A importância da bula no uso responsável dos medicamentos. Praticamente todas as pessoas já tomaram medicação paciente hospitalizado, por dia. Ao ano são 1,5 milhão desem prescrição médica, para algumas enfermidades que se eventos adversos e 7.000 mortes, devido a errosentendem por ser de baixa complexidade tais como: azia, dor relacionados a medicamentos em pacientes hospitalizados.de cabeça, febre, gripe ou pediu a sugestão de alguém No Reino Unido, entre 2005 e 2010, foram notificados nopróximo da família sobre qual medicamento tomar para Sistema Nacional de Estudos e Relatos de Incidentesdeterminado sintoma. Vista por muitos como uma solução 5.437.999 incidentes envolvendo pacientes, destes quaseimediata, a automedicação pode trazer consequências mais 10%, 526.186 foram de IRM.graves do que se imagina, como intoxicação, reaçõesalérgicas, dependência e, em alguns casos, a pessoa pode Destes 439.318 não causaram danos ao paciente, 68.578chegar ao óbito. De acordo com a Associação Brasileira das causaram danos leves, 17.421 causaram danos moderados,Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), todo ano, 555 causaram danos severos e 271 causaram a morte. Jáaproximadamente cerca de 20 mil pessoas morrem, no País, existe vários estudos no Brasil, sobre esse tema davítimas da automedicação. O mau uso oi uso indevido de segurança ao paciente com uso de medicamentos, porémmedicamentos é considerado nos últimos dias, um problema não podemos dizer que é suficiente, desta forma se fazde saúde pública no Brasil e no mundo (19,20). necessário ampliar as pesquisas nesse sentido (10,22). Em alguns casos, a automedicação pode mascarar Podemos destacar ainda e não menos importante osdiagnósticos. O paciente pode achar que a medicação está gastos com tratamento decorrente dos danos causados pelocausando melhoras, o sintoma na verdade está sendo mal uso dos medicamentos, com grandes desperdícios quepaliativo e uma patologia grave, pode estar sendo poderia ser evitado e de certo modo acarreta prejuízos asmascarada, portanto é sempre necessário buscar o serviço instituições e para a sociedade, neste cenário, é importantede um profissional especializado de saúde para ter maior que profissionais e alunos da área da saúde saibam que ossegurança. O uso de medicamentos de forma incorreta pode IRM geram danos aos pacientes que poderiam ser evitados,acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que a uma vez que podemos prevenir, por isso é fundamental queutilização inadequada pode esconder determinados compreendam a origem do erro relacionado asintomas (15.21). medicamentos, conheça os riscos associados, aprendam o que pode ser feito para tornar a medicação mais segura e A gerente da assistência farmacêutica da Secretária de também envolva o paciente e a família neste processo.Estado da Saúde (SES), Maria Bernadete Souza, tambémalerta para outros perigos na automedicação. “Podem 4 CONSIDERAÇÕES FINAISocorrer efeitos adversos aos medicamentos, resistência aosantimicrobianos e reações alérgicas. ” (10). A orientação sobre o uso de medicamento para o paciente por um profissional farmacêutico é de Segundo Maria Bernadete são muitos os motivos que imprescindível importância, pois é um instrumento educativo,levam a pessoa a usar indiscriminadamente alguns que auxilia o enfermo no melhor entendimento quanto amedicamentos. “Falta de informação, facilidade de aquisição utilização do remédio, e efeitos que estes venham a causar.de medicamentos sem a prescrição médica, indicação de Atingindo assim o objetivo patológico de recuperação eterceiros e dificuldade de acesso em tempo oportuno a melhoria na saúde física e mental.assistência médica são alguns deles”, salienta Bernadete,que também atua como gerente da assistência farmacêutica As quantidades de informações existentes nas bulas deda Secretária de Estado da Saúde (SES) (10). medicamentos são importantes para o paciente, uma vez que é usuário contínuo ou não, assim como para os A gerente diz que é preciso orientar a sociedade sobre os profissionais da saúde, e farmacêuticos que devem estarriscos da automedicação. “Devemos conscientizar dos riscos habilitados a passar orientação. Essas informações indicaminerentes aos medicamentos, tanto de efeitos adversos todo o processo de como usar, do que fazer ou não fazerquanto do ponto de vista toxicológicos”. Uma sugestão é enquanto estiver tomando o medicamento.inserir o profissional farmacêutico na equipe mínima desaúde a fim de promover o uso racional, bem como orientar Portanto, é a leitura e interpretação do que está descrito,as famílias com relação ao uso indiscriminado de quem irá designar o fator primordial para a recuperação emedicamentos (10,20). melhoria do paciente, pois na redação contém muitos dados técnicos, e precisam ser interpretados com auxilio de3.6 Usos seguro do medicamento nos serviços de saúde dicionários, e outros mecanismos relacionados ao significado descrito, as vezes em outro idioma. É direito do usuário A questão da assistência segura relacionada a procurar ajuda, tornando neste sentido dever domedicamentos tem sido um assunto em pauta na temática farmacêutico em orientar para que não aconteça nenhumda segurança do paciente, diante dos riscos apresentados, a erro prejudicial à saúde.frequência, a gravidade e a recorrência de danos aopaciente. Destaca-se, ainda, que grandes partes dos Por isso, em relação à saúde e ao bem-estar do cidadão,processos assistenciais envolvem o uso de medicamentos. a importância da leitura da bula de medicamentos, éIncidentes relacionados a medicamentos (IRM) estão entre considerada como o meio mais prático e próximo doos mais comuns nos serviços de saúde. Estes podem paciente, sendo que o conteúdo apresentado ao leitor sejaacarretar prejuízos ao paciente e familiar nos aspectos da considerado de fácil entendimento.saúde física, mental e social, comprometer a imagem e aconfiabilidade da instituição e, ainda, implicar os profissionaisem processos e ações ético-moral-legais. Quando o IRMgera dano ao paciente é denominado de evento adverso (22). Os últimos dados em análise revelam que nos EstadosUnidos da América (EUA), ocorre um erro de medicação porREFERÊNCIAS 523 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 520-525, maio-jun, 2018.
Lima EAS, Belato Júnior SG, Terra Júnior AT.1. Sousa JPR de, Garcia JL; Junior AFG. O paciente e a bula 11. Köche VS, Boff OMB, Marinello AF. Leitura e produção textual: gêneros textuais do argumentar e expor. 1ª Ed.e suas maiores dificuldades. Rev Faculdade Montes Belos Petrópolis- RJ: Editora Vozes Limitada; 2017. [citado em 16 de Abril de 2018]. Disponível em:(FMB) 2014; 7(2): 10-22. [citado em 12 março de 2018 ]. https://books.google.com.br/books?hl=pt- BR&lr=&id=gYwwDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT2&dq=LeituraDisponível em: +e+produ%C3%A7%C3%A3o+textual:+g%C3%AAneros+te xtuais+do+argumentar+e+expor&ots=pKXcY2zbsy&sig=d9http://www.fmb.edu.br/revistaFmb/index.php/fmb/article/view MH60SSNNLbAQNLVmWHKIVvPUE#v=onepage&q=Leitur a%20e%20produ%C3%A7%C3%A3o%20textual%3A%20g/117/112. %C3%AAneros%20textuais%20do%20argumentar%20e%2 0expor&f=false2. Pires C, Vigário M, Cavaco A. Legibilidade das bulas dosmedicamentos: revisão sistemática. Rev Saúde Pública,2015; 49(1): 1-13. [citado em 12 fevereiro de 2018].Disponível em:http://www.redalyc.org/pdf/672/67240213019.pdf.3. Fujita PL, Machado CJS, Teixeira MO. A bula de 12. Malveira FA, Lemes NCS; Peres TFC. Bula demedicamentos e a regulação de suas configurações emtermos de forma e conteúdo no Brasil. Saúde soc. 2014; Medicamentos: Uma Transposição Didática no Estágio23(1): 277-292. [citado em 11 de março de 2018]. Disponívelem: https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0104- Supervisionado. In: VI seminário de estágio e III encontro do12902014000100277&script=sci_arttext&tlng=pt. PIBID, 2015; Iporá - Goiás: COSEMP Congresso de Educação 5(Supl.): 113-123. [citado em 20 de Fevereiro de 2018]. Disponível em:4. Brassolatti, TM. Implantação de bulas para medicamentos http://www.anais.ueg.br/index.php/congressoeducacaoiporaalopáticos manipulados na Farmácia-Escola [monografia].Repositório institucional UNESP. 2014. [citado em 16 de abril /article/view/5286/3169de 2018]. Disponível em:https://repositorio.unesp.br/handle/11449/116162/discover? 13. Cintra AD. Bulas de medicamentos alemãs e brasileirasquery=Implanta%C3%A7%C3%A3o+de+bulas+para+medic em contraste: alguns resultados da análiseamentos+alop%C3%A1ticos+manipulados+na+Farm%C3% linguística. Pandaemonium Germanicum, 2012; 15(20): 224-A1cia-Escola&submit=. 261. [citado em 12 de Abril de 2018]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pg/v15n20/v15n20a13.pdf5. Dummer RF. Análise de sites brasileiros de bulas de 14. Filho NF. A Importância da Bula e da Atençãomedicamentos sob a ótica da busca de informação Farmacêutica no uso de Medicamentos Isentos de[monografia]. Repositório Digital UFRGS. 2016. [citado em Prescrição Médica (MIPs) [monografia]. Biblioteca Digital,22 de março de 2018]. Disponível em: Faculdade Pindamonhangaba 2013. [citado em 12 de Maiohttps://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/147255 de 2018]. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.funvicpinda.org.br:8080/jspui/bits6. Pagano CGM. Efeito do formato de informações escritas tream/123456789/183/1/NiltonFerrari.pdfsobre reações adversas na compreensão dos usuários demedicamentos [monografia]. Repositório Digital UFRGS. 15. Fernandes MSJ, Fernández HL, Moreira VC, Macineira2016. [citado em 22 de março de 2018]. Disponível em:https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/158314 IMG, Alfonso MHA. \"Incidência de Reações Adversas a Medicamentos nos Serviços de Medicina e Terapia do Hospital Central Josina Machel, em 2014.\" Rev Port7. Souza PM , Ferreira F, Cruz CB. Uso racional de Farmacoter 2016; 8(2): 21-27. [citado em 05 de Maio demedicamentos na pediatria: doenças na infância1. 1º Ed.Brasília, Brasil: EBSERH Hospital Universitário Federal; 2018]. Disponível em:2015. [citado em 06 de Abril de 2018]. Disponível em:http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/18112/1/LIVRO_Us http://farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/view/115/94oRacionalMedicamentosPediatria.pdf 16. Morais CG, Efeito do formato de informações escritas8. Sant’anna VLL, Morais AB, Azevedo CBD, Pena DS. \"A sobre reações adversas na compreensão dos usuários de medicamentos [monografia]. Repositório Digital UFRGS.importância da leitura no desenvolvimento sócio-cognitivo da 2016. [citado em 20 de Abril de 2018]. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/158314Criança.(4 a 8 anos).\" Pedagogia em Ação- ISSN 2175-7003 17. Vitória, MD, Rocha BS, Machado FR, . \"Reações adversas a medicamentos: perfil de acompanhamento e2014; 6(1). 117-140 [citado em 16 de Abril de 2018]. notificação em uma unidade de internação clínica. In: 35ª semana científica do hospital de clínicas de Porto, 2015;Disponível em: Porto Alegre – RS: Clin Biomed Res; 35 (Supl.): 231 [citadohttp://200.229.32.55/index.php/pedagogiacao/article/view/92 em 06 de Março de 2018]. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/141765/028/7681 00986950.pdf?sequence=19. Feldman LB, Harada MJCS, Gabriel CS, Schmidt EA, 18. Lima TJV, Garbin CAS, Araújo PC, Garbin AJI, Saliba TA,Cadah L. et al. Uso seguro de medicamentos: guia parapreparo, administração. 1ª Ed. São Paulo. – São Paulo: Saliba O. \"Reações adversas a medicamentos entre idososCOREN-SP; 2017. [citado em 22 de fevereiro de 2018]. institucionalizados: prevalência e fatores associados. ArchDisponível em: http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/uso-seguro-medicamentos.pdf10. Oliveira ICF, Nascimento RB. \"A Importância da Leitura Health Invest 2017; 6(3): 129-135. [citado em 10 de Maio deno Ensino Fundamental-Uma Perspectiva Interdisciplinar.\"Rev Educação em Debate 2017; 20(36): 113-119. [citado em 2018]. Disponível em:27 de Março de 2018]. Disponível em:http://www.periodicosfaced.ufc.br/index.php/educacaoemde http://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/viewbate/article/view/368/226 /1921/pdf 19. Mengue, SS. \"Prevalência da automedicação no Brasil e fatores associados. Rev. Saúde Públ 2016; 50(supl 2):1-11.524 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 520-525, maio-jun, 2018.
A importância da bula no uso responsável dos medicamentos.[citado em 03 de Maio de 2018]. S2359348216300045 main.pdf? tid=34738fac-3acc-42ae-https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/151179 9071-.4f8a7c393 06d&acdnat=1535731300_cf7d37c427ae0b6be04a662ae5620. Sousa AAH, Sousa ACP, Lima LAR, Rosa RRPA, 38c2cCalouIBF, Rodrigues TKA. \"Prevalência e fatores 22. Aizenstein, ML. Fundamentos para o uso racional derelacionados com a automedicação em moradores de bairros medicamentos. 3 ed. Rio de Janeiro – RJ: Elsevier Editorada zona sul de Teresina–PI.\" Rev Inter 2014; 7(3): 140-149. Ltdal: 2016. [citado em 10 Maio de 2018]. Disponível em:[citado em 08 de Março de 2018]. https://books.google.com.br/books?hl=pt-http://www.revistarevinter.com.br/autores/index.php/toxicolo BR&lr=&id=dd0oDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT6&dq=Fundam entos+para+o+uso+racional+de+medicamentos&ots=HFBJjjgia/article/view/188/403 Mxvk&sig=EZlz_pdZgVxeht65ZJylr1aYzQ#v=onepage&q=F undamentos%20para%20o%20uso%20racional%20de%2021. Okumura LM, Silva DM, Comarella L. Relação entre o medicamentos&f=falseuso seguro de medicamentos e Serviços de Farmácia Clínicaem Unidades de Cuidados Intensivos Pediátricos. Ver PaulPediatr. 2016; 34(4): 397-402. [citado em 26 de Abril de2018]. Disponível em:https://ac.elscdn.com/S2359348216300045/1-s2.0- Como citar (Vancouver)Lima EAS, Belato Júnior SG, Terra Júnior AT. A importância da bula no uso responsável dos medicamentos. Rev Cient FacEduc e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(ed esp): 520-525. doi: https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.635Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 520-525, 525maio-jun, 2018.
Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente. DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Revisão de Literatura (Farmácia)A TERAPIA HORMONAL NO PROCESSO DE TRANSEXUALIZAÇÃO HORMONAL THERAPY IN THE TRANSEXUALIZATION PROCESS https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.627Gabriela Aline CampanaDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4675-441X.Camila Pereira ZambonDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1427-7321.Lurian Marieni Rodrigues TiegsDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:http://orcid.org/0000-0002-4769-6012.Clóvis Appratto Cardoso JúniorMestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal de Santa Maria, Docente da Faculdade de Educação e MeioAmbiente (FAEMA). E-mail: [email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7886-6512.Descritores (DeCS)7: Submetido em: 30 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Transexualidade RESUMO: A experiência transexual é marcada por diversas transformações e conflitosIdentidade de gênero que envolvem diferentes conceitos e definições sobre corpo, sexo, gênero e sexualidade.Hormônio O artigo trata-se de uma revisão de literatura baseado em livros e artigos científicos, oComportamento estudo tem com objetivo discutir sobre a transexualidade e a terapia hormonal, alémpsicossexual disso, os efeitos adversos e os riscos causados pelo uso da testosterona. Tem a finalidade de abordar o possível transtorno com a identidade de gênero em questão, ao preconceito de mudança de sexo no qual o indivíduo se isola devido a exclusão sofrida pela sociedade. Conclui-se então que o indivíduo busca por meio ao uso da testosterona como forma de solucionar toda a sua insatisfação.Descriptors: ABSTRACT: The transsexual experience is marked by diverse transformations andTranssexuality conflicts that involve different concepts and definitions about body, sex, gender andGender identity sexuality. The article is about a literature review based on books and scientific articles,Hormone the aim of the study is to discuss transsexuality and hormone therapy in addition to thePsychosexual behavior adverse effects and risks caused by the use of testosterone. Its purpose is to address the possible disorder with the gender identity in question, the prejudice of gender change in which the individual isolates due to exclusion suffered by society. It is concluded that the individual searches through the use of testosterone as a way to solve all their dissatisfaction.INTRODUÇÃO apresentam genitálias em estado perfeito, porém estas não são desejáveis (3). Indivíduos transexuais apresentam Transtorno deIdentidade Sexual, o qual é responsável pela não A não identificação com o gênero de nascimento causaidentificação com o sexo biológico, mas com o sexo angústia no indivíduo e exige a ação de uma equipepsicológico, o que causa sofrimento a esses indivíduos. Essa multidisciplinar para desenvolver capacidades para oinadequação corporal ocasiona o desejo de um corpo que diagnóstico e tratamento adequado. Transexuaiscorresponda à sua identidade de gênero, pois é causado um comumente expressam seu desejo de serem aceitos nadesconforto obstinado com o próprio gênero concedido (1,2). sociedade como apenas mais um membro desta, entretanto, enfrentam obstáculos e discriminações, além de estarem Segundo o endocrinologista americano Harry Benjamin, tomados por diversas emoções e desconforto em relação aoa expressão “transexual” surgiu para designar a seu sexo biológico (4,5).inconformidade de indivíduos com seu sexo biológico e quedesejam obter a troca de gênero, ou seja, indivíduos que A transexualidade é considerada por muitos algo incomum, e os transexuais seres desconhecidos, havendo rejeição por parte da sociedade. Atualmente, o governo de7 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br.526 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 520-525, maio-jun, 2018.
A terapia hormonal no processo de transexualização.São Paulo possui leis e constituições, como a lei nº 10.948, existência da disforia de gênero e as opções de tratamentode 5 de novembro de 2001, que garante os direitos de (12).igualdade e não discriminação, sem diferenciação por motivode gênero, orientação sexual ou identidade de gênero (6). Transexuais deixam claro que não se sentem à vontade com a presença do órgão sexual com o qual nasceram, A testosterona é o principal hormônio utilizado no sendo este sentimento acompanhado de tristeza etratamento hormonal, obtém metabolismo rápido no fígado, infelicidade com seu corpo. Devido a isso, transexuaistem o propósito de permitir características físicas masculinas recorrem ao tratamento hormonal, a fim de tornar seu corpoque vai desde o aumento de massa até a perda de libido (7). proporcional ao gênero com o qual se identifica, e não com aquele designado no nascimento (4,13,14,15). O presente estudo tem o intuito de compreender atransexualidade e a terapia hormonal por eles utilizada. De nada adianta alterar a realidade morfológica eSabe-se que o uso de hormônios sintéticos pode acarretar psíquica, se o indivíduo continua vivendo a angústia edanos e agravos à saúde de quem os usa, dessa forma, este constrangimento de em seus documentos, estar como umestudo visa discorrer sobre os possíveis riscos a que os indivíduo pertencente ao gênero com o qual não se identifica.transexuais estão expostos, visto que estes utilizarão os Ignorar o direito de o transexual se apresentar e ser vistohormônios por um longo período, quando não utilizado por como deseja, é considerá-lo um cidadão inacabado,toda a vida. contraditando o direito a ser integrado na sociedade, é desconsiderar direitos excessivamente pessoais, essenciais2 METODOLOGIA e inerentes à natureza humana (6,16). Este estudo se define como uma revisão de literatura, Transexuais costumam passar por diversas situaçõespara a qual buscou-se um total de 37 artigos analisando-os desagradáveis, como assédio e violência, além de enfrentarem bases de dados como Scielo, Repositório Lumes, BVS dificuldades em conseguir um emprego, bem como(Biblioteca Virtual de Saúde), entre outros. Com os habitação, educação e acesso aos serviços de saúde.descritores: testosterona transexualidade, transexualidade, Ademais, pode sofrer abusos físico e psicológico, agressõesterapia hormonal transexualidade e terapia hormonal riscos. e xingamentos advindos de pessoas próximas, como pais e colegas, que têm atitudes intolerantes (1,17). A análise e escolha das literaturas utilizadas foi realizadaatravés das seguintes características: ser uma literatura Os indivíduos que possui transtorno de identidade derelativamente nova e confiável, bem como possuir gênero, se sentem como um desconforto ou angústia porinformações relevantes para a confecção deste estudo. apresentar um corpo por eles não desejável. Com isto,Quanto aos critérios de exclusão, obras que não se dependendo da forma e do grau que tem seu acolhimentorelacionavam ao tema ou que se apresentavam publicadas sua disforia de gênero pode suceder isolamento social,há mais de dez anos. tentativa de suicídio, ansiedade, oligofrenia, depressão, automutilação quando a pessoa tem agressão direta ao3 REVISÃO DE LITERATURA próprio corpo, como queimaduras, cortes entre outros intencionalmente. Por isto, é importante o acompanhamento3.1. Transexualidade de uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, pediatras, médicos psiquiatras, para discorrer o diagnóstico A transexualidade é a discrepância entre o gênero médico de transexualidade, cirurgião, assistência social osbiológico e o gênero psicológico do indivíduo, causando quais vão analisar o nível de feminilidade e masculinidade dodesconforto neste em relação ao seu próprio corpo. Dessa (a) mesmo (a) (5,18,19).forma, estes indivíduos não se identificam com o gênero egenital designados em seu nascimento (8,9). É onde os A automedicação é apontada como o principal fator sobreindivíduos transexuais comumente recorrem à terapia a medicação da testosterona, pois ingere o medicamentohormonal. A testosterona é prescrita para homens sem acompanhamento clínico ou um profissional qualificado,transexuais, de forma a induzir mudanças físicas para onde acaba ocorrendo a administração em doses maiores,simular o sexo masculino desejado pelo paciente (12). ou seja, excessiva, ou até mesmo doses insuficientes, podendo acarretar sua saúde e acabar colocando em risco Mulheres transexuais são pessoas designadas como seu desenvolvimento físico, trazendo efeitos indesejáveis.masculinas ao nascimento, mas que se identificam como Em um estudo observado em 2013 foram acompanhadosmulheres e desejam usar estrogênios para desenvolver 1.331 transexuais em processo de transição, o que houve umcaracterísticas femininas, enquanto homens transexuais são aumento de 51% na taxa de mortalidade em junção aindivíduos designadas como pertencentes ao sexo feminino população geral. Tendo em vista, um grande aumento cadano nascimento, mas que se identificam como masculinas e vez maior no índice de mortalidade por automedicação daquerem usar testosterona para desenvolver características testosterona (4,20).masculinas (10). Indivíduos transexuais comumente recorrem à terapia A transexualidade como acontecimento social causa uma hormonal. A testosterona é prescrita para homensvariedade de fenômenos sociais que podem gerar sofrimento transexuais, de forma a induzir mudanças físicas parapsíquico e emocional. Grande parte se reconhece como simular o sexo masculino desejado pelo paciente (12).transexual muito cedo, e caso não recebam orientação eacompanhamento apropriado, pode acabar por comprar 3.2. A testosteronahormônios e usá-los sem acompanhamento médico (11). A testosterona é um hormônio esteroide, cuja a sua Recentemente houve um aumento na conscientização comercialização é controlada pela Portaria nº 344 de 12 depública acerca de indivíduos transexuais devido à mídia de maio de 1998. É produzido pelas células de Leydig,celebridades, com a atleta Caitlyn Jenner e na série de TV encontradas nos testículos, que quando estimuladas peloOrange Is The New Black, com a atriz Laverne Cox. O hormônio luteinizante produzem o hormônio testosterona. Aaumento da visibilidade também pode aumentar a testosterona circula no sangue controlando as atividades dosconsciência da população através da educação sobre a órgãos, induzindo a vários fatores como aumento da libido,Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 526-531, 527maio-jun, 2018.
Campana GA, Zambon CP, Tiegs LMR, Cardoso Júnior CA.mudança de voz, início do desenvolvimento de pelos e Via Oral Via pouco usada devido ao risco demúsculos, aumento da força, e diminuição de gordura no Implante Subcutâneo hepatotoxicidade. O undecanoato decorpo. (13,21,22). testosterona é o composto mais seguro para ingestão oral, mas é A testosterona é o principal substrato para o estrogênio menos eficaz e mais caro que aem homens e mulheres. Portanto, tem um efeito que não é testosterona transdérmica. Alémvisível principalmente em relação à saúde e aos efeitos que disso, foi demonstrado que ao uso da testosterona pode causar. A testosterona é uma biodisponibilidade do undecanoatoforma de se alcançar melhorias tanto na representação de testosterona é afetada pelosexual do indivíduo, quanto na mental e emocional. Os conteúdo de gordura alimentar ehomens cis (que nasceram com a genitália masculina e se dietética, uma vez que aidentificam como homens) que a utilizam desejam uma boa testosterona circulante aumenta àforma física, já os homens transexuais desejam o físico medida que a quantidade demasculino (23, 24). gordura dietética na refeição aumenta. Logo, se o indivíduo Segundo os autores Fabris; Bernardi e Trombetta (25), a tomando undecanoato detestosterona pode ser administrada por diferentes vias, como testosterona oral comer uma dietapor via injeções intramusculares, preparações rica em gordura, ele pode precisartransdérmicas, via transbucal, via oral e implantes de uma redução da dose.subcutâneos. Conforme pode-se observar no quadro abaixo. Os implantes de testosteronaQuadro 1 - Características das diferentes vias. cristalina podem ser inseridos no tecido subcutâneo para manter osVia de Administração Características níveis séricos de testosterona adequados por até 6 meses. As Principal via de administração da desvantagens dessa rota incluem testosterona em transexuais, são extrusão de pellets, infecção e leves administrados ésteres de sangramentos. testosterona. Ésteres de testosterona injetáveis não sofrem Fonte: Fabris, Bernardi e Trombetta (25). metabolismo de primeira passagem,Injeção Intramuscular logo, não causam hepatotoxicidade. 3.3 Terapia Entretanto, injeções de testosterona geralmente levam a altos níveis de A Terapia Hormonal (TH) apesar de não isenta de riscos, hormônios nos primeiros dias após a manifesta-se como uma forma de aliviar os sintomas injeção e a baixos níveis de causados pela queda de hormônios em ambos os gêneros. hormônios nos últimos dias que Já em homens transexuais auxilia na aquisição de um corpo precedem a dose seguinte. compatível com seu gênero psicológico (26,27). Apesar de os indivíduos transexuais estarem cada vez mais acessando oPreparações A testosterona transdérmica está sistema de saúde buscando a terapia hormonal, pouco setransdérmicas disponível em adesivos ou géis, sabe sobre desfechos e prevalência de perturbações que, uma vez aplicados na pele, metabólicas na transcomunidade (12). produzem um depósito temporário de drogas a partir do qual a A TH geralmente começa após a definição do gênero, testosterona é absorvida. Promovem onde os hormônios irão assegurar a integridade do gênero níveis normais de testosterona definido, o paciente terá que comparecer a 20 sessões de melhor que as injeções terapia, para poder afirmar sua transição. Por isto a TH é intramusculares, com os picos de fundamental, pois esclarece uma decisão que irá definir seu testosterona após 4 horas, e recomeço (28,29). A importância do diagnóstico propicia a diminuem lentamente durante o melhoria da vida do transexual, e tem se evidenciado, pois o resto do dia. Contudo, preparações tratamento com hormônios, realizado com acompanhamento transdérmicas costumam ser menos profissional altera as características do gênero biológico eficazes na indução rápida e (30,31,32). completa da amenorréia. Espera-se que haja amenorréia, aumento dos pelos A testosterona também pode ser corporais e faciais, agravamento da voz e redistribuição da administrada através de composição corporal (7). comprimidos bucais, que a liberam como excipientes que são O uso da testosterona tem efeitos colaterais metabólicos, hidratados na boca. Os sistemas o que faz com que muitos médicos se sintam desconfortáveis bucais liberam testosterona de com o uso da terapia hormonal, independente se usada por forma pulsátil, semelhante à indivíduos cisgênero (se identificam com o sexo de secreção de testosterona endógena. nascimento) ou transexuais (12). Os níveis de pico de testosteronaVia Transbucal são atingidos rapidamente e o 3.4. Riscos da terapia hormonal estado estacionário é atingido pela segunda dose. As vantagens desta Alguns indivíduos fazem o uso da testosterona sem via de administração incluem evitar orientação profissional, visualizando somente os resultados, o metabolismo de primeira visando poder modificar o corpo e alcançar uma imagem passagem e adesão do paciente, corporal de acordo com o que se deseja (33). uma vez que é bem tolerado, embora seu uso em pessoas O tratamento hormonal tem sido largamente utilizado, transexuais seja bastante limitado. entretanto, estudos acerca de seus efeitos a longo prazo iniciaram somente há pouco tempo. Certos autores sugerem528 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 526-531, maio-jun, 2018.
A terapia hormonal no processo de transexualização.que a terapia hormonal com testosterona em homens associada ao aumento do IMC. O IMC basal medianotransexuais é segura e se associa a poucos efeitos adversos elevado em homens transexuais foi consistente com outrose baixos riscos. Entretanto, outros estudos têm apontado estudos que encontraram prevalência aumentada dehipertensão, aumento da eritropoiese, diminuição do distúrbios metabólicos e síndrome dos ovários policísticoscolesterol HDL e aumento do LDL, bem como elevação de nesta população. Além disso, houve persistência daenzimas hepáticas, obesidade e acne (7). menstruação nesses homens transexuais. A testosterona pode aumentar o risco de doença Após acompanharem por 18 meses homens transexuaiscardiovascular, hipertensão e policitemia. A toxicidade que estavam iniciando a terapia hormonal, Fernandez (12),hepática possui maior associação com a administração oral observou aumentos significativos no índice de massado que parenteral, mas continua sendo uma preocupação corporal, creatinina, hemoglobina e hematócrito.potencial (12). Além disso, pode causar apneia de sono,fraqueza, fadiga, tonturas, obstrução urinária, amnésia, 4 CONCLUSÃOaumento no IMC, aumento ou diminuição na pressão arterialsistólica e diastólica, aumento ou diminuição do colesterol e A busca dos transexuais é enfrentada por momentos detriglicerídeos, bem como diminuição dos níveis de LDL. sofrimento e incertezas, visto que o indivíduo pode encarar(34,35,36). preconceitos vindos da sociedade, bem como de sua família, além de viver angústias por não se identificar com seu corpo Dados acerca da pressão arterial não são contraditórios, físico, e para tentar resolver isso, recorrem a tratamentosalguns estudos indicam aumento da pressão arterial psicológicos e hormonais. Dessa forma, o indivíduo começasistólica; aumento na pressão arterial diastólica, diminuição a levar uma vida normal, se sentindo bem com sua novana pressão arterial sistólica e diastólica. Enquanto estudos realidade.apontam a ausência de mudanças significativas na pressãoarterial diastólica e sistólica (7). Através das informações encontradas durante a pesquisa realidade, percebe-se que o tratamento hormonal é Pode-se citar também a possibilidade de ocorrerem acompanhado por efeitos colaterais, como o aparecimentoalterações psicológicas, como alteração do humor e de acne, calvíce, alterações na pressão arterial, aumento daalterações ou prejuízos significativos na capacidade de inferir hemoglobina e creatinina, entre outros. Entretanto, há dadosemoções e demais estados mentais, além disso, são citados contraditórios, logo, deve-se realizar maiores pesquisas equadros depressivos e demais distúrbios psicológicos. Além acompanhamentos do tratamento hormonal comdisso, pode haver o aparecimento de acnes, calvície e testosterona, para se ter um real entendimento acerca dasinsônia (37). consequências deste. Trinta e um homens transexuais foram acompanhadosdurante 6 meses de terapia hormonal por Deutsch (10). Ao fimdos 6 meses, o valor basal e os valores médios de pressãosanguínea, bem como os valores lipídicos estavam dentro deuma faixa clínica normal. A terapia com testosterona foiREFERÊNCIAS outubro de 2017]. Disponível em https://periodicos.ifsc.edu.br/index.php/rtc/article/viewFile/121. Sampaio LLP, Coelho MTAD. A transexualidade na 44/788atualidade: Discurso científico, político e histórias de vida.2013. [Monografia]. Salvador (BA): Universidade do Estado 6. Moreira JAC. Histórias de vida e representações sociaisda Bahia; 2013. [citado em: 28 novembro 2017]. Disponível do sexo, corpo, gênero e sexualidade entre pessoasem transexuais do Brasil, Canadá e Costa Rica. [Tese].https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/15770/1/A%20TRAN Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina;SEXUALIDADE%20NA%20ATUALIDADE.pdf 2016. [citado em 30 de novembro 2017]. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/1234567892. Lattanzio FF, Ribeiro PC. Transexualidade, psicose e /169225/344028.pdf?sequence=1&isAllowed=yfeminilidade originária: entre psicanálise e teoria feminista.Psicologia USP, [Internet], 2017; 28(1):72-82. [citado em 22 7. Velho I. Efeitos da terapia hormonal com testosteronade maio de 2018]. Disponível em sobre imc, pressão arterial e perfil laboratorial em homenshttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010 transgêneros: Uma revisão sistemática e meta-análise.365642017000100072&lng=pt&tlng=pt [Monografia]. Porto Alegre (SP): Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Medicina; 2016. [citado em 023. Lopes ACV. Transexualidade: Reflexos da Redesignação de março de 2018]. Disponível em https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/157944/0Sexual. Rio de Janeiro (RJ), 2009. [citado em 15 de setembro 01012926.pdf?sequence=12017]. Disponível emhttp://www.ibdfam.org.br/_img/congressos/anais/229.pdf 8. Bento B. Nome social para pessoas trans: cidadania[citado em 15 de setembro 2017]. precária e gambiarra legal. Rev. Contemporânea, [Internet],4. Lara LAS, Abdo CHN, Romão APMS. Transtornos da 2014; 4(1):165-182. [citado em 29 de maio de 2018].identidade de gênero: o que o ginecologista precisa sabersobre transexualismo. Rev Bras de GO, [Internet], 2013; Disponível em35(6):239-242. [citado em 07 de novembro 2017]. Disponívelem http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v35n6/v35n6a01.pdf http://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contempora nea/article/view/197/101>.5. Benedet AM; Almeida C, Machado IM. Psicologia e 9. Schmidt EB. Transexuais e a alteração do nome e do sexotranstorno de identidade de gênero. [Monografia]. Criciúma no registro civil. [Tese]. Curitiba (PR): Universidade Tuiuti do(SC): Escola Superior de Criciúma, 2013. [citado em 21 de Paraná; 2014. [citado em 15 de setembro 2017]. Disponível em http://tcconline.utp.br/media/tcc/2014/08/TRANSEXUAIS-E-Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 526-531, 529maio-jun, 2018.
