Important Announcement
PubHTML5 Scheduled Server Maintenance on (GMT) Sunday, June 26th, 2:00 am - 8:00 am.
PubHTML5 site will be inoperative during the times indicated!

Home Explore Livro em Indesign

Livro em Indesign

Published by Emerson Silva, 2020-10-27 16:15:41

Description: Livro em Indesign

Search

Read the Text Version

Alto sempre tolerou até certos limites, para valorizar o livre arbítrio-humano, no contexto dos programas divinos de educação e amadurecimento das coletividades terrestres, nas escaladas da evolução. Esse tempo de tolerância e experimentações chegou, porém, ao fim , porque o processo evolucionário do orbe terrestre atingiu o patamar da grande transição para um estágio superior na escala evolutiva. A humanidade terrestre já alcançou, no termo de sua adolescência espiritual, as fronteiras conscienciais da maioridade moral. Grande Onda de Progresso Foi em razão disso que o Cristo Planetário decidiu favorecer e acelerar o progresso científico e tecnológico da humanidade terrestre, para erradicar de vez as raízes da ignorância, de que sempre se valeram as inteligências pervertidas para explorar a mente infantil das multidões inscientes. Falanges luminosas de Espíritos ilustrados encarnaram então no chão do planeta e desataram a sinfonia gloriosa das esplêndidas conquistas que impulsionaram recentemente o progresso terrenal. Numa sucessão maravilhosa de triunfos, foi descoberta a existência do hidrogênio, dos elétrons, dos nêutrons, do méson, das leis da hereditariedade, dos raios X , dos cromossomos, das ondas eletromagnéticas, da radioatividade, dos vírus, das vitaminas, dos isótopos. Inventaram-se o avião , o refrigerador, o rádio, a televisão, o 51

helicóptero, o cinema, o automóvel, o radar e o computador. Conceberam-se a geometria não euclidiana, a litografia, o motor elétrico, as máquinas de escrever e calcular, a fotografia, a análise espectral, o linotipo, o escafandro, a química orgânica, a termeletricidade, a embriologia experimental, a teoria dos quanta e a cirurgia asséptica. Em empreendimentos espetaculares, o homem desceu na Lua, fotografou Marte e Vénus e enviou sondas a Júpiter. Como assinalou Emmanuel, “a Terra se converteu num reino de ondas e raios, correntes e vibrações. A eletricidade e o magnetismo, o movimento e a atração palpitam em tudo. O estudo dos raios cósmicos evidencia as fantásticas energias espalhadas no Universo, provendo os físicos de poderosíssimo instrumento para a investigação dos fenômenos atômicos e subatômicos. Bohr, Planck, Einstein, erigem novas e grandiosas concepções. O veículo carnal agora não é mais que um turbilhão eletrônico, regido pela consciência. Cada corpo tangível é um feixe de energia concentrada. A matéria é transformada em energia, e esta desaparece para dar lugar à matéria. Químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do Espírito, porque, como conseqüência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas.” Tempos de Transição O planeta Terra está se transformando rápida e 52

substancialmente num mundo de regeneração e de paz, de felicidade e de luz. É uma transformação lenta, mas definitiva, que já se iniciou e se desdobrará ao longo dos séculos vindouros, porque a Natureza não dá saltos, nem se improvisam as grandes reformulações. Vivemos, por isso, uma época de grandes ajustes, tanto no corpo físico do orbe, como no espírito dos povos. Daí as perturbações atmosféricas e climáticas, os movimentos subcrostais que geram sismos e maremotos, as secas, as enchentes e os tornados. Daí também as inquietações e os conflitos que explodem em toda parte, como já acontece na Bósnia, no Tibet, no Timor, em Ruanda, em Angola, no Afeganistão, na Chechênia, em Karabakh, na Argélia, na Somália, na Libéria e no Camboja. Albores da Nova Era Os príncipes espirituais da revolta e da maldade sentem que lhes foge o domínio da Terra, e tentam desesperadamente subverter o processo de regeneração planetária em pleno curso. Muitos deles já desertam das suas falanges sombrias, ansiosos de salvação, mas são numerosíssimos os que, aos poucos, e em grupos selecionados, estão seguindo para outras moradas siderais, como emigrantes compulsórios, entregues provisoriamente, até que se redimam, aos braços amorosos e angelicais de um outro Cristo. Enquanto isso, abrem-se aqui, em nosso mundo, os portais da regeneração, na alvorada de uma nova era. 53

Muito ainda hão de trabalhar e sofrer os operários que erguerão, sob a égide de Jesus, a nova civilização do porvir. Mas já resplendem nos horizontes da Terra as primeiras claridades do reinado de Deus. 54

CAPÍTULO II CIÊNCIA E VIDA 55

56

5. SALTO PARA O INFINITO Degraus da Física Clássica A ciência mudou. Num salto tão espetacular quanto imprevisto, libertou-se das velhas concepções material istas e lançou-se desassombrada no mundo da energia, em busca do infinito. É verdade que o caminho para isso vinha sendo preparado há longo tempo, desde que o astrônomo polonês Nicolau Copérnico, em seu livro Das revoluções dos mundos celestes, publicado em 1543, contrapôs novo sistema cosmológico ao Almagesto geocentrista de Cláudio Ptolomeu , no século segundo da era cristã, permitindo que Johannes Kepler, apoiando-se nas observações de Tycho Brahe, viabilizasse a teoria heliocêntrica, ao constatar o caráter elíptico da gravitação dos planetas em torno do Sol. 57

Os notáveis trabalhos do físico e matemático Galileu Galilei, primeiro formulador do princípio da inércia e pioneiro da observação das manchas solares, foram também de imensa valia na preparação dos que estão sobre a água, de 1612, Sobre o fluxo e o refluxo do mar, de 1616, Sobre duas ciências novas, de 1638, e com o seu Diálogo sobre os dois maiores sistemas, de 1632. Essenciais nessa preparação de caminhos foram as contribuições de James Clerk Maxwell, que demonstrou a natureza eletromagnética da luz e sintetizou em suas quatro equações fundamentais as leis regedoras dos fenômenos elétricos e magnéticos. Destacam-se dentre as suas obras a teoria dinâmica do campo magnético, de 1873, e seus trabalhos sobre o equilíbrio dos sólidos elásticos. A Teoria Quântica Foi, porém, no dia 14 de dezembro de 1900 que aconteceu o primeiro impulso decisivo para a gigantesca mudança. No salão da Sociedade de Física de Berlim, o físico alemão Max Karl Ernst Ludwig Planck, que foi, no dizer de Heisenberg, “o último grande representante da época clássica e, ao mesmo tempo, o despertador de todas as novidades”, apresentou a sua Teoria dos Quanta, base iniciai para todo o desenvolvimento da física moderna, ao provar que a radiação eletromagnética é emitida ou absorvida de maneira descontínua, por quantidades discretas denominadas quanta, cada uma das quais tem 58

