oitenta palavras Adalberto Müller ALÔ SECRETÁRIO CERTEZA POSITIVO ONDE GUADALUPE NEGROS POSITIVO ALÔ COMANDANTE É QUADRILHA CERTEZA POSITIVO PROSSIGA SARGENTO MANDA BALA RATATÁ TOMA RATATÁ NEGRADA TENENTE PÁRA TEM CRIANÇA RATATÁ TEM MULHER RATATÁ TUDO PUTA RATATÁ SARGENTO AVERIGUA NINGUÉM MEXE 51 RATATÁ APROXIMA NINGUÉM MEXE INFORME DOIS FUGIRAM POSITIVO UM ÓBITO O MOTORISTA POSITIVO O PASSAGEIRO FERIDO E A MULHER ESCAPOU É PUTA POSITIVO A CRIANÇA ESCAPOU PIVETE POSITIVO TEM DROGA NEGATIVO TEM ARMA NEGATIVO SARGENTO LIMPA TUDO E AVISA NOSSO AMIGO DA JUSTIÇA [maio 2019]
este é o último poema que escrevo sobre a morte Ziul Serip inventário: sete de abril quatorze e quarenta automóvel branco subúrbio pobre família negra “...é carro de família. não tinha vidro fumê, foi execução!” *** [n]o a(r)[bí]trio: guadalupe padroeira da américa latina rio tedrerajainneqiuroilinbarazil 52 ummailitcaords eemdepdaotrmulihnago arqui-inimigos máquinas-ferramentas fagulhas sem regras famílias negras disparos de fuzil: oitenta! r i“nodosadnegumeiemsp. ieruropuetdoidgorintaonmdoeuprfailheloe.sesoocsomrrielrietamre,se eles não fizeram nada” *** dois mil e dezenove fenece velhos e duros anos regressam cessam a construção de alicerces panorama: dois feridos – famílias destruídas – duas mortes
EEvEvaavElldavdlaodoldoddodoodossosSsSSaaSannanntttootoossssRRRRoooossssaaaa eeeeLLLLuuuuccciciaiainaanonnooMoMMMacaeacadeccdoee!dod!oo!! 53 Evaldo dos Santos Rosa e Luciano Macedo! Evaldo dos Santos Rosa e Luciano Macedo! Evaldo dos Santos Rosa e Luciano Macedo! Evaldo dos Santos Rosa e Luciano Macedo! Evaldo dos Santos Rosa e Luciano Macedo! Evaldo dos Santos Rosa e Luciano Macedo! o horror! armas em transporte? oaccaovracdoa a[pm] rúossiaca o papel catador “...o exército acaba de matar duas famílias...” *** há um enorme nó na garganta lágrimas que escorrem e se agigantam “...é morador, porra!” *** o sol não brilha mais em seus rostos o sangue jorra no tapete no asfalto nesse imenso rio decomposto sobre a terra em sobressalto como nos tempos das masmorras cães de guardas sicários vestidos de deboches de mil estilhaços fantoches “...olha o que eles fizeram, esses filhos da puta...” ***
recordem-se de EVALDO e LUCIANO: alvos suburbanos destinatários aosuhcourmrobrirdaimário de oito ou oitenta tiros um último suspiro: aos anjinhos ultrajados – sem asas – “...por favor, meu filho, saiba que ainda estou contigo...” – pensaram... que retornaram às casas lugares de memórias de esplendor de amor – sãos e salvos – 54 milagroso !? “...eles nem espeersaproasmo.,..e”le*s**mataram o meu a tarnilhjoas pcaarnatoamcéucaenstçáõleisvre ouoçsapmróxoimvoesntdoispsaorporsar quoes [cao]rtaiçnõgeisrão morreredma ohsisntéarimcaelshoourl cidade maravilhosa status quo: silenciosa! “...não tinha blivtze,stnígãiootdinehnaaadrar,astão, não tinha tava normal. a gente tá sem entender até agora...” ***
contemplem os revólveres 55 [d]os sRobiosa dneeb[lliánga]rimas lemdabrveimrad[ad]does pcáagdiánvaesres da gasolina cercas de arame urubus da morte do morro da treva da cruz encarem o futuro a vaia lluácztea e a “g.e.n.oteEnxéãrociptEooxdnéerãcaoictmuosaaétrodouopnpooinvvogoudéema,ssnaãsosi.noo...” ... *** (comentários de familiares, amigos e anônimos após a ocorrência) * (jair bolsonaro, presidente da república, cinco dias após a ocorrência)