Campana GA, Zambon CP, Tiegs LMR, Cardoso Júnior CA.A-ALTERACAO-DO-NOME-E-DO-SEXO-NOREGISTRO- Disponível em http://www.pgpsa.uerj.br/wp-CIVIL.pdf content/uploads/2016/07/Dissertação-Barbara-Zenicola.pdf10. Deutsch MB, Bhakri V, Kubicek K. Effects of Cross-Sex 20. Osorio LFB. Os esteroides anabolizantes e a sociedade.Hormone Treatment on Transgender Women and Men. [Monografia]. Brasília (DF): Universidade de Brasília; 2011.Obstetrics & Gynecology, [Internet], 2015; 125(3):605-610. [citado em: 28 de maio de 2018]. Disponível em[citado em 28 de maio de 2018]. Disponível em http://bdm.unb.br/bitstream/10483/1724/1/2011_LuisFelipeBhttps://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25730222 aumotteOsorio.pdf11. Galli RA, Vieira EM, Giami A, Santos MA. Corpos 21. Lab Testes Online. [citado em 24 de maio de 2018].Mutantes, Mulheres Intrigantes. Corpos Mutantes, MulheresIntrigantes: Transexualidade e Cirurgia de Redesignação Disponível emSexual. Rev Psic: Teor e Pesqu, [Internet], 2013; 29(4):447-457. [citado em 11 de setembro de 2017]. Disponível em https://www.labtestsonline.org.br/tests/testosteronahttp://www.scielo.br/pdf/ptp/v29n4/v29n4a11.pdf 22. Oviedo EAA. As Consequências do uso indevido dos12. Fernandez JD, Tannock LR. Metabolic effects of hormone esteroides anabolizantes androgênicos nas esferas civil, penal e administrativa: Conhecer, prevenir, fiscalizar e punir.therapy in transgender patients. Endocrine Practice, [Monografia]. Brasília (DF): Universidade de Brasília; 2013. [citado em 19 de maio de 2018]. Disponível em[Internet], 2016; 22(4):383-388. [citado em 28 de maio de http://bdm.unb.br/bitstream/10483/5848/1/2013_EddieAlfons oAlmarioOviedo.pdf2018]. Disponível emhttps://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26574790 23. Reis SLB. Benefícios e riscos da testosterona para tratamento de desejo sexual hipoativo de mulheres: uma13. Ávila SN. FTM, transhomem, homem trans, trans, revisão crítica da literatura referente às décadas pré e após o edvento dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5. [Teses]homem: a emergência de transmasculinidades no Brasil São Paulo (SP): Universidade de São Paulo; 2013. [citado em 27 de novembro 2017]. Disponível emcontemporâneo. [Tese]. Florianópolis (SC): Universidade www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-08112013- 105531/en.phpFederal de Santa Catarina; 2014. [citado em 18 de abril de2018]. Disponível em:https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/129050/329117.pdf?sequence=114. Maksoud FR, Passos XS, Pegoraro RF. Reflexões 24. Thiago CC, Russo JA, Camargo Júnior KR. Hormônios, sexualidade e envelhecimento masculino: um estudo deacerca do transtorno de identidade de gênero frente aos imagens em websites. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, [Internet], 2016; 20(56):37-50. DOI:serviços de saúde: Revisão Bibliográfica. Rev Psic e Saúde, http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0031. [citado em: 24 de maio de 2018]. Disponível em[Internet], 2014; 6(2):47-55. [citado em 12 março de 2018]. http://www.scielo.br/pdf/icse/v20n56/1807-5762-icse-20-56- 0037.pdfDisponível emhttp://www.gpec.ucdb.br/pssa/index.php/pssa/article/view/356/46215. Cambaúva FD. Diversidade sexual e identidade “trans”: 25. Fabris B, Bernardi S, Trombetta C. Cross-sex hormoneModificação do prenome e adequação do estado sexual therapy for gender dysphoria. Journal Of Endocrinologicalcomo proteção jurídica à identidade de gênero. Rev Investigation, [Internet], 2014; 38(3):269-282. [citado em 28Liberdades, [Internet], 2016; 23:116-135, 2016. [citado em 30 de maio de 2018]. Disponível emnovembro de 2017]. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25403429http://www.revistaliberdades.org.br/site/outrasEdicoes/outrasEdicoesExibir.php?rcon_id=292 26. Albernaz AP, Maia YLM. Hormônios: Da prescrição médica à terapia individualizada. 2012. [citado em 06 de abril16. Militão FT. Transexualidade masculina: A trajetória e as de 2018]. Disponível em http://www.cpgls.pucgoias.edu.br/8mostra/Artigos/SAUDE Econsequências jurídicas. 2011. [citado em 29 de maio de BIOLOGICAS/Hormonios da prescricao medica a terapia individualizada.pdf2018]. Disponível emhttp://domtotal.com/direito/uploads/pdf/06651ffbb6025c2619139d6ea323ed82.pdf17. Silva GWDS, Souza EFL, Sena RCFD, Moura IBDL, 27. Pardini D. Terapia de reposição hormonal naSobreira MVS, Miranda FA. Situações de violência contratravestis e transexuais em um município do nordeste menopausa. [Monografia]. São Paulo (SP): Universidadebrasileiro. Rev Gaúcha de Enferm, [Internet], 2016; 37(2):1-7. [citado em 21 de maio de 2018]. Disponível em Federal de São Paulo; 2013. [citado em 27 de novembro dehttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472016000200404 2017]. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/abem/v58n2/0004-2730-abem-58-2- 0172.pdf18. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Departamento 28. Méllo RP, Sampaio JV. Corpos intersex borrandoCientífico de Adolescência. Disforia de Gênero. [s.l.], 2017; fronteiras do discurso médico. Rev. do NUFEN, [Internet],(4):18. [citado em 28 maio 2018]. Disponível em 4(1):4-19. [citado em 28 de maio de 2018]. Disponível emhttp://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/19706c-GP_- http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rnufen/v4n1/a02.pdf_Disforia_de_Genero.pdf 29. Zuffo AR, Selhorst D, Lara EMSC. Transexualidade e19. Almeida BZ. Do transexualismo à transexualidade. transgênero: uma visão clínica. [Monografia]. Joinville (SC):[Monografia]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade do Estado Universidade da Região de Joinville; 2016. [citado em 28 dedo Rio de Janeiro; 2015. [citado em 18 de abril 2018]. maio de 2018]. Disponível em http://files.revista-academica- online.webnode.com/200000216- abe39acdf3/TRANSSEXUALIDADE E TRANSGNERO .pdf530 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 526-531, maio-jun, 2018.
A terapia hormonal no processo de transexualização.30. Couto JCGC. Transexualidade: Passado, presente e Disponível em http://www.besins-futuro. [Monografia]. Porto – Portugal: Universidade do Porto; healthcare.com.br/besins/pdf/bula_androgel.pdfs.a. [citado em 18 de abril de 2018]. Disponível emhttps://repositorio- 35. Manica D; Nucci M. Sob a pele: implantes subcutâneos,aberto.up.pt/bitstream/10216/70771/3/30444.pdf hormônios e gênero. Rev Horizontes Antropológicos,31. Arán M, Murta D, Lionço T. Transexualidade e saúdepública no Brasil. Ciênc & Saúde Coletiva, [Internet], 2009; [Internet], 2017; 23(47):93-129. [citado em 22 de maio de14(4):1141-1149. [citado em 18 de abril de 2018]. Disponívelem http://www.scielo.br/pdf/csc/v14n4/a15v14n4.pdf 2018]. Disponível em32. Camargos AL, Nascimento E. Terapia de reposição http://www.scielo.br/pdf/ha/v23n47/0104-7183-ha-23-47-hormonal e desempenho cognitivo na terceira idade.[Monografia]. Campinas (SP): Universidade Presidente 0093.pdfAntônio Carlos; 2009. [citado em 11 de setembro de 2017].Disponível em http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v26n4/04.pdf 36. Rodrigues Filho JS, Rodrigues HS, Silva DC. Benefícios e riscos da reposição hormonal no distúrbio androgênico do33. Moraes DR, Castiel LD, Ribeiro APPGA. “Não” para envelhecimento masculino: Uma revisão da literatura.jovens bombados, “sim” para velhos empinados: o discurso [Monografia] Salvador (BA): Universidade do Estado dasobre anabolizantes e saúde em artigos da área biomédica. Bahia; 2014. [citado em 19 de maio de 2018]. Disponível emCadernos de Saúde Pública, [Internet], 2015; 31(6):1131- http://www.uesb.br/revista/rsc/v10/v10n3a08.pdf1140. [citado em 22 de maio de 2018]. Disponível emhttp://www.scielo.br/pdf/csp/v31n6/0102-311X-csp-31-6- 37. Carvalho MP. O uso da testosterona como anabolizante1131.pdf. e seus efeitos colaterais. [Monografia]. Ariquemes (RO): Faculdade de Educação e Meio Ambiente; 2011. [citado em:34. Besins Healthcare Brasil. ANDROGEL: Testosterona, 28 de maio de 2018]. Disponível emBula de remédio; 2014. [citado em 22 de maio de 2018]. http://repositorio.faema.edu.br:8000/bitstream/123456789/7 22/1/CARVALHO%2c%20M.%20P.%20- %20O%20USO%20DA%20TESTOSTERONA%20COMO% 20ANABOLIZANTE%20E%20SEUS%20EFEITOS%20COL ATERAIS.pdf Como citar (Vancouver)Campana GA, Zambon CP, Tiegs LMR, Cardoso Júnior CA. A terapia hormonal no processo de transexualização. Rev CientFac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(ed esp): 526-531. doi: https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.627Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 526-531, 531maio-jun, 2018.
Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente. DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Revisão de Literatura (Farmácia)ASPECTOS DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS DA ENDOMETRIOSE DIAGNOSTIC AND THERAPEUTIC ASPECTS OF ENDOMETRIOSIS https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.583Patrícia Pires do AmaralDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9340-7867.Thais Piola AlvesGraduada em farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. Atualmente pós-graduando em FarmácaClínica e Hospitalar pela Faculdade Unyleya - RJ. Farmacêutica no Hospital Municipal de Theobroma - RO. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7962-9546.Jessica Akemi YamagishiGraduada em farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, Ariquemes-RO. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9763-2415.André Tomaz Terra JúniorMestre em Oncologia Clínica, Terapia Celular e Células troncos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –FMRP/USP.Docente do curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente -FAEMA. E-mail:[email protected]. ORCID: http://orcid.org/0000-0001-7365-5284.Clóvis Dervil Apparatto Cardoso JúniorMestre em Ciências Farmacêuticas e graduado em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Coordenadordo Curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. ORCID: http://orcid.org/0000-0002-7886-6512.Descritores (DeCS)8: Submetido em: 13 mar. 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Endometriose RESUMO: A endometriose é uma patologia caracterizada pela presença de tecidoDor pélvica endometrial de caráter benigno fora da cavidade uterina, causando dor pélvica eDiagnóstico infertilidade. A identificação da doença pode ser tardia, pois muitas vezes ela seTratamento. manifesta silenciosamente. Após a realização da videolaparoscopia, a endometriose pode ser classificada de acordo com o tipo histológico dos implantes, com a localização anatômica da doença - peritônio, ovário ou septo retovaginal ou pela extensão da doença sobre os órgãos pélvicos. O presente estudo teve por objetivo analisar os principais aspectos da endometriose com destaque no diagnóstico e tratamento desta patologia. Trata-se de um levantamento bibliográfico, pesquisado no Google Acadêmico, revistas eletrônicas e livros entre o ano de 2002 e 2017. Os exames de imagem são mais indicados para diagnosticar a provável presença da doença, os mais utilizados são a ultrassonografia e a ressonância magnética, devido sua alta capacidade de detectar a patologia. A terapia hormonal não cura, mas pode amenizar as manifestações de modo parcial ou completo nas pacientes. A cirurgia laparoscópica pode favorecer para aumentar a fertilidade e a chance de sucesso dependendo da gravidade da endometriose. As pílulas anticoncepcionais conseguem colaborar para impedir ou retardar a evolução da doença. Portanto, a endometriose é considerada uma patologia enigmática, que merece atenção Jdo farmacêutico, esclarecendo as dúvidas sobre o tratamento e os medicamentos, assim como o conhecimento da população. Uma vez que, é uma doença de diagnóstico difícil e mesmo não sendo considerada maligna, gera graves danos à vida da mulher.Descriptors: ABSTRACT: Endometriosis is a pathology characterized by the presence of benignEndometriosis endometrial tissue outside the uterine cavity, causing pelvic pain and infertility. ThePelvic pain identification of the disease can be late because it often manifests itself silently. AfterDiagnosis endoscopic laparoscopy, endometriosis can be classified according to the histologicalTreatment type of the implants, with the anatomical location of the disease - peritoneum, ovary or rectovaginal septum or by the extension of the disease on the pelvic organs. The present study aimed to analyze the main aspects of endometriosis, with emphasis in the diagnosis and treatment of this pathology. This is a bibliographic survey, searched in Google Scholar, electronic journals and books between the years of 2002 and 2017. Imaging tests are more indicated to diagnose the probable presence of the disease, the8 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br.532 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 532-539, maio-jun, 2018.
Aspectos diagnósticos e terapêuticos da endometriose. most used are ultrasonography and magnetic resonance imaging , due to its high capacity to detect the pathology. Hormone therapy does not cure but may partially or completely alleviate manifestations in patients. Laparoscopic surgery may favor increased fertility and the chance of success depending on the severity of endometriosis. Birth control pills can help prevent or slow the progression of the disease. Therefore, endometriosis is considered an enigmatic pathology, which deserves attention of the pharmacist, clarifying the doubts about the treatment and the medicines, as well as the knowledge of the population. Since it is a difficult diagnosis disease and even though it is not considered malignant, it causes serious damage to a woman's life.INTRODUÇÃO a consequência da doença, em todo caso os sintomas da paciente com a medicação em relação a qualidade de vida Endometriose é definida como presença de tecido (6).endometrial fora da cavidade uterina. É uma doença crônicarelacionada à dor pélvica e infertilidade. O endométrio é uma Diante do apresentado acima, o objetivo deste estudo émucosa que recobre a parede interna do útero, tornando-se analisar os principais aspectos da endometriose com ênfasemais espesso para que o óvulo depois de fertilizado consiga no diagnóstico e tratamento desta doença, por meio de umaimplantar nele. Cada vez que não acontece fecundação, boa revisão de literatura.parte desse endométrio que aumentou é eliminado durante amenstruação. Em alguns casos, ao invés de ser expelido, 2 METODOLOGIAparte desse sangue desloca para sentido contrário e espalhana cavidade abdominal e nos ovários, no qual voltam a Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura,proliferar-se e a sangrar, ocorrendo a lesão realizada através de buscas nas bases de dados Literaturaendometriótica(1,2). Latino-Americana (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google A American Society of Reproductive Medicine hoje é a Acadêmico e Google Livros entre outras bases.classificação mais empregada. Esta classificação dispõe apatologia em leve, mínima, moderada ou grave, pelo Após a leitura de vários artigos foram selecionadostamanho da patologia no peritônio e ovários, assim como artigos em português e espanhol, tendo como palavraspelo impedimento do fundo de saco de Douglas e pela chaves: endometriose, infertilidade, dor pélvica. A pesquisaexistência de aderências tubo-ovarianas (3). ocorreu entre janeiro e março de 2018, abrangendo monografias, livros e revistas eletrônicas. Entretanto, com base em estimativas de prevalência, aendometriose afeta 10% das mulheres em idade fértil e 30%- Para a seleção das obras foram utilizados os critérios de50% de mulheres na pré-menopausa sintomática, isto inclusão e exclusão, ou seja, foram incluídos os artigosrepresenta em torno de 176 milhões de mulheres no mundo publicados entre 2002 a 2017, compatíveis com o tema, comtodo. A etiopatogenia até agora não se encontra textos completos e disponíveis gratuitamente. E foramperfeitamente elucidada, porém os fundamentos apontam excluídas as obras que não obedeciam estes critérios ouque a junção de fatores hormonais, genéticos e imunológicos repetidas.poderia auxiliar para a criação e também no aperfeiçoamentodos núcleos ectópicos de endometriose (2). 3 REVISÃO DE LITERATURA É um pertinente motivo de dor pélvica e infertilidade 3.1 Endometriosefeminina, conduzindo ao gasto mental e físico, prejudicandoem casos sérios as condições de vida dos pacientes, É identificada pela existência de tecido endometrialespecialmente devido ao atraso da análise. Mesmo que a (mucosa que reveste o útero) distante da cavidade uterina,endometriose não seja uma patologia fatal, ela apodera-se a isto é, quando o endométrio, se desenvolve na parte externavida feminina e compromete aos setores por completo. A do útero. O mesmo pode se fixar em diversas localidades nadescoberta da patologia se torna um alívio, visto que junto cavidade abdominal ou em pontos mais longes. Conseguecom a explicação do motivo de suas dores, vem a notícia da se fixar nos ovários, intestino, nos ligamentos, peritônio, alémnão malignidade da doença (4). de bexiga, sigmoide, reto e outras. Principais sintomas são: cólica menstrual, normalmente muito forte, sofrimento na Os principais fatores para a endometriose são: menarca relação sexual no momento em que o genital masculinoantecipada; ciclos menstruais curtos (menos de 27 dias) com (pênis) toca no final da vagina, ocorre alterações intestinaisfluxo prolongado (mais de 8 dias) e dor menstrual intensa. A e urinárias que decorrem da menstruação. Além disso, podeincidência de endometriose é maior nas mulheres que causar infertilidade(7,8).retardam a gravidez ou nas mulheres com histórico familiarda doença. Pode haver toxinas ambientais que predispõem A dispareunia (dor durante o ato sexual) é um sintomaà endometriose, como a dioxina. Gestação e contraceptivos bem associado com a endometriose, podendo nos apontar ahormonais são protetores (5). existência de doença profunda, possivelmente acomete a região retrocervical ou ainda a fáscia reto-vaginal. Importante O diagnóstico fundamenta-se no exame físico, na história enfatizarmos que a doença acomete mulheres, a partir daclínica, exames laboratoriais como CA-125, e exames de primeira menstruação limitando-se a menopausa momentoimagem, dentre os quais a ressonância magnética da pelve, em que acabam as menstruações(9).ecoendoscopia retal (ecocolonoscopia), ultrassonografiapélvica e transvaginal com vias urinárias e com preparo A endometriose representa uma afecção ginecológicaintestinal, cistoscopia, etc(6). afetando de 5-10% das mulheres em idade reprodutiva, mesmo se considerado isoladamente a população de Dentre as variedades de tratamento estão inseridos o pacientes com dor pélvica, os números variam de 40 a 60%,tratamento clínico, medicamentoso, cirúrgico, hormonal,entre outros. Este deve ser individualizado, levando em contaRev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 532-539, 533maio-jun, 2018.
Amaral PP, Alves TP, Yamagishi JA, Terra Júnior AT, Cardoso Júnior CDA.enquanto que entre os pacientes com endometriose sub- quando tem o aspecto tradicional de lesões escuras (comfertilidade atinge percentuais 20-40%. O pico de incidência é sangue no seu interior) ou atípicas (brancas, placas, \"chamaentre 30 e 45 anos de idade. Essa doença ocorre em todos de vela\", hipervascularização) (15).os grupos étnicos, embora as asiáticas tem o risco maisaumentado. Não costuma ser encontrada nas mulheres que Figura 1 - Locais de implante do endometrioma.tiveram mais de um filho(10). Fonte: Kratka (15). Estudos mostram predominância de endometriose de4,8% a 8,8% em irmãs que contém esta doença. Mesmo sem 3.4 Etiologiacomprovação da maneira definida de transmissão, verificou-se que o risco genético pode ser mais certamente por causa A etiologia da endometriose é desconhecida. Váriasde diversos genes. Numerosos estudos descobriram um teorias, envolvendo fatores anatômicos, imunes, hormonaisrisco elevado em três a nove vezes para irmãs e mães de e genéticos, foram postuladas.mulheres com endometriose(9). Menstruação retrógada. A teoria de Sampson propõe Atualmente a infertilidade acomete cerca de 10% a 15% que a endometriose está associada com a menstruaçãoda população em idade reprodutiva, e um dos principais retrógada do tecido endometrial através das tubas de Falópiofatores que contribui para a incidência da infertilidade para a cavidade peritoneal. Essa teoria tem sido apoiadafeminina, é a endometriose. Quando se avalia o binômio pelos seguintes fatos: a endometriose é com mais frequênciaendometriose/infertilidade, os estudos sugerem que entre encontrada nas porções dependentes da pelve; a incidência25% e 50% das mulheres inférteis possuem endometriose e é mais alta nas mulheres com obstrução da saída do fluxoque 30% a 50% das mulheres com endometriose são menstrual normal (p. ex., estenose cervical); é mais comuminférteis. Numerosos mecanismos podem interferir na nas mulheres com ciclos menstruais mais curtos ou comfertilidade de mulheres com endometriose e estes incluem duração mais longa do fluxo, dando mais oportunidade paraalteração na foliculogênese, levando a uma disfunção a implantação endometrial (16).ovulatória e piora na qualidade oocitária, bem comodeficiência na fase lútea, redução na fertilização e Fatores imunes: Dados crescentes propõe que osanormalidades na embriogênese(11). fatores imunes específicos nos locais dos implantes endometriais executam um excelente papel para determinar3.2 Classificações da endometriose se uma paciente irá desenvolver a doença e em que extensão. Esses fatores parecem explicar a ligação e a American Society for Reproductive Medicine (ASRM) é a proliferação das células endometrióticas (17).classificação mais empregada, caracterizada pela dimensão,aparência e profundidade dos implantes presentes nos Disseminação iatrogênica: Normalmente, averígua-seovários e no peritônio; na presença de aderências, assim endometriose em cicatrizes de cirurgias passadas, comocomo seu tipo e tamanho; e no nível de bloqueio da fundura abdominais ou partos. Baseado nesse acontecimento,do saco(12). Ela distribui a patologia em quatro esferas: o Greenhill, em 1942, propôs a probabilidade de queestágio I ou doença mínima possui focos endometrióticos fragmentos endometriais poderiam continuar no local,isolados e sem aderências significantes, estágio II ou leve provocados pelo procedimento cirúrgico (15).acontece lesões livres e dispersas, sem aderênciassignificantes, implantes superficiais; estágio III ou moderada Fatores hormonais: Diferentemente do tecidocontém diversos implantes, superficiais e profundos com endometrial normal, os implantes endometrióticos podemadesão periovariana e peritubária que podem ser evidentes; produzir aromatase, levando à produção de estrogêniosevera, existem muitos implantes superficiais e profundos, extraovariano. Isso pode explicar por que a endometriosecom ocorrência de membranas e aderências densas e pode recorrer nas mulheres que se submetem àexistência de grandes endometriomas(13). histerectomia e à salpingo-ooforectomia bilateral. Prostaglandina E2 – um componente pró-inflamatório, Outra classificação muito usada divide-se a parece se mostrar como um poderoso indutor da atividadeendometriose em três tipos: a peritoneal é definida pela da aromatose nos implantes endometrióticos(17).existência de implantes na superfície do peritônio; a ovarianapela existência de implantes nos ovários e a apresentação Fatores genéticos: Mulheres que possuem um familiarde endometriomas e; a profunda é certa pela existência de de primeiro grau com endometriose possuem um risco deimplantes com profundeza acima de 5 mm e hiperplasia seis a nove vezes maior de desenvolver endometriose. Omuscular abaixo de peritônio e fibrose(4). modo de herança é possivelmente multifatorial (16).3.3 Localizações anatômicas 3.5 Diagnóstico As lesões endometrióticas podem apresentar-se de duasformas: interna e externa. A interna é quando ocorre dentrodo útero, mas está presente no tecido muscular deste órgão.Neste caso, recebe o nome de Adenomiose ou endometrioseuterina. A externa ou extra-uterina é quando ocorre fora doútero. Os locais mais comuns da endometriose extra-uterinasão: septo reto-vaginal (tecido entre a vagina e o reto), fundode Saco de Douglas (atrás do útero), ovários, tubas uterinas,superfície do reto, bexiga, ligamentos do útero e parede dapélvis (Figura 1) (14). As lesões endometrióticas podem se apresentar sob osmais variados aspectos sendo definidas como típicas,534 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 540-546, maio-jun, 2018.
Aspectos diagnósticos e terapêuticos da endometriose. O diagnóstico é realizado por meio da existência dos não permite que sejam empregados isoladamente nosinais da doença, e acreditamos que o melhor marcador para diagnóstico da patologia (19).endometriose é clinico: a Dismenorreia. Isso leva a umcaminho mais apropriado ao trabalho dos ginecologistas, O exame CA 125: é um exame utilizado para realçar apois, com uma boa anamnese, e de achados no exame físico suspeita de endometriose; entretanto, não é específico para(especialmente no toque da vagina) e da frequência de esta doença e pontos anormais de poucos elementos podemlesões suspeitas nos exames de imagem, conseguirão ser indicados em certos estados fisiológicos (no decorrer dapresumir a doença (18). menstruação, por exemplo) ou em situações patológicas que não conferem à endometriose (câncer no ovário). É Um dos desafios a ser atingido reporta-se à diminuição recomendado de que sua dosagem seja realizada desde ono tempo de análise da endometriose. Uma pesquisa primeiro ao terceiro dia da fase menstrual e no décimo diabrasileira relatou que o tempo gasto desde o começo dos (época pós-menstrual) (20).sintomas até a análise foi, em média, 7,4 anos para asmulheres que possuíam dor pélvica e 4 anos para as aquelas Outro exame laboratorial é a Proteína Amióide A Séricacom infertilidade (19). (SAA) que é definida como uma proteína de ciclo agudo inflamatório, que consegue permanecer amplamente emFigura 2 - Órgãos reprodutores feminino/normal e acometido pela pacientes com endometriose avançada, maior elevaçãoendometriose. também é averiguada durante o período menstrual (20). 3.5.3 Diagnóstico por imagem Fonte: Barbosa e Oliveira (4). Os exames de imagem são mais indicados para detectar a provável presença da doença, que será confirmada por Os exames de imagem, ultrassonografia ou ressonância meio de exames de imagens e laboratoriais. Dentre osmagnética vão comprovar e ampliar o diagnóstico da exames de imagem que conseguem determinar a patologia,endometriose. Porém, o exame físico completo poderá evidenciam-se a seguir (19).detectar lesões menores, sem resultado nos exames deimagem (Figura 2). Os exames de imagem são Ultrassonografia transvaginal (USTV) – é capaz deindispensáveis para mostrar a extensão da doença e identificar lesões nas junções reto e retossigmóide e tipos deprecisarão ser feitos depois da avaliação ginecológica para endometriose ovariana. Esse exame é mais usado para oque o especialista consiga fazer uma apuração mais precisa diagnóstico da endometriose, por ser mais acessível ee orientada (18). barato. Portanto, nem sempre esse procedimento é eficiente para o ginecologista realizar uma conduta verídica, porque a3.5.1 Diagnóstico clínico ultrassonografia tem algumas limitações, pois a mesma não consegue averiguar rigorosamente a região da pelve e o É bastante oscilatória a situação clínica da paciente com espaço subperitonial, o que dificulta o diagnóstico adequadoendometriose. A paciente pode ser assintomática ou da endometriose (21).apresentar manifestações como cólica severa, dor pélvicacrônica, dispareunia profunda, fadiga crônica, sinais Retossigmoidoscopia e Citoscopia – é capaz de conduzirevacuatórios perimenstruais ou urinários e infertilidade. O a análise indireta de lesões de endometriose. Outro exame éexame ginecológico pode apresentar-se normal, porém a a Colposcopia que auxilia no diagnóstico da endometriosefrequência de dor à movimentação do útero, crescimento do cervical ou vaginal. Além desses, existe o examevolume ovariano ou retroversão uterina é desconfiança da Histerossalpingografia é utilizado na análise dadoença, apesar de que não seja específica. Os endometriose, no momento que indica estrias terminais,espessamentos dos ligamentos uterossacros, lesões retenção peri-tubo-ovárica de contraste, pinçamentos de luzvioláceas ou as nodulações palpáveis no fórnice vaginal tubária, loja ovariana atípica, presença de divertículos eposterior na vagina são os indícios de sugestão de pólipos, alterações de imagens intra-tubáricas, alteraçõesendometriose profunda infiltrativa (3). das pregas tubáricas, quaisquer capazes de situações na endometriose (20).3.5.2 Diagnóstico laboratorial Ressonância magnética – identifica lesões nos Muitos estudos foram feitos para descobrir os exames ligamentos retrocervicais e uterossacrais e no ureter,laboratoriais que possam ser utilizados para constatar a averiguando sua extensão e infiltração. Esse exame éendometriose. Portanto sua sensibilidade não é suficiente, e considerado um excelente método para diagnóstico de endometriose da pelve, devido a sua habilidade em conseguir imagens de variados planos de diferentes locais da cavidade pélvica e por ter ótima caracterização tecidual. No entanto, devem-se empregar esse exame mais a ultrassonografia em casos de desconfiança da endometriose, porque esse tipo de patologia pode ficar infiltrada em variados locais do organismo (21). Laparoscopia: Diagnóstico e tratamento da endometriose. A técnica utilizada e por meio de pequenos riscos na barriga, e a inserção de instrumentos telescópicos para se visualizar, e se precisar, para remoção das lesões. Ela é mais propícia que a Laparotomia, porque tem um pequeno tempo de internação, recuperação e anestesia, além de possibilitar uma melhor visualização dos focos da patologia. Laparotomia é tido como mais invasivo em relação a Laparoscopia (1).Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 532-539, 535maio-jun, 2018.
