciais para que sigam as suas vidas nas universidades que escolherem, nos projetos que construíram. Formação integral significa entender que crianças e jovens não são apenas cabeças, mas corpos, mãos, corações, desejos, mistérios. A escola precisa educar pessoas mais completas, para que consigam se colocar no mundo e viver suas interioridades com mais recursos, mais formas de compreensão de si e do outro, mais formas de expressão e de posicionamento para além do mundo científico, lógico e matemático. Para isso, são essenciais os esportes, as artes, a música e tantas outras atividades que precisam encontrar espaço real no currículo de uma boa escola. Mas, também, essas dimensões não esgotam a busca de uma boa escola, há um outro âmbito que perpassa todos os demais: os valores. Uma boa escola trabalha, com a família, para o desenvolvimento de um conjunto de valores humanistas universais, como o respeito mútuo, a honestidade, a valorização da diversidade, a repulsa a todas as formas de preconceito, a ética sustentável, entre diversos outros. Esse é um trabalho cotidiano, realizado sempre em parceria com os pais. Cada dia em uma boa escola é uma experiência formativa, que pode e deve ser diferente do dia anterior. Por isso, é imprescindível que esse espaço de desenvolvimento coletivo seja inevitavelmente marcado pela confiança e pela transparência nas relações humanas. E é assim, num dia após o outro, que se constrói um ser humano mais completo, capaz de realizações no campo acadêmico, balizado pela ética, atento ao outro, comprometido com o mundo, capaz de cuidar de si, com autonomia, no plano da saúde, das interações com o outro, do afeto, do ambiente no qual está inserido. Essa não é uma tarefa que tem começo e fim. Assim como as pessoas, escolas são obras sempre em processo, em aprimoramento, e ter essa consciência e essa humildade é uma condição sine qua non de bons projetos educativos. 25
Da mesma forma, precisamos saber que formar pessoas assim não é tarefa para um único profissional, o professor, mas, sim, como diz um ditado africano, “requer toda uma aldeia”. Os pais precisam estar presentes, os educadores precisam estar conscientes de que seu papel vai além do ensino de sua disciplina, a comunidade precisa agir como tal. Esse consenso dos valores importantes deve fazer parte desde a escolha da escola, aquele momento em que pela primeira vez pais, alunos e escola conversam para decidir se, afinal, aquela é a melhor escolha. É preciso clareza, sinceridade e vontade de pensar no futuro de uma forma mais ampla e corajosa. Não basta saber se, ao final de tantos anos, os alunos irão bem no ENEM e na universidade. É preciso saber, sobretudo, o que ocorrerá até chegarem lá. Serão boas pessoas, capazes de seguirem a vida com equilíbrio e confiança? Serão bons seres humanos, capazes de viver em comunidade e contribuir para a construção do mundo? Serão indivíduos que se aceitam, conhecem seus potenciais e sabem o que lhes traz realização e alegria? Se a resposta para essas perguntas for “sim, faremos isso juntos”, pronto, aqui podemos dizer, de fato, que encontramos uma boa escola. Cláudia Tricate Diretora Pedagógica 26
2.b. Projeto Pedagógico O que é um Projeto Político-Pedagógico? Ao completar 50 anos, o Colégio Magno/Mágico de Oz tem a alegria de compartilhar com a sua comunidade seu projeto político-pedagógico, documento que reflete os princípios e as convicções pedagógicas desta instituição. São as grandes linhas mestras das quais decorrem as escolhas pedagógicas cotidianas, que representam as ações educativas. Chama-se Projeto, porque é ação projetada no tempo: irá orientar nossas ações no futuro a curto, médio e longo prazo, ainda que seja um instrumento em permanente construção. É um Projeto Político, porque esta Escola não forma apenas indivíduos, mas cidadãos plenos e participantes da sociedade e de seu próprio tempo histórico, conscientes de sua responsabilidade comunitária e de seu poder de transformação social. Um projeto educativo é sempre coletivo no plano familiar e social. Por fim, trata-se de um Projeto Político-Pedagógico, porque assim circunscreve o seu campo de trabalho: a educação e, em especial, a educação na sua perspectiva integral, que inclui as dimensões acadêmica, social, socioemocional, ética e moral, física, estética – todas inseparáveis do desenvolvimento humano. É importante que se compreenda, também, que o PPP não se trata de um estudo teórico e idealizado. É um documento de identidade da Escola, no qual se declaram e se compartilham as convicções pedagógicas, os propósitos que alicerçam seu fazer pedagógico, seus objetivos e as evidências que balizam as ações. Tampouco, o PPP não é uma constituição imutável, mas um texto vivo, submetido diariamente ao questionamento da realidade, flexível às inovações, aos avanços científicos, às demandas sociais, às inspirações pedagógicas. Está, portanto, em permanente desenvolvimento. Finalmente, o PPP não é um documento de gestão, e, portanto, imposto, mas um texto construído a partir de reflexões internas da equipe pedagógica, dos coordenadores e professores, bem como da escuta atenta da comunidade de alunos e pais, manifestada em reuniões, diálogos e em toda a vida cotidiana escolar. Por isso, a adesão a este projeto está desde logo definida, pois ele nasce do que a Escola já realiza e aponta para onde queremos chegar. Trata-se, assim, de um documento de diálogo e troca entre a comunidade educativa e as famílias. Procuramos construir um documento que cumpra sua função de comunicar com clareza os nossos caminhos a todos os que compartilham deste projeto. Afinal, o Magno/Mágico de Oz fez 50 anos com toda a energia para continuar a fazer parte da construção do futuro, responsabilidade que cabe a cada um de nós. Para esta Escola, o futuro nunca foi um sonho, mas um projeto que devemos realizar juntos. 27
2.c. Projeto Pedagógico Nossos valores institucionais Ao longo dos últimos anos, o Magno/Mágico de Oz investiu na definição de um conjunto de valores institucionais que, embora acompanhassem o desenvolvimento da Escola desde há muito tempo, precisavam ser escritos e reconhecidos pela comunidade. Foram realizadas reuniões em âmbito de gestão, atividades coletivas com professores e colaboradores, bem como realizado um esforço de comunicação junto às famílias. Assim, este Projeto Político-Pedagógico assume como sua base oito valores que o Colégio Magno/Mágico de Oz considera centrais em sua ação pedagógica, bem como no conjunto das dimensões escolares, como administrativa-financeira, logística, de tecnologia, manutenção e estrutura, entre outras. O Magno define-se como uma Escola: • Internacional, na medida em que trabalha pelos princípios da cidadania global e fortalece, em seu currículo, o aprendizado de outros idiomas e culturas, além de buscar conexões com realidades educativas de outros países. Esse projeto encontra sua maior expressão na parceria com a Mizzou University, que permite a dupla titulação dos alunos no Ensino Médio. • Integral, porque acredita que a educação jamais pode se restringir ao aspecto acadêmico. O ser humano reflete sempre a interação entre suas formas de expressão na sociedade, no desenvolvimento do corpo e da mente, no uso de todas as linguagens como forma de estar no mundo e dele participar. • Academicamente forte, pois a Escola tem por princípio de existência garantir às novas gerações o acesso aos saberes historicamente constituídos, como herança civilizatória a ser ampliada, e permitir a realização de seus projetos de vida, na universidade, quaisquer que sejam suas escolhas. • Inovadora, por buscar sistematicamente conhecer os avanços da ciência, da tecnologia e da pedagogia para incorporar ao seu projeto educativo, em todas as frentes da inovação, seja no que se refere às concepções, às metodologias ou ao uso de novos recursos. • Acolhedora e individualizada, porque este sempre foi o DNA do Magno/Mágico de Oz: receber e conhecer individualmente cada aluno e sua família, compreendê-los e trabalhar com eles, da melhor forma possível, em suas especificidades. • Sustentável e socialmente responsável, porque ser sustentável é mais do que uma postura pedagógica, é uma atitude consciente de cuidar da herança que os adultos de hoje deixarão para as novas gerações, na casa comum chamada Terra. • Empreendedora, por fim, pois o princípio do empreendedorismo é fortalecido pelas novas características da economia criativa. Em um mundo em que os próprios conceitos de trabalho estão em transformação, é essencial preparar os alunos para empreenderem em suas próprias vidas. 28
