["Personagem Fita verde no cabelo Caracter\u00edsticas 6.\t Em duplas, relembrem o desfecho (final) do conto Chapeuzinho Vermelho. Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano 7.\t Compare os desfechos das duas hist\u00f3rias. Qual a diferen\u00e7a entre eles? 8.\t Observe o di\u00e1logo estabelecido entre Fita Verde e sua av\u00f3. a. Ele assemelha-se ao di\u00e1logo entre Chapeuzinho Vermelho e que outra personagem da hist\u00f3ria original? b. Nas duas hist\u00f3rias, esse di\u00e1logo reflete uma desconfian\u00e7a das duas personagens. Com o que Chapeuzinho Vermelho e Fita Verde est\u00e3o preocupadas? Conectando com o mundo Os contos de fadas est\u00e3o cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas. Fre- quentemente, eles s\u00e3o retomados por meio da intertextualidade. Podemos nos perguntar, inclusive, se as pr\u00f3prias recria\u00e7\u00f5es tam b\u00e9m ajudam a manter a eterna fama dos contos cl\u00e1ssicos. 101","As in\u00fameras vers\u00f5es v\u00e3o desde novos contos, letras de m\u00fasicas, poemas at\u00e9 o cinema. No cinema, as novas adapta\u00e7\u00f5es rompem com os ester\u00f3tipos das princesas, por vezes, trajando-as como guerreiras, em outras mostrando passados obscuros outrora ocultos, pois os filmes passaram a atingir outros p\u00fablicos, n\u00e3o somente o p\u00fablico infantil. Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Sugest\u00f5es de filmes Sugest\u00f5es de livros Deu a louca na Chapeuzinho: filme de anima\u00e7\u00e3o O carteiro chegou, de Allan e Ja- que parodia a hist\u00f3ria original, mas envolve um net Ahlberg: apresenta um car- mist\u00e9rio e investiga\u00e7\u00f5es policiais. O filme explora teiro como personagem central. a possibilidade de narrar um mesmo fato sob dife- Ele entrega a correspond\u00eancia rentes pontos de vista. para diversos personagens do Deu a louca na Cinderela: \u00e9 um filme de anima\u00e7\u00e3o mundo das hist\u00f3rias infantis. O que questiona a possibilidade de as personagens livro explora a intertextualidade mudarem seus \u2018finais felizes\u2019 e desobedecerem e apresenta diferentes g\u00eaneros ao que foi preestabelecido pelos escritores em textuais. seus livros. O Patinho realmente Feio e ou- Os irm\u00e3os Grimm: narra a hist\u00f3ria de dois irm\u00e3os tras hist\u00f3rias malucas, de Jon que combatem falsos monstros e dem\u00f4nios para Scieszka e Lane Smith: aborda conseguir dinheiro. Em certo momento, s\u00e3o for- as hist\u00f3rias cl\u00e1ssicas infantis sob \u00e7ados a enfrentar uma maldi\u00e7\u00e3o real e desvendar uma perspectiva bem-humorada um mist\u00e9rio instigante. e inovadora. O trabalho gr\u00e1fico Shrek: filme de anima\u00e7\u00e3o que apresenta diversas e as ilustra\u00e7\u00f5es s\u00e3o imprescin- par\u00f3dias de diferentes contos infantis (quatro fil- d\u00edveis para a compreens\u00e3o das mes). hist\u00f3rias. Os autores extrapolam 3 porquinhos e um beb\u00ea: nessa anima\u00e7\u00e3o, os lobos limites como margens e forma- desenvolvem um plano para enganar os porquinhos. ta\u00e7\u00e3o textual; a disposi\u00e7\u00e3o das Deixam um filhote de lobo na porta dos tr\u00eas para palavras e das imagens interage ser criado por eles como filho. com os textos e as personagens. Situando-me 1.\t Especialistas defendem que a estrutura dos contos de fadas reflete nossos desejos mais \u00ednti- mos (riqueza, poder, amor, ascens\u00e3o social), por isso permanece t\u00e3o atual. Al\u00e9m disso, eles tratam de caracter\u00edsticas humanas contrastantes, como amor x \u00f3dio, generosidade x avareza, coragem x medo, verdade x mentira etc. a. Observe que muitos contos giram em torno de tem\u00e1ticas como estas: os humildes triunfam sobre os tiranos (inclusive com aux\u00edlio de poderes m\u00e1gicos); 102","o enfrentamento de perigos em busca de fortuna; a interven\u00e7\u00e3o de seres m\u00e1gicos ou encantados; grandes hist\u00f3rias de amor (com ascens\u00e3o social); e a incr\u00edvel beleza das princesas (ou de plebeias que viram princesas) conquista os pr\u00edncipes \u00e0 primeira vista. b. Junto a um grupo de colegas, escolham uma das hist\u00f3rias apresentadas abaixo ou outra de sua prefer\u00eancia. Pin\u00f3quio Jo\u00e3o e Maria Cinderela Rapunzel Branca de Neve e Sete An\u00f5es A Princesa e a Ervilha Chapeuzinho Vermelho O Pr\u00edncipe e o Sapo A Bela e a Fera Jo\u00e3o e o P\u00e9 de Feij\u00e3o A Bela Adormecida O Gato de Botas c. Procurem identificar a(s) tem\u00e1tica(s) presente(s) no texto Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano escolhido. d. Em seguida, discutam que tipo de pessoa poderia repre- sentar as personagens do conto escolhido nos dias atuais, na sociedade brasileira. e. Ap\u00f3s a discuss\u00e3o, construam cartazes, apresentem suas conclus\u00f5es para a turma e exponham os trabalhos em local de destaque. Mostrando a l\u00edngua Leia o texto a seguir com aten\u00e7\u00e3o e perceba que ele apresenta uma situa\u00e7\u00e3o discursiva em que a fala das personagens apresenta algumas varia\u00e7\u00f5es. O menino chega \u00e0 padaria, mal consegue ver a atendente do outro lado do balc\u00e3o. E com olhar assustado, o dinheiro apertado na m\u00e3o suada, respira fundo, toma coragem e pede: \u2013 Quero cinco p\u00e3o. A mo\u00e7a olha para o menino com cara de m\u00e1 vontade e pergunta: \u2013 Tu tens dinheiro, guri? \u2013 Tenho dois real. A atendente entrega os p\u00e3es e o troco. E o menino v\u00ea fascinado as moedas que sobraram, n\u00e3o se contendo exclama: \u2013 Oba! Ainda tenho quarenta centavo. Posso comprar duas bala. 103","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Como vimos anteriormente, se levarmos em considera\u00e7\u00e3o o principal objetivo da lin- guagem como sendo o da comunica\u00e7\u00e3o e do entendimento entre os falantes, o texto acima cumpre sua fun\u00e7\u00e3o. No entanto, se seguirmos o que \u00e9 estabelecido pela norma-padr\u00e3o, algumas adapta\u00e7\u00f5es deveriam ser feitas. Na frase \u201cQuero cinco p\u00e3o\u201d, o numeral \u201ccinco\u201d deve concordar com o substantivo, nesse caso \u201cp\u00e3es\u201d. Portanto, a frase ficaria assim: \u201cQuero cinco p\u00e3es\u201d. O mesmo ocorre com \u201ctenho dois real\u201d, a forma-padr\u00e3o seria \u201ctenho dois reais\u201d. E tamb\u00e9m nas senten\u00e7as \u201cOba! Ainda tenho quarenta centavo. Posso comprar duas bala\u201d, a forma-padr\u00e3o seria \u201cOba! Ainda tenho quarenta centavos. Posso comprar duas balas\u201d. O ajuste que fazemos entre os termos das ora\u00e7\u00f5es para que concor- dem entre si em g\u00eanero e n\u00famero chamamos de concord\u00e2ncia nominal. A concord\u00e2ncia nominal ocorre entre o substantivo e o artigo; o substantivo e o adjetivo; o substantivo e o numeral; o substantivo e o pronome. Exemplos: a. Substantivo e artigo: A menina - as meninas, um amigo - uns amigos. b. Substantivo e adjetivo: menina bonita - meninas bonitas, carro antigo - carros antigos. c. Substantivo e numeral: um real - dois reais, uma d\u00fazia de ovos - doze ovos. d. Substantivo e pronome: O menino pegou os livros, mas devolveu-os logo. 1.\t Verifique nas frases a seguir os erros de concord\u00e2ncia, corrigindo-os em seguida. a. Ela tem muitos erro de concord\u00e2ncia. b. As menina trouxeram as cesta de flores. c. Os lobo fugiram do ca\u00e7ador. 104","d. O menino pegou as pedra. e. Ela pediu a ele umas revista velha. f. Ela pagou mil real pela televis\u00e3o. g. N\u00f3s se conhecemos ontem. 2.\t Releia o texto da introdu\u00e7\u00e3o do Mostrando a l\u00edngua. Fa\u00e7a a sua revis\u00e3o adequando-o \u00e0 norma culta. Colocando a m\u00e3o na massa Din\u00e2mica de produ\u00e7\u00e3o de texto Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano 1.\t Agora voc\u00ea \u00e9 o escritor. Escolha um colega de sala para formar uma dupla. 2.\t Cada dupla receber\u00e1 uma folha com infor- ma\u00e7\u00f5es resumidas como indica\u00e7\u00e3o de cen\u00e1rio, perfil de personagens, assunto para di\u00e1logo das personagens. 3.\t A partir das informa\u00e7\u00f5es recebidas, voc\u00eas dever\u00e3o elaborar o in\u00edcio de uma cena teatral. Ao escreverem o di\u00e1logo, lembrem-se de colocar o nome das personagens antes de suas falas e utili- zem as rubricas para indicar movimenta\u00e7\u00e3o, estado de esp\u00edrito das personagens etc. A parte inicial tem a fun\u00e7\u00e3o de apresentar as personagens e o problema que est\u00e3o enfrentando. Sugest\u00f5es: 105","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o 1.\t CEN\u00c1RIO: consult\u00f3rio m\u00e9dico. Mesa com tampo de vidro, computa- dor, fichas, agenda, calend\u00e1rio, canetas, telefone, porta-retratos sobre a mesa. Cadeiras confort\u00e1veis. TEMPO: atual. PERSONAGENS: Mara, mulher de 25 anos, magra, bonita; Dr. Cl\u00e1udio, cirurgi\u00e3o pl\u00e1stico. ASSUNTO: Mara quer colocar mais silicone nos seios, que j\u00e1 s\u00e3o enor- mes, e o m\u00e9dico procura esclarecer os pr\u00f3s e os contras. 2.\t CEN\u00c1RIO: rua movimentada. Carro parado no acostamento com pneu furado. TEMPO: atual. PERSONAGENS: Jos\u00e9, homem de 40 anos, atrasado para o trabalho; Andr\u00e9, guarda de tr\u00e2nsito. ASSUNTO: o pneu do carro furou, Jos\u00e9 foi trocar, mas o policial se apro- xima e come\u00e7a a buscar irregularidades no ve\u00edculo. 3.