energia igual ao produto da freqüência de radiação pela constante que tomou o seu nome. A Revolução de Einstein Cinco anos depois disso, Albert Einstein publicou, no volume 17 do Annalen der Physik, três artigos que revolucionaram as concepções científicas vigentes. O primeiro, descrevendo o efeito fotoelétrico, informava que o número de elétrons emitidos (fotoelétrons) é proporcional à quantidade da radiação incidente e depende do seu comprimento de onda; que só há emissão de elétrons a partir duma freqüência da radiação, que determina o limiar fotoelétrico; que o efeito fotoelétrico pode ser interno, quando se passa na interface de dois sólidos em contato, e inverso quando um fóton é emitido por um sólido na colisão de um elétron. O segundo artigo versou sobre o movimento browniano, estabelecendo a média quadrática do deslocamento duma partícula num intervalo de tempo e definindo a fórmula para a determinação do número de avogrado, ou seja, a constante que indica o número de moléculas existentes na molécula-grama de qualquer substância. No terceiro artigo, intitulado Sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento, reformulou inteiramente as noções então aceitas a respeito de mecânica, introduzindo o princípio de relatividade, segundo o qual nenhuma experiência mecânica e eletromagnética (óptica), feita 59

no interior de um referencial em movimento retilíneo e uniforme, poderia estabelecer se o mesmo estaria em repouso ou em movimento, em relação a um outro referencial nas mesmas condições , postulando a constância da velocidade da luz, de forma que esta velocidade no espaço vazio fosse considerada independente do movimento do observador e do movimento da fonte. Desse modo, fincou as bases para uma explicação nova para o universo: a teoria da relatividade restrita. É dela que deriva a equação E = MC2, que estabelece a equivalência entre a energia e o produto da massa pelo quadrado da velocidade da luz. A teoria da relatividade geral foi publicada em 1916. A Mecânica Ondulatória Em 1916, Niels Bohr descobriu que um átomo de hidrogênio consistia num único elétron em órbita circular ao redor de um próton central, e explicou a origem das linhas espectrais. Em 1924 Louis Victor De Broglie, baseando-se no caráter dual da luz (onda/partícula), previu que as partículas elementares deveriam exibir propriedades de onda, hipótese em que se fundamentou a teoria ondulatória da matéria e foi comprovada em 1927 por C. J. Davisson, L. H. Germer e G. P Thomson. Em 1923, De Broglie formulou equações de onda semelhantes às da teoria quântica da matéria, de Werner Karl Heisenberg, que empregou matrizes matemáticas 60

para descrever as propriedades do átomo. O princípio da indeterminação, de Heisenberg, ou princípio da incerteza, estabelece um limite de natureza fundamental para a observação das coordenadas de um sistema, e diz que na emissão de energia por um átomo excitado, a energia do estado, e o tempo de permanência nesse estado, estão canonicamente associados, de modo que a energia do estado não é perfeitamente definida, porque tem uma incerteza que depende do tempo de vida do estado: quanto menor este for, maior será aquela. Isto provoca um alargamento nas raias espectrais do átomo e determina a largura natural da raia. Em 1925, o austríaco Wolfgang Pauli anunciou o princípio de exclusão, segundo o qual, num átomo, dois elétrons não podem ter iguais os quatro números quânticos que caracterizam o respectivo estado. Usa-se esse princípio para estabelecer a estrutura eletrônica dos elementos e organizá-los na classificação periódica. Em 1932, Paul Adrien Maurice Dirac publicou a sua hipótese dos elétrons positivos, ou pósitrons, posteriormente descobertos por Carl David Andersen. Dirac foi também um dos criadores da estatística quântica de Fermi-Dirac. No Limiar do Desconhecido A partir de então, a matéria deixou de ser, para a ciência, a grande e única realidade essencial do universo, 61

para tornar-se, tão somente, não a única, mas apenas uma das formas conhecidas e desagregáveis da energia. Nossa ciência chega assim ao meio do caminho. Troca o absolutismo da matéria pelo absolutismo da energia. Mas, a energia não gera espontaneamente a si mesma, não se auto-cria, não se prova ser o fulcro original e supremo, criador do universo. Noutras palavras, não é Deus. Além do mais, todo o pouco que sabemos cientificamente se refere tão só ao nosso Universo, e não ao conjunto inimaginável dos universos que se movem no infinito. Não é à toa que Stephen Hawking, mundialmente reconhecido como sendo o maior astrofísico da atualidade e um dos maiores deste século, declara em seu livro Uma breve história do tempo, de 1988, que não se pode excluir a possibilidade de existir no universo alguma outra forma de matéria que ainda não detectamos; que nossa matemática não pode realmente lidar com números infinitos; que nada podemos estabelecer sobre o que aconteceu antes da grande explosão que originou nosso universo conhecido; e que podemos imaginar que exista um conjunto de leis através das quais os eventos sejam determinados por algum ser sobrenatural. Lembra que Einstein jamais aceitou que o universo fosse comandado pelo acaso, e costumava afirmar que Deus não joga dados. “Sabemos agora - escreveu ele - que a nossa é apenas uma de algumas centenas de milhares de milhões de galáxias que podem ser vistas através de modernos telescópios, cada uma contendo algumas centenas de milhares de milhões de estrelas.” Admitiu que “pode haver outras formas de vida inteligente, não sonhadas nem mesmo 62

pelos autores de ficção científica, que não exijam a luz de uma estrela como o Sol ou os elementos químicos mais pesados produzidos nas estrelas e que são mergulhados de volta no espaço quando as estrelas explodem”. Falou da admissível evidência de objetivo divino na Criação e reconheceu que “ainda hoje ansiamos por saber por que estamos aqui e de onde viemos!” Devemos, portanto, ter em conta que nossa ciência, que nos merece tanto respeito, tanta admiração e tanta gratidão, nem é infalível, nem jamais dirá a última palavra, porque nunca cessará de evoluir. E é preciso também reconhecer que ela é abrangente por natureza, abarcando todo o conjunto dos conhecimentos humanos, sem limitar- se a nenhum departamento particular ou especializado das atividades cognitivas. Em trabalho de 1961, publicado em Universitas e reproduzido no livro Páginas de reflexão e auto-retrato (Gradivas, Lisboa), Heisenberg assinalou que “os conceitos científicos existentes só cobrem uma parte muito restrita da realidade; a parte restante, aquela que ainda não foi totalmente compreendida, é infinita.” Além dos Métodos Matemáticos Realmente, não se pode considerar verdade científica somente o que possa ser equacionado e enunciado através de formulações matemáticas. O microbiologista e químico francês Louis Pasteur, um dos maiores benfeitores da humanidade, não precisourecorrer a expressões 63