2.d. Nossas competências essenciais Embora tenha sempre procurado construir um projeto aberto, que extrapolasse o currículo tradicional e os formatos estabelecidos, o Magno/Mágico de Oz sempre foi rigoroso ao seguir, em todos os âmbitos, as orientações da legislação vigente. Assim, prontamente se preparou para seguir a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, dentro dos prazos estabelecidos. No entanto, da mesma forma, o Colégio também nunca abriu mão das características centrais e definidoras do seu projeto pedagógico que, afinal de contas, representam a sua própria identidade institucional. Essa introdução é necessária para apresentar uma das inovações propostas pela BNCC, a definição de um conjunto de 10 competências básicas, que devem permear o currículo, a saber: • Conhecimento; • Pensamento científico, crítico e criativo; • Repertório cultural; • Comunicação; • Cultura digital; • Trabalho e projeto de vida; • Argumentação; • Autoconhecimento e autocuidado; • Empatia e cooperação; • Responsabilidade e cidadania. O Magno/Mágico de Oz procurou concretizar o encontro das competências explicitadas no documento da BNCC, com as competências que estruturam sua própria visão de educação. Dessa maneira, o Projeto Político-Pedagógico do Magno assume como essenciais em sua proposta e, portanto, contempladas em todas as suas ações educativas, as competências: • Apreço à cultura e ao conhecimento: o Magno acredita que uma das funções essenciais da Educação é formar novas gerações que valorizem o saber, saibam reconhecer beleza na produção intelectual e acreditem no processo de aprendizagem como algo que compete a todos, ao longo de toda a vida. • Pensamento crítico, científico e criativo: é preciso aprender a pensar. Na Escola, nas aulas, nos projetos e nas demais atividades educativas, os alunos precisam aprender a pensar de forma crítica e questionadora. Devem, também, conhecer as características do pensamento lógico, ou seja, as formas de inquirir a realidade e construir novos conhecimentos a partir dos marcos do saber científico, com método e racionalidade. Por fim, devem ser capazes de imaginar, extrapolar, transitar entre áreas para produzir soluções inovadoras e criativas. 29
• Cooperação e trabalho coletivo: o mundo do século XXI é o mundo das redes, das conexões, da produção coletiva do conhecimento e da colaboração. A Escola é um espaço privilegiado para que os alunos aprendam a compreender e a valorizar a diversidade como caminho para a construção de um olhar mais amplo e empático sobre o mundo e seus desafios. • Autonomia e construção de projeto de vida: desde os primeiros anos da Educação Infantil, a construção da autonomia dos alunos é um dos eixos centrais do trabalho pedagógico do Magno. Para a Escola, educar é sempre educar para a autonomia, uma competência essencial, que possibilita a construção de projetos sólidos de vida. • Comunicação: a competência da comunicação mostra-se cada vez mais importante. Desde o início, foi uma das competências mais valorizadas no projeto pedagógico da Escola, presente nas diversas oportunidades em que os alunos precisam defender suas ideias ou fazer apresentações públicas, com ênfase na produção textual e em outras formas de expressão. • Cultura digital: os alunos nasceram e cresceram sob o signo do digital. Porém, a cultura digital não se constrói apenas a partir da experiência autônoma do usuário. É preciso desenvolver competências, como o pensamento computacional, linguagens, como a da programação, bem como o sentido de ética necessário para um mundo marcado cada vez mais pela tecnologia. • Cidadania global: por fim, todas as competências anteriores levam à concepção de uma nova ideia de cidadania, preconizada pela UNESCO. Somos todos habitantes de uma casa comum, o planeta Terra, e corresponsáveis pelo legado que deixaremos para seus futuros moradores. Este sentido de cidadania compõe-se de valores, atitudes e competências que as novas gerações precisam desenvolver para serem capazes de pensar globalmente, a fim de agir localmente. 30
2.1. O Magno e seus valores 2.1.a. Educação em valores A Declaração de Valores da Escola Educar é uma missão complexa, e o fato de a escola ser a instituição especializada em fazer esse trabalho não diminui tal complexidade. Num mundo em acelerada transformação, a escola assume o desafio de compartilhar a busca por respostas ou, pelo menos, por horizontes. Para tudo isso, as ferramentas que possui são os saberes, os valores e a convivência em grupo. Trata-se de um processo que, necessariamente, pressupõe a participação da família. Compartilhar com a instituição educacional a responsabilidade de educar os filhos traz diversos caminhos educativos que a família ou a escola sozinhas não teriam como construir. No entanto, é inegável que esse encontro de perspectivas produz uma série de pontos de reflexão e, às vezes, de conflito. Um dos motivos para que isso aconteça é que o trabalho educativo conjunto entre a família e a escola se faz no presente, ao longo de anos, vislumbrando, também, o futuro, um futuro que nós não conhecemos. Educar, portanto, é sempre uma aposta que se baseia em informações, percepções, diálogo e conhecimento de mundo. O primeiro núcleo social de um indivíduo é a família, que garante o necessário para a sua vida e o seu bem-estar. A família é, também, quem decide qual instituição escolar pode ser a mais adequada para a educação dos filhos. Trata-se de uma escolha feita com base em critérios que variam de família para família. E, cada vez mais, o conceito de família abrange uma diversidade de modos de ser, pensar e agir, que conformam um conjunto de características que o aluno leva consigo. Essa diversidade é intrínseca ao ambiente escolar, e a escola deve acolher, integrar, organizar e orientar todas essas visões de mundo. Quaisquer que sejam os critérios em que se pautem a escolha da família, é uma decisão que gera expectativas quanto ao modo de trabalho da instituição escolar e aos valores que direcionam essa ação. Quando escola e família se encontram, trazem uma bagagem que precisa ser compartilhada a favor do desenvolvimento do filho, que agora também é aluno. Para a família, entre todos os alunos, aquele “um”, o seu filho, é o que importa. Por outro lado, mesmo interagindo com uma grande quantidade de alunos ao mesmo tempo, a capacidade de responder individualmente aos pais precisa estar entre as competências e valores de qualquer escola. À medida que declara para a família quais são os princípios que orientam seu trabalho, a escola auxilia a família nessa escolha e em sua permanência ao longo do tempo. Na verdade, as famílias prezam e praticam seus próprios valores, mas sua explicitação não é uma condição sine qua non para o relacionamento familiar. Já para a instituição educacional, é fundamental que tais princípios sejam declarados, pela grande diversidade de alunos e famílias envolvidas. A importância da comunicação com os pais reside, então, no fato de assegurar que os valores praticados estejam em comum acordo, assim como deve existir um consenso mínimo viável para a construção do horizonte de desenvolvimento dos jovens. Qualquer relação de parceria depende, em grande medida, da qualidade com que as partes estabelecem sua comunicação. Por isso, é fundamental alinhar as expectativas sempre que necessário, pois, embora a escola e a família tenham o mesmo objetivo, nessa cooperação de longa duração, o trabalho educacional apresenta muitas nuances na forma de termos, processos, atividades, métodos, que exigem contínua revisão e aprimoramento da comunicação.
