7 Geografias do Brasil Coleção Investigação e Reflexão 2a edição Ana Lúcia Taborda Beckert Willian Marques Pauli Livro Digital Florianópolis, 2023.
COLEÇÃO INVESTIGAÇÃO E REFLEXÃO Copyright © 2017, by Editora Sophos Ltda. Editora Sophos Rua Cristóvão Nunes Pires, 161 / Centro www.editorasophos.com.br 88010-120 / Florianópolis / SC E-mail: [email protected] Fone: (48) 3222-8826 e 3025-2909 Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB - 14/071 B396g Beckert, Ana Lúcia Taborda Geografia: nosso espaço geográfico / Ana Lúcia Taborda Coleção Investigação e Reflexão Beckert, Willian Marques Pauli. – Florianópolis : Sophos, 2009. 272 p. : il. – (Coleção Investigação e Reflexão; 6o ano) SER: Sistema de Ensino Reflexivo ISBN: 978-85-85913-69-4 1. Geografia – Estudo e ensino. I. Pauli, Willian Marques. II. Título CDU: 91:37 FICHA TÉCNICA Supervisão Editorial Gígi Anne Horbatiuk Sedor Edição Silvio Wonsovicz Rodrigo dos Passos Colaborador Hatsi Rio Apa Pesquisa iconográfica e Ilustração Isabel Maria Barreiros Luclktenberg FK Estudio Revisão Projeto gráfico e diagramação 2023 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônicos ou mecânico, incluindo fotocópias e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora.
Conheça o seu livro Geografias do Brasil / 7o ano MOTIVANDO A PENSAR Abre todos os capítulos da coleção Dialogando com a História e representa uma “primeira conversa” sobre um determinado tema. Serve de “aquecimento” para um debate mais amplo e qualificado. PROBLEMATIZANDO São questões propostas em torno do assunto em foco com o objetivo de levar você a pensar criticamen- te e considerar os seus diversos aspectos, atentando para os desdobramentos econômicos, políticos e so- ciais dos acontecimentos históricos e alcançando um maior domínio da complexidade que os caracteriza. COLOCANDO A MÃO NA MASSA Este é o momento culminante de cada capítulo; po- deríamos dizer que é a etapa mais empírica do processo de aprendizagem, em que professores e estudantes, li- teralmente, colocam a mão na massa. Tal proposta po- derá ser concretizada em feiras de ciências, saídas de campo (visitas orientadas a museus, sítios arqueológi- cos, arquivos históricos, comunidades indígenas e qui- lombolas etc.). Em determinadas situações, estudantes e professores poderão fazer intercâmbios com outras escolas da rede de ensino, promovendo um debate mais consistente.
Coleção Investigação e Reflexão LINKS COM OUTRAS DISCIPLINAS Traçam relações do tema em estudo com aborda- gens do mesmo assunto sob o enfoque de outras disci- plinas; podem conter questões para pesquisa em outra área do conhecimento ou mais informações produzidas pela investigação dos profissionais de outras especiali- dades. O objetivo é que você desenvolva uma visão in- terdisciplinar do conhecimento. CONECTANDO COM O MUNDO Aqui é fundamental o exercício de intertextuali- dade, em que você, com o auxílio do(a) professor(a), buscará novas fontes de pesquisa sobre o tema es- tudado e realizará um “confronto de ideias”. As fontes de pesquisa poderão ser retiradas de sites da Inter- net, registros musicais, livros paradidáticos etc. EXERCÍCIOS NoLorem ipsum dolor sit amet, consectetuer adipis- cing elit, sed diam nonummy nibh euismod tincidunt ut laoreet dolore magna aliquam erat volutpat. Ut wisi enim ad minim veniam, quis nostrud exerci tation ullamcorper
Apresentação Geografias do Brasil / 7o ano Gígi Anne Horbatiuk Sedor1 As Reflexivo – S.E.R. Coleções dos livros Didático-Reflexivos do Sistema de Ensino apresentam os conteúdos das diversas disciplinas em uma abor- dagem dinâmica, interdisciplinar, propiciando o desenvolvimento de uma vi- são crítica e ampla dos temas estudados. Objetivamos que tanto os conteúdos quanto as atividades propostas desloquem o olhar dos estudantes do ponto de vista acostumado, habitual, do senso comum, por meio do estudo ativo, investigador, movido pela curiosi- dade a respeito do mundo, estudo em que experiência vívida e embasamento teórico apresentem-se imbricados. Mais que um conjunto de respostas pron- tas, fechadas, queremos que o estudante apreenda a arte da pergunta diante do conhecimento que lhe é oferecido, que possa aprender a aprender e que tenha domínio do processo de produção de novos conhecimentos. Temos, para além do comprometimento com o desenvolvimento cogni- tivo dos estudantes, um comprometimento com a sua formação ética e polí- tica, com a preparação para o exercício da cidadania, com o aprimoramento do poder pessoal do cidadão que está, por sua vez, intrinsecamente ligado ao acesso à informação e ao preparo para julgar sua relevância e confiabilidade, ao pensar autônomo e crítico. Exercer o papel de sujeitos críticos exige a competência da compreen- são, que está vinculada ao saber escutar, observar, pensar e ao saber comu- nicar-se com o outro, dialogar. Compreender a si mesmo, ao mundo, ao outro e às interações entre esses e ser capaz de usar as diversas formas de lingua- gem são fundamentais para sermos cidadãos. Pensar, compreender e aprender autonomamente nos permite estar pre- parados para mudanças, para o imprevisto, para o novo, para a interação e a contextualização. Como veem, nosso material didático convida professores e estudantes a mudarem de perspectiva em relação ao processo de aprendizagem, passan- do de uma pedagogia da dependência para uma pedagogia da autonomia. 1. Graduada em Filosofia e Mestra em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Coordenadora Pedagógica do S.E.R., Sistema de Ensino Reflexivo.
Coleção Investigação e Reflexão Cabem ao professor no Ensino Reflexivo as tarefas de criar, organizar e co- ordenar dinamicamente as atividades, estimulando a elaboração de conhe- cimento por parte dos alunos e o desenvolvimento da autoconfiança desses em suas competências, favorecendo seu processo de humanização, de cres- cimento pessoal e de socialização. Esse posicionamento pedagógico nos parece promissor porque estudantes envolvidos nessa proposta tendem a: diminuir a dependência da ação do professor; “demonstrar maior grau de autodeterminação e de consciência crítica; “apresentar maior capacidade de resposta perante diferentes situações; “expressar o prazer alcançado com a percepção do próprio progresso; “desenvolver o espírito científico e o gosto pela criatividade; “passar a delinear os próprios objetivos como sujeitos do pro- cesso de aprendizagem; e “organizar Comunidades de Aprendizagem Investigativa para a pesquisa de soluções para os problemas propostos. Professores, estudantes e pais reunidos em um projeto de Ensino Reflexi- vo podem modificar paradigmas do conhecimento, éticos, políticos e econô- micos, influindo no curso dos acontecimentos. Podem modificar os homens e os modos de fazer a vida. Este é o poder que provém da reflexão, da compre- ensão, da organização do pensamento e da imaginação humana. Desejamos um bom trabalho a todos! Que frutifique! Coordenação Pedagógica do S.E.R.
Dialogando com Geografias do Brasil / 7o ano o(a) estudante Ana Lúcia Taborda Beckert 1 Eloísa Barreto Klein 2 Querido aluno, o primeiro passo para aprender é a curiosidade e certa- mente você está curioso para saber o que vai encontrar neste livro! Com a curiosidade vem a vontade de conhecer mais e ir em busca da liberdade! Antes de começarmos, pare e pense um pouquinho em quantas vezes você já desenhou um mapa! Pensou? Assim faziam os conquistadores há vários séculos, quando conheciam muito pouco do mundo em que vivemos... Qual é o seu mundo? Qual é o mun- do que você quer ter? Isto é a Geografia! A descoberta de um mundo novo a cada dia! O segundo passo para aprender é a observação, a observação do espa- ço geográfico. Pronto: curiosidade e observação! É só o que você precisa para embar- car conosco nesta aventura do conhecimento! Nesta coleção você encontrará tudo para despertar a sua curiosidade, especialmente porque os temas das diversas disciplinas interagem com a Geografia. Movimente as páginas e comece a viagem! As autoras 1. Licenciada e bacharel em Geografia pela UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina. Professora de Geografia da Rede Pública Municipal, no município de São Bento do Sul, em Santa Catarina. 2 Licenciada em Estudo Sociais pela PUC/RS em História pela UNOESC/SC, especialista em Educação e Meio Ambiente pela UDESC e mestranda em Geografia pela UFSC/CFH. Professora de Geografia e História da Rede Pública Estadual de Santa Catarina.
