A Lestu Publishing Company é uma editora que acredita na Ciência Aberta. Permitimos a leitura, download e/ou compartilhamento do conteúdo desta obra para qualquer meio ou formato, desde que os textos e seus autores sejam adequadamente referenciados. Todos os livros publicados pela Editora Lestu Publishing Company estão sob os direitos da Creative Commons 4.0 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR Direção editorial Lestu: Edson Cavalcante CrossRef Manager: Eleyne Deyannys Silva Diagramação: Kleber Albuquerque Filho TI publicações OMP Books: Eliezyo Silva Comercial MKT Lestu: Karine Cunha LESTU PUBLISHING COMPANY Editora, Gráfica e Consultoria Ltda Avenida Paulista, 2300, andar Pilotis Bela Vista, São Paulo, 01310-300, Brasil. (11) 97415.4679 | [email protected] | www.lestu.com.br Imagens da obra: Canva (Creative Commons) FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) S237n SANTOS, Regina da Silva. Nutrição e vida: estudos em perspectiva / por Regina da Silva Santos (org.). v. 1. São Paulo: Lestu Publishing Company, 2021. 112 f. online. ISBN: xxxxxxxxxxxx DOI: xxxxxxxxxxxxx 1. Nutrição. 2. Saúde. 3. Bem-estar. 4. Publicação científica. 5. I. Autor(a). II. Título. III. Editora. IV. Coleção. CDD: 613.2 Índices para catálogos sistemáticos: 1.Higiene geral e pessoal: Saúde: Princípios da nutrição aplicados à alimentação e aos alimentos.
REGINA DA SILVA SANTOS Organizadora
Saúde e Vida é uma coleção temática e multidisciplinar dedicada à comunicação de pesquisas originais, artigos teóricos, ensaios, revisões críticas e sistemáticas, relacionados ao campo de conhecimento conhecido como Ciências da Vida. O foco da coleção não está apenas na divulgação de resultados de pesquisas, em seus aspectos teóricos e metodológicos, mas, sobretudo, no desenvolvimento do olhar científico, capaz de contribuir expressivamente para as futuras gerações de pesquisadores, além de auxiliar profissionais, acadêmicos e alunos de pós- graduação a encontrar conteúdos em suas áreas de interesse. A paixão pela ciência nos move. E esta coleção reúne membros de uma comunidade científica que compartilham de um conjunto de valores, aspirações e experiências, cujo empenho, individual e coletivo, fornece uma base para que não-cientistas entendam e se beneficiem desses conhecimentos. Como disse o grande filósofo da Ciência, Thomas Kuhn, “se a ciência é a reunião de fatos, teorias e métodos reunidos nos textos atuais, então os cientistas são homens que, com ou sem sucesso, empenharam- se em contribuir com um ou outro elemento para essa constelação específica”. Entendendo que este volume que compõe a Coleção Saúde e Vida, é resultado do empenho de muitos, a todos, nosso agradecimento pela oportunidade em contribuir com a divulgação da ciência.
SUMÁRIO Apresentação 11 Desenvolvimento e aceitabilidade de bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora sem glúten e lactose 15 Estado nutricional e desenvolvimento físico ao nascer de crianças portadoras de microcefalia, cuja etiologia foi o zica vírus 29 Análise nutricional e econômica da cesta básica comercializada em Teresina – Pi 45 Desenvolvimento e validação de metodologia analítica para determinação espectrofotométrica de cálcio em alimentos 59 O conhecimento dos acadêmicos de nutrição sobre os fitoterápicos 73 Descrição da presença de aditivos químicos em produtos ultraprocessados e os riscos à saúde infantil 91 Correlação entre vitamina D e o câncer de mama 107 Análise da composição nutricional de dietas destoxificação divulgadas por revistas não científicas 117 A avaliação antropométrica para a prevenção do sobrepeso não é realizada nas escolas públicas 129 Elaboração de um biscoito a partir do epicarpo e mesocarpo do fruto da carnaúba (coperniciaprunifera) e avaliar aceitabilidade entre adolescente 139 Corantes alimentícios artificiais e os riscos a saúde infantil 151 Avaliação do estado nutricional de pré-escolares de escolas públicas e privadas da cidade de Timon-Ma 161 Avaliação da atividade do extrato etanólico das folhas de himatanthus drasticus na motilidade intestinal de mus musculus 175 Alimentação: uma ferramenta no auxílio do tratamento à depressão 185 Avaliação sensorial, físico-química e microbiológica da vida de prateleira de pães 197
APRESENTAÇÃO Um esto incium fuga. Berum arumque ventemperum enis pernate de dolupta coribus simet fuga. Et que nonsedis enturionse poreptati dolo- rep ellabo. Git volectius eum samus dolorem con pratasp editatem evelent excea voluptatur audiasp erepudit es que pliquos aut que mi, sum ressunt, sum que pe volendipit expererchit hicto expliam desciis que lab ipsundia perum vende que im facea cusda ipsaper citaeca tiostio nsequam venihita- ta vero millaut andellandam qui comnist ectam, volo voluptae ius derunte sim remporat aut hil mos eum, quas min re eatemos et la volupta prae re, ut faccuptamus nis sequatquia volenihici sime porro eicia acea nessimeniet faccullatem doluptas nos dolut offic te doluptatiis aliquib usapiet est, con- sece ptist, sinum, ium non est, tem qui dolor mi, ne cus sinctor estinci psa- nis ma velenienihit volorepedit voluptibus sint et is volupta quid mollique dem. Ovidusa pident officab ium quiberundita nemporem. Nequidu cillata- si simi, sunt perro beruptibus con recusciume si ut volore nimaior ibusam audae cus arum alitasit venis ario coritin nosanditem volore doloribusae nam aut molor restis dita net qui beatatem ex et quas dolorunt es elit el im nest, utem voluptat. Nullitatur rat que velit repellis doloreperis ne poribus moloreptus. Eliquas et eariore, aritat aliquae viditati re, tem evendi bea sit fugit voloritatur, officim poribeate sit quos re pratis esto et acerios sinveli bercia cupta di siminis experi ommod eum reriatus, corem rem. Ulpa eos volup- tate venimi, est, corepra tincili ctiunt alitioratur, sitam fugiamet landunt et quatur autem id quamet perum alicia doluptis et prat. Imincim poribus nihit optaquo torepel isqui dolorestio estis dolupta- sit volenet doloribustem acius que voluptaque int aspe consedio blaut aut voluptas sandele stotatatur sitibust perit, quid modit reium quisquate ea que sequi qui totatem porias eris aspiend aestrum sit fugia aceaque lam earum et hitiam doloreium ut omnimil ipsam aliquis quo diae. Ibearum, ipsusam vellaccabo. Pedigentio. Millis iscillabo. Udit volore con non ne ma- ximusam fugiam ut venis dollorum es assedis dit quat eum fugia et qui vent qut utem evelliquam et eatur alit aceres quid maiorum vit acestibusa volu- ditia consequatur? Quo volore nis nulleni eniata di vitios doluptae voluptame iderspic te re, volorem laboria
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Desenvolvimento e aceitabilidade de bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora sem glúten e lactose Amanda Coelho Dias Inaiara Silva Pinheiro Keyla Cristiane Batista Bezerra Gilberto Araújo de Araújo Costa INTRODUÇÃO A intolerância alimentar é causada por reações de alimentos reco- nhecidos como estranhos ao organismo, pois a maioria tem sua origem no intestino. Atualmente é comum ouvirmos falar que alguém tem intolerân- cia a lactose ou a glúten, ou as duas juntas. O glúten é a principal proteína presente no trigo, aveia, centeio, cevada, malte e cereais, que são utilizados na composição de alimentos, medicamentos, bebidas industrializadas e etc. Aos intolerantes o glúten é uma substância prejudicial ao intestino e pode causar uma indisposição no organismo. A intolerância a lactose também é bastante comum e conhecida, ela acontece quando o organismo não possui a enzima que digere a proteína do leite a lactase, e assim como no caso dos celíacos é preciso mudar a dieta e os hábitos alimentares.
