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JA1-am

Published by Paulo Roberto da Silva, 2018-09-03 13:04:27

Description: JA1-am

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E... quero expor-me e... Joaquim Alice no processo, voltar a acender-me... “ Por dentro, emanar luz pra tudo... de novo... 101 COLORIR. Agradeço (o apetite) Agradeço o apetite... o sabor... a satisfação,o contentamento... a alegria, o sol, a amizade, a diferença (de ser good, unpaired, strange, unusual, excentric)... e a igualdade. No meio (olho do furacão) ... e então ?! Há furacão? Não sei... nem sequer m’ importo! Haja ou não... só quero saber que me encontro no MEIO, lá ... onde tudo jaz... só... já foi agitação... e voltará a sê-lo... depois, tudo passará (à história). Só quero estar atento para

que a paz e o silêncio de que desfruto sejam (os) do meio, do “olho do furacão”... e não apenas a paz podre e o silêncio inerte da estagnação. No MEIO é que quero estar, concentrado nesse polo d’agitação, ou de tranquilidade dinâmica, sem querer saber sequer do que se passa em redor.... do mais profundo de (todos) nós Queres ir consultar-me... (?) tenho a porta aberta, bate e entra... ou mesmo ... entra apenas, que logo te receberei aberto, livre, pronto, p’ra criar em mim o necessário mimetismo, afinar a vibração pelo teu ser, pelo teu diapasão... E... uma vez isso feito, estou pronto p’ra te dar a visão do teu esgar... E logo podemos julgar que caminhos são possíveis e, até, caso queiras, te decidires... (qual deles tomar!)... Até lá, deixa-me em paz... aqui fico... sossegado, no movimento suave, lento... mas muito concentrado, atento, no MEIO...“ a voar apenas p’ra no MEIO me manter na certeza convicta, que é lá...102 lá mesmo, onde está o meu SER. Momentos de instabilidade

Em planos superficiais Joaquim Alice é onde me sinto estar. Algo me interrompe ou impede de, mais fundo, mergulhar... são estratos isolados, estanques! Compor harmonia Ao domesticar minha dor, fi-lo em muito boa hora: passei a poder compor harmonia... dentro e fora. Awakening Clareza... luz... vastidão plana do oceanoazul-bebê no céu de nuvens malhado... “ 103

... do mais profundo de (todos) nósEstou aberto, bem e feliz, após ter mergulhado. Pássaro solto embates constantes, vergonhas várias, sentires difusos, contenção, muita contenção, fábrica de silêncios, resignações... humildade exponencial! Momento de glória Trabalho duro deixa-me puro... Trabalho pesado põe-me centrado... Trabalho diferente traz-me ao presente... É yoga harmonizador“ (p’ro meu corpo)104 este labor.

Faço bem mais do que (inicialmente) projeto: Joaquim Alice vou fazer o chão... “ acabo também o teto e, extenuado ... feliz ... satisfeito... 105 já com pouca luz do sol... em êxtase ... me deito (prostrado) no chão onde estou ... (mesmo ali), envolvido com os cães ... junto ao coração... Eis-me assim a desfrutar de linda bênção... Período da semente ... estive morto enquanto vivia, era assim que eu existia... ... concentrava-me na vida, enquanto, a cada momento, morria. ... último olhar, último adeus... tal fora o último instante que, ... consciente ... vivia. ... era o sabor... o paladar... a mistura da vida ... e da morte... que eu sentia. ... queria viver, queria morrer, queria!

... do mais profundo de (todos) nós... era semente de novo olhar, enquanto o outro... ... lá ia... O coração, se pudesse pensar, pararia (F. Pessoa) Ajo... falo... trabalho... alimento-me... conduzo... faço compras... lavo os dentes, qual zumbi... sonâmbulo... pois o mais importante de mim está sabotado (por mim)... (paradoxo!) Sinto ser uma pena entesourar tanta riqueza quando afinal o segredo é... DISTRIBUÍ-LA“ (com certeza!)106

Existência inexistente Joaquim Alice ajo como “ outsider19... Sou quem 107 “ninguém-sabe-o-que-é”, quando por perto me aceitam. (Depois...) ... põem atrás o pé: o incerto, o desconhecido, respeitam!!! Como não sabem o ponto de que é feito este tecido ... [o seguro (conhecido) é mais perfeito] ... é melhor ser esquecido, não considerado e... a “existência-inexistente” sou promovido.19 Outsider: (do inglês) forasteiro, intruso.

