Organizações sem Fins Lucrativos Entidades sem fins lucrativos, associações e fundações são insti- tuições de natureza jurídica que tem o objetivo de realizar uma mudança social, e cujas arrecadações e receitas são destinadas única e exclusivamente ao patrimônio da própria instituição, no caso, sem a finalidade de acumulação de capital. Em outras pala- vras isto significa que empregam todo o seu “lucro” de volta na respectiva entidade. As entidades sem fins lucrativos geralmente dependem de doações e repasses de verba para darem continui- dade às suas ações. Além disso, o apoio jurídico é especialmente importante na sua constituição, pois precisam atender a alguns requisitos, como obtenção do Cebas (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social). Isto é necessário para que a associação sem fins lucrativos goze de algumas imunidades tributárias, como a isenção do recolhimento da cota sindical patronal, e pague deter- minadas obrigações tributárias com alíquotas diferenciadas. Tais exigências podem variar de acordo com a área em que a or- ganização atua. Porém, elas também podem estar aptas a rece- ber aporte financeiro de empresas e pessoas físicas que destinam parte do seu Imposto de Renda para causas sociais. As empresas sem fins lucrativos muitas vezes nascem de forma informal, a partir de projetos sociais ou culturais, e se deparam com a necessidade de crescimento e regularização, se institucio- nalizando para conseguirem alugar um espaço ou obter aportes financeiros maiores e dar mais credibilidade às suas ações e pro- Organizações sem Fins Lucrativos 53
jetos. Além disso, sua principal mão de obra costuma ser volun- Apenas a assembleia geral pode destituir administradores e al- tária, com alguns casos de profissionais estratégicos contratados terar o estatuto social. Se a associação termina, seu patrimônio no regime CLT. deve ser destinado para outras entidades sem fins lucrativos de- signadas no estatuto ou, se este for omisso, por deliberação de Associações seus associados, para instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. As associações surgem da união de pessoas que se organizam para fins não econômicos. O Código Civil apresenta regulação es- Fundações cassa a respeito das associações, o que confere a esse modelo de organização muita flexibilidade, especialmente com relação à Fundações se caracterizam por serem criadas a partir de uma sua governança. Diante disso, torna-se necessário regular toda a pessoa ou instituidor que possua um patrimônio suficiente para estrutura, funcionamento e objetivos da associação por meio de iniciar as atividades propostas. Todas as atividades como o fun- seu estatuto social, partindo-se dos seguintes princípios: cionamento, aprovações e alterações da politica e estatuto são regidas pelo ministério público e a vontade do instituidor preva- Os associados não têm direitos e obrigações entre si, mas apenas lece em todos os momentos. com a associação. Caso não seja estipulado de forma diferente no estatuto social, os direitos dos associados serão iguais e in- Entre as principais finalidades de uma fundação destacam-se: transmissíveis. • assistência social; O estatuto social deve determinar: • cultura; • defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; • a denominação, os fins e a sede; • educação; • os requisitos para admissão, demissão e exclusão dos asso- • saúde; • segurança alimentar e nutricional; ciados; • defesa; • os direitos e deveres dos associados perante a associação; • preservação e conservação do meio ambiente e promoção • as fontes de recursos para sua manutenção; • o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos de- do desenvolvimento sustentável; • pesquisa científica; liberativos; • desenvolvimento de tecnologias alternativas; • as condições para a alteração das disposições estatutárias e • modernização de sistemas de gestão; • produção e divulgação de informações e conhecimentos téc- para a dissolução; • a forma de gestão administrativa e de aprovação das respec- nicos e científicos; tivas contas. 54 Informática Avançada e Administração de Empresas
• promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direi- das à promoção das atividades a que se destinam as fundações tos humanos; (em caso de educação e saúde, a promoção deve ser gratuita), bem como outros fins conexos expressamente listados na Lei n. • atividades religiosas. 9.790/1999. As entidades qualificadas como OSCIP poderão re- ceber recursos do Poder Público, inclusive para a contratação de Organizações obras e serviços, bem como para compras, necessários ao cum- primento do Termo de Parceria. As ONGs (Organizações Não-Governamentais), as OS (Organi- zações Sociais) e as OSCIP (uma Organização da Sociedade Civil Negócios Sociais de Interesse Público) são entidades do terceiro setor que podem ser organizadas sob a forma de associações ou de fundações. No Brasil, não é comum que startups se dediquem a atividades do terceiro setor, pois desenvolvem suas atividades com a fina- ONG é uma denominação genérica usada originalmente para lidade de lucro, enquanto uma entidade do terceiro setor dedi- designar instituições da sociedade civil que não estejam vincula- ca-se exclusivamente aos seus interesses sociais. das a um governo, mas atualmente têm definição muito próxima à de associações, porém com destinação ao interesse público. É possível, porém, ter fins lucrativos com uma atividade de im- pacto social, tal como fez Muhammad Yunus, ganhador do prê- Já OS é uma associação ou fundação regulada pela Lei n. 9.637, mio Nobel da Paz em 2006, com seu “empreendedorismo social” de 15/05/1998, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à promovido por meio da oferta de microcrédito às classes menos pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção favorecidas de Bangladesh, com seu banco Grameen. Diferen- e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. As enti- temente do terceiro setor, os negócios sociais podem ser eco- dades podem ser qualificadas como OS desde que atendam aos nomicamente atrativos ao mesmo tempo em que se dedicam requisitos previstos na lei para a celebração de um contrato de ao desenvolvimento de uma atividade de interesse social, o que gestão com o Poder Público, com vistas à formação de parce- potencializa a possibilidade de seu desenvolvimento no merca- ria para fomento e execução de atividades da OS. Para todos os do. Há diferença também entre os negócios sociais e empresas fins legais, elas são declaradas como entidades de interesse so- com departamentos dedicados a doações ou projetos sociais, cial e utilidade pública, podendo receber recursos orçamentári- uma vez que os negócios sociais se caracterizam pela dedicação a os e bens públicos necessários ao cumprimento do Contrato de atividades de interesse social. Do ponto de vista jurídico, não há Gestão. qualquer distinção entre negócios sociais e atividades com fins econômicos. A OSCIP, por sua vez, é uma associação ou fundação regulada pela Lei n. 9.790, de 23/03/1999, cujas atividades sejam dirigi- Organizações sem Fins Lucrativos 55
Setores Administrativos Informática Avançada e Administração de Empresas A divisão de uma empresa em departamentos específicos é fun- damental para assegurar a organização e o sucesso do empre- endimento, já que são esses departamentos que garantem a delimitação de tarefas, controle de atividades e outras funções importantes dentro de uma empresa. Apesar de cada setor ser responsável por uma área específica, é o conjunto de todos eles que irá assegurar o bom funcionamento do negócio. Os departamentos de uma empresa podem variar de acordo com o tamanho e atividade exercida por ela, mas há alguns setores que são indispensáveis para a boa gestão de qualquer empre- endimento de pequeno, médio ou grande porte. Independen- temente do segmento da organização, existem setores que são pilares estruturais para o dia a dia e a execução do fluxo de traba- lho. Para tanto, é importante saber quais são as principais áreas de uma empresa, a fim de organizá-la e, com isso, garantir uma rotina administrativa segura, eficiente e imune a imprevistos. A grande maioria das funções requer algum tipo de especializa- ção ou experiência na área. Nesse caso, é impossível a contrata- ção de alguém para um setor de informática que não tenha co- nhecimento em sistemas, internet e computadores. Portanto, os setores de uma empresa variam de acordo com o porte dela e o tipo de atividade que ela executa. Os principais setores de uma empresa são: 56
• Administrativo; Financeiro • Financeiro; • Recursos Humanos; O financeiro é uma das principais áreas de uma empresa — e, • Comercial; talvez, uma que tem as maiores cobranças, literalmente. Geral- • Operacional; mente, é um setor complementar ou acoplado ao administrativo, • Marketing. já que todas as decisões estão profundamente alinhadas à neces- sidade de capital para o investimento. Saber quais são as principais áreas de uma empresa faz com que no momento do seu planejamento e organização, cada setor Além disso, o financeiro cuida da gestão do fluxo de caixa e da saiba quais são as suas funções, responsabilidades, objetivos e saúde financeira da empresa. Entre outras atividades, como: desafios. Por consequência, o processo de trabalho é otimizado e eventuais obstáculos são facilmente diagnosticados e contorna- • gestão de recursos e contas; dos (ou solucionados) antes que se tornem problemas. • controle da tesouraria; • investimentos e riscos; Administrativo • gestão de contas e impostos; • pagamentos; Geralmente, é o setor que responde ao planejamento estratégico • planejamento financeiro. da empresa, o que inclui a atribuição de tarefas e também a análi- se estratégica de dados. Com isso, torna-se uma área fundamen- Vale destacar ainda que a apresentação dos resultados está por tal para a tomada de decisão focada no crescimento sustentável conta desse setor. O que apenas reforça a importância em contar e coletivo da organização. com uma equipe altamente qualificada para que o seu empre- endimento não conviva com imprevistos na área — o que pode Não à toa, é o setor que mais se assemelha às funções do cora- impactar, diretamente, todas as outras áreas de uma empresa. ção: ele bombeia todas as tarefas de maneira coordenada para que os objetivos sejam atingidos continuamente. Com base nas Recursos humanos outras atividades exercidas pelos setores da empresa, o departa- mento administrativo também tem a função de reunir informa- O departamento de Recursos Humanos, popularmente chamado ções importantes para traçar novos objetivos e estratégias para a de RH, tem adquirido mais e mais relevância na tomada de deci- empresa. Por isso, é fundamental que esse departamento tenha sões-chave e estratégicas. Em parte, porque o valor da gestão de conhecimento de todos os processos que acontecem dentro de pessoas tem mostrado o quanto isso influencia, diretamente, na uma organização. melhora coletiva da organização e de uma série de índices, como: Setores Administrativos 57
• produtividade; Vale destacar também que o RH está cada vez mais alinhado a • motivação; questões extra corporativas visando o bem-estar dos profissio- • engajamento; nais. • absenteísmo; • turnover. Comercial ou Vendas Entre outros dados que contribuem para a identificação de ati- Engana-se quem pensa que o setor comercial é resumido em ven- vidades que podem resolver conflitos e prevenir eventuais pro- der. Na verdade, para as intenções de vendas terem sucesso, são blemas. necessários diferentes esforços. Sem falar, é claro, nas responsabilidades tradicionais do departa- É necessário ter uma visão de estratégia. Além disso, todas as mento, como a admissão e demissão de funcionários, a seleção e ações do time em questão precisam estar alinhadas com outras o recrutamento e a atenção às exigências e leis trabalhistas. áreas da empresa, sobretudo, com marketing e atendimento. Afi- nal, a primeira ajuda a pensar e executar ações de interesse, já a segunda pode entender, com mais precisão, as necessidades e desejos dos clientes. Com isso, o enfoque da área é a realização dos clientes e dos prospectos. Só que, internamente, o setor comercial também tem ação destacada. Especialmente, com empresas que fazem o endomarketing. Portanto, é um departamento com ação de destaque, já que pla- neja ações externas, mas preocupa-se com o que ocorre interna- mente também. O que permite ações em conjunto com o próprio RH. Além disso, há a comunicação da empresa. Embora não faça par- te do setor comercial, atua de maneira similar ao marketing — segue anexada indiretamente, já que as suas ações são focadas na resposta do consumidor, para as ações externas e dos colabo- radores para as campanhas internas. 58 Informática Avançada e Administração de Empresas
O ato de vender é de extrema importância, pois dele resulta a Isso engloba também as gestões de estoque, logística e maquiná- receita com a qual a empresa se mantém. O capital obtido com rio. São, portanto, muitas vertentes que demandam profissionais as vendas deve cobrir o custo das mercadorias, as despesas ope- qualificados para que o fluxo de trabalho transcorra sem impre- racionais e ainda garantir uma margem que remunere o capital vistos. investido e dê-lucro. E aqui vale ressaltar que o conceito de ven- das é muito amplo e não se resume a mercadorias. Uma empresa Marketing de serviços, por exemplo, também vende - no caso, seus serviços. O departamento de marketing tem como principal finalidade es- Por meio da área de vendas, o cliente tem uma experiência mais tudar o mercado e os clientes, determinar o melhor modo para real e próxima com sua marca e com seus representantes. A com- atingir estes clientes (definição de target) e representar a empre- pra, portanto, deixa de ser apenas um processo de troca e se sa com uma voz consistente. Por isso o marketing não deve se torna uma oportunidade de conhecimento e fortalecimento da limitar apenas a atividades voltadas à venda, e em muitas empre- marca. sas se encontra independente do setor Comercial. Os vendedores se tornaram um verdadeiro diferencial competi- Antes de tudo, sua equipe de marketing deve saber como reali- tivo para as empresas. Não é à toa que alguns são disputados zar um mapeamento completo do negócio. Esse entendimento é no mercado. Quando bem preparados e qualificados, realmente crucial para a elaboração de estratégias que sejam, de fato, efi- podem fazer a diferença na hora de fechar uma venda. cientes. Além das funções mais diretas, como a elaboração de campanhas, o departamento é responsável pela imagem passada Portanto, investir em seleção, capacitação, motivação e desen- pela marca. Para isso, trabalhos relacionados ao branding, como volvimento do vendedor é de extrema importância para o cresci- o estabelecimento da identidade visual, são essenciais. mento de qualquer negócio. O departamento de marketing, portanto, tem uma responsabili- Operacional ou Produção dade mais estratégica que a equipe comercial. Pode-se dizer que o marketing é responsável em gerar demanda e atrair clientes, Para muitas organizações — em especial, no setor industrial —, para que então o time de vendas consiga vender mais e melhor. o setor operacional é uma das principais áreas de uma empresa. Afinal, é o departamento que cria forma e volume para organiza- ções que comercializam produtos para os clientes. Setores Administrativos 59
