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Vale Mais Abril & Maio'17

Published by info, 2017-04-04 09:51:14

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Centro Equestre Ponte de Lima é destino de excelência Paredes de Coura Ontem Celeiro do Minho hoje Celeiro da Indústria Monção Sérgio Godinho contou histórias A criança de 10 anos Ponte da Barca assinala centenário de aparições Reportagem Chef Chakall Gastronomia do Minho é a ‘Champions League’ de Portugal# N.º54 # ABRIL E MAIO# 2017 # BIMESTRAL# PVP :: 1€1MELGAÇO :: PAREDES DE COURA :: VILA NOVA DE CERVEIRA :: PONTE DA BARCA :: VALENÇA :: CAMINHA :: MONÇÃO :: ARCOS DE VALDEVEZ :: PONTE DE LIMA :v: aVleIAmNaAis.DptO CASTELO

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PROPRIETÁRIA / EDITORA Singularidades #OpiniãoCalvolima, Lda. dalotop-omteinnhcoiatolNPC: 506 676 668 30 | José M. Carpinteira DescentralizaçãoCapital Social: 50.000,00€ Ao longo do ano, a VALE MAIS vai estar com o chefSede: Apartado 13 - Portas do Sol, Chakall, figura incontornável da cozinha internacional, 31 | Mª Fátima Cabodeira Desabafos da Alma4950-500 Monção nos diversos concelhos do Alto Minho. Um novo projeto a que decidimos dar corpo na região que 32 | Luís Ceia A Autoeuropa do Alto MinhoDIRETOR servimos, contribuindo para a promoção e divulgaçãoAgostinho Lima da gastronomia da nossa região e que ele próprio 35 | M. Pinto Neves O Homem é pessoa considera ser a 'Champions League' de Portugal.DIRETOR ADJUNTO 36 | J. Emílio Moreira Impressões de uma leituraM. del Carmen Calvo Nesta edição, visitamos o El Bulo, o restaurante do Chakal na Marvila lisboeta e onde ele nos contou as #SecçõesREDAÇÃO peripécias da sua vida, desde os tempos do restauranteJosé C. Sousa (diretor) de família na Argentina e de, na altura, ter excluído a 62 | Nutrição Alimentação saudávelManuel S. hipótese de ter uma profissão ligada ao setor, do pai galego do Carballiño, localidade conhecida pela sua na prevenção do cancroDESIGN GRÁFICO gastronomia, do “conto de fadas” que constituiu a suaJosé C. Sousa primeira experiência na restauração do nosso país 64 | M. Imobiliário A geração 'Millennials\" (que o fez mudar de ideias) e muitas outras coisas.REVISÃO GRÁFICA 66 | Desporto Espectáculo sem AlmaMaria Rosa Gondim Efetivamente, a nossa região tem potencialidades únicas no campo gastronómico. Que devem ser 68 | Ambiente As pesqueiras do Rio MinhoCOLABORADORES promovidas. O alvarinho, as Laranjas de Ermelo e, até,Adelino da Silva (opinião) os queijos são, desde logo, algo que se integra neste 72 | Turismo Trabalhadores do turismo, Uni-vos!Ao Norte (cinema) domínio que, por razões diversas, são, desde já, objetoBrito Ribeiro (ambiente) de reportagem também neste número. 76 | Saúde Garrafas de Água. Um problema?Carla Silva (crianças)Eusébio Baptista (agricultura) V ALE MAIS pretende divulgar o que de 78 | Sexo & Amor Submissão e domínioFátima Silva (opinião) melhor tem o Alto Minho. E as mais-valiasJosé Cunha Machado (ensaio) deste não se limitam à gastronomia. A #ReportagensJosé Emílio Moreira (opinião)José M. Carpinteira (opinião) dinâmica industrial, desportiva e, até, cultural é algo 14 | Arcos de ValdevezLígia Rio (saúde) Laranjas de ErmeloLuís Ceia (opinião) que, nas reportagens que oferecemos aos nossosNelson Azevedo (turismo) Um património culturalNoemi Lima (imobiliário) leitores, é, justamente, destacado. em recuperaçãoManuel Pinto Neves (opinião)Maria Rosa Gondim (ensino) Ainda, nestas páginas, fica o alerta do presidente 18 | V.N. CerveiraMário Garrido (opinião) da confederação dos empresários do Alto Minho aoPatrícia Costa (justiça) considerar que a “Autoeuropa do Alto Minho” está aqui Fortim da AtalaiaPaulo Gomes (desporto) ao lado, em Vigo, a 30 quilómetros da fronteira.Sara Covas (nutrição) Monumento de interesseVS Advogados (consultório jurídico) Nesse sentido, Luís Ceia sublinha que se 1/5 da público produção destinada à mesma for fornecida a partirDEPARTAMENTO COMERCIAL do Alto Minho, algo completamente ao alcance das 20 | Valenç[email protected] unidades industriais desta região, serão atingidos osT. +351 925 987 617 valores da Autoeuropa portuguesa, instalada na zona Presidente da República da Setúbal. Esta produz 85 mil veículos/ano, enquantoIMPRESSÃO a viguesa (PSA) chega aos 424 mil! Algo que não Fotorreportagem da visitaLidergraf Sustainable Printing convém deixar passar despercebido. de Marcelo Rebelo de Sousa a ValençaDISTRIBUIÇÃO Manuel S.Vale mais 26 | CaminhaPERIODICIDADE Rally de PortugalBimestral Caminha com retorno superior a 3 milhões de eurosTIRAGEM7.000 exemplares 40 | Viana do Castelo Caminhos de SantiagoDEPÓSITO LEGAL338438/12 AACS - Viana contesta sinalizaçãoREGISTO na ERC126166 valemais.pt 3CONTACTOST. +351 251 654 927M. +351 925 987 [email protected] SOCIAISfPode consultar o Estatuto Editorial emwww.valemais.ptO Acordo Ortográfico utilizado pelos colaboradoresé da sua exclusiva responsabilidade.Os textos assinados são da exclusivaresponsabilidade dos seus autores, nãoobedecendo, necessariamente, à linhaeditorial desta publicação. Toda e qualquerinformação publicitária apresentada podeconter, eventualmente, erros alheios ao Valemais, pelo que requer, indubitavelmente,confirmação posterior.

Entrevista #Alto Minho José C. Sousa DR_Vale maisCHEF CHAKALL GASTRONOMIA DO MINHOé a “Champions League” de PortugalCom uma naturalidade única e genuína, o Chef Chakall, como é conhecido, recebeu-nos no seu restaurante, em Marvila, Lisboa, e cativou-nos, desde o primeiro instante, pela sua simplicidade e recetividade.El Bulo (lugar privado usado para encontros românticos) é o nome Licenciado em jornalismo, Eduardo Andrés Lopez, do restaurante deste argentino nascido em Tigres, Buenos Aires, o real nome de Chakall, não tinha a cozinha nos em 1972 e que chegou a Portugal no ano de 1997 para preparar seus planos. Apesar de ter crescido no restaurante da mãe, a quarta geração de uma família deuma viagem para África. cozinheiros, onde com 13 anos já cozinhAVa, e de ter passado a sua infância e adolescência à voltaOra, como o seu pai era galego, natural de Carballiño, ele sempre ouviu falar dos tacho, esse mundo não o cativava.da Galiza em casa; então, devido à proximidade, Portugal pareceu-lhe umdestino mais lógico. “Como Argentina não tem nenhuma ligação com África “Apesar de trabalhar com a minha mãe nonecessitava de um país, na Europa, onde pudesse preparar essa viagem”. restaurante, odiava a cozinha, os cheiros, tudo. Saía com raparigas e sentia que cheirava à cozinha.Depois, o burburinho de uma capital e a paixão pela praia levou-o até Odiava mesmo. E, na altura, dizia: “nunca vou serLisboa. cozinheiro, nunca vou ter um restaurante”.4 valemais.pt

No entanto, no primeiro ano em Portugal, não VM: COMO CLASSIFICAS UM BOM PRATO?queria gastar o dinheiro que trazia para a viagema África e então, como o ADN da família era o CC: Para avaliar um bom ou mau prato há vários condicionantes. Desderestaurante, comecei a trabalhar num. logo, o momento sentimental da pessoa, a fome e as expectativas. Por outro lado, cada vez se come melhor e os clientes são cada vez mais exigentes e“Essa primeira experiência, em Portugal, foi um não se conformam com “encher o papo”; já querem algo melhor.conto de fadas. Quando cheguei ao restaurantehavia uma média de 10 pessoas/dia à semana e VM: JÁ COMESTE ALGUMA COISA QUE NÃO GOSTASSES?quando sai havia 90 pessoas/dia”. CC: Sim, já comi coisas muito desagraveis. No entanto eram coisasUm ano depois deixava o país e arrancava mal tratadas e mais cozinhadas. Por exemplo, uma vez, comi rojões erumo a África, uma viagem que demoraria dois sabiam a porco. Nunca mais me esqueci. Não era o problema da carne,anos. Depois dessa viagem, que classifica como simplesmente estava mal confecionado. E, em África, o pior que comiúnica e fantástica, voltou a Portugal e, como foi hipopótamo. Horrível.não sabia o que fazer, o “bichinho” da cozinhafoi mais forte e prevaleceu. VM: HÁ ALGUM PRODUTO QUE NÃO POSSA SER CONFECIONADO?Portugal descobria assim o chef Chakall, CC: Penso que não. Tudo se confeciona. No entanto, é necessário ter aconhecido pelo seu talento e reconhecido pelo arte para o fazer.seu característico turbante. VM: QUAL É O TEU PRINCIPAL SEGREDO?VALE MAIS: POR QUE USAS O TURBANTE? CC: Ser simples, mas acho que isso não é segredo. É o meu carácter.CHEF CHAKALL: Comecei a usá-lo no Sudão, emÁfrica. E quando voltei continuei a andar com ele, VM: QUAL É O TEU UTENSÍLIO DE COZINHA FAVORITO?tanto na cozinha como na rua. Depois, sucedeuo 11 de setembro e já não era boa ideia usá-lo na CC: Uma boa pinça, para que possa pegar à vontade. Esse é o utensíliorua. Nessa altura, passei a utilizar só na cozinha. que mais utilizo.Ficou imagem de marca, mas não foi nenhumaestratégia de marketing.VM: QUAL FOI O PRIMEIRO PRATO QUEFIZESTE COM CONSCIÊNCIA?CC: A primeira vez que cozinhei com consciênciafoi para engatar uma rapariga. Lembro-me quefiz esparguete com molho de tomate e cenoura,mas, claramente, com o objetivo de a conquistar.(risos)VM: O QUE MAIS TE CATIVA NO MUNDODA GASTRONOMIA?CC: A simplicidade. Isso é o mais difícil. Descobrios melhores pratos em lugares impensáveis. Paramim, um prato com mais de 5 ou 6 ingredientesjá tem um problema. Gosto de um bom produtofeito de forma simples. Para mim, o segredo dagrande gastronomia é fazer coisas simples.VM: QUAL É O PRODUTO QUE MAIS GOSTASDE TRABALHAR?CC: A carne. É o que melhor conheço, o que maiscomi e o que mais gosto de trabalhar.VM: E O QUE MENOS GOSTAS?CC: Não gosto de limpar peixe. Só limpar.Cozinhar adoro, mas limpar o peixe é algo quenão gosto de fazer. Não tenho paciência. valemais.pt 5