... do mais profundo de (todos) nós Apenas soubesse eu de antemão tudo o que o mar esconde... Soubesse eu já ... agora (!) o que o Sol tem p’ra dar... e a nuvem longa e esguia, imitando o horizonte... e o pássaro... passando veloz... o som ... (chega-me bem a luz) também. Aqui estou, aqui fico, perco todo o sentido. Estou em tudo absorvido... Sou... qual buraco negro, invertido. Quanto mais tenho, mais dou... Quanto mais absorvo, mais verto... Quanto mais carregado, mais leve... quanto mais sério. mais alegre, mais contente. E enquanto sou tudo isso, nada sou ! “108

Natureza Joaquim Alice é LÁ... na paisagem... Nessa total beleza... que vou ao meu encontro... parado... em transe... como que me diluindo na magistral NATUREZA. Fugir (ou amar) É no falar em torrente... é no expressares-te ... sempre em frente... mesmo sem reflexão sendo mesmo capaz (até)d’ acenderes ambos os lados da vela ... que me hás-de ver... FUGIR DESSA “JANELA”. “ 109

... do mais profundo de (todos) nósAnanás cerebral um céu lavado sem nuvens ou nuvens lavadas com muito céu... azul Eu vos aceito sem queixas... atitude partilhada, mesmo quando nublado completamente... tampa cinzenta de nefasta bruma... incômodo aceite que em simultâneo e em uníssono com o todo me obriga a FLORIR ... EU Apenas Da casa de cristal“ deste posto em que me encontro,110 vejo vida verdejante, ouço o piar das aves, alcanço o mar... distante.

Posição de privilégio de Joaquim Alice que sou grato (bastante). É aqui que encontro o Ser. “ neste ponto equidistante, alcanço o voar das aves, 111 espaço... vasto e aberto. Ouço o vento na folhagem. Vejo a chuva caindo... move-a o vento, fá-la ir passando em baforadas de tênue fumo20. Está tudo... perfeito! Pétalas de rosa os bicos que as pétalas da rosa têm (assim parece), afinal, não são bicos ... nunca foram, ... são antes curvaturas, pétalas que abraçam, com uma boa dúzia delas, o centro, o núcleo, a alma, que lhe brota do caule, que lhe sobe do interior, donde... lá do fundo, chega-lhe a força da terra, do cascalho e do estrume.20 Fumaça.

... do mais profundo de (todos) nósBendita esta perfeição que tudo transmuta em alquimia perfeita... Beleza de criação! O abutre (de vida) paira... só... desesperadamente só... insuportavelmente cheio e farto de si... Ausculta tudo e todos, ronda lá de longe do fundo da sua solidão, auscultando... laivos de disponibilidade no horizonte, qualquer pitada de cheiro a tempo-livre. Descortinada a vítima, lá vem em voo picado, direto, ligeiro, veloz, avidamente num crescendo de contentamento interior, já cheio de inebriante expectativa... Arranjou COMPANHIA!!! Já pode enfim relegar-se novamente para último lugar ... Viver a vida do vizinho não a sua ... Esquecer o sofrimento... Não fora o paradoxo da vida e a alegria ser a exata medida da alienação que opera... sentir-me-ia feliz ... (em plenitude). Resta aguardar que um dia o ABUTRE se canse e venha a acordar ...“ e, por si adentro, se atreva a voar ... ... em pomares de perfeitos112 frutos... honestos... e em céu limpo, se venha a alimentar.

Piloto automático Joaquim Alice em castelos... palácios suntuosos, “ rodeados enfim de tanta gente, 113 vivem eremitas... santos... almas adiadas... sós. Atravessam o deserto sozinhas.Entre a multidão, procuram o distante eco, aquele ... desejada redenção... E vivem assim... um não-viver. Adiadas... para dia incerto ... zumbis d’emoção... doentes terminais do sentimento. Vivem em coma... do que são, deixam-se guiar pelo estático, ligam o piloto automático. O ego à DERIVA... (como estás), agitada ao vento nefasto de interpretações distorcidas... à deriva...