aborto das letras Kako Álvares Sofrendo qual assum-preto do Rei do Baião, que p’ro canto ser bonito de ouvir teve que cego ficar, por maldade de quem seus olhos furou, o poeta sangra entre lágrimas e letras, parindo a fórceps, o sofrimento da fome, miséria e escravidão, quando poderia colher do campo fraterno, frutos líricos da alegria e do amor. Fodam-se as rimas, regras e métricas! Trata-se de gente sofrendo, Morrendo Espancada, Metralhada, Bombardeada, Torturada, Esfomeada, Injustiçada, Abandonada, Assassinada por Homens Respeitados, Reconhecidos, Honrados... 56 Que rezam seus mantras, pagam seu dízimo, cuidam dos seus, enquanto Extorquem, Viciam, Corrompem, Manipulam, Torturam, Matam Em nome de uma convicção sem fundamento, que lhes deu consentimento de se apoderarem do que o universo proveu para todos, por igual! Com o reverso do espelho edipiano, o poeta se vê cercado por tanta barbárie fascista, que de assalto toma tudo… Em nome da pecúnia, Sob o manto da hipocrisia, Abençoada por não se sabe quem, nem de onde Que tem o nome açambarcado Para justificar tamanha atrocidade! Quem disse que existe um país acima de tudo e alguém acima de todos, se propriedade e divindade são tão artificiais como a fome e a guerra? Deve ser alguém da mesma natureza que fura o “zóio” do
assum-preto, VEsipolaennctaa mcruialnhçera,, Odeia o diferente, RProeunbdae ainaopcoesnetnet,adoria de toda a gente, Mata Chicos Mendes, LJouhtnhserLkeinngnso,ns, Marielles, ELuvaclidanoso,s… Ressuscita Hittlers; vDivoermdae geumerpraa,z. 17/05/2019 57
confissões de um catador de papel Claudio Daniel Para Luciano Macedo Folhas amarelas caem na calçada: vento de outono. Farol vermelho pisca para carros cegos. Revistas velhas, folhas de jornal, caixas de papelão: 58 recolho os resíduos dos brancos e ricos que desprezam minha classe, minha pele. Numa tarde de sol, assisti à incompreensível cena de fuzilamento: corri para socorrer o ocupante do veículo e também fui alvejado. Agora, os brancos e ricos podem dormir tranquilos: há dois pobres a menos no Rio de Janeiro.
em 7 de abril de 20l9 59 Armando Freitas Filho Basta uma bala. As oitenta ou mais qNuãeomsãsoabpee?rdidas acertam os alvos ponéstseimm,ash,otjêem, ama manehsmã a marca que matou Equvaeldiaopdaoras SuamntcohsáRdoesabebê e o exército se exercitava.
alvo dos alvos Glauco Mattoso O cego, andando a pé pela calçada, desetgársauubs,jebituoraacotrsa,npcoossteesbeaprreasnticnohsa, s que, sadicos, lhe jogam de banana lahsecapsicsaams a,ocsapsoésc,aqiauaenxbdoornraãcohnadaoc.ara Si de omnibus ou trem viaja, aggrada ao Demo que, occupados sendo os bancos, em pé fique, escutando umas gracinhas, levando saphanões dalgum sacana, alem de ter battida a sua avara 60 charteira pelo cara alli do lado. Andando de carona na admassada perua dum parente, pelos flancos leevvaelrhpaosdloeteançõcoesn,torõueds adobuactrcahsamnaesquinhas Mercedes bem blindada. Caso para a pista caia, morre attropelado. Normal será. Mas quando um negro, nada dsoelderardaodso, oteuntdaomfbeietmo, ndeegdroezs,bdraasnlcionshas de tiro virou alvo, não se enganna dneinngouveome: atuddiocteasdtuá,radenonsoavzoa,rearrado.
pensamento-cálculo 61 Daniela Osvald Ramos Algoritmo Violência de Estado; Var INní1ci,oN2: pobre; negro; Escreva(“Ocupação de favelas: “); LEesciar(eNva1(“);Verificação de suspeitos: “); Leia(N2); Se (NE1sc=r=evNa 2(“)Feunztiãloar”); Senão Se E(Nsc1re>vaN(“2O) oquueseim(Npo1r<taNé 2ex)teenrmtãoinar = “,N1); Senão Fim. Escreva(“Anestesia moral é a meta=”,N2);
para preto & rosa Mauro YBarros passo o ponto passa ponte ppaassssaa paveennteida passo a passo, ppraaravnedroa pbaasnsidsatapsassar passa carro branco preto para para para 62 para tudo para banda para samba para lama para pra catar para para para pouco-a-pouco ppoouuccoo-a-pou pouc ppoouu pou
80 balas de nada 63 Gilberto Motta Na tarde sonolenta da cZiudmadbeis lambrequinados de ódio estudam o golpe dMeidoloorsescirculadores de rancores, de balas, preparam a carga, rabiscam o corte, Aa mdoorrtaeguarda a emboscada, o pipoco, a metralha a sorte: 8800 ecsapnacnrotoss 80 prantos 8e 0meaniscannatdoas NADA! nnaadda na 8n0.