matemáticas para demonstrar experimentalmente a sua teoria microbiana. O fisiologista russo Ivan Petrovitch Pavlov também não necessitou de equações matemáticas para levar a cabo, vitoriosamente, os seus trabalhos e experimentos sobre as funções vascular, digestiva e nervosa, que culminaram na descoberta dos reflexos condicionados, em 1903. O médico polonês Albert Bruce Sabin não necessitou recorrer à matemática para desenvolver, em 1955, a sua vacina contra a poliomielite, que salvou milhões de vidas humanas. O neurologista e psiquiatra austríaco Sigmund Freud não precisou valer-se de equações matemáticas para fundar a psicanálise. Filósofos que inspiraram os maiores acontecimentos da história das idéias, dos povos e das civilizações, não tiveram que apresentar os seus pensamentos em roupagens matemáticas, valendo-se apenas da lógica e da força persuasiva dos seus argumentos ou do seu carisma para influir poderosamente no destino de multidões. Foi assim com Confúcio, Buda, Hipócrates, Heródoto, Sócrates, Platão. Aristóteles, Paulo de Tarso, Tomás de Aquino, Maome, Lutero, Montesquieu, Rousseau, Voltaire, Descartes, Hegel, Comte, Nietszche, Marx... Nem devemos esquecer, nesta relação, as figuras ímpares de Moisés e Allan Kardec, nem, muito menos, a daquele que dividiu as eras da História humana entre antes e depois dele, o Mestre dos Mestres, Jesus, o Cristo. 64

6. MATÉRIA E ENERGIA Ondas de Matéria A firmou o notável físico Louis Victor De Broglie que a matéria, do mesmo modo que a luz, apresenta um caráter ondulatório, e que, por essa razão, as ondas associadas a uma partícula material podem ser denominadas ondas de matéria ou ondas materiais. A demonstração experimental dessa hipótese deu-se em 1927, quando os físicos C. J. Davisson e L. H. Germer verificaram que um feixe de elétrons, ao atravessar um cristal de níquel, difratava-se tal como uma onda luminosa. A propósito da estrutura da matéria, a ciência comprovou que a idéia comum de solidez dos corpos materiais não passa de mera ilusão visual. Assim, aos olhos de qualquer pessoa, um pedaço de madeira parece tão 65

maciço que nele não deve haver espaços vazios. A realidade é, porém, bem outra, porque a matéria que o compõe está concentrada em pequeníssimas partes invisíveis que não se tocam e que, afastadas umas das outras, não cessam de movimentar-se, como se estivessem flutuando. Sua aparência de solidez deve-se à força gravítica que equilibra e ordena magneticamente os núcleos atômicos das moléculas que o formam. Por sinal, a mecânica quântica já modificou a nossa concepção física do universo, demonstrando inclusive que, a rigor, nenhum movimento pode ser previsto com exatidão, e sim, apenas, a probabilidade de sentido da sua direção. Estados de Condensação da Energia Vale a pena lembrarmos aqui a lição do emérito Professor Boutaric, inserida em seu livro Matéria, eletricidade e energia, quando diz que “a massa de um corpo, sendo apenas uma forma de energia, só permanece constante se o corpo não troca com o exterior nenhuma outra forma de energia, de modo que a lei de conservação da massa aparece apenas como um caso particular do princípio da conservação da energia”. Afirma então, depois disso, que nenhum sólido tem uma massa absolutamente invariável, e que, sob pressões muito fortes, um metal escorre através de um estreito orifício, tomando a forma de verdadeiras gotas, como faria um líquido. E disse mais: “Não há nenhuma linha nítida de demarcação entre os 66

diversos estados físicos dos corpos. (...) Estabelecendo uma lista de todas as substâncias, na ordem decrescente de suas resistências às deformações, passaremos, por graus invisíveis, dos corpos sólidos bem caracterizados aos líquidos mais móveis, sem que seja possível especificar, em nenhum momento, onde termina o estado sólido e onde começa o estado líquido, isto é, o ponto de separação entre os dois estados. Igualmente, se fizermos variar de forma conveniente a temperatura e a pressão, podemos levar uma substância, por uma sucessão de estados homogêneos e por graus insensíveis, de um estado em que ela apresenta propriedades atribuídas comumente aos gases, a outro em que possui apenas as de um líquido”. “Assim , - comenta Áureo, em Universo e vida - toda matéria, em qualquer de seus estados relativos, é apenas matéria, isto é, apenas energia condensada, ou, mais simplesmente, apenas energia, formada de moléculas, que se constituem de átomos - conjuntos eletricamente neutros, cuja carga elétrica negativa da nuvem eletrônica equivale à carga elétrica positiva do núcleo. Chegamos, desse modo, ao puro domínio da energia.” 67

68

7. DEFASAGEM VIBRATÓRIA Limitação dos Sentidos A ciência terrestre chama de matéria a tudo o que tem energia e massa, é sólido cristalino ou amorfo, ou fluido líquido ou gasoso, e ocupa lugar no espaço e no tempo. Essa é a substância que os nossos sentidos comuns normalmente percebem e que forma o nosso corpo e o mundo em que vivemos. Mas esse tipo de matéria não é o componente único do Universo. Existem outros tipos diferenciados de matéria, noutras faixas de freqüências vibratórias. É nesses planos diferenciados de energia que se movem os Espíritos desencarnados. É por essa diferenciação vibratória que, em condições normais, não percebemos fisicamente aquele plano, embora os dois planos, aquele e o nosso, se interpenetrem, interajam e, em certas regiões, ocupem 69

sem dificuldade o mesmo lugar no espaço e no tempo. A incapacidade normal dos Espíritos encarnados de perceber fisicamente os fastos do mundo invisível se deve à limitação operacional dos sentidos do nosso corpo somático, ao contrário do que acontece com os Espíritos desencarnados, cujo poder de percepção, apesar de condicionado pelo seu próprio potencial evolutivo, não sofre as mesmas restrições impostas pelo nosso arcabouço carnal. Podem, por isso, os desencarnados, mesmo os de modesta condição espiritual, ver, ouvir e sentir as pessoas e os acontecimentos do nosso plano de matéria densa, enquanto os Espíritos limitados pela carne não dispõem da mesma facilidade para penetrar normalmente, com seus sentidos físicos, nos domínios que lhes são invisíveis. Constrições da Matéria Quantornaisdensaamatéria,tantomaiorresistência oferece à ação das energias mais quintessenciadas, mais nobres e mais sutis. Essa a razão pela qual o organismo somático funciona como verdadeiro velador das potencialidades superiores da mente espiritual, cujos poderes, por igual motivo, se ampliam cada vez mais, à medida que o Espírito ascende na escala evolucionária, libertando-se progressivamente das constrições de ordem material, ampliando ilimitadamente os seus horizontes de ação e as suas possibilidades. 70