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SUMÁRIO UNIDADE 1 Capítulo 1 - O Brasil no mundo 11 Geografias do Brasil / 7o ano 19 Título da Capítulo 2 - Diferentes formas de regionalização do Unidade Brasil 37 Capítulo 3 - Domínios morfoclimáticos: como a loca- lização física influencia a distribuição da população e o desenvolvimento da eco- nomia do Brasil UNIDADE 2 Capítulo 4 - A diversidade cultural na formação do 53 Brasil 70 Título da Unidade Capítulo 5 - A unidade nacional e a diversidade da formação da população brasileira UNIDADE 3 Capítulo 6 - Como a população brasileira se movi- Título da menta hoje? 86 Unidade Capítulo 7 - Atividades econômicas: os seres humanos e o meio ambiente no Brasil 105
Unidade 1 O sujeito e seu lugar no mundo
Capítulo 1 Geografias do Brasil / 7o ano O Brasil no Mundo MOTIVANDO A PENSAR O Brasil é o quinto maior país do mundo em extensão territorial e um dos maiores também em número de habitantes. É um gigante se comparado a maioria das demais nações do mundo. Seu tamanho proporciona uma enorme diversidade de paisagens. Temos áreas cobertas com uma das maiores flores- tas do planeta, outros que vivem na iminência de um processo de desertifica- ção e locais que no inverno são atingidos por temperaturas negativas e neve. Somos, portanto, um país bastante diversificado. Internacionalmente, sobretudo nos países mais desenvolvidos, ainda per- siste uma visão equivocada que o Brasil não possui uma diversidade em diver- sos aspectos. Não somos apenas uma grande floresta. Temos grandes áreas urbanizadas e pujança em diversos setores econômicos. Os brasileiros são formados por um longo processo de miscigenação en- tre os diversos povos indígenas, que já viviam nessa região antes da chegada dos portugueses, com os europeus, africanos e asiáticos. Quando os portugueses desembarcaram aqui no ano de 1500, esse terri- tório era ocupado pelos povos indígenas. Portanto, é fundamental alertarmos que Portugal não descobriu o Brasil. Eles ocuparam as terras e expulsaram os povos que já os habitavam. E tais movimentos geralmente foram carregados de violência e mortes em massa. Não existia Brasil em 1500. Nessa época, os limites atuais do território bra- sileiro não existiam. Até o século XIX a área dominada pelos portugueses foi sendo expandida, incorporando e por vezes perdendo áreas que são hoje de nosso país. Em 1822 o Brasil se declarou independente, e deixou de ser coman- dado pelos portugueses. Nesse período, por exemplo, o Uruguai fazia parte do território brasileiro. No início do século XX o estado do Acre ainda pertencia à Bolívia. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse processo que deu origem ao território e a população brasileira.
Coleção Investigação e Reflexão APROFUNDANDO O PENSAR Teremos a companhia durante os estudos nesse livro KAMI YAMAKI URIHIPË do 7o ano do geógrafo Aziz Nacib Ab’Saber. Um profundo (Nossa terra-floresta, em Yanomami) conhecedor das características naturais do Brasil e de como as A fronteira é a floresta, imensa e sem limites. ações humanas impactam em Não se distingue território do Brasil ou território seu meio ambiente. Ele ajudou da Venezuela. Não existe índio brasileiro nem índio gerações de estudiosos da venezuelano... existe índio, filho da floresta. geografia a entenderem como a interação entre os elementos da Os índios Yanomami habitam o Brasil (Amazonas natureza regionalizam e carac- e Roraima) e a Venezuela, e a presença desse povo terizam o Brasil. Suas ideias irão nessa região da Floresta Amazônica garante prote- nos ajudar a entender melhor ção à biodiversidade amazônica, embora existam nosso país. Acesse o livro digital inúmeros conflitos por posse dessas terras, ricas e conheça a história desse im- também em outros recursos naturais, como pedras portante geógrafo. e metais preciosos. VOCÊ SABIA? O território ocupado pelas tribos Yanomami, na atualidade, cobre uma área de aproximadamente 192 O Pico da Neblina mil quilômetros quadrados povoada por 15 mil pes- (ponto mais alto no relevo soas no lado brasileiro (distribuídas em 255 aldeias) brasileiro) está localizado e 12 mil pessoas no lado venezuelano (segundo dentro da área da terra dados da Fundação Nacional de Saúde – Funasa indígena Yanomami e do referentes ao Brasil em 2006). Parque Nacional do Pico da Neblina. A terra indígena Yanomami, no Brasil, é coberta por áreas ainda preservadas de floresta amazônica, concentradas em regiões muito íngremes – espe- cialmente nos trechos próximos às Serras Parima e Pacaraima – onde também está concentrada a maior parte das aldeias Yanomami. Talvez por essa localização de difícil acesso, o contato com a so- ciedade nacional tenha ocorrido bem recentemente, o que não livrou, contudo, esse povo indígena do sofrimento provocado por uma grande invasão garimpeira entre os anos de 1987 a 1992, quando essa terra indígena brasileira foi homologada como reserva indígena por decreto presidencial, em 25 de maio de 1992. Mesmo com as dificuldades encontradas no território Yanomami, as aldeias comunicam-se, desenvolvendo relações de prática econômica, matrimonial, ritual ou de rivalidade. Quanto ao solo dessa área de florestas, como é comum em solos de regiões de clima equatorial, 12
é pobre em minerais e inadequado à agricultura LINK COM LÍNGUA Geografias do Brasil / 7o ano intensiva. PORTUGUESA Segundo a linguagem dos Yanomami, a palavra Pesquise com o(a) profes- ipa urihi significa “minha terra”, e a yanomae thëpë sor(a) de Língua Portuguesa qual urihipë, a “floresta dos seres humanos”. Esta é a o significado do etnônimo (adjetivo mata herdada dos antepassados para que os povos pátrio ou gentílico) “Yanomami”. Yanomami vivam geração após geração; é o local vivo e essencial à vida pelo qual têm respeito e de LINK COM HISTÓRIA onde podem extrair os recursos para sua sobrevi- vência. O povo Yanomami atribui sua origem a um encontro Mais recentemente, no início de 2023 foi cons- amoroso da entidade Omama tatado uma catástrofe humanitária sobre a terra com a filha do monstro aquático indígena Yanomami. O garimpo ilegal que tomou Tëpërësiki. Segundo esses in- conta da região levou doenças e a contaminação dígenas, a criatura que nasceu da água com metais pesados. A fome, desnutrição dessa união, que não é nem e doenças mataram centenas de crianças e adultos. humana nem divina, é respon- sável por criar as regras da Na visão do líder Yanomami Davi Kopenawá Ya- sociedade e da cultura desse nomami, povo que vive hoje. Que tal pesquisar junto com seu(sua) A terra-floresta só pode morrer se for des- professor(a) de História um truída pelos brancos. Então, os riachos sumirão, pouco mais a origem dos Ya- a terra ficará friável, as árvores secarão, e as nomami? pedras das montanhas racharão com o calor. Os espíritos xapiripë, que moram nas serras e Continente Americano ficam brincando na floresta, acabarão fugindo. Seus pais, os xamãs, não poderão mais chamá- 13 -los para nos proteger. A terra-floresta se tornará seca e vazia. Os xamãs não poderão mais deter as fumaças-epidemias e os seres maléficos que nos adoecem. Assim, todos morrerão. Fonte: Adaptado de: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Kami yamaki urihipë, nossa terra-floresta. Disponível em: <http://pib.socioambiental.org/pt/povo/yanomami>. Acesso em: 23 abr. 2010. Considerando-se os pontos de vista histórico e socioeconômico, o continente americano pode ser dividido em América Latina e América Anglo-Saxô- nica, como mostra o mapa ao lado, portanto com- preender a geografia do Brasil significa analisar os processos históricos que levaram nosso país à configuração socioeconômica apresentada hoje. Mas, afinal, como se formou o território brasileiro? Localizado na porção sul do continente ameri- cano, o Brasil se apresenta como um território imen- so, cheio de contrastes físicos e sociais; é o quinto maior país em extensão territorial, resultado de um longo processo de conquistas territoriais iniciado oficialmente pelos portugueses a partir do século XVI. É preciso lembrar que, à época da ocupação do Brasil, já viviam no território que seria explora-
Coleção Investigação e Reflexão do como posse de Portugal milhares de pessoas, PROBLEMATIZANDO distribuídas entre diversos povos diferentes. Os in- dígenas, como eram chamados pelos europeus, no Quem somos nós brasi- entanto, tinham um modo de vida particular que foi leiros? Falamos a língua portu- perversamente ignorado pelos colonizadores. guesa de um jeito único, somos conhecidos no mundo por ser- O BRASIL DE HOJE COMEÇOU mos o País do Carnaval e do Futebol, somos considerados A SURGIR HÁ MUITO TEMPO... ‘felizes’ por nos alimentarmos com feijão e arroz – combinação O Tratado de Tordesilhas, acordo firmado em rica em nutrientes que espanta sete de junho de 1494 entre Portugal e Espanha, o mau humor –, constituímos determinava uma divisão de terras a oeste da Eu- uma diversidade cultural mui- ropa que limitava a expansão territorial de Portugal. to grande que simboliza todos Assim, todos os territórios localizados além da de- os povos que já habitaram este marcação de 370 léguas a oeste da Ilha de Antão, território. ‘Nós’ somos o povo do no Arquipélago do Cabo, pertenceriam à Espanha Brasil! Qual será, porém, o ‘nosso a partir da linha imaginária. Mesmo que houvesse espaço’ na sociedade? esse limite do que pertenceria a um país e a outro, a região de domínio de Portugal era um território Ora, pois! muito grande. Era necessário protegê-lo da ação Chegamos atrasados! de outros conquistadores europeus, inclusive dos espanhóis. Franceses e espanhóis enchiam suas em- barcações de pau-brasil, jacarandá e outras ma- deiras de lei, além de pimentas-de-cheiro, animais de boa pele, papagaios, araras, macacos e, até mesmo, índios! Estava na hora de o reino de Portugal tomar uma atitude: povoar ou perder as terras do Brasil. Só havia uma maneira de garantir a fixação de pessoas à terra: plantar. Fonte: RODRIGUES, Rosicler Martins. Cidades brasileiras: o passado e o presente. In: PROJE- TO Araribá. 6a série. São Paulo: Moderna, 2006. p. 14. Au revoir! 14