Desenvolvimento e aceitabilidade de bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora ... Atualmente a demanda por alimentos nutricionalmente saudá- veis e com baixo custo vem aumentando consideravelmente, ou seja, entende-seque o consumo por alimentos saudáveis estar totalmente relacionado a boa saúde e qualidade de vida prolongada, desta maneira reduzindo assim riscos a saúde. Como sabemos a maioria dos alimentos tem em sua composição lei- te e glúten, porém hoje em dia o mercado oferece diversas opções para que esses componentes possam ser substituídos, fazendo com que as pessoas que tenham essa deficiência não deixem de comer tais alimentos, mas que possam substituir por alimentos com alto teor nutricional. Na atualidade percebemos que há um grande desperdício em rela- ção as sementes de alimentos com alto valor nutritivo, que podem ser reu- tilizados na fabricação de bolos e biscoitos. Em função disso, a indústria ali- mentícia tem desenvolvido produtos enriquecidos que possam contribuir para a saúde dos consumidores, auxiliando na prevenção dessas doenças. Segundo Faber; Cabral (2016) as sementes de abóboras são ricas em proteínas, lipídios e fibras, possuem compostos bioativos, tais como ácidos graxos essenciais, tocoferóis, carotenóides, compostos fenólicos, fi- toesteróis, curcubitacinas, cianetos, inibidores de tripsina e saponinas. A semente de abóbora apresenta cerca de 40% de ácidos graxos monoinsa- turados e poliinsaturados, os principais são o ácido graxo oleico e linoleico. O estudo objetivou desenvolver um bolo isento de glúten e lactose para intolerantes enriquecido com farinha de semente de abóbora. METODOLOGIA Inicialmente realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobrea temática de um estudo experimental, descritivo, quali-quantitativo. O estudo foi re- alizou-se em uma Instituição de Ensino Superior privada, localizada na Av. Barão de Gurgueia S/N, Teresina- PI. Efetuou-se com alunos e funcionários, no laboratório de análise sensorial e técnica dietética. Essa receita foi adap- tada de uma receita tradicional de bolo comum, utilizando ingredientes que podem ser consumidos por pacientes celíacos e intolerantes a lactose, esta receita foi previamente testada e pretende ao longo da execução do projeto entrar em etapas de otimização. Ingredientes: farinha de arroz in- tegral sem glúten, açúcar mascavo, ovos, óleo de coco, fermento, leite zero lactose, farinha triturada da semente de abóbora.Modo de preparo: Para a formulação da massa foi misturado todos os ingredientes (ovos: primeiro às claras, em seguida as gemas, após esse processo será acrescentado a 16
Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva farinha de arroz, logo depois que a massa estiver em uma consistência pas- tosa, acrescentar a farinha da semente de abóbora, o açúcar, e por último o fermento, deixar bater bem por no máximo 10 minutos. Em seguida levado ao forno médio (180 ºC) por 40 minutos. O preparo do bolo foi realizado no Laboratório de técnica Dietética, no mês de abril de 2018. Inicialmente os ingredientes foram separados e pesados. Após isso se submeteu o processo de formulação da massa onde se misturou os ingre- dientes (ovos, farinha de arroz, leite zero lactose, açúcar mascavo, fermento, farinha da semente de abóbora, óleo de coco), em um recipiente até alcançar a consistência pastosa, logo em seguida levou ao forno em 180ºC) por 40 minutos. Tabela 1 descrição da formulação de um bolo enriquecido com a farinha da semen- te de abóbora sem gluten e sem lactose, Teresina-Pi 2018 Fonte: Dados da pesquisa 2018 O bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora foi ava- liado por aproximadamente por 60 pessoas que freqüentam uma insti- tuição de Ensino Superior privada de Teresina- PI, não treinados entre 18 e 65 anos de idade. Utilizou-se os testes afetivos para verificar a aceitabilidade dos provadores onde os testes escolhidos foi a escala he- dônica estruturada de nove pontos (variando de desgostei muitíssimo a gostei muitíssimo), o teste de análise descritiva quantitativa (avaliando tonalidade da cor, impacto do aroma, sabor, textura) para descrever os atributos sensoriais presentes Serviram-se as amostras em bandejas, dentro de copinhos descartáveis brancos com uma amostra de 52 g. Realizou-se os testes em cabine individual, no laboratório de análise sensorial. 17
Desenvolvimento e aceitabilidade de bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora ... A presente pesquisa constitui-se por aproximadamente 60 indivíduos de ambos os sexos escolhidos ao acaso, podendo participar alunos, funcionários. Se- gundo Dutcosky 2013, a quantidade de provadores para testes qualitativos é de 12 provadores treinados e para testes quantitativos é em torno de 60 provadores não treinados para realização de pesquisas com análise sensorial.. Codificou-se em 3 dígitos diferentes, em copinhos descartáveis branco com amostra de 52 g no laboratório de técnica dietética, os testes aplicados no Laboratório de Análise Sensorial de uma instituição Ensino Superior privada de Teresina- PI, no período de abril de 2018, no horário de 13:00 a 14:30 horas. Os provadores que fizerem parte da avaliação sensorial foram informa- dos sobre os objetivos e metodologia da pesquisa, e consultados por meio de um termo de consentimento livre e esclarecidos (TCLE) conforme a resolução 466/2012, bem como utilizando a Declaração dos pesquisadores e do termo de ciência onde informou-se sobre a formulação do produto. Submeteu-se ao Co- mitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Santo Agostinho, para avalia- ção e aprovação, gerando um número do CAAE 80542917.4.0000.5602. Analisa- ram-se os dados utilizando o programa SPSS ESTATISTICS, para o uso das tabelas e gráficos para a apresentação dos resultados. Em seguida utilizou-se a Tabela de Analise e Composição dos alimentos (TACO) para verificar valor nutricional. RESULTADOS E DISCUSSÃO A tabela 02 apresenta a quantidade de calorias e dos macronutrien- tes presentes no bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora, apresentando no total de 36,6 kcal, 22,6g de Carboidratos, 5,31g de prote- ínas, 22,34g de lipídeos e 7,61 g de Fibra para cada fatia de52g do bolo. O bolo é pouco calórico, com baixo teor de lipídios, essencial para ser consu- mido com frequência, visto que a mesma apresenta carboidratos comple- xos e fibras, importantes para regulação e manutenção do trato intestinal. Em relação ao teor de calorias, a formulação apresenta baixo valor, ressaltando que sua adição na alimentação não refletiria em aumento im- portante no valor energético. Silva et al., (2010) encontrou em 100 gramas do biscoito teores de fibras entre 29,78 e 30,08 g. Lopes et al., (2008) que utilizaram 20% de farinha da semente de abobora na elaboração de pão francês obtendo 3,0 de fibras totais. De acordo com Moura et al., (2010) o produto com no mínimo 3 % de fibras pode ser considerado como fonte de fibras, e ao ultrapassar o mínimo de 6 % será considerado com alto teor de fibra. Em 52 gramas do 18
Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva Tabela 02 Composição nutricional dos marcos nutrientes presentes em 52g, segun- do a Tabela Brasileira de composição dos alimentos, 2018 Fonte: Dados da pesquisa, 2018. * QUANT=Quantidade; KCAL=quilocalorias; PROT=Proteínas; *LIP=Lipídios; *CHO=- Carboidrato, FIB=Fibra. bolo enriquecido com a farinha da semente de abóbora apresentou 7,2g de fibra, podendo ser considerada farinha com alto teor de fibras. De acordo com a ANVISA 2017 referente à informação nutricional, o produto com no mínimo 2,5 g de fibras pode ser considerado como fonte de fibras, e ao ultrapassar o mínimo de 5 g será considerado com alto teor de fibras. As funções da semente de abobora são variáveis Cerqueira et al. (2008) concluíram um estudo experimental que a farinha da semente de abobora interfere no metabolismo diminuindo significativamente os níveis de glicose e triglicerídeos séricos, tem potencial como fonte de fibra e atua o peso e o volume fecal, promovendo laxação.O bolo possui excelentes fon- tes de fibras que atuam de maneira benéfica no organismo, auxiliando na regulação do transito intestinal, redução de peso e absorção de gorduras. A tabela 03 apresenta a quantidade de calorias e dos Micronutrien- tes presentes no Bolo Enriquecido com Farinha da Semente de Abóbora, apresentando no total de 8,7g de Cálcio, 23,52 g de Potássio, 14,6 g de Fósforo e 7,39g de Magnésio para cada 52 g do bolo. O mineral que mais se destacou foi o potássio apresentando em seu total 23,52g quanto ao que se encontra em menor quantidade é o magnésio com 7,39g. De acordo com ILSI Brasil (2010) ingestão de potássio adequada é de 4,7g, para todos os adultos e jovens. Esse nível de ingestão dietética parece ser suficiente para manter os níveis pressão arterial, reduzir o risco de recorrência de cálculos renais e possivelmente diminuir a perda óssea. Os minerais são essenciais à manutenção dos tecidos do corpo humano é muito importante que seja 19
Desenvolvimento e aceitabilidade de bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora ... Tabela 03 Composição Nutricional de Micronutrientes presentes em 52g, segundo a Tabela Brasileira de composiçao dos alimentos, 2018 Fonte: Dados da Pesquisa 2018. Taco * composição de alimentos. 2018 ingerido em quantidades adequadas, especialmente, durante a infância. O cálcio é e essencial para construção e manutenção dos dentes e ossos, en- contrado em grande quantidade em alimentos como: o leite e seus deriva- dos. A tabela 04 encontra-se os resultados da avaliação dos diferentes atri- butos do bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora, segundo a escala da análise descritiva quantitativa (ADQ), ao analisar a tonalidade o maior percentual obtido foi de “Muito Escuro” (83,3%) e menor percentual de “Muito Claro” (12,7%) provando que a tonalidade está de acordo com Tabela 4 Avaliação dos diferentes atributos do bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora, segundo escala da análise descritiva (ADQ) Teresina-PI, 2018. Fonte: Dados da Pesquisa 2018. 20
Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva esperado. Quanto ao impacto do Aroma, observou que os (52,7%) dos participantes marcaram “Intenso” e (30,9%) “Pouco Intenso”. Quanto ao atributo sabor o bolo apresentou maior percentual em “Agradável” que Foi (98,2%) e pouco doce que foi (1,8%) totalizando em 100% dos participantes mostrando que o sabor estava notável. Quanto ao último atributo textura observou-se que a opção “Macia” (90,9%) sobre saiu ao “Duro” (5,5%) isso mostra. A coloração do bolo está relacionada princi- palmente com os ingredientes da formulação, sendo a farinha de semente de abóbora e o açúcar mascavo mais escuro. Assim, maior teor desses dois ingredientes na formulação dos bolos provoca escurecimento. Perez; Ger- mani (2007) avaliaram biscoitos com farinha de berinjela e verificaram que os biscoitos com maior teor de fibras apresentaram coloração mais escura. O bolo obteve resultados positivos a todos os atributos cor, sabor, aroma e textura. O sabor foi o atributo de maior frequência, está associado a adi- ção da farinha da semente de abóbora juntamente com o óleo de coco que Tabela 5 Avaliação da aceitabilidade de bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora, de acordo com escala hedônica (n=55) Teresina, 2018. Fonte: Dados da Pesquisa 2018. deixou seu sabor característico, a tonalidade e a textura foram perceptíveis isso devido a presença do açúcar mascavo e farinha de arroz. Ultimamente, observamos diversos estudos agregando valores nutricionais a produtos de panificação como massas,pizzas, pães,biscoitos, bolos,buscando incorporar praticidade e alimentação saudável para lanches em geral. Os resultados da avaliação sensorial do bolo, enriquecido com farinha da semente de abóbo- ra, expressa que o produto desenvolvido teve uma ótima aceitação, pois os resultados se concentraram em todos os atributos avaliados, principalmen- te, entre as variáveis “gostei ligeiramente”, “gostei muitíssimo”. Faber; Cabral (2016) desenvolveu um biscoito com farinha da semen- te de abóbora para crianças e através da análise sensorial, verificou-se que a 21
Desenvolvimento e aceitabilidade de bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora ... grande maioria adorou o biscoitou somente gostou, correspondendo a 80%. A posição indiferente não gostou e detestou representou a minoria. Na indústria de alimentos a análise sensorial é essencial, pois contribui para a determinação da qualidade de um alimento ou do novo produto elaborado, pois informa se o consumidor aprovará ou não. Amorim et al., (2012) elaborou biscoito tipo cookie e tartalete de frango produzidos a partir do aproveitamento da semen- te da abóbora, ambos foram avaliados pela escala hedônica estruturada de 9 pontos, assim como a pesquisa acima, os resultados foram satisfatórios uma vez que as médias variaram entre 7,48 e 7,97, entre “gostei moderadamente” e “gostei muitíssimo” indicando um bom índice de aceitabilidade De acordo com o teste o bolo obteve uma boa razoabilidade por parte dos provadores visto que e um alimento nutritivo e sua presença na dieta e refletida positiva- mente na saúde do indivíduo, como uma opção pratica e saudável.. Gráfico 1: Análise da Intenção de Compra do bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora, Teresina-Pi, 2018. Fonte: Dados da Pesquisa 2018. 22
Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva Quando avaliada a intenção de compra do bolo, mais da metade dos provadores demonstraram que “comprariam” o produto (94,5%) n=52, caso esse estivesse no mercado. As demais variáveis “talvez compraria o produto” atingiu um percentual mínimo (5,5%) n=3. Assim, a amostra se apresenta como um bom produto para ser desenvolvido e comercializado. O traba- lho realizado por Pinto et l., (2016) presentam resultados semelhantes ao da pesquisa acima, visto que, o mesmo desenvolveu biscoito tipo cookie a partir da farinha do resíduo da abóbora e avaliou a intenção de compra e aceitabili- dade do produto, com relação a intenção de compra observou-se que, cerca de 97% dos provadores tem a intenção de comprar o produto analisado se estivesse disponível no mercado. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante das análises dos resultados pode-se concluir que este estudo demonstrou que o bolo enriquecido com a semente de abóbora sem glúten e lactose obteve uma boa aceitabilidade em relação aos atributos sensoriais avaliados (cor, aroma, sabor, textura), sendo um produto com aceitação comercial satisfatória. Em relação a alimento saudável e nutritivo o bolo enriquecido com a farinha da semente de abobora apresenta teores de macro e micronutrientes superiores a um bolo padrão tradicional do mercado. REFERÊNCIAS AMORIM, G .et al. Elaboração e avaliação sensorial de produtos (biscoito tipo cookie e tartalete de frango) produzidos a partir do aproveitamento da semente da abóbora (cucurbita maxima) .VII CONNEPI P,2012. Disponí- vel em:<file:///C:/Users/pc/Downloads/FARINHA%20DA%20SEMENTE%20 DE%20AB%C3%93BORA%20TCC%20SE%20dEUS%20QUISER%20AM%- C3%89M%20SENHOR.pdf>. Acesso em: 20 mai. 2018. BRASIL. Perguntas e respostas sobre Rotulagem de Alimentos Alergênicos. Gerência de Avaliação de Risco e Eficácia para Alegações. Gerência Geral de Alimentos, Brasília, DF, 27 p. jun. 2016. 27 p. Disponível em: <http://portal. anvisa.gov.br/documents/33916/2810640/Rotulagem+de+Alerg%C3%AAni- cos/283b1a22-d923-4eb1-84fa-cb1a662b7846>. Acesso em: 4 out. 2017. CERQUEIRA, P. M. et al. Efeito da farinha de semente de abóbora (Curcubita 23