Vale, porém, se considere que o poder do espírito consegue afirmar-se de algum modo, mesmo nas mais difíceis conjunturas, vencendo barreiras consideráveis através do pensamento, desenvolvendo os mecanismos da intuição. Todos possuímos, em maior ou menor grau, a faculdade de ver, ouvir e sentir com os sentidos da alma, movimentando-nos em espírito, com maior ou menor desenvoltura, em esferas de vida fora e além das fronteiras existenciais a que estamos fisiologicamente submetidos. Pondere-se, ademais, que as limitações corporais não anulam as potencialidades perispiríticas, que tão claramente se afirmam na fenomenologia mediúnica, capaz de possibilitar o mais intenso e significativo intercâmbio entre diversos planos da vida espiritual. Note-se, outrossim, que a mediunidade pode ser não apenas estrutural, senão igualmente passível de progressivo desenvolvimento. A rigor, são, portanto, muito tênues, na verdade, as fronteiras divisórias entre os diversos planos vitais, mormente entre os limítrofes, que normalmente se justapõem e interpenetram, embora a transferência efetiva de um ser, de um plano para outro, só se efetue pela desencarnação ou pela encarnação. Basta essa visualização panorâmica, apesar de superficial, da grande realidade, para pôr em relevo a unicidade e a imortalidade da vida, a lógica da reencarnação, essencial para a continuidade evolucionária, e a natural e onímoda intercomunicação entre os diferentes planos da existência. 71

72

8. NAS PROFUNDEZAS DA TERRA Biosfera Subterrânea O jornal O Globo, do Rio de Janeiro, de 2 de janeiro de 1994, publicou magnífica reportagem de William J. Broad, do New York Times, sobre a recente descoberta de novas espécies de microorganismos no subsolo de nosso planeta. Informa-nos ele sobre as surpresas dos pesquisadores científicos, ao verificarem que a nossa Terra, mãe admirável e fecunda, esconde no seu bojo uma até agora desconhecida e maravilhosa biosfera, que se estende por milhares de quilômetros e cuja massa total pode ser igual ou maior do que toda a vida sobre a superfície da Crosta. “O que torna as novas espécies de microorganismos tão surpreendentes é o fato de sobreviverem em ambientes até agora considerados hostis para qualquer forma de vida. Há microorganismos que podem sobreviver em fontes de água com temperatura de até 370 graus” - assinala. 73

“Durante a última década - prossegue -, espécies desses microorganismos, chamados de hipertermófilos, foram descobertas em fontes de água quente, vulcões, fendas no solo do fundo dos oceanos e, mais recentemente, em reservatórios de óleo a 2.500 metros de profundidade. São seres que jamais se expõem à luz solar e vivem mergulhados na escuridão. Esses microorganismos são senhores de um reino independente da superfície da Terra, onde a maioria dos habitats depende da energia obtida da fotossíntese. A biosfera profunda, acreditam os cientistas, retira sua energia do centro da Terra.” Nos Abismos Oceânicos Lembra também que, em outubro passado, uma expedição da Fundação Nacional de Ciência e da Agência Nacional de Oceanos e Atmosfera, dos Estados Unidos, usou o submarino Alvin para mergulhar na fenda Juan de Fuca, na costa do Oregon, que serve de habitat para gigantescas colônias de micróbios. Várias das novas espécies descobertas na expedição estão sendo cultivadas em laboratório. Baross disse que muitas se deslocam de uma fenda para outra, em busca de melhores condições de crescimento. Os pesquisadores também observaram que os microorganismos podem viver em porosidades tão pequenas, que não teriam a menor dificuldade de viver dentro de rochas do interior da Terra. “Só na fenda de Juan de Fuca - anota ele - os 74

pesquisadores descobriram que existem pelo menos cem milhões de microorganismos por grama de rocha. Cada micróbio tem entre 0,5 e 2,0 micras (um micra mede um milionésimo de metro). Isso significa que a cabeça de um alfinete poderia abrigar alguns milhões desses organismos.” E mais: - “Um estudo da Universidade de Indiana mostrou que podem existir microorganismos por todo o fundo do mar e nas porosidades das rochas da crosta terrestre. Isso significa que a zona habitada pelos microorganismos hipertermófilos poderá abranger mais que 25% da crosta do planeta. O último lugar onde os hipertermófilos foram encontrados são depósitos profundos de petróleo, onde se acreditava ser impossível qualquer forma de vida. Os microorganismos, porém, vivem e se reproduzem a mais de dois quilômetros de profundidade, em depósitos onde a temperatura oscila em torno de 11 O graus.” Exuberância de Vida Isso me faz recordar que inexistem espaços vazios e sem vida nos Universos divinos. Quando André Luiz se manifestou surpreendido ao perceber pq,noramas e seres insuspeitados na atmosfera da Terra, seu instrutor ponderou que, embora ele estivesse vendo o que inúmeros outros Espíritos nada enxergavam, estava muito longe de ver tudo. Também a mãe do nosso Chico Xavier, no livro 75

Cartas de uma morta, assinala que os espaços intergalaxiais também estão repletos de vida, que os seus olhos espirituais ainda não conseguiam vislumbrar. Crisálidas de Consciência Voltando, porém, ao caso dos microorganismos descôbertos nas profundezas da Terra, não nos podemos esquecer de que são, todos eles, princípios espirituais, que um dia, apqs incontáveis milênios de evolução, serão Espíritos conscit;ntes, dotados de inteligência e de vontade, destinados, tanto quanto nós, à glória da angelitude. Até lá, é provável que os mais renitentes cultores do mal em nosso mundo, os Espíritos malignos que personificam verdadeiros demônios, sejam numes excelsos, a pontificar na graça e na verdade, coroados de luz. 76