\t CEN\u00c1RIO: praia lotada, sol forte. H\u00e1 muitos guarda-s\u00f3is na areia e muitas pessoas na \u00e1gua. TEMPO: atual. PERSONAGENS: Ana (esposa) usa um vestido largo sobre o mai\u00f4, um chap\u00e9u de palha e \u00f3culos de sol, carrega apenas uma bolsinha; Pedro (marido) usa bermuda de praia e bon\u00e9, carrega cadeira de praia, guarda- -sol e uma bolsa grande em cada ombro. ASSUNTO: Ana quer passar o dia na praia, mas o casal chegou tarde e est\u00e1 tudo lotado. 4.\t Ap\u00f3s 10 ou 15 minutos de escrita, parem e troquem de folha com outra dupla. Agora voc\u00eas ter\u00e3o de continuar a hist\u00f3ria iniciada por seus colegas. Elaborem o momento do cl\u00edmax narrativo (aquele em que ocorre maior ten- s\u00e3o). 5.\t Passados mais 10 ou 15 minutos, troquem de folhas pela \u00faltima vez. Leiam com aten\u00e7\u00e3o o que foi escrito pelas duplas anteriores e finalizem a hist\u00f3ria. \u00c9 importante o cuidado com a coer\u00eancia de ideias e a criatividade. 6.\t Quando o texto estiver finalizado, deve ser devolvido \u00e0 dupla que o ini- ciou. Em seguida, os textos devem ser lidos em voz alta para a turma. 7.\t Socializem suas experi\u00eancias: quando voc\u00eas iniciaram as hist\u00f3rias, poderiam imaginar que elas tomariam os rumos escolhidos pelos colegas? 8.\t Se poss\u00edvel, digitem seus trabalhos e montem um livrinho para guardar suas produ\u00e7\u00f5es. 106","Finalizando sem finalizar Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano 1.\t Ser\u00e1 que voc\u00ea conhece bem os contos de fadas? Ent\u00e3o procure desvendar os enigmas a seguir. a. N\u00e3o sou um belo pr\u00edncipe de contos de fadas, apesar de haver um em minha hist\u00f3ria. Minha natureza n\u00e3o \u00e9 exatamente humana. Sou travesso e desobede\u00e7o meu pai e criador. Tenho a companhia de minha consci\u00ean- cia, que \u00e9 um grilo falante. Quem sou eu? b. N\u00e3o sou o her\u00f3i desta hist\u00f3ria e causo medo em muita gente. Tamb\u00e9m por essa raz\u00e3o constru\u00ed meu castelo nas nuvens. No entanto, isso n\u00e3o impediu um garoto xereta de subir at\u00e9 aqui por uma esp\u00e9cie de trepa- deira e invadir meus dom\u00ednios. Quem sou eu? c. Sou uma princesa e sei de minha beleza, mas at\u00e9 hoje enfrento um problema. Passei anos fora de moda, presa em uma torre, e hoje, que estou livre, meu pr\u00edncipe n\u00e3o permite que eu fa\u00e7a um corte fashion em meu cabelo. O pior de tudo \u00e9 fazer e desfazer minha tran\u00e7a todos os dias e gastar litros de xampu com metros de cabelo. Quem sou eu? 2.\t \u00c9 importante lembrar que os contos de fadas s\u00e3o releituras de nar- rativas orais. Nas adapta\u00e7\u00f5es, algumas vezes, apresentam ao p\u00fablico a ideia do \u201camor rom\u00e2ntico\u201d com um final no estilo \u201cforam felizes para sempre\u201d. Atenunado as dificuldades pelas quais as personagens pas- sam para que possam ficar juntos. Leia o fragmento a seguir da hist\u00f3ria de Rapunzel: Alguns anos depois, o filho do rei estava cavalgando pela floresta e passou perto da torre. Ouviu um canto t\u00e3o bonito que parou, encantado. Rapunzel, para espantar a solid\u00e3o, cantava para si mesma com sua doce voz. Imediatamente o pr\u00edncipe quis subir, procurou uma porta por toda parte, mas n\u00e3o encontrou. Inconformado, voltou para casa. Mas o maravilhoso canto tocara seu cora- \u00e7\u00e3o de tal maneira que ele come\u00e7ou a ir para a floresta todos os dias, querendo ouvi-lo outra vez. 107","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Em uma dessas vezes, o pr\u00edncipe estava descansando atr\u00e1s de uma \u00e1rvore e viu a feiticeira aproximar-se da torre e gritar: \\\"Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tran\u00e7as!.\\\" E viu quando a feiticeira subiu pelas tran\u00e7as. \\\"\u00c9 essa a escada pela qual se sobe?,\\\" pensou o pr\u00edncipe. \\\"Pois eu vou tentar a sorte\u2026.\\\" No dia seguinte, quando escureceu, ele se aproximou da torre e, bem embaixo da janelinha, gritou: - Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tran\u00e7as! As tran\u00e7as ca\u00edram pela janela abaixo, e ele subiu. Rapunzel ficou muito assustada ao v\u00ea-lo entrar, pois jamais tinha visto um homem. Mas o pr\u00edncipe falou-lhe com muita do\u00e7ura e contou como seu cora\u00e7\u00e3o ficara trans- tornado desde que a ouvira cantar, explicando que n\u00e3o teria sossego enquanto n\u00e3o a conhecesse. Rapunzel foi se acalmando, e quando o pr\u00edncipe lhe perguntou se o aceitava como marido, reparou que ele era jovem e belo, e pensou: \\\"Ele \u00e9 mil vezes prefer\u00edvel \u00e0 velha senhora\u2026.\\\" E, pondo a m\u00e3o dela sobre a dele, respondeu: - Sim! Eu quero ir com voc\u00ea! Mas n\u00e3o sei como descer\u2026 Sempre que vier me ver, traga uma meada de seda. Com ela vou tran\u00e7ar uma escada e, quando ficar pronta, eu des\u00e7o, e voc\u00ea me leva no seu cavalo. Combinaram que ele sempre viria ao cair da noite, porque a velha costumava vir durante o dia. Assim foi, e a feiticeira de nada desconfiava at\u00e9 que um dia Rapunzel, sem querer, perguntou a ela: - Diga-me, senhora, como \u00e9 que lhe custa tanto subir, enquanto o jovem filho do rei chega aqui num instantinho? - Ah, menina ruim! - gritou a feiticeira. - Pensei que tinha isolado voc\u00ea do mundo, e voc\u00ea me engana! Na sua f\u00faria, agarrou Rapunzel pelo cabelos e esbofeteou-a. Depois, com a outra m\u00e3o, pegou uma tesoura e tec, tec! cortou as belas tran\u00e7as, largando-as no ch\u00e3o. N\u00e3o contente, a malvada levou a pobre menina para um deserto e abandonou-a ali, para que sofresse e passasse todo tipo de priva\u00e7\u00e3o. Na tarde do mesmo dia em que Rapunzel foi expulsa, a feiticeira prendeu as longas tran\u00e7as num gancho da janela e ficou esperando. Quando o pr\u00edncipe veio e chamou: \\\"Rapunzel! Rapunzel! Joga abaixo tuas tran\u00e7as!,\\\" ela deixou as tran\u00e7as ca\u00edrem para fora e ficou esperando. Ao entrar, o pobre rapaz n\u00e3o encontrou sua querida Rapunzel, mas sim a terr\u00edvel feiticeira. Com um olhar chamejante de \u00f3dio, ela gritou zombeteira: - Ah, ah! Voc\u00ea veio buscar sua amada? Pois a linda avezinha n\u00e3o est\u00e1 mais no ninho, nem canta mais! O gato apanhou-a, levou-a, e agora vai arranhar os seus olhos! Nunca mais voc\u00ea ver\u00e1 Rapunzel! Ela est\u00e1 perdida para voc\u00ea! Ao ouvir isso, o pr\u00edncipe ficou fora de si e, em seu desespero, se atirou pela janela. O jovem n\u00e3o morreu, mas caiu sobre espinhos que furaram seus olhos e ele ficou cego. Desesperado, ficou perambulando pela floresta, alimentando-se apenas de frutos e ra\u00edzes, sem fazer outra coisa que se lamentar e chorar a perda da amada. Passaram-se os anos. Um dia, por acaso, o pr\u00edncipe chegou ao deserto no qual Rapunzel vivia, na maior tristeza, com seus filhos g\u00eameos, um menino e uma menina, que haviam nascido ali. Ouvindo uma voz que lhe pareceu familiar, o pr\u00edncipe caminhou na dire\u00e7\u00e3o de Rapunzel. Assim que chegou perto, ela logo o reconheceu e se atirou em seus bra\u00e7os, a chorar. Duas das l\u00e1grimas da mo\u00e7a ca\u00edram nos olhos dele e, no mesmo instante, o pr\u00edncipe recuperou a vis\u00e3o e ficou enxergando t\u00e3o bem quanto antes. Ent\u00e3o, levou Rapunzel e as crian\u00e7as para seu reino, onde foram recebidos com grande alegria. Ali viveram felizes e contentes. Fonte: GRIMM STORIES Dispon\u00edvel em: https:\/\/www.grimmstories.com\/pt\/grimm_contos\/rapunzel. Acesso em: 09 fev. 2023 108","a. A magia dos contos est\u00e1 nos ensinamentos de que a vida \u00e9 busca, \u00e9 um desafio em Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano resolver nossos dramas e conflitos. Qual a sua opini\u00e3o sobre isso? b. Outro ponto a ser considerado \u00e9 que o amor apresentado nas adapta\u00e7\u00f5es dos con- tos de fadas por muito tempo apresentou o \u201camor rom\u00e2ntico\u201d, n\u00e3o considerando o \u201camor real\u201d e os conflitos que a vida a dois pode provocar, com as falhas de cada um. Voc\u00ea con- corda que h\u00e1 diferen\u00e7a entre \u201camor rom\u00e2ntico\u201d e \u201camor real\u201d? Como voc\u00ea faria distin\u00e7\u00e3o entre eles? c. No livro Disney Princess: Beyond The Tiara, o codiretor do filme Enrolados, Byron Howard exclareceu as diferen\u00e7as entre a vers\u00e3o do filme Rapunzel e do filme Enrolados, ambos da Disney. \u201cA diferen\u00e7a mais importante em nossa Rapunzel \u00e9 que n\u00e3o quer\u00ed- amos que ela fosse uma participante passiva em sua pr\u00f3pria vida. [...] \u201cPrecis\u00e1vamos dar um bom exemplo para os jovens no mundo moderno. Ela precisava conduzir sua pr\u00f3pria hist\u00f3ria\u201d. Voc\u00ea considera importante essa mudan\u00e7a de perspectiva apresentada pelo diretor? Justifique. 109","Cap\u00edtulo 7 Menos espa\u00e7o, mais gente A mod\u00e9stia \u00e9 a vaidade escondida atr\u00e1s da porta. Mario Quintana Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Motivando a pensar Em nossa sociedade \u00e9 comum a dissemi- na\u00e7\u00e3o de valores que pregam o individualismo. N\u00e3o aquele fundamentado no respeito \u00e0s dife- ren\u00e7as de cada um, mas o individualismo ego\u00edsta que leva \u00e0 competitividade. Exige-se das pessoas que, constantemente, superem seus limites, sejam inteligentes, cria- tivas, inovadoras, aut\u00f4nomas, independentes, divertidas, bonitas etc. Esse tipo de exig\u00eancia as leva a ver as outras pessoas como oponentes ou amea\u00e7as. Isso pode levar a disputas cons- tantes no ambiente escolar, no trabalho, entre homens e mulheres, irm\u00e3os, amigos, entre ou- tros. Por outro lado, a vida em sociedade nos imp\u00f5e o conv\u00edvio humano em pequenos e gran- des grupos. A todo o momento precisamos uns dos outros, seja nas rela\u00e7\u00f5es afetivas, seja nas profissionais. O \\\"outro\\\" se torna necess\u00e1rio para construirmos os conceitos do que quere- mos e de quem somos. Ele \u00e9 como um espelho no qual nos refletimos.","Um ap\u00f3logo Voc\u00ea sabia? Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo Um ap\u00f3logo \u00e9 uma nar- de linha: rativa cujas personagens s\u00e3o, em geral, objetos que apre- \u2013 Por que est\u00e1 voc\u00ea com esse ar, toda cheia de sentam caracter\u00edsticas huma- si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa nas, como a fala. Esse tipo de neste mundo? narrativa apresenta sempre uma li\u00e7\u00e3o de moral. \u2013 Deixe-me, senhora. Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano \u2013 Que a deixe? Que a deixe, por qu\u00ea? Porque lhe digo que est\u00e1 com um ar insuport\u00e1vel? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabe\u00e7a. \u2013 Que cabe\u00e7a, senhora? A senhora n\u00e3o \u00e9 al- finete, \u00e9 agulha. Agulha n\u00e3o tem cabe\u00e7a. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros. \u2013 Mas voc\u00ea \u00e9 orgulhosa. \u2013 Decerto que sou. \u2013 Mas por qu\u00ea? \u2013 \u00c9 boa! Porque coso. Ent\u00e3o os vestidos e enfei- tes de nossa ama, quem \u00e9 que os cose, sen\u00e3o eu? \u2013 Voc\u00ea? Esta agora \u00e9 melhor. Voc\u00ea \u00e9 que os cose? Voc\u00ea ignora que quem os cose sou eu e muito eu? \u2013 Voc\u00ea fura o pano, nada mais; eu \u00e9 que coso, prendo um peda\u00e7o ao outro, dou fei\u00e7\u00e3o aos baba- dos... \u2013 Sim, mas que vale isso? Eu \u00e9 que furo o pano, vou adiante, puxando por voc\u00ea, que vem atr\u00e1s obe- decendo ao que eu fa\u00e7o e mando... \u2013 Tamb\u00e9m os batedores v\u00e3o adiante do impe- rador. \u2013 Voc\u00ea \u00e9 imperador? \u2013 N\u00e3o digo isso. Mas a verdade \u00e9 que voc\u00ea faz um papel subalterno, indo adiante; vai s\u00f3 mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e \u00ednfimo. Eu \u00e9 que prendo, ligo, ajunto... 111","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Estavam nisto, quando a costureira chegou \u00e0 casa da baronesa. N\u00e3o sei se disse que isto se pas- sava em casa de uma baronesa, que tinha a modis- ta ao p\u00e9 de si, para n\u00e3o andar atr\u00e1s dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, \u00e1geis como os galgos de Diana \u2013 para dar a isto uma cor po\u00e9tica. E dizia a agulha: \u2013 Ent\u00e3o, senhora linha, ainda teima no que dizia h\u00e1 pouco? N\u00e3o repara que esta distinta costureira s\u00f3 se importa comigo; eu \u00e9 que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima... A linha n\u00e3o respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e n\u00e3o est\u00e1 para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela n\u00e3o lhe dava resposta, calou-se tamb\u00e9m, e foi andando. E era tudo sil\u00eancio na saleta de costura; n\u00e3o se ou- via mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nesse e no outro, at\u00e9 que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto ne- cess\u00e1rio. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arrega\u00e7ava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe: \u2013 Ora, agora, diga-me, quem \u00e9 que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da eleg\u00e2ncia? Quem \u00e9 que vai dan\u00e7ar com ministros e diplomatas, enquanto voc\u00ea volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga l\u00e1? Parece que a agulha n\u00e3o disse nada; mas um alfinete, de cabe\u00e7a grande e n\u00e3o menor experi\u00eancia, murmurou \u00e0 pobre agulha: \u2013 Anda, aprende, tola. 112","Cansaste em abrir caminho para ela e ela \u00e9 que vai gozar da vida, enquanto a\u00ed ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que n\u00e3o abro caminho para ningu\u00e9m. Onde me espetam, fico. Contei esta hist\u00f3ria a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabe\u00e7a: \u2013 Tamb\u00e9m eu tenho servido de agulha a muita linha ordin\u00e1ria! Fonte: MACHADO DE ASSIS. Um ap\u00f3logo. In:___. De conto em conto. S\u00e3o Paulo: \u00c1tica, 2001. p. 36-38. Quem \u00e9 o autor? Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. Seus pais foram o mulato Francisco Manuel Jos\u00e9 de Assis, pintor de paredes e descendente de escravos alforriados, e Maria Leopoldina Machado, uma lavadeira a\u00e7oriana, da Ilha de S\u00e3o Miguel. Machado teve origem humilde e, mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender e se tornou um dos maiores intelectuais do pa\u00eds ainda muito jovem. Ele atuou como romancista, dramaturgo, contis- ta, jornalista, cronista e teatr\u00f3logo e \u00e9 considerado o maior nome da literatura brasileira e um dos mais influentes escritores e romancistas da literatura mundial, de forma majorit\u00e1ria entre os estudiosos da \u00e1rea. Sua extensa obra constitui-se de nove ro- mances e nove pe\u00e7as teatrais, 200 contos, cinco colet\u00e2neas de poemas e sonetos, e mais de 600 cr\u00f4nicas. Ao longo de sua vida profissional, Machado assumiu diversos cargos p\u00fablicos, passando pelo Minist\u00e9rio da Ind\u00fastria, Via\u00e7\u00e3o e Obras P\u00fablicas, pelo Minist\u00e9rio do Com\u00e9rcio e pelo Minist\u00e9rio das Obras P\u00fablicas. Al\u00e9m disso, no dia 20 de julho de 1897, com a iniciativa de L\u00facio de Mendon\u00e7a, fundou a Academia Brasileira de Letras. Machado de Assis faleceu no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. Fonte: Adaptado de: WIKIP\u00c9DIA. Machado de Assis. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/pt.wikipedia.org\/wiki\/Machado_de_Assis>. Acesso em: 27 jul. 2010. 113","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Investigando e refletindo 1.\t Quais s\u00e3o as personagens principais dessa narrativa? 2.\t Que caracter\u00edsticas essas personagens apre- sentam que seriam imposs\u00edveis no mundo real? 3.\t Onde ocorrem os fatos narrados? 4.\t Qual \u00e9 o motivo da discuss\u00e3o entre as perso- nagens? 5.\t Quanto tempo dura a situa\u00e7\u00e3o vivida entre es- sas personagens? 6.\t Logo no in\u00edcio da narrativa, a agulha pergunta: \u201cPor que est\u00e1 voc\u00ea com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?\u201d. a. Que caracter\u00edstica da linha incomoda a agulha? 114","b. Seria poss\u00edvel afirmar que a agulha possui a mesma caracter\u00edstica da linha? Explique sua resposta. 7.\t Para defender suas opini\u00f5es, a agulha e a linha apresentam alguns argumentos. a. Copie os argumentos de cada uma delas. b. Voc\u00ea considera que esses sejam bons argumentos? Eles s\u00e3o convincentes? Por qu\u00ea? Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano 8.\t Em certo momento, a agulha interrompe a discuss\u00e3o, pois a linha n\u00e3o respondia mais. Que personagem retoma a discuss\u00e3o e por qual motivo? 9.\t Como reagiu a agulha diante da atitude final da linha? 10.\t Uma das duas personagens venceu a discuss\u00e3o. Qual? Que afirma\u00e7\u00e3o foi feita por ela para humilhar definitivamente sua rival? 11.\t Voc\u00ea concorda com o desfecho dado \u00e0 narrativa? Por qu\u00ea? 115","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o 12.\t A rivalidade entre a linha e a agulha ocorre em ambiente de trabalho. Haveria como uma das duas executar sua fun\u00e7\u00e3o sem o apoio da outra ou sem a per\u00edcia da costureira? Explique sua resposta. 13.\t Defina o que voc\u00ea entende por trabalho em equipe. 14.\t A hist\u00f3ria come\u00e7a com \u201cEra uma vez\u201d. Que tipo de narrativa costuma iniciar assim? 15.\t As personagens de Um ap\u00f3logo s\u00e3o objetos, e sabe-se que, na realidade, eles n\u00e3o podem falar. a. Imagine, ent\u00e3o, que agulha e linha personificam tra\u00e7os do car\u00e1ter humano. Que tipos de pessoas seriam a agulha e a linha? b. Qual das duas personagens voc\u00ea gostaria de ser? Justifique sua resposta. 16.\t Como esperado, Um ap\u00f3logo termina com uma li\u00e7\u00e3o de moral. a. Que personagem \u00e9 a porta-voz dessa li\u00e7\u00e3o? b. Transcreva o trecho em que se encontra a moral da hist\u00f3ria. c. Qual \u00e9 o conselho dado para a agulha? 116","17.