O filho/aluno é quem se beneficia de uma parceria constituída dessa forma. A esse filho/aluno chegam comunicações em grande quantidade, cotidianamente, de ambas as instituições, tanto da família quanto da escola. Se quisermos potencializar seu efeito para o melhor desenvolvimento do aluno, precisamos todos falar a mesma língua, em termos de regras, rotinas e necessidades específicas. Assim, nessa tarefa em parceria, a escola e a família precisam retomar sempre a conversa de início: que indivíduo, que pessoa, que cidadão queremos entregar para o mundo? Além disso, todos os atores envolvidos precisam se comunicar intensa e continuamente a esse respeito. Há um vasto conjunto de valores envolvidos, mas um deles se sobressai no projeto pedagógico do Magno: a autonomia. Um jovem autônomo é capaz de enfrentar desafios, ou seja, resolver problemas de diversas ordens, abandonando, paulatinamente, as fórmulas e respostas prontas, que muitas vezes são úteis como ferramentas de aprendizagem. Um jovem autônomo também é aquele que desenvolveu as habilidades necessárias para se relacionar em sociedade e no mundo do trabalho, para além do ninho familiar e dos muros da escola. Esse jovem, portador de uma série de saberes, valores e habilidades, se torna um indivíduo capaz de contribuir para a sociedade e, ao mesmo tempo, realizar-se pessoalmente e profissionalmente. 32
2.1.b. Educação em valores A construção da autonomia No século XXI, ainda há quem acredite que o ambiente escolar tem como objetivo principal o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Seria, desta forma, um cenário ideal para que as crianças pudessem desenvolver seu intelecto, o que garantiria a elas um lugar privilegiado, quando fora dos muros da escola. Mas, esta é uma visão equivocada sobre o papel da escola, que é bem mais amplo. O espaço e o tempo escolar contribuem com o desenvolvimento moral de seus alunos e de todos aqueles que compartilham do ambiente escolar, influenciando a forma com que se relacionam e resolvem seus conflitos. O desenvolvimento da autonomia deve estar presente nos projetos político-pedagógicos das instituições de ensino de forma tão ou mais relevante do que o ensino de Matemática ou de Língua Portuguesa. É importante pensar nas diferentes dimensões da ideia de autonomia, especialmente porque há uma estreita ligação com o campo da ética e da moral. Uma primeira dimensão é a do autocuidado e da capacidade de tomar conta de si, que é particularmente importante para as crianças bem pequenas. Cada conquista, como o sentar, o engatinhar, o andar, o comer sozinho, representa uma nova plataforma de desenvolvimento global, pois o cognitivo é indissociável do mundo do corpo e das relações com objetos e pessoas. Essa dimensão estará sempre presente, nos mais diferentes momentos e idades: arrumar o próprio material escolar, cuidar de uma rotina de estudos, pentear os cabelos, escovar os dentes, sair sozinho com os amigos, dormir fora de casa, administrar uma mesada. Cada uma delas representa um avanço em direção à formação da individualidade e da capacidade de cada um cuidar de si. Estimular os alunos a construírem esses aspectos da autonomia é papel da escola e deve ser executado de forma consciente, constante e intencional, desde o início da Educação Infantil, e terá repercussões tanto na vida acadêmica como na vida social e cotidiana. Seres humanos autônomos, protagonistas, que resolvem problemas, começam a ser formados na infância. Mas há outra dimensão da autonomia, que está na origem da palavra e não pode ser esquecida: trata-se da autonomia moral. A anomia refere-se à criança pequena, que não tem qualquer espécie de autorregulação de conduta. A heteronomia designa a obediência a normas externas. A autonomia representa a condição de indivíduos conscientes das regras, que escolhem respeitá-las ou contestá-las, movidos por valores internalizados. Nessa perspectiva, a autonomia moral representa a construção paulatina de atitudes e valores morais compatíveis e regulados ao contexto social em que está inserido. Uma atitude moral não depende da aquisição de regras e princípios morais, mas, sim, de valores morais, ou seja, das ligações afetivas estabelecidas com o outro. Uma criança entra em contato com a moral por meio das regras sociais e, assim, descobre que algumas coisas podem ser feitas e outras não. É justamente essa distinção que faz despertar aquilo que conhecemos como senso moral. Assim, o papel da escola é fazer com que a criança compreenda a distinção entre obediência e crescimento. Na escola, trabalha-se dessa forma a cooperação. É no ambiente escolar que se desenvolve a autorregulação moral e intelectual, em uma perspectiva pedagógica, provocando os alunos a buscarem respostas em um papel absolutamente ativo. Juntamente com a família, a escola é o terreno mais fértil e apropriado para que esse exercício diário seja estabelecido com delicadeza, paciência e sabedoria. 33
2.1.c. Responsabilidade social Ação social, formação transformadora Produzir milhares de máscaras em série para distribuir em asilos, colocar na web, em poucos dias, um marketplace para que uma comunidade indígena pudesse vender seu artesanato e continuar sobrevivendo, promover um jogo de futebol com refugiados, atuar na recuperação de um córrego poluído, produzir inovações que melhorem a qualidade de vida de idosos. A imensa diversidade de ações sociais que acontecem no Magno regularmente têm um eixo condutor: o princípio de que todo processo educativo deve servir, em última instância, à transformação da sociedade em que vivemos. O Magno foi uma das primeiras escolas de São Paulo a incluir, no histórico escolar do aluno, suas experiências em projetos sociais e comunitários. No Brasil, essa é uma cultura ainda incipiente, diante do que ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos, onde o engajamento no chamado serviço social é um dos critérios de admissão nas universidades. Atuar em projetos de intervenção social não é apenas uma forma de manifestação de solidariedade ou de espírito filantrópico, vai muito além disso. Por um lado, trata-se de implicar, comprometer, desenvolver o sentido de responsabilidade social dos alunos diante de outros seres humanos que precisam de apoio. Por outro, é um caminho especialmente importante para a construção das chamadas competências sociais, como a empatia, a resolução de problemas reais, o trabalho cooperativo, a resiliência, entre outros. No Magno, a ação social desenvolve-se em dois programas principais: no Projeto de Voluntariado Educativo “E Eu com Isso?” e na participação da Rede de Escolas Associadas da UNESCO. O Projeto “E Eu com Isso?” é regularmente desenvolvido por alunos, professores e colaboradores, em conjunto com entidades assistenciais escolhidas. Em visitas semanais, os participantes conhecem e tecem relações com idosos, crianças e adolescentes atendidos em casas de acolhimento, e desenvolvem diversos projetos ao longo do ano, que podem ser a recuperação de uma biblioteca, a produção de roupas e brinquedos, ou a celebração do Dia das Crianças, da Páscoa e outras datas das quais, normalmente, essas pessoas são privadas. O outro campo de intervenção social do qual o Magno/Mágico de Oz participa intensamente é a Rede de Escolas Associadas da UNESCO no Brasil (PEA-UNESCO). Essa rede representa o braço da UNESCO nas escolas de educação básica de todo o mundo. Criada em 1953, a Rede PEA-UNESCO une quase 12 mil escolas de 190 países em torno de princípios difundidos pela UNESCO, entre eles o de construir a cultura da paz, promover a educação para o desenvolvimento sustentável e formar gerações conscientes de seu papel como protagonistas de uma cidadania global. Uma escola associada da UNESCO se caracteriza como um laboratório de ideias, que promove novas abordagens de ensino e aprendizagem baseadas nos valores e nas prioridades da UNESCO. Apresenta-se, também, como um polo de formação e aprendizagem colaborativa, permitindo aos diretores das escolas, professores, estudantes e à comunidade escolar integrar os valores da UNESCO e se tornar modelos em sua comunidade. As produções realizadas pela Escola dentro dos princípios desse trabalho são apresentadas anualmente na Mostra UNESCO, com centenas de produções dos alunos e conta com a presença maciça da comunidade. Há um Grupo de Trabalho permanente, constituído por coordenadores, professores e outros 34