9. LUZ Percepções e Radiações Luminosas P ara as nossas percepções normais, a mais bela das radiações eletromagnéticas é a luz. Que seria de nós sem ela? Sem os raios luminosos do Sol, que nos dá vida e alegria? Sem luz não haveria as cores que enfeitam o mundo, nem a fotossíntese que alimenta as árvores. Viveríamos nas trevas, sem nada ver e sem nos enxergarmos. Talvez nem pudéssemos viver. No Gênesis, diz a Bíblia que a primeira coisa que Deus criou foi a luz. E o evangelista João afirmou em sua primeira epístola que o próprio Deus é luz . Mas a nossa capacidade visual é bem restrita, e só podemos ver, a olho nu , uma pequena parte do espectro eletromagnético, limitado entre o azul e o vermelho. As radiações de comprimento de onda aquém do vermelho e além do azul escapam à nossa vista desarmada. Por isso, a luz que vemos não passa do quarto lugar na classificação de potência das 77

radiações conhecidas, inferior em freqüência, e portanto em energia, às radiações ultravioleta, aos raios X e aos raios gama. Luz Anímica Luznãoé,porém,apenasumfenômenoópticovisível. É também brilho intelectual, esplendor da inteligência, clareza de entendimento, esclarecimento de juízo, fulgor do espírito. Não é à toa que se chama de iluminados os seres geniais, e que os pintores sacros sempre colocaram auréolas refulgentes na cabeça dos santos. A escuridão, pelo contrário, sempre simbolizou a noite, a tristeza, o desencanto, o sofrimento, a ignorância, o mal. A luz interior é realidade sublime. O mesmo Mestre Divino que disse: “Brilhe a vossa luz”, acrescentou: “Vede, porém, que a luz que existe em vós não sejam trevas!” Quantas vezes dizemos ele alguém que admiramos: “É uma alma luminosa, uma alma linda!” E dizemos também que o ódio enegrece os espíritos rancorosos, e que as consciências culpadas mergulham nas trevas do remorso. Linguagem das Cores Notocanteàscoresdoespectrovisível,éinteressante observarmos que possuem características especiais. Assim é que as cores do verde ao violeta são frias, e do amarelo ao vermelho (e toda a gama de marrons e ocres) são quentes. As cores são também classificáveis numa certa hierarquia pelo seu comprimento de onda, indicativo do seu potencial de energia. Sua ordem, em escala ascendente, segue assim: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul e roxo ( ou violeta). A luz branca, como todos sabem, é formada pela composição das radiações de todos os comprimentos de onda do espectro 78

visível. Objetos que absorvem toda a luz branca parecem negros. Pela coloração de suas auras luminosas podem-se identificar de algum modo as características dos Espíritos. CAPÍTULO III NOS DOMÍNIOS DA MENTE 79

80

10. OS ENIGMAS DA MENTE Sob os Véus do Mistério D istúrbios mentais são tão velhos quanto a humanidade e sempre foram atribuídos, ao longo dos milênios, à ação sobrenatural de Espíritos malígnos. Desde os tempos mais remotos, as pessoas mentalmente perturbadas eram temidas, escorraçadas ou submetidas a rituais exorcísticos de purificação por sacerdotes especializados, não somente entre os antigos hebreus, senão também entre assírios, babilônios e demais povos pagãos. As narrativas bíblicas se referem com freqüência aos endemoniados, ou possessos, muitos deles curados por Jesus. Na Grécia antiga, os demônios eram tidos como enviados da justiça dos deuses. Os judeus os chamavam de lilith . Tinham por chefe o Diabo, que o zoroastrismo apelidava de Ahriman, o gnosticismo de demiurgo, e a mitologia clássica de Lúcifer, que a queda do paraíso transformou em Satanás. 81

Em seu livro Parapsicologia, Osmard Andrade Faria refere que “há quase 5.000 anos, ou seja, no século XXX a.C., em papiros recolhidos dessa época, vêem-se sacerdotes induzindo em seus pacientes um estado hipnótico cujos métodos, pelos gravados, não diferem muito dos empregados atualmente por algumas escolas. Da mesma forma, na China do século XVIII a.C., induzia-se um transe semelhante ao hipnótico, com a finalidade de buscar- se aproximação entre os pacientes e seus honoráveis antepassados. Algum tempo depois, vamos encontrar em gravuras oriundas do ano 928 a.C., o famoso médico Chiron induzindo um transe hipnótico em seu discípulo Esculápio, que mais tarde viria a usar tal recurso entre os romanos, para curá-los de padecimentos dolorosos, por intermédio de toques manuais. ( ... ) São conhecidos hoje os clássicos Templos do sono do antigo Egito, nos quais sacerdotes credenciados ministravam passes hipnóticos com finalidade terapêutica. Também um baixo-relevo encontrado num sarcófago de Tebas mostra-nos um sacerdote induzindo outrem a um estado hipnótico. Ainda dos Templos de Ísis, deusa do Egito, copiaram-se entalhes onde sacerdotes e fiéis aparecem em atitudes hipnolitúrgicas. Da mesma forma, os altos sacerdotes do Khem usavam manobras parecidas para aliviar os clamores populares, e para tal fim empregavam donzelas em transe como portadoras de mensagens aos deuses. Igualmente os sacerdotes caldeus eram considerados capazes de, através de fluidos especiais, colocarem em transe divino os sofredores. Na antiga Bretanha, prática similar era exercida pelos sacerdotes da seita dos Druídas, que acumulavam suas funções religiosas com a medicina.” 82

Depois, a tal ponto resvalou-se no fanatismo por santos e demônios, que o mesmo Andrade, no livro citado, se refere a um Pseudomonarchia daemonum, publicação oficial da cidade de Amsterdam, feita em 1660, dizendo que o exército do diabo:contava com exatamente 7.405.928 soldados, sem contar com a imensa legião das bruxas! Esse tipo de crença existiu em todas as sociedades primitivas, nas quais xamãs ou pagés praticavam os mais estranhos rituais de magia. Práticas, aliás, vigentes também nas sociedades mais modernas, nas quais é comum o uso de amuletos e fetiches. A própria Igreja Católica Romana fez e faz uso litúrgico de relíquias e escapulários, ou bentinhos. Avanços Terapêuticos O alquimista suíço Paracelso (Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus Von Hohenheim), vivente de 1490 a 1541, preconizou uma nova terapêutica das doenças, afirmando que o corpo humano era constituído de elementos básicos como o sal, o mercúrio e o enxofre, cujo desequilíbrio provocaria todas as enfermidades. Introduziu, por isso, o ferro, o chumbo e o enxofre na química farmacêutica, abrindo caminho para a moderna quimioterapia. Em 1779, o médico alemão Franz Friedrich Anton Mesmer publicou a sua Memória sobre a descoberta do magnetismo animal, afirmando, em resumo, que “o veículo da influência mútua entre os corpos celestes, a terra e os corpos animados, é um fluído universal espalhado por toda parte. Esse fluído provoca efeitos de fluxo e refluxo e atua 83

