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2019 - Alienistas - Revista Literária

Published by Gardhenia Fujii, 2020-09-08 11:49:56

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A LI ENI STA S p r i m aver a20 19 n ú m er o2 A REV I STA LI TERÁ RI A DO YEA R 9 Carolina Arentz ? Daniel Mendes ? Daria Mykhailenko ? Eduardo Tokarski Enzo Medina ? Gabriel Carelli ? Gabriel Ribeiro ? Gabriel Sousa Giovanna Marques ? Henrique Caffé ? Igor Ferraz ? Ingrid Sproesser Juliana Lopes ? Letícia Miti ? Lucas Torres ? Luis Eduardo Lima Marcella Cabral ? Marcos Freire ? Maria Eduarda Paganini ? Mariana Siqueira Mario Fiorellini ? Natália Marques ? Pedro Alves ? Rafael Resende ? Sylvia Sobreira Maple Bear Theo Paim ? Victor Cardador ? Vinicius Faria ? Wanda Wright Canadian School Brasília ESCOLA CANADENSE DE BRASÍLIA

SOBRE A REV I STA Cartadaeditora A Alienist as é uma revista anual de crítica literária, publicada pela Maple Bear Canadian School - Brasília. A escolha do nome foi feita pelos alunos do Year 9 de 2018 e foi sugerida pela aluna Clarice Pelegrini, que procurou homenagear a obra \"O alienista\" de Machado de Assis. Um alienista é aquele que trata de pessoas que vivem num estado em que se tornaram alheios a si mesmos, em que não são responsáveis plenamente por seus atos. A literatura, como arte, como política, como manifestação cultural de gerações, representa uma tomada iminente de consciência, assim como a perda completa desta. Ao ler, ao escrever, assumimos sensações alheias a nós, assumimos personalidades e traços externos, nos tornamos outro. A literatura é uma forma de enlouquecer e elucidar tudo que se apresenta a nós. E os Alienist as, nossosautores alienistas, tratam dessas ausências de sanidade da literatura, a partir de ensaios críticos que buscam analisar, e observar por outros pontos de vista, grandes exemplares da literatura mundial. Nesta segunda edição, que contém 29 ensaios, alguns poemas e curiosidades científicas, buscamos uma estética diferente, com ilutrações antigas, retomando a ideia do clássico, ainda que alguns ensaios nos transportem a momentos à frente do nosso tempo. Editada pela professora Lara Nogueira, a revista é constituída Colaboraram nest a edição de ensaio comparativos, produzidos pelos alunos do Year 9, a Carolina Arentz, Daniel Mendes, Daria Mykhailenko, Eduardo respeito de diversas obras literárias, além de poemas autorais Tokarski, Enzo Medina, Gabriel Carelli, Gabriel Ribeiro, Gabriel Lima, Giovanna Marques, Henrique Caffé, Igor Ferraz, Ingrid criados pelos próprios alunos. Sproesser. Juliana Lopes, Letícia Miti, Lucas Torres, Luis Eduardo Projet o gráfico Lima, Marcella Cabral, Marcos Freire, Maria Eduarda Paganini, O design se inspira nos ?book reviews? como o New York Mariana Siqueira, Mario Fiorellini, Natália Marques, Pedro Alves, Review of Books, além de revistas literárias brasileiras como a Rafael Resende, Sylvia Sobreira, Theo Paim, Victor Cabral, Vinicius Quatro Cinco Um. As fotos com os alunos são análogicas. Faria, Wanda Wright e Rafael Takaki. Fotografias e imagens retiradas dos acervos públicos do Britsh Coordenação Pedagógica MuseumedoMetropolitan Museumof Art. Irene Chagas e Deborah Villeth Capa Revisão de Text o Readingby Lamplight Lara Nogueira, Deborah Villeth, Irene Chagas, Marcos Barbosa e James McNeill Whistler, 1859 Maxine Geller Direção edit orial e direção de art e: Diagramação 2 Lara Nogueira Lara Nogueira

N EST A As complexidades da mente 04 EDI ÇA O Nietzsche e a moral soberana 05 06 Memórias: na arte e na vida 08 10 A busca pela verdade 12 14 Extraordinário: o futuro das escolas 15 16 Na tua luz, vejamos a luz 17 18 Segunda chance ou anjos reais 19 20 Por trás das obras de Van Gogh e Poe 22 23 É tudo mentira 24 25 Expectativas e realidades 26 27 A indiferença cósmica em H.P. Lovecraft e The good place 28 29 Em busca da felicidade 30 31 A realidade e o extraordinário 32 33 Revoluçãodosbichose as influências do poder 34 35 Capitãesda areia e sua relação com a condição de vida do brasileiro 36 38 A inocência perante o caos 40 48 Obras literárias ou relatos históricos? A infância em guerra O protagonismo da fome Escrituras sagradas X Faroeste caboclo - Uma comparação Tyler the Creator X Machado de Assis Dedicação além-fronteiras Uma charge, uma realidade Edward Mãosde Tesoura, Frankenstein e suas indiferenças Problema de pescadores A presença do feminicídio na literatura A semelhança entre séculos A não-amargura poética O protagonismo em Star warsVII e O senhor dosanéis Text os aut orais (poemas, contos, crônicas) Everyt hing you ever want ed t o know about science 3

A s compl ex i dades da m en t e Letícia Miti N a psicologia behaviorista (ou comportamental), a obra O Alienista, de Machado de Assis, o todas as ações humanas são baseadas em protagonista, Dr. Bacamarte, um psiquiatra aprendizagens e situações vividas ou alienista, cria diversas teorias tentando enquadrar presenciadas, o que significa que não tem como a mente humana em dois tipos: normal e louca. Os haver duas personalidades idênticas, tampouco considerados loucos eram trancados em seu uma definição de padrões para tal. Como exemplo, manicômio, nomeado Casa Verde. Porém, suas pode-se citar gêmeos que vivenciaram os mesmos teorias são continuamente provadas erradas pelo ambientes: escolares, familiares, entre outros. fato de que o alienista subjuga a complexidade da Eles não teriam personalidades iguais por conta mente humana, que, como retratado em várias das características inatas, que é o jeito individual passagens da obra, não pode ser classificada em que cada um tem para lidar com o que acontece ao dois tipos apenas. seu redor. A primeira teoria acaba internando 75% da Com base na análise acima, a obra O população de Itaguaí, o que levanta dúvidas em Alienista pode ser considerada uma introdução à relação à primeira teoria. O alienista, então, libera ideia de que ninguém é igual e que a padronização todos da Casa Verde e reestrutura suas ideias. Se da mente humana é impossível. Afinal, todos se os loucos, que apresentam desvios de expressam de maneira diferente e, muitas vezes, personalidade e picos de humor, não são a isso não acontece de forma lúcida. Perfeição, maioria, então a minoria, regular e plena em suas normalidade e loucura são termos subjetivos, o ações e emoções, deve ter transtornos mentais. que pode ser visto, por exemplo, na terceira e Essa segunda teoria é, também, mais tarde, última teoria d?O Alienista, na qual ele diz que a considerada incorreta, e Dr. Bacamarte solta os personalidade perfeita é a verdadeira loucura e internados mais uma vez. tranca a si mesmo na Casa Verde. O fracasso contínuo do alienista se dá por conta de sua visão rasa em relação à mente humana. Não há como padronizar ou conceituar a normalidade na psicologia. A análise de um paciente é feita de acordo com suas próprias ações e com o que o levou a agir de tal modo, achando um padrão com base em si mesmo, não em um grupo de indivíduos. Afinal, de acordo com 4

Ni etzsch e e a M oral Soberana Luis Eduardo Lima A sociedade, desde o começo dos tempos, Assim, o humano, ao reconhecer sua psique dividida, sendo capaz de decidir suas motivações e aplicou o paradigma de que certos temas não decisões de vida, não sendo escravo de algo maior, mas ele mesmo o próprio algo maior, alcançaria deveriam ser discutidos. Nietzsche é um filósofo um outro estágio existencial: o Super-Homem Nietzscheano, que não é submetido a influências que, em pleno século XIX, critica de forma externas capazes de alterar suas decisões, o que representa um pico na evolução humana e uma complexa religião, moralismo, existencialismo e mudança para uma era melhor. outros temas que estão muito à frente de seu Essa evolução proposta por Nietzsche seria possível caso o ser humano não tivesse essa súbita tempo. Dessa forma, ele foi feito de louco e não vontade e necessidade de dependência, ou até mais. Como ele disse, ?o cristianismo foi até então levado a sério até ser descoberto posteriormente. a maior degradação da humanidade por ter desprezado o corpo?. Isso, para ele, não seria uma novidade, já que, A importância do nascimento de um como dito por ele mesmo: ?O desequilíbrio entre a pensador que contraria os paradigmas sociais e põe na mesa os ideais de bem e mal é imensurável, grandeza de minha tarefa e a pequenez de meus fazendo com que a sociedade passe por uma renovação cultural e uma contradição aos fatos de contemporâneos fica expresso no fato de que não uma era passada. E tudo isso foi liderado pelo discípulo de Dionísio, o anticristo e filósofo moral, me ouviram sequer me viram?. Friedrich Nietzsche. Nietzsche gostava de ser mencionado como o pensador imoral, já que não somente negava as morais impostas anteriormente, mas tentava compor suas próprias. Ele desenvolveu ideias sobre a vida nas quais o ser humano poderia ser considerado como dois, tendo um lado racional e outro passional. Nietzsche criticou amplamente as influências impostas pelo cristianismo, já que estas fariam o humano não se sentir responsável nem digno de trilhar seu próprio rumo e decidir suas ações. Frases como ?... a vontade de deus? ?, para Nietzsche, seriam uma ultraje e podem ser relacionadas às cruzadas ou outros desastres cuja a culpa e motivação é deixada a um propósito maior, fazendo o humano nada a mais que somente um escravo. 5