VM: EM QUE MEDIDA A GASTRONOMIA PODE INFLUENCIAR VM: QUANTOS PROJETOS TENS NESTE CO TURISMO? MOMENTO? M YCC: Cada dia mais. Antigamente a gastronomia era secundária. As pessoas CC: Estive envolvido em muitos, mas sai de todos CMprocuravam montanha, ou praia ou neve e, hoje em dia, apesar de isso para fazer este projeto, em Marvila. Depois tenho MYainda acontecer, o “plus” é a gastronomia. É cada vez mais importante e, um projeto para a ilha de São Miguel, nos Açores, CYnuma região, ainda mais. que ainda não está fechado, mas já está bastante CMY avançado. Tenho três programas de televisão KVM: ENTÃO A GASTRONOMIA PODE DEFINIR UM PAÍS, novos, na Alemanha, na América Latina, e aquiOU UMA REGIÃO? em Portugal. Tenho também um projeto com a Delta Q. São três cafés nos quais eu faço osCC: A gastronomia define uma região, uma cultura e um clima. A menus e receitas com cafés. E proximamente, aogastronomia é o clima de um país. Se tens mau clima, tens má gastronomia. Alto Minho, espero ir muitas vezes.Se não tens bom clima, não tens bons produtos. Historicamente falandoclaro, porque, hoje em dia, compras tudo em qualquer lugar. Atualmente, a E certamente virá, pois a VALEAlemanha tem mais restaurantes com Estrela Michellin que Espanha, mas MAIS, juntamente com a Deltahá 25 anos, na Alemanha, não comias nada. Hoje, claro, esse panoramamudou porque os produtos chegam a todo o lado. Cafés e o Chef Chakall irão, ao longo do ano, percorrerVM: CONHECE O ALTO MINHO? os concelhos do Alto Minho com ações e iniciativas queCC: Sim, já gravei um programa em Ponte de Lima, fiz um tour em Viana do pretendem promover a suaCastelo, fui a Melgaço à Feira do Alvarinho, estive em Vila Nova de Cerveira gastronomia. O Minho, em geral,a fazer um showcooking... e o Alto Minho, em particular, apresentam produtos genuínos eVM: O QUE DESTACA DO ALTO MINHO E DA NOSSA GASTRONOMIA? sabores únicos o que faz com que a nossa gastronomia seja, comoCC: A gastronomia de todo o Minho é extraordinária. A riqueza dos diz, e bem, o Chef Chakall, dasprodutos é incrível. melhores de Portugal.O meu pai era da Galiza, mais precisamente de Carballiño, e por isso tenhouma ligação real com aquela zona. Sinto o feeling sempre que vou lá. Adoroessa zona. O Minho é a “Champions League” de Portugal, é do melhor.6 valemais.pt

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Reportagem #Paredes de Coura Manuel S. Direitos ReservadosCapacidade exportadora e ligação à autoestrada entusiasmam Paredes de Coura FOMOS CELEIROS DO MINHO AGORA SOMOS CELEIRO DA INDÚSTRIAAcaba de ser assinado o acordo da gestão da ligação, com cerca de sete quilómetros, do Parque Empresarial de Formariz à A3, na presença do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.Desta forma, está mais próxima a concretização do sonho dos courenses de António Laranjo deu conta de alguns dosverem o seu concelho ligado ao nó da autoestrada, em Sapardos, e, desta pormenores da futura ligação rápida àforma, ficarem mais perto do resto do país. O ano de 2019 poderá ser o da autoestrada com sete quilómetros de extensão.conclusão da empreitada cujo custo deverá rondar os 8, 8 milhões de euros. As vias terão 3, 5 metros de faixa de rodagem, 1, 5 metros para as bermas e uma zona de escoamentoO presidente da Câmara, Vítor Paulo Pereira, e o presidente das com 1, 20 metros, bem como compreenderá duasInfraestruturas de Portugal, António Laranjo, subscreveram o documento. rotundas. Neste momento, está tudo preparadoUma cerimónia que decorreu naquela zona industrial, nas instalações da para o desenvolvimento do estudo do projeto e aFly London, apresentada como a fábrica de calçado mais avançada do país. validação de caráter ambiental.Na oportunidade, o edil vincou a importância desta ligação no encurtar Além da Fly London, o ministro visitaria também ade distâncias, inclusive para o polo industrial de Castanheira. “O próximo Doureca (produtos plásticos) e inauguraria as novasobjetivo é melhorar a ligação a este”, adiantou. instalações da Valver Portugal, que escolheu este8 valemais.pt

concelho para acolher uma das maiores unidades de serigrafia da Europa, com A via existente, também do ponto de vista daum investimento total de 2, 27 milhões de euros (1, 55 da União Europeia). Na segurança, deixa muito a desejar. Mas não devemosoportunidade, aquele enalteceu o trabalho e empenho de Vítor Paulo Pereira, esquecer que isto é um traçado do século XIX”.observando que se tratava, efetivamente, de “um autarca do século XXI”. Entretanto, “já estamos a trabalhar no projeto“O que acontece não é por milagre, mas por um esforço brutal dos empresários, final. Relativamente a este, a proposta que temosdas pessoas, que conseguem atrair estes investimentos (tidos como improváveis)”, já a levamos às Infraestruturas de Portugal (IP). Ovincaria o governante. Este afirmou, ainda, que a nova ligação, ao abrigo do que quer isto dizer? O programa de valorizaçãoPrograma Nacional de Valorização das Áreas Empresariais, preenche dois das áreas industriais, foi apresentado, nodesideratos essenciais: encurtar tempo e reforçar a segurança nos transportes. Entroncamento, a 7 de fevereiro e, no dia 21, já estávamos nas IP com um projeto muitoFICARAM ADMIRADOS aproximado do final. Até ficaram admirados!”Este acontecimento foi pretexto para uma conversa da VALE MAIS com o Enfatizando: “As coisas conseguem-se comedil courense. A primeira questão foi a explicação para o facto da ligação, velocidade institucional e rapidez. Se há coisair ter sete quilómetros e não os 12 inicialmente previstos. que a Câmara de Paredes de Coura tem, é isto. Há pessoas que dizem terem existido muitas“Chegou-se à conclusão que o traçado existente não é suscetível de promessas e esta é mais uma. Mas não é. Fazemrequalificação ou de melhoria; os custos de indemnização seriam elevados. parte do Programa Nacional de ValorizaçãoÉ uma estrada que, ao longo dos tempos, viu habitações construídas nas das Infraestruturas Industriais. Se fosse umaproximidades, tem curvas muito apertadas, qualquer aproveitamento da promessa, seria unicamente destinada a Paredesvia existente tornar-se-ia mais dispendioso e caro do que um alternativo”. de Coura. Este é destinado a esta terra e, salvo erro, a mais 12 acessos a parques industriais.Vítor Paulo Pereira explica: “Já há bastante tempo fizemos um estudo Insere-se num contexto do bom investimentoprévio. Agora temos algo que se aproxima muito do projeto final. Tem público que procura reforçar os investimentospouco impacto ambiental e, na maior parte do trajeto, é novo e limpo. que existem, pois, com melhores acessos, asDe forma a aumentar a rapidez, a fluidez, que é isso que pretendemos, áreas industriais tornam-se mais competitivas e,sobretudo para o transporte de grande carga e a segurança. sobretudo, aumenta-se a exportação.” Publicidade valemais.pt 9

CELEIRO DA INDÚSTRIA NOVAS CENTRALIDADES“Se fossemos grandes produtores de batata, não teríamos esse acesso ao Em jeito de provocação, confrontamos-o com aparque industrial. Já fomos celeiros do Minho, mas agora somos celeiro da afirmação de um seu homólogo, noutra autarquiaindústria” – garante o edil. da região, que afirmou sentir o seu concelho mais afastado de Lisboa que esta do seu concelho.Referindo-se a eventuais lobbies: “Não existem só na política. Aténas famílias, em todo o lado. Mas têm de estar assentes em suportes “Eu já perdi esse olhar dos concelhos afastados dopertinentes, como este aumento espantoso das exportações. Paredes de Terreiro do Paço. Não me interessa nada o centroCoura deve ser premiada porque já tem uma zona industrial consolidada no sentido…. Lisboa é uma cidade bonita, mas eue, de todos os concelhos do Alto Minho, é um dos mais industrializados não fico a olhar para o centro à espera que este,e aquele que não tinha acessos. Isso é evidente a partir do momento que de uma forma paternalista, me dê as coisas. Oé dos centros industriais do Norte, é aquele que cresce mais em termos que procuro, no meu concelho e à minha escala,percentuais, cerca de 700% entre 2013 e 2015, em 89 municípios do norte”. é criar uma nova centralidade. Não quero que Lisboa me dê, quero é que me facilite as coisas.”Um alvitre: “Paredes de Coura, dentro em breve, vai passar muitosconcelhos que, do ponto de vista industrial, estão à nossa frente. Em Uma situação que se aplica no caso da ligação à A3.relação ao Alto Minho, já está no top dos mais exportadores. Mas, devido “O lobi que falo não é da estrutura política. De se serao trabalho que estamos a fazer, brevemente vamos ultrapassar alguns uma pessoa muito conhecida e respeitada dentroconcelhos que tinham alguma vantagem em relação a nós.” do partido, que tenha um grande passado político… porque não tenho. Só cheguei à política há trêsPor outro lado, o edil courense reconhece que o seu concelho já perdeu anos. Dentro da estrutura do partido, sem obsessão,investimentos. “Do ponto de vista da velocidade institucional e resposta acabei por fazer algum percurso. Que é sempre frágil.da Câmara, do diálogo inteligente que mantive com os empresários, Ao contrário do que as pessoas pensam. Aquilo queestes consideraram-na que, como estrutura de apoio às indústrias, era a faço é eu tentar convencer as pessoas com base namelhor, mas, do ponto de vista dos acessos, eramos dos piores. Alguns realidade e, obviamente, com a comunicação. Masdisseram-me: o melhor contacto que tivemos foi na Câmara de Paredes de se eu apostar muito na comunicação e não tiver aCoura porque, além de saberem aquilo que querem, têm conhecimento realidade também perco o pé!”da indústria, falaram-nos abertamente, não nos venderam um concelhoidílico como outros, mas com muitas vantagens e as fragilidades. E as Um aviso: “Depois, também, há outro fator quepessoas, muitas vezes, quando se capta investimento, pensam que muitas temos de considerar. Não transformei esta lutavezes é só falar de um país das maravilhas. Ou seja, de um concelho que pelo acesso ao parque industrial numa coisanão existe. Nenhum empresário acredita num concelho perfeito.” política, numa coisa minha.10 valemais.pt