Amaral PP, Alves TP, Yamagishi JA, Terra Júnior AT, Cardoso Júnior CDA.3.6 Tratamento benefício da utilização de contraceptivos orais combinados é o emprego por tempo indeterminado e, por consequência ao Todavia, como a endometriose é considerada crônica, caráter crônico da doença, tratamentos em longo prazodeve-se ter em consideração na hora de indicar uma precisam ser considerados. As terapias hoje têm comomedicamentação não apenas a eficácia, como também a finalidade: aumentar a chance de gestação, diminuir a dor etolerabilidade e segurança em tratamentos muito extensos. retardar a recorrência (6).Não há um tratamento ideal para todas as pacientes e omanejo depende dos sintomas, da idade e desejo Algumas mulheres que não optam em ter filhos ereprodutivo no futuro e no momento em curto e em longo que possuem nível pequeno da patologia e dos sinaisprazo. O objetivo dos tratamentos é amenizar as lesões podem escolher por realizar somente exames constantesendometrióticas, diminuir a dor e outros sinais, e aprimorar a uma ou duas vezes por ano, afim de que o médico averiguequalidade de vida das mulheres atingidas (22). se a patologia não está piorando (8).3.6.1 Tratamento clínico 3.6.3 Tratamento cirúrgico Esse tratamento é recomendado para pacientes O procedimento cirúrgico engloba desde métodos desintomáticas, que não possuem vontade de ter filhos e menor complexidade, como liberação de aderênciasaquelas que não alcançaram a redução da dor após velamentosas, cauterização de focos superficiais, atétratamento cirúrgico. O objetivo desse tratamento é intervenções complicadas nos ovários, bexiga, intestino,proporcionar a diminuição da dor causada pela ureteres e fundo de saco de Douglas, requisitando, emendometriose, além de colaborar na prevenção ou prolongar alguns casos, uma equipe multidisciplinar (3).o desenvolvimento da patologia. Para a redução da dorpodem ser prescritos medicamentos anti-inflamatórios não A cirurgia é uma alternativa para as mulheres quehormonais, analgésicos e alguns tratamentos clínicos possuem dor abundante que não reduz com o tratamentocomplementares como: acupuntura, exercícios físicos, hormonal ou que pretendem engravidar em breve ou nomudanças de estilo de vida, acompanhamento psicológico e futuro. Uma laparoscopia ou laparotomia pélvica é realizadafisioterapia (23). para descobrir a endometriose e destruir ou remover todos os tecidos associados a patologia e o tecido cicatricial3.6.2 Tratamento farmacológico (aderências) (8). A terapêutica medicamentosa principal consiste na As mulheres que possuem essa patologia comutilização de anti-inflamatórios não esteroides (AINE) manifestações graves e não tem mais vontade de ter filhosperimenstrual, agregado a um anticoncepcional oral (ACO), no futuro podem realizar a cirurgia para a remoção do úterodiário. Com tratamento bem desenvolvido: análogos (histerectomia) assim como a retirada de um ou dois ovários,gonadotrofinas (GnRH- intramuscular ou subcutâneo uma além das tubas uterinas. Uma em cada três mulheres quevez por mês) que age inibindo a secreção de gonadotrofinas, não tiraram os dois ovários durante a histerectomiacausando efeito hipoestrogênico e atrofia os focos da manifestará os sinais outra vez e necessitará de cirurgia maisdoença, melhorando a dor pélvica. Não pode ser utilizado por tarde para removê-los. Os objetivos desse procedimentomais de seis meses consecutivos (24). são: remover completamente os implantes endometriais e aderências dos órgãos inclusos e recompor a anatomia Uma nova opção terapêutica foi inserida neste ramo de regular da pelve (25).tratamento. O Dienogest é um novo progestágeno habilitadohá pouco tempo em vários países da Europa, em alguns 3.6.4 Tratamentos de reprodução assistidapaíses latino-americanos e Japão, como medicação daendometriose na porção de 2 mg/dia por via oral. O Os tratamentos de reprodução assistida-fertilização inDienogest diminui as lesões da endometriose, visto que vitro e inseminação intrauterina - podem ser indicados paraproduz um ambiente progestogênico contínuo com pacientes com endometriose e infertilidade, levando-se emdiminuição moderada dos estrogênios circulantes, contudo conta o nível da patologia, o tempo de infertilidade, a idade,não gerando hipoestrogenismo, sem atividade significativa o envolvimento das trompas e a existência de outros fatoresmineralocorticoide, androgênica ou glicocorticoide devido à relacionados (19).união essencial ao receptor (22). A inseminação intrauterina com indução da ovulação é O Progestagênio também pode ser indicado na segunda um procedimento para os casos de endometriose leve oufase do ciclo menstrual, em injeção intramuscular trimestral mínima. Pacientes acima de 35 anos podem partirou em forma de depósito de liberação lenta subcutânea ou prontamente para fertilização in vitro (FIV). A medicaçãoem dispositivo intrauterino, sendo eficaz na redução da deve ser ofertada por até seis ciclos. A FIV é umsintomatologia álgica. Ou ainda pode ser utilizado o procedimento adequado para os casos de endometrioseGestrinona, que é um esteroide derivado da 19- grau 3 ou 4 com comprometimento tubário, se os tratamentosnortestosterona, inicialmente desenvolvida como método prévios falharam ou se houver fator masculino associado (3).anticoncepcional, com efeitos androgênico, progestagênicoe antiestrogênico. Seu efeito clínico é conseguido pela 3.6.5 Tratamento hormonalsupressão da ovulação, que resulta em oligo ou amenorreia,reduzindo os implantes endometrióticos (24). O Sistema Intrauterino Liberador de Levonorgestrel (SIU- Lng), Mirena, foi produzido na Finlândia em 1990. Igualmente O uso da medicação é alicerçado devido a endometriose chamado de endoceptivo, visto que consiste nos efeitosreferir-se a hormônios que atrofiam o endométrio e impedem locais da liberação de pequenas dosagens de uma menstruação, como os contraceptivos orais combinados e progestágeno, o levonorgestrel (Lng) na parte interna daos progestágenos, e também os análogos do GnRH que cavidade uterina. É conhecido também de “DIU Hormonal”,possibilitam a supressão do estrogênio endógeno. O visto que consegue associar os benefícios dos DIUs (ação intrauterina, única aplicação e longa duração) em relação às536 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 540-546, maio-jun, 2018.
Aspectos diagnósticos e terapêuticos da endometriose.dos contraceptivos hormonais (alta eficácia e Consumir alimentos ricos em cálcio e magnésio parareversibilidade). Diferentemente acontece com os aliviar as cólicas e as contrações musculares;contraceptivos orais, da qual eficácia pode ser comprometida Comer frutas e verduras ricas em vitamina C, ““fortalecepelo emprego inadequado do método, a eficácia do SIU-Lng os vasos capilares, o que ajuda a reduzir o sangramentonão sofre interferência da aderência ao tratamento em menstrual intenso.” Comer mais frutas também ajuda arelação à usuária (26). aliviar as cólicas resultantes da endometriose. Adicionar grãos de soja à alimentação. Esses legumes Ensinamentos clínicos recomendam que as ajudam a reduzir os níveis de estrogênio e também fornecemconcentrações tenham duração por até 78-84 meses após a grandes quantidades de bioflavonóides, que podem reduzirintrodução do endoceptivo. Porém, só é aprovado para a intensidade do sangramento (29).utilizar cinco anos. É um contraceptivo muito confiável, comregulação da fertilidade, possui também as vantagens em ser 3.7 Atenção farmacêutica na endometriosede utilização simples, cômodo e reversível. Ocasionatambém, progresso da dismenorreia e uma redução A atenção farmacêutica é uma definição de práticaconsiderável tanto da duração, como da quantidade do profissional na qual o paciente é o mais favorecido com ossangramento menstrual (27). serviços do farmacêutico. O Código de Ética Farmacêutico Brasileiro determina que o farmacêutico deve agir em favor Consequentemente, também útil em várias situações da saúde do paciente e informando-os sobre todas aspatológicas, como nas diversas causas de menorragia, em dúvidas. Esse profissional atende o paciente e o orientaginecopatias como a miomatose, a adenomiose, e a sobre a farmacoterapia determinada pelo médico, através daendometriose (26). avaliação das suas necessidades associadas aos medicamentos, além disso, identifica problemas sobre os Os equipamentos intra-uterinos liberadores de hormônios medicamentos (30).contêm efeitos locais e hormonais, e são usados namedicamentação da endometriose por eliminar a síntese de Apesar de todas as informações sobre esta patologia,estrogênio, bloqueando a fase de estimulação e ainda não surgiu um procedimento ideal sem reaparecimentosangramento endometrial ou guiando a atrofia dos implantes da doença e dos sintomas. Muitas mulheres reclamam de dorendometriais ectópicos (27). ou de perda da fertilidade mesmo após terem realizado várias intervenções. Por isso, o farmacêutico deve orientar Os contraceptivos orais com baixa dose de estrogênios e as pacientes com endometriose sobre as probabilidades deprogestinas de alta potência são preferidos e podem ser falhas no tratamento, sobretudo acompanhar a terapia e, aoadministrados como regimes cíclicos ou contínuos sem identificar a falta de eficácia dos fármacos, conduzir aintervalos a cada mês. Os contraceptivos orais podem ser paciente ao serviço especializado para modificações nocontinuados por longo período como terapia de manutenção tratamento (31).em mulheres saudáveis (5). No entanto, é fundamental que os farmacêuticos realizem3.6.6Terapias alternativas uma anamnese correta para averiguar a probabilidade de a paciente estar com endometriose e não outra patologia. O a. Acupuntura - ainda são escassas as pesquisas que farmacêutico possui participação importante em diversosesmiúçam a eficácia da técnica medicinal chinesa em fatores quando se trata em colaborar no diagnóstico,mulheres com dor pélvica e endometriose. Quando acompanhar a terapia, especialmente nos contraceptivosexistentes, a maioria são publicada em periódicos de outros orais combinados e modificações no estilo de vida. Alémpaíses, de idioma distinto, dificultando o estudo e disso, deve realizar as orientações fundamentais para ascompreensão. No entanto, diversas evidências demonstram portadoras da doença sobre dieta adequada à base deque a acupuntura pode contribuir no tratamento deste grupo comidas naturais e fibras, líquidos e a redução de produtosde pacientes (28); industrializados e carne vermelha em demasia (32). b. Eletroterapia - Os exercícios usados para a 4 CONSIDERAÇÕES FINAISmedicação da endometriose é todos aqueles que podeminserir a área pélvica; empregando os movimentos inclinação A endometriose é considerada uma patologia enigmática,pélvica anterior e posterior, inclinações laterais e as rotações que merece atenção dos profissionais de saúde, assim comopara frente e para trás, pois os movimentos pélvicos o conhecimento da população. Uma vez que, é uma doençanotadamente possibilitam irrigações sanguíneas nesta área, de diagnóstico difícil, sem cura e mesmo não sendobem como massageia os órgãos interno (1); considerada maligna, gera graves danos à vida da mulher. c. Fisioterapia - são empregadas técnicas de A terapia hormonal e a laparoscopia pélvica não a curameletroestimulação e/ou terapias manuais, com obtenção de a doença, mas podem amenizar as manifestações de modoresultados positivos e melhora da dismenorreia e na dor, parcial ou completo nas pacientes. Em algumasembora os reflexos ainda não foram analisados de forma circunstâncias a doença pode voltar mesmo com aadequada em casos específicos de endometriose, sabe-se histerectomia. Essa patologia, é capaz de provocarque são meios paliativos e não de tratamento (28); infertilidade, mas não em todas as mulheres, especialmente se for leve. A cirurgia laparoscópica pode favorecer para d. Sugestões alimentares - é possível que os altos aumentar a fertilidade e a chance de sucesso dependendoníveis de estrogênio possam “estimular o crescimento de da gravidade da endometriose. As pílulas anticoncepcionaisimplantes endométricos. ” Pela escolha de alimentos e conseguem colaborar para impedir ou retardar a evolução dasuplementos alimentares que reduzem os níveis de doença.estrogênio, é possível se alcançar o sucesso no tratamentoda endometriose. Eis algumas de suas sugestões: O nosso papel como farmacêutico é orientar as pacientes, para que procurem um ginecologista para Consumir grãos integrais ricos em vitaminas E e diagnóstico correto e caso diagnosticado, esclarecer as complexo B, que podem ajudar a reduzir os níveis de estrogênio. Além disso, as fibras desses grãos irão absorver o excesso de estrogênio e removê-lo do corpo;Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 532-539, 537maio-jun, 2018.
Amaral PP, Alves TP, Yamagishi JA, Terra Júnior AT, Cardoso Júnior CDA.dúvidas sobre o tratamento e os medicamentos, desde importante papel em todos os estágios da patologia.cumprir a posologia adequada, o tempo determinado e os Compete a este profissional determinar os sintomas, mesmointervalos apropriados, interações medicamentosas, efeitos que inespecíficos, e conduzir a paciente para um serviçocolaterais, a importância de seguir o tratamento de modo médico especializado. Após o diagnóstico, o farmacêuticocorreto e reforçar informações para desfazer mitos e deve informar a paciente com endometriose sobre opossíveis medos. Também incentivar a comunicação da tratamento farmacológico, como também elaborarpaciente com os outros membros da equipe visando um estratégias que elevem a adesão da portadora à terapiaacompanhamento multiprofissional. assim como determinar falhas no tratamento adotado. Em razão da prevalência aumentada de endometrioseem mulheres com idade fértil, o farmacêutico possui umREFERÊNCIAS 9- Belleli P, Dias Junior JA, Podgaec S, Gonzales M, Baracat EC, Abrão MS. Aspectos epidemiológicos e clínicos da1- Nascimento LZR, Kraievski ES. Endometriose: fisioterapia endometriose pélvica – uma série de casos. Rev Assoc Méde a doença. Rev Conexão Eletrônica 2017; 14 (1): 154-163. Bras 2010; 56 (4): 467-471. [citado 16 de janeiro de 2018].[citado 10 de janeiro de 2018]. Disponível em: http:// www Disponível em:http://www. scielo. br/ pdf/ ramb/ v56 n4/.aems.edu.br/ conexao/ edicaoatual/ Sumario/ downloads 22.pdf./2017/1. %20Ci%C 3% AAncias %20Biol%C3%B3gicas%20e%20Ci%C3%AAncias%20da%20 10- Orshan SA. Enfermagem na Saúde das Mulheres, dasSa%C3%BAde/16%20ENDOMETRIOSE%20%20Fisioterap Mães e dos Recém-Nascidos: o cuidado ao longo da vida.ia%20e%20a%20Doen%C3%A7a.pdf. São Paulo: Artmed, 2010. [citado 18 de janeiro de 2018]. Disponível2- Nnoaham, KE, Hummelshoj L, Webster P, Hooghe T, em:https://books.google.com.br/books?id=NStADQAAQBAJ &pg=PA183&dq=etiologia+da+endometriose&hl=pt-Cicco NF, Cicco NC, Jenkinson C, Kennedy SH, Zondervan BR&sa=X&redir_esc=y#v=onepage&q=etiologia%20da%20 endometriose& f= false.KT. Impact of endometriosis on quality of life and workproductivity: a multicenter study across ten countries. FertilSteril 2011; 96 (2): 366-373. [citado 10 de janeiro de 2018]. 11- Podgaec S. Endometriose. 1.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 279p. [citado 18 de janeiro de 2018]. DisponívelDisponível em:http://www.fertstert.org/article/S0015- em:https://books.google. com. br/books? id= Yd12Bg AAQBA J&pg= PA83&dq= infertilidade+por+ causa+da+0282(11)00876-4/pdf. endometriose&hl= pt-BR&sa= X&redir_ esc= y#v= onepage&q= infertilidade% 20por% 20causa%20da% 203- Nácul AP, SPRITZER PM. Aspectos atuais do diagnóstico endo metriose&f=false.e tratamento da endometriose. Rev Bras Ginecol Obst 2010;32 (6): 298-307. [citado 10 de janeiro de 2018]. Disponívelem: http://www.scielo.br/ scielo.php? script= sci_arttext&pid=S010 07203201 000060000 8&l 12- Bassi MA, Podgaec S, Dias Júnior JA, Sobrado CW; Amico Filho N Abrão MS. Endometriose intestinal: umang=pt&nrm=iso&tlng=pt. doença benigna? Rev Assoc Med Bras 2009; 55(5). [citado 22 de janeiro de 2018].Disponível em:< http://www.scielo.4- Barbosa DAS, Oliveira AM. Endometriose e seu impacto br/pdf/ramb/v55n5/29.pdf>.na fertilidade feminina. Rev Acadêm Instit Ciênc Saúde 2015;1 (1):43-56. [citado 11 de janeiro de 2018]. Disponível em: 13- Cacciatori FA, Medeiros JPF. Endometriose: uma revisãohttp://revistas.unifan.edu.br/index.php/ RevistaICS/ article/ da literatura. Rev Inic Cient 2015; 13 (1):56-66. [citado 22 deview/116/95. janeiro de 2018]. Disponível em: periodicos. unesc. net/ iniciacao cientifica/ article/ download/ 26 87 /2 495.5- Doherty GM. Cirurgia: Diagnóstico e Tratamento. 14. ed.Porto Alegre: Artmed, 2017. [citado 11 de janeiro de 2018]. 14-Zimbardi D. Investigação do perfil de metilação de genesDisponível em:https://books. google.com.br/ books?id= candidatos a biomarcadores na endometriose. [tese].Fz2KDg AA QBA J& pg=PT3241&dq= etiologia+ da+ Botucatu/SP: Universidade Estadual Paulista, 2014. [citadoendometriose& hl= pt-BR& sa= X& redir_ esc= y#v= 23 de janeiro de 2018].Disponível em: https://repositorio.onepage&q= etiologia% 20da% 20endometriose&f= false. unesp.br/ bitstream/ handle /11449/ 124006/ 00082 8456 .pdf?sequence=1.6-Monteiro NF, Tambellini SRM, Santos ALF. Comodiagnosticar e tratar a endometriose. RBM 2011; 69 (½):5-8. 15- Kratka PC. O enigma da endometriose. [monografia].[citado 12 de janeiro de 2018]. Disponível em: http://www. Brasília: Faculdade de Ciências da Saúde, 2002. [citado 28moreirajr.com.br/ revistas. asp? fase= r003 de janeiro de 2018]. Disponível em: http://repositorio.&id_materia=4956. uniceub. br/ bitstream/ 123456789/ 2496/2/ 9863817. pdf.7- Crosera A MLV, Vieira CHF, Samama M, Martinhago CD, 16- Coelho AP. Endometriose 200_. [citado 28 de janeiro deUeno J. Tratamento da endometriose associada à 2018]. Disponível em: http://www. fspog.infertilidade - revisão da literatura. Rev Femina 2010; 38 com/fotos/editor2/cap_17.pdf.(5):251-256. [citado 12 de janeiro de 2018]. Disponível em:http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/ 2010/ v38 n5 17- Hurter KJ, Gulle MW, Blenstock JL, Fox HE, Wallach EE./a005.pdf. Manual de Ginecologia e Obstetrícia do Johns Hopkins. 4.8- Mendes EO, Queiroz IA, Rigonati MS, Trindade VL,Garbelini MC. Endometriose. Rev Fac Santa Cruz 2013; 9 ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. [citado 02 de fevereiro de(1): 17-22. [citado 16 de janeiro de 2018]. Disponível em:http:// www .santacruz.br/ v4/download/ revista- 2018]. Disponível em: https://books. google. com.br/academica/16/08-endometrios.pdf. books?id=k QOpDAAAQBAJ&pg= PA504&dq= etiologia+da+ endometriose &hl =pt-BR& sa =X& redir_ esc=538 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 540-546, maio-jun, 2018.
Aspectos diagnósticos e terapêuticos da endometriose.y#v= onepage &q = etiologia% 20da% 20endometriose& 2018]. Disponível em: http://www.scielo.cl/ scielo. php ?f=false. script=sci_ arttext& pid= S0717-95022006000500008.18- Lasmar, RB, Lasmar BP. Endometriose: o que nos leva 26- Moreira Juliana. Perfil das usuárias do sistemaa suspeitar da doença e quando indicar cirurgia para a intrauterino liberador de levonorgestrel (siu-lng) epaciente com endometriose? Rev Femina 2015; 43 (3):93- aceitabilidade do método em Florianópolis (SC).95. [citado 02 de fevereiro de 2018].Disponível em: [monografia]. Florianópolis: Universidade Federal de Santahttp://files.bvs.br/ upload/ S/ 0100- 7254/2015/ v43n3/ Catarina, 2004. [citado 22 de fevereiro de 2018]. Disponívela5112. pdf. em: https://repositorio. ufsc.br/ bitstream/ handle/ 123456789/ 117955/2048 58 .pdf ?sequence =1.19- Marqui ABT. Endometriose: do diagnóstico aotratamento. Rev Enferm Atenção Saúde 2014; 3 (2):97-105. 27- Oliveira MV, Lima APB, Conforti DB, Bittencourt LK,[citado 03 de fevereiro de 2018]. Disponível em: Oliveira MRM, Angelo VT. Benefícios não contraceptivos dohttp://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/ uploads/ 2016/ 06/ Sistema Intrauterino Liberador de Levonorgestrel naEndo me triose-dodiagn% C3% B3stico- ao- tratamento. pdf. endometriose. Rev UNILUS Ens Pesq 2015; 12 (2): 42-48. [citado 22 de fevereiro de 2018]. Disponível em:20- Santos AB, Martins AM, Barbosa FJS. Endometriose nos http://revista.unilus.edu.br/ index.php/ ruep/ article/ view/seus diagnósticos diferenciados: ultrassonografia e 383/ u20 15 v12n27e383.ressonância magnética. [monografia] Belém: FaculdadesIntegradas Ipiranga, 2013. [citado 03 de fevereiro de 2018]. 28- Melo NR. Manual de Orientação Endometriose. 2010.Disponível em: http://www. Ipiran ga educacional. com. br/banco_arquivo/ TCC% 20BIBLIOTECA/ ipiranga_ educac [citado 24 de fevereiro de 2018]. Disponível em:ional 9813977f973.pdf. http://professor.pucgoias. edu.br/SiteDocente/admin/ arquivos Upload/ 13162/ material/ENDOMETRIOSE%20-21- Santos LA, Emídio R, Roversi FM. Diagnóstico por %20FEBRASGO%202010.pdf.imagem em endometriose: comparação entre ressonânciamagnética e ultrassonografia. 2015. [citado 06 de fevereiro 29- Sparrowe L. Yoga para a saúde do ciclo menstrual. Sãode 2018]. Disponível em: http://lyceumonline.usf.edu.br/ Paulo: Pensamento, 2006. [citado 24 de fevereiro de 2018].salavirtual/ documentos/ 2768.pdf. Disponível em: https://books. google. com.br/ books? id= z728 10 H02xgC&pg= PA85& dq =endometriose&hl=pt-22- Bahamondes L, Camargos AF. Dienogest: Uma nova BR&sa= X&redir_ esc=y#v= onepage&q= endometriose &f=opção terapêutica em endometriose. Rev Femina 2012; 40 false>.(3): 155-159. [citado 06 de fevereiro de 2018]. Disponível em:http://files.bvs.br/upload/S/0100- 30- Oliveira AB, Oyakawa CN, Miguel, MD, Zanin SMW,7254/2012/v40n3/a3263.pdf. Montrucchio DP. Obstáculos da atenção farmacêutica no Brasil. Rev Bras Ciênc Farmac 2015; 41 (4):409-413 [citado23- Fagundes PZ, Bellelis P, Podgaec S. Contracepção 26 de fevereiro de 2018]. Disponível em:hormonal e sexualidade- endometriose. RBM 2012; 69 http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_ arttext& pid=(1):14-18. [citado 13 de fevereiro de 2018]. Disponível em: S1516-93 32 20 05 0004 00002.http://www. moreirajr. com.br/ revistas. asp? Fase =r003&id_materia=5268. 31- Lorençatto C, Vieira MJN, Marques A, Pinto CLB, Petta CA. Avaliação de dor e depressão em mulheres com24- LOPES, Antônio Carlos. Diagnóstico e tratamento. v.3. endometriose após intervenção multiprofissional em grupo. Rev Assoc Méd Bras, 2007; 53(5). [citado 02 de março deBarueri, SP: Manole, 2007. [citado 18 de fevereiro de 2018]. 2018]. Disponível em: http://www. scielo. br/ pdf/ ramb/ v5 3n5/a20v53n5.pdf.Disponível em: https://books. google.com.br/ books?id=KI4lcyKdGsAC&pg= PA518&dq=preven%C3%A7%C3%A3o+da+endometriose&hl =ptBR & 32- Silva, IDC, Hermoso PV, Nakatani CH, Ramos ERP. Aspectos fisiopatológicos, diagnósticos e terapêuticos dasa=X&redir_esc=y#vonepage&q=preven% C3% A7% C3% endometriose na atenção farmacêutica: um estudo de revisão. Ver Saúde Pesq 2013; 6(1): 99-108. [citado 04 deA3o% 20da% 20endometriose&f= false. março de 2018]. Disponível em: http://periodicos. unicesumar. edu.br/ index. php/ saudpesq/ article/ viewFile/25- Batista APC, Conceição APM, Moraes EF, Teixeira AAC, 2415/1851.Teixeira VW. Histological evaluation of the inducedendometriosis in rats, after treatment with dexamethasone.Int J Morphol 2006; 24 (4):565-570. [citado 18 de fevereiro de Como citar (Vancouver)Amaral PP, Alves TP, Yamagishi JÁ, Terra Júnior AT, Cardoso Júnior CDA. Aspectos diagnósticos e terapêuticos daendometriose. Rev Cient Fac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(ed esp): 526-533 doi:https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.583Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 532-539, 539maio-jun, 2018.
Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente. DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Revisão de Literatura (Farmácia) ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO ÂMBITO DE CUIDADOS A GESTANTES COM HIPERTENSÃO ARTERIALPHARMACEUTICAL CARE IN THE FIELD OF CARES FOR PREGNANT WOMEN WITH ARTERIAL HYPERTENSION https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.579Aline de Souza RodriguesDiscente de Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-5373-6260.Valcione da Silva GretzlerDiscente de Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail: [email protected]: https://orcid.org/0000-0001-9808-7201.Jakelane Soares LopesDiscente de Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-4543-7658.Waldemiro Gustavo de SouzaDiscente de Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-4387-3712.Ednilson José de Santana JuniorAdministrador e Especialista em Gestão Empresarial pela Faculdade de Educação de Tangará da Serra – MT. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4504-4192.André Tomaz Terra JúniorMestre em Oncologia Clínica, Terapia Celular e Células Troncos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –FMRP/USP.Docente do curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7365-5284. Submetido em: 29 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Descritores (DeCS)9: RESUMO: A hipertensão arterial (HA) é uma das principais causas de risco para oHipertensão surgimento de doenças cardiovasculares, dados da Organização Mundial da SaúdeGravidez confirmam que cerca de um bilhão de pessoas no mundo são hipertensas fator que asAssistência Farmacêutica tornam oportunas a terem derrame e Acidente Vascular Cerebral (AVC). O período de gravidez é um momento delicado da mulher, várias mudanças fisiológicas e metabólicas ocorrem durante este processo, a mulheres hipertensas passam a ter uma gravidez de risco sendo um desafio para os familiares e profissionais da saúde envolvidos, para saúde pública brasileira é um desafio embaraçador com suas ferramentas e serviços disponíveis para sociedade, devem ter toda a assistência e medicamentos disponíveis para seu período de gestação, a medicamentação das gestantes hipertensas tem ser feita com eficiência e eficácia para que não afete a vida da mãe nem a do feto, a assistência farmacêutica (AF) é uma ferramenta de qualidade que dá ênfase no uso racional de medicamentos, fácil acesso e o baixo custo dos medicamentos, os parâmetros da AF usando o medicamento como sua matéria principal de trabalho pode ter grande benefício no tratamento das gestantes hipertensas, com base o presente estudo tem como problemática: atuação da AF no processo da gestação em gravidas diagnosticadas com HA. O artigo tem como metodologia a revisão bibliográfica, sendo que os dados foram coletados por meio de artigos periódicos, revistas, internet, monografias, teses. O processo de AF é de extrema influencia a gestante hipertensiva, promovendo uso racional e acesso seguro de medicamentos.9 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br.540 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 540-546, maio-jun, 2018.
Assistência farmacêutica no âmbito de cuidados a gestantes com hipertensão arterial.Descriptors: ABSTRACT: High blood pressure (AH) is one of the leading risk factors for theHypertension emergence of cardiovascular disease, data from the World Health Organization confirmPregnancy that about one billion people in the world are hypertensive factor that make themPharmaceutical Care opportunistic to have stroke and Stroke (Stroke). The pregnancy period is a delicate moment of the woman, several physiological and metabolic changes occur during this process, hypertensive women happen to have a risk pregnancy being a challenge for family members and health professionals involved, for Brazilian public health is a challenge pregnant women with their tools and services available to society, should have all the assistance and medications available for their gestation period, the medication of hypertensive pregnant women must be done efficiently and effectively so that it does not affect the life of the mother or the fetus, the (AF) is a quality tool that emphasizes the rational use of medications, easy access and the low cost of medications, the parameters of FA using the drug as its main subject of work can have great benefit in the treatment of hypertensive pregnant women , based on the present study has as problematic: gestation in pregnancies diagnosed with HA. The article has as a methodology the bibliographic review, and the data were collected through periodical articles, journals, internet, monographs, theses. The PA process is extremely influential to hypertensive pregnant women, promoting rational use and safe access to medications.INTRODUÇÃO A Assistência Farmacêutica engloba um conjunto de medidas voltadas para a promoção, proteção e recuperação A gravidez e uma eventualidade fisiológica que na da saúde, podendo ser individual ou coletiva, sendo omaioria das mulheres não sofrem nenhum tipo de transtorno. medicamento como insumo fundamental e tendo comoEntretanto em certos casos pode ocorrer o aparecimento de objetivo dispor de acesso e uso racional. Este conjunto einjurias no decorrer da gravidez, o que pode colocar em risco munido de pesquisas, desenvolvimento e a produção dea vida da mãe e do feto. A Hipertensão Arterial (HA) é um medicamentos e insumos, e também a seleção,fator de injuria que pode interferir na prematuridade do feto e programação, aquisição, distribuição e dispensação, a fim deno baixo peso ao nascer (1). propor produtos de qualidade e segurança, dispondo de acompanhamento e avaliação de seu uso, tendo como ponto A HA é uma doença cardiovascular que pode ser definida vista a obtenção de resultados definidos e a melhoria dacomo condição clinica multifatorial abordado como uma qualidade de vida da população (7).alteração nos níveis de pressão arterial ≥ 140 e/ou 90 mmHg,que pode estar relacionado a variações funcionais e/ou Neste contexto a problemática deste trabalho relata aestruturais dos órgãos - alvo (coração, encéfalo, rins e vasos atuação da AF no processo da gestação em gravidassanguíneos), e modificações metabólicas, havendo uma diagnosticadas com HA.decorrência de risco como eventos cardiovasculares fatais enão fatais (2). Sendo um transtorno que acomete cerca de 5 a 2 METODOLOGIA10% das gestantes, podendo ser alterado devido os estudosrealizados, é um problema muito simples da gravidez tendo Segundo Severino (8), pesquisa bibliográfica buscadestaque como a maior causa de morbimortalidade maternal informações produzidas no passado de inúmeros autorese perinatal (3). que se conectam por meio de teorias abordadas com isso servindo de base teórica para novas pesquisas futuras. A síndrome hipertensiva na gestação ainda continuasendo um grande destaque de saúde pública, ressaltando a Ainda o mesmo que afirma:busca por várias estratégias de assistência como diagnósticocorreto, a disponibilidade do atendimento à saúde, o “ [...] O pesquisador trabalha a partir dasacompanhamento da pressão arterial e o seguimento contribuições dos autores dos estudos analíticosfarmacoterapêutico, destacando as características de cada constantes no texto”.paciente (4). Podendo a hipertensão arterial (HA) na gestaçãoser classificada em pré-eclâmpsia; eclâmpsia; pré-eclâmpsia Pesquisa bibliográfica é uma análise geral de teoriassuperposta à hipertensão crônica; hipertensão gestacional e relevantes para chegar a um objetivo coerente ehipertensão crônica (5). fundamentado. Dentre todas estas classificações estabelecidas para a A pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográficaHA requer além de um acompanhamento medica mais de gênero exploratório, com ênfase de pesquisas em artigostambém uma AF que pode ser definida como a junção de em bases periódicos Scientific Electrinic Libray Onlineações voltadas a promoção, proteção e recuperação a (SCIELO), pesquisas em livros por meio do Google Livros,saúde, recorrentes ao acesso de medicamentos e seu uso sendo também realizados pesquisas em monografias e tesesracional (7). através do Google Acadêmico, Ministério da saúde (MS) utilizando como descritores: hipertensão; gravidez; Os medicamentos hidralazina e medildopa, tem assistência farmacêutica.apresentado eficiente tratamento medicamentoso da doençahipertensiva especifica da gestação. Diante disso, mostra Foram empregados artigos em língua portuguesa,que o os cuidados farmacêuticos são essenciais, sendo o dispondo de texto entre o período de 2002 a 2017, sendoprofissional mais capacitado no âmbito farmacoterapêutico acrescentados outros artigos e páginas eletrônicas que(6). foram de extrema influencia para desenvolvimento desta pesquisa.Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 540-546, 541maio-jun, 2018.