Plano de Negócios Informática Avançada e Administração de Empresas Empreender é um trabalho árduo, que não depende apenas de talento individual e senso de oportunidade. O empreendedor deve ser capaz de alinhar a essas habilidades ferramentas essen- ciais tais como análise, planejamento estratégico e operacional e capacidade de implementação. Com isso o empreendedor será capaz não só de identificar oportunidades, mas também se pre- parar para explorá-las. O plano de negócio é o instrumento ideal para traçar um retrato fiel do mercado, do produto e das atitudes do empreendedor, o que propicia segurança para quem quer iniciar uma empresa com maiores condições de êxito ou mesmo ampliar ou promover ino- vações em seu negócio. Trata-se de um documento que descreve, por escrito, os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses mesmos objetivos sejam alcançados, dimi- nuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. O plano de negócios também é muito indicado quando não se conhece o segmento em que se deseja atuar. Deste modo, um es- tudo a fundo poderá trazer ao empreendedor todos os aspectos necessários para iniciar tal negócio e obter sucesso nele. O plano de negócio é essencial para o sucesso do empreendedor, uma vez que este auxilia na análise da situação atual e no desenvolvimen- to de um planejamento de curto-médio prazo para a criação ou expansão de um negócio. 60
Assim como um mapa, o Plano de Negócios irá orientar o em- para auxiliar o empreendedor na estruturação e gestão de um preendedor com informações sobre o mercado, os produtos e negócio. serviços a serem oferecidos, os possíveis clientes, concorrentes, fornecedores e pontos fortes e fracos no negócio. Por meio de Pensar estrategicamente aumenta a chance de sucesso para projeções de faturamento, custos e despesas, o plano apresenta qualquer negócio e também facilita a busca por investidores. O a viabilidade do negócio. principal objetivo de um plano de negócios é definir o que a em- presa faz e aonde ela quer chegar. A maior vantagem é identificar erros enquanto eles ainda estão no papel e não os cometer no mercado. Por isso, o empreende- A coleta de informações sobre o mercado é o primeiro passo para dor deve ser detalhista no planejamento. O plano de negócios elaborar um plano consistente. Perfil do público-alvo, necessida- deve também ser um documento aberto para constantes atua- des não atendidas, produtos e serviços oferecidos, concorrentes, lizações e que oriente o empreendedor não apenas na abertura, fornecedores são elementos que ajudarão a definir estratégias mas no desenvolvimento da empresa. para se posicionar corretamente. Em geral, um plano de negócios completo possui a descrição da empresa, o plano de produtos e Sempre que um empreendedor tem uma ideia de negócio e pre- serviços, o plano de marketing, operacional, financeiro e jurídico. tende apresentá-la de forma aprofundada, estruturada e orga- nizada para outras pessoas, a melhor forma de fazê-lo é através Veja o detalhamento de cada etapa: de um plano de negócio. Essa ferramenta também é útil para negócios que já existem, como uma forma de organizar ideias e • Sumário executivo: é a primeira parte que será lida por um enxergar com maior clareza os principais pontos de um empre- eventual investidor. Deve conter os pontos principais e mais endimento. interessantes do plano. Exatamente por conter informações resumidas de todo o plano de negócios, recomenda-se que Ainda que não tenha a necessidade de apresentá-lo, elaborar um o Sumário Executivo seja redigido por último, quando todas plano de negócio é um ótimo método para levantar informações as informações necessárias já tiverem sido levantadas e ana- importantes e permite que o empreendedor imagine com mais lisadas. No entanto, como visto aqui, na ordem do plano es- clareza o que está tentando fazer e como espera conquistá-lo. crito, ele é um dos primeiros itens. Através de um plano de negócio é possível planejar estrategica- • Descrição da empresa: contém o modelo de negócio da em- mente as metas, os objetivos e os passos da sua empresa. Ou presa, sua natureza, sua história, estrutura legal, localização, seja, esteja a sua empresa funcionando, ou com planos para uma objetivos, estratégias e missão. expansão, ou ainda apenas uma ideia na sua cabeça, sem dúvi- das o plano de negócio é uma ferramenta extremamente valiosa • Produtos e serviços: descrição dos produtos e serviços da empresa, suas características, forma de uso, especificações, estágio de evolução. Ao descrever o produto ou serviço de Plano de Negócios 61
uma empresa no plano de negócio, deve-se deixar bem claro atividades na empresa. Sua realização visa gerar resultados as vantagens e benefícios do que se está oferecendo, citar a curto prazo e descreve tarefas a serem realizadas pelos co- aspectos que levarão o consumidor a escolher aquele produ- laboradores. to/serviço, em vez de outros disponíveis no mercado e esta- • Estrutura de capitalização: informa como a empresa está ca- belecer áreas de diferenciação. pitalizada – quem faz parte da sociedade, as necessidades de • Estrutura organizacional: como a empresa está organizada capital de terceiros, a forma de remuneração e as estratégias internamente, número de funcionários, principais posições, de saída. perfil do profissional. Tudo isso deve ser pensado levando • Plano financeiro: demonstra como a empresa se comportará em conta o estilo da empresa, o ramo de atuação e os objeti- ao longo do tempo do ponto de vista financeiro. Traz descri- vos do empreendedor. Estruturas organizacionais diferentes ções de cenários internos e externos, pressupostos críticos, acabam influenciando na cultura organizacional como um situação histórica, fluxo de caixa, análise do investimento, todo. demonstrativo de resultados, projeções de balanços e outros • Análise de mercado: A análise de mercado permite que seja indicadores. traçada uma estratégia de ataque certeira, pois engloba um estudo minucioso dos clientes, concorrentes e fornecedores do mesmo ramo empresarial. Com isso, é possível definir o público-alvo, o tamanho do mercado consumidor, seus produtos/serviços e verificar se esses têm demanda nessa comunidade, possíveis inovações, entre outros, otimizando recursos e dando um tiro certeiro nos objetivos. Os resulta- dos dessa análise também vão ditar as ações de marketing e promoções para a empresa implementar e assim atingir e conquistar maior número de pessoas, principalmente no iní- cio de atuação para novas empresas. • Plano de marketing: aqui são descritos o setor, mercado, tendências, forma de comercialização, distribuição e divul- gação dos produtos, preços, concorrentes e vantagens com- petitivas. • Plano operacional: descrição do fluxo operacional, cadeia de suprimentos, controle de qualidade, serviços associados, ca- pacidade produtiva, logística e sistemas de gestão. É a parte do plano de negócios que trata do como devem ser feitas as 62 Informática Avançada e Administração de Empresas
Missão, Visão e Valores Propósito Transformador Massivo PTM, ou “propósito transformador massivo”, indica o que a em- presa pretende fazer, e não o que ela já faz (por isso mesmo é um “propósito”). O PTM necessariamente deve tratar de uma transformação, e não de uma leve melhoria, e atingir um grande volume de pessoas. Um PTM bem elaborado tem o poder de ins- pirar uma comunidade de pessoas dentro e fora da organização, atraindo talentos e clientes apaixonados. Num sentido mais simples, um PTM é como um slogan altamen- te ambicioso de um indivíduo, grupo, empresa, organização, co- munidade ou movimento social. Alguns exemplos de Propósitos Transformadores Massivos: • TED – “Ideias que valem a pena espalhar” • Google – “Organizar as informações do mundo” • Singularity University – “Impactar positivamente um bilhão de pessoas” • Tesla – “Acelerar a transição para o transporte sustentável” • Spotify – “Música para todos” • Unilever – “Tornar corriqueira a vida sustentável” • Starbucks – “Inspirar e acalentar o espírito humano” • Dove – “Ajudar a próxima geração de mulheres a realizar seu pleno potencial” • Waze – “Evitar o trânsito juntos” Missão, Visão e Valores 63
Para começar a desenvolver o PTM de uma empresa, é válido • Qual é o seu negócio? responder a alguns questionamentos como os exemplificados a • Quem é o consumidor? seguir. • O que é valor para o consumidor? • O que é importante para os empregados, fornecedores, só- • De quem é a vida que se deseja impactar? • Quais são os principais desafios que essa pessoa encontra? cios, comunidade, etc. Existem mais pessoas? O principal objetivo desta declaração é dar resposta à seguinte • O que move a empresa hoje? No que seus gestores acredi- questão: “Porque é que a empresa existe?”; assim como, dar aos empregados e parceiros uma noção clara do que é a empre- tam? sa, melhorando os seus objetivos de longo prazo e explicitando • Em que atividades a empresa é mais produtiva, curiosa e/ como o seu desempenho deve ser dirigido por forma a alcançar esses mesmos objetivos. ou focada? • O que incomoda você e seus sócios na realidade atual e o A missão da organização (ou empresa) liga-se diretamente aos seus objetivos institucionais, e aos motivos pelos quais foi criada, que sua empresa pode fazer para mudá-la? à medida que representa a sua razão se ser. • Que conhecimentos vocês têm para conquistar essa mudan- Exemplos de missão: ça? • Há alguma causa pela qual você(s) ofereceria(m) seu traba- • Fiat: “Desenvolver, produzir e comercializar carros e serviços que as pessoas prefiram comprar e tenham orgulho de pos- lho gratuitamente? Quais? suir, garantindo a criação de valor e a sustentabilidade do negócio.” O PTM não é a missão ou visão da empresa, porque isso diz res- peito somente ao próprio negócio. Ao contrário, o PTM tem a • HSBC: “Garantir a excelência na entrega de produtos e ser- ver com o mundo, com a realidade, com o que podemos, como viços financeiros, maximizando valor para clientes e acionis- organização e indivíduos, fazer para melhorar as coisas ao nosso tas.” redor. • Gerdau: “Gerar valor para nossos clientes, acionistas, equi- Missão, Visão e Valores pes e a sociedade, atuando na indústria do aço de forma sus- tentável.” A missão da empresa é o papel que ela desempenha em sua área de atuação. É a razão de sua existência hoje e representa o seu ponto de partida, pois identifica e dá rumo ao negócio. Para definir a missão, procure responder às seguintes perguntas: Uma vez prospectada a missão da empresa, é hora de visualizar o futuro: 64 Informática Avançada e Administração de Empresas
• Como o seu negócio vai se inserir nessa realidade? outros. É muito importante que essas normas e princípios sejam • Como será sua empresa no futuro? passados dos superiores hierárquicos para outros trabalhadores • Qual será sua importância, participação no mercado, desem- da empresa, de modo a que possam, juntos, alcançar padrões mais elevados de sucesso. É por esse motivo que os valores éticos penho, ou outro critério ou combinação de critérios defini- de uma empresa são cruciais para a cultura dela. dos por você? A visão é algo responsável por nortear a organização. É um acu- Exemplos de valores: mulado de convicções que direcionam sua trajetória. Trata-se da imagem projetada no futuro do espaço de mercado futuro a ser • Fiat: “Satisfação do cliente - Ele é a razão da existência de ocupado pelos produtos e o tipo de organização necessária para qualquer negócio; Valorização e respeito às pessoas - São as se alcançar isso. Em suma, a visão pode ser percebida como a pessoas o grande diferencial que torna tudo possível; Atuar direção desejada, o caminho que se pretende percorrer, uma como parte integrante do Grupo Fiat - Juntos nossa marca proposta do que a empresa deseja ser a médio e longo prazo e, fica muito mais forte; Responsabilidade social - É a única ainda, de como ela espera ser vista por todos. forma de crescer em uma sociedade mais justa; Respeito ao Meio Ambiente - É isso que nos dá a perspectiva do amanhã.” Exemplos de visão: • HSBC: “Nossa conduta deve refletir os mais altos padrões • Fiat: “Estar entre os principais players do mercado e ser re- de ética; Nossa comunicação deve ser clara e precisa; Nos- ferência de excelência em produtos e serviços automobilís- so gerenciamento deve ser em equipe, consistente e focado; ticos.” Nosso relacionamento com clientes e colaboradores deve ser transparente e baseado na responsabilidade e confiança • HSBC: “Ser o melhor grupo financeiro do Brasil em geração entre as partes.” de valor para clientes, acionistas e colaboradores.” • Gerdau: “Ter a preferência do CLIENTE; SEGURANÇA das pes- • Gerdau: “Ser global e referência nos negócios em que atua.” soas acima de tudo; PESSOAS respeitadas, comprometidas e realizadas; EXCELÊNCIA com SIMPLICIDADE; Foco em RESUL- Já os valores de uma empresa consistem em comportamentos TADOS; INTEGRIDADE com todos os públicos; SUSTENTABILI- que determinam como ocorre a gestão da mesma. Uma empresa DADE econômica, social e ambiental.” sustentável costuma estar alicerçada em valores como honesti- dade, responsabilidade social, integridade, inovação, sustentabi- O Conjunto formado pela Missão, Visão e Valores representa o lidade, transparência, inteligência, inspiração, flexibilidade, entre que chamamos de uma “Identidade Organizacional”. Missão, Visão e Valores 65