Também criei aquilo que chamam uma task, Todavia, a desertificação é uma questão a que Paredes de Coura não é alheia.um grupo de influência, mas não é um daquelainfluência bacoca, é um grupo de pessoas, “A única forma de ficarem pessoas ligadas ao território é através doempresários que, junto do poder político, emprego. E se neste não existir indústria vão ter mais dificuldades nisso.”mostraram argumentos. Convidando pessoaspara ir às fábricas. Era em Paredes de Coura que se GOVERNO NÃO PODE SER PAIestava a implantar software de ponta na indústria MULTIPLICADOR DE FILHOSdo calçado, um grupo tem aquilo a que chamamosfábrica do futuro, gestão flexível das linhas e vieram Um aviso: “Deixem-se de lamúrias… há dias deu-me vontade de rir aoaqui 150 empresários de Felgueiras, Guimarães e ver um debate sobre despovoamento em que tínhamos uma série deS. João da Madeira.” autarcas que queriam que o Governo fizesse não sei o quê… não se pode transformar num pai multiplicador de filhos. Até do ponto de vista culturalMINISTRO DE COURA e mental, as pessoas hoje não vão ter cinco e seis filhos; têm dois ou três, no máximo. Portanto, a demografia, no futuro, não vai ser a da antigamente.Também à laia de provocação, questionamos o E ter saudades desse tempo é não compreender absolutamente nada deautarca se o facto de existir um courense, Tiago para onde o tempo vai.”Brandão Rodrigues, que é ministro não poderáter ajudado para que avance esta ligação à A3. “O que os territórios têm de fazer? Indústria para fixar os jovens, programas culturais, económicos e sociais capazes de trazer mais pessoas. Quer seja“Pode ter alguma influência. Ele é meu amigo… ao fim de semana, quer em dias inesperados da semana… porque, cadamas todas as pessoas ajudam, os empresários, a vez mais, as pessoas andam em movimento… e cada território, cadaCâmara com a sua atividade, o facto de Paredes concelho, terá de ter programação cultural, projetos educativos, capazesde Coura ter esta nova pujança política, existir um de atrair até casais de fora que venham a Paredes de Coura”– assegura.ministro, de eu fazer parte da Comissão PolíticaNacional, de ser próximo do António Costa (no “Aqueles territórios que foram menos dinâmicos, mais conservadores, que nãosentido de reunir muitas vezes com ele, até do projetarem modelos de desenvolvimento diferentes daquilo que é costume serponto de vista político). Mas não é por aí.” - garante feito, esses terão mais dificuldades em sobreviver ” – vaticina o edil courense.E questiona: “Quantas pessoas reúnem com oAntónio Costa, primeiro-ministro? Muitas. Ehouve muitas câmaras do PS que não foramcontempladas com estes apoios. O acesso àautoestrada é baseado no reconhecimento daprodução industrial dos empresários…”Para quando o início das obras e tempo de duração?“Depois de iniciadas, é sempre para dois/trêsanos. Poderão arrancar brevemente, porventurano próximo ano. É um investimento do próprioGoverno (85%), com comparticipação camarária(15%). Ou seja, isto também vai implicar umgrande esforço por parte da Câmara Municipal.Com esta obra, fica mais facilitado o investimento.“O grande constrangimento era sempre o acessoao parque industrial. Muitas vezes, perdíamosinvestimento por causa disso. Isto vai permitir trêscoisas: consolidar os investimentos existentes,captar outros e aumentar as exportações. Eaumentar a fluidez do trânsito, a segurança.”E Paredes de Coura tem mão-de-obra suficiente?“Se continuar a crescer a este nível, a breve prazo,poderá ter alguns problemas. Mas, nesta altura,ainda temos capacidade. Até porque há muitoscourenses que trabalham nas zonas industriaisdos concelhos vizinhos. E alguns deles estão aregressar. E isso até facilita, porque há muitos quejá estão habituados a trabalhar no setor industrial.” valemais.pt 11

RUI LOBO: Relativamente à ligação à autoestrada, explica-EXPORTAMOS 100% DA PRODUÇÃO se. “Temos um tipo de produto que, até ao momento, não dá grande problema. Mas aA ocasião serviu, ainda, para uma conversa com um dos mais conhecidos nova unidade já está focada para outro tipo deempresários estabelecidos no Parque Empresarial de Formariz. Trata-se produto de maior dimensão em que, aí, os custosde Rui Lobo, diretor-geral da Doureka Portugal, empresa que integra logísticos começam a ser muito importantes.um grupo com fábricas na Turquia, França (sede), Roménia e Portugal. Também já fizemos isto a contar que a situação se invertesse. E ainda bem, porque vem baterNo caso de Formariz, onde estão desde janeiro de 2013, verifica-se com o projeto que lançamos, o de uma novamesmo a ampliação da sua unidade industrial. A Doureka tem ainda, unidade. Que terá mais custos, mais camiões,em Paredes de Coura (S. Bento), uma unidade que funciona desde 1989. etc.”. Além disso, o futuro projeto contemplará uma rotunda em S. Bento, o que aproxima aExporta, diretamemte, 70 por cento da sua produção. Os restantes logística das duas fábricas.”30% vão para outras unidades automóveis instaladas em Portugal.“Não é exportada num primeiro momento, mas depois será. Se O empresário mostra-se convicto de que “vamosformos ao final da cadeia produtiva, os nossos componentes são ficar numa região que tem uma task forceexportados a 100 por cento” – garante Rui Lobo que, em Paredes de automobilística muito forte e que, muitas vezes, osCoura, emprega 246 pessoas. Todavia, com a ampliação a concluir clientes escolhem os fornecedores pela proximidade.este ano, deverá chegar às 350 pessoas. O salário mínimo praticado Não só pela logística, mas sim por questões deé de 600 euros. trabalho, de pessoal. Se há um problema, as pessoas vão… serão 10/15 minutos. Ficamos mais próximosRelativamente à origem dos seus trabalhadores. de Cerveira, Ponte de Lima, Espanha. Essas escolhas“São de Paredes de Coura, embora os quadros de proximidade são cada vez caminhos que estassejam deste concelho e também de Cerveira. São empresas fazem mais. É um fator de colocação deformados por nós. Muitas vezes podem não ter projetos neste momento.”tantas aptidões para o trabalho que vão fazer epromovemos uma formação que os levam a terem Rui Lobo aproveita a oportunidade para destacaressas valências. Isso dá-nos alguma tranquilidade as qualidades das gentes locais. “Conseguimosa nível de permanência dos quadros. São, aqui fazer um mix, com a formação queessencialmente, engenheiros mecânicos e fizemos, a permanência e estabilidade dosquímicos”. Observa, contudo, muitas vezes, quadros, humildade das pessoas, vontade deexistir pessoal especializado que, com estradas aprenderem, vestir a camisola, um conjunto dedifíceis, “não se aproxima”. fatores que não se encontram em muitos sítios.” A rematar a conversa: “Costumo dizer que já não sei de onde sou… Se sou de Coura, de Cerveira, de Angola, onde nasci. Sou uma mistura! Já trabalho aqui há muitos anos, desde 1992, tenho família em Cerveira, onde resido, a minha mulher é de lá. Sou um bocadinho de Coura e Cerveira“.12 valemais.pt

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Reportagem #Arcos de ValdevezJosé C. Sousa DR_Vale maisÉ uma laranja de casca fina, calibre pequeno, doce e saborosa LARANJA DE ERMELO UM PATRIMÓNIO CULTURAL EM RECUPERAÇÃO A freguesia de Ermelo situa-se na parte nascente do concelho de Arcos de Valdevez, faz limite com Ponteda Barca, através do rio Lima, e é conhecida pelo seu Mosteiro inacabado, pela devoção a S. Bento e por terumas laranjas singulares. Estas são tão genuinas que fazem parte dos lista Slow Food, um catálogo que apresenta produtos de excelência em todo o mundo.14 valemais.pt

PRODUÇÃO ESTAGNADA “Numa primeira fase, a ARDAL, também, com o apoio da Associação de Desenvolvimento Local de Ermelo, fez uma promoção muito forteComo consequência da reduzida e envelhecida deste produto, com grandes campanhas de divulgação do produto e,população, Ermelo deparou-se, também, com o já nessa altura, nos deparámos com o problema de envelhecimentoenvelhecimento dos pomares. Neste momento da população. Decidimos, então, disponibilizar dois funcionáriosnão existe nenhum mecanismo de produção e da associação para realizarem a apanha da laranja e a entrega aoso processo de comercialização é inexistente. A comerciantes”, conta.laranja aparece ao cliente final, apenas, em feiras eem quantidades muito diminutas. Foi nesta altura que surgiu, também, a ideia do sumo.É neste sentido que surge a ARDAL - Associação “A Laranja de Ermelo tem um calibre pequeno e a sua imagem não éRegional de Desenvolvimento do Alto Minho-, e a ADLE muito apelativa. Assim, o sumo foi um alternativa encontrada para-Associação de Desenvolvimento Local de Ermelo - que, dar escoamento a essa fruta mais pequena”. “Foram compradas ejuntamente com o município arcuense, querem voltar a colocadas dezenas de máquinas de sumo, em locais estratégicos, paraacrescentar valor à Laranja de Ermelo. que se pudesse comercializar dessa forma”, explicou.Fomos ao terreno e falamos com Pedro Teixeira, Depois disso, houve um intervalo de tempo em que todo estecoordenador da ARDAL, e com o padre Belmiro processo esteve estagnado e, há cerca de um ano, numa reunião daAmorim, pároco local e presidente da ADLE que Assembleia Geral da ARDAL, da qual a ADLE faz parte, lançou-se onos contaram como está a decorrer o processo de desafio de reativar este processo.recuperação deste património cultural. “Fez-se um pedido de reunião à Direção Regional de Agricultura eLEVANTAMENTO, Pescas do Norte, onde demonstrámos a nossa pretensão de reativarCARACTERIZAÇÃO DOS o processo. Numa primeira fase, o objetivo é fazer um levantamentoPOMARES E PROPOSTA e atualização do estado dos pomares para, depois, se estabelecerDE ATUAÇÃO um conjunto de medidas de atuação no próprio terreno”. “Ou seja, levantamento, caracterização dos pomares e proposta de atuação”Pedro Teixeira começou por nos explicar que, por asseverou Pedro Teixeira.volta do ano de 2000, a ARDAL realizou um trabalhode promoção do produto com apoio à produção e à RECUPERAR O PATRIMÓNIOcomercialização. DE ERMELOSLOW FOOD “Neste momento, não haverá mais de 30 produtores”, conta-nos o padre Belmiro Amorim. “Queremos, todos juntos, atuar para colocarO Slow Food é uma organização mundial, que liga a laranja onde ela merece, porque falar de Ermelo é falar da laranja eo prazer da boa comida ao compromisso com as não podemos deixar desaparecer este património cultural” , explica.comunidades locais e o meio ambiente. Foi fundado em1989 para combater o crescimento do fast food e a vida O presidente da ADLE expressou-nos a importância de realizar esteagitada, o desaparecimento das tradições alimentares processo, agora. “É importante realizar este processo agora paralocais e a diminuição do interesse das pessoas pela que não se descaracterize a própria laranja e para que não hajaorigem da comida e pelo gosto que ela tem. O conceito introdução de outras espécies”.de qualidade alimentar é definido por três princípiosinterligados: bom, limpo e justo.BOM: uma dieta de alimentos frescos e sazonais, quesatisfaça os sentidos e seja parte da cultura local.LIMPO:  produção e consumo de alimentos que nãoprejudiquem o meio ambiente, o bem-estar animalou a saúde humana. JUSTO:  prática de preços quesejam acessíveis para quem consome e condições deremuneração que sejam justas para quem produz. valemais.pt 15