Rodrigues AS, Gretzler VS, Lopes JS, Souza WG, Santana Junior EJ, Terra Júnior AT.3 REVISÃO DE LITERATURA quantificação a compra, por meio da demanda, concomitantemente desenvolve especificações ao3.1 Hipertensão arterial medicamento, sendo depois realizada a aquisição dos mesmos. O sangue do corpo todo está em constante pressão,sendo que, de outro modo não seria possível que circulasse Prosseguindo para o armazenamento, sendo de extremaao redor do corpo. Quando a pressão está em níveis importância, requer uma serie de procedimento, que são oelevados, pode ocasionar lesões nas paredes das artérias, e recebimento, a guarda (com segurança e constantecom o passar dos anos este danos aumentam os riscos de manutenção, seguindo o controle de qualidade dosdesencadear insuficiência cardíaca, doença coronariana, medicamentos), controle de estoque e a expedição. Ainsuficiência renal, acidente vascular cerebral hemorragia ou distribuição tem como finalidade suprir de insumos edeslocamento da retina. Pode se referir que a hipertensão medicamentos os sistemas e unidades, através do depósitoem si não e considerada uma doença, entretanto uma central ou Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF). Acondição tratável, que em circunstâncias graves podem ser dispensação farmacêutica é a parte em que se inclui umprevenidas. A hipertensão pode ser aparentada de maneira conjunto de ações voltadas a assegurar que o medicamentoassintomática ou sintomática, podendo estar em níveis altos, que foi solicitado seja entregue ao paciente certo, na dosee não ocasionar falta de ar, dor de cabeça, fraqueza ou correta e tempo oportuno (13).palpitação, ou seja, o indivíduo pode apresentar todos estessintomas ou não, e não ter hipertensão, mas também pode 3.2.1 Classificação de medicamentos na gravidezter hipertensão muito perigosa e não sentir nada (9). Na década de 80 a agência americana Food and Drug A HA e diagnosticada por meio da detecção de níveis Administration (FDA) cria uma classificação dealtos e sustentados de pressão de arterial (PA) através da medicamentos com a função de informar sobre o uso demedida casual, sendo medida a PA por profissionais da medicamentos durante a gestação, essa classificação foisaúde capacitados e médicos. Os procedimentos para dívida em 5 categorias (A, B, C, D e X), de forma crescenteaferição da PA e bem simples e fácil de efetuar, entretanto essa divisão alfabética simboliza o grau de risco dosem muitos casos não são devidamente realizados, a medicamentos (14).maneiras que podem prevenir erros, como, o preparo depacientes de forma adequada, a utilização de técnicas Essa classificação é de suma importância para ospadronizadas e equipamentos calibrados (2). agentes de saúde no mundo todo e serve de base na prescrição de medicamentos criteriosamente do primeiro Os níveis de PA variam conforma a força que o coração trimestre de gestação, conforme a Tabela 1 pode-sedesenvolve o bombeamento de sangue nas artérias, do observar (14).volume sanguíneo em circulação e de quanto são estreitassuas artérias. As artérias menores possuem uma proteção Tabela 1 - Classificação de Risco dos Medicamentos para Uso nade um filamento do musculo espiralado, quando ocorre acontração deste musculo e o encurtamento, ocasiona o Gravidez de acordo com a FDA (Food and Drug Administration).estreitamento da artéria, o que proporciona uma variação dediâmetro conforme as necessidades diversas de diferentes Categorias Descrição Riscoórgãos em diferentes atividades. Quando o indivíduoapresenta HA o mecanismo ocorre de forma errada, de certa Categoria de Risco A Há estudos Não há risco para oforma as artérias são estreitas demais, o que faz com o mulheres. feto nos períodocoração bata com mais força para suprir sangue para asartérias (9). em inicial e nos demais da gestação,3.2 Assistência Farmacêutica classificado como A AF pode ser entendida como a junção de atividades NÃO-RISCO.relacionadas ao medicamento e que deve ser feito de formasistêmica, isto é, planejado e sincronizado, destacando o Em alguns humanosmaior beneficiário o paciente (10). não apresentação Sendo abordada por ações focadas em desempenhar omelhor tratamento farmacológico para o paciente, podendo efeitos adversos e emser tanto individual quanto coletiva, tendo o medicamentoscomo insumo primordial, disponibilizando o acesso e a Categoria de Risco B Há estudos em animais apresentamutilização de forma correta e adequada (11). mulheres e animais. tendo um efeito vice- Pode-se dizer que a AF não é particularmente somenteprodução e distribuição de medicamentos, mais inclui um versa, caraterizadoconjunto de métodos fundamentais que integra as atividadesde pesquisa, produção, distribuição, armazenamento e como categoriadispensação, afins de assegurar qualidade dos medicamentoe serviços prestados, avaliando e acompanhando (12). CAUTELA. O ciclo de AF dá-se início a partir da seleção, que tem Não há estudos em Exerce efeitocomo objetivo central a escolha de maneira crítica efundamentada através de indício farmacológico-clinico, o mulheres. Há teratogênico oumedicamento mais seguro para dispor de acesso aospacientes. Seguido da programação, que precaver a estudos em alguns tóxico, Categoria de Risco C animais e como medicamentos consequência houve classificados como de reações adversas no RISCO. feto. A malefícios e benefícios, em Existe o risco para o feto humano sedo Categoria de Risco D doenças crônicas há classificado de ALTO o uso de RISCO. medicamentos por mulheres grávidas.542 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 547-550, maio-jun, 2018.
Assistência farmacêutica no âmbito de cuidados a gestantes com hipertensão arterial.Categoria de Risco X Há estudos em Existe o risco para o mmHg. A hipertensão arterial na gestação pode ser animais ou humanos. feto é classificado classificas em algumas classes, como a pré-eclâmpsia; como PERIGO. eclâmpsia; pré-eclâmpsia superposta à hipertensão crônica; Mostra alterações hipertensão gestacional e hipertensão crônica (2). fetais. Por meio das hipertensões relacionadas a gestação, a Fonte: Ribeiro et al apud Briggs (14). pré-eclâmpsia influência de 2% a 3% de todas as gestantes do mundo, sendo relatado cerca de 60 mil mortes a cada ano O conhecimento de risco dos medicamentos deve ser (5).buscado pelos agentes de saúde envolvidos na gestação,inúmeros medicamentos após a classificação da (FDA) A pré-eclâmpsia e o tipo de hipertensão manifestam-seforam criados e já usados por mulheres mesmo sem ser após a vigésima semana de gestação, sendo recente eanalisados e classificados (14). acompanhada de proteinúria, considerasse que a pré- eclâmpsia esta relacionados a condições derivados da3.3 Hipertensão arterial na gravidez plaqueta que influenciam na integridade vascular e a função endotelial na mãe, sendo ocasionado de edema periférico, A gravidez consiste em um processo fisiológico congênito disfunções renal e hepática, em casos graves, convulsõesentendido através de um seguimento de adaptações que (22).ocorrem no corpo da mulher decorrentes da fertilização. Noperíodo da gestação o corpo da mulher tende a sofrer várias A eclâmpsia pode ser definida através da ocorrência demudanças em seus sistemas, ressaltando que um estado de uma convulsão, no período da gestação ou após o parto, quesaúde que esta relacionados a mudanças fisiológicas (15). não esteja interligado com outras condições patológicas relativo ao sistema nervoso central, presente em gestantes Devido a alterações ocorrentes neste período que afetam com pré-eclâmpsia (23).muito os músculos e articulações é aconselhável quegestante procure adaptar a uma rotina de exercícios para A hipertensão crônica pode ser relatada comoque possa ajustar estas possíveis mudanças (16). hipertensão quando se apresenta antes da gravidez ou possivelmente na vigésima semana de gestação. Os casos A gestação pode ser tratada também como uma situação de hipertensão que diagnosticada em qualquer etapa dalimítrofe que é capaz de implicar risco tanto para a mãe gravidez, que pode continuar além de seis semanas após oquanto para o feto. Tornando o pré-natal de extrema parto, também pode ser abordada como hipertensão crônicaimportância, devido a identificação de a algum possível (24).problema no decorrer da gestação de forma precoce e possaser evitado algum resultado desfavorável (17). A hipertensão gestacional se distingui da hipertensão crônica por ter um começo e um final. Na mulher pode ter Alguns fatores influenciam para que a gestante uma elevação de 140/90 mmHg por volta da 20ª semana dedesencadeie hipertensão arterial como situação nutricional, gestação e oito semanas após o parto (18).histórico de pré-eclâmpsia ou eclampsia, obesidade ediabetes mellitus podem interferir durante a gestação Pode ser estabelecida como uma situação aparente apósocasionando sérios riscos. As mulheres acima de 35 anos e a 20º semana de gravidez, sendo hipertensão arterial semadolescentes são mais propensas a desenvolver casos de proteinúria. Sendo que após doze semanas depois do partohipertensão arterial, todos os cuidados são essenciais e de as gestantes que teriam sido diagnosticadas comgrande importância para que a gestação tenha continuidade hipertensão gestacional, passam por um novode forma segura (18). monitoramento o que renomeia a como hipertensão transitória, se for relatado que a pressão arterial volte aos A gestação é uma dadiva da vida, que pode ser afetada valores normais, no entanto caso os valores ainda continuempor alguns fatores de risco, podendo ser a HA que é pressão elevados é abordada como hipertensão arterial crônica (3).que o sangue acomete dentre as paredes internas dasartérias ao ser bombeado do coração em torno de todo o 4 ASSITÊNCIA FARMACÊUTICA NO TRAMENTOorganismo (19). MENDICAMENTOSO A GRAVIDAS HIPERTENSAS A hipertensão na gestação se dá devido ao aumento da Dentre os tratamentos disponibilizados para as gestantesresistência vascular periférica, acarretando uma elevação da hipertensivas aborda o não farmacológico que requerem apressão arterial, colaborando consideravelmente para o diminuição de atividades físicas, cessar o consumo de álcooldesencadeamento de implicações maternas e fetais (4). e cigarro, diminuir a ingestão de substâncias que apresentem cafeína, e os farmacológicos que seriam os anti- A medição da pressão arterial na gestante deve ser hipertensivos (3).realizada com os mesmos instrumentos, utilizando a mesmatécnica recomendada para o adulto, intensificando que pode O tratamento medicamentoso durante a gravidez requerser medido também no braço esquerdo na posição de muitos cuidados e preocupações por parte de profissionaisdecúbito lateral esquerdo em repouso, não sendo da saúde, tendo atenção voltada a vários fatores que podemrecomendado deferir na posição sentada. Sendo o 5º ruído influenciar como a segurança e eficácia do fármaco. Ode korotkoff abordado como a pressão arterial diastólica (20). profissional farmacêutico e de muita importância neste processo, por possuir conhecimento aprofundado sobre A doença hipertensiva específica da gestação é um medicamentos, sendo de grande colaboração na adesão dedistúrbio obstétrico que aparece após a vigésima semana da uma farmacoterapia de qualidade, para auxiliar e promover ogestação, podendo ser mais acometido no terceiro trimestre uso racional (25).estendendo-se até o puerpério. Indicado por apresentarhipertensão arterial, edema e/ou proteinúria, sendo capaz de Dentre as classes dos anti-hipertensivos, pode-seculminar com convulsões (21). destacar três grandes grupos mais recomendáveis no período da gravidez que são os bloqueadores dos canais de Pode ser conceituada a hipertensão na gravidez pode ser cálcio, os depressores da atividade adrenérgica e osdada pelos valores referentes de pressão arterial sistólica > diuréticos. Sendo os medicamentos envolvidos no140 mmHg e/ou diastólica > 90 tratamento de gestantes hipertensivas serem classificadosRev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 540-546, 543maio-jun, 2018.
Rodrigues AS, Gretzler VS, Lopes JS, Souza WG, Santana Junior EJ, Terra Júnior AT.conforme o grau de risco que o medicamento apresente a A AF tanto no setor público e privado devem dar todo ogestante (26). apoio possível para as gestantes, deve-se criar e manter modelos e práticas socioeducativos a sociedade em geral Conforme a Tabela 2 – Classificação de Riscos de promovendo o uso racional de medicamentos em um período considerado delicado e complexo para a medicina avançadamedicamentos anti-hipertensivos, pode-se analisar o grau de (27).risco do fármaco utilizado para tratamento de mulheres 6 DISCUSSÃOgestantes e hipertensas conforme sua classificação, que são Conforme os resultados da pesquisa o conhecimento sobre o grau de risco dos medicamentos por quem prescrevedividias em classes: é fundamental o acompanhamento de gestantes hipertensas. A – Baixo Risco; B – Risco com Cautela; Classificado pela OMS como uma doença crônica a C – Com Risco; hipertensão arterial se enquadrada no grupo de mulheres D – Alto Risco. que fazem o uso de medicamentos que estão entre as categorias (B – Risco cautela, C – Com risco e D – AltoTabela 2 - Classificação de risco de medicamentos anti- Risco), considerados medicamentos que trazem algumahipertensivos. reação adversa ou consequências ao feto e devem ser acompanhadas por agentes capacitados de saúde.Classe Fármaco Classificação de Risco Pode-se afirmar que Assistência Farmacêutica deveBloqueadores Metildopa Categoria B – Prescrição fazer parte de todo o processo dos casos citados noadrenérgicos com: cautela. parágrafo anterior, sendo um instrumento de qualidade, Cloridrato dando ênfase no uso racional de medicamentos tanto naVasodilatadores Hidralazina de Categoria C – Prescrição: prescrição do mesmo quanto no uso por parte dos pacientes.diretos com Risco. 7 CONSIDERAÇÕES FINAISBloqueadores Atenolol Categoria D – prescrição com: alto risco. A AF tem papel essencial no âmbito da saúde promovendo o uso racional de medicamentos individual e Fonte: Monteiro (26). coletiva, para a AF o tratamento medicamentoso com as gestantes deve ser minucioso e executado com eficiência5 USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS NA pois sendo um grupo especial necessita de medicamentosGRAVIDEZ em doses precisas para não causar riscos ao feto e a mãe. A hipertensão se tornou um problema comum no Brasil O uso racional de medicamentos no período de gravidez fazendo com que milhares de pessoas e até mesmoé fundamental para o acompanhamento da mãe e do feto, gestantes optem pelo tratamento farmacoterapêutico. Aautomedicação deve ser sem prescrições médicas gera um necessidade de um tratamento farmacológico para gestanterisco alto para a gestação, pois a mãe não conhecendo as deve ser avaliada cautelosamente por um profissionalreações adversas e os princípios ativos do medicamento se medico juntamente com o farmacêutico dando totalpõe em risco e junto o seu feto (27). assistência para que o tratamento seja realizado de forma correta, para enfim a diminuição da mortalidade materno Os medicamentos selecionados devem possuir estudos fetal.comprovados e segurança, e devem fazer uso de dosemínima, sendo aconselhada a escolha de medicamentos que Dispondo de uma farmacoterapia de qualidade que nãodisponha apenas de um componente em sua formulação, interfira no bem-estar do feto, e promova a recuperação dapara que evite possíveis efeitos danosos ao feto. saúde da gestante, sendo o farmacêutico o profissional mais capacitado por ter total conhecimento sobre medicamentos Devidos estas circunstâncias os precursores optam por para orientar e contribuir na promoção do uso seguro econdutas mais conservadoras, empregando fármacos mais racional de medicamentos.clássicos, os que apresentam uma maior quantidade deinformações. Farmacêutico é fundamental no processo detratamento medicamentos a gravida hipertensivas, devedispor de informações essenciais sobre o medicamento,prover do uso racional, fazendo com que o tratamento sejareforçado e o paciente tenha total conhecimento dospossíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas(27).REFERÊNCIAS 3. Siqueira F, Moura TR, Silva SS, Peraçoli JC. Medicamentos anti-hipertensivos na gestação e puerpério.1. Prado IF, Cardoso BLC, Boa Sorte ET, Rios MA, França Com Ciências Saúde [internet]. 2011 [acesso em 2017 novNM. Hipertensão arterial durante a gravidez. Rev Port de 18]; 22(1): 55-67. Disponível em:Ciências do Desporto [internet]. 2017 [acesso em 2018 fev http://hdl.handle.net/11449/1369415]; (S3A): 65-77. Disponível em:http://www.fade.up.pt/rpcd/_arquivo/artigos_soltos/2017- 4. Amadei JL, Merino CG. Hipertensão arterial e fatores deS3A/05.pdf risco em gestantes atendidas em unidade básica de saúde. Rev Saúd e Pesq. 2010 jan-abr; 3(1):33-39. doi:2. Sociedade Brasileira de Cardiologia/Sociedade Brasileira http://dx.doi.org/10.17765/1983-1870.2010v3n1p%25pde Hipertensão/Sociedade Brasileira de Nefrologia. VIDiretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol. 5. Gadonski G, Irigoyen MC. Aspectos fisiológicos da2010;95 (1supl.1): 1-51. hipertensão arterial na gravidez. Rev Soc Bras Hipertensão. 2008 jan 14;11(1):4-8.544 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 547-550, maio-jun, 2018.
Assistência farmacêutica no âmbito de cuidados a gestantes com hipertensão arterial.6. Cavalcante MPS, Dantas JC, Barros KBNT. Doença http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_hipertensiva específica da gestante: Um cuidado sob olhar gestacao_alto_risco.pdffarmacêutico. Most. Cien. Farmácia. 2017;3(1): 1-3. 18. Silva RVG. Doença hipertensiva especifica da gestação7. Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Resolução nº 338, – Projeto de intervenção para trabalhar com as gestantes dode 06 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de território da estratégia saúde da família no município deAssistência Farmacêutica. Diário Oficial da União, Poder Pedra do Anta – Minas Gerais [monografia] [internet].Executivo [internet]. Brasília DF; 2004. [acesso em 2018 fev Conselheiro Lafaiete: Universidade Federal de Minas Gerais;10]. Disponível: 2015. [acesso em 2018 abr 7]. Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2004/res0338 https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/50_06_05_2004.html 97.pdf8. Severino AJ. Metodologia do trabalho científico. 2. ed. São 19. Delgado GPS. Hipertensão Arterial Na Gravides: comoPaulo: Cortez; 2017. os cuidados de enfermagem podem contribuir para melhoria da qualidade de vida das grávidas hipertensas [monografia]9. Schlesinger H. Tudo sobre hipertensão arterial: respostas [internet]. Mindelo: Universidade do Midelo; 2014. [acessoàs suas dúvidas.1.ed. São Paulo: Andrei; 2010. p. 18-19. em 2018 abr 8]. Disponível em: http://www.portaldoconhecimento.gov.cv/bitstream/10961/310. Marin N, Luiza VL, Osório-de-Castro CGS, Machado-dos- 518/1/Delgado.2014.%20Hipertens%C3%A3o%20arterial%Santos S. Assistência farmacêutica para gerentes municipais 20na%20gravidez.pdf[internet]. 20.ed. Rio de Janeiro: OPAS/OMS; 2003 [acessoem 2018 fev 5]. Disponível em: 20. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). 7ª Diretrizhttps://www.paho.org/bra/index.php?option=com_docman&v Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol [internet].iew=download&alias=742-assistencia-farmaceutica-para- 2016 [acesso em 2018 mai 2]; 107(3). Disponível em:gerentes-municipais-2&category_slug=assistencia- http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERfarmaceutica-958&Itemid=965 TENSAO_ARTERIAL.pdf11. Coradi AEP. A importância do farmacêutico no ciclo da 21. Peixoto MV, Martinez MD, Valle NSB. Síndromes hipertensivas na gestação: estratégia e cuidados deAssistência Farmacêutica. Arq Bras Ciên Saúd [internet]. enfermagem. Rev Edu Meio Amb e Saúde [internet]. 2008 [acesso em 2018 Fev 25]; 3(1):208-22. Disponível em:2012 mai-ago; 37(2):62-64. http://www.faculdadedofuturo.edu.br/revista/2008/pdfs/REM AS3(1)208a222.pdfdoiI: https://doi.org/10.7322/abcs.v37i2.3312. Araújo ALA, Ueta JM, Freitas O. Assistência farmacêutica 22. Schimmer BP, Parker KL. Contracepção ecomo um modelo tecnológico em atenção primária à Farmacoterapia de Distúrbios ginecológicos e obstétricos. In:saúde. Rev Ciên Farm Básica Apl. 2005; 26(2):87-92. Brunton LL, Chabner BA, Knollmann BC. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman & Gilman.13. Oliveira MA, Bermudez JAZ, Osório-de-Castro CGS. 12.ed. São Paulo: AMGH; 2012. p. 1847 - 1848.Assistência farmacêutica e acesso a medicamentos. 20.ed.Rio de Janeiro: Fiocruz; 2007 [acesso em 2018 fev 6] p. 15- 23. Neto CN, Souza ASR, Amorim MRA. Tratamento da pré-20. Diponivel em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=z- eclâmpsia baseado em evidências. Rev Bras Ginecol ObstetvmAgAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA1&dq=.+Oliveira+MA,+Bermudez+JAZ,+Os%C3%B3rio-de- [internet]. 2010 [acesso em 2018 Jan 12]; 32(9):459-468.Castro+CGS.+Assist%C3%AAncia+farmac%C3%AAutica+e+acesso+a+medicamentos.+20.ed.+Rio+de+Janeiro:+Fiocr Disponível em:uz%3B+2007.+p.+15-20.+&ots=7jpXtjh90C&sig=ggXZmSGeIrqOHzniziqahNWBs http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010Eg#v=onepage&q&f=false 0-7203201000090000814. Ribeiro AS, Silva MV, Guerra PG, Saick KW, Uliana MP, 24. Pascoal IF. Hipertensão e gravidez. Rev Bras hipertensLoss R. Risco potencial do uso de medicamentos durante a [internet]. 2002 [acesso em 2018 nov 27]; 9(3):256-261.gravidez e a lactação. Infarma Cienc Farm [periódico na Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/9-internet]. 2013 [acesso em 2018 mar 2]; 25(1): p. 63-68. 3/hipertensaogravidez.pdfDisponivel em: http://oaji.net/articles/2016/3425-1470060818.pdf 25. Silva NF. Atenção farmacêutica em gestante [monografia] [internet]. Araraquara: Faculdade de Ciências15. Mann L, Kleinpaul JF, Mota CB, Santos SG. Alterações Farmacêuticas de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista; 2013. [acesso em 2017 dez 2]. Disponível em:biomecânicas durante o período gestacional: uma https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/121253/ 000745589.pdf?sequence=1revisão. Motriz. Rev Ed Fís, Rio Claro, [periódico na internet].2010; jul-set; 16(3):730-741. doi: 26. Uniiversidade Federal do Ceará (UFC), Faculdade de Fármacia Odontologia e Enfermagem, Grupo de Prenvençãohttp://dx.doi.org/10.5016/1980-6574.2010v16n3p730 ao Uso Indevido de Medicamentos. Informações para o uso de medicamentos na gravidez e lactação [internet]. Coord Mir16. Endacott J. Pilates para grávidas: exercícios simples e Par Mont; Fortaleza: 2008. [acesso em 2017 dez 5]; p. 1-seguros antes e depois do parto. 1.ed. Barueri: Manole; 112. Disponivel em:2007. http://www.abenfoce.org.br/sites/default/files/MANUAL%20d e%20uso%20de%20medicamentos%20na%20gravidez%2017. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à e%20lacta%C3%A7%C3%A3o.pdfSaúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.Gestação de alto risco: manual técnico [internet]. 5.ed. 27. Germano MCM, Lima LS, Peixoto JDD, Lima TV, BatistaBrasília: Editora Ministério da Saúde; 2012 [acesso em 2018 JMM. Gestantes com eclâmpsia no sertão cearense: Terapiaabr 6]. Disponível em:Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 540-546, 545maio-jun, 2018.
Rodrigues AS, Gretzler VS, Lopes JS, Souza WG, Santana Junior EJ, Terra Júnior AT.medicamentosa e o uso racional. Most Cient Farm. Quadrimes Enferm. 2010 [acesso em 2018 jan 16];9(3):1-11.2016;3(1). Disponível em:28. Costa MC, Bezerra Filho JG, Andrade Bezerra MG,Veríssimo de Oliveira MI, Carvalho de Oliveira RM, Silva http://scielo.isciii.es/pdf/eg/n20/pt_clinica5.pdfARV. Gestação de risco: percepção e sentimentos dasgestantes com amniorrexe prematura [internet]. Rev Elet 29. Prodanov CC, Freitas EC. Metodologia do trabalho científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2.ed. Novo Hamburgo: Feevale;2013. Como citar (Vancouver)Rodrigues AS, Gretzler VS, Lopes JS, Souza WG, Santana Junior EJ, Terra Júnior AT. Assistência farmacêutica no âmbito decuidados a gestantes com hipertensão arterial. Rev Cient Fac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(ed esp): 540-546.doi: https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.579546 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 547-550, maio-jun, 2018.
Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente.DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Revisão de Literatura (Farmácia) ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NO URM E NA PREVENÇÃO DE INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSAACTING OF THE PHARMACIST IN THE URM AND IN THE PREVENTION OF DRUG INTOXICATION https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.580Valcione Da Silva GretzlerDiscente de Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail- [email protected]: https://orcid.org/0000-0001-9808-7201.Aline De Souza RodriguesDiscente de Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. [email protected]. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-5373-6260.Dener Alexandre VargasDiscente de Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:https://orcid.org/0000-0001-7823-1114.Heidiane Correia PereiraDiscente de Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-8658-0397.André Tomaz Terra JúniorMestre em Oncologia Clínica, Terapia Celular e Células troncos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –FMRP/USP.Docente do curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes –RO. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7365-5284.Descritores (DeCS)10: Submetido em: 29 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Intoxicação RESUMO: A intoxicação por medicamentos é um grave problema de saúde públicaAtuação do farmacêutico mundial segundo a Organização Mundial da Saúde, causando morte e sequelas emMedicamentos inúmeras pessoas por todo o mundo, já pode ser apontada a intoxicação medicamentosaUso racional como uma das preocupações do novo século dos órgãos mundiais de saúde. com isso a assistência farmacêutica tem como objetivo principal o uso racional de medicamentos e o acesso e custo fácil dos medicamentos pode ser fundamental para diminuição dos índices de intoxicações no Brasil, a automedicação é um grave vício da sociedade brasileira, o baixo custo, fácil acesso, sendo que a fiscalização e os costumes herdados são fatores que influenciam a incorreta automedicação feita pela população trazendo consequências drásticas para saúde. O estudo servirá de base para estudos futuros servindo de fonte de pesquisa para sociedade em geral, tendo o intuito de mostrar a realidade da saúde publica fazendo a relação entre fundamentos dos medicamentos e a caraterísticas os pacientes em relação ao seu consumo correto. Com isso o presente estudo tem como objetivo as ações da assistência farmacêutica (AF) no uso seguro de medicamentos como controle a intoxicação de medicamentos na sociedade brasileira, a metodologia usada neste estudo foi a revisão bibliográfica com consultas em artigos científicos, revistas periódicas, internet, livros, leis e diretrizes.Descriptors: ABSTRACT: Drug intoxication is a serious global public health problem according to theIntoxication World Health Organization, causing death and sequelae in countless people around thePerformance of the world, can already be singled out as one of the concerns of the new century of worldpharmacist health bodies. with this pharmaceutical care has as its main objective the rational useMedications of medicines and the access and easy cost of medicines can be fundamental to reduceRational use the indices of intoxications in Brazil, self-medication is a serious vice of Brazilian society, low cost, easy access, inspection and the inherited customs are factors that influence the incorrect self-medication done by the population bringing drastic consequences for health. The study will serve as a basis for future studies serving as a source of research for society in general, aiming to show the reality of public health by10 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br. 547 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 547-550, maio-jun, 2018.
Gretzler VS, Rodrigues AS, Vargas DA, Pereira HC, Terra Júnior AT. making the relationship between the fundamentals of medicines and the characteristics of patients in relation to their correct consumption. The present study aims at the actions of pharmaceutical assistance (FA) in the safe use of drugs as a control of drug intoxication in Brazilian society, the methodology used in this study was the bibliographical review with consultations in scientific articles, periodicals, internet, books, laws and guidelines.INTRODUÇÃO diretrizes para proporcionar o suporte benéfico à saúde da sociedade brasileira, tem como principal missão prevalecer à O medicamento é um agente tóxico de fácil acesso para segurança, eficácia, qualidade, promoção, acesso e usosociedade, devido a esse fator é considerada a principal racional dos medicamentos básicos da sociedade brasileiracausa de intoxicação. De acordo com o Sistema Nacional de (6).Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) é o primeirolugar por intoxicação desde o ano de 1994, as principais As prescrições devem ser visualizadas de formaclasses de medicamentos causadores de intoxicação são os minuciosa para que os medicamentos sejam dispensadosantigripais, antidepressivos, anti-inflamatórios e adequadamente tendo certeza sobre os riscos e benefícios obenzodiazepínicos (2). mesmo. Todos os pacientes necessitam de uma atenção especial, principalmente os pacientes idosos, pois tendem a A AF é um novo conceito inicializado na saúde pública fazer um uso excessivo de fármacos, buscando então umabrasileira definida (AF) na Resolução nº 338 de 06 de maio melhora na qualidade de vida (7). No caso de pacientesde 2004, seu objetivo está voltado para seu insumo, o idosos, os farmacêuticos tendem a observar a verdadeiramedicamento, com isso a AF tem o intuito de proporcionar o necessidade do fármaco e realizar uma conversa detalhadauso racional do medicamento para sociedade e desenvolver sobre o medicamento, assinalando nas embalagens apolíticas que proporcione o fácil acesso da população para o posologia correta para que o idoso não utilize osconsumo, com a missão de gerar resultados na qualidade de medicamentos de forma errada (8).vida (3). A utilização de medicamentos sem prescrição está se O uso racional de medicamentos possui um conjunto de tornando cada vez mais uma prática inapropriada dafatores para que seja exercido de forma correta podendo ser sociedade, podendo até mesmo dificultar a busca por umaabordado desde uma prescrição adequada, observando farmacoterapia adequada sendo esta mesma crucial parafatores como acessibilidade ao medicamento, custo garantir a saúde da população (9). O farmacêutico deveacessível e sua dispensação adequada para que não ocorra promover o uso racional para que os medicamentos sejamnenhum erro na posologia administrada (4). dispensados de forma correta para que não venha a acarretar a piora do estado clínico de seus pacientes. Os O presente artigo tem como finalidade descrever sobre o profissionais da saúde do setor público ou privado devem daruso seguro e racional de medicamentos, dando ênfase sobre relevância à promoção do uso correto de medicamentosa intoxicação farmacológica, abordando índices de sendo ele essencial para alcançar e assegurar o máximo deintoxicação e ações da assistência farmacêutica no controle cuidados aos pacientes (10).da intoxicação.2 METODOLOGIA 3.2 Principal causa de automedicação Para a elaboração do presente artigo foi realizado um A automedicação é relacionada à administração deestudo de revisão bibliográfica em plataforma de base de medicamentos sem prescrição ou sem orientação de umdados virtuais: Google Acadêmico, Scientific Electrinic Libray profissional habilitado. Sendo o medicamento essencial paraOnline (SCIELO), sites renomados como Conselho Federal a sociedade, pois proporciona alívio ou cura para saúde, emde Farmácia (CFF), Conselho Regional de Farmácia (CRF), curto ou em um longo período de uso, várias mudançasMinistério da Saúde (MS), Sistema Nacional de Informações legislativas fizeram com que a sociedade tivesse um fácilTóxico-Farmacológicas (SINITOX) e Agência Nacional de acesso a algumas classes medicamentos, criando um novoVigilância Sanitária (ANVISA). tipo de consumismo, mas trazendo consigo consequências desfavoráveis devido ao uso irregular de medicamentos (11).3 REVISÃO DE LITERATURA A automedicação não tem somente uma causa e sim uma3.1 Estratégias para o uso racional grande variável que vem desde a farmácia popularmente dita caseira que sãos os medicamentos encontrados nas próprias De acordo com a OMS o uso racional de medicamentos residências como as sobras de antigas prescrições que sãotem início desde sua aquisição na farmácia, esta compra utilizadas por todos os membros da família, ou indicação pordeve ser realizada de modo adequado para o paciente pessoas não habilitadas, também encontramos um altosuprindo as necessidades clínicas, fazendo concordância índice de compras indevidas de medicamentos sendocom o prescritor e a dosagem correta por um período de ocasionada pelas propagandas que fazem com que parte datempo necessário, criando uma relação coerente na análise população se identifique pelo fármaco sem a verdadeirado custo efetivo do medicamento para que o próprio seja necessidade clínica (12).acessível aos indivíduos e comunidade, e o farmacêuticoprocurar criar um vínculo para transmitir confiança aos 3.3 Intoxicação medicamentosaclientes (5). Na sociedade contemporânea há um grave problema de A Política Nacional de Medicamentos no Brasil é um dos saúde pública devida a intoxicação medicamentosa por meioelementos chave da Saúde e possui fundamentos e do uso inadequado de medicamentos com relatos de inúmeras mortes com ou sem internação hospitalar, sendo548 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 547-550, maio-jun, 2018.
