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Museu Major José Levy Sobrinho: história e cultura material

Published by Traço Design, 2020-08-05 13:53:24

Description: Esta publicação apresenta ao público parcelas do acervo do Museu “Major José Sobrinho” a partir de textos temáticos, buscando explorar o potencial dos itens museológicos para a construção e reescrita de diversos aspectos da história local, regional e nacional.

Keywords: Catálogos,Museu,História,Limeira,Acervo

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Espada Entre 1889 e 1930 Metal Espada com bainha com o brasão da República Marechal Deodoro da Fonseca, o brasão tem Federativa do Brasil e punho trabalhado. a função de identificar os três poderes cons- Conforme registro do Livro Tombo, teria per- titutivos da República, isto é, o Executivo, tencido a Candido Soares de Souza. o Legislativo e o Judiciário. Na composição, Na espada, destaca-se a presença das Armas vê-se um escudo que representa o céu e o Nacionais ou Brasão Nacional, instituídas por Cruzeiro do Sul. Nas bordas estão 27 estre- decreto de 19 de novembro de 1889, após a las, alusivas aos estados e ao Distrito Federal. Proclamação da República, junto com a ban- Junta-se a eles o tabaco e o café, importantes deira nacional. De autoria do engenheiro produtos agrícolas brasileiros, e a espada, sím- Artur Zauer e encomendado pelo presidente bolo das Forças Armadas. Destaques do acervo | 149

Fotografia onde se veem funcionários da Fábrica de esquina com a Rua Senador Vergueiro. Dois anos Chapéus Prada escalonados em uma das fachadas da depois, em 1909, iniciou a construção de prédio prédio sede da indústria. Acima, em uma moldu- próprio para esta confecção ao lado da estação da ra circular, está o retrato do fundador, o italiano Companhia Paulista de Estradas de Ferro, onde Agostinho Prada. Imigrando da Itália para Limeira também instalou sua máquina de beneficiar arroz. em 1898, Agostinho veio a pedido do irmão de José Neste mesmo ano, casou-se com Clélia Cocito, Prada, já estabelecido na cidade, a fim de trabalhar tendo cinco filhos. O prédio é finalizado em 1910, na firma M. Prada & Cia. No ano de 1907, come- quando começou a produzir chapéus de lã. Teria çou uma pequena indústria de chapéus, empregan- sido neste espaço que a fotografia foi tomada, mos- do mais de 30 funcionários no quintal de sua casa, trando um prédio típico da arquitetura industrial um palacete que pertencera ao médico Dr. Antonio paulista com paredes em tijolo aparente e janelas Candido de Camargo, na Rua Barão de Cascalho com caixilharia de ferro e largo uso do vidro. Funcionários da Fabrica de Chapéus Prada Limeira, SP – 10 de agosto de 1913 Papel 150 | Destaques do acervo

Funcionários da Machina São Paulo Fotografia onde se vê a equipe de funcionários da tendo também lecionado na Escola Superior de Limeira, SP – Década de 1920 Machina São Paulo, organizada de modo escalonado Agricultura Luiz de Queiróz. Casou-se com Maria Papel em 5 filas. No centro da foto, sentado de pernas cru- Theresa Silveira Mello, em 10 de fevereiro de 1914, no zadas, está o fundador da indústria, Trajano de Barros Rio de Janeiro. A partir de 1914, junto com dois só- Camargo. Trajano nasceu em Limeira no dia 15 de cios, abriu uma firma de produção de máquinas para março de 1890, filho de Coronel Flamínio Ferreira beneficiamento de café sediada em Piracicaba. Com a de Camargo e de Cândida Virgínia de Barros. Estudou saída de um dos sócios, em 1917, a empresa mudou-se na Escola de Engenharia Mackenzie, seguindo para os para Limeira, adquirindo grande sucesso, sobretudo Estados Unidos para uma extensão universitária na com o desenvolvimento do primeiro descascador de Universidade de Wisconsin. Devido a doença e a mor- café por impacto, já no início dos anos 1920. A firma, te de seu pai, em 1910, retornou sem finalizar seu cur- neste contexto, passou a ser designada Machina São so. Entre as atividades realizadas após sua volta, desta- Paulo, chegando a ter cerca de 600 empregados, aos cam-se as vinculadas às áreas de mecânica e indústria, quais oferecia diversos benefícios. Destaques do acervo | 151