O padre Belmiro Amorim e Pedro Teixeira, à direita, em reunião No entanto, é conhecida uma carta com representantes da Direção Regional de Agricultura de confirmação de Francisco Barreto Meneses como abade do Mosteiro, COMERCIALIZAÇÃO datada de 1632, o que leva a crer que a sua extinção não surtiu efeito. A dimensão comercial é limitada. “Estamos a falamos de 40 a 50 toneladas de laranja, o que é muito pouco. A comercialização é local”. Os espanhóis são quem Do século XVIII chegam notícias que mais vem, cá, diretamente à procura da nossa laranja”, afirma o pároco. voltam a dar conta do estado de ruína a que terá chegado o Mosteiro de Santa Para grandes superfícies comerciais não há quantidade suficiente; portanto Maria de Ermelo. O visitador Marcelino estamos a falar de uma comercialização local, de um produto de excelência, que Pereira Cleto queixa-se, em 1754, do deverá ter, também, um grande aproveitamento turístico. mau estado de conservação de todo o edifício, ordenando, por isso, o restauro “É interessante, para nós, que ele seja comercializado aqui, porque significa que de todo o edifício e que uma das capelas quem quiser a Laranja de Ermelo tem de cá vir, o que aumenta atratividade do absidais fosse aproveitada para sacristia. concelho e tras um valor acrescentado ao turismo de Arcos de Valdevez”, afiança o padre Belmiro. É nesta altura que a igreja do Mosteiro de Santa Maria de Ermelo é reduzida de O CONVENTO E A LARANJA três para uma nave, tendo a ala sul sido demolida em 1760. É ainda, neste século Este convento é da ordem de Cister. Até 1500 foi habitado, mas o seu avançado XVIII, que são construídas a casa paroquial, estado de degradação fez com que deixasse de o ser. a sacristia e a torre sineira. A 20 de janeiro de 1553, o Abade Geral de Ordem de Cister, Dom Edmundo O Mosteiro de Santa Maria de Ermelo foi de Saulieu, visitou o Mosteiro de Santa Maria de Ermelo. Acompanhado pelo classificado como Monumento Nacional seu secretário, Frei Cláudio de Bronseval, verificou e testemunhou o estado a 29 de setembro de 1977. Quase 10 anos de degradação do cenóbio. Dom Edmundo de Saulieu, que estava de visita à depois, em 1985, a igreja recebe um Península Ibérica, mandou suprimir o Mosteiro de Ermelo. Mais tarde, em 1581, conjunto de obras levadas a cabo pela o Abade Comendatário de Ermelo desiste do Mosteiro em favor de Alcobaça, Direção Geral de Edifícios e Monumentos ficando os bens anexos ao Colégio Universitário de S. Bernardo de Coimbra. Nacionais. Nesta intervenção foi reparado o telhado, foram retiradas as caliças nas paredes interiores e exteriores, foram reconstruídas as três portas exteriores, foi demolido o coro alto e foram raspadas as pinturas de tetos, com a exclusão de cinco medalhões com elementos figurados. Mais tarde, em 1996, as técnicas do Centro de S. Martinho de Tibães revelam os frescos existentes na parede do fundo da capela- mor, nas colunas e no vão da janela. Ligada ao Mosteiro está a Laranja de Ermelo que, ao que tudo indica, foi trazida pelos monges de Cister como uma componente agrícola do seu trabalho. O seu microclima, com o sol de nascente, e as temperaturas que aqui se fazem sentir, dão um enquadramento perfeito para a produção das laranjas.Publicidade 16 valemais.pt

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Reportagem #Vila Nova de CerveiraManuel S. DR_José GomesCervo e outros ícones cerveirenses na mesma senda FORTIM DA ATALAIA É MONUMENTO DE INTERESSE PÚBLICOTermina no corrente mês de abril, no próximo dia 28, o prazo de consulta Depois de uma espera de 38 anos, é com pública relativo à classificação, como Monumento de Interesse Público regozijo que vemos o processo avançar, o (MIP), do Fortim de Atalaia, em Alto do Lourido, Lovelhe, Vila Nova de que, obrigatoriamente, permite preservarCerveira. Foi já no distante ano de 1979 que a Câmara Municipal tinha dado aquele espaço mesmo sendo de foroinício ao processo. privado”, acrescentou. Nesse sentido, “abrem-se janelas de oportunidade paraCom efeito, passados 38 anos, o Ministério da Cultura reconheceu o enorme recorrer a fontes de financiamento paravalor patrimonial do monumento, emitindo um parecer favorável. O Projeto de sua reabilitação”.Decisão, emitido pelo secretário de Estado da Cultura, foi já publicado no Diárioda República, no último 15 de março. O edil aproveita, ainda, para dar conta, que “na senda deste processo de classificação, te-Até agora, tinha estado, pois, em “vias de classificação”. A edilidade cerveirense mos ainda outros monumentos ícones de Vilaacabou, agora, por ver avançar com a finalização do processo de classificação Nova de Cerveira, como por exemplo, ‘O Cer-a totalidade da Atalaia, incluindo a torre, o fosso e estruturas complementares. vo’, do escultor José Rodrigues, e o Monte da Cidade, juntando-se assim aos já classificadosConforme referiu Fernando Nogueira, presidente da Câmara de Vila Nova de Forte de Lovelhe e Castelo de Cerveira. EsteCerveira, à VALE MAIS, “o património, seja ele de iniciativa pública ou privada, é trabalho é uma forma de contribuirmos parauma das grandes preocupações deste Município, e é nesse contexto que surge a a preservação e valorização da nossa história,classificação do Fortim da Atalaia.\" transmitindo-a às gerações vindouras”.18 valemais.pt

Datada dos meados do século XVII e de foro privado, a PublicidadeAtalaia é a mais pequena das fortificações que constituíramo conjunto defensivo de Vila Nova de Cerveira, garantindo valemais.pt 19a sua participação na defesa do Minho durante as Guerrasda Restauração. Por estar localizada num ponto elevado,a Atalaia tinha como grande missão apoiar o Castelo deCerveira e o Forte de Lovelhe que, pela localização próximaao rio, eram mais vulneráveis, assim como a missão devigilância sobre a fronteira, o rio Minho e a estrada deligação entre Caminha e Valença.CENTENAS PARA O ULTRA TRAIL DA CERVEIRAApós o sucesso que foi a edição anterior, a organizaçãogarante que, no Ultra Trail Cerveira de 2017, haverá muitasnovidades e um percurso de luxo!Será próximo dia 6 de maio, sábado, que todos os caminhosvão dar a Cerveira, para 10, 22 ou 50 km. Serão centenas deatletas, garantem os promotores, que nesse dia percorrerãoos “mais belos trilhos do concelho”.“Venham todos desfrutar dos mais belos trilhos e cenáriosque os atletas da equipa Cerveira Team Running / ClubeCeltas do Minho tem o privilégio de usufruir diariamentenos seus treinos” – apela a organização que convidou JoséGomes, conhecida figura local, como seu Embaixador.

Reportagem #ValençaManuel S. DR_Ricardo Gonçalves & Vale mais PRESIDENTE DA REPÚBLICA EM VALENÇAMarcelo Rebelo de Sousa esteve em Valença. No Dia do Município e do seu Padroeiro, o primeiro santoportuguês, S. Teotónio, falecido há 855 anos .Nesse sentido, o primeiro local a visitar foi Ganfei, no largo com a estátua do santo e da capela/localonde este nasceu. Nem a chuva que, na altura, caiu o demoveu de trocar afetos com a gente do povo,beijinhos e abraços para todos os que se mostravam disponíveis a tal. Depois, já na Urgeira, inaugurouo Centro de Inovação Logística e a Escola Superior de Artes Empresariais (ESCE) do Politécnico (IPVC)que, todavia, já está a funcionar desde setembro último.Veja as imagens de como tudo aconteceu pelas óticas fotográficas do nosso colaborador Ricardo Gonçalvese do jornalista Manuel S..20 valemais.pt

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Reportagem #MonçãoManuel S. Direitos Reservados“Prata de conversa” em Monção TUKA TUKA reaparece passados 35 anosAtuava quinzenalmente, aos sábados, no São 17 os elementos envolvidos no novoTukaTuka. Maioritariamente Cine Teatro João Verde, e a casa enchia. entre os 30 e os 40 anos de idade, de diversas profissões e todos Era o “prato de conversa” em Monção. O residentes no concelho de Monção. Ensaiam, desde finais degrupo de teatro amador Tuka Tuka promovia um novembro, às quartas, na sede da Junta de Freguesia de Mazedo, e,concurso que satirizava costumes e situações às sextas, nas instalações da creche.locais, em que não faltava música e dança.Passados 35 anos, reaperece. A estreia ocorreu no último 25 de março, um sábado, na edição inaugural da Feira da Foda, em Pias, num espaço ao ar livre juntoCeline Gonçalves tinha acabado de nascer quando o às escolas”. Uma peça é que é recria toda a história que originou oconcurso acabou. José Manuel Araújo Vaz, desaparecido nome deste prato gastronómico fantástico, “foda à Monção”, contahá três anos do nosso convívio, era o líder do projeto. De com muita música ao vivo, romance e muito mais.tal forma que, popularmente, chegou a ser apelidado doTuka Tuka. Foi presidente do Grémio Social de Mazedo EXPERIÊNCIA NO TEATRO AMADORaté à sua morte. Na creche pertencente a esta IPSS,Celine é diretora/educadora. O convívio com aquele Celine tinha já feito parte de dois grupos de teatro amador, o TEBpermitiu-lhe conhecer muitas das histórias do Tuka (Teatro de Estudantes de Bragança) e os “Simples” (Grupo deTuka. A sua experiência no teatro amador permitiu-lhe Teatro Amador Melgacense). Durante o último ano realizou váriasconcretizar o sonho de fazer reaparecer o projeto, no formações sobre cenografia, interpretação e voz, entre outras.qual é coordenadora, encenadora e argumentista. Entendeu investir mais na cultura monçanense e, assim, surgiu a ideia de criar o “Tuka Tuka”.24 valemais.pt

Assim foi, com a ajuda da Junta de Freguesia de Mazedo, da Câmara O próprio grupo criava todo o enredo da espécieMunicipal de Monção e, claro, do Grémio Social de Mazedo (do qual o de concurso, através de muita pesquisa no Arquivogrupo faz parte). e Biblioteca Municipal. Criavam, também, as letras para as músicas e faziam poemas. Tendo sempreMINI-TUKAS Monção como tema.Além disso, Celine Gonçalves está também a dar os primeiros passos para Celine refere-nos, ainda, que cada espetáculoa criação dos mini-tukas, ou seja, um grupo de teatro amador infantil. finalizava cada espectáculo com a mesma máxima, em forma de poema:As inscrições podem ser efetuadas junto da própria, na creche de Mazedo,ou pelo email [email protected]. “Com isto vamos terminar/Estivemos aqui com gosto,/Para o próximo “Tuka Tuka”/ContamosHÁ 35 ANOS aqui convosco”.Foi – como nos recorda Celina - há três décadas e mais que surgiu um ELEMENTOS DO GRUPOgrupo de teatro amador conhecido por “Tuka Tuka”. Surgiu entre amigosnuma conversa de esplanada no “Mira Espanha”. Terá sido, então, fácil Celine Gonçalves :: Diretora artísticareunir alguns elementos da comunidade para formarem este grupo. Alémdos atores, havia também bailarinos/as e um grupo musical. Atores:Na altura passava, na TV espanhola, um programa muito visto pelos Maria Albertina Gomes :: Maria das Dores Gomesmonçanenses. Era um concurso cujo modelo, mais tarde, também chegou àTV portuguesa. O “1,2,3 diga lá outra vez”. O formato englobava música, dança Carla Milena Cunha :: Ana Vera Pereirae o concurso propriamente dito. Este girava à volta de questões de cultura geral. Anabela Cardoso :: Laurinda CastroO grupo, que integrava, na totalidade, mais de duas dezenas de pessoas,também fazia várias abordagens à popular série televisiva “Sandokan”, Maria Cândida Alves :: Teresa Ferreiraatravés do guarda-roupa, das danças, entre outros. Carla Filipa Fernandes :: Maria Peneda CardosoAssim, o “Tuka Tuka” começou a trabalhar em forma de concurso,onde preparavam perguntas sobre Monção, satirizavam hábitos e Ana Felgueiras :: Márcio Felgueirasacontecimentos locais, não faltado também música e dança. Para a músicainiciaram com o grupo ”Thema Solus”, os quais ajudaram imenso o grupo. Elementos que ajudam na parte de construção de cenários, parte técnica: António Caldas :: Beatriz Gonçalves Mónica Alves :: Ester Mesquita valemais.pt 25