M emóri as: na arte e na vida Carolina Arentz Em uma cena do filme Waking Life, lançado em 2001, um casal discute sobre o N significado da vida e das memórias. O conceito osso modo de viver vem, há muitos anos, de memória é retratado de maneira diferente influenciando a literatura, o cinema, a música, as nessa cena do filme, já que é apresentada a artes visuais e obras teatrais. Memórias são ideia de estarmos, na verdade, vivendo produzidas pelo viver e, como forma de melhor memór ias: compreender certas atitudes humanas, são constantemente retratadas e revividas pela ETHAN HAW KE ar t e. Eu continuo pensando em algo que O poema As Duas Velhinhas, escrito por você disse. Cecília Meireles, por exemplo, conta a história de duas senhoras discutindo suas lembranças. A JULI E DELPY quinta estrofe do poema mostra as velhinhas relembrando sua infância e falando de como o Algo que eu disse? tempo passa rápido. As memórias de quando crianças influenciaram a vida de ambas, já que ETHAN HAW KE ainda gostam de conversar sobre isso. Também é mencionado no poema que as personagens Sim, sobre como você frequentemente fazem algo muito comum entre crianças: tomam sente que está observando sua vida a chocolate em xicrinhasde porcelana. partir da perspectiva de uma velha prestes a morrer. Você lembra disso? Agora, imagine uma menina lembrando de quando tinha cinco anos e se sentava em sua JULI E DELPY varanda tomando chocolate, fingindo ser uma das velhinhas do poema. Imagine seu afeto pelo Sim. Eu ainda me sinto assim às poema, por ser lido e relido inúmeras vezes em vezes. Como se eu estivesse olhando sua infância. A memória pode influenciar não para a minha vida. Como se minha apenas os pensamentos e sensações sobre vida desperta fossem as memórias certas obras de arte, mas também a confecção dela. de uma obra. O filme Roma, por exemplo, foi inspirado nas memórias que o diretor Alfonso (Trecho de roteiro do filme WakingLife) Cuarón tem da sua infância. Muitos artistas gostam de incluir algo sobre a memória em sua Podendo assumir a forma de imagens, obra, já que ela constitui parte tão importante sensações e emoções, a memória se presta na construção da identidade dos seres perfeitamente como assunto e ferramenta humanos. para a arte e os artistas. Por isso, uma representação da memória pode ser encontrada em várias obras de arte, como o filme Waking Life, o filme Roma e o poema As DuasVelhinhas. 6

As duas velhinhas Cecíl i a M ei rel es Duas velhinhas muito bonitas, Mariana e Marina, estão sentadas na varanda: Marina e Mariana. Elas usam batas de fitas, Mariana e Marina, e penteados de tranças: Marina e Mariana. Tomam chocolate, as velhinhas, Mariana e Marina, em xícaras de porcelana: Marina e Mariana. Uma diz:\"Como a tarde é linda, não é, Marina?\" A outra diz: \"Como as ondas dançam, não é Mariana?\" \"Ontem, eu era pequenina\", diz Marina. Ontem, nós éramos crianças\", diz Mariana. E levam à boca as xicrinhas, Mariana e Marina, as xicrinhas de porcelana: Marina e Mariana. Tomam chocolate, as velhinhas, Mariana e Marina, em xícaras de porcelana: Marina e Mariana. 7

A busca pel a v erdade Mario Fiorellini A verdade dói, a dúvida destrói e a mentira corrói. Tudo isso devido à sociedade que torna o racional irreal. A arte é uma fonte fundamental para representar tanto essas realidades quanto o conhecimento humano. A obra Fahrenheit 451, livro de Ray Bradbury, na qual o mundo é uma completa distopia repleta de opressão, e a famosa pintura de Salvador Dalí, a Persistência da Memória, em que o tempo é relativo, retratam a gravidade dessa situação que eu e você vivemos hoje. Ambas as obras apresentam aos seus interlocutores uma realidade muito presente na atualidade: a limitação do conhecimento e a opressão às diferenças. Em Fahrenheit 451, o conhecimento é algo ilegal, e as pessoas não têm acesso à cultura e à verdade. Todos vivem na mentira e em limites criados pela própria sociedade, sendo assim, são poucos aqueles que buscam a verdade e evolução, e muitos que sofrem com discriminação e opressão. Na pintura de Dalí, foram representados vários elementos do mundo e do dia a dia, como o tempo e a liberdade, através de relógios se derretendo pelo espaço. Por meio disso, essa tela propõe a valorização da fantasia, do inconsciente e da loucura, ou seja, demonstra o acesso livre ao conhecimento, à formação de um ?mundo paralelo? e ao pensamento verdadeiro. As duas criações artísticas elaboram críticas ao mesmo tópico, porém usam realidades opostas. Uma delas transforma a Terra em um caos, em um mundo onde o conhecimento é proibido. Já a outra obra incita uma grande 8

liberdade na criação. Uma simples citação de Frida Kahlo resume essa comparação: ?Pensaram que eu era surrealista, masnunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade.? Nunca é perda de tempo quando se aprende algo. Com essa frase, podemos unir tanto os assuntos similares como os distintos entre as duas composições: Fahrenheit 451, com a discriminação, veracidade e restrição (distopia), e a Persistência da Memória com o tempo, o racionalismo e a liberdade. No livro de Ray Bradbury, o protagonista, Guy Montag, por meio de um efêmero convívio com a personagem Clarisse, a mais oprimida e discriminada na sociedade, por simplesmente ver a verdade e o tempo passar de maneira diferente, começou a refletir sobre os padrões da sociedade e se o que fazia era o melhor a ser feito. Consequentemente, é nesse cenário de controvérsias, onde bombeiros queimam o ?conhecimento? e ?limpam? a comunidade, que se instaura uma crise ideológica/exist encial. De modo semelhante, os relógios de Salvador Dalí apresentam uma ideia distorcida do tempo, das horas, dos minutos e dos segundos por estarem derretendo. Além disso, por meio do relógio repleto de formigas, o pintor retrata a putrefação da arte e do conhecimento devido aos diversos limites impostos (racionalismo). No decorrer do texto, podemos observar o quão diferente e semelhante as obras são. Apesar de reunirem abordagens contrastantes, conseguimos ter uma reflexão não apenas da realidade presente nas obras como também do mundo real, da sociedade e do nosso cotidiano, ou seja, nos identificamos com cada uma delas, tanto Fahrenheit 451 como a Persistência da Memória. Por meio dessas comparações, posso entender que nunca devemos deixar nosso presente ser levado por um passado sem futuro. 9

Ex traordi nári o: o futuro das escol as Lucas Torres O maior problema das escolas ao redor do mundo, hoje em dia, é, sem sombra de dúvidas, o bullying e outras práticas semelhantes. Esse problema ocorre todos os dias, mas poucas medidas são tomadas para dar-lhe um fim. Apesar de esse tema ser muito mencionado dentro de escolas, gostaria de abordar como a obra de R. J. Palácio retrata o bullying de forma perfeita, refletindo muito a sociedade. Em O Extraordinário, August sofre de uma doença genética que faz com que seu rosto tenha uma aparência peculiar, motivo pelo qual o menino é alvo do bullying. Mas esse personagem possui uma personalidade muito interessante, o que é demonstrado, por exemplo, pelo fato de o Dia das Bruxas ser seu feriado favorito. A explicação para isso é que todos usam máscaras e, quando ele usa uma fantasia, ninguém o reconhece, o que possibilita um dia sem sofrimento, um dia de tranquilidade. ?Eu gostaria que todos os dias fossem Halloween. Poderíamos ficar mascarados o tempo todo. Então andaríamos por aí e conheceríamos as pessoas antes de saber como elas são sem máscara.? Citação do livro O Extraordinário Essa metáfora das máscaras pode ser interpretada de outras formas, e uma delas está relacionada aos valentões que praticam bullying contra inocentes. Essas pessoas põem uma espécie de máscara social para esconder suas 10

fragilidades emocionais e chamar atenção, o que é um problema atual nas escolas. De acordo com especialistas do CEATS ? Centrode EmpreendedorismoSocial e Administraçãoem Terceiro Setor ? a violência é causada pela impaciência, intolerância e agressão. ?Dentro da sala de aula, esse comportamento, quando é replicado, é ?um respaldo do que a criança vive\" diz Vanda Cronemberger, que também explica que ?a responsabilidade dos pais é grande. Quando visitamos ou recebemos algumas famílias, notamos que dentro de casa falta educação, respeito e atenção. A criança é o reflexo disso. O comportamento dos filhos depende dos paise da sociedade?. \"Carregamos conosco, como seres humanos, não apenas a capacidade de ser gentil, mas a opção pela gentileza.\" Citação do livro ?Extraordinário? Esse livro, se conectado com que foi dito anteriormente, fica ainda mais interessante e reflete muito bem a realidade nas escolas. O livro mostra os efeitos e consequências do bullying, que acabam sendo imensuráveis e péssimos e causados pela falta de carinho dado pelos pais para as crianças dentro de casa. Concluindo, o livro é uma obra-prima que retrata o bullyingda melhor forma. 11

I N LUM I NE TUO V I DEBI M US LUM EN Na tua l uz, v ej amos a l uz Gabriel Carelli Certa vez, dois indivíduos estavam em uma sala escura; um deles tinha uma vela acesa, o outro não. Aquele que tinha a vela acesa compartilhou sua chama com o outro, acendendo a outra vela. Nisso, a luz da segunda vela se juntou com a da primeira, e o local ficou menos escuro e um indivíduo pode ver a face do outro. Conhecimento leva à lucidez, e lucidez leva à liberdade. No entanto, o que alguém pensa sobre algo pode ser falso, e é possível que este se torne escravo da mentira. A partir do momento que alguém compartilha seus pensamentos com outro, existe uma troca de informação e ambos os indivíduos passam a conhecer. Essa é a explicação do parágrafo anterior, o sentido da parábola anterior. Agora, permitam-me mudar totalmente de assunto. A série Os Heróis do Olimpo, escrita por Rick Riordan, resumidamente retrata, de forma interessante e engraçada, como seria a vida de semideuses adolescentes (gregos e romanos) no século XXI. No mundo criado por Riordan, um conflito constante se faz presente entre os adolescentes gregos e os romanos. Esse atrito é extremo de tal forma, que os semideuses se olham como arqui-inimigos mortais, sendo extremamente intolerantes uns com os outros. Todavia, mesmo com tal ódio por seus opostos, a série conta a história de um grupo que é composto por ambos romanos e gregos, sem nenhuma discórdia entre os membros. Esse fator torna os semideuses integrantes mais sábios e poderosos que os de fora do grupo. No final, não mudei de assunto completamente, apenas troquei o foco. Inicialmente, foi dito que quando alguém compartilha sua sabedoria, vários indivíduos passam a ter mais conhecimento. Posteriormente, disse também sobre o fato de inimigos se juntarem por motivos específicos e consequentemente se tornarem mais fortes, pois compartilharam seus poderes. Esta situação fala sobre poder; aquela, sobre conhecimento, mas? Quem disse que ambos não são a mesma coisa? No final, conhecimento é poder. 12

Agora penso e analiso como, no mundo de hoje, ninguém compartilha totalmente seus pensamentos com os outros, até porque, normalmente, ora esse alguém tem sua mente complet ament e fechada e simplesmente ignora a opinião alheia, ora acredita em algo sem nem questionar ou pesquisar os fatos que poderiam identificar se a informação é falsa ou não. Isso é uma falha na sociedade atual. As pessoas são facilmente manipuladas a serem leigas, a sempre analisarem apenas um lado da moeda. Mesmo com a internet em nossas mãos, as pessoas acabam sendo intolerantes para com seus opositores. Isso afunda uma população e a leva à ignorância. Bem, infelizmente, acabo não analisando tanto as duas obras fantásticas, Os Heróis do Olimpo, por Rick Riordan, e a parábola sobre as velas do conhecimento. No entanto, espero ter esclarecido o problema presente na atualidade, aquele que se chama falta de comunicação. Doutrinas, ideologias, e outros meios que podem ser utilizados para a manipulação, acabam tornando pessoas inocentes em vítimas da ignorância. Por fim, as duas obras mencionadas acima são exatamente sobre isso, sobre a troca de informações, sobre a comunicação e sobre a lucidez que isso traz a um indivíduo, a um povo, a uma sociedade. 13