\t Segundo Um ap\u00f3logo, em nossa sociedade, h\u00e1 pessoas que colaboram com outras, favorecendo seu crescimento pessoal. Contudo, quando alcan\u00e7am seus objetivos, rece- bem a gl\u00f3ria sozinhas e deixam de lado quem as ajudou. a. Voc\u00ea concorda com essa ideia apontada pelo texto? Por qu\u00ea? Converse com seus co- legas e imagine outras situa\u00e7\u00f5es que exemplifiquem o que ocorreu entre agulha e linha. Aprofundando o pensar Menos competi\u00e7\u00e3o, Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano no mercado de trabalho Voc\u00ea sabia? Diante de tantas e tamanhas necessidades Educa\u00e7\u00e3o profissionalizante que os brasileiros vivenciam, sobretudo os jovens, \u00e9 aquela que disponibiliza cur- a prepara\u00e7\u00e3o para o trabalho e a capacita\u00e7\u00e3o para sos preparat\u00f3rios para o mer- a competitividade do mercado e da vida parecem cado de trabalho. Sua clientela um sonho dif\u00edcil de se realizar. E a educa\u00e7\u00e3o pro- pode ser formada por jovens e fissionalizante nos parece a ideal, algo desej\u00e1vel adultos. e bom. Afinal, preparar crian\u00e7as e adolescentes para o futuro, inseri-los no mercado de trabalho, 117 dar-lhes uma carreira, uma oportunidade de \u201cum futuro melhor\u201d costumam bastar como argumen- tos a favor dessa pr\u00e1tica. Mas ser\u00e1 isso suficiente? Ser\u00e1 que \u00e9 isso que queremos no futuro: cidad\u00e3os capazes de competir e vencer? Essa sele\u00e7\u00e3o n\u00e3o me parece nada natural. Algo me diz que estamos exagerando. Afinal, o que s\u00e3o, sen\u00e3o exagero, mensagens como a que li em um cartaz de uma escola de um bairro nobre de S\u00e3o Paulo, que dizia: \u201cCursos de in- gl\u00eas para crian\u00e7as a partir de 2 anos\u201d? Com 4 anos essas crian\u00e7as estar\u00e3o fazendo cursos de inform\u00e1- tica. Aos 6, prestar\u00e3o vestibulinho para serem aceitas na pr\u00e9-escola. Sim, h\u00e1 vestibular para pr\u00e9-escola. Desse jeito, meninas e meninos com 9 anos estar\u00e3o frequentando academias de gin\u00e1stica. Ah, eles j\u00e1 est\u00e3o.","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Essa cultura da competi\u00e7\u00e3o desmedida, da Link com Filosofia supera\u00e7\u00e3o de limites cada vez mais dif\u00edceis, est\u00e1 nos roubando bons momentos ao lado de nossos Converse com seus colegas filhos. Isso n\u00e3o \u00e9 saud\u00e1vel. E, al\u00e9m de tudo, \u00e9 o que sobre quais devem ser os ob- nos trouxe at\u00e9 aqui. A essa sociedade de pessoas jetivos da educa\u00e7\u00e3o escolar. ansiosas, insatisfeitas e, n\u00e3o raro, frustradas aos 13 Anotem as conclus\u00f5es e depois anos de idade. [...] as comparem com o que os professores e pais dizem sobre O importante \u00e9 n\u00e3o perder a dimens\u00e3o do sonho. o assunto. Devemos garantir, principalmente aos jovens, a possibilidade de sonhar. De enxergar as cores e a m\u00fasica que se escondem sob a realidade. Garantir a eles a possibilidade de serem sens\u00edveis, porque a sensibilidade \u00e9 a massa conjuntiva de nossa pleni- tude. E s\u00f3 cidad\u00e3os completos podem realmente exercer seus direitos. O direito, inclusive, de n\u00e3o competir, de n\u00e3o vencer, de nada conquistar. E de ser feliz. Precisamos de cidad\u00e3os assim, que mudem o mundo, que transformem nossa sociedade, que se imponham a gentileza. Se formarmos apenas novos (e bons) competidores, estaremos perpetu- ando a realidade de deforma\u00e7\u00e3o social com a qual convivemos. Dever\u00edamos educar as pessoas para aproveitar a vida, n\u00e3o para o trabalho. Fonte: MIRANDA, Celso. Menos competi\u00e7\u00e3o, no mercado de trabalho. SuperInteressante, jul. 2003. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/super.abril.com.br\/cultura\/menos-competicao-mercado-traba- lho-443957.shtml>. Acesso em: 27 jul. 2010. 1.\t Por que voc\u00ea acha que os adultos (pais, m\u00e3es, Felicidade professores etc.) preocupam-se com a forma\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as e dos jovens para o mercado de trabalho? 2.\t Voc\u00ea j\u00e1 ouviu alguma vez um adulto dizer algo Sonhos como \u201cestude, prepare-se para ter um futuro melhor\u201d? Voc\u00ea acredita nessa ideia de que vale a pena preparar-se para coisas que v\u00e3o acontecer num futuro pr\u00f3ximo? Justifique sua resposta. 118","3.\t Observe: \u201cSer\u00e1 que \u00e9 isso que queremos no futuro: cidad\u00e3os capazes de competir e vencer?\u201d. O autor mostra-se preocupado com o excesso de competitividade. O que pode acon- tecer, numa sociedade t\u00e3o direcionada \u00e0 competi\u00e7\u00e3o, com aqueles que n\u00e3o conseguem vencer a maior parte do tempo? Como a sociedade reage a isso e como eles se sentem? 4.\t No segundo par\u00e1grafo, o autor aponta quatro exemplos de exagero na forma\u00e7\u00e3o de crian\u00e7as e jovens. a. Identifique esses exemplos. b. Voc\u00ea concorda que essas a\u00e7\u00f5es sejam exageros praticados pelos pais contra seus Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano filhos? Em que tais atitudes podem prejudicar essas crian\u00e7as e jovens? 5.\t Leia: \u201cEssa cultura da competi\u00e7\u00e3o desmedida, da supera\u00e7\u00e3o de limites cada vez mais dif\u00edceis, est\u00e1 nos roubando bons momentos ao lado de nossos filhos\u201d. Voc\u00ea acredita que, se os pais passassem mais tempo ao lado de seus filhos e prati- cassem atividades com eles, a sociedade teria jovens menos ansiosos e insatisfeitos? Justifique sua resposta. Conectando com o mundo A preocupa\u00e7\u00e3o com o ensino profissionalizante \u00e9 comum no mundo inteiro. Entre outras coisas, o crescimento populacional e a amplia\u00e7\u00e3o do acesso ao ensino institucionalizado aumentam a competi\u00e7\u00e3o no mercado de trabalho. Cada vez mais as pessoas buscam especializa\u00e7\u00f5es por meio da forma\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica e universit\u00e1ria. Voc\u00ea conhece as universidades, os centros universit\u00e1rios ou as faculdades mais pr\u00f3ximos de sua resid\u00eancia? H\u00e1 escolas t\u00e9cnicas ou profissionalizantes em sua regi\u00e3o? 119","1.\t Proponha ao(\u00e0) seu(sua) professor(a) uma No livro digital, em pesquisa e, juntos, fa\u00e7am o levantamento dessas pesquisas, voc\u00ea encon- informa\u00e7\u00f5es. tra links para os sites 2.\t Conhe\u00e7am os sites dessas institui\u00e7\u00f5es de en- dos Institutos Federais sino e, se poss\u00edvel, fa\u00e7am uma visita a algumas de- de Educa\u00e7\u00e3o, Ci\u00eancia las. Investiguem seu funcionamento, descubram a e Tecnologia de todos filosofia de ensino, como \u00e9 a estrutura f\u00edsica, quais os estados brasileiros recursos est\u00e3o dispon\u00edveis, como \u00e9 composto o e links para diversos quadro de professores, que cursos s\u00e3o oferecidos sites de institui\u00e7\u00f5es etc. de ensino superior no Brasil. Situando-me 1.\t Em Menos competi\u00e7\u00e3o, no mercado de trabalho, Celso Miranda afirma que \u00e9 im- portante \u201cn\u00e3o perder a dimens\u00e3o do sonho\u201d. a. Voc\u00ea faz planos para o futuro? Quais s\u00e3o seus sonhos pessoais e profissionais? Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o b. Fa\u00e7a um levantamento com rela\u00e7\u00e3o aos planos pessoais e profissionais de seus cole- gas de turma. Promova uma discuss\u00e3o levantando quest\u00f5es como estas: Por que determinadas profiss\u00f5es foram mais citadas que outras (satisfa\u00e7\u00e3o pessoal, influ\u00eancia dos pais, bom rendimento financeiro, cren\u00e7a de que ser\u00e1 mais acess\u00edvel)? H\u00e1 a possibilidade de n\u00e3o escolher nenhuma profiss\u00e3o? Algu\u00e9m planeja apenas constituir fam\u00edlia, ter filhos etc.? Quantos desejam exercer uma profiss\u00e3o e tamb\u00e9m constituir fam\u00edlia? Uma pessoa pode apenas ter sucesso profissional e nunca casar ou ter filhos? 2.\t Em nenhum momento, Celso Miranda renega a import\u00e2ncia e a necessidade do trabalho em nossas vidas. Contudo, ele critica a preocupa\u00e7\u00e3o exagerada com a forma\u00e7\u00e3o profissional, que deixa de lado a forma\u00e7\u00e3o humana. a. Com base no texto e em suas experi\u00eancias pessoais, comente a frase: \u201cDever\u00edamos educar as pessoas para aproveitar a vida, n\u00e3o para o trabalho\u201d. 120","b. Discuta, com seus colegas e o(s) professor(a), sobre o que voc\u00ea julga ser mais im- portante: a educa\u00e7\u00e3o para o trabalho ou a educa\u00e7\u00e3o para a vida. Procure refletir sobre o assunto e apresentar opini\u00f5es claras e coerentes. 3. Retomando o texto Menos competi\u00e7\u00e3o, no mercado de trabalho, Celso Miranda afirma que \u00e9 importante \u201cn\u00e3o perder a dimens\u00e3o do sonho\u201d. Se considerarmos a frase \u201cn\u00e3o perder a dimens\u00e3o do sonho\u201d e a aplicarmos na informa\u00e7\u00e3o dada pela UNESCO a seguir: \u201cAtualmente, informa a Unesco, 258 milh\u00f5es de crian\u00e7as e jovens em todo o mundo ainda n\u00e3o frequentam a escola; 617 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes n\u00e3o sabem ler e fazer contas b\u00e1sicas e cerca de quatro milh\u00f5es de crian\u00e7as e jovens refugiados est\u00e3o fora da escola\u201d. a. Qual seria o sonho para essas crian\u00e7as e adolescentes? b. Se compar\u00e1ssemos a sua realidade e a dessas crian\u00e7as que ainda n\u00e3o frequentaram a escola, poder\u00edamos considerar uma competi\u00e7\u00e3o? Seria uma competi\u00e7\u00e3o justa? Mostrando a l\u00edngua Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano Concord\u00e2ncia nominal O falante pode utilizar-se, intencionalmente, da concord\u00e2ncia nominal para provocar uma altera\u00e7\u00e3o de significado ou criar frases com duplo sentido, como no exemplo a seguir. Ela \u00e9 uma mulher boa ou ela \u00e9 uma boa mulher. 121","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o EXERC\u00cdCIOS 1.