... do mais profundo de (todos) nósNa agitação e no redemoinho dispersante, deixas-te desgastar pela ilusão, enquanto essa destrói o (teu) ser, envenena o (teu) pensamento, azeda a (tua) atitude, apodrece o (teu) bem-estar, explode o (teu) equilíbrio, aquilo que te parece... erguer-te o EGO, que tanto acarinhas e no qual te permites confiar cegamente... Nem te apercebes da verdade: alimentas afinal... o teu CARRASCO. A crise O freio nos dentes tomava, disparava em correria, o pensar descontrolava... como o coração batia! Calor à cara subia, a inundação aumentava, tudo inundava“ e o vulcão rugia.114 O descontrolo era imenso, era total a aflição.

Calvário demasiado extenso, Joaquim Alice invisível salvação. “ O rubor me afogueava, o pensar estava embutido 115 ... ... ... ... bloqueva... ... ... ... ... estava fodido !!! Vida/Respiração respiro pensadamente, pausadamente... conscientemente. Garganta arrastando o ar, gestão da sua ingestão traz-me ao presente... d’imediato... E... eu... sorrio!!! Estou bem, tudo está bem, ... respiro. VIVO! Amo a vida e... é tudo!

... do mais profundo de (todos) nósVerde vejo ... E mar azul Cantas sempre sem parar, ó... tu... aí nos telhados! Gosto do teu visitar(-me). Lembras-me... dos (meus) pastos elevados. Em verdes pastos... elevados, verde vejo... e mar azul... O céu imenso me observa ao deter-me... olhando o sul... Derramado até ao mar, o verde se estende... ilha abaixo... Pequena cidade ao fundo É mesmo aqui qu’eu (me) encaixo. Verde musgo, fluorescente verde-musgo fluorescente, faixa curva, trajetória...“ vai ao encontro do sol nascente ...116 Olhos (!) vejam esta glória... Linda manhã... Estrela ardente!

Ventos Joaquim Alice ventos sopram invisíveis... “ Ventos me deixam estonteado. 117 Faço apenas os possíveis p’ra me agitar... com cuidado. (Contudo) tarefa a não encetar... gênese do torto e enviesado... Tenho é de confirmar, estar bem enraizado. Aguentar firme... na raiz, suportar a agitaçãocomo “aquele que diz” estar em pura devoção. Vento na toca do biscoito... a do centro, ventanias sopram ... desalmadas. E lufadas de ar puro se me batem, abertas ao rosto sobranceiro. ... E sinto o rasgar da ventania, invisto com o corpo vento adentro, desfaço o fluxo forte ... partindo-o ao meio. Vento, que sopras sem parar, teimoso no caminho que percorres, partido a meio, dividido... certo é... não paras de soprar...

... do mais profundo de (todos) nósQuisera ouvir-te aqui, junto ao meu leito, e da tua força e energia partilhar. Valsa da chuva numa constância de bailado ... cortinas caindo... em movimentos ondulados, ao longo de pontos verticalizados, evolve, dança, ... cai a chuva, embora fraca... E a cair sem pressa... é linda... Caio com ela, deixo-me ir, deixo estar, aprecio... Embelezo o meu ser nessa valsa milagrosa... Divina! “118

Uivo Joaquim Alice ... e um cão uiva agora, insatisfeito, “ em tom grave (coitado)... 119 Nem percebe que a pequenez do mundo em que se encerra lhe tolhe por completo a liberdade. Foge! Sai ! Abandona esse covil onde estás, e que te devora! Liberta-te, anda embora! A vida é bela quando grande e apreciada. Precisas de espaço (melhor) de distância para então poderes ter visão... É que coisas há que nos confinam à pequenez escura do caixão. Por isso, salta, foge, luta... raspa-te! Vem cá acima ter comigo, far-te-ei umas festinhas e seremos como irmãos. Transformo absorvo tudo no meu corpo, e o meu corpo tudo integraao alimentar-me, comendo, bebendo, respirando... Transformo as mais diversas coisas no meu corpo.