balada para evaldo Márcia Tigani O tempo plasmou em mim um poema Feito sobre asfalto em Guadalupe Tempo que se desfaz entre dedos E escorre como seiva e réstia de luz. Sobre o chão onde tua cabeça pende Pressinto minha própria morte: Teu corpo, fragmento de rocha dura Simétrico, silencioso como resíduo. 64 Como exprimir a destilação da hulha? A cena final reconstituída? A substância negra decomposta E aniquilada por tantos fuzis? Nosso tempo ressecado, Evaldo, esterilizou a terra e afetos Congelou no ar cada abraço Sob frios pilotis de viadutos. Resta-me esculpir em pedra Teu sonho interrompido E na turbuência do vento Também morrer aos poucos.
genocídio Não cabe 65 no espelho Márcia Friggi adafaPcáetrmiaestiça relegada (Brasil, abril de 2019) ea creolrhroens tes. Expatriados vemelanmaovsioossnmegorretioros,s pétalas de lótus nAesgfirxoia. por gravata, bala perdida, boiatleanetnadveerzeeçsa.da Somos girassóis eemsancagmrapmoossde lírios oitenta vezes. cSianncgorasmécouslos. Sangramos enadempooritseda morte.
Vasco Cavalcante foram 80, eram(os) 80 quantas foram? quantos somos? quantos ainda seremos? seremos 200, 200 balas, 200 sonhos, vidas fendidas, ceifadas asas decepadas 66 o alvo, o peito dos homens o centro, o cerne do vil poder que desaba suas hordas no embate à liberdade, à segurança, à humanidade quantos... NEGROS, quantos ainda?
bandeira Rosana Piccolo t(ondemos hemoupvaelifdeesctae)ram 67 _80__v_e_ze_s_o__fo_g_o cuspiu (rubra cortina de vagalumes perdura, ainda, no meio do céu) quem dorme ___________ ao grito horrível desse clarão? como abrir o olho de _u_m_a_e_s_tr_e_la____ ése a manta franja de sangue? mataram o músico que pensaram _d_el_in_q_u_e_n_t_e___ (ossos negros) pólvora pranto _d_eb_o_c_h_e______ hasteado pano de chão
poesia Não dizer tudo. Mas agora essa ausência Lígia Dabul fnloevcaos de ferro em brasa. 68 Todos os já disparados contra a lataria de todos os poemas. E mesmo que escreva fascismo usombrreisocopreósppirriaola balbucio porque tudo aconteceu ao lado.
fortaleza da primavera 69 Marília Kubota QAsupemontaetsraevsetsãsoarqáuaesimchaanmdoas para oferecer um copo d’água aos que ardem? Diante da fogueira Afacfeusmexaçpaosintatsoxdiecav.ergonha. LLeevvaannttee aanntteess qquuee soejianftearrndoe. queime o quintal.
poeira luminosa Daniel Faria pOarneocev,oesmolparte, Emparedado de fumaça venenosa – existem, pelo menos, duzentas chaminés de fornos ncruemmaqtuóaridorsado de dois quilômetros em cada lado da cidade. Mas a mera fumaça livre de poeira luminosa não sopraria para lá e para cá dessa forma selvagem. 70 O novo sol olha dentro de nós por dentro de almas mortas que ainda não estão além, o Fora aonde elas têm de ir, voando por aqui, duvidando, elas mesmas, do lugar. Isso tudo se é que existem coisas como almas assombrando lugares onde foram feridas, assombrando o brasil acima de tudo oo iqnuuempeordáevevlirdeaussera,cima de todos os lados: sem chuva para falar e outro vislumbre de azul.
Ângela Castelo Branco 71 furos de fuzil atravessam a cidade sitiada onde a exceção é a regra ondas arrastam o resto arrasam nos becos se arrastam a esmo e esmolam no sinal. Funis separam os bens do mal Funis dividem os bons e o não Funis cercam negros com fuzis 80 tiros nos bandidos 80 tiros nos banidos na mira da ira certeira na cegueira das mãos que assassinam. Os braços do Cristo ergueram um corpo da Guanabara para o infinito e naquele rito fúnebre outros tantos pobres meninos vieram extintos. Menos augúrio que urro a bala cravada na vala no barro da maré escura o charco em ossuário de vidas cruas. Nas ruas, capitães do mato do estado ainda caçam escravos.
canto plano 2019 Cláudio Nunes de Morais e Elaine Pettersen Morais Do homofóbico, racista e sanguinário presidente do Brasil Libera nos, Domine Dos desmontes irreversíveis sobre o presente e sobre as futuras gerações Libera nos, Domine Dos 80 tiros disparados por militares do Exército (matando dois inocentes na Zona Norte do Rio) 72 Libera nos, Domine 8eu0 qpuétearliaasedneviraorsas para tapar cada buraco 8co0mnoutmas vdeermmeúlshiocaperfumado eu queria tocar cpoamra cuamlaraccoadrdaeedstealmicapdidoo 80 vidas negras peuarqauneorisacaobnesnoçlaorar com a força de Oxalá
guadalupe 73 Maria Marta Nardi O Brasil tem um enorme passado pela frente Millôr Fernandes A face negra do dia nseaahporroaxima em que preparam ahommoerntes de hálito frio Uma nova distopia geafnohrma amusculatura Guadalupe são flores cnaoídcahsão, dança sinistra dUembavláacsueoa barbárie de vozes a“uNsãeontaepsagarão de sua alma, a tua alma!” Dtoedsotsa snaobietme,os 80 tiros Nenhum equívoco.