SEGUNDA CHA NCE OU A NJOS REA I S Daria Mykhailenko Dar uma segunda chance a uma pessoa que possui muitos problemas parecidos. Nem sempre a maneira como solucionamos essas dificuldades é a fez um mal parece absurdo. O outro lado da moeda melhor ou a única possível. Aqui, entra a questão da pode ser bem diferente do que imaginamos. O importância da leitura nas nossas vidas, pois poder do convencimento faz o papel principal. É sempre podemos adquirir algo dos livros que nos uma arte e, se você for bom o suficiente, pode até tocaram profundamente. Cada um de nós poderia convencer as pessoas de que um ladrão pode ser um anjo para outra pessoa, poderia cuidar de desenvolver uma instituição a caminho da falência um coração como seu próprio ou salvar uma vida. usando suas ideias belas, absurdas e talvez até r evolucionár ias. ?O que você sabe sobre osanjos??, disse Lorde Vetinari a Moist, que, por sua vez, respondeu que ?Agora, vamos falar sobre anjos? ? eles eram pessoas com asas brancas reluzentes que ajudavam as outras em situações difíceis. Vetinari Anjos? Criaturas teoricamente dóceis, com respondeu que pessoas mortais também podem ser exceção ao caso do Lorde Vetinari, de Going Postal, anjos, proporcionando uma segunda chance ao romance escrito por Terry Pratchett. O governador, outro. Depois dessa conversa, o ladrão se homem frio, inteligente e calculista, coloca um converteu em um trabalhador dedicado. No nosso ladrão, Moist Von Lipwig, para administrar o correio mundo, também podemos fazer isso, ajudar as da cidade de Ankh Morpork. Com a sua criatividade pessoas a voltarem para o caminho certo, e pensamento fora da caixa, Moist cria uma nova fornecendo um trabalho que possa interessar o imagem para si e para o correio, o que aumenta a indivíduo a desenvolver novas habilidades. sua popularidade e a qualidade do serviço, eliminando todos os possíveis concorrentes. Mas Para concluir, diria que, com um não é só o correio que muda? Moist também muda pensamento aberto, poderíamos mudar o mundo e, agora, é um trabalhador honesto, criativo, para melhor e descobrir coisas novas. responsável e, além do mais, uma das pessoas de confiança de Vetinari. Nosso mundo precisa de mais anjos. A nossa realidade é claramente muito 14 diferente do mundo criado por Terry Pratchett, mas

POR TRÁ S DA S OBRA S P DE V A N GOGH E POEarece louco e improvável pensar nas Maria Eduarda Paganini semelhanças entre os contos de Edgar Allan Poe e a obra A Noite Estrelada, de Vincent Van Gogh, mas a analogia é sensacional e profunda. tons de preto, azul e amarelo. Talvez fosse Além disso, os autores apresentam exatamente desse jeito que Gogh enxergava o características em comum: ambas as obras são mundo, o que é muito similar com o ponto de mais obscuras, têm um lado misterioso e os vista do narrador de O Gato Preto, de Edgar sentimentos dos autores expostos Allan Poe. O narrador aparenta ser meio indir et ament e. embriagado e até um pouco psicopata, Van Gogh tinha diversos problemas tomando atitudes loucas ou violentas, como as consigo mesmo, dentre eles ansiedade, de pessoas que têm alto nível de álcool no tontura (que lhe causava distorção de sangue. imagem), psicopatia, depressão e até O background da vida de ambos se enxaqueca com aura. Sua obra A Noite assemelha em muitos pontos. Eram muito Estrelada apresenta traços ondulados e uma solitários e tinham crises de ansiedade, e isto paleta de cores mais escura, que varia entre era descontado de várias formas: Van Gogh tinha enxaqueca com aura e ingeria tinta amarela para ?aumentar seu nível de felicidade?, por isso que alguns relacionam esse fato com a grande presença de tons amarelados em suas obras (até em A Noite Estrelada, que tem uma paleta de cores mais fria). Já Poe, indiretamente jogava seus sentimentos e sua forma de ver o mundo em seus contos macabros. Creio que Edgar Allan Poe refletia muito sobre morte em suas obras, pois perdeu seus pais quando era muito novo e virou órfão, ou seja, ele não recebia quase nenhum apoio, assim como Van Gogh, que não tinha nenhum incentivo da família, principalmente de seu ir mão. Nunca havia parado para pensar em tais comparações e me surpreendi muito. Acho belíssimas e extremamente profundas as obras de Edgar e Gogh, que apresentam muitas semelhanças em suas trajetórias de vida e, hoje em dia, são artistas renomados e exemplos para muitas gerações. 15

É tudo menti ra 16 Marcella Cabral Em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, George Orwell escreveu a obra chamada A Revolução dos Bichos, que retratava e criticava, de forma metafórica, a União Soviética e as ações do ditador Stalin. O livro mostra como diferentes tipos de governo e o excessivo desejo do poder geram um governo aut or it ár io. George Orwell teve muita dificuldade para publicar seu livro, pois as ideias não eram aceitas naquela época. A história trazia um novo ponto de vista sobre o governo Soviético. A analogia feita por ele era considerada muito ofensiva por relacionar Stalin com os porcos de uma fazenda. O livro além de tudo mostrava como o governo fazia para ?controlar? a população em seus discursos, como no seguinte trecho: ?Fechai os ouvidos quando vos disserem que o Homem e os animais têm interesses comuns, que a prosperidade de um é a prosperidade dos outros. É tudo mentira.? ou como tudo começou ?Enfrentemos a realidade: nossa vida é miserável, trabalhosa e curta. Nascemos, recebemos o mínimo de alimento necessário para continuar respirando e os que podem trabalhar são forçados a fazê-lo até a última parcela de suas forças.? Durante a Segunda Guerra Mundial a Inglaterra não adotou nenhuma censura porém, a população tinha o medo de discordar do governo, fato esse que criou autocensura, medo de se expressar abertamente. A publicação de seu livro se tornou ainda mais difícil, pois poucas seriam as editoras que teriam a coragem de sujar seu nome publicando obras consideradas ameaçadoras ao governo da época. Apesar de tudo, hoje, temos acesso a esse livro, considerado de extrema importância, pois, mesmo sendo antigo, trata de aspectos de hoje em dia, como o controle social, populismo e exploração da mão de obra.

Ex pectati v as e Real i dades N a nossa sociedade, todo indivíduo é Eduardo Tokarski único e tem seus próprios sonhos e objetivos, e para isso todos lutam e lutam duro. Muitas vezes ?recomeço? para compor uma nova família, esse investimento requer tanto sacrifício que mantendo seu passado em segredo. uma pessoa pode se sentir cansada, deprimida, Estabelecer metas e objetivos é parte derrotada e até vítima de insanidade. No mangá essencial da vida, para manter uma espécie de Hideout, escrito por Masasumi Kakizaki, essa evolução. O ser humano racional tem a situação é muito bem retratada. tendência de desenvolver metas para A obra conta a história de Seiichi encontrar um sentido em sua vida, Kirishima um escritor e pai de família que diferenciando-o da maioria de outros animais trabalha intensamente para sustentar seu filho e que vivem pautados pelos instintos. Apesar de sua mulher, que é dona de casa. Em um dia qualquer possível planejamento, esses planos rotineiro, algo horrível acontece: seu filho, não necessariamente seguem uma acidentalmente, morre, e isso fragmenta linearidade, e isso pode até desconstruí-los e completamente seu laço com sua família. mudar o comportamento de um indivíduo que Futuramente, o protagonista planeja uma viagem possui expectativas. de férias com sua mulher para tentar um Neste mangá, o protagonista mostra ?recomeço?, porém tudo dá errado de forma uma certa inconsistência nessas metas bastante macabra e sangrenta. traçadas, e não se pode confiar muito na Na história, um tema muito recorrente é o perspectiva deste personagem que está da família. Seiichi Kirishima tem apenas um tomado por um profundo luto, manifesto no objetivo: montar uma família saudável e feliz para desespero por uma família estruturada. Após a o resto da vida. Ele batalha por isso, trabalhando morte de seu filho, tudo muda tão intensamente, procurando editoras para publicar bruscamente em pouquíssimo tempo que seus projetos, porém falha miseravelmente. Seiichi decide matar sua mulher, algo que vai Após a morte de seu filho, a sociedade totalmente contra seus planos iniciais. No final (inclusive sua mulher e seus sogros) começa a da história, o protagonista se torna um enxergá-lo como um criminoso responsável pelo completo monstro, abandonado em uma que seria um homicídio de seu filho, e isso o deixa caverna solitária e grotesca. Ele falhou em sua literalmente louco, tanto que sua suposta viagem missão no passado, porém continua tentando de férias é na verdade parte de um plano de achar alguém para fazê-lo companhia em seu assassinar sua mulher e assim ter um verdadeiro novo lar. 17

A I ndi f erença Cósmi ca em H.P. Lov ecraf t e Th e Good Pl ace Victor Cabral Você pensaria que as obras de terror do autor Pode-se ver que os dois trabalham a inconsequência humana em maior escala, ainda que americano dos anos 30, H.P. Lovecraft, e a renomada de modos diferentes. As obras de Lovecraft vêem a série de comédia iniciada em 2016, The Good Place, Terra e, por consequência, a humanidade como uma não teriam muito em comum, mas você está errado. coisa minúscula, inconsequente, o que faz as forças Enquanto, à primeira vista, essas obras não maiores indiferentes à sua existência. Enquanto apresentam similaridade alguma, os seus temas as isso, The Good Place enxerga os humanos como parte unem de uma maneira que aumenta o entendimento de um sistema contínuo, mantido por criaturas que desses trabalhos. Mas se você não conhece essas se preocupam mais em manter esse sistema do que obras, aqui está uma visão geral dos aspectos com o propósito desse sistema: determinar a importantes dos dois trabalhos. moralidade humana. Howard Phillips Lovecraft, nascido em 1890, O porquê de essas e muito mais histórias foi um prolífico autor de, principalmente, obras de falarem de o quanto que o universo não liga para terror. As suas histórias vão de antigas criaturas nós, principalmente como um elemento de terror, cósmicas a perigosas civilizações perdidas. Mas, provavelmente tem algo a ver com um certo medo hoje, iremos falar sobre um tema em comum em primal que existe em todos: o medo da toda sua literatura: a indiferença cósmica. Presente insignificância, de não serem especiais e, no final do em obras como O Chamado de Cthulhu, A Sombra dia, de serem inconsequentes. Desse ponto de vista, Fora do Tempo e várias outras, o tema é encarnado o tópico de indiferença em uma escala cósmica é por criaturas cósmicas que são como deuses para a usado melhor em The Good Place, que, enquanto não pequena e inconsequente humanidade, que não é tão claro em seu uso do tema, toca melhor nesse consegue compreender os propósitos dessas medo primal ao se relacionar com uma coisa comum cr iat ur as. no dia a dia humano: a burocracia. O outro lado na nossa comparação será The Em conclusão, a indiferença cósmica como Good Place, uma série cômica, onde a protagonista tema pode ser interpretada de diversas maneiras, acidentalmente é enviada ao paraíso após sua algumas mais óbvias, outras mais abstratas. morte, mesmo sendo uma ?pessoa ruim?. Dentro de Contudo, sempre será um assunto com grande seus vários temas, a série menciona ética, filosofia e ressonância na humanidade. Nos contos de muito mais; além disso, no universo de The Good Lovecraft, este tema fica claro, enquanto The Good Place, a pós-vida é controlada por uma burocracia Place explora-o por uma lente distintivamente que determina o destino das almas humanas de um moderna. No final do dia, os dois têm seu mérito e jeito frio e calculado. inspiram novas obras de arte na nossa pequena, inconsequente e extraordinária Terra. 18