\t Como vimos anteriormente, a concord\u00e2ncia nominal pode alterar o sentido depen- dendo da inten\u00e7\u00e3o de quem fala. Portanto, indique nas frases abaixo se houve altera\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de sentido e justifique sua resposta. Adjetivos antepostos a substantivos a. A inteligente Marta e Ana estudam comigo. b. As inteligentes Marta e Ana estudam comigo. a. Percebemos ultrapassados os filmes e as m\u00fasicas. b. Percebemos ultrapassada a m\u00fasica e os filmes. c. Percebemos ultrapassado o filme e as m\u00fasicas. Adjetivos colocados depois dos substantivos a. A loja garante qualidade e produto perfeito. b. A loja garante produto e qualidade perfeita. c. A loja garante qualidade e produto perfeitos. d. A loja garante produto e qualidade perfeitos. Colocando a m\u00e3o na massa Proposta 1 Transforme o texto Um ap\u00f3logo, de Machado de Assis, em uma pe\u00e7a teatral. Lem- bre-se do que foi estudado no cap\u00edtulo anterior e transforme as informa\u00e7\u00f5es apontadas pelo narrador em rubricas descritivas de cen\u00e1rio, movimenta\u00e7\u00e3o e estado de esp\u00edrito das personagens. Organize os di\u00e1logos com o nome das personagens em destaque no in\u00edcio e aumente o n\u00famero de falas conforme o necess\u00e1rio. 122","Proposta 2 Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano Elabore um ap\u00f3logo a partir do di\u00e1logo entre personagens como t\u00eanis e meia; pires e x\u00edcara; l\u00e1pis e borracha; sab\u00e3o e \u00e1gua etc. Ao escolher a proposta 1 ou 2, lembre-se de transmitir uma li\u00e7\u00e3o de moral a seus leitores. Por- tanto, construa sua hist\u00f3ria tendo em vista um en- sinamento alcan\u00e7ado atrav\u00e9s do di\u00e1logo entre as personagens escolhidas. Proposta 3 Releia o excerto a seguir e elabore um texto, explanando como voc\u00ea resolveria a problem\u00e1ti- ca para as crian\u00e7as e adolescentes que n\u00e3o t\u00eam acesso \u00e0 escola. Utilize as infrma\u00e7\u00f5es dadas pela UNESCO: \u201cAtualmente, informa a Unesco, 258 milh\u00f5es de crian\u00e7as e jovens em todo o mundo ainda n\u00e3o fre- quentam a escola; 617 milh\u00f5es de crian\u00e7as e ado- lescentes n\u00e3o sabem ler e fazer contas b\u00e1sicas e cerca de quatro milh\u00f5es de crian\u00e7as e jovens refu- giados est\u00e3o fora da escola\u201d. Finalizando sem finalizar F\u00e1bulas e ap\u00f3logos caracterizam-se por apresentar, ao t\u00e9rmino, uma li\u00e7\u00e3o de moral ou ensinamento. Outra manifesta\u00e7\u00e3o oral da sabedoria popular s\u00e3o os prov\u00e9rbios ou di- tados populares. 1.\t Voc\u00ea j\u00e1 ouviu algum destes prov\u00e9rbios? A grama \u00e9 mais verde no jardim do vizinho. De cavalo dado n\u00e3o se olha o dente. \u00c1gua mole em pedra dura tanto bate at\u00e9 que fura. A esperan\u00e7a \u00e9 a \u00faltima que morre. 123","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o 2.\t Em dupla ou trio, procurem explicar a mensa- gem de cada um desses prov\u00e9rbios. 3.\t Fa\u00e7a uma pesquisa junto \u00e0 comunidade, des- cubra outros prov\u00e9rbios utilizados e discuta com seus colegas a import\u00e2ncia dessas frases para a fala di\u00e1ria. 4.\t Depois de fazer o levantamento dos prov\u00e9rbios comuns na comunidade, escolha tr\u00eas e modifique o final da mensagem. Observe os exemplos: Quem espera sempre alcan\u00e7a. (original) Quem espera sempre cansa. (recriado) Quem ri por \u00faltimo ri melhor. (original) Quem ri por \u00faltimo n\u00e3o entendeu a piada. (re- criado) 5.\t Voc\u00ea criou novos prov\u00e9rbios. Agora, compa- re-os com os originais e observe a mudan\u00e7a. 124","Unidade 3 Rumo ao sul","Eu sou do sul, \u00e9 s\u00f3 olhar pra ver que eu sou do sul. A minha terra tem um c\u00e9u azul, \u00e9 s\u00f3 olhar e ver. Nascido entre a poesia e o arado A gente lida com o gado e cuida da planta\u00e7\u00e3o A minha gente que veio da guerra Cuida desta terra como quem cuida do cora\u00e7\u00e3o. Elton Saldanha Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o","A regi\u00e3o Sul compreende os estados do Paran\u00e1, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. \u00c9 uma das menores regi\u00f5es do pa\u00eds, com uma superf\u00edcie de 576.300,8 km2. A regi\u00e3o, inicialmente habitada pelos ind\u00edgenas, recebeu os primeiros europeus em torno de 1600. Logo em seguida chegaram os bandeirantes, destacando-se, em seguida, a vinda dos imigrantes europeus: a\u00e7orianos, alem\u00e3es, italianos, eslavos, \u00e1rabes, poloneses, japo- neses etc. \t As esta\u00e7\u00f5es do ano bem definidas s\u00e3o destaque da regi\u00e3o, principalmente pelas altas temperaturas no ver\u00e3o e pelas temperaturas baix\u00edssimas no inverno, inclusive com geadas constantes e precipita\u00e7\u00e3o de neve, atraindo, dessa forma, grande n\u00famero de turistas do pa\u00eds e tamb\u00e9m do exterior. Destacam-se ainda a produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola, a agropecu\u00e1ria e a industrial. Vista de Porto Alegre, a partir de um barco no Rio Gua\u00edba. Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano Vista de Curitiba, a partir Parque Barigui. Avenida Beira-Mar Norte, Florian\u00f3polis. 127","Seguindo Cap\u00edtulo pelo litoral 8 Motivando a pensar Soprando bambu, s\u00f3 lhe tiro o que lhe deu o vento Paulo Leminski Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o","Historicamente, a humanidade sempre teve problemas, como priva\u00e7\u00e3o de alimentos, falta de saneamento b\u00e1sico, precariedade da sa\u00fade, mortalidade infantil, cat\u00e1strofes naturais etc. Contudo, ao longo do tempo alguns problemas foram sendo resolvidos. Atualmente, as pessoas apresentam um ritmo de vida mais acelerado, vivem mais sozinhas. As dificuldades podem ter causas reais ou n\u00e3o. Surgiram doen\u00e7as da \\\"alma\\\" que afetam milhares de pessoas por todas as partes do mundo, problemas n\u00e3o necessariamente ligados \u00e0 falta de condi\u00e7\u00f5es. Investigando e refletindo No texto Bem no fundo, de Paulo Leminski, a tem\u00e1tica abordada s\u00e3o os pro- blemas que afetam a vida das pessoas. Bem no fundo Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano No fundo, no fundo, bem l\u00e1 no fundo, a gente gostaria de ver nossos problemas resolvidos por decreto a partir desta data, aquela m\u00e1goa sem rem\u00e9dio \u00e9 considerada nula e sobre ela \u2013 sil\u00eancio perp\u00e9tuo extinto por lei todo o remorso, maldito seja que olhas pra tr\u00e1s, l\u00e1 pra tr\u00e1s n\u00e3o h\u00e1 nada, e nada mais mas problemas n\u00e3o se resolvem, problemas t\u00eam fam\u00edlia grande, e aos domingos saem todos a passear o problema, sua senhora e outros pequenos probleminhas. Fonte: LEMINSKI, Paulo. Bem no fundo. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.vidaempoesia.com.br\/pauloleminski.htm>. Acesso em: 17 fev. 2010. 129","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Quem \u00e9 o autor? Paulo Leminski nasceu em Curitiba, em 24 de agosto de 1944. Filho de Paulo Leminski e \u00c1urea Pereira Mendes. Destacou-se por, desde muito cedo, desenvolver uma maneira \u00fanica de escrever poesia. Casou-se aos 17 anos. Foi professor de Hist\u00f3ria, reda\u00e7\u00e3o e jud\u00f4. Seu lirismo ultrapassou os livros, atingindo a m\u00fasica, atrav\u00e9s de v\u00e1rias composi\u00e7\u00f5es suas para a MPB, al\u00e9m das v\u00e1rias tradu\u00e7\u00f5es, pois falava seis l\u00ednguas (ingl\u00eas, franc\u00eas, latim, grego, japon\u00eas e espanhol). Dentre suas publica\u00e7\u00f5es est\u00e1 o livro infantojuvenil Guerra dentro da gente. Morreu em Curitiba, em 7 de junho de 1989. Aprofundando o pensar 1.\t Nos versos \u201ca gente gostaria\/de ver nossos problemas\/resolvidos por decreto\u201d. Com a ajuda de um dicion\u00e1rio, pesquise qual o sentido da palavra \u201cdecreto\u201d. 2.\t O eu l\u00edrico, ao expressar que gostaria que seus problemas fossem resolvidos por decreto, revela sua incapacidade em solucion\u00e1-los. Voc\u00ea concorda ou n\u00e3o com essa afir- mativa? Justifique sua resposta. 3.\t Voc\u00ea concorda com a afirma\u00e7\u00e3o do eu l\u00edrico de que realmente h\u00e1 problemas sem solu\u00e7\u00e3o: \u201cproblemas n\u00e3o se resolvem, problemas t\u00eam fam\u00edlia grande\u201d? Que problemas seriam esses? Que problemas poderiam ser solucionados na vida de uma pessoa? 4.\t Como voc\u00ea explicaria o sentido da palavra \u201cproblema\u201d? O que realmente pode ser considerado \\\"um problema\\\"? 130","5.\t A regi\u00e3o Sul do Brasil \u00e9 vista pelo senso comum como uma \\\"regi\u00e3o rica\\\" e sem pro- blemas, no entanto os tr\u00eas estados do Sul enfrentam muitos problemas sociais, princi- palmente, relacionados \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o de renda, com regi\u00f5es muito ricas e desenvolvidas e outras extremamente pobres. Pesquise imagens (ou fotografias) em que apare\u00e7am os contrastes sociais que assolam seu estado\/regi\u00e3o e\/ou cidade. Ap\u00f3s a coleta das ima- gens, fa\u00e7a um painel em sua sala de aula elencando os principais problemas e as poss\u00ed- veis solu\u00e7\u00f5es. 6.\t Normalmente, quando pensamos na pobreza vem \u00e0 nossa mente somente pa\u00edses pobres \u2013 conhecidos como os de terceiro mundo \u2013, contudo a pobreza \u00e9 um problema que afeta todos os pa\u00edses. Veja a seguir o contraste visual provocado pelas imagens de alguns pa\u00edses. Fa\u00e7a um coment\u00e1rio referente \u00e0s imagens, o qual deve apresentar o con- traste de ideias proporcionado pelas fotos. Praia em Canc\u00fan, no M\u00e9xico. Favela no M\u00e9xico. Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano Torre Eiffel, em Paris, Fran\u00e7a. Mendigo em Paris, Fran\u00e7a. 131","Vancouver, no Canad\u00e1. Mendigo em Vancouver, no Canad\u00e1. Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Av. Times Square, em Nova Iorque, Estados Unidos. Mendigo em Nova Iorque, Estados Unidos. Conectando com o mundo Certamente voc\u00ea j\u00e1 ouviu falar das Cataratas do Igua\u00e7u, consideradas um dos mais importantes s\u00edmbolos do estado do Paran\u00e1. O nome de origem ind\u00edgena significa y = \u201c\u00e1gua\u201d e \u201crio\u201d e guasu ou gua\u00e7u = \u201cgrande\u201d, ou seja, rio de \u201cgrandes \u00e1guas\u201d. \u00c9 f\u00e1cil relacionar o nome dado pelos ind\u00edgenas ao local, com cerca de 280 quedas de \u00e1gua, com mais de 70 metros de altura ao longo de 2,4 quil\u00f4metros do Rio Paran\u00e1. O local \u00e9 visitado por cerca de um milh\u00e3o de turistas por ano. Turistas esses que n\u00e3o deixam de se impressionar com a magnitude do local. Um dos destaques \u00e9 a Garganta do Diabo, um desfiladeiro com 150 metros de largura por 80 metros de altura. Se a beleza do lugar nos encanta, os \u00edndios vizinhos que viviam por ali t\u00eam muitas hist\u00f3rias para contar. A mais conhecida \u00e9 a Lenda das Cataratas. 