VERSÃO TESTEDesenvolvimento e aceitabilidade de bolo enriquecido com farinha da semente de abóbora ... maxima, L.) sobre o metabolismo glicídico e lipídico em ratos. Revista Nutrição, v. 21, n. 2, p.129-136, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?s- cript=sci_arttext&pid=S1415-52732008000200001 Acesso em: 4 nov. 2017. GIMENO, S.G.A. et al. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: projeto OBEDIARP. Caderno de Saúde Pública, v.27, p.533-545, nov. 2011. Disponí- vel em: <https://www.scielosp.org/article/ssm/content/raw/?resource_ssm_ path=/media/assets/csp/v27n3/13.pdf>. Acesso em: 4 nov. 2017. MOURA, F. A. et al. Biscoitos tipo “cookie” elaborados com diferentes frações de semente de abóbora (Curcubitamaxima). Alimentos e Nutrição, v.21, p.579- 585, set. 2010. Disponível em: < http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/ alimentos/article/viewFile/1356/a11v21n4 Acesso em: 4 out. 2017. PINTO, A.S.O. et al. Desenvolvimento de biscoitos tipo cookie utilizando farinha dos resíduos da abóbora (curcubita spp.) Em substituição parcial à farinha de trigo. XXV Congresso de Ciência e Tecnologia de alimentação: a árvore que sustenta a vida. Gramado, RS. 2016 P.1-7. Disponível em: <http://www.ufrgs. br/sbctars-eventos/xxvcbcta/anais/files/765.pdf>. Acesso em: 08 mai. 2018. SILVA, A.P. S. et al. Bolo de banana adicionado de farinha de semente de abó- bora (Cucurbita spp.). Disponível em: <http://prpi.ifce.edu.br/nl/_lib/file/doc- 2313-Trabalho/BOLO%20DE%20BANANA%20AB%D3BORA%20RESUMO.pdf>. Acesso em: 25 mai. 2018. SILVA, J. S. Barras de cereais elaboradas com farinha de sementes de abóbo- ra. Dissertação (Mestrado em Agroquímica) - Universidade Federal de Lavras, Lavras: 2012. Disponível em: < epositorio.ufla.br/bitstream/1/588/1/DISSER- TAÇÃO%20Barras%20de%20cereais%20elaboradas%20com%20farinha%20 de%20sementes%20de%20abóbora.pdf >. Acesso em: 20 set. 2017. SILVA, J. G. et al. Biscoitos enriquecidos com farinha de semente de abóbora como fonte de fibra alimentar. Revista Destaques Acadêmicos, v. 7, n. 4, 2015. Disponível em: < http://www.univates.br/revistas/index.php/destaques/arti- cle/viewFile/510/502>. Acesso em: 20 mai. 2018. TACO - Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. 4ª Edição. NEPA – UNI- CAMP, Campinas, 2011. 24
VERSÃO TESTE Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva AUTORES Amanda Coelho Dias Estudante do 8º semestre do Curso de Nutrição do Centro Universitário Santo Agostinho UNIFSA Email: [email protected] Inaiara Silva Pinheiro Estudante do 8º semestre do Curso de Nutrição do Centro Universitário Santo Agostinho UNIFSA Email: [email protected] Keyla Cristiane Batista Bezerra Mestre em Alimentos e Nutrição pela Universitário Federal do Piauí– UFPI; Professora do Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA. Email: [email protected] Gilberto Araújo de Araújo Costa Mestre em economias de empresas –Universidade Federal do Ceará- UFC; Professor do Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA. Email: [email protected] 25
Estado nutricional e desenvolvimento físico ao nascer de crianças portadoras de microcefalia, cuja etiologia foi o zica vírus Adna de Jesus Coêlho Lilian Carvalho da Silva Luiza Marly Freitas de Carvalho INTRODUÇÃO Em 2015, no Brasil, notou-se a ocorrência de um aumento significa- tivo no número de casos de Microcefalia no país, principalmente no Nor- deste brasileiro, a relação entre a Microcefalia e a infecção pelo Zica vírus foi descoberta através de observações do corpo médico da região nordeste que, associaram a epidemia de microcefalia com o evento da entrada do vírus no pais em 2014, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo pesquisa realizada no Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Pa- raná) e da PUC-PR confirmou-se que o vírus da Zica consegue atravessar a placenta durante a gestação sendo capaz de quebrar a barreira hematoen- cefálica atingindo o sistema nervoso central. (NUNES, et al. 2016). Considera-se caso suspeito de microcefalia, todos os nascidos vivos com 37 semanas ou mais de idade gestacional (IG) e perímetro cefálico
VERSÃO TESTEEstado nutricional e desenvolvimento físico ao nascer de crianças portadoras de microcefalia ... (PC) ≤ 33 cm. Porém, esse ponto de corte gerou um número excessivo de notificações. Assim, a partir de dezembro de 2015, o Ministério da Saúde estabeleceu o PC ≤ 32 cm para a definição de caso suspeito de microcefalia, e redução de estatísticas. (SOUZA, et al. 2016). A redução do perímetro cefálico, além de danos neurológicos tam- bém repercute na composição corporal do indivíduo acometido, com redu- ção do peso e redução do cérebro. (MUSSOI 2014). A microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. É caracterizada por um períme- tro cefálico inferior ao esperado para a idade e sexo e, dependendo de sua etiologia, pode ser associada a malformações estruturais do cérebro ou ser secundária a causas diversas. Podendo ou não causar alterações motoras ou mentais, em geral, as crianças com microcefalia apresentam atraso no desenvolvimento neuropsicomotor com acometimento motor e cognitivo relevante e, em alguns casos, as funções sensitivas (audição e visão) tam- bém são comprometidas. O comprometimento cognitivo ocorre em cerca de 90% dos casos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2015). A criança com microcefalia precisa de cuidados especiais, dependen- do do grau como foram afetadas pela patologia, pois, já que o cérebro possui fatores limitantes de desenvolvimento, impede que a criança tenha uma qua- lidade de vida semelhante às crianças que não possuem a patologia. Pode ser causada por fatores nutricionais, genéticos e ambientais, dentre eles atualmente o mais citado é o fator ambiental, tendo grande re- levância tanto quanto o fator nutricional. Destacando-se o fator ambiental, onde ocorre à disseminação do vírus Zica, causador da Microcefalia e alvo do presente estudo. Sabe-se que as condições de vida da população também contribuem diretamente para que sejam afetadas, contribui significativamente para a probabilidade do desenvolvimento de patologias, por não terem uma boa alimentação, condições higiênico-sanitárias satisfatórias, saneamento bá- sico, um sistema de saúde de qualidade e/ou por carregarem genes defei- tuosos causadores da má formação que poderão se manifestar em seus descendentes. Uma vez portando essa característica, e sabendo que, não há cura ou reversão para esta condição, o tratamento multiprofissional visa melhorar o desenvolvimento físico e cognitivo dessas crianças, e minimizar os efeitos dos danos neurológicos causados pela infecção do vírus Zica, proporcionan- do mais conforto e qualidade de vida para a criança e sua família. Como todas as doenças neurológicas, a dietoterápica aplicada a es- ses pacientes é uma parte de grande importância no tratamento destes, 30
