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Painel Abramed 2018 - português

Published by administrativo, 2020-06-15 11:07:24

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Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Publicação Anual | nº 1 2018



A ABRAMED 04 Destaques Abramed 07 Conselho de Administração 08 Carta da Presidência 10 Agradecimento Especial 12 A Abramed 04 18 Ética e a Abramed 22 Metodologia de Trabalho 24 DADOS GERAIS 26 População do Brasil 30 Dados Econômicos do Brasil 42 Panorama Geral da Saúde 54 MERCADO BRASILEIRO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA 114 56 Número de Exames Realizados no Brasil 60 Exames Complementares Realizados na Saúde Suplementar 64 Número de Estabelecimentos no Brasil PAINEL ABRAMED 66 68 Representatividade 76 Abramed e o Sistema de Saúde Privado 90 Estabelecimentos que Atuam no Setor de Medicina Diagnóstica 110 Dimensionamento da Importância Socioeconômica do Setor de Medicina Diagnóstica no Brasil ASSOCIADOS ABRAMED 152 SUMÁRIO METODOLÓGICO 154 Definições do Setor de Medicina Diagnóstica 158 Sumário Metodológico da Matriz Insumo-Produto REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 162 Bibliografia

Destaques Abramed DESPESAS Despesas com exames (incluindo os realizados em hospitais) FATURAMENTO Para cada R$ 1 de valor adicionado Na saúde 30,06 produzido pelo setor de Medicina Diagnóstica, suplementar: Receita Bruta do Mercado bilhões de Medicina Diagnóstica gera-se um impacto de R$ 0,57 sobre os demais setores da economia, totalizando Na Despesa R$ 1,57 de impacto sobre o PIB. Assistencial: 21,46% 21,37% 20,75% R$1 R$ 1,57 R$ R$ 35,4 bilhões 0,57 2015 2016 2017 EXAMES FONTES DE PAGAMENTO 2 bilhões Saúde SUS 82% Planos de Saúde Complementar de exames realizados em 2017 60% 5% 40% 3% 10%Outros 817 milhões na saúde suplementar Público Particulares EMPREGOS ESTABELECIMENTOS O setor de Medicina Diagnóstica foi responsável pela geração de As empresas associadas possuem: 241.931 1.350 empregos em 2017 postos de coleta 81 12% centrais de execução 242 dos empregos na área da saúde laboratórios são de Medicina Diagnóstica em hospitais No último ano, o número As empresas de postos de trabalho 55 milda Abramed 6,5%oferecidos pelas empregam associadas cresceu mais de pessoas

REPRESENTATIVIDADE PACIENTES Representatividade das empresas da Abramed no volume de exames realizados As empresas atenderam Na Saúde Suplementar No total do país 29 milhões de pacientes em 2017 Abramed Abramed 53% 67% Análises mulheres 50,2% 21% Clínicas 33% homens 49,8% 79% 17% Taxa de no show: Imagem Outros no Brasil Outros no Brasil 11,4% Mais de 410 milhões de exames foram realizados QUALIDADE pelas empresas da Abramed em 2017 Mais de 2 certificações em média EXAMES PAGAMENTOS por empresa em 2017 19% Percentual médio mensal de glosa: dos exames foram retirados/acessados 4,1% pela internet 3,5% Tempo médio de recebimento das Percentual médio de médicos operadoras de planos de saúde: com título de especialista nas dos exames não foram acessados 61,9 empresas associadas: dias 84,6% INVESTIMENTOS EQUIPAMENTOS SATISFAÇÃO As empresas investiram em média Total de equipamentos de diagnóstico por imagem em 2017: Net Promoter Score (NPS) em 2017: 9,4% 3.416 78,3 de suas receitas brutas em 2017 O principal destino Percentual de queixas dos usuários: dos investimentos foi 2% Máquinas Imóveis e e Equipamentos Reformas

Expediente Editores Claudia Cohn | GRUPO DASA Conrado Cavalcanti | HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS Priscilla Franklim Martins | ABRAMED Conselho Abramed Ademar José de Oliveira Paes Júnior | CLÍNICA IMAGEM Claudia Cohn | GRUPO DASA Conrado Cavalcanti | HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS Eliezer Silva | SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN Fernando Lopes Alberto | GRUPO FLEURY Leandro Figueira | ALLIAR MÉDICOS À FRENTE Lídia Abdalla | GRUPO SABIN Análise e Redação Juliany Braga | ABRAMED Direção de Projeto Guilherme Ferri | GF MARKETING ADVISOR Projeto Gráfico Célia Emy U. Takiguthi | GD – GRAPHIC DESIGNERS Gil de Godoy | GD – GRAPHIC DESIGNERS Fotografia Shutterstock Impressão Leograf www.abramed.org.br

Conselho de Administração “A Abramed estava “Radiografia inédita da pronta para realizar Medicina Diagnóstica, um projeto como este, mostrando a importância fundamental para o setor no cuidado aos pacientes e para o desenvolvimento da saúde no Brasil.” e os impactos socio- econômicos do setor.” Claudia Cohn Grupo DASA Conrado Cavalcanti Hospital Sírio-Libanês “Retrato preciso do setor, “Uma nova era de maior que permite uma análise clareza do papel da acurada do impacto de Medicina Diagnóstica na suas atividades sobre os Saúde Suplementar em elos da cadeia da saúde.” nosso país.” Eliezer Silva Fernando Lopes Alberto Sociedade Beneficente Israelita Grupo Fleury Brasileira Albert Einstein “Conhecimentos que “A gestão baseada em nos tornam ainda mais dados é muito mais responsáveis pela eficiente. Do contrário, sustentabilidade do setor. você tomará decisões Não há como retroceder, baseadas apenas só nos resta avançar.” em opiniões.” Leandro Figueira Ademar J. O. Paes Júnior Alliar Médicos à Frente Clínica Imagem “Fotografia ampla do setor, que apresenta infor- mações que contribuem com debates e proposi- ções para a melhoria do sistema de saúde.” Lídia Abdalla Grupo Sabin Conselho Deliberativo Conselho Fiscal