fuzis Scheila Di Sodré * evaldo-ébano-rosa pveértmalaeslhas espalhadas ennotraesfcaoltrodas e lascas de cavaquinho ** 74 edxaésrlceigtoiões na estrada de Camboatá: carcaças, carros, túmulos metal-ferrugem, e santos de gesso estilhaçados *** (militares gargalham) **** ombosrecrevgaoms de Wuhan em silêncio.
a terra das crianças pretas 75 Paulo Franco E os soldados brancos Esenastincreilaanmçaasspcrreitaansças pretas. já não brincam de marchar de oosbssoerldvaamdososbrdaensfcioless. Enuonscsaobldriandcoasmbrancos vigiando esta terra de crianças pretas. E as crianças pretas aecsoóstburminacmam-sedea cjarmianaiçsassepreremtassoldados dominadas por soldados brancos. ... Pois que ser soldado deve ser só para crianças brancas aqtuéeojsá snoanshceoms ddaosmcriinanançadsopretas.
metralhadoras do medo Daniel Victor Atiram desde cedo Com alvo certo PNoorsobnadireroaseespnearsanpçraaçpaasssa A metralhadora chamada medo REasjiandtaosmmáteirciatos cráticas Dos assassinos dos sonhos Os genocidas dos desejos Armados até os dentes Pelo ódio Inconscientes Aos inocentes, a matança 76 Nesta dança, dos doentes E a ignorância PEassraa deliesst,ânelceigaância É sua única substância APradojur setiaficdairscrepância SAesnsitmiuoa mbaúlasico Que o cala CSeornmtraaisoveesltoozuro ODauvpiruóporáiaudviooz De sua morte NDoe teondteorsronós
guadalupe 77 Pablo Simpson A Luciano Macedo, assassinado nosãofeprirmoceunrteosnosacnogrrpanodo que não foram limpos nem atados não procure as costas martirizadas debaixo dos escombros de outro corpo deste mundo e de outro diz apenas a meu filho que ainda não nasceu — Guadalupe, protetora das crianças que não nasceram — equàesutiavemfãebe re pela manhã respirei a noite soprei a noite com toda força à frente de tumultos andaimes gargantas agora separo duas tábuas de madeira o hoje é real nas almas que arrasta não olhe para trás farei delas uma casa a porta estreita o muro baixo o escuro para saltarmos
meu coração é um morteiro Pedro Marques Um que se perdeu dos oitenta Meu coração é a Mina que gesta a morte no ventre da terra ummãossilqêunecivoivdieafmundtoe carinho engatilhado aMleãuemcobrraaçnãoquéeaciOdagaivgaorAatôtimntiacadqeuaeurporreapara a dor na queda olhar vidrado em conserva Meu coração é um Morteiro que vomita fúria sem miséria minha Nossa Senhora Aparecida no chão deitada antes da hora Arrenego essa Pietá às avessas, esse tiroteio de likes Outro que escapou dos oitenta Meu coração é a Rajada de vento nas redes da cabeleira 78 dois peixes encaracolados no lençol inflado da sede oceânica Meu coração é o Lança-Chamas ciumento de tanta espera a cabeça um incêndio de floresta uma deriva infinita Meu coração é uma Bomba de Napalm no temporal de pipoco udemsaatrmacoar ecojámnmauiflrhaagsade versos por viver Era uma vez a beleza no asfalto, gastando o salto alto Mais outro que se evadiu dos oitenta Mpoeruoscoração é o Tanque de garapa correndo pelos a menina desembarca na estação da vida algodão doce do futuro Meu coração é a Granada de Mão no lobo fardado e mo malepdaogodelira no colo materno a carabina mamadeira de Beretta
Meu coração é um Agente Laranja no tiro ao alvo hpreectaotombe com classe e sem vergonha arrastão de anjinhos no céu Meu Deus, até você pediu pra sair do Brasil? E mais outro ainda que... 79
domingo em guadalupe Diana Junkes abril. doze soldados da paz rostos ocultos vestes verdes resguardam aorcaazunljodenednohmuimngpooedmerágusaaldvaalruopse ouvidos as rosas as famílias o ar dos esturros protetores dos fuzis a justiça dos soldados perfura ooscsoosrpeosfnaceeglraodoatséoas molhedous loac: os nas órbitas acordes encarnados atramnasnbdoríbduamla ddaa jpueslteiçfaeimtoarsitoigsa o fígado os rins o ventre a voz acos mrotoaistecnotradadsendotescadvoauqruaidnohso naquele abril em guadalupe sob o sol a pino de domingo 80 os braços da justiça escavam o homem pelas costas os dedos de cobre e chumbo laceram a carne amordaçam os lábios que jamais beijarão o filho que ainda vai nascer éemprgecuiasdoapluropteeger a paz apsinroosnasãoaspfoadmeímliads eostsroolçaar as penúrias do domingo é preciso proteger a paz (a qualquer custo) em guadalupe deus é grande ao veisdtaadtoãomaior pequena
cilício do terror 81 Susanna Busato Em Guadalupe a tarde cai vCarreapdúasdcuelboadlaes.pústulas. -Unmãao smalavias d- e fogos e vai-se a vida. Na valsa dos tiros Evaldo vai-se: vsoemrmeenlhtraes-rfouszaiss. eEnvtarledosavnatlossa entre tantos eenctarnetaanejocsai. Nenutrnecarismosaies bossa no Rio de tantas fossas abertas à bala e fuzis. Evaldo não ri -Evnaulndcoaémpauirso- silêncio intervalo de medo no cilício do terror. No Rio da bossa nEovarlidooeémsapnogçuaes Evaldo invade adetabradleísotifcicaisal de teorias dinetesirnjeiisçtõraess de ordens e exercício do terror. Evaldo Éevovolaz-.se.