colaboradores para desenvolver as estratégias de trabalho, envolvendo todas as etapas de ensino e todos os setores da instituição. Além disso, a Escola vem participando de viagens pedagógicas a outros países e de encontros promovidos pela ONU e pela UNESCO, enviando alunos e educadores para representar o Magno/Mágico de Oz e o Brasil. O Magno/Mágico de Oz não apenas integra ativamente a rede, como tem na sua diretora-geral, desde 2007, a Coordenadora Nacional da Rede PEA-UNESCO no Brasil. Embora existam esses dois eixos centrais, os projetos de caráter social também se materializam no programa de viagens internacionais, em ações realizadas em diferentes disciplinas, em projetos de inovação e outras áreas. Um exemplo recente é a viagem de um grupo de jovens alunos aos Estados Unidos, em um programa que incluiu o célebre MIT e a escola inovadora Nuvu, no qual os adolescente construíram aplicativos e outros dispositivos para melhorar a qualidade de vida de idosos. Trata-se de uma forma exemplar, no âmbito pedagógico, de pensar localmente e agir globalmente – a síntese da cidadania planetária que hoje está sendo construída. 35
2.1.d. Protagonismo Aprendendo a construir projetos de vida A escola não é um fim em si mesma. É um meio para a humanidade, para a sociedade, para o indivíduo. É a instituição responsável por reunir, atribuir valor e democratizar o acesso ao conhecimento construído pela civilização – tem uma missão, por assim dizer, civilizatória. A escola também representa um elemento de coesão social, pois consolida e organiza as demais instituições, e prepara os indivíduos para o exercício da cidadania, para a vida coletiva, para a compreensão da importância do saber como um bem comum. Mas, não podemos nos esquecer, também, de que a instituição de ensino deve representar, para as novas gerações, o tempo de construção de futuros. Tão importante quanto aprender sobre as ciências, desenvolver valores é se tornar capaz de se inserir no mundo como autor e protagonista: isso é bem mais do que entrar na universidade. É muito importante que, ainda no tempo da Educação Básica, os alunos pensem sobre o próprio futuro, aprendam a reconhecer suas habilidades mais naturais, a desenvolver aptidões que ainda não possuam, tendo em vista um propósito de vida. Isso requer compreensão da realidade mundial, autoconhecimento, planejamento a longo prazo e o desenvolvimento de competências, como a capacidade de adiar gratificações, tal como num esforço necessário no momento presente, que apenas em um tempo futuro trará o retorno esperado. Como é possível desenvolver tais atitudes com crianças e adolescentes? Em primeiro lugar, promovendo um ambiente no qual os alunos efetivamente se tornem protagonistas nos projetos que desenvolvem, por exemplo, na organização de uma mostra de conhecimentos, em projetos de ação social ou na realização de propostas colaborativas. No entanto, é possível ainda ir além: na sociedade do século XXI, a escola pode também se pensar como o ambiente para nutrir sonhos e competências empreendedoras, o ambiente para se pensar sobre a transformação do emprego e do trabalho, o desaparecimento de ocupações e o surgimento de novas profissões, as mudanças do ensino superior, as tendências da inovação exponencial que podem dar efeito ampliado à ação de indivíduos. O Magno vem trilhando esse caminho para que seus alunos sejam protagonistas de seus destinos, em um tempo em que as incertezas também representam oportunidades: realizando eventos como bootcamps, que reúnem jovens para que aprendam a criar seus próprios empreendimentos digitais, promovendo experiências transformadoras no Brasil e em viagens ao exterior. Os alunos deixam o lugar de estudantes, para entenderem seus papéis transformadores. A escola é o lugar em que as pessoas devem aprender que sonhos fazem parte da realidade, desde que se tornem ações organizadas e conscientes, e que o futuro é uma construção da qual não podemos deixar de fazer parte. 36
2.2. O Magno e a educação integral 2.2.a. Tempo integral Uma escola para todos e para cada um A ideia de uma escola integral não é recente na Educação, ela está presente desde sua origem e encontrou sua expressão completa ao longo do século XX, como no movimento da Escola Nova, e em autores como John Dewey, Anísio Teixeira, entre tantos outros. Uma educação integral diz respeito a uma visão única e inteira do ser humano: quando vem à escola, uma criança não chega apenas com uma mente para aprender conteúdos disciplinares. Vem com seu corpo, com seus ouvidos, seus olhos, suas mãos, sua sensibilidade, seus desejos, sua vontade de brincar, fazer amigos, viver experiências novas, correr, saltar. O progresso recente das ciências cognitivas, entre elas as neurociências, vem mostrando que todos somos capazes de desenvolver diferentes modalidades de inteligência, como provou Howard Gardner. A escola é, por excelência, um espaço de desenvolvimento integral, que precisa prover oportunidades aos alunos em todos os campos. Desde o surgimento do Magno/Mágico de Oz, esse princípio esteve presente. A Educação Integral faz parte do DNA do projeto educativo do Magno/Mágico de Oz, isso significa propor uma educação que abra espaço para que todos desenvolvam seus talentos, construam seus caminhos e se aprimorem em qualquer dimensão humana. Essa proposta não está restrita aos modelos de ensino em tempo integral, embora neles encontre sua principal expressão. No Magno/Mágico de Oz, a formação artística, esportiva, musical, cognitiva faz parte do cotidiano dos alunos, que podem construir um currículo mais amplo do que o das disciplinas da matriz regular. São atividades formais ou oferecidas em caráter informal, obrigatórias ou eletivas, que promovem o desenvolvimento de aprendizagens que extrapolam o trabalho curricular em sala de aula. É o caso, por exemplo, de tudo o que acontece nos diferentes espaços de criação da Escola – os laboratórios maker, os ateliês, a orquestra, os treinos esportivos, o teatro, o coral e outras possibilidades formativas. Nas modalidades de Tempo Integral, esse conceito ampliado de educação acontece de forma regular e estruturada. Na Educação Infantil, chama-se Total Care (para bebês) e Integral (para pré-escola). No Ensino Fundamental, recebe o nome de Full-Time. Aqui, o princípio de educação integral alcança a sua expressão máxima de forma lúdica e envolvente. Trata-se de um tempo dedicado ao aprimoramento individual e coletivo, tanto no campo acadêmico como nos esportes, nas artes, na música, na tecnologia ou na gastronomia. No Total Care e no Integral, as atividades de artes, esportes, música e outras são equilibradas com os cuidados necessários no trabalho com as crianças pequenas, o que inclui o tempo de sono e banho, por exemplo. Já a matriz curricular diária do Full-Time é composta por quatro tempos vespertinos, sendo dois, obrigatoriamente, dedicados ao estudo assistido. Nesse período, os alunos fazem suas lições de casa e podem tirar dúvidas com professores especialistas. Cumprido o tempo de estudo, cada aluno pode escolher atividades em um menu com mais de 30 opções, todas ofertadas com programas próprios, infraestrutura avançada e profissionais de alto nível. São 37
desde atletas e ex-atletas de destaque, inclusive internacional, a profissionais reconhecidos em seus campos de atuação, como pesquisadores e especialistas. Por conta dessas características, o Full-Time também acaba por suprir experiências que crianças e adolescentes perderam no mundo atual, é o caso, por exemplo, de aprender a andar de bike, praticar canoagem ou escalar. Em todas as opções, é um tempo para o criar, o pensar, o fazer e o conviver, em que competências socioemocionais também são desenvolvidas nas práticas coletivas e individuais. Por tudo isso, o Integral e o Full-Time devem ser vistos como oportunidades de desenvolvimento, hoje aproveitadas pela maioria das famílias do Colégio. O sistema é aberto, e os alunos podem optar por frequentar apenas determinados dias ou cursos (no caso do Full-Time). Isso possibilita a todos os alunos do Colégio Magno uma grande abertura curricular e uma nova perspectiva de formação. 38