Carta da Presidência Em que tempos estamos? Transformações em diagnóstico e tinham por objetivo o desenvol- aconteceram no mundo nos últimos anos. A di- vimento em áreas específicas da medicina. versidade das necessidades de saúde; um cená- O decréscimo de beneficiários durante a crise rio cada vez mais complexo; o foco para o curto gerou várias especulações sobre as condições de prazo e não para sustentabilidade do sistema; o continuidade do sistema. Afirmações com qual- colapso do financiamento de saúde; o envelheci- quer número geravam desdobramento de notí- mento da população e a diminuição de mobilidade cias errôneas, que poderiam impactar o acesso fazem parte da realidade atual e do futuro, sendo do paciente a determinados procedimentos, além 8 características que, somadas aos hostis momen- da continuidade de prestação de serviços com efi- tos da crise no Brasil, desafiam-nos todos os dias ciência e credibilidade. para mudar aqui e no mundo inteiro. A transparência nas informações é funda- Crises e acontecimentos políticos, sociais e mental para que possamos alcançar patamares Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO econômicos têm assolado a rotina de brasileiros adequados de eficiência, com uso racional de re- e gestores da saúde, líderes que necessitam re- cursos, evitando custos gerados tanto pela sub priorizar, planejar ações preventivas e assisten- como pela superutilização. ciais básicas e, principalmente, achar espaço para Desconfiança era a palavra da vez. Como tirar o imprevisto. o setor da esfera do colapso e os atores da ca- A saúde é um dos setores mais impactantes deia da saúde da esfera da falta de confiança? na vida dos brasileiros. A evolução dos gastos em Como trazer para a saúde a importância inte- saúde é um dos grandes desafios mundiais. Com grada de cada área, de cada cadeia de valor da a queda no número de beneficiários da saúde pri- indústria diagnóstica (fornecedores de insumos, vada e a sobrecarga sobre o sistema público de empresas de inovação, equipamentos, logística, assistência, nasceram formas diferentes de aten- além dos prestadores)? dimento, relações entre financiadores, gestores Essas perguntas sempre estiveram presentes de sistemas de acesso aos serviços e, especial- entre os associados da Abramed. Discussões pro- mente, a grande necessidade de informação para fundas levaram à elaboração de um plano estra- melhoria da eficiência do setor. tégico, que definiu a participação ativa deles e da O desejo da maioria dos brasileiros é ter a co- entidade como protagonistas nas ações de me- bertura da saúde garantida. Podemos afirmar lhoria da saúde no Brasil. que nunca houve condições efetivas para univer- Foram muitos os desafios nesses oito anos salidade e, desde o surgimento dos sistemas de de Abramed, na forma mais prática de uma de- saúde pública (SUS) e privada, os desafios para mocracia associativa disciplinada e assertiva, a sustentabilidade do setor estão estabelecidos com foco na união do setor pela sua sustentabi- e permanecem crescentes. O propósito das lide- lidade. Em 2015, iniciamos a semente deste pro- ranças da saúde para prover serviços com boa jeto. Todos pediam dados do setor, apontavam a qualidade e eficiência tem o paciente como cen- inexistência de números consistentes e destaca- tro de todas as atenções e só terá sucesso com vam a necessidade de informações precisas e de grandes transformações. origem conhecida para viabilizar níveis de compa- O Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico é re- ração e referência. sultado do amadurecimento da nossa Associação. Assim, o Conselho da Abramed e seus mem- Fundada em 2010, a Abramed teve sua trajetó- bros buscaram uma consultoria com experiência ria marcada por fases determinantes para o setor. para ser a curadora das pesquisas. E, com a con- No início, o conhecimento entre os associados era tratação da GV Projetos, iniciamos a estruturação fundamental. Nossos fundadores criaram visões do trabalho. coletivas de um grupo de empresas com insatisfa- Ainda pela carência de informações, decidimos ções semelhantes, que precisavam ter representa- trazer o projeto para casa, abarcando o triênio tividade como instituições provedoras de serviços 2015-2017. Foi então criado na Abramed um de-

partamento de inteligência de mercado, liderado médico-hospitalares e na qualidade da assistên- 9 por uma profissional com uma década de experi- cia: o nosso paciente. ência em grandes organizações. Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Por fim, gostaria de fazer alguns agradecimen- Baseados em planejamento estratégico, pes- tos para a produção deste árduo trabalho, rico em quisa e critérios de confiança, chegamos ao Pai- conteúdo e formato: nel Abramed – O DNA do Diagnóstico. Um anuário que consolida dados das empresas associadas Ao nosso competente e unido Conselho Delibe- inaugura de forma organizada o levantamento de rativo, no qual sou honrada por cumprir o terceiro dados do setor diagnóstico no Brasil. mandato na presidência, e ao qual agradeço pela dedicação de inúmeras reuniões e divisões de tra- Importante instrumento para consulta de balho. Agradeço a participação de cada um de dados da saúde, a primeira edição do Painel vocês: Conrado Cavalcanti, Eliezer Silva, Fernando chega com o objetivo de contribuir para a troca de Lopes Alberto e Leandro Figueira. informações e dados comparáveis. Não temos a pretensão de ser infalíveis; por isso, a evolução de Ao time Abramed, liderado pela Priscilla nosso painel será contínua. Franklim Martins, com a dedicação e seriedade de inteligência setorial da Juliany Braga, o apoio ad- A capacidade de cada associado em entender ministrativo-financeiro da Lígia Carvalho, e a Co- a importância do trabalho e o apoio das lideran- municação do Guilherme Ferri, minha reverência. ças executivas das empresas – que foi enorme – trazem à tona nosso comprometimento com Meu especial obrigada ao Vice-Presidente do a prestação de contas deste projeto, além de Conselho, Conrado Cavalcanti. Sem ele, não tería- nossa gratidão e do compromisso em continuar- mos finalizado esta jornada. mos esta jornada. E, para agradecer a quem nos apoiou em con- Nosso objetivo principal foi efetivamente cum- teúdo, nota, inspiração, questionamentos e cálcu- prido. Oferecemos indicadores, inserimos nosso los, fiz um parágrafo especial que ouso escrever setor na economia produtiva brasileira e forma- sem o talento de uma poetisa, mas com o coração mos (e formaremos a cada ano de edição) um repleto de saudades. A você, nosso sempre que- grupo mais participativo como instrumento para rido Gastão, nosso Luiz Gastão Mange Rosenfeld. levar valor ao ator mais importante nos serviços Além de levarmos informação à sociedade, A transparência contribuímos neste trabalho para prevenção, nas informações combate à doença, inovação e qualidade, além de reiterar aqui, pela Abramed – Associação Bra- é fundamental sileira de Medicina Diagnóstica, nosso compro- para alcançarmos misso social com a medicina de boa qualidade e com o Brasil. patamares adequados de Claudia Cohn Presidente do Conselho Abramed eficiência.”

Dr. Luiz Gastão Mange Rosenfeld (20/09/1943 – 18/03/2018)

Agradecimento Especial 11 Gastão, Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Este trabalho só existe em virtude da sua dedicação, sua mente brilhante e sua vontade de vê-lo pronto. Nos momentos em que todos queriam desistir, você trazia a fórmula, a teoria, ensinava aos consultores da GV, e todos sempre ficavam boquiabertos pela sua capacidade, pelo seu raciocínio e pela sua constante vontade de ensinar. Seu jeito para educar foi ímpar e transformou mentes fechadas em mentes preparadas. Seu legado para o mundo e para o nosso setor é proporcional às boas lembranças dos momentos que vivemos na Abramed e na vida, e a todas as coisas que você proporcionou às pessoas que tiveram o privilégio de conviver com você. Ficam aqui nosso eterno respeito, carinho e admiração. Agradecemos por tudo, mestre!