Em busca da f el i ci dade T Natália Marques odos passam por dificuldades, poucas ou muitas. Todos choram por pequenos ou grandes motivos. Todos passam por uma batalha interior e pessoal, e muitos não sabem pelo o que o outro passa. A sociedade impõe várias coisas em um indivíduo, que precisa lidar com problemas de aceitação, medos, questionamentos existenciais, ansiedade, entre outros. Esses tópicos são trabalhados de formas diversas, principalmente pela literatura, e os livros As Vantagens de ser invisível e Propósitopara ser quemsomos, não são exceções. O livro AsVantagensde ser invisível conta a história de Charlie, um adolescente doce, altruísta, inocente e muito inteligente, mas, acima de tudo, verdadeiramente puro. Ele permanece fiel a si e às pessoas a sua volta, sem ver maldade onde tantos vêem. Porém, o personagem bebe, fuma, mas seu coração é essencialmente puro. Ele sempre foi incompreendido, já que pensa diferentemente da maioria das pessoas. Sua vida é marcada por traumas, tais como o suicídio de seu amigo, a morte de sua tia, e suas questões existenciais. O adolescente procua viver um dia de cada vez, um tanto preso em sua própria mente, e precisa descobrir quem é e a que lugar pertence. Já a obra Propósito para ser quem somos é uma espécie de guia para encontrar uma razão, um motivo para estar aqui, uma missão para esta vida. Também oferece lições para a evolução pessoal e uma discussão sobre o próprio ser. Em ambas as obras, são feitas e abordadas reflexões sobre nossas vidas, nosso cotidiano, sobre quem somos, e nosso propósito, também nos ajuda a entender mais sobre o mundo. As obras fazem com que as pessoas entendam, ao menos um pouco, seus problemas e até mesmo os dos outros. Elas transmitem paz, amor, segurança, empatia e até mesmo esperança de que todos conseguem superar suas lutas e merecem a chance de ser feliz, não pelo outro, mas por eles mesmos. 19

A real i dade e o ex traordi nári o Daniel Mendes E stranho. Quando falo essa palavra, o que vem em sua mente? Algo fora do comum, diferente? É uma palavra muito interessante usada para retratar algo desconhecido por nós, porque o estranho pode ser a realidade de outra pessoa, assim como nosso normal pode ser estranho para alguém. Isso é estranho para a gente, mas normal para eles. Que estranho, não? O contato com o ?estranho?sempre nos faz sentir algo: às vezes, curiosidade, nojo ou até medo. O problema não são as sensações que vêm junto ao conhecer o estranho, mas sim como agimos perante a ele. O modo como muitas pessoas reagem, ao ver algo que julgam estranho, é apontando as diferenças entre o que se vê e o que seria considerado normal. Esse tipo de reação é retratado no livro O Extraordinário. August Pullman, ou apenas Auggie, sofre de uma rara doença inata, e que lhe causa graves deformidades faciais. Durante sua vida, foi submetido a várias cirurgias em busca de ?consertar? seu rosto, entretanto, apesar de tudo que foi feito, o rosto de Auggie continuava longe de ser considerado ?normal?. No livro, Auggie diz: ?Não vou descrever minha aparência. Não importa o que você esteja pensando, porque provavelmente é pior.? Por conta de seu rosto deformado, Auggie é constante alvo de olhares estranhos e exclusões. Olhares julgadores que determinam quem August deve ser somente por sua aparência. Olhares que são capazes de perceber apenas ?defeitos? em Auggie, que é apenas uma criança, que nem teve culpa de ser como é. O julgamento por parte das pessoas as impede de olhar além das aparências e perceber que, apesar de diferente por fora, August é completamente ?normal? por dentro: mais um ser humano, com todas suas complexidades e subjetividades. 20

O livro me fez refletir sobre o quanto ele é parecido com a realidade do nosso mundo. O preconceito sempre esteve presente entre nós, e é uma das poucas coisas que nunca, realmente, mudaram. Com o passar do tempo, nós, seres humanos, alcançamos diversos avanços tecnológicos, medicinais, entre outros, que nos proporcionaram uma melhor condição de vida. Criamos a internet, o principal meio de comunicação de hoje, e aparelhos que facilitam a vida diária, bem como confortos para nossa vida, enfim, avançamos como seres humanos. O preconceito, porém, tem uma história diferente a contar. O preconceito por algo/alguém é gerado, principalmente, pela falta de conhecimento, pela ignorância. As pessoas julgam o ?estranho?. Antigamente, havia o preconceito extremo porque ninguém sabia a causa de uma deformidade, por exemplo. Então, criavam mitos para o que não tinha explicação lógica até então, o que gerava preconceito. Porém, com os avanços tecnológicos, isso já não deveria ser um problema. Graças ao amplo acesso à internet, qualquer conhecimento ou notícia está na palma de nossas mãos. Não é possível negar que existem campanhas, atos e leis contra qualquer tipo de preconceito, mas esse tipo de avanço nunca é tratado com tanto interesse quanto o lançamento de um novo iPhone, por exemplo. É tratado como se tivesse no fundo da lista de prioridades de mudanças necessárias. É tão normal pessoas julgarem o que é diferente que o preconceito já se tornou algo comum, quase aceitável. Avanços para acabar com o preconceito não estão acompanhando o nível de avanços tecnológicos. O preconceito nunca mudou realmente, basta ligar a televisão em um canal noticiário e muitos casos de xenofobia, por exemplo, serão tratados. Ocorrem, no momento em que você está lendo isso, diversos casos de preconceito extremo. Há não muito tempo, queimaram até a morte um indígena apenas por ser um indígena. O preconceito de 50 anos atrás não é tão diferente do que existe hoje. Pessoas ainda perdem oportunidades e sofrem violação apenas pela sua cor de pele. Refugiados, buscando sobrevivência, não são aceitos em vários países, ou não são acolhidos pela sociedade. O preconceito é algo que levará tempo para mudar completamente, mas deve ser tratado com urgência. Com a qualidade que vivemos hoje, o preconceito, que é inaceitável, já deveria ser tratado como inaceitável. 21

Rev ol ução dos Bi ch os e as i nf l uênci as do p od er Enzo Stancioli O livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell, gerou muitas controvérsias, no passado, durante o período de guerras, por propor reflexões através de metáforas. Uma dessas controvérsias, pode ser debatida por análise da influência do poder nas ações humanas presentes na ficção e na realidade. Durante o livro, os animais da fazenda estão insatisfeitos com os humanos comandando tudo, ou seja, querem se tornar independentes deles. Assim, organizam uma revolução ? bem-sucedida ? e os porcos assumem o comando na fazenda, pois eram os mais inteligentes. A grande ironia da obra é que os porcos acabam se tornando iguais aos humanos devido ao fato de não saberem lidar com o poder, ou, no caso, serem consumidos e corrompidos por esse poder. Michel Foucault, filósofo francês, fala que ?o poder é uma prática social constituída historicamente. São formas díspares, heterogêneas e em constante transformação.?. Ele também afirma que ?o poder está por toda parte e provoca ações e uma relação flutuante, não estando em uma instituição nem em ninguém?, o que explica muito a controversa que George Orwell descreve ao longo do livro, pois como foi dito por Foucault que o poder influencia e provoca ações e isso levou os porcos a ficarem iguais aos humanos que tanto criticavam. Devido ao que é relatado no livro e às frases de Foucault, o poder não está no rei, no presidente, em uma pessoa, mas nas relações sociais existentes, sendo ações sobre ações. Por isso, excesso de poder pode acabar não sendo saudável quando não controlado da forma correta. 22

Capi tães da A rei a e sua rel ação com a condição de vida do brasi l ei ro Gabriel Ribeiro H oje em dia, há muitos livros de autores nacionais que retratam as condições de vida brasileira. Uma dessas obras é Capitães da Areia, de Jorge Amado, que retrata uma dessas realidades, mostrando a história de meninos que moravam em um trapiche na cidade de Salvador. O romance é dividido em três partes, que são subdivididas em capítulos longos e curtos. Sua relação com essas realidades é bastante visível. Com o decorrer da história, os personagens vivem em condições precárias, vivendo do furto. Muitos brasileiros vivem assim, dependentes do do furto para sustentar sua família, vagabundeando pelas ruas. O trecho a seguir, traz uma reflexão sobre essa realidade: ?Que culpa eles têm? Roubam para comer porque todos estes ricos que têm para botar fora, para dar para as igrejas, não se lembram que existem crianças com fome.? A obra Capitães da Areia, escrita por Jorge Amado, como eu pude observar, tem uma forte ligação com as reais condições dos habitantes de Salvador naquela época e também atualmente. Creio que a visão de Jorge Amado foi muito realista quando tentou formar a história com objetivo de mostrar por meio de sua obra a real condição da maioria dos brasileiros. 23

A i nocênci a 24 perante o caos Giovanna Marques O Menino do Pijama Listrado, escrito por John Boyne, retrata um garoto de oito anos, morador de Berlim, na época da Segunda Guerra Mundial. Ele sai de sua cidade para morar ao lado de um campo de concentração, onde seu pai acabara de se tornar comandante. Infeliz e solitário, Bruno vaga fora de sua casa e conhece Shmuel, um menino judeu de sua idade, que se torna seu amigo. Bruno não sabe muito sobre a profissão de seu pai dentro do campo de concentração, e não imaginava que estava vivendo na época do holocausto. Dessa forma, apoia muito seu pai e admira seu trabalho. A inocência de Bruno, que nada conseguiu destruir, o fazia pensar sobre os ?fazendeiros?, sobre seus ?pijamas listrados?, até se perguntava como seria se ele tivesse um par desses pijamas, para poder visitar seu amigo sem que percebessem. Mesmo com toda a pressão sobre os judeus, Bruno não via mal algum em seu amigo, e a cerca elétrica nunca impediu que se aproximassem mais e mais. Bruno, que sempre tinha comida e roupa em casa, nunca deixava seu amigo passar fome, sempre levando comida a ele depois de suas refeições. Diferente de Bruno, sua irmã seguia um pensamento contra judeus, mas, ainda assim, ele nunca se convenceu disso e não conseguia ver mal nenhum neles. E uma frase de seu tutor fez com que o menino acreditasse mais ainda que havia algo errado na forma como os ?fazendeiros? estavam sendo tratados, pois dizia que, se ele encontrasse um ?judeu bom?, ele seria o melhor explorador do mundo. Pensar a literatura, ainda que ficção, como forma de registro histórico é extremamente importante, e isso fica claro ao analisarmos a vida e inocência de Bruno, esse personagem que vivia inserido dentro de um contexto que não compreendia, ainda que percebesse suas inconsistências e falhas.