meu canto de morte Paulo D’Auria UemcuuScoaommamarnndrslecrsííuvalataaaieompcnobrodssdadboosenoatocôoGadmBonebelmriasoacrcutawoumicddnroéaoatrica nfsEooomrnjfhaoadangraoosisldnudaaseõlcuechsthaaummabo 82 arjamEleaVioesnbsmitzeipeatarlaliirjeashgnatotaldeoanoodsacsssjnoesmoodoecmsvscnaooueaacmhbfmzraoantiruíidailãadnhmlraodhuohosoasmossso qrEaopEasurrsaaaoepgtggnaasaneeseãsnnmoddottoosdpee ervrnbleiusoosratoctibaneeanasmncprdadanodoçdooono qcvMaouniaelntapednsáotsdãsoonaarnpofoosrrseándnvtiiadeassocesr vaeVpoogeaarnnintadodsosocdsaveenomçagõnupedelsroarnaos Vvspoooomaranvneiddnrooteesvfeeuomstapuneprdrolaoannçoas
Nydia Bonetti Onde estão os anjos que não se pode ouvi-los? Foram prantear os inocentes mortos na cidade em ruínas. Choram pelos cães abatidos por mãos que julgavam humanas. Choram pelos homens / feras embrutecidas 83 pela ausência de compaixão. Choram por seu Deus exilado dos homens e atônitos, observam as trevas que se aproximam. / É tarde / rapidamente o sol declina. Choram pelo fim da esperança. E já não podem mais cantar.
80 palavras mudas Máh Luporini Num domingo tímido de verão 84 eamdomr edioo sàislêbnacliaos sdeafedcehseasperança. Mudo como a noite como a toalha dos cafés matinais como o sangue que corre nas veias que se fecham nas gavetas mognos do plástico azul da manhã.
para manduca 85 (meu pai) Katia Marchese Você queria ter tido outra morte, ter deixado mais do que seu sangue pintando minha camisa. Um cardume de Camboatá negros qa uneoditaevvaignioammemaequueqlauarrutao,. No escudo carregam teu rosto. Sempre que caminho nas encruzilhadas anuncio: “Sou o herdeiro de 80 vazios e um cavaquinho!”
80 sons Rosane Raduan Estampidos de chumbo volume pesado tinham alvo: carne viva carne negra carne sangra. Estampidos de chumbo 86 volume pesado tinham alvo! moribunda carne negra em seu último suspiro. Sangrou no asfalto infame verteu vermelho: “Calma, amor, é o exército”.
estampidos Celso Vegro Ações em máximas 87 Onasfoáibtreinctaadeasstaamrmpiads.os hipnotizaram a massa, edma psiesutoplaagtoemlógico festejo e dos lucros de sangue, Emsesraainfadlhúastdriea mdeerócrafdãoos! e viúvas... mateunltdipenlidcao taunrsneoios,s dos que miram ndeosssadepsávtarliiad,oisn,imigos.