A Abramed

Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO 14

A Abramed 15 surgiu da união das empresas para Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO gerar soluções e propostas voltadas ao setor.” A Abramed A consolidação de um novo per- A Abramed nasceu para atender fil empresarial e o estabelecimento aos anseios de suas associadas, por de regulamentações determinantes meio do diálogo com agências regula- para o futuro da Medicina Diagnós- tórias; entidades setoriais nacionais e tica no Brasil aproximaram empresas internacionais; comunidades científi- de diferentes regiões do país, atentas cas; empresários; operadoras de plano à importância de se unirem para gerar de saúde; especialistas das empresas soluções e propostas voltadas ao e à associadas; investidores; órgãos go- saúde no Brasil. vernamentais nas esferas federal, es- tadual e municipal; além dos diversos Frente à necessidade de melhor atores da cadeia da saúde. representatividade setorial, em 14 de julho de 2010 foi fundada a Abramed Nossas associadas são empre- – Associação Brasileira de Medicina sas reconhecidas pela alta qualidade Diagnóstica, reunindo laboratórios na prestação de serviços em diag- de análises clínicas, anatomia patoló- nóstico, inovação tecnológica e práti- gica, genética e clínicas de radiologia cas de gestão que são referências no e diagnóstico por imagem, com atua- mercado, governança, compliance e ção de ponta no país. responsabilidade corporativa.

Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO16 Nossas associadas são empresas reconhecidas pela alta qualidade na prestação de serviços em diagnóstico, inovação tecnológica e práticas de gestão que são referências no mercado.”

Nossos principais objetivos são: 17 »» Promover a troca de conhecimento técnico, Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO científico e de gestão. »» Disseminar o aprimoramento da gestão de qualidade dos serviços prestados em Medi- cina Diagnóstica. »» Representar empresarialmente o mer- cado de diagnóstico perante órgãos gover- namentais e regulatórios, estabelecendo agendas positivas com as sociedades cien- tíficas do setor. »» Cooperar com as mais diversas entidades da cadeia produtiva da saúde, em âmbito nacional e internacional. »» Desenvolver formas de atender o paciente como o centro da atenção, em consonân- cia às fontes pagadoras. »» Defender os interesses das associadas, sempre dentro de uma conduta ética e de melhores práticas em compliance. »» Realizar análises, revisões e contribuições acerca de importantes dados e legislações que impactam a Medicina Diagnóstica. »» Informar a sociedade, de forma racional, sobre a importância da Medicina Diagnós- tica na prevenção de doenças e outros ris- cos ao paciente.

Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Todos os atores da saúde devem se 18 valer de práticas para o alcance da excelência assistencial.”

Ética e a Abramed O setor de saúde apresenta, em e usuários. Assim, é natural que ques- 19 todos os seus elos produtivos, intera- tões éticas surjam dentro da dinâmica ções complexas mediadas por diferen- dessas relações, por isso elas devem tes vetores, como acesso e qualidade sempre ser vistas por diferentes lentes assistencial, regulação dos seus pro- e constantemente atualizadas. O pro- cessos, iniciativas, nem sempre sinér- duto final dessas interações deveria ser gicas, provenientes dos setores público a plenitude do atendimento às necessi- e privado, além de informações desi- dades de saúde da população, incluindo guais entre provedores, financiadores a maior transparência das informações. Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO

Se ética é o conjunto de princípios e valores Ética, a Abramed conta com três membros inde- morais que conduzem o comportamento humano pendentes, que atuam como representantes da dentro da sociedade, todos os atores do setor de sociedade civil, em sua composição. saúde deveriam se valer de regras, padrões e prá- Para que a transparência, que é um dos pila- ticas que propiciassem o pleno alcance da ex- res do Programa de Ética e Compliance da Asso- celência assistencial e a máxima segurança do ciação, se consolide, a Abramed criou um Canal paciente. Assim, os programas de ética e com- de Denúncias, onde o Associado, ou participan- pliance que norteiam as atividades de uma ins- tes de outras organizações pertencentes à ca- tituição de saúde devem ser pautados por total deia de saúde, ou mesmo membros da sociedade transparência e por práticas que visam manter as civil, comunicam suas percepções de não confor- associações e empresas em conformidade com midade de qualquer prática relacionada ao setor. leis, normas e regulamentos e, principalmente, 20 com os valores propagados na missão das em- presas e suas associações. Desta forma, todos os atores são responsáveis pelo acultura- mento da conduta ética tanto de prove- Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO dores, financiadores e usuários. A Abramed procura atuar exa- tamente na disseminação de ideias, valores e padrões, com- prometendo-se com as ques- tões éticas de todos os relacionamentos envolvi- dos na cadeia produtiva de saúde, incluindo as re- lações com operadoras, entre associados e, claro, com a comunidade mé- dica, além de envolver o governo e a sociedade em geral. Além disso, também contribui com mecanismos de suporte e monitoramento do cumprimento de práticas voltadas primordialmente ao in- teresse do paciente. Dentro desse contexto, a Abra- med se ampara no seu recém-criado Código de Conduta, que estabelece os princípios éticos a serem observados por seus associados e coloca, em primeiro lugar, o principal interesse do paciente. Em consonância com seu Código de Conduta, criou também seu Comitê de Ética, que se constitui em um órgão colegiado no qual se avaliam, periodicamente, questões levantadas pelos Associados, além de estabelecimento e promoção da hierarquia das atividades a serem desenvolvidas pela Associa- ção. A partir daí, a Abramed recomenda diretri- zes e posicionamentos sobre as questões éticas. Para maior independência do seu Comitê de

Essas denúncias são avaliadas pelo Comitê de De forma complementar, a Abramed desen- 21 Ética para análise e deliberação de encaminha- volve outras ações como: mento, que pode compreender orientação ao as- 1. o Regimento Antitruste, que define regras Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO sociado, ou até mesmo, em casos mais graves, medidas punitivas. para proteger seus associados frente à le- gislação de defesa da concorrência; A Abramed atua na 2. critérios de elegibilidade para novos entran- disseminação de ideias, tes (sócios); 3. o Termo de Adesão ao Código de Conduta; valores e padrões 4. a Avaliação Reputacional (Riscos de Com- e se compromete pliance) de parceiros e fornecedores; e com as questões 5. a própria formalização das regras de gover- éticas de todos os nança Abramed (regimento comitês, antitruste, relacionamentos câmaras, GTs permanentes, entre outros). envolvidos na cadeia Por fim, para contribuir no aculturamento e na produtiva de saúde.” disseminação de políticas e padrões éticos, a As- sociação desenvolve treinamentos e publicará periodicamente materiais para dar publicidade a seus princípios, a fim de mitigar riscos relacio- nados a não conformidade e fraudes, visando à proteção da reputação das empresas e, conse- quentemente, sua sustentabilidade, contribuindo assim para o fortalecimento dos elos da cadeia de saúde sobre pilares de ética e confiança.

Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICOMetodologia de Trabalho 22 Este trabalho surgiu como uma resposta da Abramed à carência de dados do setor.”