O período colonial brasileiro foi muito longo: No seu livro digital, Geografias do Brasil / 7o ano durou de 1500 até 1822! A partir do ano de 1532, em pesquisas, o profes- foi instalado no Brasil o sistema de capitanias sor Aziz Ab’SaBER quer hereditárias. As determinações acordadas no te ajudar a entender mais Tratado de Tordesilhas foram ficando esqueci- sobre esse assunto. das e, assim, Portugal foi avançando lentamente sobre os territórios de domínio espanhol. VOCÊ SABIA? Durante esse processo de expansão portu- As capitanias eram guesa, foram necessários muitos trabalhadores, chamadas hereditárias especialmente porque os donatários das capi- porque os donatários (do- tanias hereditárias tinham interesse em fazer nos das terras) podiam com que suas terras gerassem lucros, o que passar sua posse aos ocorreu inicialmente por meio do cultivo da ca- seus herdeiros, manten- na-de-açúcar. do-as sob poder familiar por muitos e muitos anos. A primeira tentativa de recrutar trabalhado- Os primeiros donos eram res se deu por meio da ação dos jesuítas, que pessoas ligadas à Coroa fundaram povoamentos e dominaram muitos in- Portuguesa e possuí- dígenas através da catequização. Uma segunda am muitos bens, ou seja, tentativa ocorreu pela ação dos bandeirantes eram pessoas abastadas. vicentistas, que partiam da Capitania de São Vicente com a função de capturar índios para PROBLEMATIZANDO trabalharem como escravos. Com isso, muitos povos indígenas foram perseguidos, escraviza- Como o processo de divisão dos e mortos, o que causou uma redução muito de terras à época do povoamento grande dessa população em nosso país. do Brasil (capitanias hereditárias) contribuiu para ocasionar a crise APROFUNDANDO O PENSAR no sistema agrário de nosso país e aumentar ainda mais a desi- COMO ENCONTRAR O BRASIL? gualdade social? Se observarmos com atenção, iremos per- ceber que o Brasil está localizado no continen- te americano totalmente a oeste do Meridiano de Greenwich. A Linha do Equador passa pelo Extremo Norte de nosso país, portanto a maior parte dele pertence ao sul e uma pequena parte ao hemisfério norte. Além da Linha do Equador, há mais um importante paralelo que atravessa o território brasileiro: o Trópico de Capricórnio. Assim, a maior parte das terras brasileiras locali- za-se na zona térmica denominada intertropical, destacando o Brasil como um “país tropical”. 15
Vamos relembrar a localização das zonas VOCÊ SABIA? térmicas do Globo para que você compreenda melhor e possa realizar a atividade número 2 da Os jesuítas eram pa- seção Investigando e refletindo! dres representantes da Igreja Católica e faziam Coleção Investigação e Reflexão parte de uma ordem re- ligiosa fundada em 1534 por Inácio de Loyola e chamada Companhia de Jesus. Os primeiros je- suítas chegaram ao Brasil por volta do ano de 1549 numa expedição coman- dada por Tomé de Sousa. LINK COM HISTÓRIA Que tal convidar seu (sua) professor(a) e conhecerem melhor Inácio de Loyola e Tomé de Sousa? No seu livro digital, em exercícios, confira a resolução de exercícios extras sobre os conteú- dos desse capítulo. INVESTIGANDO E REFLETINDO 1. Construa uma ficha de localização com seus dados solicitados a seguir. Nome: Idade: Endereço (rua, número, complemento, bairro, município, Unidade da Federação, CEP e país): 16
2. Peça a seu(sua) professor(a) que traga para No seu livro digital, a sala de aula um mapa-múndi e juntos localizem em games, fixe de forma os paralelos que demarcam a zona térmica de- interativa esses conheci- nominada zona intertropical (entre o Trópico de mentos. Câncer, ao norte da Linha do Equador, e o Trópico de Capricórnio, ao sul da Linha do Equador). Se quiser, vocês poderão observar o mapa com as zonas térmicas no Capítulo 3. Agora responda: onde se localiza o Estado onde moramos? Onde se localiza o nosso país? 3. Limites do Brasil: Geografias do Brasil / 7o ano a. Quais países da porção sul da América apresentam limites territoriais com o Brasil con- siderando-se as direções norte, nordeste, leste, sudeste, sul, sudoeste, oeste e noroeste? b. Quais países da porção sul da América não apresentam limites territoriais com o Brasil? c. Consulte um mapa político que represente a porção sul da América e escreva quais as capitais dos países que a formam preenchendo a tabela a seguir. País Capital 17 Brasil Suriname Guiana Guiana Francesa Venezuela Colômbia Equador Peru Bolívia Chile Paraguai Argentina Uruguai
Coleção Investigação e Reflexão INVESTIGANDO E REFLETINDO Reúna-se com seus colegas e juntos montem um quebra-cabeça, em tamanho gran- de, mostrando como encontrar o mundo a partir do lugar onde vocês moram. Para isso, vocês precisarão representar o bairro dentro do município; o município dentro do estado brasileiro; o estado brasileiro dentro da região brasileira; a região brasileira dentro do Brasil; o Brasil dentro do continente americano; e o continente americano dentro do mundo! CONECTANDO COM O MUNDO Os povos indígenas que viviam no Brasil quando os portugueses chegaram aqui cos- tumavam chamar o pau-brasil (que àquela época ainda não tinha esse nome) de “ibirapi- tanga” (que significa “pau-vermelho”, devido à cor vermelha da madeira). Os portugueses, por sua vez, chamavam-no de “pau-vermelho” ou “Brasil” (por ter cor de brasa). A presen- ça marcante da ‘madeira cor de brasa’ em nossas terras inspirou a criação do nome do nosso país. Agora pesquise na Internet e descubra que outros nomes teve a nossa nação antes de se chamar Brasil. SITUANDO-ME Já percebemos, a partir de todas essas infor- mações, que o Brasil é um país rico em diversidade cultural. Isso só foi possível porque muitas pessoas de diferentes lugares do mundo estiveram aqui. Atualmente, porém, essa situação não é mais tão comum. Muitas pessoas visitam nosso país a passeio, por exemplo, mas não permanecem tanto tempo como na época da ocupação do Brasil. É mais fácil observar pessoas que vieram de outros estados brasileiros ou de outras cidades. Há em sua escola um(a) colega que tenha vindo de outra cidade ou de outro estado do Brasil? Que características tem esse(a) colega? Descende de qual etnia? É possível citar algum costume apre- sentado por ele(a) que represente o lugar de onde veio? Faça uma pesquisa informal e apresente-a à turma através de um desenho! 18
FINALIZANDO SEM FINALIZAR Observe a seguir um dos trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, Dom Manuel, quando os portugueses chegaram ao Brasil. [...] E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até No seu livro digital, Geografias do Brasil / 7o ano que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, em resumo com o Autor, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos confira os principais con- diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quanti- ceitos desse capítulo. dade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, as- sim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos. Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primei- ramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal – e à terra – a Terra da Vera Cruz. Mandou lançar o prumo. Acharam vinte e cinco braças; e ao sol posto, obra de seis léguas da terra, surgimos âncoras, em dezenove braças – ancoragem limpa. Ali permanecemos toda aquela noite. E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos em direitos à terra, indo os navios pequenos diante, por dezessete, dezesseis, quinze, catorze, treze, doze, dez e nove braças, até meia légua da terra, onde todos lançamos âncoras em frente à boca de um rio. E chegaríamos a esta ancoragem às dez horas pouco mais ou menos [...]. Ao contar ao rei de Portugal os detalhes sobre a terra encontrada, Pero Vaz de Caminha cita pontos de referência que, mais tarde, serviriam como um marco de delimitação territorial das terras portuguesas e que hoje se parecem muito com os pontos de referência que utilizamos para delimitar o território do Brasil. A diferença é que na atualidade temos um número maior de informações para utilizarmos como pontos de referência. 19
Coleção Investigação e Reflexão Faça uma lista com os pontos de referência utilizados por Pero Vaz de Caminha para localizar a Terra de Vera Cruz! A intenção desta atividade é aguçar nosso senso de direção! Então, vamos lá! Que tal um jogo de orientação? Você lembra que no sexto ano fizemos uma atividade com um jogo de batalha-naval? Desta vez será um pouco diferente: faremos uma caça ao tesouro. Seu(sua) professor(a) irá orientá-lo(a). A primeira coisa a fazer é uma divisão dos alunos de sua classe em grupos de quatro integrantes ou numa quantidade suficiente para que haja, para cada grade, dois grupos jogando. Em seguida, os grupos deverão criar charadas, num número igual para todos os grupos e estipulado pelo(a) professor(a) (10 ou 15 charadas, por exemplo), com as coordenadas geográficas e os pontos cardeais e colaterais, que deverão ser passados para o(a) pro- fessor(a), pois ele(ela) fará a correção e a verificação das charadas e das respostas ao final do jogo para saber quais grupos chegaram à localização final escolhida pelos grupos adversários. Agora é preciso encontrar um espaço grande, como a quadra ou o pátio da escola, porque você e seus colegas precisarão desenhar grades gigantes, como as grades do jogo de batalha-naval, indicando corretamente a Linha do Equador e o Meridiano de Greenwich e as variações em graus (90o para o norte, 90o para o sul, 180o para o leste e 180o para o oeste). Cada grade desenhada servirá como base para o jogo de dois grupos, de modo que todos os alunos da classe vão jogar simultaneamente. Para saber qual dos grupos inicia o jogo em cada uma das grades, pode ser tirado par ou ímpar e, assim, vai se alternando a participação de um integrante de cada grupo até o término das charadas. 20
Capítulo 2 Geografias do Brasil / 7o ano Diferentes formas de regionalização do Brasil MOTIVANDO A PENSAR O QUE É REGIÃO? O termo “região” é amplamente utilizado no nosso dia a dia para classificar os locais em que transitamos. Isso auxilia na localização e no deslocamento das pessoas em uma cidade ou um bairro, por exemplo. Região também pode ser simplesmente uma divisão de ruas ou bairros elaborada por seus habitantes. Regionalizar possui ainda um significado mais amplo. A região geográfica é formada pela observação de características que diferenciam um local de outro. Ela surge a partir de um criterioso processo de classificação dessas características do espaço. Meio de transporte em Caraúbas do Piauí, PI. Transporte na cidade de São Paulo, SP. A interação do homem com a natureza ocorre de maneira diversificada, construindo diferentes formas de organização do espaço geográfico. A própria natureza possui diferentes características, criando uma grande variedade de formas naturais que cobrem o planeta.