2.2.b. Nossa visão de arte e cultura Arte e cultura como caminhos para a cidadania plena Na educação contemporânea, tão pressionada por lógicas de resultado e entrega, poucas escolas conseguem preservar em seu currículo o tempo, o pensamento e a ação cultural. No entanto, à medida que o mesmo mundo cobra desempenho, espera também receber cidadãos criativos, com repertório amplo, flexíveis, sensíveis, multiculturais, o que fica evidente que sem arte e cultura, as escolas pouco têm a oferecer. O conceito de cultura advém da antropologia e possui várias acepções. Porém, a mais comum é a formulada por Edward B. Tylor, segundo a qual cultura é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Quando indicamos que a cultura é um complexo de ideias e ações promovidas pelos indivíduos numa sociedade, é fundamental entendermos que esse processo é dinâmico, está em constante transformação, e toda e qualquer pessoa está incluída nessa trama. Ou seja, somos sujeitos protagonistas da nossa história, promotores da nossa própria cultura. Historicamente, as escolas reconheciam a cultura como uma expressão relacionada às datas festivas do calendário nacional e religioso, com ênfase nas comemorações pontuais e circunscritas àquele período, por exemplo, Carnaval, Dia do Índio, festa junina. No decorrer dos anos, a Escola identificou a riqueza dos elementos constitutivos dos processos de formação cultural de valores pessoais, reconhecendo o campo como importante objeto de conhecimento e estudo, incluindo-o como conteúdo de diferentes áreas (expressivas e de conhecimento geral), em seu currículo regular e complementar. A cultura constitui um excelente campo de pesquisa e aprendizado sobre a nossa história, nossas tradições e, sobretudo, sobre a nossa identidade. Por exemplo, quando nossos alunos criam projetos maker a partir de padrões indígenas; ou se trabalhamos com o cordel nas aulas de Literatura, vamos a uma exposição de artistas como Cildo Meireles ou Portinari; ou apresentamos um repertório musical específico ao estudante, como o canto das lavadeiras do Nordeste do Brasil. Assim, estamos trabalhando com a ampliação das referências multiculturais pertinentes ao país no qual vivemos. No caso da música, trata-se não somente do trabalho com a linguagem musical – o canto, os instrumentos, a estrutura melódica e harmônica, mas do conhecimento de todo o contexto histórico-cultural em que essa música foi concebida. Isso também promove o sentimento de pertencimento e de apropriação, de empatia. A partir do trabalho com pesquisas e referências de diferentes culturas, a diversidade cultural é outra marca importante que possibilita ampliar a visão de mundo dos nossos alunos. Partindo de um recorte de uma manifestação artística característica de uma determinada região do Brasil ou do mundo, podemos conhecer os costumes e tradições, as danças típicas, o vestuário, os rituais, a língua falada, a localização geográfica e o modus vivendi do habitat. No campo da música, isso possibilita que os estudantes se aproximem das sonoridades musicais de diferentes povos. A cultura popular representa um excelente campo de experiências de aprendizagens em diferentes áreas, porém, é na música e dança que encontramos, talvez, sua maior expressão coletiva, constituindo 39
excelente campo de pesquisa dos conteúdos das diversas linguagens. As manifestações culturais e datas comemorativas significativas (bumba meu boi, capoeira, Carnaval) são trabalhadas durante todo o ano letivo, de acordo com o viés e interesse do ensino e da aprendizagem. Da mesma forma, parlendas e brincadeiras cantadas ainda encantam as crianças das séries iniciais, que estão em processo de alfabetização e letramento. Os estudantes do Magno/Mágico de Oz têm a possibilidade de conhecer e trabalhar com diferentes manifestações culturais integradas às artes expressivas e/ou conectadas às diversas áreas de conhecimento geral, populares ou eruditas. Os alunos são incentivados a buscar formas de expressão culturais no campo da música, da dança, das artes visuais, da literatura, das línguas, da contação de histórias, entre tantas outras manifestações. Isso inclui, até mesmo, a possibilidade de ter contato com estilos e instrumentos da chamada cultura erudita, participando das orquestras de cordas, sopros ou metais do Magno. E assim, desde a Educação Infantil, criando, fazendo releituras, produzindo, tendo contato com a tinta, a tela, a argila, uma vasta diversidade de técnicas e materiais, conhecendo os instrumentos, tocando, cantando, os alunos vivem a arte e a cultura em seu cotidiano. Vale lembrar que é essencial sempre valorizar o conhecimento prévio dos alunos, com cuidado para não desqualificar suas experiências de compreensão e aprendizagem autônoma do mundo e das coisas. Nossa intenção é estabelecer um debate saudável sobre a estética e a cultura, de forma ampla, partindo de múltiplas referências. A Escola tem o propósito e o compromisso de apresentar um repertório de qualidade, possibilitando que os estudantes possam experienciar uma relação positiva com os elementos essenciais do conhecimento, do saber popular e da construção de referências multiculturais, ampliando, assim, suas formas de intervenção no mundo. Valorizar a cultura significa trilhar nosso caminho à cidadania plena, potencializar nossa autoestima e, sobretudo, poder reconhecê-la como instrumento genuíno de expressão, saber popular e de transformação da nossa sociedade. 40
2.2.c. Educação para a sustentabilidade Por uma Escola mais sustentável O que uma horta suspensa, a piscina aquecida, a água dos chuveiros e restos de comida têm em comum? A pergunta pode parecer um tanto inusitada. Mas, no projeto pedagógico do Colégio Magno/Mágico de Oz, a relação faz todo o sentido. O conceito de sustentabilidade, que considera aspectos ambientais, sociais e econômicos, vem fazendo parte essencial da rotina de alunos, professores e colaboradores do Colégio. Durante a aula de Natação, entre uma braçada e outra, por exemplo, as crianças descobrem que a água na casa dos 28°C é aquecida através da energia solar. Esse processo foi iniciado há 10 anos, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Em breve, 100% da energia consumida na Unidade Sócrates virá da instalação e operação de placas solares e da produção de biogás. No projeto da Escola, todas as Unidades devem ser inteiramente sustentáveis, do ponto de vista do consumo energético, até 2023. O trabalho vai além da economia de energia. Com uma média de 700 refeições diárias, servidas pelo restaurante, o Magno desenvolve uma ampla política de destinação correta e de reaproveitamento dos resíduos sólidos. Mais que reciclar, o desafio é não gerar. O projeto “Educação pelo Sabor”, desenvolvido pela Escola desde o início do ano de 2020, propôs uma série de mudanças, não só no cardápio dos alunos, como no manuseio dos alimentos, com novas rotinas de preparação e logística, otimizando custos e evitando o desperdício. Atualmente, são geradas 2,5 toneladas de lixo, das quais mais de 50% é lixo orgânico. Além das composteiras, que geram adubo para a horta e os jardins da Escola, o material é usado para abastecer dez biodigestores instalados na Unidade Olavo Bilac. Utilizando tecnologia israelense, os equipamentos convertem a energia gerada pelos resíduos orgânicos em biogás, uma combinação de gás metano e dióxido de carbono. Este gás aquece a água dos chuveiros utilizados pelos alunos. O Colégio também se dedica ao reuso da água. Atualmente, são quase 200 mil litros de água de reuso, usados para fazer toda a limpeza dos pátios e sistema de irrigação, armazenados em dezenas de caixas d’água instaladas nas três Unidades. A previsão é construir um uma miniusina para beneficiamento do recurso, ampliando o reúso para as pias e os vasos dos banheiros. A ação sustentável vale até mesmo para itens nem sempre lembrados nos programas sustentáveis, como é o caso das fraldas. Levando até 600 anos para se decompor, as fraldas descartáveis são consideradas grandes vilãs do meio ambiente. Em parceria com uma empresa especializada em tecnologia para o descarte de resíduos, o Magno iniciou o processo de reciclagem de fraldas descartáveis usadas pelas crianças pequenas. A resina plástica gerada é transformada em canetas. Além dessas propostas estruturais, muitas outras estão em curso, como a coleta seletiva. Seguindo padrões internacionais, os resíduos são distribuídos em três lixeiras, a fim de separar recicláveis, orgânicos e rejeitos. Outras duas lixeiras reúnem resíduos eletrônicos e óleos, em especial, o de cozinha. Os alunos vêm participando, também, de torneios para arrecadação de lixo eletrônico, entre diversas outras iniciativas. São muitas as frentes de atuação: energia solar, água, resíduos, como o lixo eletrônico, nas quais é possível que nossas Unidades abram espaço para que pais e até a vizinhança possam descartar equipamentos eletrônicos. O objetivo é que o Magno seja um lugar que segue o conceito de emissão zero. Um lugar 100% sustentável. 41