Este trabalho surgiu como on-line de pesquisa junto às 23 uma resposta da Abramed à empresas associadas, cujas carência de dados do setor de respostas consolidadas com- Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Medicina Diagnóstica, sobre- põem este material. Também tudo aqueles que viessem das foram realizadas consultas a empresas atuantes nesse mer- entidades parceiras, como Co- cado e traduzissem suas re- légio Brasileiro de Radiologia alidades e desafios. Assim, a (CBR), Sociedade Brasileira de Associação se propôs a dar um Patologia Clínica (SBPC) e So- passo no sentido de suprir essa ciedade Brasileira de Análises carência e incentivar esse pro- Clínicas (SBAC), e a fornece- cesso, gerando dados que es- dores de insumos. timulassem o aprofundamento nos temas de maior relevância Participaram dessa pes- e o teste de hipóteses que per- quisa 15 empresas associa- meavam o entendimento geral das à Abramed: Alliar Médicos a respeito do setor até então. à Frente; Boris Berenstein Me- dicina Diagnóstica; BP Me- Os esforços para a realização dicina Diagnóstica; CEPEM deste trabalho começaram há (Centro de Estudos e Pesquisas mais de dois anos, quando a GV da Mulher); CETAC Diagnós- Projetos foi contratada para apli- tico por Imagem; Grupo Dasa; car a primeira pesquisa sobre Grupo Fleury; Hermes Pardini dados de Medicina Diagnóstica Medicina, Saúde e Bem-Estar; com os associados da Abramed Hospital Sírio-Libanês; Sabin e estimar tanto o tamanho do Medicina Diagnóstica; Salo- setor no Brasil quanto sua im- mãoZoppi Diagnósticos; Santa portância econômica. Diante da Luzia; Senne Liquor Diagnós- necessidade de discutir melhor tico; Sidi Medicina por Imagem; os resultados apresentados e e Sociedade Beneficente Israe- garantir sua consistência, foi ge- lita Brasileira Albert Einstein. rada esta publicação. Assim, espera-se contribuir para um melhor entendimento Para isso, além da utiliza- do setor de Medicina Diagnós- ção de dados secundários, tica no Brasil. foi aplicado um formulário



Dados Gerais

Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO26 A população brasileira está envelhecendo e atingiu padrões de longevidade semelhantes aos de países desenvolvidos.”

27 Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO População do Brasil Segundo o IBGE1, a população bra- está envelhecendo. O país atingiu pa- sileira foi estimada em 207.660.929 drões de longevidade semelhantes pessoas em 2017, 49% composta por aos de países desenvolvidos (a expec- homens e 51% por mulheres. Concen- tativa de vida ao nascer do brasileiro tra-se sobretudo nas regiões Sudeste em 2017 era de 75,8 anos) e tem de (42%) e Nordeste (28%). lidar com desafios similares (saúde e previdência). Há ainda a elevada carga A maior parte é jovem: 47% têm até tributária, embora com níveis de renda 29 anos e 81% estão em idade econo- muito inferiores aos daqueles países. micamente ativa. Entretanto, o Brasil 1 Data de referência em 1º de julho de 2017.

Gráfico 1 População do Brasil em 2017 Norte População Brasileira 17,9 milhões 207,7 (9%) milhões Nordeste 57,3 milhões (28%) Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO28 Centro-Oeste 15,9 milhões (8%) Sudeste 86,9 milhões (42%) População Sul População Brasileira Brasileira 29,6 51% 49% milhões mulheres homens (14%) Fonte: IBGE. Com a inversão da pirâmide etária brasileira, a o setor de saúde, tendo em vista que o consumo situação da saúde tende a piorar, uma vez que os e os gastos relacionados aos serviços de saúde gastos com os mais idosos são custeados pelos crescem proporcionalmente à idade. mais jovens. É necessário evitar o esgotamento desse modelo discutindo-se novas maneiras de A falência dos modelos de aposentadoria ao financiamento. Possíveis abordagens seriam o redor do globo e a dependência financeira na ter- incentivo à poupança durante a fase produtiva ceira idade podem resultar na saída dos idosos do da população e mais programas de prevenção, sistema de saúde suplementar por razões econô- dado que, a longo prazo, é mais barato prevenir micas, justamente numa fase de maior vulnera- do que tratar. bilidade. De um lado, o SUS é sobrecarregado; e de outro, cresce a demanda por novos serviços, A tendência de envelhecimento não é uma como as clínicas populares. É importante que a questão isolada do Brasil, mas sim uma tendên- sociedade discuta alternativas e soluções para cia mundial. Esse fato traz grandes desafios para essa questão.

Gráfico 2 Pirâmide Etária: 2017 90+ 29 85 - 89 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 80 - 84 4.000 6.000 8.000 10.000 Fonte: IBGE. Homens 75 - 79 70 - 74 Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 49 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4 0 2.000 Mulheres Gráfico 3 Pirâmide Etária: 2060 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 90+ 4.000 6.000 8.000 10.000 Fonte: IBGE. Homens 85 - 89 80 - 84 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 49 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4 0 2.000 Mulheres

Espera-se um cenário econômico mais 30 favorável a partir de 2019.” Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO

Dados Econômicos do Brasil PIB cimento da economia seja em torno de 2%. Com a persistente crise polí- O PIB real brasileiro apresentou tica, a incerteza eleitoral e a greve dos queda nos anos de 2015 e 2016, bem caminhoneiros, contudo, dificilmente como o PIB per capita, indicando o patamar de 2% será atingido. Mas que nesse período o poder de com- espera-se um cenário mais favorável pra do brasileiro se reduziu. Entre- a partir de 2019, a depender do resul- tanto, desde 2017, a economia tem tado das eleições. apresentado sinais de lenta recupera- ção, e estima-se que em 2018 o cres- 31 Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO

Gráfico 1 Evolução do PIB Real 10,00 5,63 6,36 6,73 6,50 6,56 8,00 6,1 7,5 6,61 6,74 6,94 6,98 2016 6,00 5,92 5,91 1,0 4,00 5,1 4,0 2017 2,00 3,0 0,00 -2,00 1,9 -0,1 0,5 2014 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2015 32 -4,00 -3,5 -3,5 -6,00 Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO PIB (R$ trilhões) Crescimento real do PIB (%) Fonte: Bacen. Níveis de preços e de renda ainda são uma região mais pobre (Nordeste). Já o PIB per capita barreira ao acesso à saúde suplementar, e, ape- do Distrito Federal era seis vezes e meia maior sar da existência e do funcionamento do SUS no que o do Maranhão. Brasil, são conhecidas as dificuldades deste para atender e ampliar o atendimento às demandas da A dificuldade de acesso à saúde pode dar população. A saúde suplementar é fundamental, lugar ao subtratamento, um problema real não apenas devido a seu aspecto complementar, que pode surgir devido à falta de assistência à mas também devido a suas contribuições na ab- saúde, a diferenças nos recursos médicos dis- sorção tecnológica e de tratamentos de ponta, poníveis (tratamento sensível aos suprimen- por exemplo. tos), à dificuldade de acesso a cuidados (como transporte e apoio social) e a barreiras finan- Ademais, tem-se ainda o desafio da distribui- ceiras implícitas (como custo de medicamen- ção geográfica da prestação de serviços, uma tos)2. Muitas pessoas recorrem aos serviços vez que há forte concentração de recursos na de saúde com grande sacrifício financeiro, e área de saúde nos grandes centros urbanos. A há ainda aquelas que não buscam os cuidados região Sudeste, por exemplo, foi responsável por necessários por causa do custo. O custo é, em 54% do PIB nacional em 2015, e seu PIB per ca- geral, o maior obstáculo de acesso à saúde ao pita era maior que o dobro do PIB per capita da redor do globo3. 2 Segundo o livro Compliance na Saúde – Presente e Futuro de um Mercado em Busca da Autorregulação, iniciativa do grupo Criarmed. 3 Conforme Frost e Reich (2008). De acordo com os autores, outros obstáculos de acesso seriam: a corrupção persistente em serviços de saúde públicos e privados; comércio internacional e disputas sobre patentes; atitudes culturais em relação à doença e ao tratamento; e dificuldades na distribuição, prescrição, entrega e uso de produtos.