132","Panorama das Cataratas do Igua\u00e7u, a partir do Brasil. Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano Naipi e Tarob\u00e1: a Lenda das Cataratas do Igua\u00e7u A Lenda das Cataratas diz que os \u00edndios, que habitavam as margens do Rio Igua\u00e7u, acreditavam que o mundo era governado por um deus que tinha a forma de uma serpente e era filho de Tup\u00e3 e chamado de Mboi. O cacique dessa tribo, chamado Igobi, tinha uma filha, Naipi, t\u00e3o bonita que as \u00e1guas do rio paravam quando a jovem nelas se mirava. Devido a sua beleza, Naipi seria consagrada ao deus Mboi, passando a viver somente para cultu\u00e1-lo. Havia, por\u00e9m, entre os Kaingang um jovem guerreiro chamado Tarob\u00e1 que ao ver Naipi por ela se apaixonara. No dia em que foi anunciada a festa de consagra\u00e7\u00e3o da bela \u00edndia, enquanto o cacique e o paj\u00e9 bebiam cauim (bebida feita de milho fermentado) e os guerreiros dan\u00e7avam, Tarob\u00e1 fugiu com a linda Naipi numa canoa que seguiu rio abaixo, ar- rastada pela correnteza. Quando Mboi soube da fuga de Naipi e Tarob\u00e1, ficou fu- rioso. Penetrou ent\u00e3o nas profundezas da terra retorcendo seu corpo, produzindo uma enorme fenda que formou uma catarata gigantesca. Envolvidos pelas \u00e1guas dessa imensa cachoeira, a piroga e os fugitivos ca\u00edram de grande altura, desaparecendo para sempre. Naipi foi transformada em uma das rochas centrais das Cataratas, perpetuamente fustigada pelas \u00e1guas revoltas, e Tarob\u00e1 foi convertido em uma palmeira situada \u00e0 beira do abis- mo e inclinada sobre a garganta do rio. Debaixo dessa palmeira acha-se a entrada de uma gruta onde o monstro vingativo vigia eternamente as duas v\u00edtimas. Fonte: Adaptado de: GUEDES, Hardy. Naipi e Tarob\u00e1: a Lenda das Cataratas do Igua\u00e7u. Curitiba: HGF \u2013 Projetos Culturais para a Inf\u00e2ncia, 1996. 133","Voc\u00ea conhece outras lendas? A lenda \u00e9 uma No livro digital, em Pesqui- narrativa fict\u00edcia transmitida oralmente com o obje- sas, veja links e informa- tivo de explicar coisas que n\u00e3o t\u00eam comprova\u00e7\u00e3o \u00e7\u00f5es sugeridas sobre as cient\u00edfica. S\u00e3o narrativas comuns nas mais diversas Lendas do Folclore Bra- culturas espalhadas pelo mundo. sileiro, Lendas Ind\u00edgenas, Lendas Urbanas. Vimos anteriormente algumas lendas que fazem parte do Folclore brasileiro. Pesquise outras lendas que tamb\u00e9m fazem parte do nosso Folclore, ou ain- da, pesquise lendas urbanas existentes na regi\u00e3o onde voc\u00ea mora. Se for poss\u00edvel, utilize a sala de inform\u00e1tica para fazer a pesquisa. Veja os sites sugeridos para a pesquisa ao lado. Mostrando a l\u00edngua Revisando a concord\u00e2ncia nominal Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Vimos nos cap\u00edtulos anteriores que a concord\u00e2ncia nominal \u00e9 o ajuste que fazemos para que os termos combinem entre si. Quero Tenho Oba! cinco dois real. Ainda tenho p\u00e3o. quarenta centavo. Posso compra duas bala. A tirinha acima demonstra a varia\u00e7\u00e3o da l\u00edngua-padr\u00e3o, ou seja, reflete a forma com que muitas pessoas falam. Ser\u00e1 que essa forma de falar \u00e9 aceita em todos os setores de nossa sociedade? A concord\u00e2ncia nominal de determinadas palavras merece aten\u00e7\u00e3o especial, pois s\u00e3o consideradas casos especiais. 1.\t Quando voc\u00ea for agradecer algu\u00e9m, voc\u00ea utiliza \u201cobrigado\u201d ou \u201cobrigada\u201d? Justifique sua resposta. 134","2.\t Observe como ocorre a concord\u00e2ncia com a palavra \u201cbastante\u201d. As abelhas trabalham bastante.\t Saem daqui bastantes flores. Lembre-se de que a palavra \u201cbastante\u201d veio do verbo \u201cbastar\u201d e pode adquirir fun\u00e7\u00e3o de adv\u00e9rbio e ficar invari\u00e1vel com significado equivalente a \u201cmuito\u201d ou exercer a fun\u00e7\u00e3o de adjetivo, neste caso concordar\u00e1 com o subs- tantivo em g\u00eanero e n\u00famero. Agora \u00e9 a sua vez de testar seu conhecimento. Qual \u00e9 a forma correta? Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano a. Ela est\u00e1\t bastante\/bastantes contente. b. N\u00f3s gostamos\t bastante\/bastantes deles. c. Compramos\t bastante\/bastantes frutas. d. Pedro \u00e9\t bastante\/bastantes feliz. e. Eles t\u00eam\t bastante\/bastantes problemas. 3.\t As palavras \u201canexo\u201d, \u201cincluso\u201d, \u201cmesmo\u201d e \u201cpr\u00f3prio\u201d mais um substantivo concordam com o substantivo a que se referem. a. Elas\t mesma\/mesmas falaram de voc\u00ea. b. Os documentos est\u00e3o\t incluso\/inclusos na pasta. c. A c\u00f3pia est\u00e1\t anexa\/anexas. d. Voc\u00ea\t mesma\/mesmas resolva seus problemas. e. V\u00e3o\t incluso\/inclusos os documentos. 4.\t O uso da palavra \u201cmeio\u201d gera muitas d\u00favidas, principalmente porque pode exercer a fun\u00e7\u00e3o de qualidade (adjetivo) ou de adv\u00e9rbio. 135","a. Se \u201cmeio\u201d significar \u201cmetade\u201d, concordar\u00e1 com o substantivo a que se referir. Decidi fazer\t\t receita de bolo. Com- prei\t\t\tlitro de leite,\t\t\t d\u00fazia de ovos,\t\t\t garrafa de leite de coco. Fazer\t\t\t s\u00f3 pegar\t\t \t \t medidas.\t\t\t bolo n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil, mas \u00e9 s\u00f3 pegar\t\t\t medidas. b. O adv\u00e9rbio \u201cmeio\u201d significa \u201cum tanto\u201d e se refere a um adjetivo, por isso permanece invari\u00e1vel. Exemplos: A porta est\u00e1 meio aberta.\t O urso est\u00e1 meio cansado. Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Na fala, vemos d\u00favida e confus\u00e3o quanto ao uso de \u201cmeio\u201d ou \u201cmeia\u201d. Veja nas tr\u00eas frases abaixo a prova desse equ\u00edvoco. \u201cS\u00e3o exatamente meio dia e meio\u201d. A forma correta seria \u201cS\u00e3o exatamente meio-dia e meia\u201d, pois nesse caso a palavra \u201cmeio\u201d indica a metade de um dia (substantivo masculino), j\u00e1 \u201cmeia\u201d indica metade de uma hora (substantivo feminino). 136","\u201cEla est\u00e1 meio gr\u00e1vida\u201d. Nesse caso \u00e9 incorreto o uso da palavra \u201cmeio\u201d, pois se est\u00e1 ou n\u00e3o gr\u00e1vida. N\u00e3o existe \u201cmeio gr\u00e1- vida\u201d nem \u201cmeia gr\u00e1vida\u201d. Essa express\u00e3o pode ser considerada um v\u00edcio de linguagem. \u201cEla estava meia preocupada\u201d. A forma adequada seria \u201cEla estava meio (um pouco) preocupada\u201d. 5.\t Pesquise cinco frases com o uso das pala- Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano vras \u201cmeio\u201d, \u201cmeia\u201d, \u201cmeios\u201d e \u201cmeias\u201d e verifique os significados que as palavras t\u00eam em cada contex- to. Em seguida, o professor colocar\u00e1 as frases no quadro para verificar se as palavras est\u00e3o sendo usadas adequadamente. 6.\t Ao observarmos a linguagem falada, perce- bemos que h\u00e1 algumas palavras que geram d\u00favida quanto ao seu uso. Para esta atividade, pesquise como as palavras a seguir s\u00e3o usadas na sua co- munidade e d\u00ea exemplos. a. anexo g. muito, b. incluso, inclusa h. pouco c. obrigado, obrigada i. caro d. pr\u00f3prio, pr\u00f3pria j. menos e. necess\u00e1rio, necess\u00e1ria k. meio f. proibido, proibida 137","Colocando a m\u00e3o na massa As lendas n\u00e3o s\u00e3o exclusividade dos povos ind\u00edgenas, no entanto foi por meio deles que as conhecemos. As lendas, na verdade, oferecem explica\u00e7\u00e3o a fatos n\u00e3o comprovados cientificamente e, por serem orais, acabam sofrendo altera\u00e7\u00f5es \u00e0 medida que s\u00e3o contadas de gera\u00e7\u00e3o para gera\u00e7\u00e3o. T\u00eam como caracter\u00edstica a combina\u00e7\u00e3o de fatos reais, fatos hist\u00f3ricos com elementos fict\u00edcios, essa composi\u00e7\u00e3o d\u00e1 \u00e0s lendas um car\u00e1ter fant\u00e1stico. H\u00e1 lendas em todos os pa\u00edses, inclusive, modernamente, as lendas urbanas, cuja tem\u00e1tica aborda medos, perigos e situa\u00e7\u00f5es, na sua maioria, inicialmente s\u00e3o baseadas em fatos reais, mas que v\u00e3o ganhando complementos variados dependendo de quem as narra. S\u00e3o casos que aconteceram com \u201co amigo do amigo\u201d ou \u201cum conhecido me contou\u201d. S\u00e3o situa\u00e7\u00f5es de assassinatos, suic\u00eddios, fantasmas, mortos-vivos, tr\u00e1fico de \u00f3rg\u00e3os, mensagens subliminares em m\u00fasicas e, principalmente, seres alien\u00edgenas e extraterrestres. Pesquise em sua regi\u00e3o quais lendas existem. Escreva-as no caderno. Em seguida, a turma poder\u00e1 confeccionar um mural com as hist\u00f3rias recolhidas. Finalizando sem finalizar Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o No decorrer da hist\u00f3ria da humanidade, o ima- gin\u00e1rio popular foi povoado por seres fant\u00e1sticos, como a lenda do chupa-cabra, que povoou o imagi- Chupa-cabra. n\u00e1rio da Am\u00e9rica Latina na d\u00e9cada de 1990. J\u00e1 nos Estados Unidos, o monstro de Jersey Devil assombrou muitos habitantes. Mas um dos mais famosos personagens foi o Monstro do Lago Ness, na Esc\u00f3cia. H\u00e1 ainda muitos escritores que se dedicam a escrever hist\u00f3rias macabras e fant\u00e1sticas. Quando abordamos o imagin\u00e1rio popular, esta- mos \u00e0 merc\u00ea de fantasias e suposi\u00e7\u00f5es, principal- mente, porque essas hist\u00f3rias envolvem um imagi- n\u00e1rio coletivo, como ocorrem com as profecias, as cat\u00e1strofes naturais ou at\u00e9 mesmo o fim do mundo. Com rela\u00e7\u00e3o ao fim do mundo, h\u00e1 a lenda de que o mundo acabar\u00e1 em 2012. 