Reportagem #Caminha José C. Sousa Direitos ReservadosTraçados do Alto Minho renovados Rally de PortugalCAMINHA COM RETORNO SUPERIOR A 3 MILHÕES DE EUROSDecorre de 18 a 21 de maio mais uma edição do Rally de Portugal Ao longo da sua história, o Rally TAP, e mais que este ano cumpre 50 anos.Várias iniciativas comemorativas tarde o Rally de Portugal, escreveram páginas de estão a ser ultimadas numa organização do Automóvel Club de sucesso no palmarés do Mundial, a ponto de terPortugal, em estreita colaboração com o Turismo do Porto e Norte de sido considerado por cinco vezes o “Melhor RallyPortugal e as 13 câmaras municipais. do Mundo” e em 2000 ter sido distinguido com o prémio de “Rali com Melhor Evolução do Ano”.HISTÓRIA DO RALLY DE PORTUGAL Depois da decisão da FIA em retirar a prova doFundado em 1903, o Automóvel Club de Portugal (ACP) desde sempre calendário do Mundial, os responsáveis do ACPchamou a si a organização das mais importantes competições dos não deixaram de apostar no regresso do Rally decalendários internacionais. Portugal ao escalão máximo, o que foi conseguido em 2007, tendo as estradas do Algarve por cenário.Não admirou, por isso que, em 1967, tivesse levado para a estrada aprimeira edição do Rally TAP, competição que rapidamente granjeou Fruto da rotação das provas no calendário doenorme prestígio internacional a ponto de, seis anos depois, ter feito parte Mundial, o Rally de Portugal esteve ausente dodo primeiro Campeonato do Mundo de Ralis. WRC em 2008, mas voltou em 2009 ao convívio dos grandes eventos internacionais.26 valemais.pt

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Publicidade Após dez anos no Algarve e Baixo Alentejo, sete deles como ALTO MINHO REFORÇADO jornada incontornável do calendário Mundial, e mais de uma década depois da última visita do Campeonato Dia 19 de maio, o primeiro verdadeiro dia de competição do Mundo à região de Entre Douro e Minho, o Vodafone do Rally, apresenta-se com uma etapa totalmente Rally de Portugal regressou ao Norte do País em 2015 revista na qual apenas a designação das classificativas oferecendo às atuais estrelas do WRC a oportunidade do Alto Minho permanece inalterada. de sentirem na primeira pessoa todas as emoções e exigências que tornaram mítica a prova do ACP. Viana do Castelo passa a ser o primeiro troço da Etapa, surgindo numa nova versão, com a extensão aumentada 28 valemais.pt de 18,7 km para 26,7 km, aproveitando o essencial da variante anterior e acrescentando três novos sectores com uma extensão global de 10,9 km. O acesso ao novo início do troço é feito através da espetacular subida de Santa Luzia, enquanto o final estará instalado pouco antes de Afife. A classificativa de Caminha, com uma extensão de 18,1 km, passa a ser disputada em sentido contrário àquele que foi utilizado nas duas últimas edições do Rally - com o início perto da povoação de Senande, junto ao acesso à capela de Santo Antão, e final imediatamente antes da ponte de Saim, nas proximidades de Orbacém. Do mesmo modo, é invertido o sentido do troço de Ponte de Lima (27,5 km), passando a partida a fazer- se próximo da Montaria e o final à entrada da EN201, próximo de Ponte de Lima. Com a dupla passagem por estas três classificativas, a etapa de sexta-feira propõe 144,5 km de troços, o que representa mais 16 km em relação às edições anteriores. CAMINHA COM RETORNO ECONÓMICO A edição 2016 do Rally de Portugal assegurou ao concelho de Caminha um retorno económico direto entre os 3.100.000€ e 3.450.000€, relativo a despesas de adeptos e equipas. A conclusão consta do estudo de Impacto Direto do WRC Vodafone Rally de Portugal na Economia do Turismo, análise à escala municipal de Caminha, da responsabilidade do Centro Internacional de Investigação em Território e Turismo da Universidade do Algarve (CIITT-UALG).

A equipa de investigadores, coordenada pelo professor Fernando PublicidadePerna, realizou um estudo da edição 2016 no Norte de Portugal,ao longo de 10 meses, entre janeiro e outubro de 2016. Para os valemais.pt 29investigadores, não há dúvida de que “o concelho de Caminhatem no WRC Vodafone Rally de Portugal 2016 um instrumentoestratégico de marketing turístico que concretiza o seu contributoativo para a prossecução de quatro objetivos regionais”.São eles, segundo este estudo, “aumentar a atratividade dodestino e elevar os seus níveis de notoriedade; harmonizare consolidar transversalmente a qualidade da oferta;melhorar os indicadores do turismo e reduzir assimetriasentre os destinos e estimular o espírito colaborativo entre osstakeholders para a adoção de uma abordagem alinhada aonível do desenvolvimento e promoção do destino”.O estudo do Centro Internacional de Investigação emTerritório e Turismo da Universidade do Algarve sublinha aimportância da aposta no Rally de Portugal e garante: “prestesa comemorar os 50 anos do primeiro Rally de Portugal, o WRCVodafone Rally de Portugal consolida-se como o maior eventorealizado no país desde a Fase Final do UEFA EURO 2004,assente na excelência da sua capacidade de criar e disseminarefeitos sobre o território”.A passagem do Rally no concelho tem permitido tambémrealizar obras que melhoram significativamente a vida daspopulações, sobretudo da Serra d’Arga, de que é exemplo abeneficiação dos caminhos florestais, mas também o incentivoàs associações e à economia local, assim como a visibilidadeque essas freguesias conseguem a nível internacional.Recorde-se que o Rally de Portugal de 2016 teve um impactona economia de 129 milhões de euros e foi a prova de maioraudiência televisiva no campeonato do mundo, conformerevelou recentemente Carlos Barbosa, presidente doAutomóvel Clube de Portugal.Calcula-se que o Rally de Portugal tenha tido um impacto de990 milhões na última década.ASSITA EM SEGURANÇACom base na experiência recolhida durante a última ediçãodo Vodafone Rally de Portugal, a organização preparou váriasZonas Espetáculo, repartidas pelos três troços, para que possaver e sentir as emoções dos ralis em áreas amplas, devidamentepreparadas para o efeito e sempre em segurança.De salientar que a edição 2017 do Rally de Portugal volta a contarcom várias Zonas Espetáculo de grande extensão, como é o caso,por exemplo, das Especiais de Viana do Castelo e Fafe, cada umadas quais oferece uma ZE com mais de 1,2 km de extensão.Na generalidade, o acesso às ZE do Rally de Portugal sóserá possível a partir de uma hora definida em cada caso,normalmente cerca de 5 horas antes da passagem do 1ºconcorrente, o que permitirá uma deslocação tranquila dopúblico para o local do espetáculo.

Opinião #José Manuel Carpinteira DESCENTRALIZAÇÃO mais força ao Poder Local No passado dia 16 de março discutiu-se, na Assembleia da República, a descentralização de competências do Estado para os municípios. Discutiram-se várias iniciativas parlamentares que procuram atingir um objetivo comum: o de melhor servir os cidadãos e de tornar o Estado mais eficiente e próximo das pessoas. Amontante de todas as reformas de que Por- Bem sei que sendo Portugal um dos estados mais centralistas da tugal carece, importa clarificar o quadro de Europa melhor seria estarmos a discutir a Regionalização, mas, in- competências da administração direta e indi- felizmente, ainda não foi possível criar condições para alcançar essa reta do Estado, assim como das próprias autarquias concretização. Contudo, isso não pode agora dispensar o aprofunda- e das suas estruturas associativas. Justamente por mento efetivo da descentralização. Após 40 anos de Poder Local De- esse motivo, o Governo consagrou no seu Programa a mocrático, podemos e devemos ir mais longe na concretização desse transformação do modelo de funcionamento do Es- princípio constitucional. tado, mobilizando esforços para tornar possível um Apesar dos receios, lembro que tanto há má administração e clima de diálogo e da indispensável concertação. bons governantes a nível central, como a nível regional ou local. Nesse sentido o Governo apresentou uma Proposta Porém, uma autarquia reforçada, tal como uma entidade inter- de Lei que estabelece um novo quadro de municipal valorizada garante melhores transferências de competências para as Descentralizar é níveis de representação e de participa- autarquias e entidades intermunicipais. transferir a decisão ção das populações nos processos de- Não sendo um ponto de partida, nem um cisórios e uma oportunidade de utilizar ponto de chegada, mas uma base sólida de para junto das os recursos públicos de forma mais efi- trabalho que merece uma atenção reforça- populações, tornando caz e eficiente. Tal como observou o Pri- da por parte de todos os partidos políticos o serviço público mais meiro-ministro recentemente “os países e por parte da sociedade. da Europa que foram mais longe na sua próximo, rápido e capacidade de desenvolvimento foram Neste contexto, o reforço da autonomia ajustado à realidade. também aqueles que conseguiram mo- local prevê não só a descentralização de bilizar as energias locais, tendo níveis mais elevados de descentralização”. competências da administração do Estado para os municípios e para as freguesias, mas também a possibilidade de se proceder à redistribuição de compe- Descentralizar é transferir a decisão para junto das populações, tências entre a administração autárquica, fortalecendo tornando o serviço público mais próximo, rápido e ajustado à o papel das autarquias locais. Sendo os municípios a realidade. E o Governo quer que os autarcas escolhidos nas pró- estrutura fundamental para a gestão dos serviços públi- ximas Eleições Autárquicas já disponham das novas atribuições cos numa dimensão de proximidade, o Governo propõe e competências resultantes deste movimento de descentraliza- o alargamento da respetiva participação nos domínios ção. Por isso, temos que avançar já, com determinação e espírito da educação (respeitando a autonomia pedagógica das construtivo, procurando encontrar o maior consenso possível. escolas), da saúde (cuidados de saúde primários e con- tinuados), da ação social (em coordenação com a rede social), dos transportes, da cultura, da proteção civil e das áreas marítimas e ribeirinhas, entre outros.Publicidade 30 valemais.pt

Opinião #Maria Fátima CabodeiraDESABAFOS DA ALMA Os ventos fortes que assolaram a Madeira por estes dias impediram a escritora Bielorrusa, Svetlana Alexievich,galardoada com o prémio Nobel da Literatura em 2015, de participar no Festival Literário, que decorreu, em março, no Teatro Baltazar Dias, no Funchal.Apretexto desse evento, subordinado ao tema “A Literatura e a Web”, Mudando de assunto: a primavera anuncia-se o jornalista do “Expresso” José Mário Silva havia conduzido uma em dias claros e com temperaturas amenas. grande entrevista, em Minsk, à autora, cujas obras nunca foram Estremunhadas, as árvores já acordaram dapublicadas na Bielorrússia. letargia de inverno. Dos seus ramos nus brotam agora delicadas folhas de um verde infantil.Com uma metodologia que passa pela recolha sistemática e torrencial detestemunhos orais sobre acontecimentos traumáticos – de que são exemplo a Os dias, sabê-mo-lo, começarão a crescerexplosão nuclear de Chernobyl e a guerra no Afeganistão - colocados depois impelindo ao convívio nos finais de tarde, alturaem perspetiva, Svetlana constrói aquilo a que chama um “romance de vozes”. em que o horizonte ganha, por vezes, uma expressão mais dramática.Confrontada com o seu processo criativo, responde, peremptória: “eu nãosou historiadora. Tento escrever a história da alma humana” Esta estação do ano fala-nos da renovação, não tanto como promessa, mas antes como evidência. Basta(Revista do Expresso, 11-03-2017). olhar à nossa volta para assistir descontraidamente à transformação pictórica da natureza.O tempo, os escombros da memória, os sentimentos, o sofrimento sãoa tessitura da sua obra, que procura dar voz aos invisíveis da sociedade, No Alto Minho, essa exaltação da primavera é festivaquase inexistente em Portugal. Há apenas um livro publicado. e omnipresente, quer se esteja num ambiente urbano – as magnólias já floriram -, quer se esteja emQuando me desloco para o terreno nas minhas deambulações recantos rurais ou montanhosos de tojos e urzes.profissionais ocorre-me ficar admirada com alguns testemunhos(genuínos) dos interlocutores. Há neles uma sabedoria depurada e Este é um tempo que incita ao passeio, àsedimentada pelas vicissitudes da vida. contemplação, mas também à interioridade. A renovação da natureza é uma espécie deA linguagem oral parece simples, mas nem sempre é de fácil compreensão. permanente ensinamento para o espantoNesses discursos há camadas de significação que não se apreendem noimediato. Exigem tempo. E disponibilidade de quem fala e de quem ouve. perante o outro, perante o mundo. valemais.pt 31

