O desenho tem o seu valor e o seu limite. O desenho é o meio e o homem a finalidade. O Desenho, 1927 Pintar é falar consigo-mesmo para que alguém nos entenda. Cuidado com a Pintura!, 1934 Caricatura por Arnaldo Ressano
Deve-se à genialidade do Pintor Picasso este mo- do do exercício de arte pelo espontâneo. E tam- bém se devia já no Renascimento. Já no Renascimento havia sido encontrado “estudar longamente e executar depressa”. Mas deve-se reconhecer em Picasso a maravilhosa florescência disto mesmo, como o não havia atingi- do ainda Rafael, e como o não podia ter atingido Galileu, Leonardo e Eu, 1965 O pintor sabe perfeitamente que pelo seu exterior ele tem por força que simular pelo menos que pro- cede como toda a gente: porém, intimamente, ne- nhum verdadeiro pintor poderá abdicar da sua legí- tima personalidade e, por conseguinte, dará com- bate a quantos preconceitos o impeçam de atingir- se a si-próprio. Cuidado com a Pintura!, 1934
O artista e essencialmente o pintor, tem de criar para si uma atmosfera de tal liberdade absoluta que de outra maneira ser-lhe-ia absolutamente interdita a sua violenta disciplina de pintura. E reconheço que se qualquer, não sendo pintor ou artista, pudesse dispor da liberdade absoluta dessa atmosfera que a pintura exige, ou seria um herói ou um herege. Cuidado com a Pintura!, 1934 Autorretrato de Almada Negreiros
A geometria é a medição da natureza com o en- tendimento humano. E o entendimento não é mais do que a união íntima do conhecimento com o sentimento humanos. Arte e Política, 1935 Na realidade eu não entendia o espírito nem a alegria senão através da Arte, palavra da minha muita simpatia e a qual, por isso mesmo, sempre me mereceu um A grande. Desde pequeno e es- pecialmente desde que terminei o liceu, tudo o que não fosse Arte não era comigo, era com os outros. O Comércio, a Ciência e todas essas coi- sas que também se escrevem começadas por maiúsculas, eram-me todas interditas. Modernismo, 1926
A Arte não, era para mim. De modo que diante das sete portas por onde se entra para a vida, eu enfiei sem hesitação por aquela que tinha em ci- ma estas quatro letras A, R, T, E. Só depois de entrar é que reparei que, apesar de se nascer ar- tista como se nasce com os cabelos encaracola- dos ou de olhos azuis, a Arte tinha ainda muito que se lhe dissesse, e sobretudo Ela, que dizer aos artistas natos. Modernismo, 1926 Autocaricatura de Almada Negreiros
Almada Negreiros — O Artista Total fotografias da exposição
Livros nesta coleção: Antologia da Primavera—2009 Antologia Poética Ano Internacional da Astronomia (2009) No ano da Morte de José Saramago — Crónica de uma exposição (2010) Percurso poético em Português pelo Atlântico — Antologia (2011)
Minha Pátria é a Língua Portuguesa — Crónica de uma exposição (2013) (2014) Folhinhas voadoras exposcrónica de ição Almada -- Crónica de uma exposição (2014)
Almada — Crónica de uma Exposi- ção, livro criado a partir da comemoração dos 120 anos do nascimento de Almada Negreiros, realizada por Luísa Saraiva, coordenadora da Biblioteca/Centro de recur- sos da Escola Aurélia de Sousa, com arranjo gráfico de Luísa Moniz, foi composto em caracteres Agency e de outras fontes e foi impresso, nesta 1ª edição, por uma Rex Rotary MP C2550, em Papel de escritório branco / 80gr, durante o mês de maio de 2016, numa tiragem de 28 exemplares.
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