Corpo diversificado, corpo construído por tudo... (ingerido) Sagrado! O pintor – O artista Alcança o interior... e observa a luz... a paisagem abre-se... e pode-se ouvir a sinfonia das cores.... do mais profundo de (todos) nós Tudo bem! está quedo, tranquilo, calmo, satisfeito, em paz e sossego... Está tudo a correr bem, “sobre rodas”, tudo a andar... Sereno, abranjo tudo e vejo a perfeição circundante.“ Observo o total,120 no qual me incluo... Observador observado, estou com tudo e com todos como que paralisado. Mas, afinal, sou ativo,

ativante e ativado, Joaquim Alice o branco, o preto, o cinzento e o mesclado, “ o brilhante, o colorido, 121 a luz, o sol... e o resultado. Um céu... E um mar... o primeiro, o céu, em tons de um claro azul,tem faixas e manchas horizontais de brancos diversos (...e conseguiu comprimir as nuvens para junto do horizonte, mais a nordeste). E... curioso... entre o azul constante e tais manchas, como que a demarcar ambas as partes, lá está a linha reta, branca, fina, perfeita (e infinita!), a rasgar o céu de um lado ao outro. (Quem a fez? O vento?... Quem a desenhou?... Um avião? ) O segundo... o mar: a partir do horizonte, é azul bem escuro, depois esverdeia-se até chegar àquele tom verde claro (verde água) em que se mistura já com o ar...

... do mais profundo de (todos) nósJá o contém dentro de si e transformou-se em nova cor. Depois... lá junto à praia, torna-se branco, caiado e mutante. Ora verde escuro, ora verde água, ora verde acastanhado (quando traz consigo partes de areia)... ... rebenta finalmente, derrama-se pel’areia, que o recebe... ávida e saudosa. Aceita-o (simplesmente), integra-o... (absorve-o) e, nesse ato, de escura... torna-se PRATA, refletindo a luz do céu. Solto solto, tal papagaio de papel que voa céu acima,“ guardado apenas pelo olhar da criança122 que o largou. SOLTO...

Voa bem, voa alto, bonito Joaquim Alice mais que nunca e assim é: “na perda ... quando o melhor é ganho 123 e a liberdade conquistada (pelo papagaio). SOLTO p’la criança... Criança e papagaio, ambos em sintonia... SOLTOS! Rosa desatada dois metros de ataduras, dezassete voltas/amarras, um nó (apenas). Três pétalas perdidas no processo ... e eis, enfim, LIBERTO... o BOTÃO DE ROSA. Sufocado que estava, agora respira livre, SOLTO...

... do mais profundo de (todos) nós Exala perfume... Feliz! A caverna incomodados é que ficam com a VERDADE aqueles sensíveis à sua LUZ, ao seu vibrar, por mero hábito de viverem em catacumbas onde a escuridão foi-pra-ficar. E... perante aquele iluminado... só de óculos bem escuros se permitem, nele vendo apenas um VULTO tenebroso, frio, desconhecido, até perigoso, abominável. Nem se interrogam sequer... optam por ficar acomodados em sua pequenez e ignorância. ...SEGUROS!!! (pensam), EMBORA CEGOS... ESTAGNADOS. “124

Ser quem sou Joaquim Alice permito-me ser quem sou, “ minha própria identidade a dar-me a mim mesmo 125 mais/maior espaço. Viver-me a mim mesmo em voz alta dá-me oportunidade d’assimilar, de viver-me... bem cá dentro, centrado. A caminho da distância A caminho da distância... é onde estou! Apartado de paixões (humanas), muito p’r’além... ... sou projetado. Fico viajante... e viajado. Bebo... da Mãe-d’água... da fonte.Sigo viagem... sobre a linha... do horizonte! Atamento por que este atamento... ... esta brandura... ...

... ... incapacitam os movimentos da vontade? Aliviado confinado limitado enjaulado nessa toca opto por ser libertado... do mais profundo de (todos) nós Orgulhado (em vez de humilhado) Considerado (em vez de desconsiderado) Respeitado (em vez de desrespeitado) Tido em conta (em vez de ignorado)“ E tal ... é como fico aqui126 sem mais... ALIVIADO!