sobre os nervos, insinuando-se em sua substância. O corpo humano possui propriedades análogas às do ímã, particularmente a polaridade, A propriedade que torna o corpo animal suscetível de ser influenciado pelos corpos celestes, possibilitando também a ação recíproca, é o magnetismo animal. Esta propriedade pode ser comunicada, reforçada e propagada por outros corpos animados ou inanimados’ e transmitese pelo som, pelos espelhos e pela luz, podendo também ser acumulada, concentrada e transportada.” Entrementes o benemérito Phillippe Pinel fundou a Psiquiatria, humanizando o tratamento dos infelizes portadores de doenças mentais. Sua Nosografia filosófica é de 1798, e o seu Tratado médico-filosófico sobre a alienação mental ou a mania é de 1801. O médico francês Jean Martin Charcot (1825- 1893) descreveu os sintomas da maior parte das doenças nervosas, descobriu a natureza psicológica da histeria e foi um dos primeiros a utilizar cientificamente a hipnose e a sugestão. Foi somente em 1857, com a publicação de O Livro dos Espíritos, que o Espiritismo racionalizou o tratamento do assunto, lançando nova luz sobre a natureza dos Espíritos e a ação deles sobre as pessoas e as coisas do plano material em que vivemos, retirando o véu do mistério sobre idéias e práticas a respeito de fenômenos até então incompreendidos e erroneamente considerados. Tratou, com clareza e objetividade, de assuntos referentes a possessos, convulsionários, anjos da guarda, Espíritos protetores, familiares ou simpáticos, pressentimentos, pactos, poderes ocultos, talismãs, feiticeiros, etc., abrindo novos horizontes de entendimento e eliminando velhas superstições. 84

A Psicanálise Só 24 anos depois disso, é que Freud se formaria em medicina pela Universidade de Viena e começaria a trabalhar em laboratórios de anatomia e fisiologia, para encontrar-se com Charcot quatro anos mais tarde, em Paris. Sigmund Freud (1856-1939), neurologista e psiquiatra austríaco, discípulo de Charcot, fundou a Psicanálise, como novo sistema de psicologia baseado nos conceitos do incon~ciente, do ego e do superego, sugerindo que a ansiedade resulta da repressão da libido e revelando a existência, dentre outros, dos mecanismos da transferência, com defesas do consciente. Publicou, dentre outros livros, A interpretação dos sonhos, em 1900, Cinco lições de psicanálise, em 1909, Totem e tabu, em 1912, O ego e o id, em 1923, e O futuro de uma ilusão, em 1927. Suas idéias foram desenvolvidas e parcialmente contestadas por Carl Gustav Jung, que discordou da natureza predominantemente sexual do inconsciente, considerou a existência do inconsciente coletivo, constituído por símbolos universais transmitidos de geração a geração e cristalizados nos arquétipos, e publicou, em 1920, o livro Tipos psicológicos. Também o psiquiatra austríaco Alfred Adler afastou-se de Freud para fundar a psicologia individual, que considera a agressão como sendo o impulso básico, destacando os sentimentos de inferioridade nos desajustes individuais. 85

O Advento da Parapsicologia Em seu belo livro Hipóteses em Parapsicologia, escreve Carlos lmbassahy: “Richet apresentava a Metapsíquica em 1921, com a 1 ª. edição do seu Tratado. Os metapsiquistas foram aumentando e a maioria deles começou a tornar-se suspeita, porque estava chegando às conclusões contidas nos livros de Allan Kardec, e tais conclusões fizeram com que as portas das Academias se fechassem à nova ciência. Era um perigo que se tornava necessário debelar. Os defuntos ameaçavam os pórticos do saber. Nunca a morte pesou tanto sobre a vida pacífica dos cidadãos, principalmente dos cidadãos acadêmicos. Era preciso apresentar títulos novos que disfarçassem doutrinas velhas. E foi assim que apareceu a Parapsicologia, palavra que quer dizer ao lado da Psicologia. Psicologia é um termo que não envergonha. Foi imediatamente aceito. ( ... ) Assim, com o novo adereço, alentaram-se os estudos do antigo Ocultismo, sendo um dos principais diretores da nova fase, se não o principal, o jovem cientista americano Joseph Banks Rhine. A diferença única entre o moderno ramo científico e o anterior consiste no método. É uma questão quantitativa e estão todos vendo nisso uma divergência radical.” O que ocorre realmente é que a Parapsicologia assumiu, como objetivo supremo de seus esforços, conseguir provar e também explicar cientificamente não só a existência do Espírito, senão também a veracidade e o funcionamento dos fenômenos psíquicos, utilizando para isso, e com todo o rigor, apenas e tão somente os métodos e critérios aceitos e aprovados pela ciência acadêmica e 86

oficializada, representada pela maioria dos cientistas e suas instituições. Ou então, provar e explicar exatamente o oposto, isto é, a origem, razão de ser e funcionamento não- espiritual dos mesmos fenômenos psíquicos. Escreveu a esse respeito o próprio Rhine em seu livro O alcance do espírito: “A ciência da natureza humana ainda está na adolescência. Como campo, está madura para grandes descobertas futuras . A sobrevivência pode ou não tornar-se uma das suas descobertas importantes.” Por isso escreveu lmbassahy, no livro já citado: “Há muitos estudiosos, dignos do maior acatamento, e para quem são poucos os louvores pelo seu indefeso labor, mas, para os quais, a Parapsicologia nada tem de Espiritismo; e outros, mais moderados, julgam que há muitos fenômenos parapsicológicos que nunca se poderiam enquadrar nos fenômenos espiríticos, que nada têm a ver com os que Kardec apresentou ou que possam ser apresentados pelos seus seguidores. Pensamos de modo diverso. Temos para nós que todo fenômeno parapsicólogico não passa de fenômeno espirítico, desde que o Espiritismo abrange todos os fenômenos da alma. Como declara o eminente Professor José Alberto de Menezes, tão admirado pela erudição, como pelo critério com que analisa os mais complicados problemas, - o maior livro de Parapsicologia escrito até agora é O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec. (...) Se a alma não intervém no fenômeno, não há Espiritismo, mas também nâo há Parapsicologia, porque não se compreende Parapsicologia sem a psique , isto é, sem a alma. “ A Espiritualização da Ciência Abordandoobjetivamenteaquestão,escreveuÁureo, no livro Universo e vida, que seria “rematada ingenuidade 87