Público Alvo e Segmentação Informática Avançada e Administração de Empresas Toda comunicação deve ser direcionada para um público que de- seja ou necessita do produto ou serviço em questão. Esse público potencialmente consumidor é chamado público-al- vo. Definir qual é esse público para o qual a comunicação deve ser dirigida é fundamental. É a partir dessa definição que são fei- tas as escolhas dos meios e veículos de comunicação mais ade- quados para transmitir a mensagem para esse público. A não ser que você goste de vender geladeiras para esquimós, a escolha do público-alvo deve preceder qualquer plano de marketing. Estamos acostumados a ver comerciais de refrigerante feitos para atrair os consumidores da bebida, ou propagandas de tênis esportivo que procuram conquistar pessoas que têm o costume de praticar esportes. Mas em alguns segmentos, a definição de público-alvo difere do grupo de indivíduos que irá consumir dire- tamente determinado produto ou serviço. Ou seja, nem sempre o público consumidor (do produto) e o público-alvo (da ação de comunicação) é o mesmo. Quer um exemplo? Ração para cães. Como não é de se esperar que seu público-consumidor (os cães) tenha poder de decisão na hora de comprar o produto, toda a ação de comunicação concentra-se em seus donos (mesmo quando há rejeição do cachorro a um tipo de ração, não cabe a ele a decisão direta pela mudança de marca). Dessa forma as pessoas são as reais consumidoras desses anúncios. E mais: gran- de parte dos donos, ao ver animais sempre limpos e bem trata- dos consumindo a ração, são inconscientemente convencidos de que a utilização do produto vai transferir muitas das qualidades 66
expostas na comunicação para o seu cão. Mais ou menos como ção de estratégias de comunicação e marketing. se a ração fosse lavar, escovar e tirar as pulgas do animal que a consumisse. Os cachorros, restritos à condição de consumidores Segmentação de mercado significa dividi-lo, ou seja, separar os do produto, provavelmente estão interessados mesmo é no gosto consumidores em diferentes grupos conforme uma série de va- bom e quantidade do que na qualidade e características nutricio- riáveis, como características, necessidades, preferências, com- nais da ração. portamentos, hábitos de consumo e muito mais. Assim, a em- presa consegue trabalhar os seus produtos e os seus serviços de Outro exemplo é a propaganda de cuecas: o brasileiro não tem o acordo com os públicos de interesse. Esses dados são bastante costume de sair de casa para comprar cuecas; se as compra, o faz estratégicos, pois vão orientar as campanhas de marketing e os por pura necessidade, já que não encontra nenhum apelo emo- mecanismos de comunicação de uma empresa. Cabe ressaltar cional agregado ao produto. Isso porque, por mais estranho que que, muitas vezes, segmentos de diferentes mercados podem ser pareça, quase não há comerciais de cuecas voltados ao público atendidos por um mesmo produto. Nesse caso, todos os merca- masculino. A comunicação dirigida a esse segmento usa com fre- dos atendidos devem ser identificados. quência modelos masculinos para atrair o público feminino. Com isso, as mulheres tornam-se o real público-alvo das campanhas e Perfil Demográfico os homens, os consumidores do produto. É um tipo de segmentação de mercado de acordo com o tama- Algumas ações de marketing, quando desenvolvem identidade nho da família, estado civil, religião, sexo, idade, etnia, nacionali- própria para produtos ou serviços visando enquadrá-los em um dade, educação, ocupação profissional e até renda. Esses dados segmento de mercado específico, tendem a direcionar arbitra- podem ser efetivamente segmentados em diferentes mercados, riamente a comunicação de modo a extrapolar as fronteiras da ajudando as empresas a atingir clientes com mais precisão. Gas- relação direta entre produto e consumidor. O que acaba criando tar tempo online e coletar o máximo de dados possível, realizar uma categoria de bens de consumo anunciados para um público pesquisas de mercado, consultar infográficos, gráficos, tabelas, que não irá consumi-los de fato. estudos de marketing, pesquisa de usuários, análises geográficas e outros é uma parte fundamental desta etapa do planejamento. Segmentação Perfil Comportamental Segmentação de mercado é um método baseado na identificação de características, necessidades, preferências e hábitos de con- Conhecer os fatores psicológicos que atraem as pessoas para sumo comuns a diferentes grupos que fazem parte de um mes- produtos específicos é um passo importante no levantamento da mo público-alvo. Essa segmentação possibilita um conhecimento segmentação. A segmentação comportamental faz justamente aprofundado sobre tal público, favorecendo a criação e otimiza- agrupamentos por meio de gostos pessoais, motivações e atitu- Público Alvo e Segmentação 67
cífico. Por esse motivo, eles devem mergulhar em suas priorida- des, exigências, gostos, necessidades, etc. Persona Persona é a representação fictícia do cliente ideal de um negócio. Ela é baseada em dados reais sobre comportamento e caracterís- ticas demográficas dos clientes, assim como suas histórias pesso- ais, motivações, objetivos, desafios e preocupações. É importante não confundir Persona com Público-Alvo. De uma maneira geral, público-alvo (ou segmentação) é uma parcela abrangente da sociedade para quem você vende seus produtos ou serviços. Já a persona, como falado no tópico acima, é a repre- sentação do seu cliente ideal, de forma mais humanizada e mais personalizada. des que as pessoas tomam, e leva em consideração o perfil de Com uma série de peculiaridades, as personas apresentam as comportamentos da clientela. Esta segmentação está relaciona- principais características e comportamentos dos seus comprado- da aos diversos aspectos do indivíduo, como estilo de vida, atitu- res, aqueles que enxergam em seus produtos e serviços a solução de, personalidade, padrões de comportamento, etc. ideal para um problema ou necessidade que eles têm. O objetivo da criação de uma persona é possibilitar ao gestor uma melhor Os profissionais de marketing consideram todas as razões pelas compreensão sobre quem é o seu público. quais algumas pessoas podem querer comprar um produto espe- As personas não são criadas por simples achismos ou intuição. É preciso que se faça um trabalho de pesquisa aprofundado, com base em dados sólidos. Para criar a persona, é preciso pesquisar: quem são os seus clientes, com o que trabalham, o que fazem du- rante o dia, como se informam, quais são suas maiores necessida- des? Assim, a persona se embasa em dados, não em suposições. 68 Informática Avançada e Administração de Empresas
Concorrência Um erro comum de empreendedores é acreditar que seus pro- dutos ou serviços são únicos e que, portanto, não possuem con- correntes. Ao se desenvolver um plano de negócio, a análise da concorrência é essencial. Vale ressaltar que os concorrentes de uma empresa não se limitam àqueles que produzem o mesmo tipo de produto ou oferecem o mesmo serviço, ou seja, os con- correntes diretos. É preciso levar em consideração também os concorrentes indiretos, aqueles que, apesar de não ofertarem o mesmo produto ou serviço, atendem aos mesmos anseios do consumidor. Ao se analisar os concorrentes, deve-se atentar para diversas questões, tais como: • Quais são os maiores concorrentes? • Que produtos e/ou serviços eles oferecem? • Que produtos/serviços seriam meus concorrentes diretos e/ ou indiretos? • Quais os seus pontos fortes e fracos? • Esses produtos/serviços atendem a toda demanda? • Os clientes estão satisfeitos com esses produtos/serviços? • Os clientes são fiéis a esses produtos/serviços? Diferencial Competitivo Desenvolver um diferencial competitivo deve ser a busca de todo o empresário. Independentemente do segmento do seu negócio, é preciso ter em mente a importância desse processo. Essas são características únicas que destacam sua empresa. Sem elas você será apenas mais um estabelecimento entre tantos. Ter um dife- Concorrência 69
rencial competitivo coloca um negócio em posição de destaque. O que importa não é ter um monte de diferenciais (embalagem, Ele insere na mente do consumidor a lembrança sobre os seus cor, diversidade de formas de pagamento, preços mais competi- produtos e serviços. Essa característica faz com que sua empre- tivos, política de frete grátis e política de pós-venda) que só são sa seja preferida pelos consumidores. Logo, fazendo mais vendas percebidos por qualquer um, mas sim um diferencial que os clien- que a concorrência. tes percebam e/ou considera-o importante as suas vantagens, do contrário, possuí-lo não aumentarão suas vendas. Um diferencial competitivo é um ou mais atributos que fazem a empresa ser única e superior aos seus concorrentes. Tratam-se As 5 Forças Competitivas de vantagens e benefícios oferecidos aos clientes. Esses são ele- mentos que as demais empresas não são capazes de oferecer. O modelo de cinco forças da competitividade foi desenvolvido A importância principal desse processo é o reflexo nas vendas. por Michael Porter na década de 70, e destina-se à análise da Quando você tem um diferencial competitivo, sua empresa fica competição entre as empresas, considerando os elementos (for- na lembrança de seus clientes. Se o cliente precisar adquirir um ças) que devem ser estudados para se desenvolver uma estraté- produto ou serviço, a sua empresa será a primeira opção. Atual- gia empresarial eficiente em servir os clientes e obter lucros. mente, o diferencial competitivo tem muita relação com a tec- nologia. Existem dezenas de opções tecnológicas que facilitam o É importante observar que as forças se referem ao microam- desenvolvimento dessas características. biente, em contraste com o termo mais geral do macroambiente competitivo. A estratégia competitiva de uma empresa deve apa- Diferenciais competitivos somente tem valor, quando o mercado recer a partir da abrangência das regras da concorrência que defi- consumidor percebe estas vantagens. Por isso, além de possuir nem a atratividade de uma empresa. Uma mudança em qualquer estes diferenciais, a empresa também precisa divulgá-los de for- uma das forças normalmente requer uma nova pesquisa (análise) ma adequada. Diferenciais não divulgados tornam-se desconhe- para reavaliar o mercado. cidos nas mentes dos consumidores. A criação de um diferencial competitivo pode funcionar também como excelente ferramenta Rivalidade entre concorrentes de marketing uma vez que as pessoas tendem a comentar as ati- tudes das empresas que se destacam em algum detalhe como, Esta pode ser considerada a mais significativa das cinco forças. por exemplo, a facilidade de efetuar a compra ou um ótimo tra- Nesta dimensão deve-se considerar a atividade e agressividade balho de pós-venda. São nestes pequenos detalhes que surge o dos concorrentes diretos. Quando diz-se concorrente direto, re- boca-a-boca que promove sua empresa no mundo virtual, princi- fere-se a empresas que vendem o mesmo produto, num mesmo palmente na era das redes sociais onde todos compartilham suas mercado que a organização em questão. Às vezes rivais compe- experiências. tem agressivamente, não só em relação ao preço, como também 70 Informática Avançada e Administração de Empresas
Ameaça da Entrada de Novos Concorrentes A ameaça da entrada de novos participantes depende das barrei- ras existentes contra sua entrada, além do poder de reação das organizações já estabelecidas. As chamadas “barreiras de entra- da” são fatores que dificultam o surgimento de novas empresas para concorrerem em determinado setor. Algumas delas: à inovação, marketing, lobby, etc. Em situações de elevada riva- • Economia de Escala: atrapalha a entrada de novos concor- lidade os concorrentes procuram ativamente captar clientes, as rentes, pois as empresas que já produzem grandes quanti- margens de lucro são reduzidas e a atuação centra-se em cortes dades podem reduzir custos, e novas empresas, que tenham de preços e descontos de quantidade. Devem ser considerados: que começar a vender pouco para depois crescer, possuem desvantagem de custos; • Capital Necessário: outra restrição financeira, mas aqui refe- re-se à necessidade de capital para realizar os investimentos iniciais para a instalação do negócio. É um dos fatores mais relevantes para impedir o surgimento de novas empresas em um setor; • Acesso aos canais de distribuição: se os canais de venda forem limitados, quanto mais as empresas atuais estiverem bem relacionadas (contratualmente) com os canais, meno- res as chances de novas empresas ganharem espaço. Caso haja barreiras de entrada que dificultam a inserção, fica mais difícil a fixação de concorrentes no mercado e a ameaça é menor. Para tanto, devem considerados elementos como: • Quantidade de concorrentes; • A existência de barreiras de entrada (patentes, direitos, etc); • Nível de publicidade e propaganda; • Acesso aos canais de distribuição; • Gastos com pesquisa; • Diferenciação dos produtos; • Grau de diferenciação dos produtos, entre outros. • Exigências de capital; Concorrência 71
• Políticas governamentais; car de fornecedor é muito alto; • Vantagens absolutas de custo; • O setor de negócios em questão não tem representatividade • Economia de escala. no faturamento deste fornecedor. Poder de barganha dos compradores Com estas questões em vista, cabe a empresa identificar a atual relação da empresa com seus principais fornecedores. O poder de barganha dos compradores pode ser traduzido como a capacidade de barganha dos clientes para com as empresas do Ameaça de produtos substitutos setor. Esta força competitiva tem a ver com o poder de decisão dos compradores sobre os atributos do produto, principalmente A existência de produtos (bens e serviços) substitutos no mer- quanto a preço e qualidade. Assim, os compradores têm poderes cado afeta também a barganha e pode afetar as empresas e sua se: condição competitiva, levando à extinção de marcas e até deter- minados segmentos. Um produto pode tornar-se obsoleto com o • As compras do setor são de grande volume; tempo pela falta de investimentos tecnológicos ou em pesquisas • Os produtos a serem comprados são padronizados, e sem para produzir um derivado ou mesmo um novo produto. É neste sentido que a organização deve atentar-se às novas mudanças/ grande diferenciação; tendências do mercado/produto, pois caso não seja feito nada, • As margens de lucro do setor são estreitas; a concorrência pode conquistar parte do mercado. Deve-se con- • A opção de o próprio comprador fabricar o produto é finan- siderar: ceiramente viável. Estas são então algumas das características a se observar quando • Relação preço/rendimento; analisando o poder de barganha dos compradores. • Nível de diferenciação do produto; • Poder de barganha do comprador; Poder de barganha dos fornecedores • Qualidade do produto. O poder de barganha dos fornecedores apresenta condição se- A importância de se considerar estas forças no planejamento jus- melhante à barganha dos compradores, mas está voltada ao for- tifica-se pelo fato de que, em algum momento, uma ou algumas necimento de insumos e serviços para a empresa. Os fornecedo- delas são essenciais para um determinado sector industrial, as- res têm poder de barganhar quando: sumindo maior influência na determinação da sua lucratividade. Portanto, para se elaborar uma boa estratégia, é necessário co- • O setor é dominado por poucas empresas fornecedoras; nhecer-se bem o setor e as características que governam as suas • Os produtos são exclusivos, diferenciados, e o custo para tro- forças competitivas. 72 Informática Avançada e Administração de Empresas