Obras l i terári as ou rel atos h i stóri cos? Vinicius Farias A mbas as obras literárias Cinderela Chinesa e O diário de Anne Frank podem ser observadas através de uma lente história, visto que funcionam como registros históricos. A primeira obra citada se passa em um período autoritarista histórico na China e a segunda, com intuito de escrever o livro para mostrar a perspectiva de civis durante a 2° Guerra Mundial, mostra o cenário do Holocausto. A autobiografia Cinderela Chinesa retrata a vida de Adeline Yen Mah, a qual teve sua infância corroída após a morte de sua mãe. No decorrer da história, seu pai se envolve com uma mulher, que logo se tornou a madrasta de Adeline e não a tratava muito bem. Os maus tratos se tornam incontestáveis durante a leitura, e tudo isso se passa em uma época em que a China abrigava guerras e revoluções, transmitidas nas agonizantes 176 páginas do livro. O livro, além de trazer os dilemas diários de Adeline, retrata, como pano de fundo, todas essas questões históricas, sociais e políticas. Já no caso de Anne Frank, por mais que não pareça, a jovem fora influenciada por uma transmissão de rádio que incentivava os civis a documentarem eventos ligados á guerra. Essa composição possui muitas marcas e registros históricos de um dos momentos mais horrorosos que o mundo já pr ot agonizou. Sendo assim, Cinderela Chinesa e O diário de Anne Frank mostram perspectivas incomuns, genuínas e únicas, referentes aos períodos nos quais se estabelecem. Podemos concluir que são livros essenciais ao conhecimento, não apenas pelo seu enredo, mas pelo conteúdo histórico, pelos testemunhos, que podem ser utilizados para pesquisa. 25

A i nf ânci a em guerra A infância de muitas crianças se faz em realidades Pedro Alves difíceis e trágicas, às vezes com perdas e frustrações, e elas se esse, procurando pensar situações que parecem apenas ficção; procurando vêem obrigadas a lidar com esse tipo de situação ainda proporcionar reflexão. Se não fosse por ela, o tema das dificuldades das crianças crianças. Algumas delas, que vivem em países onde a guerra faz em realidades de guerra talvez não seria abordado neste texto. Todos nós temos parte do dia a dia, não chegam a conhecer a vida fora desta, que refletir sobre a situação dessas crianças, que abdicam tudo de suas vidas além de perderem a infância em busca de sobrevivência, para sobreviver. Nós não conhecemos a vida na guerra, e essas crianças não vivendo como refugiados, fugindo para obter uma qualidade de conhecem o que há fora dela. Elas deveriam viver uma infância digna. vida melhor. Mohamed, um menino afegão, de Fernando Vaz, conta a vida de um menino, Mohamed, que vive no Afeganistão, país no centro da África, onde a guerra era a grande inimiga da população. Ao longo da história, Mohamed perde sua mãe, na destruição de sua casa por uma bomba. Além disso, seu pai desaparece em busca de produtos, numa cidade na fronteira do Afeganistão com o Paquistão, chamada Peshawar, com objetivo de vendê-los em sua cidade e sustentar sua família. Com isso, Mohamed e seu burro Jahad enfrentam todas as dificuldades de guerra, caminhando dia e noite sem parar, buscando por e seu pai em uma jornada longa e difícil. Caminharam de sua cidade até Peshawar, constituindo uma história de superação e dificuldade. Muitas crianças de hoje em dia vivem em realidades semelhantes a de Mohamed, tendo que enfrentar todas as dificuldades da guerra, abdicando de sua infância para lutar contra as perdas, tristezas, dificuldades e outras consequências que a guerra traz a civis, que fazem o que podem para conseguir uma qualidade de vida melhor. Essa situação é muito comum em países do Oriente Médio, como a Síria, onde, há vários anos, ocorre uma guerra civil. Muitas crianças sofrem com perdas de seus pais, seus amigos, sua moradia. Muitos jornais, hoje em dia, retratam a jornada dos refugiados e, nessas matérias, podemos observar que, em busca de uma vida digna, não são aceitas em outros países, e, às vezes, acabam morrendo. A literatura retrata alguns temas muito delicados, como 26

O protagoni smo da fome Theo Paim A obra VidasSecas, de Graciliano Ramos, relata a vida de uma família que vive no nordeste do Brasil, e enfrentam inúmeras dificuldades por consequência da seca e da fome ? o que, não apenas no livro, mas no mundo inteiro, é uma triste realidade. O livro retrata a fome de tal forma, que pode ser interpretada como uma personagem, pois está sempre presente na história, sempre junto à família, como se estivesse caminhando ao seu lado. A seca, na em VidasSecas, é um dos motivos da fome da família nordestina. A família foge de sua morada antiga por conta da seca e tenta ?matar?a fome de diversas formas. Como pode ser visto no trecho abaixo: ?Cinco sombras caminhavam naquele leito seco. Percorriam um calvário como Jesus, açoitados pela fome, pela miséria. Coisa séria. (...) Cansados arriaram-se, Nada para comer. Nada não. O papagaio que fazia parte da comitiva teve o seu fim.? Depois de décadas, a fome continua sendo um problema complicado e difícil de resolver no mundo inteiro, ainda hoje não solucionado. Várias pessoas morrem de fome todos os anos, principalmente as que não têm acesso à uma vida digna. ?A fome faz o homem procurar caminhos nunca andados. O que importa! Ele vai por aí sem saber para aonde. Sabe de onde veio, mas não sabe para aonde vai. O que importa? Ele vai por aí! Todos os caminhos o levam para lugar nenhum. Ele sabe que é macho. Cabra da peste e que vive no agreste, mas é um nordestino sem destino. Seu destino é enfrentar a seca terrível do sertão.? No livro Vidas Secas, percebe-se que a fome aumenta no Nordeste com a seca, e isto é uma referência à nossa realidade, pois nós temos os mesmos problemas presentes no livro. Cerca de 5,2 milhões de pessoas passam fome no Brasil, de acordo com o relatório de 2018 da ONU para a Alimentação e a Agricultura. Para a maior parte do Nordeste, esse problema é difícil e talvez leve anos para resolver. 27

ESCRI TURA S X FA ROESTE SA GRA DA S CA BOCLO UM A COM PA RA ÇÃ O Henrique Caffé Por mais que não sejam consideradas arte, as Escrituras Sagradas Cristãs servem como inspiração para muitos artistas ao criarem suas obras. As composições de Renato Russo não são uma exceção. Faroeste Caboclo apresenta algumas diferenças, mas muitas semelhanças, com as Escrituras Sagradas, assim como as ações de Jesus Cristo e João de Santo Cr ist o. Desde o começo da música, no verso ?Não tinha medo tal João de Santo Cristo? ?, é perceptível a intenção de Renato Russo de que a letra se Outra semelhança é a profissão do pai de remetesse à história do ?filho de Deus?. Mas Renato Cristo, carpinteiro. Na música, quando João chega em parece construir o personagem diferentemente de Brasília, decide ?cortar madeira, aprendiz de carpinteiro?. como era e agia Jesus de Nazaré. Quando aparece na música ?um senhor de alta classe A principal diferença entre a música e as com dinheiro na mão?oferecendo o dinheiro para Santo EscriturasSagradasé o tipo de vida que João de Santo Cristo, a atitude é comparável à passagem Mateus Cristo leva, principalmente na sua infância. As partes 4,1-11, quando Jesus foi tentado pelo Diabo, mas ?era o terror da cercania onde morava??e ?um tiro de disse que ?vai-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor soldado, o pai morreu??mostram que João de Santo teu Deusadorarása ele e sóa ele prestarásculto. Comisso Cristo levava uma infância dura e conturbada; por o Diabo deixou-o.? Não suficiente, ambos são outro lado, Jesus Cristo era um menino comportado ?crucificados?ao final de suas vidas. e obedecedor de seus pais, com uma infância com Com isso, podemos concluir que, apesar de poucas conturbações. Já João de Santo Cristo ?... ia muitas pessoas acharem que a música é uma paródia pra Igreja sópra roubar odinheiroda caixinha doaltar??. de textos bíblicos, podemos afirmar que é uma As diferenças não são muitas, mas as paráfrase, pois nem tudo está sendo tirado das semelhanças são sim. Parece que Renato Russo tem passagens bíblicas. Os pontos de intertextualidade são mesmo a intenção de comparar a música com as marcados em episódios como: arrependimento, Escrituras Sagradas. Na parte da música ?de tanto pecado, tentação, hipocrisia, traição e redenção. brincar de médico, aos doze era professor??, podemos Temos que lembrar também que, apesar de religiões, estabelecer uma relação com quando Jesus tinha 12 as Escrituras Sagradas serviram e servem como anos, já pregava e ?todos o ouviam e o admiravam? inspiração para muitos artistas. (Lucas 2:47). 28

Tyl er th e creator X M achado de A ssi s T Rafael Resende yler the creator e Machado de Assis são pessoas além de seu tempo. Assim como Tyler exibe, em sua discografia, personagens complexos, o mesmo fez Machado de Assis em seus livros. No álbum Wolf, Tyler mostra, pela primeira vez, os personagens Wolf e Samuel, que lutam pelo amor de uma mesma garota,dessa maneira a luta traz perplexidade. No livro MemóriasPóstumasde BrásCubas, o protagonista, após sua morte, retoma as memórias de sua vida, o que faz com que o leitor fique intrigado com a história, que parte do ponto de vista de um morto revisitando o passado. Já na dedicatória de seu livro, a personagem faz referência à sua própria morte: ?Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas.? E, em outro trecho, reflete sobre sua condição de defunto-autor, ao mencionar que ?a grande vantagemda morte(é), que, senãodeixa boca para rir, tambémnãodeixa olhospara chorar?. Mas como eles realmente se colocam? Tanto Wolf como Brás experienciam a morte, ainda que Wolf não tenha passado por uma morte real. Tyler the creator é um gênio e seu trabalho é profundo e muito inteligente. Machado de Assis também é considerado um gênio pelos críticos, tanto nacionais quanto internacionais, pois, por meio de seus personagens, não exibe somente problemas atuais da sociedade, mas também insere suas ideias pessoais, e Tyler faz o mesmo durante o album. Ambos também têm ideias revolucionárias durante seus trabalhos, como mensagens criptografadas e mensagens subliminares para relatar sobre a própria vida do artista, o que, no caso de Machado, é alcançado através de sua refinada ironia. Tyler e Machado também podem ser desprezados no início de uma leitura/escuta de música, pois nem sempre agradam de primeira. Entretanto, no fundo, são dois grandes artistas que são muito diferentes, mas não deixam a desejar, seja pelo ritmo das músicas de um, seja pelo conteúdo dos livros de out r o. 29