138","Al\u00e9m da reportagem, h\u00e1 o filme 2012, dirigido Monstro de Jersey Devil. por Roland Emmerich e produzido pela Sony Pic- No livro digital, em tures. O filme foi lan\u00e7ado em novembro de 2009 e relata que, h\u00e1 s\u00e9culos, os maias nos deixaram o seu Pesquisas, veja a reporta- calend\u00e1rio, com uma data final em um dia determi- gem da revista Galileu es- nado para o apocalipse. Desde ent\u00e3o, astr\u00f3logos crita por Pablo Nogueira, discutem-no, numer\u00f3logos encontraram padr\u00f5es \u201cAfinal, o que vai acontecer que o preveem, ge\u00f3logos dizem que a Terra se en- com a Terra em 2012?\u201d. caminha para isso e nem os cientistas do governo podem negar que um cataclismo planet\u00e1rio de pro- por\u00e7\u00f5es \u00e9picas se anuncia para 2012. A profecia que surgiu a partir dos maias j\u00e1 se encontra hoje bem documentada, debatida, destrinchada e anali- sada. E em 2012 n\u00f3s saberemos \u2013 n\u00f3s fomos aler- tados. A ideia do fim do mundo \u00e9 um tema recorrente, n\u00e3o s\u00f3 um fim atrav\u00e9s de cat\u00e1strofes naturais, bem como de invas\u00e3o de extraterrestres e\/ou de monstros que dominar\u00e3o a Terra. Mas ser\u00e1 que s\u00e3o s\u00f3 profecias? Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano 139","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Cap\u00edtulo 9 O friozinho acolhedor Os degraus N\u00e3o des\u00e7as os degraus do sonho Para n\u00e3o despertar os monstros. N\u00e3o subas aos s\u00f3t\u00e3os \u2013 onde Os deuses, por tr\u00e1s das suas m\u00e1scaras, Ocultam o pr\u00f3prio enigma. N\u00e3o des\u00e7as, n\u00e3o subas, fica. O mist\u00e9rio est\u00e1 \u00e9 na tua vida! E \u00e9 um sonho louco este nosso mundo... Mario Quintana Cascata do Caracol, Canela, Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Itaimbezinho, Parque Nacional de Aparados da Serra.","Ao nos referimos ao povo ga\u00facho, \u00e9 importante lembrarmos que o estado do Rio Grande do Sul era uma regi\u00e3o pertencente \u00e0 Espanha, que disputava as terras com os portugueses e, no meio disso tudo, os \u00edndios, que j\u00e1 viviam por l\u00e1. Dessa e de outras in- flu\u00eancias culturais formou-se o povo ga\u00facho, uma mistura de culturas que deu origem a um modo particular de vestir, falar e agir. \u00c9 um povo conhecido por conservar sua hist\u00f3ria e suas tradi\u00e7\u00f5es atrav\u00e9s da m\u00fasica e da literatura. O apre\u00e7o pela leitura \u00e9, hoje, um dos destaques do povo ga\u00facho, j\u00e1 que est\u00e1 entre os estados dos quais a popula\u00e7\u00e3o mais l\u00ea. Motivando a pensar Voc\u00ea sabia? Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano O vento sempre teve um valor inestim\u00e1vel para O vento minuano \u00e9 um os povos: para as grandes navega\u00e7\u00f5es; para mover vento frio e cortante de origem rodas de \u00e1gua, engenhos, moinhos; e, atualmente, polar. Essa corrente de ar atinge como energia alternativa (energia e\u00f3lica). O vento somente o Rio Grande do Sul e ainda \u00e9 associado a coisas boas, pois \u00e9 comum a regi\u00e3o sul de Santa Catarina. ouvirmos \u201cque bons ventos o trazem\u201d, \u201co vento da Normalmente, aparece depois fortuna\u201d etc. Para o povo ga\u00facho, o vento tem um de chuvas e das frentes frias significado ainda mais especial, o vento minuano do outono e do inverno. faz parte da cultura, \u00e9 um personagem da hist\u00f3ria ga\u00facha. Veja o que significa o vento para Ana Terra. Ana Terra Pessegueiro em flor. \u201cSEMPRE QUE ME ACONTECE alguma coisa im- portante, est\u00e1 ventando\u201d \u2013 costumava dizer Ana Terra. Mas, entre todos os dias ventosos de sua vida, um havia que lhe ficara para sempre na mem\u00f3ria, pois o que suce- dera nele tivera a for\u00e7a de mudar-lhe por completo. Mas em que dia da semana tinha aquilo acontecido? Em que m\u00eas? Em que ano? Bom, devia ter sido em 1777: ela se lembrava bem porque esse fora o ano da expuls\u00e3o dos castelhanos do territ\u00f3rio do Continente. Mas na est\u00e2ncia onde Ana vivia com os pais e seus dois irm\u00e3os, ningu\u00e9m sabia ler, e mesmo naquele fim de mundo n\u00e3o existia ca- lend\u00e1rio nem rel\u00f3gio. Eles guardavam na mem\u00f3ria os dias 141","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o da semana; viam as horas pela posi\u00e7\u00e3o do sol; calculavam a passagem dos meses pelas fases da lua; e era o cheiro do ar, o aspecto das \u00e1rvores e a temperatura que lhes diziam das esta\u00e7\u00f5es do ano. Ana Terra era capaz de jurar que aquilo acontecera na primavera, porque o vento andava bem doido, empur- rando grandes nuvens brancas no c\u00e9u, os pessegueiros estavam floridos e as \u00e1rvores que o inverno despira se enchiam outra vez de brotos verdes. Ana Terra descia a coxilha no alto da qual ficava o rancho da est\u00e2ncia, e dirigia-se para a sanga, equilibrando sobre a cabe\u00e7a uma cesta cheia de roupa suja, e pensan- do no que a m\u00e3e sempre lhe dizia: \u201cQuem carrega peso na cabe\u00e7a fica papudo\u201d. Ela n\u00e3o queria ficar papuda. Tinha vinte e cin- co anos e ainda esperava se casar. N\u00e3o que sentisse muita falta de homem, mas acontecia que casando poderia ao menos ter alguma esperan\u00e7a de sair daquele fun- do, ir morar no Rio Pardo, em Viam\u00e3o ou at\u00e9 mesmo voltar para a Capitania de S\u00e3o Paulo, onde nascera. Ali na est\u00e2ncia a vida era triste e dura. Moravam num rancho de paredes de taquaru\u00e7u e barro, coberto de palha e com ch\u00e3o de terra batida. Em certas noites Ana ficava acordada debaixo das co- bertas, escutando o vento, o eterno viajante que passava pela est\u00e2ncia gemendo ou as- sobiando, mas nunca apeava do seu cavalo; o mais que podia fazer era gritar um \u2013 \u201c\u00d3 de casa!\u201d \u2013 e continuar seu caminho campo em fora. Passavam-se meses sem que um crist\u00e3o cruzasse aquelas paragens. \u00c0s vezes era at\u00e9 bom mesmo que eles vivessem iso- lados, porque quando aparecia algu\u00e9m era para trazer inc\u00f4modo ou perigo. Nunca se sabia. Uma vez tinham dado pouso a um desconhecido: vieram a saber depois que se tratava dum desertor do Pres\u00eddio do Rio Grande, perseguido pela Coroa como autor de sete mortes. O pai de Ana costumava dizer que, quando via um le\u00e3o ou uma ja- guatirica, n\u00e3o se impressionava: pegava o mosquete, calmo, e ia enfrentar o animal; mas quando via aparecer homem, estre- mecia. \u00c9 que ali na est\u00e2ncia eles estavam ressabiados. Fonte: VERISSIMO, Erico. O tempo e o vento: o continente I. S\u00e3o Paulo Globo, 2002. p. 99-100. 142","Curiosidade sobre o livro Erico Verissimo come\u00e7a a escrever em 1947 O tempo e o vento. Em sua previs\u00e3o seria um s\u00f3 volume, com aproximadamente 800 p\u00e1ginas, e seria escrito em tr\u00eas anos. No entanto, o livro ultrapassou 2.200 p\u00e1ginas e levou 15 anos para ser conclu\u00eddo, dividido em tr\u00eas livros. A trilogia O tempo e o vento \u00e9 composta de 1949 \u2013 O continente; 1951 \u2013 O retrato; e 1962 \u2013 O arquip\u00e9lago. Quem \u00e9 o autor? Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano Erico Lopes Verissimo nasceu em Cruz Alta (RS) no dia 17 de dezembro de 1905, filho de Sebasti\u00e3o Verissimo da Fonseca e Abegahy Lopes Verissimo. Com 13 anos de idade j\u00e1 se destaca como um ex\u00edmio leitor e assim segue desvendando os livros que lhe aparecem. Paralelamente trabalha como banc\u00e1rio, mas se sente insatisfeito com a profiss\u00e3o. Filho de farma- c\u00eautico, decide tornar-se s\u00f3cio de uma botica com um amigo de seu pai. Em 1927 come\u00e7a a namorar e tamb\u00e9m a dar aulas particulares de literatura e ingl\u00eas. Em 1929 tem seus primeiros contos publi- cados na Revista do Globo. Seu empreendimento faliu em 1930 e, por isso, decide viver do que escre- ve... At\u00e9 que se sente obrigado a mudar-se para os Estados Unidos para proteger sua fam\u00edlia na \u00e9poca da Ditadura de Vargas. Continua escrevendo...\t Ganha v\u00e1rios pr\u00eamios, tem reconhecimento pela cr\u00edtica de sua obra. Continua escrevendo... E suas palavras espalham-se pelo mundo... Para de escrever em 28 de novembro de 1975... Mas suas palavras continuam pelo mundo... Fonte: Adaptado de: RELEITURAS. Erico Verissimo. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.releituras.com\/everissimo_bio.asp>. Acesso em: 10 mar. 2011. 143","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Investigando e refletindo 1.\t Em sua opini\u00e3o, por que a personagem Ana relaciona fatos importantes de sua vida ao vento? 2.\t Leia o fragmento \u201centre todos os dias ventosos de sua vida, um havia que lhe ficara para sempre na mem\u00f3ria, pois o que sucedera nele tivera a for\u00e7a de mudar-lhe por com- pleto\u201d. O que poderia ter acontecido? Que mudan\u00e7as seriam essas? 3.\t Quando, provavelmente, aconteceu esse fato t\u00e3o importante? 4.\t Cite o fato hist\u00f3rico que ocorreu no ano de 1777. 5.\t De que forma as pessoas da est\u00e2ncia se orientavam para saber os dias e as horas? 