Opinião #Luís CeiaA AUTOEUROPA do Alto MinhoÉopinião unânime entre os especialistas económicos que a fábrica alemã daVOLKSWAGEN AUTOEUROPA, situada na península de Setúbal, mais Aqui ao lado, a menos de 30 Km de Valença, a sen- concretamentenoconcelhode Palmela,seafiguracomoumdosmotores sivelmente 20 minutos de automóvel localiza-se ada economia portuguesa, e, muito em concreto, da área metropolitana de maior unidade do gigante europeu PSA, lideradaLisboa, ou seja, da Grande Lisboa. Representa tão só o maior investimento pelo português Carlos Tavares, que recentementeestrangeiro até hoje feito em Portugal, tendo um impacto enorme na adquiriu a OPEL, à multinacional GENERAL MO-economia nacional e regional, ao ponto de os analistas considerarem que TORS, sendo de momento o 2.º maior produtora sua hipotética saída de Portugal constituiria um descalabro para o país, europeu. A fábrica de Vigo é a maior do grupo PSA,pois o peso da sua produção pesa aproximadamente 1,1% do PIB nacional, tendo produzindo, no ano passado, 407.100 veículos.e 3,7% das nossas exportações. Para a economia nacional, perder este pesoexportador teria um efeito que dificilmente seria reparável a médio prazo. (http://www.vigo.psa-peugeot-citroen.com/index.php?id=201).Por outro lado, a incorporação nacional na produção da Autoeuropa levariaa prejuízos em cadeia junto das empresas fornecedoras, já que esta empresa Com os novos modelos anunciados, o proje-adquire a fornecedores portugueses cerca de 62% do seu volume total de to K9 que em 2018 irá substituir as berlingosaquisições de bens e serviços. A acrescer a tudo isto estariam também em atuais, estima-se que essa produção venha acausa 3600 postos de trabalho diretos. aumentar substancialmente. Desde o inicio da sua laboração, que remonta ao ano de 1995, tem sido Comparando a produção em 2016 das duas considerada um exemplo de produtividade e de excelente coabitação unidades: PSA Vigo (424.000 veículos/ano) e entre acionistas, dirigentes e colaboradores operacionais. A Volkswagen VOLKSWAGEN AUTOEUROPA em Setúbal AUTOEUROPA é um importante player a nível mundial, exportando para (85.126 veículos/ano) rapidamente constatamos 16 países e atingindo uma taxa de exportação na ordem dos 75,49%, sen- que a produção atual da fábrica viguesa quase do a 3ª empresa mais exportadora situada em Portugal, logo atrás da  PE- quintuplica a da AUTOEUROPA. TRÓLEOS DE PORTUGAL - PETROGAL, S.A e da TAP - TRANSPORTES AÉREOS PORTUGUESES, S.A., por esta ordem(INE). A empresa possui Estes números obrigam-nos a pensar no peso que 654 fornecedores dos quais 19 estão instalados no parque empresarial de a fábrica viguesa tem para a nossa região; senão, Palmela e 28 noutros locais de Portugal. veja-se a quantidade de fornecedores já aqui ins- taladas, ao qual se deve em grande parte o aumen- (www.volkswagenautoeuropa.pt) to das exportações da região nos últimos anos, e os que perspetivam que se venham a instalar face aos recentes anúncios de investimentos.32 valemais.pt

PublicidadeTemos todos os atores regionais feito o trabalho de Opel Corsa Enjoy 1.3 CDTI 2011 Corsa Dynamic 1.2 5p 2016casa, na consolidação das áreas empresariais, na agi-lidade dos licenciamentos, na formação qualificada BMW m1 de 2012 340 cv Opel Insígnia 2.0 CDTI executive 2012dos colaboradores e no estimulo à cooperação trans-fronteiriça. Mas face ao que se advinha temos de fa- Peugeot 108 Allure 5p Opel Astra Dynamic 1,6 tdci 2016zer ainda muito mais, pois o nosso filão dourado estáaqui ao lado, a menos de 30km. Opel Astra 5p Inovation 105cv 2016 Focus Titanium 1.5TDCI 120cv 2015É importante alargar e requalificar os atuais parques sentido monção N 101 sentido valençaempresariais, criar nonas áreas de acolhimento em-presariais, reforçar a aposta na formação das nossas Lugar da Gandra Mazedo Monçãogentes e apoiar aqueles que se posicionem como pos-síveis fornecedores dessa unidade. A melhoria das www.irmaospereira.ptacessibilidades, com a eletrificação e requalificaçãoda linha férrea, a conclusão dos acessos rodoviáriosaos parques de Lanheses e Formariz já anunciados eos investimentos no porto de mar auguram bons ven-tos. Relativamente ao porto de mar convém referir que31% da mercadoria usada na fabrica da PSA move-seno Porto de Vigo. Também no nosso porto de mar pre-cisamos de ser mais proativos e articulados na procu-ra dos agentes económicos que possam potencia-lo eafirma-lo no seu hinterland natural.Poderemos afirmar que a nossa AUTOEUROPA está aqui aolado em Vigo, basta pensar que se 1/5 da produção for for-necida a partir do Alto Minho, valor perfeitamente exequí-vel, estamos a igualar os valores da AUTOEUROPA. E assimsem grandes parangonas e apoios, iriamos construindo ofuturo do nosso território.Mais uma vez, como sempre defendi, a forma de comba-ter a marginalidade geográfica deste território que aindaestá muito longe de Lisboa, está na cooperação trans-fronteiriça. As Associações Empresarias têm o feito deuma forma intensa, exemplo foi mais um projeto de in-ternacionalização conjunta recentemente aprovada pelaunião Europeia, que vai permitir que empresários dosdois lados da fronteira troquem experiencias e abordemmercados internacionais em parceria. valemais.pt 33

Opinião #Mário Garrido34 valemais.pt

Opinião #Manuel Pinto Neves Publicidade O HOMEM valemais.pt 35 é pessoaNos últimos tempos muito se tem falado da crispação entre “esquerda” e “direita”. Estas designações nasceram do posicionamento dosmembros da Assembleia Nacional francesa de 1789,conforme se sentassem à esquerda ou à direita dorespectivo presidente. Hoje, os componentes de um e de outro posicionamento político acham que eles são todos “bons” e os outros todos “maus”. Que uns são os democratas e os outros não. Que uns estão todos preocupados com o “social” e os ouros não. Como se isso fosse possível! É tempo de entender que o homem, seja de “esquerda” ou de “direita”, é uma pessoa. Com esta simples afirmação pretende- se deixar claro que o homem não pode ser tratado como uma coisa; pretende-se vincar a ideia de que a personificação é a natureza relacional de cada pessoa. De facto, o homem afirma-se como tal na medida em que é capaz de viver uma relação inteligente, consciente e livre. Ele está relacionado com o mundo material que o rodeia, onde se integra e vive; com os outros homens, dos quais descende e com os quais se forma e personaliza; e com o Transcendente, porque tem consciência de não se explicar a si mesmo, pelo menos quanto à sua origem e ao seu destino. O homem não é, pois, um simples objecto. Ele é fruto de um ambiente social, cultural, político, económico e religioso, e do modo como o assumiu. Tal como cada indivíduo considera merecer o respeito dos outros, assim eles consideram merecer o seu. É nesta justa compreensão e mútuo respeito que reside a força da justiça, sem a qual não haverá paz entre os homens, sejam de “esquerda” ou de “direita”.

Ensaio #José Emílio MoreiraSENTIDOS DA VIDA DO HOMEM DE TODOS OS TEMPOS IMPRESSÕES DE UMA LEITURA DE “OS IRMÃOS KARAMAZOV“de FIÓDOR DOSTOIEVSKI (1821-1881) Hoje vou falar do romance mais extraordinário que, até à data, li, a última Estas questões podem pôr-se serenamente, com en-obra escrita por Dostoievski, romancista russo que muitos consideram não tusiasmo ou angústia. Em “Os Irmãos Karamazov” fervilha o agitado mundo dos sentimentos arrebata- só o percursor do romance moderno, como também um dos mais geniais dores, as grandes contradições do espírito humano, romancistas de todos os tempos: um quadro grandioso do que é realmente a vida. A OS IRMÃO KARAMAZOV. iminência e o rebentar da ca- tástrofe não passa do objetoLeitores tão variados como ateus ou crentes, existencialistas, psicólogos externo do enredo do romance: e psicanalistas, defensores do nihilismo ético ou da fundamentação um velho depravado, pai ape- transcendental dos valo- nas gerador biológico dos trêsres, bem como os próprios teó- irmãos que vão vivendo umlogos, poderão encontrar de- pouco à deriva, é assassinadosafios e sentidos nesta obra de em sua casa. Um dos filhos,Dostoievski. Eu, caro leitor, vou Omitri, como já o tinha amea-tentar, com a minha limitada e çado de morte, é detido. Embo-talvez ingénua capacidade in- ra proclame a sua inocência, éterpretativa, descrever-lhe, em condenado a trabalhos força-síntese apertada, as minhas dos na Sibéria para expiar umimpressões da leitura deste delito que, materialmente fa-romance com cerca de densas lando, não chegou a cometer.oitocentas páginas. Mais importante, porém, é o ob-Não é fácil ler esta longa e pro- jeto interior da obra prima destefunda obra literária, um autên- escritor russo: o desenrolar ínti-tico tratado de metafísica, de mo das psicologias profundas,ética, de psicologia e de análi- através de experiências viven-se social, encarnado artistica- ciais extremas, frente ao duplomente em forma romanesca. enigma que os chocava na vidaContudo, à medida que vamos real e que choca, afinal, o ho-saboreando o desenrolar do mem universal de todos os tem-romance, muito bem estru- pos: existe Deus? Será o homemturado, sentimos um ímpeto imortal? Ou nada mais há senãoenorme de amor e compaixão o nosso mundo terreno, nadifi-pelos homens infelizes e um cando-se o homem com a mor-desejo igualmente enorme de te dramaticamente inevitável? Ésermos cada vez mais homens- este o terrível dilema que “esmaga” os personagens de-homens, com todo o nosso “Os Irmãos Karamazov”! (O narrador apresenta-nossistema de verdades e valores a os atores do seu romance apenas pelo exterior. O seuser sacudido, a ser posto à prova, numa chamada a uma maior profundidade interior vai deixar que eles, pouco a pouco, no-lo reve-humana. Há homens com fome de verdade. É uma fome dolorosa e irresis- lem, segundo a psicologia de cada um.)tível que provoca dramas terríveis, aflições e alegrias. Essa fome de verdadeleva, sobretudo, a que se equacionem os grandes problemas fundamentais danossa existência: o mal e o bem, a mentira e a verdade, os outros e o amor, aimortalidade e a existência de Deus.36 valemais.pt