Análise Ambiental Definido como um conjunto de tendências, forças e instituições internas e externas de uma empresa, o ambiente organizacional é capaz de influenciar o desempenho de um negócio como um todo, enquanto a análise de ambiente consiste na observação dos pontos fortes e fracos da organização. O conceito de análise de ambiente pode ser definido como um processo de identifica- ção de oportunidades, ameaças, forças e fraquezas que interfe- rem na atuação das empresas, no cumprimento de sua missão e em sua capacidade de atingir as metas estipuladas. Sua principal função é analisar os contextos interno e externo nos quais a organização está inserida. Esse processo consiste nas descrições qualitativa e quantitativa de conjunções correntes ou futuras, reais ou presumíveis a respeito da própria empresa, tra- tando de sua atuação nos âmbitos econômico, político, mercado- lógico e social; no contexto de sua região e, ainda, dentro de um determinado espaço de tempo. Nesse contexto, a análise de ambiente é um esforço organizado e dirigido ao conhecimento que se tem do funcionamento da cor- poração, de maneira que se busque melhorar o desempenho de todos os fatores inerentes ao negócio — pessoas, produtos e/ ou serviços, relações mercadológicas, estrutura organizacional, ordem financeira, entre outros. Parte indispensável de qualquer planejamento estratégico, a aná- lise de ambiente pode ser realizada de várias maneiras, princi- palmente por meio da Matriz SWOT (que avalia os pontos fortes, Análise Ambiental 73
fracos, oportunidades e ameaças). Assim, a principal função des- Ao contrário dos primeiros, os fatores internos podem ser con- sa análise é avaliar os ambientes internos e externos nos quais a trolados pelas empresas, através da atuação da mesma. Sendo empresa se insere, descrevendo de forma quantitativa e qualitati- assim, deve-se buscar a identificação dos pontos fortes (forças) va as conjunções correntes ou futuras, reais ou presumíveis sobre e acentuá-los. Da mesma forma, deve-se identificar os pontos a própria empresa. Para isso podem ser usados vários âmbitos, fracos (fraquezas) com o intuito de reduzir os seus efeitos ou de- como: político, econômico, social, mercadológico, regional etc. senvolver melhorias. A análise ambiental, quando bem executada, traz uma série de Com a matriz SWOT definida, a empresa poderá identificar os benefícios aos negócios. Ela pode ser usada em diferentes con- fatores críticos de sucesso através do cruzamento dos fatores textos, como no lançamento de um novo produto ou serviço, em internos e externos. A matriz SWOT é sempre feita em quadran- momentos de tomada de decisão estratégica (para ampliar ou re- tes, ou seja, em quatro quadrados iguais. Em cada quadrado são trair as ações, abrir novas filiais etc.) e no planejamento de ações, registrados fatores positivos e negativos para a implantação do decidindo onde aplicar os principais recursos do negócio. negócio Análise Estratégica - SWOT • Forças: São características internas da empresa ou de seus donos que representam vantagens competitivas sobre seus A análise estratégica permite ao empreendedor e ao outros en- • concorrentes ou uma facilidade para atingir os objetivos pro- volvidos entenderem melhor o negócio e quais os caminhos para postos. Exemplos: Atendimento personalizado ao cliente; se atingir os objetivos estipulados. Este tipo de análise deve mis- Preço de venda competitivo; Equipe treinada e motivada; turar racionalidade e subjetividade. Uma ferramenta muito útil Localização estratégica da empresa; etc. para esta análise é matriz SWOT (Strenghts, Weaknesses, Oppo- Oportunidades: São situações positivas do ambiente ex- tunities, Threats), também chamada de F.O.F.A. (Forças, Oportu- terno que permitem à empresa alcançar seus objetivos ou nidades, Fraquezas e Ameaças) e que auxilia na definição de um melhorar sua posição no mercado. Exemplos: Existência de panorama da situação atual e prevista para o negócio. linhas de financiamento; Poucos concorrentes na região; Au- mento crescente da demanda; Disponibilidade de bons imó- A análise SWOT é dividida em duas partes: a análise do ambiente • veis para locação; etc. interno e a análise do ambiente externo. O ambiente externo não Fraquezas: São fatores internos que colocam a empresa em pode ser controlado pela empresa. Isso, no entanto, não significa situação de desvantagem frente à concorrência ou que pre- que não seja proveitoso conhecê-lo, pois assim é possível apro- judicam sua atuação no ramo escolhido. Exemplos: Pouca veitar as oportunidades de maneira mais rápida e evitar as ame- qualificação dos funcionários; Indisponibilidade de recursos aças de maneira mais eficaz. financeiros (capital); Falta de experiência anterior no ramo; Custos de manutenção elevados; etc. 74 Informática Avançada e Administração de Empresas
• Ameaças: São situações externas nas quais se têm pouco rigorosas; Existência de poucos fornecedores; Escassez de controle e que colocam a empresa diante de dificuldades, mão de obra qualificada; Insegurança e violência na região; ocasionando a perda de mercado ou a redução de sua lu- etc. cratividade. Exemplos: Impostos elevados e exigências legais Análise Ambiental 75
Canais de Distribuição Informática Avançada e Administração de Empresas Os canais de distribuição têm a função de entregar os produtos ao cliente no local correto, na quantidade estipulada, com as ca- racterísticas requisitadas, no momento certo e como os serviços necessários à sua venda, consumo e manutenção. Esses canais correspondem ao itinerário percorrido pelo produto ou serviço, desde sua concepção ou produção até o consumo. O itinerário, por sua vez, é constituído por um conjunto de empresas ou indi- víduos, denominados intermediários. Alguns dos principais canais de vendas utilizados atualmente são: Venda direta: realizada por meio de um vendedor que interage diretamente com o consumidor; Venda no varejo: consiste em colocar o produto no comércio va- rejista. A venda a varejo, em sua concepção, consiste na venda em pequenas quantidades, para consumo próprio; Venda no atacado: consiste na venda através de comerciantes com capacidade de entrega de grandes volumes. Estes podem distribuir o produto ao varejo ou diretamente ao consumidor; Venda por telefone (telemarketing) ou internet (comércio ele- trônico): utilizada por empresas que pretendem atingir grandes extensões geográficas. A teoria do Trade Marketing nos ensina ainda que os canais de distribuição são divididos em dois tipos: • Canal direto – O fabricante vende direto para o consumidor final; 76
• Canal indireto – O fabricante vende para um distribuidor e bem-sucedidas são especialistas em entregar contas a receber de este faz a venda para o consumidor final ou ainda para um uma forma que a maioria dos fabricantes não consegue. varejista que faça isso. Um grande número de empresas atua com apenas um dos três ti- As empresas que utilizam a distribuição direta exigem suas pró- pos de canal indireto. Porém, muitas são multicanais, ou seja, tra- prias equipes de logística e veículos de transporte. Aqueles com balham com mais de um tipo distribuição indireta. Existem ainda canais de distribuição indiretos devem estabelecer relaciona- as híbridas, que estão em contato com o consumidor final (atra- mentos com sistemas de vendas de terceiros. vés de um site), mas direcionam a venda para um representante. O canal indireto, por sua vez, possui três níveis de intermediação Por fim, deve-se definir a intensidade da distribuição, que irá de- que variam de acordo com a quantidade de parceiros de distri- terminar o grau de cobertura do mercado. Esta pode ser: buição: Intensiva: coloca-se o produto na maior quantidade possível de • Fabricante > Varejista > Consumidor final; ponto de vendas. Utilizada para produtos com demanda elevada, • Fabricante > Atacadista > Varejista > Consumidor final; compra frequente e em pequena quantidade, baixo preço unitá- • Fabricante > Atacadista > Representante/Vendedor especiali- rio e ausência de serviços técnicos. Seletiva: seleciona-se intermediários capacitados para a distri- zado > Varejista > Consumidor final. buição, pois esta exige conhecimentos especializados para a ven- da, cuidados especiais de armazenamento e transporte, e preços Um canal de distribuição indireto depende de intermediários elevados. para realizar a maioria ou todas as funções de distribuição, tam- Exclusiva: a distribuição do produto ou serviço é concedida a re- bém conhecidas como distribuição no atacado. A parte mais de- vendedores diretos e exclusivos para cada região, pois demanda- safiadora dos canais de distribuição indireta é que outra parte -se serviços técnicos durante e após a venda, grande investimen- deve ser responsável pelos produtos do fabricante e pela inte- to do distribuidor e treinamento especial. ração com o cliente. No entanto, as empresas de logística mais Canais de Distribuição 77
Branding Informática Avançada e Administração de Empresas Branding ou Brand Management é uma estratégia de gestão da marca que visa torná-la mais reconhecida pelo seu público e pre- sente no mercado. A estratégia busca a admiração e desejo pe- los valores que a marca cria em torno de si mesma. Seu objetivo principal é despertar sensações e criação de conexões fortes, que serão fatores relevantes para a escolha do cliente pela marca no momento de decisão de compra. Todos os movimentos que uma marca faz, desde a criação de um logotipo, escolha da fonte, discurso, tom de voz, valores da empresa, jingles, pessoas que irão representar, tudo isso ajuda a construir a personalidade de uma marca na mente do consumi- dor através de percepções e sensações. Essas práticas auxiliam na criação de valor além do produto. É mais que o produto, é quem a marca é. É a criação de significado por meio de símbolos. Segundo pesquisa realizada pela Ana Couto Branding, quando uma marca consegue se conectar verdadeiramente com seu con- sumidor através do seu propósito, a percepção de preço pode mudar: 67% dos entrevistados disseram estar muito dispostos a comprar um produto de uma marca que se conecte com eles a partir de um propósito comum e se dispõem a pagar mais por isso, já que enxergam valor real nessa aquisição. Ter uma marca com personalidade e propósito, criar identificação com as pessoas, com suas histórias e suas causas. Assim, promo- ver boas experiências de marca é a chave para a recomendação, que hoje é uma das armas mais poderosas para aquisição de no- vos clientes. 78
Marca Ambas as palavras têm o mesmo significado. Logotipo é uma for- ma alternativa da palavra logo. Uma marca não é só um logotipo, um nome ou uma identidade visual. Ela é um conjunto de sentimentos e experiências que o Um logotipo é composto pelo símbolo e pela tipografia, que jun- seu público teve e criou do produto ou serviço que você oferece. tos formam o logotipo em si. Explicando de forma mais simples, Muitas vezes esse processo é individual, no qual cada pessoa en- logotipo é a representação gráfica do nome fantasia de uma em- tende sua marca de uma maneira distinta. Essa perspectiva será presa em que só são utilizados o símbolo e a tipografia (letras). sempre baseada nos contextos sociais, culturais, econômicos de É um produto gráfico resultante do design e também pode ser cada indivíduo e, principalmente, nas experiências que tiveram definido como a imagem da marca. É a forma de representação com sua empresa. Uma marca é o que diferencia empresas de su- do nome de uma empresa com um tipo de letra característico. cesso de muitas outras que ficam pelo caminho. Marcas precisam de valores, de um propósito que vai guiar todas as suas ações, O logotipo é uma parte da marca, que deve aparecer nas peças desde a concepção de um produto até como ele será promovido gráficas feitas pela empresa. Por exemplo, o símbolo de uma em- em qualquer canal de comunicação. Quando isso é bem feito, o presa não é a marca em si, mas representa o conceito que a em- consumidor sente e a empresa vira líder de mercado. presa deseja associar à sua marca. Identidade Visual Slogan São as representações visuais da sua marca que ajudam a criar Slogans são frases curtas de impacto que representam uma em- uma identidade na mente do consumidor: logotipo, um estilo de presa ou marca nas peças publicitárias. São usados para transmi- foto, fontes, cores etc. Quanto mais alinhada ela for, mais prová- tir a ideia principal que a faz ser diferente da concorrência, bem vel e rápida será a associação na mente de quem busca opções como as sensações que os clientes terão ao escolher seus produ- de marcas. tos ou serviços. Logotipo Um bom slogan deve deixar evidente o espírito do seu negócio, mostrar a personalidade da marca e, principalmente, ser impac- Em grego, “logos” significa conceito, significado. Já “typos” signi- tante o suficiente para permanecer na mente do consumidor, fica símbolo ou figura. Assim, logotipo significa símbolo visível de para que ele sempre associe a marca ao conceito que representa um conceito. Exemplo: se um cliente nos entrega um conceito a o benefício único prometido. Um dos objetivos do slogan é fazer ser trabalhado, esse é o logo. A partir desse conceito, criamos um com que a marca ou empresa permaneça no inconsciente do con- símbolo gráfico, que é o tipo. sumidor e seja lembrada antes da concorrência. Branding 79