FOTO PEZESSIN Posse de Dom Idílio José Soares Santos, SP – 23 de setembro de 1943 Papel Os documentos apresentados, uma fotografia e uma concessão de licença, referem-se a Dom Idílio José Soares, primeiro e único bispo limeirense até o pre- sente momento. Nascido em 1867, filho de Américo José Soares e Maria Emília, foi ordenado padre em 28 de outubro de 1914, após estudos no seminário e giná- sio de Pouso Alegre, MG, e Humanidades e Filosofia no Seminário de São Paulo. Completou seus estudos no Pontifício Colégio Pio Latino-Americano e na Universidade Gregoriana, ambos em Roma, onde ob- teve o título de doutor, em 1915. Como presbítero, pas- sou a atuar na Diocese de Campinas, especificamente nas cidades de Campinas e Pirassununga. Durante o Movimento Constitucionalista de 1932, foi enviado para a cidade paulista de Cruzeiro a fim de atuar como Capelão das Forças Revolucionárias. Ainda em 1932 foi nomeado Bispo Coadjutor de Petrolina, PE, sendo sagrado em Campinas no dia 30 de novembro e assu- mindo a Diocese em 15 de janeiro de 1933. Em 1943 foi transferido para a Diocese de Santos, permanecen- do nesta Igreja Particular até o ano de 1966, tendo ali fundado diversos organismos sociais e educacionais. A fotografia do acervo foi tomada durante os rituais li- túrgicos de posse de Dom Idílio, onde se vê um grupo de pessoas em procissão pelas ruas da cidade de Santos. No centro, abaixo do pálio sustentado por seis homens, encontra-se o epíscopo, portando Báculo nas mãos e a Mitra sobre cabeça e capa de asperges segurada nas extremidades por sacerdotes. Neste ínterim como bis- po de Santos, ocorreu o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), para o qual Dom Idílio recebeu uma Concessão de afastamento e livre trânsito, emitida pelo Vaticano, atestando sua participação durante o evento como padre conciliar. Com sua renúncia aos 75 anos, retornou para Campinas, onde passou a residir no Colégio Sagrado Coração de Jesus, trabalhando como Capelão no Hospital Vera Cruz até sua morte, no dia 10 de dezembro de 1969. Concessão de Licença Vaticano – 10 de outubro de 1962 Papel 152 | Destaques do acervo

Máquina de Calcular Alemanha – Década de 1930 Metal e Madeira Máquina de calcular em metal e base em madeira, da marca Brunsviga, pertencente ao Colégio Santo Antônio de Limeira, SP. O Colégio foi fundado em 1923 na cidade, após ter sido transferido da cidade de Descalvado por seu fundador, o Prof. Antônio de Queiroz, tendo funcionado em prédio localizado na es- quina entre as ruas Tiradentes e Boa Morte. No ano de 1926, vinculado a ele foi criada uma escola de comér- cio, denominada Instituto Comercial de Limeira, e um ginásio. Entre os cursos de caráter mais técnico estavam o de contador, guarda-livros e datilografia. Descascadora de Café Limeira, SP - [Entre 1914 e 1930] Metal A peça corresponde a uma maquete de má- e separador de objetos estranhos, que após quina descascadora de café, produzida pela serem limpos são encaminhados por meio de antiga Machina São Paulo, conforme placa um elevador para o moinho de martelos onde com a inscrição “Despolpadores Máchina S. uma ventoinha expele as cascas separando os Paulo B. Penteado S. A.”. A maquete é com- grãos. O café limpo é, então, distribuído para posta por uma tarara para limpeza de grãos as bicas. Destaques do acervo | 153

Carta de encaminhamento Paris, França – 21 de junho de 1931 Papel Carta de encaminhamento de Julio Prestes de Albuquerque ao Major José Levy Sobrinho esclarecendo que havia remetido à Casa Comissária M. Paulain & C. algumas caixas de laranjas que o Major Levy havia lhe encaminhado para que fossem distribuídas entre as casas especializadas, de modo a incen- tivar e o comércio entre Brasil e França. Aponta o interesse de Paulain e seu in- tento de tratar direto com Levy acer- ca da possibilidade de exportação do produto. Assinada por Julio Prestes de Albuquerque. 154 | Destaques do acervo