E se não existe Deus, nem a imortalidade? Se não Porém, se Deus existe e o homem é imortal, então tem sentido aexiste Deus nem a imortalidade, não há bem nem virtude, o bem e o mal, o próprio sofrimento e a morte, “a vidamal, nem virtude nem crime, nem verdade nem é bela” e vale a pena a luta do homem para ser livre, isto é, lutarmentira. A moral é banida da face da terra ( Nihilismo constantemente contra o mal, numa escolha constante do bem. Eaxiológico, como mais tarde Nitche propôs?). “Tudo nesta perspetiva, Deus é o sentido da humanidade. Não só sentidoé permitido” como defendia o ateu Ivan perante os lógico da ordem universal. Cristo é o redentor e não só homem,seus interlocutores, um dos quais, Smerdiakov, o ver- como insinuou o precoce Kólia.dadeiro assassino do seu pai que não fez senão pôrem prática essa teoria. A virtude seria absolutamente Deus está em toda a parte “e não consiste na força, mas na verda-inútil. O homem pode seguir a seu belo prazer o li- de”, essa verdade de que todos andam loucamente famintos, em-vre curso dos seus desejos e caprichos. Mas poderá a bora, por vezes, tenham medo dela e que pode encontrar-se nahumanidade continuar a viver assim? Porquê, então, S. Escritura e na Criação que é a obra a espalhar a divindade doo sofrimento do homem? Porquê, sobretudo o sofri- Criador. Deus chama-nos. Cristo quer fazer-nos deuses. Só nelemento das crianças inocentes? Para quê a crueldade? podemos saciar a nossa sede infinita de viver.Porquê as injustiças e as desigualdades humanas?Porquê a “sede” nunca apagada e a “fome” nunca Mas também só acredita em Deus quem ama o próximo. Não, nãosatisfeita? Assim, “o mundo está alicerçado sobre basta amar a humanidade em abstrato, mas sim o homem individual.tolices”. Não se justifica o amor entre os homens e a E o amor tal como deve ser, ativo, com um objeto, com uma certeza!felicidade é impossível neste mundo. “O paraíso estáoculto dentro de nós”. Porém o homem, assim, iso- Mas quem é o homem? Um misto de bem e de mal. “O demónio lutalado perde-se. “Não é de surpreender, portanto, que com Deus e o campo de batalha são os corações humanos”. “Há, emos homens tenham encontrado a escravidão em vez nós, uma surpreendente mistura do bem e do mal..”. E este mundoda liberdade e, em lugar de contribuírem para a fra- terreno a seduzir demoniacamente o coração do homem…Como serternidade e para a união, caírem no isolamento e na virtuoso, como encontrar a verdade, como amar os irmãos, como acei-solidão”. Não pode haver liberdade. Tudo é absurdo. tar Deus? “Deus só nos deixou enigmas”. Cabe ao homem desbravar oA vida não tem sentido. Só resta a solução do deses- caminho e escolher o bem e o mal numa total responsabilidade. Comopero e do suicídio. (Será o homem condenado a ser conciliar as posições real ou aparentemente contraditórias entre a ati-um “incurável estrangeiro” na perspetiva de Camus ?) tude racional e atitude de fé? Eis aqui a causa trágica de todo o drama do homem, bem transposto e desenvolvido na alma do romance. valemais.pt 37

A liberdade é um risco e uma luta. Ou ser livre ou ser escravo. o que é bom é ler, ler, ler,Todo o homem tem que ser em plenitude. Tem de escolher entre sem ter medo de gritaro bem e o mal, mal que também é necessário. Se, sem Deus não com o escritorhá virtude, sem mal não há liberdade. Este mundo sem imperfei- ou connosco mesmo,ções não teria sentido. “Se tudo fosse razoável sobre a terra, nada pondo em causasucederia” é o significado da conversa do Diabo aparecido a Ivan. muitas das nossas convicçõesLiberdade, mas liberdade cristã. O terrível problema da liberdade demasiado cristalizadasdo homem frente ao Evangelho puro de Cristo é posto em terrívelrealce no poema de Ivan, O GRANDE INQUISIDOR. Segundo ele, Este escritor russo é um convicto defensor do socia-o Cristo verdadeiro é o Cristo, não do milagre, da autoridade do lismo, mas não ateu, nem materialista como o mar-Mistério, dos dogmas cristalizados, da obediência desumanizan- xista: “A igualdade humana consiste exclusivamentete, da venda da própria alma e do comodismo, mas o Cristo que na dignidade espiritual. Havendo irmãos, haveráveio elevar o homem a “deus”, deixando-o, porém, decidir-se por fraternidade e sem esta fraternidade não poderãoele mesmo, para sua salvação ou condenação. O Jesus do Evan- ser repartidos os bens materiais”. E como na famíliagelho, sem poder, sem dogmas, sem escravatura, o Cristo que só faltava esta igualdade espiritual…quis deixar o “enigma”. ( Não é por acaso que o Grande Inquisi-dor, quando descobre este Messias que regressou a repregar o seu Mesmo com todo o esforço humano, conseguir-se-Evangelho que os homens adulteraram, não tardou a prendê-lo e -á, algum dia, esse “Paraíso” sobre a terra? Oh, não!ameaçar queimá-lo na fogueira…). A felicidade completa é impossível neste mundo. Só no outro. Não será mera utopia? Não, porque existeMas só este Deus pode salvar. Só este homem pode salvar-se. Esta Deus. Mas não só: porque também existe a imorta-salvação, porém, exige uma caminhada sangrenta e só o homem lidade, não supra individual ou impessoal conformeé responsável pela escolha do seu sentido. No entanto, é impor- a tese do comunismo, mas plenamente pessoal. Só,tante o grande otimismo sobre a vida que em nós desponta. Mes- assim, a fome de verdade será satisfeita. Só assim amo em situações desesperantes, alguns personagens, animados vida tem sentido. Só assim vale a pena viver.como que por um instinto estranho emanado do inconsciente,procuram amar a vida com toda a avidez: é Ivam, nihilista e ateu, Com estas “verdades” enraizadas no coração, ape-que a ama mesmo assim; é o Omitri, libertino e sensualista, que sar das diversas crises por que passou, eis por que ose prende a ela com todo o dinamismo; é a Gruchenca, desilu- extraordinário Aliocha, o jovem modelo de sempre,dida, que a elogia; é o cândido e sublime Aliocha que nunca a “ não teme gritar, com jubilosos entusiasmo, aos seusperdeu”. É que, apesar de tudo, “a vida é um paraíso”. Mesmo sem pequenos companheiros: “Não receeis a vida! Ela ésentido ? Antes de procurar o sentido da vida, devemos encontrar essencialmente bela quando se pratica o bem e aa vida mesmo sem ele. Só encontrada a vida, nos devemos de- verdade” e “quando vamos todos de mãos dadas”. Ebruçar sobre o seu sentido que é o sentido de Deus…assim acon- “sempre assim de mãos dadas todo o resto da vida”,teceu com Omitri, Gruchenco, Catarina, Kólia, o próprio ancião repetiram em coro aquelas crianças.Zóssima, etc. quando começaram a amar. Foi desta maneira que eu entendi a mensagemQuererá o autor dizer-nos que devemos viver alegremente, mes- transmitida ao mundo por Fiódor Dostoievski emmo frente a tudo o que de pior nos pode acontece? Não será um “OS IRMÃOS KARAMAZOV”. Com certeza que ou-otimismo exagerado ou será assim a natural luta do homem con- tros leitores, com outros “óculos”, entenderão ou-tra o desespero, contra o pessimismo? O que se exige é honesti- tras mensagens e de outra maneira. Nem eu con-dade, sinceridade e lealdade na escolha que se fizer e um esforço cordo com todos os argumentos do autor, nemde integração na grande fraternidade humana. Só o isolamento pretendi ensinar a ninguém, mas apenas transmitire o orgulho constroem a perdição do homem. Apesar de tudo, o as minhas impressões de uma leitura…próprio Deus conhece o seu coração e vê todo o seu desespero.Deus não condena ninguém. De todos se compadece. O que é Mas o que é bom é ler, ler, ler, sem ter medo de gritarmais grave não é ser propriamente mau ou cometer erros, mesmo com o escritor ou connosco mesmo, pondo em causaatrocidades, mas orgulhosamente não reconhecer os seus defei- muitas das nossas convicções demasiado cristalizadas!tos. Só a estes Deus não atende. Boas leituras!!!Dostoievski parece ser um apologista apaixonado da humildade,embora humildade forte e corajosa que não se amesquinha, maseleva o homem ás alturas. Conquistar esta humildade, eis outra durabatalha a travar. E muitas personagens do romance travaram-na àcusta de muito sofrer. À medida que eles se deixam inundar pelaconsciência e que o drama vai crescendo, eles vão-se transformandoem “homens-homens”, tornando possível a fraternidade humana.38 valemais.pt

CENTRO CULTURAL 7 ABR. PublicidadeDE VIANA DO CASTELO REQUIEM 8 ABR. LETHES29 ABR.JORGE PALMA 3 MAI. FESTIVAL DE DANÇA DE VIANA DO CASTELO14 JUN. 27 MAI.ANA CAROLINA MIGUEL ARAÚJO 1ª Parte: VIA valemais.pt 39

Reportagem #Viana do Castelo José C. Sousa Direitos Reservados CAMINHOS DE SANTIAGO AACS-VIANA CONTESTA SINALIZAÇÃO A Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo não concorda com o modo como foi colocada a sinalização dos Caminhos de Santiago no centro histórico da capital alto- minhota. Disso mesmo nos deu conta o padre César Maciel, presidente da Direção. “Está em causa a visibilidade da sinalização, por parte dos peregrinos. Esta, foi colocada, no pavimento, junto das bermas das ruas, em aço corten o que não sobressai. Ora, conforme nos expressou o presidente da associação, a sinalização horizontal implementada não é de todo eficaz para os peregrinos, assim como não é de fácil leitura. “A colocação da sinalética no pavimento deverá ser sempre evitada não só porque se torna de difícil leitura, por parte do peregrino, como por todas as situações que possam ocorrer na omissão involuntária da mesma, como, por exemplo, um saco de lixo sobre uma placa de sinalização, um carro mal estacionado, uma poça de água em dias de chuva, um aglomerado de pessoas, etc.. Segundo nos indica esta associação, esta sinalização, que foi colocada por uma empresa privada por ordem da Câmara Municipal, na última semana de janeiro, deveria ter sido disposta verticalmente, a dois ou três metros de altura, para ser vista por todos os peregrinos. E, ao contrário de uma ideia que se tenta passar, em Portugal, não existem regras específicas sobre a sinalização do Caminho de Santiago. Existe, sim, uma tendência em copiar uma normativa existente na legislação espanhola sobre a sinalética, e tentar aplicá-la ao território português.Publicidade 40 valemais.pt