Eu moro na área Eu moro em uma rural, na região serrana do região urbana, de uma Rio Grande do Sul. Aqui o rele- cidade do estado de São Paulo. vo é acidentado e ondulado, fica É uma região de relevo ondulado, próximo aos cânions de Aparados da clima chuvoso e quente e ar bas- Serra. Aqui é uma região de campos tante poluído. É um lugar muito ocu- de altitude e mata de araucárias, há pado, agitado e populoso, cortado por muitas fazendas de criação de gado e rodovias, canais e até trens. Há áreas plantações. Como é uma região mui- residenciais, em bairros mais afasta- to fria no inverno, é preciso estar dos, e áreas comerciais, na região sempre bem agasalhado, até central da cidade, onde vou de quando vou para a escola ônibus para chegar ao meu de bicicleta! colégio. Coleção Investigação e Reflexão Podemos classificar o espaço através da análise de como os elementos da natureza se distribuem e da identificação das regiões a partir disso. Assim, elementos como clima, vegetação, relevo, solo e hidrografia podem ser classificados, regionalizados. Animais mortos pela falta de água. Enchentes no Vale do Itajaí, SC, em 2008. 22
A sociedade também é diversificada. Os povos interagem de distintas formas com a natureza, possuem tecnologias mais ou menos avançadas e são formados culturalmente por etnias e histórias diferentes. Sem variedade, não há região. Dessa forma, regiões tam- bém surgem por meio da organização da sociedade. O avanço tecnológico desigual, por exemplo, em diferentes países gera regiões mais avançadas tecnologicamente e outras menos. Agricultura familiar no Espírito Santo, em 2008. Agronegócio em Rondonópolis, MT, em 2009. Geografias do Brasil / 7o ano A história e a cultura dos povos diversificam também a relação da sociedade com a natureza. Descendentes de alemães comemoram a Oktoberfest Índios se preparam para a cerimônia do Kuarup, na em 2007, em Santa Cruz do Sul, RS. região do Alto Xingu, MT. Uma região se forma pela soma de características comuns ao longo do espaço geo- gráfico, e essas semelhanças podem ser as mais variadas. Numa mesma cidade, pode- mos ter áreas montanhosas e planas, industrializadas ou agrícolas, podendo uma mesma parte do espaço pertencer a diferentes regiões: um bairro pode ser montanhoso, indus- trializado e úmido, por exemplo. Observe a imagem a seguir. 23
Coleção Investigação e Reflexão EXEMPLOS DE REGIÕES EXISTENTES EM UMA MESMA ÁREA Uma região monta- nhosa detém relevo aci- dentado e maior altitude. O cinturão verde com- preende uma região afas- tada das áreas centrais da cidade, onde é produzida boa parte dos alimentos e recursos consumidos por seus habitantes. Ele abriga os mananciais para abastecimento de água, estabiliza o clima, auxilia a recuperação atmosférica filtrando o ar poluído, man- tém a segurança alimentar, abriga biodiversidade etc. A região rural é menos densamente povoada, é onde se realiza a maior parte das atividades agro- pecuárias para produção de alimentos e outros re- cursos. A região industrial é formada pela aglomera- ção de indústrias e nor- malmente está mais afas- tada da região central. É onde são fabricados os bens de consumo. Na região comercial da cidade se aglomeram A região residencial é o shoppings, lojas variadas e outros empreendimentos espaço mais densamente para prestação de serviço e comercialização. ocupado por habitações. 24
Uma região degradada A foz de um rio é a A região litorânea pode ser resultado do mau região onde ele encontra marca a proximidade uso do solo pela atividade o oceano ou deságua em com o oceano ou o mar, humana. outro rio. onde a atividade portuá- ria e a pesqueira podem ser desenvolvidas. A região metropoli- Geografias do Brasil / 7o ano tana é um grande centro A periferia marca as regiões mais afastadas do centro da populacional que pode cidade. Em alguns lugares, é uma região habitada pela parcela compreender uma cidade mais pobre da população e pode apresentar pior infraestrutura. central, ou uma metrópo- le, e as suas zonas adja- centes de influência, in- cluindo cidades-satélites e áreas conurbadas. Na região central da cidade normalmente há aglomeração de prédios e maior densidade po- pulacional. Nela podem ser verificadas atividades administrativas e comer- ciais variadas. PROBLEMATIZANDO O que são regiões geo- gráficas? Como surgem? Podemos identificá-las na nossa cidade? No livro digital, em pesquisas, o professor Aziz Ab’SaBER quer te ajudar a entender mais sobre esse assunto. 25
Coleção Investigação e Reflexão REGIÃO DOS ASPECTOS Uma área pode ser classificada de muitas maneiras, dependendo do aspecto abordado. Por exemplo: em função de suas características de relevo e de hidrografia, ou estrutura rodoviária, ou mesmo em função de aspectos políticos, como é mostrado abaixo. Região da Ilha de Santa Catarina, Grande Florianópolis e redondezas. Mapa político dos municípios abrangidos na região em destaque. Mapa planialtimétrico de regiões Imagem de satélite de regiões Mapa rodoviário das principais com maiores e menores altitudes urbanizadas e ocupadas (em rodovias, cidades e bairros e do e características hidrográficas. rosa) e áreas com vegetação perímetro urbano da Grande (verde). Florianópolis. Dentro de uma área também pode haver regiões com características distintas, como a ocorrência de áreas urbanizadas e áreas não urbanizadas. Observe mais atentamente as imagens a seguir: 26
Região urbanizada (Grande Florianópolis). Região da Ilha de Santa Catarina, Grande Regiões urbanizadas e ocupadas (em Região não Geografias do Brasil / 7o ano Florianópolis e redondezas. rosa) e áreas com vegetação (verde). urbanizada (Parque Esta- dual da Serra do Tabuleiro). INVESTIGANDO E REFLETINDO Com ajuda do Google Earth amplie e observe as principais características da sua cidade. Localize sua casa, rua, escola, bairro ou comunidade. Identifique locais conhecidos de sua cidade ou região. Identifique e registre em seu caderno uma lista com pelo menos 10 áreas diferentes. Para isso você preci- sa buscar por características diferentes, aspectos que diferen- ciam os locais: áreas cobertas por florestas, altamente urba- nizadas, com plantações, montanhosas, industrializadas, entre outras. Seu desafio é regionalizar a sua cidade. APROFUNDANDO O PENSAR LINK COM MATEMÁTICA O PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO Você já ouviu alguém cha- DO BRASIL mar a Terra de Planeta Azul? En- xergamos o Globo dessa maneira O Brasil é um país de proporções continentais, porque a maior parte da sua su- o quinto maior país do mundo em dimensão territorial perfície está submersa, ou seja, e, por isso, é bastante diversificado. coberta pelas águas dos ocea- nos. Qual a dimensão e o percen- tual da superfície da Terra que não está submersa nas águas? No livro digital, em games, fixe de forma interativa esses conhecimentos. 27
OS MAIORES PAÍSES EM EXTENSÃO DE TERRAS (KM²) 2o Canadá 1o Rússia 9.970.010 17.075.400 4o Estados 10o Argélia 3o China Unidos 2.381.741 9.536.499 9.372.614 7o Índia 3.287.782 9o Cazaquistão 2.717.300 Coleção Investigação e Reflexão 8o Argentina 5o Brasil 6o Austrália 2.780.092 8.514.876 7.682.300 A diversidade dos elementos da natureza no território brasileiro forma, por exemplo, regiões climáticas, geológicas e fitogeográficas. Essas formações são consequência de vários fatores, como a extensão e a localização do Brasil no Globo, a formação geomor- fológica, entre outros. Vitória-régia: planta aquática Araucária: conhecida também como pi- típica da Amazônia, encon- nheiro-doparaná, espécie que caracte- trada também no Pantanal riza a Mata das Araucárias ou Mata dos Mato-Grossense. Pinhais, vegetação típica das regiões de altitude no Sul e no Sudeste do Brasil. 28