Atuação do farmacêutico no URM e na prevenção de intoxicação medicamentosa.que este problema já é observado desde o século XIX, entre 3.4 Assistência farmacêutica no uso seguro e racional deos anos de 1888 a 1996 na Austrália foram publicados 14 medicamentosestudos de casos sobre pessoas que necessitaram deinternação médica pelo uso inadequado de medicamentos O uso seguro e racional é uma sequência de fatores queque ocasionaram intoxicações e até a morte de um grande se inclui uma prescrição apropriada, disponibilidadenúmero de pessoas (13) . Paracelsus ressalta que todas as oportuna, preço acessível e dispensação em circunstânciassubstâncias possuem um teor tóxico, a dose certa é o que adequadas, dando ênfase na orientação e exemplificando adiferencia o medicamento de um veneno (14). forma de armazenamento, dosagem e a posologia correta (21). A automedicação no Brasil (Gráfico 1) está em níveisalarmantes, ocupando o quinto lugar na lista mundial de De acordo com a OMS mais da metade de todos osconsumo de medicamentos, e em primeira posição em medicamentos são prescritos dispensados e vendidos deconsumo na América Latina (15). E de acordo com a forma errada, outra maneira que intervém na farmacoterapiaAssociação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas é a utilização inapropriada que os pacientes fazem do(Abifarma), O Brasil possui por média de 80 milhões de medicamento, fazendo com que ao invés de benefícios,pessoas que optam pela automedicação, este índice está obtenham sérios riscos à saúde (22). A AF tem como um dosrelacionado diretamente com intoxicação medicamentosa seus princípios, o uso racional de medicamentos, buscando(16). a indicação apropriada, durabilidade do tratamento adequado, diminuição nos efeitos adversos e interações As classes de medicamentos que mais causam medicamentosas (23).intoxicação são antigripais que podem ocasionar algumasreações adversas como sonolência, tontura, vômitos Por medidas simples e com pouco custo efetivo éconvulsões e alterações com o álcool e inibidores possível promover o uso seguro e racional de medicamentos,enzimáticos os antidepressivos causam letargia, coma ou sendo de maneira primordial e essencial para a promoção econvulsões, e benzodiazepínicos que em caso de excesso assistência aos pacientes, através de informaçõesproporcionam sedação, sonolência, fala arrastada, confusão adequadas, e dispor de um fármaco que atenta a realmental e depressão respiratória e hipotensão arterial (17,18). necessidade de acordo com seu caso clínico, para que ele seja beneficiado e utilize de forma correta (24,25). A Sinitox foi criada no ano de 1980 com apoio doMinistério da Saúde que identificou a necessidade da criação Uma das formas que o governo utiliza para diminuir o usode um sistema que abrangesse todo o país, sendo ele indiscriminado de medicamentos é com a elaboração de leis,responsável por analisar e divulgar o número de pessoas portarias e programas educacionais de saúde sendo que emintoxicadas em um determinado período, também são julho de 2007, o Ministério da Saúde criou a portaria nº 1.555disponibilizadas para sociedade dados como a taxa de que institui o comitê Nacional para a Promoção do Usointoxicações e os fatores que ocasionam a intoxicação como Racional de Medicamento, buscando o uso seguro e eficazplantas, domissanitários, animais peçonhentos e por outros dos fármacos (26).diversos fatores, que chegam através da RENACIAT sendoela uma Rede Nacional de Centros de Informação e 4 CONSIDERAÇÕES FINAISAssistência Toxicológica (FIOCRUZ/ SINITOX),Com base nafigura seguir são apresentado os indicies de casos A utilização correta dos medicamentos é a base essencialregistrados de intoxicação no brasil no ano de 2016, estes para um tratamento farmacológico com sucesso, que irádados mostram alguns agentes que possuem fatores tóxicos atender toda a necessidade do paciente, agindo sobre aa população, sendo medicamentos, animais peçonhentos condição clínica do próprio, a função do uso correto estáescorpião , domissanitários e agrotóxicos de uso agrícola diretamente ligada à diminuição dos casos de intoxicação.(19,20) . Um dos grandes desafios do farmacêutico é promover o uso racional de medicamentos, pois a sociedade utiliza métodosGráfico 1 - Dados de intoxicação no Brasil ano de 2016. inadequados adquiridos de costumes, culturas e hábitos sociais. A facilidade de adquirir um medicamento faz com que as pessoas não procuram saber a real necessidade, posologia ou dose, e assistência farmacêutica sendo ela eficaz para diminuição de casos de intoxicação e agindo de forma ampla e objetiva auxiliando a população e orientando a necessidade da adesão a um tratamento correto, buscando através da comunicação a melhor forma possível para auxiliar o próprio paciente, afirma-se que a farmácia é um ambiente que proporciona saúde de modo eficiente e ético visando como metas e objetivos a qualidade de vida para o indivíduo e a população.Fonte: MS / Fiocruz / Sinitox (19).REFERÊNCIAS 2. Ferreira DG. Intoxicação medicamentosa: aspectos relevantes da casuística de motivações suicidas.1. Marin N. Assistência farmacêutica para gerentes Universidade Federal da Paraíba- Ufpb; 2014 Jul 14: p. 18-municipais. OPAS/OMS. 2010 Jan 26; 20 ed: p. 24-30. 20Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 547-550, 549maio-jun, 2018.
Gretzler VS, Rodrigues AS, Vargas DA, Pereira HC, Terra Júnior AT.3. Pasquetti CV, Junges F. O Desenvolvimento da 16. Fonsecai DFIRM , Dedivitis RA, Smokou A, Lascane E,Assistência Farmacêutica no Brasil: evolução da legislação e Cavalheiro RA, Ribeiro EF,o seu contexto histórico. UnB; 2013: p. 2-12. Silva AM, et al. Frequência de automedicação entre4. Osorio C, CGS. Assistência Farmacêutica: gestão e acadêmicos de faculdade de medicina. Rev. 47, 777-780.prática para profissionais da saúde. Rio de Janeiro: 2010; p. 1-5.FIOCRUZ, 2014. 17. Secretaria da Saúde Governo do Estado do Paraná.5. Aquino DS. Por que o uso racional de medicamentos deve Intoxicação por Medicamentos. Curitiba: Celepar; [200?].ser uma prioridade?. Rev. C. & Saúde Coletiva; 2008. v. 13: [acesso em 2017 nov 16]. Disponível em:p. 733-736. http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php ?conteudo=14476. Ministério da saúde (Brasil), Secretaria de Politicas deSaúde, Departamento de Atenção Básica. Politica nacional 18.Bortoletto MÉ, Bochner R . Impacto dos medicamentosde medicamentos. Brasília (DF) : Ministério da Saúde; 2001. nas intoxicações humanas no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 1999 out 10; v. 15: p. 1-11.7. Nóbrega OT, Karnikowski MGO. A terapia medicamentosano idoso: cuidados na medicação. Rev. C. & Saúde Coletiva. 19. Sistema Nacional de Informações Tóxico-2005: p. 1-5. Farmacológicas (SINITOX). Casos Registrados de Intoxicação Humana, de Intoxicação Animal e de Solicitação8. Andrade MA, Silva MVS, Freitas O. Assistência de Informação por Agente Tóxico. Brasília (DF): Fundaçãofarmacêutica como estratégia para o uso racional de Oswaldo Cruz/Centro de Informação Científica emedicamentos em idosos. Semina: C. B. e S., 2004; v. 25(1): Tecnológica; 2016.p. 1-10. 20. Bochner R . Informação sobre intoxicações e9. Vitor RS, Lopes CP, Menezes HS, Kerkhoff CE. Padrão de envenenamentos para a gestão do SUS: um panorama doconsumo de medicamentos sem prescrição médica na Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas–cidade de Porto Alegre, RS. Rev. C. & Saúde Coletiva. 2007 SINITOX. Sin. Jun 2013; v.7: p. 1-19.dez 13; v. 13: p. 1-7. 21.Aizenstein ML. Fundamentos para o uso racional de10. Correr CJ, Otuki MF, Soler O. Assistência farmacêutica medicamentos: Rio de Janeiro: Elsevier; 2017.integrada ao processo de cuidado em saúde: gestão clínicado medicamento. Rev. P-A , 2011 set; v. 2, n. 3: 2-5 22. Sousa De APR. Prescrição por denominação comum internacional: uma imposição da política do medicamento?11. Foellmer L, Oliveira KR, Moreira, AC. Uso racional de [Dissertação]. Portugal: Faculdade de Medicina damedicamentos: prioridade para a promoção da saúde. Rev. Universidade do Porto; 2012.C. & S. 2013; v. 10(18): p 1-10. 23.Oliveira MA, Bermudez JAZ; Osorio DC, Serpa CG12. Dhamer T, Dal-Molin AP, Helfer A, Possuelo LG, Carneiro . Assistência farmacêutica e acesso a medicamentos. Rio deM, Kauffmann C , et al. A automedicação em acadêmicos de Janeiro; Edi. FIOCRUZ; 2007.cursos de graduação da área da saúde em uma universidadeprivada do estado do Rio Grande do Sul. Rev. de 24. Sant'ana JMB, Pepe VLE, Castro CGSO, Ventura M.Epidemiologia e Controle de Infecção, (ISSN 2238-3360). Essencialidade e assistência farmacêutica: considerações2012 ; v. 2(4): p. 1-3. sobre o acesso a medicamentos mediante ações judiciais no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2011; v. 29: p. 1-7.13. Conselho Federal de Farmácia (BR), Programa deSuporte ao Cuidado Farmacêutico na Atenção à Saúde. 25. Álvares, J, Alves MCGP, Loureiro MM, Almeida AM,Serviços farmacêuticos: contextualização e arcabouço Izidoro JB , Junior AAfG, Costa KS, et al. Pesquisa Nacionalconceitual. Brasília (DF): Conselho Federal de Farmácia; sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de2014. 66 p. Medicamentos: métodos. Rev. Saúde Pública: 2017 v. 51(2): p. 1-9.14. Lima GB, Araujo EJF, Sousa KM , Benvido RF, SilvaWCS, Jr RACC, et al. Avaliação da utilização de 26. Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 1.555, de 27 demedicamentos armazenados em domicílios por uma junho de 2007. Institui o Comitê Nacional para a Promoçãopopulação atendida pelo PSF. Rev. Bras. Farm. 2008; v. do Uso Racional de Medicamentos. Brasília (DF) Diário89(2): p. 1-4. Oficial [da] união. 2007.15. Sousa HWO, Silva JL, Neto MS. A importância doprofissional farmacêutico no combate à automedicação noBrasil. Rev. Elet. Farm (ISSN 1808-0804). 2008; v. 5(1): p. 1-6. Como citar (Vancouver)Gretzler VS, Rodrigues AS, Vargas DA, Pereira HC, Terra Júnior AT. Atuação do farmacêutico no URM e na prevenção deintoxicação medicamentosa. Rev Cient Fac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(ed esp): 547-550. doi:https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.580550 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 547-550, maio-jun, 2018.
Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente.DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Revisão de Literatura (Farmácia)BREVE RELATO DOS ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS, INCLUINDO O EFEITO TERAPÊUTICO DO CLORIDRATO DE BUPROPIONA BRIEF REPORT OF TRICYCLIC ANTIDEPRESSIVES, INCLUDING THE THERAPEUTIC EFFECT OF BUPROPION CHLORIDRATE https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.633Isabelly Sabrina Santana RosaDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]: https://orcid.org/0000-0003-3498-9227.Matheus Santos CavalcanteDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]: https://orcid.org/0000-0002-1079-740X.André Tomaz Terra JuniorMestre em Oncologia Clínica, Terapia Celular e Células troncos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –FMRP/USP.Docente do curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes –RO. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7365-5284.Descritores (DeCS)11: Submetido em: 30 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.FarmáciaAntidepressivos RESUMO: A depressão é uma doença que compromete o sistema mental e físico do indivíduo, deixando-o triste, perdendo o interesse nas atividades diárias, causa insônia etricíclicos. diversos fatores que devem ser observados pelo profissional durante o diagnóstico. ParaDepressão seu tratamento utiliza-se diversos antidepressivos, entre eles estão os antidepressivosBupropiona tricíclicos, que apesar de suas inúmeras reações indesejadas são muito eficazes. Entre eles está o cloridrato de bupropiona que é um fármaco de primeira geração utilizado no tratamento de depressão, porém esses fármacos são contraindicados em pacientes hipertensos, cardiopatas, alérgicos, gravidas e lactantes. Apesar de seu mecanismo de ação não totalmente compreendido, verificamos que o fármaco atua durante a recaptação de serotonina e inibe as aminoxidase, assim como os antidepressivos tricíclicos, a bupropiona possui uma estrutura molecular simples composta por três anéis benzodiazepínicos, possuindo de sete a oito carbonos no anel central, uma cadeia lateral e um agrupamento amina termina. O objetivo deste trabalho foi demostrar o mecanismo de ação dos antidepressivos tricíclicos, as reações adversas que pode acarretar durante o uso, relatar sobre o cloridrato de bupropiona e a depressão que é uma doença comum em grande parte da população, porém dificilmente diagnosticada. Para a realização da presente revisão bibliográfica realizou-se pesquisas em bancos de dados virtuais como Google acadêmico e Sciello. Conclui-se que os antidepressivos tricíclicos são muito eficazes durante o tratamento de depressão, devido sua forte ação em dores neuropáticas, porém são pouco indicados devido possuírem fortes reações adversas.Descriptors: ABSTRACT: Depression is a disease that compromises the mental and physical systemPharmacy of the individual, making him sad, losing interest in daily activities, causing insomniaTricyclic antidepressivesDepression and several factors that should be observed by the professional during the diagnosis.Bupropion Several antidepressants are used for its treatment, among them are tricyclic antidepressants, which despite their innumerable unwanted reactions are very effective. Among them is bupropion hydrochloride, which is a first generation drug used in the treatment of depression, but these drugs are contraindicated in hypertensive, heart, allergic, pregnant and lactating patients. Despite its not fully understood mechanism of action, we find that the drug acts during the reuptake of serotonin and inhibits the aminoxidase, as well as the tricyclic antidepressants, bupropion has a simple molecular structure composed of three benzodiazepine rings, having seven to eight carbons in the central ring, a side chain and an amine grouping terminate. The objective of this study was to demonstrate the mechanism of action of tricyclic antidepressants,11 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br. 551 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 551-558, maio-jun, 2018.
Santana Rosa IS, Cavalcante MS, Terra Júnior AT. adverse reactions that may occur during use, report on bupropion hydrochloride and depression that is a common disease in a large part of the population, but difficult to diagnose. For the accomplishment of this bibliographical revision, researches were carried out in virtual databases like Academic Google and Sciello. It is concluded that tricyclic antidepressants are very effective during the treatment of depression, due to their strong action in neuropathic pains, but they are little indicated because they have strong adverse reactions.INTRODUÇÃO antidepressivos tricíclicos, mecanismo de ação e reações indesejadas, destacando as principais vantagens e A depressão é uma doença frequentemente comum, que desvantagens durante o uso do medicamento. Descartandocompromete o estado físico e mental do indivíduo, produções antigas e materiais que não possuíssem nenhumocasionando grande impacto na vida do paciente e de seus dos tópicos citados anteriormente, sendo referenciados emfamiliares. A doença apresenta sintomas como humor um período de 1999 à 2018.deprimido diminuição do interesse em atividades, perda ouganho de peso, insônia, sentimento de culpa e 3 REVISÃO DE LITERATURAprincipalmente ideias de morte e suicídio (1). 3.1 Depressão De acordo com pesquisas, a mesma acomete 18,4% dapopulação brasileira, podendo chegar a 29,5%. Apesar de A depressão pode ser definida como uma doença queser frequente, seu diagnóstico normalmente é prejudicado, compromete o estado mental, demonstrando tristeza, falta dedevido não haver cuidados específicos na atenção à saúde estimulo, desespero, falta de concentração, insônia,mental no Sistema Único de Saúde, a dificuldade de aumento de sono, diminuição da libido, aumento de peso oudiagnosticar a doença é outro fator, pois muitos profissionais perca do mesmo. Pessoas que a possuem em grande parteda área da saúde encontram dificuldades em identifica-la, o apresentam pouca atividade e bem-estar (8,9).que consequentemente prejudicará o tratamento (2). A depressão é um estado em que o indivíduo se A doença normalmente ocorre em mulheres devido encontra, sendo ela crônica ou recorrente que acomete 80 %alguns traumas sofridos durante sua vida, os principais da população já teve depressão e terão um segundosintomas são: perda de interesse, tristeza, isolamento social, episódio. A mesma pode comprometer a capacidade mentalinsônia, genética entre outras. Quanto ao tratamento, utiliza- e física, deixando os enfermos deprimidos, limitando suasse diversos tipos de antidepressivos por no mínimo seis atividades e seu bem-estar (7).meses, associados a terapias, como por exemplo apsicoterapia devido ser benéfico durante o tratamento A doença atinge uma considerável parte da populaçãoenvolvendo a terapia eletroconvulsivante e terapias de Brasil ou Mundo chegando a mais de 10%, sendo queestimulação cerebral, onde o resultado dependerá do tipo de apenas 35% destes indivíduos recebem tratamentopsicoterapia envolvida. Já a farmacoterapia utiliza-se farmacológico e psicoterapêutico como adiversos tipos de fármacos como por exemplo os ADTS, e os eletroconvulsoterapia, que apesar de ser uma técnicaInibidores das Monoaminas Oxidases (IMAOS) (3). agressiva é bem eficaz, pois o paciente recebe um grau elétrico estabelecido, onde provocará convulsão no paciente Entre os antidepressivos destaca-se os Antidepressivos com crise depressiva (8).Tricíclicos (ADTs), devido sua ação na inibição durante arecaptação das monoaminas oxidases nas fendas pré- O diagnóstico realizado precocemente é de sumasinápticas, que consequentemente causará o aumento importância, devido ao risco iminente de suicídio vinculado adesses neurotransmissores. Apesar de sua eficácia, os depressão. Apesar ser realizado de maneira adequada,ADTs possuem efeitos adversos, sendo contraindicados pode ocorrer o tratamento inadequado com superdosagenspara idosos, hipertensos e cardiopatas (4,5,6). de medicamentos que podem agravar o desenvolvimento da doença. A atenção do profissional de saúde que realiza o O presente estudo tem por finalidade descrever sobre a diagnóstico deve ser redobrada, pois o mesmo deve serdepressão, o mecanismo de ação dos ADTS, suas reações altamente treinado, e deve saber lidar com a patologia doadversas e relatar sobre a bupropiona que se trata de um paciente (10,11).antidepressivo de primeira geração muito utilizado emtratamento de depressão. A características mais comuns para o diagnóstico da doença é o relato do paciente referente à o sentimento de2 METODOLOGIA tristeza e vazio, que pode ser decorrente a diversos fatores, como perdas, derrotas decepções desilusões entre outros. A presente revisão bibliográfica relata sobre a depressão Os sintomas depressivos podem surgir de estresse,e os efeitos dos antidepressivos tricíclicos, e os possíveis demência, esquizofrenia e alterações cognitivas (12). Sendoefeitos adversos que os mesmos podem acarretar durante o assim a depressão está vinculada a diversas causas comouso. antecedentes psiquiátricos, vida financeira desestabilizada, baixo grau de escolaridade, falta de apoio social entre outros Para a realização deste trabalho foram realizadas (13).pesquisas em bases cientificas como, o Google acadêmico eSciello. Fora selecionados trabalhos de monografias, teses 3.2 Antidepressivos triciclicosde doutorado, artigos científicos na língua portuguesa einglesa. Os ADTs foram sintetizados em 1891 por Thiee e Hozenier sendo clinicamente testados nos anos de 1940 Durante a elaboração do presente trabalho utilizou-se como medicamentos anti-histamínicos.alguns critérios para inclusão como os seguintes: assuntosque relatassem a respeito da depressão, a eficácia dos552 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 551-558, maio-jun, 2018.
Breve relato dos antidepressivos tricíclicos, incluindo o efeito terapêutico do cloridrato de bupropiona. A partir de novas descobertas surgiu a imipramina, onde Figura 3 - Estrutura química dosera utilizada para tratar pessoas com esquizofrenia, devido antidepressivos tricíclicos clomipramina.sua estrutura ser semelhante as fenotiazidas (14). Fonte: Piana et al. (36). A pesar do fracasso com a imipramina, que não 3.3 Mecanismo de açãoapresentou eficácia antipsicótica, notou-se que esse fármacopossuía efeito antidepressivo e analgésico, apresentando O mecanismo de ação dos ADTs, envolvem os níveis pré-grande eficácia no tratamento de depressão, devido sua sinápticos e pós-sinápticos, inibindo os transportadores deatuação na receptação de noradrenalina, dopamina e noradrenalina (NOR) e serotonina (SER). Essa inibição podeserotonina, bloqueando os receptores histaminérgicos, alfa ocorrer de maneira seletiva impossibilitando que apenas aadrenérgicos e muscarínicos, inibindo também a ATPase de NOR entre na fenda, ou não seletiva inativando a recaptaçãosódio (NA+), e potássio (K.+), resultando na estabilização das de ambos (20).membranas (15,16). Figura 4 - Recaptação de Serotonina e Noradrenalina na fenda sináptica. Comparados aos outros antidepressivos, os ADT temsido pouco utilizado, devido seus efeitos adversos, porémmuitos são prescritos devido sua ação analgésica. Os efeitos terapêuticos e colaterais estão associados asalterações de concentração plasmáticas afetadas pelometabolismo CYP2D6 e CYP2C19, pois o aumento ou adiminuição durante o metabolismo dessas enzimas podemaumentar os efeitos colaterais ou haver falhas durante otratamento (17). A estrutura química dos ADT é composta por três anéisbenzenos, sete a oito carbonos, cadeia lateral e umagrupamento amina no final, como mostra a Figura 1. Entre os fármacos pertencentes a esta classe destacam-se: a Imipramina, Amitriptilina, Clomipramina (18). Figura 1 - Estrutura química dos antidepressivos tricíclicos imipramina. Fonte: Aguiar et al. (15).Figura 2 - Estrutura química dosantidepressivos tricíclicos amitriptilinaFonte: Freitas (41). Fonte: Goodman e Gilman (10). Durante a recaptação da NOR na fenda pré-sináptica ocorre a inibição do transportador da membrana, impedindo sua recaptação, sendo assim ocorrerá o acumulo desse neurotransmissor, o que consequentemente ampliará o tempo de ação da NOR na fenda sináptica, podendo ocorrer a despolarização dos neurônios pré-sinápticos. Da mesma forma ocorrera com os transportadores de SER (10).Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 551-558, 553maio-jun, 2018.
Santana Rosa IS, Cavalcante MS, Terra Júnior AT. O bloqueio na receptação das monoaminas nas fendas afinidade com o receptor, maior será o risco de efeitospré-sinápticas é um mecanismo de ação parecido com os colaterais (21).demais antidepressivos. A atividade pós-sinápticas varia deacordo com o neurotransmissor comprometido, essa Apesar de não haver comprovações especificas sobre ovariação é responsável pelos efeitos adversos. Além de mecanismo de ação, alguns dados relatam que os ADTs seimpedir a receptação da NOR e SERT, ocorre também o ligam aos receptores opioides, e que antagonizam osbloqueio dos receptores histamínicos, alfa 2, beta receptores N-metil-D-aspartato (NMDA), que são acopladosadrenérgico, serotonérgico, e dificilmente os aos canais de cálcio e sódio, onde diminuirá os impulsosdopaminérgicos, porém essas ações estão associadas aos nervosos e aumentará a hiperpolarização dos neurônios,efeitos colaterais conforme Tabela 1, pois quanto maior for a esse efeito está relacionado aos sintomas da dor (22,23). Tabela 1 - Ação dos antidepressivos no boqueio dos receptores. Fármacos Ach α-1 H1 5- HT1 5HT2 Amitriptilina +++ +++ + +/- + Desipramina + + + 0 +/- Doxepina + + +++ +/- + Imipramina + +++ + 0 + Nortriptilina + + + +/- + Protriptilina +++ + + 0 + Trimipramina + + +++ 0 + Amoxapina + + + +/- +++ Maprotilina + + + 0 +/- Trazodona 0 + +/- + + Fluoxetina 0 0 0 0 +/- Fluvoxamina 0 0 0 0 0 Clomipramina + + + 0 + Bupropion 00000 Receptores Ach = colinérgicos; alfa 1 = alfadrenérgicos; H = histaminicos tipo 1; 5-HT1 = serotonérgicos tipo 1; 5-HT2 = serotonérgicos tipo 2; 0 = sem efeito; +++ = efeito acentuado. Fonte: Adaptado de Moreno, Moreno e Soares (21).3.4 Farmacocinética e farmacodinâmica exemplo é a nortriptilina que quando é administrado de 10 a 25 mg deve-se aguardar de quatro a seis semana para Os ADTs são absorvidos no estômago e metabolizados adicionar dose ou trocar de antidepressivo (11).no fígado, possuindo um pico plasmático de 1 a 3 horas nocaso da Amitriptilina, e de 4 a 8 horas a nortriptilina, onde O efeito dos antidepressivos pode demorar de duas aserão armazenados no miocárdio e nos epitélios cerebrais. quatro semanas para aparecer, sendo que nas primeirasQuanto ao tempo de excreção, ele poderá variar de um semanas há maiores possibilidades de melhorias nofármaco para o outro, porém ambos atingirão o equilíbrio em tratamento. Porém quando o paciente não reage nas últimascinco dias (24,25). semanas é necessário reavaliar alguns fatores, como diagnóstico, adesão ao tratamento, duração da doença e etc. A metabolização dos ADTs ocorre no citocromo P450, (7).existindo diversas isoformas enzimáticas codificadas. Essascodificações podem determinar a capacidade catalítica das 3.5 Reações adversasenzimas, resultando em metabolismos lentos com disposiçãoá efeitos indesejáveis ou normais, e rápidos, podendo Os medicamentos possuem um papel fundamental naimpossibilitar o efeito terapêutico (26). preservação, manutenção e recuperação da saúde, porém sua prescrição e utilização de maneira inadequada pode As isoformas que estão relacionadas a metabolização acarretar danos à saúde do paciente causando uma série dedos antidepressivos são CYP2C19, CYP3A4 e CYP1A2, pois complicações (29).elas são responsáveis pela remoção do grupo metilo (CH3),promovendo a metabolização das aminas secundarias para Apesar de sua excelente eficácia, como qualquer outroaminas terciárias. Já a CYP2D6, está relacionada a medicamento, os ADTs possuem contraindicações emhidroxilação dos ADTS e dos inibidores seletivos da pacientes cardiopatas, hipertensos, epiléticos, gravidas erecaptação de serotonina (IRSS). para metabólicos inativos lactantes. Suas reações adversas estão interligadas com a(27). xerostomia, tremores, insônia, alteração no apetite, elevação da pressão arterial, e não devem ser utilizados juntamente Quanto as isoformas cabe ressaltar que a CYP1A2 é a com inibidores da monaminoxidase (IMAO) (30,31).enzima encarregada por 15% da metabolização no fígado,podendo ajudar também na melhoria do efeito terapêutico Seus efeitos colaterais são mais frequentes quando sãoassim como a CYP3A4. Já a CYP2C19 é responsável pela utilizados para tratamento de depressão devido sua fortemetabolização dos medicamentos utilizados diariamente capacidade de interagir com os receptores muscarínicos,como os inibidores da bomba de prótons (28). histamínicos e adrenérgicos, antagonizando sua ação e provocando efeitos cardiovasculares como hipotensão, No início do tratamento se faz necessário aumentar a taquicardia e arritmia, devido bloquear os canais de cálcio,dose gradativamente, até alcançar a dose mínima, porém esses intervalos fará com que haja o aumento nos intervalosalguns antidepressivos requerem que a dose seja de Controle de Qualidade Total (TQC), causando assim umaadministrada por completo, devido apresentarem em sua hipotensão ortostática.forma doses menores que a utilizada regularmente, um554 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 551-558, maio-jun, 2018.