Business Model Canvas Informática Avançada e Administração de Empresas O Business Model Canvas, ou “modelo de negócios”, é uma re- cente metodologia que tem ganhado espaço cada vez mais e substituindo o Plano de Negócios. Criado por Alexander Oste- rwalder em 2008 com auxílio de 400 empreendedores, o Modelo de Negócios no geral é composto de uma única página que con- tém nove campos, agrupados em um quadro ou tela (“canvas”, em inglês). Vantagens do Modelo de Negócios Comparando-se ao Plano de Negócios, o modelo de negócios é uma ferramenta simplificada e objetiva, sem “delongas” que pos- sam ofuscar a visão dos empreendedores nos quesitos principais. Por mais adepto que se seja à leitura, abrir um documento com inúmeras páginas pode não ser muito atrativo para muitas pesso- as. Com o modelo de negócios é possível ir direto ao ponto: isto porque trabalhar com um esboço de desenhos e tópicos traz mais praticidade tanto para quem elabora quanto para quem visualiza ou mesmo põe em prática o modelo. Podemos ainda classificar o modelo de negócios como um protótipo, onde é possível ir tes- tando todas as áreas e realizar ajustes com os feedbacks recebi- dos. Outro benefício disto é poder avaliar a viabilidade do projeto antes mesmo de se fazer altos investimentos. Elaboração do Modelo de Negócios O canvas costuma ser esboçado em uma única folha, onde se re- comenda o uso de post its, marcadores e/ou desenhos para iden- 80
tificar cada tópico. Inicia-se preferencialmente pelo lado esquer- Em seguida, avança-se para o lado esquerdo, preenchendo os do do quadro identificando os pontos na seguinte ordem: campos: • Segmentos de clientes: Deve-se definir quem são os clientes, • Recursos chave: Os recursos chave representam os fatores ou seja, qual o perfil do cliente. Nesta etapa recomendam-se críticos para a proposta de valor da empresa. Aqui deve-se os questionamentos: para quem estou criando valor? Quem pensar: quais recursos chave são essências para minha pro- serão os meus clientes? posta de valor? (exemplo: equipe, máquinas, criação de uma marca, tecnologia entre outras). • Propostas de valor: Avaliar se a proposta de valor está ade- quada ao mercado e irá satisfazer os clientes do segmento • Atividades chave: Neste bloco devem-se identificar as ativi- em que se atua. Exemplo: estes valores satisfazem a expec- dades chave que empresa deve executar para que seu mo- tativa de meus clientes? delo de negócios funcione. Neste ponto se pergunte: quais atividades são importantes para minha proposta de valor? • Canais de Vendas: Determinar quais serão os canais ide- (exemplo: produção, vendas, marketing, logística entre ou- ais para atingir o público alvo. Depois de definido os canais, tras). deve-se questionar: os canais que definimos, serão ideais e suficientes para atingir nossos clientes? Por quais canais nos- • Parcerias: Este bloco representa a rede de parceiros e forne- sos clientes querem ser abordados? Como os clientes ficarão cedores necessários para que a empresa funcione e entre- sabendo da minha oferta? gue sua proposta de valor. Questione-se: quem são nossos parceiros e principais fornecedores? • Relacionamento com o cliente: Este bloco estabelece o tipo de relacionamento que a empresa tem com seus clientes. • Custos: Neste bloco, deve-se elaborar a estrutura de custos Aqui devem existir as seguintes perguntas: que tipo de re- no qual representam os custos para construir e manter a lacionamento meus clientes esperam? Como podemos criar oferta de valor da empresa. Neste ponto deve haver o se- vínculos duradouros com nossos clientes? guinte questionamento: quais são os custos mais importan- tes? Quais são os custos mais caros? (exemplo: salários, for- • Fontes de Receitas: Neste tópico deve representar as recei- necedores, marketing, encargos entre outros). tas da empresa, ou seja, será representado o quanto e como os clientes pagarão á empresa a partir de sua proposta de valor. Aqui deve entrar os questionamentos: qual valor meus clientes estão dispostos a pagar? Como eles preferem pagar? Business Model Canvas 81
Introdução às Tecnologias da Informação O computador surgiu na década de 1940 e revolucionou o mun- Informática Avançada e Administração de Empresas do, se tornando hoje indispensável para toda a sociedade. Mes- mo quem não utiliza um computador, acaba interagindo com ele de forma indireta ou imperceptível no dia-a-dia. No entanto, o computador, apesar de ser uma máquina precisa e rápida, é, an- tes de tudo, uma máquina “burra”: requer cuidados constantes e não faz nada sozinho. Ao contrário de uma máquina específi- ca como uma geladeira, uma batedeira ou um liquidificador, o computador é uma máquina universal e fará aquilo (e somente aquilo) que formos capazes de programá-lo a fazer. Associadas à evolução do computador surgiram novas tecnologias, em espe- cial aquelas associadas à informação e à comunicação. Os mais notáveis avanços destas tecnologias são a convergência das di- versas mídias para o meio digital e o aparecimento da Internet. Estes avanços colocaram poder computacional na mão de muitos seres humanos, embora ainda falte muito para que este poder atinja toda a população do planeta. História da Informática A necessidade de calcular advém de tempos muito antigos. Con- ta-se que na antiguidade uma das formas mais usadas para o cál- culo era a utilização de pedras e areia. Em sociedades comerciais mais evoluídas como a China e o Egito era bastante utilizado o ábaco, um dispositivo basicamente formado por fios e pedras ou botões. Cada fio representava uma unidade de medida (unidade, dezena, centena...) e as pedras ou botões uma unidade destas. Dizem que até hoje alguns conseguem realizar cálculos mais rá- 82
pidos que a calculadora eletrônica em operações básicas (adição, ponto, a “receita” para a confecção de um tecido. A tecnologia subtração, multiplicação e divisão). O uso do ábaco remonta a inventada por Jacquard deu origem aos teares utilizados até hoje cerca de quatro mil anos, sendo ainda hoje utilizado por comer- pela indústria têxtil, e seus cartões perfurados influenciaram de ciantes de todo o mundo, especialmente em culturas do oriente. forma ainda mais profunda a informática. O matemático escocês John Napier, em 1614, desenvolveu um O primeiro “computador”, de certa forma, foi imaginado por dispositivo conhecido como “Ossos de Napier”, formado por um Charles Babbage, matemático fundador da Sociedade Astronô- conjunto de barras segmentadas, organizadas de tal maneira que mica Real, na Inglaterra. Querendo se livrar da rotina cansativa os resultados de uma multiplicação eram obtidos somando-se os de realizar cálculos balísticos para as forças navais britânicas, em números de seções horizontais adjacentes. O seu uso evitava a 1822, Babbage construiu o primeiro protótipo da sua “Máquina memorização da tabuada, o que trouxe grande auxílio ao uso de de Diferenças”, ou “Engenho Diferencial”. A máquina calcularia logaritmos. O dispositivo, aperfeiçoado, é usado até hoje por en- as tabelas matemáticas e imprimiria os resultados. Depois de 10 genheiros, por meio da régua de cálculo. anos sem êxito Babbage decidiu se lançar num projeto mais au- Em 1642, outro matemático, o francês Blaise Pascal, então com dacioso, que seria conhecido como Máquina Analítica, um dis- apenas 18 anos, construiu uma calculadora com rodas e engrena- positivo que supostamente seria capaz de efetuar uma grande gens. Os números a serem somados eram introduzidos discando- variedade de cálculos e que era constituído por um “moinho” e -se numa série de rodas dentadas, nas quais havia impressos alga- um “depósito”, ambos formados por rodas dentadas. O depósito rismos de 1 a 9, representando unidades, dezenas e centenas. Os era capaz de armazenar até 100 números de 40 dígitos até que números introduzidos apareciam em um mostrador. Cada roda, o moinho precisasse utilizá-los, introduzidos por meio de cartões ao completar um giro, fazia a roda à sua esquerda avançar um dí- perfurados. Babbage foi o primeiro a perceber que uma máqui- gito. Pascal construiu mais de 50 versões da pascalina, como era na de processamento deveria consistir em um dispositivo de chamada sua máquina de calcular, motivado pela necessidade de entrada, uma memória, uma unidade central de processamento seu pai (que era contador) de executar cálculos avançados. e um dispositivo de saída. Ele utilizava uma “impressora” como dispositivo de saída e um leitor de cartões como dispositivo de Em 1671, o filósofo e matemático alemão Gottfried Liebniz cons- entrada. Babbage contou com a ajuda de sua tia Augusta Ada truiu um calculador mecânico que realizava as quatro operações Byron (Condessa de Lovelace), uma matemática brilhante que básicas da aritmética (adição, subtração, multiplicação e divisão). desempenhou papel fundamental na formulação para a progra- Mas o primeiro dispositivo de armazenagem de dados só surgiria mação da máquina e é considerada uma das primeiras cientistas em 1804, quando o aprendiz de tecelão Joseph Marie Jacquard da computação do mundo e a primeira programadora da história. desenvolveu um tear que, a partir da adição de cartões perfura- Babagge acabou morrendo sem ver completada sua máquina, dos, podia ser programado para reproduzir figuras complexas em mas suas ideias são a base para muitas das grandes realizações tecidos. Dessa forma o “estampador” poderia registrar, ponto a tecnológicas da humanidade. Introdução às Tecnologias da Informação 83
Em 1890, Herman Hollerith trabalhava junto ao censo norte dígitos, efetuando operações de soma e subtração em 0,3 segun- americano e sabia das dificuldades para sua realização. A cons- do e de multiplicação e divisão em três segundos. Paralelamente tituição norte americana exigia que este fosse realizado a cada à construção do Mark I, em 1941, o matemático alemão Konrad 10 anos e, devido ao crescimento demográfico, chegou-se a levar Zuze construiu um computador baseado no sistema binário, me- mais de sete anos para um único levantamento ser concretizado. nor e mais eficiente. Em 1942, Zuze e seu colega Helmut Schreyer Hollerith reformulou os cartões de Jacquard e criou um leitor ele- desejavam construir um computador com válvulas eletrônicas trônico capaz de processar até 50 cartões por minuto. Os cartões que controlaria a passagem dos circuitos elétricos por meio de utilizados por ele tinham 12 fileiras de 20 orifícios, que eram per- tensões elétricas, sem utilizar peças móveis. Hitler, no entanto, furados para registrar dados como idade, país natal, profissão, es- vetou a pesquisa, direcionando todo o potencial da Alemanha tado civil e número de filhos. Os funcionários encarregados do re- para a guerra que, ele acreditava, seria vencida rapidamente. censeamento preenchiam um formulário com essas informações Graças aos métodos planejados por Zuze, no entanto, o matemá- que, em seguida, eram transpostas para os cartões perfurados. tico inglês Alan Turing desenvolveu uma máquina com duas mil Os cartões eram então inseridos em uma máquina tabuladora, na válvulas eletrônicas, com a qual conseguiu interceptar e quebrar qual pequenos pinos atravessavam os orifícios dos cartões. Isso códigos secretos utilizados pelos alemães durante a guerra. fechava um circuito elétrico, fazendo com que os indicadores no banco de mostradores avançassem e contabilizando cada respos- Em agosto de 1942, John Mauchly e Presper Eckert, pesquisa- ta, o que reduziu todo o processo do censo para dois anos e meio, dores da Escola Moore de engenharia, propuseram a construção um grande avanço para a época. de um computador de alta velocidade que utilizava válvulas ele- trônicas. Em 9 de abril de 1943 o exército americano assinou um Posteriormente o equipamento foi aperfeiçoado e deu origem à contrato de 400 mil dólares com a Escola Moore para a constru- Tabulating Machine Company, em 1896, que viria a se tornar, em ção do ENIAC. 1924, a International Business Machine, hoje conhecida simples- mente como IBM. O ENIAC possuía 17.468 válvulas e operava com sistema numéri- co decimal. Tinha 5,5 metros de altura por 25 de comprimento, e Válvulas ficou pronto no final de 1945, quando a Segunda Guerra Mundial já havia terminado. Esquentava tanto que atraía mariposas e isso A Segunda Guerra Mundial provocou um rápido avanço da ciência causava problemas na máquina, o que deu origem ao termo bug da informação e a IBM, em parceria com a marinha americana, (inseto) utilizado até hoje para denominar falhas em computado- passou a desenvolver o projeto de uma máquina capaz de efetuar res e sistemas. Apesar de suas dimensões, só possuía memória todo tipo de operações, o Mark I, baseado no sistema de nume- suficiente para trabalhar com números da operação que estives- ração decimal e concluído em 1943. Recebia dados por meio de se executando. Enquanto o ENIAC estava sendo construído, Mau- cartões perfurados e era capaz de trabalhar com números de 23 chly e Eckert já trabalhavam no seu sucessor, o EDVAC, que era 84 Informática Avançada e Administração de Empresas
capaz de operar com instruções armazenadas eletronicamente e vêm substituindo quase todos os dispositivos eletromecânicos e trabalhava com números binários, o que permitia que a quantida- a maioria dos dispositivos de controle, aparecendo em grande de de válvulas fosse consideravelmente diminuída. quantidade em qualquer dispositivo eletrônico, dos computado- res aos carros. John von Neuman, que havia trabalhado no projeto Manhattan (que resultou nas bombas atômicas lançadas sobre o Japão du- Circuito Integrado rante a Segunda Guerra), juntou-se à equipe de pesquisadores da Escola Moore em 1944 e em junho de 1945 escreveu o primeiro O circuito integrado nasceu de uma sugestão do inglês G.W. Dum- esboço de um relatório sobre o EDVAC, no qual descrevia as fun- mer ao reunir todos os componentes de um circuito em um único ções da nova máquina e defendia a tese de que o computador era condutor, e o seu primeiro protótipo surgiu em 1958, projetado muito mais que uma máquina de calcular, podendo ser utilizado por Jack Kilby. Em 1959, Robert Noyce desenvolveu um circuito para inúmeras atividades. Em 1949, baseado nas propostas de Von Neuman, o cientista inglês Maurice Wilkes, da Universidade de Cambridge, construiu o primeiro computador operacional que utilizava programas de memória. Transistores É praticamente impossível encontrarmos circuitos integrados que não possuam, internamente, centenas, milhares e até milhões de transistores, juntamente com outros componentes. O transistor, primeiro dispositivo eletrônico de estado sólido inventado em 1947, foi o substituto da válvula, além de ser a base de constru- ção para todos os Microchips, sendo capaz de gerar informações binárias: 1, se a corrente elétrica estiver passando, e 0 se não estiver. Todo o funcionamento lógico dos computadores é base- ado nisso. Originalmente os transistores eram caríssimos, pois eram fabrica- dos com silício e germânio, elementos de extração extremamen- te complicada da natureza. No entanto, com a sofisticação das técnicas, estes custos hoje se tornaram irrisórios e os transistores Introdução às Tecnologias da Informação 85