Ata da Apuração da Eleição Municipal de Limeira O documento consiste na ata de sessão da Câmara Limeira, SP – 1904 Municipal de Limeira, sob a presidência do Papel Coronel Belisário Leite de Barros e secretariado de Joaquim Manoel Pereira. Datada do dia 9 de Pórtico do Cemitério da Saudade novembro de 1904, trata da apuração da eleição Limeira, SP – Entre 1892 e 1933 para vereadores ocorrida no dia 30 de outubro para o triênio a ser iniciado em 1905. Como ve- Papel readores, foram nomeados oito nomes: Major Fotografia do antigo pórtico principal do Cemitério da Arthur Sampaio, José Levy Sobrinho, Mário de Saudade de Limeira. A referida necrópole foi construí- Souza Queiroz, Tenente Coronel Joaquim Leite da e aberta pela edilidade local em 1892, constituin- do Canto, Capitão Joaquim Manoel Pereira, do-se como um novo e mais amplo cemitério na área Capitão Flamínio Augusto de Toledo Barros, mais distante da cidade, o que respeitava os discursos Coronel Belizário Leite de Barros e Capitão higienistas difundidos pelo Brasil. Em decorrência dis- Antônio Custódio de Oliveira, seguidos de oito so, por meio do decreto nº 3 da Câmara Municipal, a suplentes. Impressa, a ata consta com as assina- partir de 23 de outubro do mesmo ano, todos os demais turas manuscritas dos presentes. A fundação da espaços de sepultamentos existentes na cidade foram fe- Câmara Municipal de Limeira ocorreu no ano de chados e as inumações passaram a acontecer somente 1842, porém oficializada somente em 1844. Após neste cemitério que, no século XX, foi nomeado como este ato, organizou-se, rapidamente, a eleição de Cemitério da Saudade. A imagem apresenta a opulenta seus primeiros vereadores, cuja posse foi realiza- entrada principal do cemitério, hoje inexistente. da no dia 22 de julho de 1844. Destaques do acervo | 155

156 | Destaques do acervo

TONY KOEGL (Hall, 1989 – São Paulo, ca. 1978) Alegoria ao Partido Constitucionalista (atribuído) Limeira, SP – 1934 Óleo sobre tela Tendo como mecenas Maria Theresa Silveira de neta do presidente Prudente de Moraes. Viúva Barros Camargo (1894-1975), a pintura de au- em 1930, assumiu as atividades de gestão da em- toria do austríaco Tony Koegl é uma alusão di- presa do marido. Teve grande participação no reta à fundação do Partido Constitucionalista de Movimento Constitucionalista de 1932, sendo São Paulo (PC) ocorrida em 24 de fevereiro de seu empenho feito com que fosse nomeada pre- 1934 por Armando de Sales Oliveira. Nela, em feita de Limeira em 1934, pelo governador pau- primeiro plano, vê-se um grupo de pessoas, dos lista Armando de Sales Oliveira, ocupando, pos- quais, à esquerda, estão soldados constituciona- sivelmente, o cargo de primeira prefeita mulher listas com suas fardas e armamentos; no centro, do Brasil. Foi nesse contexto que se vinculou ao quatro mulheres trajadas all’antica, com vestes es- PC, colocando um fim às gestões dominadas pelo voaçantes que deixam partes de seus seios à mos- Partido Republicano Paulista (PRP) no gover- tra e portando uma tocha ardente, ramos de lou- no local. Em 1935, foi eleita Deputada Estadual ro e bandeiras do Brasil, do Estado de São Paulo pelo PC, com mais de 220 mil votos. Na pintura, e, possivelmente do Partido Constitucionalista; Koegl busca reforçar a importância do PC ao qual e à direita, dois homens com o peito nu, segu- Maria Theresa estava vinculada até 1945 (quando rando o primeiro uma engrenagem e o outro um se filiou ao Partido Social Democrático): a figura livro. Com alta carga simbólica, a obra é uma feminina, retomada de um discurso clássico, sim- alegoria ao Partido Constitucionalista, criado boliza desde a política e a República ao próprio como uma fusão do Partido Democrático (PD), partido, que lança nova luz no contexto paulista. da Ação Nacional Republicana (facção dissiden- Além disso, a tocha foi muito usada nos cartazes te do Partido Republicano Paulista, PRP) e da do PC, conclamanto os eleitores às urnas para o Federação dos Voluntários, buscando se consti- pleito de 14 de outubro de 1934 (“Paulistas, das tuir como uma síntese do que havia sido defen- trincheiras para as urnas”). Esta ideia retoma ou- dido pelas Revoluções de 1930 e 1932. O con- tra referência classicizante que são os ramos de texto de fatura da obra está ligado diretamente louro, símbolo da vitória, o qual poderíamos as- a sua mecenas, Maria Theresa Silveira de Barros sociar à eleição vitoriosa de 22 deputados federais Camargo. Casada com o empresário limeirense e 34 deputados estaduais pelo PC nas eleições de Trajano de Barros Camargo, Maria Theresa era 1934, marcando uma derrota expressiva do PRP. Destaques do acervo | 157

Este livro foi editorado pela Traço Publicações e Design para o Museu \"Major José Levy Sobrinho\", em março de 2020.



Esta publicação apresenta ao público parcelas do acervo do Museu “Major José Sobrinho” a partir de textos temáticos, buscando explorar o potencial dos itens museológicos para a construção e reescrita de diversos aspectos da história local, regional e nacional. ISBN 978-65-87146-01-0


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