Breve relato dos antidepressivos tricíclicos, incluindo o efeito terapêutico do cloridrato de bupropiona. Quanto as ações anti-histamínicas provocam boca seca, 3.7 Farmacocinética e farmacodinâmicaconstipação e retenção urinária, e os efeitos anti-muscarínicos aumenta de apetite e sedação. Sendo assim o A bupropiona trata-se de um fármaco pertencente afármaco não se deve ser utilizado em idosos, indivíduos com classe farmacológica das aminocetonas, possuindo umdoenças cardíacas (4,5). mecanismo de ação variados dos demais fármacos, devido o bloqueio na recaptação das catecolaminas e dopaminas, Porém, apesar de seus efeitos colaterais são muito possuindo um pequeno efeito durante a recaptação deutilizados em dores crônicas, devido sua forte ação serotonina, sendo também um antagonista não competitivoanalgésica, e baixo custo (32). dos receptores acetilcolinérgicos nicotínicos (43).3.6 Cloridrato de bubropiona O fármaco é metabolizado no fígado pelo citocromo CYP2B6 através da oxidação e redução sendo a principal O cloridrato de bupropiona surgiu a partir de um projeto enzima que converte a bupropiona em hidroxibupropiona,destinado a fabricação de medicamentos antidepressivos, onde grande parte dos metabólitos ativos serão excretadosque oferecessem vantagens na segurança e a tolerabilidade pela urina e outra parte pelas fezes, possuindo o tempo dedurante o uso do fármaco, foi aprovada pela Food and Drug meia vida de 20 horas, o que corresponde a 200 L/h.(44, 45).Administration (FDA), nos Estados Unidos da América(EUA), e introduzida inicialmente para o tratamento de 4 CONSIDERAÇÕES FINAIStranstornos depressivos (33). Por meio da presente revisão de literatura pode-se Trata-se de um fármaco antidepressivo tricíclico, compreender o mecanismo de ação dos antidepressivospertencente a classe das aminocetonas. O medicamento foi tricíclicos através da inibição na recaptação de serotonina edescoberto no ano de 1970, porém só foi comercializado em noradrenalina o mesmo auxilia no tratamento e depressão.1985 nos EUA, permanecendo no mercado por pouco tempo Apesar dos ADTs serem indicados no tratamento dessadevido sua combinação com convulsões (34). patologia, possuem diversos efeitos colaterais que estão relacionados com o metabolismo das enzimas do citocromo No ano de 2007 o medicamento foi disponibilizado para P450, e sua grande capacidade de interagir com ostratamentos de dependência nicotínica, porém continuou receptores muscarínicos, histamínicos que adrenérgicos.sendo prescrito para depressão (35). Quanto ao surgimento da bupropiona destacamos que o Comparados aos outros antidepressivos a bupropiona fármaco surgiu nos anos 70, a partir de um projeto designado(terc-butiamino) -1- (3-corofeni) (propano -1- ona), possui a produção de antidepressivo, onde obtiveram grandesuma estrutura quimicamente única, devido sua grande avanços. Assim como a amitriptilina e a clormipramina, oeficácia durante os tratamentos de depressão. Diferente dos medicamento supracitado também indicado no tratamento dedemais antidepressivos que realizam a receptação de depressão e outras doenças como déficit de atenção e oserotonina e que inibem as monoaminas oxidase, a tabagismo. Pode-se observar que o mesmo é metabolizadobupropiona possui uma ação confirmada, devido seu efeito no fígado pelo citocromo CYP2B6, sendo convertido emestar envolvido nas fendas sinápticas, ocasionando um hidroxibupropiona.pequeno aumento na concentração de norepinefrina edopamina (36). Haja visto que a depressão se trata de uma doença que acomete grande parte da população, comprometendo a Além de ser um ótimo antidepressivo, o fármaco possui capacidade física e mental do indivíduo. O acompanhamentogrande eficácia em diversas doenças como déficit de de um profissional especializado é de suma importância, poisatenção, tratamento de tabagismo, dores neuropáticas, e juntamente com o tratamento farmacológico ele auxiliará operda de peso (37,38,39,40). paciente a li dar com a doença. Como os demais fármacos tricíclicos o cloridrato debupropiona possui uma estrutura molecular simples,composta por três anéis benzodiazepínicos, possuindo desete a oito carbonos no anel central, uma cadeia lateral e umagrupamento amina termina, assim como mostra a Figura 5(41).Figura 5 - Estrutura Química da Bupropiona.Fonte: Neves (42).REFERÊNCIAS 2. Molina MRAL, Wiener CD, Branco JC, Jansen K, Souza LDM, Tomasi E, Pinheiro RT. Prevalência de depressão em1. Powell VB, Abreu JNS, Oliveira IRD, Sudak D. Terapia usuários de unidades de atenção primária. Rev. Psiq. Clín.cognitivo-comportamental da depressão. Rev Bras Psiquiatr [Internet]. 2012; 39(6):194-197. [citado em 25 de maio de[Internet]. 2008; 30(2):73-80. [citado em 25 de maio de 2018]. 2018]. DOI http://dx.doi.org/10.1590/S0101-Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbp/v30s2/a04v30s2 60832012000600003Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 551-558, 555maio-jun, 2018.
Santana Rosa IS, Cavalcante MS, Terra Júnior AT.3. Medeiros JML. Depressão no idoso. [Monografia]. Porto uma revisão sistemática da literatura. Cad. Saúde Pública,(Portugal): Faculdade de Medicina Universidade do Porto;2010. [citado em 25 de maio de 2018]. Disponível em [Internet]. 2010; 26(2): 219-227. [citado em 15 de abril dehttps://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/53479/2/Depresso%20no%20I 2018]. Disponível emdoso.pdf https://www.scielosp.org/article/csp/2010.v26n2/219-227/4. Spindelegger CJ, Papageorgiou K, Grohmann R, Engel R,Greil W, Konstantinidis A, Kasper S. Cardiovascular adverse 14. Silva P. Farmacologia. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabarareactions during antidepressant treatment: a drug Koogan, 2010. [citado em 15 de abril de 2018]surveillance report of German-speaking countries between1993 and 2010. Rev Inter de Neuropsicofarmacologia, 15. Aguiar CC, Castro TR, Carvalho AF, Vale OC, Sousa FC,[Internet]. 2015; 8(4):1-9. [citado em 02 de maio de 2018].DOI https://doi.org/10.1093/ijnp/pyu080 Vasconcelos SM. Antidepressant drugs. Acta Med Port,5. Medawar CV, Matheus ME. Antidepressivos tricíclicos e [Internet]. 2011; 24(1):91-98, 2011. [citado em: 06 de abril degabapentinóides: uma análise do perfil farmacológico notratamento da dor neuropática. Rev Bras Farm, [Internet]. 2018]. Disponível em2012; 93(3): 290-97. [citado em: 10 de maio de 2018].Disponível em http://rbfarma.org.br/files/rbf-2012-93-3-4.pdf https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/ar6. Costa ELMB. Depressão: Consumo de Antidepressivos ticle/view/339em Portugal e na Europa. [Monografia]. Porto (Portugual):Universidade Fernando Pessoa; 2010. [citado em: 25 de 16. Canale A, Furlan MMDP. Depressão. Arq Mudi [Internet].maio de 2018]. Disponível emhttps://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/1952/1/MONO_14380. 2006;10(2):23-31. [citado em: 24 de abril de 2018].pdf Disponível em7. Fleck MPA, Lafer B, Sougey EB, Porto JAD, Brasil MA,Juruena MF. Diretrizes da Associação Médica Brasileira para http://eduem.uem.br/laboratorio/ojs/index.php/ArqMudi/articlo tratamento da depressão (versão integral). Rev Bras dePsiquiatr, [Internet]. 2003; 25(2):114-122. [citado em 03 de e/download/19991/10844maio de 2018]. Disponível emhttp://www.scielo.br/pdf/rbp/v25n2/v25n02a13 17. Hicks JK, Swen, JJ, Espinho CF, Sangkuhl K, Kharasch ED, Ellingrod VL, Stingl JC. Clinical Pharmacogenetics8. Reis CO, Ribeiro AL, Santos CO, Lima TB. Efetividade do Implementation Consortium guideline for CYP2D6 andtratamento farmacológico se comparado ao tratamento com CYP2C19 genotypes and dosing of tricyclic antidepressants.eletroconvulsoterapia em pacientes com depressão grave: Clin. Pharm. & terap, [Internet]. 2013; 93(5): 402-408. [citadorevisão sistemática. Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da em 07 de abril de 2018]. DOIUniversidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar https://doi.org/10.1038/clpt.2013.2alimentada a Ciência”. 24 a 28 de outubro de 2016; Recife(PE); 2016. [citado em: 15 de abril de 2018]. Disponível em 18. Freitas MB, Costa PR, Joyce OB, Vieira EP, Maia PP,https://eventos.set.edu.br/index.php/sempesq/article/view/4273 Elisa M, Siqueira PB. Amitriptilina e Nortriptilina em Plasma:9. Fleck MP, Berlim MT, Lafer B, Sougey EB, Porto JAD, Extração em Fase Sólida por Polímeros de ImpressãoBrasil MA, Hetem LA. Revisão das diretrizes da AssociaçãoMédica Brasileira para o tratamento da depressão (Versão Molecular e Sílica Octadecila para Análise Cromatográficaintegral). Rev Bras de Psiquiatr, [Internet]. 2009; 31(1): 7-17.[citado em: 15 de abril de 2018]. Disponível em em Faze Líquida de Alta Resolução. Lat. Am. J. Pharm,http://www.producao.usp.br/handle/BDPI/10144 [Internet]. 2009; 28(1):70-79. [citado em 07 de abril de 2018].10. Goodman LS, Gilman A. Goodman & Gilman As BasesFarmacológicas da Terapêutica. ed. Rio de Janeiro: Disponível emMcGraw-Hill, 2012. [citado em 03 de maio de 2018] http://www.latamjpharm.org/trabajos/28/1/LAJOP_28_1_1_111. Teng CT, Humes EC, Demetrio FN. Depressão ecomorbidades clínicas. Rev. Psiq. Clín., [Internet]. 2005; 0_BSW1ZD0431.pdf32(3): 149-159. [citado em: 03 de maio de 2018]. Disponívelem http://www.scielo.br/pdf/rpc/v32n3/a07v32n3 19. Pina SCT. Alterações eletrofisiológicas induzidas pelo tratamento psicofarmacológico com Clomipramina12. Pinho MX, Custódio O, Makdisse M. Incidência de endovenosa em mulheres (Doctoral dissertation). [Tese dedepressão e fatores associados em idosos residentes na Mestrado]. Coimbra (Portugal). Escola Superior decomunidade: revisão de literatura. Rev Bras de Geriatria e Tecnologia da Saúde de Coimbra. 2014. [citado em 07 deGerontologia, [Internet], 2009;12(1):123-140. [citado em 15 abril de 2018]. Disponível emde abril de 2018]. Disponível em https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/14516http://www.redalyc.org/pdf/4038/403838780011.pdf 20. Silva LFRP, Reis EF, Rodrigues EP. Síndrome de13. Araujo DMR, Vilarim MM, Sabroza AR, Nardi AE. descontinuação dos antidepressivos. 2008. [citado em 10 deDepressão no período gestacional e baixo peso ao nascer: abril de 2018]. Disponível em http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_mat eria=3918 21. Moreno RA, Moreno DH, Soares MBM. Psicofarmacologia de antidepressivos. Rev. Bras. Psiquiatr, [Internet]. 1999; 21:24-40. [citado em: 10 de abril de 2018]. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516- 44461999000500006&script=sci_arttext&tlng=es 22. Verdu B, Decosterd I, Buclin T, Stiefel F, Berney A. Antidepressants for the treatment of chronic pain. Drugs, [Internet]. 2008; 68(18): 2611-2632. [citado em 13 de abril 2018]. DOI https://doi.org/10.2165/0003495-200868180- 0000 23. Sindrup SH, Otto M, Finnerup NB, Jensen TS. Antidepressants in the treatment of neuropathic pain. Basic & Clin pharm & toxic, [Internet]. 2005; 96(6): 399-409. [citado em 13 de abril de 2018]. DOI https://doi.org/10.1111/j.1742- 7843.2005.pto_96696601.x556 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 551-558, maio-jun, 2018.
Breve relato dos antidepressivos tricíclicos, incluindo o efeito terapêutico do cloridrato de bupropiona.24. Kee JL, Hayes ER, Mccuistion LE. Pharmacology-E- [citado em: 10 de maio de 2018]. Disponível em http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=2307&Book: A Patient-Centered Nursing Process Approach. fase=imprimeElsevier Health Sciences, 2014. [citado em: 10 de abril de 33. Fava M, Rush AJ, Thase ME, Clayton A, Stahl SM, Pradko JF, Johnston JA. 15 years of clinical experience with2018]. Disponível em bupropion HCl: from bupropion to bupropion SR to bupropion XL. Prim Care Companion J Clin Psiquiatria [Internet]. 2005;https://books.google.com.br/books?hl=pt- 7(3):106-113. [citado em 16 de maio de 2018]. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1163271BR&lr=&id=abnwAwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PP1&dq=United+ 34. Segenreich D, Mattos P. Eficácia /da bupropiona noStates+Pharmacopeia.+Dispensing+Information+(USP- tratamento do TDAH. Uma revisão sistemática e análise crítica de evidências. Rev de Psiquiatr Clín, [Internet]. 2004;DI).+Drug+Information+for+the+Health+Care+Professional. 31(3):117-123. [citado em 16 de maio de 2018]. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rpc/v31n3/a01v31n3+Massachusetts:+World+Color+Book+Services%3B+1999& 35. Patel K, Allen S, Haque MN, Angelescu I, Baumeister D,ots=pHePq4a_iU&sig=5Q7xmszEbq8fUcZ22OeNGOlUriY#v Tracy DK. Bupropion: a systematic review and meta-analysis of effectiveness as an antidepressant. Ther Adv=onepage&q&f=false Psychopharmacol, [Internet]. 2016; 6(2): 99-144. [citado em: 16 de maio de 2018]. Disponível em25. Procyshyn RM, Bezchlibnyk-Buteler KZ, Jeffries JJ. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4837968/#biClinical handbook of psychotropic drugs. Hogrefe Publishing, br21-20451253166290712017. [citado em 10 de abril de 2018]. Disponível emhttps://books.google.com.br/books?hl=pt- 36. Figueireido IR, Azevedo ARS, Carvalho LAD, Lawall RN,BR&lr=&id=TJ0nDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PP2&dq=Clinical+ Silva DOF, Castro UR. Farmacodermia induzida porHandbook+of+Psychotropic+Drugs&ots=OSFIAjm4OO&sig Bupropiona em paciente com transtorno depressivo maior.=6DTuKyVffZAep46iiiLsz_KBthw#v=onepage&q=Clinical%2 Rev Med Saúde Brasília, [Internet]. 2017; 6(3): 334-340.0Handbook%20of%20Psychotropic%20Drugs&f=fals [citado em 10 de março de 2018]. Disponível em https://portalrevistas.ucb.br/index.php/rmsbr/article/view/83226. Baja KG. Farmacocinética do cloridrato de tramadol 7/5484administrado por via oral em cães com a mutação nt230(del4) no gene MDR1. [Tese]. Porto Alegre (RS): 37. Nunes SOB, Vargas HO, Nunes L, Vargas A, Noto MVN.Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2013. [citado Tratamento Farmacológico do Tabagismo. Tabagismo, p.em: 24 de abril de 2018]. Disponível em 185, 2010. [citado em 16 de maio de 2018]. Disponível emhttp://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/79520/000 http://books.scielo.org/id/sj9xk/pdf/nunes-901363.pdf?sequence=1 9788572166751.pdf#page=18527. Steimer W, Müller B, Leucht S, Kissling W. 38. Andrade ALM, Júnios AL. Questões atuais acerca doPharmacogenetics: A new diagnostic tool in the management transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Psicol.of antidepressive drug therapy. Clin Chim Acta, [Internet]. Argum, [Internet]. 2017; 25(48):73-83. [citado em 16 de maio2001; 308: 33-41. [citado em 10 de abril de 2018]. DOI de 2018]. Disponível emhttps://doi.org/10.1016/S0009-8981(01)00423-5 https://periodicos.pucpr.br/index.php/psicologiaargumento/a rticle/view/20081/1935928. Brito RB. Farmacogenética em psiquiatria: influência dospolimorfismos CYP1A2* 1F e CYP2C19* 17 na 39. Nonino-Borges CB, Borges RM, Santos JE. Tratamentorefratariedade ao tratamento à clozapina e ao escitalopram. clínico da obesidade. Med Ribeirao Preto, [Internet], 2006;[Tese]. Goiânia (GO): Universidade Federal de Goiás; 2015. 39(2): 246-252. [citado em 16 de maio de 2018]. Disponível[citado em: 22 de abril de 2018]. Disponível em em https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/381/382http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/5265 40. Hennemann-Krause L, Sredni S. Systemic drug therapy29. Aizenstein ML, Tomassi MH. Problemas relacionados a for neuropathic pain. Rev Dor, [Internet], 2016; 17(1): 91-94.medicamentos; reações adversas a medicamentos e erros [citado em 16 de maio de 2018]. Disponível emde medicação: a necessidade de uma padronização nas http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-definições e classificações. Rev de Ciênc Farmac Bás e 00132016000500091&script=sci_arttext&tlng=ptAplic, [Internet]. 2011, 32(2): 169-173. [citado em 10 de maiode 2018]. Disponível em http://serv- 41. Freitas MB. Polímeros de impressão molecular nobib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/Cien_Farm/article/view/20 preparo de amostras por extração em fase sólida na66/1099 determinação cromatográfica de amitriptilina e nortriptilina em plasma. [Monografia]. Alfenas (MG): Universidade30. Miguel SCP, Maciel T, Andrade T, Ferreira C, Paiva CLA, Federal de Alfenas; 2008. [citado em 27 de março de 2018].Agostinho L, Fernandes SP. Efeitos positivos e negativos da Disponível em http://bdtd.unifal-indicação terapêutica farmacológica em pacientes com mg.edu.br:8080/bitstream/tede/743/5/Disserta%C3%A7%Cdoença de Huntington. Rev Cient da Faminas, [Internet]. 3%A3o%20de%20Maria%20Bet%C3%A2nia%20de%20Fre2012; 8(2). [citado em 10 de maio de 2018]. Disponível em itas.pdfhttp://periodicos.faminas.edu.br/index.php/RCFaminas/article/view/296 42. Neves ALA. Tratamento farmacológico da depressão. [Monografia]. Portugal: Universidade de Fernando Pessoa;31. Pires AB, Madeira ACA, D’Araújo KM, Souza Grossi LD, 2015. [citado em 27 de março de 2018]. Disponível emValadão AF, Motta PG. Reações adversas na cavidade oralem decorrência do uso de medicamentos. Rev Saluv,[Internet], 2017; 36(1):157-185. [citado em 10 de maio de2018]. Disponível emhttps://secure.usc.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v36_n1_2017_art_12.pdf32. Kraychete D, Sakata RK, Khan P, Carvalho MG, GusmãoA, Carvalho EM. Eficácia dos antidepressivos para dorcrônica. Rev. Bras. Med, [Internet]. 2003; 60(5): 283-288.Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 551-558, 557maio-jun, 2018.
Santana Rosa IS, Cavalcante MS, Terra Júnior AT.https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5309/1/PPG_17718.p [citado em 27 de março de 2018]. Disponível em:df http://repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/30957943. Santos JDRD. Avaliação farmacogenética em pacientes 45. Pereira LC, Bernik V. Farmacogenética: um novo exametratados com fármacos antitabagismo [dissertation]. São subsidiário de apoio em terapêutica. Rev Bras Med [Internet],Paulo: University of São Paulo, Faculdade de Medicina; 2016; 72(5): 201-208. [citado em 27 de março de 2018].2015. [citado em 27 de março de 2018]. Disponível em Diponível em https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5166/tde- BR&as_sdt=0%2C5&q=http%3A%2F%2Fwww.moreirajr.co17062015-162841/en.php. m.br%2Frevistas.asp%3Fid_materia%3D6105%26fase%3D imprime&btnG=44. Paganelli MO. Efeitos hemodinamicos agudos dabupropiona e da nicotina em cães anestesiados. [Tese].Campinas (SP): Universidade Estadual de Campinas; 2006. Como citar (Vancouver)Santana Rosa IS, Cavalcante MS, Terra Júnior AT. Breve relato dos antidepressivos tricíclicos, incluindo o efeito terapêuticodo cloridrato de bupropiona. Rev Cient Fac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(ed esp): 551-558. doi:https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.633558 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 551-558, maio-jun, 2018.
Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente.DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Revisão de Literatura (Farmácia)CONSTIPAÇÃO INTESTINAL: TRATAMENTO COM FITOTERÁPICOS INTESTINAL CONSTIPATION: TREATMENT WITH PHYTOTHERAPY https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.598Antônia Karmiles PinheiroGraduação em Farmácia pela Faculdade de educação e Meio ambiente FAEMA, Ariquemes – RO. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0137-8622.Vera Lúcia Matias Gomes GeronMestra em Biologia dos Agentes Iinfecciosos e Parasitários pela Universidade Federal do Pará (UFPA). E- mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9559-5013.André Tomaz Terra JúniorMestre em Oncologia Clínica, Terapia Celular e Células troncos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –FMRP/USP.Docente do curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes –RO. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7365-5284.Jucélia da Silva NunesEspecialista em Química pela Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal, FACIMED, RO. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0110-6312.Filomena Maria Minetto BrondaniMestra em Biologia Experimental pela Universidade Federal de Rondônia. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2225-5755.Descritores (DeCS)12: Submetido em: 27 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Constipação Intestinal RESUMO: A constipação intestinal (CI), também chamada de obstipação intestinal, éFitoterápicos determinada pela dificuldade frequente ou eventual de defecação, causando desconfortoPlantas medicinais e outros transtornos ao indivíduo. Trata-se de uma sintomatologia e não de uma patologiaTratamento específica. Em razão do baixo número de laxantes sintéticos, vêm sendo muito utilizados os laxantes de origem vegetal, devido sua variedade, sendo assim, múltiplas plantas medicinais servem de fonte alternativa de fármacos. O objetivo deste artigo é esclarecer os aspectos da constipação intestinal e os medicamentos fitoterápicos utilizados na atualidade, ressaltando seus mecanismos de ação e seus efeitos adversos. Trata-se de uma revisão de literatura, entre os anos de 2003 a 2017. Dentre os laxantes fitoterápicos mais utilizados encontram-se os derivados antraquinônicos (cáscara sagrada, sene, babosa) e o óleo rícino, que estão classificados na classe dos irritantes ou estimulantes do peristaltismo intestinal. Uma outra classe são os formadores do bolo fecal, onde estão presentes as fibras como o Psyllium. Verificou-se que o sene é um dos laxantes mais utilizados, pela alta eficácia e por não ocasionar inflamações secundárias. Entretanto, a utilização inadequada e prolongada dos fitoterápicos, pode provocar múltiplos efeitos adversos. Por esta razão, necessita de um estudo farmacológico adequado para que o farmacêutico possa orientar e melhorar a qualidade de vida do usuário.Descriptors: ABSTRACT: Intestinal (IC) constipation, also called intestinal constipation, isIntestinal constipation determined by the frequent or eventual difficulty of defecation, causing discomfort andPhytotherapics other disorders to the individual. It is a symptomatology and not a specific pathology.Medicinal plants Due to the low number of synthetic laxatives, laxatives of vegetable origin have beenTreatment widely used, due to their variety, thus, multiple medicinal plants serve as an alternative source of drugs. The objective of this article is to clarify the aspects of intestinal constipation and herbal medicines used today, highlighting its mechanisms of action and its adverse effects. It is a review of the literature, from 2003 to 2017. Among the most used herbal laxatives are the anthraquinone derivatives (cascara sagrada, sene, aloe) and castor oil, which are classified in the class of irritants or stimulants of intestinal peristalsis. Another class are the fecal cake formers, where the fibers like the Psyllium are present. It has been found that sene is one of the laxatives most used, because of its high efficacy and because it does not cause secondary inflammation. However, inadequate and prolonged use of herbal products can cause multiple adverse effects.12 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br. 559 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 559-564, maio-jun, 2018.
Pinheiro AK, Geron VLMG, Terra Júnior AT, Nunes JS, Brondani FMM. For this reason, it needs an adequate pharmacological study so that the pharmacist can guide and improve the quality of life of the user.INTRODUÇÃO Electronic Library Online (SciELO), Ministério da Saúde (MS) e no Google Acadêmico. A base teórica utilizada foram A constipação intestinal (CI), também designada por artigos, dissertações e monografias. Neste artigo pretende-obstipação intestinal, consiste em um problema habitual na se entender o papel dos fitoterápicos no tratamento dapopulação de todos os países. A CT é identificada pela constipação intestinal.dificuldade frequente ou eventual de defecação, causandodesconforto e outros transtornos ao indivíduo. Trata-se de A pesquisa foi realizada no mês de março de 2018,uma sintomatologia específica e não de uma patologia. selecionando artigos em português e espanhol com osPode, entretanto, apontar algum sintoma de doença que seguintes descritores: Constipação Intestinal; Fitoterápicos;precise de investigação para o diagnóstico (1). Plantas Medicinais; Tratamento. Os critérios de inclusão determinados para este estudo foram publicações na íntegra A prevalência da CI varia segundo os locais pesquisado, com acesso livre entre 2003 a 2017. Os critérios de exclusãoo grupo populacional estudado e com o tipo de inquérito foram artigos duplicados ou achados em mais de uma fonteusado para diagnóstico, entre 2 a 27%, tornando sua real indexadora e inferiores a 2003 e que não se apresentam naprevalência e de difícil determinação. íntegra. É mais comum em idosos, crianças e mulheres em idade 3 REVISÃO DE LITERATURAreprodutiva. A maior parte das pessoas resolverá o problemapor si só e a principal preocupação será o controle dos 3.1 Constipação intestinalsintomas. Ainda assim possui uma porcentagem deindivíduos que o problema é sério e procurará ajuda médica É a dificuldade de eliminação intestinal, que acontece(2). entre três a quatro dias, necessitando de maior força na defecação. Observam-se, normalmente, as manifestações: O diagnóstico da CI é determinado conforme os fezes com volume diminuído, endurecidas ou de difícilseguintes sintomas: fezes endurecidas ou fragmentadas; eliminação, redução da frequência nas evacuações, assimmanobras para auxiliar as defecações; esforço ao evacuar; como a sensação de defecação incompleta, desconfortosensação de obstrução ou bloqueio anorretal e menos de abdominal. Todas essas manifestações podem estartrês defecações por semana. A existência de dois ou mais associadas a náuseas, anorexia, vômitos, tenesmo, aumentocritérios em 25% das defecações durante no mínimo três abdominal, impactação fecal e incontinência paradoxal,meses em um tempo de seis meses determina a existência podendo causar abdome agudo obstrutivo (6).de constipação intestinal (3). Alguns motivos como as manifestações crônicas, a Os tratamentos hoje em dia para CI são as terapias não ausência de orientação terapêutica e a utilização defarmacológicas e os agentes farmacológicos como laxantes. laxantes, podem apresentar como consequência oAs terapias não farmacológicas incluem mudanças na dieta, aparecimento de outros problemas, como: hemorroidas,aumento da atividade física, ingestão de mais líquidos, fissuras anais, doença diverticular do colón e fecalomas comreeducação intestinal e o maior consumo de fibras vegetais impactação. Além disso, pode ser uma manifestação inicial(4). de patologias graves como o câncer colorretal. A CI, quando grave, pode causar prolapso retal e infecções do trato No tratamento farmacológico, os mais prescritos são os urinário em alguns indivíduos, enquanto que a obstruçãolaxantes. Devem ser sempre utilizados como colaborador de fecal, em pacientes institucionalizados e idosos, podetratamento, juntamente com a reeducação intestinal e provocar úlceras intestinais contaminadas (7).medidas dietéticas. Em comparação ao baixo número delaxantes sintéticos, a quantidade de laxantes de origem 3.2 Etiologiavegetal é grande, sendo assim, diversas plantas medicinaisapresentam uma fonte alternativa de fármacos. Dentre os A CI é classificada em causas primárias e secundárias.fitoterápicos, os derivados antraquinônicos têm sido As causas primárias são resultantes de diversos fatores,utilizados como laxantes e estão classificados na classe dos envolvendo o não relaxamento da musculatura anorretal doirritantes ou estimulantes do peristaltismo intestinal. Em outra assoalho pélvico, consumo inapropriado de fibras, a inérciaclasse designada formadores do bolo fecal estão presentes colônica, alimentação incorreta, controle do hábito daas fibras como Psyllium (5). evacuação. As causas secundárias são de ordem neurológica, provocadas por neuropatias traumáticas ou A CI é um problema de suma importância, pois acomete sistêmicas, doenças endócrinas e tratamentosa população de todos os países, provocando dificuldade ao medicamentosos (8).defecar, possuindo alta prevalência em mulheres, idosos ecrianças. Portanto, através de uma revisão de literatura, Em associação aos aspectos fisiopatológicos, épesquisada nas bases de dados de trabalhos científicos, classificada em três categorias distintas: constipação debusca esclarecer e elucidar os aspectos da constipação trânsito lento, constipação de trânsito normal e doenças dointestinal. O objetivo deste artigo é compreender a ato evacuatório. A CI de trânsito normal é mais frequente,constipação intestinal e os medicamentos fitoterápicos neste tipo as manifestações são: fezes duras ou defecaçãoutilizados na atualidade, ressaltando seus mecanismos de incompleta, porém o período percorrido pelo cólon sejaação e seus efeitos adversos. regular (9).2 METODOLOGIA A CI de trânsito lento acontece mais em mulheres jovens que defecam até uma vez por semana, frequentemente O trabalho foi elaborado por meio de uma revisão deliteratura, consultada nas bases de dados online Scientific560 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 559-564, maio-jun, 2018.
Constipação intestinal: tratamento com fitoterápicos.começando-se na puberdade, apresentando desconforto Entretanto, o tratamento não foi resolutivo para 80% dosabdominal, dor, flatulência e urgência fecal, sendo menos indivíduos com trânsito gástrico lento e para 63% daquelescomum. Os casos mais leves reagem bem à terapêutica com desordem ao evacuar (16).dietética como aumento do consumo de fibras, o que nãoacontece nos quadros mais sérios (10). Os laxantes irritantes ou estimulantes agem causando a elevação da contração da musculatura lisa intestinal através Por fim, as patologias do ato de evacuação acontecem de estímulo ao plexo mioentérico. A principal vantagem é aem razão da disfunção esfíncter anal ou do assoalho pélvico. ação rápida, por volta de seis a doze horas; entretanto, suaO indivíduo geralmente descreve o medo da dor ao defecar, utilização crônica pode causar dano no plexo mioentérico,em razão das fezes volumosas e endurecidas, e pode provocando à dismotilidade colônica. Os fitoterápicos dessapossuir hemorroidas e fissura anal. Abuso sexual ou físico classe podem agir no intestino delgado, como o óleo depodem estar relacionados a distúrbios de evacuação (9). rícino, ou no intestino grosso, que são compostos derivados antraquinônicos (9).3.3 Tratamento medicamentoso 3.3.1 Óleo de rícino O tratamento farmacológico da CI é efetuado com autilização de laxantes, medicamentos que facilitam a O óleo de rícino é produzido por expressão a frio,defecação e objetivam transportar o líquido para o lúmen (método de extração através de prensagem) utilizando asintestinal, elevar volume, causar amolecimento do bolo fecal sementes de Ricinus communis, planta oriunda da Índia. Oe promover o peristaltismo intestinal. Geralmente, são de efeito laxante é conferido ao ácido ricinoleico, pela ação queeficácia confirmada, bem tolerados e podem ser apresenta em evidenciar das paredes do intestino umconsiderados fármacos seguros. Porém, o seu uso crônico revestimento protetor de lecitinas. No intestino delgado aspode causar colite medicamentosa, diarreia com perda enzimas lipases pancreáticas têm a função de hidrolisar ointensa de eletrólitos e água, especialmente potássio, óleo a ácido ricinoleico e a glicerol, que é um potenteprovocando astenia e fraqueza muscular (11,12). surfactante aniônico, estimulando o acúmulo de eletrólitos e água na luz intestinal e com isso favorecendo o peristaltismo Os laxantes são classificados conforme o seu mecanismo (5).de ação em: emolientes, formadores de bolo, osmóticos,lubrificantes e estimulantes ou irritantes do peristaltismo Atualmente, o óleo de rícino está existente na indústriaintestinal. Os formadores de bolo fecal provocam o efeito Farmax, em frasco com 30 ml. A posologia indicada é de 15laxativo pela retenção de água na luz intestinal, elevando o ml, o que provoca a defecação aquosa em torno de 1 a 3volume das fezes, e assim, promovendo o peristaltismo. O horas, mostrando sua ação rápida. Em razão do seu saborefeito laxativo acontece entre 12 a 24 horas. É indicado aos ruim e potenciais ações tóxicas sobre os nervos entéricos eindivíduos que não podem corrigir com dieta a CI. Devem ser epitélio intestinal, é pouco indicado atualmente. Também éingeridos com muita água para não ocorrer flatulência. utilizado em procedimento pré-operatório via oral com efeitoNormalmente, são bem tolerados e com baixos índices de em 3-5 horas, com o consumo ele desidrata os tecidos,reações adversas (13). provoca o reflexo retal (17). O fitoterápico dessa classe é o Psyllium mill, tirado da 3.3.2 Antraquinonascasca da semente da planta Plantago ovata, é a única fibraviscosa que aguenta à total fermentação por meio do trânsito As antraquinonas são também conhecidas deintestinal, o que lhe concede efeito laxativo, porque as outras antropoides, originário de hidroxiantracênicos oufibras viscosas são amplamente fermentadas. Esta fibra antracênicos. A ação laxante é a encarregada pela utilizaçãopode ser usada na dose de um sachê (5,8 g) dissolvido em terapêutica da maior parte dos vegetais que possui quinonas,água de uma a três vezes ao dia. Pode ser encontrada em sendo as substâncias ativas, os derivadosformas farmacêuticas, como Plantaben® Metamucil®. A hidroxiantracênicos. As plantas mais usadas no Brasil são:distensão abdominal é um dos principais efeitos adversos Cáscara Sagrada (Rhamnus purshiana); Babosa (Aloe vera)(14). e Sene (Cássia angustifolia) (18). Possui em sua composição D-xilose, L-arabinose e Ácido Possui três mecanismos para o efeito laxante destagalacturônico, porém seus principais componentes são as classe:mucilagens, fibras e óleos. As mucilagens absorvem umaconsiderável porção de água, elevando o volume fecal que 1- Menciona-se à relação entre antraquinona com opor sua vez eleva o lúmen intestinal. Ocorre uma diminuição epitélio intestinal, onde pode provocar um descontroleda pressão intraluminal, diminuindo a probabilidade de entre a absorção e a eliminação de água intestinalprodução de divertículos. Suas ações ultrapassam o âmbito causando, um excesso de fluído e elevando o trânsitointestinal e retarda o esvaziamento gástrico e a absorção de intestinal;glicose por meio do intestino delgado. Seus óleos tambémestimulam o efeito laxativo. Psyllium auxilia o amolecimento 2- Acontecem por meio da redução da produção de ATPdas fezes e diminui a necessidade de esforço para através do desacoplamento mitocondrial;defecação, atividade muito utilizada em casos dehemorroidas (15). 3- Relata que a inibição da bomba Na / K + ATPase e a pequena concentração de ATP provocam um declínio Um estudo, realizado com Psyllium, verificou que a no gradiente de íons por meio da membrana celularfrequência de evacuação em indivíduos com constipação epitelial com isso impossibilita a absorção de água ecrônica elevou de forma significativa. O tempo de trânsito sódio do lúmen para o sangue, e pode influenciar asintestinal e a consistência das fezes reduziram, enquanto o ligações entre as células do epitélio intestinalpeso das fezes elevou. O mesmo estudo analisou a ação das provocando a elevação da eliminação de eletrólitos esementes sobre indivíduos com constipação crônica e água no lúmen intestinal (19).encontrou que 85% dos que não tinham nenhuma doençaapresentaram diminuição ou eliminação dos sintomas. As reações adversas com o uso crônico são: mudanças morfológicas no cólon e reto; escurecimento das mucosas; diminuição do peristaltismo até atonia; potencial mutagênico;Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 559-564, 561maio-jun, 2018.