integrado mais eficiente do que o de Kilby, no qual a ligação dos Confira abaixo algumas das funcionalidades da informática nas diversos componentes era gravada no próprio material semicon- empresas: dutor, dispensando a manipulação de pequenos fios feita com microscópio. A invenção dos circuitos integrados permitiu que os • Controle de Qualidade de Produtos: Por meio de ques- computadores se tornassem cada vez menores e mais baratos, tionários respondidos por clientes - ou futuros clientes - e acessíveis a um número cada vez maior armazenados em sistemas de informação para geração de de pessoas. gráficos comparativos, dando melhor qualidade aos produ- tos e serviços. TI nas Empresas • Gerenciamento de Recursos Humanos: Não apenas relacio- Existe informática em quase tudo que fazemos e em quase to- nados a funcionários e colaboradores, mas também a formas dos os produtos que consumimos. É muito difícil pensar em mu- de se manter contato constante com todos os clientes e en- danças, transformações e inovações em uma empresa sem que contrando formas de sempre realizar a manutenção desses em alguma parte do processo a informática não esteja envolvida. relacionamentos. Durante os anos 1990 e início do século XXI houve uma grande • Controle de Fluxo de Caixa: Facilitando, assim, a tomada de mudança no papel da Tecnologia da Informação (TI) nas organi- decisões, investimentos e o gerenciamento de contas a pa- zações. A TI é um dos componentes mais importantes do ambi- gar e receber, sem imprevistos financeiro. ente empresarial atual, e as organizações brasileiras têm utilizado ampla e intensamente essa tecnologia, tanto em nível estratégi- • Vendas e Compras Online: Hoje o comércio eletrônico é vig- co como operacional. O uso de TI oferece benefícios para os oroso, crescente e seguro, muitas vezes representando 100% negócios que incluem redução de custo, aumento da produtiv- dos canais de distribuição de empresas. idade, qualidade, flexibilidade e inovação. De um papel restrito ao suporte administrativo, a TI se tornou um elemento incorpora- • Pesquisa e Cotação de Preços: Muitos distribuidores dis- do às atividades-fim das empresas, integrando-se aos serviços e ponibilizam seus produtos, serviços e tabelas de preços para produtos e por vezes se tornando vezes o próprio negócio (como compra e consulta via internet, facilitando assim a compara- no caso das lojas virtuais). As empresas não sobrevivem nos dias ção de preço e escolha do produto em tempo real, 24 horas atuais sem o uso de tecnologia de informação, para auxiliar tanto por dia. no desenvolvimento das tarefas organizacionais rotineiras como no alcance da vantagem competitiva e/ou prestação de serviços • Anúncio de Produtos e Serviços: Com investimento reduzido ao cidadão. e maior controle dos resultados, os meios digitais democra- tizaram a publicidade e permitiram uma melhor segmen- tação dos públicos alvos. • Prototipagem: Da prancheta para o computador, o processo de criação de produtos foi facilitado e aperfeiçoado, poupan- do tempo e dinheiro. 86 Informática Avançada e Administração de Empresas
Hardware e Software O termo “Computador” é utilizado de forma genérica hoje em dia para nos referirmos a um conjunto de componentes que, jun- tos, formam a “máquina” que conhecemos. Esses componentes se dividem em duas partes principais: o Hardware e o Software. As Partes de um Computador O hardware, conjunto de circuitos, material ou ferramental é a parte física do computador, ou seja, é o conjunto de componen- tes eletrônicos, circuitos integrados e placas, que se comunicam através de barramentos (conjunto de linhas de comunicação que permitem a interligação entre dispositivos). O termo hardware não se refere apenas aos computadores pessoais, mas também aos equipamentos embarcados em produtos que necessitam de processamento computacional, como os dispositivos encontra- dos em equipamentos hospitalares, automóveis, aparelhos celu- lares, entre outros. Na ciência da computação a disciplina que trata das soluções de projeto de hardware é conhecida como ar- quitetura de computadores. Em complemento ao hardware, o software é a parte lógica, ou seja, o conjunto de instruções e dados processado pelos circuitos eletrônicos do hardware. Toda interação dos usuários de compu- tadores modernos é realizada através do software, que é a cama- da, colocada sobre o hardware, que transforma o computador em algo útil para o ser humano. Além de todos os componen- tes de hardware, o computador também precisa de um software chamado Sistema Operacional. O Sistema Operacional torna o Hardware e Software 87
computador utilizável. Ele é o responsável por gerenciar os dispo- “Hardware é tudo aquilo que você chuta, Software é tudo aqui- sitivos de hardware do computador (como memória, unidade de lo que você xinga.” disco rígido, unidade de CD) e oferecer o suporte para os outros programas funcionarem (como Word, Excel etc). Basicamente, podemos dizer que é o software que controla o har- dware do computador, sendo que um não tem função sem o ou- Diferença entre Hardware e Software tro. Se você quer editar um vídeo em alta definição, por exemplo, além de ter um programa específico para essa atividade, necessi- Na informática, muitas pessoas confundem as palavras hardwa- tará de um processador, memória RAM e uma placa de vídeo que re e software. Apesar de se tratar de coisas diferentes, ambas suportem essa edição, caso contrário, o computador travará ou são complementares. Isso porque, para que o hardware funcione nem chegará a abrir o software. efetivamente, é necessário o software, que é a parte lógica da informática. Aceleração de Hardware Hardware é a parte física do computador. Já o Software é como A aceleração de hardware é uma ferramenta utilizada por alguns podemos chamar a parte lógica do computador. É ele que dá as softwares. Ela visa distribuir a carga de processamento de deter- instruções e o direcionamento para que as ações sejam feitas minada tarefa para os diferentes componentes de um computa- dentro daquele hardware. Uma boa forma de lembrar essa dife- dor. Desse modo, a aceleração diminui a sobrecarga da CPU (pro- rença é com a frase a seguir: cessador), o que deixa a máquina muito mais rápida e eficiente. Além disso, a aceleração de hardware também pode melhorar a vida útil de alguns componentes externos, como da bateria e até melhorar o funcionamento do computador. A aceleração de har- dware é indicada quando o objetivo do uso da máquina for para algo que exija muito do processamento de dados como jogos em rede, renderização de vídeos e composição de imagens. Teste ou Diagnóstico de Hardware Com tantos hardwares dentro de uma máquina, é comum que alguns deles apresentem falhas ou parem de funcionar de for- ma repentina. Por isso, é importante realizar testes regulares de diagnóstico de hardware no seu computador. Dessa forma, você 88 Informática Avançada e Administração de Empresas
garante que não será pego de surpresa caso algo deixe de funcio- sível instalar outro sistema operacional, realizar tarefas e rodar nar corretamente de uma hora para a outra, além de evitar que programas. Para ficar mais simples de entender, podemos dizer se torne ainda mais complexo saber, mais tarde, de onde vem o que a virtualização de hardware é um sistema que simula um erro. novo aparelho. O Windows 10, por exemplo, possui duas ferramentas de testes Com essa virtualização é possível, por exemplo, experimentar um para hardware internos: computador Linux sem precisar instalar o sistema. Isso porque a instalação é feita por meio de uma máquina virtual. Monitor de desempenho: Analisa o desempenho do sistema operacional da sua máquina. A ferramenta realiza diversas análi- Vale lembrar que, para utilizar alguns serviços online no seu com- ses de hardware, CPU, disco e memória. putador ou na máquina virtual é preciso que sua máquina esteja entregando a internet banda larga de forma completa para você, Diagnóstico de memória: Esse recurso realiza testes de memó- com uma boa velocidade de conexão. rias no computador. De forma simples, ele analisa quando a me- mória RAM da sua máquina está falhando. Periféricos Essas análises e diagnósticos são essenciais para você prolongar Periféricos são aparelhos ou placas que enviam ou recebem in- a vida útil do sistema e, consequentemente, do seu computador. formações do computador. Desse modo, pode-se afirmar que, a Por isso, é importante que você ou algum técnico faça-os perio- interação estabelecida entre o usuário e o computador só existe dicamente. graças aos periféricos. Sem eles, não seria possível enviarmos ne- nhuma informação para o computador, da mesma maneira que Além dos aplicativos nativos do Windows 10, também é possível também não poderíamos receber nenhuma informação. fazer a análise por meio de aplicativos de terceiros. Mas certifi- que-se sempre de que está baixando o aplicativo a partir de uma Na informática, o termo “periférico” aplica-se a qualquer equi- fonte segura, para evitar que você faça o download de vírus e ins- pamento (hardware) acessório que seja ligado à CPU (unidade tale-os no seu computador. Sempre dê preferência para os sites central de processamento), ou, num sentido mais amplo, ao com- oficiais dos aplicativos. putador. Os exemplos de periféricos incluem: impressoras, scan- ners, leitores e ou gravadores de CDs e DVDs, leitores de cartões Virtualização de Hardware e disquetes, mouses, teclados, câmeras de vídeo, entre outros. Cada periférico tem a sua função definida, desempenhada ao en- A virtualização de hardware serve para criar um computador vir- viar tarefas ao computador, de acordo com sua função periférica. tual dentro do seu próprio computador, ou seja, com ele é pos- Os periféricos podem ser divididos em 3 tipos diferentes: Hardware e Software 89
• Periféricos de entrada: São responsáveis por transmitir as entrada/saída podem ser tanto externos como internos. Por informações para o computador. Exemplos de periféricos de exemplo, o pendrive é um dispositivo externo que você co- entrada incluem: mouse, teclado, microfone, webcam, tou- necta ao computador por meio da conexão USB. Já o leitor chpad, identificador biométrico, scanner e outros. O que to- de CD é um periférico que se encontra instalado dentro do dos eles possuem em comum é o fato de que encaminham gabinete. O periférico de entrada e saída é conhecido como dados para dentro do computador. O periférico de entrada é Input/Output device no idioma inglês. conhecido como input device no idioma inglês. Gabinete versus CPU • Periféricos de saída: O periférico de saída é responsável em receber as informações do computador. Exemplos de perifé- O gabinete do PC, também conhecido como “chassi”, é o que ricos de saída incluem: monitor, impressoras, caixa de som, mantém todos os componentes internos juntos em uma estrutu- projetor de vídeo e outros. O que todos eles possuem em ra. Ao contrário do que se pode imaginar, a escolha do gabinete comum é o fato de receberem dados do computador. O mo- também deve ser analisada de acordo com a atividade exercida. nitor, por exemplo, disponibiliza a imagem para o usuário, A peça deve guardar as outras, mas também deve facilitar a refri- ou seja, o computador processa informações e retorna o geração dos componentes internos. resultado para este dispositivo. Já a impressora, ao receber as instruções do computador, irá realizar a impressão de um Muitos erram ao confundir a CPU com o que na verdade é o documento no papel. A caixa de som, por sua vez, emite o gabinete do equipamento. O gabinete é apenas a estrutura de áudio enviado do computador. O periférico de saída é conhe- sustentação e proteção dos componentes internos da máquina - cido como Output device no idioma inglês. basicamente uma carcaça. O processador, por outro lado, é uma das peças internas. • Periféricos de entrada e saída: Esse tipo de dispositivo é res- ponsável em transmitir e receber informações do computa- As características da CPU influenciam diretamente na velocidade dor ao mesmo tempo. Exemplos de periféricos de entrada e com que seus programas vão rodar na máquina. Existem vários saída incluem: Pen Drive, Disco rígido (HD), CD, DVD, Placa tipos de processadores no mercado: de 32 e 64-bits, com um ou de Rede, Impressoras multifuncionais, etc. No pen drive (ou múltiplos núcleos, e compatíveis com diferentes placas-mãe. As flash drive), por exemplo, é possível tanto gravar informações principais fabricantes são Intel e AMD. A CPU é ligada à placa mãe dentro do dispositivo (do computador para ele), como tam- por meio de um soquete, um dispositivo que permite ao proces- bém enviar informações dele para o computador. Impresso- sador receber energia para comandar as atividades do computa- ras multifuncionais também são um exemplo de periférico dor. Também existem vários tipos de soquetes no mercado e sua de entrada e saída porque conseguem não apenas imprimir escolha limita a lista de CPUs compatíveis com a máquina. um documento (recebendo informações do computador), mas também podem escanear um documento e enviar para o computador. É importante ressaltar que os dispositivos de 90 Informática Avançada e Administração de Empresas