Dedi cação al ém-f rontei ras É certamente observada, nas Marcos Freire biografias dos atletas Gustavo Kuerten (mais recurso também foi utilizado pelo biógrafo de Guga (apelido de Gustavo Kuerten desde sua conhecido como Guga, o melhor tenista brasileiro infância), que utiliza os relatos de dificuldades de dinheiro e problemas familiares, com o da história) e Novak Djokovic (atual número um mesmo fim. Um exemplo colocado é a situação com seu irmão mais novo, que tinha uma doença do mundo neste esporte), uma extraordinária psicológica seríssima. Sua família gastava muito dinheiro com tratamentos e remédios dedicação ao esporte. Contudo, além da caríssimos, o que fez com que Guga não recebesse apoio ?suficiente?? para pagar seus dedicação, esforço e foco mostrados em ambas as treinos, viagens e competições. O biógrafo também utilizou cartas que Guga escreveu para biografias, o que mais elas têm em comum? sua mãe para escrever sua biografia, tudo isso para mostrar sua dedicação, seu esforço, sua Mas antes de comparar as duas, é determinação e sua força de vontade. importante lembrar que uma biografia é um gênero textual que conta a história e trajetória de Podemos concluir que uma biografia uma pessoa muito importante, ou que fez muito nada mais é do que um estudo de vida, fatos sucesso, usando entrevistas, pesquisas, reais sendo ficcionados em um livro, uma documentos, cartas, entre outros. Ou seja, grande história de vida, uma grande história de podemos dizer que uma biografia ?ficciona??uma superação. Tudo isso em um simples livro, como história real em um livro para focar em assuntos se uma coisa tão grande coubesse em uma coisa específicos, como finanças e economia, assim tão pequena! O registro de uma vida, como como é visto nas biografias dos bilionários, ou forma de inspiração, é a importância desse tipo simplesmente conta uma história de superação. de literatura. Sorte é apelido, o verdadeiro sobrenome do sucesso se chama dedicação! Na biografia do Djokovic, por exemplo, nota-se que o biógrafo utiliza as dificuldades da 30 vida de Nole (apelido dos fãs para o Djokovic) - para mostrar sua dedicação, seu esforço, sua determinação e sua força de vontade, por exemplo: ele treinava dentro de uma piscina vazia coberta com uma lona com bombas caindo em territórios perto de sua casa, mas, mesmo assim, permaneceu sempre muito dedicado -. Esse

U ma charge pode ser definida como Uma ch arge, uma obra irônica que normalmente uma real i dade apresenta um tema atual, uma obra que pode, várias vezes, dividir opiniões, mas que Igor Ferraz sempre tenta mostrar a realidade. O cartunista Arionauro produziu uma charge Entretanto, não é estranho que algo com propósito falando, de forma cômica (para chamar mais de ajudar se torne um problema pela atenção), sobre problemas majoritários no irresponsabilidade e descuido de muitos. mundo hoje em dia: educação, saúde e poluição. Já os outros dois problemas, emprego e educação, ao meu ver, são os que mais afetam a Na charge, o único problema população hoje em dia. Hoje, sem educação e visivelmente retratado é a poluição que está emprego, você não consegue fazer muita coisa, e o presente no ambiente; já os outros preconceito é grande. Assim, antes de falar problemas estão presentes em forma de qualquer coisa, procure saber da situação. Vai que manifestação, como visto em \"mais saúde\", você ofende alguém! \"mais educação\". Uma observação acerca dessa charge é que esses problemas Com tudo que vimos no decorrer do texto, majoritários já são tão comuns dentro da podemos concluir que essa charge de Arionauro sociedade que são retratados apenas como retrata bem a sociedade atual. um protesto. Dentre esses problemas, como já citado, o único visível é um dos mais preocupantes para a sociedade. A poluição é a principal causa do aquecimento global e mata cerca de sete milhões de pessoas por ano. Com certeza devemos nos preocupar com isso e, com cada um fazendo sua parte, a situação pode melhorar. A saúde também está na charge, mas em forma de protesto em prol de sua melhora. Muitos não têm acesso à saúde, por isso, ela se torna um problema. 31

EDWA RD M Ã OS DE TESOURA , FRA NK ENSTEI N E SUA S I NDI FERENÇA S Ingrid Sproesser Frankenstein, foi muito diferente. Os humanos da história foram tomados pelo medo da Tudo que nós humanos não entendemos, criatura, que, naquela época, morava no celeiro de uns camponeses. temos a tendência de ter medo, como é relatado na história de Edward, em Edward Mãos de O outro ponto similar são os criadores, Tesoura, um filme de Tim Burton e Caroline pois os dois usaram objetos inanimados para Thompson, que relata o caso de um criador que criar vida, entretanto, as criaturas não estão tentou transformar uma máquina em um ser somente vivas, também aprenderam a sentir, humano. No dia em que finalmente iria finalizar como no caso da criatura Frankenstein, que seu projeto, com ausência somente das mãos, o aprendeu as sensações ao morar no celeiro dos criador falece. camponeses citados anteriormente. Já Edward desenvolveu sentimentos com seu inventor, Um romance que se assemelha a essa que lia livros de poesia e piadas e ensinava temática é Frankenstein, que relata a história de como ele deveria reagir. Victor Frankenstein, um estudante de Ciências Naturais que criou um monstro em seu Concluo que, mesmo que os enredos labor at ór io. sejam muito distintos e uma das histórias seja mais voltada para terror e ficção científica (e a As narrativas se parecem bastante em outra para fantasia e ficção), as duas narrativas dois pontos principais: o preconceito vivido têm suas semelhanças. pelos protagonistas e o uso de objetos inanimados, como partes de corpos mortos e 32 máquinas, para criar algo parecido com um ser humano com sentimentos e sensações. Como dito anteriormente, as personagens sofreram e passaram por preconceitos muito similares, como o modo que a população lidou com suas ?chegadas?. Com Edward, o preconceito se provou somente uma impressão errada, pois logo descobriram suas habilidades; contudo, com o monstro de

Probl ema de pescadores O velho e o mar foi um livro publicado em Gabriel Lima 1952 pelo autor norte-americano Ernest A dificuldade em conseguir peixes, a Hemingway. O livro trata sobre a vida de um velho incerteza, é uma realidade que pescadores pescador, mostra suas dificuldades e desafios e suas enfrentam, pois não pescam ou pescam peixes formas de conviver com tais problemas. Esta magros e não saudáveis e, às vezes, conseguem realidade, vivida pelo protagonista, é também uns que são bons para venda. observada no dia a dia de vários pescadores br asileir os. Depender de uma atividade tão incerta, e com tantos obstáculos, é retratado por Em certas épocas do ano, os peixes migram, Hemingway, às vezes pela realidade dessa aumentando a dificuldade dos pescadores para profissão, às vezes por metáforas que podem conseguirem suas mercadorias, atrapalhando a vida ser transcritas em quase todas as situações da financeira e consequentemente a qualidade de vida vida. deles. Tal fato pode ser observado no livro de Hemingway, ao retratar a dificuldade em enfrentar ?Cada dia é um novo dia. Émelhor ter sorte. o mar: Mas eu prefiro fazer as coisas sempre bem. Então, quando a sorte chegar, estarei preparado.?Com tal ?O mar é generoso e belo. Mas pode trecho citado, é possível perceber que, na tornar-se tão cruel e tão rapidamente, que maioria das vezes, o azar predomina, mesmo aves assim, que voam mergulhando no dando o melhor de si para que tudo dê certo. mar e caçando com as suas fracas e tristes vozes, são demasiado frágeis para enfrentá-lo.? Outro fato retratado no livro, bastante comum e frequente, é a concorrência entre os próprios pescadores para conseguir uma área boa para a pesca, pois existem certas áreas em que a circulação de peixes é consideravelmente maior. O ofício de um pescador, por vezes não observado ou retratado na cultura popular, constitui essa série de desafios. Em um trecho do livro, o narrador observa: ?Havia oitenta e quatro dias que não apanhava nenhum peixe?. 33

A presença do f emi ni cídi o na l i teratura A Juliana Lopes música Domingo no Parque, de Gilberto Gil, e o livro Eu sou Malala retratam situações similares, ainda que de pontos de vista e realidades distintas. Ambas apresentam homens que agridem mulheres simplesmente por não concordarem com suas decisões de vida. A composição de Gilberto Gil retrata uma cena de feminicídio: Juliana e seu amigo, João, estão dançando juntos no parque em uma tarde de domingo. José, outro personagem que tem sentimentos por Juliana, vê a cena e a interpreta de outra maneira, então, com uma faca, ele a assassina. A segunda obra é um livro que conta a história de Malala, uma menina que mora no Paquistão e é proibida de estudar por ser mulher. Seu pai é um professor e consegue acesso a uma escola para sua filha. Um dia, no caminho para sua aula, Malala leva um tiro na cabeça, vindo de um homem que não era a favor de seus estudos. Hoje, Malala permanece viva e compartilha sua experiência com o mundo. Quando ouvimos sua história, pensamos em uma realidade muito distante. No entanto, este cenário ocorre em diversos lugares, como visto na música anteriormente citada. No dia 23 de agosto de 2019, no DF, uma jovem de vinte e seis anos desapareceu e três dias depois foi encontrada morta. Suspeito: um homem de quarenta e um anos com o qual a moça foi vista em um carro no dia do desaparecimento. Agora não mais suspeito. A perícia informou que o corpo apresentava sinais de agressão. Este havia sido o décimo sétimo caso de feminicídio no DF, até então. Como podemos ver, esse cenário é muito comum em nossa 34 sociedade. Milhares de mulheres são agredidas todos os dias. Através da arte, vários escritores, pintores e músicos denunciam tais ações, numa tentativa de pensar o absurdo, e de conscientizar a população. As obras Domingo no Parque e Eu sou Malala são de extrema importância para darem visibilidade ao tópico.