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Publicidade A posição da AACS neste tema é clara. A sinalização CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA do Caminho Português de Santiago deveria possuir uma identidade própria, em todo o território Sobre o Caminho Português da Costa, o pároco afirma: “O caminho nacional, e não copiar modelos que, por vezes, Português da Costa tem registado um grande crescimento. Cerca de cinco torna a mensagem dúbia, com a colocação da mil peregrinos por ano devem fazem este caminho. Só no nosso Albergue “seta” e da “vieira” no mesmo plano de sinalética. de Peregrinos de Caminha pernoitaram: Para o padre César Maciel, “deveria ter sido encontrada uma melhor solução em diálogo com a 489 PEREGRINOS - 2012 Direção de Cultura para a colocação da sinalética.\" 817 PEREGRINOS - 2013 No que se refere aos centros históricos, a 1138 PEREGRINOS - 2014 homologação tem de respeitar o parecer 2010 PEREGRINOS - 2015 da Direção de Cultura do Norte; e um dos 3035 PEREGRINOS - 2016 principais objetivos é ser visível. Recorde-se que a colocação desta sinalização é O período de maior afluência de peregrinos é entre março a outubro, mas, uma das iniciativas que faz parte da candidatura ao longo de todo o ano, há peregrinos. Os meses de junho, julho, agosto e “Valorização dos Caminhos de Santiago Caminho setembro são os que concentram mais peregrinos. Português da Costa” Quanto à candidatura para valorização do Caminho Português da Costa 42 valemais.pt de Santiago, em curso na sua execução, não teve a participação da Associação porque nunca fomos chamados para o processo apesar de, insistentemente, o reivindicarem, afirma César Maciel. AACS-VIANA A AACS-VIANA foi criada no ano 2004 e, desde então, tem trabalhado para o Caminho Português e para o Peregrino. É, no panorama nacional, uma instituição jacobeia de referência que pretende, acima de tudo, apoiar o peregrino e ser a voz de centenas de voluntários que trabalham por esta causa. Diariamente, esta associação distribui credenciais aos peregrinos (cerca de mil por ano), concede informação a estes por telefone, por email, por facebook, pela página www.caminhosantiagoviana.pt e presta, também, informação e apoio, presencialmente, 25 dias por mês, à noite, na sede da associação. Faz, ainda, a gestão do Albergue de Caminha oferecendo acolhimento e alojamento ao peregrino 365 dias por ano com um grande número de voluntários. A AACS estudou e sinalizou o Caminho Português da Costa entre 2004 e 2007 de Castelo de Neiva atéValença, fazendo. até hoje. a sua manutenção e remarcação. ALUNOS DE EDUCAÇÃO MORAL EFETUAM O CAMINHO Os Alunos da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) do Agrupamento de Escolas Santa Maria Maior, em Viana do Castelo, estão a realizar o caminho português de Santiago de Compostela. A proposta, realizada pelo professor da disciplina, foi acolhida com “entusiasmo pelos alunos” e inseriu-se no plano anual de atividades da disciplina e do agrupamento. Contando com o apoio da Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago e a Câmara Municipal de Viana do Castelo a iniciativa iniciou- se na cidade de Viana, no último dia de março, com uma cerimónia presidida pelo bispo da diocese do Alto Minho, D. Anacleto de Oliveira. O professor responsável explicou que os alunos vão percorrer “o tradicional e milenar caminho português e pernoitarão nos albergues municipais” sendo esta uma semana não de caminhada mas de transformação”.

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Entrevista #Ponte de LimaJosé C. Sousa Direitos ReservadosCENTRO EQUESTRE VALE DO LIMA CAVALO LUSITANO ALIADO QUE DÁ PRESTÍGIOO Centro Equestre Vale do Lima é um Estivemos à conversa com Filipe Pimenta, o diretor do Centro que, de uma empreendimento do grupo familiar forma entusiasta, nos falou da sua paixão pelo Cavalo. J. Pimenta que visa promover oCavalo e os eventos hípicos. CAVALO, A GRANDE PAIXÃOA reportagem da VALE MAIS foi conhecer VALE MAIS: OLÁ FILIPE PIMENTA. CONTE-NOS COMO SURGIUeste Centro Equestre, constituído em 2001, ESTE CENTRO?e localizado a poucos minutos do centro dePonte de Lima. Filipe Pimenta: “Tudo começa com duas grandes paixões que são o cavalo e o turismo, e o centro surgiu pela união dessas paixões. O objetivo eraCom uma área com 10 hectares, 45 boxes, 1 fazer algo diferente, que trouxesse mais-valia para a região, e a promovesse.picadeiro coberto, um descoberto e uma pista deensino, o centro possui um conjunto de atividades Ou seja, este projeto pretende, entre outras coisas, valorizar o que Portugalcomo; escola de equitação, desbaste e ensino tem de muito bom e, o Cavalo Lusitano é um produto nacional, com grandede cavalos, alojamento, estágios, hipoterapia, procura internacional. Como são duas áreas em que acredito, pretendoorganização de eventos, entre outros. ajudar o destino ‘Portugal’ com a minha quota-parte, aqui, na região.44 valemais.pt

VM: FALANDO DO CAVALO LUSITANO. QUAIS SÃO AS PublicidadeSUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS? valemais.pt 45FP: É uma raça milenar, das mais polivalentes do mundo, muitoversátil o que nos permite competir nas várias modalidades, mastambém utilizá-lo no lazer e na terapia. Como temos alcançadoresultados muito positivos, em competições internacionais, ocavalo torna-se numa referência mundial.VM: O QUE O DISTINGUE DOS OUTROS ANIMAIS?FP: Em primeiro lugar as formas. É muito confortável, dócil,muito previsível e harmonioso, com o carácter bem definido.Provavelmente pela genética milenar que tem está muito bemdefinido nas suas características.É importante compreender que o cavalo acompanhou aevolução da humanidade desde sempre. Começou por seralimento na pré-história, mas rapidamente foi domesticadotornando-se num parceiro de trabalho, e depois em transporte.Hoje, falar do cavalo é falar de alta-competição, lazer, trabalhoe terapia.VM: O CAVALO, EM GERAL, É VISTO COMO UM NEGÓCIO?FP: Não deve ser visto como um negócio. O cavalo é simprestigiante, para um país, e para uma região. E Portugal temsabido tirar partido do Cavalo Lusitano. Eu diria que todos osdias chegam a Portugal dezenas ou centenas de pessoas paraver este cavalo.VM: E A COMPONENTE TERAPÊUTICA?FP: Todos os dias temos aulas de hipoterapia. E os resultadossão fantásticos. Há pessoas que se transformam em cimado cavalo. Tanto no aspeto físico como emocionalmente.Ver pessoas que tem complicações psicológicas e que, emcima do cavalo, são completamente normais. E é também,impressionante, ver a reação de quem os rodeia. O CENTROVM: QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS VALÊNCIAS DO CENTRO?FP: Ensino de cavalos, aulas de equitação, desde a iniciaçãoaté à alta-competição, hipoterapia, restaurante, e lazer. Nestaúltima vertente a base está assente na Quinta dos Pentieiros,junto à Área Protegida das Lagoas, porque consideramos queali é o local ideal para as pessoas saírem a cavalo e passearà vontade. É um projeto recente, mas com muito potencialinternacional.VM: A PARTIR DE QUE IDADE SE PODE MONTAR?FP: Desde os 6 anos. A partir dessa idade já podem montar acavalo e ter classes.

VM: DE ONDE VEM OS PRATICANTES? V: E NA ÁREA DESPORTIVA. QUE MODALIDADES EXIS- TEM?FP: Vem muita gente de fora. Pessoas de outraslocalidades e claro do estrangeiro que escolhem o FP: Há os obstáculos, dressage, atrelagem, equitação de trabalho,Centro para estagiar devido, claro está, ao Cavalo cross, concurso completo, horseball, entre outras.Lusitano. VM: A LOGÍSTICA DO CENTRO É COMPLICADA? FP: Bem, todos os dias temos de tratar dos cavalos, da sua alimentação, fazer as camas, trabalhá-los, ensiná-los e efetuar as aulas de equitação. Portanto todos os dias do ano, sem exceção, temos de dar o devido tratamento aos cavalos. VM: QUAL É O POSICIONAMENTO DESTE CENTRO EQUES- TRE A NÍVEL NACIONAL E INTERNACIONAL? FP: É bom. Julgo que, ao longo destes anos, conseguimos realizar um grande trabalho de promoção do Lusitano e da região como destino equestre. Hoje, Ponte de Lima é um destino equestre de eleição. E o cavalo Lusitano é o nosso grande aliado. PONTE DE LIMA DESTINO EQUESTRE VM: PONTE DE LIMA JÁ É ASSOCIADA AO MUNDO EQUES- TRE. COMO SURGIRAM OS EVENTOS? FP: De uma forma natural. O município percebeu que havia aqui uma mais-valia e tudo foi acontecendo de uma forma natural, sem que ninguém impusesse nada. Em Ponte de Lima sempre houve cavalos, em todas as aldeias e, no passado, houve pessoas que foram muito importantes para mim, porque viviam o cavalo de forma apaixonada, como eu. Essas pessoas foram muito importantes para mim e para Ponte de Lima. Falo de Fernando Queiros ou Luís da Barca, entre muitos outros.46 valemais.pt

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PublicidadeVM: DE QUE FORMA O MUNDO EQUESTRE DINAMIZOU VM: DE ONDE VÊM OS O TURISMO EM PONTE DE LIMA? AMANTES DO MUNDO EQUESTRE? FP: Sinto que o cavalo trouxe uma mais-valia para a região mas todo o país esta a usufruir dos grandes eventos FP: É da Europa que chegam equestres, das provas internacionais e das relações grande parte dos nossos empresariais que acabam por acontecer. clientes, mas também os temos do Brasil, do México, 48 valemais.pt de Angola, Indonésia, entre outros. A margem de crescimento é muito grande. Há muita evolução pela frente. VM: QUE COMENTÁRIOS TECEM SOBRE PONTE DE LIMA? FP: Sobre o recinto, em termos de competição, dizem que é muito bom. Pode crescer, mas tem muita qualidade. Depois, a capacidade de organização dá um certificado de qualidade e segurança. Por último, mas não menos importante, a região que é fantástica. Com boa gastronomia, bom clima e boa hotelaria. Temos assim de continuar a tirar partido destas condições. VM: QUAL É A REPUTAÇÃO DA FEIRA DO CAVALO DE PONTE DE LIMA? FP: A Feira do Cavalo já foi premiada pelo Turismo de Portugal como Evento de Excelência do Ano e, hoje em dia, podemos afirmar, Ponte de Lima e Golegã são as duas grandes referências a nível nacional. VM: PRÓXIMOS PASSOS? FP: Tornar tudo ainda mais internacional, conseguir rotas equestres na região, para que os cavaleiros fiquem cá vários dias e percebam que temos aqui um paraíso. O cavalo ... dá prestigio a tudo isto.

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Reportagem #MonçãoManuel S. Direitos ReservadosMais de 45 anos de carreiraSérgio Godinho contou históriasSérgio Godinho esteve a atuar, pela primeira vez, em Monção. Embora, conforme nos dissesse, já tenha andado por estas “Com certeza no da criação. Mas também na bandas noutras oportunidades. Saboreou o Alvarinho e, no Cine expressão. O facto de cantar também é um atoTeatro João Verde, esteve a contar histórias da sua vida e carreira. de comunicação. Da partilha com os públicos. O contrário da solidão criativa que também éAconteceu no âmbito da iniciativa “Conta-me Histórias” com que está a necessária” – referiu à VALE MAIS, quando opercorrer o país. Na conversa com Artur Silva e Jorge Oliveira, bem como a conseguimos instar sobre em qual daquelas áreas secantar, acompanhado à viola por Miguel Fevereiro, o músico que há mais tempo sentia melhor, acentuando, portanto, ser“na criaçãointegra o quinteto musical que, habitualmente, está com ele nos concertos. e na comunicação” onde está mais à-vontade.Num auditório bem composto, com cerca de 2/3 da sua lotação, esteve Durante a conversa no palco do Cine Teatro Joãodurante hora e meia a cantar e a falar de um modo, aparentemente, Verde tinha referido que, diversas vezes, sentiu a arteinformal e que prendeu os presentes, já admiradores da sua obra. engajada. “Engajada na vida, nas pessoas, em tudo”, especificou-nos, referindo-se também a ele próprio.Com 71 anos de vida e mais de quatro dezenas de carreira, tem 35 discos Relativamente à sua presença em Monção,editados com três centenas e meia de canções. O seu percurso anda pelo canto acrescentou que “este teatro é excelente, muito beme escrita, passando pela composição, música, cinema, teatro (incluindo o recuperado. Sinto uma alegria particular com isso einfantil), poesia e romance. Um verdadeiro “Homem dos Sete Instrumentos”, as pessoas”. Garantiu, ainda, ter estado “tantas vezes”título de uma das suas canções que, todavia, não cantou em Monção. nestas paragens, gostar de alvarinho e que sendo “do Porto, conheço o Minho como as minhas mãos”.50 valemais.pt


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