supor que a Ciênciahumana terrestre chegará rapidamente à solução definitiva dos seus problemas substanciais, porque precisará realizar, antes disso e para isso, duas conquistas fundamentais: primeiro, terá de reconhecer, por seus próprios meios, suas averiguações, seus cálculos e suas induções, senão a certeza, pelo menos a probabilidade da existência do Espírito e das dimensões espirituais da Vida; e segundo, construir novas aparelhagens e sobretudo novos métodos de investigação para penetrar nesses novos domínios. Neste último caso, as dificuldades a vencer serão imensas, porque somente o Espírito pode ver, identificar e examinar o Espírito. Não se trata, portanto, tão-somente, de aperfeiçoar maquinismos e instrumentos técnicos, mas sim CONSCIÊNCIAS, através do desenvolvimento racional de FACULDADES PSICOFÍSICAS capazes de serem utilizadas para a produção útil de fenômenos, i’nvestigáveis. Enquanto, porém, não houver, na Terra, condições morais que justifiquem tão elevado tipo de cooperação aberta e indiscriminada, o Governo Espiritual do Planeta não facilitará condições nem circunstâncias que favoreçam o êxito maior de tentames dessa espécie, além dos limites da educação e do incentivo ao espírito perquiridor dos homens. É fácil de compreender que o intercâmbio livre e permanente com planos e forças superiores da vida não pode ser facultado a seres predadores, de baixo senso ético e ainda espiritualmente irresponsáveis. Por essa razão, a aceitação e a vivência dos princípios morais do Evangelho de Jesus são condições fundamentais a serem cumpridas, a fim de que as Inteligências Superiores outorguem ao Homem Terrestre o diploma de maioridade espiritual que lhe permitirá o ingresso efetivo no mundo de relações com a Comunidade Cósmica a que pertence.” 88

12. DISFUNÇÕES PSICOFÍSICAS A Histeria D istúrbios psicofísicos de vulto podem causar graves enfermidades ao espírito e ao corpo das pessoas, provocando reações histéricas, letárgicas, catalépticas, sonambúlicas, neuróticas e psicóticas de longo curso. Na histeria, as perturbações psíquicas produzem comportamentos pessoais morbidamente exagerados, instabilidade emocional, aceleração respiratória e, às vezes, estados patológicos assinalados por acessos de contratura dolorosa, principalmente nas extremidades, além de crises de sufocação originadas por espasmos da glote. Liga-se, quase sempre, a conflitos inconscientes, devidos a intensas repressões que se convertem em sintomas de enfermidades orgânicas como a cegueira ou a paralisia. Os primeiros estudos extensos e profundos sobre a histeria devem-se a J. M. Charcot e a Sigmund Freud. 89

Catalepsia, Letargia, Neuroses Na catalepsia, o doente sofre períodos de inconsciência e perda da capacidade de mover-se voluntariamente, associadas à rigidez muscular típica. No sonambulismo, que pode ser espontâneo ou provocado por hipnose, o automatismo ambulatório ocorre durante o sono. Na letargia, sono patológico profundo e contínuo, as funções vitais se mostram tão atenuadas que chegam a parecer suspensas. Nas neuroses, os distúrbios emocionais expõem conflitos psíquicos inconscientes que desencadeiam reações de defesa também inconscientes, reveladoras de um comportamento estereotipado. Dependendo dos sintomas, elas recebem denominações específicas: na neurose obsessivo-compulsiva manifesta- se a impossibilidade virtual do indivíduo evitar que o seu pensamento se ocupe de certas idéias desagradáveis, ou de sentir-se compelido a comportar-se repetitivamente de uma certa maneira. As Psicoses Psicoses são doenças mentais que se caracterizam pela perda de contato com a realidade, inconsciência do estado mórbido, incapacidade de adaptação social e outras manifestações assistemáticas, e são mais graves que as neuroses. A esquizofrenia é uma neurose que revela cisão da personalidade, levando o doente a viver num mundo 90

imaginário criado pela sua própria fantasia. Na paranóia, há delírios de perseguição ou de grandeza, mas não aluci nações nem desorganização geral da personalidade. As capacidades mentais (inteligência, memória, etc.) permanecem inalteradas, permitindo ao paranóico agir em perfeita coerência com as suas idéias delirantes. Isso o leva a comportar-se agressivamente contra os seus supostos perseguidores, dos quais imagina apenas defender-se. A psicose maníaco-depressiva oferece alternância de períodos de exaltação e depressão profunda, entre os quais se inserem fases de aparente sanidade. Soluções Espíritas Todas essas definições, facilmente encontradiças em manuais especializados, adquirem novos significados quando examinadas e compreendidas à luz do Espiritismo, que lhes acrescenta o que lhes falta, isto é, o sentido da causalidade espiritual que origina e justifica os fenômenos em foco. Pode acontecer que, na existência em curso, alguma ocorrência traumática tenha causado num indivíduo perturbações psíquicas de longo curso, mas quase sempre as raízes mais profundas do histerismo, das neuroses e das psicoses se fincam em experiências mais remotas, vividas no passado, em anteriores existências. Devedores e credores, mutuamente comprometidos em relações infelizes, não solucionadas em reajustamentos desoneradores, reencontram-se normalmente, no espaço e no tempo, para as indispensáveis quitações perante a justiça divina, sempre magnânima e correta, mas absolutamente imperativa. Os próprios registros magnéticos, impregnados na memória 91

consciencial, criam no Espírito a ambientação apropriada, atrativa e indutiva, ensejadora de situações que favorecem a rev;vescência das configurações em que se verificaram no passado os delitos forjadores da culpa. Por isso, o Espírito reencarnante traz em si mesmo as sementes dos males dos quais deve redimir-se, inclusive as psicoses e as neuroses que adquiriu com a sua atuação. Mesmo nos casos em que é flagrante a ação obsessiva ou possessiva de agentes espirituais, existe sempre uma motivação real provocadora do fenômeno, porque, exceto nos eventos excepcionais de sublimado sacrifício voluntário por amor, ninguém padece sem culpa. 92

13. FENÔMENOS MAGNÉTICOS Indução Mental A proxime lentamente de um ímã um pequeno objeto de metal, até sentir que ele começa a ser atraído pelo magneto. Pare nesse ponto e observe: a distância entre o ímã e o objeto é um campo magnético, o campo magnético do ímã, ou seja, o espaço no qual a sua influência se exerce. Deixe então que o objeto seja completamente atraído pelo ímã, até que se cole a ele. Liberte em seguida o objeto e verificará que ele se tornou também um ímã, por haver absorvido do outro qualidades imantadoras, por magnetização. Esse fenômeno físico ocorre também na esfera mental, porque a mente humana também pode absorver qualidades de outras mentes humanas, através da indução magnética. Quando alguém se impressiona com algo que 93

vê, ouve ou sente, pode arquivar tão fortemente tal impressão nos refolhos de sua alma, a ponto de ser por ela condicionado, tendendo a desenvolvê-la em si mesmo e a torná-la um automatismo de sua própria natureza. Esse é o processo básico do aprendizado, na educação e na instrução, funcionando construtiva oμ destrutivamente no ânimo das pessoas, pois se trata de poderosa influenciação magnética, tão mais eficaz quanto maior for o potencial emulador do agente e a receptividade do paciente que lhe sofre a emulação. Decorre disso a imensa responsabilidade de quantos granjeiam prestígio na vida social, exercendo autoridade sobre as pessoas e, portanto, o poder de influenciá-las, como ocorre com os pais, os professores, os artistas, os administradores e sobretudo os que governam os meios de comunicação de massas e os que respondem pelo destino das nações. “A palavra fecunda, os exemplos arrastam.” O poder de criar ou destruir não se restringe à capacidade de gerar filhos ou cometer assassinatos, porque se pode igualmente, e com muito maior facilidade e eficiência, criar e destruir o entusiasmo, o otimismo, a esperança e a felicidade, pelo simples manejo dos coriscos invisíveis do ódio ou dos eflúvios inspiradores do amor. 94