Mata Atlântica: vegetação que cobria o li- Restinga: vegetação encontrada ao longo de todo o li- toral brasileiro do Nordeste ao Sul do Brasil. toral brasileiro, em regiões arenosas e que recebem in- No decorrer da história, mais de 90% da fluência das águas do Oceano Atlântico. As restingas área dessa floresta foi devastada. geralmente se formam sobre dunas próximas ao mar. O desenvolvimento econômico e o avanço tecnológico se distribuem de maneira de- Geografias do Brasil / 7o ano sigual em todo o território brasileiro, provocando disparidades econômicas e sociais. Residência em Jurerê Internacional, bairro de LINK COM CIÊNCIAS Florianópolis, SC, em 2008. Residências no Morro da Mangueira, Rio de Janeiro, RJ, As casas de taipa são em 2009. feitas de barro armado com madeira, comuns no interior do Nordeste. Esse tipo de construção foi tra- zido ao Brasil pelos portu- gueses e difundido por boa parte do território brasilei- ro. O grande problema des- se tipo de estrutura é que o vento e a chuva abrem brechas nas paredes, que passam a servir como uma nova moradia, só que para o barbeiro, transmissor da doença de Chagas. Pes- quise essa doença, seus efeitos e a quantidade de infectados nos últimos anos. 29
Modelo de casa de taipa encontrado no interior do Palafitas no estado do Pará, em 2009. Nordeste, em Serra Talhada, PE, em 2005. Coleção Investigação e Reflexão A cultura também é determinante da diversificação regional do Brasil. Nosso país era habitado apenas por povos e nações indígenas, contudo, a partir do ano de 1500, foi co- lonizado pelos europeus, principalmente pelos portugueses. Povos de dezenas de nacio- nalidades para cá vieram em busca de prosperidade; muitos para fugir de guerras ou da fome, além dos povos africanos, que foram escravizados e forçados a virem para o Brasil. Pose para foto antes da apresentação de dança típica dos LINK COM FILOSOFIA descendentes de açorianos no Espírito Santo. Vamos fazer uma pes- As escolas de samba que desfilam durante o Carnaval sur- quisa sobre o significado da giram de manifestações culturais das populações de origem escravidão? Quando surgiu? afrodescendente que viviam na periferia da cidade do Rio de O que ocorre com as pessoas Janeiro. escravizadas? Existe escravi- dão ainda hoje no Brasil? De- Ritual do Olubajé em Salvador, BA. O candomblé chegou ao pois de anotar todas as res- Brasil por meio dos escravos africanos. postas, organize um debate com seus colegas sobre o 30 valor da liberdade do indiví- duo, do exercício do livre-ar- bítrio, e a injustiça de ser ti- rado esse direito de alguém. LINK COM HISTÓRIA Converse com seu (sua) professor(a) de História e pes- quise como foi a chegada dos portugueses ao Brasil. Quais os povos que aqui viviam e o que aconteceu com eles?
VOCÊ JÁ OUVIU ESSA MÚSICA? A letra dessa música faz alusão à diversidade étnica da população brasileira, além de enaltecer grandes nomes da nossa cultura. PARATODOS Chico Buarque O meu pai era paulista Avoando de edifícios Meu avô, pernambucano Fume Ari, cheire Vinícius O meu bisavô, mineiro Beba Nelson Cavaquinho Meu tataravô, baiano Para um coração mesquinho Geografias do Brasil / 7o ano Meu maestro soberano Contra a solidão agreste Foi Antonio Brasileiro Luiz Gonzaga é tiro certo Foi Antonio Brasileiro Pixinguinha é inconteste Quem soprou esta toada Tome Noel, Cartola, Orestes Que cobri de redondilhas Caetano e João Gilberto Pra seguir minha jornada Viva Erasmo, Ben, Roberto E com a vista enevoada Gil e Hermeto, palmas para Ver o inferno e maravilhas Todos os instrumentistas Nessas tortuosas trilhas Salve Edu, Bituca, Nara A viola me redime Gal, Bethania, Rita, Clara Creia, ilustre cavalheiro Evoé, jovens à vista Contra fel, moléstia, crime O meu pai era paulista Use Dorival Caymmi Meu avô, pernambucano Vá de Jackson do Pandeiro O meu bisavô, mineiro Vi cidades, vi dinheiro Meu tataravô, baiano Bandoleiros, vi hospícios Vou na estrada há muitos anos Moças feito passarinho Sou um artista brasileiro Fonte: HOLLANDA, Chico Buarque de. ParaTodos. Intérprete: Chico Buarque. In: CHICO BUARQUE. Chico Buarque ParaTodos. Rio de Janeiro: Sony/BMG (RCA), 1993. 1 CD. Faixa 8. Em cada estado do Brasil, há um jeito diferente LINK COM LÍNGUA de pronunciar a nossa língua. Ouvindo e acompa- PORTUGUESA nhando a letra da música de Chico Buarque, você consegue imaginar a diversidade étnica e cultural Você já ouviu na televisão alguém do Brasil? Sotaques, hábitos e costumes diferentes? de outra região do Brasil falar de A quantidade de cidades e regiões distantes? um jeito diferente? O sotaque é um exemplo da diversidade linguística Reflita sobre os vários sotaques que você que encontramos de norte a sul no conhece. Brasil. Traga uma música cantada com sotaque marcante de uma região do Brasil para seus colegas ouvirem. 31
Coleção Investigação e Reflexão CONECTANDO COM O MUNDO Um conjunto de universidades brasileiras vem organizando um estudo sobre a for- mação dos sotaques da língua portuguesa em nosso país. O objetivo é construir um atlas linguístico do Brasil. Acesse <www.alib.ufba.br> e se informe. Pesquise as origens de alguns sotaques existentes no Brasil. Eles influenciam as dife- renças regionais? Troque informações com seus colegas e monte um painel sobre esse assunto na sua sala ou no colégio. Leia também um texto sobre o assunto no site da revista SuperInteressante: <http://super.abril.com.br/superarquivo/2000/conteudo_124048.shtml>. PRINCIPAIS MODELOS UTILIZADOS PARA DIVIDIR O BRASIL EM REGIÕES Atualmente o processo de regionalização do Brasil é estudado a partir de duas principais con- cepções, que dividem o Brasil em grandes regiões. A primeira delas, organizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divide o território brasileiro em cinco macrorregiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essa é a divisão oficial utilizada pelo governo brasileiro. Ela reconhece e mantém as divisões políticas entre os estados. Essa divisão vem passando por alterações desde 1940, pois, conforme a interação com a natureza e as condições sociais, políticas e econômicas sofriam alterações, a divisão regional sofria mudanças. Observe essas transformações nas imagens a seguir. EVOLUÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO BRASIL 32
Geografias do Brasil / 7o ano No livro digital, em exercícios, veja a reso- lução de exercícios ex- tras sobre os conteúdos desse capítulo. Já a segunda, proposta pelo geó- PROBLEMATIZANDO grafo Pedro Pinchas Geiger, apresenta o território brasileiro dividido em três gran- Afinal, é possível des regiões geoeconômicas: Amazônia, classificar o mesmo Nordeste e Centro-Sul. Essa divisão local de diferentes regional foi realizada por meio da obser- modos? Podemos vação do desenvolvimento desigual en- regionalizar o nosso tre as regiões do nosso país. Observe a imagem a seguir. país de maneiras distintas? 33
Coleção Investigação e Reflexão REGIÕES GEOECONÔMICAS BRASILEIRAS Região geoeconômica Centro-Sul Região geoeconômica Nordeste Região geoeconômica Amazônia Os complexos regionais, como também são conhecidas as regiões geoeconômicas, fundamentam-se basicamente no desenvolvimento econômico desigual entre as regi- ões. Para Geiger, o processo histórico de formação da economia brasileira ocorreu de maneira diferenciada entre as regiões, provocando desigualdades econômicas em todo o território. Um exemplo desse pensamento é o fato de a divisão em complexos regionais não se limitar à divisão política entre os estados, reconhecendo-se que um mesmo estado pode ser dividido e pertencer a diferentes regiões geoeconômicas, como é o caso dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Maranhão. 34