Gráfico 2 Evolução do PIB per capita 35.000,00 34.528,27 34.405,20 8,0% 34.000,00 33.000,00 4,9% 33.822,22 6,0% 32.000,00 33.494,93 4,0% 31.000,00 30.000,00 32.912,25 29.000,00 4,0% 11.527,54 30.555,61 3,0% 2,1% 31.521,17 31.589,67 30.915,41 1,0 % 2,0% 7,5 0,2% 0,0% -2,0% 29.733,21 -0,4% -1,2% 28.000,00 -4,3% -4,2% -4,0% 33 27.000,00 -6,0% 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 PIB per capita (R$) Crescimento real do PIB per capita (%) Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Fonte: Bacen. Gráfico 3 Estimativas do PIB Brasileiro (2018 – 2023) 12.000 2,5% 9.747 2,6% 10.000 2,5% 8.528 9.118 2,4% 8.000 2,3% 6.000 7.458 7.978 2,2% 4.000 2,1% 2.000 6.950 2,0% 2,3% 2,2% 2,2% 2,2% 2,2% 2018 2019 2020 2021 2022 2023 PIB estimado (R$ bilhões) Crescimento real estimado (%) Fonte: FMI.

Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICOREGIÕES E PIB PARTICIPAÇÃO PARTICIPAÇÃO PIB PER CAPITA UNIDADES DA FEDERAÇÃO NA REGIÃO NO TOTAL BRASIL (R$ MILHÕES, 2015) – 100% (R$, 2015) REGIÃO NORTE 100% 5,4% Rondônia 5.995.787 11% 0,6% 29.326 Acre 320.775 4% 0,2% 18.359 Amazonas 36.563 27% 1,4% 20.678 Roraima 13.622 3% 0,2% 16.953 Pará 86.560 41% 2,2% 21.979 Amapá 10.354 4% 0,2% 20.477 Tocantins 130.883 9% 0,5% 16.010 REGIÃO NORDESTE 13.861 100% 14,2% 18.080 Maranhão 28.930 9% 1,3% 19.094 Piauí 848.533 5% 0,7% 15.002 Ceará 78.475 15% 2,2% 11.366 Rio Grande do Norte 39.148 7% 1,0% 12.219 Paraíba 130.621 7% 0,9% 14.669 Pernambuco 57.250 18% 2,6% 16.632 56.140 5% 0,8% 14.133 34 Alagoas 156.955 5% 0,6% 16.795 46.364 29% 4,1% 13.878 Sergipe 38.554 100% 54,0% 17.189 Bahia 245.025 16% 8,7% 16.116 REGIÃO SUDESTE 4% 2,0% 37.771 Minas Gerais 3.238.716 20% 11,0% 24.885 Espírito Santo 519.326 60% 32,4% 30.627 Rio de Janeiro 120.363 100% 16,8% 39.827 São Paulo 659.137 37% 6,3% 43.695 REGIÃO SUL 25% 4,2% 34.486 Paraná 1.939.890 38% 6,4% 33.769 Santa Catarina 1.008.018 100% 9,7% 36.525 Rio Grande do Sul 14% 1,4% 33.960 REGIÃO CENTRO-OESTE 376.960 19% 1,8% 37.543 Mato Grosso do Sul 249.073 30% 2,9% 31.337 Mato Grosso 381.985 37% 3,6% 32.895 Goiás 579.745 26.265 Distrito Federal 83.082 73.971 107.418 Fonte: IBGE. 173.632 215.613 Esta dificuldade financeira, de acordo com a cientes para protegê-los dos pagamentos diretos OMS, pode encorajar: ou copagamentos mais caros. • o autotratamento e a automedicação; • a utilização de medicamentos fora de prazo, de qua- No caso brasileiro, aponta-se a importância da discussão e do envolvimento de toda a cadeia de lidade inferior ou de doses parciais; e saúde na determinação dos valores percentuais • o adiamento do recurso a consultas com profis- autorizados pela ANS na cobrança de copartici- pações e franquias, a fim de impedir que percen- sionais de saúde nas fases iniciais da doença. tuais elevados possam reduzir o acesso à saúde As dívidas médicas são a causa principal de fa- da população em geral. Essa questão ainda será muito discutida, com o recente veto realizado pelo lência pessoal nos EUA4, por exemplo. Muitas des- STF dos últimos valores autorizados. tas pessoas tinham alguma forma de seguro de saúde, mas os benefícios oferecidos eram insufi- 4 De acordo com a fundação americana The Common Wealth Fund. Vide mais informações em http://www.commonwealthfund.org/.

Geração de Empregos O número total de pos- 35 tos de trabalho formais no Brasil reduziu-se no período ções do mercado de trabalho A área da saúde foi Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO entre 2015 e 2017. O monito- em geral5. responsável por mais de ramento de dados de emprego é importante não só devido a O setor de saúde foi respon- 2 milhões sua importância econômica, sável por 2,03 milhões de em- mas também devido à rela- pregos formais6 no Brasil em de empregos em 2017, ção de dependência entre os 2017, 5% do total de postos de 5% do total de postos de trabalho. beneficiários da saúde suple- trabalho no país. O segmento mentar e a população econo- de Medicina Diagnóstica7, por O setor de Medicina Diagnóstica micamente ativa, cujo acesso sua vez, correspondia a 241.931 foi responsável pela geração de se dá predominantemente por empregos (12% dos empregos planos coletivos empresariais, na área da saúde) no mesmo 241.931 empregos em 2017, que correspondem a 67% dos ano, e cresceu mesmo durante 12% dos empregos na beneficiários. Assim, os níveis a crise (2,4% em 2017). de emprego e formalidade in- área da saúde. fluenciam grandemente o acesso à saúde suplementar no país. Apesar de o número de em- pregos formais ter caído no país, o número de empregos na saúde cresceu 2% ao ano no mesmo período, e acredita- se que o setor de saúde será um dos que mais empregará nos próximos anos. Uma par- ticularidade da área da saúde é o uso intenso e diversifi- cado de mão de obra, o que faz o setor absorver com muita rapidez as transforma- 5 Vide em Machado e Oliveira (2011). 6 Foram considerados para a agregação na área da saúde os seguintes CNAEs: 861 – Atividades de atendimento hospitalar; 862 – Serviços móveis de atendimento a urgências e de remoção de pacientes; 863 – Atividades de atenção ambulatorial executadas por médicos e odontólogos; 864 – Atividades de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica; 865 – Atividades de profissionais da área de saúde, exceto médicos e odontólogos; 866 – Atividades de apoio a gestão de saúde; 869 – Atividades de atenção a saúde humana não especificadas anteriormente; 871 – Atividades de assistência a idosos, deficientes físicos, imunodeprimidos e convalescentes, e de infraestrutura e apoio a pacientes pres- tadas em residências coletivas e particulares; 872 – Atividades de assistência psicossocial e a saúde a portadores de distúrbios psíquicos, deficiência mental e dependência química. 7 Foi considerado o CNAE 864 (Atividades de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica).