2.2.d. Estudos do meio A escola fora da escola A escola é um microcosmo social. Não há porque afirmar que o conhecimento, em particular no século XXI, se faz exclusivamente dentro da escola ou, de forma ainda mais restrita, está contido na relação aluno-professor. A escola não é um espaço isolado, ela reflete noções e princípios humanistas, como a autonomia e a liberdade, e se expressa em contextos sociais e políticos. Cabe à escola potencializar possibilidades, buscando o que está a ser descoberto, unindo áreas e conhecimentos fragmentários. Faz-se necessário acelerar a integração da escola básica com os diversos espaços das esferas sociais. Não se trata de transformar a escola em uma arena onde outros chegam para assistir, mas aceitar a escola ampliada. Se o planejamento desconsidera essa dinâmica relacional, passa a perder energias para “inventar a roda”, em um recorte apenas pedagógico e burocrático. Essa transição entre a escola contida no espaço escolar e aquela ampliada para o mundo, seja nas atividades extraclasse, em estudos do meio, saídas pedagógicas, visitas ou ações de intervenção, precisa acontecer de forma muito planejada. Deve-se evitar, ao máximo, o espontaneísmo. Certamente, a prática está distante da teoria, e, por isso, devemos ficar atentos às necessidades que surgem no processo. Há outra dimensão importante a ser considerada na reflexão sobre uma escola que vai além de seus limites físicos. A escola é um espaço de ensino de aprendizagem, mas, também, de produção do conhecimento, tanto por seus profissionais quanto por seus alunos, que ganham cada vez maior autonomia e expressão de ideias. Lembremos que, na origem, escola vem de um termo grego, “scholé”, que significa lugar do ócio, tempo livre, e no qual aprender e descobrir são uma opção mais do que uma imposição. Ajudar a criar, utopicamente ou não, um mundo de pessoas livres, é uma das nossas funções. A ideia de uma escola fora da escola como proposta interna pode ser melhor entendida nesse contexto. Isso vale para os estudos do meio que realizamos em todas as etapas de ensino, mas pode também ser extrapolada para nossa participação crescente em seminários internacionais. Quando recebemos convites para participarmos de eventos em outros países, procuramos levar mensagens de uma relevância extraordinária, que ultrapassa, naturalmente, não apenas os muros da Escola, mas os muros da educação básica. Um exemplo foi a participação em um congresso internacional de iniciação científica realizado em Santarém, Portugal, onde estivemos com duas alunas. O trabalho desenvolvido sobre a deterioração dos oceanos foi de extrema valia, rendeu e renderá frutos. Entre eles, o convite para novos eventos, como uma subsequente participação em um congresso científico, desta vez no Brasil. Esse é um processo que tende a ser aprofundado, colocando sempre os alunos como protagonistas. A importância das ciências humanas nessas ações é grande, em particular pelo seu caráter transversal. Os temas transversais, como ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual, trabalho, consumo, pluralidade, cultura e mais outros assuntos, não devem ser trabalhados isoladamente ou, somente, fazer parte de um projeto. Esses temas devem direcionar o projeto da Escola a cada minuto e servirão, na apresentação da proposta à comunidade, para dimensionar quem realmente deve estar, entrar e ficar dentro da Escola. Todo o processo de uma escola “para fora” deve ser incorporado ao ensino, ao conhecimento, à formação integral e libertadora para todos. 42
2.2.e. A educação do corpo A criança, o adolescente, o movimento Quando nossos ancestrais decidiram descer das árvores e dar os primeiros passos, as mudanças físicas e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras originariam o Homo sapiens. A partir desse momento histórico, nos deparamos com a importância que o movimento humano exerce sobre nossos corpos, nossa origem e a necessidade de nos manter em movimento. No âmbito escolar, a Educação Física é a área de conhecimento que dispõe de ferramentas para estimular e desenvolver as capacidades e habilidades motoras, cognitivas e afetivas. A Base Nacional Comum Curricular estimula a integração do aluno à cultura corporal de movimento, e define a Educação Física como “o componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social, entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da história”. Por muito tempo, acreditou-se que o objeto de estudo da Educação Física, como o próprio nome ressalta e, de forma errônea, fosse o corpo físico desprovido de outros elementos, como aspectos cognitivos, afetivos e sociais. Esse componente curricular, assim conceitualmente reduzido, acabou servindo para atender a demandas como o treinamento militar e a preparação para a guerra, demonstração de ordem e disciplina, higienismo, preparação física e esporte de rendimento. Ou seja, a prática da Educação Física não estava associada ao processo e, sim, ao resultado final atingido. Diante das novas concepções educacionais e das relações que os alunos desenvolvem com esse micromundo que é a escola, as áreas de conhecimento traçaram competências e habilidades que são desenvolvidas nos diferentes níveis de escolaridade e, como não poderia deixar de acontecer, a Educação Física deixou de ser coadjuvante e passou a contribuir para a formação humana e integral. Busca-se, no ambiente escolar, desenvolver as práticas corporais inerentes a cada faixa etária e suas necessidades de movimento, permeando as relações do saber, do saber fazer e do ser. A essência dessas relações não deve esbarrar na dicotomia entre corpo e mente. Segundo Freire (1991), descrever o homem se movimentando é descrever sua inteligência e seus sentimentos. Portanto, sua motricidade e corporeidade estão em funcionamento já que o movimento é a única realidade visível do ser humano. Segundo Navarro e Prodócimo (2012), como a ação física é a primeira forma de aprendizagem, é importante que essas atividades estejam sempre presentes na escola. A criança, estimulada a se movimentar, explora com mais frequência e espontaneidade o meio em que vive, aprimora a mobilidade e se expressa com mais liberdade. Geralmente, nos primeiros sete anos de vida, os pequenos têm um vocabulário gestual, muitas vezes, maior do que o oral. De acordo com pesquisas recentes feitas na área da neurociência, é cada vez maior a relação entre o desenvolvimento da inteligência, os sentimentos e o desempenho corporal. Fica para trás, portanto, aquela visão tradicional que separava corpo e mente, razão e emoção. Esses questionamentos levam à pergunta: qual é, então, o objeto de estudo da Educação Física? Enquanto componente curricular, o objeto de estudo da Educação Física é o corpo em movimento. Compreender esse objeto de estudo nos remete a outros que também justificam os ensinamentos que os alunos estão 43
preparados a receber. Cultura corporal de movimento, motricidade, movimento humano, consciência corporal, desenvolvimento psicomotor são todos componentes presentes nas práticas pedagógicas dentro da escola. Inúmeros são os autores que afirmam e, entre eles, Le Boulch (1992, p. 13), que “[...] a criança desde seu nascimento apresenta potencialidades para desenvolver-se, mas que elas não dependem só da maturação dos processos orgânicos, senão também de intercâmbio com o outrem”. Essa relação com outro e consigo mesmo advinda de atividades motoras dirigidas são experiências que a criança deve vivenciar na fase escolar, a fim de permitir-lhe viver e organizar melhor sua imagem corporal. Esse intercâmbio influencia, determinantemente, a orientação do temperamento e da personalidade, e é por meio destas relações com as outras pessoas que a criança se descobre e que sua personalidade se constrói pouco a pouco. A importância que o movimento exerce na interação do aluno com o mundo pelas sensações é plenamente atingida quando o colocamos em práticas corporais tematizadas e adequadas ao seu processo de desenvolvimento. A rica gama de jogos e brincadeiras, lutas, ginásticas, atividades rítmicas, esportes e as práticas corporais de aventura são os temas que dispomos nas aulas de Educação Física, para que o vocabulário motor dos alunos seja desenvolvido e melhorado de forma adequada, lúdica e significativa. 44