Priscila Merizzio seu coração é uma jaula de luz fechada um silêncio de alma atormentada se o seu canto soar bonito, cuida para que não seja um grito entre o beijo e a renúncia, tempere com violência este jantar nos oitenta buracos de fechadura, aquelas almas 88 subirão ao céu? não escolha o passo que flutua, mas o cimento que pesa em seus pés nessa jaula o coração definha, embora os laivos de fúria mintam que você ainda é capaz de unguentos eu sei que suas pernas tristes não te levam a um palco de amor por trás destas grades existe um homem vestido de bicho apenas aguardando o clique do ferrolho para beber o sangue de quem passa
milhares de balas 89 Claudinei Vieira dnanddapusapmnpnpnpnncontdmnacdadnnànmppdnennqpêosaatsiituoaoaaaaeeeeeeeenãããoãeãããeããaããlnnméashaaaddruçsssssrrrrrmmooooooooooo8rreiecrjobddssscccctaaaaaoefoaasozi0arlvouuuuuosmttamapeetmíupaanrpnnéeuvfsfcmdlmcvveeetopdnvrssrllllstrieecomibedôããoeoaovvvippppeeomqoseeermlioeorrtuearneaoonaatetomnazzeeesnreeeeeu,iirmtsbnnafamtsssmslsdrrissdpdn,,,eteosaapeemmaaattooasrzomere,agiogoaeeooiabãlspppirmdgaeeiaanbrrgruesamaa,qsmved,sorplhaammdssorooaveeeeodsniuosoo,ssanletuiiramãlacvçççoojam,odcsiduofssrã,ap,aàésbãononihoooaoersajsroou,nddoaersoitnasecdoaenaernauspdsolatl,esriicenoaãpizppphvntuospouno,glemcmpttctiseoidaooapubeãeaseeeirsaiztoadeiicnftsanpondsmjuensnpfroenroonrrr,ebcaunrear,saoda,oeaesesaddddaoiinleoaocrbtatefrogsaà,rnvnmaneanosaasdqeããão,dosotaocse,simemaoauesnssspãasodnsafooofsadeu,icdca,çsdenoliaogtsotdaddtnopa,,daerçialoeaememromamiasrruhresodeatee,nm,ogapos,,t,emaiassevaeandstgesssaouerotesoihmbcsrrdcón,?paemelonttoslni,ettr8aruumouroôazntlomscteaáatasodvisté0itaonntvmuemaorgnsourrrceurosappsdisa,oa,d,dfqoparto,gorefg,i‘oia,oeoleàapaoseçvoutolntarmtugnrohrrasossoaecroa,lreldvt?oithsrilza,uadrmmooeccrcehreaord,ddanpiazha,,zmirameadeenrieonoreoloanlrfmamotaadh,as,rddieerrgsdbacuaiinvoaaaoa?aasaddsrsoaqirlr,tii,insdheaiemsrosctuusr,moarsoaao,eieno’,dsnrn?caatrioisoitstddcsreao,aaiordsêssrs,an,asdc,ioass,,
é permitido matar Adalberto Monteiro Evaldo suava a camisa numa banda de música, Icaomcomessaa flaidmaígliaandhaarvbaoaavs-ivdian.das a um broto novo da vida. Luciano ganhava o pão garimpando alumínio e cobre; Arareasmpoesnatee,steángcroánvtirdaav.a algum fiapo de metal nobre. Embora uma vez tenham assistido, em torcidas opostas, a um jogo no Maracanã, Evaldo e Luciano não se conheciam. 90 ACtoénqtruaeoucmaarrpoadtroumlhúasdicooE. xército disparou 80 tiros Lviuucqiauneod, eqnuterogadroimvpeíacvualoemnãGo uhaadvaialubpaen,didos, havia uma família. Ve eololezvmoeunptea,radeumlá rleutgiraoruseugmurom. enino de 7 anos E voltou para tentar socorrer o pai do garoto. AE opattrraublahlahaddisopraqrouue cnoolveatacvaargma.etais recicláveis, ele mesmo, agora, estava cravado de chumbo. SEevmaldsoo,comrerotr,aflihcaoduos,amngorrarneudon,aahgoonraiz. ante. Luciano, dias depois, morreria num hospital. FMoorartmes:dfuaarsdmadoarst,etso,gdaedatasn. tas mortes, de inocentes. Quem puxou o gatilho, fMoiaus mnãaopoatpruuxlhaarima sielitnaãr.o houvesse a ordem de que é lícito matar.
holocausto 91 Linaldo Guedes evaldo dos santos rosa foi oferecido em holocausto aos senhores das armas seu sacrifício veio em rituais da civilização : oitenta tiros oitenta balas oitenta raivas pela insistência de evaldo em estar no mundo nas ruas do Brasil, a Lei de Talião nas ruas, nos tribunais, não olho por olho só para quem tem bala na agulha evaldo não era santo mas são os demônios que vestem fardas.