Em vão qual touro perante o vermelho da capa...tudo esquece e, fixado na cor do que lhe acenam, INVESTE! Logro... logro... logro total, apenas o esforço permanece.No final, frustração, confusão... perdido... não achado, solto ... mas não libertado. Eis que novamente a capa lhe acena E, no vermelho da emoção, se-dilui-toda-a-atenção, ... e volta a investir, volta a sucumbir em VÃO! Deixa-se levar cegamente, transforma-se em vermelha vibração, entra em sintonia, em sincronia, com a provocação, segue a capa, é toureado... TOURO POSSANTE e pesado, besta de força... totalmente manipulado. Ó, finitude Joaquim Alicedos meus tempos... “ .... .... 127 ....

faço-me apreciar (em) tudo que vivo A vida do presente e/ou o presente da vida ... o momento presente abre-se qual flor... e eu... só posso sorrir (consciente). ... consome-se (lentamente)... em circunvoluções majestosas, se esfuma, se desfaz constantemente... ... e eu sorrio alegremente por estar presente ... apenas.... do mais profundo de (todos) nós Açor (que passas) agora é como o açor que plana, movimenta-se suavemente, acariciando o ar... Nele suspenso, desliza. Não o sentes, não o ouves, mas ele lá vai suspenso, deslizando em perfeita harmonia:“ É UM no espaço... no tempo!128

Atendendo a mim Joaquim Alice A quem mais deveria querer? A quem... “ A todos ouço e atendo (com gozo e com prazer). 129 De todos compreendo necessidades, oportunidades, bens ou potestades... Conveniências, desejos e ocorrências, justa escolha, decisão e preferências... A tal ponto... que deixo de me ouvir ... de atender a mim... Corrompido (Quando) SEM ALTAR onde depor meu melhor ... fico CORROMPIDO ... e espero, ansiosamente, do exterior, aquilo que apenas CÁ DENTRO pode existir... Realmente, todo o resto... é mero RUÍDO. Energia mal aplicadaafrouxo a garra do medo, que me traz tão assustado. Conheci o tirano bem cedo...

... do mais profundo de (todos) nósAgora... bem mais afastado pelo hábito, que aqui fez o monge, ficou, a vida, mais complicada. Esse medo que vem de longe é só energia ... mal-aplicada. Calado ... do tamborete... nem som... (Nenhum!) Exilado é como estou nesta ilha, rodeada de ausência. Movimentos de sentidos opostos, qual trânsito quântico que se apresenta – ora como exilado, ora como misturado/socializado – ambos em potência só pelo observador podendo ser fixados. “130 Sou (... e tou), mas é calado.

A fanfarra ... no superficial... é onde te encontras mais afastado do teu ser E também onde a fanfarra é maior Dependência Dependência do dependente... aquele que a gera no outro, em breve, se verá a braçoscom a gênese da sua dependência. E esse mal contaminado é açãotendente a desaguar no desatino. E, então... terá de aprender a abstinência. Joaquim Alice “ 131

... do mais profundo de (todos) nós(Des)sintonias fico à nora21 (como que) INCONSCIENTE, lavado de responsabilidades, leve... como o vento, seco, morto, incapaz, esquecido, absorto, envolvido nesse torpor, bloqueado (numb)22... Tudo me passa ao lado. não o sinto... Não vejo... tudo sem me aperceber... Tenho mais é que acordar, estar (realmente presente) atento. E recusar tentações, cuidar do ritmo... da qualidade e cor das vibrações, respeitar a harmonia, o fluir... do (e no) interior... Quero outros paradigmas quero outro(s) paradigma(s), sinto este(s) já velhote(s),“ desajustado(s)... jurássico(s).132 21 À nora: andar desorientado e sem saber o que fazer. 22 Numb: (do inglês) entorpecido, dormente.

O mundo tem mais dimensões Joaquim Alice e eu preciso de mais, “ as que tenho são poucas. sinto-me limitado 133 nesta camisa-de-forças. Quero bater asas... e não consigo por estar confinado neste cubículode paredes demasiado próximas, castrantes... Mas broto... qual rebento pujante deste lodo peçonhento e pegajoso, movido por esperança (ainda) cega, mas... com vida própria (e imparável)... Crueldade quero resistir... me esforço, ... pretendo ser melhor, construir, contribuir pra o subir (o evoluir ) de meu povo.