Esse raciocínio defende a ideia de que as fronteiras entre os estados não determinam o desenvolvimento econômico e de que, mesmo dentro de um estado ou município, pode haver regiões que se desenvolveram economicamente de maneira desigual. SITUANDO-ME VOCÊ SABIA? Geografias do Brasil / 7o ano Na seção Aprofundando o pensar falamos sobre Segundo o IBGE, em 2008, o o processo de regionalização do Brasil, como os rendimento médio da população elementos da natureza, o desenvolvimento eco- com 10 anos ou mais de idade nômico, o avanço tecnológico e a cultura contri- apresentava desigualdades entre buem para a diversificação regional de nosso país. as macrorregiões brasileiras. A Qual(is) região(ões) brasileira(s) você já conhecia? região Centro-Oeste possuía renda Como ficou sabendo da existência dela(s)? Quais as média mensal de R$ 858, a Sul de características dessa(s) região(ões)? O que a(s) R$ 840, a Sudeste de R$ 831, a diferencia(m) das demais regiões do Brasil? O Norte de R$ 504 e a Nordeste de processo de regionalização pode ocorrer em vá- R$ 438. rios níveis. Converse com seu(sua) professor(a) e criem uma classificação regional para sua cidade, A pesquisa também revela baseando-se nas diferenças naturais, culturais e/ outro tipo de desigualdade quando ou econômicas, e exponham essa atividade num a renda média é separada entre mural. homens e mulheres. No Centro- -Oeste, por exemplo, a média FINALIZANDO SEM FINALIZAR de renda entre os homens é de R$ 1.126, enquanto entre as mu- Estudamos que não basta analisar separada- lheres é de R$ 601. A inserção das mente os elementos da natureza e os humanos, mulheres no mercado de trabalho precisamos investigar de que forma cada um deles ainda enfrenta muitos obstáculos, influencia o outro, e vice-versa. Se nosso objetivo mesmo que realizem os mesmos é estudar a formação do espaço geográfico, deve- trabalhos que os homens, elas mos lembrar que cada fator e elemento contribuem recebem na maioria das vezes re- para esse processo. muneração menor. Tanto os elementos da natureza, como o clima Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesqui- e o relevo, quanto os elementos humanos, como a sa Nacional por Amostra de Domicílios 2004-2008. Disponível em: <http:// cultura e o desenvolvimento tecnológico, influen- www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/ ciam-se. É dessa relação que se constrói o espaço pnad2008/sintese/tab7_1_8.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2010. geográfico. As regiões também são consequência disso, uma vez que surgem das diferentes manifes- No livro digital, em tações desses elementos. Observe no esquema a resumo com o autor, seguir exemplos de possíveis processos de divi- confira os principais sões regionais. conceitos desse capítulo. 35
No processo de classificação as regiões Clima (árido, equatorial, úmido, seco etc.), regime pluviométrico, são separadas com base nas diferentes temperatura, umidade, ventos, correntes marinhas etc. características que apresentam, as quais Altitude, relevo terrestre e marinho (montanhoso, acidenta- podem se referir aos seguintes aspectos. do, ondulado, de planície, de planalto etc.). Geologia e tipos de solo (argiloso, arenoso etc.). Coleção Investigação e Reflexão Hidrografia (presença ou ausência e tipos de rios, lagos, lagoas, bacias hidrográficas etc.). Cobertura vegetal: formação vegetal (florestal, arbustiva, arbórea etc.), biomas terrestres ou aquáticos (amazônia, cerrado, mata atlântica, vegetação litorânea, mata dos cocais, mata dos pinhais, pantanal, caatinga, pampa), ecossistemas (restingas, manguezais etc.). Localização espacial: proximidade com o litoral ou no interior, localização geográfica (oceano, mar, estreito, cabo etc.), localização em função das coordenadas geográficas e pontos cardeais. Organização e urbanização (área urbana, rural, residencial etc.). Tipo de ocupação (planejada, desordenada), malha viária. Tipos de atividade econômica (agropecuária, mineração, indústria, prestação de serviços etc.). Uso do solo e dos recursos naturais. População, demografia, povoamento, classificação social, renda, religião, etnias, cultura, IDH, saúde, educação, natali- dade, mortalidade etc. Nossa principal tarefa ao longo deste ano deverá ser a identificação dessas diferenças regionais, das relações que elas estabelecem e como isso influencia a organização da sociedade brasileira. COLOCANDO A MÃO NA MASSA Durante a seção Aprofundando o pensar você leu com atenção a música ParaTo- dos, de Chico Buarque de Holanda. Nas estrofes da música boa parte da diversificação regional brasileira foi mostrada. Na seção Situando-me você pôde discutir um pouco as regiões que já conhecia. Com o auxílio de seu(sua) professor(a), dividam-se em grupos para compor uma sequência de ilustrações, tentando mostrar as principais características naturais, culturais e/ou econômicas de cada uma das regiões brasileiras. 36
Capítulo 3 Geografias do Brasil / 7o ano Domínios morfoclimáticos: COMO A LOCALIZAÇÃO FÍSICA INFLUENCIA A DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA DO BRASIL MOTIVANDO A PENSAR Vivemos em um país tropical, como isso afeta nossas vidas? Leia e cante a música País tropical com seus colegas, depois descrevam em que aspec- tos o clima influencia nossos hábitos. PAÍS TROPICAL Jorge Ben Jor e Wilson Simonal Moro num país tropical, que beleza Tê uma nê abençoado por Deus Em fevereiro (em fevereiro) Chamá Terê E bonito por natureza, Tem carnaval (tem carnaval) Sou Flamê mas que beleza Tenho um fusca e um violão Tê uma nê Em fevereiro (em fevereiro) Sou Flamengo Chamá Terê Tem carnaval (tem carnaval) Tenho uma nêga Do meu Brasil Tenho um fusca e um violão Chamada Tereza Sou Flamengo Sou Flamengo E tenho uma nêga Tenho uma nêga Sambaby, Sambaby Chamada Tereza Chamada Tereza Sou Flamengo Eu posso não ser um band E tenho uma nêga Sambaby, Sambaby leader Chamada Tereza Pois é, mas assim mesmo Sou um menino de mentalida- lá em casa de mediana Todos meus amigos, meus Pois é, mas assim mesmo sou camaradinhas me respeitam feliz da vida Pois é, essa é a razão da Pois eu não devo nada simpatia a ninguém Pois é, pois eu sou feliz Do poder, Muito feliz comigo mesmo do algo mais Moro num país tropical, e da alegria abençoado por Deus E bonito por natureza, mas Sou Flamê
Coleção Investigação e Reflexão Já sabemos que o Brasil é um país muito grande, com mais de oito milhões de quilô- metros quadrados! Essa proporção territorial se estende tanto no sentido leste e oeste quanto no sentido norte e sul, por isso temos aqui uma grande variedade de paisagens naturais. A grande extensão do nosso território no sentido norte e sul, por exemplo, gera uma grande variação climática: ao norte, as áreas próximas à Linha do Equador (latitude 0o) apresentam clima de características tropicais. À medida que nos deslocamos para o sul, a latitude aumenta, mas a intensidade com que os raios solares incidem sobre a superfície terrestre torna-se menor, provocando médias de temperaturas anuais mais baixas. Quando ultrapassamos o Trópico de Capricórnio (latitude 23o27’) em direção ao sul, a incidência dos raios solares é menor ainda. REGIÕES CLIMÁTICAS BRASILEIRAS LEGENDA Limite de Estado Limite de País Litorâneo úmido Equatorial Tropical semiárido Temperatura e umidade razoáveis Calor excessivo e alta pluviosidade. Ausência de chuvas que, combina- nas regiões litorâneas. da com a pouca vegetação, gera Subtropical variações térmicas consideráveis Tropical Grande variação de temperatura e durante o dia e a noite na região do Variação na quantidade de chuvas chuvas regularmente distribuídas Sertão Nordestino. Distanciamen- e pouca variação na quantidade nas regiões localizadas abaixo do to do Sertão Nordestino do litoral e de calor em parte da região Cen- Trópico de Capricórnio. presença da Serra da Borborema tro-Oeste. consistem em uma barreira orográ- fica importante. 38
DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS: A CLASSIFICAÇÃO DE AZIZ AB’SABER Nosso pensador que acompanha o livro do 7o ano, Aziz No livro digital, Ab’Saber foi um geomorfólogo muito importante no Brasil. Ele em resumo com o sugeriu uma divisão do país em seis domínios naturais que, in- autor, o professor Aziz tegrados, serviriam como base para o desenvolvimento socio- Ab’SaBER quer te aju- econômico nacional. Ele constatou que essa variação climáti- dar a entender mais ca, associada à geomorfologia (formas de relevo), à hidrologia, sobre esse assunto. à pedologia (estudo dos solos) e à vegetação, influenciou, ao longo de milhares de anos, a formação dos ambientes natu- Geografias do Brasil / 7o ano rais. O mais interessante é que, apesar de existir uma classi- ficação para essas seis áreas homogêneas no Brasil, existe, entre cada uma delas, uma faixa de transição onde é possível observar características das áreas existentes ao seu redor e perceber a mudança gradativa de uma área para a outra. Segundo Aziz Ab’Saber, o Brasil apresenta os seguintes do- mínios naturais: DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BRASILEIROS LEGENDA Mares de morro Araucárias Área de transição Cerrado Limite de Estado Pradarias 39 Limite de País DOMÍNIOS Amazônico Caatinga
Coleção Investigação e Reflexão DOMÍNIO AMAZÔNICO O domínio morfoclimático amazônico é o maior. Abrange áreas localizadas ao norte do país, com baixa altitude, formadas por terrenos sedimentares da Era Paleozoica e reco- bertos por sedimentos numa época geológica recente (períodos Terciário e Quaternário da Era Cenozoica), intensamente iluminadas pelos raios solares (Linha do Equador) e com temperaturas bastante altas ao longo do ano (variam de 25o C a 27o C). Há muita umidade e a maioria dos rios é perene (com água durante todo o ano). Não há grande variação de altitude, por se tratar de uma área onde predominam terras baixas, portanto o aproveitamento dos rios está mais relacionado às atividades de irrigação e navegação. Os solos são em geral ácidos, arenosos e pobres em nutrientes, porque não há muito tempo para formação de matéria orgânica proveniente da decomposição da cobertura vegetal. Essa condição, associada ao desmatamento e às atividades de queimada para o plantio, resulta na baixa fertilidade do solo e na baixa produtividade agrícola. A vegetação principal desse domínio morfoclimático é a Floresta Amazônica, riquíssima – e exatamente por isso muito ameaçada – em biodiversidade. Nossa tribo vive da caça Eu sou cabocla e de animais como o porco-do-mato moro em uma palafita e a cutia, e da pesca do pirarucu. Também com minha família, às mar- coletamos muitas frutas e sementes, como a gens do Rio Guamá. Sempre castanha do Brasil e o açaí, e plantamos man- nos deslocamos em canoas até dioca. Nossa reserva fica em meio à floresta a grande cidade de Belém, onde amazônica e é tão úmida que chove quase minha mãe é doméstica, enquanto todos os dias! Nós, no entanto, nos sentimos meu pai trabalha na indústria. ameaçados por madeireiros e possei- Eu quero ser cientista ou guia turística para estudar a ros, que disputam nossa terra. floresta. 40
Extração de látex na região Norte do Brasil. Floresta Amazônica – Espigão do Oeste, Rondônia. DOMÍNIO DOS CERRADOS VOCÊ SABIA? Geografias do Brasil / 7o ano O domínio morfoclimático dos cerrados abrange As crostas lateríticas são a região natural conhecida como Centro-Oeste. formadas devido à alternância É formado por áreas de planaltos, onde nasce a de uma estação do ano seca e maior parte dos rios perenes brasileiros. Há pre- outra chuvosa e aos solos. Nas domínio de vegetação arbustiva, com solos pobres regiões onde elas se formam, em minerais e matéria orgânica, bastante arenosos e os solos apresentam um alto ácidos. A combinação desse tipo de relevo e dessa teor de alumínio e ferro. Assim, formação de solos, com a alternância de períodos durante a estação chuvosa, eles de seca e de chuva intensa, favorece a formação ficam muito úmidos e essas das crostas lateríticas. substâncias sobem até a parte mais superficial dele. Na esta- As temperaturas são altas, com variação térmi- ção seca, como não há presen- ca entre 20o C e 28o C. Apesar de existir intensa ça de água, essas substâncias atividade antrópica, caracterizada pelo desmata- endurecem na superfície, fazen- mento, especialmente praticado para o uso do solo do surgir as crostas lateríticas, com atividades de agricultura mecanizada, ainda é também chamadas de carapa- possível encontrar trechos de matas de galeria ou ças lateríticas. Um uso muito co- matas ciliares ao longo de alguns rios. mum para as crostas lateríticas é a produção de tijolos. Vista geral do Cerrado na região de Pirenópolis, Goiás. 41
Eu sou de Cuiabá, Eu moro em Goiás! Meu uma cidade muito grande, pai é empresário e dono de terras. movimentada e com várias Ele trabalha no agronegócio de soja e indústrias. É muito quente e abafado milho exportando para muitos países. Eu aqui! Na época das secas, gostamos de gosto de tomar banho nos muitos rios e visitar o Pantanal para pescar, tomar cachoeiras da região. Fico muito assustado com tereré, ver a vida selvagem e acampar! as queimadas que costumam acontecer por aqui Na época das cheias, de novembro a na época da seca, quando sofremos com a abril, isso é mais difícil, pois muitos baixa umidade, porque nossos lábios secam, lugares ficam alagados e as nosso nariz pode sangrar e aumentam os estradas, intransitáveis! problemas respiratórios, como alergias e asma. Coleção Investigação e Reflexão Ipê-amarelo, árvore típica Pantanal Mato-Grossense Anta, animal presente na fauna do Cerrado brasileiro. durante inundação sazonal do Cerrado brasileiro. do Rio Cuiabá, Mato Grosso. 42
DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS Minha casa Geografias do Brasil / 7o ano fica nas encostas da A região litorânea do Brasil é caracterizada Serra do Mar, em meio à pela presença do domínio morfoclimático mares de Floresta Atlântica. É um lugar morro, onde predominam áreas de relevo da época muito bonito e úmido, com do período Pré-Cambriano, formadas por serras e árvores carregadas por epífitas, algumas chapadas. A erosão desse relevo (formado como trepadeiras, bromélias e basicamente por rochas magmáticas intrusivas e orquídeas. Lá conseguimos avistar metamórficas) produz um tipo de solo com baixa saguis, bugios e muitos pássaros e fertilidade. Em função do tipo climático dominante anfíbios. Meus pais plantam bana- nessa região, que é constituído por uma varieda- nas para sobreviver, mas querem de tropical, há bastante decomposição de matéria viajar para a cidade grande no orgânica, o que facilita a correção química desses litoral, onde dizem que há mais solos para o cultivo de alguns tipos de alimentos. oportunidades de trabalho. Eu queria continuar aqui, pois A vegetação predominante é a Mata Atlântica, dizem que a cidade é peri- muito devastada pelos processos de urbanização ao gosa e não terei tanta longo da ocupação do território brasileiro. A rede hidrográfica é composta de rios perenes bastante liberdade. aproveitados para a geração de energia elétrica. Detalhe do manguezal – ve- Queda d’água em meio à Mata Atlântica getação presente no domínio – Serra da Graciosa, Paraná. dos mares de morros. DOMÍNIO DA CAATINGA 43 O domínio morfoclimático da caatinga compreende uma grande parte da região conhecida como Sertão Nordestino, criada por longos processos de erosão entre os planaltos que estão ao redor dessa região. Daí vem a expressão geomorfológi- ca que a caracteriza muito bem: depressão interplanáltica. A combinação das altas temperaturas e da baixíssima umidade do clima tropical semiárido dá origem a solos rasos, com altos teores de nutrientes minerais e pouquíssimos nutrientes orgânicos. A irrigação feita de maneira incorreta ainda promove a salinização desses solos, tornando-os de baixa fertilidade e bastante impróprios para atividades agrícolas.