Gráfico 4 Estoque de Emprego de 2003 a 2017 (Milhares) 45.000 39.237 40.105 40.836 40.989 39.363 40.000 35.000 37.671 37.992 37.868 30.000 34.539 35.534 30.241 31.469 33.087 27.463 28.987 25.000 20.000 15.000 10.000 36 5.000 0 Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Dez/03 Dez/04 Dez/05 Dez/06 Dez/07 Dez/08 Dez/09 Dez/10 Dez/11 Dez/12 Dez/13 Dez/14 Dez/15 Dez/16 Dez/17 Fonte: CAGED/MTE. Foram consideradas apenas as declarações no prazo, a fim de possibilitar comparações estatísticas. Quanto aos empregos na área Gráfico 5 Empregos no Setor de da saúde, dá-se destaque ainda Medicina Diagnóstica à profissão médica, uma vez que os médicos são ao mesmo tempo 245.000 241.931 prestadores de serviços e ordenado- 240.000 res de despesas. Não só o número 235.000 234.683 236.203 de médicos, mas suas qualificações 230.000 e práticas repercutem nos custos do 225.000 232.073 sistema de saúde e na qualidade da 220.000 assistência ofertada à população. 215.000 221.308 210.000 211.997 Mesmo 205.000 durante a crise, o 200.000 setor de Medicina 195.000 Diagnóstica gerou mais empregos.” 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Fonte: CAGED/MTE.

Gráfico 6 Médicos por Mil Gráfico 7 Percentual de Médicos Habitantes, Segundo Especialistas, Segundo Países Selecionados da Países Selecionados da OCDE – Brasil, 2018 OCDE – Brasil, 2018 Turquia 1,8 Noruega 41,3 37 Brasil 2,1 Irlanda 43,7 46,1 Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Coreia do Sul 2,2 Dinamarca 48,0 México 2,3 Austrália 50,2 Japão Chile 50,8 Polônia 2,4 Portugal 52,7 Canadá 2,5 Canadá 53,1 Suécia 53,0 Estados Unidos 2,7 Áustria 54,3 Reino Unido 2,7 França 55,4 Eslovênia 2,8 Holanda 58,1 Bélgica Islândia 58,3 2,9 Finlândia 58,8 Nova Zelândia 3,0 59,0 Hungria 3,0 Alemanha 60,6 Suíça 61,4 Luxemburgo 3,1 62,4 Israel 3,1 Nova Zelândia 63,1 3,1 Bélgica 64,3 Irlanda 3,2 Brasil 64,0 Finlândia 68,5 3,3 Média dos países 70,0 França 3,4 México 70,3 Letônia 3,4 72,1 Média dos países 3,4 Espanha 73,0 Holanda 3,4 Turquia 73,3 Eslováquia 3,5 75,4 Austrália Luxemburgo 77,1 Islândia 3,7 Israel 77,2 Espanha 3,8 77,6 Dinamarca 3,8 Reino Unido 78,2 3,9 Coreia do Sul 83,5 Itália 88,1 Suíça 4,1 Eslovênia Suécia 4,3 Grécia 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 Alemanha 4,4 Lituânia 4,5 Estônia Áustria 4,6 Itália Noruega 5,1 5,1 Lituânia Letônia 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 Polônia Estados Unidos 0,0 Fonte: Demografia Médica do Brasil, 2018. O Brasil contava, em janeiro de 2018, com duas especialidades, e 14.328 (5%), em três ou 452.801 médicos, o que corresponde à razão de mais. A especialidade médica é um elemento fle- 2,18 médicos por mil habitantes8. xível na vida de muitos profissionais, e o tempo de formação para obtenção do título varia de Quanto ao número de médicos especialis- dois a cinco anos9. tas no Brasil (que apresenta tendência de cres- cimento), 282.196 médicos possuíam título de Apesar de a média de médicos por mil ha- especialista em 2017 (68% do total de médicos bitantes no Brasil ser inferior à média mundial, no mesmo ano). Destes, 199.884 (71% dos mé- o país apresenta um elevado índice de médi- dicos especialistas) apresentam uma única es- cos especialistas, aproximando-se da média pecialidade. Outros 67.984 (24%) têm título em no mundo. 8 O indicador utilizado – médico por mil habitantes – não apresenta uma “taxa ideal” e tem pouca expressão se utilizado isoladamente, con- forme a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), uma vez que depende de fatores regionais, socioeconômicos, culturais e epidemiológicos. 9 Cabe ressaltar que 24 das 55 especialidades exigem como pré-requisito a obtenção de título (ou a conclusão de programa de Residência Médica) em outra especialidade, o que deve ser considerado para a compreensão da oferta e da distribuição de médicos com título de especialista.

De acordo com a publicação “Demografia Mé- ao setor de Medicina Diagnóstica. A grande maio- dica no Brasil 2018”, que apresenta dados do Con- ria desses médicos atua no segmento de Radio- selho Federal de Medicina, há, no país, neste ano, logia (57%), 15% em Anatomia Patológica, 7% em 21.297 médicos com especialidades relacionadas Análises Clínicas e 20% em outros segmentos. Gráfico 8 Quantidade e Distribuição de Médicos com Especialidades em Medicina Diagnóstica no Brasil Norte 726 (3%) 38 Nordeste 3.889 (18%) Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Centro-Oeste Sudeste Total de Médicos com 1.907 11.247 Especialidades em Medicina Diagnóstica: (9%) (53%) 21.297 Sul 3.528 (17%) Fonte: CAGED/MTE. PATOLOGIA LapAPeMBCAnOaLETsRÍDONaAILIsCTCOdIOANGeRcAI/AlIaAraLçõeRDPsAIOAnDoRGIpONIMrLÓaOzASoGGT, aIEIACfMiOmE de EpoNsDsiObiSliCtaOr cPoImAparaçõMNesUEDeCsILtCaEItANísRtAicas. GENÉTICA Foram consideradas QUANTIDADE TOTAL Particip. 3.210 1.450 12.233 3.184 915 305 15,1% 6,8% 57,4% 15,0% 4,3% 1,4% PARTICIPAÇÕES REGIONAIS 3,7% 3,4% 4,1% 3,1% 1,3% 25,4% 17,8% 17,1% 14,3% 11,5% Norte 3,1% 8,4% 10,6% 9,2% Nordeste 19,8% 7,4% 9,1% 48,5% 56,4% 58,7% Centro-Oeste 55,5% 52,9% 21,9% 15,6% 19,3% Sudeste 9,1% 16,9% Sul 54,0% 8,1% 13,9% Fonte: Demografia Médica no Brasil 2018.

39 Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Pedidos excessivos de exames podem ser zar o problema, como o programa Choosing Wi- uma forma de proteção à judicialização da ati- sely, que incentiva o uso racional dos recursos da vidade médica. A incerteza é outro motor da saúde e também tem iniciativas locais. Entretanto, sobreutilização (ou overuse), comum na me- ainda há bastante espaço para ações semelhan- dicina, devido a casos de difícil diagnóstico ou tes de comunicação, educação médica, conscien- pela ausência de evidência científica para indi- tização e de value based. car o melhor tratamento para alguns pacientes10. A quantidade de solicitação de exames também A profissão médica está passando por uma re- pode ser influenciada pela percepção errônea do novação geracional, com aumento do percentual consumidor de que “médico bom é aquele que de médicos com menos de 35 anos. A média de pede muitos exames”. Exames desnecessários idade do médico brasileiro, hoje de 45 anos, é uma ou em excesso geram aumento de custos, im- das menores do mundo e vem caindo ao longo do pactando toda a cadeia de saúde. tempo. Isso reforça a importância de recomenda- ções como aquelas do Choosing Wisely e as de Iniciativas nesse sentido têm tentado ameni- cartilhas de boas práticas médicas. 10 Conforme “Compliance na Saúde – Presente e Futuro de um Mercado em Busca da Autorregulação”.

Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Choosing Wisely (“Escolhendo Sabiamente”) Trata-se de uma iniciativa da American Board of Internal Medi- cine (Abim) iniciada em 2012 nos EUA, cuja missão é promover a co- municação entre médicos e pa- cientes, favorecendo a tomada de melhores decisões. O programa busca discutir in- tervenções e procedimentos de be- nefícios questionáveis e incentivar escolhas tendo por base: • decisões baseadas em evidências; 40 • não duplicidade de exames ou procedimentos já recebidos; • ausência de danos; • verificação da real necessidade. As listas de práticas sugeridas ge- radas por essas discussões favore- cem a redução do desperdício e a melhoria da qualidade da assistência. O Brasil participa desse pro- grama por meio de uma parceria com sociedades científicas, como a SBPC (Sociedade Brasileira de Pato- logia Clínica), conforme apresentado ao lado.

41 Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Saiba mais: Se de um lado existe a sobreutilização, de http://www.choosingwisely.org outro, existe a subutilização de exames diagnós- http://bibliotecasbpc.org.br e ticos (underuse), que também aumenta custos na https://proqualis.net/choosing-wisely-brasil cadeia da saúde, mas não no curto prazo, e sim no longo prazo, em que o atraso de um diagnós- tico precoce pode aumentar os custos devido ao tratamento tardio.

Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO 42

Panorama Geral da Saúde Financiamento da Saúde no Brasil Segundo a OMS, as despesas relativas ao GASTOS COM SAÚDE (% DO PIB) – consumo de bens e serviços de saúde no Bra- PAÍSES SELECIONADOS sil atingiram em 2015 um total de US$ 780,40 per capita (abaixo da média global de US$ ESTADOS UNIDOS 16,8% 43 1.012,12). Já os gastos com saúde no Brasil FRANÇA 11,1% corresponderam, naquele ano, a 8,9% do PIB e CANADÁ 10,4% Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO 7,7% das despesas totais do governo. REINO UNIDO 9,9% URUGUAI 9,2% Segundo a OCDE, o total dos gastos no Bra- BRASIL 8,9% sil com saúde como percentual do PIB segue CHILE 8,1% o padrão dos países daquele grupo; porém, os RÚSSIA 5,6% gastos públicos são relativamente baixos em CHINA 5,3% comparação com a maioria dos seus pares re- ÍNDIA 3,9% gionais, econômicos e países da OCDE. Fonte: OMS. Dados de 2015. Os gastos com saúde corresponderam a cerca de 9% do PIB e 8% das despesas totais do governo.”

Gráfico 1 Participação da Saúde no PIB e Financiamento da Saúde no Brasil Gastos com saúde no Brasil Consumo Despesas do governo privadas 43% 57% Brasil Gastos do governo Peru US$ 780,40 US$ 322,96 44 Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Paraguai Outros Gasto com gastos saúde US$ 321,34 92,3% 7,7% Chile Argentina US$ 1.101,96 US$ 997,93 Uruguai Participação O gasto per capita dos gastos do brasileiro em US$ 1.281,29 em saúde no PIB 2015 foi de 8,91% R$ 2.596,30 Considerando a taxa cambial de US$ 3,33 = R$ 1 Fonte: OMS. PAÍS GASTO EM SAÚDE EXPECTATIVA DE VIDA AO PIB (EM US$ BILHÕES) (US$ PER CAPITA) NASCER (EM ANOS) 670,8 1º SUÍÇA 9.817,99 83 18.120,7 2º ESTADOS UNIDOS 9.535,95 79 3º NORUEGA 7.464,12 82 386,6 4º LUXEMBURGO 6.236,00 82 58,0 5º SUÉCIA 5.600,10 82 495,7 6º DINAMARCA 5.497,39 80 301,3 7º AUSTRÁLIA 4.934,05 83 8º IRLANDA 4.757,12 81 1.243,2 9º HOLANDA 4.746,01 81 283,7 61º BRASIL 75 750,3 MÉDIA GLOBAL 780,40 1.012,12 1.803,7 Fonte: OMS e Ministério da Saúde, com base nos dados de 2015.

Em 2015, as despesas de consumo do governo com os maiores PIB per capita. Na América do representaram 43% do total gasto com saúde Sul, o Uruguai é o país com maior dispêndio em no Brasil, enquanto as despesas privadas (cida- saúde por habitante (US$ 1.281,29), seguido do dãos e empresas, realiza- Chile (US$ 1.101,96). das por meio de Planos Como citado, o setor de Saúde ou de recursos Apesar de tão privado é responsável próprios) representaram importante, a saúde pela maioria dos gas- 57%. Entre os dispêndios tos com saúde no país. privados, estão incluídos ainda ocupa um Os serviços privados gastos com saúde suple- são oferecidos pela cha- mentar, consultas médi- espaço pequeno mada Saúde Suplemen- cas, exames, hospitais e tar. As operadoras de alguns medicamentos de nas discussões planos de saúde, por sua alto custo. vez, desempenham papel Os países com gasto políticas.” fundamental neste finan- per capita em saúde mais ciamento, e, para discutir elevado no mundo são a saúde financeira desse Suíça, Estados Unidos e Noruega. Os países com sistema, é necessário também discutir a saúde 45 maiores gastos em saúde são em geral aqueles financeira das operadoras. OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE: Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO RECEITAS E DESPESAS DE 2015 A 2017 (EM BILHÕES) RECEITA DE OUTRAS RECEITAS DESPESA DESPESA DESPESA DE OUTRAS DESPESAS ASSISTENCIAL CONTRAPRESTAÇÕES OPERACIONAIS ADMINISTRATIVA COMERCIALIZAÇÃO OPERACIONAIS 2015 140.351,4 15.162,1 118.735,3 16.412,3 4.515,1 15.525,9 2016 158.507,2 17.017,0 135.645,1 17.933,8 5.021,2 17.159,5 2017 176.041,9 16.786,3 149.053,5 18.776,8 5.052,8 17.612,3 Fonte: ANS Tabnet. TAXA DE SINISTRALIDADE E RECEITA MÉDIA MENSAL DAS OPERADORAS DE PLANOS PRIVADOS DE SAÚDE, SEGUNDO PORTE DA OPERADORA (2017) 2017 PORTE DA OPERADORA TAXA DE SINISTRALIDADE (%) RECEITA MÉDIA MENSAL (R$) TOTAL 84,0% 213,76 OPERADORAS MÉDICO-HOSPITALARES 84,7% 310,59 Pequeno porte (até 20.000 beneficiários) 83,7% 273,62 Médio porte (20.000 a 100.000 beneficiários) 85,3% 249,84 Grande porte (acima de 100.000 beneficiários) 84,6% 335,21 OPERADORAS EXCLUSIVAMENTE ODONTOLÓGICAS 46,9% Pequeno porte (até 20.000 beneficiários) 48,1% 11,99 Médio porte (20.000 a 100.000 beneficiários) 55,9% 19,92 Grande porte (acima de 100.000 beneficiários) 45,0% 17,51 10,78 Fonte: DIOPS/ANS.