Bombeiro Na escola desta vida, todos aprendemos a arte do bombeiro... A vida nos presenteia (permanentemente) com os mais diversos FOGOS (situações) que necessitamos aprender a apagar... ou a controlar... Encalho... do mais profundo de (todos) nós Porque, em caso de escolha... simplesmente: encalho! Embotado, que fico, perante miríades de hipóteses Inesgotáveis... infinitas. Perco-me... desencontro-me, disperso-me pelo vácuo, no qual se precipitam as sinapses“ neuronais...134 parecem tomar (todas) meros bilhetes de ida, em seu trajeto/viagem. Autêntica hemorragia deste fluxo neuronal... sem garrote... não estanca!

... consciência dele Joaquim Alice é necessário tomar para ACEITÁ-LO... “ assim o fazendo enfraquecer, 135 desintegrar... e, qual fênix renascida, transformo o vácuo... em VIDA... sentida, e agora, com maior ânimo e consciência, vivida. Chuva (pancada d’água) oblíqua... é como passas, cais toda vertical.Riscas... de esguelha. Da tua queda, os sinais no asfalto, nas paredes e na telha... CHUVA! Oblíquos é como caem estes pingos imensos, irmãos em paralelo, unidos pelo vento em seu sopro... Muralha grande da china tão vasta no interior, que é o meu... que apenas a pressinto, nem lhe vejo os contornos, sei que está lá (apenas)... Circunscreve o meu agir,

... do mais profundo de (todos) nóslimita-me (em silêncio) despercebidamente. Escolho noite sem luar para me afoitar. Abordo-a (ao de leve), subo-a d’olhos cerrados... e deixo-me cair do outro lado, certo de haver outros caminhos que irei explorar. O tubarão branco mero normal de forma, na rigidez gelada do metal, assim é... Oculto, mal encontrado, seco de lágrima... de leve zanga, amuo e tirania. Na astúcia, breve e lesto qual enguia... ... no trato, áspero e até desconcertante! A despropósito, revela o seu mau gosto, sordidez e até veneno... ... ...“ ... Couraçado... ... bunker 23fechado ... traindo, assim, sem medo, o próprio ser.136 23 Bunker: abrigo fortificado (tradução livre).

O meu filão Joaquim Alice ... em procura, no exterior... onde me perco “ em azáfama auto-inflingida, 137 é onde (meu Deus!) sou criador do sufoco, d’aflição e da corrida... Ligeiro, passo à tangente, apenas toco, sem me aperceber, que a solução... lá se encontra... para este desatino de sofrer. Quero ser capaz ... ..., obrigar-me a fazer uma paragem, ... onde me encontre...e, tranquilamente (meu Deus!), mude de margem, de perspectiva e/ou dimensão (que importa o termo?). Só quero conhecer-me, estar comigo, deparar com o mais íntimo (de mim): o meu... FILÃO!!! Sexo Já (cá) estava eu encantado pelo que sentia, pelo que pensava... mas sabendo que devia... ficar calado!

... do mais profundo de (todos) nós Era o social. Era todo-o-mundo que a isso me obrigava. Estranhamente, eu via toda a gente ignorando, fugindo ao tema, afastando-se do que mais era importante (o sexo...) Maior força possuía segundo o lema: “quanto maior... mais ignorado”. Ia, lá, em criança, compreender tamanha dessintonia?!... Ode à chuva Caio d’um céu não-limpo, caio... da bruma cinza. Venho solta, venho liberta. Trago notícias de cima, trago a braguilha aberta.“ Venho em bando? Acompanhada?138 Venho é una (mas... por vezes,) com o vento, de-mão-dada. O meu canto é conhecido, único, inconfundível e até o (ser) adormecido me acha aprazível.