Sistemas Operacionais O Sistema Operacional (SO) é o núcleo do mecanismo que faz o computador funcionar. Ele trabalha nos bastidores como in- termediário entre as solicitações dos usuários e dos programas, gerencia e orienta o hardware do computador e lê e grava dados na unidade de disco. O sistema operacional tem duas funções dis- tintas: estender a máquina e gerenciar recursos. Como máquina estendida, o sistema operacional “oculta a verda- de” do usuário sobre o hardware e apresenta uma visão simples e agradável. Ele evita, por exemplo, que o usuário tenha que geren- ciar o HD para gravar dados, e apresenta uma interface orientada a arquivos simples, geralmente em estrutura de pastas e diretó- rios. O sistema operacional também é responsável por fornecer uma variedade de serviços que os programas podem obter usan- do instruções especiais conhecidas como chamadas ao sistema, isso sem que o usuário tenha que interagir diretamente com a máquina. Como gerenciador de recursos, o sistema operacional controla de forma ordenada o uso dos dispositivos físicos entre os vários programas que competem por eles. Em suma, o sistema operacional, tem as funções básicas de inter- pretar os comandos do usuário, controlar os periféricos (teclado, vídeo, discos, impressora, mouse, plotter, etc), tratar e recuperar erros e organizar arquivos em disco. Sistemas Operacionais 91
Na prática, o sistema operacional consiste de uma série de pro- • e o sistema de arquivos (file system), que permite registrar gramas gravados no disco rígido que são carregados na memória os arquivos em ordem hierárquica. (ou seja, são levados à memória RAM) e são executados (“ro- dam”) assim que o computador é ligado. Portanto, logo que o Interface (Shell) sistema operacional entra em funcionamento é feito um ajuste e, também, a verificação de todos os periféricos existentes. Então, o O SO precisa apresentar a cada usuário uma interface que aceita, sistema fica esperando comandos do usuário. Ao se emitir um co- interpreta, e então executa comandos ou programas do usuário. mando, desencadeia-se a execução de tarefas bem determinadas Essa interface é comumente chamada de shell (“cápsula”) ou in- (exemplos: ler a tecla pressionada no teclado, gravar na memória terpretador de linha de comando (CLI). A interface do SO pode de vídeo o código de um caracter, transferir um arquivo de uma ser de dois tipos: mídia externa para a memória principal, apagar um byte gravado na memória etc,). • Interface de linha de comando (command line interface): Usa comandos alfanuméricos simples para navegar entre os O SO é uma plataforma sobre a qual se pode executar vários ti- discos e pastas, para conseguir outras funções como copiar, pos de programas, como aplicativos e jogos. Assim, um sistema formatar deletar, etc., e para executar aplicativos. Exemplos: operacional é utilizado para operar e gerenciar a ação dos outros DOS e Unix. programas e coordená- los com a atividade do equipamento, in- clusive os periféricos. • Interface gráfica para usuários (Graphical User Interface ou GUI): Usa ícones, menus e janelas para acessar programas, No conjunto de softwares que compõem o SO distinguem-se os discos e executar comandos do sistema. Exemplos: Win- seguintes elementos: dows, MacOS e Ubuntu. • o núcleo (kernel), que representa as funções fundamentais Principais Sistemas Operacionais do sistema operacional tais como gestão da memória, pro- cessos, arquivos, entradas/saídas e das funcionalidades de Windows: É um sistema operacional da Microsoft e um dos sis- comunicação; temas para computador mais utilizados para negócios e jogos. É comumente lançado em múltiplas versões, de acordo com a • o Intérprete de comandos (shell), ou seja, a camada externa, finalidade (uso pessoal, uso comercial, uso em servidores, etc.). por oposição ao núcleo, que permite a comunicação com o sistema operacional por meio de uma linguagem de coman- • Público: Usuários domésticos e empresas. dos para o usuário pilotar os periféricos ignorando muitas • Vantagens: Possui uma grande oferta de aplicativos dispo- das características do hardware como, por exemplo, a gestão dos endereços físicos; níveis e pode ser configurado em computadores de diversos fabricantes, além de possuir grande compatibilidade com a 92 Informática Avançada e Administração de Empresas
maioria dos hardwares periféricos. interface mais simples. Por isso, pode ser a melhor escolha • Desvantagens: No caso de aplicações gráficas, sua interface para usuários iniciantes. Outro ponto forte é o seu potencial para executar softwares gráficos – Photoshop, Illustrator, en- varia entre intermediária e avançada. Além disso, ele deixa a tre outros – sendo popular, principalmente, entre Designers desejar em alguns pontos do quesito segurança, necessitan- Gráficos. do constantes atualizações e sendo alvo da maioria dos vírus. • Desvantagens: Ao contrário do Windows, que pode ser utilizado em computadores de diferentes distribuidores, o Linux: É um sistema operacional gratuito ou de custo baixo, mas macOS roda somente em equipamentos da sua fabricante, que se destaca em segurança e desempenho, fornecendo uma a Apple. Além disso, sua compatibilidade com hardwares pe- alternativa aos sistemas operacionais pagos. Possui diversas dis- riféricos é limitada. Outro agravante, para os usuários brasi- tribuições (“distros”), como Ubuntu, Kali Linux, Linux Mint, etc. leiros, é que o seu valor de compra no país costuma ser bem Cada distro é desenvolvida por grupos diferentes e independen- elevado em relação às outras opções disponíveis. tes, e pode ser livre ou não. • Público: Desenvolvedores e Programadores. Sistemas Operacionais de Dispositivos Móveis • Vantagens: É uma plataforma aberta, gratuita e ideal para • Android: é um sistema operacional feito para celulares e ta- construir sistemas operacionais personalizados. Além disso, blets e baseado no Linux, sendo o sistema operacional para é virtualmente imune a vírus. aparelhos móveis mais utilizado do mundo, e atualmente fei- • Desvantagens: Não possui tantos aplicativos quanto seus to pela Google. concorrentes, e dependendo da distro, pode não possuir suporte técnico. Para usuários domésticos, é mais indicado • iOS: é um sistema operacional móvel feito especificamente quando se quer apenas navegar pela internet e trabalhar para celulares e tablets da Apple, e que não deixa seu siste- com edição de textos. Além disso, sua compatibilidade com ma ser executado em hardware de terceiros. hardwares periféricos é limitada e ele não executa algumas aplicações populares como o iTunes ou Photoshop. • Windows Phone: é um sistema operacional da Microsoft fei- to para celulares, que não é tão utilizado quanto o sistema Mac OS: É o sistema operacional da Apple, similar ao Windows operacional para computadores da mesma empresa. mas exclusivo aos computadores fabricados pela empresa funda- da por Steve Jobs. Outros Sistemas Operacionais • Público: Usuários e profissionais que utilizam Softwares de • Android TV: O Android TV é um sistema operacional desen- edição de imagens e vídeos. volvido pelo Google com base no kernel do Linux. Como ele é feito especialmente para acessar conteúdos de mídia (músi- • Vantagens: De todos sistemas utilizados é o que possui a cas e filmes) na televisão, sua interface é bastante otimizada Sistemas Operacionais 93
e intuitiva. Sua interface é similar à do Google Play, contando Informática Avançada e Administração de Empresas com os recursos Google Assistante e Chromecast integrados. Outras características de destaque incluem a possibilidade de se baixar jogos da Play Store diretamente na TV, integra- ção com Google Cast e busca de conteúdos por voz. • Lineage OS: LineageOS ou Distribuição Android Lineage OS é um sistema operacional de código aberto do tipo Custom ROM (versão personalizada do sistema operacional) para smartphones e tablets, baseado no Android. Além de ser mais leve e não trazer configurações forçadas por fabricantes (como no caso da maioria dos celulares com Android instala- do de fábrica), o LineageOS se destaca nas opções avançadas de segurança e ajuda a evitar a obsolescência programada de aparelhos mais antigos (ou seja, quando um dispositivo deixa de receber atualizações afim de forçar o usuário a adquirir um novo aparelho). • Chrome OS: O Chrome OS é um sistema operacional simpli- ficado que roda principalmente a partir de funcionalidades web, totalmente baseado em uma distribuição do Linux. A configuração é pensada para ser simples, e as informações são puxadas e sincronizadas a partir de uma conta Google. O sistema operacional é licenciado pela Google para fabrican- tes parceiras e não está disponível de forma isolada, mas há a possibilidade de se baixar o Chromium OS, que é o projeto de código aberto utilizado por desenvolvedores para fazer correções, melhorias ou personalizações no sistema. • RetroPie: Desenvolvido para Raspberry Pi (mini computado- res de placa única), trata-se de um sistema operacional de emulação de jogos eletrônicos, em especial de consoles das gerações 8 e 16 bits, como Super Nintendo, Master System, Mega Drive e outros. Utiliza como base o Raspbian. 94
Painel de Controle e Configurações Os ajustes das configurações nos computadores com sistema operacional Windows são feitos através do Painel de Controle. Você pode usar o Painel de Controle para alterar quase toda a aparência e o funcionamento do Windows, configurando o Win- dows da maneira ideal para você. Abrir o Painel de Controle No Windows 10: Na caixa de pesquisa da barra de tarefas, digite “painel de controle” e selecione Painel de Controle. No Windows 8.1/Windows RT 8.1: Passe o dedo partindo da bor- da direita da tela, toque em Pesquisar (ou, se estiver usando um mouse, aponte para o canto superior direito da tela e mova o ponteiro do mouse para baixo, depois clique em Pesquisar), insira “Painel de Controle” na caixa de pesquisa e toque ou clique em Painel de Controle. No Windows 7: Clique no botão Iniciar e em Painel de Controle. Localize os itens do Painel de Controle Quando você estiver no Painel de Controle, poderá encontrar o item que deseja explorando os diferentes ícones ou realizando uma pesquisa. Para pesquisar a configuração desejada ou uma tarefa que você quer executar, digite uma palavra ou frase na cai- xa de pesquisa. Por exemplo, digite “som” para encontrar confi- gurações específicas para sua placa de som, sons do sistema e o ícone de volume na barra de tarefas. Você pode explorar o Painel de Controle selecionando diferentes categorias (por exemplo, Sis- Painel de Controle e Configurações 95
tema e Segurança, Programas ou Facilidade de Acesso) e exibin- Existem algumas opções diferentes para você acessá-lo: do as tarefas comuns listadas em cada categoria. Ou, em “Exibir por”, clique em Ícones grandes ou em Ícones pequenos para ver • No modo desktop, clique em Iniciar e selecione a opção Con- uma lista de todos os itens do Painel de Controle. figurações no canto inferior esquerdo do menu; Se você navegar pelos ícones do Painel de Controle, poderá en- • No modo tablet, clique no ícone de Todos os Aplicativos, contrar rapidamente um item na lista digitando a primeira letra localizado no canto inferior esquerdo, para exibir a lista de do nome do item. Por exemplo, para localizar Teclado, digite T e o todos os apps e encontrar a opção Configurações; primeiro item do Painel de Controle com a letra T — nesse caso, Teclado — é selecionado na lista. • Em qualquer um dos modos, você sempre pode recorrer à Central de Ações, localizada no canto inferior direito, ao lado Você também pode usar as teclas de direção (seta para cima, seta do relógio. Nela é possível ver a opção “Todas as Configura- para baixo, seta para a esquerda e seta para a direita) para per- ções”; correr a lista de ícones no Painel de Controle. • Você também pode optar pelo atalho de teclado: tecla do Se você não conseguir encontrar uma configuração no Painel de logotipo do Windows + I. Controle, selecione o botão Iniciar > Configurações. Muitos re- cursos do Painel de Controle agora estão disponíveis em Configu- Adequado tanto para uso com mouse quanto para telas sensíveis rações (falaremos disso a seguir). ao toque, o app lista as várias configurações que você pode per- sonalizar. Ao selecionar um dos grupos, você irá visualizar as op- Configurações ções de configuração do lado esquerdo da janela e, em seguida, basta tocar em cada uma delas para ver as diferentes mudanças Com o lançamento do Windows 8, a Microsoft resolveu apostar que você pode realizar. em um novo aplicativo chamado “Configurações do PC” para de- legar algumas tarefas que antes eram feitas apenas no Painel de Cada botão disponível no app reúne um conjunto de configura- Controle. ções que vão mudar a maneira como seu PC funciona. Quando você tiver dúvidas sobre onde encontrar alguma configuração es- pecífica no seu Windows 10, basta consultar este guia e utilizar o atalho Ctrl+F para localizá-la no texto. O Windows 10 manteve o novo aplicativo, simplificando seu MacOS nome para “Configurações” e concedendo mais responsabilida- des a ele. O novo menu adotou o lado intuitivo do Painel de Con- Nos computadores da Apple a função do Painel de Controle é de- trole do Windows 7 e diminuiu a necessidade do usuário acessar sempenhada pelas Preferências do Sistema. Por exemplo, você constantemente a ferramenta para personalizar seu desktop. pode alterar o tamanho e o local do Dock (área onde ficam os 96 Informática Avançada e Administração de Empresas
apps, documentos ou pastas que se deseja acessar com maior ma, use o campo de busca na parte superior da janela. As opções frequência), escolher uma aparência clara ou escura, alterar a que coincidem com a sua busca aparecem na lista e os painéis de imagem da mesa e muito mais. preferências onde elas se encontram estão em destaque. Para alterar as Preferências do Sistema no Mac, clique no ícone Linux das Preferências do Sistema no Dock ou escolha o menu Apple > Preferências do Sistema. Os SO baseados em Linux não possuem, por padrão, um Painel de Controle, embora algumas distros tragam aplicativos pré-ins- As opções do Mac estão organizadas em grupos de preferências. talados com função similar. Usuários avançados costumam confi- Por exemplo, as opções que podem ser definidas para o Spotlight gurar as opções do Linux por linhas de comando, mas é possível encontram-se na preferência Spotlight. também baixar aplicativos que reúnam todas essas configurações em um só lugar, como o Yast (Yet Another Setup Tool, ou “Mais As preferências aparecem como uma grade de ícones: esses íco- uma ferramenta de configuração”), da distro OpenSUSE. nes variam de acordo com o modelo do Mac e os apps que você instalou. Clique em um ícone para abrir um painel de preferência Utilizando Linhas de Comando no Windows e ver as opções. Por padrão, as preferências são organizadas em linhas, por categoria. Para vê-las em ordem alfabética, escolha Nem só de interface gráfica vive o usuário do Windows. É possível Visualizar > Organizar Alfabeticamente. acessar diferentes áreas do SO e realizar diferentes tarefas por meio de linhas de comando em texto, da mesma forma que é Cada painel de preferências contém opções que você pode con- feito em algumas distros Linux. As linhas de comando podem ser figurar. A maioria dos painéis apresenta um botão “Ajuda” que uma opção viável para se economizar tempo quando uma deter- pode ser clicado para mostrar informações sobre as opções. Caso minada tarefa é corriqueira ou demanda diversos cliques até se não saiba onde encontrar uma opção nas Preferências do Siste- encontrar a área de acesso desejada. Painel de Controle e Configurações 97