Pinheiro AK, Geron VLMG, Terra Júnior AT, Nunes JS, Brondani FMM.perda de eletrólitos; processos inflamatórios e liberação das agliconas, estas vão atuar sobre a mucosa,degenerativos; distúrbios renais e sintomas elevando o peristaltismo (24).neuromusculares (formação e condução dos estímulos) (20). O uso prolongado do sene pode ocasionar diarreias,3.3.2.1 Cáscara sagrada cólicas, náuseas, aumento do fluxo menstrual e a utilização frequente pode provocar hipopotassemia. É contraindicado É uma planta medicinal usada pelos descendentes norte- para nutrizes, indivíduos com cistite, enterites, apendicite eamericanos desde os tempos remotos. É indicada para obstrução intestinal (23).casos de constipação mais sérios e para execução de algunsexames, todavia, apesar de ser um laxante natural, é Em um estudo realizado quanto à utilização do sene, foinecessário ficar atento ao risco de efeitos colaterais (21). verificado que este é um dos laxantes mais usados. Além disso, averiguou-se a percepção da eficácia de alguns Possui aproximadamente 6% de derivados produtos que possui sene, o Fitos Chá de Sene éhidroxiantracênicos, e 60% destes derivados são considerado o mais eficaz. Por sua vez, 22,1% das pessoascascarosídeos. Os glicosídeos antraquinônicos são procura o sene para emagrecer, sendo este a principal razãoconstituídos por 10 a 20% de O-glicosídeos e 80 a 90% de do seu consumo (25).C-glicosídeos. Além disso, é formada por sais minerais,taninos, ramnol, glicose e ácidos graxos. Os glicosídeos O sene pode ser achado em associação com produtosantracênicos existentes no extrato permitem ser hidrolisados para ajuste da atividade intestinal, como Tamarine® ouatravés das bactérias intestinais, soltando constituintes Naturetti® que apresenta uma concentração de 400 mg ouantraquinônicos como a crisaloína, barbaloína e outros, que também sobre extrato seco separado, como em Senan queprovocam a estimulação e elevação do peristaltismo no possui 50 mg de extrato seco de Senna alexandrina Millcólon, colaborando a expulsão do bolo fecal. Seu efeito proporcionais a 20 mg de senosídeos. Além disso, pode serlaxativo apresenta em torno de 6 a 8 horas após a ingestão encontrado nas farmácias de manipulação sobre forma(22). líquida ou em cápsulas. A dose por dia do pó é entre 1,0 a 3,0 g e do extrato seco é de 100 a 300 mg. Os extratos fluidos Alguns efeitos secundários causados pela utilização da são utilizados cotidianamente de 1 a 5mLe as tinturas é de 5Cáscara Sagrada são intensos, sendo o mais frequente a dor a 20 mL (26).de estômago. Outros efeitos adversos podem manifestarlogo na segunda administração e estes podem envolver 3.3.2.3 Babosadiarreias severas, cólicas abdominais e náuseas. Devido aoefeito laxativo ser ofensivo à mucosa intestinal, este Planta oriunda da Índia, África, Venezuela e Aloe vera nofitoterápico quase sempre provoca diarreia grave, que causa Brasil. Seu uso é realizado por meio de um suco espesso,sérias deficiências de líquidos, desequilíbrio eletrolítico, concentrado através do calor, extraído das folhas. Apresentamineral e vitamínico em alta escala para o indivíduo (21). de 10% a 20% de resina produzida por derivados da antraquinona e antraquinonas livres; antracenósido, áloe- Pesquisas com pacientes idosos determinam que o emodina ,isobarbaloína e aloína (15% a 30%), possui efeitostratamento com esta planta, comparado ao placebo, provoca terapêuticos laxante, purgativa ou catártica. A utilização dao alívio da constipação e eleva a motilidade intestinal. babosa é contraindicada para pessoas com varizes,Confirmou a principal utilização da Cáscara-sagrada para hemorroidas, crianças, gestantes, lactentes, enterocolites,melhora da constipação habitual, em que age como laxativo, apendicites, afecções renais, cistites e prostatites (23).recompondo a tonicidade natural do cólon (22). O Aloe vera provoca a motilidade do cólon, elevando a Está presente na forma isolada da Cáscara Sagrada propulsão e aumentando o trânsito do cólon, o que diminui a(Laboratório Herbarium), em que possui 75 mg de extrato ingestão de líquidos da massa fecal. Além disso, eleva aseco de Rhamnus purshiana e tem no mínimo 16% de permeabilidade paracelular por meio da mucosa do cólon,cascarosídeo, ou em conjunto com Eparema na forma de possivelmente em razão a uma inibição dos canais de cloroextrato mole em uma dosagem de 1,70 mg de constituintes ou uma inibição do sódio, trifosfatase K+ adenosina, o queantraquinônicos totais, etc. A concentração diária é de 0,5 a ocasiona em um aumento de água no intestino grosso. A2 g de pó, 100 a 500 mg de extrato seco; 1 a 10 mL de tintura atividade laxante desta planta é devido, especialmente, àe 0,3 a 3 mL de extrato fluído (5). aloína A e B e 1, 8-glicosídeos dihydroxyanthracene. O efeito laxante da Aloe vera, normalmente não é averiguado antes3.3.2.2 Sene de 6 horas logo após a ingestão oral, e às vezes demora, até 24 horas ou mais (27). É uma planta originária do Alto Egito e do Sudão, onde écultivada comercialmente. Apresenta entre 10% a 12% de Devido à existência de antraquinonas, não é indicada amatéria mineral, resina, flavonoides, mucilagem e 2% a 3% sua utilização oral no decorrer da gravidez, já que sua açãode derivados da antraquinona: antraquinonas livres – estimulatória no intestino grosso pode causar reflexos nacrisofanol, aloe-emodinal; reina, glicosídeos antraquinônicos musculatura uterina provocando o aborto. Tambéme senósidos “a” e“b”. É indicada no tratamento da ocasionam, em excesso, cólicas forte, diarreia, náusea econstipação intestinal, excesso de bolo fecal, fissuras, consequentemente perda de eletrólitos o que causaflatulência, cólicas renais, manchas brancas no corpo e disfunção neuromuscular e cardíaca, especialmente se ohemorroidas. É um dos laxantes mais usados por não causar paciente já utilizar diuréticos, glicosídeos cardíacos ouinflamações secundárias muito frequentes quando se usa antiarrítmicos. O uso prolongado pode ocasionar formaçãolaxantes drásticos (23). de um “cólon de laxantes”, lesão do aparelho neuromuscular e lesões renais crônicas (28). O efeito desse fitoterápico é alcançado algumas horasdepois da administração oral devido à absorção e liberação Num estudo randomizado, duplo-cego, placebo-controledos heterosídeos no intestino grosso. Neste local, através da realizado com 35 indivíduos que possuem CI crônica, umaação enzimática da flora bacteriana, acontece hidrólise, com preparação foi ingerida possuindo Aloe vera, Celidônia e Psyllium, o que ocasiona movimentos intestinais mais constantes, menor dependência de laxantes e fezes mais562 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 559-564, maio-jun, 2018.
Constipação intestinal: tratamento com fitoterápicos.macias. As manifestações no decorrer de duas semanas, Afinal, na atenção farmacêutica relacionada à CI, arealizado em 28 dias de estudo foram equiparados com os primeira forma de atuação é de tentar resolver a situação,valores de referência alcançados no decorrer das duas por meio de medidas higiênico-dietéticas, como executarsemanas anteriores ao começo do estudo. As dores exercício físico equilibrado, permanecer uma alimentaçãoabdominais não diminuíram em nenhum dos grupos (27). abundante em fibras e líquidos e em última situação utilizar medicamentos do tipo laxantes. Além disso, o indivíduo deve Esta planta é encontrada em combinação nas Pílulas de se conscientizar da importância de possuir um hábito deErva-de-Bicho constituídas de Pílulas de Lussen, Imescard e evacuação diária em um ambiente confortável, denas Pílulas de Vida do Dr.Ross na concentração de 10 mg. preferência com um horário determinado para ir ao banheiroTambém encontrada nas farmácias magistrais em cápsulas, e sem pressa. Realizando estes hábitos, o paciente estaráem concentrações diárias que podem mudar de 10 a 60 mg propiciando sua saúde (30).ou extrato seco de Aloe vera na dosagem de 100 a 300 mg.As tinturas também podem ser utilizadas na quantidade de 1 4 CONSIDERAÇÕES FINAISa 2 ml ao dia (26). O consumo de fitoterápicos para obstipação intestinal3.4 Atenção Farmacêutica em pacientes com tem aumentado em razão do seu baixo custo e fácil acessoconstipação intestinal e, por ser considerado um medicamento natural, os usuários acreditam que não faz mal.A Atenção Farmacêutica garante prioridade para Conforme os estudos mencionados no artigo, o sene éorientação e o acompanhamento farmacoterapêutico, com um dos laxantes mais utilizados, pela alta eficácia e por não ocasionar inflamações secundárias, entretanto, o óleo devínculo direto entre o farmacêutico e o paciente, rícino, a cáscara sagrada, a babosa são também úteis na constipação intestinal. Porém, o fato dos fitoterápicos teremproporcionando a identificação de problemas associados a efeitos positivos não pressupõe automedicação e, menos ainda, que não haja efeitos colaterais; por mais naturais quefitoterápicos, como reações adversas, dosagem, forma sejam, toda e qualquer prescrição só deve ser feita por profissionais capacitados na área.farmacêutica, interações medicamentosas, Portanto, a utilização incorreta e prolongada doscontraindicações, erro de prescrição, entre outros. Com essa fitoterápicos pode ocasionar os múltiplos efeitos colaterais mencionados na pesquisa, razão porque deve ser realizadoprática profissional, o farmacêutico proporciona a melhora da adequado estudo farmacológico. Dessa forma, e através da avaliação individualizada, o farmacêutico pode orientar aqualidade de vida dos indivíduos com CI (29). utilização correta, reduzindo os riscos e proporcionando benefícios ao paciente.Antes de promover a orientação ou prescrição, ofarmacêutico deve conseguir informações sobre o estadopatológico e fisiológico do seu paciente, bem como seu estilode vida, pois esses fatores são de grande valia na hora deprevenir ou tratar a CI. A necessidade de determinação doproblema de um indivíduo que chega à farmácia e procuraum laxante, por exemplo, é de conhecer se possui umaconstipação leve, o qual poderá usar um laxante, com opropósito de esvaziar o conteúdo intestinal que pode seroriginário de uma alimentação inapropriada, ou este irá usar,para realizar um exame radiológico (30).REFERÊNCIAS março de 2018]. Disponível em: http://revistas. unipar.br/index.php/ saude/article/ view/ 5176/29961. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. Constipação.2009. [citado 05 de março de 2018]. Disponível em: 6. Agra G, Fernandes MA, Platel ICS, Barros NCB, Freirehttps://www.sbcp.org.br/pdfs/publico/constipacao.pdf MEM. Constipação em pacientes com doença oncológica avançada em uso de opioides. Rev Mundo Saúde 2013; 372. Iade B, Umpierre V. Manejo del paciente con constipación. (4): 472-478. [citado 08 de março de 2018]. Disponível em:Arch Med Int 2012; 34(3): 66-79. [citado 05 de março de https://www.saocamilo-2018]. Disponível em:< http://www. scielo .edu.uy/ pdf / ami/ sp.br/pdf/mundo_saude/155558/A13.pdfv34n3/v 34 n3 a02.pdf 7. Bomfim IQM, Nunes LS, Alves TC. Prevalência de3. Klaus JH. Prevalência e fatores associados à constipação constipação intestinal em estudantes de fisioterapia de umaintestinal em idosos residentes em instituições de longa universidade de Maceió/AL. Rev Ciênc Méd Biol 2017; 16 (1):permanência. Rev Bras Geriatr Gerontol 2015; 18 (4): 835- 79-84. [citado 08 de março de 2018]. Disponível em:843. [citado 06 de março de 2018]. Disponível em:< ttp:// https://portalseer. ufba. br/ in dex. php/ cmbio/article/ downlowww .scielo.br/pdf/ rbgg/v18n4/pt_1809-9823-rbgg-18-04- ad / 132 66/1485200835.pdf 8. Oliveira AMK, Balardin NN, Villas GRB. Efeito da4. Braz MM, Kelling BI, Arruda GT, Stallbaum JH. A manipulação do tecido conjuntivo na constipação intestinal:constipação intestinal em idosas participantes de um ensaio clinico randomizado. Rev Interbio 2015; 9 (2): 44-53.programa de promoção à saúde, em Santa Maria (RS): sua [citado 10 de março de 2018]. Disponível em:prevalência, sintomas e fatores psicossociais associados. http://www.unigran.br/ interbio /paginas/ed_ anteriores/vol9Rev Kairós Gerontol 2015; 8 (3): 381-395. [citado 06 de _num2/ arquivos/ artigo 6. pdfmarço de 2018]. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index .php/kairos/ article/ viewFile/2 81 79/ 19807 9. Garcia LB, Gomes B, Sônia MM, Souza MV, Santos MSF,5. Darroz JV, Fuso LC, Borges NM, Gomes AJPS. Utilização Pereira COM. Constipação intestinal: aspectosde fitoterápicos no tratamento de constipação intestinal. ArqCiênc Saúde UNIPAR 2014; 18 (2): 113-119. [citado 08 de epidemiológicos e clínicos. Rev Saúde e Pesqui 2016; 9(1): 153-162. [citado 10 de março de 2018]. Disponível em: http://periodicos. unice sumar. edu.br/index.php/saudpesq/article/view/4761/2760Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 559-564, 563maio-jun, 2018.
Pinheiro AK, Geron VLMG, Terra Júnior AT, Nunes JS, Brondani FMM.10. Alves JG. Constipação intestinal. JBM 2013; 101 (2): 31- Alfenas/MG: Universidade Federal de Alfenas , 2012. [citado37. [citado 10 de março de 2018]. Disponível em: 16 de março de 2018]. Disponível em: https://bdtd.unifal-http://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/ 2013/v10 1n2/a3 987 mg.edu.br:8443/ bits tream/tede/415/ 5/Disserta%.pdf C3%A7%C3% A3 o%20de%20 Daniel %20 Antero %20de% 20Almeida %20 Galdino.pdf11. Calvo MMP. Estreñimiento en adultos. Rev méd CostaRica Centroam 2016; (620): 611-615. [citado 12 de março de 20. Moreira TF. Antraquinonas. 2012. [citado 16 de março de2018]. Disponível em: http://www. medigraphic .com/ pdfs/ 2018]. Disponível em: https://xa. yimg.com/ kq/groups/ 248revm edco scen/rmc-2016/rmc163aj.pdf 14726/.../ANTRAQUINONAS.+teórica.pdf?...112. Wannmacher L. Constipação intestinal crônica no adulto 21. Lôbo CR. Cáscara Sagrada (Rhamnus purshiana): Umae na criança: quando não se precisa de medicamentos. Revisão de Literatura. REVISA 2012; 1 (2); 171-178. [citadoBrasília, 2005. [citado 20 de abril de 2018]. Disponível em:< 17 de março de 2018]. Disponível em: http://revista facesa.http: // www .paho. org/ bra/ index senaaires.com.br/index.php/revisa/article/view/28/23.php?option=com_docman&view=download&alias=481-constipacao-intestinal-cronica-no-adulto-e-na-crianca-v-1- 22. Iberquímica Magistral. Cáscara-sagrada Extrato Secon1-2005-1&category_slug=uso-racional-medica mentos- (Rhamnus purshiana DC). 2013. [citado 17 de março de685&Itemid = 965 2018]. Disponível em: http://iberoquimica .com.br/ Arquivos/ Insumo /arquivo-11174 2.pdf13. Burburan S. Consenso Brasileiro de ConstipaçãoIntestinal Induzida por Opioides. 2009. [citado 12 de março 23. Viana JC. Apostila de plantas medicinais. 200_. [citadode 2018]. Disponível em: < https://www.researchgate. 17 de março de 2018]. Disponível em: http://net/profile/ Shirley_ Burburan/ publication/ 25967 3729_ www.vesper.org.br/upload/arquivos/1346188574.pdfConsenso_ Brasileiro _de_ Com stipacao _ Intestinal_induzida_por_Opioides/links/00b4952d43e6aa848c0 24. Vinãs P, Felippe Junior J. Plantas com efeito na00000/Consenso-Brasileiro-de-Constipacao-Intestinal- constipação intestinal - prisão de ventre. 2011. [citado 20 deinduzida-por-Opioides .pdf abril de 2018]. Disponível em: http://www.medicina complementar .com. br/ biblioteca/pdfs/Fitoterapia/fi-14. Lima RVC, Azevedo M, Damião AOMC. Como 0010.pdfdiagnosticar e tratar a obstipação intestinal. RBM 2013; 70(13): 20-28. [citado 15 de março de 2018]. Disponível em: 25. Manso CIMP. Consumo de laxantes particularmente dehttp :// www.moreirajr. com.br/ revistas. asp? fase= r003 &id Sene numa Farmácia do Nordeste Transmontano._materia=5582 [dissertação]. Bragança: Instituto Politécnico de Bragança, 2013. [citado 21 de abril de 2018]. Disponível em:15. Costa L. Psyllium pó: laxante natural rico em fibras. 2013. https://bibliotecadigital.ipb.pt/ bitstream/10198/ 9211[citado 15 de março de 2018]. Disponível em: /1/Cristiana%20Manso.pdfhttp://viafarmanet.com.br/wp-content/uploads/2015/07/PSYLLIUM-PO.pdf 26. Batistuzzo JAO, Itaya M, Eto Y. Formulário Médico- Farmacêutico. 3. ed. São Paulo: Pharmabooks, 2006. 670p.16. Brasil. Ministério da Saúde. Monografia da espécie 27. França, C. Aloína: alívio da constipação instestinal. 2014.Plantago Ovata Forssk (Psyllium). Brasília, 2014. [citado 18 [citado 21 de abril de 2018]. Disponível em: http://viafarmanet.com.br/wp-content/uploads/2015/07/ALO-de março de 2018]. Disponível em: 200.214.130. -NA.pdf94/consultap ublica/ display /dsp 28. Freitas VS, Rodrigues RAF, Gaspi FOG. Propriedades farmacológicas da Aloe vera (L.) Burm. f. Rev Bras Plantas_download_arquivo.php?arquivo=218 Med 2014; 16(2). [citado 20 de março de 2018]. Disponível em: http://www. scielo.br/ scielo. php? Script =sci_ artte xt &17. Bragança LAR. Farmacologia do trato gastrointestinal. pid=S1516-057220140002 000202009. [citado 15 de março de 2018]. Disponível em:http://www.proac.uff.br/f armacoclinica/ sites/d efault/f iles/ 29. Euzebio P, Silva AM. Atenção farmacêutica aplicada aoFarmacol ogia_TGI_2009_0.pdf paciente idoso com constipação intestinal. 2013. [citado 21 de março de 2018]. Disponível em: http://www.saoca milo-18. Duarte PO. Análise fitoquímica das folhas de Hyptis sp.br/novo/eventos-noticias/simposio/13/SCF011.pdfCrenata P. (Lamiaceae). 2010. [citado 15 de março de 2018]. 30. Andrade MA, Silva MVS, Mendonça S, Freitas O. Assistência farmacêutica frente à obstipação intestinal noDisponível em: http://repositorio.p idoso. Rev. Infarma 2003; 15 (9/10): 64-69. [citado 21 de março de 2018]. Disponível em: http:// www. cff. org.br/gsskroton.com.br/bitstream/ sistemas/ geral/revista/pdf/86/infarma004.pdf123456789/376/1/AN%C3%81LISE%20FITOQU%C3%8DMICA% 20DAS% 20FOLHAS%20DE%20Hyptis%20crenata%20P.%20%28LAMIACEAE%29.pdf19. Galdino D. Efeito do extrato hidroalcóolico de Cassiaangustifolia na gestação de camundongos. [dissertação]. Como citar (Vancouver)Pinheiro AK, Geron VLMG, Terra Júnior AT, Nunes JS, Brondani FMM. Constipação intestinal: tratamento com fitoterápicos.Rev Cient Fac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(ed esp): 559-564. doi: https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.598564 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 559-564, maio-jun, 2018.
Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente.DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Revisão de Literatura (Farmácia)DROGAS DE ABUSO: MACONHA E SUAS CONSEQUÊNCIAS ABUSE DRUGS: MACONIA AND ITS CONSEQUENCES https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.630Matheus de Oliveira VanjuraDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2534-3547.Dione Rodrigues FernandesBacharel em Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]: https://orcid.org/0000-0001-7349-3246.Leandro Fantin de PontesBacharel em Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-6178-2582.Jessica Castro dos SantosFisioterapeuta e Especialista em Terapia Intensiva pela Faculdade Inspirar – Curitiba / PR. Docente do curso de graduaçãoem Fisioterapia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:http://orcid.org/0000-0003-1534-8192.André Tomaz Terra JúniorMestre em Oncologia Clínica, Terapia Celular e Células troncos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –FMRP/USP.Docente do curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7365-5284. Submetido em: 30 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Descritores (DeCS)13: RESUMO: Drogas de abuso é um termo genérico para um conjunto de substâncias queCanabinóides são consumidas indiscriminadamente sem a prescrição de um profissional competente.THC Dentre essas drogas, a maconha, nome popular para a planta Cannabis sativa está entreDependência as três mais consumidas do mundo, ficando atrás apenas do álcool e tabaco. EmboraCannabis sativa possua propriedades medicinais, a maconha é utilizada principalmente para finsMaconha recreativos, devido suas propriedades relaxantes. No entanto, seu uso contínuo e crônico é capaz de desenvolver sérios problemas à saúde. A pesquisa teve como objetivo reunir informações, na modalidade revisão de literatura, sobre as consequência e malefícios do uso de maconha. Sendo verificado que diversos estudos demonstram com base em evidências que o uso da maconha, principalmente em longo prazo, acarreta problemas relacionados a psicoses como a esquizofrenia, além de causar danos cognitivos e outros problemas de saúde. Ficando evidente, portanto, que a maconha como fonte recreativa representa sérios riscos à incolumidade pública.Descriptors: ABSTRACT: Abuse drugs is a generic term for a set of substances that are consumedCannabinoids discriminately without the prescription of a competent professional. Among these drugs,THC marijuana, popular name for the plant Cannabis sativa is among the three mostDependence consumed in the world, behind only alcohol and tobacco. Although it has medicinalCannabis sativa properties, marijuana is mainly used for recreational purposes because of its relaxingMarijuana properties. However, its continuous and chronic use is capable of developing serious health problems. The research aimed to gather information, in the review literature, on the consequences and harms of marijuana use. Therefore, it is verified that several studies show evidence that the use of marijuana, especially in the long term, causes problems related to psychoses such as schizophrenia, as well as cause cognitive damage13 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br. 565 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 565-569, maio-jun, 2018.
Vanjura MO, Fernandes DR, Pontes LF, Santos JC, Terra Júnior AT. and other health problems. It is therefore clear that marijuana as a recreational source poses serious risks to public safety.INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA O abuso de drogas é um grave problema de saúde O presente estudo foi desenvolvido sob forma de revisãopública de contexto global, pois compreende um sistema de literatura de modo sistemático e exploratório de artigoscomplexo que envolve fatos relacionados não apenas com a científicos, monografias, disertações e teses diponíveissaúde, mas também com a sociedade, família, violência e gratuitamente em indexadores da rede mundial como:criminalidade (1). biblioteca virtual SciELO (http://www.scielo.com.br), PubMed Central (http://www.pubmedcentral.nih.gov), Biblioteca A dependência de drogas principalmente entre Virtual de Saúde (http://www.bvsalud.org), além deadolescentes e adultos jovens constituiu um grande bibliotecas virtuais de universidade públicas e particulares,problema social, pois é cada vez maior o número de casos dentre outros. Também foram utilizados livros de autoresde consumo abusivo de substâncias lícitas como: álcool, renomados em farmacologia, livros estes de acervo pessoaltabaco e medicamentos, bem como de drogas ilícitas a e da biblioteca Júlio Bordignon da Faculdade de Educação eexemplo de cocaína e maconha (2). Meio Ambiente (FAEMA). Diversas são as consequências de cunho sócio- Durante a pesquisa foram selecionadas 42 referênciaseconômicas vinculadas ao abuso e dependência de drogas, nos idiomas português, ingles e espanhol publicados dedos quais podemos citar os elevados gastos com saúde, 2000 a 2018.fatores de risco para acidentes de trânsito, aumento dosíndices de violência urbana, mortes prematuras de jovens, Os descritores utilizados foram: canabinóides, THC,dentre outras (3). dependência, Cannabis sativa, maconha. Segundo dados do Relatório Mundial sobre Drogas Das 42 obras inicialmente selecionadas, foram(World Drug Report) do Escritório das Nações Unidas sobre escolhidas 20 para a elaboração do proposto, sendo utilizadoDrogas e Crimes (UNODC) somente no ano de 2017 como critério de inclusão a relevância com o tema, períodoaproximadamente 255 milhões de pessoas consumiram de publicação condizente com o pré-estabelecido,algum tipo de droga (1). disponibilidade integral e gratuita da obra. Foram excluidas aquelas fontes bibliográficas com pouca informação, Dentre a infinidade de drogas ilícitas existentes, a publicados antes do ano 2000, bem como aquelesMaconha é a mais antiga e também a mais consumida no incompletos ou disponíveis após compensação monetária.mundo, ficando a frente até mesmo das popularesanfetaminas, opióides e cocaína (4). 3 REVISÃO DE LITERATURA A Cannabis sativa também conhecida como “Cânhamo 3.1 Cannabis sativada índia” ou popularmente por maconha: é uma planta, dotipo arbusto, da família Moraceae que pode ser encontrada O termo “Drogas de abuso”, também utilizado para aem diversas partes do mundo (5). maconha, está relacionado ao fato de serem substâncias consumidas de forma não prescrita por profissional de saúde Esta planta possui mais de 400 tipos de substâncias competente (6).químicas em sua composição, as quais são classificadascomo canabinóides psicoativos como, por exemplo, o delta- As principais substâncias consumidas de forma abusiva9-tetrahidrocanabinol (THC), principal substância psicoativa são: os opióides (morfina, oxicodona, heroína); depressoresda planta, e os canabinóides não psicoativos como o do SNC (etanol, barbitúricos, solventes); estimulantescanabidiol, dentre outras (1). psicomotores (anfetaminas, cocaína); agentes psicomiméticos (LSD, Cannabis); dentre outros (6,8). Conforme dados da UNODC, em seu relatório anual,constatou que em média 4% da população global fez uso de A Cannabis sativa, popularmente conhecida comomaconha no ano de 2014, o que corresponde a maconha é uma planta utilizada a milhares de anos pelaaproximadamente 183 milhões de pessoas (1). humanidade, para as mais variadas finalidades, pois além de conter um grande potencial terapêutico, também possui No Brasil, de acordo com o último levantamento sobre o propriedades psicotrópicas e alucinógenas (5).consumo de drogas entre adolescentes em idade escolar, foiconstatado que 25% dos entrevistados afirmaram já ter feito Relatos antigos da literatura chinesa, a exemplo da obrauso de algum tipo de droga, dos quais 6% relataram ter Pen Tsao, concebida a mais de 4700 anos, trás os primeirosutilizado maconha. Esse levantamento demonstrou ainda a compilados de tratamentos farmacológicos com ervasprogressão dos índices de consumo com relação aos medicinais, no qual a Cannabis já era utilizada como fonteestudos dos anos anteriores (1). terapêutica (4). Embora a neurociência moderna demonstre com base Ainda de acordo com relatos históricos, o Cânhamoem evidências através de diversos estudos científicos a (outro nome pelo qual a planta é conhecida) foi à primeirarelação entre os substratos da Cannabis sativa e efeitos planta cultivada pelo homem com finalidade não alimentícia,maléficos ao sistema psico-cognitivo humano, o combate ao pois sua utilidade era para a extração de fibras queuso da maconha ainda é um desafio para o sistema de saúde posteriormente deram origem a linhas na fabricação depública mundial, pois na maioria dos casos os usuários tecidos e papel (9).descredibilizam o risco para dependência e os malefícios doconsumo desta droga (2). No Brasil, relatos históricos demonstram que a erva chegou junto com a coroa portuguesa e os escravos Diante o exposto este trabalho teve por objetivo reunir africanos, onde era utilizada como alternativa medicinal einformações, na modalidade revisão de literatura, sobre asconsequências e malefícios do uso de maconha.566 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 565-569, maio-jun, 2018.