2.3. O Magno e a cidadania global 2.3.a. Cidadania global Caminhos para navegar em um mundo interconectado Uma das ideias principais de currículo é a do caminho a ser percorrido pelo estudante em sua trajetória escolar. Intencionalmente desenhado para garantir os objetivos da Proposta Pedagógica, o currículo é a interface escolar que se conecta, ao mesmo tempo, com as características das faixas etárias dos alunos, com as demandas das comunidades locais as quais serve e com os desafios atuais e futuros das sociedades globais. É justamente esse caráter tridimensional que se manifesta no fenômeno da internacionalização curricular, cujas práticas são: competências para o século XXI, personalização da aprendizagem, experimentação, uso do território e novas certificações. Tais práticas aparecem nas experiências educacionais de países como Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia e Inglaterra. No Brasil, o foco no desenvolvimento de competências é o núcleo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), alinhando nossos propósitos educacionais aos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciências e a Cultura (UNESCO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsável pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Em pesquisa de maio de 2018, o PISA perguntou a alunos do mundo todo, incluindo o Brasil, itens do tipo “O que você aprende na escola?” e, entre as possíveis respostas, havia alternativas como: “Eu aprendo a resolver conflitos com outras pessoas em sala de aula”, “Eu aprendo sobre como as pessoas de diferentes culturas podem ter diferentes perspectivas em algumas questões” e “Eu aprendo a me comunicar com pessoas de diferentes origens”. Essas propositivas somente são possíveis em um currículo por competências, ou seja, no qual o propósito das aprendizagens na escola é a mobilização dos conhecimentos (informação, conceitos e procedimentos), habilidades (manuais, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver problemas complexos. Por essa definição, um caminho (ou currículo) eficiente é aquele que prepara um cidadão competente, capaz de analisar questões locais, globais e interculturais, para entender e apreciar as perspectivas e visões de mundo dos outros, para interagir de maneira aberta, adequada e eficaz com pessoas de diferentes culturas, e agir para o bem-estar coletivo e desenvolvimento sustentável. “Aprender a aprender” é, talvez, a competência central do processo educativo e da busca pelo projeto de vida. Geralmente, traduzida em inglês como lifelong learning, a ideia de aprendizado ao longo da vida inverte a lógica do percurso curricular: o conhecimento acumulado pela humanidade, que antes era visto como base na aprendizagem escolar, passa a fazer sentido somente a partir de uma ação cognitiva e dentro de determinado contexto. Quer dizer, o “o que” (conteúdo) e o “como” (procedimento) surgem no currículo por competências, que formam o cidadão global, acompanhados de uma atitude que o aluno deve ter com tal conhecimento/procedimento (por que/para quê) e dos limites dessa ação (onde/quando). É certo que o caminho se faz caminhando. É certo, ainda, que caminhos são criados e refeitos considerando as prioridades e as necessidades de cada tempo. No caso dos percursos escolares, estes são pedagogicamente provocados de modo que os estudantes possam, ao longo de suas trajetórias na escola, refletirem sobre a própria aprendizagem, sendo agentes críticos corresponsáveis por suas formações. 45
2.3.b. Internacionalização A criança e a cidadania global O Colégio Magno/Mágico de Oz é internacional, formamos cidadãos globais com solidez acadêmica, direito à expressão e ao conhecimento apoiado na multiculturalidade. É importante notar que essa dimensão está presente na forma curricular de um currículo internacional, que teve início no Ensino Médio, com o High School, evoluiu para o Middle School (no Ensino Fundamental – Anos Finais) e agora se inicia, sempre cuidadosa e planejadamente, no Ensino Fundamental – Anos Iniciais e na Educação Infantil. No ano de 2020, foram introduzidas no 1º ano do Ensino Fundamental a disciplina Maths e, no último ano da Educação Infantil, a matéria Science. De forma global, desde março de 1970, o Magno tem o compromisso de garantir uma educação pluricultural e cidadã, desafio que ultrapassa e conecta campos de experiência, conteúdos, afetividade, coletividade e construção da autonomia. A linguagem é a peça-chave para o exercício da cidadania da criança global que atua sobre o mundo. Por isso, na Educação Infantil são muitos os momentos de escuta, rodas de conversa, jogos simbólicos, parque, leituras, situações-problema, resolução de conflitos, pontos de discussão, elaboração de narrativas e de questões, mais de perguntas do que de respostas, para que as diferentes formas de expressão possam ser desenvolvidas de modo eficaz. A Base Nacional Comum Curricular, aprovada em 2017, entende a expressão como um direito de aprendizagem de um sujeito criativo, dialógico e que se expressa por meio de diversas linguagens. Essas diretrizes são concretizadas quando o ambiente educacional em que a criança está inserida compreende que a linguagem é um meio de praticar sua cidadania no mundo. Afinal, a linguagem é um sistema universal na sociedade humana e, portanto, central para que a criança seja, desde cedo, introduzida a um pensamento cosmopolita e para que possa exercitar uma autonomia intelectual como indivíduo livre. Em nossa Escola, a criança se apropria da linguagem em suas várias facetas e torna-se fluente em um idioma fundamental para sua plena inserção e atuação global, o inglês. Estudos mostram que crianças expostas ao aprendizado de uma segunda língua possuem maior vocabulário e flexibilidade cognitiva. Da mesma forma, têm melhor performance das funções executivas do cérebro, do desenvolvimento do pensamento abstrato e da compreensão do outro. Em uma era digital e de difusão das redes sociais, a neurociência resgata o poder das interações pessoais ao afirmar que aprender interagindo socialmente, sem telas, é fator crítico para a aquisição de outro idioma e, ainda que pesquisas sobre plasticidade cerebral confirmem a contínua reestruturação do cérebro, evidências mostram que a apreensão de uma segunda língua ocorre mais facilmente antes dos sete anos, especialmente nos seis primeiros meses de vida. No Baby Oz, as crianças entram em contato com o inglês aos quatro meses de idade, fase em que são verdadeiros cidadãos globais, por serem capazes de distinguir quaisquer fonemas. O Mágico de Oz se diferencia por propor um modelo de exposição à língua inglesa diário, com um currículo que engendra uma solidez acadêmica de forma transdisciplinar e multidisciplinar, e incentiva o prazer e a curiosidade pelo idioma. 46
Compreendemos a língua como uma linguística aplicada, uma manifestação de comunicação pragmática que favorece as interações e contribui para a formação do cidadão global. As atividades neste campo são propostas por um time qualificado, parceiro e inovador, que delineia currículos adequados para cada faixa etária, com intencionalidade educativa e flexibilidade, esta a partir da reflexão sobre a documentação, em um planejamento que valoriza os interesses que emergem dos grupos. Criamos possibilidades comunicativas que se conectam a diversas áreas do conhecimento, para que a criança sinta-se segura em ampliar e sofisticar sua compreensão e expressão. Ao longo da Educação Infantil, a criança é convidada a participar de atividades dinâmicas, interativas, curiosas, em contextos que contemplam situações reais e também jogos simbólicos, mundos imaginários e futuros, aprendendo a linguagem por meio da aplicabilidade e da afetividade. Neste caminho, ela desenvolve a capacidade leitora e interpretativa, torna-se produtora de narrativas, aprende a apreciar diferentes linguagens, é incentivada a expressar-se em diferentes linguagens e constrói, gradualmente, um repertório intelectual e cultural que lhe permite compreender, criticar e se relacionar com o mundo, em sua jornada de curiosidade e descobertas. Em sua trajetória, no Mágico de Oz, a criança inicia sua formação como cidadã global, que sabe se comunicar com o mundo, conhece e usa a tecnologia com responsabilidade, se envolve em projetos sociais e tem coragem para atuar contra injustiças, é consciente e busca soluções para a sustentabilidade, vivencia a pluralidade cultural, reconhece e respeita a diversidade, respeita a democracia, a convivência e a individualidade, desenvolve a inteligência emocional, aprende a respeitar limites e a ter recursos para lidar com frustrações, cultiva sua autoestima e tem o domínio da linguagem a seu favor, para poder ser quem quiser no mundo. É uma criança feliz. 47