6.\t No fragmento \u201cAna ficava acordada debaixo das cobertas, escutando o vento, o eterno viajante\u201d justifique por que o vento \u00e9 \u201cum eterno viajante\u201d. 7.\t Que outro adjetivo o autor d\u00e1 ao vento? 8.\t Como \u00e9 a descri\u00e7\u00e3o do rancho em que Ana morava? 9.\t O conselho dado a Ana pela m\u00e3e, \u201cQuem carrega peso na cabe\u00e7a fica papudo\u201d, faz sentido ou \u00e9 somente cren\u00e7a popular? Justifique sua resposta. 144","10.\t Pesquise o que pode acontecer a uma pessoa que carrega muito peso. Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano 11.\t No texto, o autor utiliza a express\u00e3o \u201csem que um crist\u00e3o cruzasse aquelas paragens\u201d. O que poderia justificar tal afirma\u00e7\u00e3o? 12.\t Por que o pai de Ana tinha mais medo de homem do que de jaguatirica? Aprofundando o pensar No fragmento \u201cAna ficava acordada debaixo das cobertas, escutando o vento, o eter- no viajante\u201d, a express\u00e3o \u201ceterno viajante\u201d \u00e9 uma caracter\u00edstica humana atribu\u00edda a um ser inanimado, \u201co vento\u201d, a isso chamamos de personifica\u00e7\u00e3o. Portanto, personifica\u00e7\u00e3o (ou prosopopeia) \u00e9 uma figura de estilo que atribui a seres irracionais ou objetos inanimados caracter\u00edsticas pr\u00f3prias dos seres humanos. \u00c9 muito utilizada em f\u00e1bulas e na literatura de modo geral. 1.\t Retire do texto mais dois exemplos de personifica\u00e7\u00e3o. 2.\t Selecione exemplos de personifica\u00e7\u00e3o que voc\u00ea ou pessoas com quem voc\u00ea convi- ve fazem uso. 145","Conectando com o mundo Na hist\u00f3ria escrita por Erico Verissimo e ambientada em torno de 1700, o escritor aborda o tema do analfabetismo quando afirma que nem Ana nem os irm\u00e3os dela sabiam ler. Os dados oficiais revelam que ainda hoje cerca de 10% da popula\u00e7\u00e3o brasileira \u00e9 analfabeta. Verifique na tabela abaixo o \u00edndice de analfabetismo na faixa de brasileiros com 15 anos de idade ou mais. \u00cdndice de analfabetismo de adolescente Popula\u00e7\u00e3o de 15 anos ou mais Ano Total Analfabeta Taxa de (em milhares) (em milhares) Analfabetismo Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o 1900 9.728 6.348 65,3 1920 17.564 11.409 65,0 1940 23.648 13.269 56,1 1950 30.188 15.272 50,6 1960 40.233 15.964 39,7 1940 53.633 18.100 33,7 1980 74.600 19.356 25,9 1991 94.891 18.682 19,7 2000 119.533 16.295 13,6 2008 14.247 9,7 2010 (previs\u00e3o) *** Erradica\u00e7\u00e3o *** do analfabe- tismo Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostras de Domic\u00edlios (PNAD 2001). Analfabetismo. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/web.inep.gov.br\/estatisticas\/analfabetismo\/default.htm>. Acesso em: 10 jul. 2010. Segundo o Plano Nacional de Educa\u00e7\u00e3o (PNE), o analfabetismo deveria ter sido er- radicado do Brasil em 2010. Longe dessa meta, percebemos ainda que, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), muitos estados brasileiros apresentam n\u00fameros muito aqu\u00e9m da meta estabelecida, contudo outros est\u00e3o pr\u00f3ximos a zerar o analfabetismo. A tabela a seguir apresenta o \u00edndice de analfabetismo por idade, regi\u00e3o e tamb\u00e9m estado. 146","Tabela 5.A - Taxa de analfabetismo por faixa et\u00e1ria segundo a unidade da Federa\u00e7\u00e3o - 1996 Taxa de analfabetismo por faixa et\u00e1ria Unidade da 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 44 45 a 59 60 anos Federa\u00e7\u00e3o anos anos anos anos anos e mais Brasil 8,3 6,0 7,6 11,1 21,9 37,4 41,0 Norte 6,2 3,5 5,9 11,0 21,5 29,3 42,6 Rond\u00f4nia 1,7 1,8 3,7 6,4 16,4 37,7 55,0 Acre 7,3 4,8 12,1 18,0 31,1 38,8 42,0 Amazonas 3,5 2,1 3,8 7,3 16,8 54,8 58,3 Roraima * * 3,2 5,4 7,5 62,6 65,2 Par\u00e1 8,8 4,0 5,9 11,5 20,1 56,0 62,5 Amap\u00e1 4,5 4,4 7,0 8,6 23,5 58,4 56,2 Tocantins 8,0 6,0 9,8 20,6 37,1 67,5 51,1 Nordeste 20,2 14,2 17,9 25,5 42,6 56,4 27,2 Maranh\u00e3o 29,6 17,0 21,6 32,8 47,6 37,8 43,8 Piau\u00ed 31,1 22,1 21,9 28,5 54,2 16,2 26,2 Cear\u00e1 22,7 16,3 19,3 29,1 44,9 27,2 38,3 R. G. do Norte 15,8 10,8 19,3 25,2 38,4 26,3 Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano 19,8 Para\u00edba 18,9 15,7 19,8 27,9 44,2 40,8 40,4 Pernambuco 17,7 11,8 15,1 22,5 39,5 39,3 45,7 Alagoas 30,0 25,2 26,3 30,7 52,8 25,1 Sergipe 13,6 13,1 15,2 24,1 38,3 Bahia 13,5 9,5 14,4 20,6 37,8 Sudeste 2,0 1,8 2,9 5,7 13,4 Minas Gerais 3,0 2,7 4,4 9,1 21,4 Esp\u00edrito Santo 4,2 3,5 4,1 10,5 25,7 Rio de Janeiro 2,2 1,6 2,9 4,3 8,8 S\u00e3o Paulo 1,3 1,3 2,2 4,4 10,9 Sul 1,7 2,0 3,3 5,7 13,7 Paran\u00e1 2,1 2,4 3,6 8,1 18,9 Santa Catarina 1,0 1,3 3,1 3,9 11,7 R. G. do Sul 1,6 2,0 3,2 4,5 10,4 Centro-Oeste 2,8 2,5 4,4 9,1 21,7 M. G. do Sul 2,7 3,4 5,3 9,5 21,3 Mato Grosso 2,4 2,5 4,3 10,3 24,4 Goi\u00e1s 3,8 2,7 4,4 9,8 24,2 Distrito Federal 0,7 1,0 3,6 5,2 12,1 Nota: Exclusive popula\u00e7\u00e3o rural de Rond\u00f4nia, Acre, Amazonas, Roraima, Par\u00e1 e Amap\u00e1. 147 Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostras de Domic\u00edlios (PNAD 2001). Analfabetismo. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/web.inep.gov.br\/estatisticas\/analfabetismo\/default.htm>. Acesso em: 10 jul. 2010.","1.\t Localize sua regi\u00e3o e seu estado na tabela anterior. a. Qual a taxa de analfabetismo de sua regi\u00e3o? E de seu estado? b. Encontre na tabela qual a taxa de analfabetismo correspondente \u00e0 sua faixa et\u00e1ria. c. Voc\u00ea conhece pessoas analfabetas? Por que n\u00e3o estudaram? d. Em sua opini\u00e3o, o que poderia ser feito para erradicar o analfabetismo? Na tabela a seguir voc\u00ea ver\u00e1 a taxa de escolaridade de jovens de 15 a 17 anos, entre 1992 e 2009. Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Tabela 4 - Taxa de escolariza\u00e7\u00e3o das pessoas de 15 a 17 anos de idade , por Grandes Regi\u00f5es - 1992 \/ 2009 Taxa de escolariza\u00e7\u00e3o das pessoas de 15 a 17 anos de idade (%) Ano Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro - (1) urbana Oeste 1992 59,7 72,4 56,3 63,2 52,4 61,6 1993 61,9 71,5 59,1 65,5 55,1 62,0 1995 66,6 74,9 63,3 70,5 59,7 66,2 1996 69,5 77,7 65,5 72,3 66,0 71,5 1997 73,3 75,9 69,3 77,4 70,4 71,1 1998 76,5 79,2 72,5 80,1 74,3 74,8 1999 78,5 80,4 76,7 81,0 75,2 77,8 2001 81,1 80,2 79,2 83,6 78,9 80,2 2002 81,5 81,9 80,0 83,8 78,8 80,3 2003 82,3 81,0 80,0 84,5 81,6 82,9 2004 82,1 81,9 78,9 85,4 81,7 79,9 2005 82,0 81,3 79,3 84,6 80,7 81,9 2006 82,5 83,1 79,6 85,1 80,7 83,0 2007 82,3 82,1 80,8 84,3 80,7 81,7 2008 84,3 83,4 82,8 86,5 82,4 83,4 148 2009 85,3 85,4 84,0 87,8 82,9 83,3","2.\t Comparando os dados apresentados na tabela sobre a taxa de escolaridade, podemos Linguagem: Conex\u00e3o com o mundo \/ 7o ano concluir que do ano de 1992 ao ano de 2009 houve um aumento significativo do n\u00famero de jovens com acesso \u00e0 escola. Que fatores teriam contribu\u00eddo para esse crescimento? 3.\t Percentualmente, qual foi a m\u00e9dia de crescimento do ano de 1992 at\u00e9 2009? Pe\u00e7a ajuda ao(\u00e0) seu(sua) professor(a) de Matem\u00e1tica. 4.\t Em sua opini\u00e3o, o que poderia ser feito para que todos os jovens tivessem acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o. 5.\t O mapa a seguir apresenta a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade no ano de 2019. a. Qual a regi\u00e3o com mais analfabetos? b. O que justificaria a diferen\u00e7a entre a regi\u00e3o com mais analfabetos e regi\u00e3o com o menor n\u00famero? Taxa de analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais de idade (2019) 149","Cole\u00e7\u00e3o Linguagem: A arte da reflex\u00e3o Situando-me Voc\u00ea j\u00e1 ouviu falar em chimarr\u00e3o? O h\u00e1bito de tomar chimarr\u00e3o (ou mate) \u00e9 heran\u00e7a ind\u00edgena. Abrange o Sul do Brasil, al\u00e9m da Argentina, do Paraguai, do Uruguai, da Bol\u00edvia e do Chile. Para fazer um chimarr\u00e3o, precisa-se de cuia, bomba, erva- -mate e \u00e1gua quente. Chimarr\u00e3o: gauchismo e chimarr\u00e3o H\u00e1 algumas semanas esteve em Porto Alegre o professor norte-americano Clifford Landers, gran- de divulgador da literatura brasileira nos Estados Unidos e tradutor de, entre outros, Rubem Fonseca e Jo\u00e3o Ubaldo. Num domingo pela manh\u00e3, levei-o a conhecer Porto Alegre. Terminamos no brique da Reden\u00e7\u00e3o, onde ele ficou maravilhado com o mo- vimento e, sobretudo, com o n\u00famero de pessoas tomando chimarr\u00e3o. Disso podemos nos orgulhar. O McDonald\u2019s est\u00e1 em todo o mundo, a Coca-Cola tamb\u00e9m, mas o chimarr\u00e3o continua sendo autenticamente ga\u00facho. A pergunta \u00e9: por qu\u00ea? Por que n\u00e3o aconteceu com a erva-mate o mesmo que com o caf\u00e9 e o ta- baco, transformados em \u201ccommodities\u201d globais? Exatamente por isso, porque o chimarr\u00e3o n\u00e3o \u00e9 c\u00f4modo. A t\u00e9rmica dispensa o fogo e o trempe, mas, de qualquer modo, preparar a infus\u00e3o continua requerendo elaborado ritual, muito mais elaborado do que extrair um cigarro do ma\u00e7o e acend\u00ea-lo. N\u00e3o houve maneira de industrializar o chimarr\u00e3o como foi feito com o caf\u00e9, com o cacau, com o tabaco e at\u00e9 mesmo com a coca\u00edna. Sim, h\u00e1 o ch\u00e1 de mate, e \u00e9 uma bebida agra- d\u00e1vel, mas \u00e9 uma coisa bem diferente. A cultura do chimarr\u00e3o \u00e9 uma cultura artesanal. Mais do que isso, ela n\u00e3o est\u00e1 as- sociada a nenhum dos valores da sociedade competitiva, de consumo. 150"]
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