VERSÃO TESTE Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva na maioria das vezes, sendo necessário, além da adequação nutricional, adequar à consistência da dieta de acordo com as condições e limitações do indivíduo, pois, deve-se avaliar a capacidade de deglutição deste pa- ciente, riscos de aspirações e engasgos. As terapias nutricionais formam um arsenal terapêutico de caráter coadjuvante que se aplica ao manejo das enfermidades neurológicas (COSTA, et al. 2010). Portanto, no primeiro trimestre da gestação, período mais delica- do de desenvolvimento do feto, é imprescindível as gestantes manterem o máximo de cuidados possíveis, devendo-se realizar o pré-natal, terem acompanhamento multiprofissional do Nutricionista, obstetra, e pediatra durante toda a gestação. Este estudo irá investigar o estado nutricional de crianças recém-nas- cidas, cujas mães foram acometidas por infecção causada pelo Zica vírus, correlacionando com o desenvolvimento físico destes e diagnosticando os por meio de índices antropométricos. DESENVOLVIMENTO Define-se microcefalia em um nascido vivo como a ocorrência de crânio pequeno congênito. Apesar da definição de microcefalia não ser pa- dronizada, há consenso quanto à ocorrência de um perímetro cefálico (PC) abaixo do padrão das curvas apropriadas para idade e sexo. Um PC baixo indica, de modo geral, um cérebro pequeno. Cerca de 90% das microcefa- lias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. (Secretaria EStadual de Saude ; Brasil 2015). A microcefalia pode ser classificada conforme o tempo do seu iní- cio: A. Microcefalia congênita: está presente ao nascimento e é às vezes chamada de “microcefalia primária”; porém, como este termo se refere a um fenótipo particular de microcefalia, deve-se usar preferencialmente “microcefalia congênita”; e B. Microcefalia pós-natal: refere-se à falha de crescimento normal do perímetro cefálico após o nascimento, ou seja, o cérebro é normal ao nascimento; por isso é também chamada de “microce- falia secundária”. (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2015) . Um perímetro cefálico abaixo do esperado em geral, também indica um encéfalo pequeno, cujo defeito se classifica em primário ou adquirido. Medições de perímetro cefálico tem implicação única de diagnóstico, se fei- to em série e influenciado por fatores como a idade cronológica, sexo, etnia e idade gestacional. Medir a circunferência da cabeça deve fazer parte de 31
Estado nutricional e desenvolvimento físico ao nascer de crianças portadoras de microcefalia ... um conjunto de dados clínicos principais no exame pediátrico, contribuin- do para formação da base do diagnóstico de muitas doenças neurológicas. (MICROCEFALIA 2016). Apesar de ser um método simples e relativamente confiável para diag- nóstico, a simples medida do perímetro cefálico pode não refletir um cérebro anormalmente pequeno e não oferece dados para evidenciar um formato anormal do crânio. Dessa forma, é de vital importância que a medida e sua interpretação sejam corretas. A medida do perímetro cefálico é feita com fita métrica flexível e não elástica. Mede-se o diâmetro do crânio em sua maior circunferência, com a fita em torno da cabeça, posicionada na testa acima dos olhos, passa acima das orelhas e pela porção mais proeminente da par- te posterior do crânio. Em bebês não prematuros, esse perímetro deve ser maior do que 32 cm (pequena variação pela idade gestacional sexo). O perí- metro cefálico aumenta quase linearmente até 37-38 semanas de gestação. (NUNES, et al. 2016). Aspectos Nutricionais da Gestante Durante a gravidez, as necessidades nutricionais aumentam para apoiar o crescimento e desenvolvimento do bebé bem como o metabolismo materno. Assim, as recomendações alimentares e nutricionais devem adaptar-se a cada mulher, considerando-se as diferenças individuais. Desta forma, recomenda- -se adoção de um estilo de vida saudável, que deve iniciar-se mesmo antes da gravidez, para aperfeiçoar a saúde da mãe e reduzir o risco de complicações durante a gravidez e de algumas doenças no bebé. (TEXEIRA, et al. 2015). Além da adequação nutricional, outros fatores como o uso de medica- mentos impróprios ao período gestacional, à ingestão de bebidas alcoólicas e a utilização de cigarro e seus derivados devem ser observados para assegurar uma boa formação intrauterina. Essas substâncias ultrapassam a barreira pla- centária e, quando em contato com o embrião/feto, expõe-no aos seus com- postos, podendo ocasionar, dentre outras complicações, teratogenicidade, em- briotoxicidade e redução do fluxo sanguíneo fetal. (CORREA e ROCHA 2012) . Outras causas para Microcefalia Vários fatores ambientais já foram identificados como causadores de malformações corticais. A exposição materna durante o período gestacio- nal a agentes como etanol, alguns ácidos, drogas anticonvulsivantes, mer- cúrio, radiação e agentes virais, entre outros, pode resultar em distúrbios no desenvolvimento cortical do feto. (NUNES, et al. 2016). A deficiência de folato em seres humanos leva à anemia megalo- 32
Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva blástica e em mulheres, pode levar à dificuldade na concepção, aborto e defeitos do tubo neural (NTD) do feto e ao parto prematuro. A evidência mais forte que apóia os efeitos benéficos de folato na gravidez vem da su- plementação de ácido fólico pré-natal que tem reduzido à incidência de defeitos do tubo neural. Modelos animais com deficiência de folato em camundongos e ratos mostraram déficits de desenvolvimento físico e comportamental na prole. Dentro da ausência de deficiência grave, um estado de folato sub-óptimo pode levar a Mudanças no cérebro que poderiam produzir déficits funcionais na vida adulta. (SEQUEIRA, et al. 2016). METODOLOGIA Tipo de estudo Este estudo é de base experimental, retrospectivo e qualitativo, que consiste na análise documental de dados do ano de 2015-2017 registra- dos nos prontuários de crianças portadoras da Microcefalia, mensurados na data e horários antecipadamente agendados e executado em um único momento. Delineamento da pesquisa A avaliação será feita através de análise de dados antropométricos e ficha de avaliação pediátrica para identificar suas principais necessidades e limitações devido aos danos neurológicos sofridos, uma vez que, pertencem a diversos graus de complexidade da doença. O método antropométrico, nessa faixa etária, é basicamente realizado com aferição de medidas como perímetro cefálico, circunferência abdomi- nal, peso e estatura, diagnosticando-as através de índices antropométricos: Peso para idade; Peso para estatura; IMC para idade e Estatura para idade. Estes dados serão analisados através da coleta de informações registradas nos prontuários das crianças. As fontes de dados eletrônicos utilizadas foram: PubMed (Publicações Médicas), Scielo (Scientific Electronic Library Online), Bireme, Medline e em sites governamentais (Ministério da Saúde) e da World Health Organization. Local para a Coleta dos dados A apuração dos dados acontecerá na instituição C.E.I.R (Centro inte- grado de reabilitação), localizado no bairro Ilhotas na zona Sul de Teresina.PI. 33
Estado nutricional e desenvolvimento físico ao nascer de crianças portadoras de microcefalia ... Neste local, ocorrerá a coleta dos dados Antropométricos no prontu- ário da criança, para posterior avaliação do estado nutricional dos partici- pantes desta pesquisa. População e sujeito do estudo Esta pesquisa possui uma amostra populacional em torno de 30 Tabela 01: Classificação do estado nutricional de crianças menores de 5 anos para cada índice antropométrico VALORES CRÍTICOS ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS PARA MENORES Peso para idade IMC para DE 5 ANOS Peso para estatura idade Estatura para idade < Percentil < Escore-z-3 Muito Magreza Magreza Muito 0,1 ≥ Escore-z-3 e baixo acentuada acentuada baixa esta- ≥ Percentil < Escore-z-2 peso para Magreza Magreza tura para 0,1 e < Per- a idade centil 3 Baixo a idade peso para Baixa a idade estatura para idade ≥ Percentil 3 ≥ Escore-z-2 e Peso Eutrofia Eutrofia Estatura e < Percentil < Escore-z-1 adequado Risco de Risco de adequada 15 sobrepeso sobrepeso > Percentil 15 ≥ Escore-z-1 e para a para a e ≤ Percentil ≤Escore-z +1 idade idade 85 >Escore-z +1 > Percentil 85 e ≤Escore-z+2 e ≤ Percentil 97 >Percentil 97 > Escore-z +2 Peso ele- Sobrepeso Sobrepeso e ≤ Percentil vado para Obesidade Obesidade 99,9 ≤Escore-z +3 >Escore-z +3 idade >Percentil 99,9 Fonte: (BRASIL 2011) 34
Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva crianças portadoras de Microcefalia da faixa estaria de 0 - 2 anos de ambos os sexos, sem restrição de raça, residentes em Teresina.PI, que estão em processo de tratamento em instituição de apoio da Capital. A amostra po- derá sofrer alterações no decorrer da pesquisa. Critérios de Inclusão Os participantes desta pesquisa foram crianças recém-nascidas, de ambos os sexos, portadores da Microcefalia cuja etiologia foi o Vírus Zica, que estejam sendo acompanhadas no C.E.I.R (Centro integrado de reabi- litação) na cidade de Teresina, PI, e possuam prontuários disponíveis no momento da coleta de dados. Critérios de Exclusão Prontuários de crianças portadoras de outras síndromes, que se en- contrem no local, crianças saudáveis, superiores a faixa etária estabelecida, serão dispensadas da pesquisa. Coleta de Dados Inicialmente, a coleta de dados se darem pela utilização dos dados coletados pela nutricionista da instituição e registrados em prontuário, que serão transcritos em ficha própria dos pesquisadores (APENDICE 01), os dados antropométricos que serão utilizados são peso, estatura, IMC e perí- metro cefálico. Para classificação do estado nutricional, serão utilizados os índices antropométricos, segundo as recomendações do SISVAN: Análises Estatísticas Os dados obtidos serão tabulados e com auxílio das seguintes fer- ramentas eletrônicas: programa Estat. D+ e Excel da Microsoft serão con- tabilizados e dispostos nos resultados desse projeto, de maneira clara e objetiva facilitando a didática da exposição dos dados encontrados. As demais informações serão analisadas por meio de fichas de avaliação pe- diátrica que trazem questionamentos relacionados ao estado clinico do participante. Aspectos Éticos O estudo foi realizado com base nos dados registrados no pron- tuário da criança, tendo como princípios básicos as determinações da Resolução 466/12, a qual preconiza que estudos com estes objetivos é necessário uma autorização prévia do responsável/participante através 35
VERSÃO TESTEEstado nutricional e desenvolvimento físico ao nascer de crianças portadoras de microcefalia ... de assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para os res- ponsáveis, sendo obrigatório o consentimento para se iniciar o processo de avaliação previsto pela pesquisa, esclarecendo todas as informações e dúvidas sobre o estudo, objetivos, procedimentos, garantindo ao par- ticipante o respeito à dignidade humana, sigilo de dados pessoais, sen- do restrito apenas para uso cientifico dos pesquisadores que manterão o anonimato de seus colaboradores, conferindo segurança e compromisso ético para com o participante. Este projeto depende de autorização para ser executado, por fazer uso com seres humanos, sendo assim, será enviado para a Plataforma Brasil com intuito de obter o consentimento para sua execução. Riscos A pesquisa, em especial o momento da coleta de dados bem como sua análise com a mensuração dos parâmetros antropométricos registra- dos em prontuário, poderá ter riscos, como dificuldades durante a aná- lise, demanda de tempo para coleta dos dados nos prontuários, tendo a possibilidade de agendar uma nova data para a análise. Benefícios Em contrapartida, terá como benefício à avaliação gratuita crianças portadoras da Microcefalia, o acesso aos resultados de nossa análise de dados, o diagnóstico nutricional e desenvolvimento físico da população em estudo, e o recebimento de um manual com dicas de Nutrição Infantil ela- borado pelas pesquisadoras, com orientações e esclarecimentos visando promover a saúde, bem como estimular o consumo de alimentos saudáveis contribuindo para o bom desenvolvimento de suas capacidades. RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir da análise documental dos dados extraídos dos registros no Centro Integrado de Reabilitação – CEIR, dentre os quais, até o momento, 12 prontuários foram analisados, quanto ao gênero 75% dos recém-nascidos por- tadores de Microcefalia são do sexo feminino e 25% do sexo masculino, destes, 83,3% nasceram a termo de acordo com a idade gestacional e 16,7% nasceram Pré-termo, percentuais estes, se assemelham aos resultados obtidos por SOU- ZA E ARAÚJO 2016, em seu estudo “Microcefalia do Estado de Pernambuco, Brasil”, que contabilizou maior percentual para recém-nascidos á termo com predominância para o sexo feminino do total de casos notificados. 36
Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva “Os recém-nascidos com idade gestacional de 37 a 41 semanas são classificados “A Termo”, › ou igual há 42 semanas Pós-Termo”, ‹ que 37 sema- nas “Pré-Termo”, de 28 a 36 semanas “Pré-Termo”, e ‹ 28 semanas classifi- cam-se como imaturidade extrema (MUSSOI, 2014). Com relação ao tipo de parto realizado, observou-se que 75% dos portadores de Microcefalia nasce- ram por parto cesariano e 25% Eutócicos. Classificou-se também o tipo de Microcefalia de acordo com o tama- nho do perímetro cefálico, tendo como base as classificações da Organização Mundial de Saúde – OMS, o qual relaciona a idade gestacional com o tama- nho do crânio, caso alcance um desvio padrão ≤ 2 o recém-nascido é classi- ficado como portador da Microcefalia leve, por exemplo: uma gestação de 40 semanas com um P.C de 31 cm. Se o desvio padrão alcance valor ≤ 3 com P.C em trono de 29 cm, classifica-se como grave, e inferior a estes valores, é Tabela 1: Classificação dos dados segundo gênero, idade gestacional, tipo de parto e perímetro cefálico. Nº Paciente Gên Idade gesta- Class. con- Tipo de Perímetro Class. cional forme idade parto cefálico perímetro gestacional (cm) cefálico por idade 1 R.G.S.O. F 40 semanas Termo Eufórico 34,5 cm Microcefalia 2 A.G.M.S M 41 semanas Termo Cesárea 35 cm Microcefalia 3 M.V.L.G F 35 semanas Termo Cesárea 29 cm Microcefalia 4 M.A.M.L.S F 39 semanas Termo Cesárea 28 cm Microcefalia severa 5 L.B.A.P F 40 semanas Termo Cesárea 33 cm Microcefalia 6 A.R.A F 38 semanas Termo Cesárea 27 cm Microcefalia severa 7 L.V.N.S F 32 semanas Pré-termo Cesárea 23 cm Microcefalia 8 A.R.A.S.D F 39 semanas Termo Eufórico 29 cm Microcefalia severa 9 M.I.S.B F 37 semanas Termo Eufórico 28 cm Microcefalia severa 10 J.P.C.L M 37 semanas Termo Cesárea 29 cm Microcefalia severa 11 M.A.R.C F 36 semanas Pré-termo Cesárea 28 cm Microcefalia severa 12 A.P.B.J M 38 semanas Termo Cesárea 30 cm Microcefalia Fonte: Dados da pesquisa. 37
Estado nutricional e desenvolvimento físico ao nascer de crianças portadoras de microcefalia ... Tabela 2: Classificação por Índices Antropométricos. Índices antropométricos para < 5 anos Nº Gên Peso ao Compri- P/I P/R IMC/I E/I nascer mento (kg) (cm) 1 F 2.240 g 37 Baixo peso p/ Eutrofia Sobrepeso Muito baixo idade p/idade 2 M 3.678 g 49 Peso adequa- Risco de Risco de Adequado do p/ idade sobrepeso sobrepeso p/idade 3 F 2.390 g 45 Baixo peso p/ Risco de Eutrofia Baixo p/ idade sobrepeso idade 4 F 2.470 g 46 Peso adequa- Risco de Eutrofia Adequado do p/ idade sobrepeso p/idade 5 F 2.850 g 50 Peso adequa- Eutrofia Eutrofia Adequado do p/ idade p/idade 6 F 2.060 g 42 Baixo peso p/ Magreza Eutrofia Muito baixo idade p/idade 7 F 1.075 g 36 Muito baixo Magreza Magreza Muito baixo peso p/idade acentuada acentuada p/idade 8 F 3.189 g 47 Peso adequa- Risco de Risco de Adequado do p/ idade sobrepeso sobrepeso p/idade 9 F 2.860 g 45 Peso adequa- Risco de Risco de Baixo p/ do p/ idade sobrepeso sobrepeso idade 10 M 2.465 g 45 Baixo peso p/ Risco de Risco de Baixo p/ idade sobrepeso sobrepeso idade 11 F 2.210 g 43 Baixo peso p/ Eutrofia Risco de Muito baixo idade sobrepeso p/idade 12 M 2.850 g 47 Peso adequa- Eutrofia Risco de Adequado do p/ idade sobrepeso p/idade Fonte: Dados da pesquisa. classificada como severa. Contudo, é importante destacar que a Microcefalia em todas as suas formas constitui uma patologia grave com danos neurológi- cos irreversíveis. No presente estudo, encontrou-se 50% dos recém-nascidos portadores da Microcefalia “leve” e 50% em sua forma severa. Estes resulta- dos encontram-se dispostos de forma detalhada na tabela 1. Os dados antropométricos (peso, comprimento, idade) dos recém-nas- cidos foram classificados por meio de Índices Antropométricos: Peso por idade, Peso por estatura, IMC por idade e Estatura por Idade. O índice é a combinação 38
Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva entre duas medidas antropométricas (peso e estatura) ou entre uma medida antropométrica e uma medida demográfica (peso-para-idade, estatura-para- -idade), a importância do índice é a possibilidade de produzir uma avaliação mais rica e complexa do estado nutricional de crianças ou adultos a partir da integração de dados antropométricos e demográficos (SISVAN, 2011). Dessa forma, a combinação de medidas antropométricas nos permite uma visão de maior amplitude para classificar o estado nutricional infantil, não sendo possível obter-se dados mais fidedignos com uso de medidas isoladas. O Índice Peso para idade (P/I) relaciona o peso com a idade crono- lógica, podendo ser classificado da seguinte forma: Peso adequado para a idade, peso elevado para a idade, baixo peso para a idade e muito bai- xo peso para a idade. Neste índice encontrou-se 50% classificados com Peso adequado para a idade, 41,6% classificados com baixo peso para a idade e 8,3% com muito baixo peso para a idade. Já o Peso para Estatura (P/E) relaciona o peso com a estatura sem considerar a idade cronológica, em que 50% dos recém-nascidos encon- travam-se com Risco de sobrepeso, 33,3% classificados como Eutrófi- cos, 8,3% Magreza e 8,3% com magreza acentuada. O IMC para idade é pouco utilizado para avaliação infantil, porém complementa os outros índices, e foi utilizado nessa pesquisa. É calculado a partir do peso em kg / comprimento em metros ao quadrado, tendo alta correlação com o peso. Neste índice, encontrou-se o percentual de 50% para risco de sobrepeso, 33,3% eutróficos, 8,3% com sobrepeso e 8,3% com magreza acentuada. Estatura para idade (E/I) é o 4° e último índice utilizado, reflete o crescimento linear alcançado para uma idade específica e seus déficits indi- cam inadequações acumuladas de longa duração. Observou-se adequação de 41,6%, 33,3% apresentavam-se com Muito baixa estatura para a idade, e 25% com baixa estatura para a idade, no índice E/I. As crianças com baixa estatura para a idade podem ser classificadas como baixas ou como nanis- mo (stunting). O primeiro termo é utilizado para descrever baixo valor de E/I, já o segundo implica em um processo patológico que demanda cuida- dos nutricionais específicos (ACCIOLY, 20**). Os resultados referentes aos índices antropométricos encontram-se na Tabela 2. Portanto, são evidente as repercussões da Microcefalia sob o estado nutricional e desenvolvimento físico de seus portadores, tendo como re- sultado mais expressivo para ao risco de sobrepeso destes, sendo impres- cindível o acompanhamento nutricional para melhorar a qualidade de vida desses pacientes e prevenir futuras comorbidades relacionadas à doença. 39
Estado nutricional e desenvolvimento físico ao nascer de crianças portadoras de microcefalia ... CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do exposto, observou-se que a Microcefalia provoca altera- ções no estado nutricional e desenvolvimento físico de seus portadores, com prevalência na população feminina. Segundo a literatura, o crânio de perímetro cefálico reduzido, atinge a composição corporal levando a uma diminuição do peso por conta do compartimento cerebral reduzido. Po- rém, nota-se que estes apresentam risco de sobrepeso, o que difere da literatura, configurando uma característica do perfil da doença. Contudo, é importante verificar os fatores envolvidos que levam ao excesso de peso observado na população estudada. REFERÊNCIAS BASU, R, e E TUMBAN. “Zika Virus on a Spreading Spree: what we now know that was unknown in the 1950’s.” Virology Journal, 2016: 13:165 DOI 10.1186/s12985-016-0623-2. BRASIL. “SISVAN Orientações para coleta e análise de dados antropomé- tricos em serviços de saúde.” Edição: Secretaria de atenção à saúde Depar- tamento de atenção básica. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Brasília - DF, 2011. CORREA, MARIA AUGUSTA, e NATALIA ROCHA. Saude da gestante e do fe- to:ingestão de micronutrientes essenciais versus utilização das substan- cias prejudiciais, 2012. COSTA, I, M CUSTÓDIO, V COUTINHO, e R LIBERALI. “Terapia Nutricional em doenças neurológicas.” Neurociência, 2010.EPIDEMIOL. SERV. SAÚDE. “Desafios para o enfrentamento da epidemia de Microcefalia.” Jan-Mar de 2016: (25) 1: 7-10.FRAGA, A G, E O HEIN, J S OSORNIO, e G M R PALACIOS. “Zika Virus: A New Epidemic on Our Doorstep.” REVISTA DE INVESTIGACIÓN CLÍNICA, 2015: 67:329-32. KARWOWSKI, M P, J M NELSON, J E STAPLES, e et al. “Zika Virus Disea- se: A CDC Update for Pediatric Health Care Providers.” Pediatrics, 2016: 137(5):e20160621.LACERDA, E.M A., e E. 40
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OLIVEIRA, ANA MARIA. Gestação e a suplementação com ácido fólico, 2011. PACHECO, LEONOR MARIA, e MICHELE PERREIRA . Efeito da fortificação com ácido fólico na redução dos defeios do tubo neural, 2007. AUTORES Adna de Jesus Coêlho Estudante do 8 semestre do Curso de Nutrição do Centro Universitário Santo Agostinho UNIFSA. Lilian Carvalho da Silva Estudante do 8 semestre do Curso de Nutrição do Centro Universitário Santo Agostinho UNIFSA Email: [email protected] Luiza Marly Freitas de Carvalho Orientadora do trabalho: Professora Ma.do curso de Nutrição na UNIFSA. Email: [email protected]
Análise nutricional e econômica da cesta básica comercializada em Teresina – PI Stela da Conceição de Freitas Matos Lima Maryellena da Silva Lopes Luiza Marly Freitas de Carvalho INTRODUÇÃO A cesta básica possui uma extrema importância para a base fami- liar brasileira. Ressaltando que existem vários fatores que envolvem toda a construção de uma cesta básica, desde socioeconômicos a preferencias alimentares no qual atinge diretamente a ausência de atenção para os rótu- los nutricionais que muitas vezes demonstra o tamanho da modificação do paladar brasileiro que troca o in natura pelo industrializado. A importância de políticas de alimentação e nutrição, que envolvam o estímulo ao consumo de alimentos saudá- veis, como frutas, verduras e grãos integrais, e a manuten- ção do consumo de alimentos básicos tradicionais, como o arroz e o feijão, e, ao mesmo tempo, que incentivem a redução do consumo de alimentos processados ricos em sódio, gordura saturada e açúcar (SOUZA et al., 2013). Analisando que o salário mínimo oferecido através do governo ao tra-
Análise nutricional e econômica da cesta básica comercializada em Teresina – PI balhador poderá não ser utilizado de forma correta ou até mesmo o interesse desse indivíduo não esteja voltado a essa alimentação adequada, uma vez os grupos alimentares que compõe a pirâmide brasileira na mesa desse con- sumidor. Os grupos de frutas, hortaliças, carnes e ovos, cereais são de suma importância para a presença das mesmas no prato do brasileiro. Tema O estudo fundamentou – se na análise dos produtos contidos em cestas básica comercializadas nos supermercados varejistas da cidade de Teresina. Relacionando o seu valor nutricional e econômico com o estado nutricional da população brasileira segundo os dados atuais coletados na região e a verificação por meio da análise sensorial realizada com os pro- dutos que compõe a cesta básica comercializada. Problema Como o alto custo dos produtos básicos da alimentação tem afe- tado o consumo dos nutrientes essenciais para a manutenção da saúde orgânica da população de Teresina-PI? Objetivo Geral Avaliar a composição nutricional e custo da cesta básica comercia- lizada em Teresina – PI e verificar a adequação para subsistência mensal familiar. Caracterização do estudo Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo da re- alidade estudada. Local do Estudo O estudo foi realizado no município de Teresina – PI, onde foram visitados 4 redes de supermercados de grande porte para a obtenção dos dados de avaliação das cestas. Durante o período de 25 de abril á 02 de maio de 2017. Análise de dados O valor nutricional dos alimentos (Proteína, Lipídeo, Carboidrato, Cál- cio, Fósforo, Ferro, Sódio, Vitamina A e C) que compõem as cestas foi ana- lisado por meio da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). 46
Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva Utilizou-se como parâmetros as recomendações de ingestão dieté- ticas (DRI’S- Dietary Reference Intake), por meio dos valores das estimati- vas do requerimento médio (EAR – Estimated Average Requerement). Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel. RESULTADOS E DISCUSSÃO Quadro 1 – Lista da quantidade e da gramatura de produtos que compõe a cesta padrão (DIEESE) e as cestas em pesquisa na região de Teresina/PI,2017. ALIMENTOS DIEESE Super. 1 Super.2 Super. 3 Super. 4 Açúcar – 3Kg Açúcar Cristal Açúcar Cristal Açúcar Cristal Açúcar Cristal Leite – 6 Litros – 2Kg – 1kg – 2Kg – 2Kg Feijão Carioca – Leite em Pó – Leite em Pó – Leite em Pó – Leite em Pó – 4,5Kg 200g 200g 200g 400g Arroz – 3,6kg Feijão Carioca Feijão Carioca Feijão Carioca Feijão Carioca Farinha – 3Kg – 1 Kg – 1kg – 2Kg – 1Kg Óleo – 750 g Arroz Tipo 1 – Arroz Tipo 1 Arroz Tipo 1 Arroz Tipo 1 – Manteiga 750 g 5Kg – 1kg – 2kg 5Kg Café em pó – Farinha 1Kg Farinha 1kg Farinha 1kg Farinha 1Kg 300g Carne – 4,5 kg Óleo de Soja – Óleo de Soja – Óleo de Soja – Óleo de Soja – 900mL 900mL 900 mL 900mL Tomate – 12Kg Pão Francês – Macarrão Espa- Macarrão Espa- Macarrão Espa- Macarrão Espa- 6Kg guete – 1Kg guete – 500g guete – 500g guete – 1Kg Banana Prata – 90 unidades Café em Pó – Café em Pó – Café em Pó – Café em Pó – 250g 250g 250g 250g Flocos de Milho Flocos de Milho Flocos de Milho Flocos de Milho 1Kg 500g 500g 1500g Sardinha 125g Sal – 1kg Sardinha 125g Sardinha 375g Refresco em pó Refresco – 30g Extrato de To- Doce de Goiaba – 90g mate – 340g – 500g Biscoito Cream Biscoito Cream Biscoito Cream Cracker – 400g Cracker – 400g Cracker – 400g Fécula de Man- Doce de Goiaba Sal – 1Kg Fécula de Man- dioca – 1Kg 300g dioca 500g Colorau 100g FONTE: Dados da Pesquisa. 47
Análise nutricional e econômica da cesta básica comercializada em Teresina – PI No quadro 1 realizou – se a junção dos dados coletados nos 4 super- mercados da região, comparado aos dados que o DIEESE estabelece, ex- pondo a quantidade de itens de cada uma e a gramatura por elas ofertadas. Os produtos da Cesta Básica e suas quantidades mensais expostas pelo DIEESE mudam de região para região, definidas pelo Decreto Lei n° 1938 que atualmente continua em vigor. Segundo o DIEESE (2016), esta cesta, chamada Cesta Básica de Alimentos, seria suficiente para o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, contendo quantidades balanceadas de proteínas, calorias, ferro, cálcio e fósforo. Apesar dos alimentos que compõem a Cesta Básica permanecerem como os mais consumidos pela popu- lação brasileira desde a sua legalização, observa-se o fato de o perfil nutricional e de trabalho da população ter mudado intensamente (IBGE, 2010). Foram analisadas nutricionalmente cada cesta básica comercializada em 4 redes de supermercados como mostra na tabela 2. Ao realizar os cálculos na TACO, é possível identificar que houve uma variação de resultados por supermercados avaliados comparados a cesta Tabela 2 – Valores de Macro e Micronutrientes padronizados pelo DIEESE e das cestas comercializadas, Teresina/PI, 2017. DIEESE SUPER. 1 SUPER. 2 SUPER. 3 SUPER. 4 Nutrientes 34,99 g 10,06 g 4,6 g 8,9 g 11,42 g Proteína 23,16 g 12,60 g 11,28 g 12,45 g 13,93 g Lipídeo 184,49 g 117,26 g 42,35 g 78,04 g 119,69 g Carboidrato 204,54 mg 60,05 mg 47,05 mg 70,52 mg 95,85 mg Cálcio 503,82 mg 180,10 mg 91,65 mg 171,22 mg 223,65 mg Fósforo 7,21 mg 2,18 mg 1,45 mg 2,72 mg 2,41 mg Ferro 513,01 mg 61,67 mg 2615,01 mg 2679,98 mg 90,44 mg Sódio 101,80 mg 8,02 mg 8,02 mg 8,02 mg 16,04 mg Vitamina A 6,8 mg 0,68 1,28 mg Vitamina C 443,14 0,99 mg mg FONTE: Dados da Pesquisa. 48
Saúde e Vida - Estudos em Perspectiva padrão, a mesma resulta dados de uma única pessoa, pressupondo que a criança no qual compõe a família referência ingere a mesma quantidade de um adulto. Observou – se que os resultados referentes aos valores de carboi- dratos, proteínas, lipídeos, ferro, cálcio, fósforo, sódio, vitamina A e C para uma família que possui dois adultos e uma criança no qual adquirem a cesta básica mensalmente (consumo de 30 dias), não supre as suas ne- cessidades básicas, sendo notório que há uma diferença entre os valores do qual o DIEESE dispõe para o que se encontra comercializada nas prate- leiras dos supermercados. Valores abaixo do recomendado pelo DIEESE de proteína, lipídeo, car- boidrato, cálcio, fósforo, ferro, vitamina A e C levam ao diagnóstico de que a cesta necessita ser melhorada. Segundo os critérios expostos, uma família referência para o Município de Teresina seria constituída por: um homem de 45 anos, uma mulher de 31 Tabela 3 – Referência Dietética para Ingestão Diária (RDIDs): Ingestão Recomendada. NUTRIENTES 4–8anos GRUPOS 31–50anos (Criança) 31–50anos (Mulher) Proteína 19 g (Homem) 46 g Lipídeo 56 g Carboidrato ND* ND* Cálcio 130 g ND* 130 g Fósforo 800 mg 130 g 1000 mg Ferro 500 mg 1000 mg 700 mg Sódio 10 mg 700 mg 18 mg Vitamina A 1,2 g 8 mg 1,5 g Vitamina C 400 mg 1,5 g 700 mg 25 mg 900 mg 75 mg 90 mg *ND: Não identificado FONTE: Dados da Pesquisa. anos e uma criança de 8 anos, para posterior determinação das necessidades nutricionais desses indivíduos utilizou – se a RDIDs ( Referência Dietética para Ingestão Diária) referida na tabela 3. 49
VERSÃO TESTEAnálise nutricional e econômica da cesta básica comercializada em Teresina – PI De acordo com o IBGE (2017), em 2002 o número médio de pessoas na família se manteve o mesmo em quase todas as regiões e por isso a média para o país se manteve em 3,3 pessoas segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2003. O Guia Alimentar para a População Brasileira tem como indicação o valor médio de ingestão calórica para adultos de ambos os sexos de 2000 kcal/dia. De acordo com os cálculos realizados dos 4 supermercados, os mesmos apresentaram baixa quantidade de calorias, supermercado 1 com 1.074,28 kcal; supermercado 2 com 621,52 kcal; supermercado 3 possui 455,29 kcal (o menor valor de Kcal presente no estudo) e supermercado 4 com 648,03 kcal. A análise de macronutrientes resultou em valores inadequados para o consumo segundo as DRI’s estabelecidos em uma família referência esta- belecida no estudo para uma criança de 8 anos e dois adultos com respecti- vas idades de 32 anos para a mulher e 45 anos para o homem. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de pelo menos 400 gramas de frutas e hortaliças (WHO, 2003), o que equivale, aproximada- mente, ao consumo diário de cinco porções desses ali- mentos. Na Cesta Básica comercializada pode-se observar que as quantidades de ferro estão abaixo do adequado conforme as necessidades diárias de um adulto. As maiores quantidades de ferro são provenientes na carne e no feijão, porém na cesta comercializada só podemos encon- trar o feijão como maior fonte de ferro. Com base na literatura consultada e nos resultados obtidos nos cálculos nutricionais da Cesta Básica Nacional, pode-se dizer que esta reflete em grande parte o consumo alimentar dos indivíduos. Porém, diante do quadro nutricional atual da população brasileira, seriam ne- cessárias algumas modificações nesta base alimentar, como por exem- plo, o aumento de alimentos fontes de cálcio, ferro, fósforo e vitamina A e C. Ainda hoje os indivíduos de baixa condição socioeconômica con- tinuam sendo os mais atingidos pelas carências de micronutrientes. Destaca-se também a importância de estratégias de educação nutri- cional para a população, focando em melhores escolhas alimentares, tanto em qualidade como em quantidade. Como limitação deste estudo é possível citar o fato de que os itens da cesta básica são descritos em sua forma crua e existem diver- 50
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