2.3.c. O currículo internacional Nos últimos anos, o aprendizado de uma língua adicional, como inglês ou espanhol, tornou-se uma prioridade para as famílias. O domínio de outros idiomas, em especial a língua inglesa, deixou de ser visto como um diferencial útil para se tornar competência essencial. Imprescindível no mundo do trabalho, o domínio de línguas utilizadas por diferentes povos e culturas tornou-se pré-requisito para a consciência de uma cidadania planetária, para o sentimento de que pertencemos a uma humanidade comum, para a compreensão real do plurilinguismo e da multiculturalidade, para o desenvolvimento da empatia, da solidariedade e do respeito. Essa é a perspectiva do Colégio Magno/Mágico de Oz, que há muitos anos compreendeu a centralidade do ensino de línguas na educação escolar, sem precisar adotar o termo “bilíngue” (muitas vezes desconectado de seu sentido original), mas com práticas de linguagens inseridas em um novo conceito de multiletramento, em todos os campos de atuação da vida humana. Por isso, o ensino da língua inglesa está integrado ao nosso projeto pedagógico de forma orgânica, desde os primeiros anos da Educação Infantil. Da aproximação com a sonoridade e com o ritmo do idioma à progressiva complexidade comunicativa, os alunos usam o idioma como protagonistas, e não como meros repetidores de frases. Para isso ser possível, além de uma equipe bem formada e competente, a Escola reserva um tempo curricular significativo, de pelo menos quatro horas semanais, com muitas oportunidades de interação e usos da língua em projetos internacionais, videoconferências, leituras, entre outras situações integradas ao cotidiano pedagógico. O projeto internacional do Magno possui uma dimensão efetivamente global, inclusive pelo convênio com uma das principais universidades norte-americanas, a University of Missouri, entre outras frentes em que o Colégio atua, como é o caso das ações ligadas à Rede de Escolas Associadas da UNESCO, além de parcerias com instituições estrangeiras. Aprender línguas não é uma questão de dominar vocabulário ou esquemas gramaticais. É preciso mobilizar repertórios, compreender e ser capaz de se expressar interculturalmente, tecendo conexões e construindo pontes. O Magno optou pela internacionalização, que compreende o inglês como “língua de encontro”, de possibilidades, de compartilhamento de culturas, além de ferramenta de acesso ao conhecimento, de mobilidade entre países tanto para o estudo quanto para o trabalho, de aprendizado, de comunicação para uma cidadania planetária. Por isso, desde a Educação Infantil, com a presença de profissionais preparados, as crianças entram em contato com os sons e o universo cultural da língua inglesa. De forma lúdica e significativa, o aprendizado é integrado ao currículo e aos projetos interdisciplinares. Ao longo dessa etapa, as crianças desenvolvem a consciência fonológica e a significação do mundo ao seu entorno por meio da exposição à língua inglesa, com recursos didáticos específicos, incluindo livros, ou seja, uma progressiva imersão na língua. No Ensino Fundamental I, todos passam a ter pelo menos quatro horas semanais de atividades regulares em inglês, além dos projetos interdisciplinares. Os alunos do programa Full-Time ainda têm acesso 48
a um curso de inglês mais focado na competência comunicativa, em um período de tempo complementar. Avaliações rotineiras, como a Consolidation Activity, ajudam a orientar o trabalho pedagógico e fornecem um retrato imediato e completo do aprendizado. Vale notar que, nessa faixa etária, o estudo de outro idioma tem impacto positivo sobre a neuroplasticidade do cérebro e atua como estímulo cognitivo, por exemplo, na atenção plena e no tempo de resposta, tanto como na ampliação de conexões sinápticas para construir sentidos. No Ensino Fundamental II, a partir do 6º ano, os projetos diversificam-se e o inglês torna-se cotidiano. Os alunos passam a realizar apresentações para a comunidade, desenvolvem projetos com outros países e vivem a ideia de uma cidadania global nos projetos relacionados ao Programa das Escolas Associadas da UNESCO, do qual o Magno faz parte. Os alunos também passaram a ter o espanhol como língua adicional, em um projeto que traz os mesmos princípios do inglês, mas com estratégias específicas e duas horas semanais de aulas. Assim como no caso do inglês, o trabalho com o espanhol vem se fortalecendo e se diversificando no Magno. Afinal, o espanhol também é uma das línguas mais faladas do planeta e o idioma que permite nos aproximar de nossos vizinhos ibero-americanos, com quem compartilhamos fontes de nossa cultura. Universidade do Missouri A qualidade do trabalho realizado no Magno viabilizou a realização de programas internacionais, como a parceria com a Universidade do Missouri — o Middle School (do 6º ao 8º ano) e o High School (do 9º ano do Ensino Fundamental à 2ª série do Ensino Médio), que acontecem totalmente em língua inglesa e de forma integrada ao currículo. Está em curso em 2020, igualmente, a implantação de um projeto-piloto que leva a educação internacional para a Educação Infantil e para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais. A parceria com a Universidade do Missouri concretiza a perspectiva da educação internacional oferecida no Colégio Magno. No Middle School, os alunos do Ensino Fundamental II têm a oportunidade de ampliar seus horizontes em um curso cujo objetivo é preparar “agentes de mudança” do século XXI, a partir de um currículo internacionalizado, que integra as áreas de ciências humanas à língua inglesa. Com carga horária de quatro horas semanais (que se somam às quatro horas do curso regular), o Magno Middle School tem sua grade baseada nos temas globais da ONU, com adaptações alinhadas aos valores da UNESCO. A proposta antecipa para os alunos do Ensino Fundamental conquistas que já caracterizam o Magno High School, entre elas, o aumento de fluência no idioma, uma vez que aprendem em situações reais de uso dos norte-americanos e com professores nativos. O High School confere a dupla titulação aos alunos, ou seja, o reconhecimento de seu diploma de conclusão do Ensino Médio tanto no Brasil como nos Estados Unidos. Tão importante quanto, também é a possibilidade que os alunos ganham ao entrarem em contato com temas de economia, política, literatura de língua inglesa, além de habilidades pouco trabalhadas na educação brasileira, como a argumentação oral (Speech). O Magno High School se desenvolve inteiramente em inglês, com professores nativos, utilizando o idioma em situações reais e sendo avaliados diretamente pelas equipes da universidade norte-americana. 49
Outro ganho importante é o da autonomia, uma vez que os alunos têm diante de si o desafio de estudar com base na metodologia de outro país, sob um modelo distinto de relação com o aluno, que valoriza a argumentação, a proposição de ideias e a produção acadêmica. O diploma internacionalmente válido, passaporte que viabiliza qualquer trajetória pós-ensino médio, coroa a maturidade que os alunos agregam, desenvolvendo uma grande capacidade de realização, tornando-se mais confiantes em suas próprias habilidades e, principalmente, com projetos mais ousados de futuro. No High School, aprender línguas não é uma questão de dominar vocabulário ou esquemas gramaticais. É preciso mobilizar repertórios, compreender e ser capaz de se expressar interculturalmente, tecendo conexões e construindo pontes. Avaliações externas Todo esse trabalho é certificado por avaliações externas de Cambridge. A qualidade do projeto de língua inglesa do Magno é confirmada, também, pelo resultado dos nossos alunos nos principais exames de proficiência. O Magno tornou-se uma referência nos exames de Cambridge, realizados na própria Escola. Praticamente todos os alunos conseguem atingir as competências para a certificação PET (no Ensino Fundamental) e FCE (no Ensino Médio). Eles atestam o trabalho de uma Escola que, na prática, entrega alunos capazes de ler, falar, conversar e se expressar em inglês. Os alunos também podem realizar o DELE, exame correspondente da língua espanhola. 50
Search
Read the Text Version
- 1
- 2
- 3
- 4
- 5
- 6
- 7
- 8
- 9
- 10
- 11
- 12
- 13
- 14
- 15
- 16
- 17
- 18
- 19
- 20
- 21
- 22
- 23
- 24
- 25
- 26
- 27
- 28
- 29
- 30
- 31
- 32
- 33
- 34
- 35
- 36
- 37
- 38
- 39
- 40
- 41
- 42
- 43
- 44
- 45
- 46
- 47
- 48
- 49
- 50
- 51
- 52
- 53
- 54
- 55
- 56
- 57
- 58
- 59
- 60
- 61
- 62
- 63
- 64
- 65
- 66
- 67
- 68
- 69
- 70
- 71
- 72
- 73
- 74
- 75
- 76
- 77
- 78
- 79
- 80
- 81
- 82
- 83
- 84
- 85
- 86
- 87
- 88
- 89
- 90
- 91
- 92
- 93
- 94
- 95
- 96
- 97
- 98
- 99
- 100
- 101
- 102
- 103
- 104
- 105
- 106
- 107
- 108
- 109
- 110
- 111
- 112
- 113
- 114
- 115
- 116
- 117
- 118
- 119
- 120
- 121
- 122
- 123
- 124
- 125
- 126
- 127
- 128
- 129
- 130
- 131
- 132
- 133
- 134
- 135
- 136
- 137
- 138
- 139
- 140
- 141
- 142
- 143
- 144
- 145
- 146
- 147
- 148
- 149
- 150
- 151
- 152
- 153
- 154
- 155
- 156
- 157
- 158
- 159
- 160
- 161
- 162
- 163
- 164
- 165
- 166
- 167
- 168
- 169
- 170
- 171
- 172
- 173
- 174
- 175
- 176
- 177
- 178
- 179
- 180
- 181
- 182
- 183
- 184
- 185
- 186
- 187
- 188
- 189
- 190
- 191
- 192
- 193
- 194
- 195
- 196
- 197
- 198
- 199
- 200
- 201
- 202
- 203
- 204
- 205
- 206
- 207
- 208
- 209
- 210
- 211
- 212
- 213
- 214
- 215
- 216
- 217
- 218
- 219
- 220
- 221
- 222
- 223
- 224
- 225
- 226
- 227
- 228
- 229
- 230
- 231
- 232
- 233
- 234
- 235
- 236
- 237
- 238
- 239
- 240
- 241
- 242
- 243
- 244
- 245
- 246
- 247
- 248
- 249
- 250