o mesmo velho giro (testemunho em setenta e oito oitenta rotações) Marco Aqueiva Para um futuro menos pontiagudo MMeirnainndaos,neeussvei.aMlvoenoinoolhs,oonuãvoi! se engana O olho que mira talvez respire engano FOorfiçma soinnisetgraroqnuoe sberaensfcoorçdaoeomlhfoixfairxo Reduzindo o outro à coisa indesejável ÉÉ vpirsectoosoé séupjoegéajeosscoóréiainédseussepjáeviteol. Meninos, eu vi. Meninas, ouvi! Camburão vira chão revira furacão Gravado no olho o enxofre do outro Sempre o mesmo filme: coisa tá preta Negro é coisa? Negro é gente? Negro não! Sempre o mesmo pega lá nas quebradas Sempre a mesma piaba nas oitivas 92 Justificativas pra cobra de olho morto? SMemenpinreasa, meuesvmi. aMreenspinoostsa, aolui véi!nada Mais nada menos que as mesmas águas APalçraaddaes mpoirrad, emntertoaldfoosocloh,oaleiegnaatçilãhoo? Dois em cada três jovens mortos são Negros no camburão esfolando o asfalto MPaeranionofass,teiou dvoi.sMhoemniennass,doeubvoi!a vontade. Tua história, minha história, ecoam estalos CBaolnaçtaogsedme epsrcougrriedsãsoivac,odnetrzavainttaerddeisparos Ainda é raso o rasgo fundo dos tecidos? NSeossseonlthaosseeteonutaviedsotisl,hdaçeostsroreçsasnodaondooespírito Em setenta e oito oitenta rotações. 10 de abril de um mesmo velho Brasil ( dia de sol negro nos olhos inimigos da luz )
a nova política 93 Líria Porto qoiutaesnetaumbalbaaçtoaslhão e um artista negro oa mchaãnochdaarsduea spaántrgiuae o que fazia ele loevmaváartair?família comemoravam a vida qdue euummmdeinaisneoránveígtrimo a do mesmo preconceito
poema social datado oitenta tons de lágrimas (improviso para um concerto de balas que não tem conserto) Silas Corrêa Leite “Todas as nossas obras não passam de um esforço desesperado para dizermos o indizível” Merleau-Ponty 80 cápsulas perdidas, de algumas balas militares que encontraram o alvo errante, E ficaram os buracos negros, no sangue vermelho Nos corpos de uns e outros, da carne negra, que, Como se diz, a balada É a carne mais barata no mercado do baixo Rio de Janeiro de milicianos sem farda, informais, terceirizados Ou milicianos oficiais do exército com patentes e fardas verde-oliva E alvos civis em carne viva. (Silêncio sem documento?) 94 80 cápsulas e a família, e os mortos todos eles negros como “gentehumana” afrobrasilis E ficaram os pontos de interrogações no ar carioca Nos corpos putrefetados das escalas sociais Como se diz, a canção A carne-alvo para as castas da sociedade pústula E sua justiça corrupta, amoral e inumana Vendida E vendada, prostituída – Isso acontece – Diz o Mono Sinistro; ministro da injustiça palacial Do antro do Godzila-mor (Feridos venceremos?) ........................................................................... 80 cápsulas, oitenta tiros, a música da impune máquina de matar a Sdoeulasn-ddaoráo fascismo militar de um exército desqualificado desde um militarismo incompetente, corrupto, violento e senil ANtoé porsomceosrsroohs icsatóriroiccoasb; rpaesridleiidroos, mal-preparados, os recos, cobaias do crime organizado oficial
Formações de quadrilhas-tropas-pelotões, 95 PEoobsreosi,tepnatradotos,nns edgerolásg, rfiamvealsaddooss alvos Ou ativistas, mulheres, músicos, alvos civis inocentes fDasécbiesmis omneontcaiios com farda solando a arma imbecil na mão de um mOeitdeonteadtiorros e os mais de oitenta tons de lágrimas, sangue; tristeza, Contra a violência dos quase humanos SSeerreesmhuummamnoans?o? AAiunmdaahdaevmemocorsacdiea vliomltpara, transparente, ética-comunitária Até lá teremos que andar com placas enormes no peito alquebrado, pPaarisaanaloertar as insanas autoridades constituídas E escrito a sangue, suor e lágrimas; um errante outdoor de carne n“Negãroa,adtiirzeemndeom, nnaóms ensagem: Somos Seres Humanos! ” (Dos filhos deste solo...) OITENTA TONS DE IMPUNIDADE MEsutandiuciaplal Federal Preparar, apontar: Desordem e retrocesso! -0-
la dolce vita – diários de um fascista Fernando Ramos “Soaldveeisamlineuhod,etsotirntuor:eaifizeéi-poos vminehuos,cfaunnindoosa, stprairgeuiei à elite, quis me guardar no holerite, ignorei atlreaibealahjiustsatsi,çad,asmemapisr-evaflriaaufdizeioams neoiormdeas vida e abri a primeira conta na Suíça. FaTnitraesiiDeiRdTe tneornAocetogrsraSvtautdai,ofidzaoOcaAbBe.lo e a barba, fingi melhor que o Omar Sharif. DCeionróonaetlé, eCmompienngdoaddo’árg,uJuaiez,loXgeorivfeir.ei Extorqui o último centavo dos humildes, autorizei despejar esgoto químico no Rio Amazonas, mandei matar cem mil ribeirinhos para instalar a mineradora, com base num tecnicismo, da alínea do inciso, de algo injusto; 96 porém, ainda lícito. BreimnqTueeni edreifeD, oaulutgour ePiaptiofer,dceozmanporesiauMmiisaste Brasil sem alma num leasing, fiz swap cpormopMineapchoisnttoraetloodgoo immeinbelnintdeeriisccoom. E até entrei para os Conselhos: do FMI, dCohBeiarneicodoCzeenJturmal,bdoos dFiurentdoodDo iEtastcoorbiaalr. na mão do Perrella, fiz curso de golpe decoEmstapdreoi c3o0m%SdéarsgiaoçõMesodroonPaCCCI;A, e hoje, dirijo um Jaguar, carro queespmíreitloh,otrãtorasdeluvzagoemme. u OnnoteRmanmchaotedi oumRipor,eatsisnahmoo, snna ocarçoaldetae,lá regado à aguardente, com cadetes, mPeinliaciqanuoest,incahvaaloairtieçnotsadbeufraarcdoas. de bala, parecia mais um queijo suíço.