A SEM ELHA NÇA ENTRE A arte, a literatura e a cultura em geral SÉCULOS mudaram radicalmente desde os séculos Wanda Wright passados até hoje. Porém, podemos perceber Na música Mrs. Potato Head, a protagonista ganha de seu namorado que a sociedade não mudou tanto assim procedimentos estéticos severos. Ela obviamente não queria passar por tudo quando comparamos a história de uma obra isso, porém, cega de amor, aceita tais ?pr esent es?. literária do século XIX e uma música do século \"Oh Mr. Potato Head tell me XXI, e vemos que uma situação permanece a How did you afford her surgery? Do you swear you'll stay forever mesma. Even if her face don't stay together\" A obra O Retrato Oval, de Edgar Allan Poe, e a música Mrs. Potato Head, de Melanie Trecho de \"Mrs. Potato Head\" Martinez, têm, como protagonista, personagens femininas vítimas de sua própria história. Ambas as mulheres têm suas vidas afetadas permanentemente por decisões irresponsáveis de seus namorados. Como foi dito anteriormente, a Dito isso, podemos confirmar situação entre as duas vítimas é muito que a mente da sociedade permanece semelhante. Um outro exemplo disso é que, em muito semelhante ao decorrer dos O Retrato Oval, a protagonista, depois de um séculos. Ambas as mulheres receberam tempo, não quer mais ser modelo para seu escolhas que mudariam a vida delas namorado que a pintava um retrato. Ainda para sempre, mas se sentiram na assim, cega de amor, continua. Eventualmente, obrigação de aceitar, como se recusar após dias posando para a pintura, sua vida é não fosse uma opção. sugada de si e transferida à pintura. \"No entanto, ela era humilde e \"Então, a pincelada foi dada e o tom obediente, e posou submissa por aplicado, e, por um momento, o pintor se deteve muitas semanas na escura e alta extasiado diante da obra em que trabalhara. câmara do torreão, onde a luz Porém, em seguida, enquanto ainda a caía somente do teto sobre a contemplava, ficou trêmulo, muito pálido e pálida tela.\" espantado, exclamando em voz alta: ?I sto é de fato a própria Vida!?. Voltou-se Trecho de \"O retrato Oval\" repentinamente para olhar a amada: ? Estava morta!\" Trecho de \"O retrato Oval\" 35

A NÃ O-A M A RGURA POÉTI CA Sylvia Sobreira O poema Foi escrito por Medo, do poeta A obra Foi escrito por Medo aborda Leandro Andrade, conhecido na internet sentimentos e pontos da vida de um como @_poisZé, traz uma reflexão acerca do perdedor, mas, falando a verdade, somos medo causado por várias tentativas que, todos perdedores em alguns aspectos. Alguns infelizmente, não deram certo em sua vida. compartilham suas histórias, outros não. Nos Este tema pode ser comparado a duas dois filmes, é abordado o tema \"passado\" e frases da Disney, uma delas está no filme Rei como o jeito de lidar com ele pode mudar o Leão e outra em Kung Fu Panda, que é um dos resto da sua história. Tudo se trata do ponto famosos provérbios chineses: de vista, e a frase do Kung Fu Panda explica que o presente é literalmente um presente \"Sim, o passado pode machucar, que iremos abrir quando deixarmos todo o você pode aprender com ele ou fugir nosso passado passar. dele\" Sendo assim, as três obras tratam de Rafiki, personagem de Rei Leão assuntos complicados e tentam esclarecer sentimentos e reduzir a chamada \"dor \"O presente é uma dádiva, por isso psicológica\". Todos merecem a atenção e a é chamado de presente\". reflexão, já que são formas de se expressar tão únicas e ricas em diferentes aspectos. Oogway, personagem de KungFu Panda 36 Qualquer pessoa, quando lê um poema ou vê um filme que traz a ideia de viver e a dificuldade da nossa jornada, compara tudo que já lhe favoreceu e desfavoreceu. Isso torna a obra uma análise pessoal, já que o medo é algo muito presente no dia a dia de t odos.

Foi escrito por medo, deLeandro Andrade Foi por medodecair Quenãocaminhou Pensounocoraçãojámachucado E nãoamou Foi por medodainfelicidade Quenãomudou Nãosabiaparaqueladocaminhava Entãoparou Foi por medodeperder novamente Quedessaveznãojogou E assim Tambémnãoganhou Sóamargouacerteza Dequefoi por medo Quenuncadescobriu Doqueeracapaz 37

O PROTA GONI SM O EM ?STA R WA RS V I I - O DESPERTA R DA FORÇA ? E ? O SENHOR DOS A NÉI S? Mariana Siqueira ele está relacionado com como tal pureza pode ser corrompida (o anel transforma até mesmo as Q pessoas mais inocentes em possessivas e egoístas), uem é fã ou já assistiu à série Star Wars já que nenhum ser é completamente bom ou ruim. provavelmente notou que os filmes começaram a Por isso, o herói, esse personagem tão importante, mudar no que diz respeito à qualidade: os pode ser resumido em uma palavra: perspectiva. Na primeiros filmes pareciam ser muito mais únicos e verdade, não existe o bom e o mau, o herói e o vilão. marcantes. Mas e se, na realidade, não é o Cada personagem é o herói da sua própria história. universo de Star Wars que está mudando, ou os São as adversidades pelas quais esse personagem filmes que estão deixando de ser especiais, mas passa e como ele lida com elas que provoca seu sim os seus personagens? crescimento e transformação em herói. Para entender como os personagens (ou, Enquanto, em O Senhor dosAnéis, Frodo tem, mais importante, um personagem) afetam a a princípio, dificuldades em seu caminho e precisa narrativa, é interessante analisar outra série de desenvolver qualidades para atravessá-lo, no filmes bastante popular: O Senhor dos Anéis, sétimo filme da saga Star Wars, a protagonista Rey é baseada nos livros de J.R.R. Tolkien. boa em tudo que faz (mesmo que em nenhum Diferentemente dos spin-offs de Star Wars, O momento do filme seja dito o porquê). Não possui Senhor dos Anéis é um exemplo perfeito de como falhas ou fraquezas (ela vive perfeitamente bem utilizar a profundidade e complexidade dos solitária e nunca perde uma batalha, mesmo contra personagens para construir uma narrativa. inimigos maiores e mais fortes), e o universo atende a todos os seus desejos, mesmo que ela não tenha Construir uma história baseada na trabalhado para que isso aconteça. mudança que um ou mais personagens (principalmente o protagonista) podem provocar Exemplos desse comportamento são em suas vidas, ou nas de outros por meio de sua encontrados nas cenas em que Rey passava por um aventura, é um elemento que, se for utilizado de bar e acaba encontrando um sabre de luz que forma correta, torna a narrativa muito mais ?coincidentemente?pertence a Luke Skywalker. Ou original e completa. Apesar da presença desse seja, não foi preciso nenhum tipo de luta física ou recurso em Star Wars - O Despertar da Força, seu emocional para conseguir essa arma tão efeito não foi bem produzido em razão da falta de importante, assim como nenhum esforço ou profundidade dos personagens, o que causou um crescimento para usar (ou melhor, dominar) a força. desenvolvimento fraco e plano. 38 Por exemplo, o antagonismo em O Senhor dos Anéis não ocorre apenas entre o bem e o mal,

É possível argument ar que Rey seja Ao final dos livros O Senhor dos Anéis, o excepcionalment e t alent osa, e por isso t enha prot agonist a provoca mudanças posit ivas em facilidade. Isso é verdade, porém o t alent o é seu mundo e nas pessoas que o acompanharam apenas isso: pot encial, apt idão. Sem t reino, em sua jornada. Em O Despertar da Força, não essa facilidade não é nada. Por isso, o fat o de vemos essa complexidade. A conclusão da Rey ser mest re em algo que nunca aprendeu, hist ória é prat icament e igual à do filme O não faz sent ido. Em out ras palavras, ela t em um Retorno do Jedi: após os heróis, ou a Resist ência t alent o que ela nunca desenvolveu, mas que (grupo que lut a cont ra uma força do mal mesmo assim domina. Além disso, out ros Jedi represent ada por um ant agonist a principal e com o ?dom?, como Anakin (que aprendeu com seus capangas), lut arem e derrot arem o vilão, rapidez e facilidade a dominar a força) só eles dest róem sua base e volt am para casa .O at ingiram t al nível de habilidade at ravés de cresciment o dos personagens é, no que diz anos de esforço, t reino e dedicação. respeit o a qualidades emocionais, muit o superficial: como eles sempre foram corajosos, Out ros defenderiam que as incríveis o que t eve que mudar foi o ?grau de ?habilidades? (ou, como deveriam ser dificuldade? dos desafios enfrent ados (mesmo chamadas, super-poderes, já que são nós já sabendo quem irá vencê-los), o que superiores a qualquer capacidade nat ural) de t ecnicament e aument a a ?demanda? por Rey se devem a uma explicação bem simples: coragem. ela absorveu t oda a Força de Kylo Ren quando ele t ent ou cont rolá-la ment alment e. Como? O único personagem que complet a seu Ninguém sabe. Exist em várias t eorias a arco é Han Solo, que se reencont ra com sua respeit o disso, mas nada é concret o. A minha ant iga amada pela últ ima vez ant es de morrer t eoria é de que os criadores foram lut ando cont ra o seu próprio filho. Os out ros, ext remament e preguiçosos ao criar uma incluindo os prot agonist as, vão provavelment e personagem t ão import ant e para o filme, e se desenvolver nos out ros filmes, já que é ut ilizaram esse ?mist ério? para just ificar a prolongando a série ao máximo que os invencibilidade de Rey. Alguns podem ver essa produt ores ganham dinheiro. O problema ?vant agem?como uma caract eríst ica que t orna disso, é que os primeiros filmes serão a prot agonist a mais fort e, ou uma heroína relat ivament e ruins, pois dependerão apenas modelo. Porém, na realidade, isso a t orna uma na ação em si, e não no significado delas para a personagem previsível e, port ant o, const rução dos personagens. desint eressant e. Sua jornada acaba sendo sem import ância e sem sent ido, já que não há Acredit o que o filme Star Wars - O mot ivações para iniciá-la (pois não há qualidades para serem desenvolvidas) e, logo, Despertar da Força seja bast ant e nost álgico por para t erminá-la. ret omar os personagens dos primeiros episódios. Ent ret ant o, como exist em novos prot agonist as, a narrat iva deveria t er focado mais em sua jornada e suas adversidades, ao invés de t ent ar conect á-las de qualquer jeit o aos ant igos personagens. Dessa forma, creio que o spin-off seria mais do que uma sequência nost álgica: um filme original. 39

poemas, Empatia, porNatáliaMarques Secolocar no lugar do outro, sentir o queo outro sente; Sereconhecer com o caos, ador, o sofrimento; Saber ouvir ecompreender; Dificuldades, problemas, sentimentostão difíceisdeesconder. Tratar o outro com carinho, amor, cuidado Mesmo quepor atitudessimples, ambossão recompensados Empatiaésinonimo degentileza Fazer obem, nãoimportaaquem. Fanático,por SylviaSobreira sou um louco teimoso amante rigoroso amador maisconhecido como psicopata algunsmechamam deencantador eu mato emagoo almas quenuncaachei quefossem leves atéjátentei roubá-las masaúnicaalmaqueeu queria era a mi nha de vol ta 40