Caio por vezes forte como quem vem limpar ... Joaquim AliceCautela com o meu porte, poucos podem escapar, “ o meu peso é colossal! Muito pouco... será igual ! 139 A tudo dou outro ar, outro tom e outra graça, Muito fica a brilhar, embora escuro o faça. A luz, então, se fixa, prende-se, fica colada. Pudesse eu explicar... tamanha trapalhada... .... Mas, no descortinar disto tudo... é lindo, intrincado, belo! ... Penetro na chuva e em tudo... passo a ser chuva, caio igualmente. Estou livre, molho... e sou molhado; sou pingo... e sou o pingado; sou luz, sou brilho, também fico “estanhado”... e é sempre nesse “mix”, baralhação, contradita... onde a verdade se esconde: simples, pura, expedita. Aquele que quer (isto) explicar fica perante o infinito, perde-se completamente, ... coisa essa maldita ! Ali está... mesmo à vista... quase lhe posso tocar, real obra do Artista, obra-prima perfeita, simples, simples... tão simples... basta para ela olhar, basta nela atentar, entrar, ser... Amar!

... do mais profundo de (todos) nósSanta inquisição privada Bem intencionada (acredito!), enveredas pela senda... a CRUZADA. Tão cheia que te encontras... Concentrada naquilo que entendes, naquilo que queres, naquilo que pensas saber, naquilo em que acreditas (de momento), ... movida... (nem tu sonhas!) POR CEGUEIRA ATRÓS!!! Rasgas vento... com o peito, avanças vitoriosa, ... ... em alazão veloz montada sentes-te GLORIOSA(!) e... não pensas em mais nada. Caminhas distâncias enormes, Mas as guerras que tu travas, são contra inimigos reais... quando, afinal, sofres, entopes e encalhas ... porque estão dentro de ti... os infiéis estão dentro de ti... os bárbaros estão dentro de ti... os hereges estão dentro de ti... os apetites vorazes, estão dentro de ti ...“ ... as tentações...140 E... incapaz de os aceitar ... vais, então, alguns transeuntes abatendo, ... condenando-os, à priori, à morte... à fogueira (da tua inquisição),

queimando-os, até às cinzas... Joaquim Alice nas chamas da tua cegueira vapores da tua frustração... “ Já não ouves, não vês, 141 não queres sequer saber... partes, rebentas, destróis tudo, queimas...fazendo um barulho infernal, só assim te distraindo ... ... do teu próprio ANIMAL (!!!). Sóbrio Sóbrio é cavalheiro Sóbrio é um prazer Sóbrio é encantador Sóbrio é BELO RAPAZ Sóbrio é (ainda) mais sensível Sóbrio consegue ser um mago Sóbrio é sábio da vida (oh! ... se é... )

... do mais profundo de (todos) nós Sóbrio é HUMOR (qual banda desenhada) Faz da vida a sua tela ... pinta obras d’arte sem parar Sóbrio é atento no que faz Sóbrio é desperto para a vida, é criativo, amoroso, forte... e bem capaz! Sóbrio é perspicaz... Sóbrio controla, comanda... Sóbrio ama tudo à sua volta ... está alerta Sóbrio molda o universo Sóbrio é simples, bom... “142 UM MUNDO...

Ambição Joaquim Alice Não sei da palavra... “ Não sei do termo... Ignoro seu sentido. 143 Conduzo(me) na vida sem para tal atentar... É como se não existisse... É como vedado estivesse pra mim... nesta vida. Quiçá... como castigo, pois, mostras-me ter excedido em práticas de extrema ambição...Tanto assim é que agora meu destino...o reverso da medalha, me é dado viver. E não enxergo... Não vejo... Não entendo. Como cego sem ver... cruzo estes tempos em malabarismos (apócrifos), apenas obtendo aquilo que (muito) desejei. Quando do desejo (já) me livrei... passo a ter tudo. Quando seu significado para mim deixei... atinjo a meta (só).

... do mais profundo de (todos) nósAo desistir da corrida, alcanço a vitória. Quando deixo de lutar, (só) ganho, ao me deixar perder... VIVO (apenas) ao me deixar morrer. Longe... longe, me sinto... do cerne da questão, do centro, ... do interior. Sinto-me folha de outono ... solta de árvore, ... esvoaçando à deriva. Mas, eis que, ou a volta, volto a centrar-me, consigo interiorizar-me, mergulhar no centro... a dentro “144 E, no meio do nada, descortino... tudo (aquilo que vale a pena).