Gráfico 2 Taxa de Sinistralidade – Evolução 86% 85,0% 85,0% 85,6% 85% 84,7% 84% 84,3% 84,6% 83% 82% 83,0% 81% 80,6% 80% 82,4% 81,2% 80,3% 79% 46 78% 77% 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2007 Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Fonte: Cálculo feito a partir de dados da ANS Tabnet.

Gráfico 3 Variação dos Preços 16% 2013 2014 2015 2016 2017 47 14% 12% 10,66% 8,87% 9,04% 7,20% 5,35% 10% 8,73% 9,46% 12,16% 13,57% 13,53% 6,79% 6,46% 8,42% 6,97% 3,79% 8% 5,91% 6,41% 10,67% 6,29% 2,95% 6% 4% 2% 0% 2012 10,01% 7,76% 6,58% 5,84% Serviços Médicos e Dentários Plano de Saúde Serviços Laboratoriais e Hospitalares IPCA Fonte: IPCA/IBGE. Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO O cenário atual é de que a demanda co-degenerativas); mudanças tecnológi- pelos serviços está crescendo, bem cas (que podem aumentar custos); e o como os custos. As margens, estreitan- principal modelo de negócio adotado na do-se. A variação dos custos da saúde Saúde Suplementar. está acima da inflação e a sinistralidade é alta, o que acaba impactando a saúde A principal forma de remunera- financeira das operadoras. Há, inclu- ção dos prestadores de serviço é o sive, segundo a FenaSaúde, operadoras pagamento por procedimento (conta atuando com margem operacional ne- aberta), na qual o incentivo econô- gativa. Por outro lado, os reajustes das mico é direcionado para o maior con- operadoras também ficaram bastante sumo e não para um desfecho clínico acima da inflação. mais eficiente. Há duras críticas a res- peito de não haver incentivos para uma Dentre as pressões nos custos so- boa consulta, ocorrendo o nivelamento fridas na área da saúde, destacam-se “por baixo”. O ideal seria avaliar e pre- mudanças no perfil demográfico, com miar a qualidade do serviço oferecido o envelhecimento da população; mu- ao paciente. Já surgem iniciativas11 de danças no perfil epidemiológico (de discussões e análises a fim de tratar o doenças infectoparasitárias para crôni- problema e propor novas soluções. 11 Cita-se, por exemplo, o arquivo “Modelos de Pagamento Baseados em Valor”, resultado de esforços do Instituto Coali- zão Saúde e de um grupo de trabalho composto por diferentes parceiros. O material discute a necessidade de criar um modelo de pagamento mais sustentável e aborda diferentes formas de pagamento (Fee-For-Service, Bundles, Capita- tion e Orçamento Global), seus prós e contras e adoção em diferentes países.

O modelo de pagamento por procedimento nos (migração para planos inferiores). Conforme impacta diretamente os custos das operado- a ABRH (Associação Brasileira de Recursos Hu- ras, que repassam a conta para o consumidor. manos), a assistência médica superou o investi- O simples repasse compromete a sustentabili- mento em treinamento de pessoal, ficando atrás dade deste modelo, uma vez que a capacidade somente dos gastos com a folha de pagamento. de pagamento pelos consumidores já está bas- Atualmente, os gastos com assistência médica tante comprometida. respondem em média por 12% dos custos fixos das empresas, podendo chegar até 20%. Não é apenas o bolso do cidadão que sofre o impacto, mas também as empresas. O aumento É necessário não apenas o controle de custos, das despesas com a saúde dos funcionários gera mas também mudanças na gestão da assistência à perda de beneficiários e/ou downgrade de pla- saúde, a fim de evitar o estrangulamento financeiro. Gráfico 4 Saúde Suplementar: Distribuição da Despesa Assistencial (2017) 48 Demais despesas Despesas com exames médico-hospitalares Consultas 5% 15%médicas Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Outros atendimentos complementares ambulatoriais R$ 3 7% bilhões Internações 45% Exames complementares 816,9 21% milhões Terapias de exames complementares 7% solicitados Fonte: SIP/ANS. Segundo a ANS, em 2017 as operadoras de pla- Apesar deste crescimento, a proporção de gas- nos de saúde gastaram cerca de R$ 149 bilhões tos com exames diagnósticos na despesa assis- com despesas de consultas médicas e outros aten- tencial caiu ligeiramente nos últimos anos. dimentos ambulatoriais, exames complementares, terapias e internações no país. Somente as despe- GASTOS COM EXAMES DIAGNÓSTICOS sas com exames complementares somaram R$ NA DESPESA ASSISTENCIAL (%) 30,06 bilhões (21% das despesas), incluindo exa- mes realizados dentro de hospitais, montante 7% 2015 2016 2017 maior que o apresentado no ano anterior, entre- tanto menor que o reajuste das operadoras. Foram 21,46% 21,37% 20,75% feitos cerca de 817 milhões de exames no mesmo Fonte: SIP/ANS. ano, número 3% maior em relação a 2016.

Cobertura Segundo levantamento do IESS/Ibope, o plano de saúde é o terceiro principal desejo do brasi- Conforme citado, existe uma forte relação e leiro, depois de educação e casa própria. Segundo dependência entre beneficiários da Saúde Su- a OMS, as pessoas na maioria dos países clas- plementar e a população economicamente ativa, sificam a saúde como uma das suas maiores uma vez que o acesso à saúde suplementar no prioridades, atrás apenas das preocupações eco- Brasil ocorre predominantemente via planos cole- nômicas (tais como desemprego, baixos salários tivos empresariais. Tais planos corresponderam a ou alto custo de vida). 67% dos beneficiários em 2017, em comparação aos 19% de planos individuais ou familiar e 14% de Embora seja um tema tão importante, a saúde planos coletivos por adesão. ainda ocupa um espaço pequeno nas discussões políticas do Brasil e é necessário um maior enga- Na última década, o número de beneficiários jamento tanto dos cidadãos quanto dos gover- em planos privados de assistência médica cres- nantes para enfrentar seus desafios e garantir um ceu significativamente. Segundo a ANS, este nú- futuro melhor. mero passou de 39,3 milhões de beneficiários em 2007 para 47,2 milhões em 2017, correspondendo 49 a uma taxa de cobertura de 24,4%. Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO Apesar desse crescimento significativo, o setor apresentou uma contração no número de partici- pantes em planos de saúde no período 2015-2017, devido à crise econômica, principalmente em razão da queda nos planos de saúde coletivos empre- sariais. Todavia, fatores estruturais devem con- tinuar a apontar para uma perspectiva de crescimento no médio e longo prazo.

Gráfico 5 Taxa de Cobertura da Saúde Suplementar Norte 10,7% Nordeste 12,2% Centro-Oeste 21,2% 50 Sudeste 35,5% População não População coberta pela saúde coberta pela saúde Painel Abramed O DNA DO DIAGNÓSTICO complementar: Sul complementar: 75,6% 24,9% 24,4% Fonte: ANS.


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