Saudades, porNatáliaMarques preta, Saudadeéseapegar ao passado por MariaEduardaPaganini Recusar um presentequenosmachuca Énão querer enxergar o futuro preta tua pel e morena me i l umi na escura, brilhacom aluz do sol Saudadeésolidão acompanhada Junto aum sentimento queaindanão sefoi refletecomo auroranosmeusolhos Quetalvez nuncairá. pretacadaandar seu ganhaum sorriso meu cadasorriso seu aceleraum batimento meu pretasuarespiração émeu aconchego não sei viver sem seu sossego preta, pretona, pretinha o céu táali prateenfeitar com seu olhar prameencantar ..., por LuísEduardoLima 41 Um poemasem Motivo, eagoraJoséo'quefaria o PoemaemLinhaRetalevaàTabacaria SeIncensofossemúsicajáestariamuito acima Do Teurisoquefez-senascer aRosadeHiroxima Depouco em pouco Nãohávagasem Istambul Deiteno chão olhepro céu Vejao glorioso Pássaroazul Drummond Elegia1938 evocêconfortável em seu domicílio Do meu PoemaSujo, faz-seaCançãodoseuExílio A profundezadaViaLácteaacontrastedeumaTristeBahia Sendo aInvençãodeOrfeu, aloucuradeIsmália Omúsico naruacom seu Violõesquechoram Deixadosabandonadoseimundos Engrenagensquefazem funcionar agrande MáquinadoMundo

ofogoda vida, por MarioFiorellini A vidapodeser umaonda Tem seusaltosebaixos. A alegriachegasutil Enquanto atristezateatacaquando menosseespera. A vidaéacompletainocência Semprelutando contraindecência. El a é dura. Por isso tebateerebatecom maldade Tudo praimpor ahumildade Nossavida, então, écomo um simplespoema Repl eta de ri mas e ansei os Com tensão eaceitação, Eatémesmo perdão inveja,por PedroAlves A invejafaz partedo humano mesmo sabendo quefaz mal continuam praticando criticam efalam mal daspessoas por coisasquequerem esão boas muitasvezesfalam mal pelascostas deum amigo queconseguetirar boasnotas masarealidadeéqueisso éainveja eémuito comum espero quepreparado esteja Milharesdepessoaspraticam isso sem saber do granderisco pessoaspodem levar amal eacabar baixando asuamoral Seja consci ente e pare de prati car eensinepessoasanão criticar isso éruim enão pode cuidado queainvejapodetelevar amorte 42

Diferença, Dores, por Daniel Mendes por DariaMykhailenko Diferença Tem muitostiposdedores Umapalavratão simples Umassão deterrores, Porém tão complexaedelicada Outras- deprofundosamores A diferença Algumaspessoas, defato Impossível deseentender Produzem elasem ato Asvezesencorajada Asvezescondenada Enquanto outrasfogem pro mato Muitaspessoasdasdoresfugindo ?Menino, vocêcrescerá E fará a diferença nomundo!? Vão feridasnovasabrindo ?Poistodosfazemdessejeitofilho! Enelassesubmergindo Nãotentefazer diferente!? Asdoressão coisascomuns Etodaspassam, masuns- Lembram delasprasempre. Afinal adiferençaéruim ou boa? Écomo todosdizem: Somostodosiguais, Eaindaassim diferentes. Vocêprefeririaum mundo em quetudo fosseigual: Sem vida, chato emonótono Ou um mundo com diferenças Com infinitaspossibilidades Asdiferençaséo queconstrói nossasociedade Sem elasnósnão evoluiríamos Começacom umaideiaqueéconsideradaloucaeforadarealidade Paraalgo querevolucionao modo quevivemos Nem todadiferençafeitaéboa Mas cada uma é parte de uma grande quebra-cabeça Com umapeçafaltando Não estaremosondeestaríamosseeleestivessecompleto. 43

por Rafael Resende \"Trein\", eh umacoisaque\"cê\" tem, elapodeestar em qualquer espaço, ou podeser um objeto do além, Mas\"uai\", dondeesse\"trein\" todo sai? arreda pá l á, ejápó para, São gíriasdo \"jeitin\" maisgostoso, o \"jeitim\" mineiro ecaloroso, para você que nunca ouvi u, Cêbesta, Coitadocê, Agorasenuncaexperimentou um pão dequeijin, não sabe queaquelesaborzin, éo melhor detodo o mundin, maspraacabar, prometepramim, respeitao jeitin mineirin. Agente,por Sylvia Sobreira Existeum espaço muito grandeentreagente A genteésó Eacompanhado A genteétriste Masmuito feliz A gentepensaqueédeferro Usando o escudo dainfelicidade Bipolaridade Algunschamam deloucura Outroschamam dedoençaa Outros de manei ra de agi r Infelizmenteaspessoasesquecem Quetodostêm queser tratados Como ?gente? No fim dascontas A genteéaindagente 44

Sentimentoestranho,por Daria Mykhailenko Sentimento estranho Seeu fosseeu, Meu mundo jáseriaseu. Olhosdaalma, Setivessecoragem, Seriacomo aspessoasqueagem. por DariaMykhailenko Aspalavrasferem Ol hos da Al ma Aspessoasàsquaissereferem Sinto quecaio Aspalavrascuram Em seusbraçosdesmaio Aspessoasàsquaissejuram Suarespiração seencurta Tediriatudo quequisesse, Oqueaconteceu comigo pergunta Masmeu objetivo não éesse. Seusolhosmarrons Tedariatudo quetivesse, Semisturam atodosossons Masmeu querer não éesse. Suasmãosmeseguram, firmes Com vocêsou umarefém Tudo como nosfilmes Do sentimento quenão posso viver sem Osentimento quemeenche Sem vocêsou umafigura Surgerápido ejunto tepreenche Triste, cheiadeamargura. Estão ali juntos, meu corpo desmaiado Eo seu olhar preocupado Mi nha al ma Ao contrário dasua, conservavatodaacalma Levantei Perguntei Tudo explicado Batimento cardíaco acelerado Seusolhosmeacolhem Realidade, Pedacinho por pedacinho dagramamerecolhem Ao encontrar osmeusseencolhem por JoãoHenriquedeCamargo(Y6) São o coração Todasasmenteshumanas Edemonstram todaaemoção Quevagam nosconfinsdo pensamento São o espelho Seiludindo parabuscar aquelesentimento Eo único conselho. Entendem queapenasestão agindo maquiavelicamentecom o subconsciente Jáqueatéaquelesentimento, agrandeliberdade, Não serálivrenamentehumanacom suapluridimensionalidade Enquanto nesseser, possivelmentehouver A noção darealidade. 45

shewasyoung,por CarolinaArentz Clock, Shewasyoung, por DariaMykhailenko Shecouldn?t understand anythingbut howshefelt, Sometimesnot even that. Tic Tac Tic Tac Mechanical heart Shewasyoung, Tic Tac Tic Tac Shethought sheknewtheworld insideand out Beatsin thedark Oh, but sheknewso little. Tic Tac Tic Tac A tired dog?sbark Shewasyoung, Tic Tac Tic Tac But shenowunderstood sheknewnothing, A lakeand aduck Not even herself. Tic Tac Tic Tac Shewasyoung, Only onequack So youngthat shewasold, Tic Tac Tic Tac Her eyesfinally opened, Wish you good luck And sherealized her present isher past. Tic Tac Tic Tac Her veinsburned, Insideof aclock I?m stuck And her legswerestuck. Tic Tac Tic Tac? Shewasyoung, Youngand old, Old and young, Shewaseverything? And nothing. mensageiracelestial, por Gabriel Carelli 46

Imperfection, porDariaMykhailenko If I had wings, I could hear howthesky bird sings Her song Could bemy song Her notes Could bemy words Her wings Could bemy rings Her world Could bemy sword To cut away my chains, To freeagain my veins To break down theglass To changethesilky dress To beawarrior by chance To step in thelife?sagitated dance To beaperfect Imperfection. Eyes, por DariaMykhailenko Hisbrown eyes Werehazel, golden My heart wasuntil then broken Minegreen, hisbrown Had both ayellowcrown And together wefell down. 47

EETSVVOCEEIKERRNNYWCOTEAHWINNATGBEODYUOTU BUT WERE A FRA I D TO A SK Inter disciplinar y Pr oject: Scientific Cur iosities by Year 9 students and Mr. Mar cos Bar bosa 48

THE LUNA R M YSTERY Eduardo TOK A RSK I & Gabri el LI M A The space is a very mysterious and Recently, the German scientist enigmatic place. If we are not even sure Hakan Kayal decided to revive those about our own solar system, known as studies of the phenomenon and innovate our home and neighborhood, imagine with new technologies for the study of the how little is the knowledge we have moon in general. He is developing the about the rest of the cosmos! Picture prototype of a \"new affordable system\" yourself in a situation where you are an that brings together two telescope tubes astrology enthusiast. In a beautiful night with two cameras connected to two other you build your telescope to observe the computers with an artificial intelligence moon and take notes, when suddenly you engine, which learns over time to notice tiny sparks of light on its surface, differentiate the mysterious bursts of as if they were micro explosions. light in the moon from other things in the Wouldn?t you be surprised? That?s what world land, like birds and airplanes. The we?re talking about today. project is still under development and is open for third party contribution. The moon, which is relatively close to us, still has its mysteries, and that?s This subject may seem simple and why there are scientists from around the the phenomenon inoffensive, but all this world trying to unravel them. One of can be related to the origin of the Moon, them is the transient lunar phenomenon, and consequently about the origin of which boils down to unpredictable beams Earth, one of the most important puzzles of light of varying duration, ranging from on the scientific field. Another detail is seconds to hours. The most accepted that recently there has been a ?race for explanations for this phenomenon by the the moon?, mainly because we have plans scientific community are: meteorite of leaving astronauts living there. impacts, gases, vapors, and electrostatic Knowing more about this phenomenon discharges. The first confirmed can help in the question of safety of these observation of such an event was in 1958 individuals. In conclusion, I say this is not a by a Russian astronomer. joke. 49

PA RA BA I LA R ESTO ÉS UNA BOM BA M arcos FREI RE, Raf ael TA K A K I & Gabri el CA RELLI . Did you know the percentage of people who destructive than Hiroshima?s. This bomb is so are afraid of speaking in public is bigger than the one ridiculous in terms of size and weight that it is who are afraid to die? This is because they don?t necessary to have an atomic bomb (an auxiliary one) to know the Tsar Bomba. What do you fear? What begin the process of fusion (which is the junction of intimidates you? two atoms in one, that creates such energy release). This means that inside the Tsar Bomba there is Well, five years ago, an article was published another atomic bomb. about the greatest atomic bomb ever detonated, the Tsar Bomba. The bomb was detonated in 1961, in an The Tsar Bomba was tested by the USSR during island that once belonged to the Soviet Union, and the Cold War as a form of intimidation to the U.S.A., its nowadays is Russian territory. For you to have an opponent potency for at that time, to be used for both idea, the height of the mushroom after the explosion one?s own defense and to threaten. Also, in that period was approximately 60 km, with a 35 km in diameter. there was a scientific race, for example, the first rocket The bomb was detonated 4 km above ground to arrive at the moon. surface, and the heat of the explosion was felt 100 km away from mark zero, possibly causing third Now, friends, with the facts given, the degree burns. consequences are missing. Firstly, let?s talk about the estimated number of deaths if the bomb was This bomb, differently from the ones from detonated in a big city like São Paulo, for example. Hiroshima and Nagasaki, is thermonuclear, which Well, the number of fatalities in case this happens is means it is caused by a nuclear fusion, more potent about 9,042,630 deaths, and approximately 6,122,460 method of generating energy. With this, the Tsar people injured. Low number, don?t you think? Now, Bomba can be 2850 times greater and more perhaps you may have a new idea of what you are afraid of and what intimidates you. 50


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