Drogas de abuso: maconha e suas consequências.recreativa, devido ao seu potencial terapêutico, relaxante e O THC desencadeia a desinibição dos neurôniosalucinógeno. No entanto, a repressão ao cultivo, comércio, dopaminérgicos, proporcionando desta forma efeitos deposse e uso começou a partir da década de 30, e em 1938 a euforia e relaxamento, bem-estar, alterações na percepçãolegislação brasileira proibiu definitivamente o uso através de de tempo decorrido, sonolência, distorção visual e prejuízosdecreto federal, tipificando a conduta como crime e prevendo à memória (8).pena de prisão a partir de 1976, através de lei federal6.368/76 (4). Outros efeitos causados pelo THC em humanos são: prejuízo da coordenação motora, catalepsia (alteração da Atualmente no Brasil a lei federal nº 11.343/06, auxiliada postura), hipotermia, ação antiemética, aumento do apetite,pela portaria 344/MS (Ministério da Saúde), versa sobre a taquicardia, vasodilatação, redução da pressão intraocular ecriminalização das drogas, a qual ainda tipifica a posse de broncodilatação (7).maconha para uso como crime, no entanto, não penalizandoo usuário com pena restritiva de liberdade, cominando a este, Devido às particularidades anatômicas do pulmão e daspenas alternativas, como: advertência sobre os efeitos das propriedades físico-químicas do próprio THC, este édrogas, prestação de serviços comunitários ou rapidamente absorvido pela extensa área alveolar ecomparecimento a cursos educativos (9). distribuído pelo organismo. Portanto, ao ser fumado o THC passa imediatamente para a corrente sanguínea e Embora conhecida a milhares de anos, a planta ganhou rapidamente chega ao SNC (11).importância no mundo científico a partir da década de 60,com a descoberta do composto delta-9-tetra-hidrocanabinol Os efeitos do THC podem ser observados minutos após(THC), como principal composto ativo com influência sobre o o uso da maconha, o qual atinge seu ápice emsistema nervoso central (SNC) (7). aproximadamente de 1 a 2 horas, pois nesse período o THC é convertido em outra substância denominada 11-hidroxi- Atualmente a maconha está entre as drogas mais THC, composto muito mais ativo que o próprio THC,consumidas no mundo, ficando atrás apenas do álcool e do contribuindo, desta forma, para os efeitos farmacológicos databaco, respectivamente. No entanto, quando equiparada Cannabis (7).apenas com as ilícitas, a maconha ocupa o topo do ranking.De acordo com estudos a estimativa é que aproximadamente Além do 11-hidroxi-THC, outros metabólitos são4% da população global, o que corresponde em média 183 formados a partir do THC, no entanto, são compostosmilhões de pessoas, já tenham consumido pelo menos uma inativos, os quais se conjugam com gorduras do organismovez ao ano (1,4,10). devido suas propriedades altamente lipofílicas, e permanecem circulantes no sistema entero-hepático até sua3.2 Aspectos farmacológicos e estruturais da Cannabis total eliminação (7).sativa O tempo de meia vida compreende um período Trata-se de uma planta complexa que possuí aproximado de 4 h, e sua eliminação ocorre gradativamente,aproximadamente vinte compostos de importância, como por levando vários dias até a eliminação total, mesmo após oexemplo, flavonóides, aminoácidos, carboidratos, consumo de uma única dose (7,8).terpenofenóis, ácidos graxos, dentre outros, dos quais osterpenofenóides, mais especificamente os canabinóides são 3.3 Principais consequências do uso de maconhaos mais importantes, pois estão diretamente relacionadosaos efeitos terapêuticos e entorpecentes. Os canabinóides Estudos neurobiológicos relacionados ao consumo esão classificados ainda em psicoativos e não psicoativos (4). abuso de drogas conceituam a necessidade que o organismo desenvolve a estas substâncias em: “dependência” e O canabinóide psicoativo delta-9-tetrahidrocanabinol “adicção”, ao modo que aquela se refere a uma dependência(THC), de fórmula molecular C21H30O2, é o principal física, enquanto que esta diz respeito a uma dependênciacomponente ativo da planta, responsável pelas propriedades psicológica, ou seja, “um padrão mal adaptativo de uso dealucinógenas da Cannabis sativa (9). substância que desencadeia prejuízos e sintomas caracterizados por mais de três sinais como: tolerância, A partir da descoberta do THC foi constatada a existência abstinência, inatividade social, dentre outras” (6,8).de receptores canabinóides específicos no cérebro,denominados receptores CB, que constituem um grupo típico Pesquisas experimentais em humanos e animais revelamde receptores acoplados à Proteína G, que quando ativados que o sistema dopaminérgico é o principal alvo das drogasinibem a liberação de determinados neurotransmissores, de abuso, estimulando desta forma a liberação de grandesdeterminando desta forma a sua atuação sobre o SNC (7). quantidades de dopamina no córtex pré-frontal do cérebro, propiciando desta forma uma sensação de prazer (8). Sua estrutura molecular é composta por um grupo fenole ácido carboxílico, conforme Figura 1. A presença crônica de drogas de adicção no cérebro desencadeia um fenômeno adaptativo denominado Figura 1 - Molécula de delta-9-tetrahidrocanabinol (THC). tolerância, de modo que a dose para os efeitos desejados necessitem de um aumento gradativo, ou seja, cada vez Fonte: Honório, Arrio, Da Silva (5). maior, tornado-se desta forma, um grande problema à saúde humana, devido aos efeitos colaterais das hiperdosagens e altas concentrações da substância no organismo (8). A exposição crônica à Cannabis leva, portanto, à dependência, podendo proporcionar ao usuário a abstinência, ou seja, quando este fica algum tempo sem o uso da substância, seu organismo necessitará de novas doses, e embora as crises sejam discretas, na maioria dos casos, estas se manifestam por intermédio de sintomas como inquietação, irritabilidade, agitação, insônia, dentre outros (8).Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 565-569, 567maio-jun, 2018.
Vanjura MO, Fernandes DR, Pontes LF, Santos JC, Terra Júnior AT. Portanto, a tolerância, dependência física e adicção à hiperatividade, bem como a predisposição ao consumo deCannabis estão relacionadas principalmente, mas não drogas durante a vida adulta (16,19).exclusivamente, aos usuários crônicos (7). A intoxicação por Cannabis também pode causar infarto Diversos estudos demonstram a relação do uso do miocárdio, e embora eventos como esses sejam raros,prolongado da maconha com psicoses, esquizofrenia, não são descartados, principalmente em pessoas idosasdistúrbios de humor e disfunções cognitivas, uma vez que, com histórico de doenças cardiovasculares, pois suasos efeitos do THC no SNC incluem ações depressoras e substâncias são capazes de desenvolver taquicardia epsicotomiméticas, comprometendo desta forma a memória aumento da pressão arterial (20).de curto prazo e aprendizagem (1,4,7,11). Algumas correntes defendem a liberação da maconha O uso de drogas de abuso, a exemplo da maconha, pode como alternativa medicinal e terapêutica, e emboraantecipar crises de esquizofrenia, potencializar eventos atualmente a Cannabis seja utilizada em algumaspsicóticos, reduzir adesão a tratamentos, comprometer o localidades dos Estados Unidos (EUA) e em países comodesenvolvimento cognitivo, favorecer pensamentos suicidas, Holanda e Bélgica para o tratamento de doenças comoalém de ser fator de risco para o consumo de outras drogas câncer, esclerose múltipla, AIDS e síndrome de Tourette (5).e contração de doenças (12). Sua utilização terapêutica deve ser restrita e cuidadosamente acompanhada, uma vez que a presença de A relação entre o consumo da Cannabis e eventos efeitos indesejáveis como ansiedade, angústia, medo,mentais como a esquizofrenia já é compreendida e aceita tremores, dentre outros, são frequentemente relatados, bempela comunidade neurocientista, pois inúmeras obras como a literatura científica atual aponta para uma gama dedemonstraram que os usuários são mais vulneráveis a consequência que o uso crônico da Cannabis pode causardesencadear algum distúrbio psicótico do que os não ao organismo. (16).usuários. Não obstante ao fato, vale ressaltar que o usodesta droga não é fator determinante, mas fator de risco, Vale ressaltar ainda, que além de escassos no Brasil, osportanto um gatilho que pode facilitar ou agravar um quadro tratamentos especializados para usuários crônicos dedeterminado por outro fator seja ele genético, patológico, ou drogas, representam alto custo para o indivíduo e para ooutros (12,13,14,15). Estado, e que na maioria das vezes tornam-se ineficazes quando o usuário cede à abstinência e volta a usar a droga Disfunções endócrinas como diminuição dos índices de (4).testosterona, que tem como principal consequência adiminuição do libido masculino, e alterações relacionadas a 4 CONSIDERAÇÕES FINAISdiminuição do hormônio luteinizante e prolactina, bem comoalterações no período ovulatório e menstrual, também são Atualmente a maconha é a droga ilícita mais utilizada noobservadas em usuários crônicos de maconha (16). mundo, e seus efeitos estão relacionados à sensação de relaxamento e bem-estar, pela ação do delta-9- De acordo com Ribeiro(17) o aumento de mediadores hidrocanabinol, um potente agente psicomiméticoinflamatórios pode ser observado em pessoas que (alucinógeno).consomem concomitantemente maconha e cocaína, demodo que, embora esse mecanismo de interrelação ainda Sob a alegação de se tratar de um produto natural e,não esteja ainda bem esclarecido, é notório, portanto, que o portanto, inofensivo à saúde, a maioria dos usuáriosconsumo dessas substâncias é fator de risco para o desconsidera os riscos para dependência, tolerância eagravamento de processos inflamatórios sistêmicos. agravos à saúde. O ato de fumar maconha também é fator de risco para o No entanto, diversos estudos científicos com bases emdesenvolvimento de câncer na boca, pois de acordo com evidências e experimentos laboratoriais demonstram que oestudos laboratoriais, o THC tem propriedades que consumo crônico da maconha leva à tolerância eestimulam eventos ligados ao desenvolvimento tumoral. dependência, contribuindo e facilitando para a instalação deOutro fator observado que corrobora ao desenvolvimento de agravos psicóticos como a esquizofrenia, além de prejuízosneoplasias é a presença de diversas substâncias químicas cognitivos.prejudiciais à saúde, como por exemplo, o alcatrão e oacetaldeído, substâncias altamente cancerígenas (18). Ficou evidente ainda, que o consumo da maconha também pode ocasionar outros problemas de saúde como Câncer no pulmão e em outros órgãos do trato câncer e disfunções sistêmicas.respiratório também pode ser consequência das substânciasoriundas do consumo da maconha (19). Por fim, vale destacar que a utilização da maconha como alternativa recreativa, representa risco à saúde pública. Quando consumida durante a gravidez, na maioria doscasos o feto nasce com baixo peso, sendo comprovadaainda, a existência de indícios de predisposição à criançadesenvolver o transtorno do déficit de atenção eREFERÊNCIAS tabaco e drogas. Rev. Guará. 2015; 3: 121-29. [citado em 14 de maio de 2018]. Disponível em:1. Cavalcanti MGV. Habilidades sociais e suporte social em http://periodicos.ufes.br/guara/article/view/9843/6665adolescentes usuários de maconha e não usuários dedrogas. [dissertação]. Bauru (SP): Universidade Estadual 3. Almeida CAPL, Patrício Rodrigues HG, Magalhães JM,Paulista Júlio de Mesquita Filho; 2018. [citado em 09 de Fernandes MA. Fatores associados à opinião favorável (oujunho de 2018]. Disponível em: contrária) à liberação da maconha em uma amostra dehttps://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/154009/ docentes e discentes universitários. Rev. Eletrônica Saúdecavalcanti_mgv_me_bauru_par.pdf?sequence=3&isAllowed Mental Álcoo e Drogas. 2016 jan/mar; 12(1): 12-21. . [citado=y em 21 de abril de 2018]. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/smad/v12n1/pt_03.pdf2. Conforti AMÁS, et al. Rede do bem capixaba, umaexperiência de organização social na prevenção do álcool,568 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 565-569, maio-jun, 2018.
Drogas de abuso: maconha e suas consequências.4. Petry LS. Estudo analítico experimental e comparativo de 13. Nascimento IC, et al. Relação entre Cannabis e psicose.amostras de maconha apreendidas no município de Santa Rev. da Universidade Vale do Rio Verde. 2015; 13(1): 186-Cruz do Sul-RS. [monografia]. Santa Cruz do Sul (RS): 89. [citado em 19 de abril de 2018]. Disponível em:Universidade de Santa Cruz do Sul; 2015. [citado em 22 de http://periodicos.unincor.br/index.php/revistaunincor/article/vabril de 2018]. Disponível em: iew/1946https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/1019/1/Lu%C3%ADza%20dos%20Santos%20Petry.pdf 14. Silva LRF, Guerrero Ortega FJ. A epigenética como nova hipótese etiológica no campo psiquiátrico contemporâneo.5. Honório KM, Arroio A, Ferreira da Silva AB. Aspectos Northeast Network Nursing Journal. 2014; 15(3): 765-86. [citado em 15 de abril de 2018]. Disponível em:terapêuticos de compostos da planta Cannabis sativa. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010373312014000300 765&script=sci_abstract&tlng=ptQuímica Nova. 2006; 29(6): 318-25. [citado em 17 de abril de2018]. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010 15. Barrona JIB. Psicose e consumo de Canabis: causa, consequência ou coincidência? [dissertação]. Lisboa:0-40422006000200024 Universidade de Medicina Lisboa; 2017. [citado em 20 de abril de 2018]. Disponível em:6. Golan DE, Tashjian Jr AH, Armstrong EJ, Armstrong AW. http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/31720/1/JoanaIBBarrPrincípios de Farmacologia: A base fisiopatológica da ona.pdffarmacologia. 3rd ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;20147. Rang HP, Dale MM, Ritter JM, Flower RJ, Henderson G. 16. Bonfá L, Vinagre RCO, Figueiredo NV. Uso deRang & Dale Farmacologia. 7th ed. Rio de Janeiro: Elsevier; canabinóides na dor crônica e em cuidados paliativos. Rev.2011. Bras. de Anest. 2008 maio/jun; 58(3): 267-79. [citado em 22 de abril de 2018]. Disponível em:8. Katzung BG, Masters SB, Trevor AJ. Farmacologia http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003Básica e Clínica. 12th ed.: ArtMed; 2014 4-709420080003000109. Nascimento IR. Identificação Química em nível molecular 17. Ribeiro CB. Efeitos do uso de drogas ilícitas na respostade amostras de maconha por ESI-FT-ICR MS. [dissertação].Vitória (ES): Universidade Federal do Espírito Santo; 2014. inflamatória. [dissertação]. Goiânia (GO): Universidade[citado em 15 de abril de 2018]. Disponível em:http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/1233/1/Dissertacao%2 Federal de Goiás (UFG); 2012. [citado em 18 de abril de0Identifica%C3%A7%C3%A3o%20Qu%C3%ADmica%20em%20N%C3%ADvel%20Molecular%20de%20Amostras%2 2018]. Disponível em:0de%20de%20Maconha%20por%20ESI-FT-ICR%20MS.pdf https://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/587510. Carvalho CR, Takahashi RN. A maconha aumenta 18. Sordi MB. Avaliação de lesões bucais em pacientes usuários de substâncias químicas ilícitas. [monografia].vulnerabilidade a opioides em animais de laboratório. Rev. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); 2014. [citado em 17 de abril de 2018]. Disponívelda Biologia. 2014; 13(1): 11-19. [citado em 19 de abril de em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/12722018]. Disponível em: 68/TCC%20Reposit%C3%B3rio%20BU%20Mariane%20PD F.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:UhMToCF5MfoJ:labsol.ib.usp.br/revista/system/files/02_Carvalho.pdf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br 19. Santos AO. Riscos e benefícios do uso de canabinóides no tratamento da esclerose múltipla. [monografia].11. Gonçalves GAM, Schlichting CLR. Efeitos benéficos e Governador Mangabeira (BA): Faculdade Maria Milza; 2016.maléficos da Cannabis sativa. Rev. Uningá. 2014 out/dez; [citado em 23 de abril de 2018]. Disponível em:20(2): 92-97. [citado em 19 de abril de 2018]. Disponível em: http://131.0.244.66:8082/jspui/bitstream/123456789/241/1/Thttp://revista.uninga.br/index.php/uningareviews/article/view/ CC.pdf156012. Silveira JLF et al.. Esquizofrenia e o uso de álcool e 20. Santos JNPM. Estudo do impacto causado na viabilidade celular pelos produtos da pirólise de Cannabis sativa L.outras drogas: perfil epidemiológico. Rev. Rene. 2014 [dissertação]. Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz; 2014. [citado em 18 de abril de 2018]. Disponível em:maio/jun.; 15(3): 436-46. [citado em 12 de abril de 2018]. https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/13057/1/Santos %2c%20Jo%C3%A3o%20Nuno%20Pimentel%20Martins%Disponível em: 20dos.pdfhttp://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/11529/1/2014_art_jlfsilveira.pdf Como citar (Vancouver)Vanjura MO, Fernandes DR, Pontes LF, Santos JC, Terra Júnior AT. Drogas de abuso: maconha e suas consequências. RevCient Fac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(ed esp): 565-569. doi: https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.630Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 565-569, 569maio-jun, 2018.
Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente. DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Revisão de Literatura (Farmácia) ESTUDO SOBRE A AUTOMEDICAÇÃO, O USO IRRACIONAL DE MEDICAMENTOS E O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA SUA PREVENÇÃOSTUDY ABOUT SELF-MEDICATION, THE IRRATIONAL USE OF DRUGS AND THE PHARMACIST'S ROLE IN ITS PREVENTION https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.617Rogério Lobo FerreiraDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail: [email protected]: https://orcid.org/0000-0002-5757-8749.André Tomaz Terra JúniorMestre em Oncologia Clínica, Terapia Celular e Células troncos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –FMRP/USP.Docente do curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes –RO. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7365-5284.Descritores (DeCS)14: Submetido em: 24 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Automedicação RESUMO: Os medicamentos são parte importante dos tratamentos de saúde que visamUso irracional de combater doenças e males que afetam a população, buscando a qualidade de vida domedicamentos paciente. Entretanto, a utilização de medicamentos sem a devida orientação profissionalAssistência farmacêutica traz insegurança na utilização dos remédios. O uso irracional dos medicamentos caracteriza-se pela utilização de remédios sem que haja nenhum tipo de controle ou informação prestada por profissional da área médica, em desconformidade com as ações que promovem a assistência farmacêutica, como a orientação sobre a correta utilização dos medicamentos. O trabalho busca mostrar o papel do farmacêutico na prática da automedicação e como a sua atuação pode influenciar na correta utilização dos medicamentos evitando-se os perigos trazidos pelo o uso irracional, e conclui que que a participação do profissional da farmácia na assistência farmacêutica como orientador sobre os efeitos das medicações e seu correto modo de uso traz maior qualidade de vida para os pacientes e diminui o risco da má utilização de medicações pelo uso irracional. O artigo trata-se de uma revisão bibliográfica e tem como base de pesquisa as plataformas Scientific Electronic Lirary Online - SCIELO, portal periódicos CAPES, Pubmed, Medline e BVS – Biblioteca Virtual de Saúde, buscando artigos, publicações e livros que trouxessem o assunto e pudessem contribuir para a pesquisa.Descriptors: ABSTRACT: Medicines are an important part of health treatments aimed at combatingSelf-medication diseases that affect the population, seeking the quality of life of the patient. However,Irrational use of the use of medicines without proper professional orientation leads to insecure use ofmedications medicines. The irrational use of medicines is characterized by the use of medicinesPharmaceutical care without any type of control or information provided by a medical professional, in disagreement with the actions that promote pharmaceutical assistance, such as guidance on the correct use of medicines. The work seeks to show the role of the pharmacist in the practice of self-medication and how its action can influence the correct use of medicines avoiding the dangers brought by the irrational use, and concludes that the participation of the pharmacy professional in pharmaceutical care as a counselor on the effects of medications and their correct use, brings a higher quality of life for patients and reduces the risk of misuse of medications through irrational use. The article is a bibliographical review and has as its base of research the platforms Scientific Electronic Lirary Online - SCIELO, periodical portal CAPES, Pubmed, Medline and BVS - Virtual Health Library, searching articles, publications and books that bring the subject and could contribute to the research.14 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br.570 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 570-576, maio-jun, 2018.
Estudo sobre a automedicação, o uso irracional de medicamentos e o papel do farmacêutico na suaprevenção.INTRODUÇÃO Electronic Lirary Online – SCIELO, Medline, Pubmed, Biblioteca Virtual de Saúde e portal de periódicos da CAPES A automedicação traz a facilidade de oportunizar um e indicadores específicos, sendo eles a automedicação, usomeio mais rápido para a solução dos sintomas corriqueiros e racional de medicamentos e assistência farmacêutica,que não geram a ideia da necessidade de buscar um serviço considerando-se a busca individual e combinada dosmédico. Farmácias estão presentes em todos os lugares, e indicadores, bem como critérios para exclusão de materialesse acesso facilitado e disponível rapidamente, induz o que não apresentasse grande relevância, ou que ao fim dapaciente a procurar primeiramente o serviço do farmacêutico, leitura não se encaixasse nos objetivos buscados pelaantes mesmo de uma unidade hospitalar. Esse serviço pesquisa, que apresentasse ausência dos indicadores ouprestado à população faz parte da assistência farmacêutica que o período de publicação fosse anterior ao ano 2000.(1, 2). No total, foram utilizadas trinta referências, contando A dificuldade de acesso à saúde pública e uma cultura entre livros, artigos, teses e dissertações, entre outros quemuito antiga de utilização de medicamentos sem a devida corroboraram com a qualidade da revisão bibliográfica.prescrição ou orientação de profissional da saúde, podeocasionar mais problemas a quem busca a automedicação 3 REVISÃO DE LITERATURA(1). 3.1 Medicamento e a automedicação O uso irracional de medicamentos é configurado quandoo paciente se automedica de acordo com indicação de A busca por substâncias químicas capazes de curar aterceiros não capacitados, ou somente confiando em si grande variedade de doenças que acometem os homens foi,mesmo em busca de aliviar sintomas, sem a orientação de há muito tempo, o objetivo de muitos pesquisadores efarmacêutico, correndo o risco de sofrer reações adversas e estudiosos. Historicamente, apesar de muitos outros citadosinterações medicamentosas, intoxicações e agravamento do ao longo do tempo, foi Paracelso que foi considerado oquadro clínico (2, 3). precursor da farmacologia, devido a sua melhor sistematização do uso de compostos e substâncias A medicação, se tomada de maneira incorreta ou químicas(8). Dessa forma, de acordo com o mesmo autor,diferente da forma orientada, pode ter sua segurança definição de farmacologia pode ser “ciência que estuda ocomprometida. A eficiência, eficácia e efetividade do resultado da interação de um composto químico com omedicamento devem ser analisadas (4). A segurança do sistema biológico (8).”medicamento é uma questão muito importante,especialmente ao relembrar os casos de focomelia causados Os renomados autores Ktzung e Trevor (9) explicam quepela utilização de uma medicação pouco segura por farmacologia “pode ser definida como o estudo degestantes. Episódio grave e marcante para a melhoria das substâncias que interagem com sistemas vivos por meio depolíticas de segurança dos medicamentos (3). processos químicos, principalmente por ligação a moléculas reguladoras e ativação ou inibição de processos corporais Em se tratando da segurança dos medicamentos e do normais”. As substâncias mencionadas pelos autores podemperigo do uso irracional e indiscriminado de medicações, ter ação benéfica em algum processo que acomete opodendo gerar danos ao paciente e agravamento do quadro paciente, ou ter efeito nocivo nos processos que regulam osclínico (2, 3), dados do sistema nacional de informações parasitas que porventura estejam acometendo o usuário datóxico-farmacológicas (5) sobre intoxicações, apontam que os substância. O efeito desejado pode ser a melhora domedicamentos são os maiores responsáveis pelas paciente por uma regulação de seu sistema, causada porintoxicações no país. Apontam também que essas uma substância, ou pela toxicidade da substância nointoxicações são causas de óbitos e sequelas. organismo daquilo que esteja infectando o paciente(9). O farmacêutico, como profissional da saúde e prestador As substâncias químicas de que trata a farmacologiada assistência farmacêutica, tem papel fundamental na podem ser conhecidas como drogas, fármacos ouorientação e no aconselhamento do paciente, uma vez que a medicamentos. De acordo com os autores, a droga é umapopulação utiliza a farmácia como primeira opção por substância química que tem a capacidade de produzir efeitoscuidados médicos, necessitando de informações de que o benéficos ou maléficos para um organismo, podendo agir deuso irracional de medicamentos é perigoso (6, 7). maneira benéfica em forma de medicamento, ou como agente tóxico para suprimir algum processo regulatório, já os O presente estudo tem o objetivo de demonstrar o papel fármacos são sinônimos de droga, sendo um princípio ativodo farmacêutico na orientação e conscientização dos que quando manipulado ou preparado pela indústriapacientes na prática da automedicação e como a sua farmacêutica dá origem a um medicamento, ou seja,influência na correta utilização dos medicamentos pode medicamento pode ser uma preparação com açãoevitar os perigos trazidos pelo uso irracional. O artigo trata- farmacológica que se utilizada da maneira adequada, trazse de uma revisão bibliográfica baseada em publicações da benefícios para o paciente. Sendo assim, ao fim, oárea médica encontradas em plataformas de pesquisa na medicamento é um produto químico com fim terapêutico (8).área da saúde (SCIELO, Medline, Pubmed, BVS e CAPES). Quanto à utilidade dos medicamentos, tem-se que “são2 METODOLOGIA importantes no tratamento das doenças, sedo responsáveis pela melhora da qualidade de vida da população. Entretanto, Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica sobre a sabe-se que seu uso indiscriminado pode acarretar riscos àautomedicação e o uso irracional de medicamentos, com a saúde” (10).utilização de publicações acadêmicas e científicas queapresentassem uma análise sobre a temática escolhida, A utilização de medicamentos sem prescrição médica épreferindo-se as publicações que demonstrassem maior chamada de automedicação (10), enquanto o uso irracional serelevância de acordo com os indicadores buscados. dá quando há a automedicação sem prescrição e sem acompanhamento do farmacêutico (11). Para a busca dos materiais a serem empregados napesquisa, foram utilizadas as plataformas ScientificRev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 570-576, 571maio-jun, 2018.
Ferreira RL, Terra Júnior AT. A utilização de medicamentos sem prescrição de Para um melhor entendimento do uso irracional deprofissional habilitado configura a automedicação, prática medicamentos, é necessário que se tenha em mente o queque necessita ser utilizada com responsabilidade, ou seja, é a assistência farmacêutica. Na visão de Oliveira, Bermudezque se dê utilização de medicamentos atentando-se para a e Castro (19), a Organização Mundial de Saúde (OMS) definesegurança, qualidade e eficácia da medicação, observado a a prestação da assistência farmacêutica como umpossibilidade de interações medicamentosas e as reações aglomerado de serviços relacionados aos medicamentos, eadversas (12). tudo aquilo que se destine ao apoio o bem estar populacional, como por exemplo a utilização de ações para O consumo de medicamentos pela população brasileira distribuição de medicamentos e informações sobre suaé influenciado por diversos fatores que contribuem para o utilização.grande número do seu uso. O aumento da expectativa devida populacional e seu reflexo em forma de aumento no Conforme o Ministério da Saúde – MS (20), a assistêncianúmero de doenças crônicas, bem como o surgimento de farmacêutica tem como característica ser parte integrantenovas doenças sejam elas transmissíveis, transtornos das políticas de saúde pública, com a finalidade de contribuirpsiquiátricos e todas as doenças que surgem a partir da com a constante melhora na qualidade de vida populacional,degradação do meio ambiente, poluição ambiental, utilizando-se de ações que integrem a promoção do bemmudanças climáticas, e até mesmo o aumento nos estar, a recuperação e a reabilitação da saúde, prevendoinvestimentos com o objetivo de garantir o acesso à saúde. distribuição de medicamentos e dentre suas várias funções,E mesmo com todo o avanço na área médica, a dificuldade e também, promovendo o uso racional de medicamentos.de acesso aos serviços de saúde ainda é grande, fator quealiado às propagandas de medicamentos isentos de Os autores Fernandes e Cembranelli (2) afirmam que “Aprescrição e à cultura da farmácia caseira constituem fatores atenção farmacêutica é uma estratégia para o uso racionalpara a prática da automedicação (13). de medicamentos, pois por intermédio dela o paciente recebe várias informações e orientações com o objetivo de Dentro do que se pode considerar automedicação, maximizar a farmacoterapia”. Os autores também afirmampesquisadores afirmam que o ato de adquirir medicamentos que, embora não faça parte das atribuições do farmacêutico,sem a receita médica, bem como compartilhar com família o profissional tem a oportunidade única de utilizar seusou conhecidos ou reutilizar prescrições antigas ou o conhecimentos técnicos para orientar o paciente sobre amedicamento que sobrou de uma prescrição também fazem automedicação e a utilização do medicamento de maneiraparte da prática de se automedicar. Ainda segundo os racional e consciente (2).autores, prolongar o uso de medicamento prescrito ouinterromper tratamento proposto por médico também é forma O próprio Código de Ética Farmacêutica, em seude automedicação (14). preâmbulo ressalta a importância do farmacêutico para a saúde pública e sua necessária contribuição para a A Associação Brasileira de Medicamentos Isentos de salvaguarda da saúde e bem estar coletivo (21).Prescrição (ABIMIP), de acordo com Macedo, Carmo, Castroe Correa (15), afirma que em geral, a população do Brasil está A definição de racionalidade na utilização dehabituada a utilizar-se da automedicação para sanar medicamentos determina o atendimento de alguns critérios.sintomas bastante corriqueiros, como por exemplo os O uso irracional de medicamentos é a compra indiscriminadasintomas advindos da gripe, tosse, dores musculares, de e a utilização desnecessária ou sem supervisão médica oucabeça e de garganta, bem como assaduras, problemas técnica de medicamentos, tornando-se um problema degastrointestinais como acidez estomacal e prisão de ventre, saúde pública (22). Nesse sentido, Silva, Catrib, Matos eentre outros. Afirma ainda que aqueles medicamentos Gondim (1) afirmam que a forma de atuação de quemchamados MIPs (medicamentos isentos de prescrição) são prescreve remédios ajuda a aumentar os altos índices deautorizados pelas autoridades sanitárias como tratamento automedicação, em especial quando se trata depara sintomas e males de menor intensidade, e que com a determinadas classes de medicamentos, explicando que adevida utilização da bula e rótulos informativos, bem como falta de orientação sobre a utilização do produto é um fatororientação farmacêutica, são bastante seguros (15). para o uso irracional, bem como a excessiva publicidade de remédios diretamente voltada para o paciente, visando lucro Segundo Domingues et al. (16), estudos apontam que no (1).Brasil, possivelmente cerca de um terço da população adultapratique a automedicação, e que em uma comparação, Sobre o uso racional da medicação, Cunha (4) estabelecepaíses em desenvolvimento tem maior prevalência dessa que existem ao menos quatro critérios determinantes para aforma de medicação. Já em um levantamento realizado pelo racionalidade da utilização, sendo assim observa-se aDatafolha, a pratica da automedicação é feita por 76,4% dos eficácia, perguntando-se se o medicamento é eficaz contra abrasileiros, e aponta ainda que pelo menos 32% desses mazela a que será dedicado, e não somente gerará efeitospacientes aumentam as doses das medicações prescritas adversos. Se o medicamento tem efetividade, que é o quantopelos médicos com o objetivo de potencializar os efeitos dos pretende-se alcançar de resultado com a utilização, ou seja,remédios, diz a Associação Paulista para o Desenvolvimento qual o grau de resultado positivo que o medicamento podeda Medicina – SPDM (17). vir a ter. Sobre a eficiência, a pergunta deve ser se o recurso empregado é mínimo, sendo basicamente um conceito de Moura, Gomes e Pereira (18) em uma revisão da literatura economia, e se o medicamento oferece segurança,nacional, estimaram que a automedicação na população observando-se as mais frequentes interaçõesbrasileira se dá na idade adulta, e que os homens atingem medicamentosas e as reações adversas mais comuns (4).um percentual de 40% quando se faz a distinção do gênero,e que as mulheres correspondem a 30% desse número. Ainda pensando sobre a segurança do medicamento,Afirmam ainda que a procura por serviços médicos é Cunha (4) menciona que dois fatos bastante trágicos foramhistoricamente baixa no caso dos homens. determinantes para que a segurança passasse a ser considerada uma necessidade enquanto da escolha do3.2 Uso irracional de medicamentos medicamento, no primeiro caso trágico, a utilização de um xarope levou dezenas de crianças à morte em razão de um excipiente, e o segundo caso, bastante conhecido, foi o da572 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 570-576, maio-jun, 2018.
Search
Read the Text Version
- 1
- 2
- 3
- 4
- 5
- 6
- 7
- 8
- 9
- 10
- 11
- 12
- 13
- 14
- 15
- 16
- 17
- 18
- 19
- 20
- 21
- 22
- 23
- 24
- 25
- 26
- 27
- 28
- 29
- 30
- 31
- 32
- 33
- 34
- 35
- 36
- 37
- 38
- 39
- 40
- 41
- 42
- 43
- 44
- 45
- 46
- 47
- 48
- 49
- 50
- 51
- 52
- 53
- 54
- 55
- 56
- 57
- 58
- 59
- 60
- 61
- 62
- 63
- 64
- 65
- 66
- 67
- 68
- 69
- 70
- 71
- 72
- 73
- 74
- 75
- 76
- 77
- 78
- 79
- 80
- 81
- 82
- 83
- 84
- 85
- 86
- 87
- 88
- 89
- 90
- 91
- 92
- 93
- 94
- 95
- 96
- 97
- 98
- 99
- 100
- 101
- 102
- 103
- 104
- 105
- 106
- 107
- 108
- 109
- 110
- 111
- 112
- 113
- 114
- 115
- 116
- 117
- 118
- 119
- 120
- 121
- 122
- 123
- 124
- 125
- 126
- 127
- 128
- 129
- 130
- 131
- 132
- 133
- 134
- 135
- 136
- 137
- 138
- 139
- 140
- 141
- 142
- 143
- 144
- 145
- 146
- 147
- 148
- 149
- 150
- 151
- 152
- 153
- 154
- 155
- 156
- 157
- 158