Programas Informática Avançada e Administração de Empresas Programa é um arquivo cujos registros são instruções ou coman- dos a serem executados pelo computador. Aliás, pode não ser um único arquivo, e de fato na grande maioria das vezes é um conjun- to de arquivos. No sistema operacional Windows pode ter termi- nação exe, com ou bat. É importante notar que todo programa é um arquivo, mas nem todo arquivo é um programa. Funções dos Programas Para que o computador execute as diferentes funções que espe- ramos dele é necessário instalar programas específicos. Pode-se dividir os programas em grupos: • Softwares básicos e programas de sistema, • Sistemas operacionais, • Utilitários, • Aplicativos e • PlugIns e AddOns. Softwares básicos e programas de sistema • BIOS: É o Sistema Básico de Entrada/Saída (Basic Input/Ou- tput System), ou seja, é o programa básico do computador encarregado de ativar seus recursos como processador, placa de vídeo, unidades de disco (disco rígido, CD, disquete, pen- drive) mouse, teclado, monitor, memória. Portanto, o BIOS inicializa todos os dispositivos básicos do sistema e, logo a seguir entrega o comando ao sistema operacional. 98
• Boot: A palavra boot (em inglês, “botina”) é aplicada ao minado sistema operativo. É o intermediário, a interface entre o procedimento de inicialização do sistema operacional, pois hardware e o software, ou seja, entre os componentes físicos do há um ditado nos EUA: “Rising oneself up pulling their own computador e os programas. Pode ser visto também como um bootstraps” que significa levantar-se puxando para cima os gerenciador de recursos, ou seja, o que controla quando e quais cordões das próprias botinas. Ou seja, alguém que consegue recursos (memória, disco, periféricos) podem ser utilizados, e realizar uma tarefa muito difícil sozinho, sem qualquer aju- quais aplicações (processos) podem ser executadas. da externa. O computador executa ação semelhante ao ser ligado - por si mesmo aciona seus circuitos, testa cada um Utilitários deles, carrega o sistema operacional e se põe à disposição do usuário, sem ajuda externa. São programas que atuam sobre o sistema operacional para me- lhorar o desempenho dos mesmos ou lhes incluir novos recursos, • Setup: O Setup é um programa de configuração do BIOS, que ampliando os recursos originais do sistema, facilitando o uso e permite configurar parâmetros como ordem de boot, tama- auxiliando a manutenção de programas. Exemplos: Formatado- nho dos discos instalados, etc. res; Programas de backup; Compactadores, Desfragmentadores, Antivírus, Editores de texto, etc. • POST: A seguir o POST (Power On Self Test) faz um auto-teste de partida, ou seja, executa uma série de testes sempre que Aplicativos se liga o sistema, inclusive o teste de contagem de memória. Se tudo estiver em ordem, o sistema operacional é carrega- O sistema operacional pode ser comparado com um palco, em do. E, só então, são carregados os drivers e programas auxi- que os aplicativos, que são os atores, atuam. São esses progra- liares (os drivers são extensões do sistema operacional que mas que executam as funções desejadas pelo usuário. Sem eles se destinam a controlar equipamentos e placas). o sistema operacional não passa de um conjunto de drivers e bi- bliotecas, sem qualquer utilidade prática. Depois que os recursos básicos foram ativados pelo BIOS e tes- tados pelo POST o computador fica com o microprocessador Portanto, os aplicativos são programas específicos para resolver disponível para receber instruções e executá-las. Com o sistema diferentes tarefas para o usuário. operacional carregado o computador está pronto para executar os comandos e também os outros programas. Sistema Operacional Os aplicativos são criados e comercializados por empresas espe- cializadas, que os desenvolvem especificamente para um deter- Como vimos na segunda aula, o sistema operacional (SO) é uma minado sistema operacional. espécie de base sobre a qual são executados diversos programas utilizados por um computador. Em português europeu é deno- Os aplicativos podem ter utilização: Programas 99
• Específica: destinam-se exclusivamente a uma única finali- A versão Alpha (ou closed Beta) é a inicial, a primeira fase de de- dade. Exemplos: folhas de pagamento, crediário, imposto de senvolvimento de um programa, podendo ser muito instável. Em renda, cadastro, contas a pagar e receber, etc. geral só circula na própria empresa onde foi desenvolvida. Como ainda está em fase de construção e testes, tem muitos bugs e • Geral: são programas que tem vários tipos de finalidades. imperfeições que deverão ser corrigidos. Assim, apenas os pro- Exemplos: editores de texto, como o Word; gráficos e plani- gramadores envolvidos deveriam ter acesso. lhas, como o Excel, apresentação, como o Powerpoint; nave- gadores, como o Chrome, etc. A versão Beta ainda está em desenvolvimento. Em princípio, se destina ao uso restrito de testers (testadores), os desenvolvedo- PlugIns e AddOns res e programadores, em geral não remunerados, que tentarão encontrar erros. E, se encontrarem, relatarão para a equipe de Os plugIns são programas que funcionam anexados a outros pro- programadores que efetivamente poderá fazer as correções. Os gramas. Suas características tornam possível visualizar vários ti- testers darão informações sobre o funcionamento do programa pos de arquivos. São muito comuns aqueles que são anexados e novas sugestões, a partir de muitos equipamentos diferentes, aos navegadores, alguns inclusive já vindo incorporados a nave- o que seria impossível fazer em uma só empresa. Entretanto, é gadores como o Firefox e o Chrome. Assim, quando se acessa um frequente que versões alfa ou beta sejam popularizadas antes de endereço da Internet e não é possível visualizar ou escutar alguns sair a versão final, pois o próprio desenvolvedor assume que o dos itens ali expostos, provavelmente está faltando instalar al- programa ainda não está pronto e pode ter problemas, mas que, gum plugin para visualizar corretamente o conteúdo da página. mesmo sem nenhuma garantia, é possível utilizá-lo. Versões al- pha e beta, portanto, não são indicadas para ser instaladas em Versões computadores que estejam sendo usados rotineiramente. A versão de um programa é determinada pelo número que vem Ainda pode haver uma ou mais versões chamadas RC - “Relea- logo após o seu nome. Um número maior representa uma versão se Candidates” (candidatas ao lançamento). Uma RC é divulgada mais recente - por exemplo, o Ubuntu 9.04 é mais novo que o pela desenvolvedora após a correção de erros apresentados na Ubuntu 8.10. Se desejar saber qual é a versão de um programa Beta e objetiva adiantar as novidades. Praticamente é a última que esteja utilizando, abra-o. Na janela aberta do programa cli- versão beta, aquela que é liberada pouco antes do efetivo lan- que em “Ajuda”, “Help” ou “?” e depois em “Sobre” ou “About”. çamento do produto. Não se deve esperar modificações, exceto O nome da versão do programa é o que consta na primeira linha, muito superficiais, entre a versão “Release Candidate” e a ver- que muitas vezes está ressaltado (por exemplo, em negrito). são efetiva de lançamento do programa pois, para receber esta qualificação, é preciso que o produto esteja em condições de ser A versão de um software é ainda categorizada, normalmente, em colocado no mercado. quatro categorias: Alpha, Beta, RC e Final. 100 Informática Avançada e Administração de Empresas
Portanto, a versão alpha, a beta e as “Release Candidates” an- básicos, como salvar e imprimir. Freeware: Programa de dis- tecedem a versão de lançamento, a “Final”, que é aquela que é tribuição livre. Note que na língua inglesa utilizamos a pa- posta oficialmente para comercialização. lavra free para designar tanto o termo “gratuito” quanto o termo “livre”, que têm significados diferentes em português. Com o advento da Web 2.0, popularizou-se também o conceito Assim sendo, o termo freeware não significa necessariamen- de “Beta Eterno” que, embora se adeque mais a sites e serviços te que o programa é grátis. Isso só ocorrerá se o software de internet, ocasionalmente é aplicado também a programas de tiver uma licença GPL. Entretanto, muitos freeware são gra- computador. Seguindo uma ideia tornada famosa pelo pintor tuitos, especialmente quando para uso pessoal. É frequente Pablo Picasso, que dizia que uma obra de arte nunca está verda- a utilização ser gratuita apenas para pessoa física, havendo deiramente terminada, o Beta Eterno considera que um progra- uma versão shareware para pessoa jurídica. Ou seja, muitos ma ou serviço nunca terá sua versão final, pois é constantemente são gratuitos para uso pessoal, mas não para empresas. modificado e atualizado para atender às necessidades de seu pú- • Gratuito: Programa com custo zero para o usuário, mas que blico e do mercado. pode conter adware. Não tem código aberto, ou seja, o có- digo do programa não pode ser alterado e pode haver restri- Aquisição ções na maneira como será usado. • Nagware: Nags são aquelas janelas de aviso sobre a neces- É possível adquirir programas computacionais por diversas vias, sidade de compra do programa que se abrem na tela, repe- envolvendo ou não pagamento em dinheiro. Em relação à forma tidamente, quando o prazo de avaliação terminou. Então, de aquisição, os programas são classificados como: Nagware = programa com nags e Nonagged = sem nag, sem importunar. Assim, shareware nonnaged é um programa em • Adware: Programa gratuito para o usuário, mas que exibe que, embora shareware, o autor não programou nags (assim, publicidade de empresas que patrocinam o seu desenvolvi- não há aparecimento frequente de janelas com solicitação mento. Ou seja, são gratuitos enquanto a propaganda estiver de registro e compra). sendo exibida. Em alguns casos pode existir a possibilidade • Programa proprietário / Payware: Software proprietário, de adquirir um registro e não ser incomodado pelas propa- também denominado “não livre” é o programa cuja cópia, gandas na tela. redistribuição ou modificação são restringidos pelo seu cria- dor ou distribuidor de alguma maneira. Em geral, para se po- • Demo: O termo “Demo” (de demonstration, demonstração der utilizar, copiar, ter acesso ao código-fonte ou redistribuir em inglês) é aplicado particularmente a jogos. Geralmente é um programa desse tipo, deve-se solicitar permissão ao pro- uma versão mais curta do jogo, que permite a sua instalação prietário ou pagar para poder fazê-lo. Ou seja, um software e utilização, possibilitando que seja experimentado e que proprietário frequentemente deve ser comprado, o que lhe se decida por sua posterior compra. No caso de aplicativos, gerou o apelido de Payware. pode trazer todas as ferramentas mas desabilitar comandos Programas 101
• Shareware: Uma cópia de avaliação, que se pode instalar le tipo de arquivo é preciso, necessariamente, ter um certo gratuitamente, possibilitando ao usuário a instalação e o co- programa, que, muitas vezes, só tem versão para um sistema nhecimento do que o programa é capaz de fazer. Entretanto, operacional. a cópia pode ter um prazo para utilização ou pode não ser completa. Após o prazo vencer ou se mais funções são dese- Registrando Programas jadas o programa deverá ser registrado (ou seja, comprado). É comum durante a instalação de um software proprietário a ne- • Trial: O termo Trial (tentativa, em inglês) também se refere a cessidade de um número em código, uma Key (chave), um núme- programas de demonstração, que funcionam por um perío- ro serial, que deve estar na caixa do produto ou em seu manual do limitado, como 15 ou 30 dias. de instalação. Portanto, serial é um código alfanumérico (com letras e/ou números) com o qual se pode registrar um programa. As denominações acima podem ser resumidas em outras duas: Mas piratas de software desenvolveram diversas (e criativas) so- softwares abertos e softwares fechados ou, ainda, livres e pro- luções para burlar esta exigência: prietários. • Aberto ou livre: Está baseado em padrões abertos. É de- • Crack: pequeno software usado para quebrar um sistema de senvolvido de forma transparente e de modo coletivo. Suas segurança, evitando a exigência de serial ou utilizando um especificações estão totalmente documentadas e acessíveis processo de engenharia reversa para substituir o bloco de a todos; é mantido para ser usado independentemente de registro por um algoritmo modificado. qualquer produto (um programa, por exemplo, ou empresa). É livre de qualquer extensão proprietária que impeça seu • KeyGen (gerador de chaves em inglês): É um pequeno pro- uso. O código fonte, (ou seja, a sequência de instruções, em grama que gera números seriais que o software entende uma certa linguagem de programação) está disponível. como válidos. • Fechado ou proprietário: Desenvolvido individualmente ou • KeyFile: É um arquivo chave que contém algum código de por uma empresa para seus próprios produtos. É incompatí- proteção. Em geral, o arquivo .key deve ficar dentro da pasta vel com produtos de outras empresas. Não há publicação de onde o programa está instalado. Ao ler o arquivo, o progra- suas especificações. Tudo permanece codificado e sigiloso. ma verifica que foi registrado. O código fonte não está disponível. Assim, em geral, quem usa o formato fica dependente de um programa fornecido • Programas pré-Cracked/Patched: São programas já modifi- pela empresa proprietária. Ou seja, para ver, mexer naque- cados (crackeados). Nesse caso, não se pede nenhum tipo de registro. Também são chamados de nulled. 102 Informática Avançada e Administração de Empresas
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