14. APLICAÇÕES MAGNÉTICAS Magnetismo - Agente Universal T udo é magnetizável: a matéria, a mente espiritual, os animais, os vegetais, a água e o ar. Sabendo-se que a magnetização consiste essencialmente num processo de emissão e assimilação de força energética e que toda e qualquer força energética possui qualidades próprias, específicas de sua natureza, é fácil de entender-se que toda radiação possui não somente poder magnético ativo, como também capacidade passiva de sofrer influenciação magnética. Registros Magnéticos Cada ser, e cada coisa, possui a tensão eletromagnética com que se equilibra no campo de forças em que se insere. É assim com os astros, que gravitam nos 95

espaços infinitos, e com os Espíritos que convivem nos mundos, uns com os outros. É também por isso que todas as coisas e todos os seres mutuamente se influenciam e podem reter indefinidamente as vibrações que os impressionam. A vibração dos pensamentos, sentimentos, imagens e palavras das pessoas humanas impregnam os objetos que elas tocam e os ambientes em que agem, e pode ser detectada ao longo do tempo por quem possua aptidão para isso , como se observa nos fenômenos psicométricos. É isso que dá sentido ao culto ancestral das relíquias e às estranhas vibrações que são observadas nos museus. É também a origem do interesse de tanta gente pelos cristais e outros materiais, e por experimentações com detectores magnéticos em certos ambientes. Que são os nossos registros memoriais senão a gravação de tudo o que vivemos? Não são esses registros que formam o imenso arquivo de nossas experiências vivenciais? E esse arquivo não pode ser examinado até o passado remoto, em processos regressivos? Que são as atuais gravações de áudio e vídeo em filmes de cinema e televisão, senão aplicações tecnológicas inspiradas nos processos naturais? Permutas Magnéticas Sendo a mente espiritual infinitamente mais poderosa, sensível e delicada do que tudo mais que conhecemos, executa muito melhor e permanentemente as mais amplas operações de trocas magnéticas da mais variada espécie, no seu multifário relacionamento com todas as forças materiais e espirituais da Natureza. Todas as nossas ações e reações inserem-se nesse capítulo , assim 96

como todos os fenômenos físicos e espirituais de que participamos, inclusive os das mais variadas manifestações de natureza psíquica, psicológica e mediúnica, que incluem a intuição, a inspiração, a exaltação, a depressão, os sentidos, os sentimentos, as obsessões, as simpatias, as repulsões, o ódio e o amor. O que acontece com os homens ocorre igualmente com os animais, embora em menor escala, e com os vegetais, em escala ainda menor, e, como já vimos, também com os minerais, em escala mais inferior, porque nada foge ao magnetismo, essa força onipresente e inarredável que liga todos os seres e todas as coisas no universo divino. A água e o ar, por serem fluidos neutros e de extrema passividade, são especialmente magnetizáveis, pela facilidade com que absorvem e transmitem as emanações energéticas que os atingem! transformandose, por isso, em poderosos veículos de forças positivas ou negativas, estimulantes ou depressivas, benígnas ou malígnas, saudáveis ou enfermiças, aptas a disseminar, por onde passem, o bem ou o mal. Percebe-se, portanto, que pensar e falar, escrever e agir, ajudar ou desservir, fazer-se amar ou odiar, é sempre trocar energias magnetizantes, suscetíveis de criar infernos ou paraísos, felicidade ou desdita, conflito ou paz. 97

98

15. FENÔMENOS HIPNÓTICOS Sugestão Hipnótica O estado hipnótico (tipo de sono induzido por sugestão) é condição a que o organismo humano pode ser levado mediante certas técnicas , conhecidas geralmente pelo nome de hipnose, também usado para definir o transe hipnótico. Caracteriza-se por uma série de fenômenos psicológicos e fisiológicos, cuja extensão depende do indivíduo e do grau de aprofundamento do transe a que foi conduzido. O condicionante do transe hipnótico é a sugestão. Através dela, os centros nervosos que comandam a vida vegetativa ficam subordinados aos centros que regem a vida psíquica. Ao que sabemos, a medicina ainda não conhece perfeitamente a natureza e os mecanismos da sugestão, mas já sabe que existe uma relação entre as áreas do cérebro que governam as faculdades psíquicas, principalmente as ligadas à emoção, com aquelas que regem fenômenos fisiológicos. O hipotálamo, por exemplo, serve de intermediário entre os dois tipos de função cerebral. 99

Sempre se acreditou que o estado hipnótico dependesse da ação dominante de um indivíduo sobre outro; erro esse, alimentado pela possibilidade que tem o indutor do transe de levar o paciente a obedecer ordens. Mas, na realidade, toda sugestão é essencialmente auto- sugestão, e todo estado hipnótico é uma auto-hipnose. O hipnotizador opera apenas como desencadeador desse processo, cujas ordens podem ser desobedecidas se atentarem contra as fortes convicções e os sentimentos do hipnotizado. Os Estágios Hipnóticos Quando, porém, o hipnotizador se apresenta como elemento condicionador eficiente, estabelece-se entre ele e o hipnotizado um estado de sintonia psicológica, tecnicamentedenominadorapport,capazdelevaropaciente a diferentes estágios hipnóticos, do superficial, hipnoidal ou leve, ao estágio profundo, e deste ao sonambúlico. No primeiro estágio, os fenômenos são apenas musculares, podendo provocar alterações no tônus, paralisia de grupos musculares, espasmos, contrações, tremores e movimentos automáticos. Os fenômenos sensitivos começam na etapa média: aumenta o grau de paralisação dos músculos e nervos, aparece a parageusia (perversão do gosto), a parosmia (perversão do olfato), alterações no tato, anestesia e amnésia. No estado sonambúlico, ocorre diminuição considerável das inibições, e desbloqueio da memória tão acentuado, que o paciente pode ser induzido a regredir memorialmente no tempo. Hipnose e Terapia Nas últimas décadas do século XIX, a medicina 100


Like this book? You can publish your book online for free in a few minutes!
Create your own flipbook