Pintou até o Cunha, o Queiroz, velho de guerra, 97 meu querido Aécio; Edir Macedo veio e benzeu oqbuailnoqsudeeted, ídziempooisemtorarcooumupmanshaacnotceos mdeqluuixnoz.e E foi a maior farra, ao estilo Dolce Vita, só àquveolsoenmtéd. eMpraêr,cetilnlohaMAanstirtoaiaEnknbierg não era feito nós, ETs. Adorava coinqeume ad,ecfuastpoiaimnpasoTrtaV:ss.oMmaoss, tão poucos e governamos todos assivmoc, êusm, codniat,inquueemm vsaobtaen, dseoDtãeoubs eqmui,ser, e há de querer, abduzimos vocês. Agnus Dei. teCndoredpeiierodaddeeDdeeunsó, sq.uCeotridraeiisroo dpeecDadeuosd, oqumeutnirdaios,o pecado do mundo, tende piedade de nós. Cordeiro de Deus,aqvuoestsiarapiaszo. EpemcandoomdeodmouPnadi,od, odaFi-ilnhoos, a paz, e do Espírito Santo, Amém.”
cadê poeta da quebrada Íris Luiz TTáá nnao hluograareerrrraaddao PnVNPPLLooáaeeaãvveeioehaasspoiinccaarbrootaaraMCrroerreboneseercrncrlVooaaacnacldra–ioeca,tópTpa–lráiáacMfaeeasãpzceeeondCldarhao–ohrNao,ãroa coooorre! 98 BBe oottaa ppáá lcermê,brá:PDÉMFPÉEMPLSooorudndieããaebiaíssrtoeiztooirdosdaeqsennPesdaudsnaseFeeunsum4lMnod0ãn,ê0aen,Tison,o,nqnune ndnenRnencolher, 2006. cCQoaumdeêotaPsveoaemtnaaotdalauPqgraueretoberrtraoadddaoo,,pdnáiaad?heodráa perarratdeapoética na Antologia de TNP–o–MuráPSãoaoneofncoauehleiátrnêhapaêscorteêoaoráênatP.Pác.ter.,éruirautntráo?acdpeRsaeaedcIirnsuadbtoaenladsocoVnetras:o Tá na Rua MNuams seTTavaavana Vila Madalena Tava na––caTTrôáandqãeuoeBsiTonbahveôar!a,ET? rôrardesosuoscluitgaanrddoaCquaerolalicnaarade Jesus
NEDaoirhtproarrabaaeclshecrootlaadeeBvagodltáaárápáráaágcaatshaááá KHTJIeUCTÁNIJerTDEMoeonnuaavgbSaamraeiãuddÃvvaedlaulaenolplooaalhmtOnaloãed!tmheaorb!rnntppolinyaSooréanúoorr1!eaoussauSasAdclinCceodmuleLchooeuefeogLiaSolrhcaggroa,tnMuarliraaFAreaasoccrdua!ehedolieae,vasedrroertrnoramorarnalSaaeaedeCOs,ãddvt,oe1aeoáau,1TbAepuv3Eriiams,pamnnsileáihdadspemaoteeibipEnn7aou2áamdli,amnstaooadoddenemetoesmseuec2lPbesedao,lovi+iollps1aiyrs,sar.ã.aatoEacnnhsottaeãAnsndetenôntnrdeiooRaosas 6 2e 34 5 33 99 8 +7 9 90$ 1011123 51 16 38 14151721223138714u4n4s 5601ss80 i t ros 200
Marcela Cividanes Gallic 13.941/2017 “Desde o início, por ouro e prata/ Olha quem morre, então, veja você quem mata/ Recebe o mérito, a farda que pratica o mal / Me ver pobre preso ou morto já é cultural” Racionais 100 Entre disparos, oitenta para ser exato O último som é o de lata estampido Chumbo grosso, expressão popular No paradigma beligerante Toda a licença para matar Pólvoras caem como confetes Mas não é carnaval É a máxima queima de dignidade
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