Coleção Investigação e Reflexão A vegetação xerófita (formada por plantas O juazeiro (Ziziphus joazeiro) é uma ár- acostumadas à ausência de água e capazes de vore típica da Caatinga. armazenar grandes quantidades desse nutriente) O mandacaru (Cereus jamacaru) é um predomina nesse domínio morfoclimático, no qual dos tipos de cactáceas existentes na a maioria dos rios é intermitente (apresenta água Caatinga. em seu leito apenas durante uma parte do ano). O desmatamento associado à desertificação tem sido um dos grandes problemas ambientais encon- trados no domínio da caatinga. Nossa maloca fica na caatinga, no sertão do Paraí- ba, onde todas as árvores perdem as folhas nos períodos de estiagem e os rios e as cacimbas secam. Nós criamos cabras, que são mais resistentes e adaptadas à seca, e plantamos a palma para sua alimentação, mas houve anos em que perdemos todo o rebanho. Então, estamos construindo uma cisterna para coletar e ar- mazenar água da chuva. LINK COM CIÊNCIAS Pesquise com seu(sua) professor(a) de Ciências como ocorrem os processos de salini- zação dos solos. Vocês podem aproveitar para dar uma olhada no modo como é produzido o sal de cozinha (NaCl). LINK COM LÍNGUA PORTUGUESA Procure descobrir quais escritores brasileiros retrataram bem a vida dura dos habitantes da caatinga e as aventuras dos gaúchos nos campos sulinos. Em que obras você encontrou essas temáticas? Escolha uma delas e leia uma passagem para os colegas. 44
DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS Ocorrência de neve no município de São Geografias do Brasil / 7o ano Joaquim, Santa Catarina. O domínio morfoclimático das araucárias é formado por regiões de planaltos que pertencem Árvore predominante a uma formação geológica sedimentar conhecida na Mata das Araucárias como Bacia do Paraná, da época dos períodos (Araucaria angustifolia). Paleozoico e Mesozoico, e abrange grande parte da região natural conhecida como região Sul. O tipo de rochas que recobre essa formação, associado ao tipo climático, que é úmido e com grande variação térmica (de 10o C a 22oC), dá origem a solos bastante férteis (terra roxa). A vegetação predominante é a Mata das Araucá- rias (Araucaria angustifolia), com presença também de árvores como a erva-mate, a canela, a imbuia e o cedro. Por se tratar de uma área de planaltos, os rios apresentam grande potencial hidrelétrico. A construção de usinas hidrelétricas e o desmata- mento praticado desde a colonização da região Sul do Brasil são atividades que geram grandes impactos ambientais a esse domínio morfoclimático. Vivo em Curitiba, uma Eu moro perto de Uru- das capitais brasileiras. Adoro jogar bici, na Serra Catarinense, uma futebol, videogame e passear pela cida- das regiões mais frias e altas do Brasil. de com meus amigos, sempre agasalhado, Vivemos da fruticultura, plantamos ma- pois aqui é frio! Há algumas praças e par- çãs, ameixas, pêssegos e nectarinas. Aqui é ques pela cidade, mas gosto mesmo é de tão frio que ocorrem geadas e até neva no ir para o interior, em hotel fazenda, inverno. Nesta época nós sentamos em volta do fogão a lenha e comemos onde conheci o pinheiro-do- -paraná! o pinhão que colhemos na mata. 45
DOMÍNIO DAS PRADARIAS Aqui no pampa gaúcho, perto da cidade de O tipo de relevo predominante no domínio Bagé, minha família vive da pecu- morfoclimático das pradarias é de colinas baixas ária bovina e da criação de cavalos e extensas, conhecidas localmente como coxi- crioulos. Todo final de inverno, queima- lhas. Esse domínio abrange a região do Extremo mos os campos para que eles rebrotem Sul do Brasil, que é coberta por vegetação her- verdes na primavera, mas sabemos que bácea de gramíneas, excelentes para a prática da isso pode causar degradação ambiental. pecuária, atividade que causa muitos impactos Somos muito tradicionais e respeitamos ambientais nessa área, assim como a agricultura os costumes gaúchos: participamos mecanizada de cereais. Os solos, resultantes da de rodeios, fazemos churrascos combinação entre a decomposição de rochas da formação geológica sedimentar da Bacia do Pa- e apresentamos danças raná e a presença de um tipo climático diferente típicas. do que existe no domínio das araucárias, apenas Coleção Investigação e Reflexão pela menor quantidade de umidade, são bastante férteis e apresentam alto teor de matéria orgânica e de nutrientes minerais. INVESTIGANDO E REFLETINDO No livro digital, em games, fixe de 1. Em sua opinião, por que a grande extensão forma interativa es- territorial de nosso país no sentido norte e sul causa ses conhecimentos. a existência de tipos climáticos diferentes? 2. Você acredita que a diferenças de tipos climá- No livro digital, em ticos pode determinar o desenvolvimento da eco- exercícios, a resolução nomia de uma região onde predomina certo tipo de exercícios extras so- climático? Explique e, se necessário, utilize exem- bre os conteúdos desse plos. capítulo. 46 LINK COM HISTÓRIA Nos terrenos sedimentares normalmente são encontrados mui- tos fósseis. Converse com seu(sua) professor(a) de História e descubra como é o processo para a retirada dos fósseis desse tipo de terreno.
3. Quais são os principais problemas e/ou impactos ambientais verificados atualmente nos seis domínios morfoclimáticos criados por Aziz Ab’Saber? 4. Agora que você já aprendeu os domínios morfoclimáticos, que tal fazer um desenho para ilustrar a letra da música País tropical, que aparece na seção Motivando a pensar deste capítulo? Utilize uma folha sem linhas e, depois de terminado o desenho, sugira ao(à) seu(- sua) professor(a) que façam uma exposição na sala de aula ou na sua escola. REGISTRANDO E AMPLIANDO HORIZONTES Geografias do Brasil / 7o ano Você mora num local inserido num desses domínios morfoclimáticos? Qual? Os pro- blemas e/ou impactos ambientais citados podem ser observados? Existem outros pro- blemas e/ou impactos ambientais verificados por você e que não foram apresentados neste livro? Quais são eles? O que você acha de construirmos um mapa do Brasil em tamanho grande para mos- trar a localização do domínio morfoclimático no qual está inserido o local onde você mora e caracterizar esse domínio através de produtos coletados no meio natural, desenhos e materiais reutilizáveis? Assim, a vegetação, por exemplo, pode ser representada por folhas de árvores ou pedacinhos de cascas de árvores coletadas do chão; o clima, por desenhos, e por aí vai. Use sua imaginação! APROFUNDANDO O PENSAR Leia o trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha (na página seguinte) enviada ao rei de Portugal no ano de 1500, quando os portugueses chegaram aqui, e responda às questões abaixo. 1. Quais foram as riquezas mencionadas por Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal? Em sua opinião, por que saber da existência dessas riquezas seria importante para os portugueses? 2. Observe atentamente esta frase do trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha: “porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente”. A que “gente” o escrivão estava se referindo? Você concorda com a ideia de que ‘esta gente’ precisava de ajuda? Que tipo de ajuda seria essa? 3. Pero Vaz de Caminha, antes de assinar, termina a carta da seguinte forma: “Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500”. Você concorda que a Ilha de Vera Cruz passou a pertencer, a partir daquele momento, ao rei de Portugal? Por quê? 47
Coleção Investigação e Reflexão Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos a te a outra ponta que contra norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvo- redos. De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito for- mosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro... Porém a ter- ra em si é de muitos bons ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os acháva- mos como os de lá. Águas são muitas, infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza deve em ela lançar. E que aí não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta nave- gação de Calecute, bastaria. Quando mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentando da nossa santa fé. E nesta maneira, Senhor, dou aqui a Vossa Alteza do que nesta vossa terra vi. E, se algum pouco me alonguei, Ela me perdoe, que o desejo que tinha, de Vos tudo dizer, mo fez assim pôr pelo miúdo. E pois que, Se- nhor, é certo que, assim neste cargo que levo, como em outra qualquer coisa que de vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fa- zer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro – o que dá Ela receberei em muita mercê. Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500. Pero Vaz de Caminha 48 Fonte: TERRA. Educação. Disponível em: <educaterra.terra.com.br>. Acesso em: 6 jun. 2010.
CONECTANDO COM O MUNDO Acesse o site brasileiro do Fundo Mundial para a Na- Já sabemos que a posição de um país no globo tureza (WWF), leia textos e terrestre influencia muito o tipo climático que ele irá reportagens, observe as ima- apresentar. Ao influenciar o tipo climático, influen- gens e anote em seu caderno ciará também o tipo de vegetação, de solo, de hi- as informações que mais lhe drografia etc. No Brasil, como estudamos anterior- chamaram a atenção. mente, existem seis domínios morfoclimáticos que determinam algumas características ambientais Geografias do Brasil / 7o ano especiais às regiões brasileiras. Os diversos países do mundo lidam de maneira diferente com a preservação e a conservação do meio ambiente. SITUANDO-ME Pero Vaz de Caminha foi designado pelo rei de Portugal, D. Manuel, para desbravar os mares e descobrir novas terras. Ele encontrou riquezas e belezas naturais imensas, mas que despertaram a ganância de muitos povos. O que você acha de sair com seus colegas de classe e seu(sua) professor(a) para desbravar, assim como Pero Vaz de Caminha e sua nau? Vocês poderão escolher uma região próxima à escola, ou até mesmo distante, mas que ainda não conheçam. Utilizem-se de uma caderneta e de um lápis e comecem a registrar as características das paisagens de forma bem detalhada, assim como o escrivão fez. Vale observar tudo: desde os pássaros cantando até os problemas ambientais, caso existam nessa região! FINALIZANDO SEM FINALIZAR Os processos de ocupação do território brasileiro causaram grandes perdas para o meio ambiente. Muitos dos problemas ambientais que existem hoje são consequência da falta de informação sobre como diminuir os efeitos nocivos da ação antrópica sobre o meio natural, mas grande parte deles é consequência da administração pública e privada dos recursos naturais, que são explorados indiscriminadamente. 49
Coleção Investigação e Reflexão Quando Pero Vaz de Caminha relatou ao rei de No livro digital, Portugal as riquezas que aqui existiam, talvez não em resumo com o imaginasse a destruição que iria acontecer anos autor, confira os prin- depois. cipais conceitos des- se capítulo Através da atividade proposta na seção Situ- ando-me, você e seus colegas devem apontar e descrever os problemas ambientais observados durante a anotação das características das paisa- gens visitadas. Depois de pronta a descrição, vocês podem es- colher uma das paisagens e desenhá-la, mostrando os problemas ambientais que afetam ou podem afetar seu estado atualmente. Se quiserem, coloquem seus desenhos com os textos produzidos e enviem por correio para ami- gos, parentes, ou simplesmente troquem entre vo- cês, na sala de aula. Como respostas, peçam para que sejam sugeridas soluções para os problemas apontados. Depois, vocês podem construir juntos um plano de metas para acabar com os problemas ambientais locais que são menos complicados de serem re- solvidos. COLOCANDO A MÃO NA MASSA Quando Pero Vaz de Caminha aportou no Brasil, encontrou uma diversidade incrível de espécimes da fauna e da flora. Considerando toda a devastação que a exploração do território brasileiro causou, será que um explorador como ele, que chegasse hoje ao Brasil, encontraria essa mesma diversidade? Que tal analisarmos algumas imagens de paisagens brasileiras originais e devastadas pela urbanização e pela industrialização para tirarmos nossas conclusões? Você e seus colegas também podem coletar fotos antigas e recentes da cidade onde moram para demonstrar as modificações que ocorreram ao longo dos anos e fazer uma exposição na escola! 50
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