Espaço expandido Joaquim Alice (casa vazia) “ ... qual pele seca... que se solta e fica pr’atrás... 145... sentires dificilmente combináveis e que se excluem: melancolia... coragem... saudade... aventura... terra-de-ninguém... prospecção, mas... que se complementam. ... EQUILÍBRIO da natureza do que é frágil, da certeza do que é seguro,... mantém o vibrar em ressonância-de-tranquilidade ... e o deslumbramento de autoconsciência... Nasceu LIBERTO, ao soltar-me, ... ao deixar fluir, ... ao aceitar... ... ... ... em gratidão. Festival de verão (Os galos) Junto-me a tal festa de bom grado, bebo... inúmeras garrafas... de silêncio. Vejo ninguém... e sinto todos. Vou bebendo... vou servindo bebida sagrada... de silêncio, ... pleno de som.

... do mais profundo de (todos) nósAviões cruzam os céus... à volta... viajam... Pássaros começam a cantar à medida que o céu vai perdendo a escuridão, tão suavemente... e tão silenciosamente... A sinfonia revela-se no seu majestoso e fofo soar. ... é-me permitido mantê-la cá dentro (no meu interior): espalhá-la-ei a toda volta atingindo cada um... no âmago ... e os galos, longe, continuam a conversar. Liberdade ... sirvo taças... ... brindo, ... à vida... Acordo pra mim mesmo. Desperto! Até que enfim! “146

Pontes... Que amo Joaquim Alice Amo... “ Pontes que me lanças... Pontes que se fortalecem... 147 Pontes permanentes no sentido, diferentes nas origens. Pontes... que amo sentir, pois prescindem de tudo... Bastam-se a si mesmas... Apenas SÃO! Pontes... que amo. Os dias de sombra, peso e desalento EXAURIDO de força e ânimo mentais ... cego d’ esperanças ... ... faço-me mudo ... ... arco de palavras ... ... vivo em meu mundo (isolei-me!)Cata-vento de ideias e pensamentos virados pra dentro ... sou, agora, assumidamente ... Julgo ... fazer frente a fado. Julgo ... estar contente, Julgo ... (só) Resta-me .. SORRIR ... E assim, ... sorrio.

... do mais profundo de (todos) nósDescubro-me Através do que não quero... não desejo... não pretendo, descubro-me... Encontro o meu ser... o mais recôndito, o envergonhado, o silencioso, o genuíno... [obrigado!] “No estrondo surdo das vagas. o profundo silêncio do oceano.” “Se não queres ser pobre nem estar só... procura o silêncio, a pureza, a luz, a imensidão, a ordem divina... em ti próprio.” “É pela harmonia que trazes em ti que meço a qualidade do teu SER.” O meu nascer “148 Termina... o dia, nasço eu... Nuvens cor de rosa espraiam-se nos céus, gotículas gigantescas, mas frágeis, ...

desestruturadas, Joaquim Alice movem-se imperceptivelmente, “ navegam de lado... Cantam, ainda, alguns pássaros 149 (dispersos). A Luz do dia... despede-se com suavidade, o ar... em stand-still... É esta a “onda” que melhor opera... o meu nascer. AnoiteceO cinzento do céu apagou a cidadeda paisagem, e, bem assim, ... o mar. Choveu sobre tudoe todo o verde se esconde, molhado. O dia termina... parado. Tudo... tão sossegado! O fim do dia...cobre a paisagem com um manto... E, cada vez menos, luz...

... do mais profundo de (todos) nósValeu a pena Todo o sufoco das dúvidas vividas, o sofrimento, a indecisão, a dor do desatino, o sentir-me dilacerado pelas forças opostas em jogo... Valeu a pena o esforço, a coragem não foi em vão... O caminho penoso percorrido em solidão, o enfrentar do Adamastor, as feridas abertas... a gangrena... Tudo valeu a pena ! Fim do dia o adeus... da luz... ao fim do dia, é gentil... de cores e de silêncios... pontilhados (grilos... rãs...) ... ... ... ... Lentamente, cedendo lugar à escuridão... “ Vai-se... a luz sem dizer adeus...150 Foi.


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